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Seminário Nacional Sobre Propaganda Seminário Nacional Sobre Propaganda e Uso Racional de Medicamentose Uso Racional de Medicamentos
Regional NordesteRegional Nordeste
USO RACIONAL E USO RACIONAL E PROPAGANDA DE PROPAGANDA DE MEDICAMENTOSMEDICAMENTOS
Maria Beatriz Cardoso FerreiraMaria Beatriz Cardoso FerreiraDocente do Departamento de Farmacologia – ICBS/UFRGS
Pesquisadora CNPq na área de FarmacologiaCoordenação e facilitação de Cursos Sobre Ensino Para o Uso
Racional de Medicamentos (ANVISA, OPAS)Presidente do I Congresso Brasileiro Sobre Uso Racional de
Medicamentos (Porto Alegre – RS, 2005)
Ausência de Conflitos de InteresseAusência de Conflitos de Interesse
O QUE É PROPAGANDA?O QUE É PROPAGANDA?
““Conjunto de técnicas utilizadas com objetivo de Conjunto de técnicas utilizadas com objetivo de divulgar conhecimentos e/ou promover adesão a divulgar conhecimentos e/ou promover adesão a
princípios, idéias ou teorias, visando exercer influência princípios, idéias ou teorias, visando exercer influência sobre o público, por meio de ações que objetivem sobre o público, por meio de ações que objetivem
promover determinado medicamento com fins promover determinado medicamento com fins comerciais”.comerciais”.
Resolução – RDC NResolução – RDC No o 102, de 30 de novembro de 2000102, de 30 de novembro de 2000
PROPAGANDA/PUBLICIDADEPROPAGANDA/PUBLICIDADE
Etimologicamente, propaganda deriva de propagar.Etimologicamente, propaganda deriva de propagar.Já publicidade tem origem em público.Já publicidade tem origem em público.
PROPAGANDA: visa criar opinião favorável a PROPAGANDA: visa criar opinião favorável a determinado produto, serviço, instituição ou idéia, de determinado produto, serviço, instituição ou idéia, de
modo a orientar o comportamento humano em modo a orientar o comportamento humano em determinado sentido.determinado sentido.
PUBLICIDADE: relaciona-se à promoção de produtos e PUBLICIDADE: relaciona-se à promoção de produtos e serviços, cultivando a preferência pela marca; é a serviços, cultivando a preferência pela marca; é a
propaganda com objetivos comerciais.propaganda com objetivos comerciais.
PROPAGANDA e PUBLICIDADEPROPAGANDA e PUBLICIDADE
““É a técnica de convencer os indivíduos de que É a técnica de convencer os indivíduos de que têm a necessidade absoluta, vital, de algo que têm a necessidade absoluta, vital, de algo que
jamais imaginaram precisar”.jamais imaginaram precisar”.
SEDUÇÃOSEDUÇÃOPODER DE PERSUASÃOPODER DE PERSUASÃO
PROPAGANDA/PUBLICIDADEPROPAGANDA/PUBLICIDADE
O QUE ÉO QUE ÉUSO RACIONAL DE MEDICAMENTOS?USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS?
““Existe uso racional quando os Existe uso racional quando os pacientes recebem os medicamentos pacientes recebem os medicamentos
apropriados à sua condição clínica, em apropriados à sua condição clínica, em doses adequadas às suas necessidades doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período de tempo individuais, por um período de tempo adequado e ao menor custo possível adequado e ao menor custo possível
para eles e sua comunidade.”para eles e sua comunidade.”
OMS, Conferência Mundial Sobre Uso Racional de OMS, Conferência Mundial Sobre Uso Racional de Medicamentos, Nairobi, 1985.Medicamentos, Nairobi, 1985.
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSUSO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Indicação apropriadaIndicação apropriada
Esquema de administração adequadoEsquema de administração adequado
Paciente em condições de receber oPaciente em condições de receber o tratamento proposto: ausência de contra-indicaçõestratamento proposto: ausência de contra-indicações e menor possibilidade de efeitos adversose menor possibilidade de efeitos adversos
Dispensação correta, incluindo informaçãoDispensação correta, incluindo informação adequada para o pacienteadequada para o paciente
Seguimento do paciente Seguimento do paciente
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS (1985)(1985)
EFICÁCIA SEGURANÇA CONVENIÊNCIA ACESSOEFICÁCIA SEGURANÇA CONVENIÊNCIA ACESSO
VINTE ANOS DEPOIS….VINTE ANOS DEPOIS….
