LEOPOLD TREPPER

EL GRAN JUEGO

EDITORIAL ARIEL BARCELONA - CARACAS - MÉXICO

*

El autor ha escrito directamente en francés esta obra con la colaboración de Patrick Rotman.

Se han incorporado a esta edición castellana las numerosas enmiendas y adiciones —a veces páginas enteras— que el autor ha creído conveniente intro-ducir en el texto de la edición original de su obra, así como el prólogo de la edición alemana que aquí se entrega a modo de epílogo.

Título original: LE GRAND J E U

Traducción de Juan de Benavent

Cubierta: TRIANGLE 1ªedición: abril de 1977

© 1975: Éditions Albin Michel, París © 1977 de la traducción castellana para España y América: Ariel S. A., Av. J. Antonio, 134, Esplugues de Llobregat (Barcelona)

Depósito legal: B. 13075 - 1977 ISBN: 84 344 4230 2

Impreso en España

1977. - 1. G. Seix y Barral Hnos., S. A. Av. J. Antonio, 134, Esplugues de Llobregat (Barcelona)

A Luba, la esforzada compañera de mi vida.

AGRADECIMIENTOS

Q u i e r o m a n i f e s t a r a q u í mí a g r a d e c i m i e n t o a c u a n t o s se han m o -vil izado en e l m u n d o e n t e r o p a r a lograr q u e yo p u d i e r a salir de Polo-nia . A los mi l i t an tes de los comi tés " p a r a la l iberac ión de T r e p p e r " , a los pa r t i dos , s indica tos y asoc iac iones q u e h a n p a r t i c i p a d o en este c o m b a t e , así c o m o a los s imples par t icu lares , les d e b o q u e haya p o d i -do escr ibir es te l ibro .

I g u a l m e n t e deseo expresa r mi g ra t i tud a los o r g a n i s m o s oficiales o p r ivados q u e han fac i l i tado mis pesquisas :

e l e q u i p o de l a s e ñ o r a Braem, del d e p a r t a m e n t o de " i n d a g a c i o -nes, d o c u m e n t a c i ó n y d e f u n c i o n e s " , i n t eg rado en el Minis te r io belga de la Salud Públ ica y la Famil ia ;

la d i recc ión del M é m o r i a l de B r e e n d o n k y, en par t i cu la r , el p r o -fesor Paul M. C. Lévy, del D e p a r t a m e n t o de Ciencias Económicas , Sociales y Polí t icas de la Univers idad Catól ica de Lova ina ;

el s e ñ o r J . Vanwelkenhyzen y los señores J e a n D u j a r d i n y J o s é Gotov i t ch , d i r ec to r y m i e m b r o s respec t ivamente del Cen t ro belga de Inves t igac iones y Es tudios His tór icos de la Segunda G u e r r a M u n d i a l ;

y el p r o f e s o r J e a n - L é o n Char les , de la Real A c a d e m i a Mil i tar de Bélgica.

Grac ias a t o d o s ellos, este l ibro es m á s c o m p l e t o y más exacto .

Po r ú l t imo , q u e todos los supervivientes de la O r q u e s t a Roja y sus famil ias e n c u e n t r e n a q u í mi f ra te rna l a g r a d e c i m i e n t o p o r la ayu-da q u e ine h a n p r e s t a d o con sus tes t imonios .

PREFACIO

Se me ücumó la idea de escribir mis recuerdos mientras aguardaba la auto-rización que me permitiera salir de Polonia, es decir, durante los tres años que permanecí en Varsovia sumido en una total soledad. En aquel estado de "preso en libertad", tan difícil de soportar en el plan moral, la única ocupación de mis pensamientos era la evocación del tiempo pasado.

Al llegar al término de su camino, todos /os hombres recuerdan en particu-lar una época privilegiada del mismo que los dejó marcados con mayor intensi-dad que las demás: cuando yo contemplo los setenta años ya transcurridos de mi vida, considero que lo más importante de ella es lo que me sucedió entre mis treinta y mis cuarenta años de edad: la época de la Orquesta Roja. Cierto es que el drama me acechaba entonces en todos los recodos del camino y que el peli-gro era mi más fiel compañero, pero de tener que comenzar de nuevo, gozosa-mente volvería a hacer lo mismo.

Hoy día —por fin— ya nada tengo que ocultar; mi única ambición estriba ahora en decir la verdad acerca de los cincuenta años de mi vida de militante.

Tal verdad, hela pues aquí...

APRENDIZAJE

1. DOS IMÁGENES

En este m o m e n t o su rgen en rni espír i tu dos imágenes , q u e indi-can con bas t an t e prec is ión las e tapas de mi existencia. La p r i m e r a me r emi t e de n u e v o a mi p r i m e r a infancia , e n j u l i o de 1914, c u a n d o vivía en Novy-Targ , p e q u e ñ a local idad polaca en la q u e nací. Un gr i to re-s u e n a a ú n en mis o í d o s :

—¡Han a p r e s a d o a un esp ía ru so ! En pocos instantes h a b í a c o r r i d o la voz has ta e l ú l t i m o r i ncón de

nues t r a p e q u e ñ a c iudad . . . Los r u m o r e s no fa l t aban en aque l los últi-m o s días de j u l i o de 1914. La not ic ia se p r o p a g ó a q u e l día p o r las ca-lles y de u n a a o t ra v e n t a n a : " ¡ H a n a p r e s a d o a un espía r u s o en el p u e b l o de P o r o n i n y a h o r a lo t r aen aqu í ' . " .

C o m o t o d o s los ch iqui l los de mi edad , cor r í a la estación de fe-r rocar r i l pa r a presenc iar la l legada del preso . El t ren e n t r ó en la esta-c ión. . . C u s t o d i a d o por u n a pare ja de guard ias , de scend ió de un va-g ó n un h o m b r e p e q u e ñ o , r e c h o n c h o , con peri l la r o j a en e l r o s t r o y u n a ancha g o r r a inc l inada s o b r e la f rente . Mezclado con los d e m á s m u c h a c h o s , seguí a l insól i to t r ío q u e cruzó la plaza m a y o r antes de p e n e t r a r en e l a y u n t a m i e n t o , d o n d e es taba d ispues ta u n a única celda p a r a los b o r r a c h o s vocingleros . Los gua rd ia s e n c e r r a r o n en ella al " e s p í a " . Pe ro al día s iguiente lo t r a s l ada ron a la cárcel , que se hal la-ba e x a c t a m e n t e f ren te a la s inagoga .

Aquel d í a e ra s á b a d o . En un ins tante , los j u d í o s a b a n d o n a r o n e l o f i c io re l igioso. F o r m a r o n p e q u e ñ o s g r u p o s de l an t e de la cárcel, h a -b l a n d o i n t e r m i n a b l e m e n t e de la gue r r a y del " e sp í a r u s o " . A l g u n o s * días más t a rde , éste fue t r an s f e r i do a Cracovia y los hab i t an t e s de Novy-Targ , s o b r e t o d o los j u d í o s , p u d i e r o n bur l a r se de un t e n d e r o de P o r o n i n q u e hab ía f iado al espía y a su m u j e r d u r a n t e varios m e -ses. La c r e d u l i d a d del t e n d e r o j u d í o s iguió s i e n d o m o t i v o de chanzas has ta un día de 1918 en q u e aquél r e c i b i ó . u n a car ta de Suiza. Muy p r o n t o la c i u d a d en te ra s u p o e l c o n t e n i d o de la m i s m a :

• 13 APRENDIZAJE

Confio que querrá excusarme por haberme marchado en 1914, debi-do a unas difíciles circunstancias, sin pagarle el d inero que le debía. Le ruego que acepte ia cantidad que le ad junto .

Vladímir I l i ch Lenin

L e n i n n o h a b í a o l v i d a d o . . . 1 Ta l lúe m i p r i m e r e n c u e n t r o c o n e l " e s p i o n a j e " y e l c o m u n i s m o . C a b r í a d i s c e r n i r en a q u e l s u c e s o u n a l l a m a d a de l d e s t i n o , p e r o a ia sazón yo sólo c o n t a b a c o n diez a ñ o s de e d a d c incluso i g n o r a b a e l s e n t i d o de es tas d o s p a l a b r a s q u e l u e g o me a c o m p a ñ a r í a n a lo l a r g o de t o d a mi vida.

Y sin e m b a r g o . . . Los a ñ o s h a n t r a n s c u r r i d o e n m e d i o d e e x t r a ñ o s c o m b a t e s , ha l l e g a d o la vejez y a s i m i s m o la s o l e d a d . . . Y he a q u í la se-g u n d a i m a g e n . U n a í é c h a : e l 23 de l e b r e r o de 1972.

Es e l d í a de mi c u m p l e a ñ o s . T e n g o sesen ta y o c h o a ñ o s y me h a l l o en nii casa . Los r e c u e r d o s de las f iestas q u e , en a ñ o s a n t e r i o r e s , r e u -n í a n a mi f ami l i a en esta o c a s i ó n , a c u d e n a h o r a a mi m e n t e y e n c o -n a n m i tr is teza. A n t a ñ o é r a m o s u n a s diez p e r s o n a s las q u e n o s s e n t á -b a m o s a l r e d e d o r de l a m e s a : mi m u j e r , m i s h i jos , sus c o m p a ñ e r a s y n u e s t r o s n i e to s . H o y , e n c a m b i o , es toy s o l o : d e s d e hace tres a ñ o s e l g o b i e r n o p o l a c o m e r e t i e n e " p r e s o " e n m i p r o p i o d o m i c i l i o , i m p i -d i é n d o m e así q u e m e r e ú n a c o n los m í o s , a q u i e n e s l a c a m p a ñ a an t i -s e m i t a h a a h u y e n t a d o del país .

D u r a n t e d ías y d ías el t e l é f o n o p e r m a n e c e s i lenc ioso . Es el a is la-m i e n t o to ta l . P e r o , d e p r o n t o , s u t i n t i n e o m e s o b r e s a l t a : m i m u j e r m e l l a m a p a r a d e s e a r m e u n feliz c u m p l e a ñ o s . L u e g o , d u r a n t e t o d o e l d í a , d e s d e F r a n c i a , D i n a m a r c a , Suiza, C a n a d á , Bélgica y E s t a d o s Uni -d o s , s o n mis h i j o s , m i s a m i g o s , m i s c o n o c i d o s e inc luso a l g u n o s des-c o n o c i d o s , a q u i e n e s ha a l e r t a d o la c a m p a ñ a q u e se d e s a r r o l l a a mi f a v o r e n E u r o p a , los q u e m e t e l e f o n e a n p a r a d e c i r m e e n b r eves pa l a -b r a s su s o l i d a r i d a d . Ya no e s toy so lo .

A q u e l 23 de f e b r e r o y los d ías q u e le s iguen , e l c a n c r o me t rae p o r l a m a ñ a n a n u m e r o s a s ca r t a s y t e l e g r a m a s p r o c e d e n t e s de l o d a s las p a r t e s de l m u n d o . D o s p a q u e t e s , r e m i t i d o s d e s d e los Países Bajos , c o n t i e n e n c e n t e n a r e s de c a r t a s de e sco l a r e s : a q u e l l o s d i b u j o s y a q u e -llas p a l a b r a s in fan t i l e s d e a m i s t a d y d e c o n s u e l o m e e m o c i o n a n has ta las l á g r i m a s . N o , ya no es toy s o l o . A n t e mis o j o s c o b r a n n u e v a vida a l g u n a s e scenas d e m i p r o p i a i n f a n c i a : N o v y - T a r g . . .

1. En 1918. Ia Rusia sovicúca carecía todavía de relaciones diplomática* con la mayo!' pai te de los p a i s o emopeo*, y Lenin tuvo que hacer pasar su cana por el territorio suizo. En 1914. lo ha-bían pues lo rápidamente cit libertad gracias a la intervención de los dirigente* *ocial dentó i ra ta* polacos: el "esp ia" de aquel entonces se había convenido ahora en el jefe de (a revolución de octti ine.

2. NOVY-TARG

Nací e l 23 de f e b r e r o de 1904 en Novy-Targ , p e q u e ñ a pob l ac ión de Galitzia q u e , a la sazón, e r a difícil e n c o n t r a r en un m a p a . La fami-lia T r e p p e r vivía en el n ú m e r o 5 de la calle Sobieski , h u m i l d e casa q u e m i p a d r e hab ía c o n s t r u i d o c o n sus p r o p i a s m a n o s , a c u m u l a n d o ladr i l los y deudas . La t i enda , especie de r e d u c i d o baza r q u e ofrecía a los c a m p e s i n o s las mercanc ías y los sencillos a p e r o s q u e éstos necesi-t aban , o c u p a b a la p lan ta ba j a . G r a n d e s costales l lenos de s imien te se a m o n t o n a b a n d i r e c t a m e n t e s o b r e e l suelo. Eran raras las ocas iones en q u e ios clientes p a g a b a n sus c o m p r a s c o n d i n e r o ; las m á s de las veces e n t r e g a b a n a c a m b i o de ellas a lgún p r o d u c t o de sus t ierras . En-c ima del a l m a c é n , el ún i co piso de la casa se dividía en tres a p o s e n -tos, h u m i l d e m e n t e a m u e b l a d o s , en los q u e vivíamos.

En los f r a g m e n t a r i o s y d i s con t inuos r ecue rdos de mi iníancia q u e todavía e m e r g e n en mi m e m o r i a , aque l los a ñ o s se me p r e s e n t a n e m -b e b i d o s de u n a t r a n q u i l a fe l ic idad, pese, a la e x t r e m a d a p e n u r i a en q u e vivían mis pad re s . Sin d u d a las imágenes s o m b r í a s y los recuer-dos de la miser ia co t id i ana se h a n e s f u m a d o c o n m a y o r faci l idad q u e la visión, hoy día a ú n n í t ida en mi mente , del conf i t e q u e mi p a d r e deslizaba b a j o mi a l m o h a d a c u a n d o , en los a lbo re s del día , se m a r -c h a b a a t r aba ja r . . .

Mi famil ia era ' ' t í p i c a m e n t e " j u d í a , p e r o ese " t í p i c a m e n t e " cons-tituía la caracterís t ica de todas las famil ias j u d í a s . Mi ape l l i do , T rep -per , no conserva el m e n o r vestigio de mis or ígenes . Mis amigos , los T rauens t e in , H a m e r c h l a g , Singer , Zo lman , etc., pose ían a s i m i s m o un ape l l ido g e r m a n i z a d o . Un día , p r e o c u p a d o p o r esta cues t ión , pedí q u e me la ac la ra ra e l p r e c e p t o r q u e , una vez p o r s e m a n a , nos reunía p a r a e n s e ñ a r n o s d u r a n t e u n a h o r a l a h is tor ia del p u e b l o j u d í o . Me expl icó q u e , a f inales del siglo xix, a los j u d í o s del i m p e r i o aus t ro-h ú n g a r o les fue p e r m i t i d o c a m b i a r de ape l l ido . Las a u t o r i d a d e s de Viena p e n s a b a n , sin d u d a , q u e u n o s p a t r o n í m i c o s a l e m a n e s facilita-r í an u n a m e j o r in tegrac ión de los j u d í o s c o n l a p o b l a c i ó n aust r íaca . Inc luso se m o d i f i c a r o n los n o m b r e s p r o p i o s . De ah í q u e en mi par'ti-

13 APRENDIZAJE

da de n a c i m i e n t o t iguré e l n o m b r e y ape l l ido de L e o p o l d T r e p p e r . La c o m u n i d a d j u d í a de Novy-Targ , cons t i tu ida p o r unas tres mil

pe rsonas , se hab ía i m p l a n t a d o allí c u a n d o se i u n d ó la c i u d a d en la Edad Media . La c o m a r c a de su a l r e d e d o r es taba hab i t ada p o r c a m -pes inos m u y p o b r e s , q u e p r o c u r a b a n a r r a n c a r a u n a t ierra ingra ta su m e n g u a d o sus ten to .

En los pueb los , só lo se c o m í a p a n u n a vez p o r s e m a n a . Las galie-tas de pa ta tas y la col cons t i tu í an la pi tanza habi tua l . Cen tena res de c a m p e s i n o s a c u d í a n los d o m i n g o s a Novy-Targ p a r a asistir a m i s a ; l levaban sus zapa tos s o b r e el h o m b r o y só lo se los ca lzaban an tes de e n t r a r en la iglesia. Los j u d í o s q u e cu l t ivaban la t ierra no g o z a b a n de una m e j o r s i tuac ión . T a m b i é n a ellos un p a r de zapa tos deb ía d u r a r -les t oda la vida. En aque l lo s p u e b l o s no exist ían c a m p e s i n o s r icos : a los especialistas de la colect ivización sin d u d a les habr ía cos tado m u -cho t r a b a j o descubr i r en ellos a lgunos kulaks. Inc luso en la m i s m a c iudad de N o v y - T a r g e r a n escasos los g r a n d e s burgueses .

En e l c e n t r o de la c iudad —único lugar q u e no ha c a m b i a d o has la hoy— vivía un r e d u c i d o n ú m e r o de j u d í o s y po lacos a c o m o d a d o s : comerc ian tes , méd i cos , a b o g a d o s . Pe ro en c u a n t o u n o se a le jaba de ese núc leo cent ra l p a r a p e n e t r a r en las calles secundar ías , q u e d a b a s o r p r e n d i d o p o r la p o b r e z a de las t e n d u c h a s ar tesanales .

De ah í q u e no de jase de a u m e n t a r cada a ñ o e l n ú m e r o de los q u e e i n i g r a h a n a los Es tados Un idos y al C a n a d á . E s p e r a n d o e n c o n t r a r allí e l edén , se p r e p a r a b a n a l e g r e m e n t e p a r a aque l l a rgo viaje. T o d a -vía los veo, con el cue l lo de la camisa a m p l i a m e n t e a b i e r t o s o b r e lo q u e les servía de t ra je . C a r g a d o s con p e q u e ñ a s male tas de m a d e r a , e n a r b o l a b a n , n o sin o rgu l lo , u n e s p l é n d i d o s o m b r e r o h o n g o .

Me a p r e s u r o a a ñ a d i r q u e e l a n t i s e m i t i s m o era d e s c o n o c i d o en Novy-Targ . Las re lac iones q u e sos ten ían a m b a s c o m u n i d a d e s , la ju-día y la catól ica , e r a n m u y amis tosas . Y eso quizá se exp l ique p o r el h e c h o de q u e N o v y - T a r g pe r t enec ía en aque l l a época a l i m p e r i o aus -t r o h ú n g a r o y éste p rac t i caba u n a polí t ica h a r t o l iberal p o r lo q u e se ref iere a sus m i n o r í a s nac iona les . A este respecto, quis iera c o n s i g n a r aquí u n a a n é c d o t a . Un día se e s p e r a b a en Novy-Ta rg la l legada del a r z o b i s p o de Cracovia , m o n s e ñ o r Sapieha . Los líeles catól icos se a p r e s t a b a n a rec ib i r lo , lo q u e no d e j a b a de ser p e r l e a a i n e i n e n o r -mal . Pero lo s o r p r e n d e n t e del caso era q u e t amb ién la c o m u n i d a d judía p r e p a r a b a , p o r su pa r t e , el r ec ib imien to de m o n s e ñ o r . Y así, al l legar el d ía de la visita, el a r z o b i s p o b e n d i j o an te mi l la res de catól i -cos a l r ab ino , que , con g ran p o m p a , h a b í a sal ido a su e n c u e n t r o des-de la s inagoga .

Mis p a d r e s e r a n creyentes , p e r o p rac t i caban sin exceso. Los vier-nes p o r la n o c h e mi m a d r e encend ía unas velas y, en la c o m i d a nos

NOVY-TARG 19

servía s i e m p r e pescado , a u n en e l caso de q u e h u b i é s e m o s t en ido q u e a y u n a r a l m e d i o d í a pa ra c o m p e n s a r a q u e l gas to e x o r b i t a n t e . Los sá-b a d o s a c u d í a m o s a la s inagoga. Pero p a r a noso t ros , los n iños , la práct ica religiosa se t r aduc ía s o b r e t o d o p o r la observanc ia de las f i e s t a s t rad ic iona les , en las q u e é f a m o s n u m e r o s o s los q u e nos sentá-b a m o s a l r e d e d o r de l a mesa lámi l ia r pa r a s a b o r e a r u n o s m a n j a r e s m u y dis t in tos a los q u e cons t i tu ían n u e s t r o sus ten to co t id i ano . Aun-q u e p o r lo r egu la r c o m í a m o s kasher, esta c o s t u m b r e tenía sus Uiuiies. A veces mi m a d r e ine m a n d a b a a c o m p r a r j a m ó n sin q u e de ja ra de r e c o m e n d a r m e :

— Procu ra q u e n a d i e te vea e n t r a r en la tociner ía . Aquel la vida t r anqu i l a , e m b e b i d a de sosiego famil iar , d e b í a ser

r á p i d a m e n t e p e r t u r b a d a . Y así, ya en los p r i m e r o s días de la gue r ra , los s o l d a d o s q u e f o r m a b a n la r educ ida g u a r n i c i ó n de Novy-Tai 'g se e n c a m i n a r o n al f rente . Su m a r c h a cons t i tuyó una especie de f iesta . Se l uc ron , con la b a n d a de música al f r en te y una l lor en el lusil, en me-d io del júb i lo p o p u l a r . Yo c o n t e m p l é c o m o pa r t í an aque l lo s h o m -bres, q u e h a b í a n r ec ib ido la o r d e n de ir a l ucha r p o r el Kaiser. Los meses pa sa ron , s o m b r í o s y si lenciosos. Luego vi c o m o reg resaban los m u t i l a d o s y c o m o se l l enaban de he r idos los hosp i ta les : el n i ñ o q u e yo era en tonces c o m p r e n d i ó q u e l a gue r ra no g u a r d a b a n i n g u n a semejanza con una excur s ión p lacen te ra .

C ie r to d ía c o r r i ó c o m o r e g u e r o de p ó l v o r a p o r Novy-Tai g un ru-m o r e s p a n t o s o : " ¡ L l e g a n los c o s a c o s ! " . S a b i d o es que , p a r a tbs ju-díos, la p a l a b r a cosaco evoca s i empre los pogroms. Con la m a y o r p re -m u r a se o rgan izó la evacuac ión de los j u d í o s a Viena. La familia T r e p p e r se m a r c h ó , pues , c o m o t o d a s las d e m á s .

En genera l , se cree q u e los n iños no se o c u p a n de pol í t ica . Las más de las veces eso no de ja de ser c ier to . Pero así se echa en olvido cjue la pol í t ica, p o r el con t r a r i o , sí q u e se o c u p a de los n iños . Por mi par te , fue en Viena d o n d e c o m e n c é a leer los pe r iód icos . En ellos se-guía a t e n t a m e n t e t o d o c u a n t o ocu r r í a en e l I rente . Además , hab ía in-g r e sado en el liceo j u d í o y la cues t ión rel igiosa e m p e z a b a a a t o r m e n -ta rme . Ser j u d í o seguía s i endo p a r a mí u n a noc ión con lusa . Pero cier to s á b a d o , esta noc ión deb ía c o b r a r todavía u n a m a y o r y s ingular compl i cac ión .

Aquel d ia hab ía e n t r a d o con mi p a d r e en un t emplo . Unas m u -chachas c a n t a b a n en él de un m o d o maravi l loso . A la sa l ida , dos de ellas p a s a r o n p o r mi lado . Q u é so rp resa l a mía c u a n d o o í q u e una e x c l a m a b a : ((Jesús Mar ía , ¡qué mal h e m o s c a n t a d o hoy " E s c u c h a , Is-r a e l " ! » . Tales pa l ab ra s me s u m i e r o n a ) p u n t o en un a b i s m o de per -p le j idad . ¿ C ó m o es posible , me dije, q u e u n o s no j u d í o s p u e d a n can-tar tan b ien en un t e m p l o la p legar ia s o l e m n e de los j u d í o s D e c i d í -

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damen te , la rel igión se me presen taba c o m o una cuest ión muy c o m -pleja.

Pero a ú n no h a b í a l legado al final de mis sorpresas de n iño. Re-cue rdo q u e ine hab ía a c o s t u m b r a d o a c o m p r a r un c u c u r u c h o de he-lado a un comerc ian te i tal iano c u a n d o salía del liceo. En Viena, los i ta l ianos tenían faina de e l abora r los me jo res helados. Pero una t a rde me e n c o n t r é con que había desaparec ido mi p r o v e e d o r habi tua l . Fui de t ienda en t ienda y todas las hallé cerradas. La razón de ello era q u e Italia acababa de en t ra r en guer ra con t ra los dos e m p e r a d o r e s . A par t i r de aque l día , los vieneses, a su f rase habi tual : " i Q u e Dios cas-t igue a Ing la t e r ra ! " , con la q u e solían saludarse , a ñ a d i e r o n : l iY des-truya a I ta l ia" . ¿ Q u é iba a hacer el buen Dios? ¿Escuchar ía a los aus-t r íacos? ¿ Har ía q u e los a l iados f rancobr i tán icos pe rd i e r an la g u e r r a ? ¿O bien ac tuar ía en sentido c o n t r a r i o ? ¿ C ó m o iba a escoger en t re a m b o s con tend ien te s? Todas esas cuest iones me sumían a s imi smo en una gran pe rp le j idad .

Pero mi desazón alcanzó su p u n t o cu lminan t e un día de g ran re-goci jo p o p u l a r . Las t ropas austríacas hab ían o c u p a d o la fortaleza de Przernysl, y Viena ce lebró aquel la victoria con g randes manifes tac io-nes patr iót icas. A lo largo de las calles enga lanadas , la m u c h e d u m b r e convergía hacia el palacio del e m p e r a d o r . La alegría estal laba p o r to-dos lados. La gente se abrazaba , reía, gr i taba . T o d o el m u n d o corr ía . A mi lado, una anciana j ud í a p r o c u r a b a seguir el m o v i m i e n t o de] gent ío. Arras t raba p o r la m a n o a u n a chiquil la y gri taba con todas sus fuerzas : " ¡Viva el Kaiser! ¡Viva el Kaiser!" . Pe ro m u y p r o n t o , ago tada y j a d e a n t e p o r el esfuerzo real izado, soltó en y iddish : " ¡ Q u e reviente! ¡Ya no p u e d o m á s ! " . Tai blasfemia, en un día c o m o aquel , era para t u rba r e l á n i m o de un m u c h a c h o . De nuevo t ropezaba yo con las mismas in te r rogac iones : ¿ d ó n d e está el b i en? , ¿ d ó n d e está el m a l ?

No cabía d u d a de que e í i n u n d o poseía más incer t idunibres q u e ce r t i dumbres . Lo mi smo q u e la rel igión, t ambién la guer ra per tene-cía a ese universo incierto. Existían c ier tamente las bande ras , las ban -das de música, los partes victoriosos, la alegría p o p u l a r . Pero, ¿ c ó m o el n i ñ o q u e yo era a la sazón p o d í a de ja r de ver el reverso de aquel los espectáculos? La guer ra se-había e n s a ñ a d o con nues t r a familia. No sólo hab ían s ido movilizados mis dos h e r m a n o s , sino que a u n o de ellos se le d a b a p o r desaparec ido en el f rente de Italia, mient ras el o t ro h a b í a ca ído her ido en aque l m i s m o frente. I n m e d i a t a m e n t e mi p o b r e p a d r e par t ió en busca de su h i jo en unas condic iones espan to-sas. Así llegó hasta las p r imeras líneas. Y allí lo descubr ió en un pe-q u e ñ o hospi ta l de c a m p a ñ a . Supo en tonces que , d u r a n t e un caño-neo, su h i jo se hab ía visto prec ip i tado en el cráter ab i e r to p o r un

N O V Y - T A R G 21

o b ú s y la de f l ag rac ión lo h a b í a d e j a d o s o r d o y m u d o . Mi p a d r e Jo t r a n s p o r t ó a un hosp i t a l de la r e t agua rd i a d o n d e , grac ias a los pa-cientes c u i d a d o s q u e se le p r o d i g a r o n , mi h e r m a n o r e c o b r ó parcial-m e n t e el uso del o í d o . Es fácil imag ina r se la tristeza q u e re inaba en mi h o g a r d u r a n t e aque l l a época . En s u m a , me lúe d a d o ver en Viena e x a c t a m e n t e lo c o n t r a r i o de lo q u e nos e n s e ñ a b a n en el liceo.

¡ A m a r g a lección, c i e r t amen te ! Dos a ñ o s después de nuestra lle-gada a Viena , r e g r e s a m o s a Novy-Targ .

Ya no r e c u e r d o lo q u e f u e a q u e l regreso . En c a m b i o , sé muy bien q u e , p o r aque l l a época , mis i n c e r t i d u m b r e s rel igiosas se t r o c a r o n en un sen t imien to de rebe ld ía . C u a n d o , en el d i scurso del p e r d ó n , e l ra-b i n o e n u m e r a b a con precisión todas las clases de m u e r t e q u e nos a c e c h a b a n , yo pod ía segui r en el r o s t r o de los fieles el e lecto q u e les p r o d u c í a n tales pa l ab ras . Al final, veía los rasgos de todos ellos de-f o r m a d o s p o r e l m i e d o . Aque l lo me parecía m o n s t r u o s o y , p o r mi pa r t e , no a d m i t í a ya aque l l a sumis ión , q u e e l r i tual i m p o n í a , p e r o cuya única ra¿ón de ser consist ía en hace r q u e aquel la p o b r e gen te o lv idara su miser ia .

En lugar de a l i m e n t a r al p u e b l o , se le a t i b o r r a b a de op io . Esa ve rdad , yo no la h a b í a le ído en M a r x , de q u i e n incluso ignoraba e l n o m b r e , p e r o l a c a m p i ñ a p o l a c a e ra u n l ibro a b i e r t o p a t a q u i e n qu i -siera a p r e n d e r .

En 1917, mi pad re , p r e m a t u r a m e n t e d e s m e j o r a d o , m u r i ó a la e d a d de c u a r e n t a y siete años , f u l m i n a d o p o r u n a crisis cardíaca . Se-g ú n la t r ad ic ión j u d í a , e l m u n d o se de tuvo d u r a n t e siete días. En ca-sa, c e r r a m o s los pos t igos de las ventanas , c u b r i m o s los espejos con un velo y p e r m a n e c i m o s u n a s e m a n a en la p e n u m b r a , sen tados en unas sillas ba j a s . El gen t ío q u e a c u d i ó al e n t i e r r o lúe n u m e r o s o ; en el c e m e n t e r i o , e l r a b i n o , a l p r o n u n c i a r la o r a c i ó n f ú n e b r e , a cep tó aque l la vo lun t ad de Dios " l l e n o de b o n d a d " . Una vez más j u z g u é aque l l a sumis ión a la fa ta l idad c o m o u n a in to le rab le injusticia. Allí t e r m i n é c o n la re l ig ión. Me desen tend í de aque l Dios ciego pat a inte-r e s a r m e p o r los seres, b u e n o s y f ra ternales , q u e descubr ía s u m i d o s en la desgrac ia . Al p e r d e r la fe, e m p e c é a creer en la h u m a n i d a d . Pensa-ba q u e si el h o m b r e era consciente de su cond ic ión y es taba resuel lo a c a m b i a r l a , no d e b í a e spe ra r su salvación m á s q u e de s í m i s m o y no d e b í a remi t i r se p a r a e l lo a un h ipo té t i co m á s allá. Ayúdate , p o r q u e e l cielo no te a y u d a r á : esta idea c o b r ó pa r a mí la Íuei7.a de la evidencia y se mater ia l izaba en la proeza de a q u e l vo la t inero del c i rco Krone —al q u e ini p a d r e nos h a b í a c o n d u c i d o en Viena a lgunas vet es—, q u e evo luc ionaba en el vacío sin la p ro tecc ión de u n a red.

Así veía la vida en el m o m e n t o de de ja r a t rás mi infanc ia : un peli-g r o s o ejercicio de equ i l i b r io , un riesgo p e r m a n e n t e .

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Llegaba a la e d a d a d u l t a en e l m o m e n t o en q u e e l m u n d o e m e r -gía de varios a ñ o s de b a r b a r i e . En la nueva Po lon i a r e c o n s t r u i d a des-pués de la gue r ra , las m i n o r í a s nac ionales , q u e an tes e s t aban suje tas a l d o m i n i o a l e m á n , aus t r í aco o ruso , r e p r e s e n t a b a n u n a tercera p a r t e de la p o b l a c i ó n . N a d a se hac ía pa r a l og ra r la as imi lac ión de los tres mi l lones de j u d í o s p o l a c o s : exist ían todas ias cond ic iones r e q u e r i d a s pa r a la r e a p a r i c i ó n del an t i s emi t i smo . Varios p a r t i d o s pol í t i cos se hab ían d e c l a r a d o a b i e r t a m e n t e an t i semi tas y era pa t en t e la inf luencia q u e e jerc ían s o b r e el g o b i e r n o . Al gr i to d e : " ¡ L o s j u d í o s a Palesti-na . ' " , se ins t i tuyó el numerus clausus en las univers idades . El g o b i e r n o p r o m u l g ó var ios decre tos p o r los q u e se p r o h i b í a e l acceso de los j u -díos a la a d m i n i s t r a c i ó n estatal. Se c r e a r o n n u m e r o s o s comerc io s y coopera t ivas pa ra c o m p e t i r con los negocios j u d í o s y se d e s e n c a d e n ó u n a c a m p a ñ a p a r a induc i r a la p o b l a c i ó n a q u e ' ' c o m p r a r a en las t iendas p o l a c a s " .

C o n v e n c i d o de q u e e l j u d a i s m o no se def in ía ú n i c a m e n t e p o r la referencia a una religión, sino que vivía y se perpe tuaba en u n a minor ía nac iona l que , no sat isfecha con saberse fo r jada p o r var ios siglos de pe rsecuc iones y su f r imien tos , pose ía a d e m á s u n a lengua , u n a cu l tu ra y unas t rad ic iones p rop i a s , ine afil ié a un m o v i m i e n t o j u d í o do j u v e n -tud, el H a s h o m e r Hatza i r . De insp i rac ión sionista, el H a s h o r n e r Hatzai r , c r e a d o en Viena d u r a n t e la gue r r a (en e l a ñ o 1916) p o r un p e q u e ñ o g r u p o d e j ó v e n e s intelectuales j ud íos , s e hab ía d e s a r r o l l a d o r á p i d a m e n t e en t o d a la E u r o p a or ien ta l y se p r o p o n í a ha l la r en Pa-lestina la so luc ión defini t iva al p o r v e n i r del p u e b l o j u d í o : ¿acaso no h a b í a a n u n c i a d o la dec la rac ión Ball 'our, el 2 de n o v i e m b r e de 1917, q u e los ingleses e s t a b a n dec id idos a crear un h o g a r nac iona l j u d í o en Pa les t ina?

El H a s h o m e r Hatza i r n u t r í a la a m b i c i ó n de f o r m a r a u n o s h o m -bres nuevos que , r o m p i e n d o con e l estilo de vida de la p e q u e ñ a b u r -guesía, sabr ían es tablecer e n t r e sí u n a s re laciones f ra te rna les . La in-f luencia m a r x i s t a e r a cons ide rab l e en nuest ra o rgan izac ión , en la q u e ejercía u n a fue r t e a t r acc ión la revo luc ión de oc tub re . El 22 de ju l io de 1918 se ce lebró en T a r n o v a , Galitzia, su p r i m e r c o n g r e s o . En el o r d e n del día f i g u r a b a l a i n t e r rogac ión f u n d a m e n t a l : ¿ c ó m o h e m o s de resolver la cues t ión nac iona l j u d í a ? Tres tendencias se e n f r e n t a r o n en t re sí. Para los r ep r e sen t an t e s de la p r imera , era prec iso in tegrar -nos en e l p a r t i d o c o m u n i s t a po l aco , p o r q u e sólo la r evo luc ión social, i n sp i r ándose en el e j e m p l o bo lchev ique , a p o r t a r í a u n a so luc ión a los p r o b l e m a s de las m i n o r í a s nacionales . La s egunda t endenc ia p reco-nizaba la m a r c h a a Pales t ina y la creación en ella de un Es tado l ibera-do del c a p i t a l i s m o ; los mi l i tan tes se verían o b l i g a d o s a a b a n d o n a r las un ivers idades y las fábr icas pa r a volver a la t ierra e ins t au ra r un estilo

NOVY-TARG 23

de vida igual i tar ia . El tercer g r u p o , en fin, al q u e yo per tenec ía , c o n -s ideraba que , sin d e j a r de mi l i ta r en e l H a s h o m e r Hatzai r , t en í amos q u e c o o p e r a r a l m i s ino t i e m p o con e l m o v i m i e n t o comun i s t a . No se a d o p t ó n i n g u n a reso luc ión en aque l congreso , salvo la de q u e yo pa -sara a ser el d i r igen te de la o rgan izac ión en la c iudad de Novy-Targ . En la s e g u n d a a s a m b l e a , q u e tuvo lugar en la c iudad de Lvov el a ñ o 1920, me e l ig ie ron m i e m b r o de la d i recc ión nac iona l . Entonces , a los dieciséis a ñ o s de e d a d , dejé el l iceo y e m p e c é a t r a b a j a r c o m o a p r e n -diz de r e lo je ro . Lo m á s i m p o r t a n t e de mi t r a b a j o consistía en d a r cue rda cada día a l r e lo j de la iglesia, p e r o no m o s t r a b a n i n g u n a dis-posic ión pa r t i cu la r p a r a e jercer aque l o l i d o .

En 1921 se p r o d u j o un h e c h o i m p o r t a n t e : mi famil ia a b a n d o n ó Novy-Ta rg p a r a ir a vivir en D o m b r o v a , Silesia. Aquel la r eg ión se ha -llaba f u e r t e m e n t e indus t r i a l i zada : toda ella se vera ennegrec ida p o r el po lvo del c a r b ó n . Las cond ic iones de vida de los o b r e r o s e ran a t ro -ces. En ve rdad , allí f u e d o n d e p o c o a p o c o se a l i r m ó en mí la con-ciencia de pe r t enece r a la clase o b r e r a . T r a s la cues t ión nac iona l , des-cubr í en tonces la lucha de clases. Dirigía la o rgan izac ión del H a s h o -m e r Hatza i r , p e r o a l m i s m o t i e m p o mi l i t aba c l a n d e s t i n a m e n t e en las juventudes comun i s t a s . Fue en aque l l a é p o c a c u a n d o escogí pa r a mi ac tuac ión pol í t ica e l p s e u d ó n i m o de " D o m b " , f o r m a d o p o r las cua-t ro p r i m e r a s letras de D o m b r o v a , p s e u d ó n i m o q u e luego conservé d u r a n t e t oda mi vida de mi l i tan te .

Mi famil ia se m o r í a l i t e ra lmen te de h a m b r e , sin q u e yo log ra ra e n c o n t r a r un e m p l e o estable . T r a b a j é suces ivamente en u n a indus t r ia me ta lú rg ica y luego en u n a fábr ica de j a b ó n . Pa ra gana r a lgún d i n e r o realicé mi p r i m e r t r a b a j o ilegal. D e b i d o a l j u e g o de los impues tos lo-cales, e l a l coho l era m á s b a r a t o en D o m b r o v a q u e en Cracovia . Re-sul taba , pues , f r u c t u o s o su t r a n s p o r t e de u n a a o t r a c iudad . C o r n o la policía e fec tuaba f r ecuen tes regis t ros , me con lecc ioné p a r a eludir los un c i n t u r ó n especial en e l q u e escond ía a lgunas bote l las de f o r m a a p l a n a d a . Así era i m p o s i b l e q u e la pol ic ía sospecha ra su presencia b a j o mi camisa. A p r o v e c h a b a mis viajes a Cracovia pa r a asistir, s iem-p r e q u e podra , a a lgunas clases en la un ivers idad . Mi cu r io s idad inte-lectual, diversa e insaciable , se inc l inaba e n t o n c e s hacia las ciencias del h o m b r e : ps icología y soc io logía . Leía a F r e u d con avidez, in ten-t a n d o c o m p r e n d e r así los impu l sos secretos q u e nos mueven . En nues t ras d iscus iones con mis a m i g o s del H a s h o m e r Hatzai r , a m b i -c i o n á b a m o s crear a un h o m b r e n u e v o , l i be r ado de pre ju ic ios y alie-naciones . Para log ra r lo , me parec ía q u e e l psicoanális is p o d í a pres-ta rnos u n a cons ide rab l e a y u d a .

No p o r el lo d e s c u i d a b a la vida pol í t ica , en la q u e cada d ía e r a m a y o r mi pa r t i c ipac ión . R e u n i o n e s , man i fes tac iones , redacc ión y

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d i s t r ibuc ión de p r o c l a m a s , etc., e r a n las ta reas q u e o c u p a b a n la m a -yor pa r te de mi t i e m p o . Y es q u e e l m o v i m i e n t o o b r e r o , en p l ena pu -janza , se ha l l aba e m p e ñ a d o en unas g r a n d e s luchas. En 1923 los t ra-b a j a d o r e s de Cracovia se i n s u r r e c c i o n a r o n con t r a la miser ia , dec la ra -r o n la hue lga genera l y o c u p a r o n la c i udad . El g o b i e r n o envió c o n t r a ellos a las u n i d a d e s de lanceros . Los e n t o n t a m i e n t o s c r u e n t o s se p r o l o n g a r o n d u r a n t e var ios días . C o m o y o pa r t i c ipaba ac t ivamen te en el m o v i m i e n t o , conoc í p o r p r i m e r a vez la violencia po l ic íaca . Ins-cri to desde a q u e l m o m e n t o en la "l is ta n e g r a " , ya no me q u e d a b a la m e n o r pos ib i l i dad de e n c o n t r a r t r aba jo . Ten ía q u e e legir : o " s u m i r -m e " en la c l andes t i n idad , o m a r c h a r m e a Palest ina con la esperanza de c o n s t r u i r allí u n a soc iedad socialista, en la q u e ni s iqu iera se p l a n -tearía e l " p r o b l e m a j u d í o " .

3. PALESTINA

En abri l de 1924, provis to de un p a s a p o r t e regu la r , me m a r c h é a Pales t ina f o r m a n d o pa r t e d e u n g r u p o d e u n o s q u i n c e c o m p a ñ e r o s , cuya e d a d era, c o m o la mía , de u n o s veinte a ñ o s . Ca rec í amos de di-n e r o y l l evábamos nues t ro escaso e q u i p a j e en un hat i l lo e c h a d o so-b r e e l h o m b r o . La p r i m e r a e t apa fue Viena . R e c o r d é en tonces con e m o c i ó n los meses q u e hab ía vivido allí c o n mi p a d r e . ¡ Q u é le janos me p a r e c i e r o n ! A l o j a d o s g r a t u i t a m e n t e en un a n t i g u o cuar te l , r eco-r r i m o s la c i u d a d de p u n t a a p u n t a , v i s i tando m o n u m e n t o s y museos , con e l f renes í de u n o s p rov inc ianos q u e d e s c u b r e n la capi tal . Una o r -ganizac ión de a y u d a a ios emig ran t e s n o s e n t r e g ó la can t idad necesa-ria pa r a p r o s e g u i r el viaje y, tras o c h o d ías de estancia en la capi tal aus t r í aca , t o m a m o s de nuevo e l t ren p a r a Tr ies te p r i m e r o y Brindisi luego, d o n d e e m b a r c a m o s e n u n viejo c a r g u e r o t u r co q u e e m p l e ó diez días en llegar a Beirut .

N u e s t r o b a r c o a t racó j u n t o a un b u q u e q u e es taba c a r g a n d o car-b ó n . C o n e l to r so d e s n u d o , cen tenares de á r a b e s t iznados p o r e l po l -vo del c a r b ó n avanzaban l en t amen te en h i le ra y s u b í a n a cub ie r t a , d o b l a d o s b a j o e l p e s o de Jos sacos. Aquel m o v i m i e n t o , lento, m e t ó -d ico , h o r m i g u e a n t e , parecía surg i r de la his tor ia . Así es c o m o me i m a g i n a b a la cons t rucc ión de las p i r á m i d e s de Egipto . . .

—¿ C u á n t o les p a g a n p o r ese t r a b a j o de esclavos? —pregunté a un m a r i n e r o .

— C o m p r e n d a , s eñor —ine respondió—, q u e a h o r a en t ra usted en un m u n d o d i s t in to del q u e has ta a h o r a ha c o n o c i d o . Aquí los h o m -bres sust i tuyen a las acémilas. ¿ C u á n t o g a n a n ? A h o r a lo veta us ted, p u e s t o q u e se lo van a co tner al m e d i o d í a .

U n o s m o m e n t o s más t a rde se oyó un s i lbido. La hilera se de tuvo y se d ispersó . Los h o m b r e s se r e u n i e r o n en p e q u e ñ o s g r u p o s y, sen-t ados s o b r e sus talones, c o m i e r o n r á p i d a m e n t e un pedazo de p a n y u n o s tomates .

H a b í a c o n o c i d o la pobreza en Po lon ia . Pero en mi p r i m e r c o n -tacto c o n el P r ó x i m o Or ien te , descubr ía la miser ia . N u e s t r o b a r c o se

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hizo de n u e v o a la m a r y n o s o t r o s d e s e m b a r c a m o s p o r fin en Ja l l a . Después de descende r p o r la pasare la , me q u e d é inmóvi l en e l

muel le , c o n t e m p l a n d o e l e spec tácu lo de aque l p u e r t o que , b a j o un sol a b r u m a d o r , e r a r e a l m e n t e p a s m o s o pa r a u n j o v e n e u r o p e o acos-t u m b r a d o al cielo b a j o y gris de nues t ras la t i tudes. La luz c r u d a y d e s l u m b r a n t e me o b l i g a b a a e n t o r n a r los o jos . Por en t r e los p á r p a -d o s m e d i o ce r r ados o b s e r v a b a la e x t r e m a d a ag i tac ión de (a gente , q u e parec ía p resa de un m o v i m i e n t o t u r b u l e n t o , i r rac ional y deli-rante .

Los h o m b r e s , envue l tos en sus anchas y mu l t i co lo re s chi labas , con la cabeza cub ie r t a con u n a khcf l ía , a t a r e a d o s , r á p i d o s y nervio-sos, se e m p u j a b a n y se i n t e r p e l a b a n con tan ta violencia q u e d a b a n la impres ión de estar p e l e á n d o s e . E l b a r r i o e n t e r o parecía no ser m á s q u e u n a gigantesca reyerta .

—Son de nues t ra m i s m a íámil ia —cuchicheé a l a m i g o q u e se hal la-ba a mi l ado .

—¿ Por q u é ? —Porque hab lan con las m a n o s , lo m i s m o q u e n o s o t r o s . P e n e t r a m o s en la c iudad y allí n u e s t r o e x t r a ñ a m i e n t o lúe to ta l :

cal lejuelas to r tuosas , t iendecil las a tes tadas de gen te r u i d o s a y ab iga-r r ada , á r a b e en su mayor í a , m u j e r e s q u e a n d a b a n c o n e l ro s t ro cu-b ie r to p o r un velo y la m i r a d a ba j a , r u i d o incesante , gr i tos es t r iden-tes, o lo res pene t r an t e s de f ru tas q u e e l sol a b r u m a d o r a c a b a b a de m a d u r a r , ca lo r so focan te , i n s o p o r t a b l e p a r a los j óvenes " n ó r d i c o s " d e ro s t ro pá l ido q u e é r a m o s noso t ro s . . . M e s e d u j o i n m e d i a t a m e n t e aquel la vida de tan múl t ip les facetas.

Tel Aviv f u e nues t r a s e g u n d a e t apa . Por a q u e l en tonces só lo era un h u m i l d e caser ío . La Casa de los I n m i g r a n t e s —en la q u e estaba previs to q u e p e r m a n e c e r í a m o s d u r a n t e a l g u n o s días— se a lzaba en las a f u e r a s ; p o r la n o c h e me d e s p e r t a b a n s o b r e s a l t a d o los au l l i dos de los chacales q u e m e r o d e a b a n p o r las cercanías .

M e q u e d a b a n a ú n m u c h a s cosas p o r d e s c u b r i r : l a " g a s t r o n o m í a " no fue l a m e n o r de las so rp re sa s q u e me a g u a r d a b a n . U n a so rp resa q u e l legó a p a r e j a d a con un de le i te : las f ru t a s ex t r añas q u e s a b o r e a b a p o r p r i m e r a vez (acei tunas, higos, h igos c h u m b o s q u e un á r a b e me e n s e ñ ó a ab r i r sin p i n c h a r m e los dedos) , me h ic ie ron o lv idar las pa ta tas y la col q u e cons t i tu í an lo esencial de nues t ras c o m i d a s en Po-lonia.

D e b í a m o s e n c o n t r a r t r a b a j o c u a n t o an tes y la o rgan izac ión q u e se e n c a r g a b a de p r o p o r c i o n a r l o a los i n m i g r a n t e s nos p r o p u s o l i jar nues t ra res idencia en e l p e q u e ñ o p u e b l o de H e d e r á , d o n d e a lgunos judíos r icos pose ían g r a n d e s na ran ja l e s . En aque l l a é p o c a se solía e m p l e a r p r i o r i t a r i a m e n t e a los recién i n m i g r a d o s en las g r a n d e s

PALESTINA 27

o b r a s de nivelación de t e r r e n o s y cons t rucc ión de ca r re te ras ; de ah í q u e a c e p t á s e m o s con a legr ía la perspect iva de e m p e z a r a t r a b a j a r en el cul t ivo de los á rbo le s f ru ta les . Al l legar a H e d e r á , la vista de la magn í f i ca m a n s i ó n q u e se a lzaba en m e d i o de u n a hac i enda acrecen-tó nues t ro e n t u s i a s m o juven i l . V p r e m a t u r o . El p a t r o n o nos c o n d u j o a l b o r d e de u n a ex tensa zona p a n t a n o s a :

—Escojan us tedes un l uga r d o n d e p l an t a r sus t iendas —nos d i j o ; y , s e ñ a l a n d o con un a m p l i o m o v i m i e n t o deí b razo los aguazales insa-lubres q u e se e x t e n d í a n an te noso t ros , a ñ a d i ó : —Tendrán q u e dese-car t o d o eso.

D i s p o n í a m o s de c u a t r o t i endas ; v iv íamos en tres de ellas, m ien -tras la cua r t a nos servía de coc ina y c o m e d o r . N o s r ega l a ron un a sno , p a r a q u e c o n é l p u d i é r a m o s aca r r ea r e l agua p o t a b l e desde un p o z o s i t u a d o a var ios k i lóme t ros de dis tancia . Pe ro e l a n i m a l no q u i s o en-t rar en razones . Pese a t o d o s nues t ros esfuerzos , súpl icas y e m p u j o -nes, se n e g ó o b s t i n a d a m e n t e a d a r e l m e n o r paso . . . has ta q u e un á ra -be, al q u e a q u e l espec tácu lo solazaba, d i o un fue r t e t i rón a la cola del a n i m a l , q u e i n m e d i a t a m e n t e e c h ó a a n d a r .

Sería e x a g e r a d o a f i r m a r q u e pa ra n o s o t r o s era un p lacer e l t r aba -jo q u e r ea l i zábamos desde e l a lba a l c r epúscu lo con los pies h u n d i d o s en e l l o d o . Po r l a n o c h e , d e v o r a d o s p o r mil lares de m o s q u i t o s , no l o g r á b a m o s descansar . C a d a día la m a f a r i a a t acaba a d o s o tres de noso t ros . P e r o ni las ex tens iones desért icas, ni la ar idez de la t ierra , n i la i n s a l u b r i d a d del c l ima l o g r a b a n d e s a l e n t a r n o s . Nues t ra j u v e n -tud y n u e s t r o e n t u s i a s m o d i lu ían todas las d i f icul tades . H a b í a m o s e m i g r a d o a un país p o r cons t ru i r y e s t á b a m o s p re s to s a a r r e m a n g a r -nos las m a n g a s .

Al a t a rdece r , q u e b r a n t a d o s p e r o felices después de t e r m i n a d o e l t r a b a j o c o t i d i a n o , nos r e u n í a m o s pa ra d iscut i r acerca de aque l l a for -ma de v ida q u e h a b í a m o s e scog ido y q u e a m á b a m o s . E s t á b a m o s pe r -s u a d i d o s de q u e en aque l l a c o m u n i d a d colectivista, en l a q u e r e i n ab a un igua l i t a r i smo a b s o l u t o y en la q u e a n d á b a m o s m u y lejos de su f r i r las coe rc iones del est i lo de v ida b u r g u é s , iba f o r j á n d o s e u n a ética nueva y f r a t e rna l , q u e sería e l f e r m e n t o de una soc iedad m á s jus ta . Nues t r a s p r e o c u p a c i o n e s e r a n s o b r e t o d o mora les , idealistas y cur io -s a m e n t e a j e n a s a las cues t iones sociales.

Éstas, no o b s t a n t e , se p r e s e n t a r o n m u y p r o n t o . Obse rvé q u e los h a c e n d a d o s j u d í o s , cuya vida era m u y c o n f o r t a b l e , só lo e m p l e a b a n en sus p l an t ac iones a los o b r e r o s agr ícolas á rabes , a qu ienes exp lo t a -b a n d e u n m o d o a t roz .

D u r a n t e u n a velada h a b l é de ello a mis a m i g o s : —¿ Por q u é nues t ros " p a t r o n o s " , q u e a l a r d e a n de ser b u e n o s sio-

nistas, uti l izan ú n i c a m e n t e l a m a n o de o b r a á r a b e P

13 APRENDIZAJE

—Porque les resul ta m á s ba ra t a . —¿Y p o r q u é ? —Sencil lamente, p o r q u e la H i s t a d r u t ' só lo a d m i t e en sus lilas a

los j u d í o s y ob l iga a los p a t r o n o s a q u e Ies d e n un salar io m í n i m o . De ah í q u e éstos p r e f i e r a n recur r i r a los á rabes , a qu ienes no d e f i e n d e n i n g ú n s ind ica to .

Este d e s c u b r i m i e n t o t u r b ó p r o f u n d a m e n t e mi t r a n q u i l o idealis-m o . J o v e n e m i g r a n t e , yo h a b í a ido a Palest ina p a r a cons t ru i r allí un m u n d o n u e v o y a h o r a caía en la c u e n t a de q u e la bu rgues í a s ionis ta , i m b u i d a de sus privi legios, q u e r í a p e r p e t u a r unas re laciones sociales q u e n o s o t r o s d e s e á b a m o s abol i r . A la s o m b r a de la u n i d a d n a c i o n a l j u d í a , yo t r o p e z a b a de n u e v o con la lucha de clases.

Unos meses m á s t a rde , a f ina les de 1924, me p u s e en c a m i n o p a r a r ecor re r a p ie t o d o el país . En aque l l a época vivían en Pales t ina m e -d io mi l lón de á r a b e s y u n o s c ien to c incuen ta mil j u d í o s . Visité J e r u -salén, la c iudad de Ha i f a , ya indus t r ia l izada , y la r eg ión de Enick-lsrael o Gal i lea , d o n d e en var ios k ibbu tz im t r a b a j a b a n mis a m i g o s del H a s h o m e r Hatza i r .

T a m b i é n ellos h a b í a n e m i g r a d o a Palest ina pa r a c r e a r e n ella u n a soc iedad nueva de la q u e estar ía exc lu ida toda injusticia. Grac ias a su r e t o r n o a la na tura leza y al cult ivo de la t ierra, cre ían a d q u i r i r los va-lores de co ra j e , a b n e g a c i ó n y e n t r e g a a la c o m u n i d a d . A l g u n o s de ellos c o m e n z a b a n a des i lus ionarse , p o r q u e d u d a b a n ya de q u e les fue ra pos ib l e sen ta r las bases del soc ia l i smo en un pa ís q u e se ha l l aba b a j o m a n d a t o b r i t án ico . Para convencerse de el lo bas t aba con e c h a r u n a m i r a d a a los r o b u s t o s g u a r d i a s de la g e n d a r m e r í a inglesa q u e , en crecido n ú m e r o , d e a m b u l a b a n p o r las calles. Era vano , i lusor io , e in-cluso t e m e r a r i o , q u e r e r c o n s t r u i r unos islotes de soc ia l i smo en a q u e -lla r eg ión del m u n d o d o n d e e l león b r i t án i co a c e c h a b a c o n t o d a s sus gar ras pres tas .

—Nuestra acc ión só lo t i ene s en t ido s i cons t i tuye u n a p a r t e inte-g ran te de la lucha an t i imper ia l i s t a —me d i j o un c a m a r a d a en u n a de nues t ras la rgas conversaciones—. Mien t ras los ingleses estén aqu í , nada p o d e m o s hacer .

—Pero en esta lucha —le repliqué— necesi tarnos el a p o y o de los á rabes .

—Exacto. Só lo r e so lve remos la cues t ión nac iona l con la revo lu-ción social.

—Pero la conc lus ión lógica de tu r a z o n a m i e n t o es q u e d e b e m o s a f i l i a rnos a l p a r t i d o c o m u n i s t a .

—En efec to , a c a b o de ingresa r en él.

1. Confederación genera] de los t rabajadores judíos , fundada en Haiia el año 1920.

PALESTINA 29

Casi t o d o s n u e s t r o s a m i g o s h ic ie ron lo m i s m o y, a p r inc ip ios de 1925, t a m b i é n yo me a d h e r í a l p a r t i d o c o m u n i s t a .

Desde 1917 vivía con la m i r a d a fija en el i n m e n s o r e s p l a n d o r q u e veía su rg i r en el Este y q u e me d e s l u m h r a b a . La revo luc ión de oc tu -bre , a l t r a s t o r n a r e l curso de la his tor ia , h a b í a i n a u g u r a d o u n a nueva e r a : l a e ra de l a revoluc ión m u n d i a l . A u n q u e d e s d e hacía a ñ o s me sentía bo l chev ique de co razón , s i empre hab ía des is t ido de a f i l i a rme a l p a r t i d o d e b i d o a l a cues t ión j u d í a . P e r o c o n v e n c i d o a h o r a de q u e só lo el soc ia l i smo l iberar ía a los j u d í o s de su o p r e s i ó n mi lenar ia , me lancé a la lucha . De los g r a n d e s t r a s to rnos q u e j u z g a b a i n m i n e n t e s nacer ía la soc iedad nueva, igual i tar ia y f r a t e rna l q u e yo a n h e l a b a . T e n í a q u e pres ta r t o d o mi c o n c u r s o a a q u e l p a r t o , c i e r t amen te difí-cil, p e r o exa l tan te . A b a n d o n é , pues , la m o r a l ideal is ta e i ngenua p a r a e n t r a r a p ie l l ano en la h is tor ia . ¿ Q u é e ra la l iber tad indiv idual , s i no c a m b i á b a m o s e l m u n d o ?

El p a r t i d o c o m u n i s t a pa les t ino , c r e a d o en 1920 p o r J o s e p h Ber-ger , h a b í a s ido o f i c ia lmente r e c o n o c i d o p o r e l c o m i t é ejecutivo de la In t e rnac iona l c o m u n i s t a en 1924. La m a y o r p a r t e de los m i e m b r o s del n u e v o p a r t i d o hab ían e v o l u c i o n a d o de sde el. s i o n i s m o a l c o m u -n i smo . U n o de sus dir igentes m á s no to r io s , Daniel Averbuch , fue d u -r a n t e m u c h o t i e m p o e l l íder del p a r t i d o izquierdis ta PoaJei-Tsiyón. 2

Ya en el s e g u n d o congreso de la H i s t ad ru t , c e l e b r a d o en 1922, de f en -d ió las tesis c o m u n i s t a s f r e n t e a Ben G u r i ó n . Excelente o r a d o r , de-m o s t r ó e l a b s u r d o q u e s ignif icaba q u e r e r c rear u n a soc iedad sin cla-ses a u n q u e r e s p e t a n d o a l m i s m o t i e m p o las leyes del m e r c a d o capi ta-lista. Su d i scurso , de una lógica implacab le , i m p r e s i o n ó a l cong re so , p e r o sólo l o g r ó convencer a a l g u n o s de l egados de q u e e l s i o n i s m o c o n d u c í a necesa r i amen te a un cal le jón sin sal ida. P o r mi par te , no creía en tonces q u e fue ra pos ib le , n i s iqu ie ra deseable , la c reac ión de un Es tado j u d í o .

No ace r t aba a ver la r azón en cuya v i r tud los c inco mi l lones de j u -d íos a m e r i c a n o s , los tres mi l lones de j u d í o s de la U n i ó n Soviética y los var ios mi l lones de j u d í o s d i s e m i n a d o s p o r e l a n c h o m u n d o a b a n -d o n a r í a n sus respectivos países p a r a e m i g r a r a Pales t ina en busca de u n a p a t r i a h ipo té t i ca . En aque l l a é p o c a p e n s a b a q u e lo i m p o r t a n t e e ra q u e cada j u d í o se d e t e r m i n a s e a s í m i s m o . Q u i e n e s tuvieran con-ciencia de pe r t enece r a l p u e b l o judíw, d e b í a n goza r en cada pa ís de los d e r e c h o s inheren tes a t oda m i n o r í a nac iona l . Era in jus t i f icable q u e se alzasen ba r re ra s an te aque l los q u e d e s e a b a n e m i g r a r a Palesti-na . F ina lmente , ¿ p o r q u é los j u d í o s q u e d e s e a b a n as imi la rse total-

2. Pan ido sionista de izquierda, cuya adhesión a la Tercera Internacional fue rechazada por ébia. po rque preconizaba la c readon de un Estado judío en un fu tu ro lejano,

13 APRENDIZAJE

m e n t e a sus c o n c i u d a d a n o s (solución q u e me parecía viable única-m e n t e p a r a u n a p a r t e de la inlelligenlsia y p a r a la b u r g u e s í a a c o m o d a -da), p o r q u é tales j u d í o s iban a d e j a r de h a c e r l o ? P o r e l con t r a r i o , es-t aba c o n v e n c i d o de q u e las t r ad ic iones cu l tu ra l e s se p e r p e t u a r í a n a ú n d u r a n t e m u c h o t i e m p o y , s i no se i m p e d í a su p l eno desa r ro l lo , enr i -quece r í an e l p a t r i m o n i o colect ivo de la h u m a n i d a d .

Desde su n a c i m i e n t o , e l p a r t i d o c o m u n i s t a tuvo q u e e n f r e n t a r s e con un grave p r o b l e m a : ¿ c ó m o a r r a n c a r de la ideología sionista a la masa de los t r a b a j a d o r e s ? P o r mi par te , era f avorab le a la a d o p c i ó n d e u n p r o g r a m a m í n i m o d e re iv ind icac iones i n m e d i a t a s que , p o r s u rea l i smo, fuesen suscept ibles de a t r a e r a los o b r e r o s j u d í o s . Pe ro m u y p r o n t o e l p a r t i d o se e n c o n t r ó a n t e o t r a d i f icu l tad c o n s i d e r a b l e : los ingleses no es t aban d i spues tos a pe rmi t i r e l desa r ro l lo de un p a r t i d o c o m u n i s t a . Por su pa r t e , las o rgan izac iones s ionis tas y los r eacc iona -rios á r abes r e s p a l d a b a n a la po l ic ía en la pe r secuc ión de q u e ésta nos hacía o b j e t o . N o s o t r o s sólo é r a m o s u n o s cen tenares de mi l i tan tes —unos mil lares si les a ñ a d í a m o s los simpatizantes—, c i e r t amen te ab -n e g a d o s y gene rosos , q u e no t e m í a m o s ni la c l andes t in idad ni las pr ivaciones . Pe ro p o r d o q u i e r t r o p e z á b a m o s con la o p o s i c i ó n y la hos t i l idad . En tal m o m e n t o fue c u a n d o la m i n o r í a c o m u n i s t a de la H i s t a d r u t , la " f r a c c i ó n o b r e r a " , lúe exc lu ida del s ind ica to j u d í o y se a d h i r i ó al P ro f in t e rn . 3 El p a r t i d o p r o c u r a b a c o n q u i s t a r a la p o b l a -ción á r abe , p e r o sus esfuerzos se es t re l l aban con t ra la in f luencia del g ran m u f t í de J e r u s a l é n , a q u i e n sos t en ían los ingleses.

En tonces p r o p u s e a los d i r igen tes del p a r t i d o , Ave rbuch , Berger y B i r m a n , la c reac ión de un m o v i m i e n t o , e l I shud (la Un idad) , I tashai en á r a b e , q u e e n g l o b a r a t an to a los j u d í o s c o m o a los á rabes .

E l p r o g r a m a de tal p a r t i d o sería m u y e l e m e n t a l : 1) L u c h a r p a r a q u e la H i s t a d r u t a d m i t i e r a en sus filas a los t r aba -

j a d o r e s á r abes y crear luego u n a In t e rnac iona l s indical u n i d a . 2) Susci tar las ocas iones en q u e p u d i e r a n co inc id i r los j u d í o s y

los á r a b e s , s o b r e t o d o p o r m e d i o d e man i f e s t ac iones cul tura les . El éxi to del I shud f u e i n m e d i a t o . A f ina les de 1925 exist ían ya al-

g u n o s c lubs en J e r u s a l é n , Ha i fa , Tel Aviv, e incluso en los pueb lo s agr ícolas d o n d e t r a b a j a b a n c o d o con c o d o los o b r e r o s á rabes y los o b r e r o s j u d í o s . Se m u l t i p l i c a r o n las r e u n i o n e s , cuya en t r ada era li-bre . La inf luencia q u e c o m e n z a b a a e je rcer el m o v i m i e n t o en los kib-bu tz im d e s a z o n a b a a los d i r igen tes de la H i s t a d r u t , q u e no l o g r a b a n c o m p r e n d e r c ó m o p o d í a n l u c h a r j u n t o s los j u d í o s y los á rabes . A fi-nales de 1926 se ce lebró la p r i m e r a con fe renc i a genera l del movi -m i e n t o , a la q u e as i s t ie ron m á s de cien de legados , c u a r e n t a de los

3. Internacional sindical roja.

PALESTINA 31

cuales e r a n á rabes . Por la t a rde del p r i m e r d ía , los congres is tas se s o r p r e n d i e r o n al ver l legar a Ben G u r i ó n , d i r igen te nac iona l de la H i s t a d r u t , y a C h a r t o k , especialista de las cues t iones á r a b e s : a m b o s c o n t e m p l a r o n el espec tácu lo q u e of recían los de l egados j u d í o s y á ra -bes sen tados en la m i s m a sala.

Nues t r a s i tuac ión mater ia l era precar ia . No e ra e m p r e s a fácil en -c o n t r a r t r a b a j o c u a n d o s e e ra sospechoso d e c o m u n i s m o . . . D u r a n t e t o d o e l a ñ o 1925, vivimos j u n t o s en u n a b a r r a c a d e T e l Aviv, d i e z c a -m a r a d a s , nueve h o m b r e s y u n a j oven , p a r a l a q u e h a b í a m o s habi l i ta -d o u n r i ncón especial d e nues t ra m o r a d a . Los q u e t r a b a j a b a n ingre-saban su sa lar io en la caja c o m ú n , p e r o la s u m a así r e u n i d a no bas t a -ba p a r a a segu ra r la subsis tencia de todos . Viv íamos pa ra la revolu-ción y n o s a l i m e n t á b a m o s con a l g u n o s t oma te s . A veces í b a m o s a co-m e r en p e q u e ñ o s r e s t au ran tes yemeníes y , p a r a q u e nos l ia ran , nos p o n í a m o s nues t ras ropas d e t r aba jo , p r u e b a " i r r e f u t a b l e " d e q u e n o nos h a l l á b a m o s e n p a r o forzoso .

N o s cos tó lo nues t ro a c o s t u m b r a r n o s a las cond ic iones cl imát icas nuevas, a los c a m b i o s b ruscos de t empera tu ra» al ca lor so focan t e del v e r a n o tras el cual apa rec í a el fr ío in tenso del invierno. R e c u e r d o el m o d o c o m o u n o de mis amigos , o r i g ina r io de Cracovia, 4 resolvió l a cues t ión de su calefacción d u r a n t e la es tac ión f r ía . . . Me d i jo q u e ha-bía e n c o n t r a d o un e m p l e o , l o q u e pa r a un a lbañ i l p ro fes iona l , a u n -q u e en p a r o forzoso , ya cons t i tu ía u n a hazaña ; luego me invitó a q u e fue ra a visitarle en " s u casa" . . . u n a h u m i l d e ba r r aca . . .

—Observa c ó m o me las a r r eg lo p a r a no t ener f r ío —me dijo—; d u e r m o s o b r e u n a tabla y me c u b r o con o t r a : es l a m e j o r f razada .

A l p e q u e ñ o g r u p o q u e f o r m á b a m o s Soph ie Poznanska , Hillel Katz y yo, se u n i e r o n m á s t a rde Léo Grossvogel y Schre iber (a t o d o s el los vo lve remos a e n c o n t r a r l o s m á s ade l an t e , d u r a n t e los a ñ o s de gue r r a y o c u p a c i ó n ) . Las m á s de las veces n o s r e u n í a m o s en casa de los Katz, q u e vivían en u n a choza de t ab lones mal a jus t ados . Ba jo la d i recc ión de Hillel , q u e era un a lbañi l c o n s u m a d o , nos dec id imos a c o n s t r u i r u n a casa de m a n i p o s t e r í a en e l m i s m o e m p l a z a m i e n t o q u e o c u p a b a l a choza. L u e g o nos sen t imos m u y o r g u l l o s o s de h a b e r ed i -f icado con nues t ras p r o p i a s m a n o s un r e d u c i d o hab i t ácu lo , decen te y nuevo , q u e se convi r t ió en nues t ro hoga r c o m ú n . Po r fin, en 1926, a lqu i lé u n a h a b i t a c i ó n e n c i m a del local social del I shud pa ra p o d e r c o n s a g r a r m e m e j o r a la d i recc ión del m o v i m i e n t o . Allí y de un m o d o e n t e r a m e n t e imprevis ib le , es d o n d e iba a c o n o c e r a la q u e luego se conver t i r ía e n m i c o m p a ñ e r a : L u b a Bro jdé .

4. Se l lamaba Sioksiil. Luchó en la guerra civil de España, d o n d e lúe herido. Durante la ocu-pación alemana, t o m o vivía a la sazón en Francia, se unió a la resistencia y mur ió en Toulousc el año I94S.

32 aprendizaje

Una n o c h e oí r u i d o en el local del Ishud. Bajé p a r a ver lo que ocur r ía , p e n s a n d o q u e se t ra tar ía de un ladrón o de a l g ú n pol icía q u e a n d a r í a cur ioseando . . . Pe ro me e n c o n t r é con una h e r m o s a joven , q u e se hab ía ins ta lado c o n f o r t a b l e m e n t e y estaba leyendo los per ió -dicos. Le p r e g u n t é :

—Pero, ¿ c ó m o ha e n t r a d o us ted? —Por la ven tana , y no es la p r imera vez. C u a n d o al anochece r

vengo a las r eun iones , el a l bo ro to que a r m a n ustedes con sus discu-siones es tan e n o r m e , q u e no p u e d o leer con t ranqui l idad . . .

Luba p roced ía de Lvov, Polonia , d o n d e t r aba j aba en una fábrica y mi l i taba en las j uven tudes comunis tas . Un p rovocador , q u e hab ía d e n u n c i a d o a g ran n ú m e r o de mil i tantes a la policía, lúe desenmas-ca rado y la dirección del pa r t ido decid ió supr imi r lo . Un joven c o m u -nista j u d i o , Nafta l i Botwin, organizó el g r u p o q u e llevaría a c a b o la o p e r a c i ó n ; Luba f o r m a b a par te de aque l g r u p o . En su casa o c u l t a r o n el revólver. El de la tor fue supr imido , p e r o de tuvieron y fus i la ron a Botwin y la pol icía pers iguió a qu ienes habían pa r t i c ipado en la ope-ración. Luba tuvo q u e salir de Polon ia . M a r c h ó a Palestina, d o n d e p r i m e r o t r a b a j ó en un kibbutz antes de q u e la con t r a t a ran c o m o pin-tor de b rocha g o r d a en Je rusa lén . Mil i taba en el m o v i m i e n t o Ishud y en la Fracción o b r e r a , sin que p o r ello de ja ra de pres ta r igua lmente su concur so al M o p r (organización de ayuda a los presos políticos), p e r o se n e g ó a ingresar en el pa r t i do comunis ta pales t ino , al q u e re-p r o c h a b a su i n c o m p r e n s i ó n de la necesidad histórica de crear un Es-t ado j u d í o .

Las a u t o r i d a d e s inglesas se s in t ieron inquie tas p o r las actividades del I shud y p r o h i b i e r o n p o r decre to sus reuniones . El secretar io de la Fracción o b r e r a fue de teh ido . Yo le sustituí. En 1927 la policía j ud ía , c o n t r o l a d a p o r los ingleses, s o r p r e n d i ó u n a de nuestras r eun iones en Tel Avív. Me de tuv ie ron y luego me encarce la ron en J a l l a d u r a n t e va-rios meses. En aquel la prisión me di cuenta p o r p r imera vez de q u e los ba r ro t e s de la cárcel no s iempre son in f ranqueables . Así me las c o m p u s e pa ra q u e una camarada , muy adicta a nuestra causa, Anna Kle inmann, 5 en t r a r a c o m o m u j e r de hacer faenas a l servicio del co-misar io de la pol icía j u d í a que había p roced ido a nuestra de tenc ión . Anna Kle inmann regis t ró r egu la rmen te los bolsillos de su n u e v o pa-t rón , descubr ió la lista de nuestros camaradas sospechosos y les avisó antes de q u e los de tuvieran . El comisar io no fue olvidado. . . Más tar-de le r o m p i e r o n una p ie rna d u r a n t e una manifes tac ión .

Luba p a g ó as imismo con la cárcel su adhes ión a nuestra organi -

5. Combatiente de la resistencia francesa, lúe detenida y luego depor tada y asesinada en Auschwíiz.

PALESTINA 33

zac ión : en 1926-1927 fue d e t e n i d a p o r dos veces, en Ha i la y en U'vu-salén.

El p a r t i d o c o m u n i s t a me n o m b r ó secre ta r io de la sección de Hai-fa, u n a de las m á s p o d e r o s a s de Pales t ina , p u e s t o q u e allí nos hal lá-b a m o s p r o f u n d a m e n t e a i r a i g a d o s en las fábr icas y en t re los fer rovia-r ios. Así me conver t í en un p e r m a n e n t e del pa r t i do . L u c h a b a con la ene rg ía de los neóf i tos y me sentía e m p u j a d o p o r la fuerza de mi ideal . C o m o vivía ya en la o s c u r i d a d de la vida c landes t ina , só lo po -día salir de n o c h e y t o m a b a mil p recauc iones en todos mis desplaza-m i e n t o s pa r a no caer en m a n o s de l a pol ic ía , q u e no d e j a b a de aco-sa rnos . Pues to q u e e ra b u e n o r a d o r , apa rec í a a q u i y allá a r e n g a n d o a los t r a b a j a d o r e s . O r g a n i z a b a el t r a b a j o pol í t ico , r e d a c t a b a lol letos y p roc l amas , y pres id ía las r e u n i o n e s q u e segu íamos c e l e b r a n d o a pe -sar de t o d a s las p r o h i b i c i o n e s . D u r a n t e u n a de ellas, en los ú l t imos días de 1928, me de tuv i e ron —de nuevo— j u n t o con o t r o s veinti trés c a m a r a d a s y me e n c e r r a r o n en la p r i s ión de Ha i fá . T u v i m o s t i e m p o p a r a des t ru i r t o d o s los p a p e l e s c o m p r o m e t e d o r e s : así l a policía no p u d o echa r m a n o a l a p r u e b a f o r m a l de nues t ras act ividades.

S e g u i d a m e n t e nos t r a s l a d a r o n a la for ta leza medieva l de San J u a n de Acre, d o n d e e r a m u y d u r o e l r é g i m e n p e n i t e n c i a r i o y d o n d e inclu-so tuv imos q u e vestir e l u n i f o r m e de los c o n d e n a d o s a t r aba jo s forza-dos . Las a u t o r i d a d e s inglesas, q u e no pose ían l a m e n o r p r u e b a de n u e s t r a f i l iación pol í t ica , se n e g a b a n a c o n s i d e r a r n o s c o m o presos pol í t icos y n o s i m p o n í a n e l r é g i m e n de los de l incuen tes c o m u n e s . T o d o Palest ina se e n t e r ó en tonces de l a h is tor ia de aque l p a n a d e r o c o m u n i s t a q u e dec id ió p e r m a n e c e r d e s n u d o en su celda d u r a n t e va-rias s e m a n a s pa r a no tener q u e p o n e r s e e l u n i f o r m e de los pres id ia-rios. . . Nues t r a de tenc ión se p r o l o n g a b a ; n i n g ú n p r o c e s o apa rec ía en el ho r i zon t e : é r a m o s u n o s inclasif icables y las a u t o r i d a d e s inglesas no sab ían a q u é jur i sd icc ión e n c o m e n d a r n o s . Grac ias a nues t ro enlace c o n e l c o m i t é centra l del p a r t i d o , s u p i m o s q u e e l g o b e r n a d o r , sir H e r b e r t Samuel , se d i s p o n í a a f i rmar un dec re to p o r e l q u e se au to r i -zaba la d e p o r t a c i ó n a C h i p r e de t o d a s las p e r s o n a s sospechosas de act iv idades p r o c o m u n i s t a s . Dec id imos d e c l a r a r n o s en hue lga de h a m b r e pa r a logra r q u e nos pus ie ran en l iber tad o nos some t i e r an a un ju ic io . A pa r t i r del q u i n t o día r echazamos todas las beb idas . Nues t r a obs t inac ión t r i u n f ó de la i n i q u i d a d : la noticia de nues t ra hue lga se d i f u n d i ó p o r t o d o Pa les t ina ; var ios d i p u t a d o s laboris tas del P a r l a m e n t o inglés i n t e r p e l a r o n a l g o b i e r n o acerca de su polí t ica pa les t ina y d e n u n c i a r o n los excesos come t idos . Al d e c i m o t e r c e r d ía nos c o m u n i c a r o n q u e iba a ce lebrarse nues t ro ju ic io . A mí me desig-n a r o n p a r a q u e h a b l a r a e n n o m b r e d e mis veint i t rés c amaradas .

El p r i m e r d ía del ju ic io , var ios de n o s o t r o s se ha l l aban tan exte-

13 APRENDIZAJE

n u a d o s q u e tuv ie ron q u e ser t r a n s p o r t a d o s en camil la a la sala del t r i b u n a l ; p e r o ya no hab r í a m á s días de ju ic io . . . Apenas se hab ía ini-c iado la aud ienc i a púb l ica c u a n d o el juez, s e n t a d o en t r e sus dos ase-sores, se levantó p a r a dec la ra r en un t o n o q u e p re t end í a ser i r ón i co :

—¿De veras creen ustedes q u e inqu ie t an a l l eón b r i t á n i c o ? Pues a n d a n m u y e q u i v o c a d o s . ¡El j u i c io no t end rá lugar ! ¡Están ustedes en l ibe r t ad !

C o n un ges to d io o r d e n a los policías de q u e nos expu l s a r an de la sala: ¡ h a b í a m o s t r i u n f a d o !

En 1928 se p r e s e n t a r o n graves d i f i cu l tades : Palest ina e x p e r i m e n -taba los efectos de la crisis e c o n ó m i c a q u e g e n e r a b a e l p a r o íorzoso . N u m e r o s o s o b r e r o s j u d í o s se q u e d a r o n sin t r a b a j o —un tercio a p r o -x imadamente— y a b a n d o n a r o n en masa el país. Aquel a ñ o se regis-t r a r o n c inco mi l sa l idas de Israel c o n t r a dos mil setecientas e n t r a d a s . Luego , en 1929, es ta l la ron var ios d i s t u r b i o s an t i j ud íos , a c o m p a ñ a -dos de l i nchamien to s . Tales d i s tu rb ios d i e r o n lugar a un d r a m á t i c o m a l e n t e n d i d o e n t r e el p a r t i d o c o m u n i s t a pa les t ino y el K o m i n t e r n . En efec to , p a r a el K o m i n t e r n , a q u e l l o s pogroms s eña l aban el inicio de la sub levac ión del p r o l e t a r i a d o á r a b e , sub levac ión q u e e ra abso lu t a -m e n t e prec iso exp lo t a r a f o n d o . El p a r t i d o c o m u n i s t a pa les t ino reci-bía , pues , ins t rucc iones en e l s en t ido de q u e p r e d i c a r a la r ebe l ión a n -t i imper ia l i s ta en las a ldeas á r abes . I n v o c a n d o el a r g u m e n t o de q u e e l p a r t i d o c o m u n i s t a pa les t ino no hab ía s ab ido i m p l a n t a r s e en las m a -sas a u t ó c t o n a s , el K o m i n t e r n l anzaba la cons igna de "a rab izac ión y bo lchev izac ión" , c o m o si la sus t i tuc ión a u t o m á t i c a de los j u d í o s pol-los á r abes en los o r g a n i s m o s re sponsab les p u d i e r a a segu ra r u n a m a -yor i m p l a n t a c i ó n del p a r t i d o en la p o b l a c i ó n m u s u l m a n a . Este aná l i -sis de la s i tuac ión susci tó u n a viva o p o s i c i ó n p o r p a r t e del p a r t i d o pa le s t ino ; incluso un g r u p o de mi l i t an tes j u z g a b a aventurer i s ta la de-cisión del K o m i n t e r n . P o r lo q u e a mí se ref iere , c o m p a r t í a esta op i -n ión . . . U n o de nues t ro s mi l i tan tes lúe l i nchado cerca de Ha i í a , c u a n -do t r a t aba de ap l ica r l i t e ra lmen te las cons ignas recibidas , y tuv imos q u e a d o p t a r u n a s m e d i d a s ex t r ao rd ina r i a s . . . p a r a p ro t ege r a l checo Smera l , d e l e g a d o del K o m i n t e r n , q u e vivía c l a n d e s t i n a m e n t e cerca de J e r u s a l é n .

La consecuenc ia de esa pol í t i ca a b s u r d a lúe e l r á p i d o debi l i ta -m i e n t o de la inf luencia q u e e l p a r t i d o ejercía s o b r e los o b r e r o s j u -díos. Po r su pa r t e , e l mis ino p a r t i d o c o m u n i s t a pa les t ino a p o r t ó u n a cauc ión desas t rosa a las m e d i d a s soviéticas e n c a m i n a d a s a resolver la " cues t ión j u d í a " en la URSS.

¿ C ó m o hab ía e v o l u c i o n a d o allí l a s i t uac ión? Después de la revo luc ión de o c t u b r e , se hab ía previs to q u e la vida

de los jud íos en la U n i ó n Soviética a lcanzar ía p l e n o desa r ro l lo en las

PALESTINA 35

reg iones d o n d e existía u n a f u e r t e m i n o r í a j u d í a : C r imea , Ucran ia y Bie lor rus ia ; p e r o en 1928 la d i recc ión stalinista c r eó de la n a d a una r eg ión a u t ó n o m a j u d í a en el B i rob idzhán , j u n t o a las f ron te ra s de M a n c h u r i a . Aquel la decis ión bu roc rá t i ca i n s t au ró a r t i f i c ia lmente un Es t ado en u n a reg ión s iber iana de c l ima m u y d u r o y en la q u e no existía e l m e n o r vestigio de u n a c o m u n i d a d j u d í a . Así lúe c o m o mi-llares de h o m b r e s y m u j e r e s tuv ie ron q u e a b a n d o n a r sus hoga res en Ucran ia o en Cr imea , d o n d e gozaban de los de rechos de u n a m i n o r í a nac iona l . Se invitó a l p a r t i d o pa les t ino , lo m i s m o q u e a los p a r t i d o s de los d e m á s países, a q u e se sirviera de a q u e l e j e m p l o pa ra d e m o s -trar lo acer tada q u e era la pol í t ica c o m u n i s t a con respec to a las mi -nor ías nacióles y pa r a a len ta r a los j u d í o s a q u e se t ras ladasen al Bi-r o b i d z h á n . Ciento c incuen ta m i e m b r o s de l a G d u d Avodá (b r igada de t r aba jo ) se m a r c h a r o n a aque l l a r eg ión s ibe r i ana p a r a f u n d a r en ella u n a c o m u n i d a d , Vozha Nova . Muy p o c o s sobreviv ieron a las pur -gas stalinistas. Po r lo q u e se ref ie re a los d i r igentes pa les t inos , se vie-r o n m u y mal r e c o m p e n s a d o s p o r su f ide l idad . En Moscú se j u z g ó q u e neces i taban ser " r e e d u c a d o s " . Los m i e m b r o s del comi té cent ra l se e n c a m i n a r o n a la Un ión Soviética pa ra e s tud ia r en la Univers idad Kutv (univers idad c o m u n i s t a de Oriente) . H e m o s de s u p o n e r q u e su " r e e d u c a c i ó n " no d i o los r e su l t ados previstos, pues to que , a par t i r de 1935, todos el los f u e r o n encarce lados .

Para mí , en Palest ina, e l c o m b a t e p ro segu í a . Me ha l l aba cons t an -t e m e n t e acosado p o r la pol icía . Ni Tel Aviv ni J e r u s a l é n e ran c iuda-des seguras y la vida c landes t ina en un pa ís tan p e q u e ñ o no era ya pos ib le pa r a los mil i tantes m á s c o n o c i d o s . E x p u l s a d o p o r decis ión del g o b e r n a d o r inglés, me e m b a r q u é p a r a Francia c o n un e q u i p a j e muy r e d u c i d o , p e r o s i endo p o r t a d o r d e dos d o c u m e n t o s q u e ten ían pa r a mí e l valor del o r o : una r e c o m e n d a c i ó n del c o m i t é central del p a r t i d o comun i s t a pales t ino, q u e h a b í a a p r o b a d o mi pa r t i da , y un v isado francés de t ránsi to .

4. FRANCIA

D e s e m b a r q u é en Marsella a finales de 1929. La travesía hab ía du -r a d o casi u n a semana . Tend ido sobre e l p u e n t e de un ca rgue ro a smá-tico, con la cabeza recostada sobre un co rda je , hab ía d ispues to de t i empo s o b r a d o para medi ta r . Sin haber c u m p l i d o a ú n mis veinticin-co años , conocía el exilio p o r segunda vez. No es q u e me desagrada -ra. A los revoluc ionar ios b ien nacidos» la repres ión no Íes tiene en cuenta la e d a d . El desar ra igo sólo resulta d o l o r o s o p a r a qu ien ha a r r a igado , y los pedruscos de Palestina no const i tu ían el t e r r eno .más fértil p a r a cult ivar el p r o p i o j a rd ín .

C u a n d o vi surgir en el hor izonte la costa francesa, Ja alegría de realizar p o r f in un viejo sueño se s o b r e p u s o a mis úl t imas añoranzas . ¡Francia!

Dif íc i lmente p u e d e imaginarse el lector la carga emoc iona l q u e e n t r a ñ a b a esta pa l ab ra para el joven apá t r ida q u e yo era . En los a ñ o s veinte, un emig ran te del Este de Europa solía expat r ia rse con el de-signio de llegar a convert i rse en el tío de América de quienes se queda-ban en su pa ís de or igen, en las inmediac iones de Varsovia o de Bu-carest. El p e q u e ñ o l impiabotas de Broadway conver t ido en business-man ha f o m e n t a d o numerosas vocaciones. . . Pe ro la d u d a no le está permi t ida a un joven comunis ta que , en 1930, cuenta con veinticinco años de e d a d , q u e ha s ido proscr i to de su país natal por la vindicta policíaca, q u e se ha visto impulsado p o r la fuerza de las cosas y los azares de la lucha de clases y q u e se ha conver t ido en una especie de comis ionis ta de la revolución. Su m i r a d a se vuelve s i empre hacia la plaza Roja o hacia la plaza de la Bastilla.

Ent rar en la Un ión Soviética, d o n d e la esperanza mi lenar ia se (rueca en rea l idad gracias al t r aba jo de los h o m b r e s , es a igo a lo q u e u n o t iene q u e hacerse acreedor . Para ello es preciso poseer una lim-pia e jecutor ia . En cambio , e l joven D o m b sólo está d a n d o sus p r ime-ros pasos p o r esos difíciles caminos en los q u e se progresa a fuerza de tenac idad , paciencia y abnegac ión . Para los e m i g r a d o s polí t icos, Francia r i m a casi con revolución. En el país d o n d e los revoluc iona-

FRANCIA 37

rios de la C o m u n a t r e p a r o n al asa l to del cielo y d o n d e los " s o l d a d o s del d is t r i to X V I I " f r a t e rn i za ron c o n los a i r ados v iñadores , la b a n d e r a de la rebe l ión s i e m p r e ha t r e m o l a d o a g r a n altura- Se la ve desde le-jos y s i e m p r e ha c o n g r e g a d o a su a l r e d e d o r a aque l los q u e la perse-cuc ión h a b í a p rosc r i to . C ie r to es q u e la Francia de la tercera R e p ú -blica, t ierra de e lección pa r a los r evo luc ionar ios en busca de u n a p a -tria de r e c a m b i o , no era en ve rdad u n a tierra de as i lo ; la pol ic ía , co rno es na tu ra l en un E s t a d o d e m o c r á t i c o , se m o s t r a b a h a r t o qu i s -qui l losa y, p o r lo q u e se ref ie re al t r a b a j o , la Repúbl ica de n o t a b l e s of rec ía g e n e r o s a m e n t e los e m p l e o s m á s ingra tos a ios ex t r an j e ro s . Pero , en ese país , la legal idad, pa r a q u i e n sabe esquivar la , s i empre ha s ido de l ímites indecisos, fáciles de t r ansgred i r . Más c o n c r e t a m e n t e , un c o m u n i s t a sabe que , en Francia , p o d r á con ta r con sus c a m a r a d a s del pa r t i do . Un j u d í o no i g n o r a que , en las o rganizac iones popu la r es de l a c o m u n i d a d j u d í a , e n c o n t r a r á a l g u n o s amigos . Po r eso me p r o -p o n í a ser mi l i t an te c o m u n i s t a en e l m u n d o de los o b r e r o s j u d í o s , d o n d e sabía q u e el p a r t i d o se d e s a r r o l l a b a y tenía necesidad de cua-dros d i r igentes . S u p r e m o a r g u m e n t o : poseía un visado de t ráns i to q u e me a b r í a las pue r t a s de Francia . A u n q u e a h o r a de lo q u e se t ra ta-ba era de q u e d a r s e en ella. C o m o carecía de suficiente d i n e r o pa ra p rosegu i r mi viaje, me de tuve dos s emanas en Marsel la . El a i re de la C a n e b i é r e n o e r a d e s a g r a d a b l e , p e r o y o pe rmanec ía e n c e r r a d o d u -r a n t e t o d o e l d í a en l a coc ina de un p e q u e ñ o res tauran te , d o n d e ha -bía e n c o n t r a d o t r a b a j o . C o m o allí me d a b a n de c o m e r , p u d e desti-na r mí sa lar io a c o m p r a r m e un t ra je . En la ac tua l idad este detalle-p u e d e pa rece r r id ícu lo .

Pero , a mis veint ic inco a ñ o s , todavía no me hab ía e c h a d o n u n c a s o b r e los h o m b r o s un t ra je c o m p l e t o . En Palestina, el short y la cami-sa cons t i tu ían t o d o n u e s t r o ves tuar io . Ni p o r un m o m e n t o pensé en la pos ib i l idad de l legar a Par ís mal vest ido. Tras p o n e r m e mi n u e v o traje , no cesaba de c o n t e m p l a r a l h o m b r e nuevo q u e veía r e í l e j ado en el e spe jo y r e c o r d a b a los p repa ra t ivos i n d u m e n t a r i o s de los j u d í o s tic N o v y - T a r g c u a n d o se d i s p o n í a n a emig ra r a los Estados Un idos .

No sin cier to o rgu l lo pisé las calles de París al descender del t ren. Inc luso l levaba en la m a n o u n a p e q u e ñ a ma le t a ; es taba m e d i o vacía, p e r o ¿ q u é m á s d a b a ? Sabía a d o n d e tenía q u e e n c a m i n a r m e . Mi a m i g o de la infanc ia , Alter S t rom, h a b í a sal ido de Palestina un a n o an tes q u e yo p a r a ins ta larse en la capital Irancesa. Especialista en la co locac ión d e pav imen tos d e m a d e r a , hab ía e n c o n t r a d o t r a b a j o con faci l idad. La d i recc ión q u e me hab ía d a d o : Hote l de Francia, calle de Arras , 9 , Par ís-V, me i m p r e s i o n a b a . El d is t r i to q u i n t o era el b a r r i o la t ino, e l b a r r i o de los es tud ian tes . ¡ H o t e l de Francia! Con tal n o m -bre , só lo p o d í a ser un pa lac io . ¿Acaso se había c o n v e n i d o Alter

13 APRENDIZAJE

S t r o m e n u n " c a p i t a l i s t a " ? Pero , ¿ n o m e hab ía d icho , e n u n a car ta , q u e p o d r í a vivir con é l d u r a n t e los p r i m e r o s d í a s? Llegué a u n a calle, es t recha y oscura . En el n ú m e r o 9, s o b r e la l a chada gris de un p e q u e -ño edif ic io, la i n t e m p e r i e hab ía b o r r a d o a med ias la insc r ipc ión : H o -tel de Francia . P regun té p o r la hab i t ac ión del s e ñ o r S t r o m : se ha l l aba en el ú l t i m o p i so , d e b a j o del t e jado . E m p u j é la p u e r t a y descubr í t o d a la r iqueza de mi a m i g o . Una i n m e n s a c a m a o c u p a b a la casi to ta-l idad del a p o s e n t o . En un r incón veíase un p e q u e ñ o l avabo ; j u n t o a la ven tana , u n a mesa desvenc i j ada ; a guisa de pe rcha , u n o s clavos h i n c a d o s en la p u e r t a . Ése e r a t o d o e l mob i l i a r io .

R á p i d a m e n t e c o m p r e n d í l a o p c i ó n p o r l a q u e se hab ía dec id ido Alter S t r o m . El Ho te l de Francia e ra u n o de los m e n o s caros y m e n o s vigi lados p o r la pol icía . La h a b i t a c i ó n de Alter S t rom se ha l laba s i e m p r e a b i e r t a p a r a a c o g e r a sus a m i g o s . La c a m a era tan g r a n d e q u e p e r m i t í a a c o s t a r n o s en e l sen t ido de su a n c h u r a . No era r a r o q u e p o r la m a ñ a n a nos e n c o n t r á r a m o s en ella cua t ro o cinco c a m a r a d a s . Q u i e n e s n o sab ían d o n d e d o r m i r , s o b o r n a b a n con a lgunas m o n e d a s al v igi lante n o c t u r n o y venían a o c u p a r el e spac io a ú n vacío de la cama .

Sólo u n a cosa n o s f a s t id i aba : las ch inches , q u e t o d o lo invad ían . Un día c o m p r a m o s dos bo te l las de v i n o y b a u t i z a m o s de n u e v o e l H o t e l de Francia con e l n o m b r e " d e V a n e e " ( p o r q u e , en yiddish, vanee significa chinche) .

Decidí m a t r i c u l a r m e c o m o oyente l ibre en la Univers idad de Pa-rís. Si p o d í a d e m o s t r a r en la p r e f e c t u r a q u e d i spon ía de suficientes recursos e c o n ó m i c o s p a r a vivir, n a d a imped i r í a q u e m e d i e r a n u n p e r m i s o de res idencia . Hac ía t i e m p o q u e mis a m i g o s h a b í a n resue l to este p r o b l e m a : env i aban a su c iudad natal la s u m a q u e la pol ic ía f rancesa j u z g a b a necesar ia p a r a vivir d u r a n t e un mes. I n m e d i a t a m e n -te, los p a d r e s o los a m i g o s de allí r emi t í an de n u e v o a París aque l m i s m o d i n e r o , q u e a c o n t i n u a c i ó n volvía a servir pa r a o t r o c a m a r a -da. Así, m o s t r a n d o en la p r e f ec tu ra los r e sgua rdos de cor reos , p o d í a -m o s d e m o s t r a r q u e r e c i b í a m o s r e g u l a r m e n t e d e Po lon ia u n o s subsi-d ios Familiares.

Pocas s e m a n a s después de mi l legada, o b t u v e mi p r i m e r p e r m i s o semest ra l de res idencia . Pero , ya desde e l p r i m e r día, me h a b í a pues -to en c o n t a c t o con el p a r t i d o c o m u n i s t a . El m e n s a j e de r e c o m e n d a -c ión del c o m i t é cent ra l del p a r t i d o pa les t ino , escr i to en un t rozo de tela, lo l levaba ocu l to en el f o r r o de mi vest ido desde q u e salí de Pa-lestina. En tonces lo e n t r e g u é al c a m a r a d a q u e me rec ib ió y q u e era el r e sponsab l e de l a m a n o de o b r a ex t r an je ra . 1 A m b o s es tuv imos de

I. La m a n o de obra extranjera (MOE) reagrupaba en distintas secciones nacionales a los co-munis i j s extranjeros que vivían en Francia y estaba dirigida por una sección especial de! comité cení ral.

FRANCIA 39

a c u e r d o en q u e comenza r í a a mi l i ta r en c u a n t o tuviera un e m p l e o . Pero hal lar u n a o c u p a c i ó n es tab le no era m á s q u e un s u e ñ o ; los tra-b a j a d o r e s e x t r a n j e r o s n o p o d í a n espe ra r m á s q u e a lgún t r a b a j o su-ba l t e rno e in te rmi ten te . En el r a m o de la cons t rucc ión , sol ían con t r a -tar t e m p o r a l m e n t e a a l g u n o s p e o n e s de a lbañi l . Los capataces , q u e c o b r a b a n c ier to p o r c e n t a j e p o r cada p e ó n c o n t r a t a d o , s e m o s t r a b a n más indu lgen tes q u e los de o t ro s of ic ios en lo q u e se refer ía a nues-tros p e r m i s o s de t r a b a j o . D u r a n t e a lgunas s e m a n a s estuve t r a b a j a n -do , p r i m e r o , en la cons t rucc ión del ed i f ic io Hache t t e y, luego , en Pant in , d o n d e t r a n s p o r t a b a raíles d u r a n t e t o d o e l día, has ta q u e u n a e n o r m e b a r r a de h i e r r o me ap las tó e l p u l g a r del pie. Todav ía en la ac tua l idad es visible la cicatriz de aque l l a he r ida .

En aque l l a época , los g r a n d e s a l m a c e n e s r ec lu taban cada n o c h e la m a n o de o b r a necesar ia pa r a q u e les l i m p i a r a e l suelo. C o n a lgu-nas decenas de es tud ian tes , yo " b a i l a b a " has ta la m a d r u g a d a , con un cepil lo en un pie y un t r apo en e l o t ro , s o b r e los p a v i m e n t o s de m a -dera de la Samar i t a ine o del Bon Marché . El t r a b a j o era d u r o , p e r o bien r e t r ibu ido . C o n el sa lar io de u n a n o c h e vivía d o s o tres días . Más a g o t a d o r era todavía e l t r a b a j o n o c t u r n o en las es taciones de mercancías . Me p a s a b a noches en te ras c a r g a n d o vagones en la esta-c ión de la Chapel le . Por la m a ñ a n a , me a r r a s t r a b a has ta mi c a m a c o n los r íñones q u e b r a n t a d o s de cansanc io .

Tales faenas no cons t i tu í an un e m p l e o estable. Pe ro no p o r el lo mi l i t aba m e n o s , s ino m á s todavía . Desa r ro l l aba todas mis act ividades pol í t icas en e l m u n d o cons t i t u ido p o r lo j u d í o s i nmig rados , s o b r e los q u e e l p a r t i d o c o m u n i s t a p r o c u r a b a e x t e n d e r su inf luencia .

T r a t á n d o s e de los j u d í o s res identes en Francia —en aque l la época ya e r a n u n o s dosc ien tos mil los q u e vivían en París—, sería m u c h o m á s exac to h a b l a r d e varias " c o m u n i d a d e s " q u e d e u n a sola c o m u -n idad . Sobre las capas m á s a n t i g u a s (a lsacianos , loreneses, b o r d e l e -ses, etc., q u e a l p rec io de difíciles c o m b a t e s h a b í a n c o n q u i s t a d o su e m a n c i p a c i ó n , p e r o q u e luego h a b í a n ido a s c e n d i e n d o p o c o a p o c o los p e l d a ñ o s del éx i to social), se h a b í a n s u p e r p u e s t o las sucesivas o leadas de los inmigran te s recientes . Estos j u d í o s de la E u r o p a cen-tral , q u e h a b í a n c o m e n z a d o a re f lu i r hacia el oeste a p r inc ip ios del si-glo xx y, en par t i cu la r , de spués de los g r a n d e s pogroms zaristas, e r a n s o b r e t o d o de or igen p r o l e t a r i o . No p o c o s de ellos ya h a b í a n mil i ta-do en los pa r t i dos de izquierda de sus países nat ivos y luego se h a b í a n m a n t e n i d o f ie les a sus convicciones . No era , pues , s o r p r e n d e n t e q u e , al l legar a Francia, c o n t i n u a s e n m i l i t a n d o . Los pa r t i dos pol í t icos re-c lu t aban fác i lmente sus huestes en aque l lo s a m b i e n t e s : e l p a r t i d o co-munis t a , el Bund , el p a r t i d o de coa l ic ión , las a g r u p a c i o n e s sionistas y e l H a s h o m e r Hatzai r , del q u e ya he h a b l a d o ex t ensamen te .

13 APRENDIZAJE

P o r lo q u e a mí se re l iere , mi l i t aba en la sección j u d í a de la M O E , j u n t o c o n o t r o s c a m a r a d a s a qu ienes l a r ep re s ión hab ía a h u y e n t a d o de sus países. T o d a s las noches c e l e b r á b a m o s r e u n i o n e s , q u e se p r o -l o n g a b a n has ta altas h o r a s de la m a d r u g a d a . En aque l e n t o n c e s era m u y tuer te la in f luencia trotskista s o b r e los j u d í o s comun i s t a s , y ha -b í a m o s r ec ib ido o r d e n d e " l i m p i a r l a c o m u n i d a d j u d í a " d e t o d o s los mi l i tantes rivales. A m e n u d o nues t ro s deba tes e r a n m u y a n i m a d o s . El a scend ien te q u e pose í an Jos trotskistas s o b r e los j u d í o s i n m i g r a d o s se vio progres iva y c o n s i d e r a b l e m e n t e deb i l i t ado , a u n q u e s igu ie ron m a n i f e s t á n d o s e a l g u n o s p e q u e ñ o s núc leos m u y activos.

N o s o t r o s , j u d í o s y comunis t a s , no sólo p a r t i c i p á b a m o s en la vida del p a r t i d o s ino t a m b i é n en la ba ta l la pol í t ica en genera l . N o s hal lá-b a m o s í n t i m a m e n t e a soc iados a las luchas de la clase o b r e r a . S iem-p r e era a r r i e s g a d o q u e t o m á s e m o s p a r t e en las man i fe s t ac iones " d u -r a s " p o r q u e , en caso de ser de ten idos , los i n m i g r a d o s no na tura l iza -dos so l ían ser e x p u l s a d o s de Francia . De t o d o s m o d o s y pese a t o d o s los r iesgos, as i s t í amos a las g r a n d e s d e m o s t r a c i o n e s p o p u l a r e s , c o m o las del p r i m e r o de m a y o y las q u e se o r g a n i z a b a n pa r a c o n m e m o r a r el an ive r sa r io de la C o m u n a .

A d e m á s d e sus ac t iv idades p u r a m e n t e pol í t icas , n u m e r o s o s j u d í o s i n m i g r a d o s e r a n m i e m b r o s de ciertas asoc iac iones cul tura les . La C u l t u r e Ligua , p o r e j e m p l o , se hab ía d e s a r r o l l a d o b a j o la ég ida del p a r t i d o c o m u n i s t a . Sus r e u n i o n e s c o n g r e g a b a n t o d o s los d o m i n g o s en la sala Lancry a varios cen tenares de p e r s o n a s . A l g u n o s d i r igentes del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés , c o m o Pie r re S é m a r d y e l s i e m p r e son-r i en te J a c q u e s Duelos , as is t ían r e g u l a r m e n t e a ellas pa r a p r o n u n c i a r a l g u n a confe renc ia . P o r mi par te , me iba de vez en c u a n d o a Estras-b u r g o y a A m b e r e s pa ra ce lebrar a lgunas r e u n i o n e s públ icas con las c o m u n i d a d e s j u d í a s locales.

F ina lmen te , nues t ra presencia se m o s t r a b a m u y activa en los sin-d ica tos y e r a n n u m e r o s o s los mi l i t an tes j u d í o s q u e a c t u a b a n en las secciones de peleter ía y de confecc ión . Lozovski, q u e en 1912 h a b í a s ido secre ta r io del s ind ica to de s o m b r e r e r o s , se hab ía c o n v e r t i d o en u n o de los d i r igen tes de la In t e rnac iona l s indical ro ja .

T a m b i é n qu is ie ra a p o r t a r a q u í mi t e s t i m o n i o acerca de l a c o n -duc ta pol í t ica o b s e r v a d a p o r los mi l i t an tes j u d í o s en genera l e insistir en e l h e c h o de q u e se carac ter izaba p o r u n a aúsenc ia casi total de sec-t a r i smo . T o d o s n o s o t r o s e x p e r i m e n t á b a m o s u n a a p r e m i a n t e necesi-d a d de i n f o r m a c i ó n y , c o n t r a r i a m e n t e a l mi l i t an te c o m u n i s t a t radi -c ional q u e le/a exc lus ivamente L'Humanité, nues t r a s fuen tes de in for -m a c i ó n e r a n m u y eclécticas, pues to q u e iban de sde el socialista Le Po-pulaire hasta el m u y c o n s e r v a d o r Temps, p a s a n d o p o r Le Canard En-c/imW.Todavía en la ac tua l idad s igue s i endo m u y viva mi a f ic ión juve -

FRANCIA 41

nil al Canard. P a r a l e l a m e n t e se h a b í a o r g a n i z a d o a s i m i s m o mi vida p e r s o n a l .

Tuve la a legr ía de r e c o b r a r a Luba , q u e v ino a reun i r se c o n m i g o en 1930. C o m o la policía inglesa a n d a b a buscándo la , p a r a salir de Pa-lestina L u b a tuvo q u e a d o p t a r la iden t idad de su h e r m a n a Sara 1 y c o n t r a e r un m a t r i m o n i o b l a n c o con un a m i g o q u e pose ía l a c i u d a d a -nía pales t ina . Ese e s t a tu to legal le confe r í a los m i s m o s de rechos q u e a los s u b d i t o s br i tán icos y le p e r m i t i ó o b t e n e r un visado de e n t r a d a en Francia . A h o r a , en q u e a m b o s é r a m o s i nmig rados , vo lver íamos a es-tar a ma la s u n a vez m á s con la pol icía . . .

Unas s e m a n a s después de la l legada de L u b a , a p r i m e r a s h o r a s de la m a d r u g a d a l l a m a r o n a la puer ta de la hab i t ac ión q u e o c u p á b a m o s en e l hote l de Vanee . Abr í y me e n c o n t r é con un h o m b r e cuyo aspec-to no e n g a ñ a b a . . .

—Me envía la po l ic ía de este b a r r i o . Hace un m e s q u e l legó su m u j e r y todavía no ha r egu la r i zado su s i tuac ión . . .

—Lo s iento —respondí , e i n c l i n á n d o m e hacia ade lan te , le m u r m u -ré al o ído , c o m o si quis iera evitar q u e a lguien nie oye ra : —No es mi m u j e r , s ino mí a m a n t e . D e n t r o de cua ren t a y o c h o ho ras ya no es tará aqu í .

—Oh, en ese caso. . . —admit ió el f u n c i o n a r i o s u b r a y a n d o sus pa l a -b ra s c o n u n g u i ñ o mal ic ioso .

En la pa t r ia de Cour te l ine , las historias galantes s i e m p r e son b ien rec ibidas , s o b r e t o d o p o r p a r t e de Ja pol ic ía .

Nues t r a s i tuac ión mate r ia l era difícil. Al a p r o x i m a r s e el naci -m i e n t o de n u e s t r o p r i m e r h i jo , l legó a ser inqu ie tan te . Por f o r t u n a , un m o d e s t o m e r c a d e r de p in tu ras , q u e era j u d í o y q u e r í a c o m p l a c e r -me, me d io t r a b a j o . Pe ro e l pincel no hace a l p in to r , yo carecía de la suf ic iente hab i l i dad y no de jé de ser un m e d i o c r e p i n t a m o n a s . El m e r c a d e r , p o r el con t r a r i o , h izo ca r re ra después y ha l legado a ser un g ran m a r c h a n t e .

Mi m u j e r t r a b a j a b a de cos tu re ra p a r a un pe le te ro . Dos veces p o r s e m a n a iba a busca r u n o s e n o r m e s f a rdos de pieles y luego su j o r n a -da de t r a b a j o en casa e ra de diez a doce h o r a s diar ias . Mil i taba en las filas del p a r t i d o c o m u n i s t a e incluso f u e de legada p a r a la sección j u -día en la p r i m e r a con fe renc i a antifascista q u e se ce lebró en París el a ñ o 1931. Po r lo q u e a mí se refiere, me hab ían n o m b r a d o re-p r e s e n t a n t e de la sección j u d í a de la M O E en e l comi t é central del pa r t i do .

Más ade lan te , se me invitó un día a q u e me p re sen ta ra , con o t r o c a m a r a d a de la M O E , en la sede del comi té central pa r a ent revis tar -

2. Todavía en la actualidad se atribuye algunas veces a mi mu je r esie n o m b r e postizo de Sara O i v h i z i r . (Sara, la he rmana de Luba. mur ió en las cámaras de gas de Auschwitz.)

13 APRENDIZAJE

me con Marcel Cachin . El d i rec tor de L'Humaniíé me a c o g i ó c o n cor-d ia l idad :

—Buenos días —me dijo—; ¿ c ó m o sigue vues t ro t r a b a j o con los j u d í o s ? —V pros igu ió , sin d a r m e t i e m p o p a r a r e s p o n d e r l e : —El peli-g r o nazi se ag rava ; h e m o s de i n c r e m e n t a r nues t r a p r o p a g a n d a en los a m b i e n t e s j u d í o s . Neces i t amos un pe r iód i co en lengua yiddish pa ra Francia y Bélgica. Po r eso q u e r í a veros.

—De a c u e r d o ; p e r o ¿ q u i é n va a f inanc ia r este p e r i ó d i c o ? — ¿ C ó m o ? —me i n t e r r u m p i ó Cachin—. ¿ N o has le ído a L e n i n ?

¿ I g n o r a s c ó m o se f inanc ia un pe r iód i co c o m u n i s t a ? O r g a n i z a d sus-c r ipc iones e n t r e los ob re ro s . . .

—Estamos d i spues tos a lanzar u n a gra*n c a m p a ñ a de susc r ipc ión ; p e r o , ¿ p a r t i c i p a r á us ted en los mí t ines q u e o r g a n i c e m o s p a r a a p o y a r esta c a m p a ñ a ?

—Desde luego, de mil a m o r e s , s i e m p r e q u e esté d i spon ib l e . P o c o después c e l e b r a m o s u n a r e u n i ó n púb l i ca e n Mon t r eu i l ,

d o n d e e ra m u y n u m e r o s a la co lon ia j u d í a . La única sala l ibre era la de la s inagoga . El r a b i n o se av ino a p re s t á rnos l a . En el día s e ñ a l a d o , u n a m u c h e d u m b r e de humi lde s a r t e sanos y c o m e r c i a n t e s j u d í o s lle-n a b a la s inagoga . T o m é as iento en la t r i b u n a , ' a l l ado de Cachin . El a n t i g u o d i r igen te se levantó y d io c o m i e n z o a su d i scurso con voz fue r t e y v igorosa :

—Para mi cons t i tuye un gran h o n o r , a m i g o s míos , h a l l a r m e aqu í , j u n t o a los r ep resen tan te s de un p u e b l o q u e ha d a d o a l m u n d o u n o s r evo luc iona r io s tan colosales c o m o Jesuc r i s to , Spinoza y Marx .

U n a t empes t ad de ap l ausos i n t e r r u m p i ó a l o r a d o r . S o r p r e n d i d o y e m b a r a z a d o p o r estas p a l a b r a s q u e d e n o t a b a n u n n a c i o n a l i s m o d e p e q u e ñ o b u r g u é s , agaché la cabeza sin a t r e v e r m e a m i r a r a la sala. Pe ro Marce l Cachin p r o s e g u í a en e l m i s m o t o n o :

—No ignoráis , a m i g o s míos , q u e e l a b u e l o de Karl M a r x e ra r a b i n o .

Me t iene a b s o l u t a m e n t e sin c u i d a d o , p e n s a b a yo pa r a mis a d e n -t ros ; p e r o e l a u d i t o r i o , ga lvanizado , pa rec ía creer q u e a q u e l de ta l le era m u c h o más decisivo q u e la r edacc ión de El.capital p o r pa r t e del n ie lo del m e n c i o n a d o r ab ino .

Cachin d io fin a su a locuc ión con un n u e v o a r r e b a t o l ír ico, q u e la sala a c l a m ó con en tus i a smo . La colecta p a r a f inanc ia r e l p e r i ó d i c o q u e o r g a n i z a m o s a la salida, d i o excelentes resu l tados . Cach in , r e b o -sante de alegría , me d i jo a l m a r c h a r s e :

—Ya lo ves, D o m b , t o d o va b ien . ¡ T e n d r e m o s el p e r i ó d i c o ! Unas s e m a n a s m á s t a rde apa rec ía e l p r i m e r n ú m e r o de Der Mar-

gen (La M a ñ a n a ) . El pe r iód ico , q u e e r a s emana l e i m p r e s o s o b r e cua-t ro pág inas , a lcanzó r á p i d a m e n t e u n a g r a n d i fu s ión . A m e n u d o yo

FRANCIA 43

escr ibía a lgunos de sus a r t ícu los , a veces incluso el edi tor ia l , p e r o el equ i l i b r io f i nanc i e ro no d e j a b a de ser p r eca r io . U n o de los r edac to -res p r o p u s o des t ina r u n a p á g i n a a la pub l i c idad , q u e hasta en tonces hab ía e s t ado p rosc r i t a de l a p r e n s a c o m u n i s t a p o r razones mora les . ¿ D e b í a m o s o no d e b í a m o s a d m i t i r en nues t ras c o l u m n a s unos a n u n -cios capi ta l is tas? S o m e t i m o s la cues t ión al c o m i t é central y éste nos au to r i zó a q u e i n t en t á semos u n a p r u e b a en nues t ro pe r iód ico , p e r o con la cond ic ión de q u e a c e p t á s e m o s tan sólo la pub l i c idad de pe-q u e ñ o s comerc ios , r e s t au ran tes y a r t esanos . El c a m a r a d a a q u i e n se c o n f i ó aque l la pág ina , a c t u ó con t an to a h í n c o y acier to , q u e luego le p r o p u s i e r o n el m i s m o t r a b a j o en L'Humanilé...

N u e s t r o h i jo nac ió e l 3 de abr i l de 1931. Aquel día A n d r é M a n y salió de la p r i s ión y p o r la n o c h e tuvo lugar , en la Grange-aux-Bel les , un mi t in de los o b r e r o s j u d í o s en e l q u e aqué l d e b í a t o m a r p a n e . Para seña la r c o n u n a p i e d r a b l a n c a este t r ip le suceso, Luba y yo deci-d i m o s d a r e l n o m b r e de " A n m a r t y " a nues t ro hi jo. . . No se me ocul ta que , en la ac tua l idad , p u e d e pa rece r s o r p r e n d e n t e nues t ra iniciativa, pe ro , s i tuada en e l c o n t e x t o de su época , revela la venerac ión de q u e se ha l l aban r o d e a d o s los d i r igen tes c o m u n i s t a s a lgunos a ñ o s antes de q u e se d e n u n c i a r a e l f a m o s o cu l to de la p e r s o n a l i d a d .

T o d a v í a me veo en la a lca ld ía del d is t r i to XIX, m u y p r ó x i m a a l r e d u c i d o a p a r t a m e n t o en e l q u e nos h a l l á b a m o s ins ta lados. . . Me p r e s e n t é al e n c a r g a d o del regis t ro civil p a r a la dec la rac ión fo rma l del n a c i m i e n t o de n u e s t r o h i jo . C u a n d o le i n d i q u é e l n o m b r e q u e deseá-b a m o s i m p o n e r l e , e l p o b r e f u n c i o n a r i o se sobresa l tó (pese a estar e m p l e a d o e n u n sector comunis ta ) . . .

—Anmarty, Anmar ty , ¡ese n o m b r e no existe! —No, p e r o es q u e así q u e r e m o s ce lebra r la l iberac ión de A n d r é

M a n y . —Va me lo s u p o n g o , p e r o si q u i e r e n evitarse molest ias , en f in, de

h a l l a r m e yo en su lugar , l e i m p o n d r í a o t r o n o m b r e . Me fui a consu l t a r a Luba . . . En r e c u e r d o del p r i m e r d is t r i to de

París q u e nos h a b í a acog ido , nos dec id imos p o r e l n o m b r e de Mi-chel. . .

C o m o Luba mi l i t aba t an to c o m o yo, m u y p r o n t o surg ió e l p r o -b l e m a de hal lar la p e r s o n a a q u i e n e n c o m e n d a r la vigilancia y el cui-d a d o de Michel p o r la noche . Sol ic i tamos la ayuda de a lgunos ami -gos p a r a q u e se t u r n a r a n j u n t o a la cuna del n iño. . .

—No nos lo agradezcá is —nos respondieron—. No tiene nada de par t i cu la r . Además , es u n a m a n e r a c o m o o t r a cua lqu ie ra de ser útiles a l p a r t i d o .

Sólo h u b o u n i nconven ien t e : m u y p r o n t o ciertos c a m a r a d a s p re -firieron consagra r se a la cus tod ia de Michel . . . y con ello se excusa ron

• 13 APRENDIZAJE

de asist i r a las r e u n i o n e s del p a r t i d o . Más b ien q u e mal nos f u i m o s i n s t a l ando en nues t ra v ida : g a n á b a -

m o s lo suf ic iente p a r a subsist i r y m i l i t á b a m o s con h a r t a in tens idad pa r a tener o c u p a d o e l espí r i tu . . . Sin d u d a , es p r o p i o de los revolu-c iona r ios q u e p u e d a n c o n t a r tan sólo con e l presente . El c a m i n o de las revo luc iones está c u a j a d o de asechanzas y qu i en desea segu i r lo debe e spe ra r lo t o d o , inc luso y s o b r e t o d o lo i ne spe rado . Cier ta m a -ñ a n a de j u n i o de 1932 vino a ve rme Alter S t r o m con s e m b l a n t e p r e o -c u p a d o : su a v e n t u r a iba a e jempl i f i ca r esta verdad . Me p r e g u n t ó s i h a b í a r ec ib ido u n a car ta p a r a él.

—¿Una car ta p a r t i c u l a r ? —le p r e g u n t é . —No, no , u n a ca r ta i m p o r t a n t e . Me s o r p r e n d i ó su exp l i cac ión : —No es m u y p r u d e n t e hacerse enviar a las señas de un r e sponsa -

ble d e l a M O E u n a ca r ta q u e h a b l e d e u n t r a b a j o ilegal. S t r o m h a b í a m i l i t a d o c o n m i g o en la C u l t u r e Ligua . En 1931 sus

p a d r e s le env ia ron d i n e r o y se m a t r i c u l ó en el Ins t i tu to de Artes y Ofic ios , d o n d e asistía a u n o s cursos de d i b u j o . Al m i s m o t i e m p o , ha -bía d e j a d o de a p a r e c e r en púb l i co . No l e h a b í a p e d i d o expl icac iones , p e r o s o s p e c h a b a q u e pa r t i c i paba en la act iv idad ilegal del p a r t i d o co-m u n i s t a po laco .

Dos días m á s t a rde , Alter S t rom, ya m u y p r e o c u p a d o , v ino de nuevo p a r a p r e g u n t a r m e s i todavía no h a b í a rec ib ido n i n g u n a car ta pa r a él.

A l m a r c h a r s e me d i j o : —De todas fo rmas , ten c u i d a d o . Yo a n d a b a m u y lejos de i m a g i n a r m e de d ó n d e p o d í a venir e l pe -

l ig ro ; p e r o , p o c o s días después , los pe r iód icos me d i e r o n l a respues-ta. Alter S t r o m a c a b a b a de ser d e t e n i d o p o r e sp iona j e en favor de la U n i ó n Soviética, Era de creer q u e Bir, j e f e de aque l l a red de e sp iona -je , e s t aba b ien d o t a d o p a r a realizar su t r a b a j o , p u e s t o q u e l a pol ic ía lo a p o d ó " F a n t o m a s " . Un per iod i s ta de L'Humanilé, Riquier , se ha-l laba c o m p r o m e t i d o en aque l l a h is tor ia , q u e luego pasa r í a a ser "e l a s u n t o F a n t o m a s " .

N u m e r o s o s pe r i ód i cos par is ienses se c e b a r o n m a l i g n a m e n t e en a q u e l a s u n t o : l a ocas ión e ra d e m a s i a d o p rop ic ia p a r a q u e no se lan-zaran a u n a c a m p a ñ a de descréd i to con t r a e l p a r t i d o c o m u n i s t a , a l q u e a c u s a b a n d e es tar " a sue ldo del e x t r a n j e r o " . C o m o s i empre ocu-r re en Francia , e c h a r o n m a n o de los j u e g o s de p a l a b r a s y d e s o r b i t a -r o n e l c o m p l o t " F a n t o - M a r x " . Mi ún ica relación con e l g r u p o de F a n t o m a s e ra mi a m i s t a d con S t r o m ; p e r o , s i endo mi l i t an te activo del p a r t i d o c o m u n i s t a , pensé q u e mi debe r era s o m e t e r mi caso a la d i recc ión d e l ' m i s m o . Después d e c o n c i e n z u d o e x a m e n , s e m e a c ó n -

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se jó q u e sal iera de París, p u e s era de t emer q u e la policía exp lo ta ra mi ami s t ad con S t r o m pa ra o rgan iza r u n a c a m p a ñ a c o n t r a los inmi-g r a d o s j u d í o s . Tal a p r e n s i ó n n o es taba desprovis ta d e f u n d a m e n t o en u n a época en q u e la p r e n s a reacc ionar ia d e n u n c i a b a —ya— la " i n -m i g r a c i ó n sa lva je" y s o p l a b a s o b r e el r e sco ldo s i empre a rd i en t e del an t i s emi t i smo m á s m a n i d o . Mi s i tuac ión es taba p e r f e c t a m e n t e en re-gla y h a b r í a p o d i d o ir a e spera r , en Bruselas p o r e j e m p l o , a q u e se c a l m a r a l a ag i tac ión . Pe ro creí q u e d e b í a a p r o v e c h a r aque l l a o p o r t u -n i d a d p a r a m a r c h a r m e a la U n i ó n Soviética —a d o n d e ya h a b í a solici-t a d o i r en 1931—. ¿ P o r q u é ? Pues p o r q u e , de sde mi salida de Po lo -nia , no h a b í a g o z a d o de un so lo m o m e n t o de descanso y , s i b ien ha-b ía a d q u i r i d o s o b r e e l t e r r e n o una exper ienc ia de ines t imable valor , mis c o n o c i m i e n t o s teór icos segu ían s i e n d o def ic ientes . Ya era h o r a d e q u e c o l m a r a aque l l a l aguna .

Sin d u d a mi e x p e d i e n t e es tuvo b ien e n c a m i n a d o , pues to q u e mi c a n d i d a t u r a , t r ansmi t ida p o r l a d i recc ión del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés , fue a c e p t a d a en Moscú p o r l a sección de m a n d o s del Komin -tern , de cuya p a r t e f rancesa se o c u p a b a la s eñora Lebiedewa, esposa de Manuí lski . Mi m u j e r se r eun i r í a m á s t a rde c o n m i g o . Me marché , pues , a la capi tal de l a .URSS a p r inc ip ios del ve rano de J932.

5. ¡POR FIN EN MOSCÚ!

En mi viaje hacia Moscú me de tuve a l g u n o s días en Berl ín. Los mi l i tan tes de i zqu ie rda con los q u e h a b l é en la capi tal ale-

m a n a s u b e s t i m a b a n el pe l ig ro nazi. C o m u n i s t a s y socialistas, razo-n a n d o ú n i c a m e n t e en t é r m i n o s electorales y p a r l a m e n t a r i o s , a f i r m a -ban q u e e l p a r t i d o de Hi t ler j a m á s l o g r a r í a o c u p a r la m a y o r í a de es-caños en el Reichstag. C u a n d o les o b j e t a b a q u e existía el pe l ig ro de q u e los nazis t o m a r a n el p o d e r p o r la fuerza y q u e se ha l l aban m u -c h o m e j o r p r e p a r a d o s pa ra esa even tua l idad q u e todos los pa r t i dos o b r e r o s , mis i n t e r l ocu to r e s no se a t en ían a razones.

Sin e m b a r g o , cada vez con m a y o r insistencia los SA a t r o n a b a n las calles con el r u i d o de sus bo tas . Las ref r iegas callejeras e r a n d iar ias , pues to q u e los g r u p o s de c h o q u e h i t l e r i anos no vaci laban en a t aca r a los mi l i tan tes de izquierda .

Mien t ras t a n t o , e l p a r t i d o socialista y e l p a r t i d o c o m u n i s t a , q u e s u m a b a n en total más de ca torce mi l lones de electores, se n e g a b a n a f o r m a r un f r en t e ún ico . " E l á r b o l nazi —según las célebres pa l ab ra s de T h a e l m a n n , secre ta r io gene ra l del p a r t i d o c o m u n i s t a a lemán— no deb ía ocu l t a r el b o s q u e s o c i a l - d e m ó c r a t a . " Seis meses más tarde , e l á r b o l nazi c u b r í a con su s o m b r a la to t a l idad de Alemania . . .

T u v i m o s q u e e spe ra r has ta 1935 p a r a q u e l a In t e rnac iona l c o m u -nista, en su s é p t i m o congreso , sacara las consecuencias de aque l l a te-r r ib le d e r r o t a y p r econ i za r a e l f r e n t e ún ico que , desde hacía a lgún t i empo , los mi l i tan tes socialistas y c o m u n i s t a s h a b í a n pues to en p rác -tica... t ras las a l a m b r a d a s de los c a m p o s de concen t r ac ión .

Salí de Berlín p l e n a m e n t e c o n v e n c i d o de la i nminenc ia de la ca-tás t rofe . Eran escasos los v ia jeros en el t ren q u e me conduc ía a Mos-cú. Al a c e r c a r n o s a la f r o n t e r a rusa , me q u e d é so lo , no ú n i c a m e n t e en mi c o m p a r t i m i e n t o , s ino en t o d o el vagón . Para el res to del m u n do , la U n i ó n Soviética seguía s i endo un e n i g m a . Pesadilla de la gen te a c a u d a l a d a de todos los con t inen te s , r ep resen taba pa ra mí la pa t r ia de los t r a b a j a d o r e s .

C u a n d o divisé el i n m e n s o ca r te lón q u e seña laba la e n t r a d a en el

i POR FIN EN M O S C Ú ! 47

te r r i to r io soviético, c o n la f a m o s a cons igna de M a r x : " ¡ P r o l e t a r i o s de t o d o s los países, u n i o s ! " rne sentí e m b a r g a d o p o r la e m o c i ó n . Mi co razón es taba r e b o s a n t e de o r g u l l o p o r q u e pa r t i c ipaba en la cons-t rucc ión de aque l m u n d o nuevo en e l q u e los h o m b r e s , t ras r o m p e r sus cadenas , hacían tabla rasa del pa sado . H a b í a s o ñ a d o c o n la pa t r i a del socia l i smo. A h o r a ine e n c o n t r a b a en el la.

Era e s p e r a d a mi l legada en la es tación f ron te r iza . Proseguí el viaje en un vagón d i spues to en c o m p a r t i m i e n t o s pa ra dos pe r sonas . Dos o tres h o r a s más t a rde en t ró en e í m í o un of ic ia l de l e jé rc i to ro jo . Le complac ía s o b r e m a n e r a aque l e n c u e n t r o con un c o m u n i s t a ex t ran -jero y, mezc l ando el ruso , el p o l a c o y el a l e m á n , nos p u s i m o s a char -lar. Al a ce r ca rnos a Moscú, p u s o en o r d e n su e q u i p a j e . ¡ Q u e es tupe-facción la mía c u a n d o vi q u e sus dos i nmensas ma le ta s e s t aban llenas de m e n d r u g o s de p a n seco.. .! Mient ras las c e r r aba , me d i j o :

— ,*Ya lo ve usted.' Voy c a r g a d o de regalos p a r a mi famil ia q u e vive en el c a m p o .

En Moscú me q u e d é p a s m a d o an te un espec tácu lo s o r p r e n d e n t e . En la es tación y sus a l r ededo re s se h a c i n a b a n mi l la res y mil lares de c a m p e s i n o s que , p o s t r a d o s y a r r i m a d o s a los f a rdos q u e c o m p o n í a n su e q u i p a j e , a g u a r d a b a n con sus famil ias la l legada de su t ren. Me p r e g u n t é : " P e r o , ¿ a d ó n d e i r á n ? " . A r r o j a d o s de su a l d e a , s e iban m u y lejos hacia el Este, hacia Siber ia , d o n d e no fa l taba la t ierra vir-gen a la q u e r o t u r a r y cultivar.

Al salir de la estación, b u s q u é con la m i r a d a a un mi l ic iano pa r a p r e g u n t a r l e el c a m i n o q u e deb ía seguir . D e j a n d o la male ta en el sue-lo, me a c e r q u é a él.

—¿Es usted e x t r a n j e r o ? —me p r e g u n t ó . Moví la cabeza en sent ido a f i rma t ivo . —En tal caso, voy a da r l e un b u e n conse jo . No suel te nunca su

ma le t a , p o r q u e a q u í no fal tan los l ad rones . ¡ L a d r o n e s en Moscú , qu ince a ñ o s después de la revoluc ión de oc-

t u b r e ! Me sentí a t u r d i d o . T o m é un taxi y me hice c o n d u c i r a rasa de mi viejo a m i g o E lenbogen , a qu i en hab ía c o n o c i d o en Palest ina. Muy in te l igente y b u e n o rgan i zado r , mi l i taba ac t ivamen te en el g r u p o Unidad, , p e r o , en 1927, h a l l á n d o s e e n f e r m o y casi para l í t i co , recibió la au to r i zac ión de t ras ladarse a la U n i ó n Soviética. Desde Berlín le hab ía a n u n c i a d o mi l legada y rne e spe raba . S o b r e la mesa hab ía p re -p a r a d o p a n , man tequ i l l a , sa lchichón y vodka . Tenía fresca a ú n en la m e m o r i a la visión de las dos male tas , l lenas de p a n seco, del oficial del e jérc i to ro jo . E l e n b o g e n leyó sin d u d a la so rp resa en mi ro s t ro :

—Seguramente te ex t raña e n c o n t r a r t o d o s esos p r o d u c i o s en mi t a sa —me dijo—. P roceden del m e r c a d o negro . Un h o m b r e c o m o yo, q u e se gana b ien la vida (era ingen ie ro y d a b a clases en dos insiiiu-

• 13 APRENDIZAJE

tos), p u e d e c o m p r a r l o q u e qu ie ra . Es tuvimos h a b l a n d o t o d a ia noche . A u n q u e no per tenec ie ra a l

p a r t i d o , E l e n b o g e n a n d a b a m u y lejos de ser o p u e s t o a l r ég imen so-viético, p e r o lo q u e me c o n t ó acerca de la colectivización, la vida en Moscú y los p r o c e s o s pol í t icos e r a a b s o l u t a m e n t e d i s t in to de i o d o c u a n t o yo h a b í a le ído y o í d o . Desde el p r i m e r día se a b r i ó a mis pies el loso q u e s e p a r a b a la p r o p a g a n d a de la vida real. Era i n m e n s o .

Al d ía s iguiente me dirigí a Voronzove -Po le , d o n d e se a l o j a b a n los e m i g r a d o s pol í t icos. Era una g r a n m a n s i ó n , casi en el c e n t r o de la c i u d a d , l lena de r u i d o y ag i tac ión . Allí vivían a l g u n o s a n t i g u o s mil i-tantes de t o d o s los países, po lacos , h ú n g a r o s , l i tuanos , yugoslavos , inc luso j a p o n e s e s , q u e se h a b í a n visto ob l igados a a b a n d o n a r su país de o r igen . C o m o t r anscu r r í an varias s emanas , e inc luso var ios meses , antes de q u e se les diera un e m p l e o , p a s a b a n la m a y o r p a r t e del t i em-po d i s cu t i endo . Unos a p r o b a b a n l a colectivización, m ien t r a s o t r o s r ep l i caban d i c i e n d o q u e hab ía p r o v o c a d o e l h a m b r e en Ucrania —así me en t e r é de q u e la gen te se m o r í a de h a m b r e en aque l l a región—. La l iber tad de expres ión y la c o n t u n d e n c i a de las répl icas me r e c o r d a -b a n aque l las r e u n i o n e s de París en las q u e d i scu t í amos con los mi l i -tantes socialistas y t rotskistas a lo l a rgo de incon tab les ho ra s y a d u -c i e n d o in f in idad d e a r g u m e n t o s . M e d i e r o n una hab i t a c ión , q u e c o m p a r t í con d o s c a m a r a d a s .

Seguía d e s c u b r i e n d o la c iudad de Moscú. . . En el cen t ro de la mis-m a , en la plaza del P icade ro , se alzaba el i n m u e b l e del K o m i n t e r n , e n o r m e edi f ic io e f i cazmente p r o t e g i d o p o r n u m e r o s o s gua rd ias . An-tes de p o d e r en t r a r , e ra necesar io p o n e r s e en c o n t a c t o (c ic lónico con la p e r s o n a a la q u e se iba a visitar. Las diversas secciones de la In te r -nac iona l c o m u n i s t a o c u p a b a n los dis t in tos pisos del i n m u e b l e : e l m u n d o e n t e r o cab ía en aque l la casa. Me rec ib ió e l secre tar io de la sección f rancesa , q u e ya tenía aviso de mi l legada. H a b í a e f e c t u a d o las di l igencias precisas p a r a q u e yo p u d i e r a ingresar en la univers i -d a d c o m u n i s t a . A la sazón exist ían en Moscú c u a t r o un ive r s idades comuni s t a s . La p r i m e r a , la Escuela Lenin , es taba des t inada a los m i -l i tantes q u e h a b í a n a d q u i r i d o u n a g ran exper ienc ia r evo luc iona r i a , p e r o q u e n u n c a tuv i e ron l a pos ib i l idad de cursa r es tud ios super io res . P a s a b a n p o r aque l l a un ive r s idad los f u t u r o s d i r igentes de los par t i -dos c o m u n i s t a s . T i to e s tud i aba en tonces en ella. La s e g u n d a un iver -s idad , aque l la en la q u e yo es taba m a t r i c u l a d o , e ra la Univers idad Marshlevski , n o m b r e del q u e fue su p r i m e r rec tor . Es taba reservada a las m i n o r í a s nac iona les , p e r o en rea l idad cons taba de casi veinte sec-c iones : po laca , a l e m a n a , h ú n g a r a , bú lga ra , etc. A cada u n a de ellas se ha l laba a d s c r i t o un g r u p o especia l izado de mi l i tantes q u e p e r t e n e -cían a la m i n o r í a nac iona l de aque l país. La sección yugoslava, p o r

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e j e m p l o , incluía un g r u p o servio y un g r u p o c roa ta . En c u a n t o a la sección judia , r e a g r u p a b a a un m i s m o t i e m p o t a m o a los mi l i tantes comun i s t a s j u d í o s de t o d a s las n a c i o n e s c o m o a los mi l i tantes j u d í o s de la U n i ó n Soviética. Así s a b í a m o s lo q u e ocu r r í a en todos aque l los países, p u e s t o q u e p a r t e de los es tud ian tes de nuest ra sección regre-s a b a n a su casa d u r a n t e el v e r a n o . La tercera univers idad e ra la Uni-versidad Kutv, a la q u e só lo asist ían los es tud ian tes del P r ó x i m o Or ien te . F ina lmente , la Univers idad Sun-Yat-Sen es taba reservada a los ch inos . Eran de dos a tres mil los mi l i tantes se lecc ionados q u e c u r s a b a n e s tud io s en e l c o n j u n t o de esas c u a t r o univers idades .

En 1932 la vida es tudiant i l no era fácil. La m a y o r pa r t e de noso-tros vivíamos m u y lejos y p a r a acud i r a clase t en íamos q u e a n d a r más de u n a ho ra . Hasta 1934 no se inició la cons t rucc ión , j u n t o a nuestra un ivers idad , de un g r a n edif ic io capaz de a lbe rga r a mil dosc ien tos es tudiantes . En c u a n t o a la a l i m e n t a c i ó n , carecía p o r lo m e n o s de va-r i edad . Sucedía a m e n u d o que , d u r a n t e una s e m a n a en te ra , nues t ro r ég imen a l iment ic io e ra exc lus ivamente el de la col, pa r a pa sa r luego, d u r a n t e t oda la s e m a n a s iguiente , a l r ég imen exclusivo del a r roz . Esta m i n u t a s emana l d a b a lugar a un chiste, q u e r e p e t í a m o s c o n tanta fre-cuencia c o m o los p l a to s q u e c o m í a m o s . De tener q u e o p e r a r a u n o de noso t ros , e l c i r u j a n o e n c o n t r a r í a en e l a b d o m e n los a l i m e n t o s in-ge r idos d i spues tos en f o r m a de es t r a tos : u n a capa de arroz , una capa de col, u n a capa de pa ta tas , etc. La univers idad cu idaba asimis-mo de vestir a los es tud ian tes . El e n c a r g a d o del ves tuar io en nuestra un ivers idad c o m p r ó setecientos p a n t a l o n e s idénticos. Los moscovi-tas, con los q u e nos c r u z á b a m o s en la calle, d e c í a n :

— ¡ T o m a ! Allí va un e s t u d i a n t e de la Univers idad Marshlevski . La d iscrec ión , pues , q u e d a b a a s e g u r a d a . . . He c o n s e r v a d o de aque l l a época mi ú l t imo carnet universi tar io . 1

Ya en aque l en tonces , en su p r i m e r a p á g i n a in te r io r apa rec í an las fo-tograf ías de Lenin y de Stalin y, en la p á g i n a s iguiente , la del rector Marshlevski . D e b a j o de las fo togra f í a s h a b í a unas citas. La de Lenin dec ía : " A n t e voso t ros se ye rgue el p r o b l e m a de la cons t rucc ión de) so-cia l ismo, p e r o sólo lograré is reso lver lo s i estáis en poses ión de todos los c o n o c i m i e n t o s c o n t e m p o r á n e o s " . Y la de Stalin rezaba : " L a teo-ría p u e d e t r a n s f o r m a r s e en u n a gran fuerza del m o v i m i e n t o o b r e r o , si s i e m p r e p e r m a n e c e í n t i m a m e n t e u n i d a a la polí t ica r evo luc iona-r i a " . Esta h e r m o s a m á x i m a se le e scapó sin d u d a en un m o m e n t o de d is t racción.

El p r o g r a m a se dividía en tres ciclos de es tudios . Las ciencias so-ciales y económicas , q u e f o r m a b a n el p r i m e r ciclo, incluían la histo-

i. Véase el anexo al final del libro.

• 13 APRENDIZAJE

ria de los p u e b l o s de la U n i ó n Soviética, la his tor ia del p a r t i d o bo l -chev ique , la h i s to r ia del K o m i n t e r n y el e s tud io del l en in i smo . El se-g u n d o ciclo es taba c o n s a g r a d o a es tud ia r el país de o r igen de los es-tud ian tes , su m o v i m i e n t o o b r e r o , su p a r t i d o comun i s t a y sus pa r t i cu -la r idades nac iona les . El e s tud io de diversas lenguas f o r m a b a el tercer ciclo. Q u i e n e s no h a b í a n c u r s a d o estudio,s supe r io re s en o t ro s luga-res ten ían la pos ib i l idad de a p r e n d e r matemát icas , física, q u í m i c a y b io log ía . El t r a b a j o era in tenso y t e n í a m o s q u e dedicar le de doce a ca torce h o r a s d iar ias c o m o t é r m i n o m e d i o .

En nues t r a sección, yo me in te resaba s o b r e t o d o p o r e l e s t u d i o de la cues t ión j u d í a . N u e s t r o p r o f e s o r , Dimens te in , h a b í a s ido e l p r i m e r j u d í o q u e ingresó en e l p a r t i d o bo l chev ique a p r inc ip ios de siglo. Vi-cecomisa r io p a r a las N a c i o n a l i d a d e s b a j o la a u t o r i d a d de Stalin des-pués de la revo luc ión , h a b í a c o n o c i d o í n t i m a m e n t e a Lenin , de qu i en solía ci tar esta f rase : "E l an t i s emi t i smo es la c o n t r a r r e v o l u c i ó n " . Las n u m e r o s a s d iscus iones q u e sos tuvo con é l l e convenc ie ron de q u e Le-nin era p a r t i d a r i o de la c reac ión en la U n i ó n Soviética de u n a nac ión j u d í a , q u e gozar ía de los m i s m o s de rechos q u e las d e m á s repúbl icas .

Los es tud ian tes de la un ivers idad c o m u n i s t a a d q u i r í a n a s i m i s m o a l g u n o s c o n o c i m i e n t o s mi l i t a res : se e je rc i t aban en el m a n e j o de las a r m a s , rea l izaban ejercicios de t iro y de p ro tecc ión civil y a p r e n d í a n los r u d i m e n t o s de la g u e r r a qu ímica . A mí no me seduc ían las a r m a s y p o r lo r e g u l a r n u n c a d a b a en el b l anco . Los di r igentes del p a r t i d o c o m u n i s t a s r u s o y del K o m i n t e r n ven ían con f recuencia a nues t r a un ivers idad p a r a p r o n u n c i a r a l g u n a conferenc ia . Pero , m á s ade lan te , tales con fe renc i a s se h ic ieron cada vez m á s insólitas. P a r t i c i p á b a m o s a s i m i s m o en las veladas o rgan izadas p o r la Sociedad de los An t iguos Bolcheviques , q u e f u e to l e rada hasta e l mes de m a y o de 1935. Presti-g iosos mi l i tan tes q u e pe r t enec í an ya a la h is tor ia o q u e seguían ha-c iéndo la , c o m o Rádek , Zinóviev y Kámenev , a n i m a b a n los debates . Zinóviev me p r o d u c í a u n a e x t r a ñ a impre s ión , q u e se d e b í a sin d u d a a la d i s to r s ión exis tente e n t r e sus pa l ab ra s , s i e m p r e i n f l amadas , incluso violentas , y el t i m b r e de su voz agr ia y a g u d a , q u e él no l o g r a b a sua-vizar. ¿ C ó m o p o d r í a o lv idar aque l l a velada en q u e , u n i e n d o e l ges to a la p a l a b r a , e x c l a m ó : "Ace rco el o í d o al suelo y o igo c ó m o se acerca l a r e v o l u c i ó n ; p e r o m u c h o me t e m o q u e l a pr inc ipa l fuerza con t r a -r r evo luc iona r i a sea p r e c i s a m e n t e la social - d e m o c r a c i a " ?

Bu ja r in me fasc inaba . Excelente y b r i l l an te o r a d o r , m u y cult iva-do , h a b í a a b a n d o n a d o la pol í t ica pa r a consagra r se a la l i t e ra tura . Por lo r egu la r , a l f inal de su expos ic ión es ta l laba u n a v e r d a d e r a ova-c ión, q u e é l acogía s i e m p r e con ro s t ro he rmé t i co . Un día, m ien t r a s c o n t e m p l a b a con su triste m i r a d a la sala q u e es taba a c l a m á n d o l e , de-jó q u e se le e scapara esta r e f l ex ión : " C a d a u n o de estos a p l a u s o s me

i POR FIN EN M O S C Ú ! 51

acerca a la m u e r t e " . T a m b i é n Rádek era lúc ido , p e r o se r e f u g i a b a tras u n a i ron ía es-

t r idente y cínica. S i empre a p r o b a b a los c a m b i o s pol í t icos y escribía largos a r t í cu los p a r a expl icar la l ínea oficial , a u n q u e no creía ni en u n a sola de sus pa labras . Pero nad ie se l l a m a b a a e n g a ñ o .

I r r i t ado p o r sus chistes q u e t o d o Moscú repet ía , Stalin le l l amó a su d e s p a c h o :

—Es in jus to q u e se me acuse de ser el a u t o r de todas las anécdo ta s antisoviét icas —replicó Rádek.—. Existen o t ros . . .

E l m u n d o de los mi l i tantes e x t r a n j e r o s q u e e s t u d i a b a n en Moscú era m u y ce r r ado . No sol ía p r e sen t á r s enos la ocas ión de viajar y en-trar en con tac to con la p o b l a c i ó n rusa . A u n q u e t o t a l m e n t e a le jados de la vida social rusa , d u r a n t e los p r i m e r o s años , de 1932 a 1935, to-davía l o g r á b a m o s e lud i r la m á q u i n a bu roc rá t i c a , q u e sin cesar iba e x t e n d i e n d o y a c r e c e n t a n d o el p o d e r q u e ya e jerc ía s o b r e el país. Nues t ras discusiones polí t icas se re fer ían m u c h a s veces a unas cues-t iones que , en e l p a r t i d o , ya n a d i e osaba a b o r d a r . Grac ias a l r epre -sen tan te de nues t ra sección nac iona l en e l K o m i n t e r n , c o n o c í a m o s m e j o r q u e los c i u d a d a n o s soviéticos c u a n t o o c u r r í a en su país, y c u a n d o d i sen t í amos , no vac i l ábamos en deci r lo .

A l g u n o s meses después de mi l legada, t uv imos not ic ia del "suici-d i o " de la m u j e r de Stalin. Los es tud ian tes de las un ivers idades q u e asis t ieron a sus funera les , se m u r m u r a b a n al o í d o u n o s a o t ros m i e n -tras c a m i n a b a n en e l co r t e jo f ú n e b r e : "¿ Es c ie r to q u e se ha su ic idado o b ien se la ha c a r g a d o S t a l i n ? " .

L u b a llegó a p r inc ip ios de 1933 con n u e s t r o h i jo Michel , a la sa-zón de d iec iocho meses de e d a d . La sección f rancesa del Komin t e rn la hizo e n t r a r en la Univers idad Marshlevski , en la q u e estuvo estu-d i a n d o has ta 1936. Al m i s m o t i e m p o , mi l i t aba en el d is t r i to moscovi-ta de B a u m a n , cuyo secre tar io era Nikita J r u s c h o v . D u r a n t e e l vera-no, la env iaban —hasta el a ñ o 1936, en q u e se e x i m i ó a los c o m u n i s -tas e x t r a n j e r o s de t oda r e sponsab i l i dad en el p a r t i d o ruso— a los kol-joses c o m o comisa r io pol í t ico p a r a q u e a s u m i e r a en el los l a r e s p o n -sabi l idad de la cosecha y del c u m p l i m i e n t o del p lan g u b e r n a m e n t a l . Aquel los meses de res idencia en e l c a m p o le a b r i e r o n r á p i d a m e n t e los o jo s y a g u z a r o n su sen t ido crítico.

6. CARA A CARA CON LA REALIDAD

Los ho r i zon te s q u e yo c o l u m b r a b a en aque l e n t o n c e s no e s t aban d e s p e j a d o s de nubes . . . n i m u c h o m e n o s .

Así, c u a n d o l l egué a la U n i ó n Soviética, se c o n s i d e r a b a en el pa r -t ido q u e la colectivización era un a s u n t o resuel to , a u n q u e los ant i -g u o s mi l i t an tes seguían h a b l a n d o de ella p o r lo m u c h o q u e les hab ía t r a u m a t i z a d o aque l l a exper ienc ia . En un p r inc ip io , Stalin h a b í a deci-d i d o a n u l a r a los ku laks c o m o clase social. Pero c o n m u c h a rap idez evo luc ionó s e g u i d a m e n t e esta noc ión . En efecto , en m a r z o de 1930, c u a n d o se ha l l aba en su a p o g e o la c a m p a ñ a de colectivización, a p a -reció un a r t í cu lo de Stalin, " E l vér t igo del é x i t o " , en e l q u e c o n d e n a -ba el p r i nc ip io de la in tegrac ión vo lun t a r i a en los kol joses . En lo su-cesivo, los c a m p e s i n o s se in tegra r í an en ellos a cañonazos , si e r a p re -ciso. Noso t ro s , j óvenes es tud ian tes q u e h a b í a m o s l e ído a Lcu in , sa-b í a m o s q u e la colectivización sólo tenía pos ib i l idades de t r i u n f a r s i se llevaba a c a b o m e d i a n t e la educac ión y la pe r suas ión de los campes i -nos . Además , su realización só lo era pos ib l e a pa r t i r de c ie r to nivel de d e s a r r o l l o indus t r i a l q u e pe rmi t i e ra s u m i n i s t r a r a l c a m p o la infraes-t ruc tu ra mate r ia l necesar ia .

En las un ive r s idades c i rculaba e l r u m o r de q u e la colectivización h a b í a o c a s i o n a d o c inco mi l lones de víct imas. Se decía q u e p o b l a c i o -nes en te ras h a b í a n s ido d e p o r t a d a s y d iezmadas . El p r i m e r o de m a y o de 1934 estuve a l f r e n t e de u n a de legac ión de c o m u n i s t a s e x t r a n j e r o s q u e visitó el Kazakistán. . . En K a r a g a n d á nos rec ib ió el d i r igen te local del p a r t i d o , q u e luego nos a c o m p a ñ ó en nues t r a visita a la c i u d a d . Al l legar a la pe r i fe r ia , nos seña ló un d i l a t ado c a m p a m e n t o q u e o c u p a -b a u n a le jana h o n d o n a d a .

—Aquello q u e veis al lá a lo lejos es un c a m p a m e n t o de an t iguos kulaks —nos dijo—. Los t r a j i m o s a q u í c o n sus famil ias pa r a hacer los t r a b a j a r en las minas . —Y, con cínica n a t u r a l i d a d , a ñ a d i ó : —Los res-p o n s a b l e s de la cons t rucc ión del c a m p a m e n t o p e n s a r o n en t o d o , ex-cep to en l a c o n d u c c i ó n de agua . Se dec l a ró en tonces u n a e p i d e m i a de t ifus, q u e o c a s i o n ó var ios mil lares de víct imas. Los q u e a h o r a veis

CARA A CARA CON LA REALIDAD 53

const i tuyen la s e g u n d a r emesa de kulaks. Las a u t o r i d a d e s locales o r g a n i z a r o n una gran velada en n u e s t r o

h o n o r . Nos h a l l á b a m o s s en t ados en c o m p a ñ í a del secre tar io del p a r -t ido y de un c o r o n e l del NKVD. 1 Éste n o s seña ló a c u a t r o h o m b r e s , m u y b ien vest idos, q u e pe r t enec í an a la gene rac ión de antes de la re-vo luc ión .

—Son los ingen ie ros q u e di r igen la exp lo tac ión de nues t ras minas de c a r b ó n , las cuales conve r t i r án K a r a g a n d á en e l s e g u n d o c e n t r o m i n e r o de la U n i ó n Soviética.

Los c u a t r o ingen ie ros se p r e s e n t a r o n y, en el ac to , sus n o m b r e s me s o b r e s a l t a r o n : en 1928, o n c e ingen ie ros f u e r o n acusados de sa-b o t a j e y e j ecu t ados tras un p r o c e s o q u e causó sensación en la U n i ó n Soviética. ¡ Pe ro a h o r a va r ios de ellos se ha l l aban an te mí ! Me volví al co rone l del N K V D y le d i j e :

—Tengo la impre s ión de q u e estos ingenie ros son los pr inc ipa les a c u s a d o s del p r o c e s o Shaj t i .

—Tiene usted razón, s o n ellos en electo. . . —Pero los c o n d e n a r o n a m u e r t e y c re í amos q u e los hab ían pasa-

do p o r las a rmas . . . Mi in t e r locu to r , tras u n a pausa , me r e s p o n d i ó : —Ya sabe usted q u e fus i lar a u n a p e r s o n a no resulta m u y c a t o ,

p e r o c o m o e r a n p a r t i c u l a r m e n t e c o m p e t e n t e s y p e n s á b a m o s q u e po -d r í a m o s uti l izarlos, los t r a j i m o s aquí y les d i j imos : " B a j o sus pies ya-cen e n o r m e s reservas de ca rbón . . . Después de Donbass , esta r eg ión de K a r a g a n d á p u e d e y d e b e conver t i rse en e l s e g u n d o cen t ro h u l l e r o de la U n i ó n Soviética. Es de su i n c u m b e n c i a la d i recc ión de los t r aba -jos a realizar, y u n a de d o s : o t r i un fan ustedes y, en tal caso, sa lvarán la vida, o b i en . . . " . Están a q u í desde ei d ía q u e s iguió a su c o n d e n a , a ñ a d i ó el c o r o n e l del N K V D ; gozan de l iber tad y h a n hecho venir a sus famil ias . . .

Esta revelación nos d e j ó es tupefac tos : s i los o n c e ingenie ros ha-bían c o m e t i d o e fec t ivamente las faltas q u e les i m p u t a r o n , merec ían cien veces la m u e r t e y resu l taba inconceb ib le la especie de t r a b a j o a de s t a jo q u e se h a b í a c o n c e r t a d o luego con ellos. Uno de los p resen tes nos ac l a ró lo o c u r r i d o :

— H e m o s de dec i r con t oda f ranqueza —nos explicó—, q u e a q u e -llos ingen ie ros no e ran u n o s fanát icos del r ég imen y q u e la p r o d u c -ción hul lera era más b ien escasa en la reg ión de Donbass , cuya ex-p lo tac ión es taba a su cargo . Se h a b í a n i n u n d a d o a lgunas galerías, de-b i d o sin d u d a a a l g u n o s accidentes na tura les . Quizá in te rv in ie ron en m a y o r o m e n o r escala a l g u n o s in ten tos de sabota je . . . La ve rdad es

1. Comisar iado del Pueblo para el Interior.

• 13 APRENDIZAJE

q u e , t an to s i f u e r o n cier tos c o m o falsos tales sabo ta jes , se o rgan izó un g ran e scánda lo a su a l r e d e d o r y se m o n t ó un p roceso pa ra expli-car a l país la d i s m i n u c i ó n de la p r o d u c c i ó n hu l le ra . N o s o t r o s n a d a t e m í a m o s y s a b í a m o s a ciencia cierta q u e aque l lo s ingenie ros e r a n capaces de d i r ig i r la ext racción de c a r b ó n en esta reg ión . . .

A u n o s ingen ie ros c o n d e n a d o s a m u e r t e p o r " s a b o t a j e " , se les c o n f i a b a l u e g o la exp lo tac ión de la s egunda reg ión mine ra de la Un ión Soviética. Se t r a n s f o r m a b a en m i n e r o s a a n t i g u o s kulaks, q u e luego m o r í a n de t ifus en u n o s c a m p a m e n t o s carentes de higiene. N o -so t ros , c o m u n i s t a s y es tudiantes , v e í a m o s de p r o n t o c ó m o se a b r í a n a nues t ros pies i n sospechados a b i s m o s en t r e la rea l idad y la teor ía q u e d i f u n d í a nues t r a univers idad .

En 1930 se h a b í a c e l e b r a d o o t r o p roceso , l l a m a d o p roceso del p a r t i d o indus t r ia l . El pr incipal i ncu lpado , Ramzín , a c u s a d o de es tar en c o n t a c t o con los servicios f ranceses de i n f o r m a c i ó n pa r a res table-cer el cap i t a l i smo en Rusia, Fue c o n d e n a d o a m u e r t e . C inco años m á s t a rde salió de la pr i s ión y fue n o m b r a d o d i r ec to r de un i m p o r t a n t e ins t i tu to de invest igaciones científicas en Moscú . Más t a rde lo c o n d e -c o r a r o n con la o r d e n de Lenin y m u r i ó en su lecho en . . . 1948.

T o d o s esos hechos , de los q u e yo era testigo, c o m e n z a r o n a q u e r

b r a n t a r mi h e r m o s a ce r t i dumbre . . . H a b í a l l egado a la U n i ó n Soviéti-ca l l evando en mi e q u i p a j e los sueños de un neóf i to . Era j oven y ar-d i en te c o m u n i s t a , y e spe raba p o d e r c o n t r i b u i r a c a m b i a r el r o s t ro del m u n d o , inc luso s ab i endo , p o r h a b e r l o a p r e n d i d o a lo l a rgo de mis a ñ o s de mi l i tan te , q u e e l con t ac to d i rec to con la rea l idad concre ta me c o n d u c i r í a i nev i t ab l emen te a revisar a l g u n o s de mis en tus i a smos .

Dichosos aque l los que , desde la perspect iva de los a ñ o s idos, h a n p o d i d o anal izar , c o n f r o n t a r y c o m p r e n d e r lo o c u r r i d o . Per tenezco a h o r a a los pr ivi legiados a qu ienes la e d a d ha c o n f e r i d o esta posibi l i -d a d , y h a b l o de t o d o ello con tanta m a y o r s a b i d u r í a p o r c u a n t o era de a q u e l l o s mi l i tantes comun i s t a s que , d e s d e l a adolescenc ia , h a b í a n c o n s a g r a d o su vida a la causa de la e m a n c i p a c i ó n de los t r a b a j a d o r e s . Viv íamos los acon t ec imien tos día a día, sin q u e adv i r t i é r amos su ine-luctable e n c a d e n a m i e n t o . Sin d u d a me sentía h e r i d o en mi conc ien-cia r evo luc iona r i a , p e r o me hal laba d e m a s i a d o c o m p r o m e t i d o en la lucha pa r a sentir la ten tac ión de vo lve rme a t rás en mis opc iones . In-vocaba la inevi table f laqueza h u m a n a y el peso de las cont ingenc ias .

Fue en aque l la é p o c a c u a n d o leí e l " T e s t a m e n t o de L e n i n " , 2 del q u e c i r cu laba en e j e m p l a r m e c a n o g r a f i a d o ú n i c a m e n t e en t re los es-tud ian tes q u e gozaban de u n a pa r t i cu la r conf ianza de l a Dirección.

2. El " tes tamento de Lenin" está fo rmado por los últimos artículos que éste escribió antes de morir . Tuvimos que esperar el informe que Jruschov presentó en el año 1956 al XX Congveso del part ido comunista, para ver confirmada la autenticidad de tales textos.

CARA A CARA C O N LA REALIDAD 55

Aquel la lectura Fue pa ra mí u n a reve lac ión : "Sta l in es exces ivamente b ru ta l —escribía Vlad ími r llich—, y tal a r b i t r a r i e d a d , q u e es to le rab le en t re noso t ro s y en los con tac tos en t r e comun i s t a s , se convier te en un defec to in to le rab le en q u i e n o c u p a e l c a r g o de secre tar io general . De ahí mi p ropos i c ión de q u e los c a m a r a d a s es tudien la pos ib i l idad de a p a r t a r a Stalin de tal c a r g o . . / ' .

Lenin s u b r a y a b a , p o r e l c o n t r a r i o , las e m i n e n t e s cua l idades q u e poseía Trotsky, sin q u e p o r e l lo d e j a r a de r econoce r sus defectos. El r ég imen ruso , q u e hab ía e m b a l s a m a d o a Lenin y sus escritos, p resen-taba, en este p u n t o p o r lo m e n o s , u n a evidente in f ide l idad : Tro t sky se ha l l aba p r o s c r i t o y Stalin d e t e n t a b a el p o d e r .

S i n t i é n d o m e p e r p l e j o a n t e tales deducc iones , e incluso t u r b a d o por ellas, me sumí en el e s tud io de la his tor ia reciente del p a r t i d o y leí de nuevo toda la prensa soviética de los ú l t imos a ñ o s con la espe-ranza de llegar a c o m p r e n d e r . R e c u e r d o h a b e r c o n s t a t a d o q u e el cul-to a Stalin se hab ía in ic iado p r e c i s a m e n t e en 1929, el a ñ o en q u e Sta-lin c u m p l i ó c incuen ta a ñ o s de e d a d .

Fue en tonces c u a n d o a p a r e c i e r o n en los per iód icos los calificati-vos de " g e n i a l " , " g r a n j e f e " , " c o n t i n u a d o r de L e n i n " y " g u í a infal i-b l e " . Q u i e n e s r ecu r r í an sin tasa a tales ep í t e tos y f i r m a b a n los a r t ícu-los de la Pravda o de las Izvesíia e r a n los a n t i g u o s jefes de la oposición. Zinóviev, Kámenev, Rádek y Pia takov r ival izaban en celo encomiás t i -co pa ra hacer o lv idar m e j o r q u e h a b í a n s ido lo bas tan te audaces pa r a o p o n e r s e a Stalin. En 1929 ya no exist ían f racciones en el pa r t i do . Las opos ic iones h a b í a n sido des t ru idas . . . y a sus dir igentes se les c o n -fiaban cargos de r e sponsab i l i dad . Bu ja r in e r a r edac to r jefe de las Iz-vesíia; Rádek pasó a ser u n o de los p r inc ipa les redac tores de la Pravda y c o n s e j e r o de Stalin en pol í t ica e x t r a n j e r a .

U n a e n f e r m e d a d m u y grave , la dup l i c idad , se desa r ro l ló en el pa r t i do . Mien t ras vivió Lenin , la vida pol í t ica en el p a r t i d o bolchevi-q u e fue s i empre m u y a n i m a d a . En los congresos , lo m i s m o q u e en los p lenos y en las r e u n i o n e s del comi t é centra l , los mi l i tan tes decían sin a m b a g e s lo q u e p e n s a b a n . Tal c o n f r o n t a c i ó n , democrá t i ca y a m e n u d o áspera , confe r í a cohes ión y vi ta l idad al pa r t i do . Pero en c u a n t o Stalin a f i anzó el p o d e r q u e e jercía sob re e l a p a r a t o del par t i -do , ya ni s iquiera los a n t i g u o s bo lchev iques se a t rev ie ron a o p o n e r s e a sus decis iones o, s i m p l e m e n t e , a discut i r las . Algunos , i n t e r i o r m e n t e desga r rados , o p t a r o n p o r cal larse, m ien t r a s o t r o s se r e t i r a ron de la vida polí t ica activa. Pero f u e m á s grave a ú n e l h e c h o de q u e m u c h o s mil i tantes sos ten ían p ú b l i c a m e n t e las pos ic iones de Stalin, a u n q u e en su f u e r o in te rno las d e s a p r o b a b a n . Esa a t roz dup l i c idad ace leró la "desmora l i zac ión i n t e r i o r " del p a r t i d o .

Los mi l i tantes tenían q u e elegir e n t r e su r e sponsab i l idad , o inclu-

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so su s egu r idad pe r sona l , y su conciencia r evo luc iona r i a . M u c h o s se ca l la ron , d o b l a r o n la cerviz y a c e p t a r o n . Mani fes t a r su pa rece r acerca de las cues t iones diar ias se conver t ía en un ac to de s ingu la r valentía . Sólo se h a b l a b a con el corazón en la m a n o a los a m i g o s seguros , ¡y no s i e m p r e ! A los demás , e r a preciso recitarles las letanías oficiales de la Pravda.

A pa r t i r de 1930, en la d i recc ión del p a r t i d o só lo h u b o h o m b r e s q u e , sin la m e n o r ret icencia, e s t aban s i e m p r e de a c u e r d o con Stalin en todas las cuest iones , cua lesqu ie ra q u e éstas f u e r a n , incluso c u a n d o se t r a taba de p r o b l e m a s en los q u e h a b r í a s ido a b s o l u t a m e n t e no r -mal e inc luso deseab le q u e se m a n i f e s t a r a n d is t in tos pareceres . Las excepciones f u e r o n r a r a s : a l g u n o s di r igentes , a n t i g u o s comun i s t a s q u e no a d m i t í a n q u e e l p a r t i d o de Lenin se t r a n s f o r m a s e en u n a or-den rel igiosa, tuv ie ron a veces el c o r a j e de decir n o . Así lo h ic ie ron L o m i n a d z e y Lunacharsk i . . .

L o m i n a d z e se su ic idó en 1935, lo m i s m o q u e Ordzhon ik idze , e l a n t i g u o a m i g o de Stalin, q u e p u s o f in a su vida en 1937, después del regis t ro q u e e fec tuó en su d e s p a c h o el NKVD. H a b í a t e l e foneado a Stalin p a r a p ro t e s t a r p o r aque l a t r o p e l l o , p e r o Stalin l e r e s p o n d i ó v i o l e n t a m e n t e :

—Tienen el d e r e c h o de hacer lo , t ienen t o d o s los de rechos , lo mis-m o e n t u d e s p a c h o q u e e n todas par tes .

Has ta 1930, Lunacharsk i s i empre in te rv ino en de fensa de los in-telectuales c o n d e n a d o s . En el e jérc i to , el general Yákir no vaciló en salir en de fensa de un g r u p o de oficiales inocen tes q u e e l N K V D ha-b ía d e t e n i d o en 1929. Has ta c ier to p u n t o , era p u e s pos ib le o p o n e r s e a l e n g r a n a j e pol ic íaco . Yo m i s m o p u d e c o m p r o b a r l o p e r s o n a l m e n t e .

Un día de n o v i e m b r e de 1934, mi m u j e r fue c i t ada p a r a q u e c o m -parec ie ra en la L u b i a n k a en ca l idad de test igo. Al d í a s iguiente me l l a m a r o n a mí. El c o r o n e l q u e dirigía* la ins t rucc ión del s u m a r i o nos d i jo q u e h a b í a s ido d e t e n i d o c ier to Kaniewski, a q u i e n noso t ro s ha-b í a m o s c o n o c i d o b ien en Palest ina. Era un exce lente mi l i tan te , vale-roso , a b n e g a d o , q u e s i e m p r e se of rec ía c o m o v o l u n t a r i o p a r a las ac-ciones a r r iesgadas . Varias veces e n c a r c e l a d o p o r los ingleses, n u n c a d e s m a y a b a en la cárcel. En 1930 f u e e m b a r c a d o a viva fuerza en un b u q u e ruso .

—Sospechamos q u e Kaniewski t r aba j a p a r a e l ln te l l igence Servi-ce —nos dec la ró el co rone l .

—Escuche usted —le respondí—; no h e m o s de subes t imar a nues-tros adversar ios . No cabe d u d a de q u e e l ln te l l igence Service trata de rec lu tar agen tes , p e r o p e r d e r í a la faz si se en t re tuv ie ra en r ec lu ta r a h o m b r e s c o r n o Kaniewski, q u e son e s t r i c t amen te incapaces de reali-zar tal t r a b a j o .

CARA A CARA CON LA REALIDAD 57

—No o b s t a n t e —repuso el coronel—, he sol ic i tado el t e s t imon io de a n t i g u o s d i r igen tes del p a r a d o c o m u n i s t a palest ino' , u n o d e e l los n o conoc í a a Kaniewski, p e r o e l o t r o ha d e c l a r a d o q u e t o d o era pos ib le .

Unos meses m á s tarde , a ini i n u j e r y a mí nos av isaron q u e un h o m b r e nos e s p e r a b a en el ves t íbulo de la un ivers idad . B a j a m o s y vi-m o s a Kaniewski q u e , con los o jo s a r r a s a d o s de lágr imas , venía a d a r -nos las gracias. A c a b a b a de salir de la cárcel, nos exp l i có ; t o d o s los t e s t imonios le h a b í a n s ido con t ra r ios , p e r o gracias a nues t ras decla-rac iones hab ía sa lvado la vida. Desgrac iadamen te , u n o s t e s t imonios así ser ían impos ib l e s en los p r ó x i m o s años .

En 1937 s u p e q u e ini a m i g o Alier S t rom, q u e t r a b a j a b a en la Agencia Tass, h a b í a s ido d e t e n i d o . C r e y e n d o q u e se t r a taba de un e r r o r , ped í q u e se me p e r m i t i e r a dec la ra r en su íavor . T r o p e c é c o n las p e o r e s d i f icu l tades pa r a llegar hasta el coronel e n c a r g a d o de la ins t rucc ión del s u m a r i o . Para l og ra r lo , tuve q u e hacer in tervenir a l r e sponsab l e po l í t i co del servicio de i n f o r m a c i ó n mi l i ta r , q u e me cre-yó loco : salir en defensa de un d e t e n i d o era p u r a inconsciencia .

El co rone l ins t ruc tor , i g n o r a n d o e l o b j e t o de mi visita, me rec ib ió con n u m e r o s a s a tenc iones . Me o f rec ió café y cigarri l los, y p o r fin me d i j o :

—Así pues , c a i n a r a d a , ¿v ienes a dec la ra r en el p r o c e s o de S t r o m ^ —En efecto . —Te escucho , pues. —Vengo senc i l l amen te pa r a decir q u e Alter S t rom es inocente . . . La es t i lográf ica se le cayó de la m a n o al coronel , su sonr isa se t ro -

có en rictus, su ros t ro , i nc rédu lo , se cer ró . . . —¿Para d e c i r m e eso has v e n i d o ? —Sí, p a r a eso. C o n o z c o a Alter S t r o m desde su j u v e n t u d . Sé q u e

no e s un e n e m i g o . Por cons iguien te , e s p e r f e c t a m e n t e n o r m a l q u e venga a dec la ra r lo .

E l co rone l me es tuvo m i r a n d o u n o s la rgos ins tan tes : —Hab lemos con f r anqueza —me dijo—. La revoluc ión de o c t u b r e

está en pel igro . Si de cien p e r s o n a s q u e de tenemos , u n a sola resulta ser un adve r sa r io , eso jus t i f ica el enca rce l amien to de todas las d e m á s . La supervivencia de la revolución r equ i e r e este e levado prec io .

En u n a f rase a c a b a b a de r e sumi r la f i losofía q u e i n f o r m a b a la p o -lítica represiva del p o d e r .