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSUSO RACIONAL DE MEDICAMENTOSQual é a situação atual no mundo?Qual é a situação atual no mundo?
15% da população consomem mais de 90% da produção farmacêutica.15% da população consomem mais de 90% da produção farmacêutica.
25-70% do gasto em saúde nos países em desenvolvimento correspondem a 25-70% do gasto em saúde nos países em desenvolvimento correspondem a
medicamentos, comparativamente a menos de 15% nos países desenvolvidos.medicamentos, comparativamente a menos de 15% nos países desenvolvidos.
50-70% das consultas médicas geram prescrição medicamentosa.50-70% das consultas médicas geram prescrição medicamentosa.
50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou usados 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou usados
inadequadamente.inadequadamente.
75% das prescrições75% das prescrições
com antibióticos são errôneas.com antibióticos são errôneas.
Brundtland, Gro Harlem.Brundtland, Gro Harlem. Global partnerships for health.Global partnerships for health.
WHO Drug InformationWHO Drug Information 1999; 13 (2): 61-64. 1999; 13 (2): 61-64.
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSUSO RACIONAL DE MEDICAMENTOSQual é a situação atual no mundo?Qual é a situação atual no mundo?
Somente 50 % dos pacientes, em média, tomam corretamente seus Somente 50 % dos pacientes, em média, tomam corretamente seus medicamentos.medicamentos.
Cresce constantemente a resistência da maioria dos microrganismos causadores Cresce constantemente a resistência da maioria dos microrganismos causadores de enfermidades infecciosas prevalentes.de enfermidades infecciosas prevalentes.
Aos dois anos de idade, algumas crianças receberam aproximadamente 20 Aos dois anos de idade, algumas crianças receberam aproximadamente 20 aplicações medicamentosas injetáveis. aplicações medicamentosas injetáveis.
A metade dos consumidores compra medicamentos para tratamento de um só A metade dos consumidores compra medicamentos para tratamento de um só dia.dia.
53% de todas as prescrições de antibióticos nos EUA53% de todas as prescrições de antibióticos nos EUA
são feitas para crianças de 0 a 4 anos.são feitas para crianças de 0 a 4 anos.
Brundtland, Gro Harlem. Global partnerships for health.Brundtland, Gro Harlem. Global partnerships for health.
WHO Drug InformationWHO Drug Information 1999; 13 (2): 61-64. 1999; 13 (2): 61-64.
USO NÃO-RACIONAL DE MEDICAMENTOSUSO NÃO-RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Uso excessivo faz com que, a cada ano, novos produtos sejam Uso excessivo faz com que, a cada ano, novos produtos sejam lançados, sem que isso redunde em proporcional melhora no lançados, sem que isso redunde em proporcional melhora no
estado geral de saúde dos consumidores.estado geral de saúde dos consumidores.
MEDICAMENTOS MEDICAMENTOS ME TOOME TOO
França, 1975 a 1984: Dos 508 novos produtos farmacêuticos França, 1975 a 1984: Dos 508 novos produtos farmacêuticos lançados nesse período, 70% não ofereciam vantagens lançados nesse período, 70% não ofereciam vantagens
terapêuticas.terapêuticas.
EUA (FDA), 1981 a 1988: De 348 novos medicamentos, só 3% EUA (FDA), 1981 a 1988: De 348 novos medicamentos, só 3% representaram contribuição importante em relação aos representaram contribuição importante em relação aos
tratamentos já existentes.tratamentos já existentes.
Canadá (PMPRB), 1990 a 2003: De 1.147 patenteados, apenas Canadá (PMPRB), 1990 a 2003: De 1.147 patenteados, apenas 5,9% foram considerados realmente inovadores.5,9% foram considerados realmente inovadores.
CONSEQÜÊNCIAS DO USOCONSEQÜÊNCIAS DO USONÃO-RACIONAL DE MEDICAMENTOSNÃO-RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Progressão da patologia.Progressão da patologia.
Iatrogenia.Iatrogenia.
Aumento da incidência de efeitos adversosAumento da incidência de efeitos adversospor uso inadequado de doses, vias, intervalospor uso inadequado de doses, vias, intervalosde administração e/ou tempo de tratamento.de administração e/ou tempo de tratamento.