—No ac ier to a ver q u e la revolución de o c t u b r e esté en pe l ig ro —le repliqué—. Y me s o r p r e n d e que , tras veinte años de existencia, un min i s t e r io c o m o e l suyo no sepa dis t inguir en t re un a m i g o y un e n e -m i g o .

7. EL MIEDO

Al m i s m o t i empo q u e el cu l to a Stalin, se desa r ro l ló a s i m i s m o el cu l to a l p a r t i d o . E l p a r t i d o no p u e d e equivocarse , e l p a r t i d o n u n c a c o m e t e e r ro res . Nad ie p u e d e tener razón c o n t r a e l pa r t i do . El par t i -do es s ag rado . Lo q u e dice e l p a r t i d o —por los lab ios de su secre tar io general— es p a l a b r a evangél ica. D e s a p r o b a r l o , i m p u g n a r l o cons t i tu -ye un sacri legio. Fuera del p a r t i d o no hay sa lvación pos ib le . Si no se es tá c o n el p a r t i d o , se está c o n t r a él... Tales e r a n las ve rdades in tangi -bles q u e e r a n ases tadas a los escépt icos ; en c u a n t o a los herét icos, no m e r e c í a n s iqu ie ra la s o m b r a de u n a a b s o l u c i ó n : se les e x c o m u l g a b a .

El d i o s - p a r t i d o y su p r o f e t a Stalin e r a n o b j e t o de un cul to de sme-s u r a d o , p e r o los d isc ípulos no q u e d a b a n exc lu idos del m i s m o . Ya a l a m u e r t e de Lenin es taba de m o d a bau t iza r de nuevo las c i u d a d e s : L e n i n g r a d o , S ta l ing rado , Zinóvievsk, inc luso Tro t sk . Algunas coche-ras de t ranvías ten ían e l ins igne h o n o r de l l amarse Bu ja r in . C o m o en las p roces iones religiosas, en las q u e tras la ef igie de Je sús c ruc i f i cado s iguen las de los santos, t a m b i é n en las man i f e s t ac iones oficiales, t ras el r e t r a t o de Stalin, seguían los re t ra tos de los pr inc ipa les di r igentes . Para d e t e r m i n a r con t oda exac t i tud l a j e r a r q u í a i m p e r a n t e en e l p a r -t ido , b a s t a b a obse rva r en los g r a n d e s mí t ines e l o r d e n según el cual e n t r a b a n en la sala los m i e m b r o s de la of ic ina pol í t ica .

En el mes de m a r z o de 1934, d u r a n t e la ce lebrac ión del XVII C o n g r e s o del p a r t i d o c o m u n i s t a , p o r p r i m e r a vez no se v o t ó n i n g u n a reso luc ión . Los de l egados a p r o b a r o n a m a n o a lzada u n a m o c i ó n q u e les invi taba "a de ja r se gu i a r en su t r a b a j o p o r las tesis y los ob je t ivos p r o p u e s t o s p o r e l c a m a r a d a Stalin en sus d i scu r sos" . Así q u e d ó con-s a g r a d o e l d o m i n i o a b s o l u t o q u e e jercía s o b r e e l p a r t i d o su secreta-r io genera l . P e r o todas las meda l l a s t ienen su reverso. Aque l p o d e r a b s o l u t o , de spó t i co y ya t i ránico , q u e se h a b í a i m p u e s t o l e n t a m e n t e a lo l a rgo de la ú l t ima d é c a d a , e s p a n t ó a pa r t e de los de l egados . La elección p o r vo tac ión secreta de los m i e m b r o s del comi t é centra l d io lugar a un ú l t i m o sobresa l to . Los r e su l t ados oficiales, p r o c l a m a d o s de sde lo a l to de la t r i buna , s i t uaban en p r i m e r lugar a Stalin y a Kí-

EL MIEDO 59

rov, q u e h a b í a n o b t e n i d o e l v o t o de t o d o s los de legados , excep to tres. La rea l idad e r a m u y d i s t in ta : dosc ien tos sesenta de legados , es decir , m á s de la c u a r t a pa r t e , h a b í a n t a c h a d o e l n o m b r e de Stalin. A te r ro r i zado p o r s e m e j a n t e r e su l t ado , Kaganóvich, o r g a n i z a d o r del congreso , dec id ió q u e m a r las pape le tas de la vo tac ión y a n u n c i a r q u e Stalin h a b í a l o g r a d o e l m i s m o resu l t ado q u e e l o b t e n i d o r e a l m e n t e p o r Kírov. C o m o es de s u p o n e r , esa t ransacc ión en t r e bas t ido res no p a s ó inadve r t i da a Stal in: aque l l a vo tac ión d e s e n c a d e n ó el sangr ien-to p roceso q u e d e b í a c o n d u c i r a las g r andes pu rgas . Así se iniciaba la " r o t a c i ó n de los c u a d r o s d i r igen tes" . Po r e l escot i l lón, a b i e r t o en lo sucesivo de p a r en p a r , iban a desaparece r las fuerzas vivas de la revo-lución. En p r i m e r lugar , los q u e p a r t i c i p a r o n en e l XVII C o n g r e s o del p a r t i d o c o m u n i s t a . De los c iento t re in ta y nueve m i e m b r o s de l comi té centra l e legidos p o r los de legados , c ien to diez f u e r o n deteni -dos en los años q u e s igu ie ron . Para d e s e n c a d e n a r la p u r g a era nece-sar io un p re tex to , y c u a n d o los p re t ex tos no existen, s i empre cabe in-ventar los . El p r i m e r o de d i c i e m b r e de 1934, Kírov fue ases inado .

Hac ía bas t an tes a ñ o s q u e Kírov era secre ta r io del p a r t i d o en la reg ión de L e n i n g r a d o . En 1925 Stalin lo h a b i a env iado a la Venecia del N o r t e p a r a c o m b a t i r la in f luencia de Zinóviev. H o m b r e sencil lo y de t ra to fácil, Kírov gozaba de g r a n p o p u l a r i d a d ; a l r e d e d o r de su n o m b r e h a b í a cr is tal izado la opos i c ión a Stalin, de la q u e fue u n a p r u e b a e l XVII C o n g r e s o del pa r t i do . No cabe l a m e n o r d u d a de q u e u n a s e lecciones d e m o c r á t i c a s lo h a b r í a n e l evado a la j e f a t u r a del p a r -t i do ; p e r o nad ie se d io c u e n t a en aque l m o m e n t o de q u e tal era la p r inc ipa l causa de su ases ina to . Stalin e l i m i n a b a a un rival y, al mis-mo t i empo , jus t i f i caba la d e p u r a c i ó n . Kírov, conver t ido en m á r t i r , servía de p re t ex to p a r a e l imina r a sus pa r t ida r ios . La repres ión , in-m e d i a t a y l levada a c a b o p e r s o n a l m e n t e p o r Stalin, se resolvió en sangre . A c u s a d o s de h a b e r a r m a d o e l b r azo del ases ino Nikoláyev, un c e n t e n a r de d e t e n i d o s f u e e j ecu t ado i n m e d i a t a m e n t e . Con l a m a -yor rapidez, d u r a n t e los días 15 y 16 de e n e r o de 1935, se o rgan izó un j u i c i o ; Zinóviev y Kámenev , s en t ados en el b a n q u i l l o de los acusados , a d m i t i e r o n que , p o r ser los an t i guos jefes de la opos ic ión , e ran m o -r a l m e n t e r e sponsab les del a t e n t a d o . F u e r o n c o n d e n a d o s a diez y a c inco a ñ o s de p r i s ión respec t ivamente . D e b o decir con f r anqueza que , en la un ivers idad , no c r e í amos en tonces q u e e l ases ina to lo hu -biera c o m e t i d o un g r u p o o r g a n i z a d o , s ino q u e era l a o b r a de un exa l t ado . En t o d o caso, n a d i e i m a g i n a b a los días q u e nos e s p e r a b a n . El ases ina to de Kírov fue p a r a Stalin lo q u e el i ncend io del Reichstag p a r a Hi t le r .

El 18 de e n e r o de 1935, la d i rección del p a r t i d o c o m u n i s t a r emi -tió a t o d o s los d i r igen tes locales la cons igna de "movi l izar las luerzas

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para des t ru i r a los e lementos host i les" . A m p a r á n d o s e en esa expre-sión vaga de " e l e m e n t o s host i les" , el NKVD tenía el c a m i n o libre. Para desenmascara r a tales e lementos , se f o m e n t ó la sospecha y la de-lación; la p rensa , c u m p l i e n d o las ó rdenes recibidas, r ec l amó q u e fueran descubier tos los cu lpables ; centenares de ar t ículos invi taron a los c iudadanos soviéticos a emplea r el l engua je de la " v e r d a d " , es de-cir, a q u e considerasen c o m o pe r sonas sospechosas al vecino del piso cont iguo , a l c a m a r a d a de t raba jo , a l pasa je ro de un au tobús , a l pea-tón a p r e s u r a d o . Observar , vigilar, d e n u n c i a r : la total idad del país fue víctima ele la espionit is .

T o d a s las capas de la poblac ión f u e r o n movilizadas. Mi hi jo Mi-chel, a l u m n o de un p e n s i o n a d o reservado a los hijos de los " k o m i n -ternis tas" , me con tó esta edif icante historia —por la que c o m p r e n d í hasta q u é p u n t o se h a b í a desa r ro l l ado la psicosis del espía—:

l /n buen día , u n o de esos mis ioneros del bolchevismo, q u e aca-baba de regresar a Moscú , fue a la escuela a ver a su h i jo Misha. C o m o en todas las visitas de los padres , la escuela organizó u n a íiesta en su h o n o r . Antes de marcharse , el p a d r e d i j o a Misha :

—Vendré a buscar te d e n t r o de qu ince días. Pe ro al día siguiente la poYic'ia. lo de tuvo. Pasó el t i empo . Misha ped ía noticias de su padre . El d i rec tor del

p e n s i o n a d o e ludía dar le una respues ta ; pe ro luego r eun ió a los chi-cos y les o f rec ió esta expl icac ión:

—¿ Recordáis la fiesta q u e organiizamos unas semanas a t rás en ho-n o r del p a d r e de M i s h a ? Pues bien, no era el p a d r e de Misha el h o m -b re q u e visteis, s ino un espía que h a b í a u s u r p a d o su pe r sona l idad . ¡El p a d r e de Misha ha sido ases inado p o r los capitalistas! Así pues, hi jos míos , c o m o dice nues t ro c a m a r a d a Stalin, h e m o s de r e d o b l a r la vigilancia p a r a desenmascara r a los enemigos del pueb lo .

Alen tados p o r s eme jan t e consejo, Jos chicos se deciden a da r caza a los-espíás de los a l rededores . Un día observan en la calle a un h o m -b re ex t r año . Alto, fuer te , viste una gaba rd ina con el cuello a lzado y se toca con un s o m b r e r o echado sobre los o jos ocul tos tras u n o s lentes. En la m a n o e m p u ñ a u n a car tera negra . No cabe duda , es un espía. Los chicos Je siguen p i sándoJe los ta jones y ven q u e entra p o r la g r a n pue r t a de una fábrica. I n m e d i a t a m e n t e , los detectives en pan ta lones cortos se prec ip i tan al cuchitri l del por t e ro . . .

—Está usted loco —le dicen—; ha d e j a d o en t r a r a un espía. El p o r t e r o los mi ra , p r i m e r o es tupefac to y luego r i e n d o : —¡Vuestro espía es el d i rec tor de la fábr ica!

EL MIEDO 6 1

L l e g a r o n los p r o c e s o s . Los a n t i g u o s b o l c h e v i q u e s , c o m p a ñ e r o s d e L e n i n , f u e r o n a c u s a d o s d e los c r í m e n e s m á s inve ros ími l e s , d e h a -b e r s e c o n v e r t i d o e n esp ías ingleses , f r anceses , p o l a c o s , d e c u a l q u i e r país . ¿ Las p r u e b a s de e l l o ? E n t e r a m e n t e f a b r i c a d a s ex p r o f e s o y h a r -to g r o s e r a s . En t o d o s los p r o c e s o s se e n u m e r a b a a los m i e m b r o s de l a o f i c i n a po l í t i c a q u e h a b í a n e s t a d o a p u n t o d e ser a s e s i n a d o s p o r los a c u s a d o s . La lista v a r i a b a . A veces, en el p r o c e s o s igu ien ie , se sen-t a b a n e n e l b a n q u i l l o d e ios a c u s a d o s a q u e l í o s q u e , " a m e n a z a d o s " u n o s m e s e s an t e s p o r a l g ú n c o m p l o t , e r a n a s u vez a c u s a d o s d e t e r r o -r i s m o . C o n ese t r á g i c o e s p e c t á c u l o , cuya g r o s e r a escenograf í a h u b i e -r a d e b i d o a b r i r los o j o s m á s c e r r a d o s , s e p r e t e n d í a i n f u n d i r u n f o r -m i d a b l e t e r r o r a los c i u d a d a n o s sovié t icos . U n a i n c r e í b l e ps icos is co-lectiva, f o m e n t a d a p o r t o d o s los e n g r a n a j e s de l E s t a d o , s e a p o d e r ó del pa ís . La d e s m e s u r a y la i r r a c i o n a l i d a d t o d o lo a n e g a r o n . ¿ P o r q u é c o n f e s a r o n u n o s c o m u n i s t a s c o m o K á m e n e v , Z inóviev y B u j a -r i n ? T a l p r e g u n t a q u e d ó sin r e s p u e s t a p a r a m i l l o n e s d e p e r s o n a s e n e l m u n d o d u r a n t e m u c h o s a ñ o s . I n c l u s o en l a U n i ó n Soviét ica , no so-l e v a n t ó s i n o m u y t a r d í a y p a r c i a l m e n t e e l e s p e s o ve lo de m e n t i r a s y fa l s i f icac iones . En 1964, d u r a n t e e l b r eve desh i e lo , a p a r e c i ó e l n o v e -n o v o l u m e n d e l a h i s t o r i a d e l a URSS, p u b l i c a d o p o r l a A c a d e m i a d e Ciencias .

E n sus p á g i n a s l e e m o s :

Tras el asesinato de Kírov, se celebraron cuatro juicios contra los antiguos miembros de los grupos de oposición en enero de 1935, agosto de 1936, enero de 1937 y marzo de 1938. Tres de ellos fueron públicos. Se acusó a todos los inculpados de traición, espionaje, actos de terrorismo contra StaJin y Mólotov, asesinato de Gorkj y de otras personalidades. El análisis de los sumarios demuestra que la instruc-ción de las causas se hizo en flagrante violación de las normas legales, incluso en los juicios públicos. Las acusaciones se fundamentan en las confesiones de los acusados, aunque tal práctica contradice directa-mente el principio según el cual los acusados son inocentes mientras no se demuestre lo contrario. Karl Rádek declaró, en el juicio, que todo el proceso descansaba p o r completo sobre las declaraciones de dos personas, Piatakov y él mismo. Preguntó irónicamente a Vyshinski cómo podía considerar que aquellas declaraciones fuesen unas prue-bas, cuando sus autores eran bandidos y espías. " ¿ E n qué se basa us-ted para creer —preguntó a Vyshinski—, que lo que nosotros hemos di-cho es la verdad, la pura ve rdad?" En la actualidad sabemos a ciencia cierta, sin posible duda , que la mayor parte de los testimonios suscri-tos p o r los trotskistas y los desviacionistas de derecha, duran te el pro-ceso, carecían de todo fundamento . Y eso nos hace duda r de la veraci-dad del conjunto de tales testimonios.

El p rocurador general Vyshinski condu jo la vista de los procesos

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violando por completo las reglas del procedimiento. Así, cuando Krestinski se negó a declararse culpable de los crímenes que se le imputaban, Vyshinski pidió que se suspendiera la audiencia pública y no reanudó su interrogator io hasta el día siguiente. Pero, al día si-guiente, Krestinski declaró que había contestado automát icamente " n o culpable" en lugar de responder "cu lpable" . Bujarin a f i rmó que nunca había part icipado en ta preparación de asesinatos ni en ningún acto de diversión, y que el tribunal no poseía la menor prueba para acusarle de tales delitos. " ¿ Q u é pruebas tienen ustedes —preguntó—, excepto las declaraciones de Sharagónvich, de quien incluso ignoraba la existencia antes de mi inculpac ión?" A este respecto, en su recapitu-lación de los hechos, Vyshinski declaró con cinismo que no era necesa-rio presentar pruebas de todos los crímenes para formular una acusa-ción. A la luz de las circunstancias que acabamos de recordar, se impo-ne, pues, la conclusión de que la legalidad lúe groseramente violada en el curso de tales procesos.

Ta l e ra , en 1964, e l p u n t o de vista of ic ia l de l p o d e r . P e r o t o d a v í a n o s h a l l a m o s m u y l e jos d e l a v e r d a d . D e b e r í a m o s exp l i ca r a ú n las t o r t u r a s físicas y m o r a l e s a q u e f u e r o n s o m e t i d o s los a c u s a d o s , así c o m o a l c h a n t a j e s i s t e m á t i c o e j e r c i d o s o b r e sus f ami l i a s . E l d e s t i n o i n i c u o r e s e r v a d o a a l g u n a s d e c e n a s de v íc t imas de los g r a n d e s p r o c e -sos n o d e b e h a c e r n o s p e r d e r d e vista e l h e c h o d e q u e l a r e p r e s i ó n a l -c a n z ó a m i l l o n e s de c i u d a d a n o s sov ié t i cos : ¡ p a r a e l los no se neces i t a -b a n c o n f e s i o n e s !

La d i r e c c i ó n s ta l in is ta f r a c a s ó en t o d o s sus p l a n e s , t a n t o en l o q u e se r e f i e r e al d e s a r r o l l o e c o n ó m i c o c o m o a la co lec t iv izac ión y a la in-dus t r i a l i z ac ión . En c a m b i o , e l p l an de a n i q u i l a m i e n t o de los c u a d r o s d i r i g e n t e s s e c u m p l i ó ha s t a m á s a l lá d e t o d a s las p r ev i s i ones . " L a r o -t ac ión de los c u a d r o s d i r i g e n t e s " , d e c r e t a d a p o r Sta í in , i m p l i c a b a l a l i q u i d a c i ó n d e t o d o s los q u e h a b í a n o c u p a d o u n e m p l e o c u a l q u i e r a . L a d e p u r a c i ó n f u e c i e n t í f i c a m e n t e o r g a n i z a d a . C a t e g o r í a p o r c a t e g o -r ía , b a r r i o p o r b a r r i o , m i n i s t e r i o p o r m i n i s t e r i o , d i s c i p l i n a p o r disci-p l i na . C a d a v íc t ima a r r a s t r a b a en su c a í d a a sus c o m p a ñ e r o s , a m i g o s y c o n o c i d o s . P i a t a k o v t r a b a j a b a en e l M i n i s t e r i o de l a I n d u s t r i a pesa -d a . N a t u r a l m e n t e , sus f u n c i o n e s l e o b l i g a b a n a e n t r a r en c o n t a c t o c o n c e n t e n a r e s de personas. Después de su d e t e n c i ó n , t o d a s es tas p e r s o n a s p a s a r o n a ser s o s p e c h o s a s .

E l caso Pia tn i t sk i i lus t ra p e r f e c t a m e n t e lo q u e f u e a q u e l l a r e p r e -s ión , l levada a c a b o c o m o " u n j u e g o d e b o l o s " : P ia tn i t sk i e r a u n a n -t i g u o b o l c h e v i q u e , p r ó x i m o c o l a b o r a d o r d e L e n i n . T r a s l a c r e a c i ó n del K o m i n t e r n , s e c o n v i r t i ó e n u n o d e sus p r i n c i p a l e s d i r igen tes . G r a n o r g a n i z a d o r , f u e n o m b r a d o j e f e d e l a secc ión d e m a n d o s . Se-l e c c i o n a b a , f o r m a b a y e n v i a b a a las p e r s o n a s q u e i b a n a f o r m a r los c u a d r o s d i r i g e n t e s del K o m i n t e r n en t o d o s los pa í ses . C i e r t o d í a , a

EL MIEDO 63

p r inc ip ios de 1937, Fue d e t e n i d o y j u z g a d o c o m o espía a l e m á n . La ve rdad acerca de este a s u n t o no la supe has ta m u c h o m á s t a r d e cuan -do , p r i s i o n e r o de la Ges tapo , íui i n t e r r o g a d o en 1942 p o r e l h o m b r e q u e hab ía u r d i d o l a acusación c o n t r a Pia tni tski : t odos los d o c u m e n -tos q u e d e m o s t r a b a n su cu lpab i l i dad e ran falsos y hab ían sido fabr i -cados p o r e l c o n t r a e s p i o n a j e a l e m á n . Los d i r igentes del con t r aesp io -n a j e nazi tuv ie ron la idea de utilizar la espioni t i s r e inan t e en la Un ión Soviética p a r a inventar de la n a d a a un agen te a l e m á n en el c í rculo d i r igen te del p a r t i d o comun i s t a . ¿ P o r q u é Pia tni tski? Senc i l l amente p o r q u e los a l e m a n e s sabían q u e , a través de aque l h o m b r e , logi a-vían q u e fuese l i q u i d a d a la to t a l idad de la sección de m a n d o s del Ko-mi n te rn .

Piatni tski era b ien c o n o c i d o en Alemania , país a l q u e hab ía ido en mis ión con Rádek después de la revo luc ión de oc tub re . La Ges ta -po d e t u v o a dos mi l i tan tes del p a r t i d o c o m u n i s t a a l e m á n (KPD), en-v iados p o r e l K o m i n t e r n ; p e r o no d ivulgó su de t enc ión y a m b o s agentes , t ras ser pues tos en l iber tad , s igu ie ron t r a b a j a n d o en el pa r t i -do c o m u n i s t a a l e m á n . U n o de ellos hizo saber a l NKVD q u e pose ía la p r u e b a de la t ra ic ión de a l g u n o s di r igentes del K o m i n t e r n y luego re-mi t ió a Moscú un i n f o r m e s o b r e Piatnitski en e l q u e se " p r o b a b a " q u e éste, después de l a p r i m e r a gue r r a m u n d i a l , h a b í a e n t r a d o en con tac to con los servicios a l e m a n e s de i n f o r m a c i ó n . D a d o e l c l ima q u e r e i n a b a en M o s c ú en aque l la época , eso f u e suf ic iente p a r a con-d e n a r a un a n t i g u o mil i tante . . . La m á q u i n a se p u s o en m a r c h a y la r u e d a g i ró sola. . . Con Piatnitski de sapa rec i e ron cen tenares de res-p o n s a b l e s del K o m i n t e r n . ¡Fue u n o de los m e j o r e s servicios q u e Sta-lin p r e s t ó a Hi t l e r !

N u n c a se ins t ru ía un v e r d a d e r o s u m a r i o . Por de f in ic ión , un h o m b r e d e t e n i d o era cu lpable . Y un cu lpab le d e b e c o n f e s a r ; s i se niega a hacer lo , es d o b l e m e n t e t r a idor . En c u a n t o apa rec í a la p r i m e -ra sospecha , e l m e c a n i s m o se pon ía en m a r c h a hasta d e s e m b o c a r en la c o n d e n a . No exist ían los de rechos e lementa les de la de fensa . El pa í s e n t e r o e ra un d i l a t a d o taller p a r a los t r aba jo s prác t icos del NKVD. A par t i r de 1935, en cada c i u d a d y en c a d a p u e b l o las cárceles se l l ena ron de inocentes . C o m o resu l t aban d e m a s i a d o exiguas, lúe p rec i so a m p l i a r l a s o cons t ru i r o t ras nuevas. La indus t r ia , c o n c e n t r a -c iona r i a movi l izó cen tenares de mil lares de energías .

Espec tadores pr ivi legiados, los c o m u n i s t a s e x t r a n j e r o s v imos c o m o se a lzaba el o lea je y c o m o luego iba a r o m p e r s e c o n t r a la costa. Los d i r igentes de los p a r t i d o s comunis t a s , q u e se h a l l a b a n a l f r en t e del K o m i n t e r n , lejos de o p o n e r resistencia a la ava lancha , d e j a b a n hace r o incluso a l en t aban unas práct icas q u e ya n a d a t en ían de co -m ú n con e l soc ia l i smo.

64 APRENDIZAJE

Los p a r t i d o s c o m u n i s t a s del m u n d o encero se so l ida r i za ron sin la m e n o r reserva con l a pol í t ica stalinista. C o m o v e r e m o s m á s ade lan te , yo me ha l l aba en París c u a n d o Marcel Cachin y Va i l l an t -Cou tu r i e r , q u e a l f r e n t e de u n a de legac ión del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés h a b í a n as is t ido a l s e g u n d o p r o c e s o de Moscú , d i e r o n cuen ta del m i s m o en un g ran mi t in c e l e b r a d o en l a sala W a g r a m . ¿ Q u é h ic ie ron Marcel Cach in y Paul V a i l l a n t - C o u t u r i e r ? Pues r i n d i e r o n h o m e n a j e a la cla-r ividencia de Stalin, q u e h a b í a d e s e n m a s c a r a d o y d e s m a n t e l a d o a l " g r u p o t e r r o r i s t a " .

—Hemos o í d o c o m o Zinóviev y Kámenev se a c u s a b a n de los p e o -res c r ímenes —exclamó Vai l l an t -Coutur ie r—; ¿creéis q u e tales h o m -bres h u b i e r a n c o n f e s a d o s i e r a n inocen tes?

Cach in y Va i l l an t -Cou tu r i e r , lo m i s m o q u e el c o n j u n t o del par t i -do c o m u n i s t a f rancés , f o r j a b a n exc lus ivamente sus convicc iones a te-n o r de lo q u e p r o c l a m a b a n las fuen tes de i n f o r m a c i ó n soviét icas; pe -ro , ¿ a c a s o p o d í a n s abe r q u e los tres g r a n d e s p rocesos no e ran más q u e el vas to espec tácu lo de p r o s c e n i o y que , e n t r e bas t idores , sin p roceso , sin ju i c io y sin confes iones , de sapa rec í an mi l l a res de mil i-tantes c o m u n i s t a s ?

Los d i r igentes de los p a r t i d o s c o m u n i s t a s , los r e sponsab le s ex-t r a n j e r o s del K o m i n t e r n veían c o m o la r ep res ión iba c o b r a n d o día tras d í a u n a m a y o r a m p l i t u d : ¿ c ó m o p o d í a n i g n o r a r l o , s i a l m i s m o t i e m p o desapa rec í an los r ep re sen t an t e s de los par t idos comunistas ex-t r a n j e r o s q u e se ha l l aban en M o s c ú ? Var ios mi l la res de comunistas de los d e m á s países, q u e mi l i t aban en el K o m i n t e r n , e l P r o f i n t e r n , la I n -t e rnac iona l de campes inos , la In t e rnac iona l de la j u v e n t u d o la O r -ganizac ión de las m u j e r e s , vivían en tonces en (a capi tal soviét ica: ¡el n o v e n t a p o r c ien to de el los f u e l i q u i d a d o ! A d e m á s , mi l la res de r e fu -g iados pol í t icos del m u n d o e n t e r o h a l l a r o n en la U n i ó n Soviética la t o r t u r a y la m u e r t e de las q u e h a b í a n h u i d o en su p r o p i o país . ¿ C o n q u é d e r e c h o se c o n d e n a b a a todoá a q u e l l o s h o m b r e s q u e no pe r t ene -cían a l p a r t i d o c o m u n i s t a de la Unión Soviét ica? Pues p o r q u e e l g r u -po de la Un ión Soviética, no sólo a s p i r a b a a di r ig i r i d e o l ó g i c a m e n t e e l m o v i m i e n t o c o m u n i s t a in t e rnac iona l , s ino q u e se a r r o g a b a e l p r i -vilegio de i m p o n e r sus cons ignas a los " p a r t i d o s h e r m a n o s " , desig-n a r sus cuad ros de m a n d o . . . y env ia r los después a la m u e r t e .

En el edif icio o c u p a d o p o r e l K o m i n t e r n t e n í a m o s la exclusiva de los r u m o r e s , p o r desgracia g e n e r a l m e n t e veraces, q u e nos p r o p o r c i o -n a b a n u n a i n f o r m a c i ó n casi c o m p l e t a acerca de la s i tuac ión del país. Allí es d o n d e tuve noticias del a sun to Bela Kun . Di r igen te de la revo-luc ión h ú n g a r a de 1919, m i e m b r o de la d i recc ión de la In t e rnac iona l c o m u n i s t a , Bela Kun tenía a su ca rgo íos países ba lcánicos .

Un día de la p r i m a v e r a de 1937, Bela Kun llega a u n a r e u n i ó n del

EL MIEDO 65

comi té e jecut ivo de l K o m i n t e r n , del q u e f o r m a p a r t e j u n i o con o t ros mi l i tantes a los q u e c o n o c e desde m u c h o s a ñ o s a t rás . A l r e d e d o r de la mesa es tán s en t ados Dimit rov, Manui lski , Varga , Pik, Togliat i i y un d i r igen te del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés . Manui lski t o m a la p a l a b r a y a n u n c i a q u e se d i s p o n e a hacer u n a i m p o r t a n t e dec la rac ión . Según los d o c u m e n t o s p r e s e n t a d o s p o r e l NKVD, p a r e c e ser q u e Bela Kun es un espía r u m a n o desde e l a ñ o 1921. T o d o s los p resen tes saben qu i en es Bela Kun , c o n o c e n su ded icac ión a la causa del socia l ismo, y u n a h o r a an tes l e e s t r echaban c a l u r o s a m e n t e l a m a n o . Pero a h o r a n i n g u n o de el los pro tes ta , ni s iqu ie ra se a t reven a p e d i r ac larac iones . Se levanta la sesión. A la salida, un coche del N K V D espera a Bela Kun, a q u i e n n a d i e volverá a ver.

Uno s meses m á s tarde. . . La decorac ión no ha c a m b i a d o , los a c t o r e s - a c u s a d o r e s son los mi smos . A l r ededo r de la mesa se \ e n a h o -ra dos as ien tos vacíos, los q u e an tes o c u p a b a n los represen tan tes del p a r t i d o c o m u n i s t a p o l a c o . El inevi table Manui l sk i explica con g r a n ser iedad q u e t o d o s los d i r igentes del pa r t ido p o l a c o son agentes del d i c t a d o r Pilsudski d e s d e 1919... En aquel las fechas, c o m o e l t r a t a d o de Versalles h a b í a d e j a d o en suspenso la de l imi tac ión de las f r on t e r a s or ien ta les del nuevo Es tado p o l a c o , Pilsudski a p r o v e c h a aque l la si-tuac ión , en la q u e cuen ta a d e m á s con las d i f icul tades in te rnas del ré-g imen soviético, p a r a pa sa r a la ofensiva en un f ren te de m á s de qu i -n ien tos k i l óme t ro s de longi tud y ocupa r ex tensos te r r i tor ios . Muy p r o n t o c o n t r a a t a c a el e jérci to r o j o , y en el mes de j u n i o los p o l a c o s r e t roceden e v a c u a n d o Kiev y Ucrania . A finales de j u l i o , la cabal ler ía de Tujachevsk i llega a dosc ien tos c incuen ta k i l ó m e t r o s de Varsovia. . . En aque l m o m e n t o , " r e v e l a " Manui l sk i , las t ropas rusas hacen pr i -s ione ro a un r e g i m i e n t o en t e ro de so ldados p o l a c o s : en rea l idad , ha ca ído v o l u n t a r i a m e n t e e n m a n o s del e n e m i g o . E n t e r a m e n t e f o r m a d o p o r p r o v o c a d o r e s a sue ldo de Francia e Ing la te r ra , q u e m a n i o b r a n p a r a d e r r i b a r e l r é g i m e n de los soviets, e l r eg imien to conf ia q u e po -d r á ded ica r se al e s p i o n a j e en favor de las po tenc ias capital istas. En aque l h a t a j o de t r a ido res f iguraban los d i r igentes c o m u n i s t a s po la -cos. Esa e n o r m e m e n t i r a es a d m i t i d a sin la m e n o r reserva.

Se c o n v o c a a u n a r e u n i ó n en Moscú a los m i e m b r o s del comi t é centra l del p a r t i d o c o m u n i s t a p o l a c o , c^ue se ha l l aban c u m p l i e n d o u n a mis ión en París o c o m b a t i e n d o en España . Fervientes p a r t i d a r i o s de la c reac ión de un f r e n t e antifascista , capaz de c e n a r el paso al nazis-m o , Jos d i r igen tes po l acos p iensan q u e aque l l a convoca to r i a g u a r d a re lación c o n esta p r e o c u p a c i ó n suya y q u e van a ser invi tados a d e b a -tirla con sus in t e r locu to res soviéticos. Llegan, pues , a Moscú sin la m e n o r desconf ianza . El f r en t e u n i d o antifascista se acaba pa r a el los en los s ó t a n o s del NKVD, d o n d e desaparecen a n t i g u o s mi l i tan tes

• 13 APRENDIZAJE

c o m o Adolf Varski o Lenski , a l q u e se conoc ía con el a p o d o de " L e -n in p o l a c o " . 1

En 1938 el p a r t i d o p o l a c o f u e o f i c i a lmen te d i sue l to p o r la In te r -nac iona l c o m u n i s t a , i n v o c a n d o e l p r e t ex to de q u e e ra la g u a r i d a fa-vor i ta en la q u e se c o b i j a b a n los servicios de c o n t r a e s p i o n a j e de los nac ional i s tas p a r t i d a r i o s del desqui te . G r o s e r o s u b t e r f u g i o : Stalin, q u e p r e p a r a b a su al ianza con la Alemania nazi, sab ía s o b r a d a m e n t e q u e los c o m u n i s t a s po lacos n u n c a acep ta r í an a q u e l pac to c o n t r a na-tu ra , p o r q u e sólo p o d í a llevarse a c a b o e s t r a n g u l a n d o a su p r o p i o país. En e l m i s m o m o m e n t o y en las m i s m a s c o n d i c i o n e s f u e r o n di-suel tos el p a r t i d o u c r a n i o y el p a r t i d o de la Bie lor rus ia occ iden ta l .

Estas decis iones se a d o p t a r o n en u n a s r eun iones oficiales de la In t e rnac iona l c o m u n i s t a . ¿ C ó m o fue pos ib le q u e n i n g ú n d i r igen te de los g r andes p a r t i d o s e u r o p e o s levantase la m a n o p a r a ped i r la c reac ión d e u n a comis ión inves t igadora? ¿ C ó m o p u d i e r o n acep ta r q u e se c o n d e n a r a sin p r u e b a s a sus c a m a r a d a s de c o m b a t e ? Después del XX C o n g r e s o del p a r t i d o c o m u n i s t a c e l e b r a d o en 1956, t odos esos d i r igentes f ingieron q u e d a r es tupefac tos . Según dec ían , e l i n fo r -me de J r u s c h o v e ra p a r a ellos u n a v e r d a d e r a reve lac ión . Pero , en rea-l idad, h a b í a n s ido cómpl ices conscientes de la l i qu idac ión de n u m e -rosos mi l i tan tes e incluso de a l g u n o s m i e m b r o s de sus p r o p i o s pa r t idos .

De aque l s o m b r í o p e r í o d o he c o n s e r v a d o u n o s r e c u e r d o s tan vi-v idos q u e a ú n no se h a n b o r r a d o de mi mente . . . P o r l a n o c h e , en nues t r a un ivers idad d o n d e se a l o j a b a n mi l i tan tes de t o d o s los par t i -dos , p e r m a n e c í a m o s despier tos hasta las tres de la m a d r u g a d a . Exac-t a m e n t e a aque l l a h o r a u n o s fa ros a g u j e r e a b a n las t in ieblas y b a r r í a n las f achadas de los edif icios. . .

— ¡Ya l legan! ¡Ya l legan! C u a n d o se o ían esos gri tos , un e s t r emec imien to de i n q u i e t u d re-

co r r í a los d o r m i t o r i o s . Po r la ven tana , con e l v ient re c r i s p a d o p o r un loco t e r ro r , a c e c h á b a m o s los coches del NKVD.

—No vienen p o r n o s o t r o s . Se d i r igen a la o t r a a la del edi f ic io . C o b a r d e m e n t e al iviados p o r aque l l a n o c h e , p o d í a m o s s u m i r n o s

e n t o n c e s en un s u e ñ o a g i t a d o , en e l q u e nos d e b a t í a m o s tras al tos m u r o s y g ruesos ba r ro te s . O t r a s veces e s c u c h á b a m o s j a d e a n t e s la p r o g r e s i ó n de los pasos p o r el c o r r e d o r , e h i p n o t i z a d o s p o r la amena -za nos sen t í amos incapaces del m e n o r gesto. . .

— ¡Ya l legan! O í a m o s a u m e n t a r e l r u i d o : go lpes s o rd o s c o n t r a los t ab iques ,

gr i tos , pue r t a s q u e se c e r r a b a n de golpe . . .

I. Uno» supervivientes, que compar t ie ron mi celda en la Lubianka después de la guerra, me relataron la liquidación de Bela Kun y la de los dirigentes del par t ido polaco-

EL MIEDO 67

—{Han p a s a d o sin de tene r se ! Pero, ¿ q u é o c u r r i r á m a ñ a n a ? El t e m o r al m a ñ a n a y la angus t ia de vivir quizá nues t ras ú l t imas

horas de l iber tad d e t e r m i n a b a n nues t ros actos. Y a d e m á s el m i e d o , q u e se hab ía c o n v e r t i d o en nues t r a s e g u n d a piel , nos inc i taba a la p r u d e n c i a , nos e n c a m i n a b a a la s u m i s i ó n . Yo sabía q u e mis a m i g o s hab ían s ido d e t e n i d o s y, no obs tan te , me cal laba . ¿ Por q u é a ellos los h a b í a n d e t e n i d o ? ¿Y p o r q u é no a m í ? A g u a r d a b a mi t u r n o y me p r e p a r a b a p a r a a q u e l e p í l o g o .

¿ Q u é p o d í a m o s hacer ? ¿ A b a n d o n a r el c o m b a t e ? ¿ Acaso era con-cebible tal ac t i tud p o r p a r t e de u n o s mi l i tantes q u e hab ían inver t ido su j u v e n t u d , sus fuerzas y sus esperanzas en el soc ia l i smo? ¿ Protes tar , in te rven i r? Quis ie ra c i tar a este respec to el e j e m p l o de los r epresen-tantes b ú l g a r o s . So l ic i ta ron sos tener u n a entrevista con Dimi t rov y en ella h ic ie ron u so de las g r andes pa l ab ras .

—Si no haces q u e cese la r ep res ión —le dijeron—, nos c a r g a r e m o s a ese c o n t r a r r e v o l u c i o n a r i o de Ézhov., .2

El p re s iden te del K o m i n t e r n no d e j ó q u e se f o r j a r a n la m e n o r ilu-s ión;

—No d i s p o n g o de los m e d i o s precisos p a r a . h a c e r la m e n o r cosa : t o d o eso d e p e n d e del NKVD.

Los b ú l g a r o s no l o g r a r o n cargarse a Ézhov, p e r o éste los cazó c o m o cone jos .

Yugoslavos, po lacos , l i tuanos , checos, t o d o s desapa rec ían . En 1937 ya no e ra pos ib le e n c o n t r a r ni s iqu iera a u n o de los pr inc ipa les dir igentes del p a r t i d o c o m u n i s t a a l e m á n , excep to Wi lhe lm Pjeck y Walter Ulbr ich t . La locu ra represiva carecía de l ímites: la sección co-r e a n a e s t aba d i ezmada , los de l egados ind ios h a b í a n desapa rec ido , los r ep resen tan tes del p a r t i d o c o m u n i s t a ch ino se h a l l a b a n encarce lados .

En el VII C o n g r e s o del K o m i n t e r n , c e l e b r a d o en el a ñ o 1935, yo me ha l laba en la sala c u a n d o e n t r ó en ella, con g r a n p o m p a , la dele-gación del p a r t i d o c o m u n i s t a de la U n i ó n Soviética. Al f ren te de la m i s m a iba Stalin, s egu ido p o r Mólo tov , Z h d á n o v y Ézhov. Sólo los dos p r i m e r o s e ran c o n o c i d o s . Z h d á n o v y Ézhov d e s e m p e ñ a b a n u n o s papeles s ecunda r io s . A Dimi t rov le i n c u m b i ó la tarea de p r e s e n t a r a Jos c a n d i d a t o s p a r a el p r e s i d i u m del K o m i n t e r n . Seña l ando a Ézhov, e x c l a m ó :

—He a q u í a l c a m a r a d a Ézhov, de t odos b ien conoc ido p o r los g randes servicios q u e ha p r e s t a d o a l m o v i m i e n t o .comunista inter na -c ional .

A la sazón, nos h a l l á b a m o s en el a ñ o 1935 y Dimi t rov gozaba de

2 . f c z h o v e r a r e s p o n s a b l e d e l N K V D .

• 13 APRENDIZAJE

u n a cierta ven ta ja , Ézhov todavía no h a b í a p r e s t ado " g r a n d e s servi-c ios" a l m o v i m i e n t o c o m u n i s t a in te rnac iona l . . . Fue ú n i c a m e n t e en 1938 c u a n d o " l i m p i ó " Moscú de mi l i tan tes comunis ta s . Los fu lgores de o c t u b r e iban e x t i n g u i é n d o s e en los c repúscu los carcelar ios . La re-voluc ión d e g e n e r a d a hab ía e n g e n d r a d o un sistema de t e r ro r y ho-r ro r , en e l q u e e r a n escarnec idos los ideales socialistas en n o m b r e de un d o g m a fosi l izado q u e los v e r d u g o s t en í an a ú n la desfachatez de l l amar m a r x i s m o .

Y sin e m b a r g o , d e s g a r r a d o s p e r o dóci les , nos hab ía s egu ido tri-t u r a n d o e l e n g r a n a j e q u e h a b í a m o s pues to en m a r c h a con nues t r a s p rop i a s m a n o s . Cual ruedas del m e c a n i s m o , a t e r ro r i zados hasta e l ext ravío , nos h a b í a m o s c o n v e r t i d o en i n s t r u m e n t o s de nues t ra p r o -pia sumis ión . T o d o s los q u e no se a lza ron con t r a la m á q u i n a stalinis-ta son responsab les , co lec t ivamente r e sponsab les de sus c r ímenes . T a m p o c o yo me l i b ro de este veredicto.

Pero , ¿ q u i é n p r o t e s t ó en aque l la é p o c a ? ¿ Q u i é n se levantó pa r a gr i tar su has t ío?

Los trotskistas p u e d e n reivindicar e?te h o n o r . A seme janza de su l íder, q u e p a g ó su o b s t i n a c i ó n con un pio le tazo, los t rotskistas c o m -ba t i e ron t o t a l m e n t e e l s ta l in ismo y f u e r o n los únicos q u e lo h ic ie ron . En la época de las g r andes purgas , ya s ó l o p o d í a n g r i t a r su rebe ld ía en las i n m e n s i d a d e s he ladas , a las q u e los h a b í a n c o n d u c i d o p a r a m e j o r e x t e r m i n a r l o s . En los c a m p o s de c o n c e n t r a c i ó n , su c o n d u c t a fue s i e m p r e d igna e inc luso e j e m p l a r . 3 P e r o sus voces se p e r d i e r o n en la t u n d r a s iber iana .

H o y d í a los trotskistas t ienen el d e r e c h o de acusar a qu i enes an t a -ño c o r e a r o n los au l l idos de m u e r t e de los lobos . Q u e no olviden, sin e m b a r g o , q u e pose í an s o b r e n o s o t r o s l a i n m e n s a ven ta ja de d i s p o n e r de un s i s tema pol í t i co cohe ren t e , suscept ib le de sust i tuir e l stalinis-m o , y al q u e p o d í a n aga r r a r se en m e d i o de la p r o f u n d a miser ia de la r evo luc ión t r a i c ionada . Los trotskistas no " c o n f e s a b a n " , p o r q u e sa-b ían q u e sus confes iones no servir ían ni al p a r t i d o ni al soc ia l i smo.

3. Véase el l ibro de Joseph Berger, Naufrage d'une génération, París, Éditions Denoôl.

8. LA PERSECUCIÓN DE LOS JUDÍOS

Los a n t i g u o s d i r igen tes del p a r t i d o c o m u n i s t a pa les t ino , a l odos los cuales yo hab ía c o n o c i d o , t a m b i é n d e s a p a r e c i e r o n en las purgas . Tal d e s a p a r i c i ó n fue p a r a rní u n a p r u e b a m u y d o l o r o s a .

El lec tor r e c o r d a r á sin d u d a q u e , en 1929, la d i r ecc ión del Ko-i n i n t e r n h a b í a i m p u e s t o a l p a r t i d o c o m u n i s t a pa les t ino la cons igna de "bo lchev izac ión y —además— a r a b i z a c i ó n " . C o m o los m i e m b r o s de la d i recc ión e r a n j u d í o s en su to ta l idad , t o d o s el los f u e r o n l lama-dos a M o s c ú . U n o t ras o t r o , mis a n t i g u o s c o m p a ñ e r o s , B i r m a n , Leshtsinski , Ben-Yehuda , M e i e r - K u p e r m a n , f u e r o n l i qu idados . Pero a h o r a qu i s ie ra hab la r s o b r e t o d o de Daniel Ave rbuch q u e , n a c i d o en Moscú , f u e e n v i a d o a l P r ó x i m o O r i e n t e p a r a acelerar e l d e s a r r o l l o del m o v i m i e n t o c o m u n i s t a y l legó a ser la p e r s o n a l i d a d m á s desco-l lante del p a r t i d o c o m u n i s t a de Palest ina.

L l a m a d o corno los d e m á s a Moscú, fue d e s t i n a d o i n m e d i a t a m e n -te a R u m a n i a , p e r o l u e g o se le p r o h i b i ó q u e sal iera de Rusia . La últi-ma vez q u e le vi, a m e d i a d o s del a ñ o 1937, e ra , ¡oh e sca rn io ! , j e f e de la sección pol í t ica del sovjóse de Piat igorsk. Ta l n o m b r a m i e n t o cons-t i tuía u n a r idiculez, p o r q u e Averbuch n u n c a se h a b í a p r e o c u p a d o p o r los p r o b l e m a s agr ícolas y f a t a lmen te tenía q u e ser de la m á s per-fecta i n c o m p e t e n c i a en aque l d o m i n i o . V e r d a d es q u e , pa r a u n o s di-r igentes q u e sólo p r e t e n d í a n e l iminar lo , a él y a sus c a m a r a d a s , el p r o b l e m a de utilizar a d e c u a d a m e n t e su t a l en to era secundar io . . . Aquel h o m b r e , aque l a n t i g u o r evo luc iona r io a l q u e de nuevo volvía a ver, e s t aba d e s c o n o c i d o ; q u e b r a n t a d o , p e r o p l e n a m e n t e consc ien te de lo q u e sucedía , vivía c o m o un c o n d e n a d o en espera de su ejecu-ción.

—Un d ía —me confió—, me l l a m a r á n p o r t e l é fono p a r a d e c i r m e q u e regrese a Moscú. . .

No a n d a b a e q u i v o c a d o . Algún t i empo m á s ta rde , las p u e r t a s de la d e m a s i a d o célebre L u b i a n k a se c e r r a b a n tras él.

El h i j o de Averbuch vino a ve rme . Me h a b l ó e m b a r g a d o p o r la có lera y la i nd ignac ión , p e r o al m i s m o t i e m p o con per fec ta lucidez:

• 13 APRENDIZAJE

—Acusan a mi p a d r e de c o n t r a r r e v o l u c i o n a r i o —me dijo—; p e r o yo a f i r m o q u e los v e r d a d e r o s c o n t r a r r e v o l u c i o n a r i o s son los d i r igen-tes del país , c o m e n z a n d o p o r Stal in. . .

A su vez, t a m b i é n él tue e n c a r c e l a d o con el p r e t ex to de q u e hab ía ( o r i n a d o p a r t e de un g r u p o q u e t r a tó de m a t a r a Stalin. Q u i s i e r o n hacer le confesa r q u e su p a d r e hab ía s ido un espía . Se n e g ó a el lo y lo m a n d a r o n a u n o de los peo res c a m p o s de c o n c e n t r a c i ó n , d o n d e m u -r ió . El h e r m a n o de David Averbuch , q u e t r a b a j a b a en e l m i s m o pe-r iód ico q u e yo, fue i g u a l m e n t e d e t e n i d o .

Mar ía , la esposa de Averbuch , se lúe a vivir con su h e r m a n o Eps-tein, q u e a la sazón era v icemin is t ro de Ins t rucc ión Públ ica . A m b o s p resen t í an q u e iban a ser enca rce lados de un m o m e n t o a o t r o y cada n o c h e p e r m a n e c í a n desp ie r tos hasta las dos o las tres de la m a d r u g a -da e s p e r a n d o q u e f u e r a n a buscar los . E l h e r m a n o de Mar ía no p o d í a s o p o r t a r aque l l a tensión, sus nervios es ta l laban , le e ra impos ib l e conci l ia r el s u e ñ o y cor r ía p o r el p i so g r i t a n d o :

—Dios mío , Dios mío , ¿ s a b r e m o s a l g ú n día p o r q u é q u i e r e n dete-n e r n o s ?

N u n c a lo s u p o . Se lo l levaron un día, al a m a n e c e r , y la noche se ce r ró tras él.

M u c h o d e s p u é s de la gue r r a , e n c o n t r é a Mar í a Averbuch . Su as-pec to e ra e l de u n a d a m a ya m u y a n c i a n a y , c o n a d e m á n d e s c o n f i a d o q u e s e g u r a m e n t e no l a hab ía a b a n d o n a d o desde q u e su l r ió tan tas ca-l amidades , a p r e t a b a c o n t r a su regazo un bo l so d e t e r i o r a d o : con ten ía los tesoros q u e hab ía l o g r a d o salvar de la t o r m e n t a , las imágenes de su p a s a d o , unas fo tog ra f í a s famil iares . . .

—Mi m a r i d o , mis hi jos , mi h e r m a n o , mi c u ñ a d o , t o d o s f u e r o n d e t e n i d o s y ases inados —me dijo—, y me he q u e d a d o sola en la vida. . . Pero , de todas f o r m a s y a pesar de lo suced ido , no he r e n u n c i a d o a creer en el c o m u n i s m o . . .

Me l legaron o t ras i n f o r m a c i o n e s acerca del calvario s u f r i d o p o r los c o m u n i s t a s pa les t inos . Acerca de Sonia Raginska , u n a de las me-j o r e s mil i tantes , m u y in te l igente y activa, que , al verse encarce lada , se s u m i ó en la locura . Acerca de Ef ra ím Leshtsinski , m i e m b r o del comi-té centra l del p a r t i d o c o m u n i s t a pa les t ino , q u e , d u r a n t e la rgos a ñ o s y con g r a n a b n e g a c i ó n y c o m p e t e n c i a , hab ía in ic iado en el m a r x i s m o a los j óvenes mil i tantes . Po r lo regu la r , antes de q u e un d e t e n i d o c o m -parec ie ra an te e l juez de ins t rucc ión , los carce leros a r r o j a b a n en su celda a un p r e s o m o l i d o a golpes , e n s a n g r e n t a d o y casi i n a n i m a d o , q u e volvía del i n t e r r o g a t o r i o . Se t r a t a b a de u n o de los m é t o d o s q u e los h o m b r e s del NKVD h a b í a n i m a g i n a d o p a r a i m p r e s i o n a r a los mi -li tantes q u e iban a ser i n t e r r o g a d o s . . .

—Ya has visto al o t r o —les au l l aba el juez de instrucción—, ya has

LA PERSECUCIÓN DE LOS J U D Í O S 71

visto cuál e ra su e s t a d o ; ¿qu ie re s q u e h a g a m o s lo m i s m o c o n t i g o ? El ra ím Leshtsinski no p u d o resistir aque l e s p a n t o s o chan ta j e .

T a m b i é n él en loquec ió . Cor r í a de un e x t r e m o al o t r o de su celda, se g o l p e a b a la cabeza c o n t r a los m u r o s y repe t ía i ncansab l emen te :

—Pero, ¿ q u é o t r o n o m b r e h e o lv idado todav ia? ¿ Q u é o t r o n o m -b r e he o l v i d a d o t o d a v í a ?

T o d o s los m i e m b r o s del comi t é centra l del p a r t i d o pa les t ino fue-r o n l iqu idados , excep to List y Knóssov q u e no h a b í a n a c u d i d o a la URSS. Sólo u n o de ellos sobrevivió, J o s e p h Berger (Barsilay), tras un p e r i p l o de ve in t iún a ñ o s en el Gulag . De los dosc ien tos o t rescientos mi l i tan tes del p a r t i d o q u e f o r m a b a n sus c u a d r o s de m a n d o , única-m e n t e u n a vein tena de ellos se l i b r a ron de la mue r t e . Y fue tan sólo en 1968, m á s de diez a ñ o s después de la ce lebrac ión del XX C o n g r e s o del p a r t i d o c o m u n i s t a de la Un ión Soviética, c u a n d o el p a r t i d o co-mun i s t a israelita, e l " M a k i " , r i n d i ó un h o m e n a j e p o s t u m o a sus dir i-gentes a ses inados d u r a n t e las p u r g a s stalinistas.

En la URSS, la r ep re s ión se e n s a ñ ó a s imi smo con la c o m u n i d a d judía que , c o m o todas las d e m á s m i n o r í a s nacionales , se vio severa-m e n t e d i ezmada . Sin e m b a r g o , l a r evo luc ión de o c t u b r e había cam-b i a d o p r o f u n d a m e n t e la vida de los j u d í o s . En nues t ra p r o p a g a n d a ant i s ionis ta , los c o m u n i s t a s de o r igen j u d í o ins is t íamos en e l r espe to de los d e r e c h o s nac iona les y cul tura les de nues t ra c o m u n i d a d q u e se o b s e r v a b a en la U n i ó n Soviética, y nos s en t í amos o rgu l losos de ello. Recue rdo q u e , c u a n d o l legué a la URSS en el a ñ o 1932, t an to la mi-no r í a nac iona l j u d í a c o m o las d e m á s m i n o r í a s nacionales gozaban todavía de cier to n ú m e r o de de rechos . Era evidente e l a u g e alcanza-do p o r l a vida cu l tura l en las reg iones hab i t adas p o r una m i n o r í a j u -día . En los d is t r i tos de Ucran ia y Cr imea q u e en tonces visité, la len-gua j u d í a era la l e n g u a oficial . La p r e n s a j u d í a era l lorec iente : exis-t ían de c inco a seis d ia r ios y varios s e m a n a r i o s en el c o n j u n t o de la U n i ó n Soviética. Decenas de escri tores j u d í o s p u b l i c a b a n sus o b r a s p o r mi l lones de e j e m p l a r e s y n u m e r o s a s univers idades c o n t a b a n con u n a cá t ed ra d e l i t e ra tu ra j u d í a .

Mis obse rvac iones f u e r o n i g u a l m e n t e a l e n t a d o r a s en e l d o m i n i o e c o n ó m i c o . En Cr imea , p o r e j e m p l o , los koljoses de las reg iones con p r e d o m i n a n c i a j u d í a f u n c i o n a b a n pe r f ec t amen te . Su p r o x i m i d a d a las c iudades q u e p o s e í a n manan t i a l e s de a g u a s minera les los inc i taba a cult ivar agr ios , q u e luego vend ían d i r e c t a m e n t e a la p o b l a c i ó n . Pa-ra l e l amen te , las vías de la as imi lac ión se ha l l aban a m p l i a m e n t e ab ie r tas a los j u d í o s q u e la deseaban . N i n g u n a restr icción l imi taba la vida, las ac t iv idades o las asp i rac iones de los j u d í o s en las g r andes c iudades c o m o Moscú , L e n i n g r a d o y Minsk . No existía n i n g u n a dis-c r iminac ión en la vida social, ni n i n g ú n numerus cíausus en las univcr-

• 13 APRENDIZAJE

s idades . C o m p a r a d o s con la pol í t ica obscu ran t i s t a de los zares, los p r o g r e s o s l o g r a d o s e r a n evidentes y cons iderab les . Pero , a pa r t i r de 1935, la r ep re s ión mas iva a r r e m e t i ó c o n t r a los j u d í o s . Y m u y p r o n t o , desde la r eg iones con f u e r t e d e n s i d a d j u d í a , se ex t end ió r á p i d a m e n t e a t o d o el país.

Al f inalizar mis es tud ios en la Univers idad Marshlevski , d o n d e h a b í a as is t ido a u n o s cu r sos de p e r i o d i s m o , e l comi té central del pa r -t ido c o m u n i s t a r u s o me des t inó al d i a r io Der Emes (La Verdad) , q u e e ra la ed ic ión en yiddish de la Pravda. A lgunos escri tores j u d í o s de g r a n n o t o r i e d a d c o l a b o r a b a n en su redacc ión , q u e era d i r ig ida p o r un exce len te pe r iod i s t a l l a m a d o M o s h é Litvákov.

C o m o r e s p o n s a b l e de la sección " L a vida del p a r t i d o " , a m e n u d o escribía a l g u n o s a r t í cu los e incluso a veces el ed i to r ia l . Un d ía , al c ru -za rme en un pasi l lo c o n e l con tab le , éste me in t e rpe ló :

—¿Y su d i n e r o ? '¿Va a d e j a r l o q u e siga d u r m i e n d o todav ía d u r a n -t e m u c h o t i e m p o ?

—¿Qué d i n e r o ? He c o b r a d o r e g u l a r m e n t e mi. sue ldo . . . —No me ref ie ro a eso , s ino a las p r i m a s q u e le c o r r e s p o n d e n p o r

sus a r t í cu los . Al d ía s iguiente ine e n t r e g ó u n a can t idad m á s c rec ida q u e mi

sue ldo . T o d a l a r edacc ión f u n c i o n a b a as í : a n d á b a m o s , pues , m u y lejos del " s a l a r i o o b r e r o " 1 p r econ izado p o r Len in .

T o d a s las s e m a n a s , en e l c o m i t é centra l del p a r t i d o se ce l eb raba u n a r e u n i ó n , a la q u e asistía un r ep re sen tan te de cada d i a r i o mosco -vita. Mi j e f e de redacc ión me env ió r e p e t i d a m e n t e a aque l l a s confe-rencias de p r ensa . En u n a de ellas, en 1935, Stetski, q u e d i r ig ía e l de-p a r t a m e n t o de p r e n s a en e l comi t é centra l , nos a n u n c i ó q u e tenía q u e t r a n s m i t i r n o s u n a i m p o r t a n t e c o m u n i c a c i ó n .

—Debo hab la r l e s de u n a ges t ión persona) del c a m a r a d a Stalin —empezó d ic iéndonos—. El c a m a r a d a Stalin está m u y d e s c o n t e n t o del cu l to q u e se r i nde a su p e r s o n a . C a d a a r t ícu lo comienza y acaba con u n a cita suya. P e r o eso, a l c a m a r a d a Stalin no le gusta . Además , ha m a n d a d o realizar u n a encues ta sobre las car tas colectivas de elo-gios q u e , f i rmadas p o r mil lares de c i u d a d a n o s , l legan r e g u l a r m e n t e a las r edacc iones de los pe r iód icos , y así se ha p e r c a t a d o de q u e toda esa c o r r e s p o n d e n c i a se d e b e a la iniciativa de los d i r igentes del par t i -do , q u e f i jan u n a d e t e r m i n a d a c u o t a de f i rmas a cada e m p r e s a y a cada b a r r i o de su c iudad . Me h a n e n c a r g a d o q u e les d iga —añadió Stetski—, q u e e l c a m a r a d a Stalin no a p r u e b a en a b s o l u t o tales m é t o -dos y p i d e q u e se p o n g a fin a ellos.

Muy i m p r e s i o n a d o p o r este d iscurso, en c u a n t o regresé a l d i a r i o

]. Lenin quería que el suetdo de lo* funcionarios del part ido no t'uese super ior al salario de un o b r e r o cualificado.

LA PERSECUCIÓN DE LOS J U D Í O S 73

di c u e n t a del m i s m o a mi je te de r edacc ión ; p e r o éste me r e s p o n d i ó s o n r i e n d o :

—Eso d u r a r á tan sólo unas semanas . . . — ¿ C ó m o ? ¿ N o cree us ted . . . ? — Espere, ya verá. . . Tres s e m a n a s m á s tarde, en r ep resen tac ión de mi pe r iód ico asistí

a u n a nueva r e u n i ó n con Stetski, qu i en nos i n f o r m ó de una decisión q u e a c a b a b a de a d o p t a r l a d i rección del p a r t i d o ;

—La of ic ina polí t ica c o m p r e n d e pe r f ec t amen te el s incero deseo del c a m a r a d a Stalin de q u e no se siga f o m e n t a n d o el cu l to a su perso-na, p e r o la of ic ina pol í t ica no a p r u e b a tales recelos. En los m o m e n -tos difíciles q u e a h o r a a t ravesamos , e l c a m a r a d a Stalin e m p u ñ a con f i rmeza e l t i m ó n del Es tado ; h e m o s de agradecer le , pues , q u e sepa vencer las d i f icul tades q u e e n t r a ñ a su l abo r y felicitarle a d e m á s p o r el éxi to l o g r a d o . Por t odos los med ios , la p rensa debe insistir regular -m e n t e en e l pape l q u e d e s e m p e ñ a e l c a m a r a d a Stalin. . .

Litvákov, a q u i e n repet í estas pa l ab ra s , no m a n i f e s t ó la m e n o r so rpresa .

—Escuche —repuso—; ya le d i je tres s e m a n a s a t rás q u e aque l las ins t rucc iones no d u r a r í a n m u c h o t i empo . . . Stalin hab ía previs to q u e la of ic ina polí t ica a d o p t a r í a esta ac t i tud , p e r o tenía e l m a y o r e m p e ñ o en q u e los per iodis tas cons t a t a r an la m e d i d a exacta de su modes t i a .

Li tvákov c o m p r e n d í a p e r f e c t a m e n t e cuál e ra e l c a m i n o p o r e l q u e se h a b í a l anzado la revo luc ión . El t r a b a j o q u e le h a b í a n c o n f i a d o y q u e él l levaba a c a b o sin desmayo a l g u n o , su conciencia p ro fes iona l en suma , no le i m p e d í a m i r a r las cosas de f r en t e y e x p o n e r sin a m b a -ges su o p i n i ó n c u a n d o creía necesar io hacer lo . Recue rdo q u e , en 1935, p id ió a Rádek, q u e s i empre tenía la p l u m a d i spon ib le , un ar-t ículo p a r a e l n ú m e r o ded i cado a l an iversar io de la revo luc ión de oc-tub re .

Rádek c u m p l e lo p r o m e t i d o , desde luego, y envía sus "cua r t i -l las" . . . T o d a v í a veo y o i g o a Litvákov c u a n d o las lee y dice f r í a m e n t e :

—¡Nunca p u b l i c a r e m o s seme jan t e m. . . en nues t ro p e r i ó d i c o ! El a r t i c u l o en cues t ión no era m á s q u e u n a sar ta de elogios a la

m a y o r g lo r i a de Stalin.. . Unos días m á s tarde , me h a l l a b a ca sua lmen-te en e l d e s p a c h o de mi j e f e de redacc ión , c u a n d o Rádek le t e l e foneó pa r a man i fes t a r l e su so rpresa a l ver q u e no hab ía p u b l i c a d o su a r re -b a t o de s ingular b ravura . . .

—Oiga us ted, Rádek —le r e s p o n d i ó Litvákov—; ésta es la ú l t ima vez q u e le p i d o un ar t ículo , y si cree q u e voy a pub l i ca r lo d e b i d o a su f i rma , a n d a usted m u y equ ivocado . Su a r t ícu lo no vale n a d a y el últi-m o d e los p r inc ip ian tes l o h a b r í a hecho m u c h o m e j o r q u e us ted .

Litvákov no h a b í a desa f i ado i m p u n e m e n t e l a van idad de u n o de

13 APRENDIZAJE

los d i r igentes y la o m n i p o t e n c i a del p a r t i d o . Fue u n o de los p r i m e r o s d e p u r a d o s . Luego , cada mes nos t ra jo su c a r r e t a d a de c o n d e n a d o s : asi de sapa rec ió J a s h i n , h e r m a n o de Averbuch , a q u i e n r e p r o c h a r o n e l h e c h o de h a b e r vivido en Alemania , y t a m b i é n Sprach , sucesor de Litvákov c o m o je fe de redacc ión , con t r a q u i e n no existía n i n g u n a acusac ión pa r t i cu la r . La a tmós fe r a , a n t a ñ o p lác ida y p rop ic i a a las d iscus iones , se ca rgó de i n q u i e t u d y desconf ianza . A lo la rgo del a ñ o 1937, el m i e d o se ins ta ló en las of ic inas . Los pe r iod i s t a s l legaban p o r la m a ñ a n a , se e n c e r r a b a n en sus d e s p a c h o s d u r a n t e t o d o el t i e m p o en q u e d e b í a n p e r m a n e c e r en el pe r iód ico , y luego se m a r c h a b a n sin h a b e r c h a r l a d o con nad ie . La de tenc ión de un viejo per iod is ta , Stre-litz, q u e hab ía c o m b a t i d o en el e jérc i to r o j o d u r a n t e la g u e r r a civil, nos l lenó de cons t e rnac ión y ac recen tó nues t ro s t e m o r e s a pr inc ip ios d e 1938.

La desapa r i c ión de u n o de los n u e s t r o s d a b a lugar a la ce lebra-ción de un r i tual od ioso , m u y semejan te a un " f u n e r a l " . T o d o e l per -sonal del p e r i ó d i c o se reunía en tonces p a r a una sesión de crítica. Des f i l ábamos u n o tras o t r o pa r a reci tar u n o a u n o la m i s m a canc ión y e n t o n a r p ú b l i c a m e n t e el mea culpa. Las p a l a b r a s q u e p r o n u n c i á b a -m o s e ran s i e m p r e las mismas , sin q u e i n t r o d u j é r a m o s en ellas la me-n o r var iac ión p e r s o n a l :

—Camaradas , nues t r a vigilancia se ha r e l a j a d o ; d u r a n t e a ñ o s en-teros un espía ha t r a b a j a d o con n o s o t r o s sin q u e s u p i é r a m o s desen-masca ra r lo . . .

Para no abo l i r l a c o s t u m b r e es tab lec ida , f u i m o s c o n v o c a d o s pa r a ce lebrar los " f u n e r a l e s " de Streiitz y c o m e n z a r o n las autocr í t icas . . . U n o r e c o r d a b a u n a breve f rase q u e hab ía o í d o en labios del " c u l p a -b l e " , p e r o q u e luego hab ía o l v i d a d o d e n u n c i a r ; o t r o había observa-do un c o m p o r t a m i e n t o e x t r a ñ o y con fe saba q u e no l e hab ía d a d o im por t anc i a . E s t á b a m o s e n t r e g a d o s a es te e je rc ic io p o c o g lo r ioso c u a n d o , a la m i t ad de nues t ras letanías, a d v e r t i m o s la presencia de nues t ro c a m a r a d a Streiitz. Desde hacía u n o s m o m e n t o s , es taba allí, s i lencioso, j u n t o a la pue r t a , y nos e scuchaba mien t r a s r ec i t ábamos nues t ras acusac iones , r e n e g á b a m o s de él y lo d e n u n c i á b a m o s c o m o un " e s p í a " . Aquel la i ne spe rada c o n f r o n t a c i ó n , e v i d e n t e m e n t e desea-da y o rgan izada p o r e l NKVD, q u e a d r e d e h a b í a s o l t a d o a Streiitz, aquel la b rusca a p a r i c i ó n nos heló e l a lma . T o d o s e n m u d e c i m o s . Es-t á b a m o s a t u r d i d o s .

Streiitz seguía sin despegar los labios . . . Uno tras o t r o , sin p ro -nunc ia r la m e n o r pa l ab ra , t o d o s sa l imos de la sala a g a c h a n d o la ca-beza y s i n t i é n d o n o s d e m a s i a d o a v e r g o n z a d o s pa r a a t r eve rnos a soste-ner la m i r a d a de n u e s t r o c a m a r a d a . En a q u e l ins tante c o m p r e n d í a q u é nivel h a b í a m o s descend ido , hasta q u é p u n t o nos h a b í a m o s con-

LA PERSECUCIÓN DE LOS J U D Í O S 75

ver t ido en unos r o b o t s , cómpl ices de la r ep res ión stalinista. El m i e d o se hab ía a l o j a d o en noso t ros , hab ía b l o q u e a d o nues t ro espír i tu y no -so t ros h a b í a m o s d e j a d o de pensa r p o r n o s o t r o s m i s m o s . E l N K V D h a b í a t r i u n f a d o y ya no neces i taba mani fes ta r se f í s icamente . Estaba allí y era d u e ñ o de nues t ros ce rebros , de nues t ros re í le jos y de nues-tras conduc ta s .

Fue m á s c rec ido q u e todos los d e m á s e l t r i b u t o q u e p a g a r o n los j u d í o s a la r ep res ión , t an to a lo a n c h o del país , c o m o a nues t ro a l re-d e d o r , en la un ivers idad . Ya an tes he h a b l a d o de las c i rcuns tanc ias en q u e el p a r t i d o hab ía a l e n t a d o —pr inc ipa lmente ent re 1931 y 1932— la e m i g r a c i ó n j u d í a a l d is t r i to de Bi rob idzhán . Se había e s t i m u l a d o so-b r e t o d o a los c u a d r o s y a los intelectuales p a r a q u e f i j a ran allí su re-s idencia . N u m e r o s o s es tud ian tes , a l salir de nues t ra un ivers idad , se m a r c h a b a n a aque l l a reg ión , p u e s t o q u e e ra e l p r o f e s o r L ibe rbe rg , c ient í f ico m u y c o n o c i d o en la URSS, qu ien a s u m í a la r e sponsab i l i dad de su emig rac ión . La r ep res ión se d e s e n c a d e n ó b r u s c a m e n t e y f u e l levada a c a b o p o r un e q u i p o especial del NKVD. Grac ias a dos testi-gos de aque l l a p u r g a f o r m i d a b l e y de sp i adada , supe c ó m o se realiza-ron las de tenc iones y las e jecuciones . Con la lógica e lementa l de u n o s i nqu i s ido re s mecanizados , v e r d a d e r o s r o b o t s de la i n i q u i d a d er igida en d o g m a , los agen te s del NKVD d e c r e t a r o n q u e t o d o s los jud íos o r ig ina r io s de Po lon i a e r a n espías a sue ldo del g o b i e r n o p o l a c o y q u e t o d o s los j u d í o s p roceden te s de Palest ina es taban a sue ldo de los ingleses. A ten i éndose a esos cri ter ios, d i c t aban sentencias sin ape la -ción q u e i nva r i ab l emen te c o n d u c í a n a l p a r e d ó n de las e jecuciones . De ah í q u e t a m b i é n tuviera q u e e n f r e n t a r s e con los acusadore s p ú b l i -cos n u e s t r o a n t i g u o c a m a r a d a de l p a r t i d o po laco , Schwarzbar i , q u e hab ía s ido secre tar io del p a r t i d o en nues t ra univers idad y era u n o de los secre tar ios del dis t r i to a u t ó n o m o j u d í o del B i rob idzhán . Luego lo e n c e r r a r o n en la pr i s ión , d o n d e p e r d i ó la vista casi p o r c o m p l e t o . U n a m a d r u g a d a le m a n d a r o n salir al pa t io de la cárcel y lo s i t ua ron a n t e el p e l o t ó n de e jecuc ión . Antes de m o r i r , gr i tó su le en la revolu-c ión, y c u a n d o las balas de los fusiles d e r r i b a r o n a aque l a n t i g u o mi-l i tante c o m u n i s t a , de todas las celdas surg ió el p o d e r o s o can to de La internacional.

C o m o Schwarzbar t , f u e r o n mil lares los comun i s t a s que , a l l legar a l u m b r a l de la m u e r t e , sup i e ron m o r i r con la cabeza e rgu ida . Ester F r ú m k i n a , a r d o r o s a mil i tante , hab ía s ido rec to r de nues t ra univers i -d a d d u r a n t e largos años . A u n q u e a la sazón estuviera m u y e n f e r m a , la de tuv i e ron en 1937 y la e n c e r r a r o n en la Lub ianka . D u r a n t e la ins-t rucc ión del s u m a r i o , qu i s i e ron carear la con un tes t igo de ca rgo . En-tonces Ester, d e s a f i a n d o a los jueces y a los guard ias , se a r r o j ó s o b r e el de l a to r y le e scup ió en el ros t ro . C o n d e n a d a sin ape lac ión , m u r i ó

13 APRENDIZAJE

tras los m u r o s de (a L u b i a n k a . En aque l m i s m o a ñ o de 1937, la univers idad de las m i n o r í a s na-

cionales f u e s u p r i m i d a y sus t i tu ida p o r un p s e u d o i n s t i t u t o p a r a el es-tud io de l enguas ex t r an je ra s , a l q u e se c o n t r o l a b a c o n inl lexible ri-gor . Las pue r t a s de la un ivers idad se c e r r a r o n , pues , s o b r e los cadá -veres de n u e s t r o s camaradas . . .

9. EL ASESINATO DEL EJÉRCITO ROJO

T a m b i é n quis iera cons ignar a q u í mi t e s t imon io acerca de la eli-m i n a c i ó n de Tujachevsk i y sus c a m a r a d a s . Fue el 11 de j u l i o de 1937 c u a n d o los pe r iód icos moscovi tas a n u n c i a r o n el a r res to del mariscal Tujachevski y de o t ro s siete generales . A los je les del e jé rc i to ro jo , hé-roes de la gue r ra civil y an t i guos comun i s t a s , se les acusaba de estar p r e p a r a n d o a sab iendas la d e r r o t a mil i tar de su país, a l l a n a n d o así el c a m i n o p a r a el r e t o r n o del cap i t a l i smo a la U n i ó n Soviética. Al día s iguiente , e l m u n d o e n t e r o se e n t e r a b a de q u e Tujachevski y los ge-nerales Yákir, Ubórev ich , Pr i rnákov, E i d e m a n n , F e l d m a n n , Kork y Pu tna hab ían sido c o n d e n a d o s a m u e r t e y e jecu tados . Un n o v e n o oficial supe r io r , el genera l Ga iná rn ik , j e fe de la división polít ica del e jérc i to , se había su ic idado . El e jé rc i to r o j o q u e d a b a decap i t ado .

En rea l idad , desde hacía var ios a ñ o s un p r o f u n d o d e s a c u e r d o en-f r en taba a Tujachevski y su e s t ado mayor , p o r un lado, y la di rección del p a r t i d o , p o r el o t ro . Contra? la teor ía oficial de Stalin, según la cual u n a nueva gue r r a , si l legaba a estallar , no se l ibraría en el terri-lo r io de la U n i ó n Soviética, Tujachevski , q u e vigilaba con inqu ie tud los p r epa ra t i vos mil i tares de l III Reich, a f i r m a b a q u e era inevi table un n u e v o conf l ic to m u n d i a l y q u e e r a prec iso p r e p a r a r s e p a r a e l mis-m o . En 1936, d u r a n t e u n a sesión de f sov i e t s u p r e m o , e l mariscal ha-bía e x p u e s t o su convicción de q u e la nueva g u e r r a p r o b a b l e m e n t e se d i r imir ía en el t e r r i to r io de la URSS.

La his tor ia se enca rga rá de d e m o s t r a r q u e Tujachevski sólo a n d u -vo e q u i v o c a d o en tener razón d e m a s i a d o p r o n t o . . . C u a n d o fue acu-sado , ya t o d a s las opos ic iones h a b í a n s ido e l im inadas y Stalin tenía el país e n t e r o b a j o su p u ñ o de h ie r ro . El e jérc i to ro jo const i tuía e l últi-mo b a l u a r t e q u e se le resistía, el ún i co q u e rehu ía su a u t o r i d a d . Pat a la d i rección stalinista, la l iqu idac ión de los a l tos m a n d o s del e jérci to s e p r e sen t aba c o m o un ob je t ivo de u r g e n t e real ización. Pero c o m o los genera les en cues t ión e ran an t iguos bolcheviques , q u e se habían des t acado d u r a n t e la revoluc ión de o c t u b r e , y c o m o u n a acusación de t ipo " t r o t s k i s t a " o "z inovievis ta" con t r a un Tujachevski no hubie -

13 APRENDIZAJE

ra su r t ido el m e n o r efecto, e ra prec iso ac tua r con e x t r e m a d o r igor y c o n t u n d e n c i a . Stalin se sirvió de la c o m p l i c i d a d de Hi t l e r pa r a d o -b legar a l e je rc i to del p u e b l o ruso .

Fue Gie r ing , m i e m b r o de la G e s t a p o y j e f e del S o n d e r k o m n i a n d o q u e d u r a n t e la s e g u n d a g u e r r a m u n d i a l tuvo a su ca rgo la lucha con-tra la O r q u e s t a Roja, q u i e n me expl icó en 1943 todos los detal les, t an to del a s u n t o Piatnitski c o m o de l a o p e r a c i ó n m o n t a d a con t r a T u -jachevski. . .

En 1936, Heydr i ch , j e fe de los servicios a l e m a n e s de i n f o r m a c i ó n , recibe en Berlín la visita de un ex-oí ic ia l del e jérc i to zarista, el genera l Skobl in . Este gene ra l sin e jé rc i to se consue la de su inact ividad j u g a n -do a ser agen t e d o b l e en gran escala: d u r a n t e m u c h o s a ñ o s ha t r aba -j ado pa ra e l servicio soviét ico de i n f o r m a c i ó n en los c í rculos de rusos b lancos de París, a u n q u e ha f l i r t eado a l m i s m o t i e m p o con los servi-cios a l emanes . En s u m a , se t ra ta de un p e r s o n a j e p e r f e c t a m e n t e equí -voco . La not ic ia q u e c o m u n i c a a Heydr ich es de g r a n t rascendenc ia : de f u e n t e m u y segura sabe q u e e l mariscal Tujachevsk i está t r a m a n d o u n a sub levac ión mi l i ta r c o n t r a Stalin. Heydr i ch t r ansmi t e la not ic ia a l a l to e s t ado m a y o r nazi, q u e a í p u n t o se i n t e r roga s o b r e la c o n d u c t a q u e ha de obse rva r . Sólo caben dos o p c i o n e s : o de ja r q u e el j e f e del e jé rc i to r o j o siga con sus p r epa ra t i vos , o adver t i r a Stalin p r o p o r c i o -n á n d o l e a d e m á s las p r u e b a s de la conc lus ión deJ mar iscal ruso con la W e h r m a c h t .

Los nazis se dec iden p o r esta s e g u n d a so luc ión . P r e p a r a n un in-f o r m e en e l q u e , a p o y á n d o s e en p r u e b a s t runcadas , se revela q u e T u -jachevski está o r g a n i z a n d o un go lpe a r m a d o con la c o l a b o r a c i ó n de los jefes mi l i tares a l emanes . P o n e r a p u n t o estos d o c u m e n t o s revela-do res no ha r e q u e r i d o s iqu ie ra tres d ías de t r ab a j o . No es difícil p r o -b a r q u e Tujachevski ha m a n t e n i d o con t ac to s con e l e s t ado m a y o r de la W e h r m a c h t pues to que , an tes del acceso de los nazis al p o d e r , se ce l eb raban u n o s e n c u e n t r o s regulares e n t r e a m b o s ejérci tos y e l go-b i e r n o soviético incluso h a b í a c r e a d o unas escuelas mil i tares p a r a la f o r m a c i ó n de la of ic ia l idad a l e m a n a . En c u a n t o e l c í rculo í n t i m o de Hit ler ha r e u n i d o las " p r u e b a s " , es un j u e g o de espía hacer las llegar a los d i r igen tes de la URSS. Si h e m o s de d a r c r éd i to a las m e m o r i a s de Sche l l enberg , ' q u e a la sazón e ra je le del c o n t r a e s p i o n a j e a l e m á n , la casa en la q u e se h a l l a b a n los d o c u m e n t o s fue incend iada y un a g e n t e checo, d e b i d a m e n t e adve r t i do , r e c o g i ó los pape les de e n t r e las cenizas. Según o t r a vers ión , los a l e m a n e s v en d i e ro n aque l los d o -c u m e n t o s a los rusos a través de los checos . La divers idad de versio-nes no a l te ra el h e c h o de q u e la o p e r a c i ó n con t r a Tujachevski y sus

l. Is Chef du contre-espionnage nazi parle, París, Éditions Jull iard.

EL ASESINATO DEL EJERCITO ROJO 79

c o l a b o r a d o r e s se llevó a t é rmino , t an to p o r Jo q u e respecta a Stalin c o m o p o r lo q u e se ref iere a Hit ler , £n el c u a d r o de los obje t ivos de cada u n o de ellos.

¡ Q u é m á s d a ! A f inales de m a y o de 1937, e l i n lo rn ie Tujachevski se halla ya en el d e s p a c h o de Stalin. El b i g o t u d o g e o r g i a n o p u e d e sent i rse sa t i s fecho: los a l e m a n e s h a n r e s p o n d i d o a su pet ic ión p ro -p o r c i o n á n d o l e e l mate r ia l necesar io pa r a e l im ina r a l h o m b r e a qu i en ha j u r a d o des t ru i r . En efecto, Skobl in —me l imi to a t ranscr ib i r f iel-m e n t e e l r e la to de Giering— no hab ía vis i tado a Heydr ich p o r su p ro -pia iniciativa. Stalin y Hi t l e r se hab ían r e p a r t i d o el t r a b a j o : el p r i m e -ro c o n c i b i ó la idea de la m a q u i n a c i ó n , p e r o la e jecuc ión de tal idea co r r ió a ca rgo del s e g u n d o . Stalin q u e r í a des t ru i r la ú l t ima fuerza o r -ganizada q u e se o p o n í a a su polí t ica y Hi t le r a p r o v e c h ó aque l l a oca-sión inespe rada p a r a decap i t a r al e jé rc i to ro jo . El a s u n t o Piatnitski había h e c h o c o m p r e n d e r a l f ü h r e r q u e l a d e p u r a c i ó n no q u e d a r í a c i rcunscr i ta a a lgunos oficiales supe r io re s . Hi t l e r es taba convencido-de q u e la o l e a d a represiva sacudi r ía al e jérci to r o j o en su to ta l idad y q u e luego ser ían precisos varios a ñ o s pa r a r e cons t ru i r los m a n d o s desapa rec idos . Así t endr ía las m a n o s l ibres en el Este mien t r a s gana -ba la g u e r r a en el Oes te . Desde 1937, pues , se d i b u j a b a ya el acerca-m i e n t o q u e inás a d e l a n t e c o n f i r m a r í a l a f i rma del pac to g e r m a n o -soviét ico.

En el mes de agos to de 1937, dos meses d e s p u é s de la e jecución del mar isca l Tujachevski , Stalin r e u n i ó en u n a con le renc ia a los dir i-gentes pol í t icos del e jé rc i to r o j o pa r a p r e p a r a r la d e p u r a c i ó n de los " e n e m i g o s del p u e b l o " q u e p u d i e r a n existir en los m e d i o s mil i tares . Aquél la fue la señal pa ra iniciar la ma tanza . El co lo r r o j o del e jé rc i to se d e b i ó a la s ang re de sus s o l d a d o s : trece de los d iec inueve c o m a n -d a n t e s de c u e r p o de e jérc i to , c iento diez de los c i en to t re inta y c inco c o m a n d a n t e s de división y de b r i g a d a , la m i t ad de los c o m a n d a n t e s de r e g i m i e n t o y la m a y o r pa r t e de los comisa r ios pol í t icos f u e r o n eje-cu t ados . E l e jé rc i to ro jo , así d e s a n g r a d o , q u e d ó lucra de c o m b a t e p o r a l g u n o s años .

Los a l e m a n e s e x p l o t a r o n a f o n d o aquel la s i tuac ión o r d e n a n d o a sus ser-vicios de i n f o r m a c i ó n q u e h ic ie ran llegar a París y a L o n d r e s u n o s i n f o r m e s a l a r m a n t e s —lo e r a n electivamente— s o b r e el e s t a d o del e jé rc i to r o j o después de l a d e p u r a c i ó n . No c reo desace r t ado pen-sar q u e , si los es tados mayores f rancés e inglés no m a n i f e s t a r o n la m e n o r prisa p a r a conce r t a r u n a al ianza mil i tar con la Un ión Soviéti-ca, esto se deb ió a q u e pa ra el los e ra ev iden te la deb i l i dad del e jé rc i to r o j o . Así q u e d ó exped i ta la vía pa r a la firma del pac to e n t r e Stalin y Hi t le r .

10. LA CASA DE COLOR CHOCOLATE

Llegué a ser comun i s t a p o r q u e e r a j u d í o . Ya c u a n d o e n t r é en con tac to con los o b r e r o s de D o m b r o v a , p u d e

m e d i r la a m p l i t u d de la exp lo tac ión capi tal is ta . Más ta rde , descubr í en el m a r x i s m o la respuesta defini t iva a la cues t ión j u d í a , q u e venía o b s e s i o n á n d o m e desde la infancia . Críeía, pues , q u e só lo u n a socie-d a d social is ta p o d í a t e r m i n a r con el r ac i smo y el a n t i s e m i t i s m o y pe r -mi t i r e l p l e n o d e s a r r o l l o cu l tu ra l de la c o m u n i d a d j u d í a . Es tud ié e l an t i s emi t i smo , su génesis y sus m e c a n i s m o s , de sde los pogroms de la Rusia zarista has ta e l a s u n t o Dreyfus . C o n s i d e r a b a q u e el naz ismo era su man i fe s t ac ión m á s ev idente en el siglo xx. Veía crecer la best ia in-m u n d a y me d e s a z o n a b a la q u i e t u d en q u e yacía e l m u n d o . Los par t i -dos o b r e r o s a l e m a n e s s e ha l l aban e m p e ñ a d o s en u n a lucha fratr ic i -da , en lugar de a u n a r sus fuerzas p a r a dir igir las c o n t r a e l adve r sa r io c o m ú n . M u c h o s c o n f i a b a n que , a l l legar a l p o d e r , H i t l e r a r r i n c o n a -ría su p a n o p l i a g u e r r e r a , o lv idar ía el Mein Kampf y t r a n s f o r m a r í a los SA en m o n / f o r e s de Jas coJonias veraniegas. La b u r g u e s í a a l e m a n a e in t e rnac iona l p e n s a b a que , e n defini t iva, u n a p e q u e ñ a cu ra d e o r d e n no sería pe r jud ic i a l p a r a un país en e l q u e t an to se a g i t a b a n los ro jos .

E l 30 de e n e r o de 1933, e l m u n d o s u p o p o r los pe r iód icos q u e Ado l f Hi t le r h a b í a s ido n o m b r a d o canci l ler del Reich. Para e l mil i-t an te c o m u n i s t a q u e yo e ra en tonces , a q u e l a c o n t e c i m i e n t o r e s o n a b a c o m o u n a señal de a l a rma . La p u e r t a q u e d a b a ab i e r t a a h o r a a l a ba r -bar ie . Caía de p r o n t o e l ant i faz d e m o c r á t i c o con q u e e l m u n d o h a b í a t r a t a d o de cub r i r e l ros t ro de l p e q u e ñ o c a b o aus t r í aco . Desde a q u e l m o m e n t o A l e m a n i a , y m u y p r o n t o E u r o p a en te ra , iban a tener q u e vivir b a j o la b o t a nazi.

El 27 de f e b r e r o de 1933 a rd í a el Reichstag. A los p o c o s m o m e n -tos de iniciarse e l incendio , G o e b b e l s y G o e r i n g h a c í a n ac to de p re -sencia j u n t o a las l lamas. A la n o c h e s iguiente , f u e r o n d e t e n i d o s diez mil mi l i tan tes comun i s t a s y socialistas. Las elecciones tuv ie ron luga r e l 5 de marzo . G o e r i n g h a b í a a d v e r t i d o : " E n mis ac tos f u t u r o s no me s u j e t a r é a n i n g u n a clase de p re ju i c io j u r í d i c o . N o s o t r o s no h e m o s de

LA CASA DE C O L O R C H O C O L A T E 81

p r e o c u p a r n o s p o r u n a jus t ic ia ficticia. O r d e n o q u e se des t ruya lo q u e t iene q u e ser d e s t r u i d o . Y con esto b a s t a " . En consecuenc ia , f u e r o n dec l a r ados nu los los su f rag ios comunis ta s . Pese a ese c l ima de te r ror , los comun i s t a s y socialistas o b t u v i e r o n d o c e mi l lones de votos , los d e m á s p a r t i d o s diez mi l lones y los nazis diecisiete mi l lones . P o r o r -d e n de Hi t l e r , las r ep resen tac iones c o m u n i s t a s t u e r o n inval idadas , Ernst T h a e l m a n n , secre ta r io genera l del p a r t i d o c o m u n i s t a a l emán , f u e enca rce l ado , s e g u i d o p o c o después p o r Dimi t rov .

Los hechos s e d e s e n c a d e n a r o n de un m o d o ine luc tab le : E l 23 de m a r z o q u e d ó d e r o g a d a la Cons t i tuc ión de We imar . A l e m a n i a hab ía vac i l ado e n t r e el r o j o y el p a r d o . A h o r a , el to-

r r e n t e de l o d o lo a n e g a b a t o d o . Hi t l e r se c o n s a g r a b a a de s t ru i r e l m o v i m i e n t o o b r e r o a l e m á n . L a n z a b a a sus secciones de asa l to con t ra los t r a b a j a d o r e s . El 2 de m a y o de 1933, la sede central de los s indica-tos a l e m a n e s —de los q u e se p e n s a b a q u e a ú n p o d r í a n de tene r a Hit-ler d e c r e t a n d o la hue lga general— fue o c u p a d a p o r los SA. Millares de sindical is tas f u e r o n a r eun i r s e con los comun i s t a s y los socialistas tras las a l a m b r a d a s de los c a m p o s de concen t r ac ión . Fal taba todavía un b r a z o p a r a logra r q u e re ina ra e l t e r ro r en Aleman ia . En e l mes de abr i l de 1934 se c r e a b a la Ges tapo .

Mucho antes de q u e H ide r llegara al poder , yo había leído su Mein Kampfy pese a las b u r l a s q u e tal lectura me a c a r r e a b a de p a r t e de mis a m i g o s . P e r o m á s t a r d e cons ta té q u e la a c t u a c i ó n del naz ismo se ha-llaba m i n u c i o s a m e n t e descr i ta en aque l l ibro . Dos ob je t ivos apa re -cían r e i t e r a d a m e n t e s u b r a y a d o s en l a o b r a de H i t l e r : " A p l a s t a r l a j u -de r ía i n t e r n a c i o n a l " y " D e s t r u i r el c o m u n i s m o " .

Po r ser j u d í o y c o m u n i s t a , yo me sentía d o b l e m e n t e c o n c e r n i d o . Por u n a pa r t e , en e n e r o de 1935 se p r o m u l g a b a la ley sob re la pureza de la raza y mis c a m a r a d a s a l e m a n e s se veían d u r a m e n t e pe r segu idos . Po r o t r a p a r t e , e s t aba p l e n a m e n t e convenc ido de q u e e l naz i smo no q u e d a r í a a c a n t o n a d o p o r m u c h o t i e m p o en el interior de Jas f ron te -ras del III Reich, s ino q u e l levaría la g u e r r a y la m u e r t e al res to del m u n d o . La t empes t ad se a p r o x i m a b a y no f a l t aban los indicios pre-cursores de la m i s m a . El 13 de e n e r o de 1935, el g o b i e r n o nazi esta-blecía el servicio mi l i t a r ob l iga to r io . C o n ello Hi t le r a r r o j a b a al cesto de los pape l e s e l t r a t a d o de Versalles. Aque l m i s m o a ñ o , e l noven ta p o r c ien to de los hab i t an t e s del Sar re a p r o b a b a n la r e i n c o r p o r a c i ó n de su p rov inc ia a l Reich.

Las d e m o c r a c i a s occ identa les se n e g a b a n a e n f r e n t a r s e con el pe-ligro. C o n t e m p o r i z a b a n , e s p e r a n d o un mi lag ro . Se encog ían de h o m b r o s , c r eyendo q u e la r e p r o b a c i ó n de la o p i n i ó n públ ica p o d r í a hacer r e t r o c e d e r e l naz i smo . C u a n t o m á s vaci laban, más o s a d o se ha-cía Hi t le r . El 7 de m a r z o de 1936, las t ropas a l e m a n a s p e n e t r a b a n en

13 APRENDIZAJE

Renan ia . N i n g u n a reacción. A m e d i a d o s de j u l i o de 1936, se in ic iaba la g u e r r a civil e s p a ñ o l a y, de h e c h o , la s e g u n d a g u e r r a m u n d i a l . Los g o b i e r n o s f rancés e inglés, en n o m b r e de la no in te rvenc ión , p e r m i -tían q u e las legiones a l e m a n a e i tal iana ap l a s t a r an la r evo luc ión espa-ño la . F ina lmen te , en 1936, A leman ia e Italia f i r m a b a n el pac to an t i -K o m i n t e r n .

El m u n d o no se h a b í a a t rev ido a e r r ad i ca r el ma l en sus o r ígenes , s ino q u e h a b í a d e j a d o desa r ro l l a r la e n f e r m e d a d y a h o r a la infecc ión se ac r ecen t aba . El p r i m e r o de m a y o de 1937, d u r a n t e mi p r i m e r a mi -sión en Francia , p a s é p o r Berlín. ¡ Q u é d e s c u b r i m i e n t o ! El e spec tácu -lo q u e o f r ec í an las calles me resu l taba i n s o p o r t a b l e : mi l la res de o b r e r o s con su g o r r a en la cabeza y mil lares de jóvenes e n a r b o l a n d o o r i f l amas nazis c a n t a b a n a voz en cuel lo los h i m n o s h i t l e r ianos . Estu-pe fac to , a l b o r d e de la acera, yo no ace r t aba a c o m p r e n d e r aque l lo . ¿ Q u é locu ra colectiva se h a b í a a p o d e r a d o de las masas a l e m a n a s ? En aque l m o m e n t o , c u a n d o ascend ían en e l a i re los a t r o n a d o r e s can tos q u e m u y p r o n t o E u r o p a a p r e n d e r í a a c o n o c e r , m e convencí d e q u e ú n i c a m e n t e u n te r r ib le c h o q u e , u n a con f l ag rac ión m u n d i a l p o d r í a e x t e r m i n a r el naz i smo. Y me decid í en tonces a o c u p a r un l uga r en aque l l a l u c h a d e s p i a d a d a q u e iba a d e t e r m i n a r e l p o r v e n i r de la h u -m a n i d a d . Un lugar en p r i m e r a línea.

Esta pos ib i l idad de t o m a r pa r t e en aque l l a c o n t i e n d a iban a o f r e -cérmela los servicios de i n f o r m a c i ó n del e jé rc i to soviético, cuyos ó r -g a n o s direct ivos se ha l l aban s i tuados , no lejos de la Plaza Ro ja , en el n ú m e r o 19 de la calle Znamenskaya . Se t r a t aba de un p e q u e ñ o edif i -cio q u e , d e b i d o a su co lor , solía conocerse con el n o m b r e de " l a casa de co lo r c h o c o l a t e " . En aque l l a época , los servicios soviéticos de in-f o r m a c i ó n no f u n c i o n a b a n c o m o los servicios de los países occ iden-tales. E c h a b a n m a n o e senc ia lmen te de los mi l i tan tes c o m u n i s t a s de t odos los países. C r e a d o d u r a n t e la g u e r r a civil, e l servicio r u s o de in-f o r m a c i ó n todav ía n o hab ía t e n i d o t i e m p o d e f o r m a r u n o s v e r d a d e -ros agen te s de e s p i o n a j e .

T a m b i é n p a r a los servicios soviéticos reg ía aque l l a regla e l e m e n -tal, según la cual t o d o servicio secreto q u e va en busca de i n f o r m a -ciones t ra ta de rec lu ta r a sus agentes en e l m i s m o pa ís d o n d e q u i e r e o p e r a r . I n e v i t a b l e m e n t e e l e jé rc i to r o j o d i s p u s o de-mil lares de c o m u -nistas q u e no s e c o n s i d e r a b a n c o m o espías, s ino c o m ó c o m b a t i e n t e s en la v a n g u a r d i a de la r evo luc ión m u n d i a l . El servicio soviét ico de i n f o r m a c i ó n mi l i t a r conse rvó este carác ter in te rnac iona l i s ta has ta e l a ñ o 1935, y no p o d e m o s c o m p r e n d e r a h o r a l a ac t i tud de los h o m -bres q u e m i l i t a r o n en sus f i las s i no la s i t u a m o s en e l c o n t e x t o m u n -dial de la r evo luc ión . P u e d o aseverar q u e aque l lo s mi l i tan tes , a qu ie -nes conoc í a f o n d o , e r a n t o t a l m e n t e des in te resados . N u n c a h a b l a b a n

LA CASA DE C O L O R CHOCOLATE 83

de sa lar io n i de d i n e r o . Eran p e r s o n a s civiles q u e se c o n s a g r a b a n a aquel la l abo r c o m o h a b r í a n p o d i d o consag ra r se a una acción sindical.

El general Berzin di r igía los servicios de i n f o r m a c i ó n del e jérc i to ro jo . A n t i g u o bo lchev ique , p o r dos veces l úe c o n d e n a d o a m u e r t a antes de la revo luc ión y t a m b i é n p o r d o s veces se f u g ó de la cárcel. D u r a n t e la gue r r a civil, es tuvo a l m a n d o de un r eg imien to de le tones y es ton ianos , 1 q u e tenía a su c a r g o velar p o r la segur idad de Lenin y del g o b i e r n o . \ I n t emac iona l i s t a s , los d i r igen tes bo lcheviques tenían q u e serlo m u y de veras, p u e s t o q u e c o n l i a b a n su pro tecc ión a unos e x t r a n j e r o s !

Pa ra le lamente , e l K o m i n t e r n d i s p o n í a de su p r o p i o servicio de i n f o r m a c i ó n , c o n u n a de legac ión en cada país , m ien t r a s las secciones nac ionales r e u n í a n las i n f o r m a c i o n e s pol í t icas y económicas . La ra -zón esencial q u e d e t e r m i n ó la c reac ión de esta o rgan izac ión fue el he-cho de q u e la U n i ó n Soviética carec iera d u r a n t e m u c h o t i e m p o de re-laciones d ip lomá t i ca s c o n los d e m á s países. S a b i d o es q u e las i n fo r -maciones uti l izan m u y a m e n u d o Ia,vía d i p l o m á t i c a p a r a l legar a su des t ino . Así se c o m p r e n d e q u e , en el caso de la U n i ó n Soviética, las secciones locales del p a r t i d o c o m u n i s t a sup l i e r an la ausencia de tal vía d i p l o m á t i c a .

El tercer servicio soviético de i n f o r m a c i ó n e ra el NKVD. Encarga-do de velar p o r la segur idad in te r io r , a l p r inc ip io sólo se p r e o c u p a b a de descub r i r a los agentes e x t r a n j e r o s en el t e r r i to r io soviético. Pero , con el p a s o del t i e m p o , sus a t r i b u c i o n e s a u m e n t a r o n . P r i m e r o se le conf ió la s egu r idad de las p e r s o n a l i d a d e s soviéticas q u e se ha l l aban en el e x t r a n j e r o y, m á s tarde, la vigi lancia de los rusos blancos , q u e seguían u r d i e n d o c o m p l o t s en casi t odos los países del m u n d o . Final-mente , el N K V D llegó a de sa r ro l l a r tantas ac t iv idades ex te r iores c o m o in te r io res y a m e n u d o r ival izaba con el servicio de i n f o r m a c i ó n mili tar , en el q u e inf i l t raba a sus agentes .

Desde e l f inal de la revo luc ión , las e m b a j a d a s ex t r an j e r a s en Mos-cú se conv i r t i e ron en o t ros tan tos cen t ros con t r a r r evo luc iona r io s . La e m b a j a d a de G r a n Bre taña , en pa r t i cu la r , c o b i j a b a a un agen te del Intel l igence Service, l l a m a d o Lockar t , cuya ún ica a m b i c i ó n ( s iempre cabe soñar ) consist ía en d e r r i b a r e l g o b i e r n o soviético. Aquel Lockar t hab ía e n t r a d o en con tac to con cier tos e l e m e n t o s ext remis tas q u e an -he laban p r e sen t a r ba ta l l a a los bo lchev iques . Berzin s u p o q u e Loc-kart t r a t a b a de rec lu ta r a a l g u n o s mil i tares , t a n t o s o l d a d o s c o m o of i -ciales, q u e es tuvieran d i spues tos a pa r t i c ipa r en el c o m p l o t . Se p re -sentó, pues , a l inglés y le d i j o q u e es taba al m a n d o de un r eg imien to

I. Leronia y Estonia, entonces independientes, fueron unidas a la URSS en 1940 y 1944, res-pectivamente.

84 APRENDIZAJE

deseoso de pasarse a l o t r o lado . P r e t end ió q u e sus h o m b r e s e s t aban de scon t en to s del n u e v o r é g i m e n ; q u e la des i lus ión de las masas ru -sas, e n g a ñ a d a s p o r los r evo luc iona r ios , e r a to ta l ; q u e Rusia se enca-m i n a b a a la ca t á s t ro fe ; q u e se i m p o n í a la a d o p c i ó n de r igurosas m e -d i d a s de s a l u b r i d a d públ ica . . . Al f inal , inc luso l legó a p r e g u n t a r s e q u é m e d i o s d e b í a n a r b i t r a r s e p a r a de tene r e l cu r so desas t roso de los acon tec imien tos .

Lockar t , a u n q u e a l g o d e s c o n f i a d o a l p r inc ip io de la entrevis ta , cayó en la t r a m p a . S igu iendo el h i lo de la conversac ión , a c a b a r o n t r azando un p lan pa r a a r r o j a r del p o d e r a l e q u i p o g o b e r n a n t e . Una e m p r e s a de tal e n v e r g a d u r a r eque r í a i m p o r t a n t e s d i spon ib i l idades f inanc ie ras ; l a sola r e m u n e r a c i ó n de los s o l d a d o s q u e l o m a r í a n p a r t e en la o p e r a c i ó n exigía p r i o r i t a r i a m e n t e un d e s e m b o l s o cuan t ioso . Berzin sug i r ió , pues , la en t r ega i nmed ia t a de un " a n t i c i p o " de diez mi l lones de rub los . Lockar t se los e n t r e g ó sin pes tañear .

L u e g o p a s a r o n a e x a m i n a r los detal les de la o p e r a c i ó n c o n t r a r r e -vo luc ionar ia , q u e e ra sencilla y deb ía ser radical . £1 p royec to consis-tía en r o d e a r el edif ic io d o n d e se ha l l aba ins ta lado el g o b i e r n o y p ro -cede r a la de t enc ión de t o d o s sus m i e m b r o s . Previeron incluso los h o n o r e s q u e t r i b u t a r í a n a Len in . Un sacerdo te o r t o d o x o , cuyo n o m -bre era c o n o c i d o y q u e ya hab ía d a d o su c o n f o r m i d a d , p r o p o r c i o n a -ría u n a iglesia en la q u e se p u d i e r a n ce lebra r los funera les del l íder c o m u n i s t a .

Berzin g u a r d ó en lugar s eguro los I b n d o s q u e a c a b a b a de recibir . Al l legar el d ía s e ñ a l a d o , t o d o se desa r ro l ló c o m o estaba p rev i s to : e l g r u p o r ebe lde l legó has ta la p u e r t a del edif ic io g u b e r n a m e n t a l , un r eg imien to del e jé rc i to r o j o se i n t e rpuso en su c a m i n o y lo r o d e ó . Lockar t fue d e t e n i d o y expu l sado . . . a Ing la te r ra .

Tal fue la p r i m e r a g ran o p e r a c i ó n de Berzin. Más t a rde se consa-g r ó p o r e n t e r o a la o rgan izac ión de los servicios soviéticos .de infor-mac ión . C u a n d o lo conoc í , en d i c i embre de 1936, era ya su jeíé in-d i scu t ido .

Bci7.iii gozaba d^l a p r e c i o g e n e r a l ; su p e r s o n a l i d a d no g u a r d a b a n i n g u n a semejanza con e! r e t r a t o - r o b o t de un especialista de la in-f o r m a c i ó n . C o n f e r í a la m a y o r i m p o r t a n c i a a l va lor h u m a n o de los agentes q u e rec lu taba p a r a su servicio y solía dec i r : " U n agen te del servicio soviético de i n f o r m a c i ó n d e b e posee£j r ,cs cua l idades : una cabeza Iría, un corazón a r d i e n t e y u n o s nervios de h i e r r o " . Con t r a -r i a m e n t e a lo q u e suele o c u r r i r en los servicios de i n l ó r m a c i ó n , n u n -ca a b a n d o n a b a a sus h o m b r e s en los m o m e n t o s difíciles. N u n c a ha-br ía sacr i f icado a u n o de ellos. Sabía q u e sus agentes e ran h o m b r es y, a n t e t o d o , comun i s t a s .

En t re Berzin y sus res identes en el e x t r a n j e r o s i empre se estable-

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cían unas re lac iones persona les . De ah í q u e se s int iera u n i d o p o r u n a p r o f u n d a amis t ad con Richard Sorge , u n o de fos más geniales agen-tes del servicio soviético de i n f o r m a c i ó n .

Sorge me ref i r ió su p r i m e r a entrevista c o n Berzin c u a n d o fo en-con t r é en Bruselas, el a ñ o 1938, después de mi l legada a Bélgica.

Sorge era un j o v e n de g r a n va lor y d o t a d o de p o d e r o s a intel igen-cia. H a b í a mi l i t ado en el p a r t i d o comun i s t a a l e m á n y era a u t o r de varias o b r a s de e c o n o m í a . Se ha l l aba rea l i zando u n a mis ión en Ch ina c u a n d o , en 1933, le p i d i e r o n q u e se p resen ta ra en Moscú. Berzin le hab ía d a d o cita en un c lub de a jedrez , m u y f r e c u e n t a d o p o r los ale-manes .

Sin a n d a r s e en rodeos , me d i jo Richard Sorge , Berzin a b o r d ó in-m e d i a t a m e n t e la cues t ión esencial :

—¿ Cuál te parece ser, en la ac tua l idad , el m a y o r pe l ig ro q u e a m e -naza a la U n i ó n Soviét ica?

—Incluso sin descar tar la hipótesis de un a f r o n t a m i c n t o con el J a -p ó n —le r e s p o n d i ó Sorge—, c reo q u e la a m e n a z a más real p r o c e d e a h o r a de la A l e m a n i a nazi. (Esta conversac ión tenía lugar p o c o s días después de la l legada de Hi t le r a l p o d e r . )

Berzin p r o s i g u i ó : —Por eso ce h e m o s p e d i d o q u e vinieras. . . Q u i s i é r a m o s q u e te ins-

talases en el J a p ó n . . . —¿Por q u é en e l J a p ó n ? —Porque en T o k i o , d a d o el a ce r camien to q u e ya se ins inúa e n t r e

la A leman ia nazi y el J a p ó n , p o d r á s saber m u c h a s cosas acerc a de los p repa ra t ivos mil i tares . . .

Sorge, q u e c o m e n z a b a a c o m p r e n d e r la í ndo le del t r a b a j o a l q u e se le q u e r í a destinar* i n t e r r u m p i ó a Berzin:

— ¿ C ó m o ? ¿ I r m e al J a p ó n y conve r t i rme en esp ía? Pero , ¡si soy pe r iod i s t a !

—Me dices q u e no qu i e r e s ser e sp ía ; p e r o , ¿ s a b e s con exac t i tud lo q u e e s un e sp í a? ¿ Q u é t e imag inas? Lo q u e tú Uamas un " e s p í a " e s un h o m b r e q u e va en busca de unas i n f o r m a c i o n e s con las q u e su go -b i e r n o p o d r á exp lo t a r m á s t a rde los p u n t o s déb i les del adversa r io . Noso t ros , los soviéticos, no b u s c a m o s la g u e r r a , p e r o q u e r e m o s co-noce r los p repa ra t ivos mil i tares del e n e m i g o y de tec ta r los p u n t o s dé-biles de su coraza , p a r a q u e no nos co ja desp reven idos s í nos ataca. . . —Y Berzin p ros igu ió d i c i e n d o : —Nuest ro ob je t ivo estr iba en q u e crees en el J a p ó n un g r u p o d ispues to a luchar p o r la paz. Te dedica-rás a rec lu ta r a a lgunas al tas pe r sona l idades j a p o n e s a s , y luego liaréis lo impos ib l e p a r a q u e su país no se de je a r r a s t r a r a una g u e r r a c o n t r a la Unión Soviética. . .

—¿Con q u é n o m b r e iré a l J a p ó n ?

13 APRENDIZAJE

—Con t u p r o p i o n o m b r e . . . S o r g e n o sal ía d e s u a s o m b r o . Los a y u d a n t e s d e Berzin , q u e asis-

t ían a la en t rev i s ta , t a m p o c o d i s i m u l a b a n su a l a r m a : — ¡ P e r o s i está f i c h a d o p o r la po l i c í a a l e m a n a p o r h a b e r m i l i t a d o

en las lilas del p a r t i d o ! Ta les a n t e c e d e n t e s no son de h o y (Sorge ha-bía m i l i t a d o en e l p a r t i d o c o m u n i s t a a l e m á n d u r a n t e los a ñ o s 1918-1919), p e r o p u e d e us ted c o n f i a r e n e l serv ic io a l e m á n : n o h a b r á p e r -d i d o su r a s t ro . . .

—Lo sé —replicó Berzin—, y t a m b i é n sé q u e así n o s a r r i e s g a m o s , p e r o c r e o q u e n u n c a s e a n d a m e j o r q u e c o n los p r o p i o s zapa tos . N o i g n o r o q u e l a G e s t a p o a c a b a de h e r e d a r e l f i c h e r o de l a po l ic ía . . . A n -tes de q u e los a n t e c e d e n t e s de S o r g e s a lgan de n u e v o a la luz de l d ía , h a b r á c o r r i d o m u c h a a g u a p o r d e b a j o d e los p u e n t e s del M o s c o v a . A d e m á s , s i l a G e s t a p o se e n t e r a c o n m a y o r r a p i d e z de lo q u e s u p o n e -m o s , ¿ a c a s o u n h o m b r e , q u e e r a c o m u n i s t a q u i n c e a ñ o s a t rás , n o h a p o d i d o c a m b i a r d e o p i n i o n e s po l í t i ca s e n t o d o es te t i e m p o ?

Berzin se vo lv ió e n t o n c e s hac ia u n o de sus c o l a b o r a d o r e s , e l q u e se e n c a r g a b a de A l e m a n i a , y le o r d e n ó :

— C o m p ó n t e l a s p a r a l o g r a r q u e l o c o n t r a t e n c o m o c o r r e s p o n s a l en T o k i o de la Frank/urteT Zeilung (un p e r i ó d i c o m u v c o n o c i d o ) . —Luego se d i r i g ió a S o r g e : —Ya verás c o m o , de es te m o d o , te sen t i rás en tu p r o p i a piel y no t e n d r á s la i m p r e s i ó n de j u g a r a espías .

Berzin h a b í a e s t a b l e c i d o c o m o reg la de o r o en su serv ic io q u e l a c o b e r t u r a d e u n a g e n t e n o d e b í a ser ú n i c a m e n t e u n a l a c h a d a , y l o q u e é l h a b í a p rev i s to o c u r r i ó r e a l m e n t e : S o r g e lúe c o n t r a t a d o c o m o c o r r e s p o n s a l de la FrankfuTleT. Sus a r t í c u l o s , m u y a p r e c i a d o s en los m e d i o s of ic ia les j a p o n e s e s , l e a b r i e r o n d e p a r e n p a r las p u e r t a s a p a -r e n t e m e n t e m á s dif íci les d e f r a n q u e a r : e n t r ó e n r e l ac iones , p r i m e r o , c o n e l e m b a j a d o r del Reich en T o k i o y , l u e g o , c o n e l a g r e g a d o mi l i -tar . E n l a e m b a j a d a a l e m a n a a c a b a r o n c o n s i d e r á n d o l e " c o m o d e l a c a s a " . Las i n f o r m a c i o n e s m á s c o n f i d e n c i a l e s , q u e Ber í ín c o m u n i c a b a a sus r e p r e s e n t a n t e s en e l e x t r a n j e r o , p a s a r o n p o r sus m a n o s .

D o s o t res a ñ o s a n t e s de in i c i a r se la g u e r r a , la G e s t a p o env ió a T o k i o a u n o de sus a g e n t e s p a r a q u e vigi lara a l p e r s o n a l de l a e m b a -j ada . S o r g e s e a p r e s u r ó a c o n v e r t i r l o e n u n o d e sus " a m i g o s " . M á s a d e l a n t e , u n d í a s e p r o d u j o l o q u e los c o l a b o r a d o r e s d e Berzin h a -b í a n t e m i d o : e l a g e n t e de l a G e s t a p o d e s t a c a d o en l a cap i ta l j a p o n e s a r ec ib ió de Ber l ín la f i cha p o l i c í a c a de S o r g e r e n Ta q u e c o n s t a b a n sus a n t e c e d e n t e s c o m u n i s t a s . . .

—¡Vaya! —le dijo—. ¡ Q u é l o c u r a s las tuyas ! S o r g e r e c o r d ó e l c o n s e j o de su j e f e : —Pues sí, f u e un e r r o r j u v e n i l . P e r o , ¡ q u é le jos me p a r e c e ya en e l

LA CASA DE COLOR CHOCOLATE 87

Y llevó su j u e g o has ta el p u n t o de inscribirse, a l go más larde , en el p a r t i d o nacionalsocia l is ta . Su e n r e d o resul tó t an eficaz que , cuan-do los j a p o n e s e s lo d e s c u b r i e r o n , e l e m b a j a d o r a l e m á n en T o k i o p r o t e s t ó o f i c ia lmente con t r a la de tenc ión de u n o de sus " m e j o r e s co-l a b o r a d o r e s " .

11. EN BUSCA DE FANTOMAS

Por su c o m p l i c i d a d en el a s u n t o F a n i o m a s , Bir y S t rom h a b í a n s ido c o n d e n a d o s a tres a ñ o s de pr i s ión . A finales de 1936 f u e r o n pues tos en l iber tad y l l egaron a Moscú. Has ta en fonces la vers ion of i-cial de la Sûre té f rancesa , a c e p t a d a p o r la d i rección de los servicios soviéticos de i n f o r m a c i ó n , expl icaba la caída del g r u p o de Bir en m a -nos de la pol ic ía p o r la inf i l t rac ión de un agen te p r o v o c a d o r , Ri-cjuier, q u e e ra pe r iod i s t a de L'Humanité. S t r o m y sus amigos , p e r s u a -d i d o s de la inocenc ia de Riqu ie r , i m p u g n a r o n esta grave acusac ión , q u e r epe rcu t í a en el p a r t i d o f rancés , y p r o p u s i e r o n q u e se llevara a c a b o u n a nueva invest igación en París. La dirección del K o m i n t e r n , deseosa de vaciar p o r c o m p l e t o aque l abceso , p r e g u n t ó a S t r o m si p o d í a p r o p o n e r l e s a l g ú n c a n d i d a t o . Este les d i o mi n o m b r e :

—Domb —declaró—, nos o f r ece todas las ga ran t í a s : se hal laba en París c u a n d o se d e s c u b r i ó l a red de e sp iona je , p e r o n u n c a a n d u v o mezclada en ella. H a b l a francés, es un a n t i g u o mi l i t an te y posee la hab i l idad suf ic iente p a r a p o n e r en c laro ese t e n e b r o s o a s u n t o .

El Kornin tern es tuvo de a c u e r d o con esta p r o p o s i c i ó n y la t rans-mi t ió a l genera l Berzin, q u e no le o p u s o e l m e n o r r e p a r o . Fue en esta ocas ión , p a r a p r e p a r a r mi mis ión en Francia , c u a n d o en t r é en con-tacto p o r p r i m e r a vez con los servicios soviéticos de i n f o r m a c i ó n . Me entrevis té dos o tres veces con el co rone l Stiga ( " O s c a r " ) , j e f e de los servicios q u e se rea l izaban en la E u r o p a occ iden ta l , p a r a p o n e r a p u n t o los detal les de la invest igación q u e iba a e m p r e n d e r .

—Se trata senc i l l amente de p o n e r s e en con tac to con los a b o g a d o s Ferrucci y A n d r é Phi l ip —me d i j o Stiga—. Debe usted revisar t o d o s los lega jos del p r o c e s o y t ra ta r de descubr i r en ellos la ve rdad .

Al final de nues t r a ú l t ima entrevistai-Si iga^me e n t r e g ó uu pasa-p o r t e de c o m e r c i a n t e l u x e m b u r g u é s y me p r e g u n t ó :

—Por lo q u e se re f ie re al vest ido, ¿ t i e n e usted t o d o lo q u e pre-cisa:'

- N o . —El ves t ido es de m u c h a impo r t an c i a . A l g u n o s de nues t ros agen-

EN BUSCA DE F A N T O M A S 89

tes han s ido descub ie r tos p o r e l p l i egue q u e un sas t re de Varsovia so-lía hacer en m e d i o del cuel lo de la c h a q u e t a .

—Tengo a m i g o s en A m b e r e s . Me d e t e n d r é allí dos días y h a r é q u e un b u e n sastre me confecc ione un t ra je c o m o los q u e a h o r a es tán de m o d a e n Francia .

—Muy bien. A h o r a el j e f e qu ie re verle. Me c o n d u j o a un a m p l i o despacho , u n o de cuyos r incones es taba

o c u p a d o p o r u n a g ran mesa de t r a b a j o . C o l g a d o a lo la rgo de un m u r o se veía un m a p a m u n d i . Berzin me invitó a s e n t a r m e y empeza-m o s a hab la r de París. L u e g o a b o r d ó e l o b j e t o de nues t ra en t rev is ta :

—Se e n c o n t r a r á usted con u n a t o n e l a d a de d o c u m e n t o s en los a r -chivos del pa lac io de jus t ic ia —me dijo—. T e n d r á q u e p r o c u r a r descu-b r i r en el los la ve rdad . No voy a dar le conse jos p o r q u e , de todas for -mas , es un a s u n t o m u y fácil. Sólo d e b o adver t i r le u n a cosa, de la q u e usted t iene q u e es tar i n f o r m a d o : no se s o r p r e n d a si, en los hoteles de París, t ropieza usted con ros t ros conoc idos . Ya sabe q u e existe un in-tenso t ráf ico hacia España . . .

P e n s a n d o q u e nues t r a conversac ión h a b í a t e r m i n a d o , e sbocé un ges to p a r a l evan ta rme , p e r o Berzin me invitó con la m a n o a q u e p e r -manec i e r a s e n t a d o :

—Si a ú n d i s p o n e de a l g u n o s m o m e n t o s —prosiguió—, me gus ta r ía seguir c h a r l a n d o . . . —Y, sin n i n g u n a p a u s a , a ñ a d i ó en t o n o m u y d i -recto : —Así pues , ¿ c u á n t o t i e m p o c ree usted q u e n o s q u e d a has ta q u e emp iece la g u e r r a ?

Me sentía a t u r d i d o p o r la conf ianza q u e me man i fes t aba y p o r e l h e c h o d e q u e a b o r d a r a tan d i r ec t amen te u n p r o b l e m a q u e m e desa-sosegaba . Le r e s p o n d í con la m i s m a l i be r t ad :

—Nuestro des t i no se hal la en m a n o s de los d ip lomá t i cos y t o d o el p r o b l e m a es t r iba en saber s i segu i rán inc l inándose an te Hi t ler .

Po r la m u e c a de Berzin c o m p r e n d í q u e , a su pa rece r , la o p c i ó n de los d i p l o m á t i c o s no o f r ec í a d e s g r a c i a d a m e n t e l a m e n o r d u d a : esta-llaría la gue r ra .

—¿Cuál cree us ted q u e será e l e scenar io de la p r ó x i m a g u e r r a ? —me p r e g u n t ó .

Dec id idamen te , Berzin me d e m o s t r a b a m u c h a conf ianza . Aque l lo me s o r p r e n d i ó , p o r q u e en e l a ñ o 1936 ya no era hab i tua l en Moscú aque l l a c o n f i a d a f ami l i a r idad . T ras breve vaci lación, contes té con la m i s m a f r a n q u e z a :

—Mire us ted , c a m a r a d a Berzin; c r eo q u e e l p r o b l e m a capital no está en prever si la g u e r r a comenza rá en el Oes te o en el Este. El con-flicto será m u n d i a l , y a u n a d m i t i e n d o q u e se inicie en el Oeste , el re-su l t ado será el m i s m o , p o r q u e todas las nac iones se verán a léc tadas y n a d a p o d r á de t ene r a l e jé rc i to a l emán . . . Hi t le r t iene dos obje t ivos y

13 APRENDIZAJE

n i n g ú n o b s t á c u l o le ha r á r e t r o c e d e r : me re í ie ro a la agres ión c o n t r a la U n i ó n Soviética p a r a a n e x i o n a r s e Ucrania y al ex t e rmin io de los j ud íos . . .

—Desearía q u e t o d o n u e s t r o persona l pol í t ico razonara c o m o us-ted —afirmó Berzin con m u c h a energ ía y pesar en la voz—; a q u í se ha -bla c o n s t a n t e m e n t e de la amenaza nazi, p e r o s i t uándo la en la le janía . Tal ceguera p u e d e c o s t a m o s m u y cara.

Med io en ser io y m e d i o en b r o m a , obse rvé : —Pero usted cuen ta con un servicio de i n f o r m a c i ó n y no p u e d o

creer q u e sus agentes no le i n f o r m e n de los p r e p a r a t i v o s mil i tares de Alemania . No se precisa ser m u y lince p a r a prever en q u é a c a b a r á n tales p r e p a r a t i v o s .

— Nues t ros agentes , dice us ted . . . ¿ S a b e c ó m o a c t ú a n ? Pues b ien , p r i m e r o leen la Pravda y luego env ían sus i n f o r m e s s u p r i m i e n d o de los m i s m o s t o d o lo q u e p o d r í a d e s a g r a d a r a la d i recc ión del p a r t i d o . Para n o s o t r o s cons t i tuye un te r r ib le handicap la decisión, t o m a d a p o r e l p a r t i d o , q u e nos p r o h i b e enviar agentes a Alemania . Usted pasará p r e c i s a m e n t e p o r A leman ia . Aproveche esta c i rcuns tancia pa r a o b -servar lo m e j o r q u e p u e d a c u a n t o o c u r r e en ese país. Y c u a n d o te rmi-ne su mis ión , venga a v e r m e y vo lve remos a h a b l a r de esta cues t ión . . . A p r o p ó s i t o , ¿ q u é hace us ted en la a c t u a l i d a d ?

—Soy pe r iod i s t a en La Verdad. - A h sí, ya c o m p r e n d o . Pero no se p r e o c u p e us ted : s i es prec iso ,

ya e n c o n t r a r e m o s a a lgu ien q u e le sust i tuya. . . N u e s t r a conversac ión h a b í a t e r m i n a d o . Al salir del d e s p a c h o de

Berzin, cuya fr ía lucidez me hab ía i m p r e s i o n a d o cons ide r ab l emen te , me costó caer en la cuen ta de q u e a c a b a b a de d a r e l p r i m e r p a s o ha-cia lo q u e sería mi vocac ión defini t iva.

Se a p r o x i m a b a la fecha de mi pa r t i da , c u a n d o un suceso, no obs -tante p e r f e c t a m e n t e previsible , se convi r t ió en un leve c o n t r a t i e m p o : Edgar , n u e s t r o s e g u n d o h i jo , v ino a l m u n d o . . .

El 26 de d i c i e m b r e de 1936 t o m é el t ren pa ra Fin landia . Atrave-s a n d o Suecia, me dir igí a Amberes , d o n d e me de tuve pa r a r e n o v a r ini ves tuar io . F i n a l m e n t e l legué a París el p r i m e r o de e n e r o de 1937. Al día s igu ien te ine p re sen té en el d e s p a c h o del a b o g a d o F e r r u c a .

Éste me recibe con m u c h a a m a b i l i d a d . En mi h o n o r , p o n e en m a r c h a su g r a m ó f o n o c o n un disco de los co ros del e jérci to ro jo . . .

—Vengo p a r a realizar u n a invest igación en c:l a s u n t o F a n t o m a s —le d igo .

—Toda esa h is tor ia es m u y tu rb ia , sabe us ted , p e r o estoy seguro de u n a cosa : R iqu ie r es inocente . Se trata de u n a e s t r a t agema clásica, en la q u e se acusa a un inocen te p a r a d i scu lpa r al t r a idor .

—¿Podré tener acceso a los lega jos del p r o c e s o ?

EN BUSCA DE FANTOMAS 91

—Sí, p e r o no an tes de un mes . Entonces p o d r é t r a e r m e aquí e l su-m a r i o p o r un día.

T o t a l m e n t e l ibre, me fui a Suiza p o r u n o s breves días, y me sentí léliz de q u e pud ie ra d e a m b u l a r p o r sus p r a d o s c o m o turista. . . y de -v o r a r a d e m á s su deliciosa pas te ler ía . En la vida de un mi l i tan te co-munis ta son d e m a s i a d o ra ros esos m o m e n t o s p a r a no ap rovecha r lo s . C u a n d o regresé a París en p lena f o r m a , Ferrucci y A n d r é Phil ip me e n t r e g a r o n el s u m a r i o del p roceso F a n t o m a s . Me sumí a f o n d o en el es tudio de aque l los d o c u m e n t o s y descubr í veinti trés cartas, q u e ca-s u a l m e n t e nad ie hab ía m e n c i o n a d o en e l ju ic io , a u n q u e p roced ían de la c o r r e s p o n d e n c i a i n t e r c a m b i a d a e n t r e un agen t e d o b l e y e l ag re -g a d o mi l i ta r n o r t e a m e r i c a n o . Era ev iden te q u e aque l agente , un ho -landés l l a m a d o Svitz, hab ía d e l a t a d o el g r u p o c o m u n i s t a a la pol ic ía t rancesa, y q u e l uego ésta lo hab ía s o l t a d o gracias a la in te rvenc ión de su inf luyente p r o t e c t o r . Las car tas q u e yo leía cons t i tu í an la p r u e -ba indiscut ib le de la p r o v o c a c i ó n .

El p a s a d o de Svitz expl icaba su c o n d u c t a . H a b í a t r a b a j a d o pa ra los servicios soviéticos. Enviado en mis ión a los Estados Unidos , h a -b ía s ido r á p i d a m e n t e descub ie r to y e x p u l s a d o de aque l país. En Pa-n a m á , e l c o n t r a e s p i o n a j e a m e r i c a n o se hab ía d a d o cuen ta de q u e su p a s a p o r t e era falso. C o m o el i n t en to de e n t r a r ¡ lega lmente en los Es-tados U n i d o s cos taba a la sazón la baga t e l a de diez años de cárcel , Svitz no vaciló m u c h o t i e m p o : a cep tó t r a b a j a r con los amer i canos . . . a u n q u e sin d e j a r de estar c o n e c t a d o c o n los servicios soviéticos. In-cluso envió un i n f o r m e a Moscú , en e l q u e expl icaba con toda serie-d a d q u e h a b í a l o g r a d o en t r a r en los Estados Un idos sin d i f icu l tad . Dos a ñ o s m á s tarde , Moscú , q u e es taba m u y sa t i s fecho de los servi-cios de a q u e l m o d e l o de d o b l e j u e g o , dec id ió envia r lo con su m u j e r a París p a r a q u e o c u p a r a allí e l pues to de res iden te 1 p r inc ipa l . Así fue c ó m o e n t r ó en re laciones con Bir.

C u a n d o estal ló el e scánda lo F a n t o m a s , Svitz adv i r t ió a Moscú q u e h a b í a l o g r a d o desvir tuar t odos los cargos q u e p e s a b a n s o b r e él, p e r o q u e tenía q u e desaparece r p o r a l g ú n t i e m p o . Se ocu l tó con t an to es-m e r o . . . q u e ya n u n c a se le volvió a ver.

La pol ic ía f rancesa, q u e buscaba a un cu lpab le , se s int ió m u y sa-tisfecha de p o d e r m a t a r a d o s p á j a r o s de un t iro y c o m p r o m e t e r a l p a r t i d o c o m u n i s t a a través de u n o de sus mi l i tantes . Eligió, pues , a Riquier p o r la sola razón de q u e d i r ig ía la sección de los Rabcors . 2

]. Jefe de g rupo en un país. 2. Los Rabcors eran los corresponsales obreros que L'Humaniié tenia situados en centenares

de empresas y que le remitían informes sobre las condiciones de t rabajo, las huelgas, etc. Los infor-mes, más confidenciales, q u e procedían de las empresas vinculadas a la defensa nacional, tenian otra destinación distinta.

13 APRENDIZAJE

C u a n d o regresé a Moscú en la p r i m a v e r a de 1937, mis expl icac io-nes no c o n v e n c i e r o n a los servicios de Berzin: f a l t aban las p r u e b a s fo rma le s de la inocenc ia de Riquier . Es tuvimos de a c u e r d o en q u e yo volviera de nuevo a París. D u r a n t e esta s egunda es tancia en la capi ta l f rancesa , logré q u e el a rch ive ro del pa lac io de just ic ia {a q u i e n re-c o m p e n s é p o r s u c o m p r e n s i ó n . . . ) m e pe rmi t i e r a f o t o g r a f i a r a l g u n o s d o c u m e n t o s . E l h o m b r e a c e p t ó d e b u e n g r a d o p o r q u e , f a l t ándo le tan só lo u n o o d o s meses p a r a la j u b i l a c i ó n , en r ea l i dad a n a d a se a r r i e sgaba .

C o m o es taba d e s c a r t a d o q u e yo cruzara l a f r o n t e r a s i endo p o r t a -d o r de tales d o c u m e n t o s , h a b í a m o s dec id ido q u e los e n t r e g a r í a a un m i e m b r o de la e m b a j a d a soviética, qu i en cu ida r í a de remi t i r los a M o s c ú p o r vía d ip lomá t i ca . Concer té , en tonces , u n a entrevis ta con e l emi sa r io de l a e m b a j a d a en un café s i tuado j u n t o a l p a r q u e M o n c e a u .

El d ía s eña l ado , e n t r o en el e s t ab lec imien to y veo a un h o m b r e s e n t a d o a n t e u n a mesa , cuyo aspec to físico c o r r e s p o n d e a la desc r ip -c ión q u e m e h a n d a d o del m i s m o : t iene u n o s c u a r e n t a a ñ o s d e e d a d , , usa galas y lee Le Temps. Me acerco a él, p e r o en el m o m e n t o en q u e me d i s p o n g o a h a b l a r l e obse rvo q u e no lleva en e l d e d o la venda q u e , según h a b í a m o s conven ido , me pe rmi t i r í a iden t i f i ca r lo sin pos ib l e e r ro r . Ba lbuceo u n a s p a l a b r a s y me m a r c h o r á p i d a m e n t e , m u y pe r -p le jo . O c h o d ías m á s tarde, a c u d o a la cita de emerg en c i a . Esta vez me está e s p e r a n d o un h o m b r e c o n una venda en e l d e d o . Le e n t r e g o los d o c u m e n t o s , q u e he d i s i m u l a d o en t r e las ho j a s de un p e r i ó d i c o . E m p e z a m o s a cha r l a r y me p r e g u n t a si p e r m a n e c e r é todavía a l g u n o s días en París. Le r e s p o n d o q u e así está previs to . . .

—En este caso —me dice—, d a m e tu n ú m e r o de t e l é fono pa r a q u e p u e d a l l amar t e si te necesi to.

Le d i g o e l n ú m e r o , q u e só lo debe utilizar en caso de pel igro , y cons t a to q u e mi esp ía " d i p l o m á t i c o " a n o t a las c i f ras de mi t e l é fono en su l ibret i ta sin s iqu ie ra t o m a r la p r e c a u c i ó n e lementa l de t rans-fo rmar las . . .

Aque l inc iden te me dio la m e d i d a exacta de la eficacia d é l o s ser-vicios soviéticos de i n f o r m a c i ó n . ¿ C ó m o e ra pos ib l e q u e los agentes de l egados p o r l a e m b a j a d a se c o m p o r t a r a n con tan ta i n g e n u i d a d ? De t o d o s m o d o s , no sospechaba a ú n en aque l l a época las terr ibles consecuenc ias q u e p u e d e n tener e n p lena^guej ja r m u n d i a l u n a s negli-gencias tan de sconce r t an t e s c o m o aquél la .

Regresé a M o s c ú en j u n i o de 1937. Berzin se ha l l aba en España , d o n d e d e s e m p e ñ a b a las f u n c i o n e s de conse j e ro mi l i t a r del g o b i e r n o r e p u b l i c a n o . Fue Stiga q u i e n me recibió y a q u i e n di c u e n t a de mi mis ión . Me d i jo q u e , a sus o jo s , e l a s u n t o F a n t o m a s q u e d a b a de l in i -

EN BUSCA DE F A N T O M A S 93

t ivarnente resuel to . 3 Volví a verlo con cierta f recuencia , y el r esu l t ado de aque l los con t ac to s fue q u e me c o m p r o m e t í —le di mi a c u e r d o de principio— a e n t r a r en los servicios de i n f o r m a c i ó n . Ni p o r gus to ni p o r vocación rne sent ía a t r a í d o p o r e l " e s p i o n a j e " . T a m p o c o era un mil i tar : no tenía o t r a a m b i c i ó n q u e la de c o m b a t i r e l fascismo. Pero me de jé convence r p o r los a r g u m e n t o s de St iga: e l e jérci to soviético tenía neces idad , no de r o b o t s y cor tesanos , s ino de unos mi l i tan tes q u e es tuvieran convenc idos de q u e la gue r r a era inevitable.

La suer te es taba echada . . .

3. Después de esta aventura, de la que Riquier salió enteramente " l impio" , la dirección del Komintern decidió que los servicios soviéticos de información dejarían de utilizar a los militantes comunistas. Existiría una cisura total entre los servicios secretos y el part ido. Tal decisión era u r -día, pero justificada. En efecto, la eficacia de los Rabcors no dejaba de ser muy limitada. En lugar de llevar a cabo ese t rabajo de mosaico, que consiste en encajar las diversas informaciones, es pre-ferible disponer de un h o m b r e situado en un puesto neurálgico de información.

12. ORIGEN DE UNA LEYENDA

D e b o expl icar a h o r a en q u é cond ic iones nac ió la leyenda de " T r e p p e r , agen t e sovié t ico" . Según mis de t rac tores , ya desde el a ñ o 1930, o incluso desde an tes de aque l l a lecha, yo h a b r í a t r a b a j a d o

p a r a los servicios soviét icos de i n f o r m a c i ó n . . . C o m o toda leyenda , ésta t iene su or igen en u n o s hechos , q u e lue-

go h a n s ido d e f o r m a d o s y a b u l t a d o s p a r a presen ta r los c o m o p r u e -bas. En los a rch ivos de la Súre té f rancesa y en los de la G e s t a p o ale-m a n a , es pos ib le descub r i r e fec t ivamente la " p r u e b a " de mi part ici-pac ión en la red F a n t o m a s . ¿ D e q u é d o c u m e n t o s se t r a t a ?

C u a n d o me d e t u v o la G e s t a p o en 1942, los a l emanes só lo c o n o -cían mi n o m b r e de g u e f r a : J e a n Gi lber t , p e r o en un regis t ro e fec tua-do en Bélgica h a b í a n e n c o n t r a d o mi v e r d a d e r o p a s a p o r t e a n o m b r e de L e o p o l d T r e p p e r . Sin e m b a r g o , de sde e l p r inc ip io de mi vida de mi l i tan te , s i e m p r e m e hab ía hecho l l amar D o m b . C o n este p s e u d ó n i -mo era c o n o c i d o , en par t icu lar , p o r la pol ic ía . La G e s t a p o n a d a sa-bía de aque l D o m b y, p o r mi pa r t e , q u e r í a evitar a toda costa q u e lle-ga r a a es tablecer u n a re lac ión e n t r e D o m b y T r e p p e r . Vaf ias decenas de mi l i tantes , f i chados en 1930 c o m o c o m p a ñ e r o s de D o m b , h a b r í a n c o r r i d o u n pe l ig ro i n m e d i a t o .

A f o r t u n a d a m e n t e la Súre té f rancesa hab ía t r a b a j a d o mal en 1932. T a m p o c o ella h a b í a es tab lec ido en sus a rch ivos n i n g ú n n e x o en t re T r e p p e r y D o m b . Po r un l ado , vigi laba a un ag i t ado r c o m u n i s t a lla-m a d o D o m b , q u e a c t u a b a en los m e d i o s j u d í o s ; p o r e l o t ro , s e hab ía a p o d e r a d o de fas dos car tas q u e S t r o m espe raba y q u e iban d i r ig idas a un tal T r e p p e r .

La Ges tapo , q u e uti l izaba los a r c h i v p ^ d e la policía I rancesa , c o n s t a t ó ú n i c a m e n t e q u e e l j e f e de l a -Orques ta Roja , l l a m a d o T r e p -per , a qu i en ella h a b í a d e t e n i d o , ya a n d u v o mezc lado en un a s u n t o de i n f o r m a c i ó n soviética en el a ñ o 1932. Más a ú n , e l p a s a p o r t e des-c u b i e r t o en Bélgica d u r a n t e un reg is t ro domic i l i a r io m a n i f e s t a b a q u e aque l T r e p p e r h a b í a vivido en Palest ina de 1924 a 1929. Los a l ema-nes, q u e ten ían neces idad de " a b u l t a r " su presa an te sus jefes en Ber-

ORIGEN DE UNA LEYENDA 95

lín, me f ab r i ca ron un s o r p r e n d e n t e pedigree: d e sde mi j u v e n t u d , s i e m p r e hab ía s ido un agen t e soviét ico, p r i m e r o en Palestina y más t a rde en Francia . En los i n t e r r o g a t o r i o s a q u e me s o m e t i e r o n , acepté e n c a r n a r este s ingular p e r s o n a j e , p o r q u e c u a n t a m a y o r i m p o r t a n c i a me conf i r i e ra la Ges tapo , m a y o r ser ía a s i m i s m o mi m a r g e n de m a -n i o b r a . Por e j e m p l o , l a G e s t a p o es taba convenc ida de q u e yo había segu ido u n o s cursos de e s p i o n a j e en Moscú . Dejé q u e subsist iera esa a m b i g ü e d a d ind icándoles q u e h a b í a e s t u d i a d o en l a Univers idad Po-drovski .

T o d a v í a en la ac tua l idad p o d e m o s leer en c ier tas o b r a s q u e lui a l u m n o de la Academia Mili tar Podrovsk i en su sección de esp iona je . Pero , ¡la Univers idad Podrovsk i n u n c a ha ex i s t ido!

En mi lucha con t ra la G e s t a p o creí necesar io pe rmi t i r q u e se for-j a r a esta leyenda de agen t e soviét ico en act iv idad de sde la infancia . La leyenda s igue viva todavía . . .

II

LA ORQUESTA ROJA

1. NACIMIENTO DE LA ORQUESTA

Vi de nuevo al genera l Berzin c u a n d o regresó de España. Me d io la impres ión de q u e a h o r a e ra un h o m b r e dis t in to del q u e yo hab ía conoc ido . En España s u p o q u e Tujachevski y eJ es tado m a y o r del e jérci to r o j o h a b í a n s ido l i qu idados y , c o m o no i g n o r a b a q u e las " p r u e b a s " a d u c i d a s c o n t r a el los e r a n falsas, se s int ió h o n d a m e n t e af l ig ido. Berzin era d e m a s i a d o lúcido pa ra hacerse a ú n g randes ilu-siones acerca de la sue r t e q u e le e s p e r a b a : veía acercarse la o la q u e había a r r a s t r a d o a sus c a m a r a d a s . A pesa r del pe l igro , dec id ió regre-sar a Moscú pa r a p ro t e s t a r a n t e Stalin c o n t r a las matanzas de c o m u -nistas p e r p e t r a d a s p o r la G P U 0 en España .

El genera l Berzin sabía q u e , con aque l la ges t ión, f i r m a b a su p r o -pia sentencia de m u e r t e . Pero , c o m u n i s t a convenc ido , consciente de su r e sponsab i l i dad , no a c e p t a b a que , p o r unos m e d i o s q u e é l r ep ro -baba , f ue r an d e s a p a r e c i e n d o sus m e j o r e s cuadros , aque l los q u e é l hab ía se lecc ionado y f o r m a d o .

El t i e m p o cor r ía en c o n t r a suya. P e r o la m o r a t o r i a q u e se le con-cedía q u e r í a ap rovecha r l a s o b r e t o d o p a r a seguir s i endo útil a la re-vo luc ión .

Me conced ió u n a entrevis ta , cuyo r e c u e r d o he conse rvado con la mayor exact i tud. ¿ C ó m o h a b r í a p o d i d o no hacer lo , s i aquel día lúe decisivo pa ra ini p o r v e n i r de h o m b r e y de comun i s t a ?

—Le p r o p o n g o q u e venga a t r aba j a r con noso t ros , p o r q u e le ne-ces i tamos —me dijo—. A u n q u e no aqu í , en la d i rección, ya q u e éste no es su lugar , s ino pa r a es tablecer en los países de E u r o p a occiden-tal las bases de nues t ra acc ión .

Desde mi p r i m e r a entrevista con Berzin, no hab ía d e j a d o de pen-sar en aque l la pos ib i l idad de e n t r a r a f o r m a r pa r t e de los servicios de i n f o r m a c i ó n y c o m b a t i r desde ellos el naz ismo. Estaba convenc ido de q u e se a p r o x i m a b a e l m o m e n t o en q u e la h o r d a hi t ler iana se desala-r ía s o b r e E u r o p a .

0 Cosuciaistvctmof Polilicheskoe Upravlenne, n o m b r e de la policía política soviética, de I922 a 1934. cuyos poderes pasarían al NKVD. W. del E.)

100 LA ORQUESTA ROJA

En el c o m b a t e q u e se a n u n c i a b a , el peso de la Unión Soviética se-ria decisivo. I n t e r i o rmen te de sga r r ado , asistía a la progresiva dege-neración de aquel la revolución p o r la q u e yo, c o m o mil lones de co-munistas , lo había d a d o todo . Es tábamos pres tos a sacrificar nuestra joven vida pa ra que , en los caminos del f u tu ro , el m u n d o recobra ra el ros t ro de la j u v e n t u d . La revolución era nues t ra vida y el pa r t ido nuestra familia , en la que la f ra te rn idad i n f o r m a b a la to ta l idad de nuest ros actos.

P re t end íamos ser unos h o m b r e s nuevos. Para q u e el p ro le t a r i ado pud ie ra l iberarse de sus cadenas, noso t ros e s t ábamos dec id idos a so-p o r t a r e l peso de a lgunas otras. ¿ Q u é nos i m p o r t a b a nues t ro p r o p i o porcen ta j e de fel ic idad? H a b í a m o s of rec ido nuestra pe r sona a la his-toria p a r a q u e al f in ésta de ja ra de cabalgar a l omos de la opres ión . Q u e e l c amino del paraíso no es taba s e m b r a d o de rosas, ¿ q u i é n p o -día saber lo m e j o r q u e nosot ros , los que h a b í a m o s venido a l comu-n i smo p o r q u e nues t ra adolescencia se había visto inmersa en la ba r -bar ie imper ia l i s ta?

Pero si la ruta q u e seguíamos se hal laba cubier ta de cadáveres de obre ros , es q u e no nos encaminaba ni p o d í a e n c a m i n a r n o s al socia-lismo. Nuest ros c a m a r a d a s desaparec ían , los me jo re s de noso t ros agon izaban en las m a z m o r r a s del NKVD, y el régimen stalinista desfi-gu r a ba de tal m o d o e l social ismo q u e era impos ib le reconocer lo c o m o tal. Stalin, el g r an sepu l tu re ro , l iqu idaba diez veces, cien veces más comunis tas q u e Hitler .

Entre el mart i l lo de Hit ler y ei yunque de Stalin, la ru ta era an-gosta p a r a los que seguíamos creyendo en la revolución. Pero, p o r encima de nuestra tu rbac ión y de nuestras angust ias , se impon ía la defensa de la Unión Soviética, a u n q u e ésta hub ie ra d e j a d o de ser la patr ia del social ismo q u e noso t ros a n h e l á b a m o s . Esta evidencia ha-bía lo rzado mi opc ión . La p ropos i c ión del general Berzin me permi-tía t ranqui l izar mi conciencia. C i u d a d a n o po laco , j u d í o que hab ía vi-vido en Palestina, apá t r ida , per iodis ta en un diar io j u d í o , yo era diez veces sospechoso p a r a el NKVD.

Mi des t ino ya estaba t razado. Acabar ía en el f o n d o de un calabo-zo, en un c a m p o de concen t rac ión o , m e j o r aún , an te un p a r e d ó n . Por el cont rar io , si lejos de Moscú comba t í a en p r imera línea contra los nazis, p o d r í a seguir s iendo lo q u e s i empre había s ido : un mil i tan-te revolucionar io .

Hacía t i empo q u e había l legado a esta conclus ión, a u n q u e no sin debat i r ía y a t o r m e n t a r m e re i t e radamente en mi fue ro in terno . De ahí que, en mis viajes p o r Europa , hubiese esbozado los p lanes de lo que podr í a ser una red de i n fo rmac ión q u e cubr iera la to ta l idad del con-tinente. Expuse aque l los p lanes al genera l Berzin. Nos implantar ía -

NACIMIENTO DE LA ORQUESTA 101

rnos en la m i s m a A l e m a n i a y en los países con t iguos . Nues t ros gr u-pos de c o m b a t i e n t e s ant i fascis tas no en t r a r í an en act ividad has ta e l m o m e n t o en q u e A l e m a n i a d e s e n c a d e n a r a la gue r r a , y no se les asig-nar ía n i n g u n a o t r a mi s ión q u e la lucha con t ra e l naz ismo. De un m o d o i n m e d i a t o , d e b e r í a m o s c rea r las bases que , en f u n c i ó n de nues t ro f u t u r o t r a b a j o de i n f o r m a c i ó n , a s e g u r a r í a n las c o m u n i c a c i o -nes, la c o b e r t u r a y el f i n a n c i a m i e n t o de la e m p r e s a .

Era sob re t o d o en e l p e r í o d o t r ans i to r io c u a n d o c o n v e n d r í a a f ianzar nues t r a i m p l a n t a c i ó n , p r i n c i p a l m e n t e en los países escandi -navos, p a r a p r o t e g e r así l a l ínea de c o m u n i c a c i ó n q u e nos uni r ía con el c e n t r o del servicio de i n f o r m a c i ó n del e jé rc i to ro jo . D u r a n t e la gue r r a , nues t ras redes de e s p i o n a j e es ta r ían f o r m a d a s exc lus ivamente p o r adversa r ios del fasc ismo —cuya mot ivac ión pol í t ica y religiosa se-ría, pues , m u y diversa—, de u n a f i rmeza ideológica a t oda p r u e b a , q u e con ta sen o p u d i e r a n c o n t a r con b u e n a s re lac iones en los o r g a -n i smos de capi ta l i m p o r t a n c i a pa r a e l de sa r ro l lo de las o p e r a c i o n e s mil i tares, en las esferas del m a n d o a l e m á n y en las ins t i tuc iones gu -b e r n a m e n t a l e s , t a n t o pol í t icas c o m o económicas .

D e s c a r t a r í a m o s la pos ib i l idad de recur r i r a agen tes r e m u n e r a d o s . N u e s t r o ob je t ivo p r inc ipa l sería e l de sumin i s t r a r con ' l a b e b i d a rap i -dez a la d i recc ión de los servicios secretos del e s t ado m a y o r unas in-f o r m a c i o n e s sintéticas, ve rdade ra s y c o n t r o l a d a s acerca de los p l anes y las real izaciones de la Alemania nazi.

E x p l i q u é al gene ra l Berzin q u e , en cada país , necesi taría tres cola-b o r a d o r e s . El p r i m e r o —que no t end r í a q u e ser n e c e s a r i a m e n t e ru -so— debe r í a posee r las cua l idades p a r a dir igir al g r u p o de agentes . El s e g u n d o ser ía un técnico capaz de es tablecer u n a red de emiso ra s de r a d i o y de f o r m a r a q u i e n e s d e b e r í a n mane ja r l a s . F ina lmen te , recu-rr i r ía a un especial is ta mil i tar pa r a q u e in silu p r o c e d i e r a a u n a pr i -m e r a selección del ma te r i a l recogido .

E l gene ra l a p r o b ó este p royec to g loba l , p e r o me o b j e t ó : —Ya t e n e m o s en A l e m a n i a a un g r u p o de excepcional ca l idad ,

p e r o nos van a i n c o m o d a r e n o r m e m e n t e las ins t rucc iones de !a d i -rección del p a r t i d o q u e , p o r m i e d o a las p rovocac iones , se o p o n e a q u e o p e r e m o s en el t e r r i to r io del 111 Reich. Po r o t ra pa r t e , usted cree q u e la c o b e r t u r a comerc ia l p o d r á sumin i s t r a r los m e d i o s mater ia les y f inanc ie ros q u e p rec i sa rán sus agentes . Soy escéptico en este a spec to . Si me r e m i t o a nues t r a exper ienc ia de veinte años , he de confesa r l e q u e las c o b e r t u r a s comerc ia les n u n c a nos h a n d a d o n i n g ú n benef i -cio. Y el d i n e r o inver t ido en ellas s i empre ha s ido d i n e r o p e r d i d o ,

—Escuche us ted —repliqué—; no se t ra ta de q u e el g o b i e r n o sovié-tico realice a l g u n a s e c o n o m í a s , s ino de q u e va a se rnos m u y difícil re-cibir d i n e r o de Moscú d u r a n t e la gue r ra . Q u i e n e s c r e a r o n tales socie-

102 LA ORQUESTA ROJA

d a d e s en el p a s a d o carecían quizá de la suf ic iente hab i l idad c o m e r -cial. Pero creo q u e , en un país capital is ta , Jos b u e n o s comerc i an te s p u e d e n g a n a r d i n e r o . Mi proyec to prevé la c reac ión de u n a e m p r e s a de i m p o r t a c i ó n y e x p o r t a c i ó n r ad icada en Bélgica, p e r o con f i l ia les en varios países.

—¿ Q u é can t idad necesi tará usted p a r a c rea r esa firma comerc ia l ? —Oh, c o m e n z a r e m o s con poco capi ta l . E n t r a r é c o m o socio en

u n a e m p r e s a ya existente y mi a p o r t a c i ó n será de diez mil dó la res . — ¿ C ó m o ? ¿ C o n diez mil dó la res p iensa us ted realizar t an tos be-

neficios q u e le p e r m i t a n c u b r i r sus gastos d u r a n t e toda la g u e r r a ? —Así lo e spe ro . —De todos m o d o s , s i d e n t r o de a l g u n o s meses nos cursa u n a nue -

va pe t ic ión de d ine ro , la a t e n d e r e m o s . Has ta a h o r a lo m á s dilícil no ha s ido r ecoge r i n f o r m a c i o n e s mil i tares , s ino a segu ra r unos enlaces estables con nues t ros res identes .

E s t á b a m o s l l egando al f inal de nues t r a entrevis ta . El genera l Ber-zin parecía sosegado , casi d ichoso .

—Tiene us ted u n o s d o s años p o r de lan te , an tes de q u e estalle la g u e r r a —me dijo—. Conf i e a n t e t o d o en usted m i s m o . Su t r a b a j o se r e d u c e a c o m b a t i r el III Reich y ú n i c a m e n t e el III Reich. T o m e t o d a s las p recauc iones pa r a q u e su red de e s p i o n a j e siga d u r m i e n d o hasta q u e se inicie la gue r r a . No la c o m p r o m e t a en o t r a s acciones . Des t ru i r e l naz i smo es n u e s t r o ú n i c o obje t ivo . No se p r e o c u p e de n a d a más . T e n g o agen te s en todos esos países, p e r o su o rgan i zac ión gozará de u n a total i ndependenc i a . Desde a q u í i n t e n t a r e m o s enviar le técnicos de r a d i o con t o d o e l mater ia l necesar io . Pe ro no espe re d e m a s i a d a s cosas, ni s iqu ie ra en ese aspecto . P r o c u r e rec lu ta r y l ó r m a r a su p r o -p io p e r s o n a l . En c u a n t o a los j e fe s de g r u p o en cada país, se lo ad-vier to a n t i c i p a d a m e n t e : t end rá q u e rec lu ta r los en e l m i s m o país .

En el t o n o de su voz se t r a n s p a r e n t a b a u n a e m o c i ó n cuyo sen t ido c o m p r e n d í m u c h o m á s t a r d e : g ran p a r t e d e los c u a d r o s cua l i f icados q u e h a b r í a n p o d i d o realizar aque l t r a b a j o , ya h a b í a n s ido d e t e n i d o s e i n t e r r o g a d o s p o r e l NKVD. C o n v i n i m o s f inalmente q u e mi famil ia s e r eun i r í a c o n m i g o en c u a n t o fuera pos ib le , p u e s t o q u e un h o m b r e q u e vive so lo s i empre resu l ta sospechoso . Y yo que r í a e n c a r n a r del t o d o el p e r s o n a j e de un indust r ia l apac ib l e y eficaz.

—Confío en usted —prosiguió Berzin—, y estoy s e g u r o de q u e t r iunfa rá . . . C u a n d o envíe sus i n f o r m a c i o n e s , no se p r e g u n t e n u n c a la acog ida q u e les d i spensa rá la d i recc ión , no tenga n u n c a la p r e o c u p a -ción de serle ag radab le , pues to q u e e n t o n c e s real izaría usted un mal t r aba jo . . . —Y a ñ a d i ó las s iguientes pa l ab ra s , q u e p a r a mí f u e r o n u n a p r u e b a def ini t iva de l a conf ianza con q u e me h o n r a b a : —Tujachevski tenía r azón : la g u e r r a es inevi table y se l ib ra rá en nues t ro te r r i to r io . . .

NACIMIENTO DE LA ORQUESTA 103

No, n u n c a en Moscú, d o n d e r e inaba e l t e r ro r stalinisia, h a b í a oí-do elogiar a un h o m b r e Fusilado p o r " t r a i c i ó n " .

El genera l rne a c o m p a ñ ó hasta la pue r t a de su d e s p a c h o : —No escuche más q u e a su conciencia —me dijo—. Para un revolu-

c ionar io , cons t i tuye el juez s u p r e m o . . . Creo q u e su t e s t amen to po l í t i co se r esumía en esas pocas p a l a b r a s

p o r q u e , a lo la rgo de toda su vida, só lo su conciencia hab ía s ido el guía de su acción.

En aque l l a época , el gene ra l Berzin ya se sabía p e r d i d o , p e r o nada d e p l o r a b a . A u n q u e c o n d e n a d o p o r los t r ibuna les de Stalin, le da r í an la razón los t r ibuna les de la h is tor ia . Y, pa ra un c o m u n i s t a , só lo e n t r a b a en cuen ta es to ú l t imo .

Nos h a l l á b a m o s en e l o t o ñ o de 1937 y h a b í a m o s c o n v e n i d o q u e me m a r c h a r í a en c u a n t o q u e d a r a n u l t i m a d o s los p repara t ivos . Pasó un mes y l uego dos, sin q u e n a d a me d i j e ran . I g n o r a b a p o r c o m p l e t o lo q u e hab ía s ido de nues t ros p lanes . Me hab ía i n c o r p o r a d o de n u e -vo a mi t r a b a j o de pe r iod i s t a . En los ú l t imos días del a ñ o , s u p e p o r diversos c o n d u c t o s , q u e se hab ían p r o d u c i d o g r andes t r a s to rnos en los servicios de i n f o r m a c i ó n . Su s ignif icación y sus consecuencias me parec ían obv ias : nues t ro p royec to hab ía a b o r t a d o , la c reac ión de unas bases de i n f o r m a c i ó n d i r ig idas con t r a Alemania , q u e hab ía sus-c i tado la en tus ias ta a d h e s i ó n de un Berzin y un Stiga, era d i ame t ra l -m e n t e o p u e s t a a las concepc iones y a m b i c i o n e s de la d i recc ión del pa r t ido .

H a b í a r e n u n c i a d o , pues , a mis esperanzas c u a n d o , en el mes de marzo de 1938, me t e l e foneó un capi tán , a y u d a n t e de Stiga y , p o r cons igu ien te , su s u b a l t e r n o en los servicios de i n f o r m a c i ó n , p a r a pe-d i r m e q u e pasa ra p o r las of ic inas de la dirección. . .

C u a t r o veces h a b í a ido a n t e r i o r m e n t e a la "casa de co lo r choco-la te" . R e c o r d a b a con la suf ic iente prec is ión los ros t ros q u e allí hab ía visto, pa ra q u e a h o r a p u d i e r a c o m p r e n d e r i n m e d i a t a m e n t e c u á n t o s y cuán i m p o r t a n t e s c a m b i o s se h a b í a n p r o d u c i d o d u r a n t e aque l los meses. No , e l azar no e r a la ún i ca expl icación de los m i s m o s .

Me h ic ie ron e n t r a r en e l d e s p a c h o del capi tán . En c u a n t o me h u b e s en t ado , éste me d i j o :

—Escuche, t e n e m o s q u e p o n e r n o s a t r aba j a r en seguida . H e m o s p e r d i d o seis meses, p e r o a h o r a ya no p o d e m o s malgas ta r n i un solo m o m e n t o . H e m o s de a n d a r a m a r c h a s forzadas. . .

—Para u n a entrevista de esta i m p o r t a n c i a —le atajé—, p e n s a b a q u e vería al p r o p i o corone l Stiga.

La m i r a d a de r e o j o q u e me dir ig ió y su desasos iego eran más e lo-cuentes q u e todas las pa l ab ra s . No obs tan te , se dec id ió a d a r m e a lgu-nas exp l icac iones :

104 LA ORQUESTA ROJA

—Bueno, c o m o usted ve, tuvimos q u e mod i f i ca r las e s t ruc tu ras del servicio. . . A l g u n o s de noso t ro s q u e d a r o n desp lazados y , m á s ta r -de, se les h a n c o n f i a d o o t r a s tareas. . . A h o r a h e m o s de p r e p a r a r su p a s a p o r t e , e s tud ia r el i t inerar io de su via je y des t inar u n a s h o r a s a q u e us ted se fami l ia r ice c o n e l c i f r ado de los mensa jes . . .

—Estoy p res to , c o m o s i empre —le r e spond í . Sí, es taba p re s to , c o m o s iempre . No tenía o t ra a l te rnat iva . Regresé a casa m u y a b a t i d o . ¿ P o r q u é no me h a b í a n encarce la -

d o ? ¿ P o r q u é r ecu r r í an a h o r a a mí? La des t i tuc ión de Berzin, de l a q u e n o m e cab ía l a m e n o r d u d a y q u e m e do l í a p r o f u n d a m e n t e , n o me h a b í a i m p e d i d o decir " s í " . 1 Y es q u e es taba c o n v e n c i d o de q u e e l m i s m o genera l Berzin no me h u b i e r a a c o n s e j a d o o t r a cosa. La mi -sión q u e a h o r a me c o n f i a b a n era l a q u e e l m i s m o Berzin h a b í a a p r o -b a d o y p r e p a r a d o . Pe rmanec í a , pues , en su s ing ladura , seguía s i e n d o f ie l a n u e s t r o c o m p r o m i s o . Eso era lo ún i co q u e tenía i m p o r t a n c i a . A h o r a m á s q u e n u n c a la lucha con t ra e l naz ismo deb ía ser e l ob j e t ivo d o m i n a n t e , exclusivo. P o r lo m e n o s , yo iba a c o m b a t i r . Y a q u e l c o m -ba te e r a esencial . Sería r e sponsab l e de los g r u p o s q u e a h o r a iba a crear , de la lucha c landes t ina cuyos e n g r a n a j e s a h o r a iba a ins ta lar , y en c u a n t o la m á q u i n a se pus iera en m a r c h a , ya n a d a p o d r í a de-tener la .

C u a n d o volví a en t r ev i s t a rme c o n el cap i tán , mi convicc ión h a b í a c o b r a d o m a y o r fue rza a ú n . Sólo i m p u s e u n a c o n d i c i ó n :

—Ignoro e l e s t a tu to legal de los h o m b r e s q u e ustedes e m p l e a n ; p e r o , p o r lo q u e a mí se ref iere , debe q u e d a r m u y c laro q u e me c o n -sag ro a este t r a b a j o c o m o mi l i tan te c o m u n i s t a . No soy mi l i ta r y no t engo e l m e n o r interés en pa sa r a f o r m a r p a r t e de los c u a d r o s de m a n d o del e jérc i to . . .

—Como us ted qu ie ra —me r e s p o n d i ó el capitán—; p e r o t a n t o s i pe r tenece c o m o s i no a los c u a d r o s de m a n d o del e jé rc i to , pa r a n o s o -tros, us ted t end rá la g r a d u a c i ó n de co rone l .

—Déme la g r a d u a c i ó n q u e q u i e r a : eso me es ind i fe ren te y no me p r e o c u p a .

El cap i t án me p r e s e n t ó a un especialista del l e n g u a j e ciírado. Es-tab lec imos n u e s t r o c ó d i g o p a r t i e n d o de u n a novela de Balzac, La mujer de treinta años, y d u r a n t e varias h o r a s me e n s e ñ ó a c i f r a r un m e n s a j e .

Q u e d a b a n p o r resolver a l g u n o s deta l les : m e e n t r e g a r í a n u n pasa -p o r t e a n o m b r e de un canad iense de Q u e b e c (lo cual imp l i caba q u e no es tar ía o b l i g a d o a c o n o c e r y h a b l a r el i d ioma inglés) y, en Bruse-

t . Mientras residía en Bélgica supe, p o r un conducto absolutamente verídico, que el general Berzin y la dirección del servicio de información habían sido fusilados en diciembre de 1938.

NACIMIENTO DE LA ORQUESTA 105

las, estar ía en con tac to con un e m p l e a d o de la mis ión comerc ia l so-viética.

M e adv i r t i e ron q u e , an t e s d e m a r c h a r m e , t end r í a q u e entrevis tar-me con e l n u e v o j e f e de los servicios de i n f o r m a c i ó n . Este me rec ib ió en e l d e s p a c h o de Berzin. N a d a hab ía c a m b i a d o . . . Genera l , c o m o su an tecesor —aunque, ¿ c ó m o h a b r í a p o d i d o sus t i tu i r lo en mi a lec to y cons iderac ión?—, tenía u n o s cua ren t a y c inco a ñ o s de edad . Me aco-gió con a m a b i l i d a d y p r o c u r ó i n s p i r a r m e con f i anza :

—Hemos a d o p t a d o , sin la m e n o r m o d i f i c a c i ó n , e l p l an e l a b o r a d o u n o s meses a t rás . —Se levantó y, a c e r c á n d o s e al g r a n m a p a m u n d i q u e seguía c o l g a d o en e l m u r o , a ñ a d i ó : —Claro está q u e , p o r a h o r a , no d e s a r r o l l a m o s u n a g ran act iv idad en Aleman ia —yo r e c o r d a b a que , según me hab ía ind icado Berzin, tal inact iv idad se d e b í a a u n a o r d e n de Stalin y a l p r e t ex to de q u e e ra prec iso evitar t oda clase de p r o v o -caciones...—, p e r o p o d r í a m o s e s t u d i a r l a c reac ión de un g r u p o de agentes en u n a c i u d a d a l e m a n a , m u y p r ó x i m a a la f ron te ra .

Mien t ra s así d i scur r ía , buscaba con e l d e d o un p u n t o en e l m a p a , y u n o s años m á s t a rde r e c o r d é a q u e l de ta l le c u a n d o leí, en e l i n f o r m e de J r u s c h o v a l XX C o n g r e s o del p a r t i d o c o m u n i s t a , q u e Stalin solía h a b l a r de es t ra tegia a sus genera les a p o y a n d o e l índice sob re un m a -p a m u n d i . . .

Y p r o s i g u i ó : —Sí, u n a c iudad a l e m a n a , q u e p o d r í a ser Es t rasburgo . ¡Atiza!, me di je . Estoy b ien a p a ñ a d o si el j e íé de los servicios de

i n f o r m a c i ó n sitúa Es t r a sbu rgo en Alemania . . . Por p r i m e r a vez acaba-ba de cons t a t a r —¡y a q u é nivel!— el r e su l t ado a q u e h a b í a n d a d o lu-gar las " m u t a c i o n e s " o p e r a d a s p o r Stalin. No hab ía t e r m i n a d o , pues , de l a m e n t a r la ausenc ia del general Berzin. . . El NKVD a c a b a de p r o p u l s a r a u n o de los suyos has ta s i tua r lo al f r en te de los servicios secretos, p e n s a b a yo. Si está tan d o t a d o p a r a la i n f o r m a c i ó n c o m o pa ra l a geogra f í a , no cabe d u d a de q u e t ropeza ré c o n ciertas dif icul-tades en mi ac tuac ión . D e s g r a c i a d a m e n t e el p o r v e n i r iba a c o n f i r m a r este p r e s e n t i m i e n t o .

E n t r e el genera l y yo se i n s t a u r ó un b reve ins tante de si lencio. El cap i tán , q u e asistía a la ent revis ta , ca l l aba ; p e r o p o r su tez, q u e hab ía p a s a d o del co lo r de la nieve al co lo r de la p e o n í a , el genera l cayó en ¡ a cuen ta de q u e h a b í a m e t i d o l a pa t a . No me q u e d a b a o t ra so luc ión q u e t ende r l e u n a m a n o pa ra ayuda r l e a salir de aque l be r en j ena l .

—Tiene us ted razón —repuse, a c e r c á n d o m e al mapa—. En el fon-d o , Es t r a sbu rgo p resen ta las caracterís t icas de u n a c iudad a l e m a n a a pesa r de ha l la r se s i tuada en e l in te r io r de las f ron t e r a s francesas . P ro -c u r a r e m o s crear en ella un n u e v o g r u p o de agentes . . .

—Eso es —conf i rmó el gene ra l , ya c o m p l e t a m e n t e t ranquil izado—;

106 LA ORQUESTA ROJA

eso es lo q u e quer ía dec i r : u n a c iudad francesa j u n t o a Ja f r o n t e r a a l e m a n a .

—Ha s ido usted m u y hábi l —me m u r m u r ó el cap i tán en c u a n t o sa-l imos del d e s p a c h o del general—; ¡el pa t inazo era de cons ide rac ión !

— ¡Bah! —le r e s p o n d í con la m a y o r seriedad—; ya s a b e m o s q u e t o d o e l m u n d o p u e d e equivocarse . . .

Pero mi v e r d a d e r a o p i n i ó n e ra m u y d is t in ta : con h o m b r e s tan " c o m p e t e n t e s " , n o m e cabía l a m e n o r d u d a d e q u e n o hab ía l l egado a ú n a l f inal de mis penas .

Antes de a b a n d o n a r el t e r r i to r io soviético, fui a d e s p e d i r m e de mi h i jo Michel . Se me pa r t í a e l a l m a p o r tener lo q u e de j a r en aque l p e n -s i o n a d o q u e , a mi pa rece r , iba a s e m e j á n d o s e a un o r fe l ina to .

—Michel —le dije—, voy a realizar un t r a b a j o p a r a el p a r t i d o y es-ta ré a u s e n t e d u r a n t e a l g ú n t i empo . . .

No me r e s p o n d i ó . Yo tenía l a d o l o r o s a i m p r e s i ó n de q u e en cier-to m o d o lo a b a n d o n a b a . Le di un beso y me fui. . . C u a n d o llegucya la es tac ión de fe r rocar r i l , s i tuada a dos k i l ó m e t r o s del p e n s i o n a d o , oí u n o s gr i tos a mis espaldas . Me volví y divisé en la car re te ra a u n a pe-q u e ñ a si lueta q u e se p rec ip i t aba hacia mí. Era Michel , e ra nú h i jo q u e gr i taba esas p a l a b r a s q u e n u n c a o lv idaré :

— j No me dejes, no me dejes , no q u i e r o q u e d a r m e so lo ! No volver ía a verlo hasta dieciséis a ñ o s m á s tarde . . . Me m a r c h é a Bélgica, vía L e n i n g r a d o y Es toco lmo . En A m b e r e s ,

en e l lugar c o n v e n i d o , me fue e n t r e g a d o mi nuevo p a s a p o r t e a n o m -bre de A d a m Mikler , indus t r ia l canad iense , deseoso de es tablecerse en Bélgica.

2. THE FOREIGN EXCELLENT TRENCH-COAT

No se debe a l azar q u e A d a m Mikler, e l " i n d u s t r i a l c anad iense" , haya dec id ido iniciar sus act ividades en Bélgica. En pr inc ip io , s i endo neu t ra l este p e q u e ñ o país, sus leyes o f recen ciertas pos ib i l idades , ine-xistentes o casi inexistentes en o t r o s países, pa r a e jercer en su terr i to-r io a lgunas "ac t iv idades de i n f o r m a c i ó n " , s i e m p r e q u e no estén diri-g idas con t ra la p r o p i a nac ión . Su s i tuac ión geográf ica p e r m i t e esta-blecer r áp idos enlaces t an to con A l e m a n i a y Francia c o m o con los países escandinavos . Además , y esto es de capi ta l i m p o r t a n c i a , A d a m Mikler p u e d e c o n t a r con a lgunas amis t ades q u e le a y u d a r á n a p o n e r en m a r c h a su e m p r e s a comercial -

C u a n d o p r o p u s e al genera l Berzin la c reac ión de u n a s sociedades comerc ia les , yo tenía un p royec to preciso. En 1937, an tes de regresar a Moscú después de mi segunda estancia en París, me de tuve en Bru-selas el t i e m p o ind ispensab le pa ra s a luda r a un a n t i g u o a m i g o , Leo Grossvogel , a cuya casa me di r ig í d i r e c t a m e n t e de sde la estación.

T r a s la época de Palestina, hab ía visto r e i t e r a d a m e n t e a Léo c u a n d o , en t r e 1929 y 1932, iba a Bruselas desde París pa r a p r o n u n -ciar a l g u n a confe renc ia en la capital be lga .

Los Grossvogel e r a n u n a famil ia j u d í a o r ig ina r i a de Es t rasburgo . Léo hab ía c o m e n z a d o a e s tud ia r en la Univers idad de Berlín, p e r o en 1925 lo a b a n d o n ó t o d o pa r a m a r c h a r s e a Palest ina, d o n d e d io p r u e -bas de su capac idad y a r d o r c o m b a t i v o en las filas del p a r t i d o c o m u -nista . En 1928 se instaló en Bélgica, u n i é n d o s e a dos m i e m b r o s de su famil ia q u e e r a n p rop ie t a r io s de la e m p r e s a indus t r ia l Au Roi du C a o u t c h o u c . Muy p r o n t o f u e e l d i rec to r comerc ia l de la mi sma .

No p o r ello Léo Grossvogel h a b í a r e n e g a d o de sus convicciones. El h o n o r a b l e fabr ican te , a qu i en conoc ía t o d o el m u n d o indust r ia l y comerc ia l de Bruselas, a s egu raba el enlace en t re .el K o m i n t e r n y los p a r t i d o s comun i s t a s del P r ó x i m o Or ien te . Más t a rde a b a n d o n a r á es-tas i m p o r t a n t e s f u n c i o n e s pa ra consagra r se a la i n f o r m a c i ó n .

Pero , p r i m e r o , h a b l e m o s de nues t ra " c o b e r t u r a " . . . y de c ó m o p u s i m o s en pie la f i rma q u e nos la iba a p r o c u r a r .

108 LA ORQUESTA ROJA

El p lan de Léo consist ía en c rea r u n a soc iedad de i m p o r t a c i ó n y e x p o r t a c i ó n q u e , p o r sus múl t ip les sucursales en e l e x t r a n j e r o , p o -dr ía enca rga r se de comerc ia l izar la p r o d u c c i ó n de i m p e r m e a b l e s de la e m p r e s a Au Roi du C a o u t c h o u c . Así, en el o t o ñ o de 1938, nace j u -r íd i camen te la soc iedad T h e Fore ign Excellent T r e n c h - C o a t , q u e se desar ro l la con inus i tada rapidez gracias a la hab i l idad de Léo.

La d i recc ión comerc ia l la e jerce Ju les J a s p a r , cuya lamil ia goza de g ran n o t o r i e d a d en e l i n u n d o pol í t ico , p u e s t o q u e su h e r m a n o ha s ido p re s iden t e del conse jo de min i s t ros y él, p o r su par te , ha s ido cónsul de Bélgica en var ios países, d o n d e a h o r a su c o n o c i m i e n t o de los c í rculos d i r igentes hace maravi l las . R á p i d a m e n t e crea sucursales en Suecia, D i n a m a r c a y N o r u e g a . En su p r o p i o país, en Bélgica, se hace con só l idos a p o y o s en los o r g a n i s m o s oficiales q u e , a la sazón, están deseosos de i n c r e m e n t a r las destal lecientes e x p o r t a c i o n e s belgas.

Lo m i s i n o q u e Ju l e s J a s p a r , t a m b i é n Nazar in Drail ly es, de sde hace t i e m p o , u n a de las amis tades de Léo Grossvogel . H o m b r e ené r -gico y c o m p e t e n t e , ant inazi convenc ido , pasa a ser a h o r a el j e le de los servicios de con t ab i l i dad , p e r o no i gno ra q u e los benef ic ios sirven pa r a f inanc ia r u n a s organizac iones q u e luchan con t r a e l fascismo.

Léo Grossvogel a s u m e la d i rección genera l del Fore ign Excellent T r e n c h - C o a t y A d a m Mikler se convier te en su accionis ta . La e m p r e -sa alcanza r á p i d a m e n t e un g ran desa r ro l lo . En m a y o de 1940, las fi-liales de los países escand inavos t ienen u n a vida p r ó s p e r a y h e m o s es-tab lec ido sól idas re lac iones comerc ia les con Italia, A l e m a n i a , F ran-cia, H o l a n d a e incluso e l J a p ó n , d o n d e s o m o s c o m p r a d o r e s de sedas art if iciales. En t o d a s esas delegaciones a c t ú a n h o n o r a b l e s c o m e r c i a n -tes, q u e a n d a n m u y lejos de imag ina r se los v e r d a d e r o s ob je t ivos q u e pers igue la casa centra l .

A p r inc ip ios de v e r a n o de 1938, hab ía l l egado Luba , mi esposa , con n u e s t r o s e g u n d o h i jo , Edgar , de un a ñ o y m e d i o de e d a d .

R o d e a d o de rni famil ia , todas mis apar ienc ias d e n o t a n a l indus -trial f i r m e m e n t e es tab lec ido , f o rma l y respetable . L u b a es u n a m a d r e de famil ia e j e m p l a r —desde luego— q u e , en c u a n t o ha u l t i m a d o sus debe re s domés t i cos y sociales, a segu ra n u e s t r o enlace con el co r res -ponsa l del Cen t ro , m i e m b r o de la de legac ión comerc ia l soviética en Bruselas. Nos h e m o s ins ta lado en u n a discreta m a n s i ó n b ruse lense de la aven ida R icha rd -Neybe rg . Los Grossvogel viven m u y cerca de noso t ro s , en e l n ú m e r o 117 de la aven ida P ruden t -Bo l s . C o m o pe r -fectos a soc iados y amigos , los Grossvogel , los DraiJly y los Mikler es-tán m u y u n i d o s p o r unas excelentes re laciones famil iares .

Era inevi table q u e de vez en c u a n d o surg ie ra a lgún inc iden te e m -ba razoso en e l c a m i n o q u e h a b í a m o s e legido. . . L u b a hizo esta expe-

T H E FOREIGN EXCELLENT T R E N C H - C O A T 109

r i e n d a d u r a n t e su viaje desde la Unión Soviética a Bruselas. Para evi-tarle complicaciones , le habían entregado un pasaporte a n o m b r e de una institutriz f rancesa, pe ro sin d u d a no habían previsto todos los detalles, pues to que , en Helsinki, un taxista, ruso b lanco emigrado , mani fes tó su extrañeza a ini m u j e r :

—Me dice usted q u e es f rancesa ; pero entonces, ¿ c ó m o es posible q u e el p e q u e ñ o —se refería a nues t ro hijo— hable en ruso?

Luba no hab ía adver t ido aquel la inconsecuencia: Edgar, en elec-to, a cababa de p r o n u n c i a r a lgunas pa labras rusas...

—Así es —repuso rni mujer—; p e r o c o m o a este n iño le resulta muy fácil a p r e n d e r a hablar , ya ha empezado a fo rmar su p r o p i o vocabu-lario ruso d u r a n t e nues t ra estancia en la URSS.

¡Nunca se es bas tante previsor! T a m b i é n yo, p o r rni par te , debía consta tar lo unos meses más

tarde. . . Con toda n o r m a l i d a d ine iba s i tuando en mi persona je de indus-

trial bruselense. H a b í a ab ie r to una cuenta corr iente en una gran banca de la c iudad. Corno t ranscurr ía el t i empo sin q u e me llegara el t a lonar io de cheques a rni n o m b r e , fui con Léo a i n f o r m a r m e de las razones de aque l retraso.

La respuesta q u e nos d ie ron era embarazosa : de un t i empo a esta par te , s i empre q u e se t ra taba de un ex t ran je ro , la dirección había de-cidido realizar una encuesta en su país de or igen. . . ¡Era lacil imagi-narse cuál sería el resul tado de tal encuesta acerca del l l amado Adam Mikler, " c i u d a d a n o de Q u e b e c " !

Léo y yo nos pus imos de a c u e r d o y resolvimos invitar a comer al d i rector de la banca . Mientras c enábamos , le hice a lgunas conf iden-cias:

—Soy j u d í o —le exp l iqué en substancia—, y, sin desatender mis ac-tividades industriales, t ra to de ayuda r a mis compat r io tas q u e desean ret i rar sus fondos de los bancos a lemanes . C o m o todas estas opera -ciones exigen el más abso lu to secreto, he ped ido a su corresponsal en Q u e b e c que r e s p o n d a a todas las encuestas a f i r m a n d o que soy "des -c o n o c i d o " allí.

El b a n q u e r o bruse lense rne creyó y, después de decirme cuán to l amen taba q u e no le hub ie ra avisado antes , envió un te legrama al C a n a d á a n u l a n d o su an te r io r d e m a n d a de informes míos.

Recibí mi t a lonar io de cheques unos días más tarde y, para de-mos t r a r al d i rector q u e no le hab ía men t ido , ingresé en mi cuenta u n a crecida cant idad de d ine ro "per tenec ien te a unas familias j ud í a s a l emanas . . . " .

El Cen t ro empezó a m a n d a r n o s refuerzos h u m a n o s en cuanto juzgarnos q u e nues t ra cobe r tu ra comercial tenía la suficiente solidez.

110 LA ORQUESTA ROJA

En la p r i m a v e r a de 1939 d e s e m b a r c ó Car los Á l a m o , " c i u d a d a n o u r u g u a y o " . . . , más c o n o c i d o en Rusia con e l n o m b r e de Mijaíl M a k á -rov, oficial soviét ico.

Nos l legaba de España c o n l a a u r e o l a de un h é r o e : hab ía c o m b a -t ido en u n a u n i d a d de la aviación r epub l i cana con el co ra j e a lgo te-m e r a r i o q u e insp i ran la j u v e n t u d y la fuerza del ideal. El s iguiente he-c h o caracter iza al h o m b r e y al s o l d a d o : un día , m i e n t r a s las t r o p a s f r anqu i s t a s avanzaban pe l ig rosamente , se p id ió a la aviación q u e in-terviniera en la bata l la . Los a p a r a t o s e s t aban pres tos ya pa r a despe-gar p e r o , d e b i d o a u n a razón inexpl icada, los p i lo tos no apa rec ían p o r n i n g u n a par te . Entonces Á l a m o se o f rec ió vo lun ta r io , sal tó a un avión, se lanzó a l c o m b a t e , c u m p l i ó su mis ión d a n d o c o n sus b o m b a s en el ob j e t ivo y regresó a la base con su a p a r a t o . . . S imple de ta l le : Á l a m o no era p i lo to , s ino mecánico .

H a b í a m o s c o n v e n i d o q u e nues t ro p r i m e r c o n t a c t o t end r í a lugar a las o c h o y ined ia de la m a ñ a n a en el j a r d í n zoo lóg ico de Arnberes . A la h o r a seña lada , Á l a m o llega, se acerca y cruza a n t e mí f ing iendo q u e no ine ve.

T res días rnás tarde, nueva cita en el m i s m o lugar . Á l a m o está allí , p e r o no me a b o r d a y se aleja r á p i d a m e n t e . Por Bolshákov, q u e era mi en lace con la de legac ión comerc ia l soviética, me e n t e r o de q u e Á l a m o no me ha d i r ig ido la p a l a b r a p o r q u e se sentía vigilado. Tal res-pues t a me intr iga , p u e s t o q u e yo n a d a he obse rvado , y p i d o u n a in-f o r m a c i ó n m á s de t a l l ada :

—En a m b a s ocas iones —me dice Bolshákov—, ha visto a u n o s h o m b r e s q u e co r r í an e n todas direcciones.

— ¡ Á l a m o es un id io ta! ¡Esos h o m b r e s es tán c o r r i e n d o desde hace diez a ñ o s ! Son depor t i s t a s q u e van a e n t r e n a r s e cada m a ñ a n a en el p a r q u e zoo lóg ico .

C o m e n z a b a a creer q u e la au r eo l a de Á l a m o hab ía s ido p r e m a t u -ra, p e r o c u a n d o lo conoc í p e r s o n a l m e n t e en seguida me causó u n a im pr e s ión m u y favorable .

Sin d u d a n o e r a n e n g a ñ o s o s a lgunos indicios, q u e d e n o t a b a n u n a cierta inexper ienc ia pa r a la l a b o r q u e í b a m o s a conf ia r le . Pero el hé-roe del c a m p o de batal la no se convier te luego necesa r i amen te en un b u e n a g e n t e de i n f o r m a c i ó n . En e l Cen t ro , su f o r m a c i ó n c o m o técni-co en r a d i o só lo h a b í a d u r a d o tres meses, p e r í o d o d e m a s i a d o breve pa r a hacer de é l un v i r tuoso , p e r o sus cua l idades h u m a n a s prevale-cían s o b r e t o d o lo demás .

Desde luego , Á l a m o q u e d ó i n t eg rado en nues t ra c o b e r t u r a co-mercia l y f u e n o m b r a d o d i r ec to r de u n a sucursal del Roi du C a o u t -c h o u c en O s t e n d e . D e m o s t r ó escaso interés p o r la venta de nues t ros t r ench-coa t s . . . Yo lo c o m p r e n d í a . Desde el cielo de Asturias a u n a

THE FOREIGN EXCELLENT T R E N C H - C O A T 1 1 1

t i enda belga, la caída era r e a l m e n t e ver t ig inosa . Resolvimos la cues-t ión m a n d á n d o l e corno a d j u n t o a u n a excelente gerente , la s eñora Hoor i ckx , q u e a s u m i ó la d i recc ión del negoc io en e l p lan mater ia l .

Víktor Sukúlov , t a m b i é n oficial soviético, p e r o igua lmen te "c iu -d a d a n o u r u g u a y o " , l legó más tarde, en el verano de 1939, con el nom-b r e de Vicente Sierra. Vo lve remos a e n c o n t r a r l o —¡y m u y a m e n u -do!— a lo largo de este re la to b a j o el p s e u d ó n i m o de " K e n t " . Estaba previs to q u e só lo p e r m a n e c e r í a un a ñ o en Bélgica y q u e luego iría a hacerse ca rgo de una sucursal en D i n a m a r c a . C o n t r a r i a m e n t e a Ála-m o , q u e no a b a n d o n a b a su d i l e t an t i smo , Kent se p u s o a t r a b a j a r con a r d o r , e s t u d i a n d o con tab i l i dad y d e r e c h o mercant i l en la Universi-dad Libre de Bruselas. Luba , q u e t a m b i é n se h a b í a m a t r i c u l a d o en aque l l a un ivers idad , a u n q u e en su facu l tad de letras, a seguraba nues-t ro con tac to con él.

S ier ra-Kent , q u e h a b í a l u c h a d o v a l e r o s a m e n t e e n España c o m o Á l a m o y h a b í a l levado a b u e n t é r m i n o a lgunas mis iones de conf i an -za, no me parec ía tan de liar c o m o su c a m a r a d a : s o s p e c h a b a q u e ha-bía s ido agen t e del NKVD y, a l m i s m o t i empo , del servicio de in for -mac ión del e jérci to . Tal d u p l i c i d a d no e r a r a ra , pues to q u e e l NKVD tenía la ma la c o s t u m b r e de inf i l t rar a agentes suyos en la sección de e s p i o n a j e del e jérci to . La O r q u e s t a Roja no fue u n a excepción , c o m o p u d e c o m p r o b a r e n r epe t idas ocas iones .

A pr inc ip ios de 1940, el m i e m b r o de la de legac ión comerc ia l so-viética, q u e cons t i tu ía nues t ro en lace con e l Cen t ro , me hizo saber q u e no p o d í a c o n t i n u a r su t r a b a j o : los agentes del NKVD no d e j a b a n de segui r lo día y noche . Al p u n t o adver t í al Di rec to r y s e g u i d a m e n t e d e j a m o s de utilizar a q u e l enlace.

- En 1941 obse rvé a s i m i s m o q u e u n o de los co r r eos p o r los q u e es-t á b a m o s en con tac to con el a g r e g a d o mil i tar soviét ico en Vichy, me-tía Ja nariz con excesiva f recuenc ia en los a s u n t o s q u e no e ran de su i n c u m b e n c i a .

T o d a s aque l las conex iones no ten ían razón de ser y , de sde q u e vo a s u m í a la d i recc ión de la O r q u e s t a Roja , e l h e c h o de q u e nues t ras c o m u n i c a c i o n e s con el C e n t r o t u v i é r a m o s q u e es tablecer las a través de los servicios oficiales soviéticos, me parec ía tan a n o r m a l c o m o pe-l igroso, p o r la sencilla razón de q u e los e m p l e a d o s de tales organis -m o s s i empre se hal lan e s t r e c h a m e n t e vigi lados p o r los servicios de c o n t r a e s p i o n a j e y éstos, a d e m á s , p u e d e n in te rcep ta r en cua lqu ie r m o m e n t o la c o r r e s p o n d e n c i a de las e m b a j a d a s . . .

Era un terr ib le e r r o r no a p r o v e c h a r los p o c o s meses de paz q u e nos q u e d a b a n pa r a es tablecer con t ac to s d i rec tos p o r m e d i o de esta-c iones de r ad io , estafetas seguras y a p a r t a d o s de co r reos en los países neu t ra les . í b a m o s a p a g a r m u y cara esta negl igencia .

112 LA ORQUESTA ROJA

Desde el ve rano de 1938 has ta el c o m i e n z o de la gue r r a , hab ía -m o s d e s c a r t a d o t o d o t r a b a j o d e i n f o r m a c i ó n p r o p i a m e n t e d icha . N u e s t r o ob je t ivo se l imi taba en tonces a c o n s o l i d a r nues t ra c o b e r t u r a comerc ia l y a ins ta lar la i n í r aes t ruc tu ra q u e nos e ra ind i spensab le p a r a es ta r p r e p a r a d o s c u a n d o es ta l l a ran los p r i m e r o s cañonazos .

N o t e n í a m o s n i n g ú n m o m e n t o q u e p e r d e r : ¡ l legaba l a h o r a !

3. LA GRAN ILUSIÓN

¡LA PAZ!

Con e n o r m e s t i tulares a t o d o lo a n c h o de su p r i m e r a pág ina , Paris-Soir a n u n c i a esa b u e n a not ic ia el p r i m e r o de o c t u b r e de 1938. La n o c h e an t e r i o r , en Mun ich , Da lad ie r y C h a m b e r l a i n h a n acced ido a las exigencias de Hi t le r acerca de los sudetes . H a n cap i t u l ad o a n t e el f üh re r . A su regreso , se les d ispensa un rec ib imien to t r iunfa l . ¡ H e -m o s ev i t ado la g u e r r a ! Y p a r a m e j o r s a lvagua rda r la " p a z " , los g o -b ie rnos f rancés e inglés, cegados p o r su p r o p i a coba rd í a , conc luyen con la A leman ia nazi u n o s pac tos de no agres ión .

Hit ler los f i rma con a m b a s m a n o s y pene t r a en Checos lovaqu ia . Las " d e m o c r a c i a s " se i n d i g n a n y vierten u n a fugitiva l ágr ima , ráp i -d a m e n t e e n j u g a d a con los b l ancos pl iegues de la b a n d e r a de la cap i -tu lac ión, an tes de r e a n u d a r su ca r r e ra de vergonzantes c o m p r o m i s o s . Pero en este e x t r a ñ o d e p o r t e , Stalin es e l m á s r áp ido .

A p r i m e r a s h o r a s del 24 de agos to de 1939, se firma en el Kremlin el pac to de no agres ión e n t r e la A leman ia hi t ler iana y la Un ión Sovié-tica. Mi f u t u r o " á n g e l de la g u a r d a " , Berg, m i e m b r o de la Ges tapo , a la sazón g u a r d a e s p a l d a s de R i b b e n t r o p , me expl icó más l a r d e la at-mós fe ra de j ú b i l o en q u e se desa r ro l ló la c e r e m o n i a . Para ce leb ra r aque l a c o n t ec imien to , se desco rchó c h a m p a ñ a , y Stalin, l e v a n t a n d o su copa , p r o n u n c i ó un b r ind i s ino lv idable :

—Sé m u y b ien has ta q u é p u n t o la nac ión a l e m a n a a m a a su lüh-rer . Por eso t engo el p lacer de b e b e r a su sa lud .

Un p lacer q u e no c o m p a r t í a n c i e r t amen te los mil lares de c o m u -nistas a l emanes q u e se p u d r í a n en los c a m p o s de concen t r ac ión p o r la gracia del a m a d o füh re r .

Para mí, aque l pac to no cons t i tuyó u n a ve rdadera so rp resa . Después de las purgas y de la l iqu idac ión de los me jo re s c u a d r o s

del p a r t i d o y del e jérci to , era inevitable el logro del c o m p r o m i s o q u e Stalin a n d a b a b u s c a n d o desde hacía tan tos años . C o m o m á x i m o , un

104 LA ORQUESTA ROJA

o b s e r v a d o r a t e n t o h a b r í a a d v e r t i d o u n a a c e l e r a c i ó n de l p r o c e s o e n los ú l t i m o s meses . El 16 de a b r i l de 1939, M a x i m e Li tv inov , m i n i s t r o d e A s u n t o s Ex t e r i o r e s d e l a U n i ó n Sovié t ica , p r o p o n e a l e m b a j a d o r b r i t á n i c o u n p a c t o a n g l o - í r a n c o - s o v i é t i c o d e as is tencia m u t u a . D o s s e m a n a s m á s t a r d e , Li tv inov es s u s t i t u i d o p o r M ò l o t o v . E l 5 de m a y o , a los d o s d ías de la des t i t uc ión de Li tv inov , e l e n c a r g a d o sovié t ico de n e g o c i o s e n Ber l ín , As thakov , s o s t i e n e u n a en t rev i s t a c o n e l d i p l o m á -tico a l e m á n J u l i u s S c h n u r r e . A s t h a k o v exp l ica c l a r a m e n t e a su in t e r -l o c u t o r nazi q u e l a " d i m i s i ó n " d e Li tv inov , p r o v o c a d a p o r s u pol í t ica de a l i anzas c o n Franc ia e I n g l a t e r r a , p u e d e c r e a r u n a s i t u a c i ó n n u e v a e n t r e A l e m a n i a y la U n i ó n Sovié t ica . Y A s t h a k o v a ñ a d e :

—En lo suces ivo , ya no t e n d r á n q u e t r a t a r u s t edes c o n Li tv inov-Fincke ls te in .

¡ P a r a c o m p l a c e r a Hi t le r , Sta l in ve l aba p o r la " p u r e z a " de la raza en las r e l ac iones d i p l o m á t i c a s !

Los i r r educ t ib l e s , q u e a ú n c o n s e r v a b a n l a i lus ión d e q u e l a l i r m a del t r a t a d o e r a e l r e s u l t a d o d e u n a m a n i o b r a del " g e n i a l " c a m a r a d a Sta l in , t u v i e r o n q u e r e n d i r s e a la ev idenc ia . El 30 de o c t u b r e de 1939, a n t e e l sovie t s u p r e m o d e l a URSS, M ò l o t o v p r o n u n c i ó u n d i s c u r s o q u e d i s i p a b a las ú l t i m a s d u d a s :

Estos últimos ineses, a algunas nociones como las de agresión y agre-sor se les ha dado un contenido nuevo... Alemania se encuentra en la situación de un Estado que aspira a la paz, mientras Inglaterra y Fran-cia preconizan la cont inuación de la guerra. Como ven ustedes, los pa-peles cambian. . .

V e í a m o s , e n efec to , p o r m u c h o q u e n o s r e s t r e g á r a m o s los o j o s , v e í a m o s y o í a m o s :

La ideología del hitlerismo, como cualquier o t ro sistema ideológico, puede ser aceptada o rechazada: es una cuestión de opiniones políti-cas. Pero todo el mundo comprenderá que no es posible destruir una ideología por la fuerza... De ahí que sea insensato, incluso criminal, desencadenar semejante guerra para la aniquilación del hitlerismo cu-br iéndola con la falsa bandera de la democracia.

F i n a l m e n t e , p a r a q u i e n e s t o d a v í a n o h a b í a n c o m p r e n d i d o , M ò -l o t o v a ñ a d í a :

Nuestra opinión siempre ha sido que una Alemania fuerte es una con-dición necesaria para que reine una paz firme en Europa.

A l leer este d i s cu r so , me p r e g u n t a b a q u é e r a en v e r d a d l o q u e yo

LA GRAN ILUSIÓN 1 1 5

hab ía v e n i d o a hacer en E u r o p a . Pero no p u d e f o r m u l a r m e esta inte-r rogac ión p o r m u c h o t i e m p o .

A finales de 1939, recibí varias ó r d e n e s p o r las q u e era fácil cole-gir q u e , en el C e n t r o , la nueva d i recc ión no es taba ya in te resada en la cons t i tuc ión de la O r q u e s t a Ro ja . No sólo e l C e n t r o hab ía d e j a d o de enviar los emisa r io s p r o m e t i d o s a las sucursales del Roi du C a o u t -chouc , s ino q u e varios te legramas , cada una de cuyas pa lab ras hab ía s ido c u i d a d o s a m e n t e sopesada , m e r o g a b a n e n c a r e c i d a m e n t e q u e enviara a Á l a m o y a Kent (Sierra) a Moscú e hiciera pa r t i r a Leo Grossvogel hacia los Estados Unidos .

Po r lo q u e a mí se refiere, me invi taban a. . . regresar a Moscú . Mi respuesta fue c lara y concisa : La gue r ra en t r e Alemania y la

U n i ó n Soviética es inevitable. Si el Cen t ro lo exige, Acarno y Kent m a r c h a r á n a Moscú , p e r o q u e no se cuen t e c o n m i g o o con Leo Crossvogel pa r a des t ru i r l o q u e hemos cons t ru ido .

Aquel la tentat iva no se p r o d u j o a i s l adamen te . El Cen t ro había dec id ido a s i m i s m o q u e Richard Sorge regresa ra a Moscú y q u e en su lugar se enviara al J a p ó n a un o s c u r o co rone l . Pero la Dirección se d io cuen ta de q u e un h o m b r e c o m o Sorge era insust i tuible y f inal-m e n t e lo d e j ó en Tok io . Desde aque l m o m e n t o se sospechó en el C e n t r o q u e Sorge era un agen t e d o b l e y , c r imen en t r e los c r ímenes , q u e era trotskista. Pasaban s e m a n a s en te ras sin q u e se desc i f ra ran sus mensa jes .

Manui lsk i envió unas cons ignas a todas las secciones del Komin -tern pa ra q u e éstas las a p r o b a r a n y luego ap l i ca ran la polí t ica de Sta-lin. P o d r í a m o s resumir las así: la gue r ra e n t r e la A leman ia nazi y los a l i ados f ranco ing leses e s u n a gue r ra e n t r e d o s imper ia l i smos . Por cons igu ien te , en n a d a afecta a los ob re ro s .

D u r a n t e años en te ros la d i recc ión de la In te rnac iona l c o m u n i s t a había p r o c l a m a d o q u e la lucha con t ra Hit ler era una lucha d e m o c r á -tica c o n t r a la b a r b a r i e . A consecuencia del pac to ge rmanosov ié t i co , la g u e r r a hab ía pa sado a ser a h o r a imper ia l i s ta . Los comuni s t a s de-b ían e m p r e n d e r u n a g ran c a m p a ñ a con t r a aquel la g u e r r a y d e n u n -ciar los obje t ivos imper ia l i s tas q u e en la m i s m a perseguía Ing la te r ra .

" E s preciso des t ru i r la leyenda según la cual ésta es una g u e r r a ant i fascis ta j u s t a " , escribía p o r su p a r t e Dimi t rov .

P u d e cons t a t a r hasta q u é p u n t o se sent ían deso r i en t ados los co-munis t a s be lgas p o r aque l la polí t ica. . . I n t e r i o r m e n t e de sga r r ados , al-g u n o s se s o m e t í a n . O t ro s , desesperados , a b a n d o n a b a n e l pa r t i do .

El p r i m e r o de s e p t i e m b r e de 1939, a las cua t ro cua ren t a y c inco de la m a d r u g a d a , la W e h r m a c h t p e n e t r a b a en Po lon ia . Gracias a nues t ro s enlaces, p u d i m o s seguir h o r a p o r h o r a e l avance a l e m á n y tener not ic ias de los c r ímenes p e r p e t r a d o s de paso p o r las h o r d a s de

106 LA ORQUESTA ROJA

Hit lcr : g r u p o s especiales de SS ases inaban a millares de j ud ío s y po-lacos. Según las in fo rmac iones q u e recibimos, d u r a n t e la estancia de Goebbe ís en Lodz el 8 de oc tubre , los nazis organizaron un pogrom en e l q u e n u m e r o s o s n iños j u d í o s fue ron a r ro j ados p o r las ventanas .

Mientras tanto , el ejército ro jo , del q u e se me cons ideraba servi-dor , o c u p a b a la o t ra pa r t e de la descuart izada Polonia y Mólotov cursaba un te legrama a R ibben t rop felicitándole p o r las "magní f icas victorias alcanzadas p o r e l ejérci to a l emán , que han pe rmi t ido derr i-ba r a l h i jo espur io del t r a t ado de Versalles".

¡ Q u é luminosas nos parec ían entonces las razones que , un año antes, hab ían inci tado a Stalin a l iquidar el pa r t ido comunis ta po la -co! Los comunis tas de aquel país nunca habr ían to le rado una trai-ción c o m o aquel la .

Dieron p r u e b a de su recio t e m p e r a m e n t o en los p r imeros días de la guerra , c u a n d o los mili tantes encarcelados solicitaron q u e se les pusiera en l ibertad pa ra irse al f rente a luchar con t ra la Wehrmac lu .

Un mes después de la f i rma del pacto , el proyecto acar ic iado p o r Stalin se hizo más pa ten te todavía c u a n d o la Un ión Soviética y Ale-mania conc luyeron un t r a t ado de amis tad el 28 de sep t iembre de 1939. Y luego, d u r a n t e t odo el ú l t imo tr imestre de aque l a ñ o , prosi-gu ie ron las negociaciones p a r a de l imi tar las respectivas zonas de in-fluencia del 111 Reich y de la Un ión Soviética después q u e la Wchr -rnacht hubie ra vencido a Inglaterra .

En aquel la t o rmen ta , en la que las creencias y los ideales eran desmen t idos por la historia, los q u e f o r m á b a m o s el núcleo inicial de la O r q u e s t a Roja nos a g a r r á b a m o s a u n a sola idea: cualesquiera q u e fueran las contors iones de Stalin, la gue r ra con Alemania era ineluc-table. Aquella b r ú j u l a en med io de la tempestad nos evitó q u e nau-f ragáramos . T e n í a m o s q u e perseverar , cualesquiera q u e fue ran los acontec imientos . P o d í a m o s desesperarnos , y en a lgunos m o m e n t o s nos desespe rábamos rea lmente , p e r o no teníamos derecho a deser tar de la mis ión q u e nos h a b í a m o s impues to . Por o t ra par te , ¿uo era esjo lo q u e (leseaba M o s c ú ?

La tentativa del Cen t ro de hacerme renunc ia r a mi t r aba jo no se repit ió. Pero, a finales de 1940, el Cen t ro llegó incluso a notif icar a mi m u j e r —que ya hab ía regresado a Moscú— que esperaban mi p r ó -xima l legada a la Un ión Soviética. Sin e m b a r g o , a par t i r de aquel m o m e n t o , las ó rdenes q u e fui rec ib iendo nada tenían que ver con la es t ruc turac ión de la O r q u e s t a Roja e incluso c o m p r o m e t í a n su exis-tencia y sus objet ivos.

U n o de los p r ime ros t r aba jos q u e se me pidió fue el de hacer lle-gar a T o k i o unos fondos pa ra Richard Sorge. Util izando nuestras re-laciones con los b a n q u e r o s holandeses , p u d e c u m p l i r de b u e n g r a d o

LA GRAN ILUSIÓN 117

esta mis ión . C o n o c í a a Sorge y ap rec i aba su intel igencia y su clarivi-dencia . Luego , a f inales de 1939, l legaron c u a t r o agen tes env iados p o r e l Cen t ro , provis tos de p a s a p o r t e s u ruguayos , a qu ienes tenía q u e e m b a r c a r hacia Amér ica . Los c i u d a d a n o s s u d a m e r i c a n o s q u e de-s e a b a n irse a los Estados U n i d o s t en í an q u e solici tar la d e b i d a a u t o r i -zación en el c o n s u l a d o de su país. El C e n t r o i g n o r a b a este p e q u e ñ o detal le . De los cua t ro " c i u d a d a n o s u r u g u a y o s " , só lo u n o hab l aba es-p a ñ o l y conoc ía algo de la vida en Uruguay . Éste p r e f i r i ó ar r iesgarse y solici tó su visado. Pero, ¿ q u é iba a hacer de los o t ros tres oficiales q u e , e x c e p t u a n d o España , nunca hab ían v i a j ado p o r E u r o p a ? E l C e n t r o dec id ió repa t r i a r los .

Esos pasos en falso c o n f i r m a r o n mi o p i n i ó n de q u e la d i recc ión de los servicios de i n f o r m a c i ó n no es taba a la a l t u ra de su c o m e t i d o . Los j ó v e n e s a qu ienes env iaba en mi s ión eran intel igentes, capaces, valerosos , p e r o carecían de toda p r e p a r a c i ó n para e l t r a b a j o de in-f o r m a c i ó n mil i tar .

F ina lmente , un d ía recibí u n a o r d e n q u e me d e j ó es tupe lac to . E l C e n t r o me o r d e n a b a c r e a r u n a " f ab r i ca de ca l zado" . En la j e r g a dé-los servicios de i n f o r m a c i ó n , la p a l a b r a calzado des igna 4 las d o c u -men tac iones falsas y, lóg icamente , al fa lsar io se le l l ama zapa te ro .

Po r su m i s m a na tu ra leza , tal e m p r e s a resul ta pe l ig rosa . S i empre de ja ras t ro , pues to que , m á s o m e n o s tarde , un p a s a p o r t e " c o n me-dias suelas n u e v a s " a c a b a cayendo en m a n o s de la pol icía . En aque l l a ocas ión yo t emía s o b r e t o d o q u e la fabr icac ión de calzado a t ra jese s o b r e mi g r u p o la a t enc ión del c o n t r a e s p i o n a j e belga . Pero u n a or -d e n es una o r d e n —tanto en los servicios secretos c o m o en el ejérci-to— y no p o d í a m o s e lud i r su c u m p l i m i e n t o .

Grossvogel , q u e d e c i d i d a m e n t e tenía c o n o c i d o s en todas par tes (no o lv idemos q u e vivía en Bélgica desde el a ñ o 1928), puso la m a n o s o b r e un m i r l o b lanco , e s decir , s o b r e cierto A b r a h a m R a i c h m a n n q u e , sin d u d a a lguna , e ra e l " z a p a t e r o " más ta len toso de t o d o e l país be lga . C r e o q u e h a b í a a p r e n d i d o su of ic io en Berl ín, en las d e p e n -dencias del Koin in te rn , d o n d e la fabr icac ión de d o c u m e n t a c i o n e s falsas h a b í a a lcanzado e l r a n g o de u n a ve rdade ra indus t r i a . Más tar-de , con la exper ienc ia a d q u i r i d a , R a i c h m a n n se hab ía ins ta lado p o r su cuen ta y abastecía a los i n m i g r a d o s j u d í o s q u e h u í a n de Aleman ia . A u n q u e se c o m p r o m e t i ó a a b a n d o n a r sus ac t iv idades " p r i v a d a s " , c o m o m e d i d a d e p r u d e n c i a decid í m a n t e n e r l o a l e j a d o d e mis redes de i n f o r m a c i ó n . En efecto , t e n í a m o s p r u e b a s de q u e hab ía s o b o r n a -do a a lgunos e m p l e a d o s de diversos consu l ados de Amér i ca Lat ina , lo¿ cuales le p r o p o r c i o n a b a n , no sólo ve rdade ros pasapor t e s , s ino in-c luso au tén t i cos cer t i f icados de na tura l izac ión . C o m p l e i a b a su t rá f ico r e c u p e r a n d o los p a s a p o r t e s q u e l e e r a n devue l tos p o r los e u r o p e o s

118 LA ORQUESTA ROJA

después de e m i g r a r a los Estados Unidos . Su m e j o r o p e r a c i ó n lúe, i n d u d a b l e m e n t e , l a de agenc ia r se un p a q u e t e de p a s a p o r t e s en b l a n -co en la inisina i m p r e n t a de L u x e m b u r g o q u e los fabr icaba .

Por h u n d i r d e m a s i a d o los clavos en las suelas de los zapatos , R a i c h m a n n a c a b ó p i c á n d o s e los dedos . Fue d e n u n c i a d o p o r un c o m -pe t ido r , q u e es taba ce loso de sus éxitos, y la pol ic ía lo de tuvo . Ésta, en e l regis t ro q u e e f ec tuó en su domicilio., d e s c u b r i ó var ios p a s a p o r -tes q u e todav ía n o h a b í a n s ido a d u l t e r a d o s .

R a i c h m a n n c o m p a r e c i ó a n t e un t r ibuna l y dec la ró i n g e n u a m e n t e a los jueces q u e co lecc ionaba p a s a p o r t e s c o m o o t ro s cazan m a r i p o s a s o a c u m u l a n sellos de c o r r e o . Fue a b s u e l t o p o r 1 alta de p ruebas . Mien t ras es tuvo en la cárcel , e s p e r a n d o la vista de su p roceso , le ayu-d a m o s a buscar los me jo re s a b o g a d o s y nos p r e o c u p a m o s de su fami-lia, q u e carecía de recursos económicos . I m p r e s i o n a d o p o r nues t ra sol ici tud, después no la o lv idó . Y a u n q u e p u s i m o s el m a y o r c u i d a d o en no in tegra r lo d i r e c t a m e n t e a n u e s t r o g r u p o , su intel igencia y su i n q u e b r a n t a b l e m u t i s m o nos lo h ic ie ron cons ide ra r c o m o un ele-m e n t o util ízable.

De t o d o s m o d o s , a q u e l l o significó e l lin de nues t ra fabr icac ión de calzado, de la q u e yo s i e m p r e hab ía rece lado. El Cen t ro hab ía recibi-do tal c an t idad de zapatos , ¡ q u e a h o r a es taba en cond ic iones de ha-cer f r en t e a a ñ o s en t e ro s de p e n u r i a !

4. EN LA BATALLA

En la p r i m a v e r a de 1940, era ev idente —de u n a evidencia cegado-ra— q u e la " e x t r a ñ a g u e r r a " 1 no d u r a r í a hasta el verano .

Los d is t in tos e l emen tos del p lan de a t a q u e a l e m á n , de Jos q u e tu-v imos c o n o c i m i e n t o , nos h a b í a n convenc ido de lo eficaz q u e sería la ofensiva q u e los a l emanes es taban p r e p a r a n d o . Los belgas no igno-r a b a n los pe l igros a q u e se ha l l aban expues tos , p o r q u e la neu t r a l i dad de su país no era m á s q u e un endeb l e te lón de h u m o o p u e s t o a las di-visiones b l i n d a d a s de la W e h r m a c h t . T ras e l a b a n d o n o de la desdi-c h a d a Po lon ia , nad ie se hac ía i lusiones s o b r e la ayuda mi l i ta r q u e p o d í a pres ta r les Francia y G r a n Bretaña . C u a n d o las t ropas a l e m a n a s se l anza ron al asa l to de Po lon ia , ni p o r un ins tan te el e jé rc i to f i ancés p e n s ó en a t aca r la l ínea Siegfr ied, a la sazón desgua rnec ida de electi-vos. Sin e m b a r g o , esa ofensiva h a b r í a s ido e l ún ico m e d i o de p r o c u -ra r c ier to alivio al e jérci to po laco , d e s b o r d a d o p o r la W e h r m a c h t . Y, desde e l p u n t o de vista táct ico, p r o b a b l e m e n t e h a b r í a s ido g ráv ida de consecuencias . Es lícito pensa r , a u n q u e con ello no p r e t e n d e m o s en-m e n d a r l a his tor ia , q u e Hi t le r , a l tener q u e luchar s i m u l t á n e a m e n t e en dos f rentes , quizá se h a b r í a visto o b l i g a d o a r e t roceder .

A h o r a quis ie ra abr i r un i m p o r t a n t e paréntes i s pa r a r e s p o n d e r a la acusac ión q u e ciertos "espec ia l i s tas" en la O r q u e s t a Ro ja h a n lan-zado c o n t r a ella. Según estas p e r s o n a s b ien " i n f o r m a d a s " , n o s o t r o s r eve lamos a Moscú los p lanes franceses de gue r ra , s o b r e t o d o el p r o -yecto de Weygand de a t aca r Bakú desde Beirut . Me alzo con todas mis fuerzas c o n t r a tales acusaciones . A u n q u e , p o r o t ra pa r t e , p a r a d e m o s t r a r la g r a tu idad de las mismas , bas ta r e c o r d a r q u e los pe r i ó -dicos de aque l l a época a n d a b a n l lenos de estos proyec tos , los cuales no t en ían , pues , la m e n o r necesidad de ser d ivu lgados p o r un servicio de i n f o r m a c i ó n .

1. Se l lamó así, "d rô le de guerre" , a la total inactividad bélica que, durante los pr imeros me-ses, observaron ambos ejércitos enemigos, agazapados en sus respectivas lincas Sieglried y Magi-not. (N. dtl í.)

1 2 0 LA ORQUESTA ROJA

C u a n d o se mien te c o n tan s ingular descaro , se espera sin d u d a q u e a lgo q u e d e de tal i n famia . . . Pero , u n a vez p o r todas he de p roc l a -m a r : n o , no y n o ; has ta e l mes de m a y o de 1940, e l Cen t ro n u n c a nos p id ió i n f o r m a c i o n e s s o b r e Francia . S u p o n g o q u e pose ía o t r a s luentes d e i n f o r m a c i ó n .

Los h i s to r i adores m e n o s obje t ivos a d m i t i r á n que , d e s p u é s de Mun ich , e l g o b i e r n o f rancés se p r e p a r a b a p a r a una nueva cap i tu la -ción. R e s g u a r d a d o p o r la l ínea Mag ino t (una línea de de lensa q u e se de ten ía en la f r o n t e r a de Bélgica, a causa de la n e u t r a l i d a d de este país), el e s t a d o m a y o r se sent ía invulnerab le . ¿Acaso los servicios f ranceses de i n f o r m a c i ó n i g n o r a b a n los p repa ra t ivos q u e es taba ul t i -m a n d o l a W e h r m a c h t ? No fa l t aban sin e m b a r g o los i n f o r m e s q u e d a b a n c u e n t a de los p lanes a l e m a n e s , p e r o el g o b i e r n o se n e g a b a a t o m a r l o s en cons ide rac ión . O c u r r í a lo m i s m o q u e en la h is tor ia de aque l p r o p i e t a r i o cuya casa empieza a a rde r , p e r o q u e p o n e de patitas en la calle a los b o m b e r o s ¡ t r a t á n d o l o s de i n o p o r t u n o s !

Cier to es q u e , d u r a n t e l a s e g u n d a gue r ra m u n d i a l , h e m o s conoc i -do o t ros e j e m p l o s tan d r a m á t i c o s c o m o éste. A pesar de las adve r t en -cias de R icha rd Sorge y de su c o l a b o r a d o r , un per iodis ta yugos lavo , sob re la i nminenc i a del a t a q u e j a p o n é s a Pearl H a r b o r , e l g o b i e r n o n o r t e a m e r i c a n o n o a d o p t ó n i n g u n a m e d i d a d e p ro tecc ión . 2

Al a l b o r e a r el 10 de m a y o , la W e h r m a c h t d e s e n c a d e n ó su a t a q u e en e l f r en te occ iden ta l . Aque l l a m a ñ a n a , l a aviación a l e m a n a b o m -b a r d e ó Bruselas . Yo h a b í a ido a casa de Kent pa r a r edac ta r mi p r i m e r m e n s a j e c i f r a d o s o b r e las o p e r a c i o n e s mil i tares . D u r a n t e mi ausen -cia, tres inspec tores de la pol ic ía be lga se p r e s e n t a r o n en mi domic i -lio, calle de R i c h a r d - N e y b e r g , d o n d e vivía con Luba desde 1938, y le a n u n c i a r o n q u e ten ían o r d e n d e i n t e r n a r n o s e n u n c a m p o d e c o n -cen t rac ión . D e b í a m o s llevar con n o s o t r o s a l g u n a s m u d a s in te r io res de r e c a m b i o y víveres p a r a u n o o dos días. ¿La razón de tal m e d i d a ? A u n q u e na tu r a l i z ados canadienses , n o s o t r o s é r a m o s d e a scendenc ia a l e m a n a , s egún ellos, y Bélgica hab ía dec id ido recluir a t odos los ciu-d a d a n o s del 111 Reich y p e r s o n a s af ines q u e res idían en su t e r r i to r io . Po r lo m e n o s , e l m o m e n t o era crít ico.. .

Sin azorarse , L u b a invitó a los tres inspec tores a q u e se s e n t a r a n en el salón y les expl icó q u e la c i u d a d de S a m b o r , de la q u e é r a m o s " o r i g i n a r i o s " , se ha l l aba s i tuada en t e r r i to r io po laco . Les m o s t r ó una enc ic loped ia Larousse , en la q u e los inspectores p u d i e r o n verif i-car su a f i r m a c i ó n . Indecisos , o p t a r o n p o r d a r med ia vuelta pa r a i r a ' rec ibi r nuevas i n s t rucc iones" .

2. Se ha suger ido la hipótesis de que Roosevelt atrajo expresamente a los japoneses a Pearl Harbor para crear asi un mot ivo de conflicto a rmado .

EN LA BATALLA 121

Las rec ib ie ron sin duda . . . Yo l legué a mi casa u n o s m o m e n t o s más ta rde y, después de escuchar a mi esposa , a qu i en felicité p o r su iniciativa, decidí levantar e l c a m p o sin e spe ra r nuevos sucesos. No cabía d u d a de q u e los policías volver ían y, aque l la vez, no nos de ja-r ían escapar . C e r r a m o s nues t ras male tas c o n toda p r e m u r a y a b a n -d o n a m o s nues t ra casa.

El p r i m e r impera t ivo era e n c o n t r a r un lugar seguro para Luba y nues t ro h i jo . T ras consu l t a r a Leo Grossvogel , e scog imos la delega-ción comerc ia l de la U n i ó n Soviética. Me puse , pues , en c o n t a d o con nues t ro enlace, y éste o rgan izó el t ras lado . C o m o la e m b a j a d a y la de legac ión comerc ia l soviética se h a l l a b a n r o d e a d a s p o r la policía belga desde aquel la m a d r u g a d a , Luba y el p e q u e ñ o a t ravesaron las ba r re ra s en un coche del c u e r p o d ip lomá t i co . P e r m a n e c i e r o n allí du -r a n t e dos semanas , an tes de q u e los a l o j a r a n en un piso c landes t ino . Más t a rde f u e r o n r epa t r i ados a la U n i ó n Soviética. Po r mi par te , me e n c a m i n é al domic i l io de Léo, q u e vivía m u y cerca de noso t ro s , y luego volví a salir a la calle p rov i s to de nuevos d o c u m e n t o s de ident i-d a d a n o m b r e de J e a n Gi lber t , indust r ia l , n a c i d o en Arnberes. Léo pasó a ser H e n r y Pieper , comerc i an t e , i gua lmen te nac ido en A m b e -res. Así c o m e n z a b a nues t ra vida c landes t ina . . .

C o m o h a b í a m o s previsto, a l día s iguiente los policías se p resen ta -r o n de nuevo en nues t ro domic i l i o con la o r d e n f o r m a l de l levarnos cons igo . Era d e m a s i a d o t a rde . ¡Pe ro mi ca r re ra de agen te secreto es-tuvo a p u n t o de t e r m i n a r e l p r i m e r día de g u e r r a !

La policía s iguió b u s c á n d o m e d u r a n t e a l g u n o s días . Fue a l l amar a la pue r t a de u n a amiga a m e r i c a n a , Georg ie de Win ie r , a la q u e ha-bía c o n o c i d o p o c o antes y a la q u e veía con f recuencia .

—¿No ha visto usted al s eñor Mikler estos ú l t imos d ías? —le p re -guntaron—. Es a l e m á n .

—Se equ ivocan ustedes, es canadiense . —¡Canadiense! ¡Es tan canad iense c o m o usted es be lga! Mien t ras t an to , en el p l a n o mil i tar , la s i tuac ión iba degra -

d á n d o s e p o r m o m e n t o s . Ni s iqu ie ra los o b s e r v a d o r e s más pesi-mistas p e n s a b a n q u e el avance a l e m á n sería tan r á p i d o . El 13 de m a -yo, las avanzadil las de la W e h r m a c h t c ruzaban el r ío Mosa , t an to en Bélgica c o m o en Francia, y los ca r ros de c o m b a t e del general G u d e -r ian i r r u m p í a n p o r l a b r e c h a q u e h a b í a n a b i e r t o en Sedan . La p o b l a -ción, desmora l i zada , sensible a todas las m a n i p u l a c i o n e s y a las me-nores p rovocac iones , se s int ió a q u e j a d a de una v e r d a d e r a e p i d e m i a de esp ioni t i s : los agentes a l e m a n e s de la q u i n t a c o l u m n a , lanzados en pa raca ídas desde mis ter iosos aviones , caían del cielo c o m o ias ho jas en o t o ñ o . Po r no sé q u é asociac iones de ideas —los ps iqu ia t ras y los especialistas de la psicología colectiva quizá p o d r í a n explicárnoslas—,

122 LA ORQUESTA ROJA

la gen te so spechó q u e los espías de Hi t le r se h a b í a n d i s l razado de cu-ras. El 11 de mayo , en la plaza bruse lense de Brouckérc , luí testigo de un increíble e spec t ácu lo : la m u c h e d u m b r e histérica, d e s e n f r e n a d a , se a r r o j ó s o b r e un j oven eclesiástico y le a r r e m a n g ó la so tana pa r a c o m -p r o b a r s i d e b a j o de ella vestía e l u n i f o r m e a l e m á n . No presencié n in-g u n a escena s e m e j a n t e p o r lo q u e se ref iere a las religiosas, p e r o sé q u e i g u a l m e n t e se sospechaba q u e los agentes de la q u i n t a c o l u m n a se h a b í a n o c u l t a d o b a j o los háb i tos mon j i l e s .

El pán ico se c o n t a g i a b a de u n o s a o t ros con inus i tada rapidez y decenas de mil lares de belgas h u í a n hacia Francia a b a n d o n á n d o l o todo . Los c o m u n i c a d o s oficiales l levaban p o r lo r egu la r un re t raso de u n a ba ta l la , pues to q u e d a b a n todavía c o m o libres las c iudades q u e el e n e m i g o ya hab ía o c u p a d o . Los s o l d a d o s ingleses, a qu i enes hab ía visto pasar p o r la cal le diez días antes , se las ingen iaban pa r a d i n a m i t a r los puen tes de los p e q u e ñ o s canales de Bruselas, cre-yendo q u e así r e t r a saban el avance de la W e h r m a c h t . Pe ro , con los puen tes , se d e r r u m b a b a n a s i m i s m o los edif icios de su a l r e d e d o r , con lo q u e se ac recen taba la desmora l i zac ión de la p o b l a c i ó n , p o r c u a n t o ésta se d a b a cuen ta de q u e los e jérc i tos a l i ados ya n a d a p o d í a n salvar.

La observac ión minuc iosa de aque l l a Blitzkrieg me p r o c u r a b a pre-ciosas indicac iones pa r a el f u t u r o , y yo me d i spon ía a enviar al Cen-t ro un i n f o r m e f i e l de t o d a s ellas. Pe ro , a n t e t o d o , era preciso p o n e r en m a r c h a nues t ra es tac ión de r ad io .

H a b í a m o s e s c o n d i d o l a emiso ra en un chalet de Knockke, q u e h a b í a m o s a l q u i l a d o con esta in tenc ión . Su t r a s l ado a Bruselas, en p lena g u e r r a , cons t i tu ía u n p r o b l e m a e v i d e n t e m e n t e de l i cado . C o m o los a l e m a n e s no h a b í a n o c u p a d o todav ía Knockke , c o n t á b a m o s con g r andes pos ib i l idades de r ecupe ra r l a s i no p e r d í a m o s t i empo . Encar -gué de esta mis ión a Á l a m o . Pe ro éste, q u e se ha l laba a más de dos días de d is tancia , d i o un r o d e o p o r O s t e n d e pa r a entrevis tarse con su amiga , l a s e ñ o r a H o o r i c k x , q u e r e g e n t a b a nues t ra sucursal . C u a n d o Á l a m o q u i s o di r ig i rse a Knockke, ya e r a d e m a s i a d o ta rde .

Léo Grossvogel y yo h ic imos un nuevo p l a n t e a m i e n t o de aque l la o p e r a c i ó n p a r t i e n d o de cero. Una vez m á s p u s i m o s en c o m ú n nues-tra imag inac ión y nues t ras ideas p a r a so r t ea r las asechanzas de la ad -vers idad. Ape lamos , pues , a la b u e n a vo lun t ad de un m i e m b r o del c o n s u l a d o b ú l g a r o en Bruselas, con qu ien m a n t e n í a m o s excelentes re laciones , p e r o q u e , ev iden temen te , no es taba en e l secreto de nues-tras act ividades. Aquel h o m b r e pose ía un coche y , c o m o Bulgar ia era a l iada de Alemania , p o d í a c i rcular sin d i f icu l tad . Le p e d i m o s q u e nos a y u d a r a pa r a i r a b u s c a r en nues t ro chalet , cuyo pi l la je t e m í a m o s , al-

EN LA BATALLA 1 2 3

g u n o s o b j e t o s de valor . Asi nos p u s i m o s en m a r c h a hacia Knockke. . . Knockke es taba des ie r to y sus casas h a b í a n s ido " inspecc iona -

d a s " . La nues t r a hab ía s ido vaciada de su m o b i l i a r i o , l i t e ra lmente sa-q u e a d a . Só lo q u e d a b a , d e b i d o sin d u d a a su t a m a ñ o , el i n m e n s o al -m a r i o en e l q u e h a b í a m o s d i spues to un e s c o n d r i j o pa ra la emisora p roveyéndo l e de un d o b l e techo. El a r m a r i o es taba vacío, pe ro el es-c o n d i t e no hab ía s ido descub ie r to y , p o r cons iguien te , la preciosa male ta seguía allí.

C a r g a m o s nues t r a caja en el coche del d i p l o m á t i c o . Po r la carre-tera sólo c i r cu laban coches a lemanes . . . y el nues t ro . Eran n u m e r o s o s los con t ro le s y bar reras , p e r o los a t r a v e s á b a m o s sin di f icul tad y con los h o n o i e s q u e nos r e n d í a n los s o l d a d o s de la Wehrn i ach t a l cua-d r a r s e a n t e nues t ra mat r ícu la d ip lomá t i ca .

A m e d i o c a m i n o de Bruselas, u n a súb i ta avería nos de ja p a r a d o s . El coche se niega o b s t i n a d a m e n t e a p o n e r s e de n u e v o en m a r c h a . Ba-j a m o s y, con la ca ja a nues t ro l ado , i n t e n t a m o s hacer a u t o - s t o p . ¡ Q u é espec tácu lo! Dos agentes soviéticos, cuyo ún i co e q u i p a j e es u n a e m i s o r a de rad io , en c o m p a ñ í a de un d i p l o m á t i c o b ú l g a r o , solici tan la ayuda de Jos vehículos a l emanes q u e desf i lan a n t e ellos. Un lu joso coche , a t e s t ado de oficiales super io res de los SS, se de t iene . Escuchan nues t ras expl icaciones y nos hacen sub i r , no sin q u e an tes u n o de los oficiales haya o r d e n a d o a l chó fe r q u e c a r g u e nues t ra caja en e l po r -t aequ ipa jes . A c a b a m o s e l viaje c h a r l a n d o a m i s t o s a m e n t e —¿cabe ne-g a r a lgo a un a l i ado búlgaro?— y, después de d i suad i r a nues t ra es-col ta a l e m a n a de su e m p e ñ o en a c o m p a ñ a r n o s has ta nues t ro domic i -lio, e n t r a m o s todos en un café p a r a ce leb ra r n u e s t r o e n c u e n t r o —y nues t r a separación— con a b u n d a n t e s c o p a s de coñac .

Al q u e d a r p o r f in solos, nos h ic imos c o n d u c i r en taxi a l piso al q u e d e b í a m o s rep legarnos . Desg rac i adamen te , c u a n d o Á l a m o se p u s o a t r a b a j a r , só lo p u d o cons t a t a r q u e ni el a p a r a t o ni la r ad io es-t a b a n en b u e n a s cond ic iones . Una vez m á s fue prec iso recur r i r a l a g r e g a d o comerc ia l soviético para t r ansmi t i r n u e s t r o i n l o r m e sobre la s i tuac ión mil i tar .

Nues t r a exped ic ión a Knockke sirvió p o r lo m e n o s pa ra suger i r -m e u n a nueva idea : pues to q u e h a b í a m o s v i a j a d o con tan ta lácil idad en e l coche de nues t ro a m i g o b ú l g a r o , ¿ p o r q u é no í b a m o s a d a r u n a vuel ta p o r e l t ea t ro de las o p e r a c i o n e s mi l i t a res? H a b l é de este p r o -yecto a nues t ro d i p l o m á t i c o , exp l i cándo le q u e nos sería m u y útil po-d e r visitar las sucursales del Roi du C a o u t c h o u c en varias c iudades del n o r t e de Francia. Muy a f i c i o n a d o a las camina tas . . . a u n q u e fue-sen a lgo pel igrosas , d i s p o n i e n d o l i b r e m e n t e de su t i e m p o y s i endo m u y d a d o a c o o p e r a r con los demás , se p u s o en seguida a nues t r a d i spos ic ión , a ñ a d i e n d o q u e a p r o v e c h a r í a la ocas ión pa ra visitar a sus

124 LA ORQUESTA ROJA

c o m p a t r i o t a s q u e vivían en aque l la reg ión . Asi lúe c o m o sal imos de-Bruselas e l 18 de mayo , provis tos de un s a l v o c o n d u c t o q u e nos a b r í a todas las c iudades y caminos .

El viaje d u r ó diez días. R e c o r r i m o s la g r a n b recha q u e la W e h r -m a c h t h a b í a ab ie r to en Sedan , p r e s e n c i a m o s los c o m b a t e s q u e se li-b r a b a n a l r e d e d o r de Abbevil le y as i s t imos a la ca r r e ra e m p r e n d i d a p o r las divisiones a l e m a n a s hacia D u n k e r q u e . Al regresar a la capi ta l be lga , redac té u n i n f o r m e d e o c h e n t a p á g i n a s e n e l q u e r e sumía t o d o c u a n t o h a b í a a p r e n d i d o acerca de la g u e r r a r e l á m p a g o y lo q u e hab ía visto de la m i s m a : las p r o f u n d a s pene t r ac iones de las un idades b l in -d a d a s en la r e t agua rd i a del adversa r io , los b o m b a r d e o s de los p u n t o s es t ra tégicos p o r p a r t e de la aviación, los m e c a n i s m o s de c o m u n i c a -ción e n t r e la r e t agua rd i a y el í rente , etc.

Aque l los diez días p a s a d o s con los g u e r r e r o s t eu tones me hab ían c o n v e n c i d o de lo fácil q u e e ra e n t r a r en con tac to c o n el los. T a n t o la t r o p a c o m o los of iciales beb ían m u c h o y se d e s a h o g a b a n con facili-d a d . Su m o r a l de vencedores los inc i taba a la j ac tanc ia . E s p e r a b a n q u e , an tes de f ina l izar e l a ñ o , h a b r í a n d a d o f in a la g u e r r a c o n t r a Francia y G r a n Bre taña , después de lo cual p o d r í a n a r r eg l a r las cuen -tas a la Un ión Soviética. En suma , t o d o un p r o g r a m a .

La o p i n i ó n de los oficiales SS, q u e e n c o n t r a m o s a lgo más tarde , e ra d i s t in t a : c o m e n z a b a n a pensa r , nos exp l i ca ron , q u e no t endr ía lugar la gue r ra c o n la URSS. Tal era , e v i d e n t e m e n t e , el r e su l t ado de la p r o p a g a n d a nazi, a la q u e hacía eco la p r e n s a soviética. Entonces es taba de m o d a en Rusia ensalzar su a m i s t a d c o n c i e r n a n i a.3 E idén-tico f e n ó m e n o p o d í a obse rva r se e n es te l a d o : e l /mismo G o e b b e l s b o -r r a b a de sus de l i ran tes d iscursos toda huel la de an t i sov ie t i smo. Du-r a n t e aque l los d o l o r o s o s meses, o í m o s a m e n u d o en lab ios de los of i -ciales a l e m a n e s la i n s o p o r t a b l e c o m p a r a c i ó n e n t r e e l r ég imen de Hi t -ler y e l de Stalín. Según ellos, no m e d i a b a un a b i s m o e n t r e e l nacio-na l soc ia l i smo y e l " soc ia l i smo n a c i o n a l " . Nos d e m o s t r a b a n q u e a m -bos se hab ían f i jado la m i s m a me ta , a u n q u e pa r a a lcanzar la s igu ie ran dis t in tos c a m i n o s ; p e r o n o s o t r o s p r e f e r í a m o s i g n o r a r l a abyecta mezcolanza q u e d e s i g n a b a n con e l t é r m i n o de soc ia l i smo. Todav í a estoy v iendo a aque l oficial a l e m á n q u e , g o l p e a n d o con la p a l m a de la m a n o e l c a p ó de su coche, e x c l a m a b a :

—j Si nues t ra ofensiva ha t r i u n f a d o has ta m á s allá de c u a n t o cabía espera r , eso ha s ido gracias a la a y u d a de la U n i ó n Soviética, q u e nos ha s u m i n i s t r a d o e l pe t ró l eo p a r a nues t ros t anques , e l cue ro pa ra nues t ras bo ta s y el t r igo pa r a nues t ro s si los!

3. Se cursó a todos los campos rusos de concentración una orden por la que se prohibia a los guardianes que t rataran de "fascistas" a los presos políticos. ¡Vocabulario p roh ib ido!

5. PRIMERAS MEDIDAS

Pues to q u e la g u e r r a se desplazaba hacia el sur , se i m p o n í a una nueva "visita de i n s p e c c i ó n " p a r a obse rvar m e j o r aque l m o v i m i e n t o . Esta vez nos e n d e r e z a m o s a París. Petrov, nues t ro a m i g o b ú l g a r o , se m a n t e n í a f iel a l vo lan te de su coche. . .

L l egamos a la capi tal f rancesa p o c o s días después de q u e e n t r a r a n en el la los a l emanes . El espec tácu lo era d e s g a r r a d o r : las b a n d e r a s de la cruz g a m a d a o n d e a b a n s o b r e la c iudad , p o r la q u e só lo d e a m b u l a -ban los u n i f o r m e s de c o l o r ve rde gr isáceo. Los par is ienses pa rec ían habe r se " a u s e n t a d o " pa r a no asistir a la e n t r a d a de las h o r d a s ene-migas .

R á p i d a m e n t e dec id imos ins ta lar e l cuar te l genera l de la O r q u e s t a Roja en París. Es tab lec imos los p r i m e r o s contac tos . A linales de j u -nio , Léo Grossvogel y yo a c e p t a m o s la p r o p o s i c i ó n q u e nos hizo u n o de nues t ro s c o n o c i d o s de la e m b a j a d a sueca en Bélgica: se t r a t aba de t r a n s p o r t a r a Vichy p a r a la Cruz Roja varios cen tena res de tar je tas pos ta les q u e los p r i s i one ros f ranceses h a b í a n escr i to a sus famil ias .

Real izamos el viaje en urí coche de la Cruz Roja sueca. En Vichy, nos pasarnos u n a n o c h e en te ra l eyendo aque l las ta r je tas pos ta les : l a m a y o r p a r t e de ellas no e ran m á s q u e i nd ignadas d ia t r ibas con t r a e l e s t ado m a y o r y el g o b i e r n o francés, y a l g u n o s s o l d a d o s ni s iqu iera vac i laban en h a b l a r a b i e r t a m e n t e de t ra ic ión.

Vichy e ra e l t ea t ro de un desba ra jus t e increíble. H a b í a pol í t icos q u e se r e c o b r a b a n de sus pa sadas e m o c i o n e s gracias a l nuevo vigor q u e les i n f u n d í a n las aguas termales . Desg rac i adamen te , tal c u t a rio iba a ser benef ic iosa p a r a Francia.

No p e r d i m o s e l t i e m p o en la capital del nuevo Es tado francés, d o n d e es tab lec imos nues t ros p r i m e r o s contac tos . Sin e m b a r g o , d u -r a n t e el ve rano de 1940 d e d i q u é todos mis esfuerzos a la cons t i tuc ión del g r u p o par is iense. Hillel Katz me p res tó u n a g ran ayuda en este c o m e t i d o . Lo h a b í a c o n o c i d o en Palest ina, lo m i s m o q u e a Léo Grossvogel , y l u e g o h a b í a m o s co inc id ido a m e n u d o d u r a n t e mí pri-m e r a es tancia en Francia , de 1929 a 1932. Pero, a pa r t i r de aquel la é p o c a , le hab ía p e r d i d o de vista.

1 2 6 LA ORQUESTA ROJA

De talla inedia , con o jo s intel igentes y vivaces tras u n o s gruesos lentes y la al ta í ren te c o r o n a d a por u n a a b u n d a n t e cabel lera , Hillel Katz c o m u n i c a b a fác i lmente a los d e m á s su a r d o r y su alegría de vi-vir. Músico c o m o su padre , sabía m a n e j a r a s imi smo la paleta de aí-bañi l v c o n s t r u i r una casa. Desde muy j o v e n hab ía a b r a z a d o el c o m u -n ismo, y su abso lu t a conf ianza en el t r i un fo def in i t ivo de sus ideas no decayó n u n c a , ni s iquiera en lo más recio de la t empes t ad . A m a b a m u c h o a los n iños y a n i m a b a a lgunas asoc iac iones de las j u v e n t u d e s c o m u n i s t a s . Su act i tud directa y f ranca le g r a n j e a b a la s impa t ía gene-ral. Tenía a m i g o s en todas partes y, más tarde , esos con t ac to s le ayu-d a r o n e f i cazmente en su t r aba jo . A u n q u e era e x t r a n j e r o , en 194Ü se alistó v o l u n t a r i o en el e jérci to f rancés y, c u a n d o v ino la desmovi l iza-c ión , rec ib ió u n a can i l l a mil i tar a n o m b r e de A n d r é Dubois .

Sin m á s di laciones, Hillel Katz se p o n e a t r a b a j a r c o n m i g o . Fieles a nues t ras c o s t u m b r e s , c r e a m o s varias e m p r e s a s comerc ia les pa r a q u e c u b r a n nues t ras act ividades. El 13 de jun io de 1941 nacen la Si-m e x c o en Bruselas y la Sitnex en París. Allred C o r b i n a s u m e la direc-ción genera l de ésta ú l t ima.

Katz y C o r b i n se h a b í a n c o n o c i d o y h a b í a n t r a b a d o amis t ad du -r a n t e la gue r r a , c u a n d o , ha l l ándose a m b o s p r i s ione ros , se evad ie ron juntos c r u z a n d o a n a d o el r ío S o m m e . Tales hazañas c o m p a r t i d a s no se o lv idan nunca . . .

Al ser desmovi l izado , C o r b i n instaló u n a lábrica- de p iensos aví-colas en un m o l i n o q u e a d q u i r i ó en Giverny. N ú e s t r o p r i m e r con tac -to resulta m u y a l en t ado r . C o m p r e n d o i n m e d i a t a m e n t e q u e p o d r e -m o s c o n t a r con él y le p r e g u n t o :

—(-Cree usted q u e h e m o s de p rosegu i r la l u c h a ? Y C o r b i n me r e s p o n d e s o n r i e n d o : —Claro está q u e h e m o s de p rosegu i r la l ucha ; el ún ico p r o b l e m a

estr iba en c ó m o vamos a hace r lo . — Las f o r m a s y los m é t o d o s d e b e n c a m b i a r —le digo—. En lo suce-

sivo, el c o m b a t e va a l ibrarse en el in te r io r del país. ¿Es tá usted dis-pues to a pa r t i c ipa r en el m i s i n o ?

¿Si está d i spues to? ¡En seguida me p r o p o n e ins ta lar nues t r a pri-m e r a e m i s o r a en su m o l i n o de Giverny! Pero luego, c u a n d o lo n o m -b r a m o s d i rec to r genera l de la Simex, m u d a m o s de lugar nues t ra "ca -ja de m ú s i c a " , p o r q u e nues t ra c o b e r t u r a comerc ia l no t iene q u e pre-sen ta r la m e n o r f isura.

El e q u i p o va c o m p l e t á n d o s e p o c o a p o c o : R o b e n Breyer, c i r u j a n o dentis ta y a m i g o de C o r b i n , es nues t ro

pr inc ipa l accionista , p e r o ignora p o r c o m p l e t o nues t ro t r a b a j o sub-

PRIMERAS MEDIDAS 127

t e r r áneo . Suzanne Coin te , q u e pasa a ser el jefe burocrát ico de la sociedad, es

una mi l i t an te c o m u n i s t a desde an t i guo . C o n o c i ó a Katz c u a n d o , s i endo p r o f e s o r a d e p i a n o , a n i m a b a u n a coral d e jóvenes c o m u n i s -tas, la Cora l Musica l de París.

Katz rec lu tó a d e m á s a E m m a n u e l M i g n o n , un o b r e r o t ipográf ico . I g n o r á b a m o s q u e M i g n o n f o r m a r a p a r t e del g r u p o de resistencia Fa-mille Mar t in , cuyo ob je t ivo consist ía en la vigilancia de las empresas q u e t r a b a j a b a n p a r a los a l emanes . M i g n o n i n f o r m ó a un tal C h a r -b o n n i e r —que d e s p u é s de la g u e r r a fue fus i l ado c o m o agen te de la Gestapo— de q u e la Simex c o l a b o r a b a con las tuerzas de o c u p a c i ó n . De este m o d o q u e d a m o s libres de toda sospecha .

El pr inc ipa l c l iente de la Simex, cuyas of ic inas se ha l lan ins ta ladas en los C a m p o s Elíseos, es la o rgan izac ión T o d t , q u e realiza p o r cuen-ta de la W e h r m a c h t t o d o s los t r a b a j o s de cons t rucc ión y for t i f icación q u e ésta precisa . Los locales de la o rgan izac ión T o d t se ha l l an exacta-m e n t e f r en t e a los nues t ros . La S imex interesa a los d i r igentes de la o rgan izac ión T o d t , v e r d a d e r o s t raf icantes vest idos de u n i f o r m e , po r -q u e p u e d e sumin i s t r a r l e s los mate r ia les q u e necesita y q u e la S imex se p r o c u r a en el m e r c a d o n e g r o .

La s e ñ o r a L i k h ó n i n se p o n e en con tac to con 1 á S imex en c u a n t o tiene not ic ias de su exis tencia . ¡ Esta señora L i k h ó n i n es t o d o un pe r -s o n a j e ! C u a n d o e n t r a m o s en re lac ión con ella, efectúa p rospecc iones pa r a l a o rgan izac ión T o d t . Algo m á s tarde , no obs tan te , r ep re sen t a r á en la T o d t a la S imex. Esposa del ú l t imo a g r e g a d o mi l i ta r ruso en Francia d u r a n t e l a p r i m e r a g u e r r a m u n d i a l , l a s e ñ o r a L ikhón in , ant i -c o m u n i s t a f u r i b u n d a , no ha r e g r e s a d o a la U n i ó n Soviética después de la revoluc ión de oc tub re . Es u n a m u j e r in te l igente , a la q u e no a r r e d r a n las iniciativas. Ha c o m p r e n d i d o en segu ida los benef ic ios q u e p u e d e r e p o r t a r l e la o c u p a c i ó n y se ha l anzado a c o l a b o r a r en te -r a m e n t e con la m i s m a .

C u a n d o yo a n d a b a en busca de b u e n o s in té rpre tes p a r a l a t r aduc-ción de nues t r a c o r r e s p o n d e n c i a con los o r g a n i s m o s a l emanes , e n t r o en c o n t a c t o con Vlad imi r Keller. Nac ido en Rusia , ha vivido m u c h o s a ñ o s en Suiza, d o n d e ha a d q u i r i d o unas sól idas c o s t u m b r e s de serie-dad y discipl ina. P e r s u a d i d o de q u e t r a b a j a en u n a soc iedad m u y ho-n o r a b l e , descuelga e l t e l é fono g r i t a n d o : ¡Hei l Hi t le r !

P e r s o n a l m e n t e , yo no d e s e m p e ñ o n i n g u n a f u n c i ó n oficial en la Simex, p e r o los a l e m a n e s saben q u e "e l señor G i l b e r t " es e l q u e p r o -vee de f o n d o s a la S imex pa ra sus ope rac iones .

En o t o ñ o de 1941 nos ins ta l amos en Marse l l a , calle del D r a g ó n , gracias a la hab i l idad de Ju l e s J a s p a r y Léo Grossvoge l . En Bruselas, Vicente Sier ra (Kent) d i r ige la S imexco . C o n excepc ión de él y de N a -

128 LA O R Q U E S T A ROJA

zarin Drail ly, los d e m á s accionis tas (Char les Drailly, Hen r i Seghers , Willy Thevene t , J e a n Passelecq, R o b e r t Chr i s ten y Henr i De Ryek) es-tán convenc idos de q u e t r a b a j a n en una f i r m a de i m p o r t a c i ó n y ex-p o r t a c i ó n c o m o las d e m á s . Léo Grossvogel supervisa e l f u n c i o n a -m i e n t o de a m b a s e m p r e s a s , la de París y la de Bruselas.

A u n q u e e l p r i m e r ob je t ivo de esas dos soc iedades sea servir de c o b e r t u r a y f inanciar la red de agentes , r á p i d a m e n t e nos d a m o s cuen ta d e q u e p e r m i t e n i n t r o d u c i r n o s d e u n m o d o i n e s p e r a d o e n los servicios oficiales a l emanes . Muy p r o n t o , d e b i d o a sus re laciones co-merciales con la o rgan izac ión T o d t , los pr inc ipa les c o l a b o r a d o r e s de la Simex y de la Simexco se ven provis tos de sus c o r r e s p o n d i e n t e s Ausweis —o pe rmisos de circulación— q u e les a b r e n todas las pue r t a s . Y así se mul t ip l i can nues t ras re lac iones comerc ia les con los oficiales a l emanes .

A lo l a rgo de una b u e n a c o m i d a , a b u n d a n t e m e n t e r egada c o n ex-celentes v inos franceses, los r e sponsab le s nazis h a b l a n de b u e n gra -do. . . y en demas ía . Noso t ro s , con la copa en la m a n o , la sonr isa en los labios y la ac t i tud conc i l i adora , b e b e m o s sus p a l a b r a s y t o m a m o s no t a de sus i n fo rmac iones . La m a s a de lo q u e así r e c o g e m o s es consi-de rab le . ¿ U n e j e m p l o ? Ludwig Kainz es u n o de los ingen ie ros de la o rgan izac ión T o d t q u e , h a b i e n d o c o n c e b i d o u n a g r a n amis tad p o r Léo, nos sumin i s t ra las p r i m e r a s i n f o r m a c i o n e s sob re los p r e p a r a t i -vos bél icos en el Este. A d e m á s , Kainz se ha l la e n e m i s t a d o con el na-zismo. P r i m e r o ha t r a b a j a d o en la cons t rucc ión de las for t i f icaciones q u e se ye rguen a lo l a rgo de la f r o n t e r a g e r m a n o - r u s a en Po lon i a y luego, en la p r i m a v e r a de 1941, c o n ocas ión de un nuevo viaje, ob -serva q u e l a W e h r m a c h t está p r e p a r á n d o s e pa r a d e s e n c a d e n a r u n a ofensiva c o n t r a la U n i ó n Soviética. A su regreso , nos hab la de t o d o eso. Más tarde , después de in ic iadas las hos t i l idades , asistirá a un he-c h o h o r r i b l e : la m a t a n z a de Baby Yar (en la r eg ión de Kiev), en la q u e pe rec i e ron varios mi l la res de j u d í o s .

En Vichy, Ju l e s J a s p a r ha es tab lec ido múl t ip les con tac tos q u e ya empiezan a da r sus f ru tos . A u n q u e o f i c i a lmen te es el d i rec tor de la fi-lial de la S imex en Marsel la , en c o m b i n a c i ó n con un s e n a d o r belga organiza , ya en esta é p o c a , u n a s ru t a s de evas ión a través de Argel ia y Por tuga l , q u e u t i l izarán m á s t a rde un cen t ena r de resistentes.1 En esa m a r m i t a en ebu l l i c ión , en esa f a u n a ag i tada en la q u e se c o d e a n cola-b o r a d o r e s , resis tentes y espías, u n o s o ídos en acecho s i tuados en lu-gares p rop i c io s p u e d e n recoger toda suer te de r u m o r e s e incluso se-cretos de Es tado. E l C e n t r o no i g n o r a n a d a de la pol í t ica secreta q u e

1. Estas inforrnaciones proceden del mismo Jaspar . que las comunicó a Robert Corbin, her-mano de Alfred. en una carta que le escribió en 1957.

PRIMERAS MEDIDAS 129

pract ica Vichy, de las negoc iac iones en t r e bas t idores y de los j u e g o s d i p l o m á t i c o s q u e lleva a c a b o con Italia, E s p a ñ a y el Vat icano . Un e j e m p l o : c o m o Vichy, según lo e s t i pu l ado en las convenc iones del a rmis t ic io , carga de los gas tos de m a n t e n i m i e n t o del e jé rc i to a l e m á n , cada m e s e s t amos i n f o r m a d o s de la cuan t í a de tales gas tos . En tales cond ic iones , no se precisa ser b r u j o pa ra d e d u c i r la evo luc ión de los electivos a l e m a n e s en Francia.

Me p o n g o en c o m u n i c a c i ó n con las o rgan izac iones de resistencia p o r m e d i o de Michel , r e p r e s e n t a n t e de la d i recc ión del p a r t i d o co-m u n i s t a , c o n q u i e n m e entrevis to r egu l a rmen te . E s t a m o s per fec ta -m e n t e i n f o r m a d o s de los desp lazamien tos de las t r o p a s a l e m a n a s en Francia , gracias a la o rgan izac ión de los fe r rov ia r ios . Los t r a b a j a d o -res i n m i g r a d o s de los g randes cent ros indus t r ia les , en t r e los cuales c u e n t o todavía con n u m e r o s o s conoc idos , nos c o m u n i c a n preciosas i n f o r m a c i o n e s s o b r e la p r o d u c c i ó n indus t r ia l . A lgunos agentes , ex-t r a o r d i n a r i a m e n t e b ien s i tuados , poseen u n a s fuen tes de i n f o r m a -ción inagotab les . H a b l a r é en p r i m e r lugar del b a r ó n Vasili de Maksí-mov ich , q u e Michel me presen ta a Finales del a ñ o 1940... ¡ c o m o un r u s o b l a n c o e m i g r a d o q u e desea t r a b a j a r p a r a e l e jé rc i to r o j o !

Maks ímov ich es un cur ioso p r o d u c t o de la soc iedad q u e ha vivido a caba l lo de las dos gue r r a s m u n d i a l e s . Su pad re , genera l del e jé rc i to zarista, f u e u n a de las glorias de la cor te imper ia l . C u a n d o estal ló la revoluc ión de oc tub re , Vasiü y su h e r m a n a sa l ieron de Rusia y se ins-t a l a ron en Francia . Vasili ingresó en la Escuela Cent ra l y se g r a d u ó c o m o ingen ie ro . Al dec la ra r se la gue r ra , las a u t o r i d a d e s f rancesas lo c o n s i d e r a n sospechoso , c o m o a t an tos o t r o s e x t r a n j e r o s q u e res id ían en Francia , y lo i n t e r n a n en el c a m p o del Vernet .

El de s t i no t i ende una m a n o a Vasili e l d ía en q u e u n a de legac ión a l e m a n a , d i r ig ida p o r e l d o c t o r H a n s K u p r i a n , c o n s e j e r o s u p e r i o r de a d m i n i s t r a c i ó n adscr i to a la a d m i n i s t r a c i ó n mi l i ta r en Francia, visita después del a rmis t i c io e l c a m p o de i n t e r n a m i e n t o del Vernet con la in tenc ión de rec lu ta r t r a b a j a d o r e s pa r a e l III Relch. El d o c t o r Ku-p r i a n se interesa p o r Vasili y , l a m e n t a n d o e n c o n t r a r a l b a r ó n ruso en " t a n m a l a c o m p a ñ í a " , lo l ibera y lo p o n e en re lac ión con los oficiales q u e t r a b a j a n en e l e s t ado m a y o r del ho te l Majest ic .

B a r ó n y ruso b l anco , Maks ímovich no p u e d e ser, s e g ú n Kupr i an , s ino r e sue l t amen te an t i comun i s t a . Sin d u d a lo de ja en l iber tad con la e spe ranza de q u e s a b r á "ser ú r i l " a A leman ia . Los a l e m a n e s no an -d a n equ ivocados a l pensa r de este m o d o . Pero , c o n t r a r i a m e n t e a sus previs iones , Vasili no t r a b a j a en su d i recc ión . . . -Ci rcu la p o r e l ho te l Majes t ic c o m o P e d r o p o r su casa y observa a t e n t a m e n t e c u a n t o allí o c u r r e . Fe rozmen te ant inazi , e n t r a en con tac to con n o s o t r o s cual zo-r r a q u e se ha i n t r o d u c i d o en un corra l .

130 LA ORQUESTA ROJA

Y luego e l a m o r t o m a car tas en e l a s u n t o , c i e r t a m e n t e con m u c h a o p o r t u n i d a d . La en tonces secretar ia de K u p r i a o , A n n a - M a r g a r e t H o l f m a n n - S c h o l z , se e n a m o r a del b a r ó n . Pe ro , m á s ta rde , pasa a l servicio de O t t o Abetz, " e m b a j a d o r " del III Reich en París. El f i lón se convier te , pues , en u n a reserva i l imi tada y los d o c u m e n t o s conf i -dencia les se e n c a m i n a n a Moscú en f o r m a de d e s p a c h o s d i p l o m á t i -cos. Grac ias a su noviazgo c o n la señor i t a H o f f m a n n - S c h o l z , Maksí-mov ich e n t r a en c o n t a c t o con e l d o c t o r Sei far th , c o n s e j e r o de a d m i -n is t rac ión , el t en ien te co rone l H a r t o g , el genera l v o n Pfel íer y el doc-tor H o r s t . Maksí inovich y su h e r m a n a A n n a h a n t r a b a d o amis t ad a s i m i s m o con las aux i l i a res f emen inas del e s t a d o m a y o r G ü n t h e r , Bach, Scheil , Stoll y Kreuziger.

Anna , la h e r m a n a de Vasili, q u e es p s iqu i a t r a y dir ige u n a casa de* r e p o s o en Bil leron, en t ra t a m b i é n en acción. P o r su lamil ia se halla e m p a r e n t a d a c o n m o n s e ñ o r Chap ta l y e l general Weygand . Pe ro lo i m p o r t a n t e e s s o b r e t o d o su castillo q u e , v ivamen te r e c o m e n d a d o p o r Maks ímov ich , se ve f r e c u e n t a d o p o r e l p e r s o n a l q u e t r a b a j a en los o r g a n i s m o s a l emanes . Esa m u j e r m é d i c o , de un m e t r o o c h e n t a de es t a tu ra y c o n un c u e r p o de l eñador , ap l ica a sus e n f e r m o s u n a tera-péu t ica m u y o r i g i n a l : la a legre A n n a es i m b a t i b l e en e l a r t e de confe-sar a las secretar ias y e m p l e a d a s de la W e h r m a c h t . En t re ellas destaca u n a j o v e n a l e m a n a de t re inta y cinco a ñ o s , Kaethe Voelkner , secreta-ria del d i rec to r de la o rgan izac ión Sauckel , e n c a r g a d a de la m a n o de o b r a del I I I Reich.

Es Maks ímov ich q u i e n se ha f i j a d o en Kae the jVoe lkne r . Después de a l g u n a s p r u e b a s , la con f í a a Anna p a r a q u e la e x a m i n e . El resul ta-do es c o n c l u y e m e : con ella (lo q u e no s i e m p r e ocu r r e ) se p u e d e pasa r a la acc ión d i rec ta . Así nos llegan i n f o r m a c i o n e s de p r i m e r a m a n o s o b r e las neces idades de m a n o de o b r a q u e e x p e r i m e n t a l a indus t r i a a l e m a n a y los p r o b l e m a s e c o n ó m i c o s en q u e se d e b a t e el 111 Reich. Además , Kaethe nos p r o c u r a f o r m u l a r i o s y cer t i f icados de e m p l e o q u e a tes t iguan , en l a even tua l idad de un con t ro l , q u e e l p o s e e d o r de tal d o c u m e n t o , t r a b a j a d o r en Aleman ia y p o r cons igu ien te 4 4excelen-te e u r o p e o " , se e n c u e n t r a a c t u a l m e n t e de vacaciones .

P a r t i e n d o del p r inc ip io de q u e s i e m p r e es p r e f e r ib l e e scuchar a l César q u e a su p a l a f r e n e r o , e n c a r g a m o s a un g r u p o especial de técni-cos q u e instalen u n o s escuchas en las l íneas te lefónicas q u e p a r t e n del ho te l Lutet ia , sede de la A b w e h r par is iense . Así, en Moscú , el d i rec to r p u e d e leer las conversac iones q u e se c ruzan e n t r e e l g r u p o par i s iense del c o n t r a e s p i o n a j e a l e m á n y la d i recc ión ber l inesa de aque l servicio.

O t r o m é t o d o d e invest igación, m e n o s técnico p e r o i g u a l m e n t e m u y eficaz, consis te en la ut i l ización de las m u c h a c h a s q u e t r a b a j a n en los cabare t s par is ienses f r e c u e n t a d o s p o r e l e j é rc i to nazi. Cada día

PRIMERAS MEDIDAS 1 3 1

l legan cen t ena re s de s o l d a d o s a l e m a n e s q u e vienen a o lv ida r en el a legre París e l i n f i e rno de los comba te s . U n o de nues t ros h o m b r e s , s i t u a d o en la of ic ina q u e organiza la estancia en París de los s o l d a d o s a l e m a n e s , p u e d e r econs t ru i r e l o r d e n de m a r c h a de la Wehrmacht con só lo a n o t a r las divisiones a las q u e pe r t enecen los p e r m i s i o n a r i o s . U n o de los guías e n c a r g a d o s de a c o m p a ñ a r l o s en su visita a M o n t -m a r t r e y a la t o r r e EifFel —itinerario p e n s a d o p a r a q u e sea el r e p o s o del guerrero— f igura i g u a l m e n t e e n t r e nues t ros agentes . S i empre en-c a m i n a a sus turis tas a u n o s cabare ts d e t e r m i n a d o s , en los q u e n u m e -rosas " c o r r e s p o n s a l e s " nues t ras se in teresan v ivamente p o r la vida y las d e s d i c h a s del mi l i ta r a l e m á n s u m i d o en los vapores del a lcoho l . U n m é t o d o clásico, c i e r t amen te ; p e r o p u e d o asegura r q u e , d e a q u e -llos s ó t a n o s e n r a r e c i d o s de h u m o , a s c e n d i e r o n hasta n o s o t r o s n u m e -rosas e in te resantes i n f o r m a c i o n e s : es tado de las divisiones, p é r d i d a s e x p e r i m e n t a d a s , p r o b l e m a s de abas t ec imien to , mora l de l a t ropa , e tcétera .

En Bélgica, Kent, q u e c o m o ya h e m o s d i c h o di r ige la S imexco, f r ecuen ta t a n t o a los mil i tares a l e m a n e s de al ta g r a d u a c i ó n c o m o a los indus t r i a les belgas, y así r ecoge g ran c a n t i d a d de i n f o r m a c i o n e s mil i tares y e c o n ó m i c a s . La casa de su amiga , M a r g a r e t e Barcza, llega a ser un sa lón m u y a p r e c i a d o p o r los oficiales nazis.

El g r u p o be lga ha r e c l u t a d o a un agen t e de p r i m e r o r d e n en la p e r s o n a de I s ido re Spr inger . Yo lo conoc ía p e r s o n a l m e n t e desde los a ñ o s t re in ta , é p o c a en la q u e , m i l i t a n d o Spr inge r en e l H a s h o m e r Hatza i r , s i e m p r e se a lzaba pa ra c o n t r a d e c i r m e en las confe renc ia s q u e yo iba a p r o n u n c i a r en Bruselas. Más t a r d e ingresó en e l p a r t i d o c o m u n i s t a belga y se alistó en las b r igadas in te rnac iona les . Su fo rmi -d a b l e c o r a j e i m p r e s i o n ó incluso a sus c a m a r a d a s de gue r r a , que , no obs t an t e , e s t aban a c o s t u m b r a d o s a m i r a r cara a cara a Ja m u e r t e .

La firma del pacto germanosoviético constituye un d r a m a para ese mi l i tan te , p a r a ese c o m b a t i e n t e ant i fascis ta q u e , en 1940, lucha en e l ejérci to, belga c o m o oficial . En c u a n t o e n t r a m o s en c o n t a c t o con él, acepta t rabajar pa ra nosotros y, ayudado por su mujer , Flore Velaerts, se s o b r e p a s a . C u e n t a c o n su p e q u e ñ a red p e r s o n a l de técnicos, in fo r -m a d o r e s y oficiales q u e ha c o n o c i d o d u r a n t e la gue r r a —cuyos c o n o -c imien tos mil i tares son m u y úti les p a r a d e t e r m i n a r e l va lor mater ia l recogido—, y sus re laciones son m u y ex tensas en t re los especialistas de la indus t r i a . P o r su pa r t e , es i ngen ie ro q u í m i c o . En t re esos técni-cos indus t r i a les h e m o s de citar a J a c q u e s G u n z i g ( "Dol ly" ) , mi l i t an te c o m u n i s t a d e s d e 1932 y a n t i g u o c o m b a t i e n t e en España , d o n d e co-noc ió a T i t o y a Marty. D e s d e finales de 1940, Gunz ig o rgan iza unos g r u p o s de s a b o t a j e y , lo m i s m o q u e su m u j e r Rachel, sumin i s t r a a Sp r inge r b u e n a s i n f o r m a c i o n e s sob re las fábr icas de a r m a m e n t o .

132 LA ORQUESTA ROJA

J u n t o a Spr inge r t e n e m o s a s imi smo a Vera A c k e r m a n n q u e , a pe-sar de sus t re in ta y d o s abr i les , posee un largo p a s a d o de mi l i tante . Pres tó sus servicios en un hospi ta l e s p a ñ o l hasta l e b r e r o de 1939 y su e sposo cayó en los d u r o s c o m b a t e s con q u e se d e f e n d i ó M a d r i d en 1936.

Per tenece i g u a l m e n t e a l g r u p o be lga H e r m a n n Izbutski ( " B o b " ) , cuyas referencias son todav ía m á s an t iguas . Sus p a d r e s e ran j u d í o s po lacos , p e r o H e r m a n n hab ía nac ido en A m b e r e s e l a ñ o 1914 y tra-b a j a b a con n o s o t r o s de sde 1939. Ard i en t e c o m u n i s t a , no esca t ima e l t i e m p o q u e ded ica a su t r a b a j o . Lo conve r t imos en u n a especie de comis ion i s ta de la O r q u e s t a Roja que , m o n t a d o en su triAclo, viaja en todas d i recc iones , se crea amis t ades en los p u e b l o s más p e q u e ñ o s , t o m a no ta de las casas a is ladas y e n r o l a a nuevos agentes de enlace.

Bob me ha r e c o m e n d a d o a un j oven , u n o de sus nuevos reclutas , de qu i en a f i r m a q u e l legará a ser un excelente agen te . Me entrevis to con e l m u c h a c h o y , c o m o p r i m e r a mis ión , le con f ío u n a pesada m a -leta, ce r r ada con llave y cuyo c o n t e n i d o ignora , q u e d e b e r á t r a n s p o r -tar de A m b e r e s a Gan te . B o b lo a c o m p a ñ a r á .

Unos días inás t a rde rec ibo u n a i n f o r m a c i ó n q u e me desasos iega : e l j oven " c a n d i d a t o " ha exp l icado a un a m i g o con g r a n secre to (la f ó r m u l a es s i e m p r e la m i s m a : "A ti te lo d igo , p e r o no lo cuentes a n a d i e " ; de este m o d o las conf idenc ias más ín t imas . . . se conv ie r t en en secretos de Pol ichinela) , q u e acaba de t r a n s p o r t a r a r m a s . Ser char la -t án y f a n f a r r ó n son m a l a s cua l idades . En t r ego las llaves de la ma le t a a ese m u c h a c h o y a B o b p a r a q u e se hagan ca rgo d? su c o n t e n i d o , y les adv ie r to q u e ha l l a r án las deb idas ins t rucciones^en el in te r io r de la m i s m a . /

El m u c h a c h o co r r e a ab r i r la m a l e t a : es taba llena de p ied ras . No a c e p t a m o s , pues , a l c a n d i d a t o . Esta clase de tests nos p e r m i -

tían saber en q u i e n p o d í a m o s conf ia r . B o b fue más a f o r t u n a d o c u a n d o nos t ra jo , p a r a convert i r la en

u n a o p e r a d o r a de r ad ío , a Sarah G o l d b e r g o "Li l ly" , q u e f o r m a b a p a r t e de un g r u p o de resistencia i n t e g r a d o p o r jóvenes comun i s t a s a qu ienes hab ía d e s o r i e n t a d o e l pac to ge rmanosov ié t i co .

—Te p r o p o n e m o s un t r a b a j o m u y a r r i e s g a d o —le d i jo B o b de en-trada—. Es p re f e r ib l e q u e sepas i n m e d i a t a m e n t e q u e son p o c o s los q u e log ran salvar la vida .

Sarah acepta un i r se c o n noso t ros . C o m o t iene q u e d a r u n a expl i -cación veros ímil a sus c a m a r a d a s de la resistencia, les dice q u e ha c o m p r e n d i d o el pe l ig ro al q u e se e x p o n e y q u e , s i endo exces ivamente m e d r o s a , p re f i e re no segui r a d e l a n t e : nad ie l a cree. ¿ Q u é m á s d a ? N o s o t r o s le e n s e ñ a m o s a t oca r el p i a n o con la m a y o r rap idez pos ib le . Si p o r desgracia Bob cae, será ella q u i e n lo susti tuya.

PRIMERAS MEDIDAS 133

M a r g a r e t e Barcza ha i n t r o d u c i d o en la S imexco a H e n r i Rauch , u n o de sus le janos p r i m o s checos. Éste nos t rae a m e n u d o a lgunas in-f o r m a c i o n e s mil i tares d e g r a n valor , p e r o m u y p r o n t o sospecho q u e t r aba j a a l m i s m o t i e m p o p a r a los ingleses. A u n q u e en p r inc ip io no sea o p u e s t o a tal dup l i c idad , le p i d o q u e escoja en t r e u n a s u o t ras ac-tividades.

Un a m i g o de Á l a m o , e l p i n t o r Bill H o o r i c k x , p res ta rá n u m e r o s o s servicios a l g r u p o be lga a l q u i l a n d o d iversos p i sos pa r a sus necesi-dades .

Augus t e Sésée, a r d i e n t e pa t r io ta , o p e r a d o r de r ad io p ro fes iona l , q u e p o n e a p u n t o en O s t e n d e u n a es tac ión e m i s o r a de reserva, c o m -pleta el g r u p o beiga.

En los Países Bajos, d i s p o n e m o s de una base de doce mil i tantes b a j o la d i recc ión de A n t ó n Win te r ink . Las tres emiso ra s en f u n c i o n a -m i e n t o t r ansmi ten las i n f o r m a c i o n e s recog idas en su p r o p i o país , p e r o t a m b i é n —y s o b r e todo— el mate r ia l q u e les envía el g r u p o be r -linés.

6. EN EL CORAZÓN DEL REICH

En 1933, p o c o después de la l legada de Hi t ler a i p o d e r , un j oven a r i s tóc ra ta a l e m á n l l a m a d o H a r r o Schulze-Boysen, d e ve in t i cua t ro a ñ o s de e d a d , s o b r i n o del cé lebre a l m i r a n t e Tirpi tz , y su a m i g o j u d i o H e n r y Er l ange r son d e t e n i d o s p o r un R o l l k o m m a n d o SS. Desde-marzo de 1932, Schulze-Boysen di r ige u n a revista, de la q u e Er l ange r es u n o de los c o l a b o r a d o r e s , ab ie r ta a todas las cor r i en tes polí t icas. Su t í tulo, no obs t an t e , cons t i tuye u n a e x c e p c i ó n : Der Gegner (El Ad-versario) . El adver sa r io es el naz ismo.

Pe ro el naz i smo t r i un fa en Aleman ia y los R o l l k o m m a n d o s SS, q u e se ha l l an en la v a n g u a r d i a del c o m b a t e l i b r a d o p o r la " raza de los s e ñ o r e s " , dec iden hace r p a g a r a los Schulze-Boysen y d e m á s Er-langer los meses y meses de a r d o r o s a c a m p a ñ a c o n t r a el f u t u r o dicta-d o r y su m o v i m i e n t o . En esta espec ia l idad , los SS c u e n t a n con u n o s p redeceso re s y m a e s t r o s : los fascistas i ta l ianos y sus " exped i c iones pun i t i va s " . j

El k o m r n a n d o q u e de t i ene a Schulze-Boysen y Er langer p i e r d e los es t r ibos . Los d e s n u d a n has ta la c in tu ra y los o b l i g a n a pasar en t r e dos hi leras de faná t icos q u e los g o l p e a n con sus lá t igos; luego, repi-ten la o p e r a c i ó n ; los d e t e n i d o s t ienen el torso e n s a n g r e n t a d o y l leno de her idas . En tonces Schulze-Boysen se vuelve hacia sus v e r d u g o s y les g r i t a :

—¡Podéis c o m e n z a r de nuevo! Al l legar al f inal de la d o b l e hi lera , s a luda al c o m a n d a n t e SS y le

d ice: —Pues sí, a c a b o de p a s a r revista a mi g u a r d i a de h o n o r . Los o t ro s e s t án e s tupe fac tos y se acercan a Schulze-Boysen. . . —Vente c o n n o s o t r o s —Je dicen—; ¡los h o m b r e s de tu a r r o j o tie-

nen q u e ser de los nues t ro s ! Al m i s m o t i e m p o se a b a l a n z a n s o b r e E r l ange r y lo asesinan allí

m i s m o . Er l ange r era j u d í o . . . Schulze-Boysen c o n f i a r á más a d e l a n t e a sus a m i g o s : —La m u e r t e de Er langer me ha a y u d a d o a d a r e l p a s o decisivo.

EN EL CORAZÓN DEL REICH 135

De a q u e l d ía p r o c e d e e l i r revocable c o m p r o m i s o pol í t ico de Schulze-Boysen.

La l legada a l p o d e r de los nazis ha d e t e r m i n a d o q u e a l g u n o s h o m b r e s va lerosos se in tegren en el m o v i m i e n t o de la resistencia. El p r i m e r g r u p o , f o r m a d o a l r e d e d o r d e Schulze-Boysen, c o m p r e n d e a l escr i tor G ü n t h e r Wei s senborn , a l d o c t o r Elvira Paul , a Giselle von Perni tz , a Wal te r Küchenmeis te r y a Kur t y El isabeth S c h u m a c h e r . O t r o s se a ñ a d i r á n más a d e l a n t e a ese p e q u e ñ o g r u p o .

En 1936, Schulze-Boysen se casa c o n Liber tas H a a s - H e y e , nieta del p r ínc ipe Ph i l ippe von Eu lenburg . U n o de los a m i g o s de la famil ia se l l ama. . . H e r m a n n Goer ing . El mar iscal se interesa v ivamente p o r H a r r o , a qu i en envía al inst i tuto q u e lleva su n o m b r e y en el q u e se l levan a c a b o , b a j o el r é g i m e n del III Reich, las invest igaciones más avanzadas en e l d o m i n i o mi l i tar . Schulze-Boysen asc iende con g r a n rapidez . C u a n d o estalla la gue r ra , o c u p a un p u e s t o clave en e l Mi-nis ter io del Aire. Más q u e n u n c a se c o n s a g r a a sus ac t iv idades de re-sistencia. En 1939, su g r u p o se f u s i o n a con el de Arvid H a r n a c k .

Schulze-Boysen es tan a p a s i o n a d o y a r d i e n t e c o m o s o s e g a d o y re-llcxivo e s Arvid H a r n a c k . Éste ú l t i m o , de m a y o r e d a d q u e H a r r o , pe r t enece a u n a famil ia de univers i tar ios . D o c t o r en f i losofía , ha es-t u d i a d o e c o n o m í a en los Es tados U n i d o s . Allí c o n o c e a M i l d r e d Fish, p r o f e s o r a de l i t e ra tura , y se casa c o n ella. Al regresar a A lema-nia , e n t r a en e l Minis ter io de E c o n o m í a , y ya o c u p a un a l to ca rgo en e l m i s m o c u a n d o , en 1936, los servicios soviéticos e n t r a n en con tac to con él. P e r o a p e n a s tiene ocas ión de p o n e r a p r u e b a su ta lento , p o r -q u e Stalin p r o h i b e q u e los agentes de i n f o r m a c i ó n o p e r e n en terr i to-r io a l emán . . . a l e g a n d o q u e así se e x p o n e n a m a n i o b r a s de p r o v o c a -c ión .

Más ade lan te , se u n e n al g r u p o S c h u l z e - B o y s e n - H a r n a c k el escri-tor y d o c t o r A d a m KuckhofF —autor de u n a cé lebre o b r a s o b r e Till e l Travieso—, y su m u j e r Gre t a , e l d o c t o r Ado l f G r i m m e , e x - m i n i s t r o social is ta de Prusia , J o h a n n Sieg, a n t i g u o mi l i t an te y r edac to r de la Rote Fahne, p e r i ód i co del p a r t i d o c o m u n i s t a a l e m á n , H a n s Copp i , H e i n r i c h Scheel, H a n s Lau tensch láger e I n a E n d e r , a n t i g u o s m i e m -b r o s de la j u v e n t u d c o m u n i s t a . C u a n d o estalla l a g u e r r a , los m e j o r e s c o m b a t i e n t e s del g r u p o Schulze-Boysen-Harnack . son d e s t i n a d o s a l t r a b a j o d e i n f o r m a c i ó n . Pero , d e hecho , n o s e i n s t au ra u n a sepa ra -c ión r ígida e n t r e la red de la O r q u e s t a Ro ja y las ac t iv idades de resis-tencia del g r u p o a l e m á n . Schulze-Boysen d i r ige a m b a s act ividades. Esta c o n f u s i ó n d e c o m e t i d o s cons t i tuye u n i m p e r d o n a b l e e r r o r q u e l uego se p a g a r á m u y ca ro . Las act iv idades del g r u p o de resistencia no p a s a n desape rc ib idas en la capi ta l del Re ich : d i s t r i buc ión de octavi-llas en los buzones , apa r i c ión de p e q u e ñ o s p a s q u i n e s p e g a d o s en las

136 LA ORQUESTA ROJA

pa redes y d i f u s i ó n e n t r e los p r i s ione ros de gue r r a de un pe r iód i co , El Frente Interior, escr i to en c inco id iomas . P e r o la act iv idad de a q u e l l o s resistentes no se l imita a la p r o p a g a n d a : c r ean vías de evasión p a r a los j u d í o s y los p r i s i one ros de g u e r r a , es tablecen con tac tos c o n los t r a b a j a d o r e s e x t r a n j e r o s y s a b o t e a n d i sc re t amen te la p r o d u c c i ó n de gue r r a en n u m e r o s a s empresas . U n a de sus iniciativas m á s espec tacu-lares es tuvo d i r ig ida c o n t r a la expos ic ión "El pa ra í so sovié t ico" , o r -ganizada p o r los servicios de Goebbe l s .

En una sola noche , los m u r o s de Berlín a p a r e c i e r o n cub ie r tos de pa squ ines q u e p r o c l a m a b a n :

P A R A Í S O NAZI = G U E R R A , H A M B R E , M E N T I R A Y G E S T A P O

¿ H A S T A C U Á N D O ?

¿Se da c u e n t a e l lector de lo q u e s ignif icaba en e l a ñ o 1942 l levar a cabo esta acc ión en la capital del 111 Re ich? 1

Schulze-Boysen no e n t r a e fec t ivamente en con tac to con los servi-cios soviéticos de i n f o r m a c i ó n hasta 1941. P e r o desde 1936 se ha en-t r e n a d o en tales t r aba jos , p u e s t o q u e c o m u n i c a a la e m b a j a d a sovié-tica la lista de los agentes nazis q u e se h a n in f i l t r ado en las b r i g a d a s in t e rnac iona les q u e c o m b a t e n en España . 2 U n o s d ías antes de l a ag re s ión c o n t r a Po lon i a , t r ansmi t e a un h o m b r e de conf ianza de este país en Berl ín los p lanes de la ofensiva de la W e h r m a c h t .

Después de inic iadas las hos t i l idades , H a r r o p o n e a c o n t r i b u c i ó n las f u n c i o n e s q u e d e s e m p e ñ a en el min i s t e r io de la Lufijwaffe p a r a re-coge r n u m e r o s a s i n f o r m a c i o n e s . Le a y u d a n en este corjáetido e l c o r o -nel Erwin Gehr t s , j e f e del tercer g r u p o de p repa rac i^ r í de los c u a d r o s del e jé rc i to del aire , J o h a n n G r a u d e n z , a l to e m p l e a d o de las fabr icas Messe r schmid t , H o r s t H e i l m a n n , a n t i g u o m i e m b r o de las j u v e n t u d e s h i t le r ianas , q u e t r a b a j a aho ra . . . en e l g r u p o . d e de sc i f r ado de m e n s a -jes del d o c t o r Vauck (de q u i e n volveré a h a b l a r m á s ade lan te ) y H e r -ber t G o l l n o w , q u i e n di r ige n a d a m e n o s q u e l a sección de pa raca id i s -tas q u e o p e r a n en la r e t agua rd i a del f r en t e soviético.

Arvid H a r n a c k , p o r su pa r t e , t iene acceso a los p lanes m á s c o n -fidenciales de la p r o d u c c i ó n indus t r ia l e inc luso de la p r o d u c c i ó n mi-litar.

T o d o eso índica e l lugar decisivo q u e o c u p a e l g r u p o de Berl ín en la O r q u e s t a Roja .

Es i nnegab le q u e la c o n t r i b u c i ó n de los resistentes a l e m a n e s del

1. Un grupo de las juventudes judías, dir igido por Herber i Baum, quiso prender fuego a la exposición. Denunciados p o r un provocador , veintiocho jóvenes militantes fueron detenidos y de-capitados.

2. C¿selle von Pernitz deposi tó esta información en el buzón de la embajada soviética.

EN EL CORAZÓN DEL REICH 137

in te r io r a la lucha c o n t r a el naz i smo ha s ido de índo le m u y par t icu-lar. Para un f rancés , un belga, un p o l a c o o un checo, su par t i c ipac ión en ese c o m b a t e no le p l a n t e a b a n i n g ú n p r o b l e m a de conciencia , s ino q u e s e l e i m p o n í a c o m o un d e b e r . Pe ro , p a r a un a l e m á n , ¿ n o signifi-caba t ra ic ionar a su p r o p i a p a t r i a ?

Pues bien, los Schulze-Boysen y los H a r n a c k no vaci laron en la respues ta q u e d e b í a n d a r a tal p r e g u n t a . M e j o r q u e nad ie h a b í a n ex-p e r i m e n t a d o la m o n s t r u o s i d a d del naz i smo y h a b í a n ca lcu lado las consecuenc ias q u e acar rea r ía u n a victoria de sus a r m a s (victoria q u e equ iva ld r í a a la n o c h e e x t e n d i é n d o s e s o b r e la faz del m u n d o . . . ) . Sa-b ían q u e sólo los e jérci tos a l i ados p o d r í a n aba t i r a la bes t ia ; p e r o sa-b ían a s imi smo la a y u d a q u e p o d í a n p res t a r a los es tados mayores de los países coal igaf los con t r a el h i t l e r i smo aque l los q u e , c o m o ellos, se h a l l a b a n s i tuados en e l co razón del d isposi t ivo a l e m á n . De ahí , la o p -ción p o r la q u e se dec id i e ron .

.Sé muy b ien q u e , en la ac tua l idad , a m e n u d o les es r e p r o c h a d a esta o p c i ó n y q u e en la A l e m a n i a federa l se les cons ide ra c o m o trai-dores , mien t r a s allí h o n r a n c o m o héroes a los agentes q u e t r a b a j a r o n p a r a los ingleses —¡como si, a l c o l a b o r a r c o n la URSS, no hub iesen s ido art íf ices de la m i s m a vic tor ia!

7. LA ÍNTIMA CONVICCIÓN DEL GRAN PATRÓN

Wir gehen nach England... (Nos v a m o s a Ingla ter ra . . . ) Después de la t r e m e n d a d e r r o t a inf l ig ida al e jérc i to f rancés , la

canc ión p r e f e r i d a p o r los s o l d a d o s a l e m a n e s no de ja lugar a d u d a s s o b r e las metas q u e se h a b í a p r o p u e s t o a lcanzar e l e s t ado m a y o r nazi. Ba jo e l n o m b r e convenc iona l de Seelówe, los genera les de Hi t l e r p re -p a r a n f e b r i l m e n t e el p lan de invasión de las islas br i tánicas . En agos-to, e l a l to m a n d o de la W e h r m a c h t da la o r d e n de iniciar la ofensiva terres t re , m a r í t i m a y aé rea c o n t r a G r a n Bre taña . El 7 de s ep t i emb re caen las p r i m e r a s b o m b a s s o b r e L o n d r e s . D u r a n t e sesenta y cinco noches consecut ivas , los ingleses t ienen q u e d o r m i r en los r e fug ios s u b t e r r á n e o s . T o d o e l m u n d o cree q u e e l d e s e m b a r c o a l e m á n es in-m i n e n t e .

El 12 de o c t u b r e se p r o d u c e un go lpe teatral . Po r o r d e n de Hi t le r los p r epa ra t i vos de la o p e r a c i ó n Seelówe q u e d a n s u s p e n d i d o s sine die. Me e n t e r o i n m e d i a t a m e n t e de esta decisión p o r los i n f o r m e s de nues -tros agentes q u e , gracias a sus Ausweis, h a n l o g r a d o visitar la c o s t ^ a t -lántica. Es fácil cons t a t a r q u e allí la ag i tac ión ha cesado . Viejos car -g u e r o s han sus t i tu ido a los navios de gue r r a . Más i m p o r t a n t e a ú n : las divisiones q u e d e b í a n t o m a r p a r t e en Ja invasión son re t i radas hacia e l in te r io r . Envío un m e n s a j e a l C e n t r o a n u n c i a n d o q u e los a l e m a n e s no in t en t a r án n i n g ú n d e s e m b a r c o en Ing la te r ra en un plazo previsi-ble. Muy p r o n t o t e n e m o s la c o n f i r m a c i ó n de q u e las t ropas a l e m a n a s son env iadas hacia el Este. Tres divisiones a l e m a n a s {la 4.a, la 12.a y la 18.a), q u e e s t a b a n a p o s t a d a s j u n t o a l At lánt ico, se ha l l an a c a n t o n a d a s a h o r a en Po lon ia , cerca de Poznan .

El 18 de d i c i e m b r e de 1940, Hi t le r f i rma la o r d e n a n z a n.° 21, m á s c o n o c i d a c o n e l n o m b r e de O p e r a c i ó n Barba rossa . La p r i m e r a frase de ese p lan o p e r a c i o n a l es s i n g u l a r m e n t e expl íc i ta : "An tes de q u e fi-nal ice la g u e r r a c o n t r a G r a n Bre taña , las fuerzas a l e m a n a s d e b e n es-tar prestas pa r a d e r r i b a r a la U n i ó n Soviética p o r m e d i o de u n a c a m -p a ñ a r e l á m p a g o " . Richard Sorge advier te i n m e d i a t a m e n t e a l Cen t ro ,

LA ÍNTIMA CONVICCIÓN DEL GRAN PATRÓN 139

a l q u e hace l legar u n a c o p i a de es te p l a n . S e m a n a t ras s e m a n a , l a d i -r e c c i ó n d e los servic ios d e i n f o r m a c i ó n de l e j é r c i t o r o j o r ec ibe n u e v a s i n d i c a c i o n e s s o b r e los p r e p a r a t i v o s de l a W e h r m a c h t . A p r i n c i p i o s de 1941, Schu l ze -Boysen env ía a l C e n t r o u n a s i n f o r m a c i o n e s p rec i sas s o b r e l a o p e r a c i ó n p r o y e c t a d a : b o m b a r d e o s m a s i v o s d e L e n i n g r a d o , Kiev, V i b o r g , n ú m e r o d e d iv i s iones q u e s e r á n l a n z a d a s a l a t a q u e , etc. E n f e b r e r o , y o t r a n s m i t o u n i n f o r m e q u e de t a l l a e l n ú m e r o e x a c t o d e las d iv i s iones q u e h a n s i d o r e t i r a d a s de F ranc i a y Bélgica y e n v i a d a s a l Este. E n m a y o , p o r m e d i a c i ó n de l a g r e g a d o m i l i t a r sovié t ico e n Vichy, g e n e r a l S u s l o p á r o v , h a g o l l ega r a M o s c ú e l p l a n de a t a q u e p rev i s to e i n d i c o la fecha inicial de l 15 de m a y o , l u e g o el c a m b i o de d í a y la f e c h a de f in i t iva . El 12 de m a y o , S o r g e a d v i e r t e a M o s c ú q u e c i e n t o c i n c u e n t a d iv i s iones a l e m a n a s se ha l l an c o n c e n t r a d a s a lo lar -go de la f r o n t e r a . El d í a 15, c o m u n i c a la f echa de l 21 de j u n i o p a r a e l in ic io d e las o p e r a c i o n e s , f echa c o n f i r m a d a p o r S c h u l z e - B o y s e n des-de Ber l ín .

Los servic ios sovié t icos n o son los ú n i c o s q u e p o s e e n tales i n f o r -m a c i o n e s . E l 11 de m a r z o de 1941, Rooseve l t r e m i t e a l e m b a j a d o r r u s o los p l a n e s d e l a O p e r a c i ó n B a r b a r o s s a , q u e los a g e n t e s a m e r i -c a n o s h a n l o g r a d o p r o c u r a r s e . E l 10 de j u n i o , e l v i c e m i n i s t r o inglés C a d o g a n e n t r e g a u n a s i n f o r m a c i o n e s a n á l o g a s . L o s a g e n t e s soviét i -cos, q u e t r a b a j a n en l a z o n a f r o n t e r i z a de P o l o n i a y R u m a n i a , e n v í a n m i n u c i o s a s i n f o r m a c i o n e s s o b r e las c o n c e n t r a c i o n e s d e t r o p a s . ^ j Q u i e n c i e r r a los o j o s , a u n q u e sea a p l e n a luz de l d í a , n u n c a verá

' n a d a . T a l es e l c a s o de Sta l in y de los q u e le r o d e a n . El g e n e r a l í s i m o p r e t i e r e c o n f i a r m á s e n s u o l f a t o p o l í t i c o q u e e n los i n f o r m e s sec re tos q u e s e a m o n t o n a n s o b r e l a m e s a d e s u d e s p a c h o . P e r o t a m p o c o t i ene o l f a t o . P e r s u a d i d o d e h a b e r f i r m a d o c o n A l e m a n i a u n p a c t o e t e r n o , c h u p e t e a s o s e g a d a m e n t e l a p i p a de l a paz. Su h a c h a de g u e r r a está e n t e r r a d a y n o q u i e r e d e s e n t e r r a r l a t a n p r o n t o .

T r e i n t a a ñ o s d e s p u é s de l f inal de l a g u e r r a , e l mar i sca l G ó l i k o v ha c o n f i r m a d o o f i c i a l m e n t e en u n a revis ta h i s t ó r i c a sovié t ica e l v a l o r de las i n f o r m a c i o n e s r ec ib idas en 1941 :

Los servicios soviéticos de información nos habían comunicado en t iempo HÁBIL los plazos y las fechas en que se producir ía el a taque contra la URSS y habían dado la alarma a t iempo.. . Los servicios de información nos p roporc ionaron un estudio exacto del potencial mi-litar de la Alemania hitleriana, la cifra exacta de sus tuerzas a rma-das, la cantidad de a rmas acumuladas y los planes estratégicos del m a n d o de la Wehrmacht. . .

E l m a r i s c a l G ó l i k o v e s t a b a b ien s i t u a d o p a r a h a c e r s e m e j a n t e de -c l a r a c i ó n . D e s d e j u n i o d e 1940 ha s t a j u l i o d e 1941 f u e d i r e c t o r d e los

140 LA ORQUESTA ROJA

serv ic ios de i n f o r m a c i ó n de l e j é r c i t o r o j o . P e r o , s i e l e s t a d o m a y o r e s t a b a t a n b i e n i n f o r m a d o , quizá p o d r í a e x p l i c a r n o s las r a z o n e s del d e s a s t r e e x p e r i m e n t a d o p o r e l e j é r c i t o r o j o a c o n s e c u e n c i a de l a t a -q u e a l e m á n - La r e s p u e s t a s e ha l la s in d u d a en l a n o t a q u e e l m i s m o G ó l i k o v d i r i g i ó a sus servicios de i n f o r m a c i ó n e l 20 de m a r z o de 1941:

Todos los documentos en los que se pretenda af i rmar que la guerra es inminente deben ser considerados como informaciones falsas proce-dentes de fuentes británicas o incluso alemanas.

A l m a r g e n d e los i n f o r m e s m á s i m p o r t a n t e s q u e l e e n v i a r o n S o r -ge, S c h u l z e - B o y s e n y T r e p p e r , G ó l i k o v a ñ a d i ó las p a l a b r a s " a g e n t e d o b l e " o " f u e n t e b r i t á n i c a " .

E l mar i sca l G ó l i k o v no e s e l ú n i c o , n i m u c h o m e n o s , q u e a h o r a e s c r i b e d e n u e v o l a h i s t o r i a . E n 1972 s e c e l e b r ó e n M o s c ú u n a c o n f e r e n c i a c o n s a g r a d a a l l i b r o del h i s t o r i a d o r N é k r i c h : 1941-22 de

junio. S u s l o p á r o v t o m ó l a p a l a b r a en es ta c o n f e r e n c i a p a r a ex -p l i ca r q u e él, a la sazón a g r e g a d o m i l i t a r e n Vichy, h a b í a a d v e r t i d o a M o s c ú l a i n m i n e n c i a del a t a q u e a l e m á n . L á s t i m a q u e y o n o haya* p o -d i d o a p o r t a r a l d e b a t e m i p r o p i o t e s t i m o n i ó , p o r q u e és te s in d u d a h a b r í a o b l i g a d o a S u s l o p á r o v a d a r m u e s t r a s d e u n a m a y o r m o d e s -t ia . C a d a vez q u e yo l e e n t r e g a b a a l g u n a s i n f o r m a c i o n e s a c e r c a de los p r e p a r a t i v o s bé l icos c o n t r a l a U n i ó n Soviét ica , m e d a b a u n o s g o l p e -ci tos e n e l h o m b r o c o n a i r e c o n d e s c e n d i e n t e y m e d e c í a :

—¡Vaya, m i p o b r e a m i g o ! Voy a e n v i a r es tos i n f o r m e s , p e r o s ó l o p a r a c o m p l a c e r l e a u s t ed .

E l 2 1 d e j u n i o d e 1941, M a k s í m o v i c h ' y Schu lze -Boysen n o s c o n -f i r m a r o n q u e la invas ión iba a p r o d u c i r s e a l d í a s igu ien te . T o d a v í a h a b í a t i e m p o p a r a p o n e r e n e s t a d o d e a l e r t a a l e j é r c i t o r o j o . C o n L é o G r o s s v o g e l m e p r e c i p i t o a Vichy. S u s l o p á r o v , t a n i n c r é d u l o c o m o d e c o s t u m b r e , i n t e n t a c o n v e n c e r n o s :

—Están u s t e d e s e n t e r a m e n t e e q u i v o c a d o s —nos dice—. H o y m i s -m o h e h a b l a d o c o n e l a g r e g a d o m i l i t a r j a p o n é s , q u e a c a b a b a d e lle-g a r d e Ber l ín . M e h a c o n f i r m a d o q u e A l e m a n i a n o es tá p r e p a r a n d o la g u e r r a . Y se p u e d e c o n f i a r en sus p a l a b r a s .

P o r mi p a r t e , p r e f i e r o c o n f i a r en mis i n f o r m a d o r e s e ins i s to has -t a l o g r a r q u e S u s l o p á r o v env íe e l t e l e g r a m a . R e g r e s o m u y t a r d e a mi h o t e l . A las c u a t r o de l a m a d r u g a d a me d e s p i e r t a e l g e r e n t e g r i t a n d o .

—¡Ya es tá , s e ñ o r G i l b e r t í ¡ A l e m a n i a ha i n i c i a d o l a g u e r r a c o n t r a ía U n i ó n Sovié t ica!

El d í a 23 , a Vichy l lega V o l o s i u k , a g r e g a d o de l e j é r c i t o d e l a i r e ce rca d e S u s l o p á r o v . H a s a l i d o d e M o s c ú u n a s h o r a s a n t e s d e q u e s e

LA ÍNTIMA C O N V I C C I Ó N DEL GRAN PATRON 141

d e s e n c a d e n a r a la gue r r a . -Me expl ica que , antes de marcha r se , le han l l a m a d o al d e s p a c h o del d i r ec to r y q u e éste le ha e n c a r g a d o q u e me t ransmi ta u n m e n s a j e :

—Diga a O t t o 1 q u e he r e m i t i d o al g r a n p a t r ó n todas sus i n f o r m a -ciones s o b r e la i nminenc i a del a t a q u e a l e m á n . El g ran p a t r ó n se ex-t raña de q u e un h o m b r e c o m o O t t o , a n t i g u o mi l i t an te y ya muy cur-t ido en las lides de la i n f o r m a c i ó n , se de je in tox ica r p o r la p r o p a g a n -da inglesa. P u e d e decir le u n a vez más la ín t ima convicción del g ran p a t r ó n de q u e la g u e r r a con A l e m a n i a no c o m e n z a r á antes de 1944...

La " í n t i m a conv icc ión" del g r a n p a t r ó n Stalin iba a cos tar m u y cara . El genial es t ra tega l ib raba a h o r a el e jé rc i to r o j o a las h o r d a s de Hit ler , después de h a b e r l o d e c a p i t a d o en 1937 —decapitación q u e fue la causa de los p r i m e r o s fracasos—. D u r a n t e las p r i m e r a s ho ra s de la ofensiva a l e m a n a , d e s p r e c i a n d o todas las evidencias y p o r q u e sigue c reyendo en u n a p rovocac ión , Stalin p r o h i b e q u e se r ep l ique a l ata-que . Una p rovocac ión , ¿ d e q u i é n y p o r q u é razones? Misterio. . . Sta-lin es el ú n i c o q u e n u t r e esa convicc ión y o b l i g a a los d e m á s a q u e la c o m p a r t a n con él... Los r e su l t ados son los a e r ó d r o m o s m a c h a c a d o s p o r las b o m b a s enemigas , los av iones des t ru idos en t ierra, los cazas a lemanes , d u e ñ o s del cielo, t r a n s f o r m a n d o las l l anuras rusas en ce-men te r io s de los ca r ros de c o m b a t e . Los jefes de c u e r p o de ejérci to, a

_ q i ú e f í e s Stalin h a b í a p r o h i b i d o q u e pus ie ran sus t ropas en e s t ado de aler ta , rec iben a ú l t imas h o r a s del día 22 la o r d e n de rechazar al ene-m i g o m á s allá de la f r on t e r a . Pe ro , en aque l m o m e n t o , las divisiones b l indadas de la W e h r m a c h t ya h a n p e n e t r a d o var ios cen tenares de ki-lóme t ros en t e r r i to r io soviético.

Será preciso e l sacrif icio de un p u e b l o e n t e r o levantado con t r a e l invasor p a r a c a m b i a r la suer te de las a r m a s . Pe ro el e r r o r de Stalin cos tará a Rusia var ios mi l lones de m u e r t o s y la p r o l o n g a c i ó n de la guer ra .

Aquel los p r i m e r o s días de l a gue r r a g e r m a n o - r u s a , mis can ta ra -das y yo los vivimos e m b a r g a d o s p o r o p u e s t o s sen t imien tos .

Las de r ro ta s del e jé rc i to r o j o nos p r e o c u p a b a n , p e r o con f i ába -mos , a p a r t e incluso del co ra j e del pueb lo , en las inmensas reservas de h o m b r e s y de mater ia l de la U n i ó n Soviética. M o r a l m e n t e —y d e b o decir q u e este aspec to era capi ta l pa r a nosotros— nos sen t í amos ali-viados de un g ran peso . C o m o comunis t a s , n u n c a h a b í a m o s acepta-do e l p a c t o de no ag res ión de 1939. C o m o agentes de i n f o r m a c i ó n , n u n c a h a b í a m o s c re ído en la d u r a c i ó n de aque l pac to . A par t i r de

1. Nombre con que se me designaba en los despachos cifrados.

142 LA ORQUESTA ROJA

a h o r a las cosas e r a n claras: la URSS se lanzaba al c o m b a t e ant i fascis-ta. Es to s igni f icaba p a r a n o s o t r o s un a c r e c e n t a m i e n t o de es fuerzos y de v o l u n t a d . D e b í a m o s es tar pres tos a r ecoge r un m a y o r n ú m e r o a ú n de i n f o r m a c i o n e s mil i tares, e c o n ó m i c a s y polít icas. Tal sería nues t r a c o n t r i b u c i ó n a la victoria.

8. EL CONCIERTO DE LA ORQUESTA ROJA

En esta gue r r a , los v e r d a d e r o s vencedores h a n s ido e l in lan te ru -so, c o n los pies he l ados en la nieve de S t a l i n g r a d o ; el m a r i n o no r t ea -m e r i c a n o , con la nariz h u n d i d a en la a r e n a en ro j ec ida de O m a h a Beach; el gue r r i l l e ro yugos lavo o griego., p e l e a n d o e n t r e los riscos de sus m o n t a ñ a s . N i n g ú n servicio de i n f o r m a c i ó n ha d e t e r m i n a d o e l de -senlace f inal del conf l ic to . Ni Sorge , n i Rado , 1 n i T r e p p e r han p e s a d o de un m o d o decisivo en e l l og ro de la victoria f inal . Cua l guer r i l l e ros a p o s t a d o s en p r i m e r a l ínea, h a n c o n t r i b u i d o a l t r i un fo def in i t ivo de las a r m a s en la m e d i d a de sus pos ib i l idades y gracias al sacrif icio de-sús c a m a r a d a s . 2 Me parece , pues , necesar io s i tuar de nuevo las cosas en su d e b i d o lugar .

Y c r eo q u e he de r e s p o n d e r a n t e t o d o a u n a p r e g u n t a m u y i m p o r -t a n t e ^ ! ^ r e s u m i r é así: eso de l a O r q u e s t a Roja está m u y bien, p e r o / p a r a q u é ? ¿ Un g r u p o de h o m b r e s i n t r é p i d o s , p e g a d o s a l í lanco del e n e m i g o , a l q u e a r r a n c a b a n i n f o r m a c i o n e s y d o c u m e n t o s ? Muy bien a s i m i s m o ; pe ro , ¿ d e q u é i n f o r m a c i o n e s se t r a t aba y q u é valor p o -seían ?

Ya he m e n c i o n a d o d o s e j e m p l o s y, a lo l a rgo de mi re la to , a p a r e -cerán o t r o s t e s t imonios de esta acción directa y de los m é t o d o s q u e u t i l i zábamos pa r a l og ra r m a y o r e s c o n o c i m i e n t o s acerca del e n e m i g o , p e r o creo p re f e r ib l e q u e e l lec tor posea , ya desde a h o r a , m a y o r e s prec is iones acerca de nues t ro t r a b a j o .

De 1940 a 1943, los mús icos 3 de la O r q u e s t a R o j a t r a n s m i t i e r o n a l C e n t r o u n o s mil q u i n i e n t o s d e s p a c h o s telegráficos.

Un p r i m e r t ipo de tales d e s p a c h o s se re fe r ía a los m e d i o s m a t e r i a -les e m p l e a d o s p o r e l e n e m i g o : indus t r i a s de gue r r a , ma te r i a s p r i m a s , t r anspor t e s , nuevos t ipos de a r m a s . En este d o m i n i o , l a O r q u e s t a

]. Responsable de la red de información que operaba en Suiza. 2. La Orquesta Roja era una de las piezas esenciales de la información soviética, pero no la

única. Existían otras redes de información en Polonia, Checoslovaquia, Rumania , Bulgaria, Suiza, Escandinavia v países balcánicos.

3. Operadores de radio, l lamados también "pianis tas" .

144 LA ORQUESTA ROJA

Roja realizó a lgunas proezas . Los p lanes u l t rasecre tos del nuevo tan-q u e a l e m á n del t ipo T6-T ig re los e n v i a m o s a Moscú c o n la suf ic iente an te lac ión p a r a q u e la indus t r i a soviética p u d i e r a fabr icar e l t a n q u e KV, q u e desde t o d o s los p u n t o s de vista e ra supe r io r a l ingenio b l in-d a d o a l e m á n . La a p a r i c i ó n del KV en los c a m p o s de batal la cons t i tu -yó u n a d o l o r o s a so rp re sa p a r a e l e s t ado m a y o r a l e m á n .

En o t o ñ o de 1941, e l C e n t r o rec ib ió e l d e s p a c h o n.° 37: " L a p r o -ducc ión del av ión Messerschmi t t ME-110 es de nueve a diez u n i d a d e s diar ias . Las p é r d i d a s en el f r e n t e or ien ta l asc ienden a cua ren ta avio-nes p o r d í a " . Era fácil e fec tuar la resta.

A finales de 1941, c u r s a m o s la s igu ien te adver t enc ia al d i rec to r de nues t ros servicios: " D e s d e hace tres meses, las empresas Messer-schmit t es tán t r a b a j a n d o en la cons t rucc ión de un nuevo caza, provis-to de nuevos m o t o r e s , q u e l e p e r m i t i r á n desa r ro l l a r u n a ve loc idad de 900 k i lóme t ros p o r h o r a " . Los p lanes de aque l n u e v o av ión l l egaron a s i m i s m o a Moscú en f o r m a de mic ro f i lms . U n o s meses más ta rde , un nuevo caza, s u p e r i o r al Messerschmi t t , salía de las fábr icas sovié-ticas.

U n a s e g u n d a clase de de spachos s u m i n i s t r a b a i n f o r m a c i o n e s so-b r e l a s i tuac ión mi l i t a r : n ú m e r o de divisiones, a r m a m e n t o d i spon i -ble, p lanes de ofensiva .

Po r e j e m p l o , el d e s p a c h o n.° 42 del 10 de d i c i embre de 1941: " E n su p r i m e r a y s e g u n d a l ínea, la Luf twaf fé posee 21.500 a p a r a -

tos, de los cuales 6.258 son aviones de t r anspor t e . En la ac tua l idad , 9 .000 a p a r a t o s o p e r a n en e l f r en t e o r i e n t a l " .

O t a m b i é n : " N o v i e m b r e 41 — Fuen te Suzanne. El e s t ado m a y o r del e jérci to

a l e m á n ha p r o p u e s t o inmovi l izar d u r a n t e t o d o e l inv ie rno la l ínea del f ren te q u e d i scu r re p o r Rostov — i z i u m — Kursk — Orel — Briansk — N ó v g o r o d — L e n i n g r a d o " .

Y, u n o s días m á s ta rde , la i n f o r m a c i ó n c o m p l e m e n t a r i a : " H i t l e r ha r echazado esta p r o p o s i c i ó n y ha d a d o o r d e n de lanzar

u n a sexta ofensiva c o n t r a Moscú con todas fas fuerzas d i sponib les en este sector del f r e n t e " .

A finales de 1942: " E n Ital ia, diversas secciones del a l to m a n d o del e jérci to comien -

zan a s abo t ea r las cons ignas del p a r t i d o . No hay q u e excluir la posi -b i l idad de q u e Mussol in i sea d e r r i b a d o . 4 Los a l e m a n e s están concen-t r a n d o t ropas e n t r e M u n i c h e I n n s b r u c k pa r a u n a pos ib le in terven-c i ó n " .

En f in , los p r inc ipa les res identes env iaban r e g u l a r m e n t e a l Ccn-

4. Predicción que se cumpl ió seis meses más tarde.

EL CONCIERTO DE LA ORQUESTA ROJA 145

tro u n a s síntesis y análisis acerca del i n m e d i a t o f u t u r o . Destaco este e j e m p l o :

" L o s círculos d i r igentes de la W e h r m a c h t cons ide r an q u e la Blitz-g r ieg ha f r aca sado en el Este y q u e A l e m a n i a ya no está segura de lo-g r a r u n a victoria mil i tar . H a y qu i enes p r e s i o n a n a Hi t l e r p a r a q u e f i rme u n a paz s e p a r a d a c o n Ing la te r ra . En e l m a n d o de la Wehr -m a c h t , a l g u n o s genera les c r een q u e l a g u e r r a d u r a r á todav ía t re in ta meses m á s y conc lu i rá c o n un c o m p r o m i s o " .

Sería e r r ó n e o imag ina r se q u e las i n f o r m a c i o n e s t ransmi t idas p o r Sorge , Schulze-Boysen o T r e p p e r e r a n rec ib idas en Moscú c o m o las Sagradas Escri turas. T o d o e l mater ia l q u e l legaba a l C e n t r o pa saba p r i m e r o p o r e l d e p a r t a m e n t o de desc i f r ado . L u e g o era se lecc ionado y ver i f i cado p o r un g r u p o de especialistas mi l i tares y pol í t icos . Segui-d a m e n t e , estas i n f o r m a c i o n e s se c o t e j a b a n c o n las q u e p r o c e d í a n de o t r a s fuen tes dis t intas . Así, c u a n d o en o t o ñ o de 1940 avisé q u e los a l e m a n e s e s t aban r e t i r a n d o de la costa a t lán t ica a tres divisiones p a r a enviar las a Po lon ia , e l C e n t r o vio c o n f i r m a d a esta no t ic ia p r i m e r o p o r u n a red q u e c o n t r o l a b a a los m a q u i n i s t a s de los t renes q u e ha-b ían t r a n s p o r t a d o aque l las t r o p a s y l u e g o p o r la red po laca .

En o t o ñ o de 1941, e l e jé rc i to r o j o se ha l l aba en una s i tuac ión crí-tica. En c inco meses , la W e h r m a c h t h a b í a p r o g r e s a d o u n o s mil dos-c ientos k i lómet ros en el i n t e r io r del t e r r i t o r i o soviét ico.

La caída de Kiev le d a b a acceso a l g r a n e r o de t r igo q u e es Ucra-n i a ^ r í e l e x t r e m o Sur, e l general Mans t e in h a b í a c o n q u i s t a d o e l li-tora l del m a r Neg ro . En e l N o r t e , L e n i n g r a d o se h a l l a b a a m e n a z a d o y, en e l c e n t r o del d ispos i t ivo a l e m á n , la ca ída de S m o l e n s k o d e j a b a e x p e d i t o e l c a m i n o de M o s c ú .

Hi t le r p u e d e a n u n c i a r e n u n c o m u n i c a d o v ic tor ioso : " H e m o s d e s t r u i d o a l e jé rc i to ruso . Nues t r a e n t r a d a en M o s c ú es

cues t ión de d í a s " . E l e s t ado m a y o r a l e m á n p r e p a r a los p lanes de o c a p a c i ó n de la

capi tal soviética y la admin i s t r ac ión de r e c a m b i o . Hi t ler está conven-c ido de q u e la ca ída de Moscú p r o v o c a r á t an ta desmora l i zac ión en e l e jé rc i to r o j o y en la p o b l a c i ó n rusa q u e Stalin cap i tu la rá de rodi l las . C o n v o c a a sus genera les en su G r a n Cuar te l de R a s t e n b u r g o , Prus ia o r ien ta l , p a r a decidir los p lanes de la ofens iva . El f ü h r e r e s p a r t i d a r i o de un a t a q u e f ron ta l con t r a M o s c ú ; p e r o su e s t ado m a y o r p re f i e r e cercar la capi ta l : los e jérc i tos te rcero y c u a r t o e fec tua rán su u n i ó n , de t r á s de Moscú , después de un a m p l i o m o v i m i e n t o envolvente . Esta so luc ión es la q u e se a d o p t a .

H o y día p u e d o revelar q u e un c o m b a t i e n t e de l a O r q u e s t a Ro ja asis t ió a aquel la r e u n i ó n en la c u m b r e . Ef t a q u í g r a f o q u e t o m a b a no t a de las p a l a b r a s de Hi t l e r y de sus genera les e ra m i e m b r o del

146 LA ORQUESTA ROJA

g r u p o d e S c h u l z e - B o y s e n . E l e s t a d o m a y o r sov ié t i co , q u e así e s t u v o a l c o r r i e n t e d e los m e n o r e s de ta l l e s d e a q u e l a t a q u e , p u d o p r e p a r a r la c o n t r a o f e n s i v a q u e r e c h a z ó v i c t o r i o s a m e n t e a la W e h r m a c h t . 5 El m i s m o t a q u í g r a f o d i o av i so d e l a o f e n s i v a c o n t r a e l C á u c a s o c o n n u e -ve meses de a n t e l a c i ó n . El 12 de n o v i e m b r e de 1941, e l C e n t r o reci-b i ó e l s i g u i e n t e m e n s a j e :

El III Plan, con el Cáucaso como objetivo, cuya realización estaba pre-vista or iginar iamente para el mes de noviembre, se llevará a cabo en la primavera de 1942. La concentración de las t ropas deberá estar termi-nada el p r imero de mayo. La totalidad del esfuerzo logístieo que re-quer i rá la consecución de esta meta se realizará a partir del pr imero de febrero. Las bases de part ida para la ofensiva contra el Cáucaso serán: Lozovaya — Balakelezha — Chuguzhev — Bélgorod — Ashtynka — Kras-nograd. El cuartel general estará si tuado en Járkov. Siguen detalles.

E l 12 de m a y o de 1942 l l ega a M o s c ú un c o r r e o espec ia l c o n los m i c r o f i l m s e n los q u e y o d a b a t o d a clase d e i n f o r m a c i o n e s ace rca d e los e jes de l a o f e n s i v a : en a g o s t o , l a t o t a l i d a d de l C á u c a s o d e b í a es ta r en m a n o s de l e j é r c i t o a l e m á n , q u e así se a p o d e r a r í a de B a k ú y de los p o z o s d e p e t r ó l e o . S t a l i n g r a d o c o n s t i t u i r í a , p u e s , u n a e t a p a esenc ia l en e l d e s a r r o l l o de l p r e v i s t o a t a q u e .

E l 12 de j u l i o , se e s t r u c t u r a un e s t a d o m a y o r p a r a e l I r en t e de Sta-l i n g r a d o b a j o l a d i r e c c i ó n d e l g e n e r a l T i m o s h e n k . o . Así q u e d a ult i -m a d a la t r a m p a en la q u e va a c ae r la W e h r m a c h t .

5. Debemos subrayar el inmenso valor de las informaciones enviadas desde Tokio por Sorge, quien dio seguridades de que el J a p ó n no entraría entonces en guerra . Las divisiones frescas, que asi quedaron disponibles en el ex t remo oriental de la URSS, pudieron juga r un papel decisivo en la victoria alcanzada por el ejército ro jo a l rededor de Moscú.

9. FERNAND PAURIOL

Asegura r las t r ansmis iones e r a u n o de n u e s t r o s c o m e t i d o s p r io r i -tar ios. Es o b v i o q u e de nada h a b r í a servido a l legar y a c u m u l a r in fo r -mac iones si no p o s e í a m o s los m e d i o s de hacer las l legar a su dest ina-ción. Pa ra u n a red de e sp iona j e , los enlaces son c o m o e l o x í g e n o p a r a el buzo . Si llega a obs t ru i r se el t u b o q u e se lo sumin i s t r a , la asfi-xia del buzo resul ta inevitable.

H e m o s de r e c o n o c e r sin pal ia t ivos que , a l estallar la gue r r a , nos q u e d a m o s desconec t ados de la super f ic ie : las t r ansmis iones no esta-b a n a p u n t o , p o r la sencilla razón de q u e e l C e n t r o no hab ía q u e r i d o p re s t a r la d e b i d a a t e n c i ó n a este p r o b l e m a . C a r e c í a m o s de emiso ras y de p ianis tas .

C o n el p a s o del t i empo , la O r q u e s t a R o j a va s i t u a n d o p o c o a p o c o sus- i n s t r u m e n t o s y sus e jecu tan tes : tres emiso ra s f u n c i o n a n en Berl ín, o):ras tres en Bélgica y tres más en los Países Bajos. Por el m o -m e n t o , ¿ i n e m b a r g o , Francia p e r m a n e c e s i lenciosa y a g u a r d a m o s con impac ienc ia q u e se una . . . a l conc ie r to de las o n d a s . - La vía de t r ansmis ión p o r r a d i o no era la única de la q u e d i spo-n í a m o s . En p r i m e r lugar , p o r q u e no todas las i n f o r m a c i o n e s son t ransmis ib les en f o r m a de despachos te legráf icos: los p l a n o s de las ins ta lac iones p o r t u a r i a s y de las for t i f icaciones , los m a p a s mil i tares y los o r g a n i g r a m a s , p o r e j emp lo , no p u e d e n utilizar esta vía. Pa ra to-dos esos d o c u m e n t o s nos se rv íamos de la t in ta s impát ica y , s o b r e to-do , de mic ro f i lms . H a s t a j u n i o de 1941, la m a y o r p a r t e del mater ia l r e c o g i d o en Francia lo t r ansmi t í amos p o r m e d i a c i ó n de Sus lopá rov , a g r e g a d o mil i tar soviét ico en Vichy. Ante t o d o e v i t á b a m o s cruzar la l ínea de d e m a r c a c i ó n en t re la Francia l ibre y la Francia o c u p a d a lle-v a n d o p e r s o n a l m e n t e s o b r e n o s o t r o s los d o c u m e n t o s secretos y , pa r a ello, h a b í a m o s i n g e n i a d o u n a e s t r a t agema q u e Léo y yo f u i m o s los p r i m e r o s en utilizar. Se t r a t aba , p r i m e r o , de t o m a r bi l le te p a r a un coche c a m a . Después , o t r o m i e m b r o de la o rgan izac ión e f ec tuaba la reserva de o t r o c o m p a r t i m i e n t o que , a ser pos ib le , se c o m u n i c a r a con e l p r i m e r o , p e r o q u e luego nad ie o c u p a b a . C u a n d o e l revisor ha-

148 LA ORQUESTA ROJA

bia p a s a d o , e l agen te salía de su c o m p a r t i m i e n t o , p e n e t r a b a en e l q u e es taba vacío, de sa to rn i l l aba u n a luz eléctrica, co locaba en su h u e c o la es t i lográf ica d o n d e h a b í a e s c o n d i d o el m ic ro f i lm y regresaba a sus pena tes .

En Mou l in s , es tación s i tuada s o b r e la l ínea de d e m a r c a c i ó n , la g e n d a r m e r í a a l e m a n a cacheaba a nues t ro c o r r e o y reg is t raba su e q u i p a j e : l uego ab r í a e l o t r o c o m p a r t i m i e n t o , cons t a t aba q u e nad ie lo o c u p a b a y , sin m á s aver iguac iones , seguía ade l an te . C u a n d o e l t ren r e a n u d a b a la m a r c h a , ya só lo e ra prec iso r e c u p e r a r la es t i lográ-fica.. . con sus mic rof i lms .

Los sa lvoconduc tos de l a o rgan izac ión T o d t , de q u e e s t aban p r o -vistos los d i r igen tes y e m p l e a d o s de la Simex y de la S'imexcoy lácil i ta-b a n e n o r m e m e n t e nues t ros desp lazamien tos . Pero o t r o s c o r r e o s n o e r a n m e n o s insól i tos : u n o de los enlaces en t r e Berlín y Bruselas e r a la h e r m o s a I n a Ende r , m a n i q u í en e l salón de al ta cos tu ra d o n d e se ves-t ían Eva B r a u n (la a m a n t e de Hi t ler ) y las esposas de los d igna ta r io s nazis. S i m o n e Pheter , e m p l e a d a en las of icinas par is ienses de la Cá-m a r a d e C o m e r c i o belga, a s e g u r a b a nuest ras c o m u n i c a c i o n e s pos t a -les e n t r e Par ís y Bruselas. Le bas t aba con remi t i r las car tas a su co-r r e sponsa l en la Bolsa de Bruselas, qu i en les d a b a e l d e b i d o curso . Ut i l i zábamos a s i m i s m o a los m a q u i n i s t a s de t ren q u e c ruzaban la lí-nea de d e m a r c a c i ó n y a l g u n o s m a r i n o s de los b u q u e s q u e e f e c t u a b a n la travesía del m a r Báltico pa r a t e r m i n a r via je en los países escand i -navos .

Pe ro la m a y o r a m p l i t u d q u é c o b r ó nues t r a acc ión y e l inicio de la g u e r r a en e l Este nos o b l i g a r o n a r ebasa r ese e s t ad io a r t e s a n o de nues t ras c o m u n i c a c i o n e s . Los t rucos q u e avivan la i m a g i n a c i ó n y cons t i tuyen la delicia de las novelas de esp iona je , p o r m u y ingen iosos y eficaces q u e Fuesen, no satisfacían c u m p l i d a m e n t e las exigencias de un servicio secre to q u e d e b í a enviar n u m e r o s o s d e s p a c h o s con l a m a -yor r ap idez pos ib le . Después de la e n t r a d a en g u e r r a de la U n i ó n So-viética, e l a g r e g a d o mi l i ta r Sus lopá rov h a b í a a b a n d o n a d o Vichy. La única vía d i s p o n i b l e e r a la e m i s o r a de Bruselas, p e r o p a r a la t r a n s m i -sión de n u e s t r o s i n fo rmes , este m e d i o sólo nos of rec ía u n a s ga ran t í a s insuf ic ientes , t a n t o p o r lo q u e se ref ie re a la segur idad c o m o en lo q u e respecta a la ef icacia .

Por cons igu ien te , t e n í a m o s u n a u r g e n t e neces idad de posee r al-g u n a s e m i s o r a s en Francia , Pedí a l d i rec to r q u e me pus ie ra en con-tac to con u n o de Ips responsab les de r a d i o del p a r t i d o c o m u n i s t a , q u e con t o d a segur idad p u d i e r a a y u d a r n o s en aque l la e m p r e s a . E l d i r ec to r acep tó . Así se conce r tó u n a entrevista con F e r n a n d Pau r io l , " D u v a l " .

Ya de e n t r a d a , nues t ro p r i m e r e n c u e n t r o resu l tó a l e n t a d o r . C o m -

FERNAND PAURIOL 149

p r e n d í q u e aque l e ra e l h o m b r e q u e p r e c i s á b a m o s en aquel la s i tua-c ión . Además , d e Paur io l e m a n a b a u n a especie d e e n t u s i a s m o q u e me c o n q u i s t ó . A pesa r de las m u y i m p o r t a n t e s r e sponsab i l idades q u e a s u m í a en e l seno del p a r t i d o c o m u n i s t a , a c e p t ó e l e n c a r g o de busca r a l g u n o s a p a r a t o s y f o r m a r a l g u n o s pianis tas .

Mer id iona l , h o m b r e h a b l a d o r y jovia l , P a u r i o l pose ía e l a r t e de a b o r d a r las e m p r e s a s más l abor iosas con u n a sonr isa q u e i r r ad iaba (a luz de los países so leados . N a c i d o en u n a de aque l l a s famil ias , en las q u e se a p r e n d í a a leer en L'Humanité, m u y p r o n t o e m p e z ó a mi l i ta r en las j u v e n t u d e s comun i s t a s y l uego en el p a r t i d o . T e n t a d o por la vida m a r i n e r a , h a b í a e s t u d i a d o en l a Escuela de H i d r o g r a f í a de Mar -sella, de la q u e salió con e l t í tu lo de r a d i o n a v e g a n t e de la m a r i n a mercan t e . C u m p l i ó su servicio mi l i t a r d u r a n t e tres años , p e r o , a l ser l icenciado, c o m o es taba y a f i chado , n o p u d o e n c o n t r a r t r ab a j o .

Fue en aque l l a época c u a n d o Paur io l e n t r ó o s a d a m e n t e en e l pe-r i o d i s m o . C o n s a g r ó t o d o su t i e m p o a escr ib i r en ¿<2 Déjeme, ó r g a n o del S o c o r r o R o j o In t e rnac iona l , y a p r o n u n c i a r f recuen tes c o n f e r e n -cias p a r a e l p a r t i d o en e l d e p a r t a m e n t o de las B o u c h e s - d u - R h o n e . En 1936, el p a r t i d o c o m u n i s t a se lanzó a p u b l i c a r en Marsel la un bi-s e m a n a r i o , Rouge-Midi. No h a b í a ni un cen tavo en la ca ja del pe r iód i -co, p e r o Paur io l p a s ó a ser su j e f e de r edacc ión . Paur io l tenía la p a -sión del p e r i o d i s m o : escribía y b r e g a b a de c o n t i n u o , ya b u s c a n d o a un i m p r e s o r , ya h a c i e n d o de m o z o de enca rgos . Grac ias a sus e s fue r -zos, creció la aud ienc i a del p e r i ó d i c o . Se decía q u e ñouge-Midi e ra "e l ú n i c o d i a r io q u e s e pub l i caba dos veces p o r s e m a n a " .

C u a n d o estal ló gue r r a , Pau r io l f u e adsc r i to a la " g o n i o " . 1 I ro -nía y g u i ñ o mal ic ioso del de s t i no : el f u t u r o r e sponsab l e de las emiso -ras de r a d i o del p a r t i d o c o m u n i s t a y de la O r q u e s t a Ro ja t r a b a j a b a a h o r a en la de tecc ión de las emis iones c landes t inas . En c u a n t o lo des-movi l izan, Fe rnand en t ra en la resistencia y comienza a instalar esta-c iones de r a d i o y a f o r m a r a los o p e r a d o r e s de las m i smas .

S o m o s m u y conscientes del a l t o va lor q u e posee ese regalo q u e a c a b a de hace rnos e l p a r t i d o comun i s t a . . . C o n g r a n rapidez, F e r n a n d p o n e a p u n t o u n a emiso ra . Y p a r a p r o c u r a r m e los p ianis tas q u e ne-cesito, e l a g r e g a d o mil i tar Sus lopá rov me p o n e en c o n t a c t o con los Sokol .

Los Sokol , nac idos en u n a r eg ión q u e ha s ido a n e x i o n a d a a la URSS en vir tud del r e p a r t o de P o l o n i a y la f i r m a del p a c t o g e r m a n o -soviético, hab ían sol ic i tado p e r m i s o p a r a establecerse en t e r r i to r io ru so . A u n q u e Her sch era m é d i c o y Mi ra d o c t o r en ciencias sociales,

1. Servicio de detección y localización de las cmisonu de radio.

150 LA ORQUESTA ROJA

a l r e l l enar los f o r m u l a r i o s de a d m i s i ó n h a b í a n d e c l a r a d o c o m o p ro -fesión e l a r r e g l o de a p a r a t o s de rad io . Sab ían q u e la URSS neces i taba técnicos y , p o r cons igu ien te , s u p o n í a n q u e así t en d r í an m a y o r e s po -s ib i l idades de ser a d m i t i d o s . Sus fichas pasan p o r la e m b a j a d a sovié-tica en Vichy, a te r r izan en el d e s p a c h o de Sus lopá rov y éste, s a b i e n d o q u e a n d o en busca de p ianis tas , me los envía.

An t iguos mi l i t an tes comun i s t a s , los Sokol no vacilan a l o í r mis p r o p o s i c i o n e s . F e r n a n d Paur io l se encarga de ellos y , en un t i e m p o récord , los hace ope rac iona l e s . A finales de 1941, F e r n a n d cuen ta con siete nuevos a l u m n o s : un g r u p o de c inco e spaño les y e l m a t r i -m o n i o G i r a u d . Pocos meses h a n bas t ado , pues , pa r a q u e l a O r q u e s t a Roja f r ancesa p u e d a iniciar su p r o p i o conc ie r to , lo cual cons t i tuye o t r o r écord . P e r o d e b o a ñ a d i r q u e , p a r a los mensa j e s de i m p o r t a n c i a mayor , Pau r io l es tablece u n a l ínea especial de enlace q u e pasa p o r e l cen t ro c l a n d e s t i n o del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés . Vo lve remos a ha-blar de es to m á s ade lan te .

En tonces e l C e n t r o me o f r ece la pos ib i l idad de e n t r a r en con tac to con H e n r y R o b i n s o n . A n t i g u o m i e m b r o del g r u p o Spar tacus d e Rosa L u x e m b u r g , h o m b r e c u r t i d o en las lides de la acc ión c landes t ina en el seno del K o m i n t e r n e ins ta l ado desde hace t i e m p o en E u r o p a occi-denta l , R o b i n s o n ha r o t o sus re laciones c o n e l C e n t r o . El d i r ec to r me de ja en l ibe r tad p a r a q u e sea yo qu i en dec ida s i nos conv iene r e a n u -d a r tales re lac iones .

—Después de la d e p u r a c i ó n de los servicios soviéticos de i n f o r m a -ción —me expl ica Robinson—, r o m p í t o d o s mis con tac tos con ellos. Es taba en Moscú el a ñ o 1938, vi c o m o l i q u i d a b a n a los m e j o r e s y no estoy de a c u e r d o . . . A h o r a me h a l l o en re lac ión con u n o s represen-tantes de De Gaul le , y sé q u e el Cen t ro p r o h i b e tales contac tos . . .

—Oye, H e n r y —le dije—; t a m p o c o yo a p r u e b o lo q u e o c u r r e en Moscú. T a m b i é n a mí me a s q u e ó la l i qu idac ión de Berzin y de su e q u i p o . P e r o a h o r a n o h e m o s d e q u e d a r n o s a g a r r a d o s a l p a s a d o . A h o r a e s t amos en g u e r r a . D e j e m o s de l ado t o d o lo s u c e d i d o y c o m -b a t a m o s j u n t o s . T o d a tu vida has s ido c o m u n i s t a , y no vas a de j a r de ser lo p o r q u e a h o r a estés en d e s a c u e r d o con e l Cen t ro . . .

Mis a r g u m e n t o s le h ic ie ron vacilar, y eso me c o m p l a c i ó . En tonces me hizo esta p r o p o s i c i ó n :

—Dispongo de u n a e m i s o r a y de un o p e r a d o r de r ad io , p e r o a este ú l t i m o no p u e d o a r r i esgar lo . C o n v e n g a m o s u n o s e n c u e n t r o s re-gulares , en los q u e yo te e n t r e g a r é las i n f o r m a c i o n e s q u e p o s e a y q u e yo m i s m o h a b r é c i f r a d o , y tú las harás l legar al Cen t ro . . .

El d i rec to r a cep tó esta p r o p o s i c i ó n . Las i n f o r m a c i o n e s de R o b i n -son me l l egaron con t o d a r egu l a r i dad . Yo le a y u d a b a en e l t e r r e n o mater ia l , p o r q u e le e ra difícil subsistir , p e r o n u n c a pe r t enec ió a la

FERNAND P A U R I O l i J j.

O r q u e s t a Roja . U n d ía , e n o t o ñ o d e 1942, m e m a n d ó aviso d e q u e que r í a v e r m e

c o n l a m a y o r u rgenc ia . Conv in imos un lugar p a r a e n c o n t r a r n o s . Lo q u e tenía q u e d e c i r m e era , en efecto , m u y i m p o r t a n t e .

—... Ya sabes q u e estoy en re lac ión con L o n d r e s —me dijo—. Un r ep re sen t an t e de De Gau l l e está aqu í y desea h a b l a r con la d i recc ión del p a r t i d o comuni s t a . . .

—¿Con q u é o b j e t o ? ¿ L o sabes? — P o r q u e De Gaul le qu is ie ra q u e e l p a r t i d a le m a n d a r a un emisa-

rio. P e r o la d i recc ión del p a r t i d o c o m u n i s t a se ha l la tan per fec ta -m e n t e c a m u f l a d a que , después de tres s emanas , n u e s t r o h o m b r e to-davía no ha l o g r a d o es tablecer e l m e n o r c o n t a c t o con eJJa...

P r o m e t í a H e n r y q u e me o c u p a r í a de aque l l a cues t ión . C o m o te-nía la pos ib i l i dad de en t rev i s ta rme en dos días con*Michel, r ep resen -tan te del p a r t i d o c o m u n i s t a , le expuse los h e c h o s y Michel l i jó u n a cita p a r a u n o s días m á s ta rde .

Así fue c o m o L o n d r e s en t ró en c o n t a c t o p o r p r i m e r a vez con la d i recc ión c landes t ina del p a r t i d o c o m u n i s t a . 2

2. Después de la publicación en Francia del libro Le grandjeu, la televisión francesa organizó una mesa redonda en la que tomaron parte el autor , el coronel Rémy (ex-jele del servicio de infor-mación del gobierno De Gaulle), el escritor Vercors y Alain Cuér in , historiador de la resistencia francesa. En aquella ocasión, el coronel Rémy declaró q u e éj había sido el h o m b r e que, p o r mi me-diación, entró en concacto con el par t ido comunista francés: ¡una verdadera revelación! El resulta-do de aquella toma de contacto fue, unos meses más tarde, el envío a Londres de Fernand Crenier como ministro del gobierno —en el exilio— del general De Gaulle.

10. MI DOBLE VIDA

Las leyendas acerca del e s p i o n a j e t ienen u n a vida per t inaz . . . Sue le c reerse q u e e l agen t e secreto cursa sus e s tud ios en a l g u n a escuela, d o n d e , al parecer , le inician en los a r c a n o s de la ciencia m á s o m e n o s ocu l ta de la i n f o r m a c i ó n . En las aulas de esas un ivers idades especia-les, e l f u t u r o agen t e es tud ia e sp iona j e , c o m o o t ro s e s t u d i a n m a t e m á -ticas en las un ive r s idades n o r m a l e s . Al conc lu i r tales es tudios , le en -t r egan un t í tulo y el nuevo d o c t o r se va p o r el a n c h o m u n d o a c o n -t ras tar la teor ía en la p i e d r a de t o q u e de la prác t ica . Pe ro así se echa en o lv ido q u e las leyes del e s p i o n a j e no son ni u n o s t e o r e m a s ni u n o s a x i o m a s y q u e , en genera l , tales leyes no f igu ran en los l ibros .

P e r s o n a l m e n t e , yo n u n c a he as is t ido a unos cursos de e s p i o n a j e . En este d o m i n i o , no soy m á s q u e un h u m i l d e a u t o d i d a c t o . Mi escue-l a f u e mi vida de mi l i tan te . N a d a p o d í a p r e p a r a r m e m e j o r pa r a d i r i -gir u n a red c o m o la O r q u e s t a Roja , q u e los veinte a ñ o s t u m u l t u o s o s , a m e n u d o c landes t inos , q u e p r e c e d i e r o n mi ingreso en los servicios de i n f o r m a c i ó n . A p r e n d í la c l andes t in idad en Po lon i a y en Pales t ina , y esta exper ienc ia insus t i tu ib le t iene m u c h o m á s valor q u e t o d o s los e s tud io s del m u n d o . C o n c u r r i e r o n a esa m i s m a escuela mis v ie jos a m i g o s Léo Grossvogel y Hillel Katz, q u e tan decisivo pape l d e s e m -p e ñ a r o n en la cons t i tuc ión y desa r ro l lo de nues t ras redes de i n l ó r n i a -ción. Nues t r a mi l i tanc ia c o m u n i s t a nos h a b í a e n s e ñ a d o a m o v e r n o s en t o d a s par tes c o m o peces en e l agua . El e s p i o n a j e r e q u i e r e esa mis-ma fac i l idad y esa m i s m a imag inac ión . C u a n d o Kent, recién l icencia-d o e n s u " a c a d e m i a d e e s p i o n a j e " , en t r a e n u n b a r p o p u l a r d e los a r r a b a l e s par is ienses y p ide un té, suscita las h a b l a d u r í a s de t o d o s los presentes , p e r o s o b r e t o d o a t r a e sus mi r adas . Y no es eso lo más indi -c a d o p a r a un a g e n t e de i n f o r m a c i ó n . En la escuela se o l v i d a r o n de enseñar le . . . ¡la exis tencia del " t i n t o r r o q u e m a n c h a " !

La regla de o r o es t r iba en pasar de sape rc ib ido , no j u g a n d o a ser evanescente , s ino v iv iendo c o n n o r m a l i d a d . Para ello, l a c o b e r t u r a resul ta decisiva. E l agen te no d e b e " a p a r e n t a r " , s i no q u e d e b e " s e r " . En Bruselas , yo no a d o p t é l a i den t idad de A d a m Mikler , s i no q u e me

Mí DOBLE VIDA 153

conver t í en A d a m Mikler . Un o b s e r v a d o r a t e n t o y o b s t i n a d o no hu -b iera adve r t ido la m e n o r d i fe renc ia en t r e mi vida y la de u n o de aque l los comerc i an te s con q u i e n e s coinc id ía en la Bolsa o en un res-t au ran te .

Fund i r se u n o m i s m o e n u n m o l d e d e t e r m i n a d o requ ie re conoce r í n t i m a m e n t e e l país en q u e u n o ha nac ido , e l m e d i o a m b i e n t e en q u e u n o se desenvuelve y la p r o f e s i ó n q u e u n o e jerce . ¿ A d a m Mikler p r o -cede de Q u e b e c ? Pues yo p u e d o h a b l a r h o r a s en t e r a s de los encan tos de M o n t r e a l y c o n f u n d i r a t o d o espír i tu cur ioso . En Bruselas, la p re -sencia de L u b a y de u n o de nues t ro s h i jos faci l i taba mi inserc ión en la vida local . A h o r a , con la g u e r r a y la o c u p a c i ó n , tengo q u e r e d o b l a r mis p recauc iones .

A p a r e n t e m e n t e , mi vida en Par ís no ha c a m b i a d o . J e a n Gilber t , accionis ta de la Simex, reside con este n o m b r e en la calle For tuny o en la calle de Prony . Los vecinos y las po r t e ra s , c u a n d o lo sa ludan , s a ludan al indus t r ia l belga . Vivo solo y, en a m b o s domic i l ios "of ic ia -les" , r ec ibo pocas visitas. Mi a m i g a G e o r g i e de Win te r no viene n u n -ca a n i n g u n o de ellos. Salió de Bélgica en o t o ñ o de 1941 y, después de la e n t r a d a en g u e r r a de los Es tados Unidos , utiliza e l n o m b r e de Thevene t . Vive en Pigalle y m á s t a rde a lqu i l a rá u n a villa en el Vési-net . Discreta e intel igente , só lo sabe q u e l ucho con t r a el naz ismo. A veces Léo pasa p o r la calle de P rony . Una noche , s o r p r e n d i d o p o r e l t o q u e de q u e d a , se q u e d a a d o r m i r . A pa r t i r de a q u e l día, la gerente , has ta en tonces a m a b l e y o b s e q u i o s a , me tuerce o s t ens ib l emen te e l gesto. Dos o tres s e m a n a s m á s tarde , viene a v e r m e u n a m u j e r . Al día s iguiente , la ge ren te se deshace en sonrisas . I n t r i g a d o , le p r e g u n t o los mot ivos de su m e t a m o r f o s i s .

—Señor Gi lber t —me responde—; an tes le tenía p o r un h o m b r e respetable . Pe ro luego, la p r i m e r a p e r s o n a q u e p a s ó la n o c h e en su casa fue un h o m b r e . Ayer, c u a n d o vi a la d a m a , me sentí al iviada. H a b í a l legado a c ree r q u e e r a usted un a n o r m a l . . .

J e a n Gi lber t a c u d e varias veces p o r s e m a n a a las of ic inas de la Si-mex , ins ta ladas en los C a m p o s Elíseos. ' A excepc ión de Grossvogel , C o r b i n , Katz y Suzanne Coin te , los e m p l e a d o s i g n o r a n el papel q u e d e s e m p e ñ o en la soc iedad . P a r a todos , soy un indus t r ia l m e t i d o en n u m e r o s o s negocios . N a t u r a l m e n t e , está p r o h i b i d o en t r a r en la Si-m e x l l evando mate r ia l c o m p r o m e t e d o r y , s o b r e t o d o , hab la r allí de las cues t iones de la red de i n f o r m a c i ó n . La c o b e r t u r a n u n c a d e b e p r e sen t a r l a m e n o r f i sura . Para u l t imar los m u y i m p o r t a n t e s con t ra -tos q u e susc r ib imos c o n los a l emanes , Léo Grossvogel organiza unas

1. MJÍ.S adelante, (a Simex je trasladó al bulevar Haussmann.

154 LA ORQUESTA ROJA

c o m i d a s ín t imas . Los t raf icantes de la o rgan izac ión T o d t se han afi-c i o n a d o s o b r e t o d o a un r e s t au ran t e ruso , Chez Korni lov, e incluso a un r e s t a u r a n t e j u d í o , q u e las t ropas de o c u p a c i ó n han r e s p e t a d o re-se rvándose lo p a r a su u so exclusivo. Antes de a c u d i r a esas cenas , a las q u e h e m o s de p r e s t a r l a m a y o r a tenc ión y q u e exigen de n o s o t r o s u n a e x t r e m a d a t ens ión , a d o p t a m o s nues t ras p r e c a u c i o n e s : nos tra-g a m o s u n a c u c h a r a d a de aceite de oliva o de m a n t e q u i l l a p a r a no zo-zobra r . . . Las ma te r i a s grasas f i jan el a lcohol y nos p e r m i t e n p e r m a -necer d i g n o s y lúc idos has ta e l f inal , lo q u e no les o c u r r e en c a m b i o —¿es p rec i so decir lo?— a nues t ros c o m p a ñ e r o s . Mi sastre, mi pe lu-q u e r o , los d u e ñ o s del b a r y del r e s t a u r a n t e q u e f r e c u e n t o os tens ible-m e n t e , s a l u d a n a l s e ñ o r Gi lber t q u e f u m a c igar ros h a b a n o s y distri-buye b u e n a s p r o p i n a s .

D e t r á s se per f i l a e l o t r o p e r s o n a j e , s i empre p resen te , del j e f e de la O r q u e s t a Ro ja . En t r e J e a n Gi lber t y O t t o la s epa rac ión es to ta l ; en la t rans ic ión de u n o a l o t r o es d o n d e radica e l pe l ig ro . P o r cons igu ien -te, nad ie d e b e t ene r la pos ib i l idad de seguir a G i lbe r t c u a n d o éste se h u n d e .en la o s c u r i d a d .

Dos veces p o r s e m a n a me voy a u n a de las veinte o veint ic inco " m a d r i g u e r a s " , g e n e r a l m e n t e un chalet en un s u b u r b i o de l a c iudad , q u e Leo ha se l ecc ionado c u i d a d o s a m e n t e . Katz o Grossvogel , q u e gracias a u n a ser ie de citas h a n i d o r e c o g i e n d o las i n f o r m a c i o n e s ob -tenidas los días an t e r io re s , me t raen e l mater ia l , q u e yo e n t o n c e s cla-sifico. P a r t i e n d o de esa masa de i n fo rmac iones , r edac to un i n l o r m e breve, c o n d e n s a d o , q u e d i s t r ibuyo en c u a t r o o c inco d e s p a c h o s tele-gráf icos . Este t r a b a j o r equ i e r e p o r lo m e n o s un día de t r ab a j o . Un agen te de en lace se hace c a r g o del mater ia l ya e l a b o r a d o y lo t rans-mi te a u n o de los e n c a r g a d o s de c i f ra r lo , en p r inc ip io Vera Acker-m a n n , q u i e n luego lo pasa a los Sokol p a r a q u e Jo e x p i d a n p o r r ad io . C a d a e t a p a se ha l la e s t r i c t amente c o m p a r t i m e n t a d a . Los m i e m b r o s de la red só lo c o n o c e n de ella lo ind i spensab le . En u n a o rgan izac ión así, los en laces s o n vitales; de ahí q u e , de sde e l p r inc ip io , p res tá ra -m o s u n a a t e n c i ó n pa r t i cu l a r a la técnica de las citas.

La m a y o r s e g u r i d a d se logra c u a n d o dos p e r s o n a s se e n c u e n t r a n en su a m b i e n t e n a t u r a l : así o c u r r í a , p o r e j e m p l o , en los con tac tos q u e t uv i e ron lugar en 1939 en t r e L u b a y Kent, c u a n d o a m b o s e ran e s tud ian te s en la Univers idad Libre de Bruselas. Pe ro esa co inc iden-cia en u n a " e s c u e l a " es excepc iona l . C u a n d o dos agentes t ienen q u e e n c o n t r a r s e , salen de su respect ivo domic i l io m u c h o an tes de la h o r a f i jada pa r a la cita. No v a g a b u n d e a n p o r las calles, s ino q u e se ded i -can a sus o c u p a c i o n e s na tura les , a u n q u e p r o c u r a n d o a le j a r se t o d o lo pos ib le del lugar de la cita. En p r inc ip io , t o m a n el m e t r o , p e r o s iem-p r e s u b e n a l v a g ó n de cola, del q u e luego son los ú l t imos en apea r se

Mí DOBLE VIDA 155

para p o d e r vigilar a los pa sa j e ro s q u e salen. S e g u i d a m e n t e , p o r los c o r r e d o r e s in ter iores pasan a o t ra l ínea del m e t r o , en la q u e a d o p t a n las m i s m a s precauc iones , y así c o n t i n ú a n has ta l og ra r la abso lu t a cer-t i d u m b r e de q u e nad ie les sigue. Cada agen t e de en lace pene t r a en-tonces en u n a cabina telefónica d e t e r m i n a d a p a r a verif icar en e l listín t e le fón ico s i la p a l a b r a prevista p o r e l c ó d i g o ha s ido s u b r a y a d a : p o r e j e m p l o , e l s e g u n d o n o m b r e de la s e g u n d a c o l u m n a , lo cual significa q u e la vía está libre.