Aumento do tempo de tratamento.Aumento do tempo de tratamento.
Aumento dos custos.Aumento dos custos.
Não adesão do paciente ao tratamentoNão adesão do paciente ao tratamentoe, portanto, insucesso terapêutico.e, portanto, insucesso terapêutico.
E QUAL É A RELAÇÃO ENTREE QUAL É A RELAÇÃO ENTREUSO RACIONAL EUSO RACIONAL E
PROPAGANDA/PUBLICIDADEPROPAGANDA/PUBLICIDADEDE MEDICAMENTOS?DE MEDICAMENTOS?
Distinção entreDistinção entrepromoção de produtos com objetivos comerciaispromoção de produtos com objetivos comerciais
eedisseminação de informações científicasdisseminação de informações científicas
Distinção entre promoção de produtos Distinção entre promoção de produtos com objetivos comerciais ecom objetivos comerciais e
disseminação de informações científicasdisseminação de informações científicas
““... ... Ethical pharmaceutical companies Ethical pharmaceutical companies should communicate should communicate important developments in medical science to the medical important developments in medical science to the medical professionprofession. The medical information department at Bayer will be . The medical information department at Bayer will be pleased to supply scientific and technical information relating to pleased to supply scientific and technical information relating to such developments to any member of the profession in Britain such developments to any member of the profession in Britain so that individual doctors can assess such information and so that individual doctors can assess such information and formulate their own prescribing policiesformulate their own prescribing policies.”.”
Graham Leighton, Michael E. Telford. Graham Leighton, Michael E. Telford. BMJBMJ 1997; 315: 1621 (13 December). 1997; 315: 1621 (13 December).
““Existe uso racional quando os pacientes Existe uso racional quando os pacientes recebem os medicamentos apropriados à sua recebem os medicamentos apropriados à sua
condição clínica...”condição clínica...”
Diagnóstico: Diagnóstico: medicalização da vidamedicalização da vida massificação da conduta massificação da conduta versus versus análise de condições específicas do análise de condições específicas do pacientepaciente
Eficácia clínica:Eficácia clínica: uso da melhor evidência disponível (medidas de impacto clínico)uso da melhor evidência disponível (medidas de impacto clínico)
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSUSO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
12-18 ANOS
ANFETAMINAS
4-12 ANOS
METILFENIDATO O-4 ANOS
AMOXICILINA
38-65 ANOS
RANITIDINA
18-24 ANOS
ENERGÉTICOS
24-38 ANOS
FLUOXETINA
+ 65 ANOS
TODOS ELES
INFORMAÇÕES SEM APRESENTAÇÃO INFORMAÇÕES SEM APRESENTAÇÃO DAS EVIDÊNCIASDAS EVIDÊNCIAS
Identificação de propagandas de Identificação de propagandas de BMJBMJ em 6 meses em 6 meses(julho a dezembro de 1996)(julho a dezembro de 1996)
63 medicamentos em 81 diferentes propagandas63 medicamentos em 81 diferentes propagandas
apenas 25% com alto nível de evidênciaapenas 25% com alto nível de evidência
50% sem qualquer tipo de evidência para 50% sem qualquer tipo de evidência para embasamento da prescriçãoembasamento da prescrição
Smart S; Williams C. Smart S; Williams C. BMJBMJ 1997; 315(7122): 1621 1997; 315(7122): 1621
EVIDÊNCIAS GERADAS COM A PROMOÇÃO DAS EVIDÊNCIAS GERADAS COM A PROMOÇÃO DAS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICASINDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS
Estudos patrocinados pelas indústrias farmacêuticasEstudos patrocinados pelas indústrias farmacêuticas
Análise de estudos publicados em 13 revistas de cirurgia e clínicaAnálise de estudos publicados em 13 revistas de cirurgia e clínica- 39% favoráveis ao novo tratamento ou produto da indústria- 39% favoráveis ao novo tratamento ou produto da indústria- estudos envolvendo medicamentos:- estudos envolvendo medicamentos:
- 62% custeados pela indústria;- 62% custeados pela indústria;- razão de chances para resultado positivo nos estudos- razão de chances para resultado positivo nos estudos promovidos pela indústria = 1,6 (IC95%: 1,1 – 2,8)promovidos pela indústria = 1,6 (IC95%: 1,1 – 2,8)
((CMAJCMAJ 2004; 170(4): 477-480) 2004; 170(4): 477-480)
Estimativa (a partir de metanálise de 1.140 artigos)Estimativa (a partir de metanálise de 1.140 artigos)RC = 3,60 (IC95%: 2,63 - 4,91)RC = 3,60 (IC95%: 2,63 - 4,91)
((JAMAJAMA 2003; 289(4): 454-465) 2003; 289(4): 454-465)
ASSOCIAÇÃO ESTATISTICAMENTE SIGNIFICATIVA ENTRE O PATROCÍNIO ASSOCIAÇÃO ESTATISTICAMENTE SIGNIFICATIVA ENTRE O PATROCÍNIO DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E AS CONCLUSÕES OBTIDAS NOS ESTUDOSDA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E AS CONCLUSÕES OBTIDAS NOS ESTUDOS
““Existe uso racional quando os pacientes Existe uso racional quando os pacientes recebem os medicamentos... em doses recebem os medicamentos... em doses
adequadas às suas necessidades individuais, por adequadas às suas necessidades individuais, por um período de tempo adequado...”um período de tempo adequado...”
Doses analisadasDoses analisadas
Tempo de tratamento avaliado nos estudosTempo de tratamento avaliado nos estudos
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSUSO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
EVIDÊNCIAS GERADAS COM A EVIDÊNCIAS GERADAS COM A PROMOÇÃO DAS INDÚSTRIAS PROMOÇÃO DAS INDÚSTRIAS
FARMACÊUTICASFARMACÊUTICASRazões levantadas para a observação de associação Razões levantadas para a observação de associação
entre patrocínio da indústria farmacêutica e conclusões entre patrocínio da indústria farmacêutica e conclusões positivas de ensaios clínicospositivas de ensaios clínicos
Qualidade da metodologia empregada: não justifica os Qualidade da metodologia empregada: não justifica os resultados.resultados.
Questionamento de interesse próprio da indústria Questionamento de interesse próprio da indústria farmacêutica.farmacêutica.
Escolha inapropriada da intervenção para ser Escolha inapropriada da intervenção para ser comparada ao novo tratamento proposto, sendo comparada ao novo tratamento proposto, sendo freqüentemente escolhido como controle um grupo que freqüentemente escolhido como controle um grupo que recebe placebo.recebe placebo.
EVIDÊNCIAS GERADAS COM A PROMOÇÃO DAS EVIDÊNCIAS GERADAS COM A PROMOÇÃO DAS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICASINDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS
Razões levantadas para a observação de associação entre patrocínio da Razões levantadas para a observação de associação entre patrocínio da indústria farmacêutica e conclusões positivas de ensaios clínicosindústria farmacêutica e conclusões positivas de ensaios clínicos
Emprego de doses menores ou maiores Emprego de doses menores ou maiores que as recomendadas para o tratamento que as recomendadas para o tratamento padrão (controle), de modo a reduzir a padrão (controle), de modo a reduzir a
eficácia ou aumentar os efeitos adversos, eficácia ou aumentar os efeitos adversos, respectivamente.respectivamente.
Ausência de divulgação de resultados Ausência de divulgação de resultados negativos (pela indústria ou pelas negativos (pela indústria ou pelas
publicações).publicações).
““Existe uso racional quando os pacientes Existe uso racional quando os pacientes recebem os medicamentos... ao menor custo recebem os medicamentos... ao menor custo
possível para eles e sua comunidade.”possível para eles e sua comunidade.”