E l e n c u e n t r o p r o p i a m e n t e d icho , a p a r e n t e m e n t e fo r tu i to , nunca d u r a m á s de a l g u n o s s egundos y , p o r lo r egu la r , se p r o d u c e en los c o r r e d o r e s del me t ro . A veces t a m b i é n cito a un a g e n t e en u n a pisci-na. Basta c o n instalarse en dos cab inas con t iguas , cuya p a r e d m e d i a -ne ra no l legue a l techo . N a d a es tan fácil e n t o n c e s c o m o i n t e r c a m b i a r u n o s mensa jes . S imple var iante es e l e n c u e n t r o en los cua r to s de a seo de los cafés o res tauran tes p o c o c o n c u r r i d o s . Dos m i e m b r o s de la O r q u e s t a p u e d e n e n c o n t r a r s e a s imi smo en e l tea t ro . N a t u r a l m e n t e , no se c o n o c e n , p e r o e l azar {una tercera p e r s o n a q u e c o m p r a las res-pectivas en t r adas ) h a c e q u e se s ien ten u n o j u n t o a l o t r o .

Los despachos , q u e con tanta d iscrec ión p a s a n así de m a n o en m a n o , e s t án escritos en un pape l m u y f ino . Pa ra las i n f o r m a c i o n e s de g ran i m p o r t a n c i a , u t i l izamos la t inta s impá t i ca e sc r ib i endo con ella en t r e las l íneas de u n a carta p e r f e c t a m e n t e a n o d i n a . A veces, la t rans-m i s i ó n del mater ia l se efectúa sin q u e los agen te s se vean. U n o de ja su " p a q u e t e " en un l uga r preciso , p o r e j e m p l o a l pie de un á rbo l o de u n a es ta tua , y el o t r o pasa a r ecoger lo p o c o después . P o r pr inc ip io , n u n c a d e c i m o s nada p o r t e lé fono .

En Bruselas, yo h a b í a d a d o mi n ú m e r o de t e l é fono a Kent, a u n -q u e e n c a r e c i é n d o l e q u e sólo lo uti l izara en caso de pe l ig ro excepcio-nal . Un día, a l e n t r a r en mi casa, o i g o a L u b a q u e está h a b l a n d o p o r t e l é f o n o : es Kent q u e la ha l l a m a d o pa ra ac l a r a r unas frusler ías . C r e o r e c o r d a r q u e a q u e l inc iden te p r o v o c ó u n o de mis g r a n d e s (y raros) a r r e b a t o s de cólera . Pa ra noso t ros , e l t e l é fono es an t e t o d o un m e d i o de con t ro l . Después de una emis ión , a m e n u d o t e l e foneo al p i so o al chalet d e s d e d o n d e se ha e f ec tuado . Cue lgo en c u a n t o o i g o q u e me r e s p o n d e u n a voz fami l ia r , p o r q u e esto significa q u e no ha o c u r r i d o n a d a de par t i cu la r . Utilizo i g u a l m e n t e una f ó r m u l a ya conven ida de a n t e m a n o : " ¡ O i g a ! ¿Vive ah í e l s e ñ o r X ? " ; " N o . Se e q u i v o c a " . Esto significa q u e no hay n a d a q u e seña la r . S i nos es a b s o l u t a m e n t e preci-so h a b l a r p o r t e l é fono , s i empre u t i l izamos un l e n g u a j e inver t ido : " M e m a r c h o de Pa r í s " significa ¿""Me q u e d o en Pa r í s " ; " R e g r e s a r é e l l u n e s " q u i e r e deci r : " T o d a v í a es taré aqu í e l s á b a d o " . N u n c a l i j amos un día o u n a h o r a exactos . Mes t ras mes, v a m o s p r o g r e s a n d o en la técnica de los enlaces y, en 1941, l l egamos a un a u t o m a t i s m o casi

156 LA ORQUESTA ROJA

per fec to . La m á q u i n a f u n c i o n a de a b a j o a r r i b a sin incidentes . Sin e m b a r g o , los h o m b r e s del servicio de i n f o r m a c i ó n t ienen sus f laque-zas, c o m o los d e m á s h o m b r e s , f laquezas q u e a veces resul ta dilicil o de l i cado c o m b a t i r . Á l a m o , p o r e j e m p l o , a d o r a los coches . D e b i d o a la ma t r í cu l a , al r i e sgo q u e impl icar ía un acc iden te y a la faci l idad de local ización, en p r inc ip io no p o s e e m o s au tomóv i l e s . P e r o c o m o sien-to m u c h o a fec to p o r A l a m o , a cep to hacer c o n é l u n a excepc ión a la regla . Á l a m o c o n d u c e su t o r p e d o c o m o un avión. Un día, mien t r a s me c o n d u c e a Knockke, d e s p e g a m o s e fec t ivamente del sue lo . Salgo del coche , q u e ya no es más q u e un m o n t ó n de cha t a r r a , sin despega r los labios. Á l a m o me m i r a y es ta l la :

—Pero, O t t o , ¡ r e g á ñ e m e us ted! ¡Po r p o c o l e m a t o ! — ¿ Q u é qu ie res q u e te d iga , imbéc i l ? ¡Ni s iqu iera eres capaz de

c o n d u c i r u n coche! Excep to c u a n d o lo exige u n a " o p e r a c i ó n del servic io" , está p r o -

h i b i d o b e b e r . E i g u a l m e n t e j u g a r . N a d a sería tan noc ivo c o m o un agen t e q u e se pa sa r a fas noches j u g a n d o a car tas . El p r o b l e m a m á s de l i cado , sin e m b a r g o , es el q u e se ref ie re a las mu je re s . Á l a m o —¡de n u e v o Álamo!— m e a b o r d a u n d í a :

—Escuche, O t t o ; estoy fas t id iado . No e s q u e no q u i e r a o b e d e c e r las ó r d e n e s , pe ro . . . en f in, q u e no soy un m o n j e .

— ¿ Q u e t e d i j e r o n en M o s c ú ? —Me p r o h i b i e r o n q u e tuviera re lac iones con m u j e r e s . —¡Te cas t r a ron , pues , an tes de m a r c h a r t e ! Haz lo q u e qu ie ras .

Só lo voy a d a r t e tres conse jo s : evita las casas de citas, no p ie rdas la cabeza y no te m e t a s con las m u j e r e s de tus a m i g o s .

Á l a m o c u m p l i ó (casi) su p a l a b r a . F recuen ta r a u n a m u j e r cons t i tuye u n a f u e n t e de imprevis ibles

p r e o c u p a c i o n e s p a r a un h o m b r e q u e vive en l a c l andes t in idad . D u -r a n t e e l d í a , p o d e m o s c o n t r o l a r nues t ras reacc iones y nues t r a s pa la -b r a s ; p e r o c u a n d o d o r m i m o s , ¿ c ó m o evi tar q u e e m p e c e m o s a h a b l a r de p r o n t o en nues t ro i d i o m a m a t e r n o ? Pa ra mí , e l l engua j e no es un handicap. C u a n d o h a b l o en f rancés , lo h a g o c o n un a c u s a d o d e j o y no d o m i n o las sutilezas de l a s intaxis; p e r o , ¿ n o es es to m u y n o r m a l en u n be lga o r i g i n a r i o d e A m b e r e s ? Sin e m b a r g o , n o s i e m p r e e s t amos a l a b r i g o de un o í d o a t en to . Un día , en Bruselas , Kent llega desespe-r a d o a u n a ci ta:

—Me h a n descub ie r to —exclama—. He t e l e f o n e a d o p a r a a lqu i la r un piso y e l p r o p i e t a r i o me ha p r e g u n t a d o s i era ru so .

—Repí teme e x a c t a m e n t e lo q u e l e has d i cho . —Buenos días , señoggg. . . —Ya bas ta —le i n t e r r u m p o . E l p r o p i e t a r i o , q u e deb ía habe r se r e l a c i o n a d o con rusos , conoc ía

Mí DOBLE VIDA 157

sin d u d a esa d i f icu l tad pecul ia r q u e e x p e r i m e n t a n los eslavos para p r o n u n c i a r c o r r e c t a m e n t e l a pa l ab ra " s e ñ o r " .

Estos p e q u e ñ o s inc identes no e r a n inqu ie tan tes , p e r o yo no p o d í a i g n o r a r q u e , más o m e n o s p r o n t o , u n o de tales indicios p o d í a p o n e r a (a G e s t a p o s o b r e n u e s t r a pista .

11. CALLE DE LOS ATRÉBATES, 101

Son las c u a t r o m e n o s dos .minutos del 26 de j u n i o de 194 1, c u a n -do e l o p e r a d o r de g u a r d i a de l a es tac ión de escucha s i tuada en Cranz , Prusia o r i en ta l , c a p t a e l s iguiente m e n s a j e :

KLH DE PTX 2606 0330 32 WES N 14 K BV... A c o n t i n u a c i ó n , s iguen t re inta y dos g r u p o s de c inco ci í ras : AR 50 3 8 5 KLK DE PTX.. .

El o p e r a d o r t o m a no t a del m e n s a j e ; p e r o , p o r e l m o m e n t o , i gno-ra p o r c o m p l e t o su p r o c e d e n c i a , su des t inac ión y su sen t ido . El m e n -saje p o d r í a p r o c e d e r i g u a l m e n t e de u n a le jana galaxia .

Desde el inicio de la gue r r a , i n n u m e r a b l e s voces cha r l an en el é ter , t r a n s m i t i e n d o en signos s ibi l inos las conversac iones de los servi-cios secretos , las ó r d e n e s , c o n t r a ó r d e n e s e i n f o r m a c i o n e s de los ad -versar ios , q u e se e n f r e n t a n a s i m i s m o en aque l l a g u e r r a l i b rada en la o s c u r i d a d . Las es tac iones a l e m a n a s de escucha, c o m o la de Cranz , es-tán a c o s t u m b r a d a s a o í r u n a s mus iqu i l l a s n o c t u r n a s des t inadas , en genera l a mece r los o ídos ingleses. Pero, ¿ o c u r r e a h o r a la m i s m o ? No , a h o r a los a c o r d e s musicales n o f o r m a n p a r t e d e u n a pa r t i t u r a q u e s e a c o m o d e a l " p ú b l i c o " de Albión. . .

D u r a n t e tres meses , hasta el final de s e p t i e m b r e de 194 1, los ale-m a n e s i n t e r c e p t a n dosc ien tos c incuenta " a c o r d e s " . Sólo en tonces t ienen la a b s o l u t a certeza de q u e aque l los mis te r iosos e in t raduc ib ies d e s p a c h o s rad io te legráf icos es tán d e s t i n a d o s a Moscú .

Ta les d e s p a c h o s son los q u e emi te la O r q u e s t a Ro ja . El e s t u p o r del e s t ado m a y o r a l e m á n es total , c u a n d o recibe el in-

f o r m e de sus especial istas. Se lo e s p e r a b a n t o d o , salvo un conc i e r to d e s t i n a d o a los rusos . ¿Acaso no le han d i c h o y r epe t ido , t an to la Ab-wehr ( c o n t r a e s p i o n a j e mili tar) c o m o e l Servicio de s e g u r i d a d (SD1, q u e en A l e m a n i a y en los te r r i to r ios o c u p a d o s no existe n i n g u n a red soviética de e s p i o n a j e ? ¿ S o b r e q u é f u n d a m e n t o s descansa tal cert i-d u m b r e ? S o b r e las ó r d e n e s de Stalin, de las q u e h a n t e n i d o not ic ias y en cuya v i r tud se p r o h i b e a los agentes soviéticos t o d a a c t u a c i ó n en e l t e r r i to r io de l Reich. . . Además , c u a n d o los a l e m a n e s i n t e r cep t an p o r

CALLE DE LOS ATRÉBATES, 1 0 1 159

p r i m e r a vez esos m e n s a j e s r a d i o t e l e g r á ü c o s e n a q u e l l a m a d r u g a d a del m e s d e j u n i o d e 1941, s ó l o h a n t r a n s c u r r i d o c inco d ías d e s d e q u e se ha c o n s u m a d o el i r r e m i s i b l e d i v o r c i o e n t r e Ja A l e m a n i a nazi y la U n i ó n Soviét ica .

¿ H a n s ido su f i c i en tes e sos c inco d ías p a r a t r a n s m i t i r u n a s n u e v a s c o n s i g n a s de S t a l i n ? En e l m o m e n t o de d e s e n c a d e n a r s e l a o p e r a c i ó n B a r b a r o s s a , ¿ a c a s o e l m i s m o H e y d r i c h no ha c o n l i r m a d o l a convic -c ión d e los espec ia l i s tas a l e n t r e g a r a l f ü h r e r u n i n f o r m e d o n d e a s e g u r a q u e t o d o e l t e r r i t o r i o a l e m á n " e s t á l i m p i o d e l a pes te s o v i é t i c a " ?

A n t e u n a s r eve lac iones de tan s i n g u l a r i m p o r t a n c i a , s e c o n v o c a u n a r e u n i ó n espec ia l q u e s e c e l e b r a r á e n p r e s e n c i a d e Hi t l e r . P o r p r i -m e r a vez, los c l anes de la c a m a r i l l a nazi d e j a n a un l a d o sus r iva l ida-des . H e y d r i c h , cuyas i m p r u d e n t e s a f i r m a c i o n e s n o h a n h e c h o m e l l a en su a u t o r i d a d , se h a c e c a r g o de l a s i t u a c i ó n . E l a l m i r a n t e C a n a r i s de la A b w e h r , e l gene ra l Fr it2 T h i e l e de l F u n k a b w e h r , S c h e l l e n b e r g , jefe de los servic ios sec re tos , y M ü l l e r , e l g r a n p a t r ó n de la G e s t a p o , d e c i d e n c o o r d i n a r sus a c t i v i d a d e s b a j o l a d i r e c c i ó n d e H e y d r i c h . Los d ive r sos servic ios de i n f o r m a c i ó n y las po l ic ías , c o n t o d o s sus r e c u r -sos, e n t r a n p u e s e n g u e r r a c o n t r a e l e s p i o n a j e sovié t ico . 1

E n t o d o s los t e r r i t o r i o s c o n t r o l a d o s p o r l a W e h r m a c h t , s e p o n e en e s t a d o de a l e r t a a la g o n i o y és ta m u l t i p l i c a sus p e s q u i s a s . Los a le-m a n e s h a n d e s c u b i e r t o u n a p i s t a ; m á s o m e n o s p r o n t o , s e g ú n sea s u t a l e n t o y los c a p r i c h o s d e l aza r , es ta p i s ta los c o n d u c i r á a a l g ú n lu-gar . . . En e fec to , en e l m e s de n o v i e m b r e de 1941, e l c a p i t á n H a r r y P iepe , de l a A b w e h r - B é l g i c a , localiza u n a e m i s o r a en Bruse las . P e r o , p o r n u e s t r a pa r t e , ¿ e n q u é s i t u a c i ó n n o s h a l l á b a m o s e n t o n c e s ? H a -cia f ina les d e 1940, y o h a b í a t r o p e z a d o c o n d i f i c u l t a d e s p a r a p o n e r e n m a r c h a las e m i s o r a s d e Bélgica. D e ah í q u e h u b i e s e p e d i d o a l C e n t r o q u e m e p u s i e r a e n c o n t a c t o c o n u n espec ia l i s ta suscep t ib l e d e r e p a r a r las e m i s o r a s y f o r m a r o p e r a d o r e s p a r a las m i s m a s . Así lúe c o m o e n t r é e n r e l a c i ó n c o n j o h a n n Wenze l q u e , i n s t a l a d o e n Bélgica d e s d e 1936, d i r i g í a un r e d u c i d o g r u p o e spec i a l i zado en e l e s p i o n a j e de las i n d u s t r i a s mi l i t a res .

E l p a s a d o d e Wenzel r e s p o n d í a p o r e l p r e s e n t e . D e s d e m u y j o v e n h a b í a m i l i t a d o e n e l p a r t i d o c o m u n i s t a a l e m á n . N a c i d o e n G d a ñ s k ,

I. Me ivn»u> a lo que dice Schellenberg en su ob ra Le CheJ du conlTt-t.\pií»i}uigt naz.i parlt, pp. 3.53 y vs.: "A Imales de 194 1, Hitler había dado órdenes para que se pusiera l ina las actividades di-I espionaje ruso, que actuaba en Alemania y en los territorios ocupados . Himntlcr recibió el e iua rgo de supervisar la intima colaboración que debía existir entre mi servicio de información, los servicio!» de Müller (Gestapo) y el contraespionaje de Canaris. Estas operaciones, que recibieron el no inb ie de H«te Kapellt, estaban coordinadas por Heydrich. Después del asesinato de esie último, en mayo de 1942, Hiinmler asumió sus funciones en la supervisión v coordinación de Roie Kapellc". La expresión "Orques ta Ro ja" procede, pues, directamente de los alemanes.

160 LA ORQUESTA ROJA

m i e m b r o act ivo e n e l ba lua r t e r o j o d e H a m b u r g o , hab ía c o n o c i d o í n t i m a m e n t e a T h a e l m a n n , secre tar io gene ra l del p a r t i d o c o m u n i s t a a l e m á n . En e l Ruhr , hab ía c r e a d o un g r u p o de e sp iona j e indust r ia l an tes de pasa r a Bélgica. En fin, ese v e t e r a n o de la acc ión c landes t ina era a l m i s m o t i e m p o un especialista de r a d i o e x t r a o r d i n a r i a m e n t e c o m p e t e n t e .

Pa ra t o d o e l g r u p o de Bruselas , Wenzel es e l " p r o f e s o r " , un p r o -fesor q u e p red ica con e l e j e m p l o pues to que , a l m i s m o t i e m p o q u e f o r m a a los pianistas , a segura la t r an smi s ión de los de spachos r ad io -te legráf icos de sde su emi so ra . Su p r i m e r a l u m n o es Á l a m o y c o m o el g r u p o f rancés , a m e d i a d o s de 1941, carece de solistas, dec ido enviar le a dos " e s t ag i a r io s " , David Kamy y Soph ie Poznanska .

Kamy es el a r q u e t i p o del r evo luc iona r io , del c o m b a t i e n t e q u e ig-n o r a las f ron te ras . Hillel Katz es q u i e n me lo p resen ta . Se h a b í a n co-n o c i d o en el p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés , en la sección del d is t r i to q u i n t o de París. En su j u v e n t u d , Kamy vivió en Pales t ina , p e r o luego se f u e a luchar en España , c o m o tan tos o t r o s m i e m b r o s de la O r -ques ta Roja . Antes de pasa r a f o r m a r p a r t e de nues t ro g r u p o , t r aba -j a b a en e l d ispos i t ivo técnico del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés . Apas io -n a d o p o r l a r ad io , b u e n q u í m i c o , ha o r g a n i z a d o un p e q u e ñ o l a b o r a -to r io c l andes t ino d o n d e se dedica a la f ab r i cac ión de a lgunos art i f i -c ios : t inta s impát ica , d o c u m e n t o s q u e se a u t o d e s t r u y e n , etc. Ante t o d o es nues t ro especialista en mic ro f i lms , d o m i n i o en e l q u e alcanza la pe r fecc ión .

En los cursos del p r o f e s o r Wenzel, Kamy f o r m a pa re ja c o n So-ph ie Poznanska . A ésta la conoc í en Pa les t ina , d o n d e ya d io mues t r a s de ra ras cua l idades de valor e intel igencia .

T o d o eso equivale a decir q u e t engo en a l ta es t ima a mis dos "es -t ag ia r ios" . He p e d i d o a Kent q u e los a lo je en m a d r i g u e r a s m u y segu-ras, p e r o éste no c u m p l e mis ó r d e n e s : S o p h i e res ide en. e l n ú m e r o 101 de la calle de los Atrébates , en la casa q u e h e m o s a l q u i l a d o p a r a la t r an smi s ión del " m a t e r i a l " , y Kamy vive en el domic i l io de Á l a m o . Las m á s e lementa les cond ic iones de s e g u r i d a d no h a n s ido, pues , res-pe tadas . N o s e h a b r í a a c t u a d o d e u n m o d o d is t in to d e h a b e r q u e r i d o p r o v o c a r u n a catás t rofe .

A p r i m e r o s de d i c i embre rec ibo un m e n s a j e i n q u i e t o de Sophie , en el q u e ésta me p ide q u e vaya a Bruselas a p o n e r o r d e n . En la calle de los At réba tes m e n u d e a n las s i tuac iones a n o r m a l e s , a veces incluso escabrosas , q u e e n t r a ñ a n pues un ev idente pe l igro . Llego a Bruselas el d í a 1 1 y c o n s t a t o q u e lo q u e allí o c u r r e no es en efec to m u y o r t o -d o x o . El incor reg ib le Á l a m o a c u d e a t r a b a j a r en aque l l a casa a c o m -p a ñ a d o . . . ¡de a l g u n o s a m i g o s —y amigas— a j enas a n u e s t r o g r u p o ! En tales condic iones , Wenzel ha o b r a d o c o n m u c h a c o r d u r a a l silen-

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ciar p o r a lgún t i e m p o la e m i s o r a de la calle de los At réba tes que , en e l mes de n o v i e m b r e , f u n c i o n a b a d u r a n t e varias h o r a s diar ias .

A m e d i o d í a del 12 de d i c i embre , me ent revis to con Soph ie Poz-nanska , q u i e n me p o n e a l co r r i en te de las desas t rosas cond ic iones de t r a b a j o q u e r e inan en l a calle de los Atrébates . I n m e d i a t a m e n t e - t o m o la decis ión de hacer la regresar a París con Kamy y de j a r q u e Kent se e n c a r g u e de sus t i tu i r los ; después , los cito a t o d o s pa r a el día s iguien-te, a m e d i o d í a , en la calle de los Atrébates . Q u i e r o comun ica r l e s las nuevas d ispos ic iones q u e he a d o p t a d o . Po r su pa r t e , e l cap i t án Piepe, de la A b w e h r , se ha l anzado a u n a ca r re ra con t r a reloj . Ha p o d i d o localizar la emiso ra , p e r o todav ía d u d a en t re los n ú m e r o s 99, 101 y 103 de aque l la calle. D u r a n t e la n o c h e se decide, pasa a la acción y se p re sen ta en e l n ú m e r o 101. C o n sus h o m b r e s , cae p r i m e r o , en la p l a n t a ba j a , s o b r e Rita A r n o u l d , una h o l a n d e s a ant inazi , amiga de Spr inger , q u e se hab ía encargado de a lqu i la r aque l la casa, p e r o q u e lo i gno ra casi t o d o acerca de nues t ras act ividades. En el p r i m e r piso, S o p h i e está de sc i f r ando u n o s despachos . Al o í r e l r u i d o de las bo tas mi l i tares en la escalera, a r r o j a p r e c i p i t a d a m e n t e a la ch imenea t o d o c u a n t o e n c u e n t r a a m a n o . Lo esencial se q u e m a , p e r o los a l emanes l og ran r e c u p e r a r un p e d a z o de papel c o n s u m i d o a medias .

Kamy está t r a b a j a n d o en o t ra hab i t ac ión , d o n d e escucha p o r ra-d i o una e m i s o r a q u e ope ra en o t r o lugar (según e l p r inc ip io q u e ha-b í a m o s es tab lec ido de c o n t r o l a r s i empre las emis iones de una esta-c ión desde o t r a estación) . O y e a los a l emanes y h u y e ; en la calle se e n t a b l a u n a loca pe rsecuc ión , y le d a n a lcance. Los a l emanes se lle-van , pues , a Rita A r n o u l d , a S o p h i e y a Kamy e ins ta lan u n a r a t o n e r a en la casa.

A las once y med ia del d ía s iguiente , Á l a m o , q u e nada sospecha , a c u d e a nues t ra cita. H a c e días q u e no se ha a f e i t ado y, en u n a cesta, t rae u n o s cone jos pa r a la c o m i d a . No ha c r u z a d o todavía e l u m b r a l de la pue r t a , c u a n d o los g e n d a r m e s a l e m a n e s se a r r o j a n s o b r e él...

—¡La d o c u m e n t a c i ó n ! Sin a tu ru l l a r se , busca en sus bolsi l los y les m u e s t r a el p a s a p o r t e

u r u g u a y o a n o m b r e de Car los Álamo. . . Las p r e g u n t a s se suceden a c e l e r a d a m e n t e : —¿Qué hace us ted a q u í ? ¿ D e d ó n d e v iene? ¿ C u á l e s su p r o f e -

s i ó n ? Á l a m o les cuen ta sus desven tu ras : su a lmacén , en Os tende , q u e d ó

d e s t r u i d o p o r la g u e r r a (lo q u e no de ja de ser cierto) y desde en tonces t iene q u e ded ica r se a l m e r c a d o n e g r o p a r a subsist ir . . .

—Precisamente —añade— he l l a m a d o a esta p u e r t a pa r a o f rece r mis cone jos . . .

Vers ión e n t e r a m e n t e p l aus ib l e : c o n su desa l iño y sus cone jos , tie-

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ne t o d a l a apa r i enc i a de un v e n d e d o r a m b u l a n t e . Los g e n d a r m e s se consu l t an en t r e sí y le o r d e n a n q u e se q u e d e

allí a su d i spos ic ión . Mien t ra s t an to l lego yo. . . Son las d o c e c u a n d o l l a m o a la p u e r t a . Un g e n d a r m e a l e m á n ,

c o n v e r t i d o en donce l la de la casa, me a b r e la p u e r t a . N o s ha l l amos ca ra a cara . En tonces t engo la clara i m p r e s i ó n de q u e mi co razón de ja de latir. H a g o un esfuerzo y vuelvo en mí. Po r un re f le jo inst int i-vo, r e t r o c e d o y le d i g o :

—¡Oh, p e r d o n e ! I g n o r a b a q u e l a W e h r m a c h t o c u p a r a esta casa. M e h a b r é equ ivocado . . .

No le he convenc ido . Me a g a r r a p o r e l b r azo c o m o s i quis iera r o m p e r m e los huesos y me a r r a s t r a hacia e l in te r io r .

Bien, t end ré q u e a r r i e sgar lo t o d o en u n a s p o c a s j u g a d a s . . . La casa ha s ido leg is t rada de a r r i ba a b a j o , e l d e s o r d e n es indescr ip t ib le : ima-gen clásica de un regis t ro domic i l i a r io . . . A través de la m a m p a r a de v idr ios q u e separa la escalera de la g r a n es tancia en la q u e me ha-llo, veo a Á l a m o . Sin a p r e s u r a r m e , s e g u r o de mí m i s m o , echo m a n o de mi d o c u m e n t a c i ó n , an tes de q u e me la p idan , y Ja t i endo al ale-m á n .

La es tupefacc ión y el sobresa l to a s o m a n en su r o s t r o : el d o c u -m e n t o q u e p o n g o an te sus o jos , a u t e n t i f i c a d o p o r i n n u m e r a b l e s se-llos q u e r e c u b r e n o t r a s tantas f i rmas , precisa q u e e l p o r t a d o r del m i s m o , s e ñ o r Gi lber t , está c o m i s i o n a d o p o r e l d i rec to r de la o rgan i -zación T o d t en París pa r a q u e vaya en busca de mate r ia les estratégi-cos d e s t i n a d o s a la W e h r m a c h t . El d i r ec to r r uega , pues , a los o r g a -n i s m o s del e jé rc i to de o c u p a c i ó n q u e facil i ten en t o d o lo pos ib le las d i l igencias del s e ñ o r Gi lber t . . .

Para r o m p e r el si lencio y c o m p l e t a r . . . la i n f o r m a c i ó n , expl ico a mi i n t e r l o c u t o r :

—Ahí e n f r e n t e hay un gara je , d o n d e c reo q u e p o d r é e n c o n t r a r co-ches viejos p a r a cha t a r r a . P e r o está c e r r a d o y he l l a m a d o a esta p u e r -t a p a r a q u e me i n f o r m a r a n acerca de las h o r a s en q u e está ab ie r to . . .

E l a l e m á n , ya m á s asequ ib le a u n q u e no m e n o s d i sc ip l inado , me r e s p o n d e :

— No lo d u d o , p e r o t end rá q u e e s p e r a r q u e regrese mi jefe . . . —Imposible , t o t a l m e n t e i m p o s i b l e : no p u e d o p e r d e r e l t ren. El

d i r ec to r de l a o rgan izac ión T o d t espera mi i n f o r m e esta m i s m a t a rde y va us ted a c rear un inc idente d e s a g r a d a b l e . ¡L léveme a presencia de su of ic ia l o l l ámelo p o r t e l é fono!

E l g e n d a r m e a l e m á n vacila d u r a n t e u n o s m o m e n t o s ; luego se dec ide a t e le fonear al c ap i t án P i epe y le da cuen ta de mi apa r i -ción. . . T o d a v í a o i g o l a t empes t ad de i m p r o p e r i o s q u e r e s u e n a n en

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el a p a r a t o . El mi l i t a r a l e m á n pal idece , c o m o si el rayo le h u b i e r a tul-m i n a d o ;

—Troíiel, ivas hallen Sie den Mann Jesi, lassen ihn so/orí ab! (Cre t ino , ¿ p o r q u é re t iene us ted a este h o m b r e ? ¡Suél telo i n m e d i a t a m e n t e ! )

Á l a m o , q u e se nos ha ace rcado , oye a s i m i s m o estas p a l a b r a s y me di r ige u n a m i r a d a de connivencia . . . Desc iendo con el g e n d a r m e a la p l an ta ba j a y, al l legar a la p u e r t a , le p r e g u n t o :

— ¿ Q u é o c u r r e a q u í ? ¿ U n a his tor ia de j u d í o s tal vez? —¡Oh, n o ! Es m u c h o peor . . . —Mucho p e o r a ú n ; ¿ d e q u é s e trata, p u e s ? —Una his tor ia de e sp iona je . . . Mi cara se e n s o m b r e c e p a r a d e m o s t r a r l e así q u e c o m p r e n d o la

g ravedad de la s i tuac ión. Nos de sped imos c o m o b u e n o s a m i g o s y le d igo :

—Cuando venga a París, p á s e m e a ver ; me da r á usted u n a a legr ía . Ya en la calle, no d u d o de la g ravedad —real— de la s i tuac ión .

Acaban de a ses ta rnos un g o l p e m u y fuer te . Algunos de los nues t ros h a n ca ído en m a n o s de la Abwehr . ¿ Has ta d ó n d e van a llegar las de-t enc iones? M i r o mi reloj , s o n las d o c e y c u a r t o . El inc idente se ha de-s a r r o l l a d o c o n tan ta rapidez. . . U n m o m e n t o después r e c u e r d o q u e he c i t ado a Spr inge r no m u y lejos de allí. No p u e d o p e r d e r n i un mi-n u t o si q u i e r o evi tar que , al no ve rme , vaya a prec ip i ta rse a su vez en la r a t o n e r a de los Atrébates . A f o r t u n a d a m e n t e me ha e s p e r a d o . Le expl ico en pocas p a l a b r a s lo q u e o c u r r e y le p r e g u n t o s i t r ae cons igo a lgún d o c u m e n t o c o m p r o m e t e d o r . . .

—Mis bolsi l los e s t án l lenos de ellos —me r e s p o n d e . —¿De q u é se t r a ta e x a c t a m e n t e ? —Son los p l anos del p u e r t o de Amberes . —¡Arrea!, ¿ n a d a m á s q u e e s o ? R e c u e r d o que , u n a s s e m a n a s atrás, e l d i r ec to r h a b í a m a n i l e s t a d o

e l d e s e o de rec ib i r los p l anos de ta l lados de aque l p u e r t o con indica-ción de los lugares p o r los q u e p o d r í a n inf i l t rarse los s u b m a r i n o s . Sp r inge r hab ía l o g r a d o p r o c u r a r s e tales p lanos . . .

—No nos q u e d e m o s ni un m o m e n t o m á s aqu í —le digo—. ¡Sólo (altaría q u e nos i n t e r r o g a r a n . . . !

Una h o r a más t a r d e me e n c u e n t r o con Kent. No necesito insistir m u c h o p a r a q u e , a su vez, c o m p r e n d a la g ravedad de la s i tuac ión . Tres de los nues t ro s h a n s ido de ten idos y , a u n q u e me insp i ren la m a -yor conf ianza , h e m o s de t emer lo t o d o si son e n t r e g a d o s a la G e s t a p o . Además , me inqu ie t a s o b r e m a n e r a q u e hayan d e t e n i d o a s i m i s m o a Rita A r n o u l d , p o r q u e esa m u c h a c h a no t iene las m i s m a s razones pa ra cal larse q u e los d e m á s . Estoy p r á c t i c a m e n t e seguro de q u e ha-b lará . En dos ocas iones ha visto a Kent, c o n o c e m u y bien a Spr inge r

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y ha o í d o h a b l a r de Wenzel . . . C o n e l mate r ia l q u e h a b r á ca ído en m a -nos de ios a l emanes , ¿no t r a t a r án de d e s e n t r a ñ a r nues t ro c ó d i g o ? Se i m p o n e a d o p t a r i n m e d i a t a m e n t e unas m e d i d a s de urgenc ia y de sal-v a g u a r d i a : Kent y Spr inge r sa ld rán de Bélgica con la m a y o r r ap idez pos ib le y los d e m á s p a s a r á n a la total c l andes t in idad . El g r u p o de Bélgica q u e d a r á , pues , a d o r m e c i d o . No existe o t r a so luc ión .

T e n í a m o s q u e d a r n o s m u c h a pr isa . . . Me fui a Lille p o r ca r re te ra , Allí t o m é el t ren p a r a París. Al d ía siguiente, me reun í con Léo Grossvogel y Fe rnand Paur io l p a r a es tablecer un p lan de ac tuac ión . Dec id imos crear u n g r u p o especial q u e , f o r m a d o p o r a l g u n o s h o m -bres seguros y d i r i g ido p o r mis dos amigos , se enca rga r í a de seguir en Bélgica y Francia el cu r so de los acon t ec imien tos y t ra ta r ía de p r e -venir los go lpes del e n e m i g o . Era ev iden te q u e , c o n e l d e s c u b r i m i e n -to de la casa de los Atrébates , se hab ía t e r m i n a d o el p e r í o d o de segu-r idad . En lo sucesivo, los a l emanes no de j a r í an de a c o s a r n o s incesan-t e m e n t e con todas sus j a u r í a s de sabuesos .

L é o y F e r n a n d se m a r c h a r o n a Bruselas p a r a hace rse ca rgo de la s i tuac ión : tenían q u e o rgan iza r la p a r t i d a de Kent hacia París, la de Spr inge r hacia Lyon, y d a r las ins t rucc iones pe r t i nen t e s a lzbutski , R a i c h m a n n y Wenzel. Este ú l t i m o c a m b i ó i n m e d i a t a m e n t e de d o m i -cilio, e m b r o l l ó del m e j o r m o d o pos ib l e todas las pis tas m o d i f i c a n d o sus c o s t u m b r e s y d e j ó en suspenso las c o m u n i c a c i o n e s rad io te legrá í i -cas con e l C e n t r o p o r un p e r í o d o de dos meses.

Lo pr inc ipa l , no obs t an t e , era t ener noticias de nues t ros c a m a r a -das, q u e h a b í a n s ido enca rce lados en la p r i s ión Saint-Gil les de Bru-selas... L é o y F e r n a n d e n t r a r o n en con tac to c o n sus gua rd i anes , m i e m b r o s de la resistencia, q u e les i n f o r m a r o n de c u a n t o les ocu r r í a . Así s u p i m o s q u e los. a l e m a n e s no h a b í a n de scub i e r to su v e r d a d e r a i den t idad , q u e Á l a m o hab ía s ido inscri to con este n o m b r e , Kamy con el p s e u d ó n i m o de Desmets y q u e Soph ie Poznanska c o n s t a b a en el reg is t ro de la cárcel c o m o Ver l inden .

Tal e ra la s i tuac ión c u a n d o los de tuv ie ron en d i c i e m b r e de 1941. P e r o a p r i m e r o s de abr i l de 1942, nues t ros i n f o r m a d o r e s nos c o m u -nican q u e los a l emanes han descub ie r to la i den t idad de Soph ie y q u e Kamy-Desme t s s e h a c o n v e r t i d o e n Daní lov. ¿ Q u é h a o c u r r i d o ?

Por lo q u e se ref iere a S o p h i e Poznanska , c o m p r e n d e m o s la razón q u e la ha i n d u c i d o a revelar su v e r d a d e r a iden t idad . . . Acuciada pol-las p r e g u n t a s de los a l e m a m e s , Ies ha q u e r i d o d e m o s t r a r de este m o d o su b u e n a v o l u n t a d —aparen temente , de sde luego—. En efec to , d u r a n t e t oda su vida de mi l i tan te , s i e m p r e ha a c t u a d o con n o m b r e s supues tos . No se ar r iesga , pues , a q u e los a l e m a n e s d e s c u b r a n su his-tor ia l . En s e g u n d o lugar —y eso no p o d e m o s sabe r lo p o r e l m o m e n -to—, ha t o m a d o la p r e c a u c i ó n de ocu l t a r q u e ha nac ido en la p e q u e -

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ña c i u d a d de Kalisz, en Po lon ia , p a r a a h o r r a r a su famil ia unas even-tuales represal ias .

Kamy, en c a m b i o , no t iene las m i s m a s razones p a r a o b r a r de este m o d o . D u r a n t e sus veinte a ñ o s de t r a b a j o c l andes t ino ha es tado en re lac ión con n u m e r o s o s mi l i t an tes y q u i e r e evitar a toda costa q u e m u c h o s de ellos se vean a h o r a pe r segu idos . Así pues , ese j u d í o a p á -t r ida " c o n f i e s a " , en e l cu r so de un i n t e r r o g a t o r i o m á s d u r o q u e los o t ros , q u e se l l ama A n t ó n Daní lov y q u e es ten ien te del e jé rc i to sovié-tico.. . Posee suficientes c o n o c i m i e n t o s del i d i o m a r u s o pa ra q u e su vers ión resul te c re íb le : explica q u e , en 1941, lo des t i na ron a la e m b a -j a d a soviética en Vichy y q u e s iguió en ella hasta el c o m i e n z o de la g u e r r a g e r m a n o - r u s a ; en tonces lo m a n d a r o n a Bruselas p a r a q u e t r a b a j a r a allí con Á l a m o . Declara q u e no coríoce a nad ie , excep to a los q u e han s ido d e t e n i d o s j u m o a él. Los a l emanes acep tan esta lá-bu l a c o m o d i n e r o c o n t a n t e y sonan te . Varios meses después de su de-tenc ión , todavía h a b l a n con respe to de a q u e l oficial soviético l lama-do Daní lov (hacerse pasa r p o r oficial soviét ico e ra e l c o l m o de la ha-bi l idad) , q u e se c o m p o r t a con g r a n valor . . . y q u e n a d a qu ie re decir .

Después de los Atrébates , /as pesquisas a l e m a n a s pa recen m a r c a r u n a p a u s a d u r a n t e a l g ú n t i e m p o . Rita A r n o u l d ha d a d o dos direccio-nes a Piepe, u n a de las cua les es la de un resistente activo l l a m a d o Dow, a m i g o de Spr inger .

El 16 de d ic i embre , es dec i r , tres d ías después del regis t ro de los Atrébates , Dow a t i ende en su a lmacén de pieles de la calle Royale a un h o m b r e de a spec to e x t r a ñ o , q u e p r e t e n d e ser un env iado del " g r a n j e f e " y , c o m o tal, desea e n t r a r en con tac to con Spr inger . Dow, a q u i e n t o d o a q u e l l o le pa r ece sospechoso , p i d e a su visi tante q u e vuelva d e n t r o de c u a r e n t a y o c h o horas y , mien t r a s t an to , hab la con Spr inger , q a i e n le aconse j a q u e desconf ie , p u e s p res ien te q u e se t ra ta d e u n p r o v o c a d o r .

El h o m b r e se p re sen ta de n u e v o tal c o m o es taba previsto. Dow le invita a e n t r a r en un d e s p a c h o c o n t i g u o al a lmacén . A u n o s pocos m e t r o s de dis tancia , se hal la a p o s t a d o u n o de sus a m i g o s p o r s i se hace precisa su in tervención . En tonces e l p r o v o c a d o r saca un revól-ver y lo de ja sob re la mesa , al a lcance de su m a n o . Sin a l terarse , Dow le expl ica q u e no ha visto a Spr inger . Unos días m á s tarde , pe rc ibe a a q u e l m i s m o h o m b r e que , d e n t r o de un c o c h e p a r a d o , t iene t o d o e l a spec to de pe r t enece r a la Ges t apo . Y t iene el t i e m p o j u s t o p a r a desa-pa rece r .

Rita A r n o u l d ha fac i l i tado o t r a d-irección a los a lemanes , q u e p o -dr í a conduc i r los hasta Sp r inge r y, de allí, hasta el m i s m o corazón de nues t r a r ed : la d i recc ión de Yvonne Kuen t s lunger , p r i m a de Spr in-ger, q u e a segura el enlace e n t r e éste y la calle de los Atrébates. Esta vez

166 LA ORQUESTA ROJA

los h o m b r e s de l a G e s t a p o d a n p r u e b a s de u n a m a y o r a s tuc ia : des-pués de enviar a Yvonne a lgunos p r o v o c a d o r e s mal d i s f razados , no t r a tan de i n t imida r l a y de tener la , s ino q u e la some ten a u n a es t recha vigilancia con la e spe ranza de l legar así has ta Spr inger , p e r o f racasan .

De la p r i s ión Saint -Gi l les nos l legan noticias i nqu ie t an t e s acerca de Á l a m o : los g u a r d i a n e s nos c o m u n i c a n q u e ha s ido t r a s l a d a d o a Berlín —lo q u e , en sí m i s m o , ya es h a r t o ex t rao rd ina r io— y luego r e i n t e g r a d o a la p r i s ión , p e r o q u e a su regreso ha s ido inscr i to con el n o m b r e d e Mijaí l M a k á r o v .

Para mí , cons t i tuye un d e s c u b r i m i e n t o saber q u e Á l a m o se l lama así, un d e s c u b r i m i e n t o n o r m a l , p o r o t ra pa r t e , p o r q u e la n o r m a exi-ge que , pa r a m a y o r s egu r idad , i g n o r e m o s r e spec t ivamen te nues t ras ve rdade ra s i den t idades . N o obs t an t e , q u i e r o q u e m e l o c o n f i r m e e l Cen t ro , al q u e i n t e r r o g o a ese r e spec to ; la respues ta es: " A f i r m a t i -v o " . I n m e d i a t a m e n t e t r ansmi to u n nuevo d e s p a c h o r a d i o t e l e g r a f í a s a l d i r ec to r p a r a p reveni r le del pe l ig ro q u e implica aque l descubr i -m i e n t o .

La A b w e h r no deja de pe r segu i rnos , p e r o p r i m e r o s igue u n a pis ta e q u i v o c a d a . En e l caso de Á lamo , en pa r t i cu la r , ha e s t ado a p u n t o de pasar de la rgo an te la ve rdad . Hacia los m i s m o s días en q u e Piepe in-terviene en la calle de los Atrébates , en el n o r t e de Franc ia se p r o c e d e a la d e t e n c i ó n de a l g u n o s resistentes, e n t r e los cuales f igura el ant i -g u o secre ta r io de A n d r é Marty d u r a n t e l a g u e r r a de España . La Ab-w e h r llega e n t o n c e s a l c o n v e n c i m i e n t o de q u e a q u e l n ú c l e o de resis-tentes f ranceses y los m i e m b r o s de la O r q u e s t a Roja de Bruselas pe r -tenecen a u n a m i s m a red, f o r m a d a p o r a n t i g u o s c o m b a t i e n t e s de las b r igadas in te rnac iona les , en t r e los cuales, c o m o ya he d i c h o , se cuen-ta Á l a m o . Piepe envía un i n f o r m e en este sen t ido a Berlín y p r o p o n e e n c e r r a r en un c a m p o de c o n c e n t r a c i ó n a t o d o s los de t en idos . Pero a q u í in te rv iene Gier ing . . . q u e m u y p r o n t o va a c ruzarse en mi ca-m i n o .

G i e r i n g es Kr imina l ra t . 2 De ah í q u e le sea c o m u n i c a d o el i n f o r m e de Piepe. No cree q u e e l hecho de h a b e r p e r t e n e c i d o a las b r i g a d a s in t e rnac iona le s cons t i tuya un n e x o elect ivo en t r e nues t ro s agentes y los resis tentes del n o r t e de Francia , p e r o r ecue rda q u e , a l d e s m a n t e -lar u n a red en Checos lovaqu ia , país en e l q u e e je rce su " c o m p e t e n -c i a " , los agen te s soviéticos d e t e n i d o s h a n h a b l a d o en sus dec larac io-nes de un oficial a v i a d o r soviético q u e h a b í a í ó r m a d o p a r t e de las b r igadas in te rnac iona les .

La desc r ipc ión de a q u e l p e r s o n a j e evoca i r res i s t ib lemente en Gie-r i ng a a q u e l Á l a m o del q u e hab la Piepe y , p a r a salir de d u d a s , dec ide

Comisar io de policía.

CALLE DE LOS ATRÉBATES, 1 0 1 167

ir a Bruselas en busca de Á l a m o . T o m a un avión y regresa a Berlín con nues t ro agen te . Allí, en l uga r de e n c e r r a r l o en la cárcel, lo retie-ne en su p r o p i o domic i l i o d u r a n t e q u i n c e días. Policía con larga ex-per iencia de la lucha a n t i c o m u n i s t a , G i e r i n g no está desprov i s to de sent ido ps icológico . Su h i jo , q u e ha p e r d i d o un b razo l u c h a n d o en la Luicwaffe, e n c u e n t r a fáciles t emas de conversac ión con Á l a m o . Mien-tras a m b o s i n t e r c a m b i a n sus impres iones , G i e r i n g visita en sus cala-bazos a los agentes de la red checoslovaca y los i n t e r r o g a : ¿ C o n o c i e -ron p e r s o n a l m e n t e a Á l a m o ? ¿ N o es tuvo l u c h a n d o c o m o ellos en las b r igadas in t e rnac iona le s? Para r e spa lda r tales p r e g u n t a s , les m u e s t r a una fo tog ra f í a . Los checos son t e r m i n a n t e s : no Ies cabe la m e n o r d u d a de q u e se t ra ta de su a n t i g u o c a m a r a d a de p r o m o c i ó n en e l cen-tro de f o r m a c i ó n de espías en Moscú . E l j u e g o ha t e r m i n a d o .

G i e r i n g se ha a p u n t a d o una b u e n a baza y re in tegra a Á l a m o a la p r i s ión Saint-Gil les , d o n d e , grac ias a los gua rd i anes , lo d e s c u b r i m o s p o r p r i m e r a vez b a j o e l n o m b r e de M a k á r o v . Los inqu i s idores , segu-ros ya del pape l d e s e m p e ñ a d o p o r Á l a m o en la lucha c landes t ina , de-ducen q u e Soph ie Poznanska y David Kamy h a n t r a b a j a d o con él. A h o r a q u i e r e n saber más cosas. S o s p e c h a n q u e a ú n t i enen m u c h o q u e a p r e n d e r . Comienzan , pues , las sesiones de to r tu ra . . .

A comienzos de verano , Á l a m o y Kamy s o n t r a s l adados al fuer te de B r e e n d o n k , d o n d e son s o m e t i d o s a cons tan tes suplicios. C o n un cora je q u e n a d a aba t i r á , a m b o s callan o b s t i n a d a m e n t e . N o confesa-rán n i un solo n o m b r e . N i n g u n a d e t e n c i ó n e f e c t u a r á n los a l emanes d e b i d o a sus declarac iones . El r a s t r o de la O r q u e s t a Ro ja se de t iene allí, de un m o d o ta jan te , pa ra los h o m b r e s de l a Abwehr .

12. LOS ERRORES DEL CENTRO

Se hab ía volat i l izado, pues , nues t ro g r u p o be lga . . . Kent, a l b a j a r hacia Marsel la , pasó p o r París. Su c o m p a ñ e r a ,

M a r g a r e t e Barcza, con la q u e se hab ía ca sado en e l mes de j u n i o , h u -b i e r a d e b i d o seguir le u n o s días m á s tarde . Pe ro , no q u e r i e n d o sepa-ra r se de ella, la hab ía t r a ído cons igo . Era i n d i s p e n s a b l e p o n e r en se-g u r i d a d a Kent. Después de sus n u m e r o s o s viajes a A l e m a n i a , Che-cos lovaqu ia y Suiza, sabía d e m a s i a d a s cosas p a r a q u e ni p o r un solo m o m e n t o p u d i é r a m o s a r r i e sga rnos a su pos ib le d e t e n c i ó n .

E l Kent con q u i e n hab lé en París parec ía m o r a l m e n t e m u y depr i -m i d o . Después de un a ñ o de t r a b a j o intensivo, l a des t rucc ión del g r u p o belga , de l q u e e ra r e sponsab le , h a b í a q u e b r a n t a d o s u energ ía . C o n lágr imas en los o jos , me d i j o :

—Tu decis ión de m a n d a r m e a Marse l la no d e j a de ser m u y acer ta -da , p e r o estoy s e g u r o de q u e en Moscú no l a c o m p r e n d e r á n . Soy un a n t i g u o oficial soviét ico y, c u a n d o regrese a la URSS, me h a r á n p a g a r la ca ída de la casa de los Arreba tes .

C o m o Spr inge r y su m u j e r t en ían la i n t enc ión de c rea r en Lyon su p rop i a red de espionaje, p ropuse al Centro la dispersión de los demás m i e m b r o s del g r u p o belga . P r o p o r c i o n a r í a m o s u n a e m i s o r a a los c o m b a t i e n t e s m á s capaces , lzbutski , Sésée y R a i c h m a n n , q u i e n e s de este m o d o t e n d r í a n c o m u n i c a c i ó n di rec ta c o n e l C e n t r o . Y Nazar in Drail ly sus t i tu i r ía a Kent en la d i recc ión de la S imexco .

La respues ta del d i r ec to r a estas p r o p o s i c i o n e s me d e j ó tan pas-m a d o c o m o c o n f u s o : sus ó r d e n e s e r a n d e q u e m e ent revis ta ra c o n e l c ap i t án del e jé rc i to soviét ico E f r é m o v (Bordo) y pus i e r a b a j o su d i -recc ión t an to a los an t i guos m i e m b r o s del g r u p o be lga de Kent c o m o a Wenzel y su red .

Yo i g n o r a b a q u i e n e ra E f r é m o v . H a b l é c o n é l p o r p r i m e r a vez en la p r i m a v e r a de 1942 en Bruselas y la i m p r e s i ó n q u e me causó fue des favorab le . Se ha l l aba ins ta lado en Bélgica desde 1939. Pe ro has ta 1942 se h a b í a l imi tado a a s e g u r a r su p r o p i a c l andes t in idad . C o m o

LOS ERRORES DEL CENTRO 169

era q u í m i c o , se h a b í a h e c h o pa sa r p o r un es tud ian te f in landés y se h a b í a m a t r i c u l a d o en la Escuela Pol i técnica. El ba lance de su activi-d a d c o m o agen te de i n f o r m a c i ó n e r a m u y e n d e b l e : e l valor de las in-f o r m a c i o n e s q u e t r ansmi t í a p o r su e m i s o r a era n u l o ; se t r a taba de un t r a b a j o de a f i c i o n a d o q u e rayaba en l a ca r ica tura , de un amas i jo de h a b l a d u r í a s y falsas conf idenc ias recog idas en los cabare t s q u e fre-c u e n t a b a la W e h r m a c h r . C o n la a y u d a de esas miga jas de i n f o r m a -ción, escr ibía g r andes " s ín tes i s " en las q u e la imag inac ión j u g a b a e l p r inc ipa l pape l . Pe ro , ¿ q u é m á s d a b a ? Los b u r ó c r a t a s del Cen t ro ha-b í a n p r e f e r i d o un cap i t án , q u e d u r a n t e tres meses hab ía c u r s a d o es-tud ios en la escuela de i n f o r m a c i ó n , a un h o m b r e b r e g a d o en las li-des del e sp iona j e real izado en la c l andes t in idad c o m o Wenzel.

D o m i n a n d o mi inquietud y mi cólera, y después de llamar la atención del C e n t r o s o b r e su r e s p o n s a b i l i d a d , t raspasé t oda mi o rgan izac ión a Ef rémov . Los ve te ranos , Wenzel, Izbutski y R a i c h m a n n , e s t aban de-so l ados p o r aque l la dec is ión . " O b e d e c e r a s e m e j a n t e idiota . . . ¡pe ro s i h a r á q u e n o s e n c h i r o n e n a t o d o s ! " , e x c l a m ó R a i c h m a n n c u a n d o s u p o l a not ic ia . Tuve q u e convencer les u n o a u n o p a r a q u e obedecie-r a n p o r espí r i tu de discipl ina . Pa ra no de j a r q u e subsis t iera l a m e n o r d u d a , en e l mes de abr i l envié a l C e n t r o un i n f o r m e en e l q u e critica-ba sin c o n t e m p l a c i o n e s las d i spos ic iones a d o p t a d a s . Dos meses más tarde , e l d i r ec to r me r e s p o n d i ó q u e , después de un nuevo y concien-z u d o e x a m e n de t o d o e l a s u n t o , c o m p a r t í a mi p u n t o de vista y me p e d í a q u e d i spe r sa ra a l g r u p o be lga .

¡ D e m a s i a d o t a rde ! En efecto , en e l mes de j u l i o de 1942, E f rémov f u e de t en ido . . . Po r falta de exper ienc ia , se a r r o j ó a ciegas en la t r a m -pa q u e le h a b í a n t e n d i d o . En abr i l , c u a n d o yo estuve en Bruselas pa r a en t rev i s t a rme c o n Ef rémov , R a i c h m a n n m e advi r t ió q u e , p o r casua l idad , h a b í a vuel to a ver al inspec tor de la pol ic ía belga Math ieu q u e , en 1940, h a b í a inves t igado su a s u n t o de las d o c u m e n t a c i o n e s falsas. M a t h i e u h a b í a c o n f e s a d o a R a i c h m a n n q u e per tenec ía —así lo pretendía— a la resistencia y le h a b í a p r o p u e s t o ayudar le , pues supo -nía q u e es taba t r a b a j a n d o p a r a u n a red c landes t ina . Sobre t o d o p o -dr í a serle útil s u m i n i s t r á n d o l e d o c u m e n t o s de i den t idad autént icos .

Aquel Ma th i eu n o m e insp i raba l a m e n o r conf ianza , p o r l o q u e o r d e n é a R a i c h m a n n q u e i n t e r r u m p i e r a todos sus con tac tos con él. Pe ro E f r émov , j u z g a n d o p e r f e c t a m e n t e na tura l q u e l e s i rvieran en b a n d e j a d e p la ta u n o s d o c u m e n t o s d e i den t idad a b s o l u t a m e n t e auténticos, prosiguió en mi Ausencia aquellas relaciones. C u a n d o Ma-th ieu le p r o p u s o ocu l t a r u n a e m i s o r a en su casa, acep tó en el ac to , y luego, a ú n llegó a un g r a d o s u p l e m e n t a r i o de inconsciencia c u a n d o e n t r e g ó su f o t o g r a f í a p a r a q u e le facil i tasen un carne t de iden t idad . Se c o n c e r t ó u n a cita j u n t o a l O b s e r v a t o r i o , p e r o Ma th i eu no a c u d i ó

170 LA ORQUESTA ROJA

so lo a la m i s m a : los h o m b r e s con g a b a r d i n a t a m b i é n e s t aban allí. Izbutski se p rec ip i tó i n m e d i a t a m e n t e a Par ís p a r a d a r m e cuen ta

de la de t enc ión de E f r é m o v . Acto segu ido p a r t i ó L é o Grossvoge i ha-cia Bruselas p a r a segui r de cerca los acon tec imien tos . . . Tres días m á s t a rde r e a p a r e c i ó E f r émov , l ibre c o m o e l a i re , en c o m p a ñ í a de un " a m i g o " . . . Expl icó a su p o r t e r a q u e la pol ic ía be lga lo h a b í a somet i -do a u n a ver i f icación de i den t idad , p e r o q u e t o d o se hab ía a r r e g l a d o .

T o d o se h a b í a a r r e g l a d o , en efec to . . . A los p o c o s días s o n de ten i -d o s Sésée, Izbutski y M a u r i c e P e p p e r (este ú l t i m o e ra el en lace con los Países Bajos). S o m e t i d o a fuer tes t o r tu ra s , el 17 de agos to P e p p e r ex-plica a la po l ic ía la m a n e r a de e n t r a r en con tac to con el j e f e del g r u p o h o l a n d é s , A n t ó n Win te r ink , q u e es c a p t u r a d o lo m i s m o q u e e l ma t r i -m o n i o H i lbo l l i ng . Nueve m i e m b r o s del g r u p o y dos e m i s o r a s se sal-van, no o b s t a n t e , de los a l emanes . E f r é m o v ha p r o p o r c i o n a d o igual-m e n t e a la pol ic ía las p r i m e r a s indicac iones acerca de la S imex y la S imexco, a u n q u e sin prec isar e l pape l exacto q u e tales asoc iac iones d e s e m p e ñ a n en la red , p o r q u e lo ignora . Pero , a pa r t i r de a q u e l día, las ac t iv idades de a m b a s soc iedades serán d i s c r e t amen te vigiladas.

C u a n d o Piepe se e n t e r a de las señas de la S imexco, c ree q u e está s o ñ a n d o : ¡ p e r o s i ha a l q u i l a d o un d e s p a c h o en e l m i s m o edif ic io! C u a n d o E f r é m o v le descr ibe a l " g r a n j e f e " , se da u n a p a l m a d a en la f ren te y e x c l a m a :

— ¡Dios m í o ! ¡Me he c r u z a d o con él en la escalera e inc luso lo he s a l u d a d o c o n u n s o m b r e r a z o !

E f r é m o v hab la sin q u e lo t o r t u r e n ; los h o m b r e s de la G e s t a p o h a l a g a n h á b i l m e n t e sus s en t imien tos nac iona les y tocan la c u e r d a del viejo a n t i s e m i t i s m o :

— ¡Tú, un u c r a n i a n o , t r a b a j a r a las ó r d e n e s de un j u d í o ! Le a m e n a z a n con e je rcer represa l ias sobre su famil ia y l uego se lo

llevan a real izar un viaje " t u r í s t i c o " p o r A leman ia pa r a mos t r a r l e . . . las real izaciones del G r a n Reich. . . En suma , E f r é m o v h a b l a . En total , p o r cu lpa suya, m á s de t re in ta p e r s o n a s son ap resadas , p o r famil ias en teras . Eso r ep resen ta e l d o b l e de los efect ivos del g r u p o belga .

A f inales de agos to , E f r é m o v e n c u e n t r a a G e r m a i n e Schne ide r , q u e pe r t enec í a a la red de Wenzel , y le revela su j u e g o : ha s ido dete-n i d o , le dice . Los a l e m a n e s lo saben t o d o y él ha dec id ido salvar su piel. P r o p o n e a G e r m a i n e q u e se le u n a y a ñ a d e :

— C o m p r e n d e q u e , p o r lo q u e se ref iere a O t t o , éste s i e m p r e se sa ld rá b i e n del m a l paso , y s e r e m o s noso t ro s los q u e c a r g a r e m o s con e l m o c h u e l o . En tonces , lo m e j o r q u e p o d e m o s hacer es p a s a r n o s a los a l e m a n e s y salvar así nues t r a vida. . .

G e r m a i n e d e m o r a su respues ta hasta el dia s iguiente y se p rec ip i -ta a París p a r a p r e v e n i r m e . I n m e d i a t a m e n t e la envío a Lyon .

LOS ERRORES DEL CENTRO 171

Los Schne ider , de nac iona l idad suiza, t r a b a j a b a n en las es t ruc tu-ras del K o m i n t e r n desde hacía m á s de veinte años . H a b í a n s ido agen -tes de enlace, co r r eos y estafetas postales . De este m o d o , Franz y Ger -m a i n e Schne ide r h a b í a n t r a t a d o y c o n o c i d o a n u m e r o s o s mi l i tan tes e u r o p e o s : has ta la gue r r a , su casa de Bruselas hab ía servido de m a -d r i g u e r a a los d i r igen tes c o m u n i s t a s q u e se ha l l aban de paso en Bél-gica. Thorez y Duelos h a b í a n d o r m i d o allí. Los Schne ider e ran m u y a m i g o s de los " v i e j o s " del K o m i n t e r n , en pa r t i cu la r de R o b i n s o n y de su ex-esposa Clara Schabbe l , q u e a la sazón e ra el agen t e de enlace en t r e Berlín y Wenzel.

Franz Schne ide r no e ra un m i e m b r o act ivo de l a O r q u e s t a Roja , a u n q u e , p o r sus an t e r i o r e s con tac tos , e s t aba a l c o r r i e n t e de m u c h a s cosas. Al cons t a t a r la desapa r i c ión de su m u j e r , los a l e m a n e s e n t r a n en re lación c o n é l p o r m e d i a c i ó n de E f r émov . Franz no cree en e l do -ble j u e g o de este ú l t i m o y, sin sospechar lo , t r a b a j a d u r a n t e casi tres meses p a r a los a l emanes . En t re o t ros , les íácilita e l n o m b r e del a m i g o í n t imo de R o b i n s o n , e l o p e r a d o r de r ad io G r i o t t o . Po r o r d e n del co-m a n d o especial , R a i c h m a n n e n t r a en re lac ión con G r i o t t o y así los a l e m a n e s d e s c u b r e n a R o b i n s o n . A par t i r de aque l día , H e n r y Ro-b inson está en " l i be r t ad v ig i l ada" . Pe ro no será has ta o c t u b r e de 1942, es decir , has t a el m o m e n t o en q u e el S o n d e r k o m m a n d o se con-vence de q u e ya no p u e d e o b t e n e r n i n g u n a nueva ind icac ión de Franz Schneider , c u a n d o este ú l t i m o será d e t e n i d o lo m i s m o q u e las d o s h e r m a n a s d e G e r m a i n e .

Sin m á s t a rdanza , aviso a l C e n t r o de lo q u e o c u r r e , p e r o rec ibo u n a respuesta e n l o q u e c e d o r a del d i r ec to r : " O t t o , a n d a us ted m u y e q u i v o c a d o . S a b e m o s q u e la po l ic ía belga ha d e t e n i d o a E l r émov p a r a verificar su d o c u m e n t a c i ó n , p e r o t o d o se ha a r r e g l a d o . Además , E l r émov sigue e n v i á n d o n o s un mater ia l m u y i m p o r t a n t e que , des-pués de un es t r ic to con t ro l , ha reve lado ser de p r i m e r a c a l i d a d " .

El Cen t ro ni s iqy iera se p l a n t e a b a la cues t ión de aver iguar p o r q u é E f r é m o v mul t ip l i caba de p r o n t o sus p roezas in lo rmat ivas . En rea l idad , e r a la in tox icac ión q u e c o m e n z a b a . . . E l d i rec to r , c r eyendo sin d u d a q u e la lista de las p e r s o n a s d e t e n i d a s no era comple t a , me p id ió a p r i m e r o s de s e p t i e m b r e q u e me desplazara a Bruselas pa r a en t rev i s t a rme con Ef rémov . . . N u e s t r o g r u p o de vigilancia, a l q u e en-v iamos al lugar de la cita, cons t a tó q u e en los cafés de los a l r e d e d o r e s a b u n d a b a n los c o n s u m i d o r e s q u e pa rec ían m á s in te resados p o r e l e spec tácu lo de la calle q u e p o r e l c o n t e n i d o de sus copas . Además , no lejos de allí, u n o s coches negros e sbozaban un i nqu i e t an t e ballet . . .

M i e n t r a s t an to , h a c i e n d o gala de g r a n cora je , con el revólver a l a lcance de la m a n o y un p r o d u c t o q u í m i c o p res to a des t ru i r los des-p a c h o s r a d í o t e l e g r á f k o s en unos segundos , Wenzel s igue e m i t i e n d o .

172 LA O R Q U E S T A ROJA

Local izada p o r la g o n í o , su casa es asa l tada en p l ena noche . Wenzel se lanza a los t e jados d i s p a r a n d o c o n t r a sus pe r segu ido re s . Un cente-n a r de p e r s o n a s , de spe r t adas p o r los d i spa ros , s iguen con l a m i r a d a su fugit iva si lueta. Desaparece en un edif ic io ce rcano . Los a l e m a n e s lo d e s c u b r e n en un só tano . . . Sé m u y bien q u e , en los a rch ivos a l e m a -nes, se p r e s e n t a a Wenzel c o m o un t r a idor q u e h a b r í a c o l a b o r a d o con e l e n e m i g o después de su c a p t u r a . ¡ B u r d a m a n i o b r a p a r a des-h o n r a r a u n a n t i g u o mi l i tan te , a m i g o d e Erns t T h a e l m a n n ! C o m o ve remos , l a rea l idad f u e m u y d is t in ta .

En los ú l t imos días de ene ro , n u e s t r o g r u p o de vigilancia cons ta ta q u e la casa de la calle de los Arrebates ya no está vigilada. I n m e d i a t a -m e n t e envío a ella a d o s h o m b r e s , p rovis tos de pape les de la Ges ta-po , p a r a q u e r e c u p e r e n los l ib ros q u e , así lo e s p e r o , se ha l l an todav ía en la h a b i t a c i ó n de Soph ie Poznanska . Tales l ib ros poseen en efec to un interés. . . m u y p a r t i c u l a r : e l c ó d i g o ut i l izado p a r a c i f rar nues t ro s m e n s a j e s se cons t ruye p a r t i e n d o de u n a de esas ob ras .

E l d o c t o r Vauck, j e f e del g r u p o q u e t ra ta de desc i f rar los cód igos enemigos , no lo i g n o r a : p o r eso hace ped i r a la sede de la G e s t a p o en Bruselas q u e le envíe los l ibros de los q u e d e b i e r o n a p o d e r a r s e a l e fec tuar el regis t ro de la casa de los Atrébates . La G e s t a p o r e s p o n d e q u e no se p r e o c u p ó de el los y q u e , a d e m á s , a h o r a ya no se e n c u e n -t ran e n aque l l a casa. Vauck c o m p r e n d e en tonces l o o c u r r i d o . N o p o r el lo se a r r e d r a y h a c e i n t e r r o g a r de nuevo a Rita A r n o u l d , q u i e n re-c u e r d a los c inco t í tulos de las o b r a s q u e s i e m p r e es t aban s o b r e la mesa de Soph ie .

Pa ra d a r c o n la o b r a clave, e l d o c t o r Vauck sólo d i s p o n e de u n a p a l a b r a , " p r o c t o r " , que , gracias a u n o s cálculos m u y e l a b o r a d o s , ha l o g r a d o desc i f rar en e l pedazo de p a p e l m e d i o ca lc inado q u e se h a l l ó en l a c h i m e n e a . " P r o c t o r " no f igura en n i n g u n a de las c u a t r o p r i m e -ras o b r a s . La qu in t a , El milagro del profesor Wolman, no hay q u i e n logre e n c o n t r a r l a en n i n g u n a par te . Después de l a rgas pesquisas en los li-b r e r o s de lance, e l cap i t án Karl von Wedel se hace con un e j e m p l a r de este l i b ro el 17 de m a y o de 1942. En tonces el doc to r Vauck se en -f ren ta c o n los 120 despachos que , c i f r ados según aque l c ó d i g o , h a n s ido i n t e r cep t ados p o r las es tac iones de escucha a l e m a n a s d e s d e e l mes de j u n i o de 1941.

El 15 de j u l i o de 1942, los técnicos del g r u p o Vauck desc i f r an el s iguiente m e n s a j e :

KL 3 DE R.T.X. 1010 - 1725 WDS GBT DEL DIRECTOR A KENT. PERSONAL Vaya inmediatamente Berlín tres direcciones indicadas y averigüe cau-sas fracasos comunicaciones radio. Si se repiten interrupciones, encár-

LOS ERRORES DEL CENTRO 173

guese de las transmisiones. Trabajo tres grupos berlineses y transmi-sión informaciones son de importancia capital. Direcciones: Neuwes-tend, Altenburger alie 19, tercero derecha. Coro Charlottenburg, Fre-deriastrasse 26 a, segundo izquierda. Volf-Friedenau, Kaiserstrasse 18, cuarto izquierda. Bauer. Recuerde aquí "Eulenspiegel". Contraseña: director. Dé noticias antes 20 octubre. Nuevo plan (repetimos nuevo) en vigor para las tres estaciones gbt ar KLS de RTX.

P o r incre íb le q u e parezca, e l d i rec tor h a b í a e n v i a d o p o r las o n d a s las señas de los tres r e sponsab les del g r u p o ber l inés , Schulze-Boysen, Arvid H a r n a c k y Kuckhof í . C u a n d o es to o c u r r i ó , ya me e s p a n t ó aque l l a d e s c o m u n a l i m p r u d e n c i a . . . Q u e los a l e m a n e s log ren desci-f r a r n u e s t r o c ó d i g o —pensé, p u e s sabía q u e n i n g ú n c ó d i g o es inviola-ble, p o r m u y háb i l q u e parezca—, y leerán en n e g r o s o b r e b l a n c o es-tas señas. El 15 de j u n i o de 1942 así ocu r r ió .

La G e s t a p o no se prec ip i ta a e x p l o t a r aque l marav i l lo so regalo . . . s ino que , l en t amen te , sitúa r a t o n e r a s , instala vigilantes y conecta es-cuchas te le fónicos .

La m a l a suer te t o m a cartas en e l a s u n t o : u n o de los m i e m b r o s de la r ed ber l inesa , H o r s t H e i l m a n n , pres ta sus servicios. . . en e l g r u p o del d o c t o r Vauck, p e r o no se e n t e r a del l a m o s o y decisivo d e s p a c h o r ad io t e l eg rá f i co has ta e l 29 de a g o s t o . Sin p e r d e r un m o m e n t o , tele-fonea a Schulze-Boysen, p e r o éste se ha a u s e n t a d o de la capital ale-m a n a . H e i l m a n n le de ja e n t o n c e s r ecado de q u e le l l ame u rgen te -m e n t e a su de spacho . El d ía 30, a p r i m e r a s h o r a s de la m a ñ a n a , Schulze-Boysen l lama, p e r o es Vauck en p e r s o n a q u i e n descuelga el t e lé fono . . .

—Schulze-Boysen al a p a r a t o . . . Vauck se q u e d a e s tupe fac to y cree q u e se t ra ta de una p rovoca -

c ión, p e r o no p o r e l lo de ja de d a r aviso a la Ges tapo . Aque l m i s m o día Schulze-Boysen es d e t e n i d o . A par t i r del 30 de agos to , en pocas s e m a n a s sesenta m i e m b r o s del g r u p o ber l inés s o n a p r e s a d o s . A l ina-Ies de o c t u b r e , el n ú m e r o de las de tenc iones es supe r io r a c ien to t reinta .

¿ Q u i é n es e l r e s p o n s a b l e de la an iqu i l ac ión del g r u p o Schulze-B o y s e n - H a r n a c k ? D u r a n t e los meses q u e s igu ie ron a mi de tenc ión y en los q u e estuve j u g a n d o "e l g r a n j u e g o " , un día en q u e un íue r t e c o n s u m o de c o ñ a c h a b í a e n t u r b i a d o a lgo l a m e n t e del Kr imina l ra t Gier ing , le p r e g u n t é en e l t o n o amis to so y cínico q u e era de r igo r en nues t ras re lac iones :

—¿De veras cree usted q u e son espías todas las pe r sonas , más de cien, q u e us tedes h a n d e t e n i d o e n Ber l ín?

G i e r i n g me r e s p o n d i ó en e l m i s m o t o n o : —Ya sabe us ted, O t t o , q u e e n t r e c ien to c incuenta p e r s o n a s de teni -

174 LA ORQUESTA ROJA

das, s i e m p r e cabe descub r i r con certeza a veinte espías. Esta b ru t a l respues ta del Kr iminal ra t era u n a m e n t i r a f ác i lmente

de tec tab le . Las de t enc iones masivas l levadas a c a b o en Berlín o b e d e -cían a u n a s razones m u y dis t in tas y c o n s i d e r o q u e es mi d e b e r preci-sarlas a q u í y a h o r a .

De hecho , la r e sponsab i l i dad de la l iqu idac ión del g r u p o ber l inés recae en la d i recc ión del servicio de i n f o r m a c i ó n mi l i ta r de Moscú y en el c o m i t é centra l del p a r t i d o comuni s t a ¡legal a l e m á n . Ya lo he ex-p l i cado an tes con t o d o deta l le : p o r o r d e n de Stal in, de 1939 a 1941 el servicio de i n f o r m a c i ó n mi l i ta r no es tuvo a u t o r i z a d o a de sa r ro l l a r la m e n o r act ividad en A leman ia . A par t i r de 1933, se f o r m a r o n en este país var ios g r u p o s de resistentes, c o m o e l de H a r r o Schulze-Boysen, e l de Arvid H a r n a c k , u n o de fuer tes tendencias c o m u n i s t a s d i r i g ido por J o h a n n Sieg, el de Wilhelm Guddorf , igualmente comunista , el del d o c t o r J o h n Ri t tmeis ter , e l de l a j u v e n t u d j u d í a , b a j o l a d i recc ión de H e r b e r t B a u m a n n , e l de Rotho lz y o t ro s más a ú n . En 1938-1939, los g r u p o s Schulze-Boysen y Arvid H a r n a c k se f u s i o n a r o n en u n a o rga -nización única, en cuyo seno e je rc ie ron su act ividad los o t ro s g r u p o s de la resistencia in te r io r a l e m a n a . Así nac ió la o rgan izac ión Schulze-B o y s e n - H a r n a c k , d e n o m i n a c i ó n de la q u e todavía se hace uso en la Repúb l i ca Democrá t i ca A l e m a n a .

La d i recc ión del p a r t i d o comun i s t a acep tó en tonces la act iv idad y las iniciat ivas de esos g r u p o s a l emanes de resistentes. En 1937, c u a n -do me entrevis té p o r ú l t i m a vez con el genera l Berzin, le i n t e r r o g u é acerca de las perspect ivas q u e tendr ía en A l e m a n i a la c reac ión de un g r u p o de e s p i o n a j e mi l i ta r a semejanza de la O r q u e s t a Roja . . . El ge-neral me r e s p o n d i ó q u e la d i rección del servicio de i n f o r m a c i ó n mil i-tar c i f raba g r andes esperanzas en la a c t u a c i ó n de a lgunas p e r s o n a s que , hasta e l inicio de la gue r r a , no deb ían de sa r ro l l a r n i n g u n a acti-v idad q u e p u d i e r a c o m p r o m e t e r l a s . Berzin p e n s a b a c i e r t amen te y en p r i m e r lugar en el g r u p o d i r ig ido p o r Schulze-Boysen y Arvid H a r -nack.

¿ C ó m o p u d o p e r m i t i r l a d i rección del servicio de e s p i o n a j e mil i-tar de M o s c ú y e l p a r t i d o comun i s t a ilegal a l e m á n q u e u n o s h o m b r e s c o m o Schulze-Boysen y Arvid H a r n a c k l legaran a ser los d i r igen tes de u n a o rgan izac ión e x t r e m a d a m e n t e r ami f i cada de resistentes y , en consecuenc ia , q u e c o n s t a n t e m e n t e es tuvieran en pe l ig ro de caer en m a n o s de la G e s t a p o ?

D e s p u é s de la e j ecuc ión del general Berzin, los nuevos d i r igen tes del servicio soviético de i n f o r m a c i ó n mil i tar , lo m i s m o q u e e l p a r t i d o c o m u n i s t a ilegal a l e m á n , s igu ie ron la pol í t ica de Stal in. C o n f i a b a n q u e un c o m p r o m i s o con e l III Reich descar tar ía t o d o pe l ig ro de gue-r ra d u r a n t e a l g u n o s años . Esta s i tuación se p r o l o n g ó has ta 1941.

LOS ERRORES DEL CENTRO 175

Pe ro fue en 1941 c u a n d o Schulze-Boysen y Arvid H a r n a c h c r e a r o n el g r u p o q u e d e b í a consag ra r se exc lus ivamente a ia i n f o r m a c i ó n mil i-tar . Si e x a m i n a m o s c u i d a d o s a m e n t e la lista de Jas pe r sonas encarce-ladas, c o n s t a t a m o s q u e t an sólo unas veinte o veint icinco de ellas per tenec ían a ese g r u p o . No obs tan te , las reglas e lementa les q u e ri-gen toda consp i r ac ión exigían q u e ese g r u p o par t i cu la r estuviera ri-g u r o s a m e n t e a i s lado de los d e m á s g r u p o s q u e se o c u p a b a n de la re-sistencia in te r io r , t a n t o en lo q u e respecta a l t r a b a j o c o m o en lo q u e se ref iere a la d i recc ión . H a b l a n d o con p r o p i e d a d , lo q u e o c u r r i ó es realmente increíble: ¡Wilhelm Guddorf y j o h a n n Sieg, conocidos c o m o mil i tantes c o m u n i s t a s c landes t inos , p a s a r o n a f o r m a r pa r t e de la di-rección del g r u p o Schu lze -Boysen-Harnack en cal idad de represen-tantes oficiales del p a r t i d o c o m u n i s t a a l e m á n !

A pesar de sus nuevas tareas, H a r r o Schulze-Boysen y Arvid H a r -nack c o n t i n u a r o n d i r i g i endo Jos g r u p o s de acción de la resistencia in te rna j u n t o c o n J o h n Sieg, Wi lhe lm G u d d o r f , Wal te r H u s e m a n n , H e r b e r t G r a s s e y o t ro s jefes comunis tas .

¿ F u e , pues , u n a so rp re sa e l d e s c u b r i m i e n t o , en 1942, del g r u p o S c h u l z e - B o y s e n - H a r n a c k ? En a b s o l u t o .

I n m e d i a t a m e n t e después de las de tenc iones e fec tuadas en la calle de los Atrébates , en Bruselas, i n f o r m é de las mi smas t an to a la Cen-tral de Moscú c o m o a l g r u p o Schulze-Boysen. En t r e los d e s p a c h o s env iados y rec ib idos de o c t u b r e a d i c i embre de 1941 se e n c u e n t r a el r a d i o g r a m a fatal , e x p e d i d o el 10 de o c t u b r e p o r la Centra l de Moscú , en el q u e se o r d e n a b a a Kent q u e se desp lazara i n m e d i a t a m e n t e a Berl ín y se pus ie ra en re lac ión con Schulze-Boysen, H a r n a c k y Kuck-hof f , así c o m o t a m b i é n c o n Use Stóbe , agen t e de Moscú desde 1932, y con el r a d i o p e r a d o r Schulze, q u e desde 1929 t r a b a j a b a con la di rec-ción del servicio de i n f o r m a c i ó n mi l i ta r ( a m b o s no tenían abso lu t a -m e n t e nada q u e ver con e l g r u p o de la O r q u e s t a Roja) . El d e s p a c h o c i f r a d o c o n t e n í a i g u a l m e n t e las señas de las p e r s o n a s con las q u e Kent deb ía en t rev is ta rse en Berl ín, y su desc i f r ado tenía q u e p o n e r in-m e d i a t a m e n t e a la G e s t a p o sob re su pista. P e r o la d i recc ión no hizo e l m e n o r caso de mi adver tenc ia .

En abri l de 1942 hice l legar o t r o aviso a la Centra l . Se hab ía des-cub i e r t o e l v e r d a d e r o n o m b r e de Á l a m o : Mijaíl Makárov , oficial del servicio de i n f o r m a c i ó n mil i tar . Desg rac i adamen te , esta noticia t a m -p o c o suscitó n i n g u n a reacc ión en Moscú (Makárov y Soph ie Poz-nanska e r a n los q u e , de sde el mes de o c t u b r e has ta el 13 de d i c i e m b r e de 1941, h a b í a n c i f r a d o y r e m i t i d o los despachos des t inados a Mos-cú). C o m o a h o r a s abemos , n i Soph ie Poznanska n i M a k á r o v revela-ron a la G e s t a p o nues t ro c ó d i g o , s ino q u e el cap i t án Karl von Wedel de scub r ió e l 17 de m a y o de 1942 en u n a t ienda de a n t i g ü e d a d e s par i -

176 LA ORQUESTA ROJA

siense el l ib ro [El milagro del profesor Wolman) con a r r e g l o al cual se ci-f r a b a n los mensa jes .

Hac ía t i e m p o q u e la G e s t a p o s o s p e c h a b a de Schulze-Boysen. Ac-t u a l m e n t e lo s a b e m o s p o r lo q u e ha escr i to Elsa Schulze-Boysen en la p á g i n a 23 de su o b r a Harro Schulze-Boysen, Das Bild eines Freiheitskámp-

fer ( H a r r o Schulze-Boysen, r e t r a to de un c o m b a t i e n t e de la l iber tad) : " M i e n t r a s t an to , los esb i r ros de Hi t le r lo es tán a c e c h a n d o desde hace t i e m p o . Efec túan d o s regis t ros en su domic i l i o d u r a n t e los seis pr i-m e r o s meses de 1942, a u n q u e sin r e s u l t a d o a l g u n o , regis t ros q u e no l og ran hacer le vacilar. Ha p u e s t o a b u e n r e c a u d o en casa de unos a m i g o s sus pape les y d o c u m e n t o s " . Es c o m p r e n s i b l e q u e un regis t ro domic i l i a r i o n o d é n i n g ú n r e su l t ado c o n u n h o m b r e c o m o H a r r o Schulze-Boysen, p e r o e so d e m u e s t r a q u e l a G e s t a p o lo vigi laba.

Lo q u e v ino después , l o c o n o c e m o s s o b r a d a m e n t e . Las fuentes oficiales a l e m a n a s n o s h a n d i cho q u e el fatal d e s p a c h o d i r ig ido el 10 de o c t u b r e a Kent f u e de sc i f r ado el 15 de j u l i o s iguiente . E n t o n -ces b a s t a r o n seis s e m a n a s de intensivas pesqu i sas ; e l 30 de agos-to la G e s t a p o ya h a b í a r e c o g i d o suf ic iente mater ia l p a r a p r o c e d e r a la de t enc ión de sesenta pe r sonas , g r a n p a r t e de las cuales pe r t ene -cían a l servicio de i n f o r m a c i ó n mil i tar . C ie r to es q u e n i n g u n o de los c incuen ta o sesenta de spachos desc i f r ados m e n c i o n a b a el m e n o r n o m b r e . P e r o su c o n t e n i d o h a b í a s u m i n i s t r a d o a la G e s t a p o u n o s in-dicios evidentes acerca de los r emi ten tes , t o d o s los cuales f o r m a b a n p a r t e del c í rcu lo de a m i g o s y c o n o c i d o s de Schulze-Boysen y de H a r n a c k .

S a b e m o s a d e m á s q u e , i n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s d e l a d e t e n c i ó n de Schulze-Boysen, su m u j e r , Liber tas , y H o r s t H e i l m a n n d i e r o n la a l a r m a . En m e n o s de q u i n c e días, Arvid H a r n a c k , J o h a n n G r a u d e n z , G ü n t h e r Weis senorn , H a n s C o p p i , A d a m Kuckhof] , A n n a Krauss, Erika von Brockdor f f , H a n s H e l m u t H i m p e l , e l " p i a n i s t a " H e l m u t Ro lo f y m u c h o s o t r o s r ec ib i e ron este aviso. D e s g r a c i a d a m e n t e igno-r a b a n q u e , desde hacía t iempo, la G e s t a p o los vigi laba día y n o c h e y se i m a g i n a r o n q u e les bas t aba d e s t r u i r sus a p a r a t o s de r a d i o p a r a evi tar la de tenc ión .

Después del e n c a r c e l a m i e n t o de Schulze-Boysen e l 30 de agos to , se p r o d u j o el de Liber tas el d ía 3 de s e p t i e m b r e y el de H o r s t Heil-m a n n el d í a 5 del m i s m o mes . En la p r i m e r a mi t ad de la s e g u n d a se-m a n a d e sep t i embe f u e r o n d e t e n i d o s A d a m y G r e t a Kuckhof] , J o -h a n n G r a u d e n z , H a n s y H i l d e C o p p i , Kur t y El izabeth Schumache r . L u e g o s igu ie ron e l m i s m o c a m i n o Use S tóbe , Kurt Schulze, He in r i ch Scheel, Wal te r Küchenmeis t e r y Richar Weissenste iner . De h a b e r es-t a d o r i g u r o s a m e n t e a i s l ado de los d e m á s g r u p o s de resistencia e l nú-c leo centra l de l a O r q u e s t a Ro ja , sin d u d a a l g u n a m á s de t re in ta pe r -

LOS ERRORES DEL CENTRO 177

sonas h a b r í a n e scapado de las m a n o s de la Ges t apo . EI r e s u l t a d o de tan e s p a n t o s o e r r o r fue , en p r i m e r lugar , la de-

tención de Ilse S töbe y de Kur t Schulze, q u e no í o r m a b a n p a r t e de la O r q u e s t a R o j a y a qu i enes la o leada de enca rce l amien tos sólo a r ras -t ró a consecuenc ia de las ind icac iones dadas p o r la centra l de Moscú. Estas d o s de tenc iones inc i ta ron en tonces a la G e s t a p o a intensif icar sus i ndagac iones sobre los m i e m b r o s del servicio de i n f o r m a c i ó n mi-litar q u e e je rc ían u n a act ividad para le la a la de la O r q u e s t a Roja . El a te r r iza je de o c h o paraca id is tas en dis t in tos p u n t o s del t e r r i to r io del Reich p e r m i t i ó a la G e s t a p o efec tuar nuevas de tenc iones . En m a y o de 1942, B ö r n e r , Alber t Höss le r , Erwin P a n n d o r f , E r n a Eiller, W i l h e l m Fc l l endor f y R o b e r t Bart a te r r izaban en el suelo a l e m á n , y luego, el 23 de o c t u b r e , lo hizo He in r i ch Koenen .

De t o d o s ellos, só lo Alber t Höss le r y R o b e r t Bart e s t aban des t ina-dos a t r a b a j a r c o m o o p e r a d o r e s de r a d i o en e l g r u p o de la O r q u e s t a Ro ja . H e i n r i c h Koenen , q u e a terr izó e l 23 de oc tub re , deb ía e n t r a r en con tac to c o n Ilse Stöbe, q u e a la sazón es taba ya de ten ida . T o d o s los d e m á s t en ían q u e un i r se a los g r u p o s de resistencia c o m u n i s t a , par t i -c u l a r m e n t e e n H a m b u r g o .

A finales de 1941, se hab ía rec ib ido en Aleman ia una c o m u n i c a -c ión acerca de ese a terr izaje , así c o m o la o r d e n de p r e p a r a r l o t o d o p a r a recibir a esos h o m b r e s y velar p o r su s egu r idad . Desgrac iada-m e n t e , la o r d e n no f u e c u m p l i d a y e l g r u p o de los paraca id i s tas q u e -dó a b a n d o n a d o a su suer te . Desde el p r i m e r día de su salto, la Gesta-po p u d o segui r sus huel las . Börne r fue c a p t u r a d o en Viena e l 8 de j u -lio. Erwin P a n n d o r f lo f u e a s imi smo en e l mes de ju l io . Alber t Höss -ler y R o b e r t Bart no l o g r a r o n uni rse al g r u p o ber l inés de la O r q u e s t a Ro ja has ta los p r i m e r o s días del mes de agos to . Y Wi lhe lm Fel lendor l y E r n a Eitler no l legaron hasta e l mes de o c t u b r e a H a m b u r g o , d o n -de ten ían q u e en t r a r en con tac to con e l g r u p o de resistencia c o m u -nista de B e r n h a r d Bästlein.

En e l mes de agos to , Alber t Höss ler p u d o es tablecer con t ac to p o r r a d i o c o n l a Cent ra l de Moscú . R o b e r t Bart tuvo m e n o s suer te , p e r o log ró env ia r a Moscú tres despachos c i f rados . Desg rac i adamen te , los resistentes a l e m a n e s f u e r o n incapaces d e p r o p o r c i o n a r l e s u n a lo ja-m i e n t o a p r o p i a d o . A m b o s vivían, pues , en u n o s pisos q u e ya hab ían ut i l izado H a n s C o p p i y Kur t Schulze y q u e pe r t enec í an a Kur t Schu-m a c h e r , Er ika von Brockdor f f y O d a Scho t tmül le r . La G e s t a p o que , c o m o ya h e m o s d icho , seguía las huellas de esos paraca id is tas , l og ró descub r i r así unos n o m b r e s q u e quizá n u n c a h u b i e r a c o n o c i d o .

A u n q u e a lgunos m i e m b r o s de los g r u p o s de resistencia se sintie-r o n presa del p á n i c o después de la d e t e n c i ó n de Schulze-Boysen y de Arvid H a r n a c k , pocos de ellos c o m p r e n d i e r o n la m a g n i t u d del peli-

178 LA ORQUESTA ROJA

gro q u e los a m e n a z a b a y la i m p e r i o s a neces idad de h u i r en q u e se ha -l l aban . P e r m a n e c i e r o n en su domic i l i o o se r e f u g i a r o n en casa de al-g ú n a m i g o d o n d e la Ges t apo los descubr ió y ap resó sin la m e n o r di-f icul tad.

A f inales de o c t u b r e de 1943, la G e s t a p o hab ía p u e s t o la m a n o s o b r e m á s de c iento t re inta pe r sonas . ¿ Q u i é n e s e r a n tales p e r s o n a s ?

U n a s veint ic inco h a b í a n pe r t enec ido di rec ta o i nd i r ec t amen te al g r u p o Schu lze -Boysen-Harnack . P e r o en t re ellas se c o n t a b a n asimis-mo los o c h o s paracaidis tas , así c o m o diez mi l i tan tes q u e , desde 1930, e ran agentes del servicio soviético de i n f o r m a c i ó n mi l i t a r y n a d a te-nían q u e ver con la O r q u e s t a Roja . En 1937, h a b í a n q u e d a d o desco-nec t ados de la Cent ra l de Moscú , p e r o después de inic iadas las hos t i -l idades germano-sov ié t i cas , l a Cent ra l , p o r m e d i a c i ó n del g r u p o de la O r q u e s t a Roja , h a b í a r e a n u d a d o sus re lac iones con ellos, lo q u e cons t i tuyó un pe l ig ro s u p l e m e n t a r i o p a r a los m i e m b r o s de l a O r -ques ta . T o d a s las d e m á s pe r sonas ap resadas n u n c a h a b í a n t r a b a j a d o en e l servicio de i n f o r m a c i ó n , a u n q u e f o r m a b a n p a r t e de los g r u p o s de resistencia con t r a el naz ismo.

Así pues , ¿ c u á n d o se en t e ró la Centra l de Moscú de todas esas de-t enc iones?

En los p r i m e r o s días de agos to de 1942, yo avisé a la Cent ra l y la puse en an teceden te s acerca de la de tenc ión de E f r é m o v y su t ra ic ión . La Cent ra l sabía p e r f e c t a m e n t e q u e E f r é m o v m a n t e n í a con tac tos con el g r u p o Schu lze -Boysen-Harnack . Pero, u n a vez más, mi aviso f u e d e s g r a c i a d a m e n t e en vano . En s ep t i emb re de 1942, la Cen t ra l c o n f i ó a O t t o P in te r (Pakbo) , c o l a b o r a d o r de R a d o en Suiza, la mis ión de i n f o r m a r s e c o n t o d a exact i tud de lá s i tuac ión del g r u p o berl inés . A f ina les de s ep t i embre , P a k b o advi r t ió a M o s c ú q u e se h a b í a n descu-b ie r to a lgunas o rgan izac iones m u y extensas, q u e ya se h a b í a n prac t i -cado n u m e r o s a s de tenc iones , q u e e r a n de e spe ra r o t ras m u c h a s y q u e tales de t enc iones a f ec t aban sob re t o d o a los d i r igentes y a los o p e r a -dores de r ad io de los dist intos g r u p o s . El d i r ec to r r e s p o n d i ó a P a k b o q u e e r a n insuf ic ientes aque l las i n f o r m a c i o n e s y q u e deb ía en te ra r se con t oda exac t i tud de c u á n d o h a b í a s ido d e s c u b i e r t o e l g r u p o , de c u á n d o h a b í a n c o m e n z a d o las de tenc iones y de cuáles e r a n las p e r s o -nas c a p t u r a d a s .

Albe r t Hóss le r no f u e a p r e s a d o an tes de finales de s ep t i embre . Estoy s e g u r o de q u e , tras las de tenc iones q u e se h a b í a n p rac t i cado a pa r t i r de los p r i m e r o s días de sep t i embre , a ú n tuvo la pos ib i l i dad de remi t i r un r a d i o g r a m a p o r lo m e n o s a la Cent ra l pa r a p o n e r l a a l co-r r ien te de la s i tuac ión del g r u p o ber l inés .

La Cent ra l no se t o m ó en ser io n i n g u n a de esas comun icac iones , c o m o así lo p r u e b a n los s iguientes h e c h o s :

LOS ERRORES DEL CENTRO 179

En o c t u b r e , p o r m e d i o de u n a e m i s o r a c a p t u r a d a , La G e s t a p o pi-d ió a la d i recc ión q u e env ia ra a Berl ín un pa raca id i s t a con los f o n d o s necesar ios p a r a q u e Use S tóbe p u d i e r a r e a n u d a r e l con tac to con Ru-do l f von Schel iha , conse j e ro de legación en e l min i s t e r io de A s u n t o s Exter iores del Reich. ¡Y la d i recc ión acep tó esa d e m a n d a y le d io cur -so c o m o si n a d a sup ie ra de las de tenc iones masivas q u e ya se h a b í a n p r o d u c i d o ! El 23 de o c t u b r e , He in r i ch Koenen d e s e m b a r c a b a en Prusia o r i en ta l , en el sector de Os t e rode , y el 28 del m i s m o mes esta-blecía con tac to en Berl ín con un agen te de la Ges t apo , q u e se hizo pa sa r p o r Ilse Stóbe. El día 29, la G e s t a p o p roced í a a la d e t e n c i ó n de He in r i ch Koenen y, el d ía 30, a la del c o n s e j e r o de l egac ión von Schel iha.

T o d o eso c o n f i r m a , pues , q u e la Cent ra l de Moscú es e l p r inc ipa l r e s p o n s a b l e t an to de la l iqu idac ión del g r u p o ber l inés , c o m o de la des t rucc ión de los g r u p o s belga y f rancés . Moscú n a n e a hab r í a j u g a -do con tan incre íb le ligereza con la vida de u n o s h o m b r e s marav i l lo -sos, d o t a d o s a d e m á s del m a y o r esp í r i tu de sacrif icio, s i e l genera l Berzin y sus m á s i n m e d i a t o s c o l a b o r a d o r e s no h u b i e s e n s ido fusi la-dos en 1938 p a r a ser sus t i tu idos p o r u n o s oficiales q u e carec ían de t oda exper ienc ia acerca del servicio de i n f o r m a c i ó n mil i tar .

F ina lmen te , p e r m i t i d m e q u e d iga u n a s p a l a b r a s todavía s o b r e las c a l u m n i a s y las fals i f icaciones his tór icas de q u e ha s ido víct ima el g r u p o a l e m á n de la O r q u e s t a Ro ja . Después de la gue r r a , los m i e m -b r o s del S o n d e r k o m m a n d o Rote Kapel le h a n d i f u n d i d o la leyenda de l a t ra ic ión p e r p e t r a d a t an to p o r los j e fes de este g r u p o c o m o p o r los jefes de los g r u p o s belga y f rancés . Según la G e s t a p o , esos h o m -bres c o n f e s a r o n e l n o m b r e de sus c a m a r a d a s , y eso es lo q u e p e r m i t i ó de t ene r lo s e n masa .

No n e g a r é q u e , e n t r e las c ien to t re inta pe r sonas apresadas , h u b o a lgunas q u e , d e b i d o a las t o r t u r a s suf r idas y a la p r o f u n d a d e s m o r a l i -zación en q u e se h u n d i e r o n , p u d i e r o n lanzar a la G e s t a p o s o b r e las huel las de sus c a m a r a d a s . Pero es impos ib l e men t i r c o n m a y o r desca-ro q u e c u a n d o se acusa de t ra ic ión a u n o s h o m b r e s c o m o Schulze-Boysen, H a r n a c k , Kuckhof f y o t ro s d i r igentes de la O r q u e s t a Ro ja . C o n p lena conc ienc ia de mi r e sponsab i l i dad , a f i r m o aqu í q u e esos h o m b r e s , has ta el ú l t i m o m o m e n t o de su vida, s u p i e r o n ce r r a r a la G e s t a p o e l acceso a l c a m i n o q u e conduc í a a un n ú m e r o cons ide r ab l e de mil i tares y civiles q u e d e s e m p e ñ a b a n al tos ca rgos en la A l e m a n i a nazi y c o l a b o r a b a n con la O r q u e s t a Roja . A d e m á s , t o d o el m u n d o sabe q u e e l g r u p o Schulze-Boysen- H a r n a c k es taba en c o m u n i c a c i ó n c o n los agentes del servicio soviético de i n f o r m a c i ó n en d i fe ren tes países p o r m e d i o de co r r eos persona les . Pues b i en , l a G e s t a p o no lo-g r ó descub r i r a n i n g u n o de tales enlaces.

LA ORQUESTA ROJA

Después de ho r r i b l e s to r tu ra s —practicadas a lo la rgo de días en -teros—, los militantes del par t ido comunis ta ilegal J o h a n n Sieg y Her-ber t Grasse se su i c ida ron p a r a o b s t r u i r c o n sus cadáveres la ru t a q u e p o d í a c o n d u c i r a la G e s t a p o a l d e s c u b r i m i e n t o de n u m e r o s o s g r u p o s del m o v i m i e n t o de la resistencia.

Se p u e d e ser e n e m i g o de la O r q u e s t a Roja . Pero , ¿ p o r q u é ca-l u m n i a r y d i f a m a r a u n o s h o m b r e s q u e i n m o l a r o n h e r o i c a m e n t e su vida l u c h a n d o c o n t r a e l n a z i s m o ?

13. EL SONDERKOMMANDO NOS ACOSA

Las o p e r a c i o n e s c o n t r a el g r u p o de la calle de los At réba tes fue-r o n llevadas a c a b o p o r la Abwehr . Pero luego, p a r a ac recen ta r la efi-cacia de la lucha e n t a b l a d a c o n t r a la O r q u e s t a Roja en Francia y en Bélgica, se crea el S o n d e r k o m m a n d o Ro te Kapel le en j u l i o de 1942. Al f r e n t e del m i s m o se halla el Kr imina l ra t Karl Gier ing , q u e tan b u e n o l fa to pol ic íaco ha d e m o s t r a d o posee r p a r a d e s e n m a s c a r a r a Álamo. Giering tiene a sus ó rdenes a un g r u p o seleccionado de SS, es-pec i a lmen te e n t r e n a d o s p a r a los c o m b a t e s de la gue r r a secreta. El O b e r s t u r m b a n n f ü h r e r H e í n r i c h Reiser d i r ige e l d e s t a c a m e n t o de Pa-rís d e s d e f inales de n o v i e m b r e de 1942. El j e fe de la Ges tapo , Mül ler , revisa las ope rac iones , cuya r e sponsab i l i dad a s u m e n p e r s o n a l m e n t e H i m m l e r y B o r m a n n .

A p r i m e r o s de o c t u b r e de 1942, el S o n d e r k o m m a n d o llega a Pa-rís y se instala en el c u a r t o piso de la calle de las Saussaies, a n t i g u a sede de la Süre té f rancesa .

Comienza , pues , la lucha c o n t r a nues t ro g r u p o francés. . . En rea l idad , este g r u p o ha e x p e r i m e n t a d o ya su p r i m e r percance ,

a u n q u e Gier ing lo ignora . El 9 de j u n i o de 1942; los o p e r a d o r e s de r ad io , Her sch y Mira Sokol , f u e r o n s o r p r e n d i d o s en un chalet de Maisons-Laf f i t t e , c u a n d o ya e s t aban a l f inal de u n a emis ión . Aquel la de t enc ión se deb ió a l azar. Un coche gon io p a t r u l l a b a p o r los subu r -bios del oes te de París a la m i s m a h o r a exacta en q u e los Sokol t r aba -j a b a n . Tras localizar r á p i d a m e n t e la casa de éstos, los a l e m a n e s pene-t r a r o n en ella.. .

En los p r i m e r o s m o m e n t o s , la Ges t apo no v incu ló los Sokol a la O r q u e s t a Roja , p o r q u e s u a p a r a t o , c o n s t r u i d o p o r Fe rnand Paur io l , e ra d e m a s i a d o débil pa r a q u e sus emis iones p u d i e r a n llegar a Moscú. Los despachos e r a n t r ansmi t idos a L o n d r e s y r eexped idos desde allí a la U n i ó n Soviética. Los a l emanes l legaron , pues , a la conc lus ión de q u e los Sokol t r a b a j a b a n p a r a los ingleses.

I n m e d i a t a m e n t e s u p i m o s q u e Mira y Her sch Sokol a c a b a b a n de ser a p r e s a d o s . Fe rnand Paur io l , q u e seguía sus emis iones desde o t ra

182 LA ORQUESTA ROJA

estación, cons t a tó la b rusca i n t e r r u p c i ó n de las señales. Yo envié en-tonces un m e n s a j e r o a Maisons-Laf f i t t e y éste nos c o n f i r m ó la de ten-ción de a m b o s o p e r a d o r e s . Con tanta rap idez y e s m e r o p r o c e d i m o s a " l i m p i a r " e l piso d o n d e vivían los Sokol en Par ís que , c u a n d o llega-ron los h o m b r e s del S o n d e r k o m m a n d o , no d e s c u b r i e r o n allí n i n g ú n indicio fo rma l de su act ividad. Aque l m i s m o día , hice m a r c h a r hacia Marsel la a Vera A c k e r m a n n , q u e cu idaba del c i f r a d o de los mensa jes , v avisé a los Spaak, a m i g o s de Mira y de Hersch . Los Sokol f u e r o n es-p a n t o s a m e n t e t o r t u r a d o s , p e r o se c o m p o r t a r o n c o m o héroes . Ni re-ve laron el cód igo del c i f r ado , ni los a l e m a n e s l o g r a r o n a r rancar les un solo n o m b r e . Y se m a n t u v i e r o n en esa ac t i tud has ta la muer t e .

G ie r ing i g n o r a b a e l papel q u e d e s e m p e ñ a b a n los Sokol en la O r -ques ta Roja , p e r o los despachos rad io te legrá f icos desc i f r ados en Ber-lín p o r los servicios del d o c t o r Vauck y las " c o n f e s i o n e s " de a lgunos mi l i tan tes c a p t u r a d o s en Bélgica le hab ían s u m i n i s t r a d o n u m e r o s a s i n f o r m a c i o n e s . R a i c h m a n n , t e r r i b l emen te t o r t u r a d o , se h a b í a des-m o r o n a d o al saber la t ra ic ión de E f r émov . C o n su a m a n t e Malvina G r u b e r , e n t r ó al servicio del S o n d e r k o m m a n d o . Gracias a ellos, Gie-r ing tenía u n a idea ba s t an t e clara del g r u p o f rancés . Su p r i m e r a dis-pos ic ión fue t ra ta r de a t r a e r m e a u n a ce lada : sus agentes p r o p u s i e r o n a la s eñora L ikhón in , r ep re sen t an t e de la S imex en la o rgan izac ión T o d t , un mir í f ico n e g o c i o de d i a m a n t e s indus t r ia les , p e r o a condi -ción de t ra ta r p e r s o n a l m e n t e con e l señor Gi lbe r t .

Así se c o n c e r t ó u n a p r i m e r a entrevista en Bruselas. Pero , en aquel la c iudad , los agen te s del S o n d e r k o m m a n d o reve la ron necia-m e n t e a la s e ñ o r a L i k h ó n i n q u e yo era un " a g e n t e sovié t ico" , y eso e ra tener en m u y poca est ima a l p a t r i o t i s m o ruso. . .

Me entrevisté, pues , c o n la s e ñ o r a L i k h ó n i n . —Soy a n t i c o m u n i s t a —me d i j o inmedia tamente—, p e r o an te t o d o

soy rusa y no q u i e r o en t r ega r lo a usted a la Ges tapo . P r o c u r é ca lmar la y le r e c o m e n d é q u e p rev in ie ra a los a l emanes

de que , d e b i d o a una súbi ta ind ispos ic ión , yo no pod r í a a c u d i r a la p r ó x i m a cita.

Después de este f r acaso , G i e r i n g lanza a R a i c h m a n n en mi perse-cuc ión . Este r ecor re todas las d i recciones y buzones q u e ha c o n o c i d o d u r a n t e una breve es tancia en París después del a s u n t o de los Atréba-tes, p e r o a h o r a está s e ñ a l a d o y todas las pue r t a s se le c ie r ran . El Son-d e r k o m m a n d o se impac ien ta . G i e r i n g sabe q u e e l c e n t r o nerv ioso de la O r q u e s t a Roja se halla en París, ha " l o c a l i z a d o " a var ios m i e m b r o s activos de nues t r a r ed , p e r o no logra avanzar n i un sólo paso más .

G i e r i n g ha s a b i d o p o r Malvina G r u b e r , q u i e n a c o m p a ñ ó a Mar-gare te Barcza a Marsel la , q u e esta ú l t ima vive allí con Kent. Suelta, pues , a sus h o m b r e s en Marsel la . El 12 de n o v i e m b r e de 1942, el m a -

EL S O N D E R K O M M A N D O NOS ACOSA 183

cr imonio Kent-Barcza cae en sus manos . 1

La v e r d a d es q u e Kenc hab r í a p o d i d o bu r l a r p e r f e c t a m e n t e a los a l emanes . P e r o no o b e d e c i ó en el mes de agos to la cons igna q u e yo le di de q u e se m a r c h a r a a Argelia . N a d a le hub ie ra s ido tan fáci l : J ules J a s p a r , d i r e c t o r de la f i l ia l marsel lesa de la Simex, era a m i g o del ge-neral C a t r o u x , g o b e r n a d o r de Argelia. Pe ro Kent es taba desmora l i -zado y e r a incapaz de reacc ionar y ac tuar . En oc tub re , me desplazo a Marsella p a r a hab la r le . Se siente a m e n a z a d o , la o c u p a c i ó n de la zona l ibre ya no es m á s q u e u n a cuest ión de semanas . . .

—No p u e d o i rme a Argelia —me dice— p o r q u e en tonces me lla-m a r á n a Moscú y allí me h a r á n p a g a r el d e s c a l a b r o s u f r i d o p o r el g r u p o be lga .

—Pues, ¿ q u é piensas hace r? —Si me de t i enen , e n t r a r é en el j u e g o de los a l e m a n e s p a r a descu-

b r i r así los ob je t ivos q u e pers iguen. . . —Imposib le . Para llevar a c a b o ese d o b l e j u e g o es preciso adver t i r

p r i m e r o al C e n t r o . Y eso no p o d r á s hacer lo . Muy al con t r a r i o , te ve-rás o b l i g a d o a facil i tar el cód igo de cifra a los a lemanes , p o r q u e se-r á n éstos q u i e n e s te m a n e j e n . . .

Me doy perfecta cuen ta de q u e no lo he convenc ido . Le p r o p o n g o q u e se r e fug ie en Suiza, p e r o me r e s p o n d e q u e su c o m p a ñ e r a , de la q u e a n i n g ú n precio q u i e r e separarse , está e s p e r a n d o su pa sapo r t e . La r e d a d a los apresa al d ía s iguiente de la o c u p a c i ó n de Ja zona sur de Francia . El S o n d e r k o m m a n d o no ha p e r d i d o el t i empo .

Y Kent habla , sin q u e la G e s t a p o tenga necesidad de lorzar lo . Ha s ido suf ic iente la perspect iva de verse s e p a r a d o de Margare te . Kent c o n o c e b i e n el lugar q u e o c u p a n la Simex y la S imexco en nues t ra red y la i m p o r t a n c i a de las func iones q u e en las m i s m a s d e s e m p e ñ a Al-fred C o r b i n .

El 17 de n o v i e m b r e h a b l o con C o r b i n : —Está usted en pel igro , Alf red , y t iene q u e m a r c h a r s e —le d igo . —¿Yo? ¿ P o r q u é ? E l ú n i c o h o m b r e q u e p u e d e c o m p r o m e t e r m e

es Kent. P e r o Kent es un oficial soviético y un oficial soviét ico no trai-c iona , ¿ n o es as í?

—Alfred, usted es un g r a n realista en los negocios , p e r o t o d o lo d e m á s lo ve usted b a j o la perspect iva del ideal . No sabe de lo q u e es capaz la G e s t a p o . T iene q u e marcha r se , ¡y m u y apr i sa ! , a Suiza c o n toda su fami l ia .

—Imposible . Mi m u j e r ignora p o r c o m p l e t o la índo le de mis acti-v idades y n u n c a q u e r r á a b a n d o n a r su piso.

El 19 de n o v i e m b r e , el S o n d e r k o m m a n d o hace una incurs ión en

1. Durante la noche del U al 12 de noviembre de 1942, la Wehrmacht ocupó )a Francia hasta entonces libre.

184 LA ORQUESTA ROJA

la Simex 2 y de t i ene a sus p r inc ipa les r e sponsab l e s : Al í red C o r b i n , Suzanne Cointe , V lad imi r Keller, la s e ñ o r a Mignon . . .

L é o Grossvogel , Hillel Katz y yo nos r e p l e g a m o s a An tony , un su-b u r b i o de París, d o n d e d i s p o n e m o s de un chalet cuyas señas só lo no -so t ros c o n o c e m o s . R á p i d a m e n t e es tab lecemos un b a l a n c e de l a si tua-c ión (que, c i e r t amente , no es m u y b r i l l an t e : d e s p u é s de Bruselas , A m s t e r d a m , Berlín y Marsel la , a h o r a le toca el t u r n o a París. . .) y con-v e n i m o s en a n t e p o n e r la segur idad a t o d o lo d e m á s : los m i e m b r o s de la O r q u e s t a Roja , q u e todavía están en l iber tad e n t r e la c incuen tena q u e i n t e g r a b a n e l g r u p o f rancés , rec iben nues t ras ins t rucc iones . C o n Michel , r e p r e s e n t a n t e del p a r t i d o c o m u n i s t a , c o n c e r t a m o s un nuevo cód igo pa r a nues t ras ci tas; Léo Grossvogel hace lo m i s m o con Fer-n a n d Paur io l .

Pero hay a lgo m u c h o m á s grave a ú n p a r a l a c o n t i n u i d a d de nues-t r a a c c i ó n : ES OBVIO QUE EL CENTRO HA DEJADO DE TENER CON-FIANZA EN NOSOTROS. ASÍ lo c o m p r e n d e m o s c u a n d o vemos que , a t o d o s nues t ros mensa j e s en los q u e le d a m o s cuen ta de las de-tenc iones prac t icadas , s i e m p r e nos r e s p o n d e : " . . . Se e q u i v o c a us-ted, las emis iones c o n t i n ú a n y el mate r ia l r ec ib ido es exce len te . . . " .

E l C e n t r o no a n d a equ ivocado , pues to q u e las emis iones cont i -n ú a n : ¿acaso F e r n a n d Paur io l n o h a i n t e r c e p t a d o u n o s m e n s a j e s en -v iados p o r l a emiso ra de E f r émov , a m é n de o t ro s p r o c e d e n t e s de los Países Ba jos y de Ber l ín? Eso significa q u e el S o n d e r k o m m a n d o q u i e r e evi tar q u e el C e n t r o se en te re de las de tenc iones p rac t i cadas y q u e , p a r a ocul ta r las , hace q u e l a O r q u e s t a Roja siga t o c a n d o . ¿ C o n q u é f i n a l i d a d ? T o d a v í a n o l a v i s l umbramos . . . Q u e u n o p e r a d o r d e r ad io d e t e n i d o y "vue l to del r evés " emi t ie ra i n f o r m a c i o n e s falsas p a r a in tox icar a l adversa r io , eso e n t r a b a en e l d o m i n i o de lo verosí-mil y de la lógica de la gue r r a secreta. Pe ro q u e las emiso ra s q u e ha-b í a n c a í d o en m a n o s de los a l emanes env ia ran un mate r ia l excelente y c o n t r i b u y e r a n así a i n f o r m a r con t oda exac t i tud a Moscú , eso p a r e -cía increíble .

C o n s i d e r á b a m o s q u e u n a táctica t an nueva e n c u b r í a p r o b a b l e -m e n t e u n a m a n i o b r a d e e n o r m e e n v e r g a d u r a , cuyo des ign io n o acer-t á b a m o s a d iscerni r en aque l m o m e n t o . N u e s t r o d e b e r consist ía, pues , en in ten ta r ac la ra r los móvi les de tal a c tuac ión y hacer la iraca-

2. Algunos "especialistas"sobre la Orquesta Roja, no desprovistos de imaginación (entre los que no se cuenta, desde luego, Gilíes Perrault), han hablado de un aposento secreto de la Simex en el que el gran jefe habría depositado los documentos más comprometedores. Esta historia ha sola-zado a la hija de Alfred Corbin y a su esposo, que después de la guerra han vivido en la antigua sede de ia Simex del bulevar Haussmann.. . Lo menos que puede hacerse, cuando se estructura la cobertura de una red de espionaje, es no comprometer tal cobertura. Habría sido absurdo deposi-tar, incluso en una estancia secreta —¿y por cuanto tiempo, en caso 'de sufrir un registro domicilia-rio?— las pruebas flagrantes de la actividad desarrollada por la red.

EL S O N D E R X O M M A N D O NOS ACOSA 185

sar, cualesquiera que fuesen las circunstancias. Pensando incluso en la h ipótes is de q u e f u é r a m o s c a p t u r a d o s , e s t á b a m o s d ispues tos a de ja r q u e se c r e a r a n las apar ienc ias de u n a c o l a b o r a c i ó n pa r a m e j o r infil-t r a r n o s así en las d i spos ic iones del e n e m i g o .

U n a vez m á s era preciso adver t i r a l d i r ec to r de c ó m o evo luc iona-b a n los acon tec imien tos . El 22 de n o v i e m b r e , le dir igí un d e s p a c h o en el q u e le expl icaba m i n u c i o s a m e n t e t odos los detalles, p e r o escribí a l m i s m o t i e m p o a J a c q u e s Duelos pa r a p o n e r l e en an teceden tes de lo q u e ocu r r í a . Después de eso, h a b í a m o s previs to q u e desaparece-r í a m o s p o r a l g ú n t i e m p o . Desaparece r es la p a l a b r a exacta. En Ro-yat, p e q u e ñ a c iudad p r ó x i m a a C l e r m o n t - F e r r a n d , h a b í a p r e p a r a d o mis exequ ias . La losa f u n e r a r i a y el cer t i f icado de d e f u n c i ó n están pres tos . J e a n Gi lbe r t va a m o r i r d e n t r o de a l g u n o s días. . .

Sa ldré de París el d ía 27 y Katz ha rá lo m i s m o u n o s días m á s tar-de . Léo se m a r c h a r á hacia el sur de Francia en c u a n t o reciba su nue-v o d o c u m e n t o d e iden t idad .

Antes de pa r t i r , t e l e foneo a l d o c t o r Malepla te , e l c i r u j a n o -dent is ta q u e debe c o l o c a r m e dos co ronas , y le p i d o q u e me reciba an tes de lo previs to . P rec i samente d i s p o n e de un m o m e n t o l ibre e l d ía 24 y me convoca p a r a las dos de la t a rde .

14. "ASÍ PUES, SEÑOR OTTO..."

24 de nov i embre . . . Me levanto t e m p r a n o . Me p r e p a r o , l e n t a m e n -te. Al r ecap i t u l a r los recientes acon tec imien tos , t ra to de eva luar la m a g n i t u d de las d i f icu l tades q u e se a c u m u l a n b a j o nues t ro s pasos . T e n e m o s q u e ser m u y p ruden te s . C u a n t o más p i e n s o en t o d o l o ocu -r r ido , m á s c o n v e n c i d o estoy de q u e nues t r a dec is ión de d i spe r sa rnos , p o r a l g ú n t i e m p o a l m e n o s , e s tan sensata c o m o necesar ia .

A lmuerzo c o n Katz. H a b l a m o s poco . El m o m e n t o no se p r e s t a n i a largas conversac iones ni a n i n g ú n g é n e r o de e fus iones . H e m o s c o n -v e n i d o - q u e vo lve r í amos a e n c o n t r a r n o s hacia las c u a t r o de la t a rde , después de mi visita al dent is ta . L u e g o iré a d e s p e d i r m e de G e o r g i e de Winter . F ina lmen te , nos r e u n i r e m o s p o r ú l t ima vez c o n Léo a l a ta rdecer . P o r la n o c h e t o m a r é e l t ren hacia Royat , pues to q u e he de-c id ido a d e l a n t a r p o r tres días mi salida de París .

En c o m p a ñ í a de Katz, salgo hacia e l c o n s u l t o r i o del d o c t o r Male-pía te , s i t u a d o en l a calle de Rivoli, p e r o m u y p r o n t o nos s e p a r a m o s . Katz —hemos a d o p t a d o esta p r e c a u c i ó n a n t e e l pe l ig ro de q u e n o s d e t e n g a n en m e d i o de la calle— me sigue a u n o s c u a n t o s m e t r o s de dis tancia . A las dos en p u n t o llego a n t e la casa d o n d e vive el dent i s ta . Una r á p i d a o j e a d a a de recha e i zqu ie rda : no veo a n i n g ú n ind iv iduo sospechoso ni coche a l g u n o p a r a d o . S u b o p o r la escalera , l l a m o a la-p u e r t a y el m i s m o d o c t o r viene a a b r i r m e . Esto me s o r p r e n d e . Es el " m e c á n i c o " q u i e n suele ab r i r la p u e r t a a los clientes. Una s e g u n d a c i rcunstancia insóli ta me in t r iga : la sala de espera está vacía. En ge-neral , s i empre la e n c u e n t r o llena. Además , e l d o c t o r Ma lep la t e me c o n d u c e d i r e c t a m e n t e a su gabine te . Le mi ro . Parece t u r b a d o , está lí-vido, sus m a n o s t i emblan . . . Le p r e g u n t o :

—¿Qué le o c u r r e , d o c t o r ? ¿Se siente m a l ? Mascul la a l g u n a s p a l a b r a s inaud ib le s ; me e m p u j a hacia e l s i l lón.

Me siento y e c h o hac ia a t rás la cabeza, tal c o m o el d o c t o r me indica . Éste t o m a sus i n s t r u m e n t o s . Pe ro apenas logra apoya r lo s s o b r e mi boca . D e p r o n t o o i g o u n r u i d o de t rás d e noso t ros . ¡ D e m a s i a d o tar-de! Debí s o s p e c h a r l o y , a n t e aque l l a suces ión de a n o m a l í a s , salir co-

4 ASÍ PUES, SEÑOR O T T O . . . " 187

r r i endo . Sí, d e m a s i a d o tarde . . . Un a l a r i d o : —Hände hoch! A p e n a s ha t r a n s c u r r i d o un m i n u t o desde q u e he e n t r a d o en e l

gab ine te . A a m b o s l ados t engo a dos su je tos q u e e m p u ñ a n sendos re-vólveres. . . Están tan lívidos c o m o el dent is ta . Obse rvo su a r m a : t am-bién ellos t i emblan , no se s ienten t r anqu i lo s . ¡ Q u é escena!

Después de este b r u s c o m o m e n t o de e m o c i ó n (sin q u e esté seguro de q u e yo haya s ido el m á s t r a s to rnado . . . ) , r e c o b r o r á p i d a m e n t e la ca lma y la sangre a f luye de nuevo a mi r o s t r o . Levan to p o c o a p o c o las m a n o s . Digo t r a n q u i l a m e n t e :

—No voy a r m a d o . . . Sin d u d a , t a m b i é n los policías se h a n sosegado . . . Un tercer esbi-

r ro se s i túa con presteza an te la ven t ana p a r a evitar, c reo yo, q u e me a r r o j e a l vacío.

Me levanto, me cachean , me e sposan . S o r p r e n d o en su m i r a d a a lgo así c o m o u n a m u d a i n t e r r o g a c i ó n de sorpresa . S i hab lasen , me p r e g u n t a r í a n : " P e r o , ¿ c ó m o c i rcula us ted sin n i n g ú n a r m a , sin q u e ni s iqu iera le a c o m p a ñ e un g u a r d a e s p a l d a s . . . ? " . Parecen no salir de su a s o m b r o al ver q u e t o d o se ha d e s a r r o l l a d o con tan ta rap idez y fa-ci l idad.

El d o c t o r Ma lep la t e se rne acerca . Parece ser el único q u e todavía no se ha r e c o b r a d o del sob resa l to y su voz a ú n t i embla c u a n d o me a segu ra :

—Señor Gi lber t , se lo p r o m e t o , no tengo la m e n o r cu lpa de t o d o eso.

N o mien te , c o m o más t a r d e p u d e saber . Po r el m o m e n t o , t engo q u e r e n d i r m e a la ev idenc ia : estoy en m a -

nos de l a G e s t a p o . No deja de ser d u r o , p e r o d e b o tener conf ianza . Pres iento que , e n t r e ellos y yo, la p a r t i d a no ha t e r m i n a d o todavía.

Después de la de tenc ión de los e m p l e a d o s de la Simex, la G e s t a p o los ha e s t ado i n t e r r o g a n d o día y n o c h e , e c h a n d o m a n o de la t o r t u r a en su p r i m e r o y s e g u n d o g r a d o . Les p r e g u n t a n u n a sola cosa "¿ D ó n -de está G i l b e r t ? " . C o r b i n es e l ú n i c o q u e lo sabe, pe ro no hab la . N o -so t ros i g n o r a m o s q u e , m ien t r a s t an to , la s e ñ o r a C o r b i n y su hi ja se ha l lan en su piso b a j o la vigilancia de la b a n d a de La fon t , auxi l iares f ranceses de la G e s t a p o . C r e y e n d o q u e no estoy e n t e r a d o de la de t en -ción de C o r b i n , me espe ran en su casa, con su m u j e r y su hi ja c o m o rehenes .

El d í a 23, G i e r i n g y el cap i t án Piepe de la A b w e h r l legan de Bru-selas. A m b o s se m u e s t r a n m u y i r r i t ados c o n t r a Eric J u n g , u n o de los m i e m b r o s del S o n d e r k o m m a n d o , q u e p o r s í y an te s í ha t o m a d o la iniciativa de i r r u m p i r en la Simex. G i e r i n g h a b r í a p r e f e r i d o —y eso es p e r f e c t a m e n t e comprens ib le— s o m e t e r a u n a c u i d a d o s a vigilancia a

188 LA ORQUESTA ROJA

t o d o e l pe r sona l de la Simex, p o r q u e ésa e ra la m e j o r m a n e r a de lle-ga r a d e s c u b r i r m e .

Aquel m i s m o día p o r l a t a rde , G ie r ing m a n d a e n c a r c e l a r e n Fres-nes a la m u j e r , a la h i ja y al h e r m a n o de C o r b i n . El 24 de n o v i e m b r e de 1942 p o r la m a ñ a n a , Gie r ing en p e r s o n a i n t e r r o g a a la s eñora C o r b i n . C o n toda t r anqu i l i dad le a n u n c i a q u e , s i en las p r ó x i m a s ho -ras no le ind ica el lugar d o n d e yo me e n c u e n t r o , f u s i l a r án a Alfred C o r b i n en su p resenc ia y envia rán a los d e m á s fami l ia res a un c a m p o de concen t r ac ión . Te r r ib l e coacción. La p o b r e m u j e r se desespera . En tonces r ecue rda un deta l le : un día, a p r inc ip ios de ve rano , íe ped í q u e me d iera l a d i recc ión de un dent is ta , p o r q u e me do l í an las m u e -las. Y ella me d i j o : "Vaya a q u e lo visite el nues t ro , el d o c t o r Male-p la te . . . " .

Son a p r o x i m a d a m e n t e las once de la m a ñ a n a de ese 24 de no -v i e m b r e c u a n d o la s e ñ o r a C o r b i n facilita a G i e r i n g las señas del d e n -tista. J u z g o que , a l o b r a r así, no ha c o m e t i d o n i n g u n a t r a i c ión ; sabe q u e n o m e p o n e e n pe l ig ro , p u e s t o q u e unas s e m a n a s an tes m e h a b í a p r e g u n t a d o p o r mi d o l o r de mue las y yo le h a b í a r e s p o n d i d o : "Ya p a s ó ; e l d o c t o r Malep la te ha t e r m i n a d o de a r r e g l a r m e la boca y ya no t e n d r é q u e volver a su consu l t o r i o . . . " . La s e ñ o r a C o r b i n se ha c o m p o r t a d o , pues , c o m o t o d o agen te d e i n f o r m a c i ó n q u e c o n o c e b ien su o f i c io : facil i tar u n a i n f o r m a c i ó n inútil p a r a s a lvagua rda r lo esencial .

D u r a n t e este i n t e r roga to r io , C o r b i n se hal la en la hab i t ac ión con-t igua y , p o r la p u e r t a en t reab ie r t a , lo o y e t odo . Me i m a g i n o q u e se s iente d i c h o s o a l cons ta ta r q u e su m u j e r ha i m a g i n a d o a lgo pa r a d a r -lo c o m o c e b o a la Ges t apo .

G i e r i n g y Piepe se lanzan s o b r e la pista. . . A las o n c e y m e d i a lle-gan al gab ine te del dent i s ta . El d o c t o r Malep la te no está allí, s ino en el hosp i ta l , Ies r e s p o n d e el " m e c á n i c o " . Le o r d e n a n q u e le te lefonee y le p i d a q u e regrese u r g e n t e m e n t e a su casa. El doc to r , i nqu i e to p o r la salud de su p a d r e e n f e r m o , q u e vive en e l p iso de a r r i ba , no se hace roga r . Es a c o g i d o p o r los h o m b r e s de la Ges tapo , q u i e n e s le exigen q u e les lea la lista de los pacientes q u e en la a c tua l i dad está c u r a n d o . El d o c t o r lee, pues , su a g e n d a , n o m b r e p o r n o m b r e . El de Gi lber t no apa rece en ella. G ie r ing lo c o m p r u e b a p e r s o n a l m e n t e , p e r o en e l úl-t i m o m o m e n t o e l d o c t o r Malep la te r ecue rda q u e e l cliente, q u e tenía h o r a p a r a las d o s de la t a rde de aque l día , ha r e n u n c i a d o a la m i s m a y que , en su lugar , a t e n d e r á al s eñor Gi lber t . . .

G i e r i n g y Piepe se d a n cuen ta de q u e n u n c a les ha s o n r e í d o t an to la suer te y se dec iden a e s p e r a r m e . Q u i e r e n ac tua r con rap idez y o r -d e n a n a Malep la te q u e les descr iba a a q u e l c l iente : es un indust r ia l be lga , les precisa el d o c t o r , q u e in ic ia lmente tenía h o r a p a r a el d ía

4 ASÍ PUES, SEÑOR O T T O . . . " 189

27, p e r o q u e en e l ú l t i m o m o m e n t o la ha a d e l a n t a d o . Los de la Ges-t apo no hacen n i n g ú n c o m e n t a r i o . Se m a r c h a n d i c i endo sencilla-m e n t e a l d o c t o r :

—No se ausen te de su gab ine te . . . Son a p r o x i m a d a m e n t e las doce y med ia . G i e r i n g y P iepe calculan

e l t i e m p o q u e les q u e d a : e s d e m a s i a d o ta rde p a r a m o n t a r u n a g r a n o p e r a c i ó n . Por cons igu ien te , se dec iden a e fec tuar p o r sí m i s m o s la de t enc ión . A la u n a y m e d i a suben de nuevo al p iso del d o c t o r Male-p la te y le adv ie r t en :

—Vamos a d e t e n e r a Gi lber t en su consu l to r io . Usted haga exacta-m e n t e lo m i s m o de s i empre . Ins tá le lo en el si l lón y m á n d e l e q u e eche a t rás la cabeza. . .

Ya s a b e m o s lo demás . . . Aquel d í a mi l iber tad d e p e n d í a tan sólo de este detal le . La v ida está hecha de imprevis tos y un agen t e de in-f o r m a c i ó n debe p rever lo imprevis ible . Eso es lo q u e p i e n s o c u a n d o Gie r ing y P iepe me c o n d u c e n hacia un coche. A r r a n c a m o s y, tras un m o m e n t o de si lencio, d i g o a G ie r ing :

—Está us ted d e e n h o r a b u e n a . D e n o h a b e r m e d e t e n i d o hoy, m e h a b r í a e s t a d o b u s c a n d o en v a n o has ta e l f in de la gue r ra . . .

—Me sieiuto m u y sat isfecho —responde a l eg remen te Giering—. H a c e dos a ñ o s q u e v a m o s s igu iendo sus huel las p o r t o d o s los países o c u p a d o s p o r A leman ia . . .

L l e g a m o s en t r o m b a a la calle de las Saussaies. Me s u b e n al cua r -to p i so , d o n d e se hal la ins ta lado el S o n d e r k o m m a n d o . A los pocos m o m e n t o s , comienza e l desf i le : la noticia se ha d i f u n d i d o p o r las of i -cinas y t o d o s los, d igna ta r io s e n t r a n pa r a c o n t e m p l a r a la ex t r aña bes-tia. Un h o m b r e c o r p u l e n t o , g o r d o , c o n je ta de b o r r a c h o , se p resen ta y e x c l a m a al v e r m e :

— ¡ P o r fin! ¡Ya t e n e m o s al o so soviético! Es B o e m e l b u r g , j e f e de la G e s t a p o de París . G i e r i n g h a de sapa rec ido . N o regresa has ta u n a h o r a más t a rde ,

con el r o s t r o r ad i an t e , después de te le fonear p e r s o n a l m e n t e a Hi t ler y a H i m m l e r p a r a anunc i a r l e s q u e " a c a b a de c a p t u r a r a l g r a n j e f e " . P o r lo menos e so es lo q u e ' a f i r m a , y luego a ñ a d e :

—... H i m m l e r , q u e se sentía m u y sat isfecho, me ha d i c h o : " A h o -ra, vaya us ted con c u i d a d o . Lo m e j o r sería a r r o j a r l o a l f o n d o de u n a fosa c o n las m a n o s y los pies a t ados . ¡Con él, n u n c a se sabe lo q u e p u e d e s u c e d e r ! " .

Al a t a rdece r , me hacen b a j a r a la calle, d e s p u é s de t o m a r todas las p r ecauc ion es p a r a q u e n a d i e me vea. Unos coches e spe ran . Yo voy es-p o s a d o . Tres agen tes de l a G e s t a p o me a c o m p a ñ a n . Nos p o n e m o s en m a r c h a : un coche nos p recede y o t r o nos sigue. Al ver q u e d e s e m b o -c a m o s en la aven ida del M a i n e y s egu imos l uego p o r ella, c o m p r e n d o

190 LA ORQUESTA ROJA

q u e nos d i r ig imos a Fresnes. C u a n d o l l egamos a n t e la pr i s ión , a g u a r -d a m o s d u r a n t e m e d i a h o r a , es decir , e l t i e m p o preciso p a r a hacer e l vacío. D e c i d i d a m e n t e , no qu ie ren q u e nad ie se en te re de mi c a p t u r a . T o d o s los c o r r e d o r e s q u e c r u z a m o s has ta l legar a la sección especial d o n d e se ha l lan e n c e r r a d o s los m i e m b r o s de la O r q u e s t a Roja , es tán des ier tos .

Me e m p u j a n al in te r io r de u n a celda. La p u e r t a se c ierra . A mi al-r e d e d o r , l a d e c o r a c i ó n q u e conozco s o b r a d a m e n t e . . . p o r h ab e r l a vis-to ya en o t r a s ocas iones : u n a mesa p e q u e ñ a , e l j e r g ó n de pa j a , e l ven-tanuco .

C o m i e n z o , pues , a es tab lecer un ba lance de la s i tuac ión y me in-qu ie to p o r lo q u e h a b r á s ido de mis amigos . K a u , en p r i m e r lugar , con q u i e n deb ía e n c o n t r a r m e a las cua t ro de la tarde . Sin d u d a me ha e s p e r a d o , p e r o h a b í a m o s c o n v e n i d o q u e si yo no acud ía a la cita él t e l e fonear ía a l dent i s ta . Supe m á s ta rde q u e un pol ic ía de la G e s t a p o le r e s p o n d i ó en f rancés q u e "e l s e ñ o r Gi lber t no se h a b í a p resen ta -d o . . . " . Mal a r g u m e n t o , pues to q u e K a u me h a b í a visto e n t r a r en casa del d o c t o r Ma lep la t e . Mien t ras me espe raba p o r los a l r e d e d o r e s de la calle de Rivoli, la Ges t apo ha hecho u n a incu r s ión en su domic i l io .

¿Y G e o r g i e ? Sólo p o r mi l ag ro escapa de los h o m b r e s de G ie r ing : hacia ías seis de ía t a rde , v i e n d o q u e yo no h a b í a I /egado tai c o m o h a b í a m o s previs to , se dec ide a ir a casa de Katz. Se prec ip i ta , pues , a la t r a m p a . P e r o c u a n d o en t ra en e l edif ic io, la p o r t e r a le advier te q u e la G e s t a p o está a r r i b a . T iene e l t i e m p o j u s t o p a r a hu i r . . .

Yo c o n t i n ú o en mi celda. Pasan las ho ra s de a q u e l 24 de n o v i e m -bre sin q u e n a d i e se manif ies te . No p u e d o de ja r de p e n s a r q u e a q u e -llo es c i e r t a m e n t e insól i to . H a b i t u a l m e n t e ( c o n o z c o e l r i tual de las pr is iones) , c u a n d o u n o ingresa en esos lugares t iene q u e c u m p l i r ciertas f o r m a l i d a d e s , c o m o en un ho te l : d a r e l n o m b r e y los apel l i -dos , su f r i r un cacheo , d e s n u d a r s e .

Y luego me asa l tan negras ideas. Me d i g o : " ¿ Y si G i e r i n g ya se ha g r a n j e a d o la conf ianza del C e n t r o hasta el p u n t o de q u e ya no te ne-cesi ta . . .? M e j o r a ú n , s i la O r q u e s t a "vue l t a del r evés" —la o r q u e s t a parda— f u n c i o n a b ien , tu de tenc ión p u e d e p e r t u r b a r e l j u e g o . En este caso, van a l i qu ida r t e y, has ta el final de la g u e r r a , la G e s t a p o seguirá i n t o x i c a n d o a M o s c ú . . . " .

P e r o e l p e n s a m i e n t o de q u e quizás es taba v iv iendo mis ú l t imos m o m e n t o s no i m p i d i ó q u e me sumie ra en e l s u e ñ o .

A u n q u e n o p o r m u c h o t i empo . . . L a p u e r t a s e a b r e b r u s c a m e n t e , surge u n a luz y o i g o un g r i to :

—Aufslehen! ( ¡ N o s vamos. ') ¿ N o s v a m o s ? V á m o n o s , p u e s . D e n u e v o los c o r r e d o r e s están de-

siertos. A f u e r a nos e spe ran los tres coches de la t a rde y vo lvemos a

4 ASÍ PUES, SEÑOR O T T O . . . " 191

p o n e r n o s en m a r c h a . Unos m o m e n t o s más tarde, nues t ro coche se det iene . La n o c h e es m u y oscura . I m p o s i b l e c o n j e t u r a r e l lugar d o n -de nos h a l l a m o s . Mis g u a r d i a n e s desc ienden , u n a s s o m b r a s se ag i tan . Susur ros y cuch icheos . En a q u e l m o m e n t o , no d u d o de q u e he llega-do . . . a l f inal de mi viaje. La p u e r t a ha q u e d a d o ab ie r ta , t o d o es oscu-ro , p o d r í a a p r o v e c h a r aque l la c i rcuns tancia p a r a hu i r . Las p robab i l i -d a d e s de q u e logre e s c a p a r son m í n i m a s . Pero, p o r lo m e n o s , les o b l i g a r é a p e r s e g u i r m e , a d i s p a r a r con t r a mí. M o r i r é Juchando . La h u i d a es e l ú l t i m o sobresa l to , l a ún ica m a n e r a q u e me q u e d a de decir " n o " . Vacilo a l g u n o s segundos . ¡ D e m a s i a d o ta rde! Aquel los señores s u b e n de nuevo a l coche b l a s f e m a n d o :

— ¡Si será id io ta e l c h ó f e r del p r i m e r coche pa r a no d a r a h o r a con e l c a m i n o q u e h e m o s de segui r !

Veinte m i n u t o s m á s t a rde l l egamos a la calle de las Saussaies. Una vez m á s s u b i m o s a l c u a r t o p iso . Agasa jo i ne sp e rad o : me q u i t a n las esposas y, cual m a y o r d o m o q u e se excusa p o r la lent i tud del servicio, un m i e m b r o del S o n d e r k o m m a n d o se acerca y me dice ce r emo n i o s a -m e n t e :

—Perdone q u e no l e h a y a m o s d a d o de c o m e r en Fresnes, s eñor Gi lber t , p e r o no q u e r í a m o s q u e la a d m i n i s t r a c i ó n de Ja cárcel 'se en-terase de q u e es taba us ted allí.

L o sospechaba . . . Me hacen e n t r a r en u n a g ran es tancia d o n d e , tras u n a mesa , se

ha l l an sen tadas siete pe r sonas . C o n o z c o a tres de ellas. De en t r e las o t ras cua t ro que , según me e n t e r o , a c a b a n de llegar e x p r e s a m e n t e de Berl ín, ident i f ico a G e s t a p o - M ü l l e r . G ie r ing se sienta en m e d i o de ellas y parece pres id i r la sesión. A mí me ind ican q u e me siente de t r á s de u n a p e q u e ñ a m e s a ; só lo falta e l vaso t rad ic ional de a g u a p a r a q u e tenga la im pre s ión de h a l l a r m e en u n a sala de conferencias .

—Después de un día tan ag i t ado , quizás q u i e r e t o m a r una taza de café —me p r o p o n e Gier ing .

Acep to de b u e n a g a n a : e l l í q u i d o cal iente me tonif ica. Entonces G i e r i n g se levanta y me h a b l a en a l e m á n , a h u e c a n d o

d e l i b e r a d a m e n t e el t o n o y la voz: —Así pues , s eñor O t t o , en su ca l idad de j e fe del e sp iona j e soviéti-

co en los países o c u p a d o s p o r A leman ia , ha p re s t ado usted g r a n d e s servicios a su d i rec tor . De a c u e r d o . Pe ro a h o r a t iene q u e volver la p á -gina. Usted ha p e r d i d o y me i m a g i n o q u e no ignora lo q u e le espera . Pe ro , c u i d a d o , p u e s t o q u e se p u e d e m o r i r dos veces. La p r i m e r a vez será usted fus i l ado c o m o e n e m i g o del III Reich; p e r o , además , p o d e -m o s hacer le fusi lar e n Moscú c o m o t r a ido r .

Le m i r o a los o jo s y rep l ico : —Señor Gie r ing . . .

192 LA ORQUESTA ROJA

—¿por q u é me l l ama usted señor G i e r i n g ? —me in te r rumpe—. ¿Acaso conoce m i n o m b r e ?

—Pero ¿ q u é c ree u s t ed? ¿ Se imag ina quizá q u e no c o n o c e m o s los n o m b r e s de t odos los m i e m b r o s del S o n d e r k o m m a n d o y q u e no sa-b e m o s t o d o c u a n t o o c u r r e en t r e us tedes? Acaba d e r e c o n o c e r a m a -b l e m e n t e q u e p o s e o cierta prác t ica en las cues t iones de i n f o r m a c i ó n , pues ahí t iene us ted la p r u e b a . . .

Dosif ico e í e fec to de mis p a l a b r a s y , tras un breve m o m e n t o de si-lencio, p r o s i g o :

—Así pues , s e ñ o r Gier ing , esa his tor ia de la d o b l e m u e r t e , ¿ c u á n -tas veces ya la ha n a r r a d o u s t e d ?

Risas e incluso r i so tadas en la asistencia. Me he a p u n t a d o un tan-to en esa e x t r a ñ a c o n f r o n t a c i ó n . Continúo:

—... P o r lo q u e a mí se refiere, p u e d o da r l e u n a respues ta . En efecto, sé lo q u e me espe ra y estoy p r e p a r a d o a a f r o n t a r l o . Pe ro en lo q u e respecta a l f u s i l amien to s imbó l i co a l q u e us ted a lude , le d i g o con f r anqueza q u e me i m p o r t a un b l edo . Más o m e n o s p r o n t o se conoce -rá la ve rdad , haga us ted lo q u e haga . Para mí , só lo cuen ta mi c o n -ciencia.

G i e r i n g c a m b i a de t e r r e n o y me p r e g u n t a : —¿Sabe us ted d ó n d e está Ken t? A mi vez, me e c h o a re í r : —Usted sabe tan b ien c o m o yo q u e e l p a s a d o día 12 de este mes

fue d e t e n i d o en Marse l la . I g n o r o en q u é cárcel lo h a n e n c e r r a d o us-tedes, p e r o esa o p e r a c i ó n q u e B o e m e l b u r g llevó a c a b o c o n policías f ranceses es un secreto de Pol ichinela .

La cons t e rnac ión a s o m a en el r o s t ro de t o d o s ellos. Me a tos igan a p r e g u n t a s :

— ¿ C ó m o lo s abe u s t e d ? —Es lás t ima q u e no lean us tedes la p r e n s a f r ancesa : el 14 de n o -

v iembre , un p e r i ó d i c o de Marsel la a n u n c i ó en g r a n d e s t i tulares la de tenc ión de un g r u p o de agentes soviéticos. A d e m á s , rea l izaron us-tedes la o p e r a c i ó n con policías f ranceses . ¿ T a n seguros es tán de su fi-de l idad y de q u e l u e g o no van a h a b l a r ?

Esta ú l t ima obse rvac ión la h a b í a s o s p e s a d o c u i d a d o s a m e n t e p a r a hacer les sospecha r de sus auxi l iares f ranceses . La c o l a b o r a c i ó n de es-tos ú l t imos con la pol ic ía a l e m a n a resu l taba temible . M u c h a s veces la Ges t apo no h a b r í a s ido tan eficaz sin la a y u d a de los pol ic ías f rance-ses q u e la a c o n s e j a b a n . No se h a b í a n p e r d i d o p a r a t o d o e l m u n d o los f icheros de los mi l i t an tes de i zqu ie rda —y, en pa r t i cu la r , de los apá t r i -das—, q u e la pol ic ía f r ancesa hab ía es tab lec ido antes de la gue r ra . Va el p r i m e r día de la o c u p a c i ó n de París, el 14 de j u n i o de 1940, el Son -d e r k o m m a n d o d e H e l m u t K n o c h e n , o b e d e c i e n d o las ó r d e n e s direc-

4 ASÍ PUES, SEÑOR O T T O . . . " 193

tas de H e y d r i c h , ¿ n o hab ía ex ig ido de la p re fec tu ra de ía policía ía en t r ega de t o d o s los exped ien tes " i n t e r e s a n t e s " y , en par t icu la r , de los q u e se re fe r ían a los r e fug i ados po l í t i cos?

Yo no cre ía q u e h u b i e r a d a d o tan en e l b l a n c o ; p e r o veo q u e , sin p r e o c u p a r s e de mi presencia , los m á s al tos responsab les a l e m a n e s pi-d e n exp l icac iones a Gier ing . ¿ C ó m o es pos ib le q u e los auxi l ia res f ranceses , o belgas, pa r t i c ipen en las o p e r a c i o n e s r eque r i d a s p o r un a s u n t o que , e n Berl ín, han clasif icado c o m o " sec re to d e E s t a d o " ? Gie r ing se d e f i e n d e a r g u y e n d o q u e tal pe r t i c ipac ión no d e p e n d e de su v o l u n t a d . De t o d o s m o d o s , he a l canzado mi ob je t ivo , p u e s t o q u e a pa r t i r de a q u e l d ía —lo sab ré m á s tarde— los h o m b r e s del S o n d e r -k o m m a n d o t e n d r á n p r o h i b i d o servirse de los f ranceses pa r a aque l la clase de a sun to s .

T ras ese i n t e r m e d i o , Gie r ing trata de r e a n u d a r su ofens iva : —Desde d i c i e m b r e de 1941, Moscú no t iene ya conf ianza en las in-

f o r m a c i o n e s q u e us ted le envía. . . (Me m u e s t r a tres v o l u m i n o s o s ex-ped ien tes . En la cub ie r t a del p r i m e r o , veo escrito en g r a n d e s caracte-res : " O r q u e s t a Roja—Par í s" ; en l a del s e g u n d o : " O r q u e s t a R o j a — B r u s e l a s " ; y en la del t e rce ro : " A s u n t o del g ran j e f e " . En tonces es c u a n d o me en te ro de q u e ese calif icativo e log ioso sirve p a r a desig-na rme . . . )

—... En este p r i m e r exped i en t e —prosigue Giering—, f iguran los d e s p a c h o s r ad io te leg rá f i cos desc i f r ádos en Berl ín a p r inc ip ios de 1942, y tales d e s p a c h o s evidencian q u e el Cen t ro es taba d e s c o n t e n t o de las m e d i d a s q u e us ted hab ía a d o p t a d o después del 13 de d ic iem-bre . Las j u z g a b a d e m a s i a d o severas. (Recuerdo pe r féc t a ihen te a q u e l i n t e r c a m b i o de m e n s a j e s con e l Cent ro , p e r o luego yo hab ía jus t i f ica-do mis dec is iones d e m o s t r a n d o al d i r ec to r q u e el pe l ig ro era real y a n d a b a m u y le jos d e habe r desaparec ido . . . )

Pero e l j e f e del S o n d e r k o m m a n d o qu ie re exp lo ta r a f o n d o este a r g u m e n t o :

—He a q u í e l d e s p a c h o q u e , en ve rano de 1942, usted envió al C e n t r o c o m u n i c á n d o l e la de tenc ión de Ef rémov . La respuesta del C e n t r o e s l a s igu ien te : " O t t o , a n d a us ted m u y e q u i v o c a d o . S a b e m o s q u e la po l ic ía be lga ha d e t e n i d o a E f r é m o v p a r a verif icar su d o c u -m e n t a c i ó n , p e r o t o d o se ha a r r e g l a d o " . Ya lo ve usted —prosigue Giering—; e l d i r ec to r h a b í a p e r d i d o la conf ianza q u e tenía pues ta en us ted . Y e ra us ted q u i e n tenía razón , p o r q u e no voy a ocul tar le q u e E f r é m o v t r a b a j a p a r a noso t ros . No es e l ún ico . S o m o s m á s fuer tes q u e us ted . . .

—Señor Gie r ing , i m a g i n e m o s q u e no estoy p re so y h a b l e m o s c o m o p e r s o n a s de l a m i s m a p ro fes ión . Se lo digo con t o d a f r a n q u e -za: no e s t én ustedes tan seguros, p o r q u e ésta es la m a y o r ten tac ión

194 LA ORQUESTA ROJA

q u e acecha a los especialistas de la i n f o r m a c i ó n . Ustedes están per-s u a d i d o s de q u e gozan de la conf ianza del d i rec tor . S iendo así y pues-to q u e ha c o m e n z a d o a leer los m e n s a j e s rad io te legrá f icos de Moscú , b u s q u e a q u e l en q u e e l d i r ec to r me p ide q u e vaya a Bruselas pa r a en-t rev is ta rme con Ef r émov . Me fi ja la fecha, la h o r a , el lugar . . . Ustedes i n t e r cep t a ron este d e s p a c h o . P e r o a h o r a , Gier ing , i n f o r m e a estos se-ño re s : ¿acaso acud í a aque l l a c i ta?

—No, no se p r e s e n t ó usted. — ¿ C ó m o se lo explica, c o n o c i e n d o c o m o c o n o c e la es t l ic ta disci-

pl ina q u e rige los servicios de i n f o r m a c i ó n ? No se p r e o c u p e , vo mis-mo se lo voy a deci r : recibí o t r o men s a j e , p o r una vía d is t in ta , en el q u e se me o r d e n a b a q u e no acud ie r a a la cita. Tal e n c u e n t r o no era más q u e u n a t r a m p a del d i rec to r , qu i en q u e r í a veriíicax s i El réniov se ha l l aba r e a l m e n t e de t en ido . . .

Se p r o d u c e c o m o un revue lo en la asis tencia . P ros igo : —... Ya lo ve us ted, no se p u e d e estar s e g u r o de n a d a . . . ¿ C ó m o

sabe us ted q u e e l C e n t r o no está a l co r r i en t e de sus p r o y e c t o s ? —Sabemos q u e Moscú cree q u e Kent está en l iber tad —responde

Gier ing . —¿Kent se ha p a s a d o a su l a d o ? - S í . —¿Está usted s e g u r o ? —Abso lu tamen te : es él q u i e n c i f ra los de spachos q u e e n v i a m o s al

Cen t ro . —;Eso no significa n a d a ! N u e v o c a m b i o d e t e r r e n o p o r p a r t e d e Gier ing . —A p r o p ó s i t o , O t t o , ¿cuá l es ese en lace especial con M o s c ú q u e

pasa p o r la d i rección del p a r t i d o c o m u n i s t a ? —¿ C o n o c e usted esa vía? Es Kent q u i e n le ha h a b l a d o de ella, ¿ n o

es as í? Pero , ¿ le ha faci l i tado los m e d i o s de ut i l izar la? Me int r iga la respues ta q u e va a d a r m e Gier ing. . . —Todavía no , p e r o eso carece de i m p o r t a n c i a . . . A p r o p ó s i t o , ¿co-

noce us ted e l g r u p o de Schulze-Boysen? —No, n u n c a he o í d o h a b l a r de tal g r u p o . —Es un g r u p o de e s p i o n a j e c o m u n i s t a en Berl ín. Lo h e m o s liqui-

d a d o p o r c o m p l e t o , p e r o las c o m u n i c a c i o n e s con Moscú c o n t i n ú a n , c o m o s i n a d a hub ie ra o c u r r i d o . . .

— ¿ Q u é qu ie re usted e x a c t a m e n t e de m í ? —replico—. Estoy preso v p r e f i e r o adver t i r le q u e t o d o lo q u e usted me cuen ta no me impre -siona, Ya lo sabía. Pero sé a s i m i s m o q u e us ted no goza de la c o n f i a n -za de Moscú . Po r o t r a par te , cada día q u e yo p a s e a q u í h a r á q u e us-ted a y u d e a Moscú a descub r i r p o r c o m p l e t o el juego q u e usted se trae en t r e m a n o s .

"ASÍ PUES, SEÑOR O T T O . . . " 195

Esta vez Gie r ing no r e s p o n d e . Son las d o s de la m a d r u g a d a . El cansanc io de mis in te r locu to res es pa ten te . La discusión, q u e a c a b o de re sumi r en lo esencial , ha s ido larga y precisa. C o m i e n z o a vis lum-bra r los p l anes del e n e m i g o : no cabe d u d a de q u e me ha l lo a n t e una tentativa de in toxicac ión de g r a n e n v e r g a d u r a , q u e no estoy en pre -sencia de un p e q u e ñ o Funkspiel q u e sólo va a d u r a r a lgunas semanas . Pe ro todav ía no d isc ie rno e l ob j e t ivo f ina l : ¿ q u é se p r o p o n e a lcanzar e l " g r a n j u e g o " q u e va p e r f i l á n d o s e ? Ni Gie r ing ni los d e m á s h a n s ido expl íc i tos a este respec to . Gie r ing s u s p e n d e la ses ión:

—Basta ya p o r hoy —dice—. M a ñ a n a c o n t i n u a r e m o s . Paso e l res to de la n o c h e en u n a p e q u e ñ a hab i t ac ión , t e n d i d o so-

b re un d iván . Me vigilan dos subof ic ia les SS. N a d i e viene a v e r m e a la m a ñ a n a s iguiente . Por la t a rde se p re sen ta G ie r ing pa r a a n u n c i a r m e :

—Lo q u e nos interesa p o r a h o r a es q u e nad ie se en te re de su de-tenc ión . P u e d e parecer le e x t r a ñ o , c i e r t amen te , q u e seamos tan since-ros con us t ed . H e m o s c a p t u r a d o a todos los m i e m b r o s i m p o r t a n t e s de la Orques ta Roja, a lgunos colaboran ya con nosotros, o t ros se nie-gan a ello. Se lo r e p i t o : usted ha p e r d i d o , p e r o hay una cues t ión q u e i n d u d a b l e m e n t e le interesa a us ted. . . a d ó n d e q u e r e m o s l legar. Pues b ien , s e ñ o r O t t o , de eso h a b l a r e m o s esta noche .

15. EL "GRAN JUEGO"

Hac ia las n u e v e de la n o c h e del 25 de n o v i e m b r e , c o m p a r e c í de nuevo an te e l a r e ó p a g o . Después de los g r a n d e s t r aba jo s de zapa de la víspera y del i n t e n t o de d e s m o r a l i z a r m e ins is t iendo en el t e m a : "Us t ed ha p e r d i d o " (pe ro , s i he p e r d i d o , ¿ p o r q u é e l S o n d e r k o m -m a n d o n o p r e sc inde d e mis "se rv ic ios"?) , ¿ q u é m e reservan a h o r a ?

Voy de s o r p r e s a en s o r p r e s a : c o m o ayer, t a m p o c o hoy se d i r ige Gie r ing a l p r i s i o n e r o venc ido ; no , s ino q u e en c ier to m o d o c a m b i a su fusil de h o m b r o y, u t i l i zando un regis t ro d is t in to , se lanza c o n t o n o s o l e m n e , casi c e r e m o n i o s o , a u n a d igres ión de al ta pol í t ica q u e har ía las del icias de un a u d i t o r i o de d ip lomá t i cos .

—El ú n i c o o b j e t i v o q u e pers igue el 111 Reich, a f i r m a ya de e n t r a -da , es t r iba en c o n c e r t a r la paz con la U n i ó n Soviética.. .

P r i m e r a not ic ia . . . Ha o b s e r v a d o sin d u d a q u e yo f runc í a e l en t r e -ce jo ; p e r o , ¿ q u é l e i m p o r t a ? , s igue a s e s t á n d o m e sus " v e r d a d e s " :

—... El b a ñ o de sangre , cada vez m á s denso , en q u e se d e b a t e la W e h r m a c h t y el e j é rc i to r o j o só lo p u e d e a l b o r o z a r a los p lu tóc ra t a s capital istas. ¿ A c a s o e l m i s m o l ü h r e r no ha t r a t a d o de a l cohó l i co a Church i l l y de d e s d i c h a d o para l í t ico a Rooseve l t? Pe ro si bien es fácil e n t r a r en c o n t a c t o c o n los r ep resen tan tes de las po tenc ias occ iden ta -les en los países neu t ra les , resul ta casi impos ib l e ent revis tarse con los emisa r ios del g o b i e r n o soviético. Este p r o b l e m a no ha d e j a d o de ser i n so lub le p a r a n o s o t r o s has ta e l d ía en q u e c o n c e b i m o s la idea de utilizar a la O r q u e s t a Roja . Las emiso ra s de la red, después de vueltas del revés, p a s a r á n a ser los i n s t r u m e n t o s de esta m a r c h a hacia la paz.. .

En este m o m e n t o , Gier ing , s e g u r o del éx i to , i n t e r r u m p e su dis-curso p a r a leer, en a p o y o de su tesis y a t í tu lo de e j emplos , a l g u n o s de spachos r ad io te l eg rá l i cos r emi t idos p o r las emiso ra s c a p t u r a d a s . Está sa t i s fecho de s í m i s m o . En t o n o t r iunfa l a ñ a d e que , en M o s c ú , nad ie se ha d a d o cuen ta de n a d a .

P a r a e l C e n t r o , p ros igue , "s in n o v e d a d en e l oes t e" , t o d o s igue c o m o antes , y es p e r f e c t a m e n t e c o m p r e n s i b l e q u e así sea, pues to q u e

E L " G R A N J U E G O " 197

el mater ia l r e m i t i d o s igue s iendo de p r i m e r a ca l idad , t a n t o en el te-r r e n o po l í t i co c o m o en e l aspec to mil i tar . Él, Gier ing , no trata de t r ansmi t i r not ic ias falsas a Moscú , s ino de for ta lecer su conf ianza . P o r e l m o m e n t o , n a d a p o d r í a induci r le a m o d i f i c a r esta táct ica:

—... C o n t i n u a r e m o s p r e s t á n d o n o s a estos p e q u e ñ o s sacrificios en p r o de la g r a n causa d u r a n t e a lgunos meses y e l d ía en q u e es temos p e r s u a d i d o s d e q u e n o subsiste n i n g u n a sospecha p o r pa r t e rusa acerca de la eficiencia de sus redes de e sp iona je q u e t r a b a j a n en e l oeste , a q u e l d ía in ic ia remos la s e g u n d a e tapa . L lega rán en tonces a su d i rec to r u n a s i n f o r m a c i o n e s de capital i m p o r t a n c i a p roceden t e s de los círculos m á s e levados de Berlín, y todas ellas c o n f i r m a r á n nues t ro deseo de l legar a u n a paz p o r s e p a r a d o con la U n i ó n Soviética.

C o n es to , Gier ing ha d a d o fin a su expos ic ión . A h o r a se vuelve hacia mí Y a r ro j a s o b r e la inesa sus t r iun fos :

—He reve lado a n t e us ted e l p r o g r a m a q u e nos h e m o s t razado, p o r q u e us ted ya no cons t i tuye un obs t ácu lo p a r a su real ización. Le de jamos , en l iber tad de q u e e l i ja : o c o l a b o r a c o n noso t ro s o desapa-rece us ted. . .

He aqu í , pues , a d o n d e que r í a l legar Gier ing , he a q u í e l sen t ido de la e scenogra f í a q u e me ha p r e p a r a d o y la conc lus ión f inal de sus la rgos d iscursos . Los nazis me o f recen u n a d o b l e o p c i ó n : t r aba j a r c o n ellos p a r a e l l og ro de una " inve r s ión de las a l ianzas" , en cuyo caso yo pasa r í a a ser un p e ó n de p r i m e r a i m p o r t a n c i a en el nuevo ta-b l e r o de a j ed rez , o ser s i m p l e m e n t e s u p r i m i d o .

Se t ra ta de un e n o r m e chan ta j e . A m e d i d a q u e h a b l a b a el j e fe del S o n d e r k o m m a n d o , yo ca lculaba velozmente , f eb r i lmen te , la enver-g a d u r a de su m a n i o b r a y perc ib ía con t oda exac t i tud la t r a m p a q u e así s e me tendía . Esta p r i m e r a conc lus ión no me coge e n t e r a m e n t e d e s p r e v e n i d o . No. Ya hab ía p re sen t ido q u e a los a l e m a n e s no les in-te resaba t a n t o des t ru i r nues t ras e m i s o r a s y l i qu ida r f í s icamente a nues t ros agentes , c o m o volverlos del revés. Esa táctica será más bien hab i tua l d u r a n t e la s e g u n d a gue r r a m u n d i a l y m á s a d e l a n t e sabre-m o s q u e t a m b i é n o t ro s han s ido o b j e t o a s i m i s m o de un in t en to de m a n i p u l a c i ó n . C o n la d i ferencia de q u e Gie r ing y sus a m i g o s —y ésta es mi s e g u n d a conc lus ión y no la m e n o s impor tan te— m i e n t e n desca-r a d a m e n t e c u a n d o a f i r m a n q u e e l I I I Reich desea conce r t a r u n a paz sepa rada con la U n i ó n Soviética. En este mes de n o v i e m b r e de 1942, y ya desde el o t o ñ o de 1939, me cons ta con a b s o l u t a certeza q u e a lgu-nos c í rculos d i r igentes nazis, t an to pol í t icos c o m o mil i tares , acar ician la esperanza de llegar a un c o m p r o m i s o con el oeste y q u e , de concer -tarse u n a paz s epa rada , s i empre será con los " p l u t ó c r a t a s capital is-tas" , a u n q u e sean " a l c o h ó l i c o s " o " p a r a l í t i c o s " , y a expensas de la URSS.

198 LA O R Q U E S T A ROJA

Cier to es q u e s e m e j a n t e ac t i tud sería conceb ib l e s i p roced ie ra de la Abwehr y de Canar i s (cuyo j u e g o a p a r e c e r á c l a r a m e n t e después de la guerra) , ¡pe ro de los Schel lenbevg, H e y d r i c h , Mül ler , H í m m l e r , es decir , de los jefes de la Ges t apo , en a b s o l u t o ! De b u e n a gana gr i ta r ía a Gie r ing : " ¿ C ó m o l o g r a r á n hace rnos creer q u e ustedes están dis-pues tos a pac tar con el p r i m e r país soc ia l i s ta?" . Para aque l lo s lanát i-cos no p o d í a t ra tarse de u n a paz s e p a r a d a , s ino de zapar y des t ru i r a f o n d o la alianza an t ih i t l e r i ana . He aqu í , pues , p a r a q u é deb ía servir esa b u r d a m á q u i n a in fe rna l a la q u e p r e t e n d í a n a s o c i a r m e y d o n d e vacía el pr incipal pe l ig ro : suscitar Ja desconf ianza , p r i m e r o , y la hos-ti l idad, después , e n t r e los a l iados , de las q u e luego sólo hab r í a q u e recoger los f rutos . 1 Noso t ro s , c o m b a t i e n t e s de la O r q u e s t a Roja , la gue r ra e n t r e la A leman ia nazi y la U n i ó n Soviética s i empre la hab ía -mos c re ído inevi table ; ni s iqu iera el pac to ge rmanosov ié t i co h a b í a m o d i f i c a d o nues t ro p u n t o de vista.

Cua lqu ie r a q u e fue r a nues t ra nac iona l idad , f rancesa , be lga , p o l a -ca, i ta l iana, e spaño la o j u d i a , todos nos sen t í amos g u i a d o s p o r u n a idea l i ja : la an iqu i l ac ión del naz ismo, la e l iminac ión radical de la peste p a r d a . Y c a l c u l á b a m o s las pos ib i l idades q u e exist ían de q u e se llegara a una paz s e p a r a d a y a una r u p t u r a en t r e los a l iados , p u e s t o q u e a m b a s p r o c u r a r í a n un nuevo r e sp i ro a aque l cáncer q u e era p re -ciso e x t i r p a r de raíz.

Al p r inc ip io de la gue r r a , los nazis h a b í a n e x p l o t a d o el desacuer -do exis tente en t re la U n i ó n Soviética y las democrac i a s occidenta les , y los p u e b l o s hab ían p a g a d o tal d e s a c u e r d o a un e levado prec io . En este a ñ o de 1942, la a l ianza p r e s e n t a b a a lgunos s ignos de d e b i l i d a d : e l e jé rc i to r o j o hab ía t en ido q u e r e t rocede r cen tenares de k i lómet ros hacia el in ter ior de su t e r r i to r io y hab ía e x p e r i m e n t a d o cuan t iosas pé rd idas en h o m b r e s y en mater ia l . Aquel la re t i rada había susci tado las suspicacias y los t emores de las po tenc ias occ identa les : ¿resis t i r ía aún p o r m u c h o t i e m p o e l e jérc i to r o j o Jos a t a q u e s de la W e h r m a c h t ?

Por o t r o lado, la escasa di l igencia q u e m o s t r a b a n los a n g l o a m e r i -canos en la a p e r t u r a de un s e g u n d o f rente , i ncesan temen te d e m o r a -da, d e s p e r t a b a las sospechas de M o s c ú : los soviéticos se p r e g u n t a b a n si los occidenta les no e s t aban a g u a r d a n d o , c o n las a r m a s quie tas y sus reservas intactas, a q u e el e jérc i to r o j o y la W e h r m a c h t se hub ie -ran d e s a n g r a d o p o r c o m p l e t o pa r a sacar e n t o n c e s las castañas de aque l g igantesco brasero. .

Más ta rde h e m o s ca ído en la cuen ta de q u e nues t ras a p r e h e n s i o -nes e ran exageradas . A h o r a s a b e m o s q u e los e l e m e n t o s q u e , en e l es-

1. "Era de la mayor importancia que entrásemos en contacto con los rusos en el momento de iniciar las negociaciones con los países occidentales. L¿ creciente rivalidad entre las potencias alia-das retorzaria nuestra posición" (Schellenberg, Le Che/ du conire-espionnage nazi parle).

EL GRAN J U E G O 199

t ado m a y o r a l e m á n e incluso en t r e los c o l a b o r a d o r e s i n m e d i a t o s de Hi t ler , t r a b a j a b a n en p r o de u n a paz s e p a r a d a con el oeste a expensas de la U n i ó n Soviética, " c o n o sin H i t l e r " , no g o z a b a n de g ran in-f luencia. A d e m á s , s i bien s a b e m o s igua lmen te q u e , en G r a n Bre taña y en Los Es tados Unidos , a l g u n o s pol í t icos acog ían con complacenc i a e l p royec to de un c o m p r o m i s o con una " A l e m a n i a d e s e m b a r a z a d a de H i t l e r " , t e n e m o s a h o r a l a a b s o l u t a certeza de que , f i rmemente a f e r r a d o s a sus exigencias de una " r e n d i c i ó n sin c o n d i c i o n e s " , Roo-sevelt y Churchi l l n u n c a c o l u m b r a r o n seme jan t e so luc ión .

Pero v o l v a m o s a h a b l a r a h o r a d i r e c t a m e n t e de mi c o m p a r e c e n c i a a n t e el a r e ó p a g o . . .

G ie r ing y los d e m á s jer i fa l tes nazis no hab ían p e r d i d o sus i lusio-nes y seguían p o r m e n o r i z a n d o g o z o s a m e n t e sus proyectos . Pero , al explayar su j u e g o an te mí , su p r i s ione ro , ev idenc iaban q u e no se sen-tían a b s o l u t a m e n t e seguros de habe r l o g r a d o e n g a ñ a r a l d i rec to r de los servicios soviéticos de i n f o r m a c i ó n . T o m a b a n no t a de mis reac-c iones y c o n s i d e r a b a n la even tua l idad de mi p r o p i a c o l a b o r a c i ó n en la real ización de sus proyectos . Pa ra mí, en c a m b i o , só lo c o n t a b a u n a ev idenc ia : a lo la rgo de las s emanas y los meses venideros , el C e n t r o iba a ser i n t o x i c a d o en u n a vasta escaía. Moscú juzgar ía c o m o d i n e r o c o n t a n t e y s o n a n t e ciertas i n fo rmac iones mil i tares, pol í t icas y d ip lo -mát icas , e n t e r a m e n t e fabr icadas p o r los servicios a l emanes . Por e l m o m e n t o , só lo e s t á b a m o s en e l es tadio del c e b o ; p e r o c u a n d o e l pez hub iese m o r d i d o e l anzue lo , G ie r ing no t endr ía q u e hacer o t ra cosa q u e c o n d u c i r l o a la red t i r ando del h i lo con p e q u e ñ a s sacud idas e x a c t a m e n t e c o n t r o l a d a s .

A u n q u e m e sentía e m b a r g a d o p o r u n a g ran ag i t ac ión , p r o c u r a b a mos t r a r . . . la m a y o r s e ren idad en mis respuestas . Mi p r i m e r ob je t ivo consist ía en q u e b r a n t a r la h e r m o s a segur idad de q u e se h a l l a b a n im-bu idos . Inven té u n a his tor ia lo bas t an te c o h e r e n t e pa r a q u e conven -ciera a los a l e m a n e s , p a r t i c u l a r m e n t e sensibles a la lógica:

—Ustedes se a p o y a n en la s iguiente h ipótes is : gracias a u n o s pia-nistas vuel tos del revés, el j u e g o q u e us tedes desa r ro l l an es tan per-fecto q u e e l d i r ec to r nada recela y s igue c o m p o r t á n d o s e c o m o antes . De a c u e r d o . Pe ro p o d e m o s conceb i r u n a hipótes is d is t in ta e igual-m e n t e va l ede ra : el d i r ec to r no es ciego o, m e j o r d icho , no es s o r d o , y se ha d a d o per fec ta c u e n t a de las no ta s falsas q u e suenan en e l con-cier to de la O r q u e s t a Roja . No obs tan te , f inge q u e de nada se ha en-te rado . . . En este caso, ¿ q u i é n m a n e j a a los o t ro s c o m o títeres, uste-des o é l ?

Gie r ing , p o r u n m o m e n t o de sconce r t ado , repl icó con u n a sonr isa i rón i ca :

—Su proeza del 13 de d i c i embre de 1941 no ha m e j o r a d o su si túa-

200 l-A ORQUESTA ROJA

ción. A h o r a Moscú ya no t iene conf ianza en usted y us ted no ha lo-g r a d o convencer al d i rec tor de q u e , aque l día, logró h u i r gracias a la o rgan izac ión Tod t . . .

T o d o s se e c h a r o n a reír, excep to e l cap i t án Piepe, q u e hab ía d a d o l a o r d e n de q u e me so l t a ran c u a n d o me ha l l aba en l a calle de los At réba tes.

Gie r ing a ñ a d i ó : —...Ya sabe us ted q u e en Moscú no creen q u e las p e r s o n a s q u e

han p e r m a n e c i d o , a u n q u e sólo sea un m o m e n t o , en t r e las m a n o s de la Ges tapo . . .

En tonces me decid í a asestar les un g ran go lpe : —Ustedes i g n o r a n u n a cosa de capital i m p o r t a n c i a y es la exis ten-

cia d e u n g r u p o d e c o n t r a e s p i o n a j e , c o m p l e t a m e n t e i n d e p e n d i e n t e de la O r q u e s t a Roja , cuya mis ión es t r iba en velar p o r la s egu r idad de los m i e m b r o s de esta o rgan izac ión . Tal g r u p o c o m u n i c a d i r e c t a m e n -te a Moscú , p o r u n a vía especial , t o d o c u a n t o o c u r r e aqu í . . .