Reações adversas a medicamentosReações adversas a medicamentos
Custo econômicoCusto econômico
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSUSO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOSREAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS Responsáveis por 6,6% das admissões em hospital de CampinasResponsáveis por 6,6% das admissões em hospital de Campinas Coorte em hospital universitário brasileiro:Coorte em hospital universitário brasileiro:- 26% dos pacientes com pelo menos 1 suspeita de RAM definida ou provável.26% dos pacientes com pelo menos 1 suspeita de RAM definida ou provável.- 20% relatadas antes e 80% verificadas durante a hospitalização.20% relatadas antes e 80% verificadas durante a hospitalização.- Grupos farmacológicos mais envolvidos: antimicrobianos Grupos farmacológicos mais envolvidos: antimicrobianos (18,1%), com ação (18,1%), com ação em Sistema Nervoso (14,4%).em Sistema Nervoso (14,4%).- Uso de mais de 5 medicamentos na admissão e de mais de 10 medicamentos Uso de mais de 5 medicamentos na admissão e de mais de 10 medicamentos durante a hospitalização apresentaram riscos 3 e 2 vezes maiores de suspeita durante a hospitalização apresentaram riscos 3 e 2 vezes maiores de suspeita de RAM.de RAM.- Algumas reações graves: hepatotoxicidade, sangramento GI, candidíase Algumas reações graves: hepatotoxicidade, sangramento GI, candidíase esofágica e insuficiência renal aguda.esofágica e insuficiência renal aguda.- Medicamentos mais comumente prescritos: metoclopramida (97,9%), Medicamentos mais comumente prescritos: metoclopramida (97,9%), paracetamol (88,6%), dipirona (61,8%), heparina (55,5%), furosemida (34,3%).paracetamol (88,6%), dipirona (61,8%), heparina (55,5%), furosemida (34,3%).
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSUSO RACIONAL DE MEDICAMENTOSE PROPAGANDA/PUBLICIDADEE PROPAGANDA/PUBLICIDADE
REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOSREAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Quarta causa estimada de morte em serviços de urgência nos EUAQuarta causa estimada de morte em serviços de urgência nos EUA Aumento significativo de tempo de internação, custos hospitalares e Aumento significativo de tempo de internação, custos hospitalares e individuaisindividuais
Alertas mínimos ou ausentes sobre sua ocorrência em propaganda de Alertas mínimos ou ausentes sobre sua ocorrência em propaganda de medicamentos.medicamentos. Falsa idéia de segurança: condiciona o profissional de saúde a buscar outras Falsa idéia de segurança: condiciona o profissional de saúde a buscar outras causas para as manifestações apresentadas (“cascata da prescrição”).causas para as manifestações apresentadas (“cascata da prescrição”).
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSUSO RACIONAL DE MEDICAMENTOSE PROPAGANDA/PUBLICIDADEE PROPAGANDA/PUBLICIDADE
CUSTOSCUSTOS Mensagens implícitas:Mensagens implícitas: “ “o que é bom custa mais caro”o que é bom custa mais caro” “ “o preço não importa, frente à possibilidade de o preço não importa, frente à possibilidade de obtenção do que se deseja (cura dos males ou obtenção do que se deseja (cura dos males ou cessação do sofrimento)”cessação do sofrimento)”
Estudo mostrou que contato freqüente com Estudo mostrou que contato freqüente com representantes das indústrias farmacêuticas representantes das indústrias farmacêuticas associa-se de modo forte e independente com associa-se de modo forte e independente com maiores custos de prescrição.maiores custos de prescrição.
PROPAGANDA/PUBLICIDADEPROPAGANDA/PUBLICIDADEDE MEDICAMENTOSDE MEDICAMENTOS
ANALGÉSICOANALGÉSICO
MAS SERÁ QUE A PROPAGANDA INFLUENCIA MAS SERÁ QUE A PROPAGANDA INFLUENCIA REALMENTE A PRESCRIÇÃO?REALMENTE A PRESCRIÇÃO?
Visitas de representantes de Visitas de representantes de laboratórios a consultórios, hospitais laboratórios a consultórios, hospitais
e ambientes acadêmicose ambientes acadêmicos
Patrocínio de eventos científicos Patrocínio de eventos científicos diversosdiversos
Nos EUA, os médicos entrevistados relataram que vêem os representantes Nos EUA, os médicos entrevistados relataram que vêem os representantes das indústrias farmacêuticas como uma fonte importante de informação.das indústrias farmacêuticas como uma fonte importante de informação.
Para alguns, são sua única fonte de informação.Para alguns, são sua única fonte de informação.
Em 42% dos casos, informação sobre os últimos fármacos novos Em 42% dos casos, informação sobre os últimos fármacos novos prescritos foi derivada de informações de representantes das indústrias prescritos foi derivada de informações de representantes das indústrias farmacêuticas.farmacêuticas.