De haber l e s r eve lado q u e Hi t le r era un agen te soviético, no ha-br ía s ido m a y o r su e s tupo r . Pa ra unos especialistas del e sp iona j e , la exis tencia de tal g r u p o e r a p e r f e c t a m e n t e verosímil . Una o rgan iza -ción de aque l l a í ndo le h a b r í a p o d i d o f u n c i o n a r a u n q u e ignorasen su existencia no sólo los a lemanes , s ino t a m b i é n Ja m a y o r p a r t e de los agentes de la O r q u e s t a Roja .

Esa h is tor ia del g r u p o f an t a sma del c o n t r a e s p i o n a j e soviético ha-bía d a d o un vuelco a la s i tuac ión. La d u d a se i n s inuaba a h o r a en la m e n t e de mis adversa r ios y p o c o a p o c o se t r a n s f o r m a r í a en cert i-d u m b r e . Seguí d ic i éndo les :

— C o m p r e n d e r á n ustedes q u e , en tales c i rcunstancias , me vea o b l i g a d o a e x a m i n a r c o n la m a y o r reserva las pos ib i l idades de mi co-l abo rac ión con ustedes. A p r u e b o p o r c o m p l e t o e l p r i nc ip io f u n d a -m e n t a l de Bismarck según el cual A leman ia debe evitar a t o d a costa una g u e r r a en dos f rentes , sob re t o d o con Rusia, p e r o c o n s i d e r o q u e no p u e d o pa r t i c ipa r en la cons t rucc ión de un edif ic io q u e se as ien ta s o b r e la a r e n a . Es r id ícu lo q u e yo, p r i s i one ro , e n t r e en un j u e g o del q u e e l C e n t r o c o n o c e ya todas las reglas.. .

La respues ta de G i e r i n g p r o v o c ó g r a n d e s r i sas . . . —La conc lus ión de lo q u e a c a b a de dec i rnos es q u e yo debe r í a p o -

ner le de n u e v o en l iber tad . Pe ro yo le r e p l i q u é en e l m i s m o t o n o : —¡ Es lo m e j o r q u e p u e d e usted hacer si de veras q u i e r e l legar a

u n a paz s e p a r a d a con la Un ión Soviética! Nues t r a s e g u n d a conversac ión se i n t e r r u m p i ó en este p u n t o , p e r o

yo me sentía sa t is fecho p o r h a b e r a lcanzado p r á c t i c a m e n t e mi o b j e -tivo, q u e e ra el de z a p a r su segur idad . D u r a n t e los d ías 26 y 27 de n o -

EL GRAN J U E G O 201

v i e m b r e estuve h a b l a n d o a solas con G i e r i n g ; en tonces vi c l a r a m e n t e los p u n t o s débi les de q u e ado lec ía e l g r a n j u e g o : en p r i m e r lugar , la o p e r a c i ó n só lo se ha l laba en su lase inicial ; d u r a n t e t o d o este pe r ío -do , los a l e m a n e s se ver ían o b l i g a d o s a enviar un mater ia l r e a l m e n t e val ioso a Moscú p a r a q u e éste no sospecha ra q u e a l g u n a e m i s o r a ha-bía s ido vuelta del revés. Eso nos d a b a un c ier to resp i ro . Pe ro , a n t e t o d o , Gie r ing se d a b a cuen ta de q u e la c o n e x i ó n especial , q u e esta-b lec íamos a través del p a r t i d o c o m u n i s t a í rancés y de la q u e Kent le h a b í a h a b l a d o , p o d í a hacer zozobra r t o d o su g r a n j u e g o . T e m í a q u e el C e n t r o se e n t e r a r a p o r a q u e l canal de la des t rucc ión parcial de la O r q u e s t a Roja en Francia , y sabía que , p a r a t ranqui l i za r def ini t iva-m e n t e a l d i rec tor , ten ía q u e enviar le un m e n s a j e p o r aque l l a vía. C o m o Kent le h a b í a d i c h o q u e yo era e l ú n i c o q u e p o d í a utilizarla, Gie r ing me neces i t aba : l e repet í con f i rmeza q u e su o p e r a c i ó n es taba c o n d e n a d a a l f racaso y q u e m u y p r o n t o así lo r econoce r í a é l m i s m o . C a d a día q u e t r anscur r i e ra sin q u e yo r e a n u d a r a mis con tac tos con e l p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés , ac recen ta r ía las sospechas del Cen t ro .

Mi r a z o n a m i e n t o no e ra u n a f a n f a r r o n a d a , en a b s o l u t o . Espara-ba q u e , de un m o m e n t o a o t ro , Gie r ing se vería o b l i g a d o a h a c e r m e e n t r a r en e l g ran j u e g o , no ya c o m o un p e ó n m a n i p u l a d o , s ino c o m o un c o m p a ñ e r o ind i spensab le . Y en tonces , d e s d e e l in te r io r , yo p o d r í a d e s b a r a t a r la m á q u i n a . . .

—¿ Q u é ga ran t í a s de su leal tad me va a d a r us ted , si pa r t i c ipa en el j u e g o . . . ? —me p r e g u n t ó Gier ing .

—Aquí no cabe p lan tea r se la cues t ión de conf ianza —le r e spon-dí—; usted t iene q u e arr iesgarse . Si ape la a mi c o l a b o r a c i ó n , es p o r -q u e me necesita, ¿ n o es as í? Si no c u e n t a con mi pa r t i c ipac ión , t oda su cons t rucc ión se d e r r u m b a .

P e r o Gie r ing todav ía no es taba d i spues to a ar r iesgarse . D u r a n t e seis s e m a n a s p r o c u r ó e n t r a r en con tac to con e l p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés sin recur r i r a mis servicios.

16. SEIS FRACASOS DE KARL GIERING

U n o tras o t r o , G i e r i n g e x p e r i m e n t ó seis fracasos, q u e me a len ta -ron a pe rsevera r en la lucha. P r i m e r f racaso : Gie r ing me p id ió q u e hiciera lo pos ib le p a r a q u e e l d i r e c t o r ignorase mi enca rce l amien to . Ai p u n t o le p r o p u s e t e l e fonea r al p r o p i e t a r i o de un calé de la plaza de la M a d e l e i n e y conf i a r l e el s iguiente r e c a d o pa r a " A n d r é " (Katz): ' ' T o d o va m u y b ien . Regresa ré d e n t r o de a l g u n o s d ías" . A Gier ing , este texto le pa r ec ió lógico. No es taba o b l i g a d o a saber que , en la O r q u e s t a Roja , só lo u t i l i zábamos e l t e l é fono en c i rcunstancias excep-cionales y que , incluso en tales casos, s i empre e m p l e á b a m o s un len-gua je i nve r t i do : " T o d o v a b i e n " s ign i f icaba : " T o d o v a m a l " . Por cons igu ien te , Katz i n t e rp re t a r í a mi m e n s a j e del s iguiente m o d o : " T o d o va m u y mal . No r eg re sa r é " , y así t end r í a una nueva c o n f i r m a -ción de mi c a p t u r a p o r p a r t e de la Ges tapo .

S e g u n d o f racaso : G i e r i n g o r d e n ó a Kent q u e t ransmi t ie ra un des-p a c h o a l d i r ec to r p i d i é n d o l e que , p a r a l e l a m e n t e a l mío , es tableciera un con tac to d i rec to con los responsab les del p a r t i d o c o m u n i s t a f r an -cés. Ju s t i f i caba su pe t ic ión a l e g a n d o q u e yo no es taba " s e g u r o " y q u e era p r e f e r i b l e d e s d o b l a r los con tac tos . El d i rec tor r e s p o n d i ó con u n a r o t u n d a negat iva. Recalcaba que , s i los d is t in tos g r u p o s se sent ían in-seguros , no existía n i n g u n a razón pa r a q u e h ic i é ramos c o m p a r t i r ta-les pel igros a los c a m a r a d a s de l p a r t i d o c o m u n i s t a .

Te rce r f r acaso : De nuevo p o r la emiso ra de Kent, e l S o n d e r k o m -m a n d o p id ió en mi n o m b r e al d i r ec to r q u e avisara a la d i recc ión del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés pa r a q u e ésta f i ja ra el lugar, el d ía y la h o r a en q u e p o d r í a r e u n i r m e con Michel , r ep re sen tan te de la direc-ción del pa r t i do . El d i rec to r r e s p o n d i ó pos i t ivamente y d io las c o o r -d e n a d a s del e n c u e n t r o del m o d o más explíci to.

Los h o m b r e s del S o n d e r k o m m a n d o e s t a b a n r ebosan tes de ale-gría. Se r e u n i e r o n i n m e d i a t a m e n t e en conse jo de gue r r a y a c o r d a r o n no de t ene r a Michel . Muy al con t r a r i o , el agen t e q u e acudi r ía a la cita le roga r í a q u e i n f o r m a s e al d i r ec to r en el s en t ido de q u e O t t o y los m i e m b r o s de l a O r q u e s t a Roja de París no h a b í a n s u l r i d o n i n g ú n

SEIS FRACASOS DE KARL GIERING 203

percance , a pesar cié las de tenc iones p rac t icadas p o r la G e s t a p o en la Simex.

La ru idosa sat isfacción del S o n d e r k o m r n a n d o era p r e m a t u r a , p o r q u e Michel no se p resen tó a la cita. Y es q u e Gie r ing y su e q u i p o i g n o r a b a n las d ispos ic iones especiales q u e yo hab ía conven ido con e l r ep re sen tan te del p a r t i d o c o m u n i s t a antes de mi d e t e n c i ó n : no acu-d i r í a m o s a las citas f i jadas p o r el Cen t ro , s ino q u e nos r e u n i r í a m o s en el lugar q u e d e t e r m i n a r í a m o s de c o m ú n a c u e r d o y dos días y d o s h o r a s antes del m o m e n t o previs to .

G ie r ing se deba t í a , pues, en m e d i o de la m á s densa n ieb la : ¡era inconcebib le q u e se de jase de asistir a u n a cita conce r t ada p o r el Cen-t ro! Le e x p l i q u é que , viviendo Michel en París, no era e x t r a ñ o q u e hubiese v e n t e a d o m u c h o m e j o r q u e e l Cen t ro , s i t u a d o a tres mil kiló-me t ros de dis tancia, q u e a lguna desgracia me h a b í a o c u r r i d o .

C u a r t o f racaso : G ie r ing hizo t r ansmi t i r p o r Kent o t r o despacho , en el q u e i n f o r m a b a a Moscú de las d i f icul tades q u e yo e x p e r i m e n t a -ba pa ra enviar mis mensa jes p o r la e m i s o r a de Marse l la , y a f i r m a b a a d e m á s q u e l a línea de emis ión del p a r t i d o c o m u n i s t a hab ía d e j a d o de f u n c i o n a r , de un t i e m p o a esta par te , p o r razones desconoc idas . Pedía pues q u e e l C e n t r o o rgan iza ra un e n c u e n t r o con " D u v a f ' (Fer-n a n d Pauriol) , r e sponsab le de a q u e l enlace . C o m o lo hizo «mu;* c o n Michel , el d i r ec to r f i jó a h o r a el lugar , el día y la h o r a de la cita. Una vez más el S o n d e r k o m r n a n d o se creyó p r ó x i m o a a lcanzar su obje t i -vo, p e r o t a m b i é n u n a vez más sus esperanzas q u e d a r o n d e f r a u d a d a s : de sde e l m e s de n o v i e m b r e h a b í a m o s c o n v e n i d o con F e r n a n d las mismas m e d i d a s de p recauc ión q u e con Michel . Po r o t ra pa r t e , só lo Grossvogel es taba facu l t ado pa r a entrevistarse con Fe rnand Paur io l . Éste h a b í a a c u d i d o al lugar de la cita, p e r o en el m o m e n t o q u e co-r r e s p o n d í a a nues t ros acue rdos , y no h a b í a e n c o n t r a d o a nadie , pues a la sazón Grossvogel ya es taba de t en ido . Este h e c h o c o n f i r m ó sus sospechas de q u e e l Cen t ro es taba s i endo in tox i cado p o r los nazis.

Cada vez era m a y o r la pe rp l e j idad de G ie r ing : hab ía l o g r a d o elu-di r la vigilancia del Cen t ro , p e r o de n a d a le servía, pues to q u e los agentes t ranceses ya no obedec í an las ó r d e n e s del d i rec tor .

Q u i n t o f racaso de Gie r ing : Desde 1941, la conf i te r ía J a c q u i n de la calle Pernelle , j u n t o a la plaza del Cháte le t , n o s servía de buzón pa ra el envío y la recepción de los de spachos rad io te legrá l i cos q u e c u r s á b a m o s a través del pa r t ido c o m u n i s t a . En aquel la conf i te r ía tra-b a j a b a corno v e n d e d o r a u n a anc iana d a m a m u y d igna , l a s e ñ o r a J u -liette Mouss ie r , q u e gozaba del a p r e c i o y cons ide rac ión t an to de la d i recc ión c o m o de las d e m á s empleadas , y mi l i t aba en el p a r t i d o co-mun i s t a de sde hacía ya m u c h o s años . A lo la rgo del d ía , e r a n m u y n u m e r o s o s los clientes q u e p a s a b a n p o r aque l la t i enda . Se nos ocu -

204 l-A ORQUESTA ROJA

r r ió , a F e r n a n d Paur io l y a mí , q u e sería fácil i n t e r c a m b i a r p e q u e ñ o s rol los de m e n s a j e s a ) t i e m p o de c o m p r a r u n o s du lces . En c u a n t o se lo p r o p u s i m o s , la señora Ju l i e t t e aceptó conver t i r se en n u e s t r o agen t e de enlace. P e r o aque l c o n d u c t o lo r e se rvamos p a r a la t r ansmis ión de los mensa j e s de m a y o r i m p o r t a n c i a y f u n c i o n ó sin la m e n o r dif icul-tad d u r a n t e un a ñ o y m e d i o . Excep to Hillel Katz, q u e era a m i g o de la s eñora Ju l ie t t e , só lo h a b í a m o s ut i l izado c o m o m e n s a j e r o s a d o s o tres ca ina radas , u n o de los cuales hab ía s ido R a i c h m a n n mien t r a s es-tuvo en Par ís después del desas t re de la calle de los Atrébates .

C u a n d o f u e d e t e n i d o y vuel to del revés d e s p u é s de sufr i r h o r r i -bles to r tu ras , R a i c h m a n n reveló a l S o n d e r k o m m a n d o la existencia de la s e ñ o r a Ju l i e t t e y a h o r a Gie r ing dec ide p r o b a r suer te con ella.. . Un día de d ic i embre , R a i c h m a n n se p resen ta en la conf i te r ía y ruega a la s eñora Ju l i e t t e q u e tenga la a m a b i l i d a d de t r ansmi t i r unas pa la -bras al " v i e j o " , es decir , a mí . La señora Ju l i e t t e le r e s p o n d e con g ran f r i a ldad q u e sin d u d a se t ra ta de un e r r o r : no sabe con qu i en t iene e l h o n o r de h a b l a r e i gno ra q u i e n es a q u e l " v i e j o " , a l q u e su in te r locu-tor se ref iere .

G ie r ing se ha me t ido , pues , en un nuevo ca l le jón sin sa l ida : ¿ p o r q u é la s e ñ o r a Ju l i e t t e se niega a " r e c o n o c e r " a un h o m b r e con el q u e p o c o an tes hab ía e s t ado en c o n t a c t o ? P e r o Gie r ing i gno ra sencil la-m e n t e q u e , después de la de tenc ión de Ef rémov , e m p e z a m o s a sospe-char de R a i c h m a n n y d i m o s o r d e n de i n t e r r u m p i r t o d o c o n t a c t o con él; a d e m á s , h e m o s c o n v e n i d o a h o r a q u e , salvo Katz y yo, t o d a pe r so -na q u e se p r e s e n t e en lo sucesivo a la s e ñ o r a J u l i e t t e le e n t r e g a r á un b o t ó n e n c a r n a d o . Y R a i c h m a n n desconoce esas nuevas d ispos ic iones de segur idad .

G ie r ing se p r e g u n t a e n t o n c e s q u é va a hacer con la s e ñ o r a Ju l i e t -te: ¿ d e b e de t ene r l a? Pero ésta no sería la m e j o r so luc ión , p o r q u e así co r ta r í a d e f i n i t i v a m e n t e la vía q u e a ú n p u e d e conduc i r l e a la direc-c ión del p a r t i d o c o m u n i s t a . Además , u n a d e t e n c i ó n equ iva ld r í a a re-conoce r q u e e l " v i e j o " hab ía s ido a p r e s a d o y q u e R a i c h m a n n t r aba -j a b a pa r a los a l emanes . Se abs t iene , pues , de t oda represal ia y t am-bién en este p u n t o se siente " a m o r d a z a d o "

El sexto f racaso , el sexto g a r r o t a z o q u e e x p e r i m e n t a G i e r i n g es la evasión deí " p r o f e s o r " Wenzel . Los a l e m a n e s se h a b í a n a p o d e r a d o de seis emisoras , p e r o i g n o r a b a n la i m p o r t a n c i a de cada u n a de ellas. La q u e h a b í a n c a p t u r a d o en o t o ñ o de 1942 al ap re sa r a los agentes soviéticos, q u e hab ían sido lanzados en p a r a c a í d a s s o b r e e l t e r r i to r io a l e m á n y q u e t r a b a j a b a n c o n e l g r u p o de Berl ín, cons t i tu ía e l p r i m e r i n s t r u m e n t o de la falsa o r q u e s t a . La e m i s o r a vuel ta del revés de Pas-cual (Ef rémov) q u e , después de su de t enc ión en e l mes de j u l i o , no d e j a b a de tocar con e l m a y o r en tu s i a smo , les era de g ran u t i l idad .

SEIS FRACASOS DE KARL GIERING 205

C o n t a b a n a d e m á s con la e m i s o r a de Sésée y , en H o l a n d a , con la de Win te r ink . En Francia f u n c i o n a b a la e m i s o r a de Kent, " F i l l e l " , y la s e g u n d a es tac ión , "Ei f fe l 2" , q u e los a l e m a n e s hac ían tocar j u n t a s b a j o e l n o m b r e de " M a r t e Eiffel" . Pe ro , en esta o rques t a , (a l taba la e m i s o r a de Wenzel .

I n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s de de t ene r a Wenzel, los a l e m a n e s lo e n c e r r a r o n en e l f ue r t e de B r e e n d o n k , d o n d e lo t o r t u r a r o n . En n o -v iembre , e l S o n d e r k o m m a n d o se d io cuen ta de q u e les e ra ind i spen-sable, p u e s t o q u e l a ausenc ia de a q u e l solista se d e j a b a " o í r " en M o s -cú. No cabía p e n s a r s iqu iera en sus t i tu i r a Wenzel p o r un p ian is ta del S o n d e r k o m m a n d c r , p o r q u e e l " p r o f e s o r " era un g r a n v i r tuoso , cuya " e s c r i t u r a " , m u y persona l , e ra fami l ia r a l Cen t ro . Los a l e m a n e s se m o s t r a r o n , pues , m u y sat isfechos c u a n d o , en n o v i e m b r e , Wenzel se av ino a t oca r de nuevo con su i n s t r u m e n t o .

A u n q u e e s t r e c h a m e n t e vigi lado, ya en la p r i m e r a emis ión Wenzel l o g r ó lanzar la señal de a l a r m a conven ida . Así adv i r t ió al C e n t r o de q u e la p a r t i t u r a es taba escrita p o r e l e n e m i g o .

" C o l a b o r a n d o " con los a lemanes , Wenzel par t i c ipó en la redac-ción y e m i s i ó n de dos mensa j e s e x p e d i d o s en n o m b r e de " G e r m á n " (su n o m b r e de guer ra ) ; de f u e n t e soviética c o n o c e m o s a h o r a estos dos de spachos r ad io te l eg rá f i cos :

El p r i m e r o dec ía : "Al d i r ec to r , URGENTE. Están vigi lados los enlaces hab i tua les con

e l g ran je fe . Den n o r m a s p a r a un nuevo e n c u e n t r o con e l g r a n j e fe . C r e o de l a m a y o r i m p o r t a n c i a e n c u e n t r o con e l g r a n je le . G e r m á n " .

Y el s e g u n d o : "Al d i r ec to r , MUY URGENTE. Según h e m o s s ab ido de fuen te a l e m a -

na , e l l ibro de cód igo ha s ido descub ie r to . T o d a v í a no he r ec ib ido aviso pa ra un e n c u e n t r o con e l g r a n je le . Mi c o m u n i c a c i ó n con uste-des f u n c i o n a c o n t oda r egu l a r i dad . N i n g ú n indic io de vigilancia. ¿ C ó m o d e b o o r g a n i z a r mis enlaces con e l C e n t r o ? R u e g o u n a res-pues ta u rgen te . G e r m á n " .

Estos dos d e s p a c h o s d i s ipa ron todas las d u d a s del Cen t ro , p o r -q u e n o s o t r o s no u t i l i zábamos n u n c a l a exp re s ión " g r a n j e í e " . P o c o a p o c o , Wenzel l og ró g r a n j e a r s e la conf ianza del S o n d e r k o m m a n d o , q u e lo ins ta ló c o n su a p a r a t o en u n a hab i t ac ión de la calle A u r o r e de Bruselas. En los p r i m e r o s días de e n e r o de 1943, e l " p r o f e s o r " a t u r -d i ó con un g o l p e a su g u a r d i á n mien t r a s éste, vuel to de espaldas , ati-zaba el f u e g o de la es tu fa . Lo d e j ó e n c e r r a d o en la hab i tac ión . . . y hu -yó sin de ja r sus señas.

Para G ie r ing , aque l l a evasión era u n a catás t rofe . Wenzel p o d í a i n f o r m a r a M o s c ú de t o d o c u a n t o hab ía o c u r r i d o en la O r q u e s t a Ro ja de Bélgica de sde d i c i e m b r e de 1941. Efect ivamente , e l " p r o l e -

206 l-A ORQUESTA ROJA

s o r " pasó a los Países Bajos y, p o r una de las emiso ras q u e a ú n no h a b í a n sido descubier tas , m a n d ó a l C e n t r o una re lación de ta l l ada de los acon tec imien tos .

Sin e m b a r g o , e l S o n d e r k o m m a n d o hab ía c o s e c h a d o a l g u n o s éxi-tos m u y i m p o r t a n t e s d e s p u é s de su asal to a la calle de los At réba tes : u n á inedia d o c e n a de emiso ras , s i tuadas en c inco países, env i aban a l C e n t r o decenas de despachos . Pe ro exist ían a s i m i s m o los seis Iraca-sos, graves y sucesivos, e x p e r i m e n t a d o s p o r G ie r ing en unas pocas s e m a n a s : las ó r d e n e s del Cen t ro no e r a n obedec idas , y cso ind icaba q u e e l e n g r a n a j e q u e d a b a a t a scado en a lgún lugar . C u a l q u i e r día p o -día hund i r se , pues, e l castillo de a r e n a de Gier ing .

A p a r e n t e m e n t e , e l j e t e del S o n d e r k o m m a n d o ya no tenia en sus m a n o s s ino u n a sola car ta decisiva p o r j u g a r : o b t e n e r l a c o l a b o r a -ción del " g r a n j e f e " p a r a t ranqui l izar al C e n t r o u t i l i zando la via de c o m u n i c a c i ó n del p a r t i d o c o m u n i s t a t rances . El r iesgo al q u e así se e x p o n í a G i e r i n g era e n o r m e , p e r o no l e q u e d a b a o t r a a l te rna t iva .

A íinales de d i c i embre , mis conversac iones con él y con su ayu-d a n t e Willy Berg c o b r a r o n un cariz d i s t in to . La a t m ó s f e r a hab ía c a m -b i a d o . Yo hab ía e s p e r a d o mi h o r a : a h o r a a c a b a b a de llegar. . .

17. LA SERIE NEGRA

Pese a la e n d i a b l a d a p a r t i d a q u e es taba 4 j u g a n d o " con Gier ing , no d e j a b a de r e c o r d a r a los c a m a r a d a s q u e a ú n seguían en l iber tad y q u e t a m b i é n ten ían q u e esqu ivar las asechanzas del S o n d e r k o n u n a n -do . Pensaba s o b r e t o d o en Grossvogel y en Katz. Pe ro no ab r igaba n ingún mot ivo de p r o í u n d a i n q u i e t u d p o r n i n g u n o de los dos ; c o n -venc ido de q u e h a b í a n e l u d i d o la r edada de la Ges t apo , los imag ina -ba en lugar seguro . Po r lo q u e se ref iere a Hillel, tenía incluso la cer-t i d u m b r e de q u e así e r a : d i s p o n í a de u n a m a d r i g u e r a m u y segura en An tony y , a d e m á s , h a b í a m o s previsto q u e saldr ía de París p a r a r e fu -giarse en Marsel la , d o n d e p e r m a n e c e r í a o c u l t o d u r a n t e a l g u n o s meses.

Fue Berg, e l a y u d a n t e de Gier ing , q u i e n me a n u n c i ó la m a l a no-ticia:

—¿Sabe u s t e d ? ¡ H e m o s d e t e n i d o a su a m i g o Katz! — ¡Ah! ¿Y c u á n d o lo h a n d e t e n i d o ? —Unas tres s e m a n a s a t rás . . . Así pues , t a m b i é n Hillel Katz hab ía ca ído en sus m a n o s . H a s t a

m á s t a rde no c o m p r e n d í y no supe c ó m o , a pesar de todas las a p a -rentes p r ecauc iones de q u e se ha l laba r o d e a d o , mi b u e n a m i g o hab ía s u c u m b i d o .

Katz, d e s c o n c e r t a d o p o r mi de tenc ión , hab ía c o n s a g r a d o a l g u n o s días a la p r e p a r a c i ó n de su pa r t ida . Su m u j e r , Cécile, hab ía d a d o a luz el 19 de n o v i e m b r e y Katz no q u e r í a desapa rece r sin de j a r antes en un lugar s e g u r o t an to a la m a d r e c o m o a la recién nacida . Su p r i m o -géni to , J e a n - C l a u d e , ya se ha l l aba en el castillo de Bil leron al cu ida -do de l a h e r m a n a de Maks ímovich .

Después de salir de Po lon ia en 1973, supe p o r la m i s m a Cécile Katz q u e el 28 de n o v i e m b r e de 1942 su m a r i d o fue a verla en la clíni-ca en c o m p a ñ í a de Grossvogel . A m b o s , me expl icó Cécile, es taban e n t e r a d o s de mi de t enc ión y se sent ían t e r r ib l emen te inquie tos . Katz'

I. Véase en el anexo 3d la carta de Kau a su hija.

208 l-A ORQUESTA ROJA

volvió de nuevo a la clínica el p r i m e r o de d i c i e m b r e ; al día s iguiente tenía q u e llevarse a su m u j e r y a la p e q u e ñ a . Pero no h u b o día si-guiente . Aquel m i s i n o día se d e m o r ó exces ivamente en Par ís y , so r -p r e n d i d o p o r e l t o q u e de q u e d a , no q u i s o ar r iesgarse a regresar a An tony en aque l l a s cond ic iones . Pref i r ió r e fug ia r se en casa de una de nues t ras amigas , M o d e s t e Ehrl ich, insti tutriz f rancesa q u e se h a b í a casado con un i ngen i e ro j u d í o , a n t i g u o c o m b a t i e n t e en las b r igadas in te rnac ionales .

Desde el c o m i e n z o de la gue r ra , el p iso de los Ehrl ich nos servía de lugar de e n c u e n t r o y de buzón . Allí lúe d o n d e R a i c h n i a n n se en-trevistó con Hillel Katz a p r inc ip ios de 1942. Tras la de tenc ión y las confes iones de R a i c h m a n n , la G e s t a p o es tableció u n a vigi lancia cons t an t e del p iso de los Ehr l ich . Hillel, c o n t r a v i n i e n d o mis ins t ruc-ciones (yo hab ía d a d o la o r d e n f o r m a l de q u e se de j a r a de uti l izar aque l piso), p e n s ó q u e p o d r í a pa sa r allí a l gunas horas , m a r c h á n d o s e muy p r o n t o a la m a ñ a n a s iguiente . Los agentes de la Ges t apo , q u e seguían v ig i l ando d í a y n o c h e aque l lugar , av isaron i n m e d i a t a m e n t e a Reiser, jefe del d e s t a c a m e n t o par is iense del S o n d e r k o m m a n d o ; éste o rgan izó u n a incurs ión y m a n d ó de t ene r a Hillel Katz y a M o d e s t e Ehrl ich. Aquel la m i s m a n o c h e (del 1 al 2 de d i c i e m b r e de 1942), lo-gré convencer a G ie r ing de q u e M o d e s t e Ehrl ich no per tenec ía a la O r q u e s t a Roja y de q u e u t i l i zábamos su p i so sin revelarle la índo le de nues t ras act ividades . Sin e m b a r g o , más t a r d e f ue env iada a un c a m p o de concen t rac ión y allí s u c u m b i ó .

Po r su pa r t e , t a m b i é n Léo Grossvogel lúe c a p t u r a d o p o r los h o m b r e s del S o n d e r k o m m a n d o : éstos sólo l o g r a r o n a t r a p a r l e p o r m e d i o d e u n i n n o b l e chan ta j e .

P o r una co inc idenc ia h a r t o e x t r a o r d i n a r i a , J e a n n e Pesant , esposa de Léo, t a m b i é n a c a b a b a de d a r a luz. C o m o yo me ha l l aba encarce-lado, i g n o r a b a este detal le —que, desde t o d o s los p u n t o s de vista, te-nía su impor tancia— y no rne sentía exces ivamente i nqu i e to p o r nues-t ro a m i g o , s a b i e n d o q u e t o d o es taba previs to p a r a q u e c ruzara l a f r o n t e r a suiza. J e a n n e Pesant , q u e no s o s p e c h a b a l a g r avedad de l a s i tuación, se h a b í a n e g a d o a re fug ia r se en un lugar seguro . El resul-t a d o fue q u e los agentes del S o n d e r k o m m a n d o la d e s c u b r i e r o n , e l 25 de n o v i e m b r e , en un p i so q u e hab ía a l q u i l a d o en los s u b u r b i o s de Bruselas. Ut i l izando un m é t o d o q u e no c o n t r a s t a b a con sus cos tum-bres, la a m e n a z a r o n con d a r m u e r t e a su h i jo a n t e ella si no escribía u n a car ta a Léo p i d i é n d o l e q u e f ue r a a verlos. Léo p res in t ió la t r a m -pa p e r o , a c u c i a d o p o r e l deseo de ver de nuevo a los suyos p o r ú l t ima vcv. an tes de s u m i r s e en las p r o f u n d a s t in ieblas de la c landes t in idad , lúe a su e n c u e n t r o en Uccfe, aven ida B r u n a r d , y allí los nazis lo de tu -v ie ron el 16 de d i c i e m b r e de 1942.

LA SERIE NEGRA 209

C u a t r o días antes , Berg me había a n u n c i a d o en t o n o desenvue l to : —Hoy vamos a c a p t u r a r a Rob inson . . . Más bien expans ivo , corno de c o s t u m b r e , Berg me e x p u s o los

p lanes del S o n d e r k o i n i n a n d o . Aquel la especie de semis in ipat ía q u e Berg me t e s t imon iaba iba a s e rme m u y útil más ade lan te . . .

—Hace ineses q u e lo h e m o s local izado —prosigió Berg—, y h e m o s dec id ido echa r l e e l g u a n t e c u a n d o acuda a u n a de sus citas, de las q u e es t amos p e r f e c t a m e n t e en t e r ados . Reiser ha o r g a n i z a d o una ve rdade -ra exped ic ión mil i tar . Ha s i t uado a n u m e r o s o s agen tes en los a l r ede -dores del lugar de la cita con la lo togra f ía de R o b i n s o n en la m a n o pa r a m e j o r ident i f icar lo . Le adv ie r to q u e Reiser va a p r o p o n e r l e q u e le a c o m p a ñ e , p e r o ú n i c a m e n t e pa r a obse rva r sus reacciones, p u e s t o q u e no está a u t o r i z a d o pa ra de j a r q u e le vean p o r aque l los lugares ; de lo c o n t r a r i o , e l g r a n j u e g o q u e d a r í a de f in i t i vamen te c o m p r o m e t i -d o . Si usted rehúsa , Reiser sacará la conc lus ión , y d i rá a qu i en qu ie ra oír le , q u e us ted se niega a co l abora r . . .

—Es deci r —respondí a Berg—, si bien lo e n t i e n d o , Reiser q u i e r e s o n d e a r m e y , a l m i s m o t i e m p o , t e n d e r m e u n a ce lada . . .

— I n t e r p r e t e co rno m e j o r le parezca la ac tuac ión de Reiser.. . Bien, es taba avisado. . . A m e d i o d í a , me c o n d u j e r o n a presencia de

Reiser, qu i en e m p e z ó e n t o n a n d o l a m i s m a canc ión q u e Berg: —Así pues , O t t o , hoy vamos a de tene r a R o b i n s o n . Es ya clásica la táctica de min imiza r en todos Jos casos la i m p o r -

tancia de los c a m a r a d a s . Por eso le r e p l i q u é : —Está usted en un e r r o r , Reiser. R o b i n s o n es un su je to a s q u e r o -

so. ¡No sabe n a d a ! —Quizá —me r e s p o n d i ó (sin q u e luera tan c a n d i d o q u e me creye-

ra)—; pe ro , s i no ve inconven ien te en ello, d e j e q u e seamos n o s o t r o s q u i e n e s j u z g u e m o s su valor . De todos m o d o s , us ted nos a c o m -p a ñ a r á . . .

— ¡ C o m o usted d i s p o n g a ! H a b í a d i cho estas ú l t imas pa lab ras en t o n o tan jovial y conci l ia-

d o r q u e Reiser pa rec ió q u e d a r s e m u d o d e so rp re sa . En t o d o caso, Berg no me h a b í a m e n t i d o . En el coche q u e nos c o n d u c í a al lugar de la " c i t a " de R o b i n s o n ,

r e f l ex ioné acerca de la ac t i tud q u e deb ía a d o p t a r y l legué a la conc lu -s ión de q u e el ú n i c o m o d o de ser útil a R o b i n s o n consist ía en susci tar a l gún a l b o r o t o p a r a l o g r a r así q u e me viera. En efec to , s i los a l e m a -nes h a b í a n dec id ido e x h i b i r m e e sposado , e s q u e h a b í a n d a d o ca rpe -tazo a l g r a n juego , ya q u e los h o m b r e s q u e p r o t e g í a n a H e n r y no de-jar ían de v e r m e y en tonces mi de tenc ión sería i n m e d i a t a m e n t e c o n o -cida p o r t o d o el m u n d o . Pero el coche se de tuvo a dosc ien tos m e t r o s del lugar de la cita y de sde allí asistí, i m p o t e n t e , a la d e t e n c i ó n de

210 l -A ORQUESTA ROJA

Henry . En e l j u i c io q u e , después de la gue r r a , se ce lebró c o n t r a R a i c h m a n n a n t e un t r i buna l belga, u n o de los cargos de l a acusac ión fue e l hecho de q u e R a i c h m a n n hab ía c o l a b o r a d o en la de t enc ión de R o b i n s o n .

T ras e l e n c a r c e l a m i e n t o de Franz Schne ider en Bélgica d u r a n t e e l mes de agos to , la G e s t a p o h a b í a descub ie r to ta pista de R o b i n s o n . Su an t igua m u j e r , m i e m b r o de l g r u p o berl inés, hab ía s ido de ten ida así c o m o su hi jo , s o l d a d o de la W e h r m a c h t . ¿ Po r q u é la G e s t a p o no ha -bía a c t u a d o con m a y o r r ap idez con t r a Henry P P o r q u e creía q u e éste di r ig ía un g r u p o de i m p o r t a n t e s m i e m b r o s del K o m i n t e r n , en t r e los cuales se e n c o n t r a b a n , según p e n s a b a la Ges tapo , el a n t i g u o secreta-r io de la o rgan izac ión , J u l e s H u m b e r t - D r o z , y el a n t i g u o d i r i gen t e del p a r t i d o c o m u n i s t a a l e m á n , Willy M ü n z e n b e r g . 2

Aquel g r u p o , p o d e r o s o y c l andes t ino , sólo existía en la imag ina -ción de Mül ler , qu i en veía c o m p l o t s en todas par tes , p e r o s o b r e t o d o allí d o n d e e r a n inexistentes . En aque l l a época , H u m b e r t - D r o z es taba e x p u l s a d o del p a r t i d o c o m u n i s t a . En 1937, Willy M ü n z e n b e r g h a b í a s ido b o r r a d o de los c u a d r o s del p a r t i d o a l e m á n y de la i n t e r n a c i o n a l c o m u n i s t a . En 1940, e l g o b i e r n o Da lad ie r lo hab ía i n t e r n a d o en el c a m p o de e x t r a n j e r o s de Gur s . Allí fue d o n d e dos agentes de Beria, i n t e rnados con él, r ec ib ie ron la o r d e n de e jecu ta r lo . Le p r o p u s i e r o n evadirse con ellos. E m b a r g a d o p o r la a legr ía de q u e se le p r e s e n t a r a aque l l a ocas ión , a cep tó i n m e d i a t a m e n t e : l o e n c o n t r a r o n c o l g a d o de un á rbo l a dosc ien tos m e t r o s del c a m p o de i n t e r n a m i e n t o . La in ten -ción de los a l emanes , q u e d e s e a b a n e c h a r e l g u a n t e a t odos los m i e m b r o s de aque l m o v i m i e n t o f a n t a s m a y que p o r eso d e j a b a n en " l i be r t ad v ig i l ada" a R o b i n s o n , no e ra o t r a q u e la de o rgan iza r un g r a n ju i c io púb l i co , cuyo pr inc ipa l e n c a r t a d o sería Hen ry . O b j e t i v o : d e n u n c i a r el " b o l c h e v i s m o i n t e r n a c i o n a l " a los o j o s y o ídos de los p u e b l o s de la ""nueva E u r o p a " .

En e l mes de d i c i embre , la Ges tapo , d á n d o s e cuen ta de q u e las huel las de R o b i n s o n no c o n d u c í a n a nad ie m á s q u e a é l m i s m o , deci-d i ó p r o c e d e r a su d e t e n c i ó n . Nues t r a ú l t i m a entrevista se r e m o n t a b a al 21 de n o v i e m b r e , d o s días después de las de t enc iones l levadas á c a b o en la S imex. Le e x p l i q u é la angus t iosa s i tuac ión en q u e se hal la-ba en tonces n u e s t r o g r u p o y , de c o m ú n a c u e r d o , dec id imos inte-r r u m p i r nues t ro s con tac tos . En aque l l a entrevis ta H e n r y , q u e i gno ra -ba la de tenc ión de Franz Schne ider , no me o c u l t ó su i nqu i e tud p o r la suer te de Ge r rna ine Schne ider . I g n o r a b a a s imi smo q u e su m a d r i g u e -ra de Passy ya es taba vigi lada. Ni Katz ni yo h a b í a m o s c o n o c i d o n u n -

2. Así lo relató el semanario alemán Dcr Spiegel en una serie de* artículos publicados en 1968: 'La construcción de la Orquesta Roja".

LA SERIE NEGRA 211

ca p e r s o n a l m e n t e a G r i o t t o ; i g n o r á b a m o s a s i m i s m o sus señas, lo m i s m o q u e las de R o b i n s o n . Éste fue c a p t u r a d o el 21 de d ic iembre . En el i n f o r m e q u e G e s t a p o - M ü l l e r elevó a H i m m l e r el 24 de d ic iem-bre de 1942, p o d e m o s leer e l s iguiente p á r r a f o : " S o b r e la c a p t u r a de R o b i n s o n : Sólo h e m o s p o d i d o p r o c e d e r a l a d e t e n c i ó n de « H a r r y » después de recibir n u m e r o s a s i n f o r m a c i o n e s y de c o o r d i n a r la acc ión de diversas pe r sonas acerca del lugar l i j ado p a r a la cita, después de lo cual, a u n o s c ien to c incuen ta m e t r o s del lugar c o n v e n i d o pa ra el en-cuen t ro , « H a r r y » f u e visto y p u d o ser d e t e n i d o p o r un f u n c i o n a r i o be r l inés" (véase el a n e x o n.° 6).

T a m b i é n A n n a y Vasili Maks ímovich e r a n vigi lados desde j u n i o de 1942. En aque l mes, la K o m m a n d a t u r de París hab ía c o n v o c a d o a A n n a Maks ímovich p a r a in te r rogar la s o b r e su p a s a d o (véase e l a n e x o n.° 8). C u a n d o se h ic ie ron púb l icos los e sponsa les de Maks ímovich con la señor i t a H o f f m a n n - S c h o l z , secre tar ia del c o n s u l a d o a l e m á n de París, la G e s t a p o e fec tuó u n a i ndagac ión ru t ina r i a en la p re fec tura de policía, d o n d e es t aban f ichados los ex t r an je ros . Al saber lo , a u n q u e d e m a s i a d o t a rde , i n t e n t a m o s inval idar tales pesquisas p i d i e n d o a nues t ros a m i g o s de la p re fec tu ra q u e hic ieran desapa rece r aque l ex-ped ien te . P e r o la Ges t apo lo e x a m i n ó y así tuvo not ic ias de las s im-pat ías prosoviét icas de Maks ímovich . En tonces le r e t i r a ron el pase q u e le d a b a acceso al hotel Majest ic , sede del e s t a d o m a y o r ^ie la W e h r m a c h t . Ya m á s q u e sospechoso , Vasili lúe e n t e r a m e n t e desen-m a s c a r a d o p o r los d e s p a c h o s rad io te legrá f icos desc i f rados en Berlín p o r e l d o c t o r Vauck, los cuales no d a b a n lugar a la m e n o r d u d a acer-ca del o r igen de las i n fo rmác iones . Su " n o v i a " se hab ía m a r c h a d o a Alemania pa r a ver a su famil ia . Al regresar , nos de ta l ló las des t ruc-ciones e x p e r i m e n t a d a s p o r las c iudades a l e m a n a s y noso t ros envia-m o s aque l las i n fo rmac iones a Moscú. La Ges t apo , al ver if icar tales da tos , ident i f icó a la señor i ta H o f f m a n n .

Maks ímovích era seguido d e s d e e l mes de o c t u b r e . Los agentes del S o n d e r k o m r n a n d o , lejos de d i s imula r su vigilancia, no vaci laron en p resen ta r se en el castil lo de Bil leron y expl icar allí a Anna q u e ha-bían r e u n i d o todas las p r u e b a s de su pa r t i c ipac ión y de la de su her-m a n o en u n a red de e sp iona j e con t r a e l III Reich.. .

—Usted p u e d e se rnos útil —dijeron a Anna— si p r o c u r a q u e s u j e t e se r eúna con u n a al ta p e r s o n a l i d a d a l e m a n a . Tal e n c u e n t r o p o d r í a realizarse en la zona libre. Le d a r í a m o s t oda clase de segur idades y no les m o l e s t a r í a m o s a ustedes, p o r q u e se t ra ta de un a s u n t o de g ran al-cance pol í t ico. . .

I n m e d i a t a m e n t e A n n a ine puso a l co r r i en te de las p ropos i c iones de Gier ing . A la sazón, yo no p o d í a i n t e rp re t a r aque l l a p r o p u e s t a s ino c o m o u n a b u r d a m a n i o b r a pa ra s ecues t r a rme con m a y o r facili-

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dad . Pe ro es p r o b a b l e q u e Gie r ing t ra tase de echar las bases.. . de nues t ra f u t u r a " c o l a b o r a c i ó n " .

T o d o s esos indicios convergen tes d e n o t a b a n has ta q u é p u n t o se ha l l aban a m e n a z a d o s Vasili y A n n a . Po r cons iguien te , les p r o p u s e ayudar les a desaparece r . . .

—No p o d e m o s ec l ipsa rnos —me r e s p o n d i ó Vasili— d e b i d o a mi anc i ana m a d r e y a mi o t r a h e r m a n a . . . ¿ Q u é seria de ellas sin n o s o -t ros? ¿ H a p e n s a d o us ted en las represa l ias?

Y a ñ a d i ó : —Si me echan el guan te , me suic idaré . —No, Vasili, h e m o s de d e s p a c h a r a l m a y o r n ú m e r o pos ib le de

esos cerdos . Vasili no a l te ró en lo m á s m í n i m o sus c o s t u m b r e s y p ros igu ió su

" t r a b a j o " c o m o antes . . . El 12 de d i c i e m b r e lúe d e t e n i d o en el despa-c h o de su " n o v i a " .

Kaethe Voelkner , q u e es taba i g u a l m e n t e señalada después del desc i f r ado de n u e s t r o s m e n s a j e s r ad io fón i cos , sabía la suer te q u e le es taba reservada . La a f i r m a c i ó n de la G e s t a p o , según la cual Maksí-movich hab ía c o o p e r a d o en la de t enc ión de Kaethe Voe lkner , es u n a b u r d a men t i r a . En d i c i embre , Kae the se fue a A l e m a n i a p a r a visitar a su famil ia . Veint ic inco a ñ o s m á s ta rde , su t ío, q u e es escr i tor en la Repúbl ica D e m o c r á t i c a A l e m a n a y con q u i e n hab lé en Berlín o r ien ta l d u r a n t e e l ve rano de 1968, me d i jo q u e Kae the no i g n o r a b a en tonces la a m e n a z a q u e se ce rn ía s o b r e ella. Su c o m p a ñ e r o , Pods ia ldo , fue a p r e s a d o p o r la G e s t a p o y e s p a n t o s a m e n t e t o r t u r a d o . . . Kaethe regre -só a finales de ene ro . C o m o h a b í a previs to , f u e de ten ida a su vez el 31 de e n e r o de 1943.

Po r su par te , Sp r inge r m o r i r á c o m o Pie r re Brossolet te . . . En d i c i e m b r e de 1941, se r ep l egó a Lyon con su m u j e r Flore —co-

mo ya tuve ocas ión de expl icar m á s arriba— y allí s iguió desa r ro l l an -do u n a in tensa ac t iv idad . E n t r ó en re lac ión con Balthazar , a n t i g u o min is t ro belga, y con el cónsu l de los Es tados Unidos , y descubr ió nuevas fuentes de i n f o r m a c i ó n . Era un c o m b a t i e n t e in la t igable y , más ade lan te , m u r i ó c o m o un h é r o e después de h a b e r l uchado , con las a r m a s en la m a n o , c o n t r a los h o m b r e s de la G e s t a p o .

Me hab ía en t rev i s tado con Spr inge r en el mes de abr i l y le hab ía a c o n s e j a d o p r u d e n c i a . No me hizo e l m e n o r caso; me p id ió , en c a m -bio, el c ó d i g o de c i f ra y se lo en t regué . . .

—¿Y la e m i s o r a ? —le p r e g u n t é . —Tengo la q u e neces i to ; mis a m i g o s a m e r i c a n o s me h a n facili ta-

d o u n a p e q u e ñ a maravi l la . En el mes d e - o c t u b r e ( sab íamos e n t o n c e s q u e la invasión de la

Francia l ibre era tan só lo u n a cues t ión de semanas) , volví a Lyon. De

LA SERIE NEGRA 213

n u e v o aconse jé a Spr inger la m a y o r p r u d e n c i a . . . —Sé p e r f e c t a m e n t e q u e p o d r í a m a r c h a r m e a los Estados Un idos

con Flore (su muje r ) —me repl icó a i radamente—, p e r o me n iego a ha-cer lo y mi m u j e r lo m i s m o . ¿Acaso los s o l d a d o s p u e d e n r e t rocede r en e l t rente a n t e e l pe l ig ro? N o ; pues e n t o n c e s n o s o t r o s s o m o s c o m o ellos. . . Soy un c o m b a t i e n t e de p r i m e r a l ínea, t r a b a j a r é has ta e l ú l t i m o día y, si los a l e m a n e s se ace rcan , ya t engo con q u é re-cibir los.

Spr inger h a b í a ins ta lado su e m i s o r a en u n a p e q u e ñ a a ldea a d i e :

cisiete k i lóme t ros de Lyon, c o n e c t á n d o l a con los cables de alta ten-sión q u e pasajban a p o c a distancia. . .

—Si se acercan —había precisado-^-, p u e s b ien , ¡ha ré q u e t o d o ex-p lo te !

No tuvo t i empo . En la n o c h e del 19 de d i c i embre de 1942, Spr inge r regresaba a la

hab i t ac ión q u e él y su m u j e r han a l q u i l a d o en Lyon. H a b í a n conve-n i d o una señal que , en la ven tana , d e b í a ind ica r le s i p o d í a o no p o d í a sub i r . La n o c h e es m u y oscura , todas las luces están apagadas , sería pues p r u d e n t e q u e desconf ia ra . . . En luga r de eso, Spr inge r s u b e la escalera con el revólver en la m a n o : ¿qu izá le espera la G e s t a p o ? No conf i e re u n a m a y o r i m p o r t a n c i a a esa even tua l idad y se d i s p o n e a a f r o n t a r el pe l igro . . . A b r e la p u e r t a , los a l e m a n e s están allí, sen tados , de pie, a p r e t u j a d o s cual cochini l las . D i spa ra c o n t r a e l m o n t ó n , h ie re a dos de ellos e in tenta t ragarse la cápsu la de c i a n u r o q u e s i e m p r e lle-va cons igo. . .

E n c e r r a d o p r i m e r o en Lyon, Spr inge r es t r a s l a d a d o a Fresnes al d ía s iguiente . Allí lo t o r t u r a n d u r a n t e c u a t r o d ías ; pe ro , pa r a no a r r iesgarse a q u e acabe h a b l a n d o , salta p o r e n c i m a de la b a r a n d i l l a q u e r o d e a la galer ía del tercer p i so y se a r r o j a al vacío. Es el d ía de Nav idad de 1942. Su m u j e r , F lore Velaerts , f u e d e t e n i d a la m i s m a n o c h e q u e él en Or l iénas , a diecisiete k i l óme t ro s de Lyon ; encarcela-da en Fresnes, fue luego decap i t ada en Berlín d u r a n t e e l mes de j u l i o d e 1943.

Has ta d e s p u é s de la gue r ra , el h e r m a n o y la p r i m a de Spr inger , Yvonne, no sup i e ron las c i rcunstancias de su m u e r t e a l leer la o b r a del co rone l Rémy, Libro del coraje y del miedo. En la pág ina 27 de su se-g u n d o t o m o p o d e m o s leer : "E l d ía d e Nav idad h a c o m e n z a d o con un suicidio. Un de se spe rado se ha a r r o j a d o a l vacío desde la b a r a n d i -lla de la ga le r ía super io r . N u m e r o s o s p resos h a n o í d o e l r u i d o s o r d o de su c u e r p o a l estrel larse con t r a e l sue lo . . . " . T o d o es exac to , excep to la a f i r m a c i ó n de q u e Spr inge r se a r r o j a r a a l vacío p o r desespe ro ; lo hizo p a r a evi tar a toda costa q u e a c a b a r a h a b l a n d o al verse tan a t roz-m e n t e t o r t u r a d o . Yo c o n o c í a b ien su t e m p l e y p u e d o d a r le de q u e

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era capaz de s e m e j a n t e cora je . Se hab ía e n f r e n t a d o con los h o m b r e s de la G e s t a p o e m p u ñ a n d o su revólver , hab ía d i s p a r a d o c o n t r a ellos, había i n t e n t a d o envenena r se : su ú l t imo gesto, en Fresnes, se inscr ibe p e r f e c t a m e n t e en la l ínea de esos mil i tantes e j empla res q u e m u e r e n con las a r m a s en la m a n o . Más t a rde e x h u m a r o n su c u e r p o y , des-pués de iden t i f i cado , lo i n h u m a r o n en la t u m b a famil iar . Y e n t o n -ces el g o b i e r n o belga c o n d e c o r ó a t í tulo p o s t u m o a mi a m i g o Spr inger .

T a m b i é n en Lyon, la Ges tapo , cuyo m i e m b r o desco l lan te era e l f a m o s o Barbie , d e t u v o a J o s e p h Katz, h e r m a n o de Hiflel, y a mi an t i -g u o c a i n a r a d a Schreiber . N i n g u n o de ios dos f o r m a b a p a r t e de l a O r q u e s t a Roja . J o s e p h ine hab ía p e d i d o q u e l e de ja ra t r a b a j a r c o n noso t ros , p e r o yo ine hab ía n e g a d o : no que r í a q u e en u n a m i s m a fa-milia, q u e a d e m á s e s t aba e m p a r e n t a d a con l a mía , dos h e r m a n o s a r r i e sga ran su vida en la m i s m a empresa .

C o m o a t an tos o t ro s c a m a r a d a s de la lucha c landes t ina , hab ía co-n o c i d o a Schre iber en Palest ina. C o m u n i s t a a rd i en t e p e r o no c o n f o r -mista, no vacilaba en f o r m u l a r acerbas críticas q u e le i n d i s p o n í a n con los doc t r ina r io s . Éstos no le pe rmi t i e ron q u e luese a l u c h a r en España , c u a n d o s e o f r ec ió c o m o vo lun ta r io , p r e t e x t a n d o q u e no s e a ten ía con la suf ic iente fidelidad a la l ínea t razada p o r el p a r t i d o c o m u n i s t a .

Una de mis p r i m e r a s gest iones, c u a n d o l legué a París en el v e r a n o de 1940, lúe in ten ta r d a r de n u e v o con él. Schre iber era d e m a s i a d o activo y tenaz p a r a h a b e r r e n u n c i a d o a la lucha. S u p e e n t o n c e s p o r su m u j e r q u e , en 1939, h a b í a o r g a n i z a d o un negoc io de c o m p r a y venta de coches viejos, p e n s a n d o q u e le serviría de c o b e r t u r a en caso de q u e es ta l lara la gue r r a . El Cen t ro , en Moscú, se in teresó p o r él y le envió a un j o v e n oficial soviét ico que , p o r ex t r aña p a r a d o j a , r e s p o n -día a l n o m b r e de " F r i t z " y que , pa r a cub r i r apar ienc ias , fue n o m b r a -do d i r ec to r de l a e m p r e s a .

Desg rac i adamen te , Fritz es taba m e n o s d o t a d o a ú n q u e los o t ro s r ep resen tan tes de la d i rección del servicio de esp iona je . Cier to día de o t o ñ o de 1939, c u a n d o dos inspectores de policía hac ían una visita ru t inar ia a l g a r a j e (Schreiber deb ía estar f ichado) , e l oficial ruso , q u e se ha l l aba en la hab i t ac ión del f o n d o , saltó p o r la ven tana y —¡en un a l a rde de s ingular inteligencia!— fue a re fug ia rse en la e m b a j a d a so-viética. Allí expl icó q u e a c a b a b a de escapar p o r los pe los a una incur -sión de la pol ic ía .

El co r r e sponsa l de Fritz en la e m b a j a d a era un " v i r t u o s o " de la i n f o r m a c i ó n de la m i s m a ca l aña ; no se le hab ía o c u r r i d o n a d a tan as-tu to c o m o a n o t a r en su a g e n d a el n ú m e r o de t e l é fono y las señas de la e m p r e s a de Schre iber . Vigi lado p o r e l c o n t r a e s p i o n a j e f rancés ,

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c o m o lo e s t aban t o d o s los e m p l e a d o s de la e m b a j a d a , con m o t i v o de u n p re t ex to c u a l q u i e r a f u e d e t e n i d o d u r a n t e u n a s cuan tas ho ra s y cacheado .

La consecuencia lógica de esas i m p r u d e n c i a s de a f i c ionados fue q u e Schreiber , después de la f i rma del p a c t o ge rmanosov ié r ico , fuera de t en ido p o r las a u t o r i d a d e s f rancesas y env iado al c a m p o de inter-na in ien to del Vernet . C u a n d o l l egaron los a l emanes , Schre iber se-guía i n t e r n a d o y decidí faci l i tar le la evasión. Sus lopárov , a q u i e n ha-blé de lo q u e me p r o p o n í a hacer ( r ecue rdo a l lector q u e Suslopárov era e l a g r e g a d o mil i tar soviético en Vichy), me r e s p o n d i ó q u e prefe-ría p r o c e d e r de a c u e r d o con la legal idad y q u e le sería fácil a ñ a d i r el n o m b r e de Schre iber a la lista de c i u d a d a n o s soviéticos i n t e r n a d o s o encarce lados q u e iba a p re sen ta r a los a l e m a n e s pa r a lograr su l ibera-ción. En efecto , Schre iber fue pues to en l iber tad , p e r o el inicio de las hos t i l idades en t r e A l e m a n i a y la U n i ó n Soviética le s o r p r e n d i ó en Marsella an tes de q u e tuviera t i e m p o de e m b a r c a r s e hacia Moscú , d o n d e ya se h a b í a n es tab lec ido su m u j e r Régine y su hi ja . Schre iber se re fug ió en tonces en la c l andes t in idad , pe ro pe rec ió c u a n d o los a le-manes lo a p r e s a r o n : o b ien éstos lo fus i l a ron en el m i s m o m o m e n t o de prac t icar su de t enc ión en v i r tud de la l l amada "ley de f u g a s " , o bien lo m a n d a r o n a un c a m p o de concen t r ac ión . Lo cierto es q u e no reaparec ió después de t e r m i n a d a la gue r ra .

Por su pa r t e , J o s e p h Katz desapa rec ió mien t r a s se hal laba d e p o r -t ado . Si he a u n a d o estos dos casos es p o r q u e p i enso q u e mis dos a m i -gos f u e r o n de la tados p o r l a m i s m a pe r sona , O t t o Schumachc r . Éste f o r m a b a p a r t e de la p e q u e ñ a c o h o r t e de ind iv iduos equívocos , q u e e l adversar io inf i l t ra en u n a red c landes t ina p a r a m e j o r roer la desde su in ter ior . V t engo todas las razones p a r a creer q u e S c h u m a c h e r era una te rmi ta a sue ldo de la Ges tapo , q u e ésta hab ía i n t r o d u c i d o en la O r q u e s t a Roja . Fue é l q u i e n a lqu i ló e l p iso d o n d e fue d e t e n i d o Wen-zel. Y con t r a t o d o lo q u e cabía e spe ra r , nad ie le moles tó . Después de la l iqu idac ión del g r u p o belga, llega a París y se a lo ja en casa de Ar-lette H u m b e r t - L a r o c h e , mi a g e n t e de enlace con Henry R o b i n s o n . En n o v i e m b r e de 1942, pese a mi in te rd icc ión fo rmal , desc iende a Lyon y allí en t r a en con tac to con Spr inge r (cuyo final he ro i co ya he re la tado) y G e r m a i n e Schneider . En d ic i embre , regresa a París y p ide a Arlette q u e le p r e p a r e u n a entrevis ta con R o b i n s o n (de q u i e n sabe-m o s a s i m i s m o q u e más t a rde será a p r e s a d o p o r los a l e m a n e s en m e -d io de un i m p r e s i o n a n t e desp l i egue de fuerzas). Arlette vacila y luego acepta e l e n c a r g o de p o n e r l e en c o m u n i c a c i ó n con nues t ro amigo . Pe ro Arlet te ya no regresará nunca .

Arlette H u m b e r t - L a r o c h e , m i e m b r o de la O r q u e s t a Roja , se ha-bía e n a m o r a d o de un chivato c a m u f l a d o de los G i e r i n g y d e m á s

l -A ORQUESTA ROJA 216

c o m p i n c h e s . . . Era u n a m u c h a c h a e n c a n t a d o r a , de l i cada , q u e h a de -j a d o t ras ella u n o s h e r m o s o s p o e m a s . 3

3. t d i n o n s Réalités publicaron en 1946 un libro de sus poemas prologado por Charles Vil-drac. "[...] Durante el verano de 1941 fue cuando Arlette Hurnbert-Laroche comenzó a mostrarme sus poemas, escribe Charles Vildrac, para que se los criticase y la aconsejara... Hacia finales de 1942, entregó a mi ponera un gran sobre: contenía todos sus poemas, cuyo depósito me confiaba, dejándome atlivinar por qué. Ya no volvería a verla..."

Sin duda. Arlette presentía su destino cuando escribía en la primavera de 1939:

Moi atan, je voudrau Laisser mon parfum Sur la ierre

Et jaxre en sorte que leí hommes Mes pire i Se souvienneni de moi...

(También yo quisiera / dejar mi per fume / en la tierra / ... / y obrar de cal modo que los hombres, / mis hermanos, / se acordaran de mí...)

18. PRESO ESPECIAL

El 25 de n o v i e m b r e de 1942, d e s p u é s de la n o c h e de mi p r i m e r i n t e r r o g a t o r i o , Gier ing se vio e n f r e n t a d o al p r o b l e m a de mi encarce-l amien to . Este p r o b l e m a se d e s d o b l a b a en d o s : ¿ d ó n d e y c ó m o ?

D ó n d e y cómo. . . Ten ía q u e i m a g i n a r y e n c o n t r a r un lugar sufi-c i e n t e m e n t e a is lado pa ra q u e no se d ivu lgara el secreto de mi de ten-c ión, p e r o q u e a l m i s m o t i e m p o r eun i e r a todas las cond ic iones preci-sas pa r a q u e n i pud ie ra evad i rme , lo q u e e ra e lementa l , n i pud ie ra c o m u n i c a r m e con e l ex te r io r .

Este ú l t i m o requis i to e ra de s u m a i m p o r t a n c i a en un a sun to c o m o el de la O r q u e s t a Roja . En este d o m i n i o , e l S o n d e r k o m m a n d o hab ía e x p e r i m e n t a d o cons iderab les f racasos , pues to q u e n u n c a hab ía l o g r a d o aislar p o r c o m p l e t o a los agen tes e n e m i g o s q u e hab ían ca ído en sus m a n o s . No h e m o s de o lv idar , en efecto , q u e los carceleros de an tes de la g u e r r a a veces seguían d e s e m p e ñ a n d o sus func iones en las pr i s iones de los países o c u p a d o s . Y no e ra r a r o q u e i n f o r m a s e n a la resistencia y la tuvieran al co r r i en te de t o d o c u a n t o a esta le interesa-ba , si es q u e no se ha l laban p u r a y s i m p l e m e n t e af i l iados a u n a red de la mi sma . Ya he h a b l a d o de las c i rcuns tancias en q u e los carceleros de la p r i s ión Saint-Gil les de Bruselas nos f u e r o n i n f o r m a n d o de la suer te reservada a los de t en idos en la calle de los Atrébates .

Los reclusos de la O r q u e s t a Roja de Francia se ha l l aban a g r u p a -dos en u n a sección especial de Fresnes. C u a n d o los t r a s l adaban a o t r o lugar , les cub r í an la cabeza con un c a p u c h ó n . Estaba r igurosa-m e n t e p r o h i b i d o desplazar los en el m i s m o in te r io r de la cárcel. Su iden t idad no era c o n o c i d a ni p o r la a d m i n i s t r a c i ó n peni tenciar ia ni s iqu iera p o r los d e m á s servicios a l emanes . Cada m i e m b r o del Son-d e r k o m m a n d o tenía a su ca rgo a los reclusos , u n o o varios, q u e ex-p r e s a m e n t e le hab ían as ignado , y le es taba p r o h i b i d o interesarse p o r los demás . Pe ro todas esas rr jédidas de p r e c a u c i ó n f u e r o n inc remen-tadas todav ía después de mi cap tu ra .

C o m o ya he d icho , c u a n d o el S o n d e r k o m m a n d o llegó a París a p r inc ip ios de o c t u b r e de 1942, se instaló en el edi f ic io de la calle de

218 l-A ORQUESTA ROJA

las Saussaies q u e an tes de la gue r ra hab ía s ido la sede de la Su relé francesa. O c u p a b a e l c u a r t o piso del mismo . El 26 de n o v i e m b r e me h ic ieron b a j a r a la p l a n t a ba ja , d o n d e se h a l l a b a n las a n t i g u a s ofici-nas de la tesorer ía de la pol ic ía í rancesa . En aque l lugar , en el q u e Gier ing p e n s a b a t e n e r m e enca rce l ado d e incógn i to , a c o n d i c i o n a r o n d o s g r a n d e s es tancias c o m o celda p a r a un " p r e s o especia l" . E l pr i -mer a p o s e n t o íue d iv id ido en dos p o r una re ja provis ta de u n a p u e r -ta. A un l a d o de ella, d i spus ie ron una mesa y d o s sillas p a r a los dos subofic ia les SS q u e me vigi lar ían d ía y n o c h e ; a l o t r o l ado , a r reg la -r o n e l r i n c ó n q u e me es taba r e se rvado : un c a m a s t r o , u n a mesa y dos sillas. U n a ven tana provis ta de g ruesos b a r r o t e s se abr ía s o b r e un j a r -dín. La pue r t a de e n t r a d a íue r e fo rzada con un b l inda je .

A los dos o tres días , en Berlín e l a b o r a r o n el r e g l a m e n t o q u e de-t e r m i n a b a mi r é g i m e n carcelar io y los deberes de mis vigilantes. Era u n a v e r d a d e r a o b r a maes t r a de la bu roc rac ia a l e m a n a ; a los g u a r d i a -nes se les p r o h i b í a s o b r e t o d o q u e me d i r ig ie ran la p a l a b r a o q u e res-p o n d i e r a n a las p r e g u n t a s q u e p u d i e r a fo rmula r l e s .

Poco después d e q u e m e " i n s t a l a r a n " e n aque l l a ce lda , G i e r i n g me p r e s e n t ó a l h o m b r e q u e estaría e spec ia lmen te e n c a r g a d o de m í : Willy Berg. Podía v e n i r m e a ver en cua lqu ie r m o m e n t o , h a b l a r m e c o m o bien le pa rec ie ra y p r e o c u p a r s e de mi sus ten to , q u e me t ra ían tres veces a l d ía d e s d e la can t ina mi l i ta r más p r ó x i m a . C a d a día me a c o m p a ñ a b a en e l p a s e o q u e yo d a b a p o r e l j a r d í n in t e r io r de aque l l a casa.

Willy Berg va a o c u p a r un i m p o r t a n t e lugar en el d e s a r r o l l o de esta h is tor ia . . . P e q u e ñ o , r e c h o n c h o , c o n el r o s t r o l l eno y las m a n o s fuer tes pa ra p e g a r c u a n d o era preciso, c o m e n z a b a n a pesa r l e sus cin-cuen ta a ñ o s de e d a d . De u n a intel igencia m e d i a n a , h a b í a n a c i d o pa ra los s e g u n d o s papeles , q u e d e s e m p e ñ a b a con s ingu la r di l igencia b a j o e l m a n d o de Gier ing . A m i g o y c o n f i d e n t e del j e l é del S o n d e r k o m -m a n d o , era el ú n i c o q u e c o m p a r t í a sus secretos y sus a m b i c i o n e s , el ún ico q u e conoc ía a f o n d o los a sun tos de aque l c o m a n d o especial y los p repa ra t ivos de l g r a n j u e g o . Policía p ro f e s iona l , h a b í a c o m e n z a -do su ca r r e ra b a j o el Kaiser, luego la había p r o s e g u i d o b a j o la Repú-blica de W e i m a r , y a h o r a se d i spon ía a t e rmina r l a al servicio de Hi t -ler. A m a n u d o le h a b í a n e n c a r g a d o a lgunas mis iones de l icadas y ha r -t o a m b i g u a s ; p o r e j e m p l o , hab ía s ido g u a r d a e s p a l d a s d e R i b b e n t r o p c u a n d o éste es tuvo en Moscú p a r a la f i rma del pac to g e r m a n o -soviético.

En las obras q u e se han escrito sobre la Orques ta Roja, sus autores han a f i r m a d o a veces q u e Berg era un agen te d o b l e y q u e me in fo r -maba de todas las decisiones del Sonde rkommando . . . N a d a es más falso q u e esa a b s u r d a hipótes is : ¡ T o d o h u b i e r a s ido d e m a s i a d o h e r m o s o !

PRESO ESPECIAL 219

Lo q u e hay de c ie r to es que , desde el p r inc ip io de mis re laciones con Berg, present í q u e l legaría a serv i rme de él. M u y p r o n t o me di cuenta de q u e era vu lne rab le , de q u e e l a y u d a n t e del j e le del S o n d e r -k o m r n a n d o e ra un h o m b r e muy desgrac iado , a qu i en la vida sólo ha-bía rese rvado a m a r g o s s insabores en su i n t im idad famil iar . Dos hi jos suyos m u r i e r o n de d i f te r ia d u r a n t e la g u e r r a ; e l te rcero perec ió en un b o m b a r d e o q u e d e s t r u y ó su casa; su m u j e r , q u e no p u d o s o p o r t a r t an tos y tan r e i t e rados desconsue los , i n t en tó suic idarse y tuvo q u e ser i n t e rnada en un s ana to r io . M o r a l m e n t e h a b l a n d o , Berg era , pues , un h o m b r e m u y e n f e r m o . A finales de aque l a ñ o de 1942, d u d a b a , c o m o su aniigo Giering p o r o t ra pane , de la victoria final del 111 Reich. Se ha-bía t r azado u n a línea de c o n d u c t a que , en e l m a r c o del S o n d e r k o m -m a n d o , resu l taba c o m p a t i b l e con dos even tua l idades : o bien el con-flicto a r m a d o t e r m i n a b a con la victoria de la U n i ó n Soviética y de sus a l iados , en cuyo caso p o d r í a d e m o s t r a r q u e me hab ía t r a t a d o con h u m a n i d a d y hab ía fac i l i tado rni a c t u a c i ó n en el g ran j u e g o , o b ien el III Reich era el q u e t r i u n f a b a y, en este caso, se p resen ta r ía c o m o un hé roe de la lucha c o n t r a la " s u b v e r s i ó n c o m u n i s t a " . Willy Berg era m i e m b r o del p a r t i d o nazi desde hacía p o c o t i e m p o y, s i bien uti l izaba la f raseología h i t l e r iana de r igor , se m o s t r a b a muy escéptico en lo to-cante a la pol í t ica . En la e n u m e r a c i ó n de ta l l ada de las " c o n f i d e n c i a s " ideológicas q u e rne hacía , p o d r í a sub raya r la s iguiente : "Fu i policía en t i e m p o s del Ka ise r" —me d i jo un día—; " l o fui a s i m i s m o d u r a n -te la Repúbl ica de Weimar , a h o r a soy un e sb i r ro de Hi t ler , m a -ñana p o d r í a ser i g u a l m e n t e un b u e n servidor del r ég imen de T h a e l m a n n . . . " .

Desde los p r i m e r o s días y p r e t e x t a n d o q u e deseaba c o m p l e t a r mis c o n o c i m i e n t o s del i d ioma a l emán , p e d í a Willy Berg q u e t rans-mi t ie ra mi deseo de recibir a l g u n o s pe r iód icos y d i s p o n e r de un dic-c ionar io , de varias h o j a s de pape l y de un lápiz. Me conced ie ron la pe r t i nen te au to r i zac ión . A b r i g a b a en tonces la esperanza —algo loca, lo confieso— de p o d e r env ia r un i n f o r m e a l Cent ro . . . a u n q u e no tenía la m e n o r idea de c u á n d o y c ó m o lograr ía hacer lo . Por e l m o m e n t o , me a l e n t a b a n con inus i tada fuerza a no s u m i r m e en la desesperac ión aque l los pocos o b j e t o s q u e p u e b l a n los s u e ñ o s de un rec luso: tener a m a n o con q u e escr ibir y saber q u e quizá p o d r á r e a n u d a r l a c o m u n i -cación con e l m u n d o exter ior .

Era obv io q u e nada p o d r í a escribir m ien t r a s no se re la ja ra la vigi-lancia de mis carce leros . La g u a r d i a c a m b i a b a dos veces al día, a las siete de la m a ñ a n a y a las siete de la tarde . Cada vez aparec ían ros t ros nuevos. . . Los subof ic ia les SS de facción, q u e h a b í a n le ído el regla-m e n t o , e s t aban tan i m p r e s i o n a d o s que , d u r a n t e h o r a s enteras , n o d e j a b a n de m i r a r m e n i p o r un solo instante . . . Para a lcanzar mis p r o -

220 l-A ORQUESTA ROJA

pósi tos , era p rec i so q u e inis gua rd i anes fuesen s i empre los m i s m o s . Ésta e ra mi única e spe ranza de p o d e r es tab lecer un con tac to con ellos.

Me decid í a hab la r de esta cuest ión a Gier ing . . . —Confiese —le dije— q u e ha m u l t i p l i c a d o us ted el r iesgo de q u e

mi r ec lus ión d e j e de ser i g n o r a d a d e n t r o de m u y p o c o t i e m p o . D u -r a n t e q u i n c e días , se h a n suced ido m á s de c incuen ta g u a r d i a n e s en mi ce lda ; q u e haya un so lo char la tán e n t r e el los, y soy op t imis t a en la p r o p o r c i ó n , y m u y p r o n t o se sabrá q u e existe un " p r e s o e spec ia l " en la calle de las Saussaies.

La vo lun t a r i a i ron ía de mi observac ión hizo mel la en el á n i m o del jefe del S o n d e r k o m m a n d o : a par t i r de aque l día , só lo se d e s t i n a r o n seis h o m b r e s a mi vigilancia.

Mis re lac iones c o n Berg iban s i endo cada vez m á s cordia les . Poco a p o c o , a lo la rgo de nues t ro s co t id ianos paseos q u e lavorecían nues-tras char las , me so l t aba unas miga jas de i n f o r m a c i ó n que , a c o p l a d a s luego unas a o t ras c o m o las piezas de un puzzle, me o f rec ían la ima-gen m á s fiel pos ib le del S o n d e r k o m m a n d o y a r r o j a b a n de vez en c u a n d o un destel lo de luz s o b r e sus proyectos . Así iban p r e c i s á n d o s e a l g u n o s p u n t o s o scu ros . Berg l legaba incluso a h a b l a r m e de lo q u e o c u r r í a en las altas esferas pol ic íacas de Berl ín .

M a n e j a b a con s ingu la r destreza las observac iones cargantes . . . Un día me d i j o sin la m e n o r s o m b r a de i ron ía en la voz:

—Escuche, O t t o ; e spe ro q u e l l ega remos a b u e n o s r e su l t ados y q u e l a g u e r r a t e r m i n a r á p r o n t o . . . Pe ro , s i p o r ven tu ra un p e l o t ó n de s o l d a d o s a l e m a n e s tuviera q u e c o n d u c i r l e a l p a r e d ó n , vendr ía a es-t rechar le la i n a n o y a deci r le ad iós p o r ú l t ima vez.

Yo Je r e s p o n d í con la m i s m a se r i edad : —SÍ p o r ven tura un p e l o t ó n de so ldados soviéticos tuviera q u e

c o n d u c i r l e al p a r e d ó n , t a m b i é n yo vendr ía , se lo p r o m e t o , a estre-char le la m a n o y a dec i r le a d i ó s p o r ú l t ima vez.

En la s e g u n d a mi tad de d ic i embre , a l g u n o s reclusos de la O r -ques ta Roja i n t e n t a r o n suic idarse en Fresnes. Desde Berlín l legó la o r d e n de a tar les las m a n o s a la e spa lda . A mí me ap l i ca ron u n a med i -da de favor a l p e r m i t i r m e q u e pe rmanec i e r a con mis m a n o s a tadas p o r de lan te .

Era impos ib l e escr ib i r l a m e n o r p a l a b r a en tales condic iones . . . Me q u e j é a Berg de aque l la dec is ión; me c o m p a d e c i ó , a f i r m a n d o q u e sabía m u y b ien lo difícil q u e era d o r m i r con las m a n o s a t adas , y lue-go me e n s e ñ ó a m a n i p u l a r las a t a d u r a s de tal m o d o q u e p u d i e r a sol-tar de ellas mi m a n o derecha . Mien t ras t an to , los gua rd i anes , q u e me creían a g a r r o t a d o c o m o u n a vieja best ia , s e d o r m í a n a p a c i b l e m e n t e . C a d a n o c h e , en t r e las dos y las tres de la m a d r u g a d a , m o m e n t o q u e

PRESO ESPECIAL 221

hab ía c o n s i d e r a d o c o m o el m á s favorab le , r e d a c t a b a mi i n í o r m e y lo iba g a r r a p a t e a n d o en p e q u e ñ o s t rozos de pape l .

C u a n d o hice obse rva r a Berg q u e mi camas t ro era d e m a s i a d o co r to y exces ivamente d u r o , me a y u d ó u n a vez más. . . Me t r a j e ron u n a nueva cam a , esta vez de h i e r r o y provis ta de un b u e n co l chón . Observé q u e sus c u a t r o pa tas e r a n o t ro s t an tos t u b o s huecos : ¡exce-lente caja de cauda les p a r a un recluso!

A lgunos días después de mí " i n s t a l a c i ó n " , recibí la visita de tres oficiales m é d i c o s SS, q u e me e x a m i n a r o n de pies a cabeza. . . I nme-d i a t a m e n t e p r e g u n t é a Berg las razones de aque l l a visita...

—Es pa ra saber a q u é a tenerse en el aspec to f is iológico —me res-pondió—.. . D igamos q u e e s p a r a cons ta ta r has ta q u é p u n t o p o d r í a s o p o r t a r u n i n t e r r o g a t o r i o l l evado con m a n o dura . . .

Pues h a b r á n q u e d a d o sat isfechos, pensé , con mi elevada tens ión ar ter ia l , mi do lenc ia card íaca , las secuelas de mi hue lga de h a m b r e en Palest ina. . . Q u e r í a sabe r m á s detal les . . .

—Gracias a las m e d i d a s a n t r o p o l ó g i c a s —añadió Berg— h a n llega-do a la conc lus ión de q u e usted no es j u d í o , y a Gie r ing le ha encan -t ado este resu l tado . . .

Estuve a p u n t o de de s t e rn i l l a rme de risa, p e r o a lgo m á s t a rde supe c ó m o hab ía l l egado G i e r i n g a tales conc lus iones : creyó que , con la p r u e b a de q u e yo e ra un " b u e n a r i o " , sería m á s fácil q u e Berl ín se aviniera a p rosegu i r el g ran j u e g o . A las al tas esferas q u e se interesa-b a n p o r mi caso, ¿ q u é c réd i to les h u b i e r a m e r e c i d o la p a l ab ra de un

Judas, q u é c o l a b o r a c i ó n h u b i e r a n j u z g a d o pos ib le c o n un r ep re sen -tan te de la " r aza m a l d i t a " ?

Gie r ing tenía neces idad de un a r io y sus expl icaciones no e s t aban desprovis tas de cierta agudeza m e n t a l . D u r a n t e u n a de nues t ras c o n -versaciones, l e i n d i q u é q u é h a b í a n a c i d o en una famil ia j u d í a y q u e me hab ían c i r c u n c i d a d o i n m e d i a t a m e n t e después de mi nac imien to .

Su respuesta no d e j ó de s o r p r e n d e r m e : —Con s incer idad le d i g o q u e me hace us ted reír. . . ¡Ésta es la

p r u e b a p r e c i s a m e n t e de lo b ien q u e t r a b a j a n los servicios soviéticos de i n f o r m a c i ó n ! Al p r i nc ip io de la gue r r a , s abe usted, la A b w e h r en-vió a los Es tados U n i d o s a a l g u n o s agentes q u e hab ían s ido circunci-d a d o s p a r a facili tarles s u l a b o r . Pe ro , c u a n d o f u e r o n ap re sados p o r e l c o n t r a e s p i o n a j e a m e r i c a n o , éste d e s c u b r i ó m u y p r o n t o la super -cher ía , p o r q u e la o p e r a c i ó n e r a d e m a s i a d o reciente.

G i e r i n g a n d a b a t an i m b u i d o de las his tor ias y es t ra tagemas de los servicios de esp iona je , q u e exp l i caba mi c i rcuncis ión au tén t ica p o r la maes t r ía con q u e m a n e j a b a n el b is tur í Jos técnicos y especialistas de los servicios secretos rusos .

Además , yo le hab ía r e p e t i d o varias veces q u e era j u d í o . De ahí la

222 l-A ORQUESTA ROJA

conc lus ión de q u e un h o m b r e q u e cae en m a n o s de la G e s t a p o y se p r o c l a m a j u d í o , n o p u e d e s ino ment i r . . .

F ina lmente , G i e r i n g h a b í a l levado a c a b o u n a indagac ión m i n u -ciosa. En casa de la e sposa de Grossvogel , en Bruselas, h a b í a e n c o n -t r a d o un a n t i g u o p a s a p o r t e q u e yo hab ía ut i l izado en Palest ina, en e l a ñ o 1924, y en e l q u e cons t aba mi v e r d a d e r a i d e n t i d a d : L e o p o l d T r e p p e r , así c o m o la fecha y e l lugar de mi n a c i m i e n t o : 23 de f e b r e r o de 1904 en Novy-Ta rg . En d i c i embre de 1942, los sabuesos del Son -d e r k o m m a n d o se f u e r o n a Novy-Targ p a r a in ten ta r descubr i r allí las huellas de mi famil ia . En e l t e legrama q u e env ia ron d a n d o cuen ta de su mis ión , exp l i ca ron q u e n a d a h a b í a n descub ie r to p o r q u e —y cito su p rop i a expresión— la c i u d a d hab ía s ido " l i m p i a d a de la peste j u d í a y e l c emen te r io c o n v e r t i d o en t ierra de cu l t ivo . . . " .

Gie r ing veía c o n f i r m a d a , pues , su c e r t i d u m b r e : yo no era j u d í o ; c u a n d o los servicios secretos soviéticos me m a n d a r o n a Pales t ina , me f ab r i ca ron a d r e d e u n a p e r s o n a l i d a d j u d í a y T r e p p e r era un ape l l i do falso.

Para mí , lo i m p o r t a n t e e r a q u e l a G e s t a p o no descubr ie ra mi n o m b r e d e mi l i t an te : Leiba D o m b .

E l S o n d e r k o m i n a n d o tenía u n a m a n e r a m u y pa r t i cu l a r de g u a r -d a r sus secre tos : en la p u e r t a de mi ce lda , an t e la cual p a s a b a n cada día decenas y decenas de pe r sonas , hab ía f i j ado un g r a n l e t r e ro : " C u i d a d o . Preso especial . P r o h i b i d a la e n t r a d a " . Más t a rde supe , y l a noticia no me s o r p r e n d i ó , q u e en los c í rculos co laborac ion i s t a s de París c i r c u l a b a n insistentes r u m o r e s acerca de un " r ec luso soviét ico excepc iona l " .

La cu r io s idad de mis g u a r d i a n e s se s o b r e p o n í a a m e n u d o a su discipl ina. . . a u n q u e ésta fue ra a l e m a n a . T a n t o les h a b í a n d icho q u e no me d i r ig ie ran la p a l a b r a y, en su servicio de vigilancia de aque l " p r e s o espec ia l " , t e s h a b í a n s o m e t i d o a un r é g i m e n tan d r a c o n i a n o (ocu l t ándo les de sde l uego lo esencial) q u e , después de a lgún t i e m p o , no p o d í a n abs tene r se de conversa r c o n m i g o . A g u a r d a b a n l a m e d i a -n o c h e y , c u a n d o e s t a b a n seguros de q u e n a d i e iría a s o r p r e n d e r l e s , i n t e n t a b a n s abe r m á s d e mí , p r i m e r o d a n d o g r andes rodeos , p e r o luego cada vez c o n m a y o r desenvo l tu ra . Entonces c h a r l á b a m o s d u -ran te u n a o dos h o r a s y , p a r a mí , e r a n s i n g u l a r m e n t e p rovechosas aque l las d e s g a r b a d a s conversac iones . D o s de ellos e r a n u n o s e sb i r ro s idiotas y u n o s v e r d u g o s a car ta cabal . Los d e m á s ( r ecue rdo al lec tor q u e se t r a t aba de WafTen SS) h a b í a n s ido adscr i tos a aque l servicio, p e r o no d e n o t a b a n n i n g u n a ciega f ide l idad a l naz ismo. De habérse les o r d e n a d o , sin d u d a a l g u n a n o h a b r í a n vac i lado e n c o m e t e r c u a l q u i e r c r imen , e n m a t a r m e d e p r o n t o , p o r e j e m p l o , p e r o logré es tab lecer con dos de el los u n a cier ta c o r r i e n t e de s impa t í a . Me a c u e r d o s o b r e

PRESO ESPECIAL 223

t o d o de u n o , q u e per tenecía a una secta religiosa y q u e me d i jo q u e , m ien t r a s me vigilaba, rezaba t oda la n o c h e p a r a la salvación de mi al-m a . Inc luso l legó a o f rece r se pa r a t r ansmi t i r unas pa l ab ra s a mi fa-mil ia . . .

19. "SE ACERCA EL DÍA DE LA VENGANZA"

Gier ing hab ía f r aca sado en todas sus tentat ivas p o r llegar a un con tac to c o n la d i recc ión del p a r t i d o c o m u n i s t a p r e s c i n d i e n d o de mi c o l a b o r a c i ó n . C o m o seguía sin decidirse a ca rgar con el r iesgo q u e impl icaba hacer uso de mis servicios, r ecu r r ió a la ú l t ima car ta q u e le q u e d a b a : ob l iga r a Leo Grossvogel y a Hillel Katz a q u e h a b l a r a n .

D u r a n t e t o d o e l mes de d i c i embre , los h o m b r e s del S o n d e r k o m -m a n d o h o s t i g a r o n a Grossvogel . Pensaban que , h a b i e n d o s ido mi ayudan t e , conoc í a e l m e d i o de es tablecer c o m u n i c a c i ó n con e l par t i -do c o m u n i s t a Francés. Tal c o m o h a b í a m o s a c o r d a d o , Grossvogel les r e s p o n d í a i nva r i ab l emen te q u e él só lo se o c u p a b a de las cues t iones comerc ia les en nues t ra o rgan izac ión y les repet ía una y o t r a vez q u e se d i r ig ie ran a mí. El S o n d e r k o m m a n d o dec id ió echa r m a n o de los g r a n d e s m e d i o s del c h a n t a j e i n n o b l e : o les p r o p o r c i o n a b a las infor-mac iones p e d i d a s o, de lo c o n t r a r i o , e j ecu ta r í an a su m u j e r y a su h i jo an te sus p r o p i o s o jos . Grossvoge l no vaciló ni un solo ins tante y, con u n a ca lma , u n a sangre f r ía q u e , según me confesó Berg, impre -s i o n a r o n p r o f u n d a m e n t e a los a l e m a n e s , les r e s p o n d i ó :

—Pueden c o m e n z a r p o r mí, p o r mi m u j e r o p o r e l p e q u e ñ o : eso no t iene l a m e n o r i m p o r t a n c i a . ¡Pe ro no s a b r á n n a d a !

G ie r ing y sus esb i r ros c o m p r e n d i e r o n q u e nada sacar ían de Léo. Pienso que , an t e la evidencia de aque l l a i m p r e s i o n a n t e fuerza de ca-rácter , r e n u n c i a r o n a t o r t u r a r l o . Po r mi pa r t e , hab ía adve r t i do a G ie r ing q u e , s i m a l t r a t a b a n a Léo, me sent i r ía des l igado de toda ob l igac ión con respecto a l g ran j u e g o , q u e Léo e ra a b s o l u t a m e n t e in-d i spensab le pa r a la real ización de nues t ros proyec tos y q u e un día u o t r o e l C e n t r o se en t e r a r í a de lo q u e h a b í a s ido de él.

H a b i e n d o f r aca sado con L é o Grossvogel , e l S o n d e r k o m m a n d o se a r r o j ó s o b r e Hillel Katz, a l q u e q u e r í a utilizar c o m o agen te de enlace con Ju l ie t te . Más ta rde , en abr i l de 1943, c u a n d o me encon t r é de nuevo con Hillel en la p r i s ión de Neuilly, me c o n t ó t o d o lo q u e tuvo q u e s o p o r t a r . U n v e r d a d e r o in f i e rno .

El e n c a r n i z a m i e n t o de los i nqu i s ido re s se expl icaba p o r el hecho

"SE ACERCA EL DÍA DE LA VENGANZA" 225

de que , i n d u d a b l e m e n t e , R a i c h m a n n les h a b í a i n f o r m a d o del lugar q u e o c u p a b a n u e s t r o a m i g o en l a O r q u e s t a Roja . P r i m e r o t r a t a ron de a b l a n d a r l o con buenas pa l ab ra s y le p r o p u s i e r o n q u e luera a ver a Ju l i e t t e : le dir ía q u e iba de mi p a r t e y le en t r ega r í a los despachos , q u e yo h a b í a " r e d a c t a d o " , p a r a q u e los t r ansmi t i e ra a la d i rección del p a r t i d o comunis ta . . .

—Otto es mi j e f e —les r e s p o n d i ó Hillel—, y sólo obedece ré sus ór-denes . . .

Los h o m b r e s del S o n d e r k o m m a n d o m o d i f i c a r o n en tonces su es-t ra tegia y r e c u r r i e r o n a la a m e n a z a hab i tua l de q u e se ensaña r í an con su m u j e r y sus dos hi jos , q u e se ha l l aban b a j o la vigilancia de Raich-m a n n en e l castil lo de Bil leron. T o d o f u e en vano , pues to q u e Hillel rechazó u n a vez m á s los o f r ec imien tos de Gie r ing .

Entonces e c h a r o n m a n o de l a to r tu ra , a t roz , en sesiones ininte-r r u m p i d a s . El ins t igador fue Reiser, r e s p o n s a b l e del S o n d e r k o m -m a n d o de París. Los a l e m a n e s h a b í a n c a m b i a d o de táctica y a h o r a exigían q u e Katz les confesara t o d o c u a n t o sabía de la O r q u e s t a Roja , pues s o s p e c h a b a n q u e p o d í a p r o p o r c i o n a r l e s n u m e r o s a s i n f o r m a -ciones . En rea l idad , Hillel no i g n o r a b a n a d a , p u e s conocía t odos los secretos de nues t ra o rgan izac ión . Lo s o m e t i e r o n a esta ho r r ib l e m a -n i p u l a c i ó n d u r a n t e unos diez d ías ; luego, E r i c j u n g , e l sádico invete-r a d o del S o n d e r k o m m a n d o , l o t o m ó p o r s u cuen ta . C o m o Katz .no cedía , p i d i e r o n a Berlín q u e les m a n d a r a n , c o m o re fuerzo , e l g r u p o especial de los i n t e r roga to r io s forzados , los d i p l o m a d o s super io res de la to r tu ra , los ve rdugos de m a n o s pega josas y e n s a n g r e n t a d a s . Hi -llel no se cansaba de repet i r , c o m o h a b í a m o s prev is to antes de mi de-t e n c i ó n :

—Diríjanse ustedes a Ot to , él les i n f o r m a r á . Yo no era más q u e un h u m i l d e e m p l e a d o de la Simex, no es taba en e l secreto de nada . . .

Y luego, tras h a b e r a g o t a d o todas sus fuerzas de resistencia, in-t en tó suic idarse c o r t á n d o s e las ar ter ias de un b r a z o ; p e r o los agentes de Gie r ing no l e p e r m i t i e r o n a c a b a r de a q u e l m o d o .

Mien t ra s t an to , Gier ing , q u e se hab ía a u s e n t a d o p a r a i r a Berlín, r egresó a París . E n c o n t r ó a Katz en un e s t ado l a m e n t a b l e y t ra tó de e n m e n d a r las iniciativas de sus s u b o r d i n a d o s . Sabía q u e Hillel po -d r í a serle útil en el g r a n j u e g o y que , sin mi au to r i zac ión , ni hab la r í a , n i c o l a b o r a r í a en lo más m í n i m o . T e n í a la suf ic iente perspicac ia pa r a p rever q u e un h o m b r e q u e s o p o r t a los peo res t o r m e n t o s y no vacila en p o n e r t é r m i n o a sus días, no es un c o l a b o r a d o r en po tenc ia . Man-dó q u e Willy Berg me advir t ie ra q u e la dec is ión de t o r t u r a r a mi ami-go hab ía s ido a d o p t a d a en su ausencia , y l uego me p i d i ó q u e conven-ciera a Hillel Katz de q u e deb ía a c u d i r a la t i enda de Ju l i e t t e . C o n esta in tenc ión , dec id ió r e u n i m o s a a m b o s p a r a q u e p u d i é r a m o s hab la r .

226 l-A ORQUESTA ROJA

Gier ing deseaba q u e tan sólo Berg asistiera a la entrevis ta , sin q u e le a c o m p a ñ a r a n i n g ú n in té rpre te . Pe ro Katz no h a b l a b a a l e m á n , m i e n -tras q u e Berg i g n o r a b a e l f rancés . Sugerí , pues , q u e h a b l á s e m o s en yiddish, q u e es u n a mezcla de h e b r e o y a l e m á n . G i e r i n g acep tó , sin darse cuen ta de q u e así me of rec ía u n a o p o r t u n i d a d i n e s p e r a d a : a lo l a rgo de la conversac ión , me las a r reg la r ía p a r a s u s u r r a r a Hillel al-g u n a s p a l a b r a s p u r a m e n t e hebreas con las q u e le t r ansmi t i r í a mis conse jos y mis consignas .

T r a n s c u r r i e r o n varios días an tes de q u e , p o r lin, nos v i é r a m o s ; G ie r ing d e m o r a b a nues t ro e n c u e n t r o . C o m p r e n d í q u e p r o c u r a b a g a n a r t i e m p o p a r a q u e las cicatrices de mi a m i g o p u d i e r a n ate-nuarse . . . *

Nunca o lv ida ré el m o m e n t o en q u e vi l legar a Hillel . Le h ic ie ron e n t r a r en e l d e s p a c h o d o n d e yo le a g u a r d a b a en c o m p a ñ í a de Berg. Para mí , q u e no le había visto de sde un m e s atrás , e s t aba desconoc i -do : en un mes se hab ía conver t ido en o t r o h o m b r e d is t in to . Se acercó y se a r r o j ó en mis brazos so l lozando . Iba sin ga las y el c o n t o r n o de sus o jo s es taba l leno de incisiones. . .

—Mira —me dijo—, m i r a lo q u e me h a n h e c h o : me han h u n d i d o las gafas en los o j o s ; y luego, mi ra mis m a n o s .

Levan taba hacia mí sus p o b r e s m a n o s des t rozadas , con las uñas a r r a n c a d a s , q u e l levaba envue l tas en vendas .

Se ace rcó m á s a ú n y me s u s u r r ó a l o í d o , con g ran o r g u l l o : —No les he d i c h o ni u n a sola p a l a b r a . Berg, q u e hab ía p e r m a n e c i d o a p a r t a d o , p e r o no hab ía p e r d i d o n i

un so lo de ta l le de la escena, in te rv ino : —No h e m o s s ido n o s o t r o s —balbuceó—, s ino ese sádico de J u n g . T ranqu i l i z a r a mi a m i g o , consolar le e i n l u n d i r l e nuevo c o r a j e

c u a n d o se ha l l aba en tal es tado. . . j q u é m a r t i r i o ! Le d i j e no obs tan te , l o más q u e d a m e n t e pos ib le , p e r o con i n d u d a b l e l i rmeza :

—Sosiégate, Hillel , ¡se acerca el día de la venganza! P a s a m o s dos ho ra s j u n t o s . Varias veces l l a m a r o n a Berg al te léfo-

no. A p r o v e c h é a q u e l l o s breves m o m e n t o s de resp i ro p a r a expl icar a Hillel lo q u e tenía q u e hacer e fec t ivamente en la conf i te r ía de J u -liette.

Hac ia el f inal , su ros t ro mar t i r i zado se i l u m i n ó . De nuevo p o d í a -m o s a c t u a r y la v o l u n t a d de t r iun fa r decup l i caba nues t ras fuerzas.

20. CUATRO VISITAS A JULIETTE

La señora Ju l i e t t e Mouss ie r seguía fiel en su pues to de t r ab a j o . N a d a la a r r e d r a b a . No n o s e n g a ñ e m o s : su f i rmeza d e n o t a b a un co-ra je p o c o c o m ú n . No ceder c u a n d o se está en m a n o s del e n e m i g o const i tuye ya u n a especie de p roeza ; p e r o no vacilar, a g u a n t a r a pie f i rme y p e r m a n e c e r en su sitio c u a n d o u n o se sabe esp iado , c u a n d o la amenaza de de tenc ión se c ie rne c o n t i n u a m e n t e sob re u n o m i s m o y a su a l r e d e d o r , y c u a n d o en c u a l q u i e r m o m e n t o u n o " l o s " p u e d e ver llegar, es una hazaña de m u y dis t in ta m a g n i t u d .

La señora Ju l i e t t e sabe q u e todavía es necesaria y , p o r consi-guiente , seguirá allí hasta el f inal , c o m o ve rdade ra mil i tante . En el c o n j u n t o de las m e d i d a s de p r e c a u c i ó n q u e nos pa rec i e ron indispen-sables, había c o n v e n i d o con ella q u e t o d a p e r s o n a q u e se le p resen ta -ra en mi n o m b r e deb ía m o s t r a r l e un b o t ó n e n c a r n a d o (el lector re-cue rda , sin d u d a , q u e R a i c h m a n n regresó c o n las ore jas gachas p o r -q u e i g n o r a b a este detalle). No le hab ía d i s i m u l a d o la ve rdad , la hab ía adver t ido q u e la conf i te r ía es taba c i e r t amen te vigilada, p e r o q u e ella tenía q u e p e r m a n e c e r allí. Po r o t r a par te , a ñ a d í , e ra preciso asimis-mo q u e r o m p i e r a todas sus re lac iones con sus c a m a r a d a s de la resis-tencia. Fe rnand Paur io l —a q u i e n hab ía pues to al co r r i en te de la si-tuación— no la pe rde r í a de vista.

C u a n d o hab lé con Katz en presenc ia de Berg, le d i je q u e deb ía f ingir q u e " f u n c i o n a b a n o r m a l m e n t e " . Al regresar de su mis ión , les expl icar ía q u e Ju l i e t t e lo h a b í a a c o g i d o bien, p e r o q u e , h a b i e n d o p e r d i d o t o d o con tac to c o n e l p a r t i d o c o m u n i s t a , p r o c u r a r í a enlazar de nuevo con la d i rección del mis ino y le da r ía u n a respuesta a la se-m a n a siguiente. Hillel volvería de esta s e g u n d a visita con u n a res-pues ta posi t iva: los co r re sponsa le s de Ju l ie t te es taban de a c u e r d o , p e r o no o c u l t a b a n sus a p r e h e n s i o n e s y exigían q u e fuese yo m i s m o qu i en en t r ega ra el mensa je . T o d o este p roceso obl igar ía a G ie r ing a q u e me pe rmi t i e ra ir p e r s o n a l m e n t e a la conf i te r ía de la señora J u -liette. De este m o d o , p o d r í a en t r ega r l e p o r lin mi i n f o r m e pa ra el Cen t ro .

228 l-A ORQUESTA ROJA

Pero, ¿ p o r q u é e ran necesar ias tantas idas y ven idas? Pues , p a r a t ranqui l i za r a G i e r i n g y a sus jefes ber l ineses . . .

G i e r i n g d u d a b a de q u e fuese a c e r t a d o e n c o m e n d a r a Katz aque l la o p e r a c i ó n y me c o n f i a b a sus razones :

—Así c o m o Katz era e l m e n s a j e r o ideal antes de q u e nues t ros h o m b r e s le pus i e ran la i n a n o —me decía—, a h o r a t e m o en la m i s m a m e d i d a q u e nos j u e g u e u n a mala pasada . . . ¿ C ó m o p o d e m o s es tar se-gu ros de q u e un h o m b r e , q u e ha s ido tan m a l t r a t a d o , 110 hará lo c o n t r a r i o de lo q u e e s p e r a m o s de él?

En el t o n d o , su r a z o n a m i e n t o era de u n a lógica impecab le . P ro -curé t r anqu i l i za r l e :

—No se p r e o c u p e , Katz no t endrá la impres ión de q u e t ra ic iona , p o r q u e le e n t u s i a s m a el p royec to de u n a paz s e p a r a d a y será eso úni-c a m e n t e lo q u e d e t e r m i n a r á su conduc ta . . .

G i e r i n g no se a p e a b a de sus reservas; p r e s e n t ó a Hillel , p a r a q u e éste la f i r m a r a , u n a dec la rac ión según la cual se d a b a p o r e n t e r a d o de q u e su m u j e r , sus h i jos y yo se r í amos fus i lados en el caso de q u e él huyera o t r a ta ra de p reven i r a la s e ñ o r a Ju l i e t t e .

Y Katz la f i r m ó sin pes t añea r . Var ios días an tes de la visita de Katz a la conf i t e r ía J a c q u i n , j u n t o

a la plaza del Cháte le t , el S o n d e r k o m m a n d o e n t r ó en eiervescencia. Reiser o r g a n i z ó u n a o p e r a c i ó n de g r a n e n v e r g a d u r a : a c o r d o n ó aquel b a r r i o y s i tuó en las calles adyacentes a var ios d e s t a c a m e n t o s de la Ges t apo , a g a z a p a d o s en sus neg ros Ci t roen .

T o d o se d e s a r r o l l ó con per fec ta n o r m a l i d a d : Hillel , a c o m p a ñ a d o p o r Berg, e n t r ó en la t ienda, de Ja q u e Juego sal ió con un p a q u e t i t o de go los inas —o, p o r lo m e n o s , lo q u e se vend ía c o m o tal d u r a n t e la ocupación— y expl icó a G i e r i n g lo q u e h a b í a m o s a c o r d a d o q u e le di-r ía : es taba prevista u n a s egunda visita pa ra e l s á b a d o s iguiente . Gie-r ing se m o s t r ó m u y sat isfecho y dec id ió q u e la p r ó x i m a vez Katz en -t regar ía un m e n s a j e t r anqu i l i zador pa r a q u e fuera t r a n s m i t i d o a l C e n t r o : t o d o m a r c h a b a del m e j o r m o d o en e l m e j o r de los m u n d o s , nues t ro g r u p o es taba in tac to , p o d í a m o s p r o s e g u i r p o r l a m i s m a rula .

L o g r é convencer l e de q u e d e b í a m o s p r o p o n e r a l d i rec to r q u e in-t e r r u m p i e r a todas las c o m u n i c a c i o n e s d u r a n t e un mes, p o r q u e yo 110 h a b r í a a c t u a d o d e o t r o m o d o d e h a b e r e s t ado a ú n e n l iber tad . Esta d e m o r a s u p l e m e n t a r i a nos sería m u y ven ta josa , p o r q u e así Ju l i e t t e d i s p o n d r í a de m a y o r t i e m p o pa ra desapa rece r (yo le da r ía ins t ruccio-nes en este s en t ido c u a n d o la viera). Me parec ía ya i n d u d a b l e q u e lo-grar ía visitarla, p u e s t o q u e Katz regresar ía de su s e g u n d a visita di-c i endo q u e la conditio sine qua non e ra q u e yo en t r ega ra p e r s o n a l m e n t e el m e n s a j e .

Mi i n f o r m e deb ía es tar , pues , t e r m i n a d o . Su redacc ión , q u e , en

CUATRO VISITAS A JULIETTE 229

c i rcunstancias no rma les , no h u b i e r a r e q u e r i d o más q u e unas pocas horas de t r a b a j o , exigía en mi actual s i tuac ión q u e j u g a r a a l escondi -te con mis gua rd i anes . Este e jerc ic io no to l e raba ni improv isac ión ni torpeza a l g u n a en su e jecuc ión . El r edac to r c l andes t ino q u e yo era a la sazón, no pod ía t r a b a j a r d u r a n t e e l día, no t an to p o r los gua rd i a -nes, q u e se hab ían a c o s t u m b r a d o a v e r m e e s t u d i a r a l e m á n , s ino pa ra estar a cub i e r t o de la cur ios idad de Berg, q u e en cua lqu ie r m o m e n t o pod ía p resen ta rse en mi celda. Só lo me q u e d a b a la n o c h e (la luz per-manec ía s i empre e n c e n d i d a p o r q u e , d e b i d o a mi i n s o m n i o , me ha-b ían a u t o r i z a d o a q u e s iguiera l eyendo d u r a n t e largas horas) . Cuan-do pod ía o p e r a r con m a y o r faci l idad era e n t r e las dos y las tres de la m a d r u g a d a , p o r q u e en tonces los g u a r d i a n e s d o r m í a n a c o d a d o s so-bre la mesa . . . Según el r e g l a m e n t o , tenían .que levantarse y ven i rme a observar p o r enc ima de la reja p a r a ver lo q u e es taba hac iendo , pero de hecho n u n c a c u m p l í a n esta ob l igac ión . De t o d o s m o d o s , s i empre me q u e d a b a la so luc ión de ocu l t a r con presteza mis a p u n t e s d e b a j o de la cub ie r t a de un l ibro . Escribía mi i n f o r m e en pedazos de papel r eco r t ados de los per iód icos , c o n letras m u y p e q u e ñ a s y u t i l izando una mezcla de yiddish, h e b r e o y po laco . Si p o r desgracia me descu-br ían , e l t i e m p o q u e necesi tar ían pa r a desc i f ra r aque l j e rog l i f i co me dar ía a lgún respi ro .

Para convence r a l C e n t r o , ten ía q u e r ecap i tu l a r c r o n o l ó g i c a m e n -te t odos los acon t ec imien tos o c u r r i d o s desde el 13 de d i c i embre de 1941. Establecí Ja lista de ta l lada de todas las de tenc iones prac t icadas p o r la G e s t a p o , p r ec i s ando la techa , el l uga r y las c i rcunstancias en q u e se h a b í a n p r o d u c i d o . Dije t o d o c u a n t o sabía acerca de la con-ducta o b s e r v a d a p o r los m i e m b r o s de la red después de su de tenc ión . E n u m e r é l uego todas las emiso ras caídas en m a n o s del enemigo , los d e s p a c h o s rad io te legrá f icos desc i f r ados y los cód igos descubie r tos . Di una expl icac ión tan c o m p l e t a c o m o era pos ib l e del g ran j u e g o : los obje t ivos pol í t icos y mil i tares pe r segu idos y los m e d i o s e m p l e a d o s pa r a a lcanzar los . En ú l t imo lugar , hice la lista de todas las pe r sonas q u e se h a l l a b a n b a j o la a m e n a z a de u n a de t enc ión .

En la s e g u n d a pa r t e del i n f o r m e p r o p o n í a dos pos ib les respues-tas.

P r imer caso: si el C e n t r o j u z g a b a útil c o n t i n u a r el g ran j u e g o , to-m a n d o la iniciativa del m i s m o , el d i rec tor enviar ía el 23 de l eb re ro de 1943 un d e s p a c h o r ad io t e l eg rá f i co con sus fel ici taciones p o r la f iesta del e jé rc i to ro jo y mi c u m p l e a ñ o s .

S e g u n d o caso: si el Cen t ro no creía necesar io cont inua? el g ran juego, d u r a n t e u n o o dos meses seguir ía t r a n s m i t i e n d o n o r m a l m e n t e sus mensa j e s pa ra no d a r a e n t e n d e r q u e r eacc ionaba b r u t a l m e n t e a la vista de ini i n fo rme .

230 l -A ORQUESTA ROJA

Escribí a d e m á s u n a car ta pe r sona l a j a c q u e s Duelos en la q u e le expl icaba la gravedad de la s i tuac ión. Le p e d í a q u e hiciera llegar mi i n f o r m e a las p rop i a s m a n o s de Dimi t rov , qu i en Jo remi t i r ía a la di-rección del p a r t i d o c o m u n i s t a soviético. I gua lmen te , le incluía u n a re lac ión de las veinte p e r s o n a s q u e i n m e d i a t a m e n t e d e b í a n ser pues-tas en segur idad . En p r i m e r lugar f i g u r a b a n los n o m b r e s de F e r n a n d Paur io l y de Ju l íe t te .

Mien t ra s t an to , e l S o n d e r k o m m a n d o p r e p a r a b a la s egunda visita de Katz a Ju l ie t te . Gie r ing no sabía en q u é l engua y con q u é c ó d i g o deb ía estar r e d a c t a d o y c i f r a d o el m e n s a j e p a r a el Cen t ro . Kent le ha-bía d i cho q u e n o s serv íamos de un c i f r a d o especial en los de spachos t r ansmi t idos a través del p a r t i d o c o m u n i s t a . Lo n e g u é ca tegór ica-men te . F ina lmente , G ie r ing dec id ió utilizar el cód igo de Kent y re-dac ta r e l d e s p a c h o en ruso .

Ind icac ión sup l emen ta r i a pa r a e l C e n t r o : en mis mensa jes , s iem-p r e util izaba la lengua a l e m a n a . Los escr ib ía con t inta s impát ica y luego e ran c i f r ados con a r reg lo a l cód igo del p a r t i d o c o m u n i s t a .

La s egunda visita se desa r ro l ló r o d e a d a de las p r ecauc iones hab i -tua les : a c o r d o n a m i e n t o del b a r r i o y n u m e r o s a vigilancia en las calles adyacentes . G ie r ing es taba p e r s u a d i d o de q u e j u l i e t t e acep ta r í a e l m e n s a j e de Katz. ¡ Q u é so rp re sa la suya c u a n d o vio q u e Katz regresa-ba con e l m e n s a j e y , de a ñ a d i d u r a , con un p a q u e t e de b o m b o n e s ! . . . C o n u n a sonr i sa capaz de convencer a un f r anc i scano de q u e era a teo , Katz le expl icó , c o m o h a b í a m o s conven ido , q u e los c a m a r a d a s se m o s t r a b a n m u y inqu ie tos p o r mi suer te , pues to q u e e m p e z a b a n a c i rcular r u m o r e s acerca de mi de t enc ión . Ju l i e t t e hab ía r ec ib ido la o r d e n de no a d m i t i r s ino los mensa j e s q u e yo l e e n t r e g a r a pe r sona l -m e n t e . En t o d o caso, Katz hab ía f i j ado la fecha de un eventual en -c u e n t r o en t r e Ju l i e t t e y yo.

Gier ing , m u y nervioso, me p r e g u n t ó cuál era mi o p i n i ó n : —No me s o r p r e n d e . e n a b s o l u t o esta ac t i tud —le d i j e sosegada-

mente—. H a n t r anscu r r i do ya dos meses desde q u e ustedes me d e t u -v ie ron y , a pa r t i r de en tonces , nad ie me ha visto en n i n g u n a pa r t e , no he d a d o señales de vida y han q u e d a d o i n t e r r u m p i d o s mis con tac tos con el p a r t i d o c o m u n i s t a . Varias veces le he adve r t ido q u e las cosas p o d í a n evo luc iona r en este sen t ido . Póngase us ted en e l lugar de los mi l i tantes del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés . Si usted se hal lara en su si-tuac ión , estar ía e m b a r g a d o p o r m u y serias d u d a s . Suya es la cu lpa de c u a n t o a h o r a ocurxe. No ha q u e r i d o q u e yo c o l a b o r a s e en e l g r a n j u e g o y a h o r a t o d o se hal la c o m p r o m e t i d o .

En un a r r e b a t o de s incer idad me r e s p o n d i ó que , de sde e l pr inci -pio , é l qu i so h a c e r m e pa r t i c ipa r en e l g ran j u e g o , p e r o q u e sus je fes de Berlín s i empre se hab ían opues to , pese a q u e en varios i n f o r m e s él

CUATRO VISITAS A JULIETTE 231

n o h a b í a d e j a d o d e s u b r a y a r m i b u e n a v o l u n t a d . E n Ber l ín t e m í a n q u e e l p a r t i d o c o m u n i s t a i n t e n t a r a l i b e r a r m e c o n u n g o l p e d e tuerza .

—En t o d o caso —repliqué—, s i d e n t r o de u n a s e m a n a no c o m p a -rezco a la cita c o n J u l i e t t e , p u e d e us ted d e s p e d i r s e del g r a n j u e g o . Po r lo q u e a mí se re f i e re , so l i c i to q u e se me t r a s l ade a la p r i s i ó n de Fresnes.

D e s p u é s de es ta c o n v e r s a c i ó n , G i e r i n g t o m ó e l av ión y se m a r c h ó a Berl ín . R e g r e s ó u n o s d ías m á s t a r d e c o n l a a q u i e s c e n c i a de sus je tes .

D u r a n t e su a u s e n c i a , so s tuve d i a r i a m e n t e la rgas y a m i s t o s a s c o n -ve r sac iones c o n Berg , a q u i e n G i e r i n g h a b í a e n c a r g a d o q u e m e s o n -d e a r a p a r a c o n o c e r mis v e r d a d e r a s i n t e n c i o n e s . Así s u p e q u e H i m m -ler en p e r s o n a s e m o s t r a b a m u y i n t e r e s a d o p o r e l g r an j u e g o . P a r a mí , tal in te rés c o n s t i t u í a u n a p r u e b a s u p l e m e n t a r i a d e q u e a q u e l a s u n t o h e d í a .

L a o p e r a c i ó n J u l i e t t e t e n í a q u e ser u n éx i to . Y o e r a m u y consc i en -t e de q u e , s i f r a c a s á b a m o s , s e r í a n e j e c u t a d o s t o d o s los m i e m b r o s de l a O r q u e s t a R o j a q u e e s t a b a n e n m a n o s d e l a G e s t a p o .

A lo l a r g o de t o d a mi v ida s i e m p r e h a b í a h e c h o lo i m p o s i b l e p a r a s a l v a g u a r d a r las v idas h u m a n a s , p e r o a n t e u n a j u g a d a c o m o a q u é l l a n o ten ía l a m e n o r d u d a d e q u e m e e r a lícito a n iesgar l a v ida d e mis c o m p a ñ e r o s . H a y m o m e n t o s e n q u e t o d a s las r e s p o n s a b i l i d a d e s des-c a n s a n s o b r e los h o m b r o s d e u n a so la p e r s o n a . E n a q u e l l a s i t uac ión , n o p o d í a r e c a b a r e l c o n s e j o d e n a d i e . O p t é , pues , p o r l o q u e m e p a -reció m e j o r y , t r e i n t a a ñ o s m á s t a r d e , s igo s i n t i é n d o m e o r g u l l o s o d e a q u e l l a o p c i ó n .

E l j u e v e s p o r l a t a r d e —dos d í a s an t e s de mi en t rev i s ta c o n J u l i e t -te— s o s t u v e u n a l a rga c o n v e r s a c i ó n c o n G i e r i n g . Según me d i j o , p a r a él, a q u e l l a e r a l a ú l t i m a t en ta t iva . Me c o n f e s ó a d e m á s q u e , en Ber l ín , h a b í a t r o p e z a d o c o n n u m e r o s a s d i f i c u l t a d e s p a r a q u e l e a u t o r i z a r a n a q u e l l a o p e r a c i ó n , c u y a r e s p o n s a b i l i d a d é l a s u m í a p o r e n t e r o .

—Me in t e re sa s o b r e m a n e r a q u e es ta en t rev i s t a sea un é x i t o —me dijo—; p o r q u e s i r e c u p e r a m o s l a c o n f i a n z a de l p a r t i d o c o m u n i s t a , t o d o i rá m e j o r c o n e l C e n t r o .

E n t o n c e s se l anzó a e x a m i n a r las d ive rsas h ipó t e s i s q u e p o d í a n e x p l i c a r m i c o n d u c t a :

—Excluyo u n a t r a i c ión p o r su pa r t e . No o b s t a n t e , s i no es tá a b s o -l u t a m e n t e c o n v e n c i d o de q u e ex i s t e l a p o s i b i l i d a d de l legar a u n a paz s e p a r a d a , t e m o q u e ut i l ice s u en t r ev i s t a c o n J u l i e t t e p a r a avisar la d e u n a u o t r a m a n e r a . P e r o le a d v i e r t o q u e s i i n t e n t a evad i r s e o s i p r e -v iene a J u l i e t t e , h a r é f u s i l a r a t o d o s los m i e m b r o s de la O r q u e s t a Ro ja q u e t e n e m o s e n c a r c e l a d o s en F ranc ia y en Bélgica.

Pe rd í los e s t r i b o s : — A m e n a z a r d e es te m o d o a u n h o m b r e c o n q u i e n us ted p r e t e n d e

232 l-A ORQUESTA ROJA

t r a b a j a r pa r a l legar a u n a paz s e p a r a d a me obl iga a pensar q u e es p re fe r ib l e l legar i n m e d i a t a m e n t e a lo q u e estoy e s p e r a n d o desde q u e ustedes me d e t u v i e r o n . ¡ P ó n g a m e an te e l p e l o t ó n de e jecuc ión!

Ya n u n c a más volvió a a m e n a z a r m e . En defini t iva, no de j aba de ver la s i tuac ión c o n ha r ta lucidez p e r o , c o m o hab ía enca rec ido an te sus jefes los g r a n d e s éxi tos l og rados c o n m i g o , a h o r a es taba o b l i g a d o a ca rga r c o n el r iesgo que e n t r a ñ a b a mi entrevista c o n Ju l ie t te . Sin e m b a r g o , n o p o r el lo es taba m e n o s e n gua rd i a .

La ú l t ima n o c h e antes de la entrevista yo no lograba conci l ia r e l sueño . E x a m i n a b a todas las pos ib i l idades . N o creía q u e G i e r i n g m e hiciera cachear , p u e s sabía q u e , en tal caso, yo r enunc ia r í a a la en t re -vista. T e m í a en c a m b i o una p rovocac ión p o r pa r te de los " a m i g o s " de G ie r ing . Boe ine lbu rg , j e fe de la G e s t a p o en París, y Reiser, j e íé del S o n d e r k o m m a n d o en París, e s t aban a l acecho de un f racaso de Gie-r ing. C o m o ten ían la mis ión de velar p o r la s egu r idad del e n c u e n t r o , les sería fácil s imu la r una tentat iva de evas ión pa r a m a n d a r de t ene r a Ju l ie t te . Berg me h a b í a adve r t ido q u e var ios m i e m b r o s del S o n d e r -k o m m a n d o p e n s a b a n q u e la de tenc ión de Ju l i e t t e ac la rar ía la si tua-ción.

F ina lmen te , dec id í acud i r a la cita con Jas m a n o s vacías. Si t o d o t r anscur r í a con n o r m a l i d a d , f i jar ía o t ra cita con Ju l i e t t e pa r a en t re -gar le los dos mensa jes , el de Gie r ing y el mío .

Aque l s á b a d o p o r la ta rde , el pat io in te r io r del edi f ic io de la calle de las Saussais e s t a b a en pie de gue r r a . N u m e r o s o s agentes de la Ges-t a p o pa r t í an pa r a ir a a c o r d o n a r la plaza del Chátele t . Berg tenía q u e e n t r a r c o n m i g o en la t ienda , p e r o yo s o s p e c h a b a q u e o t r o s agentes se ha l l a r í an a s i m i s m o en la conf i te r ía .

Ju l i e t t e se m u e s t r a m u y c o n t e n t a c u a n d o vuelve a verme. N o s a b r a z a m o s y yo a p r o v e c h o aque l m o m e n t o pa ra su su r r a r l e a l o í d o q u e vo lveré d e n t r o de u n a s e m a n a y q u e en tonces le en t r ega ré un m e n s a j e q u e ella d e b e r á c o n f i a r a o t r a p e r s o n a en c u a n t o yo salga de Ja t ienda . Luego , a m b o s d e s a p a r e c e r á n has ta eJ fin de Ja gue r r a . J u -liette está p e n d i e n t e de todas mis pa labras , a u n q u e sin a b a n d o n a r la exp re s ión serena y na tu ra l de su semblan te , y me en t r ega un p a q u e t e de choco la te .

Ya de regreso a la calle de las Saussaies, G ie r ing d e n o t a u n a g ran t r a n q u i l i d a d . Só lo se ex t raña q u e yo no haya e n t r e g a d o e l mensa j e . Le exp l i co :

—Juliette me ha d i c h o q u e ya no se o c u p a de los enlaces , p e r o q u e un mi l i tan te , a q u i e n ella no conoce , se haJJaba en la t i enda pa r a cons t a t a r q u e t o d o iba sob re ruedas . En l a p r ó x i m a entrevis ta , Ju l i e t -te p o d r á hacerse ca rgo del mensa je .

Esta vers ión , a p a r e n t e m e n t e lógica, t r anqu i l i zó a G i e r i n g : es taba

CUATRO VISITAS A JULIETTE 233

p l e n a m e n t e sa t isfecho de las tres entrevis tas ce lebradas con Jul ie i te . La ú l t ima y decisiva visita a la conf i te r ía es taba prevista pa r a el úl-

t imo s á b a d o de e n e r o de 1943, p o c o an tes de q u e ce r ra ran la t ienda. Aquella h o r a yo no la hab ía e scog ido a l b u e n t u n t ú n , s ino p o r q u e sa-bía q u e la conf i te r ía p e r m a n e c e r í a ce r rada el d o m i n g o y el lunes, con lo q u e nues t ra amiga d i s p o n d r í a de m á s t i e m p o pa ra p o n e r los pies en po lvorosa .

D u r a n t e la n o c h e del viernes al s á b a d o , s aqué el i n f o r m e de mi "ca j a de c a u d a l e s " y lo g u a r d é senc i l l amente en mi bolsil lo, d e b a j o de un p a ñ u e l o . G íe r íng vino a b u s c a r m e y es tuv imos c h a r l a n d o du -ran te a lgún t i e m p o ; al a lcance de mi m a n o y en sus mi smas ba rbas , e l b ru lo t e e s t aba p res to a par t i r . . .

La exped ic ión lúe m e n o s ag i t ada q u e las an t e r io re s : la vigilancia hab ía d i s m i n u i d o y e ra m á s discreta. . . Deslicé en la m a n o de Ju l i e t t e a m b o s mensa j e s a la vez y le di je q u e el d e s p a c h o c i l r ado p roced ía de los a lemanes , m ien t r a s e l i n f o r m e , de m u c h a m a y o r ex tens ión , era de mi cosecha pe r sona l , p e r o q u e deb ía enviar los , t a n t o e l u n o c o m o e l o t r o , a l C e n t r o . La a b r a c é y le r e c o m e n d é u n a vez m á s q u e desapa re -ciera. N u n c a volví a verla, pues los días difíciles q u e me a g u a r d a b a n después de la gue r r a me a r r e b a t a r o n esta a legr ía .

Y luego regresé a mi celda con el corazón alegre . Estaba seguro de q u e el i n f o r m e l legaría a su des t i no y q u e p rovoca r í a a lgunos cam-bios radicales en la ac t i tud del C e n t r o . C u a l q u i e r a q u e luese la deci-s ión f inal del d i r ec to r con respecto a l g r a n j u e g o , yo hab ía a lcanzado u n o de mis ob je t ivos : e l e n e m i g o no p o d r í a seguir e x p l o t a n d o impu-n e m e n t e las emis iones de la O r q u e s t a Roja, pues a h o r a q u e d a b a des-c a r t a d o t o d o pe l ig ro de in toxicac ión .

Ya no tenía q u e hace r o t ra cosa q u e a g u a r d a r la respues ta . A u n q u e p o c o d a d o a l en tus i a smo , G ie r ing me d i jo q u e una vez

m á s se sentía sat isfecho de los r e su l t ados o b t e n i d o s : Ju l i e t t e se había h e c h o c a r g o del m e n s a j e y é l e s t aba convenc ido de q u e los agentes del c o n t r a e s p i o n a j e soviético, q u e sin d u d a se ha l l aban presentes en la t ienda, h a b í a n p o d i d o cons t a t a r q u e yo gozaba de p lena l iber tad .

G ie r ing es taba c o n t e n t o , y eso e ra per fec to . Pe ro yo sabía q u e me sería difícil expl icar le las razones de la de sapa r i c ión de Ju l ie t te , pues es taba seguro de q u e e l S o n d e r k o m m a n d o seguir ía v ig i lando la con-fitería J a c q u i n .

Esa desapa r i c ión de la s e ñ o r a Ju l i e t t e era a b s o l u t a m e n t e necesa-r ia : yo no tenía d e r e c h o a p o n e r p o r m á s t i e m p o su vida en pe l igro , c o m o t a m p o c o l a d e F e r n a n d Paur io l .

El mar t e s p o r la t a rde , d ía de la r e a p e r t u r a de la conf i te r ía , vi lle-g a r a mi celda a un G i e r i n g inqu ie to . . .

—¿Sabe us t ed? —me dijo—, aque l l a m u j e r no se ha p r e s e n t a d o a

234 l -A ORQUESTA ROJA

t r a b a j a r . . . E v i d e n t e m e n t e . . . I n t e n t é t r a n q u i l i z a r l e : —Después d e t o d a s esas d e t e n c i o n e s , n o d e j a d e ser u n a r e a c c i ó n

m u y n o r m a l . J u l i e t t e h a b r á t e m i d o q u e sus agen t e s f u e r a n a i n t e r r o -ga r l a . . .

E l c a so e r a dif íci l de d e f e n d e r ; G i e r i n g e m p e z a b a a s o s p e c h a r . U n a s e m a n a m á s t a r d e env ió a l a c o n f i t e r í a a un m i e m b r o del S o n -d e r k o m m a n d o q u e h a b l a b a f r ancés p a r a q u e p r e g u n t a r a p o r J u l i e t -te ; e l e m i s a r i o r e g r e s ó c o n la r e s p u e s t a de l a d i r e c t o r a : J u l i e t t e h a b í a r e c i b i d o u n t e l e g r a m a d e u n a a n c i a n a tía e n f e r m a y h a b í a t e n i d o q u e a c u d i r a su l a d o p a r a c u i d a r l a .

G i e r i n g se m o s t r a b a c a d a vez m á s i n q u i e t o . . . —Quizá —me dijo— e l p a r t i d o c o m u n i s t a h a b r á d u d a d o d e q u e

us t ed es tuv ie ra r e a l m e n t e l ib re c u a n d o a c u d i ó a la c i ta . . . —Creo m á s b i e n q u e J u l i e t t e s e h a d e j a d o l levar p o r u n i m p u l s o

d e m u j e r ; c o n el las , u n o n u n c a s abe a q u é a t ene r se . . . A g u a r d e m o s l a r e a c c i ó n del C e n t r o : e s to e s l o ú n i c o i m p o r t a n t e , l o ú n i c o q u e se rá decis ivo.

G i e r i n g m e n e a b a l a c a b e z a : y o n o h a b í a l o g r a d o d i s i p a r sus d u -das . Y a v e r í a m o s . . . L o q u e m e c a u s a b a m a y o r d e s a z ó n , m u c h o m á s e n t o d o caso q u e los e s t a d o s d e á n i m o del j e f e del S o n d e r k o m m a n d o ( a f e m í a q u e y a d e s c u b r i r í a u n n u e v o q u i t e c u a n d o f u e r a necesar io ) , e r a n las r e a c c i o n e s de l C e n t r o . A veces, p o r l a n o c h e , t a m b i é n yo me sen t ía e m b a r g a d o d e d u d a s . S a b í a p o r p r o p i a e x p e r i e n c i a q u e a m e -n u d o c o n s t i t u y e u n a v e r d a d e r a h e r o i c i d a d r e c o n o c e r los p r o p i o s e r r o r e s , ¡y e l C e n t r o h a b í a c o m e t i d o t a n t o s a lo l a r g o del a ñ o 1942! T a n t o s , q u e a veces me p r e g u n t a b a s i a l g ú n esp í r i tu m a l i g n o o , m á s s e n c i l l a m e n t e , u n a g e n t e e n e m i g o s e h a b í a i n f i l t r a d o e n l a d i r ec -c ión . . . Sí, d u r a n t e a q u e l l a s l a r g a s n o c h e s e n las q u e n o l o g r a b a c o n -ci l iar e l s u e ñ o , r o d e a d o p o r e l g r a n s i lenc io n o c t u r n o , p r o p i c i o a to-das las r e f l ex iones , p e r o t a m b i é n a t o d o s los t e m o r e s y a t o d a s las nos ta lg ias , , c ó m o l a m e n t a b a l a a u s e n c i a d e u n Berzin a l f r e n t e d e los servic ios de i n f o r m a c i ó n del e j é r c i t o r o j o !

2 3 d e f e b r e r o d e 1943. U n a f echa , u n a fecha m á s q u e n o p u e d o o lv ida r . . . G i e r i n g , m u y j u b i l o s o , p e n e t r a en mi ce lda y le e s c u c h o , l e o i g o q u e m e a n u n c i a t r i u n f a l m e n t e q u e e l a p a r a t o d e Kent a c a b a d e c a p t a r d o s d e s p a c h o s de l d i r e c t o r ; me los m u e s t r a y leo e l p r i m e r o :

" E n e l a n i v e r s a r i o del e j é r c i t o r o j o y de su n a c i m i e n t o , O t t o (ha -b r í a g r i t a d o d e a l eg r í a , ¡ p o r f in l o h a b í a l o g r a d o ! , ¡ p o r f in e l C e n t r o e s t a b a a d v e r t i d o ! ) , l e e n v i a m o s n u e s t r o s m e j o r e s vo tos . La d i r e c c i ó n , en a t e n c i ó n a los g r a n d e s servic ios p r e s t a d o s , d e c i d e p r o p o n e r a l g o -b i e r n o q u e l e c o n c e d a u n a c o n d e c o r a c i ó n m i l i t a r " .

L u e g o e l s e g u n d o :

CUATRO VISITAS A JULIETTE 235

" O t t o , h e m o s rec ib ido e l de spacho q u e usted nos ha e n v i a d o p o r med iac ión de nues t ro s amigos . C o n f i a m o s q u e la s i tuac ión va a m e -j o r a r . Para ga ran t iza r su segur idad pe r sona l , j u z g a m o s necesar io sus-p e n d e r la c o m u n i c a c i ó n has ta nueva o r d e n . Establezca c o n t a c t o di-recto con n o s o t r o s . Env ia remos ó r d e n e s de ta l ladas sob re e l t r a b a j o de su red en el f u t u r o . El d i r e c t o r " .

No d i s imulé mi alegría . T o d o s nues t ros es fuerzos q u e d a b a n a h o -ra r e c o m p e n s a d o s ; la iniciativa del g ran j u e g o pasaba a m a n o s del e jérci to soviético. ¡ H a b í a l l egado la h o r a del desqu i t e !

G ie r ing es taba tan r a d i a n t e de a legr ía c o m o yo m i s m o : —Perfecto —me dijo—, p e r f e c t o . A h o r a t e n e m o s la p r u e b a de q u e

e l Cen t ro conf ia en noso t ros . En aque l m i s m o m o m e n t o , mi m u j e r , q u e hab ía sido evacuada a '

Siberia con los n iños , recibía del Cen t ro el s iguiente t e l eg rama : 4 tSu e s p o s o es un héroe . T r a b a j a con d e n u e d o p o r la victoria de

nues t ra p a t r i a " . V es taba f i rmado así: co rone l Epstein, m a y o r Pola-kova, m a y o r Leónt iev.

21. EL INFIERNO DE BREENDONK

No hay q u i e n p u e d a descr ib i r e l i n f i e r n o : cabe vivirlo, cabe so-brevivir lo, p e r o las más de las veces no se sale ya de él. S i e m p r e se pa -decen h o r r o r e s en e l in f ie rno . Q u i e n e s no vivieron las a t roc idades de la Ges t apo , no p u e d e n imaginárse las , p u e s t o q u e la i m a g i n a c i ó n n u n c a se alzará has ta el nivel de l h o r r o r e r i g i d o en s is tema. A los su-pervivientes de la O r q u e s t a Roja , r e sca tados del in f i e rno , só lo Ies q u e d a e l r e c u e r d o de las ca rnes a t o r m e n t a d a s q u e , de n o c h e , a m e -n u d o los a r r a n c a a ú n del sueño . Las ruedas de la his tor ia h a n segui-do a c a r r e a n d o ma tanzas y c r ímenes , genoc id ios y to r tu ras . La sangre se seca c o n m a y o r rap idez q u e Ja t inta de los g r andes t i tu lares de los pe r iód icos . En la m e m o r i a de la h u m a n i d a d van desvanec iéndose el e s t r u e n d o y e l f u r o r de aquel la gue r ra . Más a ú n , ya desde a h o r a hay qu i en empieza a a t r ibu i r le las m a n e r a s de u n a e x c u r s i ó n p lacen-tera. La l i t e ra tura , la televisión y el c ine c o n f i e r e n a lo i n n o b l e el as-pec to de la inocencia , c u a n d o no es e l de la v i r tud u l t r a j a d a . Los cri-minales de g u e r r a se solazan al b o r d e de las piscinas y b r i n d a n p o r la belle époque.

Hoy d ía son n u m e r o s o s los a b o g a d o s de lo a t roz q u e , consc iente o inconsc ien temen te , p r e t e n d e n b l a n q u e a r la peste p a r d a . His tor ia -do re s y e scenógra fos d e s p o j a n a un G e s t a p o - M ü l l e r , a un Karl Gie-r ing, a un Pannwitz , a un Reiser y a sus cómpl ices , de sus e n s a n g r e n -tados de lan ta l e s de ca rn ice ros p a r a revest i r los c o n el t rac de l genlle-man. Los g u a n t e s b lancos ocu l t an a h o r a los p u ñ o s q u e a n t a ñ o pega-ron , m u t i l a r o n y de s f i gu ra ron . " ¿ Q u é q u i e r e n us tedes? —exclaman los ingenuos—; esos h o m b r e s , a l tos f u n c i o n a r i o s , mil i tares, especia-listas del c o n t r a e s p i o n a j e , obedec í an ó rdenes s u p e r i o r e s . " Pe ro esos fieles serv idores del III Reich c u m p l i e r o n a r a j a t a b l a Jos diez m a n d a -mien tos del c r imen , y a h o r a nos los p r e s e n t a n c o n Jos rasgos de u n o s apac ib les c i u d a d a n o s , q u e día tras d ía a s u m e n con p o n d e r a c i ó n to-dos sus a fanes . T o d o s , excep to aque l en q u e sob re sa l í an : ¡ sangr ien-tos v e r d u g o s en los só tanos d o n d e a g o n i z a b a n los már t i r e s ! Simples e jecutores , senc i l l amente e j ecu t aban . Hoy día se p r e t e n d e rehabi l i -

EL INFIERNO DE BREENDONK 237

tarlos. Pe ro , i n t e r r o g u e n us tedes a ios supervivientes de la O r q u e s t a Roja, p í d a n l e s q u e les cuen t en t o d o lo q u e su f r i e ron . Muy p r o n t o se r e m o n t a r á n ustedes a l t i e m p o ya ido. La Edad Med ia existía hace tan sólo t re in ta años , y los genliemen de la G e s t a p o e v o l u c i o n a b a n en ella a sus anchas , m i e n t r a s en la c a r n e de los p resos se inscr ib ían las siete letras sangr i en ta s de un n o m b r e : GESTAPO.

El 7 de d i c i e m b r e de 1941, Hit ler p r o m u l g ó el cé lebre decre to Ñachi uncí Nebel: " E n los te r r i tor ios o c u p a d o s , q u e d a p e rmi t i d a la a d o p c i ó n de toda clase de m e d i d a s con t ra los r e sponsab les de h a b e r c o m e t i d o c r ímenes c o n t r a el 111 Reich, p a r a así o b t e n e r de ellos las i n f o r m a c i o n e s deseadas . Tales p e r s o n a s p u e d e n ser fus i ladas sin q u e antes c o m p a r e z c a n an te u n t r i b u n a l " .

A m e d i a d o s de 1942, Canar i s y H i m m l e r f i r m a r o n una d ispos i -ción, l l a m a d a " c o n t r a las l íneas del K o m i n t e r n " , en la q u e se precisa-ba q u e d e b í a n uti l izarse t o d o s los med ios pa r a logra r q u e co n fe s a r an de p l a n o los o p e r a d o r e s de r ad io , los e n c a r g a d o s del c i f r ado y los agentes de i n f o r m a c i ó n q u e cayeran en m a n o s de los a lemanes . En c a m b i o , en n i n g ú n caso d e b í a n ser t o r t u r a d o s los jef es de las redes de e sp iona j e , s ino q u e m u y a l c o n t r a r i o no deb ía a h o r r a r s e n i n g ú n es-fuerzo p a r a i n t en t a r volverlos del revés.

Los m i e m b r o s del S o n d e r k o m m a n d o se i n sp i r a ron a m p l i a m e n t e en a m b o s textos legales. . . D u r a n t e t o d o e l p e r í o d o de la o c u p a c i ó n , e i f ue r t e mi l i ta r de B r e e n d o n k , en Bélgica, fue u n o de los lugares p re -fer idos p o r la b a r b a r i e nazi. Alli es d o n d e s u f r i e r o n y m u r i e r o n un g ran n ú m e r o d e nues t ros c a m a r a d a s .

B r e e n d o n k fue c o n s t r u i d o en 1906 a l b o r d e de la ca r re te ra q u e d i scu r re de Bruselas a A m b e r e s . D u r a n t e la c a m p a ñ a de 1940, a lber -gó el cuar te l gene ra l del rey L e o p o l d o III . Exac t amen te el 29 de agos to fue t r a n s f o r m a d o en Aujjangslager ( c a m p o de recepción) y un mes después , el 20 de s ep t i embre , el S t u r m b a n n f ü h r c r SS Schmit i c o n d u j o allí a sus p r i m e r o s reclusos. El n ú m e r o de éstos lúe crecien-do con r e g u l a r i d a d (había u n a c incuen tena en n o v i e m b r e de 1940) hasta a lcanzar u n a cota m á x i m a en j u n i o de 1941, c u a n d o se desen-c a d e n ó e l a t a q u e a l e m á n con t r a la Un ión Soviética.

Unas rac iones de h a m b r e , t r aba jo s fo rzados , las vejaciones, los golpes y la t o r t u r a cons t i tu í an el h o r i z o n t e c o t i d i a n o de los reclusos. A pa r t i r del ines de s e p t i e m b r e de 1941, la g u a r d i a del fue r t e fue con-f iada a los SS belgas y o t ros t r a ido res de los países o c u p a d o s . U n o de ellos acog ía a los recién l legados con estas p a l a b r a s :

—¡Esto es el i n f i e rno ! ¡Y yo soy el d i a b l o ! La m a y o r p a r t e de los caut ivos n u n c a e r a n j u z g a d o s : unos , cuya

c a p t u r a la G e s t a p o quer ía m a n t e n e r en r i g u r o s o secreto, se ha l l aban allí de paso hacia los c a m p o s de e x t e r m i n i o ; o t r o s e s t aban p e n d i e n -

238 l -A ORQUESTA ROJA

tes de la " i n s t r u c c i ó n " de su s u m a r i o y pa r a éstos Jos SS h a b í a n a c o n -d i c i o n a d o el Bunker. La sala de t o r t u r a se ha l l aba ins ta lada en un an -t iguo po lvor ín , al q u e se l legaba a través de un l a rgo y es t recho co r re -d o r . C o l g a d o s p o r las m a n o s de u n a g a r r u c h a , los p resos s u f r í a n allí los supl ic ios de o t ro s siglos: e m p u l g u e r a s , q u e b r a n t a h u e s o s , bo rce -guíes, pe ines eléctr icos, ba r r a s de h i e r ro ca len tadas a l r o j o vivo, cu-ñas de m a d e r a . . . Si el SS Schmít t no se sentía sa t is fecho del r e s u l t a d o de los i n t e r roga to r io s , so l taba y azuzaba luego a sus pe r ros c o n t r a los desgrac iados . C u a n d o e v a c u a r o n e l tuer te , los g u a r d i a n e s b o r r a r o n las huel las de sus c r ímenes y r e t i r a ron de la c á m a r a de t o r t u r a los ins-t r u m e n t o s m á s c o m p r o m e t e d o r e s . Pe ro n o c o n t a r o n c o n l a m e m o r i a de los supervivientes , cuyo t e s t imon io pe rmi t i ó e fec tuar u n a liel re-cons t rucc ión . . . Schmi t t fue c o n d u c i d o a aque l la es tancia d u r a n t e la ins t rucc ión de su p roceso . N a t u r a l m e n t e , no man i fe s tó la m e n o r e m o c i ó n y j u z g ó q u e se había r e spe t ado la rea l idad ( ¡excepto las es-cenas de h o r r o r ! ) , p r ec i s ando no o b s t a n t e q u e l a c u ñ a de m a d e r a , so-b re la q u e se d e j a b a caer a los presos c u a n d o es t aban co lgados , era a lgo m á s a l ta q u e la au tén t ica .

Después de la t ra ic ión de Ef rémov , h a b í a m o s p e r d i d o la pis ta de varios c o m b a t i e n t e s de la O r q u e s t a Ro ja c a p t u r a d o s en Bélgica. Las emiso ra s segu ían t r a n s m i t i e n d o c o m o d e c o s t u m b r e sus d e s p a c h o s rad io te legrá f icos y t o d o hacía c reer que , después de "vue l tos del re-vés", p r o s e g u í a n sus act ividades. . . en s en t ido con t r a r io . En rea l idad , nues t ro s o p e r a d o r e s de r ad io , enca rce l ados en B r e e n d o n k , a i s lados y t o r t u r a d o s , no t en í an l a m e n o r pa r t i c ipac ión en aque l " j u e g o " . En este sen t ido , las i ndagac iones q u e años m á s t a r d e llevé a c a b o c o n la to ta l c o l a b o r a c i ó n de las a u t o r i d a d e s belgas, me p r o p o r c i o n a r o n u n a e n o r m e can t idad d e i n f o r m a c i o n e s h a r t o instruct ivas.

Para e m p e z a r , qu is ie ra h a b l a r del caso Win te r ink que , c o m o re-c o r d a r á e l lector , e ra e l j e f e del g r u p o h o l a n d é s de la O r q u e s t a Roja . Fue a p r e s a d o , gracias a u n a de lac ión de Ef rémov , el 16 de s e p t i e m b r e de 1942, y d e s p u é s se pe rd ió a p a r e n t e m e n t e su pista. Var ios "h i s to -r i a d o r e s " de la O r q u e s t a Roja, s o b r e t o d o en Alemania federa l , es-c r ib i e ron después de f inal izadas las hos t i l idades q u e nues t ro c a m a r a -da h a b í a a c e p t a d o t r a b a j a r con e l S o n d e r k o m m a n d o y q u e en 1944 logró hui r . . . en los f u r g o n e s del e n e m i g o , de sde luego. 1 Yo me nega-ba a d a r c r éd i to a esa vers ión tendenc iosa . En c u a n t o inicié mis inda -gac iones , me felicité p o r los "resultados l og rados : la ve rdad e ra en te-r a m e n t e dis t in ta . Win te r ink , enca rce l ado p r i m e r o en la p r i s ión Saint-Gilles de Bruselas , f u e t r ans fe r ido a B r e e n d o n k el 18 de n o v i e m b r e de 1942. S i m u l t á n e a m e n t e , su e m i s o r a r e a n u d a b a las emis iones . . . Si

1. Uno de ellos dirá, incluso, que Winierink huyó gracias a ia complicidad de la Gestapo.

EL INFIERNO DE BREENDONK 239

hemos de creer a nues t ros "espec ia l i s tas" de la O r q u e s t a Roja, deb ía redac ta r sus d e s p a c h o s rad io te legrá f icos en t r e dos sesiones de to r tu -r a : tal íue, en efecto, la suer te reservada d u r a n t e d o s a ñ o s a este " c o -l a b o r a d o r " . . . Los v e r d a d e r o s c o l a b o r a d o r e s , los q u e se hab ían pasa-do a l c a m p o a l emán , c o m o Ef r émov , gozaban de pisos confor tab les , q u e no g u a r d a b a n s ino u n a re lac ión h a r t o le jana con las celdas del fue r t e del c r imen .

Win te r ink f u e devue l to a la p r i s ión Saint -Gi l les el 6 de j u l i o de 1944 y fus i l ado a q u e l m i s m o día en el T i r o Nac iona l . Con o b j e t o de d i s imula r su muer t e , los ve rdugos , tal c o m o sol ían hacer lo , escribie-r o n sob re su t u m b a : " D e s c o n o c i d o " . 2

Y a h o r a c o n t i n ú o con los d e m á s : Augus te Sésée, p ian is ta al q u e se i m p u t a a s i m i s m o el q u e los ale-

m a n e s lo "vo lv ie ran a l r evés" : f u e c a p t u r a d o el 28 de agos to de 1942, e n c e r r a d o en E^eendonk hasta abr i l de 1943, c o n d e n a d o a mue r t e , t r a s l adado a Berlín y allí e j e c u t a d o en e n e r o de 1944.

lzbutski (Bob): en su n o m b r e s iguen sa l i endo hacia Moscú los ha-bi tuales d e s p a c h o s rad io te legráf icos . . . Pero , en rea l idad , c o n d u c i d o a B r e e n d o n k después de su de t enc ión p rac t i cada en el mes de agos to de 1942, f u e c a r e a d o allí con M a r c u s L u s t b a d e r , c u ñ a d o de Sarah G o l d b e r g . . . 3 T a n t o l o h a b í a n t o r t u r a d o , q u e " B o b es taba desconoc i -d o " , dec la ra rá Lus tbade r a su regreso de Auschwitz. Por lo q u e se re-f iere a lzbutski (Bob), fue e j ecu t ado el 6 de j u l i o de 1944 en la p r i s ión ber l inesa d e C h a r l o t t e n b u r g .

En j u n i o de 1942, l legan a s i m i s m o a B r e e n d o n k t a n t o Á l a m o c o m o David Kamy (Desmets). Después de tor turados, ambos son con-d e n a d o s a m u e r t e eJ 18 de f e b r e r o de 1943 p o r el t r ibuna l mi l i ta r q u e pres ide Roeder : El 30 de abr i l f u e fus i l ado Kamy, p e r o yo logré salvar a Á l a m o - M a k á r o v . R e c o r d a n d o q u e su h e r m a n a era c o l a b o r a d o r a ín t ima de Mólo tov , d u r a n t e u n a conversac ión q u e sostuve con Gie-r ing a p r inc ip ios de 1943, " r eve l é " a éste q u e M a k á r o v e ra s o b r i n o carnal del comisa r io del p u e b l o pa r a los Asun tos Ext ran je ros . El j e le del S o n d e r k o m m a n d o se remi t ió a G o e r i n g , q u i e n decidió de j a r en suspenso su c o n d e n a a m u e r t e . M a k á r o v fue d e p o r t a d o . D u r a n t e los ú l t imos d ías de la guer ra , r e a p a r e c i ó su pista en un c a m p o de con-cen t rac ión p r ó x i m o a la f r o n t e r a i ta l iana. L i b e r a d o p o r los amer i ca -nos , fue e n t r e g a d o a las a u t o r i d a d e s soviéticas.

Soph ie Poznanska , la e n c a r g a d a de cifrar los de spachos en la calle de los Atrébates , se a h o r c ó en su celda de la p r i s ión Saint-Gil les el 28

2. Sus colaboradores, Jacob Hilbolling y su mujer , fueron conducidos asimismo a Breen-donk. Jacob fue ejecuiado en enero de 1943, pero se ignora la suerte de su mujer.

3. Después de ia captura de Izbutslu, Sarah Goldberg p u d o desaparecer y se unió al movi-miento de la resistencia. Apresada más tarde, fue depor tada a Auschwitz.

2 4 0 l-A ORQUESTA ROJA

de s e p t i e m b r e de 1942. Hersch y Mi ra Sokol se ven i g u a l m e n t e c o n d u c i d o s al f ue r t e de la

t o r tu r a unos meses d e s p u é s de su c a p t u r a en M a i s o n s - L a ü u t e e l 9 de j u n i o de 1942. Por u n a an t igua reclusa s a b e m o s a h o r a cuál fue su ca lvar io :

Echaron inano de todos los recursos policíacos para hacer hablar a Mira —ha escrito la señora Betty Depelsenaire—.4 Después de largos días de espera con las manos esposadas a la espalda, la sometieron a la escena de la intimidación en presencia de varios policías SS para con-vencerla por última vez de que fuera "razonable". Luego tuvieron lu-gar diversos careos, acompañados de algunas tuertes bofetadas. Y, fi-nalmente, la tortura.

El instructor agarra a Mira como si fuera una bestia furiosa, le tapa la boca con la mano y la arrastra por los cabellos. Un corredor estre-cho y oscuro, cuyos muros parecen ser los de un sótano, conduce a la sala... Aquella estancia carece de toda abertura y nunca se ventila. Un hedor de carne quemada y de paredes enmohecidas asciende hasta la nariz y provoca náuseas. Una mesa, un taburete, una gruesa cuerda su-jeta al techo por una polea y un teléfono que comunica directamente con la Gestapo de Bruselas. El instructor ordena a Mira que se arrodi-lle y se doble sobre el taburete. El látigo cae una vez, dos veces. Los policías se dan cuenta de que tienen que actuar con mayor brutalidad. El comandante del fuerte y dos SS, así como los perros policías, pre-sencian la escena y completan el siniestro cuadro. Tras quitarle las es-posas, Mira tiene que presentar los brazos por delante. Se los sujetan de nuevo con las esposas, que aprietan con mayor fuerza y que luego fijan a la cuerda, para que así puedan levantar el cuerpo a pequeñas y sucesivas sacudidas de modo que aún toque el suelo con la punta de los pies. Llueven los latigazos. El látigo no es bastante duro. Echan inano, primero de un mazo y, luego, de un bastón de una solidez a toda prueba. Mira grita, porque esto la alivia, pero no habla.

El instructor, ya furioso y con la frente cubierta de sudor, decide alzar aún más la cuerda para que el cuerpo se balancee en el aire. Todo el peso gravita ahora sobre las muñecas, y el borde de las esposas de acero se hunde en la carne. Como el cuerpo no permanece inmóvil, el bastón no hiere con la suficiente fuerza; entonces el comandante, a una seña del instructor, agarra el cuerpo para mantener el tronco el lí-nea vertical: así los golpes son más duros. Mira no puede ya con su al-ma. Se desmaya. Cuando vuelve en sí, ve que tiene las manos azuladas y horriblemente deformadas. Se incorpora y de nuevo está presta para afrontar a sus enemigos. La cólera de éstos no se hace esperar. Repiten la primera escena. Nuevo desvanecimiento. El verdugo abandona por hoy la partida.

4. Betty Depelsenaire, La symphonie fraternelle.

EL INFIERNO DE BREENDONK 241

Hersch y Mira Sokol su f r i r án esta t o r t u r a d u r a n t e varios meses seguidos. C o n o c e n e l c ó d i g o con q u e f u e r o n c i f r ados los seiscientos

"despachos t r ansmi t idos po r su e m i s o r a , p e r o g u a r d a n e l secreto has-ta el f inal. Pa ra q u e b r a r su resistencia, el v e r d u g o d i s p o n e q u e Mira asista a las sesiones de t o r tu r a de Hersch y a la inversa. Hersch está e n f e r m o y sólo pesa t re inta y siete kilos. El m é d i c o del fue r t e se ext ra-ña de su resis tencia:

—¡Vaya! Todav ía no ha m u e r t o . ¡Si será d u r o ! De todas f o r m a s , e s s o r p r e n d e n t e q u e e l o r g a n i s m o h u m a n o p u e d a resistir d u r a n t e tanto t i empo. . . 5

Pero el c o m a n d a n t e qu ie re a c a b a r de u n a vez y lo l og ra ; suelta a sus pe r ros y éstos d e v o r a n a Hersch . 6

Más tarde, Mira m o r i r á , de a g o t a m i e n t o en un c a m p o de concen -tración de Alemania .

J e a n n e , l a e sposa de Grossvogel , fue i n t e r n a d a d u r a n t e c u a t r o meses en B r e e n d o n k , d o n d e s u f r i ó e l m i s m o t ra to q u e sus can ta ra -das. T a m b i é n a c a b a r o n en aque l s inies t ro f u e r t e Maur ice Pepper , agente de enlace con H o l a n d a , f u s i l a d o el 28 de f e b r e r o de 1944, y J e a n Jeusseu r , en cuyo domic i l io la G e s t a p o e n c o n t r ó u n a e m i s o r a y q u e tuvo la m i s m a m u e r t e q u e e l an t e r io r . Maur i ce Beuble t , conse je-ro j u r í d i co de la Simex, pasó varios meses en B r e e n d o n k d u r a n t e los cuales fue r e p e t i d a m e n t e " i n v i t a d o " a p re sen ta r se en la c á m a r a de to r tu ra an tes de q u e lo fus i l a ran en Berlín e l a ñ o 1943. Wil l iam Kruyt, m i e m b r o del g r u p o ho l andés , l anzado en pa raca ídas a los se-senta y tres a ñ o s de e d a d , es c a p t u r a d o i n m e d i a t a m e n t e después de su aterr izaje . I n t e n t a t ragarse u n a cápsu la de c i anu ro , p e r o se lo im-piden . La Ges t apo lo t o r tu r a p a r a q u e conf iese la iden t idad del se-g u n d o paraca id i s t a q u e ha sa l tado a l m i s m o t i e m p o q u e él. Ante su silencio, los a l e m a n e s se lo llevan al d e p ó s i t o de cadáveres y allí a r r ancan el lienzo q u e c u b r e e l cadáver de su c o m p a ñ e r o : es su p r o -p io hi jo, a l q u e h a n d a d o m u e r t e al a terr izar . Kruyt es r e i n t e g r a d o a B r e e n d o n k y p a s a d o allí p o r las a r m a s .

T a m b i é n en B r e e n d o n k su f r ió e l i n t e r r o g a t o r i o " d e los p e r r o s " Nazar in Drailly, d i r ec to r de la S imexco en 1942 y q u e f ue a p r e s a d o el 6 de e n e r o de 1943. Lo ing re sa ron con las p i e rnas despedazadas en el hospi ta l de A m b e r e s , d o n d e tuv ie ron q u e a m p u t a r l e u n a de ellas.7 A l

5. Palabras citadas p o r B. Depelsenaire. 6. El verdugo trató de ocultar este asesinato. Según los archivos alemanes, Hersch Sokol fue

fusilado. Pero su tumba, jun to con la de trescientos resistentes belgas, se halla en el Tiro Nacional de Bruselas. Por su parte, el escritor alemán Heinz Hóhne escribió en su libro Moi code direcleur, ¡Sokol ha sido l iquidado!

7. Después tic la guerra, uno de sus compañeros de reclusión escribirá a Gerntaine Drailly: "Me dijo (|iu-. al llegar a Breendonk, fue castigado duramente y que el mayor Schniiit soltó en-toruTs a su perro y este le despedazó ainbas piernas" .

242 l-A ORQUESTA ROJA

regresar a B r e e n d o n k fue c o n d e n a d o a m u e r t e y, Juego, t r a s l a d a d o a Berlín en e l m i s m o tren p o r e l q u e e r a n d e p o r t a d o s la m a y o r pa r t e de los m i e m b r o s de la O r q u e s t a Roja c a p t u r a d o s en Francia y en Bél-gica. Su m u j e r , G e r m a i n e , lo ve pasa r , b l a n c o c o m o la m u e r t e , en t re dos agentes de la Ges tapo , y no lo r econoce . Alguien la toca con el c o d o :

—Pero, ¡si es su e sposo! G e r m a i n e logra h a b l a r con é l d u r a n t e c inco m i n u t o s en e l cor re-

d o r del vagón . —¿Te has d a d o c u e n t a ? —le dice Nazarin—. T e n g o u n a p i e rna más

cor ta q u e la o t ra . Pero ella ya no volverá a ver lo : será d e c a p i t a d o en Berlín el 28 de

j u l i o de 1943. Después de un l a rgo e n c a r c e l a m i e n t o en las pr is iones ber l inesas , G e r m a i n e Drail ly pasa rá suces ivamente p o r Ravensbrück , Schónfe ld y O r i a n e n b u r g , d o n d e deb ía ser gaseada el 1*9 de m a r z o de 1945.

El c a m p o es b o m b a r d e a d o el d ía 15 p o r la aviación inglesa. Ger -m a i n e huye, a u n q u e no sabe nada r , c r u z a n d o un canal . " T e n í a l a im-p res ión de a n d a r s o b r e la superf ic ie del a g u a " , d i r á más ta rde . Cap-tu rada de nuevo p o r la G e s t a p o y env iada a Sachsenhausen , t o m a par te en la m a r c h a de la m u e r t e d u r a n t e los ú l t i m o s días de la gue r ra . Ha sobrev iv ido no o b s t a n t e y se acuerda . . .

En a q u e l t ren , los Corb in , el s eñor y la s e ñ o r a J a s p a r , Robe r t Bre-yer, Suzanne Cointe , Keller, Franz y G e r m a i n e Schneider , Jos C r io l -lo, t odos ellos a p r e s a d o s en Francia, e n c u e n t r a n a los de Bélgica: Char les Drailly, h e r m a n o de Nazar in , Rober t Chr is ten , Lou i s Theve-net , f ab r i can t e de cigarri l los, Bill H o o r i c k x , p i n t o r y a m i g o de Ála-m o , a q u i e n p res tó a y u d a a l q u i l a n d o pisos p a r a la o rgan izac ión , y Henr i Rauch , checo y pa r i en te de M a r g a r e t e Barcza, p e r o v incu lado s o b r e t o d o a los servicios ingleses. T e m i e n d o q u e a c a b a r a n pe r tu r -b á n d o s e en t r e s í a m b a s redes de e sp iona j e , se re t i ró de la Simex en 1942; pe ro , a p r e s a d o en e l mes de d ic i embre , m o r i r á m á s t a rde de a g o t a m i e n t o e n M a u t h a u s e n .

De los veintisiete m i e m b r o s de la O r q u e s t a Roja q u e p a s a r o n p o r B r e e n d o n k , dieciséis f u e r o n c o n d e n a d o s a m u e r t e . Los d e m á s f u e r o n env iados a los c a m p o s de concen t r ac ión con el r ó t u l o Nackt und Nebel (que pe rmi t í a e jecu ta r los sin la ce lebrac ión de un ju i c io previo) .

Grac ias a l t e s t imonio de Betty Depe lsena i re , s a b e m o s a h o r a q u e , en abr i l de 1943, co inc id ie ron en u n a celda de c o n d e n a d o s a m u e r t e de la p r i s ión ber l inesa de Moab i t , J e a n n e Grossvogel , Kaethe Voelk-ner, Suzanne Cointe , Rita A m o u l d y Flore Velaerts. T o d a s ellas a g u a r d a b a n la m u e r t e con u n a en tereza q u e susci tó la a d m i r a c i ó n de sus m i s m o s guard ianes . . . Al a n o c h e c e r , Suzanne Co in te e m p e z ó a

EL INFIERNO DE BREENDONK 243

can ta r m i e n t r a s Flore ba i l aba . En la m a d r u g a d a del 3 de j u l i o de 1943, c u a n d o iban a conduc i r l a al lugar de su e jecuc ión , Rita Ar-nou ld que , d e s p u é s de su de tenc ión en la calle de los Atrébates , hab ía facil i tado a la Ges t apo el n o m b r e de Spr inger , i m p l o r ó el p e r d ó n de Flore, su m u j e r , y lo o b t u v o . Kaethe, q u e hab ía a lzado el p u ñ o cer ra -do al oír su c o n d e n a a m u e r t e y hab ía g r i t ado al t r i b u n a l : "Es toy con ten ta de h a b e r h e c h o a lgo, p o r p o c o q u e sea, a favor del c o m u -n i s m o " , Suzanne , Flore, Rita y sus c a m a r a d a s s u c u m b i e r o n b a j o el hacha del ve rdugo .

El p r o c u r a d o r Roede r , q u e deb ía a su fe roc idad el a p o d o de "sa-bueso de H i t l e r " y q u e pres id ió t o d o s los ju ic ios con t r a los c o m b a -tientes de la O r q u e s t a Roja , a c t u a l m e n t e p r i m e r teniente de a lcalde de un pueb l ec i t o a l e m á n , dec la ró el 16 de d i c i embre de 1948 d u r a n t e la ins t rucción de su p roceso q u e deb ía acabar con un sobrese imien-to: " M e cons ta q u e e l n ú m e r o tota] de c o n d e n a d o s de la O r q u e s t a Roja no fue s u p e r i o r a veinte o veint ic inco en Francia y Bélgica, y q u e sólo u n a tercera p a r t e de ellos f u e r o n c o n d e n a d o s a la p e n a capital . . . En los p r i m e r o s días de abr i l de 1943, ped í a l mariscal G o e r i n g q u e indu l t a ra a las m u j e r e s c o n d e n a d a s a m u e r t e y el mar iscal se m o s t r ó d e a c u e r d o " .

El m i s m o Roeder a ñ a d i ó q u e , en Berlín, de los se tenta y c u a t r o de ten idos , só lo cua ren t a y siete f u e r o n e jecu tados . No p o d e m o s de j a r de subrayar q u e los resu l tados de mis pesquisas han s ido m u y dist in-tos.8

O c h e n t a pe r sonas f u e r o n de t en idas en Francia y en Bélgica: t reinta y d o s f u e r o n c o n d e n a d a s a m u e r t e y cua ren ta y c inco enviadas a los c a m p o s de concen t r ac ión , de los q u e nunca r eg resa ron trece de ellas. En Aleman ia , de las c iento t re inta p e r s o n a s c a p t u r a d a s , c u a r e n -ta y nueve f u e r o n e jecu tadas , c inco s u c u m b i e r o n mien t r a s e ran t o r t u -radas y tres se su i c ida ron . 9

Ésta es la ve rdad , y a ú n no la c o n o c e m o s p o r comple to . . . ¿ q u é fue de M a r g u e r i t e Marivet , secre ta r ia de la Simex en Marsel la , de Modes te Ehr l ich , en cuyo domic i l i o lúe a p r e s a d o Hillel Katz, de Schreiber , de J o s e p h Katz, h e r m a n o de Hillel, de H e n r y Rob inson , de las dos h e r m a n a s y el c u ñ a d o de Ger ina ine Schne ider^

¡ C u á n t o s inocentes f u e r o n d e t e n i d o s b a j o la acusac ión de q u e t r a b a j a b a n en la O r q u e s t a Roja ! Familias en te ras f u e r o n l iquidadas , c o m o los Drail ly, los Grossvogel , los Schne ider y los C o r b i n . En los archivos de la policía a l e m a n a he descub ie r to que , después de la in-curs ión en la calle de los Atrébates , f u e r o n d e t e n i d o s p o r pe r tenecer

8. Véanse tales resultados en el anexo 1. 9. Hemos de añadirles además los veintiocho miembros de las juventudes judías que, deteni-

dos en Berlín a raíz de la exposición "El paraíso soviético", lueron iusilados poco después.

244 l-A ORQUESTA ROJA

a la O r q u e s t a R o j a : Marcel Vranckx, Louis B o u r g a i n , Réginald G o l d m a e r , Émile Car los y Boulang ie r . Ni de cerca ni de lejos, n ingu-no de e l los tenía nada q u e ver con nues t ra red .

Po r o r d e n de Berl ín, en la p r i m a v e r a de 1945 f u e r o n q u e m a d o s en e l casti l lo de G a m b u r g los archivos de la O r q u e s t a Ro ja . Después de la g u e r r a , só lo subsist ía un texto de Mül ler , f e c h a d o en d i c i e m b r e de 1942, y los d o c u m e n t o s de la Abwehr . El cap i tán Piepe, el q u e lo-calizó la e m i s o r a de la calle de los At réba tes , ha exp l i cado de q u é m o d o , a p a r t i r del v e r a n o de 1942, los servicios de i n f o r m a c i ó n del e jérc i to a l e m á n se v ie ron re legados a la i gno ranc i a de t o d o lo q u e era esencial en el a s u n t o de la O r q u e s t a Roja . 1 0 El S o n d e r k o m m a n d o se l imi taba a cursa r de vez en c u a n d o a la A b w e h r a lgunas i n f o r m a c i o -nes t r u n c a d a s o parc ia les .

Pa ra salvar su vida después de las hos t i l idades , los m i e m b r o s del S o n d e r k o m m a n d o te j ie ron unas h is tor ias cada cual m á s ex t ravagan-te; de dar les c réd i to , los r e su l t ados q u e o b t u v i e r o n se d e b i e r o n tan só lo a las confes iones . . . e s p o n t á n e a s y a la c o l a b o r a c i ó n de los agen-tes de la O r q u e s t a Roja , e l g ran j e f e inclusive. La t o r t u r a , p e r o ¿ q u é s igni f icaba esta p a l a b r a ? N u n c a o y e r o n h a b l a r de tal cosa : p o r su p a r t e no hab ían s ido más q u e unos h o n r a d o s c o m b a t i e n t e s , u n o s es-fo r zados caba l l e ros q u e só lo h a b í a n e m p u ñ a d o a r m a s leales. Desgra-c i a d a m e n t e , pa ra v iolar l a verdad del m o d o m á s i n j u r i o s o , p a r a cu-br i r sus c r í m e n e s con el ve lo del si lencio, d e s c u b r i e r o n a l iados y cómpl ices inespe rados . Pero , a pesar de tales a l i ados , fuesen o no fuesen al m i s m o t i e m p o cómpl ices suyos, la m e n t i r a no es e t e r n a y la v e r d a d s i e m p r e a c a b a p o r abr i r se paso . . .

En Berl ín , en Bruselas, en París, p a r a decenas de c o m b a t i e n t e s de la O r q u e s t a Roja , la m u e r t e se ha l l aba a l p ie de una g r a n escalera c a d a u n o d e cuyos p e l d a ñ o s e n t r a ñ a b a nuevos s u f r i m i e n t o s . M u e r t o s en su e m p e ñ o de des t ru i r la pes te p a r d a , de sde e l f o n d o de su infini ta de so l ac ión , c o n f i a b a n q u e m a ñ a n a e l m u n d o f i n a l m e n t e c a m b i a d o da r í a fe y se a c o r d a r í a de su i n m o l a c i ó n . M a ñ a n a es hoy. I m p e r t u r -bable , el m u n d o sigue d a n d o vueltas y el s i lencio se h a c e cada vez m á s d e n s o . Los r e sponsab l e s de la S o n d e r k o m m i s s i o n Rote Kapellc de Berlín y del S o n d e r k o m m a n d o de París t i enen b u e n a s razones p a r a q u e r e r b o r r a r la negra re lación de sus c r ímenes . Su n o m b r e está inscri to en ella. C o n s i d e r e m o s el caso del H a u p t s t u r m l ü h r e r SS Rei-ser, q u e es tuvo a l f r en t e del S o n d e r k o m m a n d o en Francia desde no-v i e m b r e de 1942 hasta j u l i o de 1943. C o n la m a n o s o b r e e l corazón , dec l a r a : " N u n c a se t o r t u r ó en mi servic io" . T i ene la conc ienc ia in-

10. Vcasc en los documentos anexos lo que, sobre esta cuestión, declaró el capitán Piepe des-pués de la guerra ante el juez de instrucción de Bruselas.

EL INFIERNO DE BREENDONK 245

macu lada , ese Reiser. Pe ro , ¿ c u á n t a s veces esta m a n o , q u e n u n c a " t o c ó " a n i n g ú n preso , f i r m ó en c a m b i o la o r d e n de p o n e r a sus víc-timas en m a n o s de los v e r d u g o s especia l izados del servicio de inte-r r o g a t o r i o r e f o r z a d o ? ¿ Q u i é n d io l a o r d e n de t o r t u r a r p o r tres veces a Alfred C o r b i n en el mes de d ic iembre de 1942? ¿ Q u i é n d io la o r -den de t o r t u r a r hasta la m u e r t e a Hersch y a Mi ra Sokol ? No se tor -tu raba en el servicio de Reiser.. . ¿ Quizá p o r falta del e q u i p o necesa-r io? ¡ N o pose í an , c i e r t amente , las p e q u e ñ a s cajas pa ra los supl ic ios q u e los v e r d u g o s especia l izados se t ra ían cons igo de Berlín c u a n d o e r a n l l a m a d o s p o r Reiser! ¿ Q u i é n , pues , s i no fue Gier ing , Reiser, Piepe o Pannwitz , d io la o r d e n de enviar a los veintisiete m i e m b r o s de la O r q u e s t a Roja a ü r e e n d o n k pa ra some te r lo s allí a los m á s a t ro -ces t o r m e n t o s ?

He in r i ch Reiser no es más q u e un e j e m p l o . Podr í a citar los n o m -bres de t odos los m i e m b r o s de la S o n d e r k o m m i s s i o n de Berlín y de! S o n d e r k o m m a n d o de París . Después de la gue r r a , e n c o n t r a r o n rápi -d a m e n t e u n o s nuevos a m o s q u e los abso lv ie ron de todos sus c r íme-nes en el a l t a r de la g r a n reconci l iac ión.

Pero, ¿ q u i é n e s e r a n esos v e r d u g o s con t r a los q u e l uchamos sin un m o m e n t o de r e p o s o ? No nac ie ron c i e r t amen te con e l b razo en al to y su p r i m e r gr i to no fue el de ¡Hexl Hiller!

Existía en la G e s t a p o un e levado p o r c e n t a j e de nazis de ú l t ima hora , q u e h a b í a n i n g r e s a d o en el p a r t i d o nacionalsocia l is ta en 1939 o en 1940, d e s p u é s de h a b e r s ido " h o n o r a b l e s se rv idores" de la Repú-blica de W e i m a r . He in r i ch Müller , a q u i e n se l lama G e s t a p o - M ü l l e r en el m u n d o en t e ro , es su a r q u e t i p o . No l legó a ser m i e m b r o del par -t ido nacionalsocia l is ta hasta 1939, p e r o antes de vestir la camisa p a r -da , ya era nazi en el a l m a . Un o d i o feroz al c o m u n i s m o hab ía conver -t ido a este h o m b r e de derechas , b u e n catól ico y b ien pensan te , en una c r ia tura de la G e s t a p o en po tenc ia . Ba jo la Repúbl ica de W e i m a r ya d io p r u e b a s de su t a len to de pol icía . Para He in r i ch Müller , ser p o -licía era u n a vocac ión . A los d iecinueve a ñ o s d io comienzo a su car re-ra c o m o e m p l e a d o en la dirección de los servicios pol icíacos de Mu-nich. Diez a ñ o s más ta rde , en 1929, fue de s t i nado a la lucha c o n t r a el m o v i m i e n t o c o m u n i s t a en la IV división de la pol ic ía de M u n i c h . C u a n d o los nazis l l egaron al p o d e r , aque l policía bien d o t a d o of reció sus servicios a Heydr ich , qu ien lo convi r t ió en u n o de sus p r inc ipa les ayudantes . En 1936, H e i n r i c h Mül le r fue n o m b r a d o je fe de la Gesta-p o : e l ins ignif icante e sb i r ro b á v a r o se ha conve r t ido a h o r a en G e s t a p o - M ü l l e r . En 1941, después de su ingreso en el p a r t i d o nazi, es a scend ido a SS G r u p p e n f ü h r e r y a ten ien te genera l de la Polizei. En-tonces, en la c u m b r e de su glor ia , a s u m e la r e sponsab i l idad del g ran j u e g o .