Jones MI et al. Jones MI et al. BMJBMJ 2001; 323: 1-7 [4 Aug] 2001; 323: 1-7 [4 Aug]McGettigan P et al. McGettigan P et al. Br J Clin PharmacolBr J Clin Pharmacol 2001; 51: 184-9 2001; 51: 184-9
INFLUÊNCIA DA PROPAGANDA SOBRE A INFLUÊNCIA DA PROPAGANDA SOBRE A PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO
Estudo sobre o uso de 2 fármacos descritos na literatura como ineficazes, mas Estudo sobre o uso de 2 fármacos descritos na literatura como ineficazes, mas pesadamente promovidos como tendo eficáciapesadamente promovidos como tendo eficácia
- 68% dos médicos entrevistados consideraram a propaganda minimamente - 68% dos médicos entrevistados consideraram a propaganda minimamente importante como fonte de influênciaimportante como fonte de influência
- 49% a 71% relataram, porém, informações similares às das indústrias sobre - 49% a 71% relataram, porém, informações similares às das indústrias sobre esses fármacosesses fármacos
Arvon J et al. Arvon J et al. Am J MedAm J Med 1982; 73(1): 4-8 1982; 73(1): 4-8
Detecção de 11% de afirmativas falsas em apresentações de Detecção de 11% de afirmativas falsas em apresentações de representantes farmacêuticos.representantes farmacêuticos.
Detecção de pelo menos uma dessas incorreções por apenas 26% dos Detecção de pelo menos uma dessas incorreções por apenas 26% dos médicos que assistiram essas apresentações.médicos que assistiram essas apresentações.
Ziegler MG et al. Ziegler MG et al. JAMAJAMA 1995; 273(16): 1296-1298 1995; 273(16): 1296-1298
INFLUÊNCIA DA PROPAGANDA SOBRE A INFLUÊNCIA DA PROPAGANDA SOBRE A PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO
Correlação positiva entre número de presentes que o médico recebe com a Correlação positiva entre número de presentes que o médico recebe com a crença de que os representantes não exercem impacto no comportamento de crença de que os representantes não exercem impacto no comportamento de
prescriçãoprescrição
Warzana A. Warzana A. JAMAJAMA 2000; 283: 373-380 2000; 283: 373-380
• Associação entre encontros de médicos com representantes da indústria Associação entre encontros de médicos com representantes da indústria farmacêutica e:farmacêutica e:
Maior requisição de inclusão em formulários hospitalares dos Maior requisição de inclusão em formulários hospitalares dos medicamentos promovidosmedicamentos promovidos
Alterações na prática de prescrição, incluindo aumento de seu custo e Alterações na prática de prescrição, incluindo aumento de seu custo e prescrição menos racionalprescrição menos racional
Warzana A. Warzana A. JAMAJAMA 2000; 283: 373-380 2000; 283: 373-380
INFLUÊNCIA DA PROPAGANDA SOBRE A INFLUÊNCIA DA PROPAGANDA SOBRE A PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO
Propaganda de medicamentos para consumidoresPropaganda de medicamentos para consumidoresIsto pode pressionar o médico a prescrever determinado Isto pode pressionar o médico a prescrever determinado
medicamento?medicamento?
• Relato de 57% dos médicos (EUA): pacientes trazem, com freqüência, Relato de 57% dos médicos (EUA): pacientes trazem, com freqüência, propaganda de medicamentos ou referem-se a material promocionalpropaganda de medicamentos ou referem-se a material promocional
Josefson D. Josefson D. BMJBMJ 1997; 315: 445-448 [23 Aug] 1997; 315: 445-448 [23 Aug]
• Percepção do médico sobre as expectativas do paciente: principal Percepção do médico sobre as expectativas do paciente: principal determinante para a decisão de prescreverdeterminante para a decisão de prescrever
Britten N, Ukoumunne O. Britten N, Ukoumunne O. BMJBMJ 1997; 315: 1506-1510 [6 Dec] 1997; 315: 1506-1510 [6 Dec]
INFLUÊNCIA DA PROPAGANDA SOBRE A INFLUÊNCIA DA PROPAGANDA SOBRE A PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO
DESAFIOS PARA O USO RACIONAL DE DESAFIOS PARA O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSMEDICAMENTOS
Atenção centradaAtenção centrada
na tecnologia de saúdena tecnologia de saúde
XX
Atenção centrada no pacienteAtenção centrada no paciente
ESTRATÉGIAS PARA O USO RACIONAL DE ESTRATÉGIAS PARA O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSMEDICAMENTOS
• Educacionais: profissionais e consumidoresEducacionais: profissionais e consumidores
• Gerenciais: comitês de farmácia e terapêutica, Gerenciais: comitês de farmácia e terapêutica,
protocolos clínicos, formulário terapêutico, relação de protocolos clínicos, formulário terapêutico, relação de
medicamentos essenciaismedicamentos essenciais
• Regulatórias: controle de mercado ou de práticasRegulatórias: controle de mercado ou de práticas
DESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA ODESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA O MEIO ACADÊMICO MEIO ACADÊMICO
Ensino de graduação e pós-graduação: Ensino de graduação e pós-graduação: Solução de problemasSolução de problemas Aprendizado ativoAprendizado ativo Espírito críticoEspírito crítico Desenvolvimento de pesquisas que dêemDesenvolvimento de pesquisas que dêem suporte a ações de saúdesuporte a ações de saúde
Educação continuada em serviço:Educação continuada em serviço: Busca e leitura crítica da informação científicaBusca e leitura crítica da informação científica Avaliação constante das ações de saúdeAvaliação constante das ações de saúde
Atualização em eventos científicos: inserção do tema URMAtualização em eventos científicos: inserção do tema URM
Educação da população: Automedicação responsávelEducação da população: Automedicação responsável
Medicamentos essenciais são aqueles Medicamentos essenciais são aqueles
que satisfazem as necessidades de que satisfazem as necessidades de
saúde prioritárias da população.saúde prioritárias da população.
Devem estar disponíveis em todos os Devem estar disponíveis em todos os
momentos, nas quantidades momentos, nas quantidades
adequadas, nas formas adequadas, nas formas
farmacêuticas apropriadas, com farmacêuticas apropriadas, com
assegurada qualidade e adequada assegurada qualidade e adequada
informação, a preço que o indivíduo informação, a preço que o indivíduo
e a comunidade possa pagar.e a comunidade possa pagar.
ESTIMULAR O USO DEESTIMULAR O USO DE
MEDICAMENTOS ESSENCIAISMEDICAMENTOS ESSENCIAIS
ESTRATÉGIAS PARA PROMOÇÃO DO URMESTRATÉGIAS PARA PROMOÇÃO DO URM
CURSOS SOBRE ENSINO PARA O USO RACIONAL CURSOS SOBRE ENSINO PARA O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSDE MEDICAMENTOS
SITUAÇÃO ATUAL NO BRASILSITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL
Cursos nacionais, regionais e institucionais sobre Ensino Cursos nacionais, regionais e institucionais sobre Ensino para o Uso Racional de Medicamentos (2002-2005)para o Uso Racional de Medicamentos (2002-2005)
I Congresso Brasileiro Sobre Uso Racional de I Congresso Brasileiro Sobre Uso Racional de Medicamentos (2005)Medicamentos (2005)
ParceriaParceriaOPAS / BrasilOPAS / Brasil
ANVISA - Gerência de Vigilância em Serviços Sentinela ANVISA - Gerência de Vigilância em Serviços Sentinela (GVISS – Núcleo de Vigilância em Eventos Adversos e (GVISS – Núcleo de Vigilância em Eventos Adversos e
Queixas Técnicas/NUVIG) (Projeto URM 2006) Queixas Técnicas/NUVIG) (Projeto URM 2006)
CURSOS SOBRE ENSINO PARA O USO RACIONAL CURSOS SOBRE ENSINO PARA O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS SITUAÇÃO ATUAL NO BRASILDE MEDICAMENTOS SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL
PARA FORMAÇÃO DE FACILITADORESPARA FORMAÇÃO DE FACILITADORES13 cursos13 cursos
20 estados brasileiros20 estados brasileiros
PARA PRESCRITORESPARA PRESCRITORES3 cursos3 cursos
3 estados brasileiros3 estados brasileiros
PARA PÓLOS e SECRETARIAS DA SAÚDEPARA PÓLOS e SECRETARIAS DA SAÚDE3 cursos na Região Sul de Santa Catarina3 cursos na Região Sul de Santa Catarina
NÚMERO ESTIMADO DE PARTICIPANTESNÚMERO ESTIMADO DE PARTICIPANTES750750
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSUSO RACIONAL DE MEDICAMENTOSCriação de nossos Criação de nossos slogansslogans publicitários publicitários
Medicamentos.Medicamentos.Prescreva com moderação!Prescreva com moderação!