246 l-A ORQUESTA ROJA

Los dos ayudan te s m á s i n m e d i a t o s de Mül le r son Fr. Panzinger , d i rec to r de la sección IV A de los servicios de segur idad del Estado, y H. Kopkov, q u e había d i r ig ido la sección enca rgada de la lucha con-tra el " s a b o t a j e c o m u n i s t a " . A m b o s se ha l l aban al i r en t e de la Son-d e r k o m m i s s i o n O r q u e s t a Roja, c reada en el mes de agos to de 1942 pa r a a u n a r todas las acciones e m p r e n d i d a s con t ra e l g r u p o berl inés. R e c o r d e m o s bien es tos dos n o m b r e s . Son responsab les de todas las a t roc idades come t idas con t ra los c o m b a t i e n t e s del g r u p o de Berlín. El curriculum vitae de a m b o s pe r sona j e s no dif iere exces ivamente del de su j e f e y a m i g o , G e s t a p o - M ü l l e r . Panzinger será un esb i r ro d u r a n -te t oda su vida.

En 1919 inicia su ca r re ra en la pol ic ía de Mun ich . T iene dieciséis a ñ o s . ¡ Un p r o d i g i o ! Esca lando r á p i d a m e n t e los p e l d a ñ o s de la j e r a r -qu ía , en t ra en el p a r t i d o nac ionalsoc ia l i s ta al comienzo de la gue r ra . Para llegar a gángs ter de la G e s t a p o no e ra ind ispensab le ser u n a nazi de las p r i m e r a s horas . G e s t a p o - M ü l l e r , Panzinger y Karl G i e r i n g s o n o t r o s t an tos e j e m p l o s de que , p a r a los v e r d a d e r o s esb i r ros p o r voca-ción, el ingreso en el p a r t i d o nazi f u e el c o r o n a m i e n t o de su car re ra .

El lugar o c u p a d o p o r los Gier ing , los Reiser y d e m á s c o m p i n c h e s en la lucha con t r a la O r q u e s t a R o j a no ha de hace rnos o lv ida r q u e f u e r o n a s i m i s m o re sponsab le s de los diversos c r ímenes c o m e t i d o s en Francia y en Bélgica p o r la G e s t a p o . Un Reiser, p o r e j e m p l o , d i r ig ió en París, desde el v e r a n o de 1940 has ta los p r i m e r o s días de nov iem-b r e de 1942, la sección especial e n c a r g a d a de la r epres ión de las acti-v idades comunis ta s . T a n t o E r i c j u n g , m i e m b r o del S o n d e r k o m m a n -do de París y e j ecu to r de m e n o r cuan t ía , c o m o J o h a n n Str ib ing, of i -cial ins t ruc to r de la S o n d e r k o m m i s s í o n en Berlín, h a n a c u m u l a d o p r u e b a s a b r u m a d o r a s con t r a ellos m i s m o s : ve rdugos p o r m a n d a t o , lo e r a n a ú n más p o r gus to y pas ión de su " o f i c i o " .

Esb i r ro p o r vocac ión , lo q u e no era ób ice pa ra q u e estuviera do -t ado de u n a intel igencia supe r io r a la med ia , Karl G ie r ing sobresal ía en la técnica de la p rovocac ión . A los veint ic inco a ñ o s ingresa en la policía de Berlín y se especializa en la lucha con t r a la U n i ó n Soviética, el K o m i n t e r n y el m o v i m i e n t o c o m u n i s t a a l e m á n . En 1933 pasa al servicio de la Ges t apo y da c ima a varias mis iones del icadas. Le con-fían e l e n c a r g o de descubr i r a los a u t o r e s de u n o de los p r i m e r o s a t e n t a d o s p e r p e t r a d o s con t r a Hi t le r . Algo más tarde, p o r o r d e n de Heydr i ch , organiza u n a p r o v o c a c i ó n c o n t r a e l je fe del d e p a r t a m e n t o de los m a n d o s del K o m i n t e r n , Os ip 'P ia tn i t sk i , y luego t o m a pa r t e en la i n f a m e m a q u i n a c i ó n con t ra el mar iscal Tujachevski . C u a n d o se inicia la lucha con t r a la O r q u e s t a Roja , su ho ja dese rv ic ios es lo bas-t an te br i l l an te p a r a q u e l e p e r m i t a ser n o m b r a d o je fe del Sonde r -k o m m a n d o en París y en Bruselas .

EL INFIERNO DE BREENDONK 247

El a y u d a n t e i n m e d i a t o de Gier ing, Willy Berg, nació i g u a l m e n t e con los borceguíes de e sb i r ro en los pies. Su especia l idad consistía en vigilar los a l e d a ñ o s del S o n d e r k o m m a n d o e i m p e d i r que* se en t e l a -ran de sus a sun tos t an to la Abwehr c o m o los d e m á s servicios de la Ges tapo .

22. EL CENTRO TOMA LA INICIATIVA

El 23 de Febrero de 1943, es decir , el m i s m o día en q u e se rec ib ió e l d e s p a c h o rad io te l eg rá f i co del C e n t r o , sostuve u n a extensa conver -sación con Gier ing. Me d i jo q u e hab ía i n f o r m a d o i n m e d i a t a m e n t e a sus super io res de Berlín acerca de la respues ta soviét ica: en la capi tal del Reich c o m p a r t í a n su o p i n i ó n de q u e se hab ía l o g r a d o lo más difí-cil y de q u e a h o r a se p o d í a seguir a d e l a n t e en el g r a n j u e g o . G ie r ing era d e m a s i a d o expe r to en su p ro fe s ión pa r a a c e p t a r e l c o n t e n i d o de a m b o s d e s p a c h o s sin an tes con t ro l a r lo . El p r i m e r o , s o b r e todo , re-q u e r í a u n a previa c o m p r o b a c i ó n : p r e g u n t ó a Kent si el C e n t r o solía env ia rnos sus fel ici taciones con m o t i v o del an ive r sa r io del e jérc i to ro jo . Kent, q u e se hab ía d a d o cuenta de q u e , de u n a u o t r a m a n e r a , yo h a b í a l o g r a d o avisar a Moscú , y a n d a b a en busca de u n a ocas ión p rop ic ia pa r a redimirse , te c o n f i r m ó q u e ésa era e fec t ivamente la cos-t u m b r e del C e n t r o . En aque l la época , Kent me d io o t ras p r u e b a s de b u e n a v o l u n t a d ; observé q u e man i f e s t aba cierta displ icencia f ren te a los a l e m a n e s y se m a n t u v o en esta ac t i tud has ta q u e yo desaparec í de escena.

A Gie r ing le i m p r e s i o n ó p r o f u n d a m e n t e sabe r q u e el C e n t r o me hab ía p r o p u e s t o pa ra u n a c o n d e c o r a c i ó n mil i tar . Pensaba q u e a q u e -lla d e m o s t r a c i ó n de conf ianza cons t i tu ía un exce lente a u g u r i o y real-zaba su pos ic ión an te las a u t o r i d a d e s de Berl ín , q u i e n e s r econoc í an su ac ie r to c u a n d o hab ía insis t ido en e l pape l q u e yo p o d í a d e s e m p e -ñ a r en e l g ran j u e g o . En c a m b i o , h a b í a a c o g i d o con m u c h a m a y o r ret icencia e l s e g u n d o d e s p a c h o : yo h a b í a p r o p u e s t o i n t e r r u m p i r p o r un mes nues t ros con tac tos c o n el p a r t i d o c o m u n i s t a , ¡y el d i r ec to r me r e s p o n d í a q u e los r o m p i e r a de f in i t i vamen te !

C o n o c i e n d o c o m o yo conoc ía e l ob j e t ivo aca r i c i ado p o r Gie r ing (llegar hasta J a c q u e s Duelos y la d i recc ión c landes t ina del p a r t i d o co-m u n i s t a Francés a través de Ju l ie t te , excelente estrategia c i e r t amen te pa r a el e sb i r ro q u e Gie r ing seguía s i endo pese a t o d o y con t r a todo) , c o m p r e n d í a p e r f e c t a m e n t e su decepc ión . Aque l f u r i b u n d o a n t i c o -m u n i s t a veía c ó m o se le e s f u m a b a u n a pos ib i l i dad m u y seria de ases-

EL CENTRO T O M A LA INICIATIVA 249

tar un go lpe f o r m i d a b l e con t r a e l p a r t i d o d e J a c q u e s Duelos y quizá de c a p t u r a r a éste ú l t imo . ¡ Le cos taba hal lar un consue lo a su desgra-cia! Tenia q u e ofrecer le , pues , a l g u n o s a r g u m e n t o s q u e le t ranqui l i -zaran. . .

—Pero, en def ini t iva —le dije—, de e n c o n t r a r s e usted en el lugar del d i rec tor , no habr ía a c t u a d o de o t r o m o d o , s ino q u e h a b r í a d a d o esa m i s m a o r d e n . Al pr inc ip io nos es taba f o r m a l m e n t e p r o h i b i d a toda re lac ión con el p a r t i d o comun i s t a , y só lo nues t r a escasez de emi-soras nos hizo q u e b r a n t a r esta regla . A h o r a , c u a n d o han q u e d a d o restablecidas las comun icac iones directas con Moscú y usted va a po -der utilizarlas s i empre q u e qu ie ra , ¿ p a r a q u ¿ í b a m o s a necesi tar la li-nea del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés?

Unos d í a s m á s t a r d e se rec ib ió un n u e v o despacho del d i r ec to r : conten ía las ins t rucc iones pa ra a m p l i a r al m á x i m o la base de las emi-soras y seña la r a cada u n a de ellas un nuevo c o m e t i d o q u e estar ía es-t r i c tamente c i rcunscr i to a las i n f o r m a c i o n e s mil i tares . El d i rec to r p r e g u n t a b a a s i m i s m o lo q u e les hab ía o c u r r i d o a la Simex y a la Si-inexco. G ie r ing se dec id ió a r e s p o n d e r q u e a m b a s empresas c o m e r -ciales h a b í a n ca ído b a j o e l con t ro l de la Ges tapo , p e r o q u e las de ten-ciones en ellas p rac t i cadas no h a b í a n a f ec t ado a la O r q u e s t a Roja . De este m o d o , e l j e fe del S o n d e r k o m m a n d o pod ía ac tua r con la m a y o r dureza c o n t r a los responsab les de a m b a s sociedades , p e r o conserva-ba a l m i s m o t i e m p o la pos ib i l idad de " j u g a r " con Moscú. Por consi-guiente , cab ía e spe ra r lo p e o r p a r a nues t ros c a m a r a d a s de ía Simex q u e se h a l l a b a n en p o d e r de la Ges t apo . Roede r , e l s ang r i en to presi-den te del t r i b u n a l mil i tar , llegó a París en m a r z o de 1943 y o rgan izó un s i m u l a c r o de ju ic io , u n a ma tanza p r e m e d i t a d a . Los ' ' j ueces" no pose ían n i n g u n a p r u e b a decisiva de q u e los i ncu lpados pe r t enec ie ran a nues t ra red, p e r o c o n d e n a r o n a m u e r t e a Alfred C o r b i n , Robe r t Breyer, S u z a n n e Cointe , Kaethe Voelkner y su c o m p a ñ e r o Pods ia ldo . A Keller le i m p u s i e r o n u n a c o n d e n a de var ios a ñ o s de pr i s ión . Por lo q u e se r e f i e re a R o b e r t Breyer en par t i cu la r , q u e era un s imple aso-c iado de ía S imex y n a d a tenía q u e ver con nues t ro g r u p o , su conde -na era un p u r o y s i m p l e asesinato. Gracias a nues t ras dec larac iones d u r a n t e la ins t rucc ión del s u m a r i o , Léo Grossvogel y yo l o g r a m o s salvar a L u d w i g Kainz, el ingen ie ro de la o rgan izac ión T o d t en París. M u c h o s a ñ o s d e s p u é s de l a gue r r a , s u p i m o s q u e Alf red C o r b i n , Ro-ber t Breyer, Gr io t to , Kaethe Voe lkner , Suzanne Cointe , Pods ia ldo y Nazar in Drail ly f u e r o n decap i t ados a l m i s m o t i e m p o q u e los d i r igen-tes del g r u p o ber l inés el 28 de j u l i o de 1943 en la p r i s ión Plótzensee de Berl ín.

G i e r i n g ya había i n t e r c a m b i a d o su p r i m e r m e n s a j e con el Cen t ro después de q u e yo l o g r a r a i n f o r m a r a Moscú del d e s m a n t e l a m i e n t o

250 l -A ORQUESTA ROJA

de nues t ra red. . . A h o r a , el S o n d e r k o m m a n d o se lanzaba a f o n d o a la ofensiva de in toxicac ión . H a b í a a d o p t a d o todas las p r ecauc iones ne-cesarias pa r a q u e fuesen i g n o r a d a s las de t enc iones de los agentes de la O r q u e s t a Ro ja y, en pa r t i cu la r , las de Grossvogel , Katz, M a k s í m o -vich, R o b i n s o n , Efrérnov y Kent. A mí me t r a s l ada ron desde la calle de las Saussaies ( d o n d e mi cond ic ión de " p r e s o espec ia l " c o m e n z a b a a ser el secre to de Pol ichinela) a u n a residencia de Neuilly. P o r mi par te , no ine h a b í a sus t ra ído a aque l la regla según la cual t o d o reclu-so acaba p o r h a b i t u a r s e a su celda. . . Allí, en p l e n o corazón de la Ges-t apo , h a b í a l o g r a d o r edac t a r mi i n f o r m e . G ie r ing y sus amigos po -d ían segui r c o n t a n d o c u a n t o qu i s ie ran , p o d í a n t r ansmi t i r los m e n s a -jes q u e j u z g a r a n a d e c u a d o s p a r a l a consecuc ión de su b r u m o s o o b j e -tivo de u n a paz s e p a r a d a , p o d í a n t ra ta r de in toxicar a Moscú e c h a n -do m a n o de sus viejas recetas, p o d í a n p o n e r a c o n t r i b u c i ó n su imagi -nac ión de esb i r ros y p r o v o c a d o r e s pe rve r t idos : ¿ q u é m á s d a b a ? Frente a ellos, Moscú sabía lo q u e se t ra ían e n t r e m a n o s .

B o e m e l b u r g , j e f e de la G e s t a p o de París, se hab ía a p o d e r a d o de un hote l pa r t i cu la r , s i tuado en la e squ ina del bu levar Víctor H u g o y la calle de Rouvray , en Neui l ly , p a r a recluir allí a sus p resos m á s no -tables. C o n sus diez hab i t ac iones , las b lancas c o l u m n a s de su facha-da , el ex tenso césped de su p a r t e de lan te ra y el j a r d í n b ien cu l t ivado de su p a r t e pos t e r i o r , a q u e l edi f ic io no es taba desprov is to de e legan-cia. La ver ja de h i e r ro q u e r o d e a b a la p r o p i e d a d y la masa ve rdean te del seto vivo q u e la a is laba de la calle o c u l t a b a n a las m i r a d a s de los t r anseún tes a l g u n o s d e t e n i d o s célebres. B o e m e l b u r g y sus c o m p i n -ches que , c o m o b u e n o s nazis, e r a n de una p roverb ia l f a t u idad , a la r -d e a b a n de t ene r unas "v is i tas" tan n o t o r i a s c o m o Alber t L e b r u n , úl-t i m o p res iden te de la tercera Repúbl ica f rancesa , A n d r é Franc;ois-Poncet , e x - e m b a j a d o r de Francia en Berl ín, e l co rone l de La Rocque , j e f e de las C r o i x de Feu y del PSF, y L a r g o Caba l le ro , a n t i g u o presi-d e n t e del g o b i e r n o r e p u b l i c a n o españo l . A d e m á s de estas pe r sona l i -dades , r e c u e r d o h a b e r visto a un co rone l del ln te l l igence Service que , p o r l o q u e c o m p r e n d í , t a m b i é n deb ía estar e m p e ñ a d o e n a lgún " j u e -g o " m u y pecul ia r . B o e m e l b u r g vivía allí y pa saba e l t i e m p o en e n o r -mes bacanales . E l p o r t e r o , l l a m a d o P r o d h o m m e , p r e p a r a b a c o n sus dos hijas la c o m i d a y c u i d a b a el j a r d í n . A u n q u e no o s a b a dir igir la pa l ab ra a aque l lo s i lustres pe r sona je s , se sentía a s imi smo m u y h o n r a -do p o r su presencia en la casa.

Me in s t a l a ron en u n a hab i t ac ión del p r i m e r piso, s o b r i a m e n t e a m u e b l a d a en estilo rús t ico ; la ven tana carecía de ba r ro t e s y la p u e r -ta s i empre p e r m a n e c í a ce r r ada . Me d i j e r o n q u e , c u a n d o deseara sa-lir, l l amara al s o l d a d o de g u a r d i a ; q u e t endr ía d e r e c h o a una o dos ho ra s de p a s e o d ia r io p o r e l j a r d í n ; p e r o q u e me estaba es t r i c t amente

EL CENTRO T O M A LA INICIATIVA 251

p r o h i b i d o h a b l a r con los d e m á s reclusos. La casa se hal laba b a j o la vigilancia de un r e d u c i d o d e s t a c a m e n t o de mil i tares eslovacos que , s igu iendo el e j e m p l o de su j e fazo , se e m b r i a g a b a n con la r egu la r idad de un m e t r ó n o m o . Hacían un r u i d o i n f e r n a l : o y é n d o l o s r o n c a r y cantar , se ine o c u r r i e r o n ideas de evasión. . . Rechacé aquel la tenta-ción p o r e l m o m e n t o , p o r q u e tenía q u e segui r d e s e m p e ñ a n d o mi p a -pel en e l g r a n j u e g o . Pe ro a lo l a rgo de mis noches de i n s o m n i o , me imag inaba q u e fo rzaba la c e r r a d u r a , q u e a c o g o t a b a a l g u a r d i a de la e n t r a d a y q u e hu í a después de ce r r a r con llave la p u e r t a a mis espa ldas .

Pocos días d e s p u é s de mi t r a s l ado a Neui l ly , Berg ine a n u n c i ó q u e Hillel Katz, mi " a y u d a n t e " según sus p rop i a s pa labras , m u y p r o n t o vendr ía a h a c e r m e c o m p a ñ í a . Me sentí m u y d ichoso , p e r o c u a n d o s u p e q u e lo hab ían ins ta l ado en u n a hab i t ac ión del s ó t a n o con e l t r áns fuga S c h u m a c h e r , c o m p r e n d í q u e este ú l t i m o tenía la mi -sión de s o n d e a r a Katz acerca de mis v e r d a d e r a s in tenciones . Schu-mache r , el chivato, c o m e n z ó a expl icar a Katz q u e yo me estaba b u r -l a n d o de los a l e m a n e s y q u e é l no creía q u e yo h u b i e s e t r a i c ionado . Me que j é a Berg de aquel la añagaza tan b u r d a q u e p o n í a en d u d a ini pa labra . Hillel se vio i n m e d i a t a m e n t e d e s e m b a r a z a d o de la c o m -pañ ía de su m e n t o r .

La presencia de Hillel en Neuilly cons t i tu ía un g r a n consue lo p a r a mí. T e n í a d e r e c h o a v e n i r m e a ver y a a c o m p a ñ a r m e en mis pa-seos. C o m o t e n í a m o s la certeza de q u e a lgún m i c r ó f o n o se ha l l aba ocu l to en mi hab i t ac ión , nos d e d i c á b a m o s d i s c r e t a m e n t e a t r anqui l i -zar a G ie r íng acerca de mis in tenc iones . En c a m b i o , m ien t r a s nos pa -s e á b a m o s p o r e l j a r d í n , h a b l á b a m o s q u e d a m e n t e en yiddish o en he-b r e o y así p o d í a m o s discut i r n u e s t r o s p r o b l e m a s con toda l iber tad . Hillel pensaba en los suyos con tristeza; éstos se h a l l a b a n b a j o la vigi-lancia de la Ges t apo y a n o s o t r o s nos h a b í a n adve r t i do q u e las f ami -lias de los c o m b a t i e n t e s de la O r q u e s t a Roja , lo m i s m o q u e los reclu-sos, e r a n cons ide r ados c o m o rehenes . En e l mes de m a r z o de 1943, Kent y M a r g a r e t e Barcza l l egaron a Neuilly. Kent t r a b a j a b a t o d o el d ía en e l c i f r a d o de los mensa jes q u e G i e r i n g remi t ía a l Cen t ro . Iban f i r m a d o s con mi n o m b r e , p e r o los codi f icaba un especialista del Son-d e r k o m m a n d o : yo hab ía d e c l a r a d o de u n a vez p a r a s i empre q u e era inútil r ecu r r i r a mí pa r a a q u e l menes te r , p u e s t o q u e n a d a sabía de t o d o aque l lo . G i e r i n g me consu l t aba acerca de los m e n s a j e s q u e reci-bía de! C e n t r o y las respuestas q u e conven ía dar les . De vez en cuan -do , Berg venía a b u s c a r m e pa ra c o n d u c i r m e a la calle de las Saus-saies. A m e n u d o tenía ocas ión de t ropezar con mi " h u é s p e d " , colega desde hacía a ñ o s de Gie r íng y de Berg. Se o d i a b a n sin e m b o z o a lgu-no y aque l o d i o se convir t ió en rabia el d ía en q u e Berl ín advi r t ió a

252 l -A ORQUESTA ROJA

B o e m e l b u r g q u e n o d e b í a mezc la r se e n los a s u n t o s de l S o n d e r k o m -m a n d o .

— M a n t é n g a s e a l e j a d o d e B o e m e l b u r g —me r e c o m e n d ó Berg—, s o b r e t o d o c u a n d o a n d e e b r i o .

R e c o m e n d a c i ó n s u p e r f l u a , m á x i m e p o r q u e e ra difícil e n c o n t r a r -l o en o t r o e s t a d o . . .

U n a t a rde r e g r e s a b a c o n Berg de l a ca l le de las Saussa ies c u a n d o o í m o s u n o s d i s p a r o s . A l ver m i s o r p r e s a , B e r g m e c o n d u j o a l j a r d í n . B o e m e l b u r g e s t a b a all í , t a m b a l e a n t e y c o m p l e t a m e n t e e b r i o , c o n u n r evó lve r en la m a n o . . .

—Pero, ¿ c o n t r a q u i é n d i s p a r a ? — p r e g u n t é . —Fíjese u s t ed , f í jese us ted b ien —me r e s p o n d i ó Berg. B o e m e l b u r g se h a b í a a g e n c i a d o un stand, cuyos b l a n c o s e r a n los

r e t r a t o s de los d i r i g e n t e s de l a U n i ó n Sovié t ica y d e l p a r t i d o c o m u -nis ta f r ancés ; j u n t o a e l los , u n a ser ie de i m á g e n e s ca r i ca tu re scas re-p r e s e n t a b a n a o t r o s t a n t o s j u d í o s . ¡ E n e s to p a s a b a e l t i e m p o , e n t r e u n a e m b r i a g u e z y u n a e x p e d i c i ó n p u n i t i v a , e l j e f e de l a G e s t a p o de Par í s !

B o e m e l b u r g p r o s e g u í a su e je rc ic io . . . A cada d i s p a r o , e l p e r r o l o b o q u e es taba a s u l a d o , l a d r a b a f u r i o s a m e n t e . D e p r o n t o , B o e m e l -b u r g d i o u n a p a t a d a a l a n i m a l y l e g r i t ó :

— ¡Basta ya, S ta l in ! ¡Basta ya! E n a q u e l m o m e n t o m e v io y m e d i j o : —Ya ve u s t e d e l h e r m o s o n o m b r e q u e he d a d o a mi p e r r o : Stal in . —Me p a r e c e de p é s i m o g u s t o —le r e spond í—. T a m b i é n en M o s c ú

v i a l g u n o s p e r r o s q u e s e l l a m a b a n H i t l e r . . . L o c o —y ebrio— de r ab i a , B o e m e l b u r g se l anzó hac i a mí a p u n t á n -

d o m e c o n s u a r m a . . . —¡ P o r Dios , O t t o ! Be rg se h a b í a i n t e r p u e s t o y me p r o t e g í a c o n su c u e r p o . . . M á s t a r d e m e r e p r o c h ó m i i m p r u d e n c i a : — H e m o s e s t a d o a dos d e d o s de la c a t á s t r o f e , y p o c o le ha [ a l t a d o

a l g r a n j u e g o p a r a q u e t e r m i n a r a n e c i a m e n t e .

23. EL SONDERKOMMANDO CAE EN LA TRAMPA

En aque l la época fue c u a n d o e m p e c é a co r r e t ea r p o r París y sus a l r ededores . Sólo ob tuve esta p re r roga t iva gracias a un i n f u n d i o dig-no de fe q u e expuse a Gier ing y q u e éste a d m i t i ó a pie jun t i l las . En mi p r i m e r i n t e r r o g a t o r i o le hab ía h e c h o creer q u e , de sde hacía años , existía un g r u p o especial de c o n t r a e s p i o n a j e q u e velaba, en e l m a y o r sigilo, p o r la segur idad de la O r q u e s t a Roja . Pe ro a h o r a le exp l iqué q u e yo es taba o b l i g a d o a p o n e r en c o n o c i m i e n t o de Moscú los luga-res q u e solía f r ecuen ta r (cafés, p e l u q u e r í a , r es tauran tes , sastre, g ran -des a lmacenes) y la pe r iod ic idad de mis visitas. De este m o d o , el g ru -po de segur idad , cuyos agentes me e ran t o t a l m e n t e desconoc idos , p o d í a segui r mis pasos

A d e m á s , le di je a Gier ing , Moscú deb ía e x t r a ñ a r s e de q u e en estas ú l t imas s e m a n a s yo no me hub ie ra p r e s e n t a d o en los lugares indica-dos , d e b i d o p rec i samen te a mi de tenc ión . Y c o m o hab ía t o m a d o la p r e c a u c i ó n de indicar en mi i n f o r m e al d i r ec to r la convenienc ia de q u e me p id ie ra en sus mensa jes q u e s iguiera a c u d i e n d o a los encuen-tros de ru t ina , se recibió en tonces un r a d i o t e l e g r a m a del C e n t r o con esta cons igna y Gie r ing no p u d o de j a r de da r su c o n f o r m i d a d a mis sal idas. Éstas se conv i r t i e ron en u n a c o s t u m b r e . Las p r i m e r a s veces, dos coches de la Ges t apo d a b a n escolta a l veh ícu lo en q u e yo había t o m a d o as iento , p e r o m u y p r o n t o salí a c o m p a ñ a d o ú n i c a m e n t e p o r Berg y el chófe r , so luc ión m u y s impl i f icada que , c o m o luego vere-mos , . r esu l tó a l t a m e n t e ren tab le . Así acud í a aque l los encuen t ro s i m a g i n a r i o s : a u n a p e l u q u e r í a de la calle For tuny , a un sastre en el b a r r i o M o n t p a r n a s s e , a un a l m a c é n de r o p a in te r io r en e l bulevar H a u s s m a n n . Se ha l l aban igua lmente en mi i t ine ra r io a lgunos cafés y r e s t au ran tes de los diversos distr i tos de París e incluso de sus a l rede-dores . Los agentes del S o n d e r k o m m a n d o p e r d í a n un t i e m p o precio-so i n t e n t a n d o descubr i r a los h o m b r e s del c o n t r a e s p i o n a j e soviético y aque l celo in tempes t ivo me c o l m a b a de a legr ía . Mient ras la m á q u i -na pol ic íaca de Reiser se ha l laba e m p e ñ a d a en u n a b ú s q u e d a impos i -

254 l -A ORQUESTA ROJA

ble, no tenía t i e m p o de acosar a los mi l i tan tes de la O r q u e s t a Roja q u e a ú n seguían en l iber tad . F ina lmen te , aque l l a s r e i t e radas sa-lidas c o n t r i b u í a n a debi l i t a r la vigilancia del S o n d e r k o m m a n d o y a d ispersar su a tenc ión . Y así se e n t r e a b r í a p o c o a p o c o u n a por tezue la q u e quizá p o d r í a c o n d u c i r m e a la l iber tad .

En e l c u r s o de aque l las "visitas a c o m p a ñ a d a s " , observé q u e mis gua rd i anes no ut i l izaban su d o c u m e n t a c i ó n a l e m a n a , s ino unos lal-sos d o c u m e n t o s de i den t idad (belgas, ho l andeses o escandinavos) . P r o c u r é i n f o r m a r m e d i sc re tamente de la razón q u e hab ía i n d u c i d o a Gie r ing a servirse de a q u e l s u b t e r f u g i o y supe q u e el j e f e del S o n d e r -k o m m a n d o hab ía p e n s a d o q u e sus h o m b r e s pasa r í an d e a q u e l m o d o m á s desape rc ib idos y es tar ían más a cub i e r t o de un pos ib le go lpe de m a n o de la resistencia. En caso de q u e t r o p e z á r a m o s con un con t ro l de la policía f rancesa, nad ie se da r í a cuen ta de la ve rdade ra nac iona-l idad. . . y p ro fe s ión de mis gua rd i anes .

Me a p r e s u r é a p e d i r a Gier ing q u e t a m b i é n yo p u d i e r a benef i -c i a rme de aque l l a ven ta j a :

—Si us ted no q u i e r e q u e mi s i tuación parezca insólita en caso de q u e nos e n c o n t r e m o s con un con t ro l de pol ic ías f ranceses —le dije—, debe r í a p r o c u r a r m e u n d o c u m e n t o d e iden t idad . . .

G ie r ing j uzgó pe r f ec t amen te jus t i f i cada mi obse rvac ión : cada vez q u e s a l d r í a m o s a la calle, Berg me en t rega r í a un d o c u m e n t o de iden-t idad y cierta can t idad de d inero , q u e luego yo devolver ía al regresar a Neuilíy. Eso era una p r u e b a de mi b u e n a fe y un log ro q u e pod ía llegar a ser m u y in te resante en el f u t u r o .

Hasta q u e d i m o s c ima a la o p e r a c i ó n Ju l ie t t e , el g ran j u e g o se re-sumía en u n a f ó r m u l a : los a l e m a n e s caba lgaban . . . y el C e n t r o era su c a b a l g a d u r a . La O r q u e s t a Roja h a b í a c a m b i a d o de co /o r y , con sus siete e m i s o r a s vueltas del revés, la o r q u e s t a p a r d a hab ía e n c a n d i l a d o p o r c o m p l e t o a Moscú. El C e n t r o e ra t an to más d a l t o n i a n o y se ha-llaba t an to más in tox icado , p o r c u a n t o e l mate r ia l q u e seguía reci-b i e n d o no hab ía p e r d i d o n a d a de su ca l idad.

Por o t r a par te , los a l e m a n e s no i g n o r a b a n q u e , incluso después de la respues ta del d i r ec to r rec ib ida el 23 de f e b r e r o de 1943, d u r a n t e varios meses a ú n debe r í an remi t i r a Moscú excelentes i n f o r m a c i o n e s mil i tares . Desde e l m o m e n t o en q u e los p a r t i d a r i o s de u n a paz sepa-r a d a con las potenc ias occ identa les p o d í a n d e m o s t r a r q u e es t aban a l co r r i en te de las tentat ivas hechas en este sen t ido y, p o r cons iguien te , q u e e s t aban bien i n f o r m a d o s en los d o m i n i o s d i p l o m á t i c o y pol í t ico, se hacía necesar io q u e ocu r r i e r a lo m i s m o en e l d o m i n i o mil i tar .

Hoy d ía s abemos q u e los esfuerzos de H i m m l e r pa ra llegar a u n a paz s e p a r a d a con el oes te c o r r e s p o n d e n c r o n o l ó g i c a m e n t e a los in-ten tos del S o n d e r k o m m a n d o p o r e n t a b l a r e l g r a n j u e g o . M e n c i o n a r é

EL S O N D E R K O M M A N D O CAE EN LA TRAMPA 255

ún icamen te dos e j e m p l o s en a p o y o de esta c e r t i d u m b r e : Fue en e l mes de d i c i e m b r e de 1942 c u a n d o e l a b o g a d o Lang-

behn , de a c u e r d o con H i m m l e r , e n t r ó en con tac to con los a l i ados en Zurich y en Es toco lmo .

Y fue en el mes de agosto de 1943 —el día 23 exactamente— cuando H i m m l e r se ent revis tó en secreto con Popi tz que , en el Minis ter io del In ter ior en Berl ín, pe r tenec ía a la resistencia. Popitz p r o p u s o e n t o n -ces a H i m m l e r q u e sacrif icara a Hit ler , condiliu sine qua non pa ra l legar a una paz s epa rada . El " f ie l H e i n r i c h " se l imi tó a f o r m u l a r una res-puesta de n o r m a n d o , y tal respues ta s ignif icaba, según Popitz, q u e Hi in inler acep ta r í a esta so luc ión . L a n g b e h n se m a r c h ó inmed ia t a -mente a Suiza pa r a a n u n c i a r la b u e n a n u e v a a sus cor responsa les al iados. A h o r a bien —y, p o r mi pa r t e , no q u i e r o creer en co inc iden-cias—, d u r a n t e a q u e l mis ino mes de agos to de 1943, e l nuevo je fe del S o n d e r k o m m a n d o , Pannwitz , t r a tó de d a r nuevo i m p u l s o a l g r a n juego .

E l e r r o r de H i m m l e r consis t ió en a t r i bu i r una i m p o r t a n c i a exce-siva a los recelos existentes en t r e los a l iados . No d e j a b a de ser c ier to q u e se d e m o r a b a en demas í a la a p e r t u r a de un s e g u n d o f rente , y de ahí q u e no fue r a insensa to pensa r q u e s e m e j a n t e re t raso de los an -g loamer i canos a e n t r a r en fiza a c a b a r í a e n t u r b i a n d o sus re laciones con los rusos . Pero , ¡ m e d i a b a un a b i s m o e n t r e la m e r a cons ta tac ión de este h e c h o y su in t e rp re t ac ión c o m o u n a r u p t u r a de la coal ic ión! A m e d i d a q u e la g u e r r a avanzaba y q u e las pos ib i l idades bélicas de Alemania d i s m i n u í a n , g ran pa r t e de los j e fe s de la W e h r m a c h t , a qu ienes la d e r r o t a de S ta l ing rado en pa r t i cu l a r hab ía ab ie r to los ojos , c o m p r e n d í a n q u e u n a paz s e p a r a d a e ra la única so lución pa r a la Alemania nazi. Su act i tud r e c o r d a b a la del n á u f r a g o q u e se a g a r r a a un esqui fé a la der iva, a u n q u e tal esqu i fe esté c a r c o m i d o y ya perd i -do de a n t e m a n o . C r e y e n d o hasta e l ú l t i m o m o m e n t o en la paz sepa-rada y c o n f u n d i e n d o has ta el ú l t imo ins tante sus deseos con la reali-dad , H i m m l e r y sus c o l a b o r a d o r e s m á s i n m e d i a t o s se imag ina -ron que , en v i r tud de s e m e j a n t e perspect iva, era preciso in toxicar a Moscú.

¿ C u á l f u e la táctica q u e a d o p t ó e l C e n t r o después de recibir mi i n f o r m e ?

En p r i m e r lugar , d a r l a impre s ión de q u e no hab ía adver t ido en lo m á s m í n i m o la o p e r a c i ó n de volver del revés nues t ra o r q u e s t a .

Los de spachos p roceden te s del Cen t ro seguían d i r ig idos a los dis-t intos jefes de g r u p o , y a p r o v e c h é esta c i rcunstancia p a r a convencer a G i e r i n g d e q u e no somet i e ra a j u i c i o a Katz, Grossvogel y los demás . Mi r a z o n a m i e n t o r e s p o n d í a a la lógica m á s estricta, pues to q u e le decía :

256 l-A ORQUESTA ROJA

—Tenga en cuen ta que , en cua lqu ie r m o m e n t o , Moscú p u e d e pe-di r q u e esos h o m b r e s se p o n g a n en con tac to d i rec to con e l d i rec tor . Si usted los juzga y, p o r cons igu ien te , los c o n d e n a , usted m i s m o es q u i e n enseña la o re ja . .

G ie r ing se m o s t r ó de a c u e r d o con mi obse rvac ión . El C e n t r o utilizó a í o n d o el g r a n j u e g o pa r a ped i r c o n t i n u a m e n t e

un m a y o r n ú m e r o de i n f o r m a c i o n e s mil i tares. De este m o d o , a par t i r del mes de f e b r e r o de 1943, los a l e m a n e s se v ie ron o b l i g a d o s a p r o -p o r c i o n a r a Moscú unas i n f o r m a c i o n e s q u e u n a red , f u n c i o n a n d o con n o r m a l i d a d y p o r m u y p o d e r o s a q u e fue ra , no h a b r í a p o d i d o p r o c u r a r s e sin g r andes dif icul tades . F ina lmente , el C e n t r o se hizo con los m e d i o s precisos pa ra a ta ja r la inf i l t rac ión a l e m a n a en las redes q u e todav ía no h a b í a n s ido descubier tas .

U n a cues t ión m u y in te resan te era la s igu ien te : Moscú sol ic i taba ciertas i n f o r m a c i o n e s mil i tares, p e r o ¿ q u i é n decidía lo q u e iba o no iba a env iá rse le? Ante t o d o era prec iso r ecaba r la aquiescencia de G e s t a p o - M ü l l e r y de Mar t in B o r m a n n , r e sponsab le s del g ran j u e g o en Berlín. Luego , el S o n d e r k o m m a n d o tenía q u e dir igirse a la di rec-c ión de la Abwehr en París y ésta cu r saba sus d e m a n d a s al e s t a d o m a -yor de la W e h r m a c h t pa ra el f r en te oeste. El p r o p i o mar iscal von R u n d s t e d t e ra qu i en , cada vez, au to r i zaba la t r an smi s ión de las in for -m a c i o n e s ped idas . C o m o no e ra d e s b o r d a n t e l a amis tad q u e sentía p o r H i m m l e r y la G e s t a p o —y eso es lo m e n o s q u e p o d e m o s decir— y, p o r o t r a par te , c o m o desconoc ía , lo m i s m o q u e l a Abwehr , Jos ob je -tivos p e r s e g u i d o s p o r e l g ran j u e g o , l legó un m o m e n t o en q u e e l m a -riscal l l a m ó la a t enc ión de Berlín s o b r e el carác ter e m i n e n t e m e n t e se-cre to de las i n f o r m a c i o n e s q u e se le so l ic i taban.

Es p e r f e c t a m e n t e c o m p r e n s i b l e la ex t rañeza de von Runds t ed t . Po r su pa r t e , los jefes de Berlín, q u e e s t aban en el secre to de la ope ra -c ión , se c o n s o l a b a n p e n s a n d o q u e las i n f o r m a c i o n e s mi l i ta res sumi-n i s t radas al e n e m i g o se re fer ían tan sólo al f r en t e occ identa l . Sin e m -b a r g o , las p r e g u n t a s del C e n t r o cada vez ten ían una m a y o r i m p o r -tancia p a r a el e jé rc i to ro jo .

En los archivos de la Abwehr en Berlín existe u n a extensa docu-m e n t a c i ó n s o b r e los mensa j e s env iados p o r el d i rec to r , y tales docu-m e n t o s nos revelan s o b r e t o d o los obje t ivos q u e e l C e n t r o se hab ía p r o p u e s t o a lcanzar . P o d r í a m o s r e s u m i r l o s en unas pocas pa l ab ra s : r e c o g e r l a m a y o r can t idad pos ib le de i n f o r m a c i o n e s mil i tares .

H e a q u í a l g u n o s e j e m p l o s : D e s p a c h o e n v i a d o a O t t o el 20 de f e b r e r o de 1943: " P i d a a l f ab r i can t e q u e nos envíe un i n f o r m e s o b r e e l t r as lado de

las u n i d a d e s mil i tares de sde Francia hacia n u e s t r o f r e n t e y s o b r e el a r m a m e n t o con q u e es tán d o t a d a s estas u n i d a d e s " .

EL S O N D E R K O M M A N D O CAE EN LA TRAMPA 257

Y al d ía s iguiente , l legaba la c o n t i n u a c i ó n de este d e s p a c h o : "¿ Cuáles son las divisiones a l e m a n a s q u e han q u e d a d o en reserva

y d ó n d e se ha l l an s i tuadas? Esta cues t ión es m u y i m p o r t a n t e pa ra n o s o t r o s " .

El 9 de marzo , el C e n t r o p r e g u n t a b a cuáles e ran las t ropas esta-c ionadas en París y en Lyon, los n ú m e r o s de las divisiones y los t ipos d e a r m a m e n t o .

Esta clase de p r e g u n t a s p o n í a en ascuas a l S o n d e r k o m m a n d o . P o r q u e n o p o d í a de ja r d e r e s p o n d e r , p e r o r e s p o n d e r d a n d o lalsas i n f o r m a c i o n e s resu l taba muy pe l ig roso . Si se e x a m i n a b a n cu i d ad o s a -m e n t e las p r e g u n t a s f o r m u l a d a s p o r Moscú , se e chaba de ver q u e e l interés del C e n t r o no se c i f raba t an to en la o b t e n c i ó n de ciertas in lo r -maciones , c o m o en la verif icación de las q u e ya pose ía . El despacho siguiente cons t i tu ía u n a p r u e b a fo rma l de s eme jan t e ac t i t ud :

" ¿ Q u é divis iones se e n c u e n t r a n en C h á l o n s - s u r - M a r n e y en An-g o u l é m e ? Según los i n f o r m e s q u e poseemos , en Chá lons se halla la 9.a división de in fan te r í a y en A n g o u l é m e la 10.a división de ca r ros de c o m b a t e . C o m p r u é b e n l o " .

Al S o n d e r k o m m a n d o no le q u e d a b a o t ra a l ternat iva q u e d a r una respuesta exacta el 2 de abr i l :

" L a nueva división SS q u e se halla a c a n t o n a d a en A n g o u l é m e ca-rece de n ú m e r o . Los so ldados visten un u n i f o r m e gris con char re te -ras negras y el e m b l e m a de la S S ' \

El 4 de abr i l , la c o n t i n u a c i ó n del an t e r i o r d e s p a c h o sumin i s t r aba a lgunos detal les s o b r e e l a r m a m e n t o de aque l la división.

Casi cada día se recibían del C e n t r o u n o s d e s p a c h o s m u y precisos a los q u e el S o n d e r k o m m a n d o r e s p o n d í a con idént ica prec is ión . Tal e ra el p rec io q u e se veían ob l igados a p a g a r aque l los a r t e sanos de la " p a z s e p a r a d a " .

O t r o s mensa j e s de idéntica índo le se re fer ían a las t ropas a l ema-nas a c a n t o n a d a s en H o l a n d a y Bélgica: p r e g u n t a b a n los n o m b r e s de los oficiales q u e se ha l l aban al f r en te de aque l las u n i d a d e s y los resul-tados a l canzados p o r los b o m b a r d e o s ingleses.

Von R u n d s t e d t obse rvaba con creciente desconf ianza y descon-ten to a q u e l f lujo de i n f o r m a c i o n e s cada vez más precisas. El despa-c h o del 30 de m a y o de 1943 f u e la go ta q u e hizo d e s b o r d a r e l vaso de agua y d e s e n c a d e n ó el conf l ic to hasta en tonces la tente en t re el e s t ado m a y o r de la W e h r m a c h t y los servicios secretos a l e m a n e s :

" O t t o —ordenaba e l Centro—, p ó n g a s e en con tac to con e l labr i -can te pa r a saber si el e jérci to de o c u p a c i ó n se p r e p a r a pa ra hace r uso de gases. ¿Se e fec túan t ranspor tes de esta clase de mater ia l en la ac-tua l idad ? ¿ Se han a l m a c e n a d o b o m b a s de gas en los c a m p o s de avia-c i ó n ? ¿ D ó n d e y en q u é c a n t i d a d ? ¿ D e q u e ca l ibre son las b o m b a s ?

258 l-A ORQUESTA ROJA

¿ Cuál es el gas e m p l e a d o ? ¿Y cuál es su g r a d o de n o c i v i d a d ? ¿ Se rea-lizan ensayos con este n u e v o t ipo de a r m a s ? ¿ H a o í d o h a b l a r de un n u e v o tóx ico de u so mil i tar l l a m a d o " G a y - H e l l e " ? D e b e ded ica r a este c o m e t i d o todos los agentes q u e t r a b a j a n en F ranc i a . . . "

Esta vez era d e m a s i a d o . El m a n d o de la W e h r m a c h t lue p resa de g r a n agi tac ión, sus oficiales d i scu t ie ron e n t r e sí aque l l a cues t ión y luego h ic ieron saber a Berlín q u e era " a b s o l u t a m e n t e impos ib le res-p o n d e r a aquel las p r egun ta s . . . " . Ev iden temen te , el S o n d e r k o m m a n -do no c o m p a r t í a su o p i n i ó n . G ie r ing conoc ía e l c o n t e n i d o de los despachos , desc i f rados en Berlín, q u e yo hab ía t r a n s m i t i d o a Moscú an tes de mi de tenc ión . En ellos ya d a b a a lgunas i n f o r m a c i o n e s acerc a de los gases. S o b r e t o d o Kaethe Voe lkner y Maks ímovich , gracias a la o rgan izac ión Sauckel, e s taban bien i n f o r m a d o s de los d e s c u b r i m i e n -tos real izados p o r la indus t r ia q u í m i c a en Alemania .

Según el j e f e de la S o n d e r k o m m i s s i o n en la capital a l e m a n a , era. necesar io r e s p o n d e r a aque l d e s p a c h o , a u n q u e sólo fu e r a parc ia l -men te . Po r su par te , e l es tado m a y o r de la W e h r m a c h t q u e r í a exp lo -tar aque l la o p o r t u n i d a d p a r a man i f e s t a r en voz al ta su d e s a c u e r d o . Dos d o c u m e n t o s p roceden tes de los a rch ivos a l e m a n e s d a n le de aque l conf l ic to .

En p r i m e r lugar, el 20 de j u n i o de 1943, la d i l ecc ión de la Ab-wehr i n f o r m a b a a Berlín q u e "el a l to m a n d o del e jé rc i to op ina q u e , de un t i empo a esta par te , el d i rec to r del C e n t r o f ó r m u l a p regun ta s exces ivamente precisas.. . El a l to m a n d o mil i tar —cont inuaba dicien-do la d i rección de la Abwehr— no p u e d e seguir d a n d o respuestas exactas c u a n d o , p o r e j e m p l o , Moscú p r e g u n t a los n ú m e r o s de las di-visiones y de los reg imientos , el n o m b r e de sus c o m a n d a n t e s , e tc ." . Y f i n a l m e n t e conc lu í a : "El a l to m a n d o del e jé rc i to juzga q u e no p u e d e seguir p r o p o r c i o n a n d o esta clase de respuestas sin susci tar temibles p r o b l e m a s d e s e g u r i d a d . . . " .

El m i s m o von Runds t ed t a ñ a d í a : " N o veo la neces idad de cont i -n u a r e l j u e g o . . . " .

Vemos , pues , q u e e l a l to m a n d o del e jé rc i to a l e m á n dirigía, ab ier -t a m e n t e e l f u e g o de sus bater ías c o n t r a e l g r a n j u e g o , a u n q u e nunca hasta en tonces lo hab ía hecho de un m o d o tan espec tacular . Perseve-r a n d o con m a y o r f i rmeza a ú n en esta ac t i tud , e l 25 de j u n i o hacía es-tal lar u n a b o m b a c u a n d o a f i r m a b a : "E l m a n d o de l a W e h r m a c h t es-t ima cjue ya no p u e d e en t r ega r n i n g ú n o t r o mater ia l , p o r q u e está ab -s o l u t a m e n t e s eguro de q u e e l e n e m i g o , en Moscú , ha d e s e n t r a ñ a d o e l j uego . . . " .

Ésta era, en par t icu la r , la o p i n i ó n del je fe de la Abwehr , Canar is , q u e obse rvaba con o jos hostiles las g r a n d e s m a n i o b r a s de la pand i l l a G e s t a p o - M ü l l e r y H i m m l e r . De hecho , ni la Abwehr , ni Schellen-

EL SONDERKOMMANDO CAE EN LA TRAMPA 259 '

be rg , j e í e del c o n t r a e s p i o n a j e a l e m á n , n i e l m a r i s c a l v o n R u n d s t e d t estaban i n f o r m a d o s d e los o b j e t i v o s q u e p e r s e g u í a e l g r a n j u e g o . E n tales c o n d i c i o n e s , sus t e m o r e s y su d e s c o n f i a n z a e r a n p e r f e c t a m e n t e leg í t imos . S e les h a b í a d i c h o —pues to q u e h a b í a s ido p r e c i s o da r l e s u n a expl icación— q u e e l g r a n j u e g o p e r m i t í a d e s e n m a s c a r a r las redes soviét icas d e e s p i o n a j e q u e o p e r a b a n e n los pa í ses o c u p a d o s , p e r o p a r a e l e s t a d o m a y o r d e l a W e h r m a c h t es te a r g u m e n t o n o j u s t i f i c a b a la e n t r e g a a l e n e m i g o de u n o s sec re tos mi l i t a r e s i m p o r t a n t e s y prec i -sos. En c a m b i o , e l S o n d e r k o m m a n d o no t en ía los m i s m o s m o t i v o s p a r a q u e le e x t r a ñ a r a n la i m p o r t a n c i a y la p r e c i s i ó n de las i n f o r m a -c iones p e d i d a s , p o r q u e sab ía q u e l a O r q u e s t a R o j a s i e m p r e h a b í a re-m i t i d o a M o s c ú u n a s i n f o r m a c i o n e s de g r a n v a l o r mi l i t a r .

Los a r g u m e n t o s d e l S o n d e r k o m m a n d o s e i m p u s i e r o n e n de f in i -tiva y los mi l i t a r e s se v i e r o n o b l i g a d o s a s egu i r r e s p o n d i e n d o , c o m o antes , a las p r e g u n t a s prec isas q u e les e r a n f o r m u l a d a s . El 9 de j u l i o l l ega ron u n a s ó r d e n e s f o r m a l e s d e Berl ín e n e s t e s en t i do . 1

La c u r i o s i d a d de l C e n t r o no se l im i t aba a l c a m p o exc lus ivo de l a o r g a n i z a c i ó n mi l i t a r a l e m a n a , s i n o q u e a s i m i s m o s e sen t í a a t r a í d a p o r d ive r sos p r o b l e m a s q u e r e b a s a b a n es te c a m p o . D e ah í q u e s e r e c i b i e r a n a l g u n o s d e s p a c h o s c o n p r e g u n t a s ace rca de l e j é rc i to de Vlásov.

Vlásov e r a un j o v e n y b r i l l an t e g e n e r a l de l e j é r c i t o r o j o q u e , c o n su d iv i s ión h a b í a c a í d o p r i s i o n e r o de los a l e m a n e s . C o n o c í a e l dest i-no q u e les e s t a b a r e s e r v a d o a los p r i s i o n e r o s c u a n d o r e g r e s a b a n a Rusia , y s e m e j a n t e p e r s p e c t i v a le h a b í a i n d u c i d o a p a s a r s e p u r a y s i m p l e m e n t e a l c a m p o a l e m á n . Los j e f e s de l a W e h r m a c h t l e p r o p u -s i e ron c r e a r un e j é r c i t o r u s o q u e c o m b a t i e r a a su l a d o . Es tos e lec t ivos mi l i t a res e s t a r í an m a n d a d o s p o r los of ic ia les d e s m o r a l i z a d o s q u e , p o r t o d o s los m e d i o s , q u e r í a n ev i ta r s u i n t e r n a m i e n t o e n los c a m p o s d e p r i s i o n e r o s .

Un g r u p o e spec i a l i zado de p r o p a g a n d i s t a s nazis s e h izo c a r g o de Vlásov y de su e j é r c i t o , p e r o e l h a m b r e r e s u l t ó ser m e j o r c o n s e j e r a q u e l a i n t o x i c a c i ó n i d e o l ó g i c a : los s o l d a d o s sovié t icos p r i s i o n e r o s , a b a n d o n a d o s , d e b i l i t a d o s y a m e n u d o t r a i c i o n a d o s , a c e p t a r o n vestir e l u n i f o r m e a l e m á n p a r a p o d e r sobrev iv i r . Así n a c i ó e l R O A (e jérc i to r u s o d e l i be rac ión ) .

Este e j é r c i t o d i o p r u e b a s d e u n va lo r m i l i t a r m u y e x i g u o , p u e s t o q u e las c o m p e n s a c i o n e s d e o r d e n m a t e r i a l n o p o s e í a n e l m i s m o aci-cale q u e la certeza de l u c h a r p o r u n a causa j u s t a y p o r la d e l e n s a del

I. El lector encontrará el texto de tales órdenes en los anexos finales. Por otra parte, Reiser pieu-nde que, a partir de aquel momento, Moscú dejó de interesarse por el gran juego, poique el Centro había logrado desentrañar la estrategia alemana; pero no lúe ésta, ciertamente, la opinión de sus jelés en Berlín.

260 l-A ORQUESTA ROJA

p a t r i m o n i o nac iona l . Consc ientes de su taita de c o m b a t i v i d a d , los je -fes de la W e h r m a c h t u t i l i zaron esenc ia lmen te el e jérc i to Vlásov en ope rac iones de r ep re s ión en e l f r en t e occidenta l .

D u r a n t e e l v e r a n o de 1943, sin d u d a revestía la m a y o r i m p o r t a n -cia pa ra la d i recc ión del servicio soviético de i n f o r m a c i ó n mi l i ta r co-noce r la rea l idad del e jérc i to Vlásov, el n ú m e r o de sus u n i d a d e s y sus efectivos g loba les , su inserc ión geográf ica , e l n o m b r e d e s ú s oficiales y la ca l idad de su a r m a m e n t o , su util ización p o r p a r t e de los a l e m a -nes y la í n d o l e del a d o c t r i n a m i e n t o pol í t ico a q u e se ha l l aba somet i -d o . El C e n t r o r e c l a m a b a la m á s a m p l i a i n f o r m a c i ó n y , p a r a d i s p o n e r del m a y o r n ú m e r o de detalles, p e d í a q u e se p roced i e se a verif icar Jos q u e ya o b r a b a n en su p o d e r . Berlín no o p u s o la m e n o r d i f icu l tad a la sat isfacción de a q u e l l a cu r io s idad y el e s t ado m a y o r de la W e h r -mach t , c o n t r a r i a m e n t e a sus c o s t u m b r e s , t a m p o c o se o p u s o a ella, p o r la sencilla razón de q u e ya no se hacía n i n g u n a i lus ión s o b r e el valor c o m b a t i v o de los s o l d a d o s de Vlásov.

En el mes de abr i l de 1943, e l S o n d e r k o m m a n d o rec ib ió un ex-tenso d e s p a c h o del C e n t r o , d i r ig ido a O t t o , en e l q u e se me d a b a n i n f o r m a c i o n e s m u y precisas sob re las p é r d i d a s e x p e r i m e n t a d a s p o r e l ejérci to a l e m á n en S ta l ingrado . Gier ing , a l q u e a q u e l d e s p a c h o causó una g r a n so rp re sa , me p r e g u n t ó p o r q u é Moscú e x p e r i m e n t a b a l a neces idad de i n f o r m a r m e s o b r e aque l l a cuest ión.

—De vez en c u a n d o —le dije— el C e n t r o me envía a l g u n a s expl ica-ciones p a r a q u e p u e d a h a c e r m e u n a idea exacta de l a s i tuac ión mil i-tar en tal o cual a spec to del conf l ic to .

—Me e x t r a ñ a —repuso Giering—, p u e s sé p o r Kent q u e ésta es la p r i m e r a vez q u e se rec ibe un d e s p a c h o de esta índole . . .

Ten ía q u e e n c o n t r a r r á p i d a m e n t e l a m a n e r a d e esquivar a q u e l g o l p e y devolver la p e l o t a a su o r i g e n :

—Hay cues t iones q u e , a par t i r de c ie r to nivel, f a t a l m e n t e d e b í a n escapárse le a Kent.

Más t a r d e c o m p r e n d í el s en t ido de aque l d e s p a c h o y el o b j e t i v o q u e Moscú p r e t e n d í a a lcanzar con e l m i s m o : se t r a t aba de de sazona r los á n i m o s en las esferas g u b e r n a m e n t a l e s de Berlín d i v u l g a n d o unas cifras de las p é r d i d a s e x p e r i m e n t a d a s en la ba ta l l a de S t a l i ng rado m u y s u p e r i o r e s a las q u e c i r cu laban en la capi tal del Reich. En electo, los i n f o r m e s e l a b o r a d o s p o r el e s t a d o m a y o r y d e s t i n a d o s a los m e -dios d i r igentes a l e m a n e s s u b e s t i m a b a n las p é r d i d a s reales. De este m o d o , gracias a l Cen t ro , H i m m l e r s e a p u n t ó un b u e n t an to a n t e Hi t -ler c u a n d o le p r e s e n t ó u n a re lac ión exacta de las e n o r m e s p é r d i d a s suf r idas p o r la W e h r m a c h t .

El S o n d e r k o m m a n d o , s e g u r o ya de q u e gozaba de la conf ianza del Cen t ro , in ic ió e n t o n c e s una c a m p a ñ a p r o p a g a n d í s t i c a c o n la q u e

EL S O N D E R K O M M A N D O CAE EN LA TRAMPA 261 '

t ra taba de p e r t u r b a r la coal ic ión antinazi e in toxicar al adve r sa r io ; los med ios e m p l e a d o s e ran a lgo toscos, p e r o nos d a n u n a idea de los recursos a q u e e c h a b a n m a n o los pa r t i da r i o s de la paz s e p a r a d a p a r a lograr sus p ropós i to s . U n a serie de despachos , enviados en mi n o m -bre y q u e p r e t e n d í a n ref le jar ios resu l tados de u n a vasta encuesta rea-lizada p o r Goebbe l s en t r e la p o b l a c i ó n a l e m a n a acerca del final de la guer ra , c o n f i r m a b a n la existencia de u n a p o d e r o s a co r r i en t e an t i so-viética en la o p i n i ó n públ ica del Reich. Aque l los d e s p a c h o s " revela-b a n " que , en su mayor í a , los a l e m a n e s c re ían en la victoria final de su país , p e r o que, en caso de t ene r q u e negociar , t odas las pe r sonas in t e r rogadas se d e c l a r a b a n favorab les a u n a paz s e p a r a d a con las po -tencias occidentales .

O t f o s despachos env iados a í Centro h a b l a b a n del e s t ado de án i -mo de los s o l d a d o s y oficiales a n g l o a m e r i c a n o s . Se me hacía decir q u e unos agentes de l a O r q u e s t a Roja , q u e h a b í a n l o g r a d o en t r a r en contac to con a lgunos av iadores ingleses d e r r i b a d o s s o b r e la reg ión par is iense e i n t e rnados después en el hosp i t a l de Clichy, les h a b í a n o í d o a f i r m a r q u e ya e s t aban h a r t o s de m o r i r p o r l a URSS. Desde lue-go, tales av iadores e ran e n t e r a m e n t e pa r t i da r io s de la paz sepa rada con Alemania .

Me fue v e r d a d e r a m e n t e difícil conservar mi hab i tua l ser iedad y c o m p o s t u r a c u a n d o Gier ing me s o m e t i ó e l tex to de tales despachos . Se des te rn i l la r ían de risa en el Cen t ro c u a n d o rec ib ieran aque l lo s " d o c u m e n t o s es t r i c tamente con f idenc i a l e s " . Só lo una intel igencia m u y l imi tada p o d í a imag ina r se p o r u n m o m e n t o q u e tales b o b a d a s ha r í an mel la en la mora l soviética. En el C e n t r o sabían a q u é a tenerse acerca del valor q u e poseía u n a encues ta de la o p i n i ó n públ ica o r g a -nizada p o r Goebbe l s , cuya especia l idad consist ía p rec i samen te en la fiscalización de las conciencias . ¡ C o m o si f ue r a pos ib le man i fes t a r al-g u n a idea en la A l e m a n i a nazi!

Pe ro ya q u e Gie r ing me hacía e l " h o n o r " de consu l t a rme , l e m a -nifesté mi p l e n o a c u e r d o con el c o n t e n i d o de aque l los despachos e incluso añad í , c o n la m a y o r se r iedad , q u e tales i n f o r m a c i o n e s ha r í an " r e l l e x i o n a r a Moscú . . . " . Gie r ing se sentía sat isfecho de sí m i s m o y s iguió p o r a q u e l c a m i n o —el de suscitar la d iscordia en t r e los alia-dos— r e d a c t a n d o un nuevo d e s p a c h o en e l q u e p r e t e n d í a d e m o s t r a r q u e los ingleses vendían fusiles a m e t r a l l a d o r e s a los a lemanes . Las p r u e b a s exh ib idas p o r G ie r ing de scansaban en e l h e c h o de q u e , en Calais, los g e n d a r m e s a l emanes iban a r m a d o s con fusi les ame t ra l l a -do re s de p rocedenc i a br i tánica . P e r o e l j e f e del S o n d e r k o m m a n d o precisaba a d e m á s q u e los a l e m a n e s c o m p r a b a n aque l l a s a r m a s en los países neutra les , p u e s los ingleses sólo i m p o n í a n u n a c o n d i c i ó n : q u e no se ut i l izaran en el f r en te soviético.

262 l -A ORQUESTA ROJA

Esta i n f o r m a c i ó n no resistía s iquiera e l m á s s o m e r o e x a m e n : nada d e m o s t r a b a q u e los ingleses h u b i e r a n d a d o su c o n f o r m i d a d y t a m p o c o nada se o p o n í a a q u e aque l los lusiles a m e t r a l l a d o r e s h u b i e -ran ca ído en m a n o s de los a l e m a n e s en e l cu r so de a lgún c o m b a t e . Tal supe rche r í a e ra t an to m á s r id icula c u a n t o q u e , a la sazón, los alia-dos e s t aban e n v i a n d o a la URSS ingentes c a n t i d a d e s - d e a rmas .

En aque l la m i s m a época , Gie r ing q u i s o servirse de la O r q u e s t a Roja p a r a in i r í l t ra r se en la red soviética de i n f o r m a c i ó n q u e o p e r a b a en Suiza.

Aquel la red , c reada antes de q u e se in ic iaran las hos t i l idades , es-taba d i r ig ida p o r A lexand re Rado , q u e desde m u y joven había mil i -t a d o en el p a r t i d o c o m u n i s t a y h a b í a p a r t i c i p a d o ac t ivamente en la sublevac ión h ú n g a r a de Bela Kun. A d e m á s , R a d o , n o t a b l e h o m b r e de ciencia, era un g e ó g r a f o n o t o r i o y h a b l a b a varias lenguas. T o d o s Jos es luerzos de su red iban d i r ig idos c o n t r a la A leman ia nazi. En p r inc ip io , la O r q u e s t a Roja no deb ía t ener n i g ú n c o n t a c t o con él, p e r o en 1940 el C e n t r o hab ía c o n f i a d o a Kent la m i s i ó n de desplazar -se a Suiza p a r a e n s e ñ a r a R a d o la técnica de las emi s iones p o r r a d i o y en t r ega r l e el cód igo . En sí m i s m a , la idea de esta m i s i ó n cons t i tu ía un grave e r r o r , p o r q u e en 1940 e l C e n t r o c o n t a b a con o t r a s m u c h a s p o -s ib i l idades q u e no e ran la de enviar a un je íe de red q u e estaba t r aba -j a n d o en zona o c u p a d a p o r e l e n e m i g o . C u a n d o , dos a ñ o s más ta rde , Kent fue a p r e s a d o y vuel to del revés, las i n f o r m a c i o n e s q u e facili tó acerca del g r u p o suizo f u e r o n fecundas en gravís imas consecuenc ias : en efecto , conoc í a las señas de Rado , su c ó d i g o y la long i tud de o n d a de sus emis iones .

Los d e s p a c h o s emi t i dos p o r R a d o a través de sus tres emisoras , las Tres Rojas, f u e r o n in t e r cep tados p o r los a l emanes . Pero éstos, a pesar de la c o l a b o r a c i ó n de Kent, e x p e r i m e n t a b a n g r a n d e s dif icul ta-des p a r a desc i f ra r los , p o r lo q u e se dec id i e ron a enviar a l gunos agen -tes suyos a Suiza.

La neu t r a l i dad del país helvét ico cons t i tu ía e v i d e n t e m e n t e un grave p r o b l e m a p a r a los servicios a l emanes . A Gie r ing se le o c u r r i ó e n t o n c e s la idea de utilizar a Franz Schne ider , c i u d a d a n o suizo q u e , con su m u j e r G e r m a i n e , f o r m a b a pa r t e del g r u p o E l r émov c a p t u r a -do en Bélgica y es taba en re lac ión con var ios agentes m u y i m p o r t a n -tes de Rado . Grac ias a él, G i e r i n g es tuvo m u y bien i n f o r m a d o de la c o m p o s i c i ó n del g r u p o suizo, p e r o f r a c a s a r o n p o r c o m p l e t o sus tres in ten tos de inf i l t rarse en e l m i s m o .

La p r r m e r a vez, utilizó a un agente , Yves Ra ineau , q u e a n t a ñ o ha-bía c o n o c i d o b ien a Rado . R a m e a u se ent revis tó con R a d o y le o f r e -ció su c o l a b o r a c i ó n , a l e g a n d o q u e se ha l l aba m u y bien r e l a c i o n a d o con la resistencia f rancesa y el g r u p o Kent. Pero R a d o h u s m e ó la

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t r a m p a y p u s o fin a la entrevista. El s e g u n d o proyec to de Gie r ing consis t ía en env ia r a Suiza a una

m u j e r , agen te a l emán , q u e a d o p t a r í a la p e r s o n a l i d a d de Veí a Acker-m a n n , una de las e n c a r g a d a s del c i f r ado de los d e s p a c h o s en e l g r u p o francés de la O r q u e s t a Roja y a ia q u e yo había a l e j a d o de París des-pués de la c a p t u r a de los Sokol . P r i m e r o la envié a Kent, en Marsella, p e r o luego, a n t e la amenaza de nuevas de tenc iones , le o r d e n é q u e se re fug ia ra en un pueb lec i to p r ó x i m o a C l e r m o n t - F e n and . Gier ing sa-bía p o r Kent q u e yo conocía las señas de Vera A c k e r m a n n . Se p r o p o -nía de tener la y aislar la hasta el f in de la gue r ra , p e n s a n d o q u e , al ha-cerse pasar p o r ella, la agen te a l e m a n a se in t roduc i r í a lác i lmente en la red de R a d o : bas t aba avisar a l C e n t r o de q u e la h a b í a m o s env iado a Suiza p o r razones de segur idad . Así c o n c e b i d o , este p royec to conta -ba con m u y serias p r o b a b i l i d a d e s de t r iun fa r . Una vez más era preci-so, pues, c o n j u r a r el pe l ig ro :

— Esta agen te será i n m e d i a t a m e n t e descub ie r ta —le di je a Gie-ring—. Kent p r e t ende q u e soy el ún ico q u e c o n o c e las señas de Vera A c k e r m a n n y asi es, pues to q u e se hal la en G i n e b r a . . .

Así n a u f r a g ó el s e g u n d o proyec to de Gie r ing y Vera p e r m a n e c i ó ocul ta en su a ldea del Macizo Cent ra l has ta el fin de la gue r r a .

El tercer p lan —elaborado p o r Kent— consis t ía en enviar un co-r r e o a Alexande r Foote , b razo d e r e c h o de Rado . G ie r ing me in te r ro-gó p a r a s abe r c ó m o se desa r ro l l aban an tes esta clase de citas. Le di tales conse jos q u e , a la p r i m e r a entrevista , Foo te c o m p r e n d i ó con qu i en es taba h a b l a n d o .

P o r o t ra pa r t e , Foo te relata en sus m e m o r i a s 2 q u e el C e n t r o Je hab ía a d v e r t i d o a n t i c i p a d a m e n t e e l pe l ig ro y le hab ía o r d e n a d o q u e no acep ta ra n i n g u n a o t ra cita y vigilara p a r a q u e e l agen te a l e m á n no p u d i e r a descub r i r su domic i l io hac i éndo lo seguir p o r a lguien . Po r su par te , las ins t rucc iones q u e Gie r ing h a b í a d a d o a su agen te es table-cían q u e éste deb ía en t regar a l h o m b r e c o n q u i e n iba a entrevis tarse un v o l u m i n o s o l ibro envue l to en pape l de co lo r n a r a n j a , m u y visible, en cuyo in te r ior , e n t r e d o s pág inas d o b l a d a s , se ha l l aban ocu l tos unos mensa j e s c i f rados . Ten ía q u e ped i r a su i n t e r locu to r q u e enviara aque l lo s m e n s a j e s al Cen t ro y, luego, c o n c e r t a r con él una nueva en-trevista. Tal c o m p o r t a m i e n t o bas taba p a r a d e s e n m a s c a r a r l o , pues d e n o t a b a q u e n u n c a hab ía l levado a c a b o n i n g u n a ve rdade ra mis ión . En efecto, só lo u n a imag inac ión a b e r r a n t e p o d í a hace r q u e cruzara la I ron te ra , d u r a n t e l a gue r ra , un agen te q u e fuese p o r t a d o r de mensa -jes c i f r ados ocu l tos en un l ibro tan insól i to q u e h a b r í a l l a m a d o la a t e n c i ó n del g u a r d a f ron te r i zo m e n o s perspicaz.

2. Handbook Jot <pies, Londres, Museum Press.

264 l-A ORQUESTA ROJA

En aque l l a é p o c a , t o d o e l mater ia l de i n f o r m a c i ó n c i rcu laba en f o r m a de m i c r o f i l m s o c u l t o s en los vest idos. Además , c o m o ya antes he d icho , a n i n g ú n agente , p o r nova to q u e luese, se le hub ie ra ocu-r r i d o la idea a b s u r d a de conce r t a r una cita sin re ferencias previas . La concur renc i a de t o d a s esas incoherenc ias hizo q u e Foo te opus ie ra a a q u e l e m b a j a d o r de pacot i l la u n a r o t u n d a nega t iva : éste regresó a París con las o re j a s gachas .

Q u i n c e días m á s tarde , la di rección del Cen t ro env ió un d e s p a c h o a Kent en el q u e le man i f e s t aba su extrañeza p o r el h e c h o de q u e el c o r r e o h u b i e r a s ido un agen t e de la Ges t apo . G ie r ing t ra tó de salvar la faz e x p l i c a n d o q u e el v e r d a d e r o c o r r e o hab ía s ido d e t e n i d o p o r la G e s t a p o y q u e ésta había m a n d a d o en su lugar a u n o de sus p r o p i o s agentes .

Una tras o t r a , h a b í a n f r aca sado todas las tentat ivas de inf i l t rarse en la red R a d o u t i l i zando la O r q u e s t a Roja , p e r o e l t r a b a j o q u e aque l l a red real izaba en Suiza e ra d e m a s i a d o i m p o r t a n t e pa r a q u e Berlín se res ignara a a b a n d o n a r la p a r t i d a . El m i s m o Schel lenberg rec ib ió e l e n c a r g o de dir igir la lucha c o n t r a la red R a d o . Después de l a rgos y pac ientes esfuerzos, l og ró inf i l t rar a u n o de sus agentes , q u e s e d u j o a Rose B., u n a j oven e n c a r g a d a del c i f r a d o en u n a de las Tres Rojas . Más ta rde , un m a t r i m o n i o , los Masson , q u e se h a b í a n p r e s e n -t a d o c o m o a n t i g u o s agentes soviéticos, s o r p r e n d i ó l a vigilancia de nues t ro s a m i g o s suizos y envió a Berlín unas i n f o r m a c i o n e s m u y de-ta l ladas s o b r e e l f u n c i o n a m i e n t o de la red. F ina lmen te , Sche l l enberg e jerc ió u n a fue r t e p res ión s o b r e e l j e fe de los servicios helvéticos de i n f o r m a c i ó n pa r a q u e l i qu ida ra p o r c o m p l e t o l a o rgan izac ión Rado . T o d a s estas m a n i o b r a s h a b í a n exig ido m u c h o t i empo , y hasta 1944 R a d o s iguió r e m i t i e n d o a Moscú un mater ia l mil i tar i m p o r t a n t e , q u e p r o c e d í a de c ier tos oficiales de a l to r a n g o de l a W e h r m a c h t .

G i e r i n g t r o p e z a b a a s i m i s m o en su c a m i n o con e l p r o b l e m a de la f inanc iac ión de la O r q u e s t a Ro ja . Antes de las de tenc iones , las socie-d a d e s mercan t i l e s S imex y S imexco c u b r í a n las neces idades de la red y Moscú no tenía q u e p r e o c u p a r s e de p r o p o r c i o n a r l e s los m e d i o s de subsis tencia . Pero c o m o Gie r ing hab ía a d m i t i d o en sus mensa jes a l C e n t r o q u e a m b a s soc iedades h a b í a n ca ído b a j o e l con t ro l del ene-migo , era lógico q u e r ec l amara f o n d o s s i que r í a ser consecuen te con sus p r o p i a s a f i r m a c i o n e s .

En este d o m i n i o c o m o en tantos o t ro s , tuve ocas ión de r e c o r d a r esta cues t ión a G i e r i n g y le p r o d i g u é u n o s conse jos q u e Jo r idiculiza-ron p o r c o m p l e t o . Le r e c o m e n d é q u e c o m e n z a r a p o r Bélgica y H o -landa , y q u e sol ic i tara un envío de f o n d o s a n o m b r e de Wenzel. De Bulgar ia l legó un " r e g a l o " p a r a e l " p r o f e s o r " en e l m i s m o m o m e n t o en q u e éste a c a b a b a de h u i r : la s u ma i r r isor ia de diez l ibras esterli-

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ñas, ocul ta en el f o n d o de u n a g ran caja de j ud í a s en conserva. Los h o m b r e s del S o n d e r k o m m a n d o , t o t a l m e n t e desprovis tos d e h u m o r , buscaron u n a expl icación lógica a la m o d i c i d a d de la s u ma enviada . Yo les p r o p o r c i o n é u n a q u e les d i o e n t e r a sat isfacción:

—Es muy sencil lo —les dije—; sin d u d a , el C e n t r o ha q u e r i d o cons ta ta r e l buen f u n c i o n a m i e n t o del enlace antes de remi t i r can t ida -des impor tan tes . . .

D u r a n t e m u c h o t i e m p o es tuvieron a g u a r d a n d o q u e s e r e a n u d a -ran los envíos de d ine ro .

Para los Países Bajos, el S o n d e r k o m m a n d o solici tó un i m p o r t a n -te p a g o a n o m b r e de W i n t e r i n k : e l C e n t r o r e s p o n d i ó q u e es taba m u y de acue rdo , s i empre q u e le i nd ica ran un " b u z ó n " a b s o l u t a m e n t e se-guro . A lborozados , los a l emanes se a p r e s u r a r o n a dar le las señas de un a n t i g u o m i e m b r o del p a r t i d o c o m u n i s t a ho l andés . . . Pe ro un nue -vo d e s p a c h o del d i r ec to r los d e j ó c o n s t e r n a d o s : ¿ p o r q u é razón ha-bían t r ansmi t ido u n a di rección c o n o c i d a p o r la G e s t a p o ? El S o n d e r -k o m m a n d o se e n r e d a en e m b r o l l a d a s expl icaciones . En tonces e l Cen t ro t o m a la iniciativa y a c o n s e j a a Win te r ink q u e se p o n g a en contac to con cier to B o h d e n Cervinka , i ngen i e ro bruselense , q u e le en t regará cinco mil dó la res . El S o n d e r k o m m a n d o está r e b o s a n t e de alegría y destaca a u n o de sus agentes p a r a q u e vaya en busca del di-nero. El d e s c o n c e r t a d o ingen ie ro cree q u e es o b j e t o de una b r o m a del p r i m e r o de abr i l . Una vez más , e l S o n d e r k o m m a n d o ve f rus t r adas sus i lusiones.

El C e n t r o se p e r m i t i ó el placer de u n a nueva mixt i f icación d a n d o a E f r é m o v las señas de un c o m e r c i a n t e de m o n u m e n o s fúnebres , q u e debía la cantidad de cincuenta mil f rancos a los servicios administrati-vos de la capital soviética. En r ea l idad , era t o d o lo con t r a r io , y el hu -m o r del Cent ro , q u e h a b í a t r a n s m i t i d o las señas de un comerc i an t e de losas funera r ias pa ra indicar s i m b ó l i c a m e n t e q u e ya era h o r a de en te r ra r aquel la his tor ia de d ine ro , p a s ó p o r enc ima de la cabeza. . . y de las e n t e n d e d e r a s del S o n d e r k o m m a n d o .

24. EL VERDUGO DE PRAGA

EÍI el mes de j u n i o de 1943, el e s t ado de salud de Gie r ing se agra-vó de un m o d o c o n s i d e r a b l e : su cáncer de ga rgan ta c o b r a b a p r o g r e -s ivamen te una m a y o r i m p o r t a n c i a . Inc luso mi p r o p i o r e m e d i o —le. h a b í a r e c o m e n d a d o q u e beb ie ra coñac , p e r o estov seguro de que , sin mis conse jos , t a m b i é n p o r s í m i s m o hab r í a a d o p t a d o esia medica-ción...— resu l taba ineficaz. Cada vez bebía más , se sentía c o n d e n a d o y sabía q u e m u y p r o n t o t endr ía q u e a r r i a r b a n d e r a . Pese a los in lorn ies q u e remi t ía a Berlín y q u e e r a n o t ro s t an tos par tes victor iosos, es se-g u r o q u e en su f u e r o i n t e r n o no era tan c rédu lo . Para t ranqui l izar a sus s u p e r i o r e s , sin d u d a esc r ib ía a Berlíu q u e el g r a n jelé se h a b í a pa -s a d o al laclo a l e m á n , p e r o en nues t ras largas conversac iones , reinci-día u n a v o t r a vez en el m i s m o tema, q u e así resul taba ser un expo-n e n t e de su i n q u i e t u d : ¿cuá les e ran las razones p r o f u n d a s q u e me h a b í a n i n d u c i d o a pa r t i c ipa r en el g ran j u e g o ? Mi respuesta no varia-ba n u n c a : la perspect iva de una paz s e p a r a d a en t re la U n i ó n Soviética v A l e m a n i a .

Pero , en el f o n d o , esto no le convencía , p o r q u e me sabía tan ju-d í o c o m o todavía c o m u n i s t a v f e r o z m e n t e ant inazi .

G ie r ing era un e s b i r r o in te l igente pero , a luer de b u e n a l emán , no p o d í a d e j a r de r a z o n a r en t é r m i n o s es t r i c t amente lógicos. De ha-ber le r eve lado a lgu ien que , e n c e r r a d o en mi celda v b a j o la vigilancia i n i n t e r r u m p i d a de mis gua rd i anes , hab ía l o g r a d o escribir un i n l o r m e v e n t r e g a r l o después a Ju l ie t t e , hab r í a r e p l i c a d o : impos ib le . Del mis-mo m o d o , los q u i m é r i c o s " g r u p o s del c o n t r a e s p i o n a j e sovié t ico" l e i n s p i r a b a n un m i e d o cerval; p e r o n i p o r un m o m e n t o d u d ó de su ex is tenc ia : era lógica.

Una idea gu iaba s i e m p r e su a c t u a c i ó n : el j e le del S o n d e r k o n i -m a n d o era el ún ico q u e debía conoce r t o d o lo q u e hacía referencia a la m a r c h a de las o p e r a c i o n e s . A m e n u d o , después de a l g u n o s t ragos de coñac , evocaba en mí presencia los p r inc ip ios q u e i n l o r m a b a n su c o n d u c t a :

— El h o m b r e q u e d i r ige un g r a n j u e g o c o m o el m í o —me decía—,

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d e b e saber dosi l icar la verdad y la ment i ra en sus re laciones con sus asociados en la empresa . . . Por lo cjue respecta a los responsab les de Berlín, lo i m p o r t a n t e es t ranqui l izar los , o c u r r a Jo q u e o c u r r a , per-suad iéndo los de q u e t o d o marcha bien. En c u a n t o a los mil i tares, q u e de todas lo rmas nunca c o m p r e n d e r í a n g ran cosa de las sutilezas cíe este a sun to , y a la Abwehr , es p re íe r ib le q u e sepan lo m e n o s posi-ble de t o d o eso y tan sólo lo q u e yo j uzgo necesar io decirles. El único q u e detenta toda la verdad soy yo...

Los s u b o r d i n a d o s sólo tenían acceso a las inlormac"iones q u e eran es t r i c t amente necesarias.

C u a n d o Pannwiiz sust i tuyó a Gier ing en la je la tura del Soncler-k o m m a n d o , no con t aba con o t r o e l emen to ele juicio cjue los in lor-mes remi t idos a Berlín, v éstos a n d a b a n imiv lejos de rel le jar la reali-dad de la s i tuación. Me había a c o s t u m b r a d o a Gier ing c o m o a un adversar io cruel e implacable , a s tu to y perverso . Y sin e m b a r g o , te-mía q u e su sucesor no e n c a m i n a r a el g ran juego hacia un línal m u -cho más sangr ien to . D e b o precisar q u e Reiser iue re levado ele su car-go en aquel la misma época y adsc r i to a la d i recc ión de la Ges tapo en Karlsruhe. Mis pr incipales in te r locu tores c a m b i a b a n , pues , de ident idad.

Conoc í a Pannwitz en los p r i m e r o s días de jul io de 1943. Recuer-do muy b ien el d ía en cjue e n t r ó en mi hab i t ac ión de Neuilly. Con la mayor a t enc ión y u n a cur ios idad lác i lmente c o m p r e n s i b l e , e x a m i n é al nuevo jele del S o n d e r k o m m a n d o , al h o m b r e q u e a h o r a pasaba a ser mi m a y o r adversar io . Físicamente, era m u y d is t in to de su antece-sor. J o v e n , g o r d o , con el ros t ro l leno y s o n r o s a d o , la m i r a d a viva de-trás de sus gruesos lentes y vest ido con a lec tac ión , sus m o d a l e s e ran los de un p e q u e ñ o burgués . Suces ivamente so segado y ag i t ado , d a b a la impres ión general de una bola pega josa , dilícil de aga r r a r .

Pannwitz había n a c i d o en Berlín el a ñ o 1911. La evoluc ión expe-r imen tada hasta q u e ' l l e g ó a ser Kr imina l ra t , h a b r í a cons t i t u ido un magníf ico c a m p o de invest igación para los ps iquia t ras . De n iño per-teneció a una organizac ión de scouts cris t ianos. La e d u c a c i ó n cristia-na muy estricta q u e recibió en su familia lo e n c a m i n ó d e r e c h a m e n t e al es tudio de la teología, al q u e c o n s a g r ó tres a ñ o s de su juven tud . En lugar de o r d e n a r s e pas tor , sen tó plaza de v e r d u g o : ; los des ignios del Señor son inescru tables!

Pannwitz tiene ve in t idós años c u a n d o Hi t le r llega al pode r . Fun-c ionar io en el d e p a r t a m e n t o de la policía c r imina l (Kripo), se llalla adscr i to a la sección de los ' ' casos dif íci les", p e r o los c r ímenes de de-recho c o m ú n cjue son de su i ncumbenc ia no se a ju s t an a sus ve rdade-ras d imens iones . ¡Mal haya de tanta vu lga r idad ! Lo q u e necesita es la repres ión polít ica. En este c a m p o es d o n d e cree q u e p o d t á d a r su

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más p l e n o r e n d i m i e n t o . Para escalar los p e l d a ñ o s de la j e r a r q u í a en el r é g i m e n nazi, el i t inerar io m á s seguro y más r á p i d o es el paso p o r la Ges t apo . V a m o s pues a la Ges tapo . La suer te le sonr íe . Sus supe-r iores se li jan en él y aprec ian sus cua l idades . El j oven l o b o se acerca al rey de las l leras y pasa a ser u n o de los c o l a b o r a d o r e s de Heydr i ch , qu i en al lega a su a l r e d e d o r a unos j ó v e n e s b ien d o t a d o s , aven tu re ros , ca rn ívoros e n po t enc i a , q u e a n d a n d o e l t i e m p o d a r á n m u c h o q u e h a b l a r : se l l aman E i c h m a n n y Schel lenberg .

El 29 de s e p t i e m b r e de 1941, Heydr i ch es p r o m o v i d o a vicego-b e r n a d o r de B o h e m i a - M o r a v i a y se instala en Praga . Su brazo dere -cho es Pannwitz . Se inicia en tonces u n a época de terr ibles s u f r i m i e n -tos p a r a el p u e b l o checo. Los c a m p o s de c o n c e n t r a c i ó n se l lenan y cen tena res de resistentes a l nazismo s o n fus i lados , d e p o r t a d o s y to r -t u r a d o s . L o n d r e s y el g o b i e r n o checo en el exilio dec iden lanzar en p a r a c a í d a s a a l g u n o s pa r t i s anos p a r a q u e d e n una répl ica a l t e r r o r p a r d o . Después de minuc iosa p r e p a r a c i ó n , e l coche de Heydr i ch es a t a c a d o p o r sus adve r sa r ios e l 27 de m a y o de 1942. G r a v e m e n t e her i -do , e l v e r d u g o m u e r e el 4 de j u n i o .

Las represa l ias son a t e r r a d o r a s . P e r s o n a l m e n t e r e s p o n s a b l e de la s e g u r i d a d de Heydr i ch , e n f u r e c i d o a l verse p u e s t o en r id ícu lo , P a n n -witz d i r ige la caza del h o m b r e . G o e b b e l s ha d e c r e t a d o q u e los j u d í o s son los p r i m e r o s responsab les . Var ios cen tenares de el los, r e u n i d o s en e l c a m p o de Thers iens tad t , son p u e s ases inados . En e l c o n j u n t o del t e r r i t o r io checos lovaco , tres mil p e r s o n a s son encarce ladas , p e r o d e s p u é s de la m u e r t e de Heydr i ch , acaec ida el 4 de j u n i o , e l t e r ro r re-d o b l a de in t ens idad . Es un v e r d a d e r o b a ñ o de sangre . En la p r i s ión de Praga son e j e c u t a d o s mil se tecientos checos y en B i n o mil tres-c ientos . El 10 de j u n i o , t o d o s los h o m b r e s y n i ñ o s del pueb lec i to de Lidice son e x t e r m i n a d o s y las m u j e r e s d e p o r t a d a s a Ravensbrück .

Pannwitz d i r ige p e r s o n a l m e n t e los i n t e r ro g a t o r i o s pol ic íacos con los q u e p r e t e n d e d e s c u b r i r a los a u t o r e s del a t e n t a d o y es el r e s p o n -sable d i r e c t o . d e todas aque l las ma tanzas . No lo ha o lv idado , cier ta-m e n t e ; todav ía ve desf i lar an t e sus o jo s las s o m b r a s de sus i n n u m e r a -bles víct imas, las i n i n t e r r u m p i d a s ses iones de t o r t u r a en los s ó t a n o s de la p r i s ión de Praga , c u a n d o , f i na lmen te , t o m a e l m a n d o de un re-g i m i e n t o SS p a r a asa l ta r la iglesia de San Car los B o r r o m e o , d o n d e se ha r e f u g i a d o e l g r u p o de pa r t i s anos a u t o r e s del a t e n t a d o .

Después de es tos sucesos, Pannwitz tuvo cier tos roces con sus je lés de Berl ín. Pref i r ió , pues , q u e lo o lv ida r an d u r a n t e a l g ú n t i e m p o . M a r c h ó a l f r en te ruso . P e r o sólo p e r m a n e c i ó c u a t r o meses a l m a n d o de su u n i d a d , c r e y e n d o sin d u d a q u e e l c l ima era d e m a s i a d o d u r o pa r a su prec iosa sa lud . A p r inc ip ios del a ñ o 1943, regresa a Berlín c o m o c o l a b o r a d o r de G e s t a p o - M ü l l e r . Se enca rga de e x a m i n a r los

EL V E R D U G O DE PRAGA 269

i n f o r m e s q u e r e m i t e e l S o n d e r k o m m a n d o d e s d e Par ís , p e r o s u n u e v o j e f e a q u i l a t a sus c u a l i d a d e s y s a b e q u e , a d e m á s de sus a n t e c e d e n t e s de v e r d u g o p e r f e c t o , es tá a la a l t u r a q u e r e q u i e r e e l e je rc ic io de la " g r a n p o l í t i c a " . P a n n w i t z p o s e e u n a p o d e r o s a y fértil i m a g i n a c i ó n . Ya a su r e g r e s o de P r a g a , p r o p u s o un p l a n q u e , a su p a r e c e r , p e r m i t i -ría a c a b a r c o n l a res i s tenc ia checa . P o r c a d a p a t r i o t a c a p t u r a d o , ex-p l icaba e n t o n c e s —y en este p u n t o h a b l a b a p o r p r o p i a exper ienc ia—, s e l evan tan en a r m a s o t r o s diez. P o r c o n s i g u i e n t e , só lo exis t ía u n a s o -luc ión ; c a p t u r a r a los d i r i g e n t e s y vo lver los del revés. En c u a n t o se h u b i e r a n p a s a d o a l l a d o a l e m á n , a u n q u e sin d e j a r de p e r t e n e c e r a l a res is tencia , e l los m i s m o s d e s t r u i r í a n los m o v i m i e n t o s c l a n d e s t i n o s .

E l p l a n de P a n n w i t z no d e j a de ser m u y a t r ac t i vo en e l p a p e l , p e r o resul ta i nap l i c ab l e e n las s i t u a c i o n e s d e u rgenc i a . L a G e s t a p o ' n o p u e d e p e r d e r n i u n m o m e n t o m á s e n C h e c o s l o v a q u i a , d o n d e t i ene q u e a c t u a r c o n la m a y o r r a p i d e z y v io l enc i a : se a t i ene , p u e s , a los b u e n o s y a n t i g u o s m é t o d o s .

C u a n d o lee los i n f o r m e s de l S o n d e r k o m m a n d o d e París , P a n n -witz p e g a un s a l t o : allí , p o r l o m e n o s , e s t á n a p l i c a n d o su p r o y e c t o ; allí, p o r lo m e n o s , h a n c o m p r e n d i d o . Y P a n n w i t z se c o n v e n c e a ú n más d e l a exce lenc ia d e s u idea p o r c u a n t o G i e r i n g , p a r a rea lzar sus p r o p i o s m é r i t o s , e n c a r e c e l a t r a i c i ó n del g r a n j e f e y de los d e m á s m i e m b r o s d e l a O r q u e s t a R o j a q u e , sin n e c e s i d a d d e l a m e n o r vio-lencia, s e h a n p a s a d o a l l a d o de A l e m a n i a . Se traza, pues , un p l a n : hacer q u e l o d e s i g n e n p a r a o c u p a r e l p u e s t o d e G i e r i n g q u e , y a m u y e n f e r m o , está a p u n t o de r e t i r a r s e ; p a r a l o g r a r l o , d e c i d e a r r o j a r en l a ba lanza t o d a s las i n f l u e n c i a s d e q u e d i s p o n e .

C u a n d o veo a P a n n w i t z p o r p r i m e r a vez, n o s o s p e c h o q u e a q u e l b u e n h o m b r e , c u y o a s p e c t o r e c u e r d a e l d e u n h u m i l d e c o n t a b l e d e u n a m o d e s t a e m p r e s a , t iene las m a n o s m a n c h a d a s c o n l a s a n g r e d e los p a t r i o t a s checos , p u e s t o q u e , a p a r e n t e m e n t e , só lo d e s e m p e ñ a e l pape l del gentleman q u e no se o c u p a m á s q u e de l a " g r a n p o l í t i c a " . P o d r á d e d i c a r s e , c i e r t a m e n t e , a esa po l í t i ca , ya q u e l lega en e l m o -m e n t o o p o r t u n o . En Ber l ín , sus j e f e s j u z g a n q u e l a p r i m e r a lase del g r an j u e g o p u e d e d a r s e p o r t e r m i n a d a . T r a s h a b e r l o h e c h o t o d o — e inc luso n u m e r o s o s sacrificios— p a r a g r a n j e a r s e l a c o n f i a n z a de! C e n -tro, a h o r a es p r ec i so segu i r a d e l a n t e e in ic ia r la s e g u n d a e t a p a .

S o n los a c o n t e c i m i e n t o s m i s m o s los q u e ex igen u n a nueva po l í t i -ca. La g u e r r a ha c a m b i a d o de c u r s o . D e s p u é s de S t a l i n g r a d o , e l r o d i -llo r u s o se ha p u e s t o en m a r c h a y ya n a d a p o d r á d e t e n e r l o . El 10 de jul io de 1943, los a m e r i c a n o s d e s e m b a r c a n en Sicilia y el d ía 25 es de -r r i b a d o e l D u c e . L a pe r spec t iva d e u n d e s e m b a r c o a n g l o a m e r i c a n o en las cos tas a t l án t i ca s p a r e c e c a d a vez m á s p r ó x i m a . En Ber l ín , a n a -d ie se l e o c u l t a q u e l a v ic to r ia m i l i t a r e s i m p o s i b l e . H i m m l e r , Sche-

270 l-A ORQUESTA ROJA

l l enberg y Canar i s , q u e ya no ab r igan la m e n o r i lus ión s o b r e el resul-t ado final del conf l ic to bélico, c i f ran todas sus esperanzas en la paz s e p a r a d a c o n las po tenc ias occidentales . Si se c o m p a r t e esta e spe ran -za y este r a z o n a m i e n t o , se c o m p r e n d e q u e el g ran j u e g o c o b r e e n t o n -ces un va lo r p r i m o r d i a l para ellos. Es, pues , prec iso acelerar su rit-m o . Pannwitz llega a París con esta cons igna .

Sí, es prec iso da r se prisa. Desde el ve rano de 1943, el m i s m o Mar-tin Bormarin —brazo d e r e c h o de Hitler— sigue de cerca y con el m a -yor interés las incidencias del g ran j u e g o . No sólo ha c r e a d o un gru-po de e x p e r t o s e n c a r g a d o de p r e p a r a r e l mater ia l de i n f o r m a c i ó n q u e ha de remi t i r se a Moscú , s ino q u e redac ta c o n su p r o p i a m a n o los d e s p a c h o s rad io te legráf icos . Hit ler está a l cor r ien te , p e r o i g n o i a c i e r t amen te las in tenc iones reales de sus lugar ten ien tes . En el c a m p o de los q u e se o p o n e n a aque l l a es t ra tegia , Canar is y R i b b e n t r o p ocu-p a n los p r i m e r o s lugares. La hos t i l idad del m i n i s t r o de Asun tos Ex-t r a n j e r o s resulta moles ta , p o r q u e e l sumin i s t ro del mater ia l d i p l o m á -tico pasa o b l i g a t o r i a m e n t e p o r sus m a n o s . Desde q u e B o r m a n n ha a s u m i d o p e r s o n a l m e n t e la alta d i recc ión de las ope rac iones , la s i tua-ción ha c a m b i a d o : de ten ta la a u t o r i d a d necesar ia para si lenciar las ret icencias de R i b b e n t r o p y de von Runds ted t j u n t o s . A pa r t i r ele aque l m o m e n t o , e l g ran j u e g o t o m a e l n o m b r e de o p e r a c i ó n oso. El día de mi de t enc ión , B o e m e l b u r g , je fe de la G e s t a p o de París, excla-mo a l v e r m e : " ¡ Po r f in! ¡Ya t e n e m o s a l oso s o v i é t i c o ! T o d o s a q u e -llos es t ra tegas no temían ya los zarpazos de la fiera q u e h a b í a n c re ído e n j a u l a r , h a b í a n o lv idado aque l p r o v e r b i o según e l cual no hay q u e v e n d e r la piel del oso. . .

Y Pannwi tz c o m e n z ó a hab la r . . . Se dedicó , p r i m e r o , a cri t icar a sus p redeceso res en la j e fa tura de S o n d e r k o n i m a n d o . A f i r m ó a n t e nú q u e Reiser só lo h a b í a visto aque l a s u n t o con la ópt ica l imi tada de un e sb i r ro . En c u a n t o a Gier ing , creía q u e hab ía s ido d e m a s i a d o t imo-ra to , q u e h a b í a impreso a l gran j u e g o un r i t m o exces ivamente lento. Me expl icaba —y yo lo escuchaba con t oda la a t e n c i ó n q u e e ra capaz de fingir— q u e se h a b r í a d e b i d o pasar desde hacía ya m u c h o t i e m p o a la e tapa polí t ica. El r a z o n a m i e n t o de Pannwitz d e n o t a b a 110 o b s t an t e la exis tencia de graves l agunas en su c o n o c i m i e n t o de la i n f o r m a c i ó n . A u n q u e su exper ienc ia de la G e s t a p o le h u b i e r a e n s e ñ a d o las mil y u n a m a n e r a s de falsear y a b u l t a r los i n fo rmes , era t o t a l m e n t e ciego a los equ ívocos q u e c o n t e n í a n las expl icaciones r emi t idas p o r Gie r ing a Berlín.

E l nuevo je fe del S o n d e r k o m m a n d o me p r o p u s o t r a s l a d a r m e de la p r i s ión de Neuilly a u n a p r o p i e d a d par t icu la r , d o n d e viviría b a j o u n a discreta vigilancia. Creía —y, según me a f i r m a b a , sus je tes e ran de su m i s m a opinión— q u e e l con tac to con Moscú p o r m e d i o de la

EL VERDUGO DE PRAGA 271

r ad io e ra ya in su f i c i en te y q u e a h o r a , en u n a s e g u n d a e t a p a , e ra pre-ciso es tab lecer u n o s c o n t a c t o s d i r ec tos . A b r i g a b a e l a m b i c i o s o p r o -yecto de env ia r a i C e n t r o un e m i s a r i o p a r a q u e p u d i e r a i n l o r m a r a Moscú del d e s e o m a n i f e s t a d o p o r u n i m p o r t a n t e g r u p o d e mi l i t a res a l e m a n e s de n e g o c i a r u n a paz s e p a r a d a c o n l a U n i ó n Soviét ica. Aquel e n v i a d o especia l iría p r o v i s t o d e u n o s d o c u m e n t o s q u e a tes t i -g u a r í a n l a r ea l idad de tal e s t a d o de á n i m o , p e r o l levaría i g u a l m e n t e en su e q u i p a j e u n a s p r u e b a s c o n t r a r i a s , s e g ú n las cuales en o l i o s c í rculos a l e m a n e s se b u s c a b a la m i s m a s o l u c i ó n . . . c o n el OCMC.

¡ C o n tan bella e s t r a t eg i a p e n s a b a n p r o v o c a r la r u p t u r a de ía coa-lición an t inaz i . . . ! No des i s t í an , c i e r t a m e n t e , de su p r o p ó s i t o . P a n n -wit/. era de u n a in te l igenc ia m u y l i m i t a d a , p e r o , s o b r e t o d o , e ra un nazi de p u r a e x t r a c c i ó n , i m b u i d o de su p r e t e n d i d a s u p e r i o r i d a d ra-cial: s ab ía s o b r a d a m e n t e q u e y o e ra j u d í o , p e r o , c e g a d o p o r s u es tú-p ido d e s d é n , s u b e s t i m a b a a l a d v e r s a r i o . Se neces i t aba ser de u n a to-tal i nconsc ienc ia y ha l l a r s e p r o f u n d a m e n t e i n t o x i c a d o p a r a imagi-narse q u e los c o m b a t i e n t e s de l a O r q u e s t a Roja p o d í a n p e n s a r , n i si-qu ie ra p o r un ins t an te , en l a p o s i b i l i d a d de c o l a b o r a r c o n los nazis. La lucha q u e h a b í a m o s e n t a b l a d o e r a u n a l u c h a a m u e r t e , p e r o un Pannwi tz e r a i ncapaz d e c o m p r e n d e r l o así.

H i m m l e r , a q u i e n P a n n w i t z e x p u s o su p r o y e c t o , j u z g ó q u e seria ' d e m a s i a d o a r r i e s g a d o env ia r un e m i s a r i o a M o s c ú . T e n ú a , s e g ú n me d i jo Pannwi tz , l a fue rza de a t r a c c i ó n q u e e l c o m u n i s m o e je rc ía s o b r e un nazi de b u e n a ley. T o d a v í a tenía m u y p r e s e n t e e l e j e m p l o de los m i e m b r o s del g r u p o be r l i nés d e l a O r q u e s t a Ro ja . Q u e u n o s h o m -bres c o m o Schu lze -Boysen y Arvid H a r n a c k se h u b i e r a n c o n v e r t i d o e n " a g e n t e s sov ié t i cos" , q u e u n a s p e r s o n a l i d a d e s , t an p e r l é a a i n e n t e i n t eg radas en la s o c i e d a d y d e s p r o v i s t a s de t o d a p r e o c u p a c i ó n eco-n ó m i c a , se h u b i e r a n l a n z a d o a la l ucha an t inaz i , e so r e b a s a b a la ca-p a c i d a d d e c o m p r e n s i ó n d e los h o m b r e s d e l a G e s t a p o .

Pannwi tz , sin e m b a r g o , n o s e d e s a l e n t a b a . M e p r e s e n t ó u n a nue -va p r o p o s i c i ó n , q u e es ta vez cons is t ía en s u g e r i r a l Centre; e l e n v í o de un r e p r e s e n t a n t e s u y o a Par ís . Sin s i q u i e r a d u d a r l o y Mugiendo inc lu-so la m á s viva a p r o b a c i ó n , l e r e s p o n d í q u e a q u e l l a idea me parec ía p e r f e c t a m e n t e rea l izable . Kent , i n t e r r o g a d o a su vez s o b r e la m i s m a cues t ión , d e c l a r ó q u e e l p r o y e c t o e r a u t ó p i c o . Cua l p é n d u l o q u e os-cila e n t r e d o s p o s i c i o n e s o p u e s t a s , Kent r e inc id í a a h o r a en l a t ra i -c ión . Q u e r í a d a r p r u e b a s de su m é r i t o a n t e su n u e v o a m o y volvía a p a s a r asi al o t r o l a d o de la b a r r i c a d a . M a r g a r e t e Barcza iba a d a r a luz y Kent no e ra h o m b r e q u e a r r i e s g a r a la t r a n q u i l i d a d de su fami-lia. F i n a l m e n t e , fui yo q u i e n se i m p u s o c u a n d o d i j e a P a n n w i t z que , de segu i r m e z c l a n d o a Kent en e l g r a n j u e g o , t o d a a q u e l l a o p e r a c i ó n a c a b a r í a s i e n d o u n a fa rsa .

272 l -A O R Q U E S T A ROJA

Se remi t ió , pues , al Cen t ro un d e s p a c h o de t a l l ado , en el q u e se expl icaba q u e u n g r u p o d e oficiales a l e m a n e s deseaba e n t r a r e n c o n -tacto con Moscú. Al m i s m o t i e m p o , se p r o p o n í a a los rusos q u e de -s ignaran a un emisa r io p a r a e n t e n d e r s e con los a l emanes . El p royec-to es taba ya m u y a d e l a n t a d o , p u e s t o q u e el e n c u e n t r o d e b í a celebrar -se en el a n t i g u o domic i l i o de Hítíeí Katz, ca l le E d m o n d - R o g e r , 3. Po r cons iguien te , cada diez días yo esperar ía allí a l e n v i a d o de Moscú .

El S o n d e r k o m m a n d o p r e p a r ó f e b r i l m e n t e e l e n c u e n t r o . Pannwitz y sus c o l a b o r a d o r e s d i scu t i e ron i n f i n i t a m e n t e el d e s a r r o l l o de la ne-gociac ión . En c o m p a ñ í a de Berg, yo es tablecer ía e l p r i m e r con tac to , en el q u e se p r e p a r a r í a la entrevis ta cap i t a l : Pannwitz r ep resen ta r í a en tonces e l pape l de d e l e g a d o del g r u p o ber l inés . Era v e r d a d e r a m e n -te c ó m i c o el e n t u s i a s m o con q u e se l anzaba a la cons t rucc ión de aque l pa lac io s o b r e e l h ie lo . ¡El l o b o e m p u ñ a b a a h o r a e l c a y a d o del pas to r , e l v e r d u g o de Praga j u g a b a a h o r a a m e d i a d o r con M o s c ú !

Mien t ra s a g u a r d a b a este e n c u e n t r o ' ' h i s t ó r i c o " , e l in fa t igable Pannwitz conc ib ió la idea de a m p l i a r e l c í r cu lo de las emiso ra s vuel-tas del revés en los países neu t ra les . " E s cur ioso , me di je , q u e no m e n c i o n e s iqu ie ra la red de R a d o en Su iza . " Pero es q u e Schel lcn-berg tenía vara al ta en el a s u n t o R a d o y es taba en gue r r a —una rivali-dad s o r d a , p e r o encarnizada— con G e s t a p o - M ü l l e r , j e f e d i r ec to d e Pannwitz.1 La lucha en t re los d iversos c lanes de (a A l e m a n i a nazi te-nía pr ior ida 'd s o b r e los intereses del III Reich. De ello tuve u n a p r u e -ba c u a n d o l l ega ron a París dos emisa r io s de Sche l l enberg y qu i s i e ron i n t e r r o g a r n o s , a mí y a Kent, acerca de la r ed Rado . Pannwitz me d i o a e n t e n d e r c l a r a m e n t e q u e no es taba o b l i g a d o en lo m á s m í n i m o a expl icar les lo q u e yo sabía de aque l l a cues t ión .

Pannwitz a m b i c i o n a b a inl i l t rarse en las redes soviéticas de i n fo r -m a c i ó n q u e o p e r a b a n en Suecia y T u r q u í a con la in tenc ión de a m -pl iar así e l g ran j u e g o . A m p a r á n d o n o s en la e m p r e s a comerc ia l Au Roi du C a o u t c h o u c , Léo Grossvogel y yo h a b í a m o s c r e a d o unas ba -ses de ac t iv idad en D i n a m a r c a , Suecia y F in land ia . R e a n u d a r a q u e -llas re lac iones d e p e n d í a ú n i c a m e n t e de Léo y de mí. N o s d e d i c a m o s , pues , a hacer f racasar las ve le idades de Pannwitz .

A la sazón, las i n f o r m a c i o n e s q u e ped ía el Cen t ro se refer ían so-b re t o d o a la s i tuac ión de Italia d e s p u é s de la caída de Mussol in i , y lúe en a q u e l l a m i s m a é p o c a c u a n d o diversos círculos ber l ineses t ra ta -ron de e n t r a r en con tac to con las po tenc ia s occ identa les . Allen Du-lles, d i rec to r de los servicios a m e r i c a n o s de i n f o r m a c i ó n , se entrevis-tó en tonces en Suiza con var ios e m i s a r i o s a l e m a n e s . El Cen t ro lo

1. En sus memorias, Schellenberg procura demostrar que Müller lúe conviniéndose poco a poco en un a d m i r a d o r de Stalin y de su régimen. Incluso sospecha que tanto él como Bormann ha-bían desarrol lado su p rop io juego con Moscú, pero no nos ofrece ninguna prueba de ello.

EL V E R D U G O DE PRAGA 273

s u p o gracias a l g r a n j u e g o . Po r lo q u e a Pannwiiz se ref iere , a g u a r d a b a con creciente nervio-

s ismo al e n v i a d o del Cent ro . Aquel la d e s a f o r t u n a d a ges t ión le aca-r reó un grave c o n t r a t i e m p o : nunca se p r e s e n t ó e l emi sa r io de Moscú. Yo lo sabía a n t i c i p a d a m e n t e , c o m o sabía a s i m i s m o q u e , en toda aque l l a his tor ia , yo sólo saldr ía g a n a n d o a lgunas excurs iones al n." 3 de la calle E d m o n d - R o g e r . A finales de agos to , me p e r s o n é en aque l piso d o n d e tantas ho ra s hab ía p a s a d o en la cál ida i n t im idad de la ía-milia Katz. A h o r a es taba t r a n s f o r m a d o en u n a a r t i m a ñ a , en la q u e R a i c h m a n n hacía las veces de c e b o ; p e r o e l cebo tuvo t i e m p o de pu -d r i r se : el v e n a d o no a c u d i ó n u n c a a la t r a m p a .

AI ve rme e n t r a r en el piso, R a i c h m a n n no se s int ió con ar res tos pa r a acercarse . Se m a n t u v o a dis tancia, con los o j o s ba jos . Mient ras " e s p e r a b a " a l m e n s a j e r o del Cen t ro , yo no d e j a b a de pensar en la p e n d i e n t e fatal p o r la q u e se h a b í a n desl izado R a i c h m a n n , E l r émov e incluso M a t h i e u has ta incidir en la t ra ic ión . H a b í a n segu ido dis t in tos caminos , p e r o u n o s y o t r o s se h a b í a n d e j a d o a r r a s t r a r y el r e su l t ado era a h o r a p a t e n t e : t r a i c ionaban a sus c a m a r a d a s . Pannwitz , p o r su par te , no a t odos ellos los j uzgaba y t r a t aba del m i s m o m o d o . Ma th ieu era u n " h o n e s t o " c o l a b o r a d o r , E l r émov h a b í a o p t a d o p o r la nac ión ucrania , p e r o R a i c h m a n n q u e d a b a r e l egado al ú l t imo nivel de la cons ide rac ión del " a m o " . Hiciera lo q u e hiciera, era y seguir ía s indo un " suc io y u p i n " * a los o jos del super rac is ta Pannwitz.

El nuevo je fe del S o n d e r k o m m a n d o no o lv idó estas d i le rencias c u a n d o salió p r e c i p i t a d a m e n t e de París p o c o s días an tes de la l ibera-ción. En su re t i r ada de ve rdugo vencido, Pannwitz se a c o r d ó de la en-señanza p r io r i t a r ia q u e le hab ía incu lcado el í í l Re ich : el o d i o visce-ral al jud io . Math ieu recibió el p a g o d e s ú s servicios —¡pues sí!— y fue d e s p e d i d o . H a b í a servido bien, hab ía t r a i c ionado b ien , merec ía e l sa la r io de su t ra ic ión. . . y la " l i b e r t a d " . E l rémov, el uc ran io , tuvo de-r echo a s i m i s m o a un t r a to de favor : le e n t r e g a r o n u n a lalsa d o c u -m e n t a c i ó n y el d i n e r o suf ic iente pa ra re fug ia r se en Amér ica Lat ina. En c a m b i o , R a i c h m a n n fue enca rce l ado en Bélgica: no había c o m -p r e n d i d o que , n i s iquiera t r a i c ionando , un j u d í o n u n c a lograr ía re-d imi r se a los o jo s de los nazis.

Diez días más ta rde , tal c o m o estaba previs to en los p lanes de Pannwitz , nos p r e s e n t a m o s de nuevo en el n . ü 3 de la calle E d m o n d -Roger pa r a espera r a l emisa r io de Moscú. Katz nos a c o m p a ñ a b a . R a i c h m a n n hizo en tonces una ú l t ima tentat iva pa r a r e m o n t a r a la su-perficie. H a b l ó a solas con Katz y le e n c a r g ó q u e me d i je ra q u e sabía q u e n o s o t r o s c o n t i n u á b a m o s la lucha y q u e l a m e n t a b a su ac t i tud .

" Y u p i n " : tratamiento despectivo de " jud io" . (N. del £.)

274 LA ORQUESTA ROJA

Alegaba c o m o excusas e l chan ta j e e j e r c ido p o r la G e s t a p o sobre su m u j e r y sus hijos, p e r o a s i m i s m o la t ra ic ión de su je lé E l rémov, q u e lo hab ía l ib rado , a él y a los d e m á s , a t a d o de pies y m a n o s . A h o r a es-taba d i spues to a hacer cua lqu ie r cosa, q u e r í a redimirse . . . Katz l ingió q u e no lo c o m p r e n d í a .

Era impos ib l e con f i a r de nuevo en él. H a b í a t r a i c ionado uiia vt'z y t ra ic ionar ía de nuevo a la p r i m e r a o c a s i ó n q u e se te p re sen ta ra . Con sus p r o p i a s m a n o s se hab ía c e r r a d o t o d a s las sal idas. C u a n d o u n o se ha e n t r e g a d o a la d iscreción del e n e m i g o , só lo le q u e d a u n a d o b l e o p c i ó n . En t re la c o l a b o r a c i ó n y la resistencia med ia un abis-m o , i n f r a n q u e a b l e . No es pos ib l e pa sa r de u n a a o t ra .

25. "¡HA HUIDO EL GRAN JEFE!"

P r i m e r o s días de s e p t i e m b r e de 1943. Tal c o m o solía hace r lo , Willy Berg v ino a v e r m e en mi enc ie r ro de Neuil ly, p e r o a p e n a s en -tró en mi hab i t ac ión observé a lgo insól i to en su c o n d u c t a . Parecía p reso de viva agi tac ión, c o m o s i a caba ra de en te ra r se de a l g u n a no t i -cia e x t r a o r d i n a r i a . Me sentí m u y in t r igado , incluso inqu iè to , a u n q u e d is imulé c u i d a d o s a m e n t e mis a p r e h e n s i o n e s . De hecho , sus p a l a b r a s m e h e l a r o n d e e s p a n t o :

—Es f o r m i d a b l e , ¡ h e m o s c a p t u r a d o a Duval! En mi i n f o r m e del mes de ene ro , h a b í a insis t ido s o b r e t o d o en

q u e F e r n a n d Paur io l (Duval) desaparec ie ra . A la sazón era o b j e t o de u n a incesan te b ú s q u e d a p o r pa r t e de la Ges t apo , p e r o , a p r inc ip ios de ve rano , s u p e con t o d a certeza q u e los a l e m a n e s h a b í a n p e r d i d o su ras t ro . ¿ C ó m o ha p o d i d o caer a h o r a en sus m a n o s ? Me s ien to ate-r r a d o , p e r o Berg me da s e g u i d a m e n t e l a expl icac ión de lo o c u r r i d o : Fe rnand ha s ido d e t e n i d o el 13 de agos to en Pierref i te , a l n o r t ^ de París. Pocos días antes , u n a emiso ra del p a r t i d o c o m u n i s t a h a b í a caí-do en m a n o s de la G e s t a p o ; u n o de los p ianis tas log ró e scapa r y se p u s o en c o n t a c t o con Paur io l . Éste acep tó ent revis tarse con él, a u n -q u e las c i rcuns tancias fuesen turb ias , y... cayó en la t r a m p a q u e le ha -b ían t e n d i d o .

Sin e m b a r g o , la G e s t a p o no sabe m u y b ien qu i én es e l h o m b r e q u e a c a b a de cap tu ra r . Desde 1940, Fe rnand es u n o de los mi l i t an tes más ef icientes del p a r t i d o c o m u n i s t a i rancés en la c l andes t i n idad . Di-rige sus servicios de r ad io , a u n q u e no p o r e l lo de ja de estar v incu l ado a la O r q u e s t a Roja . Es él qu i en ha f o r m a d o a los p ian is tas ; t a m b i é n es é l q u i e n ha c o n s t r u i d o a lgunas emiso ras y , a d e m á s , qu ien a segu ra el en lace e n t r e Ju l i e t t e y la d i rección del pa r t i do . Ha d e s e m p e ñ a d o u n o de los p r inc ipa les pape les en l a o p e r a c i ó n Ju l i e t t e del mes de e n e r o : d e s p u é s de recibir e l mate r ia l de s t i nado a l Cen t ro , hizo llegar aque l lo s prec iosos paque t i t o s a la d i recc ión del p a r t i d o . P o r o t ra par te , t ras las de t enc iones prac t icadas en la calle de los A t r éba t e s de Bruselas el 13 de d i c i embre de 1941, j u n t o con Léo Grossvoge l o r g a -

276 l -A O R Q U E S T A ROJA

nizó a un g r u p o especial de c o m b a t i e n t e s p a r a q u e verificasen las caí-das 1 q u e se p r o d u c i r í a n en la O r q u e s t a R o j a , t an to en Bélgica c o m o en Francia . F ina lmen te , an tes de mi de t enc ión , a m b o s h a b í a m o s con-v e n i d o las m o d a l i d a d e s de los con tac tos q u e nos p e r m i t i r í a n p o n e r a l d e s c u b i e r t o la acc ión e m p r e n d i d a p o r e l S o n d e r k o m m a n d o c o n t r a e l C e n t r o . F e r n a n d es taba , pues , a l co r r i en t e de la in t r íngul is del g ran j u e g o .

Ta l r ecap i tu l ac ión nos da u n a idea de la i m p o r t a n c i a capi tal q u e posee p a r a n o s o t r o s la c a p t u r a de F e r n a n d Paur io l . Este se d e f i e n d e p a s o a paso , a f i r m a n d o q u e sólo es un s imple mecán ico , un agen te s u b a l t e r n o . Desg rac i adamen te , a l f inal del mes , los h o m b r e s del Son-d e r k o m m a n d o q u e c o n s u l t a n e l f i chero de las pe r sonas suscept ibles de pe r t enece r a l p a r t i d o c o m u n i s t a , t rop iezan con la fo tog ra f í a de F e r n a n d Paur io l y c o m p r e n d e n q u e h a n c a p t u r a d o a l f a m o s o Duval , a q u i e n p r o v i s i o n a l m e n t e h a b í a n r e n u n c i a d o a buscar .

Los des t rozos son , pues , cons iderables . . . C o n o z c o b ien a F e r n a n d y estoy c o n v e n c i d o de q u e es capaz de sacrificar su v ida ; p e r o , ¿has t a q u é p u n t o , a pesar de t o d o su co ra j e , p o d r á s o p o r t a r e l m a r t i r i o q u e le e s p e r a ? ¿ Q u i é n p u e d e a segu ra r q u e sus labios t o r t u r a d o s no de ja -r á n e scapa r n i n g ú n n o m b r e ? P o r cons igu ien te , a u n c o n s e r v a n d o in-tacta l a conf ianza q u e me inspira , me p r e p a r o p a r a l a even tua l idad de ver c ó m o se d e r r u m b a de p r o n t o c u a n t o he l o g r a d o cons t ru i r y c ó m o m i p r o p i o " j u e g o " q u e d a e n t e r a m e n t e a l descub ie r to .

Berg, a q u i e n a p e n a s neces i to fus t iga r p a r a q u e hable , me en te ra del r ég imen al q u e se hal la su je to F e r n a n d y así veo de sg rac i adamen-te c o n f i r m a d o s mis t e m o r e s : se t r a t a .de u n a dos i f icac ión b ien calcu-lada de i n sopo r t ab l e s to r tu ra s y apacibles conversac iones ; el leitmotiv de todas las i n t e r rogac iones de sus v e r d u g o s es esta p r e g u n t a , de ca-pi tal i m p o r t a n c i a p a r a el los: ¿ q u é ha d i cho a Moscú la d i recc ión del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés acerca de mi de t enc ión y de la c a p t u r a de los d e m á s m i e m b r o s de l a O r q u e s t a R o j a ? F e r n a n d r e s p o n d e inva-riablemente q u e a veces —muy ra ras veces— recibe p e q u e ñ o s p a q u e t e s y q u e los en t r ega —sin j a m á s abrirlos— a un agen te de enlace, al q u e d e s c o n o c e p o r c o m p l e t o . T o d a su act ividad, a f i r m a , se r e d u c e a esta f u n c i ó n de i n t e r m e d i a r i o e n t r e Ju l i e t t e y e l esca lón supe r io r .

Ni las tentat ivas de pe r suas ión , ni la t o r t u r a , ni el c h a n t a j e logra-r á n q u e m o d i f i q u e su respues ta . Su f i rmeza es i nconmovib le . El Son-d e r k o m m a n d o lo a m e n a z a con d e t e n e r y fus i lar a su m u j e r H é l è n e y a su h i ja . . . p e r o es en vano . Aquel h o m b r e maravi l loso , a q u e l c o m -ba t i en te e x t r a o r d i n a r i o hace f r en t e a sus v e r d u g o s d u r a n t e un a ñ o e n t e r o .sin ceder u n a sola p u l g a d a de t e r r eno . Un a ñ o e n t e r o b a j o e l r é g i m e r r d e la Ges t apo , c u a n d o Pannwitz y sus esbi r ros , q u e c o n o c e n

I. Es decir, las detenciones.

" ¡ H A H U I D O EL GRAN J E F E ! " 277

p e r f e c t a m e n t e l a i m p o r t a n c i a de su p resa , no desespe ran de a r r an -car le un día sus secretos. . .

Vivo aque l los p r i m e r o s d ías de s e p t i e m b r e de 1943 s u m i d o en la angus t i a y en la m á s c o m p l e t a i gno ranc i a del c o m p o r t a m i e n t o hero i -co de Paur io l . A lo la rgo de mis días y de mis noches —mis largas no -ches de insomnio— me s iento d e s g a r r a d o p o r sen t imien tos con t rad ic -tor ios , a cuc i ado p o r las m á s locas supos ic iones , y me c o n s u m o bus -c a n d o la m a n e r a de ac tua r , la m a n e r a de c a m b i a r e l curso de los acon tec imien tos q u e pa recen ya inexorab les . Los días t r anscu r r en con i n s o p o r t a b l e len t i tud . P o r Berg, s igo casi día p o r d ía e l calvario de F e r n a n d . C o n t i n ú a sin sol tar p r e n d a . P o r mi par te , estoy p res to a sufr i r lo p e o r ; mi de s t i no p e r s o n a l , p e r o s o b r e t o d o e l po rven i r del g ran j u e g o están dec id i éndose en un sótano de t o r t u r a d o n d e un h o m b r e a p r e n d e a c o n o c e r los límites del su f r imien to , sin q u e logre ha l la r los .

Sobrev ienen nuevos desastres . Sé p o r Berg q u e el 10 de sep t iem-b r e e l S o n d e r k o m m a n d o se a p u n t a un n u e v o éxi to a l descubr i r u n a estación e m i s o r a del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés en la r eg ión de Lyon. G r a n n ú m e r o de despachos y archivos caen a s i m i s m o en sus m a n o s . Los a l e m a n e s llegan en tonces a l c o n v e n c i m i e n t o de q u e p o r fin han descub ie r to la es tación centra l c landes t ina de la d i recc ión del p a r t i d o c o m u n i s t a . En t re los d e s p a c h o s c i f r ados e spe ran descubr i r los m e n -sajes q u e , acerca de la O r q u e s t a Roja, la cen t ra l c landes t ina del par t i -do ha t r a n s m i t i d o a Moscú.

La t o r m e n t a se hace cada día m á s a m e n a z a d o r a . Me e n t e r o de q u e el S o n d e r k o m m a n d o ha dec id ido l l a m a r a París a l g r u p o espe-cial de desc i f radores q u e di r ige el cé lebre d o c t o r Vauck. En electo, e l d ía 11 de s ep t i embre veo en la calle de las Saussaies al d o c t o r Vauck t r a b a j a n d o con sus c o l a b o r a d o r e s , y Berg, q u e se halla a s imi smo pre -sente, me a n u n c i a q u e e l de sc i f r ado avanza sa t i s fac tor iamente . Po r ser tan e n o r m e la can t idad de despachos , e l ún i co p r o b l e m a consisti-rá en d a r con los q u e se re f ie ren a la O r q u e s t a Roja . Pe ro Berg a ñ a d e q u e será "cues t ión de u n o o dos d í a s " .

Revelación a b r u m a d o r a y c u á n instruct iva. . . Sabía q u e el p a r t i d o c o m u n i s t a pose ía en a lgún luga r del sur de Franc ia u n a g r a n es tac ión e m i s o r a y s u p o n g o q u e e l mater ia l e n t r e g a d o a j u l i e t t e en e n e r o de 1943 d e b i ó ser t r ansmi t ido p o r aque l canal . Más grave a ú n : c o m o yo no h a b í a c i f r ado mi i n f o r m e , s ino q u e es to se hab ía h e c h o con a r re -glo al cód igo del p a r t i d o c o m u n i s t a , s i Vauck logra d e s e n t r a ñ a r tal cód igo , e l S o n d e r k o m m a n d o p o d r á leer en n e g r o s o b r e b l anco mi c o m u n i c a c i ó n a Moscú.

La conclus ión , s imple y d e s l u m b r a d o r a , es q u e el g r a n j u e g o está a p u n t o de ser descub ie r to en su r ecónd i t a in t r íngul is . T e n g o q u e ac-

278 l-A ORQUESTA ROJA

tuar , y ac tua r i n m e d i a t a m e n t e , antes de q u e me vea e n f r e n t a d o c o n lo i r r epa rab le . Las n o c h e s del 10, 11 y 12 de s e p t i e m b r e s o n p a r a mí unas noches d e pesadi l la . E n c u a l q u i e r m o m e n t o p u e d o e n t e r a r m e de q u e l a G e s t a p o está en poses ión de l a v e r d a d ; en c u a l q u i e r m o -m e n t o p u e d e n surg i r an t e mí las j e t a s b u r l o n a s de Pannwitz y sus acól i tos . No me e s p a n t a ni la t o r tu r a ni la mue r t e , c o m p a ñ e r a s de to-dos mis días, p e r o t e m o y s iento en cada f ibra de mi c u e r p o la h u m i -llación s u p r e m a de q u e sea i r r e m e d i a b l e m e n t e cierta l a a m e n a z a q u e Gie r ing p ro fe r í a en los p r i m e r o s d ías q u e s igu ie ron a mi c a p t u r a : " S e ñ o r O t t o , h a p e r d i d o u s t e d . . / ' . ¡Aparecer venc ido an te aque l l a b a n d a de be l lacos!

Impos ib l e . Es prec iso huir . La evas ión es la resistencia. La eva-sión e» la e spe ranza de m o r i r l u c h a n d o . En aque l lo s días de t o r m e n t a in ter ior , p r o c u r o q u e en mi ros t ro no aparezca e l m e n o r ref le jo de la c o n f u s i ó n q u e me a b r u m a . C o m o s i n a d a ocu r r i e r a , paso h o r a s en te-ras c h a r l a n d o c o n Berg, me r e ú n o c o n Pannwitz y los d e m á s m i e m -bros del S o n d e r k o m m a n d o , les h a b l o de nader ías y les a segu ro , c o n a b s o l u t o a p l o m o , p e r o a l p rec io de u n a tens ión i ncesan t emen te acre-cen tada , q u e m e sent i ré m u y d i choso c u a n d o vea q u e los d e s p a c h o s desc i f rados c o n f i r m a n mis supos ic iones acerca de las i n f o r m a c i o n e s remi t idas a iMoscú p o r el p a r t i d o c o m u n i s t a .

El 11 de s e p t i e m b r e , d u r a n t e el paseo q u e nos au to r i zan a d a r p o r el j a r d í n , p o n g o a Hillel al co r r i en te de los acon t ec imien tos y Katz llega a mi m i s m a c o n c l u s i ó n : nos e x p o n e m o s a q u e en cua lqu ie r m o m e n t o d e s c u b r a n n u e s t r o j u e g o . En tonces l e p r o p o n g o evad i rnos j u n t o s en la n o c h e del 12 al 13 de sep t i embre . Salir de mi hab i t ac ión y del s ó t a n o d o n d e Katz se hal la rec lu ido será la infancia del a r t e ; lle-ga r hasta l a p u e r t a pr inc ipa l , d o n d e m o n t a g u a r d i a un s o l d a d o es lo-vaco, a p e n a s s i será m á s difícil. S i endo a lgo op t imis tas , p o d e m o s con f i a r en q u e l o g r a r e m o s r e d u c i r a l g u a r d i a , c ruzar la p u e r t a y ce-r rar la luego p o r fue ra . Será u n a ven ta j a p a r a n o s o t r o s e l h e c h o de q u e e l cent ine la es té g e n e r a l m e n t e e b r i o , p e r o lo más p r o b a b l e es q u e t e n g a m o s q u e h a b é r n o s l a s a s i m i s m o con los d e m á s gua rd ias . Sin e m b a r g o , existe u n a pos ib i l idad de éxi to.

Katz a p r u e b a mi p royec to de evas ión, p e r o me conf iesa q u e no se cree con d e r e c h o a h u i r y q u e Ja perspect iva de m o r i r en la cárcel no m o d i f i c a r á su decis ión . Arguye q u e su m u j e r Cécile y sus dos h i jos se hal lan b a j o la vigilancia de la G e s t a p o en el castillo de Bi l leron y q u e los v e r d u g o s se v e n g a r á n en ellos en c u a n t o é l haya d e s a p a r e c i d o . Aprec io en su j u s t o va lor este a r g u m e n t o , p e r o le r e c u e r d o q u e ya a r r i esgó la vida de los suyos c u a n d o l levamos a c a b o la o p e r a c i ó n J u -liette.

—Ahora, las c i rcuns tanc ias son dis t in tas —me responde—. En

" ¡ H A HUIDO EL GRAN J E F E ! " 279

aque l m o m e n t o , yo a c t u a b a en p r o de l a causa c o m ú n , p a r a p r o p o r -c i o n a r a l C e n t r o la clave de las m a n i o b r a s del S o n d e r k o m m a n d o . Ten ía , pues , e l d e r e c h o y el d e b e r de ar r iesgar , no só lo mi vida, s ino incluso la vida de mis fami l ia res : la apues t a era d e m a s i a d o i m p o r t a n -te y s o b r e p a s a b a nues t ro s casos individuales de conciencia . Hoy , en c a m b i o , só lo yo estoy en causa y ésta no es r azón suficiente p a r a q u e e x p o n g a a mi m u j e r y a mis h i jos a tan e n o r m e pe l igro .

¿ Q u é p o d í a dec i r l e? ¿ Q u é p o d í a o b j e t a r l e ? Sólo p u d e callar. . . Katz per tenec ía a aque l la élite de h o m b r e s , cuya vida en su to ta l idad no es m á s q u e en te ra a b n e g a c i ó n y sacrif icio. No , nada p u e d o res-p o n d e r l e , p e r o sé m u y b ien que , en c u a n t o yo desaparezca , la violen-cia best ial de la G e s t a p o se d e s e n c a d e n a r á c o n t r a Katz.

Al d ía s iguiente , e x p o n g o a Hil lel mi n u e v o p lan de evas ión . Me desea suer te y sólo me p ide que , s i t engo éxi to , i n t en te lo impos ib l e p a r a salvar a su m u j e r y a sus h i jos . Ésta es su única súpl ica, me afir-m a . El 12 de s e p t i e m b r e p o r la ta rde , d igo ad iós a mi a n t i g u o com-p a ñ e r o de ru ta . A a m b o s nos cuesta lo indec ib le d o m i n a r nues t ra e m o c i ó n . A h o r a d e b o c o n c e n t r a r m e p o r c o m p l e t o e n m i p r o y e c t o d e evas ión. El t r ance va a ser a p r e t a d o y exige q u e no de je n a d a a la im-provisac ión del m o m e n t o . Recapi tu lo los e l e m e n t o s del p r o b l e m a , s o p e s o todas las pos ib i l idades y l lego a la conc lus ión de q u e sin d u d a las c i rcunstancias n u n c a han s ido tan favorables c o m o a h o r a : Berg viene a b u s c a r m e t o d o s los días a la p r i s ión de Neui l ly pa r a c o n d u c i r -me a la calle de las Saussaies. P e r o he o b s e r v a d o q u e la vigi lancia se ha ido r e l a j a n d o con el p a s o del t i empo . El s e g u n d o vehículo , q u e al p r i nc ip io n o s seguía, ha s ido s u p r i m i d o . En n u e s t r o p r o p i o coche, d o n d e an tes o t r o m i e m b r o del S o n d e r k o m m a n d o a c o m p a ñ a b a a Berg, a h o r a ya só lo t e n e m o s al chófe r , q u e t a m b i é n pe r t enece a la Ges t apo . C o m o este ú l t i m o sólo se o c u p a de su c o m e t i d o y la des-conf ianza de Berg se hal la un t an to a d o r m e c i d a p o r nues t ras amis to -sas re lac iones , es un h e c h o q u e las c i rcunstancias son a h o r a óp t imas . D e b o a ñ a d i r a ú n q u e Berg, a to s igado p o r sus desgracias famil iares , es un h o m b r e s e n t i m e n t a l m e n t e vu lne rab le . Se s iente e n f e r m o y bus-ca un r e m e d i o a sus ma le s en el f o n d o de la bo te l l a . Casi s i e m p r e en-t re dos copas , se q u e j a de a g u d o s do lo r e s de e s t ó m a g o .

En la coraza del S o n d e r k o m m a n d o , la vu lne rab i l i dad de Berg const i tuye un p u n t o débi l , q u e me h a b í a p r o p u e s t o exp lo t a r y del q u e d e t o d o s m o d o s m e h e servido a m p l i a m e n t e p a r a g r a n j e a r m e s u conf ianza . Me in tereso p o r su sa lud, le a c o n s e j o q u e se cu ide y le p r o -m e t o q u e un día i r emos a la f a rmac ia Bailly, s i tuada en el n ú m e r o 15 de la calle de R o m a , d o n d e le aseguro* q u e e n c o n t r a r á e l r e m e d i o ideal pa r a mi t iga r sus do lores . Tal sugerenc ia no se d e b e a l azar, pues to q u e aque l la f a rmac ia f igura en la lista de los lugares q u e he

280 l -A ORQUESTA ROJA

s e ñ a l a d o d e s d e hace t i e m p o c o m o m u y p rop ic ios p a r a u n a evas ión. En efec to , la f a rmac ia Bailly posee la in te resante pa r t i cu l a r idad de tener dos accesos, u n o en la calle de R o m a y o t r o en la calle del R o c h e r .

Al l legar a q u e l d ía 12 a la calle de las Saussaies, el d o c t o r Vauck me dice, con u n a segur idad q u e no e n g a ñ a , q u e a l a m a ñ a n a s igu ien-te ya es tará en cond ic iones de desc i f ra r los de spachos rad io te legrá l i -cos. Por consiguiente, el día 13 de sept iembre será el ú l t imo límite pa ra i n t en t a r mi evas ión . Después , la t r a m p a se ce r ra rá i n e x o r a b l e m e n t e s o b r e mí. Dec ido de f in i t ivamen te el p l a n a segui r : a la m a ñ a n a si-guiente Berg vendrá a buscarme, c o m o de cos tumbre , para conducir -me a la calle de las Saussaies, a d o n d e l l ega remos hacia el m e d i o d í a . Sin d u d a m e p r o p o n d r á q u e p a s e m o s p r i m e r o p o r l a f a rmac ia Bailly y e n t r a r á en ella c o n m i g o . P ienso d i r i g i r m e a un m o s t r a d o r , i r des-p u é s a la ca ja , y h u i r s e g u i d a m e n t e p o r la p u e r t a o p u e s t a . En el pr i -m e r m o m e n t o , Berg se sent i rá d e s c o n c e r t a d o : gr i ta r en a l e m á n en m e d i o d e u n a m u c h e d u m b r e f rancesa —porque s i e m p r e hay m u c h a g e n t e en la f a r m a c i a Bailly— no sería m u y eficaz; d i s p a r a r c o n t r a mí e n t r a ñ a r í a el r iesgo ev iden te de he r i r a a l gunos cl ientes. Si t ra ta de d a r m e alcance, c o n f i o en mi velocidad. . . y en su e s t a d o de e m b r i a -guez casi p e r m a n e n t e . Al salir de la f a r m a c i a , e s p e r o l legar en p o c o s m i n u t o s a la es tac ión de m e t r o , ir has ta el f inal de la l ínea de Neui l ly y t o m a r allí e l a u t o b ú s q u e va a S a i n t - G e r m a i n , d o n d e c u e n t o con un p r i m e r a p e a d e r o . Descar to la idea de t o m a r un t ren en la es tac ión Sa in t -Laza re p o r q u e , en c u a n t o se dé la señal de a l a r m a , es m u y pos i -b le q u e la G e s t a p o a c o r d o n e a q u e l b a r r i o y p r o c e d a a u n a extensa r e d a d a . N o o lv ido q u e d i s p o n d r é d e u n a d o c u m e n t a c i ó n e n regla y a q u e , an t e s de salir a la calle, Berg s i e m p r e me en t r ega , c o m o an tes he exp l i cado , un d o c u m e n t o de iden t idad y cierta c a n t i d a d de d i n e r o .

Es toy p r e s t o pa r a aque l l a ú l t ima o p o r t u n i d a d . D u r a n t e l a noche , veo con an t i c ipac ión e l f i lme de lo q u e t iene q u e ser, de un m o d o ter-m i n a n t e , mi evas ión fe l izmente c o n s u m a d a .

. 13 de sep t i embre . Me s iento a lgo febr i l ; e spe ro q u e n a d a venga a c o n t r a r i a r m i p l a n ; q u e Berg, m á s e n f e r m o q u e d e c o s t u m b r e , n o a n u l e su visita o no envíe a o t r o a g e n t e p a r a q u e le sust i tuya. No , t o d o acaece con n o r m a l i d a d : Berg llega a las once y m e d i a en p u n t o . S u b i m o s a l coche y c r u z a m o s la p u e r t a ; vuelvo mi m i r a d a a t r á s : Hi -llel está en el j a r d í n y le h a g o u n a señal de de sped ida . Sé q u e n u n c a m á s volveré a ver a mi c a m a r a d a de c o m b a t e . Ño p o d e m o s dec i rnos n i n g u n a p a l a b r a y este ú l t imo a d i ó s t iene q u e ser s i lencioso.

Ya e s t a m o s en París. Berg me ha e n t r e g a d o un d o c u m e n t o de

*¡HA H U I D O EL GRAN J E F E ! ' 281

iden t idad y u n a m o n e d a de q u i n i e n t o s t rancos . Nos acercamos a la calle de las Saussaies. C o n el t o n o m á s c o m p a s i v o del m u n d o le p re -g u n t o :

— ¿ C ó m o se s iente us ted hoy? —Cada vez peor . . . (Parece más a b a t i d o a ú n q u e de cos tumbre . . . ) .

H e m o s de pa sa r p o r l a f a rmac i a . D o r m i t a c u a n d o nos d e t e n e m o s a n t e aque l e s t ab lec imien to ; l o

desp ie r to con un leve c o d a z o y le d i g o : —Ya h e m o s l legado, ¿ v a m o s ? Entonces me da esta respues ta incre íb le : —Vaya a c o m p r a r es te r e m e d i o y vuelva en seguida. . . ¿ Q u é p r e t e n d e ? ¿Se t ra ta de u n a m a n i o b r a ? ¿ Q u i e r e p o n e r m e a

p r u e b a ? C o n t o d o sos iego, le m i r o a los o jos y le adv ie r to : —Pero, Berg, esta f a rmac ia t iene o t r a sal ida. —Le tengo abso lu t a conf ianza —replica r iendo—; a d e m á s , ya lo ve,

estoy d e m a s i a d o c a n s a d o p a r a sub i r la escalera. No me lo h a g o repe t i r p o r s e g u n d a vez. E n t r o en la fa rmacia . . . y

sa lgo casi i n m e d i a t a m e n t e p o r la o t r a p u e r t a . Me bas tan u n o s pocos m i n u t o s pa r a llegar a l m e t r o . L u e g o c a m b i o de d i recc ión p a r a t o m a r la del P o n t de Neuilly. T e n g o u n a suer te increíble. Al salir del m e t r o , s u b o al a u t o b ú s q u e se d i r ige a S a i n t - G e r m a i n . P o c o a poco voy re-c o b r a n d o la ca lma . No obs tan te , d e b i d o a un ref le jo instintivo, echo u n a m i r a d a a mi a l r e d e d o r : n a d i e observa . En tonces , c o m i e n z o a p e n s a r en las reacciones de Berg. D u r a n t e diez m i n u t o s p o r lo menos , no le e x t r a ñ a r á mi ausencia , p o r q u e éste es e l t i e m p o m í n i m o necesa-r io p a r a realizar u n a c o m p r a en un g r a n a l m a c é n d u r a n t e las horas de af luencia del p ú b l i c o . Luego , ya in t r igado , sub i r á a l p r i m e r piso de la f a r m a c i a y me b u s c a r á p o r t o d a s pa r t e s : o t r o s diez m i n u t o s p o r lo m e n o s . Al no e n c o n t r a r m e , neces i tará e l m i s m o lapso de t i empo , yendo m u y apr isa , p a r a llegar a la cal le de las Saussaies y d a r la a lar -m a . El S o n d e r k o m m a n d o no se p r e s e n t a r á en e l lugar de mi evasión hasta cua ren t a o c incuen ta m i n u t o s después de mi h u i d a . Y en tonces ya es ta ré en un lugar m u c h o más t r anqu i lo . . .

A las doce y med ia l lego a S a i n t - G e r m a i n . Estoy l ibre, p e r o aler-ta: un evad ido , a c o s a d o p o r la G e s t a p o , sabe lo precar ia q u e es su re-c o b r a d a l iber tad .

¿ P o r q u é h e o p t a d o p o r S a i n t - G e r m a i n ? E n p r i m e r lugar , p o r -q u e h e dec id ido busca r r e fug io e n t r e gen te q u e n o conozco pe r sona l -m e n t e m á s bien q u e c o b i j a r m e en casa de a l g ú n a m i g o de t oda con-fianza. Me pa rece inúti l y pe l ig roso e x p o n e r a los m i e m b r o s de la O r -ques ta Roja q u e a ú n s iguen en l ibe r tad . A d e m á s , e s m u y pos ib le q u e la Ges t apo haya in f i l t r ado a sus agentes en el c í rcu lo de mis relacio-nes. Sé q u e Georg ie de Win te r a lqu i ló en 1942 un p e q u e ñ o p a b e l l ó n

282 l-A ORQUESTA ROJA

en el Vésinet . I g n o r o si vive allí todavía , p e r o t a m p o c o ella se halla tan p ro t eg ida c o n t r a posibles compl icac iones . C i u d a d a n a n o r t e a m e -r icana , se vio o b l i g a d a a re fug ia r se en la c l andes t in idad c u a n d o los Es tados U n i d o s e n t r a r o n en gue r r a c o n t r a \as po tenc ias del Eje. Se le facili tó e n t o n c e s un d o c u m e n t o de iden t idad belga a n o m b r e de se-ñ o r a Thevene t , nac ida en u n a a ldea del nor te . Pe ro aque l l a d o c u -men tac ión no hab r í a resis t ido un e x a m e n a lgo r igu roso .

Sé a s i m i s m o que , en v e r a n o de 1942, Georg ie ins ta ló a su h i jo en un p e n s i o n a d o de S a i n t - G e r m a i n , d i r i g ido p o r dos h e r m a n a s inst i tu-trices. Pero , en este p u n t o , surge un nuevo i n t e r r o g a n t e : ¿ l o e n c o n -t ra ré todavía a l l í? ¿ No h a b r á c a m b i a d o de res idenc ia? De t o d o s m o -dos , c reo q u e , a l buscar un r e fug io en aque l la d i recc ión , h a b r é elegi-do e l c a m i n o m á s s e g u r o , e l m e n o s a r r i esgado . P o d r é invocar e l n o m b r e de G e o r g i e p a r a solicitar hosp i ta l idad y , así lo e spe ro , s abe r su actual p a r a d e r o .

D e s c u b r o e l p e n s i o n a d o sin la m e n o r d i f icul tad . U n a m u c h a c h a , de t i po r u s o m u y a c e n t u a d o , me a b r e la p u e r t a . J u e g o a í o n d o la car-ta de la con f i anza y expl ico a las dos h e r m a n a s cuál es mi s i tuac ión . Con g r a n so rp re sa p o r mi par te , no man i f i e s t an Ja m e n o r a l a r m a c u a n d o oyen el re la to de mi evasión, y eso no lo o lv idaré n u n c a . Me dicen q u e Patr ick ya no vive en su p e n s i o n a d o y q u e a h o r a se hal la al c u i d a d o de u n a fami l ia en Suresnes. Po r lo q u e se ref iere a Georg i e , ha r e sc ind ido su c o n t r a t o de i nqu i l i na to , pe ro quizá se e n c u e n t r a to-davía en e l Vésinet . Mis h u é s p e d a s i n t en t an te le fonear la d u r a n t e toda la t a rde y , p a r a e l caso de q u e no p u e d a r e u n i r m e c o n ella, me o f r e -cen a l o j a m i e n t o en su p r o p i a casa. Po r f in log ran es tablecer c o m u n i -cac ión con G e o r g i e en las p r i m e r a s ho ra s de la noche . Y G e o r g i e a c u d e i n m e d i a t a m e n t e , e m b a r g a d a p o r la e m o c i ó n de vo lve rme a ver, sin n i n g ú n t e m o r de verse asoc iada a mi c o n d i c i ó n de h o m b r e a c o s a d o p o r la G e s t a p o , dec id ida a ac tuar . N o s d e s p e d i m o s de las d o s h e r m a n a s , después de agradecer les c a l u r o s a m e n t e su h o s p i -ta l idad .

¡ Q u é d í a ! Para Pannwí tz y sus secuaces, aque l 13 de s e p t i e m b r e q u e d a m a r c a d o p o r u n a p i ed ra negra . . .

P ienso q u e he g a n a d o u n a baza m u y i m p o r t a n t e con t r a e l Son-d e r k o i m n a n d o y q u e he a s u m i d o de nuevo el con t ro l de la s i tuac ión . E l c o m b a t e se r e a n u d a . Sin e m b a r g o , ¿ c ó m o p o d r í a i g n o r a r t o d o lo q u e m e e s p e r a ?

N o neces i to m u c h o t i e m p o pa ra c o m p r e n d e r q u e e l p a b e l l ó n de) Vésinet , d o n d e G e o r g i e me a lbe rga , no es la m a d r i g u e r a ideal . En a q u e l lugar bas t an te a i s lado , inev i t ab lemente l l a m a r e m o s la a t e n c i ó n de l a gente . H e m o s de m a r c h a r n o s c u a n t o antes . Es ev iden te q u e no soy un e v a d i d o n o r m a l : las r e sponsab i l i dades q u e pesan s o b r e mis

" ¡ H A H U I D O EL GRAN J E F E ! " 283

h o m b r o s son a b r u m a d o r a s . Has ta aque l d í a , G e o r g i e i g n o r a b a p o r c o m p l e t o cuáles e r a n mis ocupac iones , só lo sabía q u e pa r t i c ipaba en la lucha con t ra los nazis. N u n c a me hacía p r e g u n t a s , p e r o a h o r a se da cuen ta de q u e , d i r e c t a m e n t e impl icada en mi acc ión, co r r e e n o r m e s pel igros. Y yo, no sólo me s iento en d e u d a c o n ella y su hi jo , s ino q u e soy t r i bu t a r i o a s i m i s m o de cuan tos me han a y u d a d o .

La Jucha con t inúa . Lejos de mí la perspect iva de e n t e r r a r m e en un a g u j e r o hasta el fin de la gue r ra . C o n la m a y o r rap idez pos ib le t engo q u e e n t r a r en con tac to con Michel , e l agen t e de en lace del par -t ido c o m u n i s t a , pa r a i n f o r m a r a Moscú de mi evasión. Cueste lo q u e cueste, t engo q u e saber s i mi i n í o r m e fue t r a n s m i t i d o p o r la emiso ra del p a r t i d o c o m u n i s t a q u e ha ca ído en m a n o s de la Ges tapo . De esa respuesta d e p e n d e t o d o el po rven i r del g r a n j u e g o . En lin, es igual-m e n t e p r i m o r d i a l q u e trate de p r o t e g e r a mis amigos encarce lados , pues to q u e a h o r a se ha l lan expues tos a sufr i r las consecuencias de mi evasión. Para d a r c ima a t odos estos obje t ivos , só lo c u e n t o con unos pocos días. Después , no tengo n i n g u n a razón pa ra d u d a r de q u e l a j a u r í a lanzada en mi persecución me segui rá ya la pista. . .

— ¡ O t t o ha h u i d o ! C u a n d o Berg, m á s e n f e r m o q u e nunca , regresa a la calle de las

Saussaies con esta noticia, la cons t e rnac ión y el p á n i c o a s o m a n en to-dos los ros t ros . Pannwitz c o m p r e n d e r á p i d a m e n t e q u e l e i m p u t a r á n la pr inc ipa l r e sponsab i l i dad . Reacciona c o m o yo h a b í a previsto, al estilo de los g r andes cazadores q u e acosan a las reses sin a h o r r a r los med ios . El h o m b r e q u e , tras e l ases ina to de Heydr i ch , hab ía d i r ig ido la r epres ión en t o d o el t e r r i to r io checos lovaco , se ha l laba a c o s t u m -b r a d o a tales s i tuaciones . En un ins tan te , el edif ic io de la fa rmac ia Bailly es ce rcado y decenas de clientes de t en idos . Pannwitz m a n d a re-gistrar de a r r i ba a b a j o t o d o e l i n m u e b l e , p e n s a n d o q u e quizá me haya o c u l t a d o allí hasta q u e t e rminen las pesquisas de la pol icía . L u e g o es a c o r d o n a d a la es tac ión Sain t -Lazare , c o m o yo me temía, y m i n u c i o s a m e n t e c o n t r o l a d o s los viajeros de los t renes q u e pa r t en de la mi sma . La G e s t a p o vigila t o d o s los e s t ab lec imien tos (a lmacenes , cafés, res taurantes , pe luquer ías) , p o r los q u e he p a s a d o en mis salidas a c o m p a ñ a d a s . Pannwitz a d o p t a la táctica de la pesca de a r r a s t r e : se imag ina q u e p r o c e d i e n d o a la de tenc ión de un c e n t e n a r de pe r sonas , descubr i r á a u n a q u e le p r o p o r c i o n a r á unas i n f o r m a c i o n e s intere-santes. Sin resu l tado . Entonces echa m a n o del ú l t imo recurso q u e le q u e d a : e l t e r ro r con t r a los m i e m b r o s de la O r q u e s t a Ro ja .

Para ac recen ta r e l desconc ie r to de Pannwitz, se me o c u r r e escri-bi r le unas l íneas : no me he evad ido , le expl icaré , s ino q u e me he vis-to o b l i g a d o a desaparecer . Dos desconoc idos se me h a n a c e r c a d o en la fa rmac ia y me h a n d a d o la con t raseña conven ida c o n el C e n u o

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p a r a mis e n c u e n t r o s con e l g r u p o de c o n t r a e s p i o n a j e . A m b o s me h a n a s e g u r a d o q u e la G e s t a p o está a p u n t o de e c h a r m e el g u a n t e y q u e a ellos Ies h a n d a d o la o r d e n de c o n d u c i r m e a un l uga r s eguro . L u e g o expl ico a Pannwi tz que , " p a r a no c o m p r o m e t e r nues t r a causa co-m ú n " , he j u z g a d o ind i spensab le no c o n t r a r i a r a a q u e l l o s h o m b r e s y seguir los . Me h a n hecho sub i r a un c o c h e y h e m o s sa l ido de París . A cien k i lóme t ros de la capital , h e m o s t o m a d o el t ren q u e se d i r ige a la f r o n t e r a suiza. A ñ a d o que , en un momento de d i s t racc ión de mis gua rd i anes , he e c h a d o a l c o r r e o aque l l a car ta en la es tac ión de Be-sa nç on y q u e no d e j a r é de tener le a l co r r i en te de los f u t u r o s acon tec i -mien tos . En u n a pos tda t a , r e c o m i e n d o a Pannwitz q u e no c o n s i d e r e r e s p o n s a b l e a Berg de lo o c u r r i d o p o r q u e , de t o d o s m o d o s , su p re -sencia en la f a r m a c i a n a d a h a b r í a i m p e d i d o . U n a de las dos h e r m a -nas del p e n s i o n a d o de S a i n t - G e r m a i n se p res ta a t o m a r el t ren has ta Besançon y depos i t a r allí mi car ta en cor reos .

Al t o m a r esta iniciativa, t r a t o de hacer creer a Pannwitz q u e estoy lejos de París, p a r a así f r e n a r sus pesquisas , p e r o s o b r e t o d o , en caso de q u e la G e s t a p o no halle mi i n f o r m e en los a rch ivos de la es tac ión de r ad io , p r o c u r o a l Cen t ro la pos ib i l i dad de p r o s e g u i r e l g ran j u e g o a pesa r de mi evas ión .

I n m e d i a t a m e n t e , y con g r a n d e n u e d o , G é o r g i e t r a tó de enlazar c o n e l p a r t i d o c o m u n i s t a . En efecto , yo tenía la pos ib i l i dad de e n t r a r en con tac to c o n la d i recc ión del m i s m o l l a m a n d o a un n ú m e r o de te-l é f o n o y d e j a n d o allí e l s iguiente r e c a d o : "E l s e ñ o r J e a n ha s u f r i d o u n a in te rvenc ión q u i r ú r g i c a y necesita med i c i n a s . . . " .

En c u a n t o rec ib iera este mensa j e , e l p a r t i d o c o m u n i s t a deb ía en -viar un agen t e de en lace a cada u ñ o de los c u a t r o p u n t o s previs tos , a l no r t e , al sur , al este y al oes te de París. Dos días después de la l l ama-da te lefónica de Géorg ie , e n c o n t r é a u n a j oven en e l Vésinet, u n o de los s u b u r b i o s occ identa les de la capi tal f rancesa . Le ped í nuevos do -c u m e n t o s de i den t idad , u n a cápsula de veneno y not ic ias del i n l o r m e e n t r e g a d o a Ju l i e t t e . La j o v e n volvió d o s días m á s t a r d e con la d o c u -m e n t a c i ó n q u e l e hab ía p e d i d o , u n a cápsu la de c i a n u r o q u e só lo de-b ía engul l i r . . . en e l ú l t imo e x t r e m o , y a l m i s m o t i e m p o , u n a not ic ia d e s c o n c e r t a n t e : la es tac ión de r ad io de las cercanías de L y o n sólo servía p a r a t r ansmi t i r mater ia l de p r o p a g a n d a a las d e m á s reg iones y, p o r cons igu ien te , l a G e s t a p o se h a b í a a p o d e r a d o ú n i c a m e n t e de al-g u n o s fol le tos q u e no con ten í an n i n g ú n secreto. J a c q u e s Due los —eso lo s a b r é m á s t a r d e — j u z g ó en aque l l a o c a s i ó n q u e e l i n f o r m e , conf i a -do p o r mí a Ju l i e t t e p a r a su envío a l C e n t r o , e ra d e m a s i a d o i m p o r -tan te p a r a ser t r a n s m i t i d o p o r r ad io . L levado a L o n d r e s p o r un co-r r e o especial , de sde allí se e n c a m i n ó a Moscú p o r la vía d i p l o m á t i c a . Era evidente , pues , q u e mi evasión h a b í a s ido inúti l y q u e , de h a b e r

" ¡ H A H U I D O EL GRAN JEFE!" 285

sab ido aque l lo s h e c h o s el d ía 13 en l uga r del d ía 17, sin d u d a me ha-llaría a ú n en Neuil ly. E l S o n d e r k o m m a n d o no c o n t a b a con n i n g u n a pos ib i l idad de d e s c u b r i r e l secre to del g r a n j u e g o .

Más grave todav ía : mi evas ión p u e d e p o n e r en pe l ig ro e l g ran j u e g o , a l q u e e l C e n t r o c o n c e d e u n a i m p o r t a n c i a tan g r a n d e . A h o r a ya no p u e d o caer vivo en m a n o s de la Ges t apo . La presenc ia de la cápsula de c i a n u r o en mi bols i l lo me conf i e re nueva fuerza y seguri-dad , p e r o p o c o fal ta p a r a q u e no me l a t rague. . . a l d ía s iguiente de habe r l a rec ib ido .

Aque l l a m a ñ a n a , G e o r g i e ha c e r r a d o l a p u e r t a ex te r io r , c o m o suele hace r lo s i empre q u e se m a r c h a . Los pos t igos de las ven tanas p e r m a n e c e n e n t o r n a d o s d u r a n t e t o d o e l día. H e m o s t o m a d o esta p r ecauc ión e lementa l p a r a d a r la i m p r e s i ó n de q u e la casa se halla deshab i t ada . . . Po r d o s veces seguidas , a lgu ien l l ama o b s t i n a d a m e n t e a la p u e r t a . Yo estoy aler ta , p res to a hu i r , p e r o el visi tante no insiste. Es u n a falsa a l a r m a .

La broma se repite a) día siguiente: unos violentos golpes en la p u e r t a de e n t r a d a n o s a r r a n c a n de n u e s t r o s u e ñ o . T e n g o e l t i e m p o jus to de ves t i rme a toda prisa y de cons t a t a r q u e la cápsula sigue en mi bols i l lo . Ya es toy a h o r c a j a d a s s o b r e el alféizar de la ven tana , dis-pues to a a r r o j a r m e al vacío en c u a n t o se h u n d a la p u e r t a de en t r ada , p e r o e l r u i d o cesa y o igo q u e e l p r o p i e t a r i o expl ica a . G e o r g i e que , desde hace varios días, t ra ta de lograr q u e visiten e l p a b e l l ó n sus nue-vos i nqu i l i nos y q u e , h a b i e n d o e n c o n t r a d o todas las p u e r t a s y venta-nas ce r radas , ha dec id ido p r o b a r suer te a la h o r a del lechero.

Este doble incidente no s incita a a c t u a r con rapidez. A c a b a m o s de tener la p r u e b a de q u e n o s h a l l a m o s a m e r c e d de u n a indiscrec ión. M a r c h a r n o s es u n a neces idad, p e r o e n t r e la decis ión y la e j ecuc ión se a b r e un foso, q u e resul ta difícil c ruzar c u a n d o u n o se ve a c o s a d o p o r la j a u r í a de los sabuesos de la Ges t apo . M a r c h a r n o s . . . Marcha rnos . . . , ¿ p a r a ir a d ó n d e ? E x a m i n a m o s diversas even tua l idades y dec id imos ped i r a los Queyr i e , e l m a t r i m o n i o q u e cu ida del p e q u e ñ o Patrick, q u e me den a l o j a m i e n t o en su casa. Viven en un chalet de Suresnes. Pero su m a d r e o c u p a un p e q u e ñ o piso en u n a g ran c i u d a d - j a r d í n de ios a l r ededore s . C o m o a h o r a se halla ausen te p o r a l g u n o s días, pue-do a p r o v e c h a r es ta c i rcunstancia , y yo no me h a g o roga r .

Llevo, pues , a l g u n o s d ías de ven ta ja a l S o n d e r k o m m a n d o . La p r u d e n c i a exige, no obs t an t e , q u e no me haga d e m a s i a d a s i lusiones. N o cabe d u d a d e q u e los h o m b r e s d e Pannwitz t ra tan d e d a r c o n m i -go a través de Georg ie . Más o m e n o s p r o n t o p a s a r á n de Saint-G e r m a i n al Vésinet y, luego, del Vésinet a Suresnes . En efecto, u n a s e m a n a m á s t a rde , ya h a n local izado e l p e n s i o n a d o de Saint-G e r m a i n gracias a la de t enc ión —una vez más , Pannwitz no a h o r r a los

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medios— y e n c a r c e l a m i e n t o de n u m e r o s o s amigos , p r ó x i m o s y leja-nos , de Geòrg ie . En Bruselas, sus p a d r e s y varios a m i g o s h a n s ido in-t e r rogados . P r o b a b l e m e n t e , p o r este m e d i o h a n l o g r a d o en t e r a r s e d e q u e e l h i j o de G e ò r g i e se ha l l aba en un p e n s i o n a d o de los a l r e d e d o -res de París . U n a i n f o r m a c i ó n les resul ta m u y ú t i l : a l tener conoc i -m i e n t o de q u e Geòrg ie h a b í a segu ido u n o s cursos de danza en una a c a d e m i a de la plaza de Clichy, se p resen tan en ella y saben p o r u n a de sus c o m p a ñ e r a s , Denise , q u e Pa t r i ck está en S a i n t - G e r m a i n .

Muy p r o n t o t engo la certeza de q u e la Ges t apo se a p r o x i m a : a ú n no h a n t r a n s c u r r i d o tres días desde q u e estoy en Suresnes c u a n d o me te le fonea u n a de las dos inst i tutr ices de S a i n t - G e r m a i n p a r a d e c i r m e q u e un h o m b r e se ha p r e s e n t a d o allí con e l p re t ex to de q u e desear ía e n t r e g a r a l g u n a cosa a la s e ñ o r a de Win te r (Geòrgie) . Po r la descr ip-ción q u e me hace del d e s c o n o c i d o reconozco a Kent, q u e se ha c o n -ver t ido en la e m i n e n c i a p a r d a del S o n d e r k o m m a n d o y cuya p re sen -cia volveré a cons t a t a r en todos los p u n t o s cál idos de la pesqu i sa . 1 res días m á s ta rde , un nuevo g r u p o de " c u r i o s o s " se p re sen ta en el p e n s i o n a d o . E n t r e ellos se haya Katz.

I n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s de mi evasión, todos los es fuerzos de Pannwi tz se h a n c o n c e n t r a d o en mi c a m a r a d a . Al j e i e del S o n d e r -k o m m a n d o se le ha m e t i d o en la cabeza que , a través de Hil lel , p o d r á d a r m e a lcance . Pero , an tes de uti l izar sus garras , e l m o n s t r u o r e c u r r e a la a s tuc ia : p r i m e r o le p ide q u e te lefonee a su m u j e r , Cécile, p a r a ci-tar la con t oda u rgenc ia en París. Cécile sabe s o b r a d a m e n t e q u e su es-p o s o se hal la en m a n o s de la G e s t a p o desde e l mes de d i c i e m b r e de 1942. Sabe a s i m i s m o q u e , a. ella, no d e j a n de vigilarla y q u e , si no a c u d e a la cita, se e x p o n e a d u r a s represal ias . No le q u e d a o t r a a l ter-nat iva q u e r e s p o n d e r a la l l a m a d a de su esposo . E n c u e n t r a a Hillel en un café y obse rva q u e va a c o m p a ñ a d o p o r un desconoc ido . Katz que , c o m o es de s u p o n e r , ha d e b i d o somete r se a las ins t rucc iones de Pannwitz , se las a r reg la no o b s t a n t e pa r a en te ra r la de mi s i t uac ión :

—Mis a m i g o s , le dice, se s ienten m u y inqu ie tos p o r lo q u e le haya p o d i d o o c u r r i r a O t t o y e spe ran q u e regrese de un m o m e n t o a o t ro . . .

En l engua j e n o r m a l , eso significa q u e me he evad ido . Só lo P a n n -witz cree en la u t i l idad de aque l la di l igencia. Pero no logra avanzar ni u n a p u l g a d a , dec ide r e c u r r i r á los m é t o d o s q u e l e son más fami l ia res (de tenc iones , to r tu ra ) e i m a g i n a u n a ú l t i m a e s t r a t agema e n v i a n d o a Katz en c o m p a ñ í a de sus esb i r ros a S a i n t - G e r m a i n . De n u e v o Katz cons igue salirse a i r o s o de la difícil p r u e b a : el cebo escapa al cazador . Después de a lgunas p r e g u n t a s a n o d i n a s s o b r e G e ò r g i e y Patrick, en e l ú l t i m o m o m e n t o logra s u s u r r a r a l o í d o de una de las h e r m a n a s :

—El s e ñ o r Gi lber t co r r e pe l ig ro de m u e r t e ; la G e s t a p o a n d a pi-s á n d o l e los ta lones .

"¡HA H U I D O EL GRAN J E F E ! " 287

¡ H e r o i c o Hillel que , has ta e l ú l t imo ins tante , c o m b a t e p o r nues-tra causa y que , p a r a salvar la vida de los d e m á s , a r r iesga la suya!

Más ade lan te , el m i s m o d ía de la l iberac ión de París, volví a la pr is ión de Neuil ly en c o m p a ñ í a de un c a m a r a d a , Aleks Lesovoy. El señor P r o d h o m m e , e l p o r t e r o í rancés de la casa, nos expl icó e n t o n -ces lo q u e hab ía s ido el m a r t i r i o de Hillel Katz. U n o s diez días des-pués de mi evasión, e l S o n d e r k o m m a n d o t o m ó la c o s t u m b r e de con-duci r lo , d u r a n t e la noche , a la calle de las Saussaies. Por la m a ñ a n a lo r e in t eg raban a su celda en un e s t a d o e s p a n t o s o . Su calvario lúe ha -c iéndose cada vez m á s d o l o r o s o , las b ru t a l idades de q u e era o b j e t o iban en a u m e n t o , sus llagas no tenían t i e m p o de cicatrizar en t r e u n a y o t r a sesión de to r tu ra . El p o r t e r o a p r o v e c h a b a el m o m e n t o de lle-varle la c o m i d a p a r a p r o d i g a r l e a lgunas p a l a b r a s y tener un a t i sbo de las a t roc idades q u e s o p o r t a b a . Los m o n s t r u o s del S o n d e r k o m m a n d o lo a c u s a b a n de h a b e r p r e p a r a d o mi evasión, de saber d ó n d e me ocu l t aba y de negarse a decir lo . Le r e p r o c h a b a n a s imi smo q u e me hub ie ra d a d o aviso previo de la visita e f ec tuada a S a i n t - G e r m a i n .

El señor P r o d h o m m e r e c o r d a b a p e r f e c t a m e n t e e l día en q u e , con las m a n o s y el r o s t r o p r o f u n d a m e n t e lacerados , Katz le c o n f i ó :

—Después de la gue r ra , e l s e ñ o r Gi lber t volverá s e g u r a m e n t e aquí . Dígale q u e , a pesar de las t o r t u r a s y los su f r imien tos , no l a m e n -to nada y me s ien to m u y feliz de h a b e r hecho lo q u e he hecho . Pídale senc i l lamente q u e se o c u p e de mis hi jos . . .

Unas ho ra s m á s tarde, los h o m b r e s de la G e s t a p o se lo l levaron. N u n c a h e m o s l l egado a s abe r en q u é cond ic iones m u r i ó Hillel

Katz, p e r o el v e r d u g o Pannwitz s í lo sabe, pues to q u e lo hizo t o r t u r a r y luego asesinar , con o sin s imu lac ro de ju ic io . Veo a ú n a Hillel , veo a ú n a aque l c o m b a t i e n t e e j e m p l a r . Para él, e l h e r o í s m o no era m á s q u e l a c o n d u c t a n a t u r a l de q u i e n e s han o p t a d o p o r sacrif icar su vida pa r a q u e los días ven ideros sean un can to de a l b o r o z a d o j ú b i l o .

En S a i n t - G e r m a i n , el S o n d e r k o m m a n d o de t iene a las dos h e r m a -nas. C o n g ran f i rmeza de á n i m o , ni h a b l a n ni d icen nada del viaje a Besan^on y de la car ta q u e Pannwitz ha rec ib ido de mí . Al d ía si-guiente , la G e s t a p o l lama a la p u e r t a del p a b e l l ó n del Vésinet. La j a u r í a se acerca y , d e n t r o de a l g u n o s días, de a l g u n a s h o r a s quizá, sus l adr idos r e s o n a r á n en Suresnes . U n a vez más , es prec iso d a r n o s pr isa , es preciso salvar a la s eñora Q u e y r i e a q u i e n l o g r o convence r de q u e se m a r c h e (va a re fug ia r se con Patrick en casa de su c u ñ a d a , en Co-rréze), y u n a vez más , es prec iso q u e G e o r g i e y yo a l cemos el vuelo . ¿ E n q u é d i r ecc ión? Lo r e f l e x i o n a m o s c o n c i e n z u d a m e n t e y me deci-do p o r los Spaak, Suzanne y Claude , a qu ienes conoc í p o r p r i m e r a vez en el verano de 1942. En aquella época, fui a su piso de la calle de Beaujola is pa ra avisarles de q u e la G e s t a p o a c a b a b a de de tene r a sus

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amigos Mira y Her sch Sokol , y me i m p r e s i o n ó la s ang re (ría con q u e rec ib ie ron la not ic ia . Ni p o r un ins tan te d u d a r o n de Mira y de Hersch , pues e s t a b a n p e r s u a d i d o s d e q u e a m b o s p re fe r i r í an mon i -antes de de l a t a r a sus c a m a r a d a s . Y eso es lo q u e r e a l m e n t e o c u r r i ó : los Sokol , a ñ a d i e n d o su n o m b r e a la larga lista de los már t i r e s de la resistencia c o n t r a el naz i smo , se l levaron este secreto , c o m o tan tos o t ros , a la t u m b a .

La conf ianza r ec íp roca q u e nos t e n e m o s es la m e j o r ga ran t í a de lo ace r t ado de mi dec is ión . G e o r g i e va, pues , a casa de ios Spaak, les ex-plica lo q u e o c u r r e y el los le a s e g u r a n q u e h a r á n lo impos ib le p a r a a y u d a r m e . U n a luz en la noche . . . C l a u d e viene a v e r m e en mi h a b i t a -ción de Suresnes . ¡ Q u é al ivio sabe r q u e ya no e s t amos solos! Lo m á s u r g e n t e es e n c o n t r a r u n a m a d r i g u e r a en la q u e p u e d a g u a r e c e r m e , a cond i c ión —ambos así lo reconocemos— de q u e no g u a r d e la m e n o r re lac ión con los mi l i t an tes de la resistencia. S e g u n d o impe ra t i vo : res-tablecer un con tac to r e g u l a r c o n e l p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés .

U n e s c o n d r i j o a n t e t o d o —puesto q u e e n m o d o a l g u n o p o d e m o s d e m o r a r n o s p o r m á s t i e m p o en Suresnes—, q u e nos sirva de r e fug io hasta q u e c o n t e m o s con un lugar m á s seguro . C o m o Denise, l a amiga de G e o r g i e en la a c a d e m i a de bai le , le h a b í a c o n f i a d o las llaves de su b u h a r d i l l a de la calle C h a b a n a i s , nos in s t a l amos en ella el 24 de sep-t i e m b r e p o r la n o c h e . P e r o he a c e p t a d o esta so luc ión a r e g a ñ a d i e n -tes. Algo me i n d u c e a p e n s a r q u e Denise no es m u y de liar y q u e qu i -zás a c a b a m o s de m e t e r n o s en la boca del l obo . Paso aquel la n o c h e del 24 a l 25 de s e p t i e m b r e s u m a m e n t e inqu ie to , no d u e r m o , estoy a t e n t o a t o d o s los r u i d o s n o c t u r n o s y t e m o q u e de un m o m e n t o a o t r o sur ja l a G e s t a p o en nues t r a p u e r t a .

Me s iento real y p r o f u n d a m e n t e a l iv iado c u a n d o , al a lba del día s iguiente , s a l imos d e a q u e l e s c o n d r i j o d u d o s o p a r a r e f u g i a r n o s e n casa de los Spaak . Mis p r e s e n t i m i e n t o s no me h a n e n g a ñ a d o y p o d e -m o s fel ic i tarnos d e h a b e r a b a n d o n a d o aque l l a b u h a r d i l l a con tanta presteza, p o r q u e Denise es d e t e n i d a y empieza a cha r l a r p o r los co-dos . Descub re a la G e s t a p o las señas de los Queyr i e , y con eso logra q u e la sue l ten i n m e d i a t a m e n t e . En tonces Pannwitz cree q u e ya está l l egando a la me ta . La j a u r í a se prec ip i ta s o b r e el chale t . D e m a s i a d o tarde . No ha l l egado todav ía la h o r a del t r i un fó , a u n q u e e l s eñor Queyr i e , q u e ha p e r m a n e c i d o en su casa, su f ra var ios i n t e r roga to -rios.

Pannwitz vuelve a h o r a sus a r m a s hacia o t r o l ado . Recur re a un a rd id , con e l q u e espera o b t e n e r g randes resu l tados . Convenc ido de q u e Patrick es mi h i jo , q u i e r e ut i l izar lo p a r a s o m e t e r m e al m á s vil chan ta j e , ya q u e ha l o g r a d o sabe r el lugar d o n d e se ha r e f u g i a d o la s eñora Q u e y r i e con e l n i ñ o . Un " v e c i n o " le te le fonea , pues, p a r a de-

" ¡ H A H U I D O EL GRAN J E F E ! " 289

cirle q u e su m a r i d o se ha r o t o una p ie rna y q u e d e b e regresar con toda urgencia . P e r o la e s t r a t agema es exces ivamente b u r d a y la seño-ra Queyr i e , v e n t e a n d o e l pe l igro , no se mueve de Corréze .

No p o r ello se desa l ienta e l j e fe del S o n d e r k o m m a n d o : " ¡Vaya! , se d ice ; si el « h i j o » de O t t o no qu ie re venir a noso t ros , se remos no-sot ros qu i enes vayamos a é l " . Y apres ta u n a exped ic ión pa r a ir en busca del p e q u e ñ o Patrick en t ierras de Corréze. Pannwitz no consi-de r a c o i n o d i n e r o c o n t a n t e y s o n a n t e los d iscursos d e m a g ó g i c o s y le-ni t ivos del d o c t o r G o e b b e l s q u e , en a q u e l l o s ú l t imos días del a ñ o 1943, vocifera su conf ianza en la victoria del III Reich. Pe r f ec t amen te i n f o r m a d o de cuál es la s i tuación de la Corréze en p l e n o maquis, o r g a -niza u n a ve rdade ra expedic ión mil i tar . Var ios vehículos, a tes tados de m i e m b r o s de l a G e s t a p o en pie de gue r r a , se p o n e n en m a r c h a . O b -j e t i vo : p r o c e d e r a la de tenc ión de un pe l ig roso agen te de la O r q u e s t a Roja de cua t ro a ñ o s de e d a d .

Mis ión c u m p l i d a . Pannwitz se f ro t a las m a n o s . T ras h a b e r m e d a d o caza d u r a n t e d o s semanas , cree es ta r en poses ión a h o r a de la clave de mi cap tu ra . "E l h i jo del g ran j e f e está en nues t ras m a n o s , se dice, y p o r él l l ega remos al p a d r e . " Su convicc ión se acrecienta t o d a -vía a n t e un test q u e cree decisivo: c u a n d o ha m o s t r a d o mi fo togra f í a a Patr ick y ha p e d i d o a éste q u e le diga el n o m b r e de aque l " s e ñ o r " , e l n i ñ o ha r e s p o n d i d o : " P a p á N a n o u " . A h o r a s í q u e está abso lu ta -m e n t e seguro . Pe ro e l j e f e del S o n d e r k o m m a n d o igno ra q u e Patrick suele l l a m a r m e así, p o r la m i s m a razón q u e la s eñora Queyr ie t iene d e r e c h o a ser " M a m i t a A n n i e " .

A u n q u e me felicite p o r l a sup ina sandez de Pannwitz, no deja de p r e o c u p a r m e la s i tuación del p e q u e ñ o . Sospecho q u e Pannwitz p r o -c u r a r á a s imi smo p o r t odos los med ios a t r a p a r a Georg ie . Más t a rde s a b r e m o s q u e los h o m b r e s d e l a G e s t a p o n o e s t a b a n d e a c u e r d o acerca de lo q u e d e b í a n hacer c o n Patrick, pues to q u e u n o s q u e r í a n env ia r lo a Alemania , mien t ras o t ro s p re fe r í an t ener lo en París a su d i spos ic ión . C o m o de todos m o d o s les resu l taba difícil encarce la r lo , lo ing resa ron con la señora Queyr i e en una ins t i tuc ión de Saint-G e r m a i n r equ i sada p o r los a lemanes . Allí los d e j a r o n hasta e l mes de e n e r o de 1944, é p o c a en q u e los t r a s l ada ron a la casa de Suresnes, a la q u e s iguieron vigi lando d ía y noche . E s p e r a b a n que , no p u d i e n d o segui r s e p a r a d o de mi " h i j o " p o r más t i empo , iría a v a g a b u n d e a r p o r aque l los pa ra j e s y caería en la t r a m p a .

Pannwitz se ha e q u i v o c a d o nec iamen te . A h o r a me he r e f u g i a d o en casa de los Spaak. Pero, a pesar de t oda la conf ianza q u e me inspi-r a n , no p u e d o de ja r de pensa r q u e este e scond r i j o e s e l m e n o s seguro de todos los q u e me han a c o g i d o después de mi evas ión. Sé q u e a m -bos Spaak pe r t enecen a la resistencia, p e r o todavía no sospecho hasta

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q u é p u n t o se hal lan c o m p r o m e t i d o s en ella. Suzanne , en par t icu la r , se consagra a múl t ip les act ividades c landes t inas . En 1942, se ha ded i -cado a salvar n iños j u d í o s y ha mi l i t ado ac t ivamen te en el Mov imien -to nac ional con t r a e l r a c i s m o ; p e r o , en s e p t i e m b r e de 1943, c u a n d o me acoge en su casa, i g n o r o q u e t r aba j a a d e m á s con varias organiza-ciones gaull is tas y comuni s t a s . Torna p a r t e en las acciones más arr ies-gadas , sin q u e le p r e o c u p e el pel igro. Po r cons igu ien te , se hal la m u y expues ta , j u z g a m o s q u e es más p r u d e n t e s e p a r a r n o s y p a s a m o s las dos noches siguientes en e l t emp lo del O r a t o i r e , j u n t o a l Louvre , acog idos esta vez p o r el pas tor , q u e suele o f r ece r a l b e r g u e a los n iños j u d í o s q u e Suzanne Spaak a r r an ca de las ga r r a s de los a l emanes .

Grac ias a ta m e d i a c i ó n de los Spaak , desde el O r a t o i r e voy a pa -rar a una pens ión pa ra j ub i l ados . . . Según parece , el lugar será inme-jo rab le p a r a e l u d i r á l a Ges tapo , p e r o esta p a l a b r a de " j u b i l a d o " me es t remece.

26. MI ENCARNIZADA PUGNA CON LA GESTAPO

A mis t reinta y nueve a ñ o s y s iendo j e t e de la O r q u e s t a Roja, h e m e p u e s o b l i g a d o a r ep resen ta r e l papel de j u b i l a d o más o m e n o s senil en u n a apac ib l e pens ión , la Maison-Blanche , de Bourg - l a -Reine. P e r o no ine q u e d a o t r a a l ternat iva y , p o r cons igu ien te , me avengo a hacer de pens ionis ta achacoso q u e necesita los c u i d a d o s p e r m a n e n t e s de una e n f e r m e r a . C o m o es preciso descar ta r la p resen-cia de Georg ie , ape la rnos a la señora May, viuda de un chansonnier h a r t o c o n o c i d o , q u e detesta a los nazis y está d ispuesta a pa r t i c ipa r en la lucha c landes t ina . D e b e m o s a Georg ie el hal lazgo de aque l la rara avis, p u e s t o q u e d a r con u n a m u j e r de a b s o l u t a conf ianza y presta a a f r o n t a r tales riesgos no era en tonces u n a e m p r e s a lácil. A p a r e n t e -men te , será u n a anc i ana tía m u y solícita, p e r o , en rea l idad , va a ser mi a g e n t e de enlace.

T r a n s c u r r e n s o s e g a d a m e n t e mis p r i m e r o s días en la Ma i son -Blanche , p e r o o b s e r v o q u e varios pens ion is tas parecen e x p e r i m e n t a r tantas d i f i cu l t ades c o m o yo p a r a r ep resen ta r su pape l de apacibles anc ianos . No cabe d u d a de q u e ciertos indicios de la tan t an to su ver-d a d e r a e d a d c o m o su au tén t ica cond ic ión . T e n g o la i mp re s i ó n de que , c o m o yo, t r a t an de sus t raerse a la cu r ios idad de los a l emanes , y eso no de ja de p r e o c u p a r m e . . . La a tmós fe ra q u e re ina en la casa es cord ia l , p e r o t o d o e l i n u n d o se mues t ra reservado, c o m o s i t emiera las indiscrec iones de los demás , y las c o m i d a s se e fec túan en la inti-m i d a d de cada hab i tac ión . Sí, se t rata c i e r t amen te de u n a casa de re-poso m u y s ingular . . .

No era p r o b a b l e q u e lograra d isuadi r a Pannwitz de sus p royec-tos, p e r o valía la p e n a i n t en t a r lo : a finales de s ep t i e mb re le escribí , pues , u n a s e g u n d a carta . C o m o reco rda rá e l lector, en mi p r imera misiva le h a b í a d icho q u e me iba a Suiza en c o m p a ñ í a de los agentes del c o n t r a e s p i o n a j e soviét ico; p e r o e l S o n d e r k o m m a n d o hab ía des-

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c u b i e r t o m á s t a rde las huel las de mi paso p o r S a i n t - G e r m a i n , e í Vesí-net y Suresnes . . . P o r cons iguien te , ten ía q u e o f r ece r l e u n a expl ica-ción p laus ib le de mis andanzas , y asi le e x p l i q u é q u e , de a c u e r d o con el servicio de c o n t r a e s p i o n a j e , hab ía r e g r e s a d o a París.

Adiv ino la o b j e c i ó n q u e i n m e d i a t a m e n t e salta a la vista: " P e r o , se me dirá sin d u d a , ¿ n o se l e o c u r r e n a d a m e j o r q u e ind ica r a l S o n d e r -k o m m a n d o l a c i u d a d en q u e usted se o c u l t a ? Po r p a r t e de un h o m -b r e q u e ha l o g r a d o h u i r de la G e s t a p o y q u e no de ja de verse a c o s a d o p o r ella, c o n v e n d r á usted q u e ésta e s c u a n d o m e n o s u n a iniciativa r e a l m e n t e insól i ta . Equivale senci l lamente a seña la r al cazador el ras-t ro de la caza, con lo q u e usted se e x p o n e a un e n o r m e pe l ig ro . . . " . C o m p r e n d o esta ex t rañeza , p e r o a r g u y o q u e es p rec i so tener en c u e n t a la ps icología h a r t o s u m a r i a de un agen t e de la G e s t a p o : ¡dí-gale q u e se hal la us ted en Par ís y lo b u s c a r á p o r t o d o s los r incones de E u r o p a !

A d e m á s , ten ía o t ras razones de m a y o r e n t i d a d : Par í s es e l pa r a í so de los q u e viven en l a c landes t in idad y , s i e m p r e q u e un h o m b r e aco-s a d o p o r l a pol ic ía logre presc indi r p o r c o m p l e t o de sus an te r io res re lac iones , cuen ta con g r a n d e s pos ib i l idades de esqu ivar a los q u e le pe r s iguen .

A d r e d e confe r í a mi car ta un t o n o de t r anqu i l a c e r t i d u m b r e , p o -n i e n d o de man i f i e s to mi i nd ignac ión p o r l a ac t i tud del S o n d e r k o m -m a n d o y a c u s á n d o l o de p rovoca r a s a b i e n d a s el p á n i c o con la de t en -c ión de inocentes , a j e n o s p o r c o m p l e t o a mi red . A ñ a d í a q u e , en lo sucesivo, mi c o n d u c t a a su respec to d e p e n d e r í a de q u e pus ie ra en li-b e r t a d a las p e r s o n a s q u e hab ía enca rce l ado .

Pannwitz , d e b i d o a su creencia de q u e el S o n d e r k o m m a n d o era d u e ñ o del g r a n j u e g o desde e l p r inc ip io , se s int ió d e s c o n c e r t a d o p o r mi car ta . Se p r e g u n t a b a cuáles e r a n mis ve rdade ra s in tenc iones y no a c e r t a b a a c o m p r e n d e r la razón que , d e s p u é s de mi evas ión, me im-p u l s a b a a no revelar al C e n t r o toda la v e r d a d . Y es q u e , e v i d e n t e m e n -te, i g n o r a b a q u e Moscú se ha l l aba i n f o r m a d o de la s i tuac ión exacta d e s p u é s de la o p e r a c i ó n Ju l i e t t e de f e b r e r o de 1943.

A la sazón, mi ob je t ivo p r i m o r d i a l consist ía en res tab lecer u n a c o m u n i c a c i ó n es tab le con el C e n t r o a través de la d i recc ión del par t i -do c o m u n i s t a f rancés . C o n f i a b a logra r lo gracias a Suzanne Spaak . Esta no era m i e m b r o del p a r t i d o pero , en su e m p r e s a de p o n e r a sal-vo a los n i ñ o s j u d í o s , c o l a b o r a b a con un j o v e n m é d i c o , e l d o c t o r C h e r t o k , q u i e n es taba en con tac to con un mi l i t an te c o m u n i s t a , e l a b o g a d o Lede r rnan . L e d e r m a n era u n o d e los p r inc ipa les r e sponsa -bles de la resis tencia j u d í a en Francia y yo le hab ía c o n o c i d o t i e m p o a t rás , c u a n d o a mi vez mi l i t aba en las f i las del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés . A nivel nac iona l , en lazaba con el d i r igen te de los g r u p o s de

MI ENCARNIZADA P U G N A CON LA GESTAPO 293

comba t i en t e s ex t r an je ros , c a m a r a d a Kowalski, je le a d j u n t o de la M O E Í M a n o de O b r a Ext ran je ra ) en e l seno del p a r t i d o comun i s t a .

Yo conoc í a b ien a Kowalski ; e ra el h o m b r e q u e necesi taba en aque l m o m e n t o , p o r q u e se ha l l aba en re lac ión t a n t o con la d i recc ión del p a r t i d o c o m o con Michel , e l mi l i t an te q u e , de sde 1941, a segura -ba mi en lace con e l p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés .

Llegar hasta Kowalski no constituía una empresa fácil, puesto que era prec iso r e m o n t a r la larga c a d e n a de sucesivos enlaces. Mien-tras p o n í a m a n o s a la o b r a en esta d i recc ión , el p r i m e r o y el qu ince de cada mes env iaba un m e n s a j e r o a la iglesia de las Buttes-C h a u m o n t , p u n t o de con tac to p e r m a n e n t e con e l Cent ro , q u e hab í a -m o s previs to de sde m u c h o t i e m p o atrás . Pe ro , ¿seguía f u n c i o n a n d o todav í a? El p r i m e r o de o c t u b r e , G e ò r g i e h a b í a a c u d i d o al lugar de la cita y no hab ía e n c o n t r a d o a nadie .

C o n la co l abo rac ión de dos a m i g a s inglesas, Ruth Peters y An to -nia Lyon-Smi th , q u e vivían c l a n d e s t i n a m e n t e en París, los Spaak ha -b ían l o g r a d o a le ja r a Geòrg ie . A n t o n i a L y o n - S m i t h nos hab ía p ro -pues to escribir a l d o c t o r J o n c k e r , a m i g o suyo, q u e vivía en Saint-P i e r r e -de -Cha r t r euse , a dos pasos de la f r o n t e r a suiza. Antinazi c o n -venc ido y resuel to , el d o c t o r a p r o v e c h a b a su pr ivi legiada ub icac ión pa r a facilitar el p a s o de r e fug i ados a Suiza. Mien t r a s a g u a r d á b a m o s su respues ta , dec id imos q u e G e ò r g i e iría a e sconde r se en un pueb le -cito de la Beauce, p r ó x i m o a Char t r e s . Allí e spera r ía la señal pa ra cruzar la f r o n t e r a suiza. P e r o Geòrg ie no s o p o r t ó aquel la espera . La vi l legar con los nervios e x a s p e r a d o s a B o u r g - l a - R e i n e el 14 de oc tu -bre . Logré convencer la de q u e regresa ra a la Beauce. Antes de m a r -charse a la m a ñ a n a s iguiente , d ía 15 de o c t u b r e , sin q u e yo lo advir -tiera e n t r e g ó a la s e ñ o r a May un p e d a z o de pape l , en el q u e había a n o t a d o sus nuevas señas. Y la s e ñ o r a May conse rvó el pedazo de pa-pel en su boísi í ío. Pero es taba previs to q u e a q u e l m i s m o día acud i r í a a la cita de las B u t t e s - C h a u m o n t .

P r e p a r é m i n u c i o s a m e n t e aque l l a cita. La s e ñ o r a May tenía q u e de tenerse a una dis tancia p rudenc ia l de la iglesia y, después de esta-blecer aque l con tac to —insistí m u c h o en esta precaución—, no debía pasa r en m o d o a l g u n o p o r su piso, q u e se ha l l aba en las i nmed iac io -nes.

E l lector no h a b r á o l v i d a d o sin d u d a q u e Denise había p rac t i cado t i e m p o a t rás e l paso de dos con G e ò r g i e en la academia de baile. Pe ro no cabía la m e n o r d u d a de q u e , a la sazón, ba i l aba el t ango con el S o n d e r k o i n i n a n d o . Tras la incurs ión de éste a Suresnes, h a b í a m o s l legado a la c e r t i d u m b r e de q u e Denise h a b í a m o j a d o p r i m e r o la p u n t a de los pies en la iraición, p e r o q u e l uego se había m e t i d o en ella hasta los tobil los. Y Denise conoc í a m u y b ien a la señora May y

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las señas de su domic i l i o . D u r a n t e mi es tancia en la Maison-Bianche , hab ía a p r e n d i d o a co-

nocer a la s e ñ o r a May. A u n q u e ya de cierta e d a d , no p o r el lo d e j a b a de ser m e n o s expans iva y locuaz. C i e r t amen te in te l igente , e ra c o m o todos los q u e me h a b í a n a y u d a d o después de mi evas ión : f e rozmen te ant inazi , gene rosa , c o m b a t i v a , p e r o sin la m e n o r idea de lo q u e signi-f icaba la c l andes t i n idad y el t r a b a j o ilegal. F o r m a b a p a r t e de aque l l a legión de marav i l losos a f i c ionados que, p o r su inexper ienc ia , facili-t aban la a c t u a c i ó n de los p rofes iona les de la Ges t apo . Me hab ía c o n -f iado q u e su h i jo ún ico , a l q u e hab ía c o n s a g r a d o t o d o su ca r iño tras la m u e r t e de su e s p o s o , era p r i s i o n e r o de g u e r r a . Me i m a g i n a b a e l c h a n t a j e a t roz al q u e la somete r í an los esb i r ros de la G e s t a p o si p o r desgracia caía en sus gar ras . Po r eso le había p e d i d o q u e , de ha l la rse un día en tal a p u r o , hiciera lo impos ib le pa ra no d e s p e g a r los lab ios d u r a n t e dos o tres horas .

La cita en las B u t t e s - C h a u m o n t era a m e d i o d í a . E s p e r a b a q u e la s eñora May estar ía de regreso a la u n a o a la u n a y m e d i a c o m o máx i -m o . P e r o el t i e m p o pasaba sin q u e ella aparec ie ra . A las tres de la tar-de , todav ía no h a b í a l legado. No era necesar io ser un g r a n ad iv ino pa ra conc lu i r q u e a lgo le había o c u r r i d o y vo e m p e c é a hace r supos i -ciones.

Me parec ía inconceb ib le q u e la h u b i e r a n d e t e n i d o en e l m i s m o lugar de la cita, cuyas c o o r d e n a d a s só lo c o n o c í a m o s Geòrg i e , el Cen-t ro y yo. S e g u n d a h ipo tés i s : c o n t r a v i n i e n d o mis ins t rucc iones más es-trictas, se hab ía a c e r c a d o a su piso. Desg rac i adamen te , c o m o s u p e más tarde , esto fue p rec i s amen te lo o c u r r i d o . P r i m e r o e s p e r ó d u r a n -te un c u a r t o de h o r a cerca de la iglesia, sin q u e nad ie se p r e s e n t a r a . Pero en l uga r de volver s e g u i d a m e n t e a Bourg-Ja -Re ine , q u i s o pa sa r antes po r su domic i l i o . ¡Vayan us tedes a saber lo q u e e m b a r g a el co-razón de una m a d r e que , desde hace t i empo, no ha r ec ib ido noticias de su h i jo p r i s i o n e r o y t i e r n a m e n t e a m a d o ! Yo le hab ía p resc r i to q u e regresara d i r e c t a m e n t e a Bourg - l a -Re ine , p e r o ella cree q u e u n a s cartas la e spe ran m u y cerca de allí, al a lcance de la m a n o ; en tonces , t an to p e o r , va p o r el las v arr iesga el t o d o p o r el t odo . En lugar de cartas, a qu i en e n c u e n t r a en su piso, t r a n s f o r m a d o en r a t o n e r a , es a los h o m b r e s de la b a n d a de Lafon t , los auxi l ia res f ranceses de la Ges-tapo. Estos d e s c u b r e n en el f ó n d o del bolsi l lo de la s e ñ o r a May el pe -dazo de pape l . . . y las señas de G e ò r g i e en la Beauce.

Denise h a b í a m a l o g r a d o quizá su vocac ión de r a ionc i l lo b l anco , p e r o a c a b a b a de d e m o s t r a r su innegab le ap t i t ud c o m o " r a t a gr i s" . 1

i- Con esta expresión bur lona, que hacia relerencia a su uni iorme gris, se designaba durante la ocupación a las mujeres empleadas en los servicios administrativos de la Wehrmacht .

MI ENCARNIZADA P U G N A CON LA GESTAPO 295

Pannwitz hab ía s i t uado en el p iso de la s e ñ o r a May a los ianát icos del l a m o s o Henr i C h a m b e r l i n - L a f o n t . Les tenía conf ianza , pues to q u e le hab ían d a d o a b u n d a n t e s p r u e b a s de su servi l ismo y de su " c o m p e -tenc ia" . Sabía que , de p resen ta r se a lgún vis i tante en el p iso de la se-ñ o r a May, sería e f i cazmente i n t e r r o g a d o .

Sin e m b a r g o , no t o d o o c u r r e c o m o Pannwitz hab ía previsto. Fu-riosa al verse " c a z a d a " de aque l m o d o , la s eñora May empieza a ad -min i s t ra r u n a t u n d a de por razos a los agentes de La íon t , q u e están más a c o s t u m b r a d o s a p r o p i n a r l o s q u e a recibir los. Aquel los sicarios ca rgan con una g e n e r o s a dosis de tor tazos y se las ven y se las desean pa ra d o m i n a r a su presa . T e l e f o n e a n a Pannwitz , qu ien a c u d e inme-d ia t amen te . . . y recibe su c o r r e s p o n d i e n t e paliza.

Tras esta escaramuza , la s i tuac ión se agrava pa r a la señora May. La c o n d u c e n a la calle de las Saussaies v allí la s i túan an te esta dis-yunt iva : la vida de su h i jo a c a m b i o de las di recciones . Era de prever . P e r o la s e ñ o r a May logra callar d u r a n t e a l g u n a s horas . Hacia las seis de la t a rde ya no p u e d e más y su resis tencia se d e s m o r o n a : conf iesa q u e me ha l lo en la Mai son-Blanche , d e s c u b r e las señas de los Spaak y a ñ a d e q u e es mi agen te de en lace con es tos ú l t imos .

¡ P o b r e señora May q u e no es taba hecha pa r a la vida c landest i -na . . . ! En pocas horas , la G e s t a p o ha a l canzado un r e su l t ado m u y pe-l igroso. Los Spaak, Georg ie y yo es t amos a m e n a z a d o s . D e b o ac tuar , pues , con la m a y o r rapidez. Hac ia las tres de la ta rde , v iendo q u e la s eñora May sigue sin regresar , sol ici to h a b l a r c o n la m a y o r urgencia con la d i rección de la Maison-Blanche , la s e ñ o r a P a r r e n d ; la i n f o r m o de los ú l t i m o s acon tec imien tos y , t ras adver t i r le q u e ia G e s t a p o pue -de p resen ta r se de un m o m e n t o a o t ro , le r e c o m i e n d o q u e avise a to-dos los clientes "espec ia les" q u e viven en la pens ión , i n m e d i a t a m e n -te, con t oda se ren idad , la s eñora P a r r e n d aconse ja a las pe r sonas en pe l ig ro q u e se m a r c h e n .

Por mi par te , he c o n v e n i d o c o n ella q u e , s i a lgu ien me te lefonea , le d i rá q u e he sa l ido a d a r un p a s e o y q u e regresaré al a ta rdecer . Pienso, en efecto, q u e Pannwitz no lanzará i n m e d i a t a m e n t e su j a u r í a s o b r e la Mai son-Blanche , s ino q u e t ra ta rá de t r anqu i l i z a rme p o r lo q u e respecta al r e t raso de la s e ñ o r a May. Así, h a c i e n d o creer al Son-d e r k o m m a n d o q u e no regresaré de mi p a s e o has ta las siete de la tar-de, l e doy la impres ión de q u e no me s ien to inqu ie to . Me imag ino q u e Pannwitz va a c o n c e n t r a r p r i m e r o todas sus fuerzas en Bourg - l a -Reine, p o r q u e no es capaz de l levar a cabo varias ope rac iones a la vez. Po r cons iguien te , t engo q u e re tener lo e l m a y o r t i e m p o pos ib le en la Mai son-Blanche .

Hac ia las tres y med ia salí de la pens ión , t ras h a b e r d e s t r u i d o mi d o c u m e n t o de i d e n t i d a d ; l a d o c u m e n t a c i ó n de reserva q u e me había

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p r o p o r c i o n a d o e l pa r t i do comun i s t a , a t e s t i guaba q u e yo e ra un Volks-deutsch 2 y es to me confe r í a la e n o r m e ven ta ja de p o d e r c i rcular des-pués del t o q u e de q u e d a . Tuve buen c u i d a d o de de j a r en l a pens ión todas mis cosas y de no cerrar la p u e r t a de mi hab i t ac ión , p a r a d a r así l a impre s ión de q u e no me h a b í a m a r c h a d o p o r m u c h o t i empo . Y pa ra c o n f i r m a r esta idea en e l á n i m o de un eventual visi tante, d i spuse a p r o p i a d a m e n t e e l e scena r io : un l ib ro a b i e r t o —muy anodino— so-b r e la mesa , la c a m a revuelta y unas med ic inas en la mesil la de noche . T o d o es to p a r a convencer a los h o m b r e s de la G e s t a p o de q u e a g u a r -d a r a n mi regreso .

Ni p o r un m o m e n t o pe rd í la ca lma. Tal sos iego h a b í a l l egado a ser u n a especie de re f le jo inst int ivo q u e se d e s e n c a d e n a b a en c u a n t o sentía la p r o x i m i d a d " del pel igro . Neces i taba todas mis facul tades pa ra salvar a la famil ia Spaak de las m a n o s de Pannwitz y sus esbi-r ros . Anduve sin d e t e n e r m e hasta el P less i s -Robinson . El t i empo e ra magn í f i co y p o r las calles d e a m b u l a b a n n u m e r o s o s t ranseúntes . Pa-recían alegres y d e s p r e o c u p a d o s , p e r o ésa era sin d u d a u n a i lusión c reada p o r e l con t r a s t e en t re la agi tac ión de mi m e n t e , p resa de mil p r e o c u p a c i o n e s , y la apa ren t e se ren idad de los paseantes e n d o m i n -gados .

Efecto del azar y c o l m o de la s o r p r e s a : divisé la silueta de Michel , e l h o m b r e q u e cons t i tu ía mi n e x o de u n i ó n con la d i recc ión del pa r -t ido c o m u n i s t a . Iba a c o m p a ñ a d o . E x p e r i m e n t é la v iolenta t en tac ión de in te rpe la r lo , de con ta r l e e l d r a m a en q u e nos d eb a t í amo s , de p e -dir le conse jo y ayuda , p e r o desistí en segu ida de mi e m p e ñ o . No te-nía d e r e c h o a c o m p r o m e t e r l e . Quizá me e s t aban ya s igu iendo , vigi-l ando . Desde q u e me evadí , los i n f o r t u n i o s se suced ían sin i n t e r rup -ción (las h e r m a n a s de S a i n t - G e r m a i n , los Queyr i e , la s eñora May, la M a i s o n - B l a n c h e y a h o r a los Spaak). A pa r t i r de aque l m o m e n t o , me p r o h i b í a a mí m i s m o con el m a y o r r igo r el es tablecer con t ac to con todas las pe r sonas q u e se e x p o n í a n a su f r i r más t a r d e sus consecuen-cias. T r a t a b a . d e c o n v e n c e r m e de que , m á s de u n a vez, un evad ido de u n a p r i s ión o de un c a m p o de c o n c e n t r a c i ó n nazi hab ía t en ido q u e con ta r con sus solos recursos . Pe ro tal p e n s a m i e n t o , a u n q u e for ta le-cía mi d e t e r m i n a c i ó n , a u n q u e ac recen taba mi c o r a j e con sangre re-novada , no me d a b a n i n g u n a respuesta a l a p r e g u n t a q u e me obse-s i o n a b a : ¿ q u é iba a hace r? Y a d e m á s : ¿a d ó n d e p o d í a i r? ¿ Q u é iba a h a c e r ? Eso lo sabía s o b r a d a m e n t e : salvar a los Spaak. Pero , ¿a d ó n -de p o d í a i r? Ése era o t r o p r o b l e m a . . .

Anochec ía . So ledad del h o m b r e acosado . . . No d e j a b a de repe t i r -

2. Ciudadano de ascendencia alemana que no vivía en el terri torio del Reich. Durante la gue-rra, los Volksdeutich gozaban de los mismos derechos que los c iudadanos alemanes.

MI ENCARNIZADA P U G N A C O N LA GESTAPO 297

m e : ¿ q u é voy a hace r? Bruscamen te , con a d e m á n sólo a med ias consciente , de tuve un taxi y di al chó lé r la d i recc ión de la calle de Beaujola is d o n d e vivían los Spaak. . .

Ex t r aña idea, a p a r e n t e m e n t e , y ad iv ino la ob j ec ión que , sin ser m u y e x p e r t o en l a lucha c landes t ina , se me p u e d e f o r m u l a r : " ¿ L o s Spaak? ¡Pero s i eso era, l i t e ra lmente , a r r o j a r s e en brazos de P a n n -witz!" . De a c u e r d o , muy de a c u e r d o , p e r o ¿acaso d i spon ía de o t ra so luc ión p a r a salvar a mis a m i g o s ? Me lo j u g a b a t o d o a cara o cruz, p e r o no p o d í a hacer o t r a cosa.

P o r lo m e n o s , pocos m o m e n t o s an tes h a b í a l l egado a u n a certi-d u m b r e : la G e s t a p o hab ía e n t r a d o en acc ión . En efecto , hacia las seis de la t a rde , hab ía t e l e foneado a la M a i s o n - B l a n c h e y u n a voz desco -n o c i d a — a u n q u e n o pa r a t o d o e l mundo— m e hab ía r e s p o n d i d o :

—La señora P a r r e n d no está aqu í . . . C o n toda t r a n q u i l i d a d , yo hab ía a ñ a d i d o : —En tal caso, ¿ser ía usted tan a m a b l e de subi r a mi hab i tac ión y

avisar a mi tía, la s eñora May, q u e es taré de regreso hacia las o c h o y q u e me a g u a r d e pa r a cenar j u n t o s . . . ?

M á s t a rde s u p e q u e estas p a l a b r a s l l ena ron de sat isfacción a los m i e m b r o s del S o n d e r k o m m a n d o . Así t r anqu i l i zados y cada vez m á s seguros de alcanzar su obje t ivo , se hab ían ins ta lado c ó m o d a m e n t e y h a b í a n segu ido e s p e r a n d o mi regreso . Me e s p e r a b a n , pues, en la Ma i son -B lanche , p e r o no p o r eso tenía l a m e n o r segur idad de q u e o t r o c o m i t é de recepc ión no estuviera a g u a r d á n d o m e igua lmen te en el p i so de los Spaak .

Pensaba q u e s i los ve rdugos del S o n d e r k o m m a n d o hab ían logra-do q u e b r a r la resistencia de la s e ñ o r a May en e l p r i m e r m o m e n t o , u t i l i zando los p r o c e d i m i e n t o s q u e les e ran habi tua les , n i n g u n a razón se o p o n í a a q u e qu is ie ran e x p l o t a r a f o n d o aque l p r i m e r éx i to y a c e n t u a r a n la p res ión s o b r e su víct ima. Así sol ían ac tua r y, p o r des-gracia , los resu l tados o b t e n i d o s s i e m p r e h a b í a n s ido excelentes. El h o m b r e , q u e b r a n t a d o p o r l a t o r tu r a , t rata de l imitar p r i m e r o sus confes iones a un so lo n o m b r e , a un solo hecho . En c u a n t o ha p r o -n u n c i a d o este n o m b r e , d i s p o n e de nuevas fuerzas pa ra resistir, p e r o aque l lo s especialistas del s u f r i m i e n t o h u m a n o y de sus límites, a q u e -llos expe r tos del e s t ado ps icológico de su víct ima acen túan la t o r t u r a has ta p r o v o c a r u n a confes ión total . Saben q u e cuen t an con todas las pos ib i l i dadades de gana r . Y yo, p o r mi par te , no me hacía n i n g u n a i lus ión : l a s eñora May, en t r ada en años , más vu lne rab le q u e un j oven r e b o s a n t e de vida, más vu lne rab le p o r lo m e n o s f ís icamente , mal p r e p a r a d a p a r a a f r o n t a r las per ipecias de la vida*clandestina, carece-ría de los recursos de un Hillel Katz o de un Hersch Sokol , q u e ha-bían m u e r t o en la t o r tu r a sin h a b e r h a b l a d o .

298 l-A ORQUESTA ROJA

El taxi se d e t u v o a n t e el domic i l io de los Spaak. C o m e n z a b a la cuenta a t rás . Me sent ía c o m o aque l los oficiales del t i empo de los za-res q u e j u g a b a n a i n t r o d u c i r un solo ca r tucho en el bar r i le te de su re-vólver y acc iona r l uego el gat i l lo con el a r m a a p o y a d a en sus sienes. A veces, el p e r c u t o r d a b a en el vacío, p e r o t a m b i é n a veces...

Bajé del coche, l en tamen te , h a c i e n d o a c o p i o de todas mis fuerzas. Sin d u d a me ha l l aba de nuevo —¡una vez más!— en el u m b r a l de mi des t ino . I m p o s i b l e re t roceder , desde luego. Subí la escalera, l l evando en la m a n o la cápsu la de c i a n u r o q u e nunca a b a n d o n a b a , y l lamé a la p u e r t a . T r a s u n o s s e g u n d o s de espera , l a p u e r t a se ab r ió . Una r á p i d a mi rada . . . q u e se cruzó con la de mi a m i g o . A p a r e n t e m e n t e es taba sano y salvo. Me sent ía d i c h o s o , p e r o temía q u e mi dicha fuese pre -m a t u r a . Spaak c o m p r e n d i ó a l p u n t o que , en la in te r roga t iva o j e a d a (jue le d i r ig í , hab ía u n a p r e g u n t a , u n a so la : ¿es tá usted so lo , es tán aqu í los de la G e s t a p o ? Por su ac t i tud c o m p r e n d í q u e p o d í a estar t r a n q u i l o ; e n t o n c e s tuve la sensac ión de q u e mi sangre , p res ta a he-larse, r e a n u d a b a su m a r c h a en mis venas. Le d i je sin el m e n o r r o d e o :

— ¡Tiene q u e a b a n d o n a r su piso, i n m e d i a t a m e n t e ! La reacc ión de C l a u d e fue s o r p r e n d e n t e : — ¡ C ó m o ! C u a n d o usted ha l l amado , pensé q u e p o d í a n ser los

a l emanes . El des t ino de t o d o resis tente es hal larse un día u o t r o en tal s i tuac ión . . . Pero us ted , q u e se ve acosado d ía y n o c h e p o r la G e s t a p o , viene a av i s a rme a un piso q u e quizá se ha conve r t ido ya en u n a r a t o -nera , ¡es p a s m o s o !

—No p o d í a hacer o t ra cosa después de lo o c u r r i d o en Saint-G e r m a i n —le respondí—. ¡Ni u n a víct ima más! Sólo he p e n s a d o en-es o.

Sí, esta idea me o b s e s i o n a b a . En suma , un m o m e n t o de intensa e m o c i ó n . . . Pero no t e n e m o s

t i e m p o p a r a e scucha r los la t idos de nues t ro corazón , pa ra de l e i t a rnos en l a auscu l t ac ión de nues t ros sen t imien tos . H e m o s de pa sa r i nme-d i a t a m e n t e a la acc ión y e n f r e n t a r n o s con las c i rcuns tancias , Acto se-gu ido , a b o r d a m o s las cues t iones prác t icas : ¿ d ó n d e están los suyos, c ó m o p o d e m o s p reven i r los y sa lvaguarda r los de las represa l ias de Pannwi tz? C o m o Suzanne y los n iños tenían q u e regresa r de O r l e a n s aque l m i s m o día hacia las nueve de la noche , d e c i d i m o s q u e C l a u d e iría a e s p e r a r l o s a la es tación y los conduc i r í a a casa de u n o s amigos . Luego , la s e ñ o r a Spaak y Jos n iños se m a r c h a r í a n lo an tes pos ib le a Bélgica, m i e n t r a s C l a u d e se q u e d a r í a en París s u m i d o en la c landest i -n idad .

T o d o eso p o r lo q u e se ref iere a Ja famil ia Spaak . Pero mien t r a s h a b l a m o s , c a e m o s en Ja cuen ta de o t r o pel igro , más difícil de c o n j u -rar , q u e exige la a d o p c i ó n de unas decis iones y unas iniciativas m u y

MI ENCARNIZADA P U G N A CON LA GESTAPO 299

r áp idas : mi e n c u e n t r o con Kowalski, r ep re sen t an t e de! p a r t i d o co-munis t a , es taba previs to y f i j ado p a r a ef 22 de o c t u b r e en Bourg- la -Reine. No h a b í a m o s c o n v e n i d o a ú n la h o r a exac ta : e l doc to r Cher -tok deb ía t e le fonear la dos días antes a C l a u d e Spaak, p e r o la fecha me la había c o m u n i c a d o ya la s eñora May antes de su de tenc ión . Po r cons iguiente , h e m o s de a n u l a r t o d o lo conven ido .

Sólo una s e m a n a nos sepa ra de la cita. Para q u e nues t ro aviso lle-gue a Kowalski, ha de r e m o n t a r el c a m i n o q u e pasa p o r el d o c t o r Cher tok y el a b o g a d o L e d e r m a n . Pero loca l i za ra a m b o s en las tinie-blas de la c landes t in idad resul ta tan difícil c o m o descubr i r a un h o m -bre h o n r a d o en la cueva de b a n d o l e r o s de un Pannwitz. Es impos ib le o casi impos ib le . Y, sin e m b a r g o , me da escalofr íos pensar tan sólo q u e Kowalski, r e sponsab l e nac iona l de los g r u p o s de c o m b a t e ex-t ran je ros , v incu lado a l e s t ado m a y o r de los FTP y h o m b r e de con-fianza del p a r t i d o c o m u n i s t a f rancés , p u e d a caer en las gar ras de la Ges tapo . H e m o s de imped i r lo , cueste lo q u e cueste. Para ello, antes de sepa ra rnos , es tablezco con C l a u d e las m e d i d a s per t inentes . Y q u e -d a m o s en volvernos a ver el 21 de o c t u b r e p o r la n o c h e en la iglesia de la Tr ini té .

L e n t a m e n t e b a j a m o s j u n t o s la escalera sin d e c i r n o s nada . ¿Vol -ve remos siquiera a ve rnos? Al l l e g a r a la p u e r t a de la calle, nos es t re-c h a m o s la m a n o y vamos ya a s e p a r a r n o s , c u a n d o C l au d e me pre -gun ta :

—¿A d ó n d e va us ted? ¿ D i s p o n e p o r lo m e n o s de u n a buena m a -d r i g u e r a ?

—No se p r e o c u p e , sí, cuento" c o n un re íugio . . . C o m o re fug io , no tenía m á s q u e las calles de París. . . D e s g a r r a d o r

espectáculo el de aque l los dos h o m b r e s q u e se h u n d í a n en la oscur i -dad . . .

En t ré en u n a t abe rna , d o n d e beb í varias copas . Necesi taba u n o s m o m e n t o s p a r a r e f l ex iona r en la s i tuación, pa r a revivir a sangre Iría, s i p u e d o deci r lo así, aque l d r a m á t i c o 15 de o c t u b r e : la ma rcha de Georg ie , mi gozo p o r saber la m u y p r o n t o en segur idad , la espera del regreso de la s e ñ o r a May, mi sal ida p rec ip i t ada de Bourg - l a -Re ine , mi visita a C l aude Spaak. Lo ún i co q u e me conso laba era el hecho de q u e no había s o p o r t a d o pas ivamen te los acon tec imien tos , de q u e ha -bía i n t e n t a d o esquivar las a r r e m e t i d a s del e n e m i g o . Re ten i endo al S o n d e r k o m m a n d o en la Ma i son -B lanche , había l o g r a d o salvar a los Spaak.

H e m o s p o d i d o con e l los ! " T e n g o la impres ión de que, esta no -che, t a m b i é n yo p u e d o lanzar este g r i to q u e repi ten t o d o s los an t ina -zis o rgu l losos de sus victorias. Solo s o b r e la b a n q u e t a de aquel pe-q u e ñ o café, s e n t a d o an te mi vaso, b u s c a d o p o r t oda la Ges t apo ,

300 l-A ORQUESTA ROJA

t engo u n a m o r a l d e vencedor . N o obs t an t e , l a g u e r r a n o h a t e rmi -n a d o todavía . Desecho t o d o o p t i m i s m o excesivo. H e p o d i d o con ellos, c i e r t a m e n t e ; p e r o , ¿ p o r c u á n t o t i e m p o ? ¿ Q u é voy a hacer a h o r a ? ¿A d ó n d e voy a i r? ¿Y m a ñ a n a ? ¿Y d e s p u é s ?

A c a b o de s e p a r a r m e de Spaak y ya me veo o b l i g a d o a sopesar y va lorar de nuevo , u n a y o t r a vez, t o d o s los aspec tos de la s i tuac ión . De a lgo estoy seguro , de a lgo q u e es de s u m a i m p o r t a n c i a : no cabe d u d a de q u e el S o n d e r k o m m a n d o y sus auxi l ia res , los La íón t y c o n -sortes, es tán d e s p l e g a n d o en este m i s m o m o m e n t o t o d o s sus recursos pa r a a t r a p a r m e . Pero esos p e r r o s en acecho se ven en la p rec i s ión de p o n e r s o r d i n a a sus ladr idos. ¿ P o r q u é t o d a s esas p recauc iones im-pues tas a Pannwitz y a su b a n d a ? Pues p o r q u e i g n o r a n si he o no he i n f o r m a d o a Moscú . H a n de tener m u c h o c u i d a d o en no d ivu lgar mi evasión. S u p o n g a m o s q u e el C e n t r o no esté al co r r i en t e de los últi-m o s acon tec imien tos . Si Pannwitz da la a l a r m a genera l , si lanza a to-dos los servicios pol ic íacos en mi pe r secuc ión , se e x p o n e a q u e Mos-cú se en te re .

En la calle, en los cines o en los cafés, me sentía r e la t ivamente se-g u r o . En n i n g ú n lugar es taba ya tan a mis a n c h a s —respetando las proporc iones— c o m o c u a n d o me ha l laba s u m i d o , p e r d i d o e i gno ra -do en e l f lu jo y r e f l u j o de la p o b l a c i ó n par i s iense . I m p r e s i ó n t an to m á s t r anqu i l i zado ra p o r c u a n t o mi d o c u m e n t a c i ó n de Volksdeutsch m e confe r í a u n o s de rechos c i e r t amen te i m p o r t a n t e s , m á s a m p l i o s q u e los de rechos de los c i u d a d a n o s f ranceses : s o b r e t o d o p o d í a cir-cular d u r a n t e l a noche .

¿ Q u é hace un feliz Volksdeulsch c u a n d o se hal la en París p o r a lgu-nos d ía s? Sin d u d a , se da a la vida a legre . . . Seré, pues , un t r o n e ra . En rea l idad , no sospechaba lo difícil q u e es divert i rse c u a n d o la m u e r t e nos acosa . Al salir del café, e n t r é en un cine. No me p r e g u n t e n uste-des e l f i lme q u e p r o y e c t a b a n aque l la n o c h e ; só lo r e c u e r d o q u e l a b u -taca e ra c o n f o r t a b l e y la o scu r idad t r a n q u i l i z a d o r a y p rop ic i a al descanso . Además , e l t i empo t ranscur r ía , y eso me bas t aba a m p l i a -men te .

Al t e r m i n a r el f i lme, me e n c a m i n é a la es tac ión M o n t p a r n a s s e . Era ya m á s de m e d i a n o c h e . D e a m b u l é u n a y o t ra vez p o r las calles, e s p e r a n d o e l a lba . P r o n t o b l a n q u e ó e l cielo p o r e n c i m a de las te-c h u m b r e s de París, la c iudad se a n i m ó c o n sus p r i m e r o s r u m o r e s . Se inic iaba un nuevo día . Después de los a c o n t e c i m i e n t o s y la t r ep idan t e agi tac ión de la víspera, e l t i e m p o q u e se ex t end ía a n t e mí parec ía va-c ío : t end r í a q u e c o n t a r las ho ra s y los m i n u t o s , solo, a c e c h a n d o lo imprevis ib le . C o m o n a d a tenía q u e hacer , me decid í a p r o p o r c i o n a r a l g ú n t r a b a j o a l S o n d e r k o m m a n d o . D e s d e un café l l amé p o r te léfo-no a la M a i s o n - B l a n c h e :

MI ENCARNIZADA PUGNA C O N LA GESTAPO 301

—Perdone us t ed —dije a la voz desconoc ida q u e r e s p o n d i ó a mi l lamada—; no vine a d o r m i r a n o c h e , p o r q u e me d e m o r é en casa de u n o s amigos . Pe ro regresa ré hoy a l a t a rdece r , después de q u e me vi-site el médico . . .

Así no seré el ú n i c o q u e a g u a r d e con impacienc ia el lin del d ía . H o r a s vacías, camina ta s sin meta , p a r a d a s en los calés, en un res-

t au ran t e . Y de n u e v o la calle, a la q u e u n a y o t ra vez r e t o r n o , cual c o n c h a q u e e l o l ea j e a r r o j a s o b r e la a r e n a . Los pasos son lentos, p e r o el c e r e b r o se agi ta , los o jo s vigilan, la tens ión no se re la ja . Al dec l inar e l d ía , me d i c u e n t a de q u e no tendr ía fuerzas pa r a pa sa r una nueva n o c h e b a j o las estrellas. Neces i taba u n a c a m a p o r a lgunas ho ra s c u a n d o m e n o s . Un taxi ine c o n d u j o a la es tac ión Mon tpa rnas se , en la q u e en t r é un m o m e n t o , y luego a la es tación de Or léans . Me a d o r -mec í d u r a n t e el t rayecto. C u a n d o el coche se de tuvo , el chófer , extra-ñ a d o de q u e no descendiera , me despe r tó . ¿ C u á l sería en tonces mi a s p e c t o ? C ie r t amen te , no muy n o r m a l . Sin d u d a , no era difícil adivi-n a r q u e m e ha l l aba e n a lgún a p u r o .

El taxista, h o m b r e ya e n t r a d o en años , de ro s t ro s impá t ico e inte-l igente, se inc l inó hacia mí y me p r e g u n t ó :

—¿No sabe d ó n d e ir a d o r m i r ? Si qu ie re , véngase a mi casa.. . Pero t engo q u e hacer u n a c a r r e r a todavía an tes de re t i ra rme . . .

Sin q u e n a d a le h u b i e r a d icho , e l b u e n h o m b r e hab ía c o m p r e n d í -do mi angus t io sa s i tuación. . . Conf ié en él y le p r o p u s e paga r l e la ca-r r e r a q u e a ú n le fa l taba hacer .

Vivía so lo en u n a buha rd i l l a . Pero , de habe r r e s id ido en un pala-cio, no rne h a b r í a s en t ido m á s feliz. Su presenc ia me r e c o n f o r t a b a : ya no es taba solo. Un fu lgo r de c a m a r a d e r í a en mi n o c h e de fugit ivo. . . C o n g r a n so rp re sa p o r mi pa r t e , no me hizo n i n g u n a p r e g u n t a indis-cre ta . C h a r l a m o s mien t r a s d á b a m o s cuen ta de u n a pa rca cena : e l to-q u e de q u e d a , la p e n u r i a general y el r a c i o n a m i e n t o , el peso de la ocupac ión . . . Me acosté , p l e n a m e n t e feliz. C u a n d o desper t é hacia las c u a t r o de l a m a d r u g a d a , era un h o m b r e nuevo . Mi c o m p a ñ e r o me c o n d u j o a la es tac ión del no r t e , d o n d e le d i je q u e deb ía t o m a r un t ren. Le agradec í c a l u r o s a m e n t e su ayuda y nos s e p a r a m o s c o m o vie-j o s amigos . ¿ Q u i é n creyó q u e yo e r a? Sin d u d a , a l g ú n p r o v i n c i a n o q u e la víspera a n d a b a a la der iva p o r París y q u e a h o r a regresaba n su casa.

¡ Q u e r i d o vie jo! No sé q u i é n eres y p r o b a b l e m e n t e nunca l legaré a saber lo . Pe ro si todavía vives y lees estas líneas, s a b e q u e n u n c a ol-v ida ré lo q u e hiciste p o r mi aque l la noche .

17 de o c t u b r e . Ten ía u n a débi l esperanza de res tablecer a lgunos con tac tos . P a r a l e l a m e n t e a la cita c o n el r ep re sen tan te del p a r t i d o co-m u n i s t a , S u z a n n e Spaak m e hab ía p r e p a r a d o u n e n c u e n t r o con u n o

302 l-A ORQUESTA ROJA

de sus a m i g o s , G r o u - R a d e n e z , q u e per tenec ía a un g r u p o de la resis-tencia v incu l ado a Lbndres . Yo acar ic iaba eJ p royec to de e n t r a r en re-lación con la e m b a j a d a soviética en Ing la te r ra a través de a q u e l inter-m e d i a r i o . D e b í a m o s e n c o n t r a r n o s a l m e d i o d í a a n t e la iglesia de Au-teuil. Me e n c a m i n é , pues , a aque l lugar a la h o r a conven ida . Con ex-t r e m a d a p r u d e n c i a —como s iempre , la p r u d e n c i a era de rigor— lle-gué a las i n m e d i a c i o n e s de la iglesia. Al ace rca rme , observé q u e un Ci t roen n e g r o de t racción de lan te ra , e l coche p r e t e r i d o p o r la Gesta-po, es taba p a r a d o an te e l pór t ico del t emp lo . Tuve e l t i e m p o j u s t o de p o n e r los pies en po lvorosa . . . sin pedi r m á s expl icaciones . N u n c a he p o d i d o sabe r lo q u e allí ocu r r i ó , es deci r , s i los a l e m a n e s l o g r a r o n echa r e l g u a n t e a l m e n s a j e r o con q u i e n yo deb ía enlazar .

G e o r g i e íue d e t e n i d a p o r la n o c h e de aque l 17 de o c t u b r e en su p e q u e ñ o p u e b l o de la Beauce. Lo supe m á s ta rde , p o r supues to . Fue-r o n los h o m b r e s de La íon t qu ienes , el día 15, d e s c u b r i e r o n sus señas en el p e d a z o de papel q u e Georg ie hab ía e n t r e g a d o a la s e ñ o r a May. Pe ro e l S o n d e r k o m m a n d o esperó dos días an tes de lanzarse s o b r e sus huel las .

Al ver q u e yo no regresaba a la Ma i son -B lanche , Pannwitz d e d u j o q u e había ido a r e u n i r m e c o n Georg ie , lo q u e p o r o t ra p a r t e hab r í a s ido el c o l m o de la i m p r u d e n c i a . N u m e r o s o s agen tes de la G e s t a p o ce rca ron e l p u e b l o . Los h o m b r e s del S o n d e r k o m m a n d o p e r m a n e c i e -ron a l a c e c h o hasta m u c h o después de a n o c h e c i d o , e s p e r a n d o mi l legada p a r a lanzarse al asal to. Por íin, Pannwitz y Berg, e m p u ñ a n d o sendas pis tolas , d e s e n c a d e n a r o n el a t a q u e al f r en t e de sus huestes . D e c i d i d a m e n t e , Pannwitz r ep r imía en su inconsc ien te sus Il us t radas a sp i rac iones de e scenógra fo . Con G e o r g i e y su h i jo , e s p e r a b a poseer u n o s m e d i o s d e p re s ión fo rmidab le s , p e r o resulta s o r p r e n d e n t e q u e a q u e l especial is ta c o n s u m a d o de la t o r t u r a m o r a l v física no c o m -p r e n d i e r a q u e e l c h a n t a j e , p o r seguro q u e parezca , a veces p u e d e ser de u n a total inu t i l idad .

27. ORDEN GENERAL DE BUSCA Y CAPTURA

No ace r t aba a e x p l i c a r m e Ja de tenc ión de Georgie . D u r a n t e lar-gos meses, has ta la l ibe rac ión , me hice la m i s m a p r e g u n t a : ¿ c ó m o p u d i e r o n c a p t u r a r l a c u a n d o todas las pe r sonas q u e hab ían p r e p a r a -do su pa r t ida e r a n a b s o l u t a m e n t e d ignas de conf ianza y todas ellas se ha l l aban —aparentemente— en l i b e r t a d ? Po r m u c h a s vueltas q u e die-ra a esta cues t ión , e x a m i n á n d o l a b a j o todos sus apectos , no daba c o n una respues ta sat isfactor ia . P o r q u e , senci l lamente , i g n o r á b a m o s la existencia de aque l las pocas l íneas en el f o n d o de un bolsi l lo de la se-ñ o r a May, y eso no lo s u p i m o s has ta después de t e rminada la gue r r a .

Así pues , aque l l a n o c h e del 17 de o c t u b r e ignoro p o r c o m p l e t o la de tenc ión de Georg ie . Pe ro la cita m a l o g r a d a de Auteuíl es u n a señal de a l a r m a suf ic iente p a r a q u e acrec iente mi desconf ianza . La G e s t a p o m e r o d e a p o r los a l r e d e d o r e s y ya es h o r a de q u e p o n g a t é r m i n o a mi v a g a b u n d e o p o r las calles de París. £1 día ya es d e m a s i a d o avanzado pa r a q u e hoy m i s m o in ten te a l g u n a ges t ión eücaz. H e r e a n u d a d o m i marcha e r r an t e , b u s c a n d o con l a m i r a d a u n a t aberna ab ie r ta , c u a n -d o en la calle C h a b a n a i s obse rvo un le t re ro : NUTJ'ÜT Deutschen. Se tra-ta de u n o de los p r inc ipa les b u r d e l e s reservados a la W e h r m a c h t . Más de una vez los m i e m b r o s del S o n d e r k o m m a n d o me h a n h a b l a d o de aque l los lugares , q u e ellos suelen f r ecuen ta r en el ba r r i o de los Champs-Élysées .

Es m e d i a n o c h e y necesi to un r e f u g i o p a r a c u a t r o o c inco h o r a s . Desde la calle o igo ei r u m o r de los gritos y Jas canciones báquicas q u e r e s u e n a n en aque l la casa. Soldadesca e m b r i a g a d a , q u e se olvi-da de la guer ra . . . en unos a m o r e s o rgan izados . Están tan ebr ios q u e no me p re s t a r án a t enc ión . Y pa ra aquel las chicas, cuyo e m p l e o es la d is t racc ión, si así p o d e m o s l l amar la , del vencedor , yo no seré sino un boche c o m o los deinás . En tonces me decido a e m p u j a r la p u e r t a y en-tro. Evito el sa lón , d o n d e re ina u n a viva a n i m a c i ó n , y p ido a la pa -t r o n a q u e me conduzca d i r ec t amen te a l p r i m e r piso. La hab i t ac ión se halla d i spues ta según exige la f u n c i ó n q u e d e s e m p e ñ a . Me a r r e l l ano en un sillón c o n f o r t a b l e . Poco d e s p u é s en t ra una " e m p l e a d a " de la casa y ine p r e g u n t a r e s u e l t a m e n t e :

304 l -A ORQUESTA ROJA

—¿Para m e d i a h o r a o p a r a t oda la n o c h e ? N o h a b í a p e n s a d o , c i e r t amen te , e n s e m e j a n t e detal le. . . Media

h o r a será un lapso de t i e m p o d e m a s i a d o breve p a r a q u e ese r e fug io me resul te p rovechoso . Le r e s p o n d o , pues , q u e no t engo pr isa y q u e u n a bote l la de c h a m p a ñ a nos p e r m i t i r á c o n o c e r n o s m e j o r y c o n m a -yor delei te . Mi " c o m p a ñ e r a " d e s a p a r e c e y regresa luego con la bo te -lla. C o m i e n z o a bebe r , p e r o a p e n a s he p r o b a d o e l c o n t e n i d o de la p r i m e r a c o p a c u a n d o mi cabeza empieza a d a r vuel tas c o m o u n a lo-ca. Me levanto p e n o s a m e n t e , t i t ubeo y , a ú n e n t e r a m e n t e vest ido, me d e s p l o m o s o b r e la c a m a a n t e la m i r a d a a t ó n i t a de la m u c h a c h a . T r a n s c u r r e u n a med ia h o r a an tes de q u e vuelva en mí. . . y me dé cuen ta del lugar d o n d e me hallo. La chica me ha e s t ado c o n t e m p l a n -do en mi s u e ñ o y ha e s p e r a d o t r a n q u i l a m e n t e , pac i en t emen te , q u e de spe r t a r a de aque l s o p o r . Me levan to y r e a n u d a m o s nues t ra char la . Pe ro ella ha c o m p r e n d i d o p e r f e c t a m e n t e q u e soy un visi tante espe-cial y q u e no he ido allí p a r a l i b r a r m e a los p laceres previs tos en el p r o g r a m a de tales lugares .

Me m i r a a los o jos y me dice: —Pero, ¿ p o r q u é v ino usted a q u í ? Era p re fe r ib le q u e se f u e r a a un

hote l . . . ¿ T i e n e m i e d o de a l g o ? Obse rve q u e , aqu í , n a d a t iene q u e te-mer , p o r q u e n u n c a v e m o s a la Fe ldgenda rmer í a . . . Puede q u e d a r s e e l t i e m p o q u e q u i e r a : es ta rá m á s s e g u r o q u e e n o t r a s par tes . . .

L e r e s p o n d o q u e n o t e n g o n i n g ú n m o t i v o p a r a sen t i rme a t e m o r i -zado y le m u e s t r o mi d o c u m e n t a c i ó n de Volksdeulsch. Es inút i l . N a d a de c u a n t o p u e d o deci r le l og ra convencer la . En tonces empieza a con-t a r m e in t e rminab l e s h is tor ias s o b r e los oficiales a l e m a n e s q u e fre-c u e n t a n la casa, y o b s e r v o de p a s o q u e los Pannwitz y d e m á s acól i tos debe r í an a c o n s e j a r u n a m a y o r d iscreción a sus huéspedas . Me e n t e r o de n u m e r o s o s detalles acerca de la " e l e v a d a " m o r a l de los al tos ofi-ciales de la W e h r m a c h t en aque l los f inales de 1943, tan oscuros c o m o el f o n d o de las botel las q u e están vac i ando en el sa lón de la p l an ta ba j a .

A las c inco de la m a d r u g a d a a b a n d o n é aque l l a a c o g e d o r a m a n -sión. P r e g u n t é a la chica c u á n t o le deb ía . . .

—No —me dijo—, no q u i e r o n a d a , p o r q u e n a d a he h e c h o p a r a ga-n a r este d ine ro . . .

— ¡ T ó m e l o , senc i l lamente , c o m o señal de a m i s t a d ! F ina lmen te lo a cep tó y a l d e s p e d i r m e me r e c o m e n d ó : —¡Vaya con c u i d a d o ! No a n d e e r r a n t e p o r las calles. Si no sabe a

d ó n d e ir, venga a mi casa, d o n d e es t a rá m u y seguro . . . De a c u e r d o , p e r o s u p u s e q u e , en aque l l a casa, e l r eposo del gue-

r r e ro no sería e t e r n o . 18 de oc tub re . Por c u a r t o d ía consecu t ivo , r e a n u d é mi v a g a b u n -

ORDEN GENERAL DE BUSCA Y CAPTURA 305

deo . A n d a b a de a q u í pa r a allá, sin q u e nunca sup ie ra a ciencia cierta el i t inerar io q u e seguía. De calle en calle y g u i a d o p o r el azar me en-c o n t r é de p r o n t o an te el edif icio en el q u e se ha l l aba ins ta lada la sede del p a r t i d o p ronaz i de Marcel Déat . En aque l m o m e n t o me vino a la m e m o r i a e l f a m o s o a r t ícu lo q u e Déat pub l i có en su d i a r i o L'Oeuvre con e l t í tu lo : " M o r i r p o r Danz ig" . Aquel a n t i g u o d i r igente socialista inc i taba a h o r a a l r e b a ñ o de sus e m b a u c a d o s pa r t i da r io s a m o r i r p o r H i t l e r : ¡s imple cues t ión de o p c i ó n !

Al m i s m o t i e m p o q u e esos recuerdos , me a c o r d é de p r o n t o q u e , en a q u e l m i s m o edificio, vivía u n a e n f e r m e r a , la s e ñ o r a Lucie, q u e t i e m p o a t rás me hab ía pues to unas inyecciones. En tonces se me ocu-r r ió la idea, a l go loca, de r e f u g i a r m e —yo, el fugi t ivo, el h o m b r e aco-s a d o p o r la Gestapo— en e l m i s m o edificio q u e a l b e r g a b a la U n i ó n Nac iona l P o p u l a r , e l m o v i m i e n t o pol í t ico q u e con m a y o r a h í n c o p r o p u g n a b a la " c o l a b o r a c i ó n " . Además , con só lo l adear la cabeza, divisaba no lejos de allí la calle de las Saussaíes, desde la cual P a n n -witz dir igía sus pesquisas . ¡Aquel ba r r i o era, en ve rdad , p o c o reco-m e n d a b l e !

Mi idea pose ía todas las apar ienc ias de la a b e r r a c i ó n menta l . Pero só lo en apa r i enc i a —me dije—, p o r q u e nad ie en t r e mis amis tades co-nocía a la s e ñ o r a Lucie y, a d e m á s , al S o n d e r k o m m a n d o n u n c a se le ocu r r i r í a la idea de b u s c a r m e tan cerca y no imag ina r í a q u e p u d i e r a o c u l t a r m e a dos pasos de sus of ic inas . Cons ta té tan sólo que , I rente al edif ic io, hab ía un g r u p o de h o m b r e s y creí p re fe r ib le e spe ra r a q u e se re t i rasen aque l lo s i m p o r t u n o s . Me dispuse, p u e s , a c a r g a r m e de pa -ciencia p a r a q u e todas las c i rcunstancias me fuesen favorables , y a las diez de la n o c h e me dirigí con p a s o seguro hacia e l ala del i n m u e b l e q u e n o es taba o c u p a d a p o r los " c o l a b o r a c i o n i s t a s " .

Al l legar al tercer piso, l lamé a la pue r t a . La s e ñ o r a Lucie v ino a a b r i r m e , me m i r ó y pal ideció c o m o un m u e r t o .

—Pero, ¿ q u é le ocu r r e , señor G i l b e r t ? —exclamó la b u e n a m u -jer—. ¿Está us ted e n f e r m o ?

La e m p u j é levemente hacia e l in ter ior del p iso p a r a p r o s e g u i r allí nues t ras expl icac iones , y ella a ñ a d i ó :

— Está us ted t e r r ib l emen te c a m b i a d o , ya no es el h o m b r e q u e a n -tes conocí . . .

El h o m b r e a q u i e n ella hab ía c o n o c i d o hasta en tonces era un in-dust r ia l belga, q u e cada s e m a n a p a s a b a u n o s días en París.

—Señora Lucie —le dije de un tirón—, soy j u d í o , me he l ugado de la cárcel y a h o r a me pers igue la Ges tapo . ¿ P u e d e a l o j a r m e p o r u n o s días en su p i s o ? R e s p ó n d a m e s ince ramen te sí o no , se lo ruego . Si no es pos ib le q u e me q u e d e , no le g u a r d a r é r enco r y me iré inmedia ta -m e n t e .

306 l-A ORQUESTA ROJA

Sus o jos se l l ena ron de lágr imas . Me r e s p o n d i ó c o n voz cons t e r -n a d a :

—Pero, ¿ c ó m o ha p o d i d o pensa r p o r un m o m e n t o q u e l e recha-zaría ?

Me c o n d u j o a u n a hab i t ac ión . —Aquí —me dijo— estará usted seguro . P u e d e q u e d a r s e t an to

t i e m p o c o m o qu ie ra . Voy a busca r l e a l g o para bebe r . . . Yo hab ía a b i e r t o ya la c a m a : u n a s s ábanas b lancas y unas t razadas

tibias ine e s p e r a b a n . Entonces , mis ú l t imas tuerzas me a b a n d o n a r o n y me desmayé. Volví en mí en el m o m e n t o en q u e la s e ñ o r a Lucie en -t raba de n u e v o en l a hab i t ac ión . No me cabe l a m e n o r d u d a de q u e ini aspec to Fuese e l de un m o r i b u n d o , p u e s t o q u e ella no d e j a b a de r epe t i r :

— ¡ Q u é h a n h e c h o de usted, Dios m í o ! ¡ Q u é han hecho de us ted! Me acos té después de c o m e r . Es taba m u c h o m e n o s tenso de espí-

r i tu, p e r o e l r e c u e r d o de las ho ra s an t e r i o r e s me i m p e d í a conc i l ia r e l sueño . Sería m e d i a n o c h e c u a n d o oí q u e a lguien l l a m a b a a la p u e r t a del piso. C o m o m o v i d o p o r un resor te , me i n c o r p o r é en la c a m a y agucé e l o ído . Seguían l l a m a n d o : ¿ se r í an acaso n u e s t r o s vecinos de la calle de las Saussaies q u e venían a h a c e r n o s u n a visitar' Precipi ta-d a m e n t e me p u s e en la m a n o la cápsu la de c i anu ro .

Una voz de h o m b r e . Parecía h a b l a r en voz q u e d a . Unos pasos an te mi p u e r t a , a lgu ien l l amaba , y la s e ñ o r a Lucie e n t r ó con u n a lin-terna en la m a n o .

—¿Quién es? —le p r egun té . P r o b a b l e m e n t e pe rc ib ió en mi voz l a e m o c i ó n q u e me e m b a r g a b a

y, a ce r cándose a la c ama , me d i j o con el t o n o de la m a y o r c o n f i d e n -cia... p e r o con u n a i n g e n u i d a d a b r u m a d o r a :

— ¡ O h , t ranqui l ícese us ted , señor Gi lbe r t , t r anqu i l í cese ! ; es un a m i g o m í o , oficial del e jérci to f rancés , q u e se halla r e l ac ionado con Ja resistencia y viene a pasar a q u í la noche . . .

Dos resistentes b a j o e l m i s m o techo, en las m i s m a s b a r b a s de Pannwitz , e r a m u c h o y e r a incluso d e m a s i a d o . . . Así se lo exp l iqué so-s e g a d a m e n t e a la s e ñ o r a Lucie y le p r o p u s e m a r c h a r m e en seguida . Ella se n e g ó y salió de la hab i t ac ión . Les oí h a b l a r en voz ba ja . Vol-vió un m o m e n t o después , m ien t r a s o í a q u e se c e r r a b a l a p u e r t a de e n t r a d a :

—Ya está a r r e g l a d o —me dijo—; se ha m a r c h a d o a o t r a casa. . . Al d ía siguiente, 19 de o c t u b r e , me despe r t é a q u e j a d o de violen-

ta f i eb re . Incapaz de l evan ta rme , me q u e d é en c a m a y , p o r p r i m e r a vez en mi vida, me sumí en un s u e ñ o c a r g a d o de a luc inac iones . De las p r o f u n d i d a d e s de mi inconsciente , su rg ía de nuevo en f o r m a de pesa-dillas e l f i lme de mi vida. C o m o en un ca le idoscop io loco, las imáge-

O R D E N GENERAL DE BUSCA Y CAPTURA 307

nes se e m p u j a b a n , c h o c a b a n en t re sí, c aba lgaban u n a s s o b r e o t ras . Escenas de mi j u v e n t u d en Po lon ia , de la cárcel en Palest ina, de Mos-cú, de París, se suced ían en a p r e t a d o deso rden . T o d o parec ía l e j ano y p r ó x i m o , o s c u r o y c laro, c o n f u s o y o r d e n a d o . Asistía a la m u e r t e de mi p a d r e . C o n s o r p r e n d e n t e fuerza y rea l i smo, revivía mis e m o c i o n e s pasadas , mis a legr ías y mis do lores , mis r e c o b r a d o s sen t imien tos de tristeza y de a m o r .

Po r fin e m e r g í de aque l p e s a d o sueño , p o r fin escapé de aque l l a de l i r an t e der iva. Poco a p o c o el p resen te se instaló de nuevo en mi men te .

Un p resen te co lo r de azabache , inqu ie tan te . H a b í a m o s prev is to q u e , d e n t r o de dos días, me encon t r a r í a con C laude Spaak en Ja igle-sia de la Tr in i té . ¡ Y el 22 de o c t u b r e es taba conce r t ada la cita c o n Ko-walski en Bourg - l a -Re ine , p rec i samen te en la M a i s o n - B i a n c h e ocu-p a d a p o r l a G e s t a p o ! Mi angus t ia c o b r a b a inaudi tas p r o p o r c i o n e s : ¿ e s t a b a n a salvo todos los Spaak? ¿ H a b í a p o d i d o avisar C l a u d e a Kowalski? A b r u m a d o p o r tales pensamien tos , me s u m í de n u e v o en e l sueño , del q u e no despe r t é hasta ú l t imas horas de la m a ñ a n a del d ía 20.

" E d g a r , ¿ p o r q u é n o m e te le foneas? G e ò r g i e . " Es taba h o j e a n d o el Pam-Soir, el p a p e l u c h o de la co l abo rac ión , c u a n d o este l acón ico a n u n c i o , r e p e t i d o p o r dos veces en la m i s m a pág ina , me l l amó la a t enc ión .

Es tupefac to , lo releí varias veces. No cabía d u d a ; Pannwitz h a b í a l o g r a d o e c h a r e l g u a n t e a Geòrg ie . Disc re tamente t r i un i an t e , me ad -vert ía así q u e m u y p r o n t o debe r í a s o m e t e r m e a su chan ta j e . M u c h o más t a rde s u p e q u e aque l l a e ra la s e g u n d a vez en q u e e l j e f e del Son-d e r k o m m a n d o se servía de la p rensa p a r a d a r a c o n o c e r sus victorias. Ya a su regreso de la Corréze , hab ía l o g r a d o q u e le p u b l i c a r a n el si-gu ien te a n u n c i o : " G e ò r g i e , ¿ p o r q u é no vienes? Patr ick se halla en casa de su t ío . . . " .

La c a p t u r a de G e ò r g i e e ra un go lpe tan terr ible c o m o imprevis i -b le y me exigía q u e i n m e d i a t a m e n t e t o m a r a de n u e v o la iniciativa. Al a n o c h e c e r de a q u e l 20 de oc tub re , ba j é a la calle p a r a e fec tuar dos l l amadas te lefónicas . P r i m e r o , a la calle de Beaujola is , p a r a saber si los h o m b r e s de la G e s t a p o o c u p a b a n e l p i so de los Spaak . N a d i e me r e s p o n d i ó . Resu l taba i nconceb ib l e q u e e l domic i l io de mis a m i g o s no hub iese s ido invad ido , a no ser q u e e l S o n d e r k o m m a n d o h u b i e r a i n s t a l ado en e l m i s m o u n a r a t o n e r a . En tal caso, era c o m p r e n s i b l e el s i lencio del t e l é fono .

La s e g u n d a l l a m a d a te lefónica era p a r a la M a i s o n - B i a n c h e de B o u r g - l a - R e i n e . Dije q u e q u e r í a h a b l a r con l a s e ñ o r a P a r r e n d . U n a voz de acen to . . . e x t r a n j e r o , y m u y lejos de ser me lod iosa , me r e s p o n -

308 l -A ORQUESTA ROJA

d i o q u e p o r e J m o m e n t o s e h a l l a b a ausen te . E n t o n c e s l e r o g u é q u e tuv iera la a m a b i l i d a d de avisar a mi tía q u e yo ya no r eg re sa r í a a B o u r g - l a - R e i n e , p e r o q u e ir ía a ver la en su casa de París . Nerv iosa -m e n t e , mi i n t e r l o c u t o r me p i d i ó q u e r ep i t i e r a e l r e c a d o : l o h ice a r t i -c u l a n d o m u y l e n t a m e n t e las p a l a b r a s . ¿ Q u é m e p r o p o n í a con e s t o ? Desviar —tanto c o m o me f u e r a posible— la a t e n c i ó n de l a G e s t a p o de l a M a i s o n - B l a n c h e an t e s de q u e Kowalski se p r e c i p i t a r a en l a t r a m p a . E m p r e s a casi d e s e s p e r a d a , c i e r t a m e n t e , p e r o m e r epe t í a a q u e l f a m o -s o d i c h o : " N o existe n i n g u n a s i tuac ión d e s e s p e r a d a , s ó l o ex is ten h o m b r e s q u e s e d e s e s p e r a n . . . " .

M i e n t r a s t a n t o , tal c o m o h a b í a m o s c o n v e n i d o , e l 21 de o c t u b r e me r e u n i r í a c o n C l a u d e Spaak j u n t o a l a iglesia de l a Tr in i t é . D u r a n t e t o d o e l d í a , p a r a m a t a r e l t i e m p o y c o n j u r a r la a n s i e d a d , es tuve c o n -t e m p l a n d o c ó m o p a s a b a n p o r d e b a j o d e mis ven tanas . . . los coches del S o n d e r k o m m a n d o , q u e e n t r a b a n y sa l ían de la calle de las Saus-saies. A q u e l l o s s e ñ o r e s m e p a r e c í a n a r r a s t r a d o s p o r u n t o r b e l l i n o fe-br i l . . . Hac i a las n u e v e de la n o c h e , me a c e r q u é a la iglesia de la T r i n i -té: la n o c h e e r a m u y o s c u r a y n a d a se veía a p o c o s m e t r o s de d i s t a n -cia. P r o c u r é c o n s e r v a r mi c a l m a , lo q u e no era fácil d e s p u é s de los a c o n t e c i m i e n t o s de los ú l t i m o s d ías . P o r fin v i a C l a u d e q u e me e spe -r a b a . N o s a r r o j a m o s e l u n o e n b r a z o s del o t r o , incapaces d e p r o n u n -ciar u n a sola p a l a b r a .

M e u rg í a c o n o c e r las n o v e d a d e s h a b i d a s e n a q u e l l o s días . T r a s a q u e l p r i m e r m o m e n t o d e in tensa e m o c i ó n , só lo p u d e a r t i c u l a r d o s p a l a b r a s :

—¿Así p u e s ? M i e n t r a s n o s e n c a m i n á b a m o s hac ia l a cal le d e Clichy, C l a u d e m e

exp l i có q u e su m u j e r y sus h i jos se h a b í a n m a r c h a d o a Bélgica el d ía 17. C o m o S u z a n n e , a ñ a d i ó , se n e g a b a a c r ee r en la i n m i n e n c i a del p e l i g r o y se o b s t i n a b a en q u e d a r s e en Par ís , é l se vio o b / i g a d o a h a -cer la s u b i r casi a viva fuerza en e l t r en . P o r lo q u e p u d i e r a sucede r , h a b i a n c o n v e n i d o u n c ó d i g o sec re to : e n caso d e q u e f i r m a r a sus ca r -tas con e l n o m b r e de " S u z e t t e " , e so ind ica r í a q u e t o d o seguía sin n o -v e d a d , p e r o s i f i r m a b a " S u z a n n e " , C l a u d e no d e b í a d a r e l menor c réd i t o a l c o n t e n i d o de la car ta .

S u z a n n e S p a a k —¡con q u é e m o c i ó n e s c r i b o estas líneas.'—, Suzan-ne S p a a k f u e d e n u n c i a d a tres s e m a n a s m á s t a rde , e l 8 de n o v i e m b r e de 1943. E n t o n c e s c o m e n z ó su ca lvar io , q u e só lo t e r m i n ó c o n su m u e r t e , e n a g o s t o d e 1944.

N o o b s t a n t e , a q u e l 2 1 d e o c t u b r e , m e sent ía p l e n a m e n t e d i c h o s o p o r saber la c o n sus h i j o s l e jos de París . L u e g o h a b l é con C l a u d e de l a cita c o n c e r t a d a con Kowalski p a r a e l d ía s igu ien te . L o q u e C l a u d e m e d i j o n o e r a m u y a l e n t a d o r . E l d o c t o r C h e r t o k t en ía q u e t e l e f o n e a r l e

O R D E N GENERAL DE BUSCA Y CAPTURA 309

el d ía 19 pa r a conven i r la h o r a exacta de la entrevis ta . C laude había regresado , pues , a su p iso pa r a e spe ra r la l l a m a d a de Cher tok . A las doce en p u n t o , la h o r a f i jada, s o n ó e l t i m b r e del t e lé fono . Spaak des-co lgó el a p a r a t o y g r i tó :

—¡Eso está q u e arde. ' ¡ Q u e n a d i e se m u e v a ! Al o t r o e x t r e m o del hilo, e l q u e hab ía l l a m a d o co lgó inmedia ta -

mente . ¿ H a b í a c o m p r e n d i d o el d o c t o r C h e r t o k ? ¿ L o g r a r í a avisar a Ko-

walski? Angus t iosos in te r rogan tes . . . Aquél la fue mi ú l t ima entrevis ta con C laude Spaak d u r a n t e la

gue r ra . No volv imos a vernos has ta después de la l iberac ión. Mien-tras t an to , la sangre hab ía c o r r i d o b a j o los p u e n t e s de París. . .

P r e o c u p a d o , o b s e s i o n a d o p o r la cita de Bourg - l a -Re ine , regresé a casa de la señora Lucie. Puesto q u e yo seguía s i endo eí ob je t ivo pri-m o r d i a l de Pannwitz, e l ún ico m e d i o de desviar de la Maison-Blanche la a tenc ión del S o n d e r k o m m a n d o consist ía en q u e yo me pus ie ra en evidencia. Después de conc ienzuda ref lex ión , hice lo si-gu ien te :

A p r i m e r a s ho ra s del d ía s iguiente , 22 de oc tub re , t e le foneo a casa de C l a u d e Spaak. Una voz de m u j e r me r e s p o n d e . Y he a q u í e í increíble d i á logo q u e s o s t e n e m o s :

—¿Con qu i én t engo e l h o n o r de h a b l a r ? —Soy la secretar ia del señor Spaak. . . ¿ L a secretar ia de C laude? N u n c a la tuvo o , en t o d o caso, nunca

tuvo u n a secretar ia par t i cu la r . La G e s t a p o está, pues , allí. Aquella p r e t e n d i d a c o l a b o r a d o r a de mi a m i g o no e s m á s q u e una cómpl i ce del v e r d u g o .

Pros igo, e s f o r z á n d o m e p o r a p a r e n t a r l a m a y o r s e r i edad : —¿ P u e d e decir le q u e su a m i g o Henr i v e n d r á a verle a las dos de la

tarde. . . ? Muy a g r a d e c i d o p o r su interés, r e c u e r d e q u e es m u y i m p o r -tan te ese recado. . .

—Bien. No lo olvidaré. . . Y cue lgo el te lé fono. Reconozco q u e la e s t r a t agema era a lgo b u r d a , p e r o con la Gesta-

po no s i empre era preciso a n d a r s e con sutilezas. A u n q u e sin genera-lizar, las t r a m p a s m e n o s e l a b o r a d a s e r a n a m e n u d o las más rentables . En t o d o caso, aque l d ía mi m a n i o b r a de d ivers ión d i o inmedia ta -m e n t e sus f ru tos : a las dos de la ta rde , Pannwitz al f r en te de su co-m a n d o invadía el edificio de la calle de Beau joUis . A la m i s m a hora , en Bourg - l a -Re ine , el a b o g a d o L e d e r m a n y el d o c t o r Cher tok se a p o s t a b a n en las cercanías de la M a i s o n - B l a n c h e y l o g r a b a n inter-ceptar a Kowalski. ¡La suer te nos sonre ía !

Aquel 22 de o c t u b r e era e l c u m p l e a ñ o s de C l a u d e Spaak. Para ce-

310 l -A ORQUESTA ROJA

lebrar lo , C l a u d e tenía la i n t enc ión de i r en busca de a l g u n a s b u e n a s botel las a su piso. Antes de hacer lo , t e l e loneó a la m u j e r de hacer fae-nas, la s eñora Me landes , c o n la q u e había c o n v e n i d o a l g u n a s p r e c a u -ciones e l emen ta l e s : s i ella le l l a m a b a " q u e r i d o s e ñ o r " p o r t e lé fono , eso indicar ía q u e e l c a m i n o es taba exped i to y q u e p o d í a p re sen ta r se en el p i s o sin c o r r e r el m e n o r r iesgo. Por el con t r a r i o , si ella le de-cía ú n i c a m e n t e " s e ñ o r " , eso s ignif icar ía q u e existía un pe l ig ro m a -nifiesto.

C l a u d e Spaak. descue lga , pues , e l t e l é fono y marca su p r o p i o n ú -m e r o . La señora M e l a n d e s le r e s p o n d e y no de ja de repe t i r l e : "Se -ñor , s e ñ o r . . . " ; l uego e x c l a m a :

—¿Eso es t o d o lo q u e he de decir le? S i c o n t o d o eso C l a u d e no h u b i e r a c o m p r e n d i d o , hab r i a s ido

pa r a desespe ra r a cua lqu ie ra . . . En aquel m i s m o m o m e n t o , se inte-r r u m p e b r u t a l m e n t e la c o m u n i c a c i ó n . Enfu rec idos , los agentes de la G e s t a p o a c a b a n de a r r o j a r s e s o b r e l a p o b r e señora Melandes .

Fue i g u a l m e n t e en aque l 22 de o c t u b r e c u a n d o apa rec ió en París-Soir e l s iguiente a n u n c i o : " E d g a r , ¿ p o r q u é no me t e l e foneas? G e o r -

»» gie . Pe ro la voz de Pannwi tz c l a m a b a en el des ier to . . .

28. EL SONDERKOMMANDO BAJO NUESTRA VIGILANCIA

H a b í a n t r anscu r r ido cua ren ta días desde mi evasión, cua ren t a días d r amá t i cos , de i n i n t e r r u m p i d a tens ión y de ans iedad . . . P o r pri-m e r a vez, gracias a l r e fug io q u e me h a b í a b r i n d a d o ia s eñora Lucie, p o d í a t razar mis p lanes con se ren idad y es tablecer f r í amen te , casi c ien t í f icamente , el ba l ance de mis éxi tos y de mis fracasos.

En la cuen ta de los f racasos , a n o t a b a en p r i m e r lugar —aunque tan ac iago suceso hub ie se s ido a j e n o a mi voluntad— la t ra ic ión de Denise, q u e hab ía faci l i tado a la G e s t a p o el d e s c u b r i m i e n t o de mi p a s o p o r S a i n t - G e r m a i n , el Vésinet y Suresnes , y hab ía p r o v o c a d o la de t enc ión de las dos h e r m a n a s de S a i n t - G e r m a i n , del m a t r i m o n i o Q u e y r i e y del p e q u e ñ o Patrick. Po r mi par te , me i m p u t a b a dos fal-tas : la p r i m e r a era la de no habe r a l e j a d o más p r o n t o a G e o r g i e ; la s egunda , m á s grave, la de h a b e r ut i l izado c o m o a g e n t e de en lace a la s e ñ o r a May, exces ivamente vu lne rab l e e inexper ta . Po r ella, los ale-m a n e s h a b í a n ave r iguado a un m i s m o t i e m p o mi p resenc ia en Bourg - l a -Re ine , las señas de Georg ie en la Beauce, mis con tac tos con los Spaak y la cita con Kowalski. Mis éxi tos se l im i t aban a los con t r a -íuegos q u e , c o n l a co l abo rac ión de mis amigos , h a b í a p o d i d o o p o n e r a las iniciativas de Pannwi tz : los Spaak adver t idos a t i empo , Kowalski e s c a p a n d o de la Ges tapo en el ú l t imo ins tan te y mi p r o p i a l iber tad .

De t o d o s aque l los acon tec imien tos d e d u j e l a conc lus ión de q u e nos hab ía c o s t a d o m u y cara nues t ra improv i sac ión y , p o r cons igu ien-te, q u e deb ía crear u n a o rgan izac ión q u e nos evi tara tales d r a m a s . Me decidí , pues , a const i tu i r un g r u p o de vigilancia y de acc ión , for-m a d o p o r mi l i tantes e x p e r i m e n t a d o s .

En esa nueva perspectiva, cons ide raba q u e Aléks Lesovoy era el c o l a b o r a d o r ideal .

Lesovoy no per tenecía a la O r q u e s t a Roja. De n a c i o n a l i d a d rusa , hab ía l l egado a Francia s iendo todavía un n i ñ o . Después de servir p o r espacio de varios a ñ o s en la Legión Ex t r an j e r a , h a b í a a d q u i r i d o

312 l -A ORQUESTA ROJA

la n a c i o n a l i d a d f rancesa . Técn ico dent is ta , an t e s de la g u e r r a pose ía un g ran l a b o r a t o r i o en la chaussée d 'An t in .

Pol í t icamente , e r a un h o m b r e de g r a n cora je . Mi l i tan te del par t i -do c o m u n i s t a , hab ía ido a España d u r a n t e la g u e r r a civil, d o n d e se hab ía especia l izado en u n a act ividad t emib le p a r a e l a d v e r s a r i o : fa-b r i caba p e q u e ñ o s a r te fac tos explos ivos ( l ibros, cartas o paque tes ) , q u e remi t ía a los v e r d u g o s del p u e b l o e spaño l . Así hab ía cosechado n u m e r o s o s éxitos.

C o n o c í a a la m u j e r de Lesovoy, Mira , de sde su j u v e n t u d , c u a n d o e ra colegia la en Tel Aviv. Nac ida en Palest ina, desde aque l l a é p o c a c o m b a t í a en las filas del m o v i m i e n t o c o m u n i s t a .

En 1941, Aleks v ino a o f r e c e r m e sus servicios. Su f o r m a c i ó n mil i-tar , así c o m o su t e m p e r a m e n t o de h o m b r e a r r i e sgado y de acc ión , lo p r e d i s p o n í a pa r a las mis iones m á s pe l igrosas . Pero , c o m o ta rdase en l legarnos la c o n f o r m i d a d del C e n t r o a su in tegrac ión en nues t r a red, se u n i ó a o t r o g r u p o de c o m b a t e .

P o c o después de mi de tenc ión , e l S o n d e r k o m m a n d o se hab ía in-t e resado p o r él, p o r q u e su n o m b r e apa rec í a en los d e s p a c h o s r ad io -telegráf icos desc i f rados en Berlín. L o g r é d a r largas al a s u n t o y así Aleks Lesovoy se sus t r a jo a las invest igaciones de la G e s t a p o . Sin d u -da , mi in te rvenc ión hab r í a s ido eficaz d u r a n t e m a y o r t i e m p o a ú n s i e l c o n t r a e s p i o n a j e españo l no hub iese faci l i tado u n a f o t o g r a f í a suya a Pannwitz y consor tes y no lo h u b i e s e ca l i f icado de " i n d i v i d u o m u y p e l i g r o s o " , según la expres ión c o n s a g r a d a .

De h a b e r l o c a p t u r a d o , los a l e m a n e s lo h a b r í a n e n t r e g a d o inme-d i a t a m e n t e a las a u t o r i d a d e s españo las . C o m o yo sabía q u e se ocul-t aba en París, d u r a n t e a lgún t i e m p o logré e n c a m i n a r las pesquisas del S o n d e r k o m m a n d o hacia e l su r de Francia . No obs tan te , cada vez se hacía m á s es t recho a su a l r e d e d o r el c í rculo de los q u e le a c o s a b a n . E n a q u e l m o m e n t o f u e c u a n d o m e evadí. L o p r i m e r o q u e hice fue avisarlo. Le aconse jé q u e se un ie ra a un g r u p o de pa r t i s anos y se ale-j a r a de París . Me p r o p u s o q u e n o s f u é r a m o s a m b o s a l maquis; p e r o , a l r e s p o n d e r l e q u e tal perspect iva q u e d a b a desca r t ada p a r a mí , me hizo la s iguiente o f e r t a :

—Me q u e d o con t igo . Cance la ré todas mis ac tua les v incu lac iones (era u n a p recauc ión e lemental ) y te a y u d a r é en tu t r ab a j o . . .

T r a t o hecho . Ya c u a n d o me h a l l a b a en l a M a i s o n - B l a n c h e de Bourg - l a -Re ine , h a b í a m o s e sbozado un p lan de acc ión q u e e n t r a ñ a -ba s o b r e t o d o Ja f o r m a c i ó n de un g r u p o especial de vigi lancia .

Para comenzar , Aleks rec lu tar ía a un r e d u c i d o g r u p o de seis a o c h o pe r sonas . Cada u n a de ellas t e n d r í a a s i g n a d a u n a t a r ea específi-ca, pe ro , c o m o era de r igor , no se c o n o c e r í a n e n t r e sí. Su mis ión se-ria seguir p a s o a paso las ac t iv idades del S o n d e r k o m m a n d o , p rever

EL S O N D E R K O M M A N D O BAJO NUESTRA VIGILANCIA 3 1 3

sus incurs iones y ma logra r l a s , avisar a las personas en pel igro , ayu-dar las a hu i r y d i s p o n e r p a r a ello de los m e d i o s necesar ios .

C u a n d o volví a ver a Aleks en casa de la s eñora Lucie, a f inales de aque l mes de o c t u b r e de 1943, mi a m i g o no hab ía p e r d i d o e l t i e m p o . H a b í a es tab lec ido los per t inen tes enlaces con el p a r t i d o c o m u n i s t a y c inco mi l i t an tes e x p e r i m e n t a d o s es taban prestos a e n t r a r en acción. S a b i e n d o q u e Lesovoy e ra h o m b r e de g r a n d e s recursos , l e ped í q u e me p r o c u r a r a u n a nueva d o c u m e n t a c i ó n : tenía q u e ser l a de un e m -presa r io del n o r t e de Francia , cuya c i u d a d na ta l se ha l l a ra des t ru ida p o r las b o m b a s y tuviera el a y u n t a m i e n t o a r r a s a d o y el regis t ro civil de sa p a rec ido b a j o los e s c o m b r o s . Para c o m p l e t a r la iden t idad de nues t ro desg rac i ado indus t r ia l , éste hab r í a p e r d i d o a la vez su fami -lia, sus a m i g o s y su casa.

L u e g o , Aleks y yo q u e d a m o s en q u e volver íamos a ve rnos c u a n d o me h u b i e r a ins ta l ado en l a nueva m a d r i g u e r a q u e l a s e ñ o r a Lucie an -d a b a b u s c a n d o .

Después de evad i rme , mi m a y o r p r e o c u p a c i ó n hab ía s ido la de pe rmi t i r q u e Moscú c o n t i n u a r a e l g ran j u e g o , y con este o b j e t o hab ía r e m i t i d o mis dos car tas a Pannwitz. A h o r a , el i n t e r r o g a t o r i o de G e ò r g i e de Win te r r e a f i r m ó a l j e f e del S o n d e r k o m m a n d o en sus... ilu-s iones de q u e tal e ra e fec t ivamente mi in tenc ión . G e ò r g i e s iguió a l p ie de la letra las ins t rucc iones q u e yo le hab ía d a d o y según las cua-les, en caso de ser de t en ida , f ingir ía q u e nada c o m p r e n d í a de aque l l a c o m p l i c a d a his tor ia . C o n f i r m ó , pues , t o d o c u a n t o yo hab ía escr i to a Pannwitz , a ñ a d i e n d o q u e a m e n u d o h a b l a b a de u n a paz s e p a r a d a y hacía c o n t i n u a s referencias a Bismarck.

Sin e m b a r g o , c o m o Pannwitz c o m p r e n d í a (es decir , así lo creía y eso era lo esencial) q u e e l g ran j u e g o sólo d e p e n d í a de mi b u e n a vo-l u n t a d , su ne rv ios i smo iba en a u m e n t o . Deseoso de e x p l o t a r esta ven ta ja , le escribí u n a tercera car ta después de la d e t e n c i ó n de Suzan-ne Spaak. En ella le recordaba q u e no hab ía sol tado todavía a n ingún detenido y lo amenazaba diciéndole: "Si no libera usted a los rehenes, d e s b a r a t a r é s u g ran j u e g o " . P a r a n o de ja r l e n i n g u n a d u d a acerca d e mi d e t e r m i n a c i ó n , l e t e le foneé d i r ec t amen te r e i t e r ándo le mis adver -tencias. M á s a d e l a n t e v e r e m o s c ó m o o b t u v e sat isfacción en este p u n -to. Pero , a l m i s m o t i empo , e l j e f e del S o n d e r k o m m a n d o p e r d i ó la cabeza. . .

A c a b a b a de r e u n i r m e con Aleks Lesovoy, c u a n d o éste me m o s t r ó u n d o c u m e n t o s o r p r e n d e n t e :

—Toma —me dijo—; es un regalo de tu amigo . . . ¿ Un r e g a l o ? Se t r a t aba senc i l lamente de la copia de un t e l eg rama

c u r s a d o a t o d o s los servicios pol ic íacos: " O r d e n de busca y c a p t u r a c o n t r a J e a n Gi lber t . Se ha in f i l t r ado en la o rgan izac ión pol icíaca p o r

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c u e n t a de l a resistencia. Ha h u i d o con a lgunos d o c u m e n t o s . C a p t u -r a r l o p o r t o d o s los m e d i o s . I n f o r m a r a L a f o n t " .

A c o m p a ñ a b a n a esta o r d e n mi fo tog ra f í a , t o m a d a p o r la G e s t a p o después de mi de tenc ión , y u n a descr ipc ión de ta l l ada de mi p e r s o n a . Se of rec ía , a d e m á s , u n a cuan t iosa r e c o m p e n s a a qu i enes fac i l i ta ran not ic ias mías . Al m i s m o t i e m p o , en Franc ia , en Bélgica y en los Países Bajos , t odas las secciones de la G e s t a p o y de la A b w e h r , t odas las o r -ganizaciones admin is t ra t ivas , e c o n ó m i c a s y mil i tares de los a l e m a n e s rec ib ían u n o s carteles con mi fo tog ra f í a 1 y la l eyenda : " E s p í a m u y pe l ig roso , a h o r a fug i t ivo" .

No era n a d a . . . Sin d u d a a lguna , l a iniciativa de Pannwitz d e n o t a -ba un c a m b i o de d i recc ión en l a es t ra tegia a d o p t a d a p a r a cap-t u r a r m e .

E x a m i n é c o n Aleks las razones q u e h a b í a n p o d i d o induc i r a l j e f e del S o n d e r k o m m a n d o a c a m b i a r de h o m b r o su fusiL En efecto , has ta en tonces , Pannwi tz y sus h o m b r e s se h a b í a n r e se rvado la exclusiva de d a r m e caza y , p o r cons iguien te , s i e m p r e se h a b í a n a b s t e n i d o de a ler -tar a la pol ic ía f rancesa y al e jérc i to de o c u p a c i ó n a l e m á n . P e r o a h o -ra, a l convencerse de q u e yo no h a b í a l o g r a d o e n t r a r en c o m u n i c a -c ión con e l C e n t r o después de mi evasión, Pannwitz t r a t aba de indis-p o n e r m e c o n Moscú . V imos c o n f i r m a d a esta in tenc ión c u a n d o supi-m o s q u e Kent h a b í a r ec ib ido la o r d e n de remi t i r un t e l eg rama a l di-rec to r a n u n c i á n d o l e mi h u i d a . Pannwitz p e n s a b a q u e e l d i r ec to r , a l s abe r de este m o d o q u e yo h a b í a e s t a d o en m a n o s de f a G e s t a p o , me re t i ra r ía su conf ianza . Po r o t r a par te , h a c i é n d o m e pasa r p o r un p r o -v o c a d o r q u e se h a b í a in f i l t r ado en la pol ic ía , e s p e r a b a q u e la resis-tencia se des in te resar ía de mi caso, pues el n o m b r e de L a f o n t só lo se c i taba p a r a a c r e c e n t a r l a t u rbu l enc i a de ese t e n e b r o s o a s u n t o .

Tales e r a n los des ignios de Pannwitz . . . A u n q u e no p o r ello de ja ra yo de o lv idar q u e su m a y o r a m b i c i ó n seguía s i endo la de e c h a r m e e l guan te . En lo sucesivo, t o d a la so ldadesca a l e m a n a , las diversas o r g a -nizaciones pol ic íacas en su t o t a l i dad , la hez de los c o l a b o r a d o r e s a sue ldo y forzados , los a sa la r i ados de t o d a ca laña y, senc i l l amente , la c h u s m a de qu i enes van en busca de cuan t iosas p r i m a s , t o d o s e s t a b a n invi tados a d a r m e caza y a d e s e n m a s c a r a r m e . A pa r t i r de aque l día , me ha l laba a m e r c e d de u n a m i r a d a a t en ta y de u n a m e m o r i a fiel a u n q u e , a f o r t u n a d a m e n t e , mi a spec to ex te r io r e r a m u y d i s t i n to del q u e tenía en la fo togra f í a d i f u n d i d a p o r la G e s t a p o : de mi r o s t r o ha-b ían d e s a p a r e c i d o las r e d o n d e c e s de t i e m p o atrás , me hab ía d e j a d o crecer un t u p i d o b igote y u s a b a lentes. Además , la s eñora Lucie ha -bía de scub i e r to un r e fug io d o n d e g u a r e c e r m e , q u e r e s p o n d í a a t odos

1. Más ta rde añad ie ron la fotografía de Claude Spaak a U mía.

EL S O N D E R K O M M A N D O BAJO NUESTRA VIGILANCIA 315

los cánones de la s e g u r i d a d : en n o v i e m b r e de 1943, me t ras ladé a l h o g a r de un e m p l e a d o del Crédi t Lyonnais , en la avenida del Maine .

H a b í a m o s c o m p l e t a d o mi p e r s o n a l i d a d con u n a h is tor ia a d e c u a -da a las c i rcuns tancias bélicas: yo e r a un h o m b r e solo, e n f e r m o y m a l t r a t a d o p o r l a vida. H a b í a p e r d i d o t oda mi fami l ia en un b o m -b a r d e o . Los vecinos c o n qu i enes me cruzaba en la escalera, i n f o r m a -dos p o r las h a b l a d u r í a s cal lejeras de mis in fo r tun ios , se m o s t r a b a n m u y compas ivos . Mi casero , e l s e ñ o r J e a n , cuyo ape l l ido l a m e n t o ha -ber o lv idado , e r a un h o m b r e sol tero , sosegado e intel igente, con qu i en hacía m u y b u e n a s migas . A n d a b a lejos de ad iv ina r mi ve rdade -ra iden t idad , p e r o mi n u e v o re fug io d e m o s t r ó ser tan seguro y tan a c o g e d o r q u e no me moví de allí has ta q u e me m a r c h é a Moscú en e n e r o de 1945.

Pannwitz no h a b í a e c h a d o en saco r o t o la amenaza q u e le h a b í a d i r i g ido en mi ú l t ima car ta y , t e m i e n d o q u e yo revelara e l secreto del g ran j u e g o a Moscú , h a b í a l ibe rado u n o tras o t r o a los de t en idos , mien t ras a l m i s m o t i e m p o lanzaba todas sus j au r í a s en mi persecu-ción. El 8 de e n e r o de 1944, m a n d ó inse r ta r en la p rensa un nuevo a n u n c i o en el q u e prec i saba q u e "Pa t r i ck sigue bien y ha r eg re sado a su casa" . P o c o después , t oda la fami l ia Queyr ie era pues ta en l iber-tad y la s eñora May, a q u i e n h a b í a n c o n d e n a d o a m u e r t e , o b t e n í a el m i s m o t ra to de favor p o r decis ión p e r s o n a l , según parece , del mar i s -cal Goe r ing .

Dec id idamen te , e l j e f e del S o n d e r k o m m á n d o era un p o r t e n t o de iniciativas. En tonces p u s o en prác t ica u n a nueva estrategia, q u e no p o r ser clásica d e j a b a de ser m e n o s pe l igrosa . Estableció u n a re lación de todas las pe r sonas q u e s u p u e s t a m e n t e yo conoc í a o hab ía conoc i -do y las a m e n a z ó con de tene r l a s si no le d a b a n aviso de mis visitas. En c u a n t o Aleks y yo nos e n t e r a m o s de este chan ta je , confecc iona-m o s la lista de t o d o s los q u e p o d í a n verse expues tos a tal pe l ig ro y se lo c o m u n i c a m o s .

Algunos s o n d e o s en mis an t iguas amis tades nos c o n f i r m a r o n q u e la amenaza de Pannwitz era efectiva y q u e el j e f e del S o n d e r k o m m á n -do h a b í a p a s a d o a la acción. Vis i tamos a la p r o p i e t a r i a de u n a lence-ría, s i tuada en el bu levar H a u s s m a n n , f ren te a la sede de la Simex, a qu i en yo c o n o c í a de sde var ios años a t rás . Nos d i jo q u e varios h o m -bres, en t r e los cuales iden t i f i camos a Kent (la desc r ipc ión q u e del m i s m o nos hizo no d a b a lugar a la m e n o r duda ) , se h a b í a n p re sen t a -do en su casa y la h a b í a n a m e n a z a d o . Ate r rada , la b u e n a m u j e r les hab ía p r o m e t i d o q u e les avisar ía én c u a n t o me viera y p r o c u r a r í a re-t e n e r m e has ta q u e ellos l legaran.

El m i s m o c h a n t a j e y las mismas amenazas h a b í a n s ido f o r m u l a -das a u n a anc i ana institutriz, q u e me hab ía a l q u i l a d o u n a hab i t ac ión

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j u m o a la plaza Pigalle, d u r a n t e la época en que yo me hacía pasar p o r un industr ia l belga. La p o b r e m u j e r creyó desmayarse c u a n d o nos p r e sen t amos en su casa. Nos explicó q u e dos h o m b r e s , u n o de los cuales era el inevitable Kent, le hab í an m o s t r a d o sus credenciales de comisar io de policía y le hab ían le ído una car ta del mariscal Pé-tain, en la q u e éste a len taba a " los b u e n o s f ranceses" a que denunc ia -ran a las au to r idades un " fe roz e n e m i g o de su pa t r i a " l l amado Gil-bert . Mi an t igua casera nos d i jo q u e la referencia a Pétain, cuyos hue-ros discursos le merecían el mayor crédi to , la había i m p r e s i o n a d o vi-vamente , p e r o q u e no obs tan te hab ía pues to en d u d a l a autent ic idad de aquel la f amosa carta. Kent y su acól i to la hab ían ob l igado a f i rmar una declaración según la cual había leído a t en tamen te la carta y, c o m o ella recordara q u e yo le hab ía d e j a d o una maleta , le hab ían or-d e n a d o q u e p roced ie ra del m i s m o m o d o q u e la lencera: iría a telefo-nearles, p e r o no sin que antes me hubie ra r o g a d o q u e le hiciera un ra to de compañ ía .

Era en verdad l amentab le el t e r ror q u e aquel la visita había inspi-r a d o a la p o b r e infeliz...

—¿Y si vienen de nuevo, si vienen de nuevo, repet ía c o n t i n u a m e n -te, y se en te ran de que no les he avisado. . .?

Yo c o m p r e n d í a q u e aquella, anciana se arriesgaba mucho por mi culpa y q u e sus fuerzas la a b a n d o n a r í a n , quizá, si tenía que sufr i r una nueva investigación.

—Escuche —le dije—; en cuan to salgamos, usted se precipi ta af te-lé fono pa ra comunicar les q u e a c a b a m o s de marcha rnos . Les explica q u e no ha p o d i d o telefonearles mient ras es tábamos aqu í y así usted se verá l ibre de toda responsabi l idad . . .

Me m i r ó a tón i t a : creía q u e me había vuel to loco, p e r o en e l fon-do se sentía e n o r m e m e n t e aliviada.

Recogí mi maleta . Al salir v imos q u e se dirigía al te léfono. Aleks me m i r a b a con o jos incrédulos . Quizá compar t í a la es tupefacción de la anc iana institutriz. N a d a me d i jo . Yo a n d a b a sin a p r e s u r a r m e .

Fui yo quien r o m p i ó el silencio. —Los conozco bien —le dije—; hoy es domingo . . . y a estas horas

de la t a rde q u e d a n pocos agentes en la calle de las Saussaies, pues la mayor pa r te de ellos se han ido a íos cafés de los a l rededores . . .

No me había equ ivocado . Después de la l iberación, quise saber e l f in de aquel la his tor ia : los h o m b r e s del S o n d e r k o m m a n d o , avisados en p lena dolce vita, hab ían l legado con tres ho ras de retraso.

Entonces remit í a Pannwitz mi cuar ta y ú l t ima carta pa ra adver-tirle que , s in t i éndome e n f e r m o , me ret i raba de la circulación. Luego a ñ a d í a : " P u e d e usted c o n t i n u a r e l g r an j u e g o . No lo impedi ré , pe ro a condic ión de q u e no vuelva a de tene r a los q u e son inocentes" .

29. LOS VERDUGOS DEJARON IMPRESAS SUS HUELLAS

En 1940, los a l emanes h a b í a n r e q u i s a d o en la calle de Courcel les e l hotel pa r t i cu la r del s e ñ o r Wei l -P icard . La ún ica razón invocada p a r a e fec tuar aque l la requ isa era e l h e c h o de q u e e l señor Weil-Picard fuese j u d í o . T a m b i é n los bienes de t o d o s sus cor re l ig ionar ios f u e r o n o b j e t o del más escanda loso pi l la je y t r a n s p o r t a d o s luego p o r vagones en t e ro s a Alemania , d o n d e p a s a r o n a ac recen ta r las colec-c iones par t icu la res de los al tos d igna ta r ios del r é g i m e n a f i c ionados al a r te . Goe r ing , en par t i cu la r , v igi laba de cerca aque l l a s o p e r a c i o n e s de b a n d i d a j e o r g a n i z a d o y se a d j u d i c a b a la p a r t e del bo t ín q u e m e j o r satisfacía sus gus tos de "es te ta" . . La colecc ión de p in tu ra s de Weil-Picard , u n a de las m á s h e r m o s a s de Francia , h a b í a susc i tado la codi-cia de los l ad rones , p e r o e l edif icio q u e la a l b e r g a b a no hab ía s ido o c u p a d o p o r los a l emanes .

En abr i l de 1944, Pannwitz, consciente de q u e aque l la p r i m a v e r a sería la ú l t ima q u e pasar ía en París, ins ta ló sus pena t e s en el hotel de Wei l -P icard . La a d a p t a c i ó n del i n m u e b l e se a tuvo al gus to en tonces i m p e r a n t e . Los v e r d u g o s sent ían acercarse a g r a n d e s pasos el día de la d e r r o t a . En t o d a E u r o p a , los pueb los o p r i m i d o s e rgu ían de nuevo la cabeza. En Francia, la resistencia hos t igaba al e n e m i g o . La " m a n o t e n d i d a " al p u e b l o f rancés era sust i tu ida p o r los cabal los de írisia y las a m e t r a l l a d o r a s emp lazadas an te los i n m u e b l e s o c u p a d o s p o r la W e h r m a c h t , así c o m o p o r los grotescos destiles de los g r u p o s de ami s t ad francos-alemanes. . . b a j o la ég ida del f ü h r e r .

Así pues , el hotel pa r t i cu la r del s eñor Wei l -P ica rd f u e t ransforma-do en fortaleza p o r el je fe del S o n d e r k o m m a n d o . El por ta lón de entrada q u e d ó o b s t r u i d o p o r u n a ba r r i cada . Só lo u n a puer tec i ta , q u e s e a b r í a e léc t r i camente desde el in ter ior , d a b a acceso al edif icio. Ante la f a c h a d a se ins ta ló u n a a m e t r a l l a d o r a y se re forzó la segur idad en a m -bos flancos. El p a r q u e , q u e se ex tendía a la izquierda del hotel , la W e h r m a c h t lo util izó c o m o g a r a j e pa r a sus au tomóv i l e s q u e —medi-da de prudencia— nunca p e n e t r a b a n en e l pa t io in te r ior . Desde este

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p a r q u e , a h o r a a d a p t a d o a sus nuevas func iones , los visitantes q u e a c a b a b a n de b a j a r de su coche p a s a b a n a l ho te l p o r u n a b r e c h a ab ie r ta en el m u r o m e d i a n e r o , sin q u e se les p u d i e r a ver desde el ex-ter ior . En el f lanco del hotel , u n a p u e r t a conduc ía a los só t anos t r a n s f o r m a d o s en celdas. Grac ias a una m a c a b r a iniciativa, la an t igua galería de p i n t u r a s q u e d ó t r a n s f o r m a d a en sala de to r tu ras . La belle-za cedía el paso al h o r r o r . En aque l hotel nac ió el h i jo de Marga re t e B a reza y de Kent en abr i l de 1944.

T o d a s las p r e c a u c i o n e s a d o p t a d a s p o r Pannwitz a n u n c i a n la in-minenc ia del desenlace , es decir , q u e París va a despe r t a r y sus calles van a erizarse de ba r r i cadas . Con la a y u d a de Lesovoy, me dedico a o rgan iza r u n a o p e r a c i ó n que , s e c u n d a d a p o r un g r u p o de FTP, ce-r r a r á el p a s o a los fugi t ivos del S o n d e r k o m m a n d o c u a n d o l legue la h o r a final. El g r u p o de Aleks vigila a t e n t a m e n t e el hotel y t o m a cen-tenares de fo tog ra f í a s de todos los q u e e n t r a n y salen del m i s m o . Las sal idas de Kent y de Marga re t e , los t ras lados de reclusos, el incesante m o v i m i e n t o de los C i t roen negros , t o d o es o b s e r v a d o i c u i d a d o s a -m e n t e a n o t a d o . Un a n t i g u o p re so j u d i o , Levy, q u e los a l e m a n e s utili-zan c o m o j a r d i n e r o , nos p r o p o r c i o n a magní f icas i n f o r m a c i o n e s de l o q u e allí ocu r r e . N u e s t r o obje t ivo consis te en b l o q u e a r e l S o n d e r k o m -m a n d o c u a n d o París sea l i be r ado y , con la ayuda de un g r u p o a r m a -do de t re inta FTP, i m p e d i r l e q u e huya. A través del p a r t i d o c o m u n i s -ta, h e m o s c o m u n i c a d o a l Cen t ro nues t ro p r o y e c t o ; sin e m b a r g o , a l no recibir del m i s m o u n a respues ta taxat iva, r e n u n c i a m o s a nues t ra acción.

La aven tu ra c r imina l de Pannwitz está a p u n t o de l legar a su tér-m i n o , p e r o e l v e r d u g o de Praga no q u i e r e h u n d i r s e con e l nav io en l lamas. C o m o no i g n o r a q u e t end rá q u e r end i r cuen tas a la just icia h u m a n a , q u i e r e i n t en t a r jus t i f icarse , o inc luso b l anquea r se , después de b o r r a r , en la m e d i d a de lo posible , las huel las de las a t roc idades de las q u e es p e r s o n a l m e n t e responsab le .

Po r lo q u e se ref ie re a Moscú , está d i spues to a j u g a r s e el t o d o p o r el t odo . Al cursa r a t o d o s los servicios pol ic íacos aque l la espectacular o r d e n de busca y c a p t u r a con t r a mí, hace q u e e l C e n t r o se en t e r e de mi evasión. Así cree neu t ra l i za rme . Pero c o n ello r econoce a l m i s m o t i e m p o q u e el g ran j e f e se ha l l aba en m a n o s de la G e s t a p o y q u e to-d o s los m e n s a j e s t r a n s m i t i d o s en los ú l t imos meses h a b í a n s ido escri-tos b a j o el d i c t ado del S o n d e r k o m m a n d o . Descubre , pues, el secreto del g ran j u e g o . Sabe que , en e l c a m p o a l i ado , ya nad ie cons ide ra en serio la even tua l i dad de u n a paz s e p a r a d a con u n a Aleman ia en p l e n o desastre . Y no le c o n v e n c e r á n de lo c o n t r a r i o las iniciativas ais ladas d e a lgunos c o l a b o r a d o r e s i n m e d i a t o s d e H i d e r , q u e n o h a n r e n u n -c iado a sus falaces esperanzas y q u e se o b s t i n a n en e n t r a r en con tac to

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con los a n g l o a m e r i c a n o s : t o d o ha conc lu ido . Tras e l fa l l ido a t e n t a d o del 20 de J u l i o de 1944, e l f ü h r e r ha cance l ado la o p e r a c i ó n oso , es decir , e l g r a n j u e g o , según su nueva d e n o m i n a c i ó n .

Esto es u n a cosa. Pero las ambic iones pe r sona les de Pannwitz son o t ra cosa m u y dis t in ta . El r ég imen nazi, del q u e ha s ido u n o de los más celosos se rv idores —él, q u e ha h u n d i d o sus m a n o s en v e r d a d e r o s b a ñ o s de sangre , él, q u e ha s ido e l más des tacado de los asesinos de Praga—, se d e s m o r o n a , p e r o ¿ q u é más d a ? , ¡sálvese q u i e n p u e d a ! , Pannwitz tiene q u e salvar su prec ioso pe l le jo . O hu i r á c o m o los de-más y se r e fug ia rá en Amér ica Lat ina, o será cazado c o m o un c o n e j o y t r a t a d o p o r los ingleses c o m o un cr iminal de gue r r a —y es ev iden te q u e d e b e descar ta rse esta solución—, o , en fin, seguirá en c o n t a c t o con e l C e n t r o , c o n f i a n d o q u e la U n i ó n Soviética le t e n d r á en c u e n t a los servicios p res t ados .

Pannwi tz o p t a p o r esta tercera so luc ión . H o y día t e n e m o s la p r u e b a de que , has ta el mes de m a y o de 1945 y con la c o l a b o r a c i ó n del fiel Kent, e l j e f e del S o n d e r k o m m a n d o desa r ro l l a su p r o p i o j u e g o pe r sona l . Has ta los ú l t imos m o m e n t o s de la gue r r a , s igue e n v i a n d o i n f o r m a c i o n e s mil i tares a Moscú. Kent ha c o m u n i c a d o a l C e n t r o q u e está en con tac to c o n un g r u p o de a l e m a n e s s i tuados en m u y a l tos cargos y, p o r cons igu ien te , q u e se halla en cond ic iones de seguir re-m i t i e n d o i n f o r m a c i o n e s de p r i m e r í s i m a i m p o r t a n c i a . En j u l i o de 1944, c u a n d o los e jérc i tos a l i ados se acercan a las pue r t a s de París, el m i s m o Kent p r e g u n t a a l C e n t r o s i d e b e q u e d a r s e en la capi ta l f r ance -sa o b ien tiene q u e seguir a sus a m i g o s a l emanes . Y el d i r ec to r le res-p o n d e a c o n s e j á n d o l e q u e se m a r c h e con los nazis, a u n q u e sin p e r d e r el c o n t a c t o con el Cen t ro . Pannwitz se siente m u y sat isfecho al recibir tales ins t rucc iones : ve en la co l abo rac ión con los rusos el m e d i o ines-p e r a d o de sacar sus castañas del fuego . Así, e l g ran j u e g o c o b r a a h o r a u n a tercera d i m e n s i ó n gracias a la in te rvenc ión de Pannwitz . El p r o -yecto inicial de H i m m l e r se p r o p o n í a d e s b a r a t a r la coal ic ión an t ih i t -ler iana i n t o x i c a n d o simultáneamente a Moscú y a los a n g l o a m e r i c a n o s . P o r m e d i o de las e m i s o r a s de la O r q u e s t a Roja , e l S o n d e r k o m m a n d o t ra tó de hacer c ree r a los rusos q u e los a l i ados se d i s p o n í a n a nego-ciar c o n el III Reich y, a l m i s m o t i empo , e m p r e n d i ó la m i s m a o p e r a -ción p o r e l l ado a l i ado . No obs tan te , aque l la e t apa del g r a n j u e g o no p u d o llevarse a su cu lminac ión . A par t i r de m e d i a d o s del a ñ o 1943, el r e s u l t a d o final de la gue r r a ya no ofrecía la m e n o r d u d a . Én a q u e l m o m e n t o , los d i r igentes nazis o r i e n t a r o n el g r a n j u e g o hacia la con-secución real de u n a paz sepa rada , con las po tenc ia s occ iden ta les p o r pa r t e de H i m m l e r , a u n q u e e s m e n o s seguro q u e éste fuese a s i m i s m o el des ign io de B o r m a n n , q u i e n superv isaba la to ta l idad de la ope ra -ción.

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De todos m o d o s , era d e m a s i a d o tarde. Aquella tentativa no con-taba con n i n g u n a posibi l idad de éxito, pues to q u e ni Roosevelt n i Churcbi l l , ni p o r supues to Stalin, pe r suad idos de la victoria mili tar absoluta , se negaban a negociar . Fue en ese estadio, a lo largo del a ñ o 194.4, c u a n d o Pannwitz t ra tó de utilizar el g ran j u e g o p a r a sus fi-nes personales .

Pero, an tes de t o m a r e l camino de Moscú, Pannwitz qu i e r e asegu-ra r su re taguard ia , es decir , quiere supr imi r los testigos de su actua-ción al f ren te del S o n d e r k o m m a n d o . Bajo el disfraz de agente secre-to, sigue s iendo el ve rdugo de Praga. Tiene el háb i to de supr imi r , de asesinar. Una a una caen las cabezas. Unos tras o t ros son asesinados nues t ros c a m a r a d a s encarcelados y a t rozmente to r tu rados . P r imero es Leo Grossvogel quien , en el mes de mayo de 1944, es c o n d e n a d o a m u e r t e p o r el t r ibuna l mil i tar a lemán, pese a q u e se ha l laba encer ra-do en la prisión de Fresnes desde d ic iembre de 1942 sin q u e nada se hubie ra dec id ido en t o d o ese t i empo acerca de su suer te final. Fer-n a n d Paur io l y Suzanne Spaak, encarcelados a s imismo en Fresnes, se ven sentenciados a la misma pena.

La condena a m u e r t e de Grossvogel consti tuye pa ra nosot ros , c u a n d o nos e n t e r a m o s de la misma, la señal de a l a rma . Es tamos con-vencidos de q u e se d ic tarán otras sentencias análogas , de q u e el Son-d e r k o m m a n d o está dec id ido a asesinar a todos sus presos antes de huir . Maksímovich y Robinson suf ren la mi sma c o n d e n a .

T o d a s las ejecuciones se llevan a cabo en las úl t imas semanas q u e p receden la l iberac ión de París. Fernand Pauriol y Suzanne Spaak son fusi lados el 12 de agos to de 1944 en la pr is ión de Fresnes. Izbuts-ki es decap i t ado en Berlín, Winter ink p a s a d o p o r las a r m a s en el T i ro nacional de Bruselas el 6 de ju l io de 1944, y J e a n n e Pesant, esposa de Grossvogel, e jecu tada en la capital alemana el 6 de agosto de 1944. "Después de la guer ra , Pannwitz expl icó re i t e radamente estas ejecu-ciones ( e n t e n d á m o n o s , intentó justificarlas) d e c l a r a n d o :

—... Los agentes de la Orques ta Roja e jecutados p o r mi o r d e n ha-bían s ido c o n d e n a d o s a m u e r t e antes de mi l legada. . .

Pe ro esto es falso y, de todos m o d o s , el j e fe del S o n d e r k o m m a n -do estaba investido del p o d e r suficiente para difer i r las e jecuciones. Si no lo hizo, es p o r q u e an tes de marcha r se quer ía efec tuar u n a total l impieza.

A h o r a quis iera cons ignar aqu í a lgunas precis iones acerca de la m u e r t e de Fernand Paur io l y Suzanne Spaak en los a lbores de aquel la l iberación de París, q u e tan to hab ían anhe lado . . . Me los imag ino u n i e n d o sus voces y su alegría a las del i nmenso gent ío q u e se lanzó a la calle p a r a celebrar el g ran acontec imiento . . .

D u r a n t e largos meses, Pannwitz había con f i ado en que , a l final,

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logra r ía hacer hab la r a F e r n a n d y Suzanne, p u e s sabía q u e nada ig-n o r a b a n del g ran j u e g o . Pero el desvar ío q u e p r eced ió a su par t ida , lo i n d u j o a supr imi r los . Nues t ros dos c a m a r a d a s f u e r o n cobarde -m e n t e ases inados en su celda y l uego e n t e r r a d o s secre tamente . Pann-witz llevó su c in i smo hasta el p u n t o de escr ib i r a P a u l - H e n r i Spaak, c u ñ a d o de Suzanne, y a la sazón min i s t ro de Asun tos Exter iores del g o b i e r n o belga en e l exilio, pa r a a segura r l e q u e había a d o p t a d o to-das las m e d i d a s per t inen tes con o b j e t o de q u e l a vida de Suzanne no se viera amenazada . P a u l - H e n r i Spaak p o d í a estar t r a n q u i l o : su cu-ñ a d a a g u a r d a r í a e l fin de las hos t i l idades en un lugar pe r f ec t amen te seguro . . . C o n o c i e n d o a Pannwítz, no h e m o s de excluir la pos ib i l idad de q u e remi t ie ra esta car ta e l m i s m o día en q u e e n t r e g ó Suzanne a los ve rdugos .

El 27 de agos to de 1944, después de la l iberac ión , me p resen té en la p r i s ión de Fresnes a c o m p a ñ a d o p o r Aleks Lesovoy p a r a in tentar aver iguar lo q u e hab ía s ido de nues t ros a m i g o s . Nadie p u d o infor-m a r n o s c o n exac t i tud , p e r o , t ras m u c h o insistir , s u p i m o s f ina lmen te q u e los a l e m a n e s no se los h a b í a n l levado cons igo . C o n o c i e n d o las c o s t u m b r e s de la Ges tapo , nos r e s i g n a m o s a lo p e o r : si Suzanne y F e r n a n d no h a b í a n " s e g u i d o " a los h o m b r e s del S o n d e r k o m m a n d o , es q u e h a b í a n s ido ases inados y p r o b a b l e m e n t e e n t e r r a d o s en los al-r ededores . C o m e n z a m o s , pues , a visitar u n o tras o t r o los cemente r ios m á s p r ó x i m o s a Fresnes y a consu l t a r sus regis t ros de i n h u m a c i o n e s . C o m o los a lemanes , con su p roverb ia l p rec i s ión , so l ían a n o t a r e l n o m b r e , los apel l idos , la fecha de n a c i m i e n t o y el día de la e jecución de sus víctimas, p e n s a m o s q u e es to facil i taría nues t ras pesquisas . Pe ro no c o n t á b a m o s con la f r ía as tucia de Pannwitz y su deseo de b o -r r a r las huellas de aque l d o b l e c r imen que , m á s q u e n i n g ú n o t ro , l e sería i m p u t a d o . . .

Después de r eco r re r , u n o tras o t r o , t o d o s los cemen te r io s de los s u b u r b i o s mer id iona le s de París, d e s c u b r i m o s las huel las de Suzanne Spaak y de F e r n a n d Paur io l en Bagneux . Al p ie de u n a pág ina del reg is t ro y en un día q u e c o r r e s p o n d í a al de su p r e s u m i d a muer t e , fi-g u r a b a l a m e n c i ó n : " U n a b e l g a " , " U n f r a n c é s " . No cabía d u d a , s e t r a t aba de Suzanne y de Fe rnand . C o n f i á b a m o s , pues , q u e los gua r -d ianes nos i n f o r m a s e n y los a to s igamos a p r e g u n t a s . P r i m e r o fingie-r o n q u e n a d a sabían , p e r o luego, ha r tos ya de t o d o , a c a b a r o n reve-l á n d o n o s la verdad . Ate r ror izados todavía p o r la incurs ión de la Ges-t apo , q u e los h a b í a a m e n a z a d o c o n sus represa l ias s i h a b l a b a n , nos d i j e r o n que , a p r i m e r a s ho ra s de la n o c h e del 12 de agos to , l legaron los a l emanes con dos cajas y ex ig ie ron q u e los c o n d u j e r a n a un lugar h ú m e d o del cemente r io . R e q u i s a r o n a dos sepu l tu re ros , les ob l iga-r o n a a b r i r dos hoyos, co loca ron en ellos a a m b o s cadáveres y los ro-

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c i a r o n c o n u n p r o d u c t o q u í m i c o q u e a c e l e r a r í a s u d e s c o m p o s i c i ó n . G r a c i a s a es tas m ú l t i p l e s p r e c a u c i o n e s , Pannwi t z c o n f i a b a q u e su

c r i m e n p e r m a n e c e r í a i g n o r a d o . E n e l m e s d e m a r z o d e 1974, H é l è n e P a u r i o l m e c o n t ó e n C o p e n -

h a g u e las c i r c u n s t a n c i a s en q u e vio p o r ú l t i m a vez a F e r n a n d , c ó m o s u p o s u m u e r t e y d e q u é m o d o d e s c u b r i ó l u e g o , c o m o n o s o t r o s , sus res tos m o r t a l e s en e l c e m e n t e r i o de B a g n e u x :

A principios de enero de 1944, creo que sería el día 15 o el 16, reci-bí una carta cuya dirección la había escrito mi esposo: una carta diri-gida a: Sra. Hélène Pauriol , casa de la Sra. Prunier , avenida de la Grande-Pelouse, 19, Le Vésinet. Contenía unas pocas líneas en las que me pedía que acudiera el día 19 a la calle de las Saussaies —quizá po-dría verle— y que le llevara un traje. Así lo hice. El 19 de enero, me lui, pues, a la calle de las Saussaies con aquella carta. Me llevé a la pe-queña. Y sólo cuando estuve ya dentro, me dije: "Estoy loca, no debí traer conmigo a la n iña" . Pero no lo comprendí en seguida, sencilla-mente.. . el deseo que tenía... para ver si estaba vivo, para ver si era realmente mi marido, para ver... No comprendí que era una locura llevar conmigo a la niña, porque hubieran podido quitármela, y lue-go, ya sabe usted lo que es eso, no conocemos cómo podemos reaccio-nar en ciertos momentos , no lo podemos saber. Mientras no se ha pa-sado por una situación así, no podemos saber cuáles serán nuestras reacciones, lo que haremos. . .

Me hicieron subir, no sé, quizás al tercer piso. Esperé en una sala, sentada en un canapé, con la niña, y, tal vez a los cinco o seis minutos, en t ra ron dos alemanes y, tras ellos, mi mar ido . Se sentó a mi lado. Vestía el mismo traje que llevaba puesto cuando lo detuvieron, pero ahora estaba manchado de sangre. Cogió la maleta. En fin, estuvimos jun tos un cuarto de hora, quizá veinte minutos, y después me hicieron salir. Entonces esperé, en la calle, y vi cómo Fernand se marchaba en un coche de la Gestapo. Y eso fue todo.

Después, no recibí ninguna otra noticia. Entonces pensé que quizás había f o r m a d o parte.. . ¿sabe usted?... h u b o una insurrección en Fres-nes, se p r o d u j o un motín, y entonces me dije: "Tal vez había f o r m a d o parte de aquel tren fantasma, puesto que estaba vivo en enero, puesto que no lo habían matado desde agosto a enero. No es posible que haya m u e r t o " . Ya sabe usted, siempre tenemos.. . s iempre creemos que ciertas cosas son imposibles, que sólo pueden sucederles a los demás, pero no a nosotros. Sobre todo, jera tan joven! Me dije: " N o es posi-ble, debe estar en algún lugar, o fue depor tado o fo rmó parte de aquel t ren". Y, cuando la liberación de París, fui al diario L'Humanité, por -que allí había unas listas. Pero me d i je ron: " N o , no tenemos nada, no tenemos ninguna lista, no tenemos nada, hemos de esperar. . ." .

El p r imer domingo de octubre de 1944 alguien llama a la puer ta . Abro y me encuentro con una joven. Me pregunta si soy la señora Pau-

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riol, y yo le digo: "Sí" . La joven me pregunta : " ¿ P u e d o e n t r a r ? " "Si así lo desea.. ." Entonces le ofrezco una silla y ella me dice: "¿Su mari-do fue de ten ido?" Le respondo: "Sí. Oh, quizá no tarde ya mucho en regresar, quizá tenga muy pronto noticias suyas...".

La joven parecía titubear, pero luego me di jo: "Mire usted, tengo que darle una mala noticia. Su mar ido ha. . ." . Entonces eché a la calle a aquella joven. No era posible semejante noticia. Pero la joven volvió dos horas más tarde. Le dije: "Pe rdóneme , mire usted.. ." . Y ella en-tonces me entregó sencillamente la carta de mi mar ido y me explicó lo ocurr ido. Dentro del sobre había la última carta de mi marido, su ani-llo de bodas y, entre los pliegues de la carta, el resguardo que el sacer-dote había recogido. Ya sabe usted, aquel pastor alemán que vivía en Fresnes y veía a los condenados a muerte en su celda; seguramente lo acompañó hasta el final, puesto que fue hasta el cementerio de Bag-neux para recoger aquel papel azul, en el que habían escrito: "Fran-cés, desconocido, fusilado el 12 de agosto" . Y, entonces, tuve que comprender ; llega un momen to en que nos vemos obligados a admit i r lo que es. Pero pensaba que todo era aún posible. Me decía: "Quizás es un e r ro r " , y no paré hasta lograr un reconocimiento de cuerpo. Obtuve el permiso el 14 de noviembre de 1944. En Baigneux, cuando me presenté allí, sólo constaban dos desconocidos, una belga y un francés, fusilados aquel día. Y cuando abr ieron el a taúd, dent ro del mismo vi el traje que le había llevado el día que.. . Era un traje de fra^ nela gris. Era mi esposo...

E x c e p t o S u z a n n e S p a a k y F e r n a n d P a u r i o l , c u y o i n t e r r o g a t o r i o h a b í a d i r i g i d o p e r s o n a l m e n t e P a n n w i t z , t o d o s los d e m á s p r e s o s d e l a O r q u e s t a R o j a f u e r o n e n v i a d o s a A l e m a n i a . G e ò r g i e d e W i n t e r lue t r a s l a d a d a de l a p r i s i ó n de Neui l ly a l a de F resnes , d o n d e l o g r ó e n -t r a r en c o n t a c t o c o n S u z a n n e S p a a k , y m á s t a r d e , e l 10 de a g o s t o de 1944, se v io c o n d u c i d a a la e s t a c i ó n de l es te . En el a n d é n , e n c o n t r ó a M a r g a r e t e Barcza y sus d o s h i jos . P a n n w i t z en p e r s o n a d i r ig í a la o p e -r a c i ó n y r e c o r d ó a G e ò r g i e q u e , s i se evad ía , su h i jo , e l p e q u e ñ o Pa -t r ick, p a g a r í a las c o n s e c u e n c i a s . P a n n w i t z s e g u í a s i e n d o e l m i s m o has ta e l ú l t i m o m o m e n t o . . .

E l t r en q u e se l levaba a G e ò r g i e hizo u n a p r i m e r a p a r a d a en K a r l s r u h e . Reiser q u e , c o m o an t e s d i je , l ue n o m b r a d o j e f e d e l a Ges -t a p o e n a q u e l l a c i u d a d c u a n d o l o d e s t i t u y e r o n d e s u c a r g o e n Par ís , r e c i b i ó av i so d e l a l l egada d e G e ò r g i e . M o v i d o p o r . . . u n a d e l i c a d a in-t e n c i ó n ( n o m e e s p e r a b a m e n o s d e u n h o m b r e c o m o él), lue a vis i tar-la y , a gu i sa de s a l u d o s , le r e n o v ó las a m e n a z a s de Pannwi tz . G e ò r g i e de W i n t e r p a s ó de l a p r i s ión a un c a m p o de c o n c e n t r a c i ó n . D e s p u é s de K a r l s r u h e , las e t a p a s de su ca lva r io f u e r o n Leipzig , R a v e n s b r ü c k , F r a n k f u r t y S a x e n h a u s e n .

P o r su p a r t e , Ken t se h a l l a b a e n t r e la e s p a d a y la p a r e d . A d o n d e

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q u i e r a q u e se a r r i m a r a , no era más q u e un vencido . . . Sabia que , s i yo l o g r a b a escapar de la Ges tapo , revelaría su t ra ic ión al Cen t ro . . . Y no m e j o r sue r t e e s p e r a b a del S o n d e r k o m m a n d o , del q u e se hab ía con-ve r t ido en fiel o j e a d o r y e jecu to r servil d e s p u é s de mi d e t e n c i ó n : 1a e l iminac ión b ru ta l , sin remis ión , si tal era el a n t o j o de Pannwitz . ¡Se-ría cual hoz o x i d a d a q u e e l s e g a d o r a r r o j a lejos de s í después de ha -ber la u t i l izado d u r a n t e m u c h o t i e m p o ! Para hacerse d i g n o de la su-p r e m a indu lgenc ia , e l c a m i n o es t recho , e l ún ico q u e se ab r í a a n t e él, consist ía en s u p e r a r su p r o p i o y d e n o d a d o celo, p r o p o r c i o n a n d o a sus a m o s u n a ú l t ima p r u e b a de su habi l idad en los golpes a r t e ros . Su ú l t ima hazaña f u e c o n m u c h o la más grave.

A f inales de 1940, el d i rec tor me hab ía p e d i d o q u e s o n d e a r a a un tal W a l d e m a r Ozols , alias Solzha, q u e t i e m p o atrás hab ía t r a b a j a d o p a r a los servicios soviéticos. El C e n t r o sospechaba q u e a q u e l a n t i g u o genera l le tón , a pesar de h a b e r l u c h a d o en España con los e jérci tos r epub l i canos , se ha l l aba más o m e n o s v incu l ado con los c í rculos dir i -gentes de Vichy, p e r o deseaba exp lo r a r las pos ib i l idades de estable-cer c o n é l a l g u n a c o l a b o r a c i ó n . T ras m i n u c i o s a i n f o r m a c i ó n , r e s p o n -d í q u e a q u e l h o m b r e a n d a b a m u y lejos de o í rece r t o d a s las ga r an t í a s de s e g u r i d a d y q u e yo aconse j aba abs tenerse de t o d o t r a to con él. Kent se ha l l aba p e r f e c t a m e n t e a l co r r i en te de aque l i n t e r c a m b i o de m e n s a j e s con e l Cen t ro , pues to q u e había desc i f r ado los d e s p a c h o s en q u e se me f o r m u l a b a la p r e g u n t a y en q u e yo d a b a mi respuesta a la m i sma .

G i e r i n g se in te resó p o r Ozols . V e n t e a n d o u n a m a n i o b r a del j e f e del S o n d e r k o m m a n d o , p r o c u r é d e s e n c a m i n a r sus pesquisas , p e r o p o c o s días an tes de mi evasión, Pannwitz d e s c u b r i ó la pista de Ozols. Kent c o n s i g u e e n t r a r en contacto con él y el r e s u l t a d o es una ve rda -dera ca t á s t ro fe : logra q u e Ozols lo p resen te a l cap i t án Legendre , a n -t iguo je fe de la red Mi th r ida te . Legendre , q u e no desconf ía y cree ha-bérselas con el a g e n t e de u n a red soviética, le p r o p o r c i o n a u n a lista de resistentes franceses . Luego , an t e la insistencia de Kent —que así da c ima a u n a o p e r a c i ó n maestra—, acepta p r o p o r c i o n a r l e , gracias a la c o l a b o r a c i ó n de sus p r o p i o s g rupos , ciertas i n f o r m a c i o n e s mil i ta-res acerca de los te r r i to r ios l ibe rados p o r los a l iados . . . Pannwitz está en la g lor ia y felicita a Kent, c u a n d o m e n o s así lo s u p o n g o , p o r el lo -g r o de tal r e su l t ado . C u a n d o Legendre le p r e g u n t a a q u é se d e b e aque l la " c u r i o s i d a d " de los servicios soviéticos, Kent le r e s p o n d e q u e e l e s t ado m a y o r a n g l o a m e r i c a n o rehúye t o d a c o l a b o r a c i ó n con e l e jérc i to r o j o en e l d o m i n i o de las i n f o r m a c i o n e s mil i tares y q u e esta falta de c o o r d i n a c i ó n p u e d e aca r r ea r las más desas t rosas consecuen-cias. C u e n t a , pues , c o n la red del cap i tán L e g e n d r e pa r a pa l i a r tal ca-rencia .

LOS V E R D U G O S DEJARON SUS HUELLAS 325

Sí, Kent se ha hecho d igno de sus ga lones de m i e m b r o a car ta ca-bal del S o n d e r k o m m a n d o , a h o r a t iene d e r e c h o a l m a y o r agradec i -m i e n t o de Pannwitz . No será, pues , l i q u i d a d o , e l j e f e se a c o r d a r á de su ú l t ima p roeza en el m o m e n t o de h a c e r el e q u i p a j e , y Kent t iene ra-zón de p a v o n e a r s e an te e l p o r t a l ó n del hote l de la calle de Courcel les p o c o s días an tes de la l iberac ión , c o m o así lo vemos en u n a fo to-graf ía .

París se ha i n su r r ecc ionado , es preciso par t i r . Los m i e m b r o s del S o n d e r k o m m a n d o se a p r e t u j a n en sus coches a tes tados de e q u i p a -jes. . . Un h o m b r e se acerca a l p o r t e r o y lo a m e n a z a :

—¡Ándate con c u i d a d o , s i hab la s ! Es él, es Kent.

Po r f in llega el g ran día . . . A p r i m e r a s h o r a s de Ja m a d r u g a d a de a q u e l 25 de agos to de 1944, Aleks Lesovoy viene a b u s c a r m e en la aven ida del Maine . N o s u r g e l legar c u a n t o antes a l ho te l pa r t i cu la r q u e o c u p a b a e l S o n d e r k o m m a n d o en la calle de Courcel les .

Pe ro cruzar Par ís c u a n d o desp ie r ta a la l iber tad resulta ser u n a e m p r e s a m u y acc iden tada . L l e g a m o s a la calle de Rivoli, d o n d e la ba -talla es encarn izada . T e n e m o s q u e d e t e n e r n o s . I n m e d i a t a m e n t e nos u n i m o s a los pa r t i s anos q u e es tán l u c h a n d o c o n t r a los a l emanes . Los s o l d a d o s de la W e h r m a c h t o p o n e n u n a ú l t ima resistencia, los dispa-ros pa r t en de todas par tes , p e r o aque l los jóvenes , c o n un brazal en la m a n g a , la camisa ab ie r t a s o b r e e l pecho , los rasgos del ro s t ro p r o -f u n d a m e n t e h u n d i d o s , q u e gr i tan su v o l u n t a d de acaba r pa r a siem-p r e con l a o p r e s i ó n , aque l los m u c h a c h o s q u e h a n a c u d i d o de todas pa r t e s para b a r r e r los ú l t imos vestigios de Ja ocupac ión , d i s p o n e n de n u m e r o s a s g r a n a d a s d e m a n o . . . q u e n o saben uti l izar.

¡Noso t ros , c o m b a t i e n t e s de las t in ieblas su rg idos de n u e v o a la luz, n o s o t r o s h e m o s de echar les u n a m a n o ! Aleks Lesovoy, encan ta -do de en f r en t a r se con el e n e m i g o cara a cara después de h a b e r l o aco-s a d o en la lucha c landes t ina , se improvisa c o m o ins t ruc tor mil i tar . La d e m o s t r a c i ó n resulta conc luyen te : la ba r r i cada levantada p o r lo^ a l e m a n e s salta en el aire.

M á s lejos, t o m a m o s pa r t e en los c o m b a t e s q u e se desa r ro l l an al-r e d e d o r del hotel Majestic, sede del cuar te l genera l de la W e h r m a c h t . En la plaza de la C o n c o r d e nueva esca ramuza j u n t o al hotel Cri l lon. L l egamos p o r fin a la calle de Cource l les a p r i m e r a s horas de la tar-de. Hace dos h o r a s q u e se ha m a r c h a d o e l S o n d e r k o m m a n d o .

E n t r a m o s en la gua r ida de Pannwitz y sus ve rdugos . Allí nues t ros c a m a r a d a s t o r t u r a d o s h a n s u f r i d o a t rozmen te . L a e m o c i ó n m e e m -ba rga . Avanzamos con p recauc ión , no p o r t e m o r , s ino p o r q u e pre-

326 l-A ORQUESTA ROJA

sen t imos q u e v a m o s a descubr i r e l r o s t r o m i s m o del h o r r o r . Los ale-manes se h a n m a r c h a d o y t o d o indica q u e su h u i d a ha s ido prec ip i ta -da. En las of ic inas se a m o n t o n a n los d o c u m e n t o s q u e nad ie tuvo t i e m p o de q u e m a r . En e l só t ano , s o b r e e l suelo de las celdas d o n d e e ran a r r o j a d o s los p resos , vemos m o n t o n e s de p a j a p o d r i d a . Pene-t r a m o s luego en un c u a r t o de b a ñ o : en l a b a ñ e r a , p o r t ierra, en las paredes , d e s c u b r i m o s huel las de sangre . . . ; Aquí es d o n d e los t o r t u r a -ban ! En el p r i m e r piso, en la galería de ar te , d e s c u b r i m o s i g u a l m e n t e extensas m a n c h a s oscuras . S u b i m o s a l s e g u n d o piso. S o b r e la mesa de u n a hab i t ac ión , h a l l a m o s a l g u n o s papeles cub ie r tos de d i r á s . Sin d u d a , ésta era la hab i t ac ión de Ef rémov , el ingen ie ro . El p o r t e r o nos c o n f i r m a r á luego lo q u e ya s u p o n í a m o s : ha h u i d o de París con e l S o n d e r k o m m a n d o .

R e c o g e m o s t o d o s los d o c u m e n t o s q u e p o d e m o s r e c u p e r a r y to-m a m o s n u m e r o s a s fo tog ra f í a s de la casa del c r imen . Aque l las piezas de convicc ión , aque l l a s p r u e b a s i r re fu tab les de la b a r b a r i e del ene-migo , las e n v i a r e m o s a Moscú .

1. UN SINGULAR VIAJE

En un piso del bu levar de Es t rasburgo , d o n d e vivía una anc i ana d a m a q u e hab ía a c t u a d o de agen t e de enlace en t re Aleks Lesovoy y yo, p o c o s días d e s p u é s de la l iberac ión de París recibí un d e s p a c h o del C e n t r o q u e me fel ici taba p o r mi a c t u a c i ó n y me ped ía q u e a g u a r -d a r a la l legada de la p r i m e r a mis ión mi l i ta r soviética.

Po r d o q u i e r se r e sp i raba e l a i re de ia l iber tad r e c o b r a d a , p e r o aque l l a a t m ó s f e r a de j ú b i l o y aque l l a i m p r e s i ó n exa l tan te de d e s a h o -go no d e b í a n h a c e r m e p e r d e r de vista q u e e ra d e m a s i a d o p r o n t o to-davía p a r a q u e p u d i e r a a b a n d o n a r todas las p recauc iones . A veces, c u a n d o u n o m e n o s se lo e spe ra y c u a n d o cree a l e n e m i g o fue ra de c o m b a t e , éste a p r o v e c h a la ocas ión pa ra a p u ñ a l a r n o s p o r la espa lda . No era n i m u c h o m e n o s inverosímil q u e Pannwitz , en su hu ida p a r a escapar de la jus t ic ia , h u b i e r a d e j a d o tras s í a lgunas b o m b a s de ex-p lo s ión r e t a r d a d a y h u b i e r a a r m a d o e l b r a z o de a l g u n o s secuaces p a r a q u e m e l i q u i d a r a n con t o d a fac i l idad.

Tales a p r e h e n s i o n e s no carec ían de f u n d a m e n t o : e l g r u p o de Aleks, q u e seguía e s t a n d o o j o avizor, h a b í a obse rvado los pasos de cier tos ind iv iduos sospechosos q u e pa rec ían a n d a r b u s c á n d o m e . Se h a b í a n p r e s e n t a d o en e l a n t i g u o domic i l i o de Katz, sito en la calle E d m o n d - R o g e r , y en o t ro s pisos q u e f iguraban en los f icheros de la Ges t apo . Aquel los malean tes , an t i guos m i e m b r o s de la b a n d a de La-font , sin d u d a h a b í a n rec ib ido ó rdenes de Pannwitz (Aleks es taba c o n v e n c i d o de ello) p a r a q u e d i e r an c o n m i g o y me a j u s t a r a n cuentas . Por cons igu ien te , lo q u e yo tenía q u e hacer e ra no p o n e r m e a descu-b ie r to y , c o n t a g i a d o p o r la embr i aguez genera l , no o f r e c e r m e como, b l anco a aque l los t i r adores del ú l t i m o c u a r t o de h o r a . Seguí vivien-d o , pues , de un m o d o semic landes t ino , en e l p iso de la avenida del Maine .

El p r i m e r avión p r o c e d e n t e de la U n i ó n Soviética a terr izó el 23 de n o v i e m b r e de 1944 en las p r o x i m i d a d e s de París, t r ayendo a b o r d o a Maur i ce Thorez y al co rone l Nóvikov, j e f e de la de legac ión mi l i ta r

330 EL REGRESO

e n c a r g a d a de la r epa t r i ac ión de los rusos q u e e r a n e spe rados en Mos-cú. Nóvikov me recibió con m u c h a a m a b i l i d a d y me i n f o r m ó de q u e p o d r í a m a r c h a r m e d e n t r o de p o c o en e l m i s m o a p a r a t o c u a n d o éste e fec tuara el viaje de regreso.

La espera se p r o l o n g ó m u c h o más de lo previsto. Po r fin, el 5 de e n e r o de 1945 subí al av ión , p rov is to de un p a s a p o r t e soviét ico y con n o m b r e supues to . É r a m o s d o c e pasa je ros . F o r m a b a n pa r t e d e aque l r e d u c i d o g r u p o : Rado , con quien pocos días antes hab ía c o i n c i d i d o p o r p r i m e r a vez en el d e s p a c h o de Nóvikov, y su a y u d a n t e Foote .

La g u e r r a seguía a s o l a n d o el corazón de E u r o p a . El i t ine ra r io q u e d e b í a m o s segu i r p a r a a lcanzar Moscú exigía e l ec tua r un a m p l i o r o d e o . El a p a r a t o p u s o r u m b o al sur. Luego , p o r Marsel la e Italia, l legó a un a e r ó d r o m o o c u p a d o p o r los a m e r i c a n o s en Áfr ica del Nor t e . La escala, q u e d u r ó dos días, fue m u y a g r a d a b l e y la a cog ida q u e nos d i s p e n s a r o n , excelente. Nuest ras conversac iones con los pi-lotos f u e r o n ab ie r t a s y f ra ternales .

R e a n u d a m o s el vue lo en dirección al Cai ro . R a d o se hab ía senta-do a mi l ado y ine hacía par t íc ipe de sus g r andes c o n o c i m i e n t o s (co-mo antes di je , e ra geógrafo) a l h a b l a r m e de las r eg iones q u e sob revo-l á b a m o s . Los d e m á s pasa je ros se m o s t r a b a n p o c o locuaces. No obs-tante , u n o de ellos, h o m b r e de u n o s sesenta años , de cabel los b lan-cos, c u e r p o m á s bien b a j o y recio, cuyas fue r tes m a n o s d e n o t a b a n es-tar a c o s t u m b r a d a s a l t r a b a j o , se me p re sen tó d i c i e n d o :

—Camarada Shl iápnikov. . . ¡Sh l iápn ikov! La so rp resa e r a de cons ide rab le s d imens iones . . . —¿Shl iápnikov, el d i r igente de la O p o s i c i ó n O b r e r a ? — El m i smo . . . O b r e r o me ta lú rg i co , a n t i g u o bo lchev ique , Sh l i ápn ikov hab ía si-

do , j u n t o con Aleksandra Kollontay, e l ada l id de u n a t endenc ia q u e , en e l p a r t i d o de los a ñ o s 1920-1921, p r o p u g n a b a la i n d e p e n d e n c i a de los s indica tos f r e n t e al Es tado y de f end í a el d e r e c h o de hue lga . Su leg í t imo o r g u l l o de ser un v e r d a d e r o p r o l e t a r i o " d e m a n o s ca l losas" , h a b í a p r o v o c a d o los sa rcasmos de Lenin q u e , en p l ena d iscus ión , le h a b í a zahe r ido e x c l a m a n d o :

—Como s iempre , e l c a m a r a d a invoca su f o r m a c i ó n a u t é n t i c a m e n -te p ro l e t a r i a . . .

No obs t an t e , fue Lenin qu ien , a pesar de q u e no c o m p a r t í a las te-sis sos tenidas p o r Shl iápnikov, salió en su defensa c u a n d o en el comi -té cent ra l se d iscut ió la convenienc ia de excluir del p a r t i d o a la O p o -sición O b r e r a . Yo es taba convenc ido de q u e Shl iápnikov , c o m o to-dos los , an t i guos bolcheviques , hab ía s u c u m b i d o en e l t r e m e n d o o lea j e de las pu rgas .

—Tras la de sapa r i c ión de la Opos i c ión O b r e r a —me explicó—, salí

UN SINGULAR VIAJE 331

de la URSS gracias a la a y u d a de Len in y fui a ins t a l a rme en París, d o n d e he t r a b a j a d o has ta a h o r a c o m o ca rp in t e ro . La victoria del e jérci to r o j o y mi a ñ o r a n z a de la p a t r i a me han i n d u c i d o a regresar a mi país. He escr i to a mi a m i g o M ó l o t o v p i d i é n d o l e q u e me ayude. Me ha r e s p o n d i d o con u n a carta m u y a fec tuosa a l e n t á n d o m e a regre-sar. Estoy seguro de q u e vendrá a b u s c a r m e con su coche en el a e r o -pue r to . T e n g o v e r d a d e r a impac ienc ia p o r servir de nuevo a l p a r t i d o y al país. . .

Era c i e r t amen te c o n m o v e d o r e l e n t u s i a s m o a lgo i n g e n u o de aque l a n t i g u o bo lchev ique , q u e hab ía c o n s e r v a d o intacta la fe de su j u v e n t u d a pesar de todas sus t r ibu lac iones y, p o r mi par te , f o r m u l é mis m e j o r e s votos p a r a q u e más a d e l a n t e no se sintiera exces ivamen-te decepc ionado . . .

En El Cai ro , nos a l o j a r o n en un hotel , j u n t o a la c iudad an t igua . Al d ía s iguiente , en c o m p a ñ í a de los d e m á s via jeros , hice u n a visita a la e m b a j a d a soviética. T o d o s e s t á b a m o s allí, excep to Rado . ¿ P o r q u é no hab ía ven ido con n o s o t r o s ? Po r e l m o m e n t o , su ausencia no me e x t r a ñ ó s o b r e m a n e r a , y me fui con los d e m á s a gas tar eri la c o m p r a de r e c u e r d o s l a m ó d i c a can t idad de d i n e r o q u e nos h a b í a n en t rega-do . Aquel la vez R a d o nos a c o m p a ñ a b a , p e r o observé, con nueva sor-presa, q u e no se d e s p r e n d í a del d i n e r o q u e hab ía rec ib ido c o m o no-sotros .

A p r i m e r a s horas de la m a d r u g a d a s iguiente , nos r e u n i m o s an te la puer ta del ho te l p a r a e spe ra r el a u t o b ú s q u e iba a c o n d u c i r n o s al a e r ó d r o m o . Rado no es taba con noso t ros . So rp re sa genera l . Van a buscar lo en su hab i t ac ión . No está allí, la c a m a no ha s ido deshecha y es de s u p o n e r q u e n u e s t r o c o m p a ñ e r o no ha d o r m i d o en e l hote l . ¿Le h a b r á n a t a c a d o la víspera en la c iudad a n t i g u a ? A l g u n o s así lo p iensan , p o r q u e e n t o n c e s e ran f r ecuen tes tales sucesos.

En c a m b i o , yo sabía desde la víspera p o r la n o c h e lo q u e le hab ía o c u r r i d o , a u n q u e m e abs tuve p o r c o m p l e t o d e decir lo . R a d o hab ía ven ido a v e r m e en mi habi tac ión y me hab ía f o r m u l a d o a lgunas pre -gun tas q u e no p e r m i t í a n ab r iga r la m e n o r d u d a acerca de sus inten-c iones :

—¿Sabes cuáles son las cond ic iones de vida en E g i p t o ? ¿Crees q u e es pos ib le es tablecerse en este país sin g r a n d e s d i f i cu l t ades?

N a d i e p u d o d a r con Rado. . . Hac ia e l m e d i o d í a , n u e s t r o av ión despegó r u m b o al I r án . Ya sólo é r a m o s once pasa je ros a b o r d o .

Pero m u y p r o n t o las cosas se e s t r o p e a r o n y l legué a creer q u e iba a t e r m i n a r mi vida en el av ión q u e me devolvía a Moscú . P o c o des-pués de e m p r e n d e r e l vuelo , e l t i e m p o se hizo t o r m e n t o s o . G r a n d e s cor t inas de agua caían s o b r e e l a p a r a t o , q u e no p o r ello d e j a b a de p rosegu i r su ascensión. La visibil idad era nula . La i nqu i e tud era visi-

332 EL REGRESO

ble en e l r o s t ro de la t r ipu lac ión . Muy p r o n t o c o m p r e n d i m o s q u e las alas c o m e n z a b a n . . . a helarse. El a i re se enrarec ía . No d i s p o n í a m o s de caretas de ox ígeno y , p o c o a p o c o , u n a e x t r a ñ a languidez iba e m b o -t a n d o nues t ros m i e m b r o s . Los p i lo tos g r i t a b a n sin cesar p a r a m a n t e -nerse desp ier tos . El avión seguía a scend i endo . N o s a c e c h a b a la catás-t rofe . " ¡ V a y a a b s u r d i d a d ! me dec ía ; ¡qué idiotez! ¡ H a b e r c o m b a t i d o c o m o yo lo he h e c h o p a r a e n c o n t r a r a h o r a mi t u m b a en esta car l in-

t " ga! Por f in d e j a m o s de ascender y el a p a r a t o inició el descenso . Poco

a poco , vo lv imos a u n a a l tu ra razonable . Al l legar a T e h e r á n , los pi-lotos nos c o n f e s a r o n q u e , d e b i d o a l mal t i empo , e l av ión se h a b í a desv iado de su ru ta y que , al navegar sin vis ibi l idad, h a b í a n t e m i d o u n a ca tás t rofe . Es taba escri to q u e no hab ía l l egado todavía mi ú l t ima h o r a .

Las cond ic iones a tmosfé r icas d e m o r a r o n nues t r a sal ida de T e h e -rán . El a g r e g a d o mil i tar soviético nos invitó, a Foo te y a mí, y nos d i jo q u e en Moscú ya ten ían not ic ias de la d e s a p a r i c i ó n de R a d o . Creía q u e quizá n o s o t r o s p o d r í a m o s dar le a l g u n a s indicac iones acer -ca de lo o c u r r i d o .

Foo t e —y era h a r t o comprensible— se m o s t r a b a m u y ans ioso . De q u e le h ic ie ran a l g u n a s p r e g u n t a s a q u e lo c o n s i d e r a r a n cómpl i ce de su supe r io r , só lo m e d i a b a un paso , q u e a l g u n o s no vaci lar ían en dar . . .

— ¿ C ó m o q u i e r e usted —declaró a l a g r e g a d o mi l i ta r soviético— q u e d e s p u é s de es to vaya a Moscú y p re sen te un i n f o r m e acerca de la act ividad q u e h e m o s d e s a r r o l l a d o e n Suiza? M e t e n d r á n p o r sospe-choso . Y no d a r á n c réd i to ni a u n a p a l a b r a de c u a n t o les d iga .

Mien t ra s v o l á b a m o s hacia Moscú , l a hu ida de R a d o me obses io-n a b a . Sabía q u e h a b í a c u m p l i d o su mis ión m á s allá de c u a n t o era de espera r y q u e n a d a tenía q u e r ep rocha r se . A lo l a rgo de sus d i l a t ados a ñ o s d e mi l i tan te , de sde q u e , s i e n d o m u y j o v e n todavía , h a b í a pa r t i -c i p a d o en e l m o v i m i e n t o r evo luc iona r io de Bela Kun en H u n g r í a , hab ía a c u m u l a d o u n a a b u n d a n t e exper ienc ia polí t ica. En Suiza, ha-bía c o n t r i b u i d o p o d e r o s a m e n t e a la victoria. Pero , d e b i d o precisa-m e n t e a su p r o f u n d o c o n o c i m i e n t o de los hechos , a su rea l i smo de h o m b r e de ciencia, j uzgaba q u e , a pesar de la victor ia , n a d a h a b í a c a m b i a d o en el r e ino de la GPU ,y preveía el des t ino q u e le a g u a r d a b a en Moscú . S in t i éndose p o c o e n t u s i a s m a d o a n t e l a perspect iva de aca-bar su vida en un ca labozo soviético, h a b í a d e s a p a r e c i d o en El Cai ro , pues to q u e se hab ía c u r a d o en salud d e j a n d o a su m u j e r y a sus h i jos en París, d o n d e e s t a b a n seguros . 1

I. La libertad de Rado fue de breve duración. Se refugió en un campamen to mgJés, pe ro fue

UN SINGULAR VIAJE 333

Conf ieso q u e esta ve rdad sólo m á s t a rde me hi r ió c o n su luz cega-d o r a . En tonces e ra un i n g e n u o : creía q u e , a l f inalizar los comba te s , el t e r ro r cesaría y el r ég imen evo luc iona r í a . S e m e j a n t e c r e d u l i d a d p o r p a r t e de un h o m b r e q u e hab ía vivido las p u r g a s an te r io res a la g u e r r a n o d e j a d e ser s o r p r e n d e n t e , p e r o d e t o d o s m o d o s u n a rgu -m e n t o decisivo me h a b í a i n d u c i d o a regresar a la U n i ó n Soviética: mi famil ia . Yo no tenía c o m o R a d o la t r a n q u i l a c e r t i d u m b r e de saber la a salvo en París y preveía que , de ex t r av i a rme en el c a m i n o de regreso , ser ían los m í o s qu i enes ca rgar ían con las consecuenc ias de mi hu ida .

N o s a c e r c á b a m o s a Moscú. . . De t o d o s los sen t imien tos con t rad ic -tor ios q u e me e m b a r g a b a n , r e c u e r d o s o b r e t o d o l a a legr ía de volver a ver a mi fami l ia d e s p u é s de tan tos a ñ o s de sepa rac ión . C u a n d o el av ión rozó con sus r u e d a s la pista de a terr iza je , e x p e r i m e n t é la sensa-c ión del h o m b r e q u e está sa t i s fecho de su t r aba jo . Me sentía o rgu l l o -so de lo q u e hab ía h e c h o y só lo a s p i r a b a a un b ien g a n a d o descanso . Pe ro evocaba en mi p e n s a m i e n t o a mis a n t i g u o s c a m a r a d a s , a los m u e r t o s y a los t o r t u r a d o s .

Al descende r p o r la escaleril la del a p a r a t o , t r a t aba de r e c o n o c e r a los míos en m e d i o de la oscur idad de la noche . Era inút i l : nad ie me e spe raba , c o m o t a m p o c o a los d e m á s pasa je ros . Un g r u p o de oficia-les cons t i tu ía n u e s t r o comi té de recepc ión . Unos mi l i t a res p a r a salu-d a r a unos c o m b a t i e n t e s ; en r igor eso era p e r f e c t a m e n t e expl icable .

Unos oficiales super iores —unos coroneles— se me ace rca ron y me s a l u d a r o n con g r a n co rd ia l idad . Me inv i ta ron a sub i r en un coche . En un b r u s c o m o v i m i e n t o de luz, r econoc í a u n o de ellos. En J937 e ra capi tán . ¡ H a b í a s ido r áp ida la p r o m o c i ó n ! F o r m u l é la p r e g u n t a q u e me q u e m a b a los labios de sde mi l l egada :

—¿Dónde es tán mi m u j e r y mis h i j o s ? —No se p r e o c u p e —respondió u n o de mis a c o m p a ñ a n t e s — ; s iguen

m u y b ien de sa lud y su m u j e r está d e s c a n s a n d o ahora , lejos de Moscú. No h e m o s p o d i d o avisarla p o r q u e , has ta e l ú l t imo m o m e n t o , igno-r á b a m o s la fecha exacta de su l legada. De todos m o d o s , la d i recc ión del C e n t r o p iensa q u e usted no t end rá i nconven i en t e en q u e d a r s e a q u í d u r a n t e dos o tres s emanas p a r a p r e p a r a r su i n f o r m e con toda t r a n q u i l i d a d . Al p iso q u e le h e m o s p r e p a r a d o es a l q u e a h o r a le con-

d u c i m o s . H a b í a n d i spues to dos hab i tac iones p a r a mí en e l domic i l io de un

c o r o n e l q u e se h a l l a b a en mis ión . Su m u j e r y su h i j a nos d i e r o n la

inmediata y enérgicamente reclamado por Moscú. El destino de Rado era de muy escasa importan-cia cuando estaban en juego las buenas relaciones entre Gran Bretaña y Rusia: pocos meses des-pués de su "evasión", unos oficiales del NKVD fueron a buscarlo y entonces la mano del diablo ca-yó sobre él.

334 EL REGRESO

bienvenida . Antes de marcha r se , mi escol ta —dos coroneles— me se-ña ló a un j o v e n cap i t án :

—Éste es su oficial de o r d e n a n z a ; le p r o p o r c i o n a r á t o d o lo q u e usted necesite. . .

E l a i s l amien to , ¡para q u e p u d i e r a r e d a c t a r mi i n f o r m e ! Un oficial de o r d e n a n z a , ¡ c o m o si lo neces i ta ra! La ac t i tud de a m b o s corone les , tan o b s e q u i o s a c o m o i m p e r a t i v a ; l a ausenc ia de mi m u j e r , s o b r e to-d o ; t odos esos e l e m e n t o s r e u n i d o s susc i t aban en mí u n a sensac ión de ex t rañeza , incluso de desconf ianza .

Me instalé en mi nueva m o r a d a , m á s c o n f o r t a b l e p o r lo m e n o s q u e las h ú m e d a s calles del b a r r i o M o n t p a r n a s s e , p o r las q u e h a b í a a n d a d o c o m o a l m a e n p e n a d u r a n t e la rgos días, d e s p u é s d e a b a n d o -nar la Ma i son -B lanche .

Ya al d ía s iguiente p o r la n o c h e tuve visitas... E ran tres, d o s vesti-dos de u n i f o r m e y el t e r c e r o de p a i s a n o . I d e n t i f i q u é a este ú l t imo , p o r q u e en 1938 e ra r e sponsab l e del t r a b a j o po l í t i co en e l Cen t ro . No obs t an t e , tal t í tu lo oficial ocu l t aba u n a rea l idad m u y dis t in ta : e ra ge-neral del NK.VD.

H a b í a n t r a í d o u n a cena e sp lénd ida , p e r o r o m p í l a t r egua gas-t r o n ó m i c a p a r a p lan tea r l es u n a de las cues t iones q u e me p r e o c u -p a b a n :

—¿ Rec ib ie ron a t i e m p o mi i n f o r m e del mes de e n e r o de 1943, q u e remi t í a la d i recc ión del p a r t i d o ?

—Sí, sí, lo r ec ib imos y lo tuv imos m u y en cuen ta . Se p r o d u j o un si lencio. L u e g o e l gene ra l c a m b i ó de conversa-

c ión : —¿Cuáles son , pues , sus p royec tos p a r a e l f u t u r o ? Pensé : mi f u t u r o será e l q u e us tedes dec idan . Pero r e s p o n d í : —Ya he t e r m i n a d o c o n los servicios de i n f o r m a c i ó n , este cap í tu lo

de mi vida ha q u e d a d o conc luso . P e r o an tes de r e t i r a rme a Po lon i a , desear ía h a b l a r con e l C e n t r o s o b r e las múl t ip les incidencias ocu r r i -das d u r a n t e la guer ra . . .

Y a r t i c u l a n d o l e n t a m e n t e mis p a l a b r a s , a ñ a d í : —Confío q u e se me d a r á n expl icac iones acerca de los graves e r r o -

res come t idos p o r la d i recc ión . Al genera l i n q u i s i d o r se le e n s o m b r e c i ó el r o s t r o : — ¡Si eso es t o d o lo q u e le in teresa! —¿Acaso a usted no le in te resar ía de hal larse en mi lugar? . . . An te

t o d o , desear ía f o r m u l a r u n a p r o p u e s t a p a r a llevar a c a b o u n a ú l t ima o p e r a c i ó n de la O r q u e s t a Roja. . .

—De a c u e r d o —me a t a j ó el general—; m a ñ a n a e s t u d i a r e m o s su su-gerencia . . .

Al d ía s iguiente , recibí la visita de dos corone les . En segu ida me

UN SINGULAR VIAJE 335

di cuen ta de q u e conoc ían a l ded i l lo t oda la ac tuac ión de la O r q u e s t a Roja .

—Estoy p e r s u a d i d o —comencé deciéndoles— de q u e Grossvogel , Maká rov , Rob inson , Sukúlov y Maks ímovich están a ú n con vida. P u e d e n y d e b e n ser salvados. Pe ro lo m á s i m p o r t a n t e es sabe r si us te-des s iguen en con tac to c o n Pannwitz . . .

—Se ha r e f u g i a d o en los Alpes aus t r íacos , según h e m o s s a b i d o p o r u n a fuen te segura. . .

En tonces les p r o p u s e enviar a Pannwitz d o s oficiales q u e conoc ie -r an a f o n d o la his tor ia de la O r q u e s t a Roja. Le revelar ían que , d e s d e f e b r e r o de 1943, e l Cen t ro conoc ía e l p l a n t e a m i e n t o del g r a n j u e g o gracias a mi i n f o r m e de aque l l a fecha. Si Pannwitz se c o m p r o m e t í a a hacer lo necesar io pa ra salvar a los comba t i en t e s de la O r q u e s t a Roja encarce lados , 2 se le p r o m e t e r í a tener le en cuen ta este ges to de b u e n a v o l u n t a d d e s p u é s de la g u e r r a ; de no ser así, se i n f o r m a r í a i n m e d i a -t a m e n t e a H i m m l e r y a B o r m a n n acerca de la s i tuac ión real del g r a n j u e g o . Si éstos sab ían q u e la d i recc ión de M o s c ú m a n e j a b a los hilos del j u e g o desde hacía t an to t i e m p o , cons ide ra r í an r e sponsab le de el lo a Pannwitz y eso p o d í a costar le m u y caro , pues to q u e H i m m l e r y B o r m a n n c o n t a b a n a ú n con los m e d i o s de hacérse lo p a g a r .

Esta p r o p o s i c i ó n me parec ía p e r f e c t a m e n t e a c o r d e con la just icia y la lógica. Mis dos in te r locu to res me p r o m e t i e r o n f o r m a l m e n t e q u e s o m e t e r í a n d icha p r o p u e s t a a la cons ide rac ión de la d i r ecc ión del C e n t r o .

Pasé la p r i m e r a s e m a n a de es tancia en Moscú r e d a c t a n d o mi in-f o r m e con l a a y u d a de u n a m á q u i n a de escribir . No obs tan te , c u a n -tos más días t r anscur r í an , más s e g u r o estaba de q u e las n u b e s i b a n a c u m u l á n d o s e s o b r e mi cabeza. Só lo con u n a dosis p o c o c o m ú n de inconsciencia y de ceguera h u b i e r a d e j a d o de c o m p r e n d e r q u e no hab ía l legado a ú n a l t é r m i n o de mis i n fo r tun ios . N o , yo no era e l c o m b a t i e n t e a l q u e la pa t r i a recibe, p o r lo m e n o s , con e l r econoc i -m i e n t o de los servicios p r e s t ados .

A los tres días de ha l l a rme en a q u e l piso, u n o s oficiales del NK.VD me t r a j e r o n mi male ta . En efecto, a l salir del a e r o p u e r t o , ine hab ía d a d o cuen ta , a u n q u e d e m a s i a d o ta rde , de q u e me hab ía l levado l a male ta de Shl iápnikov , q u e era e x a c t a m e n t e igual a la mía . Este últi-mo h a b í a c o m p r e n d i d o a s i m i s m o su equ ivocac ión . Los dos oficiales del N K V D se h a b í a n e n c a r g a d o de e fec tuar e l i n t e r camb i o .

L a " c a l i d a d " d e a m b o s e m b a j a d o r e s era h a r t o ins t ruc t iva : d e n o -

2. Para que no subsista la menor duda , repito que Pannvóu, jefe del Sonderkommando , esta-ba investido de la suficiente autoridad para d e m o r a r las ejecuciones, siempre que la presencia de los condenados en su poder fuese necesaria para su " t r a b a j o " Naturalmente, en aquella época, yo ignoraba lo que habia sido de mis compañeros .