Medicamento é como gente.Medicamento é como gente.Tem qualidades e defeitos.Tem qualidades e defeitos.
Não se deixe enganar!Não se deixe enganar!Seja mais inteligente!Seja mais inteligente!
Medicamento é como gente
Tem qualidades e defeitos. As qualidades – a gente admira Os defeitos – a gente agüenta ou não
Por isso, podemos ficar, (usar eventualmente)
Namorar, (usar por determinado tempo)
ou até casar com algum medicamento. (para o resto de nossas vidas)
Mas ele deve atender ao nosso jeito de ser. (eficácia para a condição clínica),
Deve ter uma convivência regrada. (dose e tempo de tratamento)
Não deve proporcionar mais problemas do que aqueles que já temos.(custo econômico e reações adversas).
O QUE FAZ BEM PRA SAÚDE?O QUE FAZ BEM PRA SAÚDE?
Cada semana, uma novidade. A última foi que pizza previne câncer do Cada semana, uma novidade. A última foi que pizza previne câncer do esôfago. esôfago. Acho a maior graça. Acho a maior graça. Tomate previne isso, cebola previne aquilo, Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas peraí, não exagere...mas peraí, não exagere... Diante desta profusão de descobertas, acho Diante desta profusão de descobertas, acho
mais seguro não mudar de hábitos. Sei direitinho o que faz bem e o que faz mais seguro não mudar de hábitos. Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde. Prazer mal pra minha saúde. Prazer faz muito bem. faz muito bem. Dormir me deixa 0 km. Dormir me deixa 0 km. Ler um Ler um bom livro bom livro faz eu me sentir novo em folha. Viajar me deixa tenso antes de faz eu me sentir novo em folha. Viajar me deixa tenso antes de
embarcar, mas depois eu rejuvenesço uns cinco anos. Viagens embarcar, mas depois eu rejuvenesço uns cinco anos. Viagens aéreas não aéreas não me incham as pernas, me incham o cérebro, volto cheio de me incham as pernas, me incham o cérebro, volto cheio de idéias. Brigar idéias. Brigar
me provoca arritmia cardíaca. Ver pessoas tendo acessos de estupidez me me provoca arritmia cardíaca. Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago. Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela embrulha o estômago. Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano. E telejornais os janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano. E telejornais os
médicos deveriam proibir - como doem! Essa história de que sexo faz bem médicos deveriam proibir - como doem! Essa história de que sexo faz bem pra pele acho que é conversa, mas mal tenho certeza de que não faz, pra pele acho que é conversa, mas mal tenho certeza de que não faz,
então, pode-se abusar. então, pode-se abusar.
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo faz muito bem: você exercita o autocontrole discussão está pegando fogo faz muito bem: você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada. Acordar de e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada. Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde. à saúde. E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda. ainda. Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate
ou muzzarela que previna. Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas ou muzzarela que previna. Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau! Cinema é melhor pra saúde do que tocando e o filme ser espetacular, uau! Cinema é melhor pra saúde do que
pipoca. Conversa é melhor do que piada. Beijar é melhor do que fumar. pipoca. Conversa é melhor do que piada. Beijar é melhor do que fumar. Exercício é melhor Exercício é melhor do que cirurgia. do que cirurgia. Humor é melhor do que rancor. Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente. Amigos são melhores do que gente influente. Economia é melhor do que Economia é melhor do que dívida. Pergunta é melhor do que dúvida. Tomo pouca água, bebo mais dívida. Pergunta é melhor do que dúvida. Tomo pouca água, bebo mais
que um cálice de vinho por dia, faz dois meses que não piso na academia, que um cálice de vinho por dia, faz dois meses que não piso na academia, mas tenho dormido bem, trabalhado bastante, mas tenho dormido bem, trabalhado bastante, encontrado meus amigos, encontrado meus amigos,
ido ao cinema e confiado que tudo isso pode me levar a uma idade ido ao cinema e confiado que tudo isso pode me levar a uma idade avançada. Sonhar é melhor do que nada.avançada. Sonhar é melhor do que nada.
Luis Fernando Veríssimo Luis Fernando Veríssimo