336 EL REGRESO

taba q u e Sh l i ápn ikov se h a l l a b a en sus m a n o s . En tonces c o m p r e n d í de q u é m o d o M ó l o t o v h a b í a a c o g i d o a su " q u e r i d o c a m a r a d a " , des-pués de escr ibir le u n a car ta m u y a fec tuosa inv i t ándo le a q u e regresa-ra a la URSS. Era el c o l m o del c in i smo. Sentía mi co razón angus t i a -do , e x p e r i m e n t a b a u n a i n m e n s a pena y m e e m b a r g a b a u n p r o f u n d o hast ío a l i m a g i n a r e l e n o r m e d e s e n g a ñ o s u f r i d o p o r a q u e l a n t i g u o bo lchev ique , tan d i choso a n t e la perspect iva de regresa r a la pa t r i a del soc ia l i smo, t an d i spues to a consag ra r l e sus ú l t imas fuerzas , y q u e a h o r a d e s c u b r í a la t r a m p a en la q u e hab ía ca ído . Espe raba ha l la r e l coche de M ó l o t o v en el a e r o p u e r t o ; p e r o , en su lugar , ;vio q u e le ha -b í a n r e se rvado el coche celular p a r a c o n d u c i r l o d i r e c t a m e n t e a la Lu-b ianka!

La f u n c i ó n exclusiva de mi " o r d e n a n z a " consis te en v ig i la rme con su inqu ie t a m i r a d a de h u r ó n . E l t i e m p o q u e no pasa c o n m i g o , lo consag ra a la h i ja de la casa. . . U n a ta rde , en q u e se ha a u s e n t a d o , en-t ro en su h a b i t a c i ó n y lo q u e allí d e s c u b r o me a b r e los o jo s p o r c o m -p le to : e l m u y imbéci l ha d e j a d o s o b r e l a mesa un i n f o r m e en e l q u e cons igna c o n g r a n m i n u c i o s i d a d t o d o s mis h e c h o s y gestos. En sus pág inas veo a n o t a d a s has ta mis m á s insignif icantes pa l ab ra s , sin con-tar t o d o lo fa lso y e r r ó n e o q u e me a t r ibuye . S o p l ó n y fa lsar io , el c o m p a ñ e r o ideal . . . Me d e c i d o en tonces a e n m e n d a r aque l l a o b r a de per fec to de la to r s u b r a y a n d o con tinta e n c a r n a d a todas las inexac t i tu-des y e s c r i b i e n d o al m a r g e n de las m i s m a s la p a l a b r a " f a l s o " .

Mi ánge l de la g u a r d i a regresó m u y ta rde aque l l a noche . Al d ía si-gu ien te h a b í a desapa rec ido . . . Sin d u d a , p r e f i r i ó adver t i r a sus supe-r iores an t e s de q u e yo les hab l a r a .

El b a l a n c e de mi s i tuac ión después de regresar a M o s c ú e ra fácil de es tab lecer : b a j o u n a f o r m a a p e n a s d i s f razada , no era n i m á s n i m e n o s q u e u n p reso .

Me a s i g n a r o n un nuevo " o r d e n a n z a " , m á s j o v e n q u e e l a n t e r i o r , del q u e se d i f e r enc iaba a s i m i s m o p o r su m é t o d o m á s s o l a p a d o y a m a b l e . Me invitó a ir al cine, y acep té la invi tación. . . Las imágenes des f i l aban a n t e mis o jos , p e r o sólo p o r u n o s s e g u n d o s r e t en ían mi a t enc ión . Un p e n s a m i e n t o ún ico me o b s e s i o n a b a : ¿ q u é i b a n a hacer de m í ?

Diez días m á s tarde , los tres h o m b r e s v in ie ron a cenar de nuevo c o n m i g o . C o m o l a p r i m e r a vez, t a m p o c o tuve q u e p r e o c u p a r m e p o r n a d a , p u e s t o q u e ellos s e e n c a r g a r o n , a m p l i a m e n t e , del a b a s -tec imiento .

Pese a la a b u n d a n c i a de m a n j a r e s y al g e n e r o s o r ío de vodka , el a m b i e n t e d i s taba m u c h o de ser cordia l . No cabía d u d a de q u e les h a -b ían e n c a r g a d o " c o c i n a r m e " y de q u e , h a b i é n d o l e s c a u s a d o u n a im-pres ión p o c o f avorab le en nues t ro s p r i m e r o s ágapes , e s p e r a b a n en-

UN SINGULAR VIAJE 337

c o n t r a r m e a h o r a en m e j o r d i spos ic ión de á n i m o . E l general del N K V D r o m p i ó e l h ie lo :

—Así pues , ¿ q u é p iensa us ted hacer en lo sucesivo? —me pre-g u n t ó .

—Ya se lo d i j e : regresar a Po lon ia , mi t ierra natal , pe ro an tes q u i e r o discutir a lgunas cosas con la d i rección.

M e n e ó la cabeza: d e c i d i d a m e n t e , yo e r a un t e s t a rudo i r recupera -ble . La respues ta b r o t ó de sus labios con t oda aspereza :

—Si t an to insiste en el p a s a d o , O t t o , no será c o n noso t ro s c o n q u i e n hab le de tales cuest iones . Lo ha rá , c ie r tamente , p e r o en o t r o lugar (insistió m u c h o en estas c u a t r o ú l t imas pa labras) , ¿ c o m p r e n d e us ted ?

„ —Lo c o m p r e n d o p e r f e c t a m e n t e ; p e r o , a mi vez, le d i g o sin a m b a -ges: ¡me i m p o r t a un c o m i n o saber q u i é n se o c u p a r á de el lo!

Eso e ra excesivo. El genera l se l evan tó y salió c o n sus c o m p a ñ e r o s sin s a l u d a r m e . Apos t a r í a u n a f o r t u n a a q u e se f u e d i r ec t amen te a in-f o r m a r a sus super iores . Mi c o m p o r t a m i e n t o me c o n d e n a b a . Pre ten-der q u e e l C e n t r o me diera expl icaciones y s o ñ a r tan só lo en regresar a mi país nata l , Po lon ia , e ran u n a s a m b i c i o n e s a b s u r d a s , d e s m e s u r a -das, i m p e r d o n a b l e s . . . Obse rvé q u e a p e n a s h a b í a m o s p r o b a d o los m a n j a r e s , no obs t an t e m u y ape t i tosos , q u e c u b r í a n l a mesa .

Todav í a pasé u n a n o c h e t r anqu i l a . Al d ía s iguiente , me ha l laba p r e s t o p a r a e n f r e n t a r m e c o n lo p e o r , f u e r a lo q u e fuese. Se p r e s e n t ó un nuevo co rone l y estuve a p u n t o de dec i r le : " P a s e us ted, le espera-ba . . . " .

M e d i j o : —Tiene q u e c a m b i a r de residencia. Me m o r d í la l engua p a r a no p r e g u n t a r l e s i e l n u e v o domic i l io p o -

seía calefacción y no in t e r roga r l e sob re el g r o s o r de sus ba r ro te s . Re-cogí mis cosas y le seguí. S u b i m o s a un coche . Ño i n t e r c a m b i a m o s ni u n a sola pa l ab ra . Era ya de noche , p e r o conoc ía Moscú lo suf ic iente p a r a tener u n a idea de la d i recc ión q u e h a b í a m o s t o m a d o . . . Al l legar a la plaza Dzerzhinski, de sapa rec i e ron mis ú l t imas d u d a s , si a ú n las ten ía : allí es d o n d e se levanta la exces ivamente f amosa Lub ianka .

Las macizas ho jas del p r i m e r p o r t a l ó n se h a b í a n c e r r a d o de nue-vo a nues t ras espaldas . L legamos an te u n a s e g u n d a pue r t a . El co ro -ne l , q u e no me h a b í a d e j a d o y q u e seguía e n c e r r a d o en su m u t i s m o , l l amó y hab ló luego a lgunas p a l a b r a s con un ind iv iduo a través de un ventani l lo . La p u e r t a se ab r ió . P e n e t r a m o s en la sala de recepción de aque l l a n o b l e ins t i tución. El co rone l sacó de su bolsi l lo un recibo, lo p r e s e n t ó al oficial de servicio, q u e lo f i rmó , y luego se volvió hacia mí . C o n gran so rp re sa p o r mi pa r t e , me es t rechó l a rga y ca lurosa-m e n t e l a m a n o . Pe rmanec ió inmóvi l d u r a n t e a l g u n o s segundos .

338 EL REGRESO

Ten ía - p u e d o a s e g u r a r l o - lágr imas en los o jos . F ina lmen te , se m a r c h ó .

Miré a mi a l r ededor . . . Me sentía envue l to p o r u n a espesa n iebla . Y, sin e m b a r g o , la r ea l idad me c e g a b a : e s t aba p reso . Preso en la Lu-b ianka .

2. LUBIANKA

Este n o m b r e se ha hecho cé lebre : en e l m u n d o e n t e r o la L u b i a n ka es e l s í m b o l o del t e r ror i n s t a u r a d o p o r la G P U . En p l e n o c o r a z ó n de Moscú , aque l c o n j u n t o de edi f icac iones a lo ja e l Min i s te r io de Se-g u r i d a d . En e l c e n t r o del m i s m o se ha d i s p u e s t o u n a r educ ida p r i s ión reservada a unos cen tenares de ' ' i nv i t ados de m a r c a " . La rgos cor re -do res p o n e n en c o m u n i c a c i ó n e l min is te r io c o n las celdas, sin q u e sea preciso salir a f u e r a p a r a pasa r de un edif ic io a l o t ro . Así t o d o q u e d a " e n casa . . . " .

A h o r a rne ha l lo en la sala de espera . A a m b o s lados se a b r e n las pue r t a s de una decena de p e q u e ñ a s hab i t ac iones . Me hacen e n t r a r en u n a de ellas. T o d o el m o b i l i a r i o se r educe a u n a mesa y u n a silla. La pue r t a se cierra a mis espaldas .

A b r u m a d o de cansancio , me d e j o caer s o b r e l a silla. Me s iento inerte , sin fuerzas, incapaz de r eacc ionar . T e n g o la i m p r e s i ó n de q u e mi c e r e b r o se vacía, de q u e ya no f u n c i o n a , de q u e ya no regis tra na-da . Me toco la cabeza, los b razos : "Sí, soy yo, soy e x a c t a m e n t e yo qu ien está aquí , p r e so en la L u b i a n k a " .

El r u i d o de la pue r t a q u e se a b r e me a r r a n c a de ese e s t ado se-mi inconsc ien te . O i g o u n a voz:

—¿Por q u é no se d e s n u d a ? C o m p r e n d o q u e es a mí a q u i e n hab la ese subof ic ia l de ba ta b l a n -

ca y le r e s p o n d o : —¿Por q u é h e d e d e s n u d a r m e ? ¡ N o veo a q u í n i n g u n a c a m a ! —Desnúdese y no haga p regun ta s . O b e d e z c o y e spe ro , e n t e r a m e n t e d e s n u d o . La p u e r t a se a b r e de

nuevo y e n t r a n o t r o s dos ind iv iduos i g u a l m e n t e vest idos con bata b lanca . D u r a n t e u n a hora , reg is t ran m i n u c i o s a m e n t e todas mis r o p a s y d i s p o n e n en un m o n t ó n el c o n t e n i d o de mis bolsi l los. Al t e r m i n a r , u n o d e ellos m e o r d e n a :

—¡Levántese! Y empieza a a u s c u l t a r m e de la cabeza a los pies. Sólo le falta un

340 EL REGRESO

es te toscopio pa r a q u e me crea en e l consu l t o r i o de un m é d i c o . Me e x a m i n a los cabellos, las o re jas , me m a n d a abr i r la boca y sacar la l engua . Pa lpa en todas par tes , me o r d e n a alzar los brazos .

—Levante e l pene . ¡Más a r r i b a ! —Vuélvase de espa ldas . (Lo hago . ) Cójase las na lgas con las m a -

nos y sepáre las , más , todavía más . Se agacha a c e r c á n d o s e a mi t rasero. H a r t o ya, le d i g o : —¿Ha p e r d i d o a l g o ah í d e n t r o ? —No me p r o v o q u e o , de l o con t r a r i o , t a m b i é n p a g a r á p o r eso.

Vístase. Revuelve mi ma le t a y saca de ella un kilo de café no to r re fac to ,

q u e h a b í a c o m p r a d o en l a escala de Tehe rán . . . —¿Qué es e s o ? —Cebada. . . C o n s t a t o con sat isfacción q u e a ñ a d e el café a los ob je t ivos cuyo

uso suele s e r n o s p e r m i t i d o en la cárcel. Establece la lista de los ob je -tos q u e r e t i ene en su p o d e r : co rba t a , c o r d o n e s de los zapa tos , t i ran-tes, etc. F i r m o un m o n t ó n de papelo tes . Llega un ten iente q u e , a su vez, f i rma un rec ibo según el cual le ha s ido " e n t r e g a d o " el rec luso . L u e g o me m a n d a q u e l e siga. Cruzamos la rgos c o r r e d o r e s desier tos . A b r e una puerta. E n t r o en u n a ceJda p rov i s t a de dos camas . En u n a de ellas d u e r m e un h o m b r e , c o n el r o s t ro vuel to hacia la p a r e d y las m a n o s e n c i m a del cobe r to r . . .

—Ésta es su cama . Desnúdese y acuéstese. O b e d e z c o , p e r o n o m e d u e r m o ; t oda l a n o c h e p e r m a n e z c o c o n

los o jo s ab i e r t o s ; cada tres m i n u t o s se ab re e l ven tan i l lo y un o j o me mi ra . Mis o j o s ab ie r tos desazonan a l carcelero . Se q u e d a allí, qu i e to , o b s e r v á n d o m e . Esa n o c h e a p r e n d o mi p r i m e r a lección carce la r ia : "Si no d u e r m e s , c ier ra p o r lo m e n o s los o jos . Así es tarás m á s t ran-q u i l o " .

Llega la m a ñ a n a . P o r e l pos t igo , u n a m a n o i n t r o d u c e e l " d e s a y u -n o " : u n a r e b a n a d a de p a n , un t e r rón de azúcar y un tazón de l í q u i d o negruzco q u e , an tes de p r o b a r l o , evoca el café. A través de la p u e r t a , u n a voz r e c o m i e n d a :

—El p a n es pa r a t o d o el día . T r a t o d e engul l i r u n s o r b o d e café, p e r o n o l o g r o q u e desc ienda

a l e s t ó m a g o . Doy un m o r d i s c o a l pan , b l a n d o cual pas ta de m o d e l a r . T o d o eso me deja i n d i f e r e n t e : f l o t o p o r e n c i m a de las cosas. Mi c o m -p a ñ e r o se desp ie r ta , me da los b u e n o s días y no p r o n u n c i a n i u n a p a -labra má^s. Es un oficial .

Pasan c u a t r o días. No veo a nadie . P o r la m a ñ a n a del q u i n t o día, a l e fec tuarse e l c a m b i o de g u a r d i a ,

e l subof ic ia l me p r e g u n t a :

LUBIANKA 341

—¿Tiene q u e f o r m u l a r a l g u n a r e c l a m a c i ó n ? —Sí —le r e s p o n d o con voz q u e qu ie re ser enérgica—; quis iera ver a

a lguien de la d i rección de la cárcel. Una h o r a m á s tarde , un capi tán en t r a en la ce lda : —¿De q u é se t r a t a ? —Quiero ver i n m e d i a t a m e n t e a la di rección de l min is te r io p a r a

u n a s u n t o d e g r a n i m p o r t a n c i a q u e n o m e a t añe d i r ec t amen te . T r a n s c u r r e n d o s días. Se presenta un oficial y me o r d e n a q u e le

siga. Reco r r emos los largos co r redores , q u e nos c o m u n i c a n con e l minis te r io , has ta q u e d e s e m b o c a m o s en u n a r educ ida estancia en la q u e u n a m u j e r en t r ega un r ec ibo a l of ic ial . Llega o t r o oficial , f i rma a su vez un pape l —¡ay, la burocracia!— y me c o n d u c e p o r un nuevo e i n t e rminab le c o r r e d o r , a u n q u e tapizado. T o m a m o s un ascensor . E l oficial e m p u j a u n a pue r t a y me hace e n t r a r en un g r a n despacho . En e l suelo, una i n m e n s a a l f o m b r a e n c a r n a d a ; en la pa r ed , un r e t r a to del " p a d r e c i t o de los p u e b l o s " , con la m i r a d a grave y el b igote adus -to : " é l " vela. Detrás de u n a larga mesa se halla s en t ado un h o m b r e todavía j oven , ves t ido de pa i sano . E n a r b o l a u n a magní f i ca c o r b a t a , q u e i n m e d i a t a m e n t e l lama la a tenc ión . Se levanta, se me acerca y me dice con acen to m e r i d i o n a l :

—¡Ah, es us ted! ¿ F o r m a b a pa r t e de aque l l a g r a n red de los servi-cios de i n f o r m a c i ó n d i r ig ida p o r l a pand i l l a con t r a r r evo luc iona r i a de Berzin y conso r t e s?

Sus labios se r e tue rcen l i t e ra lmente de o d i o c u a n d o p r o n u n c i a es-tas ú l t imas pa l ab ras . Yo n a d a r e s p o n d o . . .

—¿Sabe us ted d ó n d e se encuen t ra a h o r a ? —De no ser tan lu jo so este despacho , p o d r í a creer q u e nos hal la-

m o s en u n a g u a r i d a fascista. Mi respuesta lo irri ta. C o n un a d e m á n me indica q u e me a c e r q u e

a unos anchos ventana les y, s e ñ a l á n d o m e la p r i s ión con el d e d o , me p r e g u n t a :

—¿Sabe usted d ó n d e se ha l la m e t i d o al l í? —Me lo imag ino . . . —¿Por q u é se d e j ó a r r a s t r a r p o r aque l l a pand i l l a de t r a idores a

t r a b a j a r en e l e x t r a n j e r o ? —Perdón, p e r o no sé c ó m o l lamarle . . . —General. . . —Camarada genera l —prosigo—, yo no t r a b a j a b a pa r a u n a p a n d i -

lla. D u r a n t e la g u e r r a he d i r ig ido una red de i n f o r m a c i ó n del servicio mi l i t a r deJ e s t ado m a y o r del e jé rc i to r o j o , y me s i en to o rgu l lo so de lo q u e h e hecho .

C a m b i a n d o de t ema , e l genera l me p r e g u n t a : —¿Por q u é ha sol ic i tado entrevis tarse con a lgu ien del min i s t e r io?

342 EL REGRESO

—Al l legar a M o s c ú , h ice u n a s p r o p o s i c i o n e s a d o s c o r o n e l e s de los se rv ic ios d e i n f o r m a c i ó n , p e r o n o h e r e c i b i d o n i n g u n a r e s p u e s t a . No se t r a t a de m í , s i n o de s a lva r l a v ida a a l g u n o s c o m b a t i e n t e s de l a r e d . L e p i d o q u e s e p o n g a e n c o n t a c t o c o n u n d i r i g e n t e del C e n t r o p a r a l levar a c a b o es ta o p e r a c i ó n .

—Así l o h a r é . P o r a h o r a , e s o e s t o d o . R e c o r r o e l m i s m o c a m i n o , a u n q u e e n s e n t i d o i n v e r s o , h a s t a lle-

g a r a l a r e d u c i d a e s t a n c i a q u e , a m o d o de f r o n t e r a , s e p a r a e l m i n i s t e -r i o de la p r i s i ó n . . . De n u e v o u n o s r e c i b o s a f i rmar y me r e i n t e g r o a mi c e l d a .

D o s d í a s m á s t a r d e , v i e n e n a b u s c a r m e p a r a c o n d u c i r m e a u n a sala d o n d e m e e s p e r a n d o s h o m b r e s v e s t i d o s d e p a i s a n o . ¿ P e r t e n e -cen a l s e rv i c io de i n f o r m a c i ó n o a l S i n e r s h ? 1 En t o d o c a s o , c o n o c e n p e r f e c t a m e n t e m i h i s t o r i a . . .

— H a b l e m o s de su p r o y e c t o . No se t r a t a de sa lva r a las p e r s o n a s d e las q u e u s t e d h a b l a . L a m a y o r p a r t e d e e l las n o f o r m a n p a r t e d e los c u a d r o s m i l i t a r e s de l s e rv i c io d e i n f o r m a c i ó n .

C i e r r o los p u ñ o s p a r a n o e c h a r m e a g r i t a r . . . —Pero , ¿ a c a s o los c o m b a t i e n t e s d e l a O r q u e s t a R o j a n o p e r t e n e -

c ían a los c u a d r o s m i l i t a r e s ? ¿ E s q u e , p a r a u s t edes , c a r e c e d e i m p o r -t anc ia s u v ida , d e s p u é s d e t o d o l o q u e h a n h e c h o p o r l a v i c t o r i a

— U n a so la c o s a n o s i n t e r e s a : l o g r a r q u e P a n n w i t z y S u k ú l o v (Kent) v e n g a n a M o s c ú . S i u s t ed t i ene a l g u n a s p r o p o s i c i o n e s c o n c r e -tas a f o r m u l a r , las e s t u d i a r e m o s .

—Bien, —repuse—; d e n t r o d e d o s o t res d ías , h a b r é t r a z a d o u n p i a n d e a c c i ó n . .

P a s a n a l g u n o s d ía s y d e n u e v o n o s r e u n i m o s . Les p r e g u n t o : — ¿ E s t á n u s t e d e s e n c o n t a c t o c o n P a n n w i t z p o r r a d i o o , c u a n d o

m e n o s , p u e d e n e s t a b l e c e r l o r á p i d a m e n t e ? — E s t a m o s e n c o n t a c t o e p i s ó d i c o . P o d e m o s c o m u n i c a r n o s , p u e s ,

c o n é l . . . S u m i d o d e n u e v o e n l a a c c i ó n , l l e g a b a a o l v i d a r d o n d e m e h a l l a -

ba . De p r o n t o , d e j é de s e n t i r m e c a u t i v o y e x p u s e mi p l a n a mi s d o s i n t e r l o c u t o r e s :

— H a s t a q u e m e evad í e n s e p t i e m b r e d e 1943, P a n n w i t z y s u s j o l e s e s t a b a n c o n v e n c i d o s d e q u e e l C e n t r o n o h a b í a d e s c u b i e r t o e l g r a n j u e g o . D e s p u é s d e m i f u g a , t e m i e r o n q u e y o av i sa ra a M o s c ú . D e a h í q u e P a n n w i t z m a n d a r a f i j a r e n t o d a s p a r t e s e l car te l c o n l a o r d e n d e b u s c a y c a p t u r a d i c t a d a c o n t r a e l e s p í a J e a n G i l b e r r . Así m e " q u e m a -b a " a n t e e l C e n t r o . . .

]. Depurumenio especial del Ministerio de Seguridad, creado en 1943. Su n o m b r e s igmíka literalmente: "Mueran los espías" y se hallaba dirigido p o r el general Abakúmov.

LUBIANKA 343

—Sí; en aque l m o m e n t o —añadió u n o de Jos dos oficiales—, Kent envió a l Cen t ro un despacho en e l q u e nos seña laba la apa r i c ión de tales carteles, los cuales p r o c l a m a b a n t an to su de tenc ión c o m o su evasión. Pero aquí , en e l Cen t ro , pa r a p o d e r c o n t i n u a r e l g ran j u e g o , r e s p o n d i m o s a Kent q u e O t t o p r o b a b l e m e n t e nos hab ía t ra ic iona-do. . .

—Muy bien —proseguí—, e& preciso c o n f i r m a r esta tesis. A interva-los regulares , m a n d e n a Pannwitz u n o s de spachos en los q u e s i empre le re i teren la m i s m a p r e g u n t a : ¿ d ó n d e está O t t o ? Unas s e m a n a s más ta rde , l e c o m u n i c a n q u e h a n l o g r a d o sabe r q u e O t t o ha h u i d o a Amér ica del Sur. En c u a n t o reciban esta not ic ia , Pannwitz y Kent co-m e n z a r á n a cons ide r a r en ser io su ven ida a Moscú , p e r o al apl icar este p lan , ustedes c o n d e n a n a m u e r t e a todos los comba t i en t e s de la O r q u e s t a Roja q u e todavía se hal lan en m a n o s de los a l e m a n e s : antes de marcha r se , Pannwitz e l im ina rá a t odos los testigos de sus cr íme-nes...

Y a ñ a d í con g ran ene rg í a : —Es preciso q u e , al m i s m o t i empo , en t ab l en ustedes las negocia-

ciones o p o r t u n a s p a r a salvar a los supervivientes . . . N a d a me r e s p o n d i e r o n : se l evan ta ron y sa l ie ron. Entonces fui t r a s l a d a d o a una p e q u e ñ a celda, en la q u e iba a vivir

d u r a n t e largas semanas . Solo. . . El r ég imen se hizo más severo. Poco a p o c o u n o se a c o s t u m b r a al r i t m o i n m u t a b l e de los d ías : a Jas seis de la m a ñ a n a , la cabeza del carce lero a p a r e c e en el ven tan i l lo y un gr i to nos a r r a n c a del s u e ñ o :

—¡Levántense! U n o se levanta y coge el c u b o ; d i r ecc ión : los WC. Tres m i n u t o s

de p a r a d a c o m o m á x i m o . Se pasa después a los lavabos. Dos m i n u t o s pa r a lavarse. Regreso a la celda. A las siete: desayuno . Un tazón de café que , a m e n u d o , se r educe a agua hervida , un t e r rón de azúcar y la rac ión diar ia de pan . La celda es el r e ino de la in t e rd icc ión : está es-t r i c t amen te p r o h i b i d o tenderse s o b r e la c a m a y sentarse de espaldas a la puer ta . Sólo se p u e d e a n d a r , de a r r i b a a b a j o , de u n o a o t r o m u r o , y descansa r a lgunos instantes s e n t a d o s o b r e el t abure te . Y luego an-d a r de nuevo , seguir a n d a n d o , s i empre .

A este r i t m o se recor ren d i a r i a m e n t e var ios k i lómet ros . . . El al-m u e r z o se l imita a una escudil la de sopa , es decir , a un p o c o de agua gras ien ta en la q u e f lo tan unas bol i tas de cebada . Por la n o c h e , la m i s m a m i n u t a . En aque l los a ñ o s de p o s g u e r r a , en los q u e todos los países su f r í an u n a a g u d a p e n u r i a de a l imen tos , las rac iones en las pr is iones iban d i s m i n u y e n d o cada vez más . A m e n u d o la sopa estaba hecha con cabezas de a r e n q u e s ; era prec iso es tar muy h a m b r i e n t o pa ra t ragarse aque l b r e b a j e q u e hedía de un m o d o h o r r i b l e ; p e r o e l

344 EL REGRESO

h o m b r e se a c o s t u m b r a a t o d o y a c a b á b a m o s c o m i e n d o aquel la re-p u g n a n t e bazof ia . . . p a r a n o m o r i r n o s d e h a m b r e .

A las diez de la noche , se a b r e de nuevo el pos t igo y la m i s m a voz siniestra gr i ta :

—¡Acuéstense! Y en tonces comienza la pesadi l la . Ni s iqu iera en la c a m a p o d e m o s

t e n d e r n o s c o m o q u e r e m o s : e s ob l iga to r io p e r m a n e c e r e c h a d o de es-pa ldas , con a m b a s m a n o s sob re el c o b e r t o r y el r o s t ro vue l to hac ia la pue r t a . . . La luz s igue e n c e n d i d a d u r a n t e t oda la n o c h e . I m p o s i b l e volverse a un lado , r ehu i r aque l f a ro lacerante q u e t a l ad ra los p á r p a -dos . Más ta rde , a p r e n d e r é t rucos de recluso pa ra l o g r a r conci l iar e l s u e ñ o : c u b r i r m e ios o jo s con un calcetín, p o r e j e m p l o .

El circo comienza de nuevo. . . H a n ven ido a b u s c a r m e y me con-ducen a presenc ia del oficial ins t ruc tor . En un r incón de la sala, veo u n a p e q u e ñ a mesa y un t abu re t e pa r a el rec luso . En el r i ncón opues -to, u n a g r a n mesa tras de la cual se hal la s en t ado un cap i tán . Me si-túo en mi lugar . . .

—¡Ponga sus m a n o s s o b r e la mesa ! El oficial t o m a u n a ficha y comienza el i n t e r r o g a t o r i o : —Apellido y n o m b r e . —Trepper , L e o p o l d . —¿ N a c i o n a l i d a d ? —Judía. —Si es j u d í o , ¿ p o r q u é se l l ama L e o p o l d ? Éste no es un n o m b r e

j u d í o . —Lamento q u e no p u e d a p r e g u n t á r s e l o a mi p a d r e , p o r q u e ya

m u r i ó . El cap i t án p ros igue , i m p e r t u r b a b l e : — ¿ C i u d a d a n o ? —Polaco. —¿Ascendencia socia l? ~¿Qué es e s o ? —¿Su p a d r e e ra o b r e r o ? - N o . . . P r o n u n c i a en voz alta lo q u e va e sc r ib i endo : —"Ascendencia : p e q u e ñ a b u r g u e s í a . . . " ¿ P r o f e s i ó n ? —Periodista. —¿Par t ido po l í t i co? —Desde 1925, m i e m b r o del p a r t i d o comun i s t a . El cap i tán s igue h a b l a n d o en voz al ta mien t r a s escr ibe :

LUBIANKA 345

—"... Y a f i r m a q u e es m i e m b r o del p a r t i d o c o m u n i s t a d e s d e e! a ñ o 1925. . ."

El i n t e r roga to r io ha t e r m i n a d o . Salgo con un acre s a b o r de ceni-za en la b o c a : c i u d a d a n o po laco , j u d í o , " a s c e n d e n c i a " p e q u e ñ o -bu rguesa . He a q u í t o d o e l curriculum de mis veinte a ñ o s de vida mil i-tante. Me en t r an ganas de e c h a r m e a l lorar , p e r o r e t engo mis lágri-m a s : no les d a r é este gus to .

T o d a s las noches v ienen a b u s c a r m e a las diez pa r a el i n t e r r o g a t o -rio, q u e se p r o l o n g a has ta las c inco y m e d i a de la m a d r u g a d a . Al cabo de u n a s e m a n a sin d o r m i r , me p r e g u n t o c u á n t o t i e m p o resistiré todavía . . . Recue rdo la hue lga de h a m b r e en Palest ina y cons ta to has-ta q u é p u n t o es m á s d u r a a ú n la " h u e l g a del s u e ñ o " ; p e r o , esta vez, soy hue lguis ta a pesa r m í o . P o r el m o m e n t o , resisto b ien los in te r ro -gator ios . ¿ L o s i n t e r r o g a t o r i o s ? Más b ien las sesiones q u e sólo t r a tan de ago t a rme . . . C a d a n o c h e se r e a n u d a e l m i s m o " j u e g o " . . .

—Expl íqueme sus c r ímenes c o n t r a la Un ión Soviética —repite el oficial ins t ruc tor .

Y yo r e s p o n d o c o m o un a u t ó m a t a : —No he c o m e t i d o n i n g ú n c r imen con t ra la U n i ó n Soviética. En el es tadio s iguiente , e l cap i tán f inge q u e no se p r e o c u p a de m í ;

lee los pe r iód icos y, de vez en c u a n d o , re i tera su pregunta» sin levan-tar s iquiera los o jos de lo q u e está l eyendo . Yo rep i to m a q u i n a l -m e n t e :

—No he come t ido . . . Las p r e g u n t a s van e spac iándose . El t i e m p o t r anscur re con lenti-

tud. . . Pe rmanezco s i lencioso y me a c o s t u m b r o a estar s e n t a d o sob re mi p e q u e ñ o t a b u r e t e d u r a n t e siete h o r a s seguidas sin m o v e r m e .

Al a lba , me c o n d u c e n de n u e v o a mi celda. Uno s m o m e n t o s más ta rde o i g o la voz del carce le ro q u e pasa de p u e r t a en p u e r t a :

—j Levántense! No me he a c o s t a d o a ú n c u a n d o ya comienza un nuevo día . Q u i e -

ren q u e b r a r m e . A n d a r y resistir, s i empre resistir.. . D u r a n t e la s e g u n d a y la te rcera s e m a n a , a par t i r del inicio de la

" i n s t r u c c i ó n " de mi s u m a r i o , me d e j a n d o r m i r u n a n o c h e cada siete. Me h u n d o en tonces en el s u e ñ o y , p o r la m a ñ a n a , se r e a n u d a el ago-t a d o r ejercicio d ia r io . . .

Una n o c h e de l a c u a r t a s e m a n a , un h o m b r e p e q u e ñ o , con e l ros-t ro e n f e r m i z o y a m a r i l l e n t o , en t ra en la sala del i n t e r roga to r io . Se halla en un e s t ado de in tensa exci tación. Es el co rone l j e f e de la sec-ción de ins t rucc ión , f a m o s o en t oda la L u b i a n k a p o r su c rue ldad y su sad i smo, p u e s t o q u e e x p e r i m e n t a u n v e r d a d e r o p lacer c u a n d o p u e d e go l pea r a un rec luso con sus p r o p i o s p u ñ o s . Acto seguido , p r e g u n t a al c ap i t án :

346 EL REGRESO

— ¿ Q u é resu l t ados ha l o g r a d o u s t ed? —Ninguno . Se obs t ina en negar sus c r ímenes . Todav ía no ha co-

m e n z a d o a hab la r . . . El c o r o n e l se vuelve hacia mí y me suelta u n a larga p a r r a f a d a q u e

d u r a p o r lo m e n o s med ia ho ra . Es un c h o r r o de b las femias , in jur ias , a m e n a z a s e insul tos , e n t r e c o r t a d o s m u y de vez en c u a n d o p o r a lgunas p a l a b r a s del v o c a b u l a r i o cor r ien te . En general , c u a n d o se insul ta a a lgu ien en ruso , se empieza p o r la m a d r e . P e r o e l co rone l , especialis-ta c o n s u m a d ^ , se r e m o n t a a tres o c u a t r o generac iones .

Su " e r u d i c i ó n " a r r a b a l e r a me i m p r e s i o n a v ivamente en ese pr i -m e r m o m e n t o , p e r o m á s t a rde sab ré q u e se l imita a reci tar una leta-nía p r e p a r a d a de a n t e m a n o y c u i d a d o s a m e n t e e s tud iada , q u e f o r m a p a r j e de l a e d u c a c i ó n e l emen ta l de un corone l ins t ruc tor .

P e r m a n e z c o s i lencioso, sin r eacc ionar . Al da r se c u e n t a de q u e t ropieza con un m u r o , se i n t e r r u m p e y me a m e n a z a :

—¡Tu v e r a n e o en la L u b i a n k a se ha t e r m i n a d o ! Daré con e l m e d i o de hace r t e h a b l a r . ¡Confesa rá s tus c r ímenes !

Ya his tér ico, a b r e la pue r t a y g r i t a : — ¡ Q u i t a d m e a ese p u e r c o de a q u í ! Los ca rce le ros se p rec ip i t an ; no es m á s q u e la u n a de la m a d r u g a -

da . Tuve q u e s o p o r t a r e l espec tácu lo de aque l cloum p a r a g a n a r a lgu-nas h o r a s de s u e ñ o .

L u e g o , en las noches pos te r io res , ya no v in ie ron a b u s c a r m e .

3. LEFORTOVO

Hace ya m á s de un mes q u e me ha l lo en la Lub ianka . . . U n a no-che, el carce lero en t r a en mi celda y me suelta la Irase r i tua l :

—Sígame... Me voy tras él, p e r o en tonces a ñ a d e : —Tome sus cosas. ¿Voy a cambia r , pues , de " d o m i c i l i o " ? Unos pocos m o v i m i e n t o s

me bastan pa r a recoger todos mis bienes . . . R o d e a d o p o r nu t r ida gua rd i a , sa lgo de la pr i s ión . Un vehículo, q u e los moscovi tas c o n o -cen s o b r a d a m e n t e (el chorni voron, el " c u e r v o n e g r o " ) , se halla esta-c i o n a d o a n t e la pue r t a . Se trata de u n a c a m i o n e t a que , a p a r e n t e m e n -te, en nada se d i ferencia de un veh ícu lo cua lqu i e r a de r e p a r t o ; en sus lados lleva p i n t a d a en g randes carac teres la m e n c i ó n : " C a r n e , pan , p e s c a d o " ; su in ter ior se hal la a c o n d i c i o n a d o pa r a el t r an spo r t e de u n a mercanc ía m u y d is t in ta : está d iv id ido en p e q u e ñ o s c o m p a r t i -m e n t o s d i spues tos de tal m o d o q u e los pasa je ros no p u e d a n h a b l a r u n o s con o t ros . Me hacen subir en e l coche . El viaje d u r a a p r o x i m a -d a m e n t e m e d i a hora .

H e m o s l legado a la pr i s ión de Lefo r tovo , t emida en toda la U n i ó n Soviética. El edi f ic io me r e c u e r d a la for ta leza de San J u a n de Acre. Pr is ión mil i tar , c o n s t r u i d a en t i e m p o s de los zares, Le fo r tovo i m p o n í a un r ég imen tan d u r o a sus reclusos q u e éstos salían inváli-dos de ella. Fue ce r r ada después de la revoluc ión de oc tub re , p e r o Stalin m a n d ó abr i r l a de nuevo en 1937 pa ra encarce la r en ella a Tu-jachevski y sus c o m p a ñ e r o s . Su in te r io r g u a r d a cierta semejanza con un ci rco: tres galerías circulares supe rpues t a s , en las q u e se a b r e n las pue r t a s de las celdas, y una gran plaza vacía en el cen t ro , de sde la q u e se p u e d e n vigilar los tres pisos.

De n u e v o me s o m e t e n a un m i n u c i o s o regis t ro ; es a b s u r d o , pues-to q u e sólo he pa sado de una a o t ra pr i s ión , p e r o esta evidencia so-brepasa las e n t e n d e d e r a s de la a d m i n i s t r a c i ó n peni tenc iar ia . Sumer -gen todas mis ropas en un b a ñ o des infec tan te , y luego me las devuel-ven reb landec idas e i n fo rmes . Me c o n d u c e n a una celda ind iv idua l :

348 EL REGRESO

e l agua r ezuma p o r sus e s p o n j o s a s p a r e d e s y m u y p r o n t o cons t a to q u e l a h u m e d a d e m p a p a todas mis cosas. En c a m b i o , a q u e l l a ceJda posee un e l e m e n t o de " l u j o " : un t u b o u n e e l g r i fo del l avabo a l WC. Pero c o m o e l l avabo está o b t u r a d o , p a r a vaciar lo de a g u a t e n g o q u e echar m a n o de la escudil la des t inada a la c o m i d a .

Al día s iguiente , se p resen ta el b a r b e r o ; me afe i ta y luego e m p u ñ a u n p a r d e t i jeras. . .

—Ahora —me anuncia— voy a co r t a r t e el pe lo . . . —Pero, jsi no c u m p l o c o n d e n a ! —No i m p o r t a , a q u í t o d o el m u n d o lleva e l pe lo c o r t a d o ; s i te nie-

gas, t e n d r á s d e r e c h o a q u e te esqui len la co ron i l l a en f o r m a de cruz. Los carce le ros de Le fo r tovo e r a n m u c h o m á s d u r o s q u e los de l a

L u b i a n k a . No pe rmi t í an n i un m o m e n t o de descanso a los reclusos. R e i t e r a d a m e n t e a b r í a n el pos t i go de la p u e r t a y e n t r a b a n diez veces p o r h o r a en l a celda c o n los más diversos p r e t e x t o s : " A n d a us ted de-mas i ado , p e r m a n e c e d e m a s i a d o t i e m p o sen t ado , no se m u e v e lo sufi-ciente, e t c . " . La c o m i d a e ra p e o r todavía q u e en la L u b i a n k a —aun-q u e yo h a b í a c r e í d o q u e e ) r a n c h o de esta ú l t ima e ra e l c o l m o de la p e o r bazofia—.

Cada d ía , hacia las diez de la noche , la p r i s ión d e s p e r t a b a a una vida n o c t u r n a m u y ac t iva : incesan te ab r i r y ce r ra r de p u e r t a s , voces de los carceleros , r u m o r de los pasos de qu i enes e r a n c o n d u c i d o s a l i n t e r roga to r io . . . Pocos días después de mi l legada , me tocó e l t u r n o .

Las p r e g u n t a s del cap i tán q u e me i n t e r r o g a son r e a l m e n t e s ingu-lares :

~ ¿ Q u i e r e dec i rme c ó m o p u d o e n t r a r en l a U n i ó n Soviética sien-d o c i u d a d a n o p o l a c o ? ¿ Q u i é n l e a y u d ó ?

Escucha mis respuestas , de las q u e no t o m a no t a , con u n a sonr i sa falsa y cínica. La sesión d u r a t oda la noche . Pasan a l g u n o s días y —¡una vez más!— me c o n d u c e n a la ins t rucc ión . El m i s m o cap i t án r e a n u d a e l a t a q u e :

—¿Sabe usted lo q u e ha s ido de la b a n d a q u e di r ig ió la universi-d a d p r e t e n d i d a m e n t e c o m u n i s t a en l a q u e us ted e s tud ió d u r a n t e tres a ñ o s ?

Le cito a lgunos n o m b r e s de a n t i g u o s bo lchev iques : Marshlevski , Budzinski , F rúmkina . 1

—Toda esa c h u s m a f u e d e s e n m a s c a r a d a c o m o con t r a r r evo luc io -nar ia , ¿ se lo h a n d i c h o ?

—Pues bien, yo le a f i r m o con t oda f r a n q u e z a q u e me s ien to o rgu -

1 • Una de las dirigentes más notorias del partido " B u n d " : se unió al partido bolchevique des-pués de la revolución de octubre y fue rector de la universidad comunista para las minorías nacio-nales.

LEFORTOVO 349

lioso d e f o r m a r p a r t e d e esa c h u s m a . El cap i t án se hiela c o m o un iceberg. . . —¡Lástima q u e usted se m a r c h a r a de la URSS! De lo con t r a r io , le

h a b r í a n a j u s t a d o las cuentas m u c h o t i e m p o a t r á s y hoy no t end r í a q u e p e r d e r e l t i e m p o con us ted .

Luego , el r i t o r n e l o : —Expl íqueme sus c r ímenes con t r a la Un ión Soviética.. . En t o d a esta serie de in t e r roga to r ios , no se me hizo ni u n a sola

p r e g u n t a acerca del t r a b a j o q u e h a b í a real izado d u r a n t e la gue r ra . Ni acerca de la O r q u e s t a Roja . T e n í a la sensación de es tar enca rce l ado ú n i c a m e n t e p o r q u e per tenec ía a aque l l a " b a n d a " de a n t i g u o s c o m u -nistas q u e h a b í a n s ido e l i m i n a d o s an tes de l a guer ra . . . Q u e les hub ie -ra sobreviv ido era u n a a n o m a l í a y mis ins t ruc tores q u e r í a n " e n m e n -da r l a " .

Una noche , hacia las c u a t r o de Ja m a d r u g a d a , a c a b a b a de regre-sar de la ins t rucc ión c u a n d o se a b r i ó de nuevo la p u e r t a de mi celda. En t r an dos carceleros c o n d u c i e n d o u n a s angar i l las en las q u e yace un h o m b r e i n a n i m a d o . A r r o j a n a l h e r i d o s o b r e l a s egunda cama , q u e está d e s o c u p a d a , y salen sin p r o n u n c i a r la m e n o r pa lab ra . Me acerco a l d e s c o n o c i d o y , con un t r a p o h ú m e d o , lavo su ros t ro t umefac to , en el q u e advie r to las huel las de los múl t ip les go lpes rec ibidos . El h o m -b r e se t i ende s o b r e e l v ientre r e s o l l a n d o : un oficial del e jérc i to r o j o acaba de su f r i r un i n t e r r o g a t o r i o r e fo rzado . Po r la m a ñ a n a , los car-celeros se lo llevan a o t ra celda.

Vienen a b u s c a r m e a pFimeras h o r a s de la n o c h e ; es un co rone l qu i en se enca rga hoy de la ins t rucción. Su p r i m e r a p r e g u n t a va a c o m p a ñ a d a d e u n a sonr is i ta satisfecha. . .

—Ya vio esta m a d r u g a d a , ¿ n o ? ¿ Q u é le ha p a r e c i d o ? —¿ Se ref ie re ai h o m b r e q u e h a n t r a ído a mi celda en un es t ado la -

m e n t a b l e ? EJ co rone l r e s p o n d e : —¡Pues c la ro! Q u e r í a m o s m o s t r a r l e lo q u e p o d e m o s hacer con

usted. —Escuche, c o r o n e l ; le adv ie r to s o l e m n e m e n t e q u e s i u n o de uste-

des me toca con un d e d o , con un so lo d e d o , n u n c a j a m á s o i r án e l so-n i d o de mi voz. Si me apl ican este t r a to innob le , los cons ide ra r é ene-migos de la U n i ó n Soviética y, a p o y á n d o m e en tal c e r t i d u m b r e , reac-c iona ré c o m o es d e b i d o , incluso si en ello p i e r d o la vida.

El co rone l me mi ra un instante , s o r p r e n d i d o por este l engua je , y luego se desata en i m p r o p e r i o s . T e n g o de recho a u n a nueva pa r r a f a -da q u e e n r i q u e c e mi vocabu la r io . Po r fin se va d a n d o un por tazo . . .

Mi ins t ruc tor , q u e se ha c a l m a d o , me p ide q u e sea r azonab le y q u e no le p r o v o q u e . Desecho su sol ic i tud:

350 EL REGRESO

—No Ies cons ide ro represen tan tes deJ r ég imen soviético —le di-go—. T e n g o la esperanza , y t end ré a s i m i s m o la v o l u n t a d , de sobrevi-v i r á s , a u n q u e sólo sea un día. Po r lo q u e se ref iere a los de la " b a n -d a " , de qu ienes me h a b l a b a e l o t r o día y q u e us tedes a ses ina ron , a q u í o en a lgún o t r o lugar , no se haga la m e n o r i lus ión : usted acaba -rá del m i s m o m o d o . . .

—¿Por q u é me insu l ta? —protesta el capitán—. Me l imito a c u m -pl i r c o n mi debe r . . .

—¿Su d e b e r ? ¿Acaso me cree usted tan i n g e n u o p a r a q u e i gno re lo o c u r r i d o después de l a m u e r t e de Kí rov? Es t amos en e l " m o l i n o del d i a b l o " , p e r o no olvide q u e en este " m o l i n o del d i a b l o " m u c h o s c o m p a ñ e r o s suyos h a n a c a b a d o c o m o las víct imas q u e ellos h a b í a n f ab r i cado .

No me r e s p o n d e . Este a r r e b a t o de có lera me ha a l iv iado. C u a n d o me d i s p o n g o a salir, le r ep i t o :

—Puede usted seguir p r e g u n t á n d o m e d u r a n t e a ñ o s en t e ro s : " ¿ C o n f i e s a sus c r ímenes con t r a la U n i ó n Sov ié t i ca?" ; n u n c a ob t en -d rá s ino Ja m i s m a respues ta ; " ¡ N o he c o m e t i d o n i n g ú n c r imen con-tra la U n i ó n Sovié t ica!" .

Aquel la fue la ú l t ima vez q u e vi al cap i t án ins t ruc tor . D u r a n t e varias semanas , p e r m a n e c í a i s l ado en mi celda. Una no-

che, la p u e r t a se abre . . . el e scenar io es invar iab le : —Recoja sus cosas y s ígame. . . ¿ U n n u e v o c a m b i o d e domic i l i o? ¿ E n q u é d i r e c c i ó n ? C o n g r a n

so rp re sa p o r mí par te , regreso a la L u b i a n k a y me r e in t eg ro a mi cel-da c o n cier to p lace r : en ella, casi me s iento c o m o s i me ha l la ra en mi casa. Me de jan en paz d u r a n t e dos s e m a n a s y luego, una noche , a las diez, me e n c a m i n o de nuevo hacia la sala del i n t e r r o g a t o r i o . Un nue -vo ins t ruc to r —un coronel— se ha h e c h o ca rgo de mi s u m a r i o .

De u n o s c u a r e n t a a ñ o s de e d a d , c o n e l r o s t r o s impá t i co , me invita a s e n t a r m e . La a t m ó s f e r a no es la h a b i t u a l . T o m a de enc ima de su mesa una caja de cigarr i l los Kasbec- lu jo y me of rece u n o . D u r a n t e la g u e r r a me he conve r t ido en un g ran f u m a d o r y a h o r a hace va m á s de tres meses q u e no he f u m a d o un cigarr i l lo . Lo miro . . . M i r o e i p e q u e -ño c i l indro b lanco , q u e d e s e o a r d i e n t e m e n t e , y d i g o a l c o r o n e l :

—No, gracias, no t u m o . Acep ta r un c igarr i l lo ya sería e n t r a r en su j u e g o v cons t i tu i r ía el

inicio de mi cap i tu lac ión . Su p r imera p r e g u n t a suena e x t r a ñ a m e n t e en mis o ídos . . .

— ¿ C ó m o se siente us t ed? ¿ N o está ya h a r t o de t odos estos inte-r r o g a t o r i o s ?

¿ M e ha l lo en la L u b i a n k a o en un ca fé? ¡Hace ya t a n t o t i e m p o q u e n a d i e se ha p r e o c u p a d o p o r mi s a lud ! Es ev idente q u e los jefes

LEFORTOVO 351

de la sección inquisit iva h a n c a m b i a d o de táctica. . . Mi ins t ruc to r da p o r t e r m i n a d a la sesión hacia las dos de la m a d r u g a d a y lo m i s m o hará en las noches sucesivas. Esto cons t i tuye un p r o g r e s o cons ide ra -ble... D u r a n t e dos meses c o n t i n ú a este nuevo r ég imen . Mi in te r locu-tor no levanta acta de los i n t e r roga to r io s , s ino q u e se l imita a t o m a r notas . A m e n u d o me habla i n t e r m i n a b l e m e n t e de París, de Bruselas, de R o m a y de Berlín. Me doy cuen ta de q u e c o n o c e toda E u r o p a y q u e he de h a b é r m e l a s con un a n t i g u o oficial del servicio de con t raes -p i o n a j e q u e ha " v i a j a d o " m u c h o . P o c o a p o c o , se interesa p o r e l tra-b a j o q u e realicé d u r a n t e la gue r ra , se i n f o r m a de c ó m o logré inte-g r a r m e en e l m u n d o mercan t i l de Bruselas, qu i e re saber p o r q u é hice venir a mi l ado a mi famil ia , se a p a s i o n a p o r mis r ecue rdos del pr i-m e r día de gue r ra en el oeste. . . Su cu r io s idad es insaciable y, p o r el sesgo de nues t ras " conve r sac iones" , l lego a la convicción de q u e co-noce p e r f e c t a m e n t e la his tor ia de la O r q u e s t a Roja, p e r o q u e no acierta a c o m p r e n d e r el f u n c i o n a m i e n t o de la red, es decir, a conce-bir c ó m o nós f u e pos ib l e a c o m e t e r unas ope rac iones de tan vasta en-ve rgad u ra con tan escasos p ro fes iona les de los servicios de i n f o r m a -ción. Este p r o b l e m a le o b s e s i o n a : la O r q u e s t a Roja no r e s p o n d e a n i n g u n o de los cr i ter ios de o rgan izac ión de las redes de i n f o r m a c i ó n tal c o m o él las concibe . Me de ja t r a n q u i l o a l g u n a s noches . L o g r o d o r m i r y me f o r j o a l g u n a s esperanzas . Aque l l a his tor ia a c a b a r á p o r a r reg la r se ; no está p r o h i b i d o soñar , n i s iquiera e n t r e los c u a t r o m u -ros de la L u b i a n k a .

Me a t o r m e n t a pensa r en lo q u e haya s ido de mi familia. Sé d e m a -s iado b ien lo q u e suele ocur r i r l e s a los famil iares de los presos , p e r o no p u e d o imag ina r q u e mi m u j e r y mis h i jos hayan sido d e p o r t a d o s a Siberia. Per tenecer a la famil ia de un d e t e n i d o const i tuye u n a tara terr ible. . . Una noche , no s o p o r t a n d o p o r m á s t i e m p o mi angus t ia , d igo a mi in s t ruc to r q u e t e m o p a r a mi famil ia u n a suer te m á s trágica a ú n q u e la mía . E l co rone l n a d a me r e s p o n d e ; pe ro , unos días más tarde, me c o m u n i c a q u e ha visto a los míos . Les ha e n t r e g a d o los re-galos q u e yo hab ía c o m p r a d o pa r a el los en El Ca i ro y q u e él ha reco-g i d o en la a u d i t o r í a ; ha exp l i cado a mi m u j e r q u e a c a b a b a de llegar del e x t r a n j e r o y le ha t r a n s m i t i d o mil r ecue rdos de mi par te . . .

—Así pues , ¿ n o los h a n e n v i a d o a S iber ia? —Tranquil ícese, n a d a m a l o les ocu r r i r á . Sin q u e d iera e n t e r o c réd i to a sus pa l ab ra s , me sentía m á s t ran-

qu i lo y p o d í a s o p o r t a r con m a y o r faci l idad mi vida de recluso. U n a n o c h e del mes de j u n i o , me v in ie ron a busca r hacia las dos de la ma-d r u g a d a . Sonr ien te , m i in s t ruc to r m e p r e g u n t a :

—¿Adivina a qu i én he ido a e spe ra r en el a e r o p u e r t o ? —A Pannwi tz y a Kent .

352 EL REGRESO

Yo es taba seguro de q u e así e ra . Él se r i ó : —No só lo a esos dos . Pannwitz ha l legado con su secre tar ia , su

o p e r a d o r de r a d i o y q u i n c e male tas . I m p u l s a d o p o r su celo, nos ha t r a ído la lista de los agentes a l e m a n e s q u e o p e r a n a c t u a l m e n t e en te-r r i to r io soviético y el cód igo q u e p e r m i t e desci f rar la c o r r e s p o n d e n -cia e n t r e Roosevel t y Church i l l .

Aquel la m i s m a noche , Pannwitz y sus c o m p i n c h e s d u e r m e n en la L u b i a n k a . E n o r m e s a r c a s m o de la h i s to r i a : e l j e fe de la O r q u e s t a Ro ja y el j e f e del S o n d e r k o m m a n d o se hal lan a p o c o s m e t r o s de dis-tancia u n o del o t r o y en la m i s m a pr i s ión .

El i n t e r r o g a t o r i o de aque l la m a d r u g a d a se c i r cunsc r ibe a P a n n -witz y a la la rga lista de sus c r ímenes . Expl ico al i n s t ruc to r el ases ina-to de Suzanne Spaak y de F e r n a n d Paur io l , así c o m o t o d o lo in ten-t ado p o r Pannwitz p a r a e l i m i n a r las huel las y los test igos de sus c r ímenes .

D u r a n t e aque l lo s c u a t r o meses, h a b í a m o s h a b l a d o minuc io sa -m e n t e de t o d o c u a n t o se refer ía a la O r q u e s t a R o j a : e l g r a n j u e g o , e l e n c u e n t r o con Ju l i e t t e , las re lac iones con Berlín, etc. Pe ro , en el q u i n t o mes, cesan los i n t e r r o g a t o r i o s : mi ins t ruc tor está r e d a c t a n d o e l c o r r e s p o n d i e n t e a t e s t ado b a s á n d o s e en las notas q u e ha t o m a d o de nues t ras conversac iones .

U n a n o c h e me hace l l amar . Me t i ende e l d o c u m e n t o : —Aquí t iene el a tes tado . Léalo y, si lo juzga exac to , f í rmelo . Lo leo con t o d a de t enc ión y, s egu idamen te , vuelvo a leer lo p o r

s e g u n d a vez: me s i en to a t u r d i d o . Ha escri to exac t amen te l o c o n t r a r i o de c u a n t o yo le he re l a t ado . . .

—Escuche, co rone l , u n o de los dos ha p e r d i d o e l ju ic io . . . Este a t e s t ado es falso de la p r i m e r a a la ú l t ima línea.

—Así pues , ¿ n o q u i e r e f i r m a r l o ? —Pero, ¡ c ó m o ! ¡ No espe ra rá usted q u e me avenga a f i r m a r es tas ,

c u a t r o pág inas d e i n fund ios . . . ! EJ co rone l p e r m a n e c e i m p e r t u r b a b l e . . . —¿No lo f i r m a ? —¡En a b s o l u t o ! Recoge el d o c u m e n t o y lo d e j a sob re la mesa . C o m o si n a d a ocu-

rr iera , dir ige la conversac ión hac ia u n o s t emas a n o d i n o s . . . Aque l l a c o m e d i a s e re i tera d u r a n t e dos s e m a n a s : " ¿ F i r m a u s t e d ? " " N o " "Así pues , ¿ n o qu ie re usted f i r m a r ? " " ¡ N o ! " " ¿ P o r q u é n o q u i e r e f i r m a r ? "

U n a noche , e l j e f e del servicio de ins t rucc ión , c o n el r o s t r o tan bi-l ioso y ag i t ado p o r d iversos tics c o m o s iempre , e n t r a y p r e g u n t a al c o r o n e l :

—Pero, ¿ c u á n t o t i e m p o va a d u r a r a ú n t o d o eso . . . ?

LEFORTOVO 353

R e s p o n d o : — ¡Has ta el ú l t imo d ía de mi vida! Una a n d a n a d a de in jur ias . . . Luego e l corone l me a m e n a z a : —No olv ide q u e t i ene usted u n a fami l ia . Su obs t inac ión p u e d e

costar le cara. . . Me l l aman en p l ena noche , dos o tres días m á s tarde . El c o r r e d o r

s o b r e el q u e se a b r e n las pue r t a s de las salas de ins t rucc ión está en ca lma . En lugar de h a c e r m e e n t r a r en ía saía hab i tua l , me c o n d u c e n a la ú l t ima estancia , al f o n d o del c o r r e d o r . Allí me espera el ins t ruc tor . Me d i r i jo hacia mi p e q u e ñ a mesa , p e r o e l co rone l me invita a sentar -me de lan te de la suya, s o b r e Ja cual ya no veo el a tes tado .

—Renuncio a p r o s e g u i r la invest igación —me anuncia«- , y devuel-vo su s u m a r i o a mis super io res . . .

Tales p r o p ó s i t o s no a l t e ran mi escept ic ismo. . . —Si usted ha p o d i d o escribir un a t e s t a d o tan falso, e l h e c h o de

q u e a h o r a se ret i re n a d a significa p a r a mí . O t r o ins t ruc tor l e sucede-rá, todos son iguales.

El corone l se echa a reír . . . —¿Piensa, pues , q u e todos n o s o t r o s es tamos a l servicio del d ia-

b l o ? —Sí, eso es lo q u e p ienso . Las f o r m a s c a m b i a n , p e r o la m e t a sigue

s i endo idént ica ; desde e l min i s t ro a l m á s h u m i l d e e m p l e a d o de esta " c a s a " , t o d o s ustedes pe r s iguen e l m i s m o ob je t ivo : d e s t r u i r á los m e -j o r e s cuad ros del pa r t i do .

—Me gus ta r ía h a b l a r l e a h o r a de h o m b r e a h o m b r e . . . Si no le tu-viera conf ianza , no le hab la r í a . Pues to q u e , si explicase a mis j e fes lo q u e voy a decirle, esta m i s m a n o c h e sería su c o m p a ñ e r o de celda. . .

Y, después de un breve si lencio, p r o s i g u e : —Lo p r i m e r o q u e q u i e r o r e c o m e n d a r l e es q u e persevere c o n t r a

v iento y m a r e a en su firmeza y en su v o l u n t a d i n q u e b r a n t a b l e s d u -r an te los l a rgos a ñ o s de p r i s ión q u e le e spe ran . S o b r e t o d o no haga tonter ías . . .

—¿Una ton t e r í a? ¿ C r e e q u e voy a s u i c i d a r m e ? ¡ O h , n o ! L u c h a r é has ta e l f in . T o d a mi v o l u n t a d sólo pe r s igue la consecuc ión de un ob-je t ivo ún i co : sobrevivir le . . .

Me m i r a s o n r i e n d o c o n tristeza: —Esperaba q u e me hab la r í a de este m o d o —añade—. He dec id ido

r e n u n c i a r a su s u m a r i o , p o r q u e mi conciencia de h o m b r e y de c o m u -nista me p r o h i b e p rosegu i r lo . Sé q u e esta decisión va a a c a r r e a r m e graves con t r a t i empos , p e r o estoy d i spues to a a f ron t a r l o s . Antes de s epa ra rnos , quis iera expl icar le u n a cosa q u e n u m e r o s o s presos , c o m o usted, no c o m p r e n d e n . Usted cree q u e la r e sponsab i l i dad de la t ragedia q u e vivimos rad ica aqu í , en eí Min i s te r io de Segur idad . Y no

354 EL REGRESO

es así. N o s o t r o s no s o m o s m á s q u e los e j e c u t o r e s de l a po l í t i ca de Sta l in y de la d i r e c c i ó n de l p a r t i d o . . .

— E j e c u t o r e s fieles... —Exacto, p e r o e l N K V D n o e s u n a i n s t i t uc ión q u e s e hal le p o r e n -

c ima del p a r t i d o . O b e d e c e a l p a r t i d o . N a t u r a l m e n t e , a l e j e c u t a r e l p l an de Sta l in , es p o s i b l e q u e la d i r e c c i ó n del N K V D se m u e s t r e exce-s i v a m e n t e e s c r u p u l o s a y se e x t r a l i m i t e . Stal in d e c l a r a q u e la l ucha de clases c o b r a c a d a vez u n a m a y o r p r o f u n d i d a d d u r a n t e l a c o n s t r u c -c ión del s o c i a l i s m o y e l N K V D l i q u i d a c a d a vez un m a y o r n ú m e r o de e n e m i g o s p a r a d e m o s t r a r [ o a c e r t a d o d e es ta po l í t i ca . . .

—¿Por q u é l a m a y o r p a r t e de los of ic ia les i n s t r u c t o r e s s o n tan fe-roces p a r a c o n u n o s d e t e n i d o s q u e e l los s a b e n i n o c e n t e s ?

—No h e m o s d e c ree r q u e sean de l m i s m o p a ñ o t o d o s los q u e a q u í t r a b a j a n . Los j ó v e n e s s o n i n e x p e r i m e n t a d o s ; rea l izan s u c o m e t i d o c o n v e n c i d o s de q u e así d e s t r u y e n a los e n e m i g o s del p a r t i d o , de Sta-lin y de la U n i ó n Sovié t ica . O t r o s p r o s i g u e n esta t a rea sin la m e n o r c o n v i c c i ó n : no c r een en lo q u e e s t á n h a c i e n d o . P e r o s i s e m u e s t r a n r e h a c í o s , s a b e n q u e m a ñ a n a s e s e n t a r á n e n e l b a n q u i l l o d e los acusa -d o s . E l t e r r o r cons t i t uye e l m o t o r de l s i s t ema . F i n a l m e n t e , exis ten a s i m i s m o los s á d i c o s y los q u e s ó l o a s p i r a n a h a c e r su " c a r r e r a " .

—Una c u e s t i ó n me p r e o c u p a . . . —le digo—. Me h a l l a b a t o d a v í a en Par ís , c u a n d o e l mar i sca l G ó l i k o v r e c o r r i ó los c a m p o s d e p r i s i o n e r o s s i t u a d o s en los pa íses l i b e r a d o s y d e c l a r ó s o l e m n e m e n t e , en n o m b r e d e Stal in y de l p a r t i d o , q u e t o d o s los r u s o s q u e h a b í a n c a í d o e n m a -nos de l e n e m i g o , s e r í an b i e n v e n i d o s e n s u pa t r i a . P e r o c u a n d o esos c e n t e n a r e s de mi les de p r i s i o n e r o s de g u e r r a r e g r e s a r o n a l a U n i ó n Soviét ica , f u e r o n i n m e d i a t a m e n t e d e t e n i d o s y d e p o r t a d o s . ¿ P o r q u é ?

—Mire, u s t e d ; Sta l in no desca r t a l a e v e n t u a l i d a d , p a r a un p r ó x i -m o f u t u r o , d e u n a g u e r r a c o n n u e s t r o s a l i a d o s d e ayer ; p o r cons i -g u i e n t e , a c o m e t e , e n u n a vas ta e sca la , l a d e p u r a c i ó n d e t o d o s los ciu-d a d a n o s q u e j u z g a p e l i g r o s o s p a r a l a s e g u r i d a d de l Es t ado . E n p r i -m e r l uga r , l a d e t o d o s a q u e l l o s q u e , d u r a n t e l a g u e r r a , h a n c o m b a t i -d o e n E u r o p a : s o l d a d o s , of ic ia les , a g e n t e s e n m i s i ó n . Stalin h a dec la -r a d o i g u a l m e n t e q u e , en Ja l a rga c a d e n a de las n a c i o n a l i d a d e s de l a U n i ó n Soviét ica , ex i s ten a l g u n o s " e s l a b o n e s d é b i l e s " . D e s p u é s de l a v ic tor ia , ha b r i n d a d o p o r e l p u e b l o r u s o . P e r o , a l m i s m o t i e m p o , lia s e ñ a l a d o a l N K V D los s o s p e c h o s o s : u c r a n i o s , b i e l o r r u s o s , a s i á t i cos , u s b e g o s , j u d í o s y t o d a s las m i n o r í a s n a c i o n a l e s . V e n d r á un d í a en q u e t o d o eso a c a b e y se p r o d u z c a un c a m b i o de d i r e c c i ó n a l I r en tc del p a r t i d o , p e r o y o n o q u i e r o ser c ó m p l i c e d e es tos c r í m e n e s . S u des t i no , c o m o e l de t o d o s los v ie jos c u a d r o s del e q u i p o Berzin, es ta-b a d e t e r m i n a d o an t e s i nc lu so d e s u p r i m e r i n t e r r o g a t o r i o . . .

Rep i t e d e n u e v o , c o n e n e r g í a :

L E F O R T O V O 355

— Pero mí conciencia de c o m u n i s t a no me p e r m i t e c o n t i n u a r p o r este c a m i n o .

Mient ras hab l aba , a t r a j e hacia mí e l p a q u e t e de cigarr i l los q u e se ha l l aba s o b r e la mesa, t o m é u n o y lo encendí . . . El co rone l se inte-r r u m p i ó , s o r p r e n d i d o :

—¿Usted f u m a ? —Soy un f u m a d o r e m p e d e r n i d o . —¡Y no ha acep tado n i n g ú n c igarr i l lo d u r a n t e c inco meses p o r -

q u e yo es taba a l o t r o l ado! No l a m e n t o habe r l e h a b l a d o con f r an -queza : acaba de d a r m e una nueva p r u e b a de su vo lun t ad de resistir. Estoy convenc ido de q u e usted no a c a b a r á c o m o los q u e , tras p e r d e r toda esperanza , h a n o p t a d o p o r j a m u e r t e lenta. . .

Eran las siete de la m a d r u g a d a y el d ía c o m e n z a b a ya a clarear . Nos e s t r echamos la m a n o d u r a n t e largos instantes . Me d isponía*a a b a n d o n a r la sala, c u a n d o e l co rone l a ñ a d i ó :

—Espero q u e volveremos a ve rnos fue ra de esta p r i s ión . 2

Esta conversac ión en t r e el p r e s o q u e yo era e n t o n c e s y el co rone l del N K V D e n c a r g a d o de c o n f u n d i r l e o c u p ó t o d o s mis p e n s a m i e n t o s d u r a n t e varias semanas . . . Para mí cons t i tu ía un au t én t i co consue lo y me hacía conceb i r u n a cierta esperanza . Yo a c a b a b a de alcanzar la certeza de q u e , en el re ino de la m e n t i r a y de la fa l sedad , la ve rdad p o d í a resu l ta r v e n c e d o r a ; era una victoria p rov is iona l , c ie r tamente , p e r o q u e p royec t aba un rayo de luz a l f o n d o de mi celda. . .

Mien t ras t an to , e l NKVD p r o c u r a b a b o r r a r todas las huel las de mi presencia en la Lub ianka —aunque yo no era el ún i co al q u e se ap l icaba esta regla del vacío y el silencio—. Mi esposa L u b a recibió u n a carta o f i c i a l s de los servicios de i n f o r m a c i ó n del e jérc i to en la q u e se le decia q u e yo hab ía d e s a p a r e c i d o d u r a n t e la guer ra . . . ¡El " d e s a p a r e c i d o " se ha l l aba a veinte m i n u t o s de su h o g a r ! C o m o era incier to lo q u e me hab ía o c u r r i d o (pues to q u e e l t é r m i n o " d e s a p a r e -c i d o " e n g l o b a b a múl t ip les hipótesis) , mi famil ia no cob ra r í a n ingu-na pens ión , p e r o esta so lución la p rese rvaba de verse d e p o r t a d a a Si-beria . Mi m u j e r c o m p r ó una p e q u e ñ a b a r r a c a 4 en las a fue ra s de Moscú y se instaló en ella con nues t ros h i j o s : s i a l g ú n a m i g o de Fran-cia o de o t r o s países se p r e sen t aba p r e g u n t a n d o p o r lo q u e h a b í a s ido de mí , p o d r í a n d e m o s t r a r l e q u e los míos vivían en l iber tad y go-zaban de b u e n a salud. Después de mi regreso a Po lon ia en 1957, s u p e p o r u n a de mis an t iguas amis tades q u e , mien t r a s se ha l laba en Mos-

2. En 1955, lo encontré en Moscú delante de un establecimiento de baños. Degradado y pos tergado a raiz de nuestra "historia", dos años más tarde logró salirse del NKVD.

S. Véase la copia de la misma en los documentos anexos. 4. Véase su fotografía enfrente de p. 241 (abajo).

356 EL REGRESO

cú, le h a b í a n e n c a r g a d o q u e e n c o n t r a r a " p o r c a s u a l i d a d " a las pe r -sonas q u e se i n q u i e t a b a n p o r mi p e r s o n a y las t ranqui l izara . . .

—Trepper , ¿ s a b e usted?,*se halla c u m p l i e n d o u n a mi s ión en e l e x t r a n j e r o —les conf iaba—; pe ro , s o b r e todo , ¡no lo diga a n a d i e ! En c a m b i o , si q u i e r e ver a su m u j e r y a sus hi jos . . .

El escr i tor j u d í o Isaac PfefTer hab ía s ido enca rce l ado en 1948 con todos los m i e m b r o s del c o m i t é j u d í o antifascista. Algún t i e m p o m á s tarde , e l c a n t a n t e a m e r i c a n o n e g r o Paul R o b e s o n , c u a n d o se ha l l aba de paso en Moscú , solici tó ver a su a n t i g u o a m i g o Plef ler .

—Muy de a c u e r d o , p e r o t e n d r á q u e esperar u n a s e m a n a , p o r q u e a h o r a se ha l la d e s c a n s a n d o en e l m a r Negro . . .

D u r a n t e u n a s e m a n a , los h o m b r e s del NKVD a t r a c a r o n a Pféf lé r de med ic inas y a l i m e n t o s p a r a hacer le desapa rece r la tez cetr ina de los rec lusos , luego lo vis t ieron con un t ra je nuevo y lo c o n d u j e r o n al hotel de R o b e s o n . Después de la visita, lo e n c e r r a r o n de nuevo en su celda. Fue fus i l ado más ta rde , en a g o s t o de 1952.

A p r inc ip ios de 1946, me t r a s l a d a r o n n u e v a m e n t e a Le fo r tovo . Allí m e q u e d é d u r a n t e casi u n año . U n n u e v o oficial ins t ruc to r , u n mayor , r e a n u d ó l a ins t rucc ión de mi s u m a r i o p a r t i e n d o de c e r o ; pe-ro, c o m o sab ía q u e mi suer te es taba ya dec id ida , no t r a tó de o b t e n e r unos r e su l t ados espec taculares de mis in t e r roga to r ios . En c a m b i o , i n a u g u r ó u n a táctica d is t in ta —la imag inac ión de los v e r d u g o s carece de límites— cons i s ten te en velar con e s c r u p u l o s o celo p a r a q u e las cond ic iones de mi e n c i e r r o fuesen Jo m á s d u r a s pos ib le . . . P r i m e r o h a b í a c o m p a r t i d o mi ce lda c o n un oficial ruso , a q u i e n se acusaba de ser un espía a sue ldo de los Es tados Unidos , p o r q u e el c a m p o de pr i -s ione ros en q u e lo hab ían i n t e r n a d o ios a l e m a n e s d u r a n t e t oda la gue r r a , h a b í a s ido l i be r ado p o r las t r o p a s amer i canas . E l h e c h o de q u e t o d a l a fami l ia d e a q u e l p o b r e h o m b r e h u b i e r a s ido ases inada p o r los nazis en su c i u d a d na ta l de Bie lorrus ia no lo hab ía h e c h o dig-no de la m e n o r indu lgenc ia n i conmise rac ión . Nos g ra t i f i ca ron con la presencia de o t r o c o m p a ñ e r o . El d e s c o n o c i d o nos hizo su p r o p i a p r e sen t ac ión . Su h o j a de servicios e ra ed i f i can te : hab ía s ido u n o de los pr inc ipa les r e sponsab le s de la G e s t a p o en Bie lorrus ia —¡qué ca-sualidad!— y, c o m o tal, tenía s o b r e t o d o en su h a b e r e l e x t e r m i n i o de la p o b l a c i ó n rusa de los a l r e d e d o r e s de Minsk.

—Pero, ¿es q u e no e x p e r i m e n t a a veces c ier tos r e m o r d i m i e n -tos? . . . —le p r e g u n t é después de escuchar sus r e c u e r d o s de c r imina l .

— ¿ R e m o r d i m i e n t o s ? —me respondió—. No , en a b s o l u t o : yo me l imité a o b e d e c e r ó r d e n e s super io res . Lo ún ico q u e me o c u r r e , ¿ s a b e us t ed? , es q u e a veces revivo en mis pesadil las n o c t u r n a s las ter r ib les escenas q u e he p re senc i ado . No le s o r p r e n d a , pues , s i g r i to mien t r a s d u e r m o .

L E F O R T O V O 357

El oficial soviético, q u e había escuchado todo eso en silencio, es-taba t ras tornado , lívido y, p o r los temblores de su c u e r p o y la fijeza de su mi r ada , yo c o m p r e n d í a q u e a duras penas lograba contenerse.

En voz baja , casi inaudible , repetía sin cesar: —Quizás es el q u e asesinó a mi familia. El nazi salió pa ra prestar dec la rac ión en la instrucción de su su-

mar io . Nosot ros r ec l amamos la presencia del oficial de servicio y le r o g a m o s q u e nos l iberara de la c o m p a ñ í a de aquel sujeto. Nos mi ró de ar r iba a b a j o y r epuso :

—Ustedes olvidan senci l lamente q u e f o r m a n par te de la misma chusma. Ni h a b l a r de sacarlo de aquí .

Y salió d a n d o un por tazo . Hacia la una de la m a d r u g a d a , el e x - m i e m b r o de la Gestapo regre-

só del in te r roga to r io ; se acostó y se d u r m i ó inmedia tamente . Yo no lograba conci l iar el s u e ñ o y consta té que mi c o m p a ñ e r o seguía con los o jos abier tos de par en par . De p r o n t o , el nazi empezó a gritar. Aquel lo era a t e r r ado r e insopor tab le .

Vi entonces c ó m o el oficial soviético se levantaba, lo agar raba por el cuello y d a b a con su cabeza con t ra el muro . . . Desde luego, el ale-m á n se desper tó . . . b a j o el efecto de aquel t ra tamien to de choque , a tu rd ido , con la cabeza ent re las m a n o s y p r e g u n t á n d o s e lo que le había ocur r ido . . .

—Usted nos advir t ió que gr i t aba por la noche —le dije—; pero ig-n o r á b a m o s q u e as imismo se agitase con tanta violencia. Duran te el sueño, ha es tado embi s t i endo la pa red con su cabeza.

C o m o la escena hab ía s ido ru idosa , los carceleros en t r a ron preci-p i t adamen te en nues t ra celda. N a d a nos d i je ron ni les di j imos. Al ver el estado de nues t ro correcluso, c o m p r e n d i e r o n io ocur r ido . Y se fueron sin hacernos la m e n o r p regun ta .

Aquella misma noche, c u a n d o me c o n d u j e r o n a la sala de los in-ter rogator ios , mi ins t ruc tor me recibió r i endo :

—Así pues, ¿ya no se cons idera usted preso, pues to q u e ha pasado a ocupa r el lugar de los jueces?

—¿A q u é se ref iere us ted? —jVaya! No se haga el inocente. . . ¿Es usted o su c o m p a ñ e r o

qu ien ha pues to al gestapista en el es tado en q u e a h o r a se encuen t r a? Le miré d i r ec tamen te a los o j o s : —;Los dos.' Y le advier to que , de no desembarazarnos de ese indi-

viduo, no r e s p o n d o de lo q u e p u e d a suceder le : podr ía ser m u c h o más grave todavía.

Al regresar a mi celda, cons ta té q u e el nazi ya no estaba en ella. Lo sus t i tuyeron p o c o después p o r un an t iguo capitán del ejército

ro jo . Duran te la guer ra , un pedazo de obús le había seccionado par te

358 EL REGRESO

de la f ren te . Le h a b í a n q u e d a d o a lgunas secuelas de aque l l a he r ida y a c a b a b a de pa sa r var ios meses en u n a clínica ps iquiá t r ica .

Al d ía s iguiente de su l legada, nos t r a j e r o n pa r a a l m o r z a r u n a sopa de col, a u n q u e de col sólo se veían a l g u n o s vestigios n a d a n d o en un j u g o e s c a s a m e n t e ape t i toso . Mi n u e v o c o m p a ñ e r o c o n s i d e r ó con a b a t i m i e n t o la m a g r a pi tanza y, t ras un m o m e n t o de silencio, excla-m ó :

— ¡Ah, los yupines , los yupines , los m a r r a n o s yupines ! ¡Son ellos los r e sponsab le s de todas mis desgracias!

Lo a g a r r é p o r los h o m b r o s y le di je al t i e m p o de sacud i r lo violen-t a m e n t e :

—Oye, t ú ; c á lma te y cierra el pico, p o r q u e te adv ie r to q u e a n t e t i t ienes a un j u d í o .

Se a p a c i g u ó en segu ida y p resen tó excusas : es taba e n f e r m o y no s i empre l o g r a b a con t ro la r se . . . T u v e ocas ión de cons t a t a r lo y tuve asi-m i s m o q u e a c o s t u m b r a r m e , con m e j o r o p e o r f o r t u n a , a la p resenc ia de a q u e l s emi loco q u e en todas sus c o m i d a s se h a r t ab a de j u d í o s .

V, luego , le l legó el t u r n o al corone l P ron in . . . Lo reconoc í en el acto, en c u a n t o e n t r ó en la celda, a u n q u e f ís icamente hub ie ra c a m -b i a d o m u c h o . En los p r i m e r o s t i empos de la O r q u e s t a Roja , P r o n i n era q u i e n c u i d a b a de resolver en e l C e n t r o t o d o s los p r o b l e m a s q u e nos c o n c e r n í a n .

Ha enve j ec ido y en su ro s t ro a p a r e c e n las huel las de los sufr i -m i e n t o s p a s a d o s . N o s a b r a z a m o s , s o r p r e n d i d o s d e e n c o n t r a r n o s a m -bos en aque l lugar . . .

— ¿ C ó m o ? ¿ T ú t a m b i é n estás a q u í ? —¿V t ú ? ¿ Q u é haces a q u í ? Este d i á l o g o , a lgo e s t ú p i d o , d u r a a l g u n o s segundos . La p u e r t a se a b r e de nuevo , e l oficial e n t r a , aga r r a a P r o n i n p o r el

brazo , lo a r r a s t r a hacia fue ra y le d ice : x

—Es un e r r o r . No t iene q u e a lo ja r se en esta celda. ¿ U n e r r o r ? ¡Vaya, pues ! H a n o r g a n i z a d o a d r e d e este fugaz en -

c u e n t r o p a r a d a r n o s a e n t e n d e r q u e se s igue d e p u r a n d o a los ant i -guos m i e m b r o s de Jos servicios de i n f o r m a c i ó n . La m i s m a o p e r a c i ó n se rep i te m á s t a rde con KJausen, e l o p e r a d o r de r ad io de Richard Sorge. A c a b a b a de l legar de Vladivostock, d o n d e había p a s a d o nu -m e r o s o s meses en e l hospi ta l . H a b í a a d e l g a z a d o m u c h o , tenía e l ros-tro c r i spado y en fe rmizo , ende rezaba con di f icul tad su a l t o c u e r p o d o b l a d o p o r l a e n f e r m e d a d . . . M o r a l m e n t e a b a t i d o , h a b i e n d o " p o -d i d o la agu j a de m a r e a r " , no ace r t aba a c o m p r e n d e r la razón p o r la que , d e s p u é s de pasar largos a ñ o s en las pr i s iones j a p o n e s a s , lo ha-b ían d e t e n i d o en c u a n t o regresó a la U n i ó n Soviética. En rea l idad , pa ra toda m e n t e sana y no su je ta a Ja lógica del NKVD, a q u e l l o era

L E F O R T O V O 359

v e r d a d e r a m e n t e i ncomprens ib l e . P o r Klausen s u p e q u e Richard Sor-ge, d e t e n i d o en 1941, había s ido fus i l ado p o r los j a p o n e s e s el 7 de n o v i e m b r e de 1944. ¡Sólo, pues , tres a ñ o s más t a rde !

Más ade lan te , c o m p a r t í a s i m i s m o la celda con un h o m b r e , ya se-xagena r io , pe ro m u y v igoroso todavía, cuya ca lma y segur idad e ran impres ionan te s . Ú l t i m o res iden te de los servicios soviéticos de in lor -mac ión en China , hab ía s ido d e t e n i d o al regresar a la URSS. H a b l a -ba de su t r a b a j o con desapego , c o m o de a lgo q u e per tenec ía irremisi-b l e m e n t e al p a s a d o . Por lo q u e a mí se refiere, en estas conversacio-nes, s i empre o b s e r v a b a u n a p r u d e n t e d iscrec ión acerca de mis an te-r iores act ividades. ¿ C ó m o p o d í a saber si la d i recc ión hab ía s i tuado a a lgún chivato e n t r e los " i n q u i l i n o s " o si a lgún m i c r ó f o n o g r a b a b a nues t ras char las? A u n q u e de cons ide rab l e g roso r , los m u r o s de las p r i s iones no i m p i d e n q u e los secretos c i rculen. C o n g r a n re t raso, me en te ré de a lgunas miga jas de la historia de Wenzel . Un oficial , encar-ce lado desde 1945, ine expl icó que , d u r a n t e a l g ú n t i empo, hab ía c o m p a r t i d o su ce lda con un oficial a l e m á n . Este ú l t i m o había e s t ado e n c e r r a d o a n t e r i o r m e n t e con Wenzel. P o r este m e d i o supe q u e W e n -zel hab ía s ido t e r r ib lemente m a l t r a t a d o después de su cap tu ra . Ago-tado , casi en el l ímite de sus fuerzas , seguía c o n f i a n d o en q u e un día se t e r m i n a r í a aque l l a h o r r i b l e pesadi l la .

En c a m b i o , no vi ni a Kent ni a Pannwitz . 5

5. Pannwiiz fue liberado en 1955 en virtud de los acuerdos concertados entre la República Fe-deral Alemana y la URSS,

4. LA CASA DE LOS MUERTOS VIVOS

Adiós , Le fo r tovo . . . Esta vez, el coche celular salió de Moscú y t o m ó u n a ca r re t e ra q u e

se h u n d í a en e l b o s q u e . Después de varias h o r a s de viaje, l l egamos a n t e un edif ic io, p e r d i d o en m e d i o de los á rbo les , cuya apar ienc ia ex te r io r no ind icaba en lo m á s m í n i m o q u e se t ratase de u n a pr i s ión . Ya h a b í a o í d o h a b l a r de a q u e l es tab lec imien to pen i t enc ia r io ; de m u y especiales caracter ís t icas , q u e los p resos l l a m a b a n la d a c h a , ' p e r o cuyo v e r d a d e r o n o m b r e todavía hoy desconozco . Se acercó un carce-lero y me s u s u r r ó al o í d o :

—Aquí se h a b l a en voz q u e d a , c u c h i c h e a n d o . Se h a b í a e s t u d i a d o has ta e l m e n o r detal le p a r a evi tar t o d o r u i d o .

Las p u e r t a s no r e c h i n a b a n , las llaves g i r a b a n s i l enc iosamente en las c e r r a d u r a s y no se o ía n i n g ú n r u m o r en los corredores. Sin someterme al h a b i t u a l y m i n u c i o s o regis t ro , me c o n d u j e r o n d i r e c t a m e n t e a u n a celda. S o r p r e n d e n t e ce lda : t an reduc ida , q u e só lo m i d e tres pasos de la rgo y d o s pasos de a n c h o . La c a m a q u e d a p l egada c o n t r a la p a r e d d u r a n t e el d ía . Una minúscu l a tabla y un t a b u r e t e c o m p l e t a n el m o -bi l iar io . Los m u r o s se ha l lan r ecub ie r tos de mater ia les aislantes. En lo a l to , u n a p e q u e ñ a l u m b r e r a de ja e n t r a r un p o c o de a i re . ¡Silencio! O i g o e l si lencio. Abso lu to , c o m p a c t o , op re s ivo hasta e l p u n t o de ha -cerse o b s e s i o n a n t e . He l legado en p l ena noche . En las d e m á s pr i s io-nes, e l e s t r u e n d o no cesa desde q u e a n o c h e c e hasta la m a d r u g a d a . Este, en c a m b i o , es el m u n d o del si lencio. C e g a d o p o r la luz, q u e p e r m a n e c e e n c e n d i d a d u r a n t e t oda l a noche , t ra to de d o r m i r , ace-c h a n d o en v a n o a l g u n o s ru idos q u e vengan a t u r b a r este o c é a n o de t r anqu i l i dad .

Me desp ie r to sob re sa l t ado . Alguien me está h a b l a n d o a l o í d o : e l carce lero me o r d e n a q u e me levante. No lo he o í d o llegar, l o q u e no es e x t r a ñ o : calza unas b o t a s de gruesas suelas de f iel tro y la p u e r t a se ha a b i e r t o sin e l m e n o r ch i r r ido .

1. Casa de recreo en el bosque.

LA GASA DE LOS MUERTOS VIVOS 361

Ya a lbo rea . Las horas , q u e a q u í no nos v ienen m a r c a d a s p o r e l al-b o r o t o caracter ís t ico de las d e m á s pr is iones , t r a n s c u r r e n sin q u e na-die las advier ta .

Pasan días, s e m a n a s (?) en ese si lencio mor t a l . P ie rdo la noc ión del d ía y de la noche , del t i e m p o q u e t ranscur re . Nad ie me in terpela , nad ie me habla. Me d a n la c o m i d a , sin una pa l ab ra , sin un ru ido , a través del ventani l lo . Mi celda es u n a t u m b a , y comienzo a creer q u e me h a n e n t e r r a d o vivo. De vez en c u a n d o , un au l l ido terr ible , inhu-m a n o , r o m p e el si lencio, a t raviesa los c o m p a r t i m e n t o s es tancos y me hace sobresa l ta r de e s p a n t o . Más allá, a u n o s p o c o s m e t r o s de dis tan-cia, un rec luso está e n l o q u e c i e n d o . Aul la a la mue r t e , p o r q u e la sien-te m e r o d e a r a l r e d e d o r de su " s e p u l t u r a " , au l la pa r a o í r p o r lo me-nos e l s o n i d o de u n a voz.

¿ C ó m o s o p o r t a r esta angus t i a q u e me o p r i m e ? De la m a ñ a n a a la noche , no tengo o t r a o c u p a c i ó n q u e d a r tres pasos de ida y o t ros tres pasos de vuelta, de u n a a o t r a p a r e d . Se precisa u n a d e n o d a d a vo lun-tad de supervivencia p a r a sus t raerse a esta neuros is de muer t e . Y sin e m b a r g o , no deja de ser cu r ioso q u e , después del a ñ o p a s a d o en Le-íor tovo , este total sos iego sea p a r a mí c o m o un resp i ro : d o r m i r , pue-do d o r m i r c u a n t o qu ie ra , p u e d o d o r m i r sin t e m o r a b ruscos desper-tares y a i n t e r roga to r io s so rp resa . Me a c o s t u m b r o a vivir con mis pensamien tos , sin o t r o in t e r locu to r q u e mis in te r rogac iones , mis re-celos y mi razón. Estos c o m p a ñ e r o s de t o d o s los instantes me inspi-r an conf ianza : resistiré. Y luego , c u a n d o m e n o s lo espero , vienen a b u s c a r m e pa ra c o n d u c i r m e a u n a sala d o n d e me a g u a r d a n un oficial ins t ruc tor y o t r a s dos pe r sonas vest idas de p a i s a n o : los especialistas e n c a r g a d o s de ver i f icar e l e s t a d o del m u e r t o vivo.

El oficial me p r e g u n t a : — ¿ C ó m o se s i en te? —Gracias, m u y b ien , estoy m u y con ten to . . . Parece q u e mi respues ta le s o p r e n d e . . . —¿Muy c o n t e n t o ? Pero, ¿ q u é hace usted d u r a n t e t o d o e l día, so-

lo, sin ver a n a d i e y sin l ibros p a r a leer? —¿Libros? Estoy esc r ib iendo u n o . Se m i r a n en t r e sí, c o m o s i v ieran c o n f i r m a d a u n a o p i n i ó n c o m ú n .

El " t r a t a m i e n t o " pa rece q u e empieza a sur t i r efecto. . . —¿Un l ib ro? ¿ P e r o c ó m o p u e d e escribir u n l ib ro? —Lo escr ibo en mi cabeza. —¿Se p u e d e sabe r cuál es su t e m a ? —Desde luego, ustedes; us tedes y los q u e son c o m o ustedes. Este es

el t ema de mi l ibro . —Así pues , ¿ n o qu ie re q u e lo devo lvamos a u n a p r i s ión n o r m a l ? —Me da lo m i s m o ; p u e d o q u e d a r m e aqu í .

362 EL REGRESO

Me re in t eg ran a mi celda. Me h u n d o de nuevo en el si lencio, q u e rasgan de vez en c u a n d o los gr i tos best ia les de los reclusos a q u e j a d o s de demenc ia . Entonces t engo la impres ión de q u e bas tar ía cua lqu ie r nade r í a pa r a q u e aque l los aul l idos , c o m o en las m a n a d a s de lobos , se h ic ieran con tag iosos . T a m b i é n yo e x p e r i m e n t o una necesidad i m p e -riosa de a b r i r la boca pa ra gr i tar . El t i e m p o pasa sin q u e p u e d a m e -di r lo . Po r s e g u n d a vez me c o n d u c e n a la misma sala, d o n d e e n c u e n -tro a las m i s m a s pe rsonas . . .

—Bien, ¿ c ó m o se siente a h o r a , a los dos meses de estar a q u í ? i Dos meses! ¡ Hace dos meses q u e estoy a q u í ! ¡ H a c e dos meses

q u e in t en tan h a c e r m e estal lar! Esperan q u e m e h i n q u e d e rodi l las an t e el los, q u e les sup l ique , q u e les i m p l o r e mi t ras lado a o t ra cárcel. A g u a r d a n mi r end ic ión sin condic iones . Conf i ados , b u r l o n e s , c reen q u e el t i e m p o t r a b a j a a su lavor, q u e al r i t m o de los días y las noches q u e se c o n t u n d e n en mi men te , me veré r e d u c i d o a tal e s t ado de ab -yección q u e les l a m e r é los zapatos . Éste es el r esu l t ado lógico del t ra-t a m i e n t o a l q u e me han s o m e t i d o , e l desen lace inevi table de mi a b s o -lu to a i s l amien to . Pues b ien , ¡no! He de hacer trizas su o p t i m i s m o . No me h a n venc ido todavía , y de ah í q u e les gr i te :

—Si qu ie ren q u e reviente aqu í , t e n d r á n q u e esperar , m u c h o , m u -ch í s imo t i e m p o ; ¡sigo s i n t i é n d o m e tan b ien . . . !

N a d a r e s p o n d e n : se l imi tan a c o n t e m p l a r a aque l m e q u e i r e f e q u e osa t u r b a r e l o r d e n p o r ellos es tablec ido . Según la m e n t a l i d a d de un b u r ó c r a t a del NKVD, un p re so i n t e r n a d o en una p r i s i ó n - q u e -e n l o q u e c e , t iene q u e en loquece r . ¡Lógico, i r r e iu tab le ! Pe ro sólo se q u i e b r a a los seres q u e ya han a g o t a d o la tuerza o la vo lun tad de lu-char . Mien t ra s yo sienta en mí esa vo lun tad , segu i ré l u c h a n d o . ¿ H a n p e r c i b i d o quizás esta rabia p o r sobrevivir q u e me a n i m a y q u e ni las amenazas , ni las pres iones , ni las mura l l a s de si lencio log ran a h o g a r ?

Unos días m á s ta rde tui devuel to a la Lub ianka y present í q u e ya hab ía vivido los m o m e n t o s m á s difíciles de mi caut iver io . Pus ie ron fin a los i n t e r roga to r i o s y me d e j a r o n en paz. Sólo una vez tuve el ho -n o r de q u e me c o n v o c a r a n de nuevo en e l min is te r io . En e l largo co-r r e d o r q u e d a b a acceso a las dependenc i a s minister iales , me l l amó la a t enc ión un cartel q u e , en aque l lo s lugares , no carecía de h u m o r ; a n u n c i a b a una g r a n velada en el club de los oficiales con la par t i c ipa-ción de un ac to r de L e n i n g r a d o l l a m a d o Reikin. El tema de aquel la r e u n i ó n e r a : " V e n g a n a ce leb ra r una conversac ión a m i s t o s a " .

Al e n t r a r en el d e s p a c h o del general A b a k ú m o v , q u e después de nues t ro p r i m e r e n c u e n t r o se hab ía conve r t i do en Minis t ro de Seguri -d a d , todavía me reía de aque l la invi tación. . .

A b a k ú m o v , q u e seguía e n a r b o l a n d o u n a magní l ica c o r b a t a , m e i n t e rpe ló :

1A CASA DE LOS MUERTOS VIVOS 363

—¿Por q u é está tan c o n t e n t o ? — Pues p o r q u e a un preso le p r o d u c e u n a ex t r aña impres ión ver

un cartel q u e Jo invita a u n a " c o n v e r s a c i ó n a m i s t o s a " . Usted ha a c o s t u m b r a d o a los rec lusos a unas d i scus iones de m u y dist inta índole .

Nada repl icó a esta observac ión . . . —Dígame, ¿ p o r q u é tenía a t an tos j u d í o s en su red de i n l b r m a -

ción ? —Mi red, c i u d a d a n o general , es taba f o r m a d a p o r comba t i en te s de

trece nac iona l idades d is t in tas ; los j u d í o s no neces i taban una au to r i -zación especial pa r a e n t r a r en ella y n i n g ú n numerus clausus l imitaba su par t i c ipac ión . El ún i co cr i te r io de selección era la vo lun tad de lu-char hasta el fin cont ra el naz ismo. Los belgas, f ranceses, rusos , ucra-nios, a l emanes , j u d í o s , españoles , ho landeses , suizos y escandinavos se ha l l aban f r a t e r n a l m e n t e mezclados. Mis a m i g o s jud íos , a qu ienes conoc ía desde m u c h o t i e m p o at rás , me i n s p i r a b a n una conf ianza ab -soluta , p o r q u e sabía q u e nunca nos t r a ic ionar ían . Los jud íos , c iuda-d a n o genera l , l i b raban una d o b l e g u e r r a : con t r a e l nazismo, p o r su-pues to , p e r o a s imi smo con t ra e l e x t e r m i n i o de su pueb lo . Para ellos, ni s iquiera la t ra ic ión les resolvía n a d a , lo q u e no les o c u r r í a a un E l rémov o a un Sukúlov, q u e i n t e n t a r o n salvar su pel le jo v e n d i é n d o -lo a los nazis.

A b a k ú i n o v se hizo el so rdo , p e r o re inc id ió en u n a cues t ión q u e ya hab ía a b o r d a d o e n nues t ra p r i m e r a en t rev is ta :

—Mire, us ted; só lo existen d o s m a n e r a s de r e c o m p e n s a r a un agen te de los sei^icios de i n f o r m a c i ó n : o ca rgar le el pecho de conde -corac iones o cor tar le la cabeza. . .

Y p r o s i g u i ó con u n a nota de pesar en la voz: — De no habe r t r a b a j a d o con aque l l a pand i l l a con t r a r r evo luc io -

nar ia de Tujachevski -Berz in , en la ac tua l idad sería usted un h o m b r e c o l m a d o de h o n o r e s ; p e r o se ha c o m p o r t a d o de tal m o d o , q u e ya só-lo es ap to p a r a o c u p a r una celda carcelar ia . . . ¿ No sabe que , en estos mi smos m o m e n t o s , lo están b u s c a n d o los servicios secretos amer i ca -nos y canad ienses? En el C a n a d á h a n descub ie r to u n a de nues t ras re-des de i n f o r m a c i ó n . Y, en varios d ia r ios n o r t e a m e r i c a n o s , a l gunos especialistas han c re ído ad iv ina r en la ac tuac ión de esa red el sello ca-racteríst ico del g ran jefe .

Risueño , cínico, m u y sat isfecho de su s a r ca smo , A b a k ú i n o v aña-d i ó :

—¿Se da usted cuenta del pe l igro a q u e estaría expues to de hal lar-se aho ra en l ibe r t ad? En c a m b i o , a q u í está us ted t r anqu i lo , en una total segur idad .

A d o p t é el ros t ro aus te ro y d i g n o de un f u n c i o n a r i o del NK.VD,

364 EL REGRESO

p a r a r e s p o n d e r l e : —Le ag radezco , s e ñ o r min i s t ro , q u e se p r e o c u p e de mi segur i -

dad . . . —De n a d a , de nada . . . ; A h ! Sé m u y b ien q u e e l r ég imen en q u e

vive no es qu izás ideal . . . Pe ro , d e s g r a c i a d a m e n t e , n o s o t r o s c a r e c e m o s de los m e d i o s con q u e c u e n t a el rey de Ing la te r ra , q u e recibe a los agen tes secretos, los eleva al r a n g o de lores y los grat i f ica con m a g n í -f icas p r o p i e d a d e s ; n o s o t r o s s o m o s p o b r e s , ya lo sabe us ted , y sólo d a m o s lo q u e t enemos . . . Y lo q u e t en emo s , pues sí, lo q u e tene-m o s son las pr i s iones . . . Una p r i s ión , no es un lugar tan m a l o , ¿ n o le pa r ece?

Y, con un a d e m á n , me desp id ió . Regresé a mi celda. Me ha l l aba p l e n a m e n t e c o n v e n c i d o de q u e no

es taba en causa mi ac tuac ión c o m o je te de la O r q u e s t a Roja . No , lo q u e n o p o d í a n p e r d o n a r m e e ra e l h e c h o d e q u e m e h u b i e r a e leg ido el gene ra l Berzin; e l co rone l ins t ruc tor , q u e hab ía t en ido el c o r a j e de r e n u n c i a r a la ins t rucc ión de mi p roceso , me hab ía d icho la v e r d a d : me c o n s i d e r a b a n sospechoso de sde 1938.

5. LECCIONES DE HISTORIA

Mi s u m a r i o hab ía q u e d a d o conc luso , p e r o yo sabía con certeza q u e me h a b í a n d e c l a r a d o cu lpab le antes , incluso, de o í r mis dec lara-ciones. . . El 19 de j u n i o de 1947, el Conse jo de los Tres, l o r m a d o p o r un r ep re sen tan te del Minis te r io de Segur idad , un fiscal y un juez, me c o n d e n ó a la d u r a p e n a de q u i n c e a ñ o s de a i s lamiento . C o m o tan tos o t ros , yo era sospechoso y cu lpab le p o r decis ión de los agentes de Stalin. Apelé c o n t r a tal a r b i t r a r i e d a d y un a d j u n t o del liscal me con-vocó pa r a u n o s días más ta rde . . .

—Esta sentencia es p e r f e c t a m e n t e inicua —le dije—, y no le sor -p r e n d e r á q u e la i m p u g n e . . .

—Ya sabe usted que , en la URSS, los t ra idores y los espías p u e d e n ser c o n d e n a d o s a la p e n a capi tal . Por lo q u e a usted se rel iere, la ra-zón de Es tado exige su a i s l amien to . . .

—¡Pero eso me hace creer q u e usted de sconoce t o d o c u a n t o hice d u r a n t e la g u e r r a !

—Pues b ien , escr iba al fiscal... En aque l r ég imen oscuran t i s ta , q u e d a b a ab ie r to un p e q u e ñ o res-

qu ic io a la esperanza , pues to q u e los c o n d e n a d o s , dos veces al mes, p o d í a n f o r m u l a r p o r escr i to sus observac iones al fiscal general , a l min is te r io , a l c o m i t é centra l del p a r t i d o o al m i s m o Stalin. Tenía q u e exp lo ta r , pues , aque l l a pos ib i l idad y , con letra m u y ap re t ada , escribí la his tor ia de la O r q u e s t a Ro ja y la fui e n v i a n d o al liscal general de la Un ión Soviética a m e d i d a q u e avanzaba en su redacc ión . Los caut ivos desaparec ían p o r mi l lones en las extens iones desért icas de Siberia o en la p e n u m b r a de las m a z m o r r a s , p e r o yo c i f raba u n a i l imitada con-fianza en el a m o r q u e la b u r o c r a c i a siente p o r el pape leo . Los indivi-d u o s pasan , p e r o los escri tos p e r d u r a n y los archivos se acrecientan . Sabía q u e t a m b i é n l a b u r o c r a c i a s ta l in iana p r o f e s a b a un a m o r i n m o -d e r a d o a t oda clase de papeles y que , p o r ende , no era inútil d e j a r huel las de u n o m i s i n o en sus archivos.

El 9 de e n e r o de 1952, la " t r o i k a " r e d u j o de q u i n c e a diez a ñ o s mi

366 EL REGRESO

pena de a is lamiento en celda,1 pe ro acogí esta noticia con indi leren-cia. No rne hacía n i n g u n a ilusión acerca de mi dest ino final po rque , si el r ég imen no cambiaba , después de cumpl i r mi condena sería c o n f i n a d o en a lgún r incón pe rd ido de Siberia.

M u c h o íJiás tarde supe q u e mi i n f o r m e no había s ido inútil. . . En 1964, c u a n d o hacía ya a lgunos años q u e vivía en Polonia , me telefo-neó un per iodis ta de Nóvosti.7

—Sin d u d a te aco rda rás de mí —me dijo—, pues to q u e en 1935 tra-bajarnos j un to s en La Verdad... Me han enca rgado , con o t ros dos es-cri tores, escribir la historia de la O r q u e s t a Roja , p e r o carecemos de in fo rmac iones acerca del g r u p o La Unidad q u e tú dir igías en Palesti-na...

—Y t o d o lo demás , ¿ lo sabéis ya? —le p regun té s o r p r e n d i d o . —Sí. Conf ío que muy p r o n t o t end remos ocasión de hab la r de

todo eso.. . Pasaron a lgunos meses. Es tábamos en abr i ! de 1965, c u a n d o el

per iodis ta víno a Varsovia con la de legac ión rusa que iba a t o m a r par te en las ce remonias conmemora t ivas del vigésimo s e g u n d o ani-versario de la insurrección del ghetto. Me explicó en tonces en q u é cir-cunstancias se había en te rado de la historia de la O r q u e s t a Roja. . .

—En 1964, fui a veraI vicefíscaJ general de la Un ión Soviética con mot ivo de un ar t ícu lo q u e debía consagrar , en Nóvosh, a la his tor ia .de Richard Sorge, del q u e a la sazón se hab laba mucho . . . Me escuchó a t e n t a m e n t e mien t ras le expon ía el o b j e t o de mi visita. Luego se le-vantó y se dir igió hacia una caja de caudales . Entonces me d i j o : " T o -do cuan to se refiere a Richard Sorge ya es muy conoc ido , p e r o aquí poseemos la his tor ia de una red de i n f o r m a c i ó n que pres tó a s imismo grandes servicios a la Unión Soviética. . ." . El viceliscal a b r i ó la caja de caudales y sacó de la misma una carpeta q u e contenía un legajo de papeles. . . "Aqu í la t iene usted —prosiguió—, pe ro le p r evengo que no p u e d e publ icar la sin la previa autor ización del comité cent ra l . . . " . Le p regun té quién hab ía sido el j e fe de aquel la red y oí q u e me decía : " T r e p p e r . . . " . Imagína te mi sorpresa . . . Con el mayor interés, me diri-gí al comité central y éste des ignó una comis ión de tres escritores, u n o de los cuales soy yo, para q u e p r e p a r a r a n una o b r a sobre la O r -questa Roja. Desgrac iadamente , todavía no se ha pub l i cado , p o r q u e los dir igentes del pa r t i do comunista de 1¿* Alemania or ien ta l lian creí-do q u e aún era d e m a s i a d o p r o n t o para hablar del g r u p o de Berlín.. .

No se habían pe rd ido , pues, las n u m e r o s a s hojas de papel q u e yo

1. Pena prevista en Rusia para los presos que han de ser r igurosamente aislados de la socie-dad.

2. Agencia de prensa que edita libros y publicaciones destinadas al extranjero.

LECCIONES DE HISTORIA 367

hab ía env iado al fiscal genera l . . . En la U n i ó n Soviética, los archivos son e te rnos , y el día en q u e se a b r a n . , .

No hab ía l l egado todavía l a época de mi l iberac ión . A c a b a b a de iniciar mi vida en las cárceles s ta l ínianas . . . A n d a n d o el t i empo , c o n o -ceré a varias pero , de todas ellas, Ja q u e me ha d e j a d o un r e c u e r d o m e n o s m a l o es la pr i s ión de Butírki —antiguo cuar te l de la época de Cata l ina II, p o s t e r i o r m e n t e hab i l i t ado p a r a cárcel— con sus g r a n d e s c u a d r a s b ien vent i ladas y l lenas de luz. N o s t r a s l adaban a esa pr i s ión c u a n d o no q u e d a b a n celdas d i spon ib le s en la Lub ianka , y ésta era u n a señal infal ible de q u e la r ep res ión c o b r a b a nueva (uerza. Stalin se hab ía a p r o p i a d o e l a n t i g u o p r o v e r b i o r u s o según e l cual " u n lugar san to n u n c a q u e d a vacío" . . . Los servicios de s egu r idad t r a b a j a b a n s u j e t á n d o s e a las n o r m a s de S ta jánov. Tras los a l tos m u r o s de las cár-celes y las a l a m b r a d a s de los c a m p o s de t r a b a j o s fo rzados se ha l l aba e n c e r r a d a la élite del país. Las sucesivas o leadas de la repres ión llena-b a n las celdas de ingenieros , oficiales, escr i tores y p ro feso res .

En c u a n t o se inició la gue r r a fría —en 1947 — , Stalin se e n s a ñ ó con t r a las pe r sonas q u e j u z g a b a d e m a s i a d o tibias en la even tua l idad de un nuevo conf l ic to m u n d i a l . Las m i n o r í a s nacionales , q u e l o r m a -b a n e l f a m o s o " e s l a b ó n d é b i l " en la ópt ica del déspo ta , l ue ron d u r a -m e n t e cast igadas. Y, u n a vez más , se d e p u r ó al e jé rc i to .

En rea l idad , el gene ra l í s imo Stalin —"el más genial es t ra tega des-pués de A l e j a n d r o e l Magno"— s o p o r t a b a c a d a vez c o n mayores rece-los el b r i l lo de las estrellas de Zhúkov , el " v e n c e d o r de Ber l ín" . Ha-bía i n t e r p r e t a d o co rno una i n s o p o r t a b l e a f r e n t a la invitación de visi-tar los Es tados U n i d o s q u ^ E i senhower h a b í a h e c h o a l mariscal c u a n d o visitó Moscú . Zhúkov se conver t ía a h o r a en un rival, en un c o m p e t i d o r o , p o r lo m e n o s , se pe r f i l aba c o m o un pe l igro latente. C u b i e r t o de h o n o r e s y a labanzas , le fue c o n f i a d o el m a n d o del ejérci-to. . . de O d e s a , mien t r a s todos los oficiales, q u e i n t eg raban el c í rculo de sus m á s ín t imos c o l a b o r a d o r e s , se e n c a m i n a r o n hacia las cárceles. Los j u d í o s , q u e e r a n los e l e m e n t o s m á s sospechosos del " e s l a b ó n dé-b i l " , s u f r i e r o n los e m b a t e s de la r ep res ión en 1948. Más tarde , el cau-dal de d e p u r a d o s se ac recen tó con los " r e i n c i d e n t e s " , es decir , con los ingen ie ros y cient íf icos que , al iniciarse el conf l ic to m u n d i a l , ha -b ían sa l ido de los c a m p o s de t r a b a j o s lo rzados pa r a ser ut i l izados en las indus t r i as de g u e r r a . Y luego. . . , Juego v in ie ron todos los demás , ¡cu lpables de ser inocentes !

C ie r to es q u e exist ían a s i m i s m o a l g u n o s v e r d a d e r o s culpables , p e r o cons t i t u í an u n a ín f ima m i n o r í a : Vlásov y su e s t ado m a y o r , q u e se h a b i a n u n i d o a los a l e m a n e s pa r a c rea r un p r e t e n d i d o e jérc i to de

368 EL REGRESO

l ibe rac ión ; los m i e m b r o s de la Ges t apo , q u e h a b í a n c o m e t i d o sus in-famias en el t e r r i to r io de la U n i ó n Soviética; y los rusos b l ancos , q u e hab ían t o m a d o las a r m a s con t r a e l e jérc i to r o j o . T o d o s el los e r a n los r e sponsab les n o t o r i o s de la c o l a b o r a c i ó n con e l e n e m i g o , pues to q u e los de m e n o r cuan t í a ya hab ían s ido j u z g a d o s en e l m i s m o lugar d o n -de h a b í a n p e r p e t r a d o sus c r ímenes .

Salvo estos p o c o s casos, los d e m á s p resos q u e conoc í e r a n a b s o l u -t a m e n t e inocentes . S o b r e cada u n o de ellos cab r í a escr ib i r l ib ros en-teros p a r a re la tar los a ñ o s de sacrificios y de a b n e g a c i ó n p o r e l par t i -do y la U n i ó n Soviética q u e a h o r a les e ran r e c o m p e n s a d o s con p e n a s de diez, q u i n c e o veinte a ñ o s de pr i s ión . C a d a his tor ia es e j e m p l a r para q u i e n la vive, p e r o en el g ran to rbe l l i no de la p u r g a , ¡ cuán ta se-me janza t ienen t o d o s esos des t inos !

Al " p a d r e c i t o de los p u e b l o s " le ag radezco q u e me b r i n d a r a la o p o r t u n i d a d de c o n o c e r a la élite intelectual de la U n i ó n Soviética. En Ja L u b i a n k a , en Le fo r tovo , en la But i rki , e n c o n t r é con inus i tada fre-cuencia a h o m b r e s cuya vida e j e m p l a r y s e d u c t o r a me p r o p o r c i o n ó g r a n d e s enseñanzas acerca de la his tor ia de este siglo.

Y a h o r a , p e r m i t i d m e q u e e v o q u e a l g u n o s de estos e n c u e n t r o s ex-cepcionales acaec idos en las p r i s iones de Stalin. . .

6. SORPRENDENTES ENCUENTROS EN LAS PRISIONES DE STALIN

Las conversac iones q u e sostuve con a l tos oficiales del e jérc i to , a la sazón enca rce lados c o n m i g o , me d i e r o n a conoce r n u m e r o s o s deta-lles de la d e r r o t a e x p e r i m e n t a d a p o r el e jérc i to r o j o al comienzo de la gue r r a . El s o l d a d o soviético se c o m p r o m e t í a b a j o j u r a m e n t o a no caer n u n c a en m a n o s del e n e m i g o y , p o r cons iguien te , deb ía g u a r d a r p a r a s í m i s m o su ú l t ima bala . Pe ro no se hace la gue r r a con j u r a m e n -tos: desde el inicio de su ofens iva , la W e h r m a c h t l o g r ó cercar a divi-s iones en teras . M u c h o s s o l d a d o s consegu ían hui r , p e r o o t ro s m u c h o s ca ían p r i s ione ros . Estos ú l t i m o s e ran cu lpab les de no haber se suici-d a d o . Los o t ros , q u e hab ían l o g r a d o r e i n c o r p o r a r s e a l e jérc i to r o j o a través de las líneas enemigas , e r a n acusados de e sp iona je . En a m b o s casos, e r a n p a r t i c u l a r m e n t e severas las p e n a s de pr i s ión .

D u r a n t e a l g u n o s meses, c o m p a r t í mi celda con tres generales . 1

U n o de ellos pe r tenec ía al e j é rc i to r o j o desde la g u e r r a civil, en la q u e h a b í a t o m a d o pa r t e s i endo todavía m u y j o v e n ; a l iniciarse la s e g u n d a g u e r r a m u n d i a l , e s t aba a l m a n d o de u n a división de cosacos, q u e lúe a is lada y ce rcada p o r e l e n e m i g o . G r a v e m e n t e he r ido , l og ró escapar y re fug ia rse en casa de unos campes inos , q u e lo c u i d a r o n en secreto d u r a n t e var ios meses. En c u a n t o se res tableció, p u d o llegar a las lí-neas amigas después de un l a rgo y a r r i e sgado pe r ip lo . I n med i a t a -m e n t e lo s o m e t i e r o n a un i n t e r r o g a t o r i o : " ¿ P o r q u é ha r e g r e s a d o u s t e d ? ¿ Q u é mis ión de e s p i o n a j e l e h a n e n c o m e n d a d o los a l e m a -n e s ? " . El genera l está a t u r d i d o y no le d a n t i e m p o pa ra r e s p o n d e r . Lo a r r e s t an . Di recc ión : la Lub ianka . . .

Mi s e g u n d o c o m p a ñ e r o de celda, c o m u n i s t a desde la gue r ra civil, era genera l de división al p r i n c i p i o de las hos t i l idades . P res ionadas

1. Todavía están con vida, por lo que no es de extrañar que silencie sus nombres.

370 EL REGRESO

p o r e l a t a q u e a l e m á n , sus t ropas resisten b ien , l uchan con d e n u e d o , p e r o e x p e r i m e n t a n cons ide rab les pé rd idas . Muy p r o n t o la divis ión se ve s e v e r a m e n t e d i ezmada . El general , con un r e d u c i d o g r u p o de sol-d a d o s , se h u n d e en el b o s q u e y allí crea u n a u n i d a d de guer r i l l e ros q u e s igue c o m b a t i e n d o d u r a n t e varios meses. Los a l e m a n e s descu-b ren aque l l a g u a r i d a y la a tacan . El genera l , con d o s c o m p a ñ e r o s , es-capa en el ú l t i m o m o m e n t o y, mien t r a s Jos guer r i l l e ros c u b r e n su re-t i rada , se r e in tegra al e jérci to ro jo . Sospechoso de e sp iona j e , es a r r e s t a d o . Ha c o m e t i d o Ja i n m e n s a íálta de sobrevivir . . . Di recc ión : la L u b i a n k a . . .

EJ ú l t i m o genera l de aque l la " t r o i k a " fue enca rce l ado sin n ingún mot ivo . Su c r i m e n e ra habe r f o r m a d o p a r t e del e s t a d o m a y o r de Zhúkov d u r a n t e la guer ra . . . Di recc ión: la Lub ianka . . .

Aque l lo s tres genera les no se d e j a b a n vencer p o r el desa l ien to . Seguían p r o c l a m á n d o s e comuni s t a s y hac ían p o c o caso de las r econ-venc iones de nues t ro s cancerberos . H a b í a n c o n s e r v a d o e l g o r r o de piel con la estrel la ro ja . Recue rdo q u e m a t a b a n e l t i e m p o con inter-m i n a b l e s pa r t i da s de d o m i n ó , cuyas f ichas h a b í a n f a b r i c a d o con miga d e p a n .

Un dra, un nuevo g u a r d i á n —como m á x i m o un brigada— en t ra en la celda y exige q u e los reclusos se levanten p a r a sa ludar le . I m p e r t u r -bables , los tres generales c o n t i n ú a n su pa r t ida . U n o de ellos, sin t o m a r s e s iqu ie ra la moles t ia de volverse hacia el recién l legado, le suelta :

—¿Desde c u á n d o un general del e jé rc i to r o j o t iene q u e levantarse en presenc ia de un subof ic ia l?

El subof ic ia l en cues t ión no insiste. En lo sucesivo, es tará ya ad -ver t ido . . .

E n t r e dos par t idas d e d o m i n ó , d i scu t í amos d u r a n t e largas h o r a s acerca de nues t r a s i tuac ión. El más sagaz, p o l í t i c a m e n t e h a b l a n d o , de mis tres c o m p a ñ e r o s sabía de sob ra q u e su h is tor ia no era un acci-d e n t e indiv idual d e b i d o al celo in t empes t ivo de a lgún esb i r ro de la G P U , y me a f i r m a b a con g ran convicc ión :

—Todo c u a n t o realizan los ve rdugos del Minis te r io de Segur idad es a c e p t a d o , q u e r i d o , a l e n t a d o y d i r ig ido p o r el m i s m o Stalin. . .

E r an d e m a s i a d o s los t e s t imonios q u e e n c a j a b a n u n o s con o t r o s f o r m a n d o e l e s p a n t o s o c u a d r o de una repres ión me tód i ca , l levada a c a b o a u n a escala masiva. Por e j emp lo , las andanzas de dos méd icos jud íos —dos hermanos— q u e me relató el genera l . A m b o s se ha l l aban adscr i tos a un hospi ta l mi l i tar de Bielorrus ia y se i n t e r r o g a b a n acerca de la ac t i tud q u e deb ían a d o p t a r an t e e l avance a l e m á n . F ina lmente ,

ENCUENTROS EN LAS PRíSIONES DE STALIN 371

u n o de Jos dos , q u e era m é d i c o en jefe , no p u d o resolverse á a b a n d o -nar a sus e n f e r m o s y dec id ió q u e d a r s e con ellos pa r a p ro teger los b a j o la ocupac ión enemiga . Así salvó n u m e r o s a s vidas. El o t ro , q u e a nin-gún p rec io que r í a caer en m a n o s de los nazis, huyó con los d e m á s médicos del hospi ta l , excep to su h e r m a n o , y se un ió a los guerr i l le-ros. Después de la guer ra , a m b o s médicos j u d í o s f u e r o n d e t e n i d o s : e l méd ico je fe fue a c u s a d o de h a b e r c o l a b o r a d o con el enemigo , el se-g u n d o de h a b e r hu ido a b a n d o n a n d o a sus en le rmos . . .

;Y viva la dialéct ica!

H u b o a s i m i s m o aque l l a s o r p r e n d e n t e recepción en e l Kremlin , q u e me re la tó un m i e m b r o del p a r t i d o c o m u n i s t a r u m a n o . Antes de q u e le de tuv ie ran , hacía las veces de i n t é rp re t e —hablaba per lec ta-inen te el ruso— c u a n d o l legaba a Moscú u n a de legac ión de su país. G io rg iu Dej, secretar io genera l del p a r t i d o r u m a n o , se desplazó pe r -s o n a l m e n t e a la capital rusa pa r a e fec tuar varias consul tas con los di-r igentes soviéticos. Al t e r m i n a r un d í a de largas discusiones, Sialin invitó a la delegación r u m a n a , a u n a cena ín t ima , a la q u e asistió el in térpre te . Al final de la cena, la a t m ó s f e r a era m u y a legre y e n t r a ñ a -ble; Stalin, con el r o s t ro r i sueño , se acercó a Giorg iu Dej y lo asió c o r d i a l m e n t e p o r los h o m b r o s .

— Escucha, G io rg iu —le dijo—; eres un chico magní f ico , p e r o m u y p r i m a r i o . T u s c o n o c i m i e n t o s son l imi tados y , en cambio , diriges a h o r a un g ran pa ís ; te hal las en la s i tuac ión de un sub ten ien te q u e es-tuviese a l m a n d o de un e jé rc i to ; en suma , tienes m u c h o q u e a p r e n d e r todavía p a r a estar a la a l t u r a de las c i rcunstancias .

Los comensales , s ú b i t a m e n t e d e s e m b r i a g a d o s p o r la b ru ta l idad del r a p a p o l v o , no o s a b a n ab r i r la boca . A t r ibuye ron las pa l ab ra s de Stalin a l f a m o s o h u m o r de aque l " g r a n c a z u r r o " , q u e m a n e j a b a con tanta destreza la chanza c o m o la teoría marxis ta - len in is ta . ¡Ah, las re laciones amis tosas e n t r e los p a r t i d o s h e r m a n o s !

O t r o c o m p a ñ e r o de celda, a n t i g u o mi l i t an te del p a r t i d o po laco , q u e p o r p u r o mi l ag ro h a b í a e s c a p a d o con vida de la p u r g a de 1938, me re la tó o t ra recepción o f r ec ida p o r Stal in. En 1945, el líder del m o v i m i e n t o comun i s t a in te rnac iona l recibió en el Kremlin a una de-legación de los comun i s t a s po lacos q u e iban a const i tu i r la nueva di-rección del pa r t i do . Stalin íes es t rechó la m a n o , les hab ló de unas y o t ras cosas, y f i na lmen te les p r e g u n t ó :

—Antes de la gue r ra , en Ja d i rección deJ p a r i i d o po laco l iguraba

372 EL REGRESO

u n a m u j e r , Kostrzewa, m u y adicta e intel igente. ¿ Q u é ha s ido de e l la?

Azorados , los po lacos se m i r a n u n o s a o t r o s y c o n t e m p l a n luego sus pies : la c a m a r a d a Kostrzewa, c o m o toda la di rección po laca , lúe l i qu idada en 1938 p o r o r d e n de Stal in. Muy a m e n u d o , e l " g r a n li-q u i d a d o r de c o m u n i s t a s " f ingía q u e i g n o r a b a l o o c u r r i d o p a r a me-j o r e n c u b r i r así su a b r u m a d o r a r e sponsab i l i dad de las pu rgas . Dele-gaba sus p o d e r e s en o t ros , c o m o lo hizo en el caso de Bela Kun, del q u e an tes he h a b l a d o . En aque l en tonces , e l q u e se encargó de la eje-cución mater ia l f u e Manui lski .

T a m b i é n e ran de esta m i s m a índo le las desventuras del ps iqu ia t r a q u e hab ía a t e n d i d o a l h i jo de Stalin.. .

En 1949, o quizás en 1950, tuve c o m o c o m p a ñ e r o de celda a u n o de los m e j o r e s ps iqu ia t ras de la U n i ó n Soviética. Era j u d í o y hab ía nac ido en e l seno de u n a famil ia m u y rel igiosa de Vi lna : su p a d r e asistía al r a b i n o en la s inagoga. Ya desde m u y j o v e n , se hab ía d is tan-c i a d o de la c o m u n i d a d j u d í a y luego, c o n el co r r e r de los años , se ha-bía a s imi l ado p o r c o m p l e t o : p o r la l engua , las c o s t u m b r e s y la cu l tu -ra se sentía ruso . Movi l izado d u r a n t e la gue r r a , dir ige el servicio de s an idad en el e jé rc i to q u e l ibera a los países bált icos. Al final de las hos t i l idades , c o m o e r a un ps iqu ia t r a f a m o s o , pasa a ser e l méd ico pe r sona l del h i jo de Stalin. Vasili, e l s e g u n d ó n del mariscal , 2 n o m -b r a d o genera l a los veint i t rés años , es un av iador med ioc re , cuyo eti-l i smo c r ó n i c o es la comid i l l a de t oda la U n i ó n Soviética. El ps iqu ia -tra a s u m e e l a m b i c i o s o c o m e t i d o de c u r a r l o ; p e r o , m á s ade lan te , juz-g a n d o q u e sabía d e m a s i a d a s cosas, los señores del NKVD dec iden encarce la r lo . En los i n t e r roga to r io s a q u e lo s o m e t e n n u n c a se hab la del h i j o de Stalin, s ino q u e lo acusan de " n a c i o n a l i s m o j u d í o " . ¿Las p r u e b a s de tal n a c i o n a l i s m o ? C u a n d o e ! e jé rc i to r o j o e n t r ó en Riga, r educ ida a un m o n t ó n de ru inas , c en t ena re s de h u é r f a n o s a b a n d o n a -dos a sí m i s m o s , h a m b r i e n t o s y desprovis tos de t o d o , h a b í a n f o r m a -do unas b a n d a s de jóvenes de l incuentes . El genera l r e sponsab l e de la reg ión p r o p u s o a l ps i aqu ia t ra l a c reac ión de un cen t ro d o n d e acoger a los n i ñ o s pe rd idos . El m é d i c o se o c u p ó efec t ivamente de este p r o -b l ema y recogió a u n a m a y o r í a de n i ñ o s j u d í o s . Los h o m b r e s del NKVD a p r o v e c h a r o n tal c i rcuns tanc ia y le r e p r o c h a r o n el h a b e r a c t u a d o p o r n a c i o n a l i s m o j u d í o :

—Es ev iden te —le dijeron— q u e usted d a b a pre fe renc ia a estos ni-ños en d e t r i m e n t o de los demás . . .

2. El o t ro hijo, que los alemanes hicieron prisionero, fue abandonado a su suerte por Stalin.

ENCUENTROS EN LAS PRíSIONES DE STALIN 373

—En abso lu to . . . Si los j u d í o s e ran más n u m e r o s o s es p o r q u e sus famil ias hab ían s ido más pe r segu idas q u e las o t ras .

Los in t e r roga to r ios f u e r o n c o b r a n d o un sesgo an t i semi ta cada vez más p r o n u n c i a d o . En el m o m e n t o de re l lenar su ficha pe r sona l , el i n s t ruc to r le p r e g u n t a :

—¿ Nac iona l idad ? —Rusa. — ¡Usted no es ruso , us ted es un m a r r a n o j u d í o ! ¿ P o r q u é ocul ta

su n a c i o n a l i d a d ? El ps iqu ia t ra , q u e con t a n t o ac ie r to sab ía c u i d a r a los demás , se

siente a m i l a n a d o . Po r h a b e r a t e n d i d o a l h i j o d e p r a v a d o de Stalin, se veía c o n d e n a d o sin pos ib le ape lac ión . C a m b i a r o n el oficial de ins-t rucc ión y el nuevo inició el i n t e r r o g a t o r i o e s t ab lec iendo la iden t idad del r ec luso :

—¿ N a c i o n a l i d a d ? Esta vez, mi c o m p a ñ e r o r e s p o n d i ó : —Judía. El ins t ruc tor le o b s e q u i ó c o n la t r ad ic iona l re tah i la de in ju r ias : —¿No le da vergüenza dec lararse j u d í o , c u a n d o es us ted r u s o ? —Aquí, en la p r i s ión , es d o n d e he c o m p r e n d i d o q u e soy j u d í o

—replicó el psiquiatra—. No me avergüenzo de pe r t enece r a un pue-blo q u e ha d a d o a la h u m a n i d a d Jesuc r i s to , Spinoza y Marx . Si uste-des no p e r m i t e n q u e los j u d í o s se in tegren en un país socialista, ¡ tan-to p e o r p a r a ustedes ! El d ía en q u e la h u m a n i d a d a n u l e las dis t incio-nes e n t r e los pueb los , las razas y las nac iones , n o s o t r o s , los j u d í o s , se-r e m o s los p r i m e r o s e n d a r p r u e b a s d e n u e s t r o in t e rnac iona l i smo .

C u a n d o me repi t ió sus pa lab ras , al r egresa r a la celda después del i n t e r roga to r io , mi c o m p a ñ e r o se sentía m u y o rgu l lo so . R e c o r d a b a e l día en q u e envió su p r i m e r l ibro cient í f ico a su pad re . Éste le escri-b i ó : " T u s éxitos me c o l m a n de a legr ía . C o n f í o q u e esta s i tuación p e r d u r e y q u e no l legue e l d ía en q u e te r e p r o c h e n h a b e r t o m a d o as ien to en un c o c h e q u e no e r a p a r a ti, j u d í o " .

Su sa lud se q u e b r a n t ó ; a q u e j a d o de u n a g r a n depres ión , d e j ó de luchar , a b a n d o n á n d o s e p o c o a p o c o a su suerte . Ya g r a v e m e n t e en-f e rmo , se ío l levaron a la en f e rmer í a , y m á s t a r d e supe , p o r la d o c t o r a de la L u b i a n k a , q u e hab ía m u e r t o a consecuenc ia de una dolenc ia card íaca .

Me son r ió l a suer te c u a n d o , en 1948, me env ia ron c o m o c o m p a -ñ e r o de celda a un a n t i g u o m é d i c o de la m a r i n a , un marav i l loso gua -són de u n o s c incuen ta años de e d a d , p l e tò r i co de salud y de opt imis-m o , r e b o s a n t e de h u m o r y p r ó d i g o de ace radas réplicas. T r a j o consi-

374 EL REGRESO

go un cier to d e s a h o g o , incluso di r ía u n a cierta a legr ía . Se c h a n c e a b a de t o d o , p e r o m u y en pa r t i cu la r de sus p rop i a s desven turas .

D u r a n t e la gue r r a , sus c o n o c i m i e n t o s de la l engua inglesa le va-l ieron un des t ino en las d e p e n d e n c i a s moscovi tas del Minis te r io de Mar ina , d o n d e a c t u a b a de agen te de enlace con un g r u p o de méd icos a m e r i c a n o s . Después de la victoria, lo d e t u v i e r o n . ¿ M o t i v o ? Espía a m e r i c a n o , d e s d e luego . ¿ La p r u e b a ? El ins t ruc to r se la m o s t r ó en el curso del p r i m e r i n t e r roga to r io , b l a n d i e n d o una car ta q u e le hab ía escr i to u n o de sus colegas d e s d e los Es tados Unidos . La misiva co-m e n z a b a con las p a l a b r a s : Dear Friend.

—¿Qué significa eso de Dear Friend? —exultaba el oficial de ins-t rucc ión c o n g r a n aplomo—. Pues, " q u e r i d o a m i g o " . ¿ N o e s una p r u e b a de e s p i o n a j e ? ¿Acaso me escr iben, a mí, de sde los Estados U n i d o s " q u e r i d o a m i g o " ? ¡ N o ! Po r cons iguiente . . .

¡ I r r e f u t a b l e lógica! C u a n d o la a b s u r d i d a d se convier te en m o n t a -ña, sólo el h u m o r p u e d e apa r t a r l a . Mi a m i g o se d e d i c a b a a elto con cons tanc ia , sin esperanzas de log ra r lo , p e r o en t o d o caso con gran sat isfacción. Po r u n o s presos recién l legados , s u p i m o s q u e la U n i ó n Soviética h a b í a r e c o n o c i d o al Es tado de Israel y le env iaba un b u e n n ú m e r o de oficiales p a r a ad ies t ra r su e jérci to . Mi a m i g o no d e j ó es-c a p a r aque l l a ocas ión p a r a e je rcer su ingen io a expensas del inst ruc-tor .

—En Jugar de t e n e r m e e n c e r r a d o a q u í , env íeme a Palest ina —le p r o p u s o en e l cu r so de un in ter rogator io—. Podr í a p res ta r un b u e n servicio al país . . .

—¿ Enviar un p e r r o c o n t r a r r e v o l u c i o n a r i o a Pa les t ina? Sólo m a n -d a m o s a Israel a los me jo re s oficiales, q u e se han a c r e d i t a d o c o m o tales...

En nues t ro un iverso c o n c e n t r a c i o n a r i o , esas p e q u e ñ a s his tor ias cons t i tu ían nues t r a única fuen te de d ivers ión. Nos p e r m i t í a n resistir, m a n t e n e r n o s en b u e n a f o r m a , y de ah í q u e t uv i é r amos en t an to ap re -cio a tales c o m p a ñ e r o s . En Ja gris m o n o t o n í a de Jos días sin lín, la sonr isa de a q u e l m a r i n o r e p r e s e n t a b a la vida.

En J956, le vi de nuevo en M o s c ú ; no hab ía p e r d i d o ni un ápice de su h u m o r , y, si l og ró sobrevivir , se d e b i ó sin d u d a a esa disposi-ción de su espí r i tu .

Po r desgrac ia , no t o d o s los reclusos e r a n " b u e n a s a m i s t a d e s " . Va an tes he d i cho q u e , en la m a r e a de los inocentes , las redes del NK.VD hab ían pescado a s i m i s m o a a l g u n o s c rápu las . Un leliz azar qu i so que , en e l c o n j u n t o de los e n e m i g o s de ayer, t r a b a r a c o n o c i m i e n t o con al-g u n a s p e r s o n a l i d a d e s in teresantes , q u e se d e b a t í a n en los m i s m o s

ENCUENTROS EN LAS PRíSIONES DE STALIN 375

a p u r o s q u e yo. Una m a d r u g a d a , hacia las c inco. . . La p u e r t a se a b r e y los carcele-

ros hacen e n t r a r a un militas, b ien vestido, del q u e es difícil discernir en la p e n u m b r a del a l b a si se t rata de un c h i n o o de un j a p o n é s . El d e s c o n o c i d o se p re sen t a : " G e n e r a l T o m i n a g a " . J e f e del e s t ado m a -yor del e jérc i to j a p o n é s en Manchur i a , cayó p r i s i o n e r o a t íñales de la gue r ra . Lo h a b í a n t ra ído de un c a m p o de p r i s i one ros p a r a q u e decla-rara c o m o testigo en e l p roceso de los c r iminales de g u e r r a j a p o n e s e s q u e deb ía ce lebrarse en Tokio . Ya el p r i m e r día, en c u a n t o vio la co-m i d a q u e nos h a b í a n servido, solici tó hab la r con el d i r ec to r de la pri-s ión. . .

—Estoy g r a v e m e n t e e n f e r m o del e s t ó m a g o —nos explicó—, y no p u e d o c o m e r estos m a n j a r e s . (El general j a p o n é s , p r i s i o n e r o de gue-r ra , tenía d e r e c h o a la c o m i d a q u e se servía en el c o m e d o r de los ofi-ciales, m u c h o m e j o r q u e la pi tanza s u m i n i s t r a d a a sus c o m p a ñ e r o s de celda.. .)

Pero T o m i n a g a se q u e j a b a : —No necesi to t o d o eso, no necesi to g ran cosa : ¡me bas t an algu-

nos p l á t anos al d ía ! No c o m p r e n d i ó l o q u e había p r o v o c a d o nues t r a h i l a r i d a d : ¡plá-

tanos en Moscú , después de la g u e r r a y, a d e m á s , en u n a cárcel! C o m o s i p r e t e n d i e r a e n c o n t r a r n a r a n j a s en e l p o l o nor te . . .

T o m i n a g a tuvo q u e r enunc i a r a l r ég imen de los p l á t anos , p e r o le a d e r e z a r o n u n a s c o m i d a s especiales. N o s o t r o s d e s c o n o c í a m o s e l i d i o m a j a p o n é s , p o r supues to . La di rección de la p r i s ión pensaba q u e i g n o r á b a m o s a s i m i s m o e l inglés y , c o m o temía q u e Tominaga nos d iera c u e n t a de sus in t e r roga to r ios , lo h a b í a a l o j a d o en nues t ra cel-da . Pero las con j e tu r a s de nues t ros carceleros r e s u l t a r o n e r r ó n e a s : t an to e l oficial q u e c o m p a r t í a mi celda en a q u e l l a é p o c a c o m o yo m i s m o c o m p r e n d í a m o s l a lengua de Shakespeare , a u n q u e l a hab lá -semos mal . A los pocos días, tuve la so rpresa de o í r q u e T o m i n a g a se exp resaba en f rancés y supe q u e h a b í a s ido a g r e g a d o mi l i t a r en París. A pa r t i r de a q u e l m o m e n t o , ya no tuvimos n i n g ú n p r o b l e m a de co-m u n i c a c i ó n . . .

—¿Sabe usted a lgo de Richard Sorge? —Je p r e g u n t é . —Desde luego . C u a n d o estalló e l a sun to Sorge , yo era viceminis-

tro de Defensa . —Entonces, ¿ p o r q u e Sorge fue c o n d e n a d o a m u e r t e a f inales de

1941 y no fue fus i lado has ta el 7 de n o v i e m b r e de 1944? ¿ Po r q u é no p r o p u s i e r o n ustedes can jea r lo p o r o t r o agen t e? A la sazón, no esta-b a n en gue r r a el J a p ó n y la URSS...3

3. La URSS declaró oficialmente la guerra ai J a p ó n el 8 de agosto de 1945

376 EL REGRESO

Me i n t e r r u m p i ó con vivacidad: —Eso es a b s o l u t a m e n t e falso. P o r tres veces p r o p u s i m o s a la e m -

b a j a d a soviética en T o k i o e l canje de Sorge p o r un p r e s o j a p o n é s . Pero las tres veces t r o p e z a m o s con la m i s m a respues ta : "E l l l a m a d o Richard Sorge nos es d e s c o n o c i d o " .

¿ D e s c o n o c i d o , Richard Sorge, c u a n d o los pe r iód icos j a p o n e s e s r e l a t a b a n m i n u c i o s a m e n t e sus con tac tos con e l a g r e g a d o mi l i ta r so-vié t ico? ¿ D e s c o n o c i d o , e l h o m b r e q u e h a b í a p u e s t o en an teceden tes a la URSS acerca del a t a q u e a l e m á n , el h o m b r e q u e , en p l ena ba ta l la de M o s c ú , h a b í a adve r t i do q u e e l J a p ó n no a tacar ía a la U n i ó n Sovié-tica y así h a b í a p e r m i t i d o q u e e l e s t ado m a y o r soviético echa ra m a n o de las divis iones frescas de S iber ia?

P re f i r i e ron de j a r q u e fus i la ran a Richard Sorge an t e s q u e t ener lo c o m o testigo de c a r g o después de la gue r r a . La decis ión no p r o c e d í a de la e m b a j a d a soviética en Tok io , s ino d i r e c t a m e n t e de Moscú . Ri-cha rd Sorge p a g a b a de este m o d o su i n t i m i d a d c o n e l gene ra l Berzin. S o s p e c h o s o d e s p u é s de l a e l iminac ión de éste ú l t imo , p a r a Moscú no e ra m á s q u e un agen t e d o b l e y , a d e m á s , t rotskis ta . D u r a n t e meses en-teros, no se desc i f r a ron sus mensa jes , has ta e l día en q u e el C e n t r o se d io c u e n t a (po r fin) del ines t imab le valor mi l i ta r de aque l l a s i n fo r -m a c i o n e s . Después de su de t enc ión en e l J a p ó n , la d i r ecc ión lo a b a n -d o n ó c o m o un p a q u e t e e m b a r a z o s o : tal e ra l a pol í t ica del n u e v o e q u i p o .

M o s c ú d e j ó fus i la r el 7 de n o v i e m b r e de 1944 al " d e s c o n o c i d o " R icha rd Sorge. Me s iento p a r t i c u l a r m e n t e d i choso a l p o d e r revelar hoy tal i m p o s t u r a y f o r m u l a r an t e e l m u n d o e n t e r o esta acusac ión : Richard era de ios nuestros. Q u i e n e s p e r m i t i e r o n su ases ina to no t ienen d e r e c h o a a p r o p i á r s e l o .

N u e v o t e s t i m o n i o p a r a la h is tor ia . . . El h o m b r e q u e vijio a vivir con n o s o t r o s e r a b a j o de e s t a tu r a ; l a de lgadez de su ro s t ro s u b r a y a b a la ene rg í a de sus rasgos. N o s d i jo su n o m b r e q u e , en la ac tua l idad , ya no r e c u e r d o . En e l p r i m e r m o m e n t o , no me p r o d u j o n ingún efecto . Pero luego , b r u s c a m e n t e , a l o í r las p r i m e r a s p a l a b r a s del re la to de su vida, c o m p r e n d í y di un sa l to : ¡era el a y u d a n t e de Vlásov! E x t r a ñ o des t ino e l de a q u e l h o m b r e . . .

La revo luc ión de o c t u b r e lo s o r p r e n d e s i endo j oven oficial del e jé rc i to zarista. Faná t i co an t ibo l chev ique , se t raga e l o d i o q u e s iente p o r la r evo luc ión t r i u n f a n t e y pasa a f o r m a r pa r t e del e jérc i to ro jo . Los a ñ o s no b o r r a n su e n c o n o con t r a e l r é g i m e n ; pac i en t emen te , es-pe ra q u e l legue su h o r a . El a t a q u e a l e m á n lo co lma de a legr ía . Desde e l p r i n c i p i o de la g u e r r a , t r a ta de pasa r se a l o t r o l a d o ; es u n o de los

ENCUENTROS EN LAS PRíSIONES DE STALIN 377

p r i m e r o s q u e se u n e a Vlásov, c u a n d o éste crea el f a m o s o R O A (ejér-cito ruso de l i be rac ión) -ba jo la a u t o r i d a d a l e m a n a .

¡Decepc ión! El a d m i r a d o r del a n t i g u o r ég imen zarista, q u e se ha i n t eg rado a las filas nazis p o r s impa t í a ideo lóg ica , de scub re el blujj del e jérc i to de Vlásov, q u e sirve s o b r e t o d o a la p r o p a g a n d a a l emana . N o m b r a d o comisa r io pol í t ico de las u n i d a d e s de Vlásov, nues t ro h o m b r e t ra ta en vano de inculcar cier ta ideo log ía nacionalsocial is ta a aque l los h o m b r e s q u e e l h a m b r e ha i n d u c i d o a al istarse b a j o la b a n -de ra enemiga . En t re m o r i r d e inan ic ión e n u n c a m p o d e p r i s i one ros o vestir el u n i f o r m e del R O A , n u m e r o s o s p r i s ione ros del e jé rc i to r o j o h a b í a n o p t a d o p o r sobrevivir .

El a y u d a n t e de Vlásov nos expl icó c ó m o , en e l p r i m e r c o m b a t e i m p o r t a n t e , sus h o m b r e s dese r t a ron en masa p a r a pasarse a las líneas rusas. U n a u n i d a d de aviación, p e n o s a m e n t e cons t i tu ida , alzó e l vue-lo.. . p a r a a terr izar en los a e r ó d r o m o s soviéticos.

Inc luso en e l e s t a d o m a y o r de Vlásov, los oficiales son m á s bien unos dese r to res r e c u p e r a d o s q u e u n o s c o m b a t i e n t e s convenc idos ; ensalzan m a y o r m e n t e la botel la de v ino q u e el Mein Kampj. C o n el t r anscu r so de los meses, e l m a n d o del " e j é r c i t o r u s o de l i be rac ión" se t r a n s f o r m a en u n a b a n d a de mi l i t a ro tes a qu i enes les t iene m u y sin c u i d a d o la l iberac ión del t e r r i to r io patrio. El e jé rc i to de Vlásov care-cía de t o d o valor mi l i t a r y el a l to m a n d o a l e m á n lo uti l izaba pa r a las o p e r a c i o n e s represivas en los países o c u p a d o s .

El a y u d a n t e de Vlásov c o m p a r t i ó nues t r a celda mien t r a s se cele-b r ó la vista del ju ic io con t r a su j e f e y su e s t ado m a y o r . N u e s t r o h o m -bre , a h o r a tan cínico c o m o an tes h a b í a s ido fanát ico , nos re la taba cada n o c h e las incidencias del j u i c io ; nos d a b a cuenta de las sesiones del t r ibuna l con un d e s a p e g o d iver t ido , c o m o si asistiera a las mis-m a s en cal idad de o b s e r v a d o r y no de a c u s a d o .

El p r i m e r día —nos explicó—, al iniciarse el ju ic io púb l i co , Vlásov q u i e r o hacer u n a dec la rac ión so l emne . C o n a d e m á n de héroe y en voz m u y alta, e x c l a m ó d i r ig i éndose a sus jueces :

—Cualquiera q u e sea su sentencia , yo e n t r a r é en la his tor ia . En m e d i o del silencio q u e s iguió a tal b rava ta , se oyó una v o c e a -

lia p r o c e d e n t e del b a n q u i l l o de los a c u s a d o s : —No fa l taba m á s : en t r a r á s en la h i s tor ia p o r el o jo del culo. Era nues t ro h o m b r e , e l a n t i g u o a y u d a n t e de Viásov, q u e había

d e c i d i d o seguir d iv i r t i éndose has ta e l f inal . . . T r a s la lectura del veredic to q u e los c o n d e n a b a a la ho rca , el pre-

s idente p r e g u n t ó a los a c u s a d o s si t en ían a lgo q u e alegar . N u e s t r o cor rec luso se levanta y, con la m a y o r ser iedad del m u n -

do , se d i r ige a sus j ueces : —Tengo q u e p re sen ta r ¿ina so l ic i tud ; p i d o con la m a y o r insisten-

378 EL REGRESO

cia aJ t r ibuna l q u e no me a h o r q u e n a l l ado de Vlásov. — Pero , ¿ p o r q u é ? —le p r e g u n t a s o r p r e n d i d o el p res idente . —Porque sería un espec tácu lo cómico . Vlásov es m u y al to , mien -

tras yo soy m u y p e q u e ñ o . Semejan te d e s p r o p o r c i ó n p o d r í a d e s p o j a r de t oda ser iedad a esta ce r emon ia .

C u a n d o vinieron a busca r lo pa ra c o n d u c i r l o a la celda de los c o n d e n a d o s a m u e r t e , nos e s t r echó la m a n o y nos d i j o :

—Era y sigo s i endo un i r reduc t ib le e n e m i g o del r ég imen soviético. Sólo l a m e n t o una cosa : h a b e r m e h u n d i d o en esa m i e r d a del e jérc i to Vlásov...

H a b l a b a con p l e n o c o n o c i m i e n t o de causa.

Después del a y u d a n t e de Vlásov y de tan tos o t ros , e l m u n d o de los caut ivos no d e j ó de d e p a r a r m e a ú n o t ras sorpresas . N u n c a varia-ba la m a n e r a según la cual e n t r a b a en c o n o c i m i e n t o de los nuevos pens ion i s tas : u n a p u e r t a ab ie r ta , el ros t ro , la si lueta del recién llega-d o ; u n o s s e g u n d o s d e c o n c e n t r a d a a t enc ión p a r a in ten ta r da r l e u n n o m b r e , pa r a a l legar a l g u n o s recuerdos . . . Sus p r i m e r o s pasos y sus p r i m e r o s a d e m a n e s en t r e noso t ros . U n o s rasgos i n m e d i a t a m e n t e c a p t a d o s q u e n o e n g a ñ a b a n . ¿ D e d ó n d e p r o c e d í a ? ¿ H a b í a s ido d e los n u e s t r o s ?

La e d a d no h a b í a d o b l a d o a ú n su al ta es ta tu ra , n i a l t e r a d o la in-teligencia re f le jada en su ros t ro . El vest ido c o n t r a s t a b a con la e legan-cia de sus m o d a l e s : u n o s p a n t a l o n e s d e m a s i a d o co r tos d e j a b a n a l descub ie r to las pan to r r i l l a s , u n a blusa d e m a s i a d o ancha echada so-b re ios h o m b r o s . . . C o m o s i pene t rase en un sa lón de la " b u e n a socie-d a d " , se acercó a cada u n o de noso t ros y se p r e sen tó c o n t o n o obse-qu ioso , i nc l i nando levemente la cabeza.

Llega a n t e mí y o i g o : —Vitali Shulgin . . . Le m i r o , a s o m b r a d o : —¿Vitali Shulg in , el j e f e de los Cien N e g r o s ? 4

—El m i s m o ; veo q u e ha l e ído usted el o p ú s c u l o p u b l i c a d o en Moscú acerca de mi pe r sona . Pero , ¡ cu idado! , a n d a muy lejos de ser exacto. . .

—Quiero deci r le en segu ida —Je atajé— q u e soy j u d í o . —En la cárcel, n a d a h e m o s de o c u l t a r n o s ; p e r o le adv ie r to que ,

desde hace a lgunos a ñ o s , he d e j a d o de ser an t i semi ta . En 1935, p r o -nunc ié u n a con fe renc i a en París, an t e u n a logia masón ica , s o b r e e l t e m a : " P o r q u é ya no soy an t i s emi t a " .

4. Bandas armadas que, antes de 1917, convirtieron los pogroms en su "especial idad"

ENCUENTROS EN LAS PRíSIONES DE STALIN 379

Shulgin se instaló en la c a m a q u e es taba j u n t o a la mía y, d u r a n t e largas horas , me c o n t ó la h is tor ia de su vida. . .

Al c o m i e n z o de la gue r r a , los nazis le inv i ta ron a t ras ladarse a Berlín y allí le p r o p u s i e r o n q u e pa r t i c ipa ra en la c ruzada a n t i b o l c h e -vique. Pe ro él, r eacc iona r io fascistoide, a n t i c o m u n i s t a hasta la m é d u -la, rechazó la o f e r t a ; j u z g a b a q u e a los a l e m a n e s les p r e o c u p a b a en muy escasa m e d i d a q u e Rusia f ue r a ro ja o b l anca , y sólo a m b i c i o n a -ban la c o n q u i s t a de g r a n d e s terr i tor ios . Shu lg in pasó t oda la g u e r r a en un pueb lec i to de Yugoslavia, c o m o c i u d a d a n o a n ó n i m o . Después de la d e r r o t a de las h o r d a s hi t ler ianas , dec id ió regresar a la U n i ó n Soviética. La victoria hab ía h a l a g a d o su n a c i o n a l i s m o p a n r u s o . A m a n t e de su t ier ra natal , que r ía a c a b a r su vida en ella, a u n q u e fuera en u n a cárcel.

Se p re sen tó en Belgrado a la m i s i ó n mi l i t a r soviética. El j o v e n oficial del NK.VD q u e es taba de g u a r d i a c o n t e m p l ó con so rp resa a aque l h o m b r e q u e se cons t i tu ía v o l u n t a r i a m e n t e p r i s ione ro . Consu l -tó la lista de las pe r sonas buscadas p o r la pol ic ía . El n o m b r e de Shulg in no f i g u r a b a en e l la :

—Puede us ted marcha r se , no lo c o n o c e m o s —le r e s p o n d i ó . Pe ro Shulgin no se d io p o r venc ido y volvió al d ía s iguiente. De-

trás de la mesa se ha l l aba s e n t a d o un co rone l . En c u a n t o Shulgin p r o n u n c i ó su n o m b r e , el co rone l se levantó , se le ace rcó y, p e r d i e n d o t o d o con t ro l , g r i t ó :

—¿Es usted Shulgin , el o r g a n i z a d o r de pogroms en Rusia? —Por fin doy con a lgu ien q u e me r e c o n o c e —exclamó el a n t i g u o

je le de los Cien Negros , sin p e r d e r su ca lma h a b i t u a l . Lo e m b a r c a r o n en un avión r u m b o a Moscú y Shulgin , q u e du -

ran te t oda su vida hab ía s o ñ a d o ser p i lo to , rec ib ió el b a u t i s m o del a i re en el t rayecto B e l g r a d o - L u b i a n k a .

Vino la ins t rucción de su sumar io . . . —¿ P o r q u é va a p e r d e r usted el t i e m p o c o n m i g o ? —le d i j o sin m á s

al of ic ia l ins t ructor—; m é t a m e en u n a ce lda ind iv idua l y escr ibi ré la h i s tor ia de mi vida y de mis c r ímenes c o n t r a la U n i ó n Soviética.. .

C u b r i ó con su a p r e t a d a letra varios cen t ena re s de páginas . Cada vez q u e c o m p a r e c í a a un in t e r roga to r io , la sala se l l enaba de oficiales q u e a c u d í a n a escuchar su " c o n f e r e n c i a " : ¡ p o r una vez la ins t rucc ión era- ins t ruct iva! Shulgin a p o r t a b a u n a c o n t r i b u c i ó n inédi ta a la h is to-r ia de la Rusia an t e r i o r a la revolución de oc tub re . C o m o j e l e de los Cien Negros , h a b í a f o r m a d o par te , con o t ro s dos emisar ios , de la de-legación de p a r t i d o s polí t icos q u e f u e a ped i r a l zar q u e a b d i c a r a . Ni-colás I I es taba e n f r a s c a d o en u n a pa r t ida de a j ed rez y no que r í a q u e nada ni n a d i e lo dis t ra jese; c u a n d o se e n t e r ó del o b j e t o de la visita, de jó q u e es ta l lara su a legr ía :

380 EL REGRESO

—¡Por fin t e r m i n é la p a r t i d a ! — ¿ Q u é q u i e r e n us tedes? —añadió Shulgin—; era e l m a y o r c re t ino

de t o d a la d inas t ía de los s o b e r a n o s de Rusia. E l p e n s a m i e n t o pol í t ico de Shulgin e r a v e r d a d e r a m e n t e s ingular .

A m e n u d o d iscur r ía acerca de su tema p re fe r ido , la g randeza de Rusia .

—Bajo la d i rección de Stalin, nues t ro país se ha c o n v e r t i d o en un i m p e r i o m u n d i a l . Ha l o g r a d o a lcanzar e l ob je t ivo p o r e l q u e h a n sus-p i r a d o n u m e r o s a s generac iones de rusos. E l c o m u n i s m o desaparece-rá c o m o u n a ve r ruga , p e r o e l i m p e r i o p e r d u r a r á . ¡ Lás t ima q u e Stalin no sea un v e r d a d e r o zar, p o r q u e posee todas sus cua l idades ! Ustedes, los comun i s t a s , no c o n o c e n e l a l m a rusa . El p u e b l o e x p e r i m e n t a u n a neces idad casi rel igiosa de saberse g u i a d o p o r un p a d r e en q u i e n p u e d a conf ia r . ¡Ah, s i Stalin no fu e r a b o l c h e v i q u e !

Shu lg in c i f r a b a todas sus esperanzas en la g randeza del i m p e r i o s t a l in i ano .

—No q u i e r o q u e me p o n g a n en l iber tad —decía— p o r q u e en todas p a r t e s m e rec ib i r ían c o m o ustedes m e han rec ib ido . C o n f í o q u e m e a s i g n a r á n u n a celda en l a q u e p u e d a seguir e sc r ib iendo l ibros sob re la h i s tor ia de n u e s t r o país. . .

Shulg in , el enca rn i zado an t i semi ta , el p r o m o t o r de pogroms, fue p u e s t o en l iber tad m u c h o an tes q u e los mi l i tan tes comun i s t a s . Le ce-d i e r o n u n a dacha en un p u e b l o d o n d e , todavía en l a ac tua l idad , p r o -s igue su t r a b a j o , tu r i fe ra r io infa t igable del r ég imen s ta l in iano. . .

En a q u e l l a rgo viaje p o r las t inieblas carcelar ias , estos e n c u e n t r o s no e r a n m á s q u e unas escalas privi legiadas, u n o s ins tantes de r e sp i ro en la gris m o n o t o n í a de los días. En unas pocas pág inas , he r e c o r r i d o a q u e l l o s a ñ o s en los q u e d e r r o c h é mi vida. . . De mi es tancia tras los m u r o s de las p r i s iones , só lo r e c u e r d o e l a c o n t e c i m i e n t o insól i to . T o d o lo demás , aque l los miles de días idént icos, se ha b o r r a d o p o r c o m p l e t o de mi m e m o r i a ; lo q u e const i tuye la c rón ica i n m u t a b l e del rec luso son las h o r a s en q u e la e spe ranza se volatiliza, los gestos coti-d i a n o s cien veces repe t idos , la angus t i a del t i empo i r r e m e d i a b l e m e n -te p e r d i d o , la c o s t u m b r e q u e se instala. . . Pe ro , ¿ q u é se p u e d e n a r r a r de t o d o e s o ? En rea l idad , no h e m o s vivido d u r a n t e t o d o este t i e m p o que , sin e m b a r g o , nos ha m a r c a d o pa r a s iempre . Nos h e m o s l imita-do a sobrevivir .

7. ¡EN LIBERTAD!

Súb i t amen te , el r ég imen carce la r io se hizo m á s severo en la Lu-b ianka a p r inc ip ios de l mes de m a r z o de 1953. Los al tos ven tanucos de (as celdas f u e r o n oscurec idos , las ho ra s de p a s e o q u e d a r o n supr i -midas d u r a n t e diez días y los carce leros m o s t r a b a n un r o s t r o sinies-t ro . N o s o t r o s nos p r e g u n t á b a m o s , inquie tos , s i h a b í a es ta l lado tal vez u n a nueva gue r r a .

Una m a ñ a n a o í m o s u n o s cañonazos . Los oficiales de nues t ra cel-da los iden t i f i ca ron c o m o las salvas de ar t i l ler ía q u e suelen d i spa ra r se en u n a c e r e m o n i a oficial . ¿ Era, pues , un d ía de f iesta o un día de lu-to? A j u z g a r p o r e l c eño de los carceleros , nos i nc l inábamos p o r la s egunda hipótesis . Luego , t o d o volvió a la n o r m a l i d a d . P a s a r o n va-rias semanas . . . Un día , un n u e v o p re so nos d i jo q u e Stalin hab ía m u e r t o . Los reclusos r e a c c i o n a r o n de m u y dis t inta f o r m a . Nad ie la-m e n t a b a la desapa r i c ión de Stal in, p e r o a l g u n o s t emían q u e e l régi-m e n se hiciera a ú n m á s opres ivo . Tal i n q u i e t u d se ac recen tó c u a n d o nos t r ans f i r i e ron a Le fo r tovo . En el m e s de m a y o , el d i rec to r de la pr i s ión me l lamó a su despacho . . .

—Puede usted escribir a las ins tancias super io res —me dijo— soli-c i t ando la revisión de la sentencia d ic tada p o r e l C o n s e j o de los Tres.

Dirigí mi pe t ic ión , q u e redac té acto segu ido en e l m i s m o despa-cho del d i rec to r , a l secre tar io del comi t é centra l , c a m a r a d a Bería, q u e " m a n g o n e a b a " e l Minis te r io de Segur idad . T r a n s c u r r e n dos m e -ses. En e l mes de ju l io , e sc r ibo u n a car ta a l d i r ec to r pa ra saber p o r q u é no he rec ib ido n i n g u n a respues ta . A l d ía s iguiente , me m a n d a l l a m a r a su d e s p a c h o . T i ene mi pet ic ión en las manos . . .

—Acepto su d e m a n d a ; pe ro , ¿ p o r q u é la d i r ige a Ber ia? Le m i r o SÍJI c o m p r e n d e r : —¿No es así c o m o suele hace r se? ¿A q u i é n , pues , he de escr ib i r? —Al min i s t ro de Segur idad o al secre tar io del comi té central . . . Regreso a mi celda con esta no t ic ia : ¡Beria ha ca ído en desgracia ,

ya no d i r ige e l Minis ter io de S e g u r i d a d ! Los reclusos idean diversas

382 EL REGRESO

hipótesis y t r a tan de c o l u m b r a r el f u t u r o . En agos to , nos devuelven a la L u b i a n k a . T r a n s c u r r e n o t ros dos meses. A f inales del a ñ o 1953, me l l aman al min is te r io . Recor ro el c a m i n o q u e ya o t ras veces he segui-do y q u e c o n d u c e a l d e s p a c h o de A b a k ú m o v .

S o r p r e s a : S e n t a d o de t r á s de la mesa , veo a un a n c i a n o general , calvo y bi-

g o t u d o , q u e se levanta c u a n d o en t ro y me sa luda con g r a n afabi l i -d a d :

—Siéntese, Lev Zajarévich.1

Me s o b r e s a l t o : ¡hace tantos a ñ o s q u e n a d i e me ha l l a m a d o así! El gene ra l me p r e g u n t a con voz a m a b l e : —¿Ha le ído los pe r iód icos de es tos ú l t imos a ñ o s ? —¿Los p e r i ó d i c o s ? ¡ O h , n o ! ¡Desde luego q u e n o ! —Permí tame q u e p r i m e r o me p r e s e n t e : desde hace a lgunas sema-

nas soy v icemin is t ro de Segur idad ; a n t a ñ o fui í n t i m o c o l a b o r a d o r de Dzerzhinski , 2 p e r o luego a b a n d o n é aque l t r a b a j o p o r q u e no se ade-cuaba a mi m a n e r a de ser. Le he p r e p a r a d o a lgunos p e r i ó d i c o s : léa-los y d í g a m e lo q u e p iensa de ellos, p e r o o l v i d a n d o q u e es usted un rec luso . . .

El genera l o r d e n a q u e n o s t ra igan té y e m p a r e d a d o s , v l uego me t i ende un pe r iód i co de l 13 de e n e r o de 1953. En su p r i m e r a pág ina , el t i tu la r : " U n o s mise rab les espías y ases inos d i s f razados de p r o f e s o -res de m e d i c i n a " , encabeza un a r t í cu lo de la r edacc ión y, en la ú l t ima p á g i n a , un c o m u n i c a d o de la agencia Tass r e s u m e el " c o m p l o t de Jas ba tas b l a n c a s " :

" H a c e a l g ú n t i e m p o , los ó r g a n o s estatales de s e g u r i d a d descu-b r i e r o n un g r u p o te r ror i s ta de médicos , cuyo ob je t ivo consis t ía en ab rev ia r la vida de los d i r igen tes de la U n i ó n Soviética p o r m e d i o de t r a t a m i e n t o s n o c i v o s " . Seguían nueve n o m b r e s , seis de los cuales e ran los de o t ros t an to s p ro feso res j u d í o s m u y c o n o c i d o s en l a Un ión Soviética. " L a m a y o r pa r t e de los m i e m b r o s de este g r u p o ter ror is ta se h a l l a b a n v incu l ados a la o rgan izac ión in t e rnac iona l j u d í a nac iona -lista b u r g u e s a " , precisa el c o m u n i c a d o .

El genera l obse rva mis reacciones y , c u a n d o a c a b o de leer, me p r e g u n t a :

—Dígame c o n t oda f r anqueza lo q u e o p i n a de este a s u n t o . —Pues q u e es g ro tesco . Si a lguien quis ie ra s u p r i m i r a Jos d i r igen-

tes, se va ldr ía de especialistas, p e r o no de médicos . . . — ¡Exac to! En este caso, h e m o s l o g r a d o saber la ve rdad , a u n q u e ,

d e s g r a c i a d a m e n t e , c o n retraso. . .

1. Diminutivo del n o m b r e de mi padre. Asi es como suelen designarse en Rusia los familiares y los amigos íntimos.

2. Fundador de la Cheka en 1918.

¡EN LIBERTAD! 383

Me t i ende la Pravda del 4 de abr i l de 1953. En su s egunda pág ina , un c o m u n i c a d o del Minis ter io del In t e r io r a n u n c i a :

"Se ha c o m p r o b a d o jque las dec la rac iones de los acusados , en las q u e éstos c o n f i r m a b a n las acusac iones de q u e e r a n ob je to , las o b t u -vieron los h o m b r e s del servicio de invest igación judic ia l del a n t i g u o Minis ter io de Segur idad m e d i a n t e unos p r o c e d i m i e n t o s de instruc-ción inadmis ib les y r i g u r o s a m e n t e p r o h i b i d o s p o r las leyes soviéti-cas" .

El genera l recoge el p e r i ó d i c o q u e yo le devuelvo, y me m u e s t r a o t ra de sus pág inas en la q u e aparece , o r l a d a de negro , la noticia de la m u e r t e de Stalin. Lo rechazo sin leer lo : ya conozco la not icia .

Mi i n t e r l ocu to r me presen ta l uego un ú l t i m o e j e m p l a r de la Prav-da del mes de j u l i o de 1953. En el m i s m o p u e d e leerse q u e Beria, este " e n e m i g o del p u e b l o " , ha s ido exc lu ido del comi t é central , expulsa-do del p a r t i d o comun i s t a y d e s p o j a d o de todas las r e sponsab i l i dades q u e a s u m í a en e l Minis ter io de Segur idad .

— Usted f igura en la p r i m e r a lista de c o n d e n a d o s —me dice el ge-neral—, cuyo s u m a r i o la d i recc ión del min i s t e r io ha dec id ido a b r i r de nuevo, p o r q u e s a b e m o s q u e es inocen te .

Mis c o m p a ñ e r o s de celda e n t r a n en efervescencia c u a n d o íes repi-to los t é r m i n o s de esta ent revis ta . T o d o s a b r i g a n de nuevo a l g u n a es-peranza , y con r azón : p o c o s días m á s tarde , u n o de mis correc lusos , un genera l , es c o n v o c a d o a la sala de i n t e r r o g a t o r i o s y allí le a n u n -cian q u e su p roceso va a ser e x a m i n a d o de nuevo .

D u r a n t e este p e r í o d o , la d e p u r a c i ó n a r rec ia . El nuevo min i s t ro de Segur idad , Serov, a l l egado de J r u s c h o v , d i r ige la pu rga . Tras la eli-m i n a c i ó n de Beria el 26 de j u n i o , se p r o c e d e a la de tenc ión de Aba-kúmov , el h o m b r e de las c o r b a t a s os ten tosas , y de Riumin , e) " i nven -t o r " del c o m p l o t de las ba tas blancas . . .

Un nuevo ins t ruc tor se hizo ca rgo de mi p roceso en d i c i embre de 1953 ; los i n t e r roga to r io s ya no ten ían l uga r d u r a n t e la noche , s ino en p l e n o d ía , lo cual era m á s q u e un s ímbo lo . El vocabu la r io hab ía c a m b i a d o p o r c o m p l e t o : e l oficial, q u e c o n o c í a a f o n d o t oda la his-toria de la O r q u e s t a Roja , ya no h a b l a b a de los " a g e n t e s de la r e d " , s ino de los " h é r o e s de la lucha con t r a e l n a z i s m o " . . .

En e n e r o q u e d ó conc luso e l n u e v o s u m a r i o . El ins t ruc to r me ad-virt ió q u e remi t ía sus conc lus iones al T r i b u n a l S u p r e m o Mili tar de la U n i ó n Soviética y q u e d e n t r o de p o c o me p o n d r í a n en l iber tad .

En el m e s de febre ro , me t r ans f i r i e ron al hosp i ta l de la p r i s ión de Butirki j u n t o con o t ro s reclusos, cuyos p rocesos hab ían s ido asimis-mo revisados. D u r a n t e a l g u n a s s emanas , los m é d i c o s p r o c u r a r o n res-tab lecer nues t r a salud, q u e los largos a ñ o s de reclus ión y pr ivaciones h a b í a n q u e b r a n t a d o . C u a n d o nos r e i n t e g r a r o n a la pr is ión, las cel-

384 EL REGRESO

das r eco rdaban las habi taciones de un hotel : t en íamos c o m i d a a b u n -dante , l ibros, per iódicos , y los carceleros eran tan serviciales c o m o los mejores camareros . . . ¡Los t iempos hab ían c a m b i a d o !

El 23 de febrero de 1954, me l l amaron de nuevo al minis ter io , d o n d e un general me felicitó p o r mi qu incuagés imo cumpleaños y p o r el aniversario de la creación del ejército ro jo . Tres meses más tar-de, e l 23 de mayo de 1954, me convocan nuevamente pa ra q u e acuda al Minis ter io de Segur idad. Me reciben con gran so l emnidad y un ge-neral me lee la sentencia dictada p o r el Tr ibuna l S u p r e m o Mil i tar : q u e d o e n t e r a m e n t e rehabi l i tado y se declaran carentes de f u n d a m e n -to todas las acusaciones de que he sido o b j e t o en el pa sado .

Mi cerebro va t o m a n d o nota de estas pa labras y las t r aduce p o c o a p o c o : voy a salir, voy a recobrar la l ibertad, voy a ver de nuevo a los míos. Una congo ja atroz me o p r i m e el corazón ; más bien ba lbuceo q u e p r o n u n c i o estas pocas p a l ab ra s :

—¿Y mi famil ia? ¿ Q u é ha sido de e l la? —No se p reocupe . Ahora u n o de nuest ros oficiales le a c o m p a ñ a r á

a su domici l io . Y m a ñ a n a le espera la-dirección de los servicios de in-fo rmac ión pa ra resolver de c o m ú n acue rdo todas las cuest iones ma-teriales que le a fec tan ; de este m o d o , en agradec imien to p o r los in-mensos servicios p res t ados a la Unión Soviética, p o d r á usted vivir d i g n a m e n t e con su familia. . .

Me t ienden la certificación de mi puesta en l ibertad p a r a q u e la firme. Después de hacerlo, m i ro al anc iano general y le p r e g u n t o :

—¿No he de f i rmar nada más? Sabía que , al de ja r en l ibertad a un preso , solía exigírsele la firma

de un d o c u m e n t o p o r el q u e se c o m p r o m e t í a a no divulgar nada de lo o c u r r i d o d u r a n t e su encierro . . .

El general se ruboriza . . . —¡No! ¡Abso lu tamente n a d a ! Usted tiene el derecho, e incluso el

deber , de explicar todas las pena l idades sufr idas d u r a n t e estos años trágicos.. . Ya no t ememos la verdad . Al cont rar io , la necesi tamos, nos es tan impresc indible c o m o el ox ígeno q u e respi ramos. . .

Desgrac iadamente , aquel la c a m p a ñ a de las "c ien f l o r e s " fue de corta durac ión y muy p r o n t o se exigió de nuevo a los reclusos q u e g u a r d a r a n silencio después de su l iberación. Pero yo me sentía feliz, en aque l mes de mayo de 1954, al escuchar las pa labras q u e habían d ic tado la conduc ta de toda mi vida. Cierto es q u e l legaban muy tar-de aque l las magníf icas frases sobre la verdad íntegra y cabal , pe ro qu ien ha cons t ru ido su reino sobre la ment i ra y la falsificación, no descubre fáci lmente el camino de la verdad .

JEN LIBERTAD! 385

Pues b ien , ya está. A c o m p a ñ a d o p o r un co rone l salgo de la Lu-b ianka , en la q u e había e n t r a d o p o r p r i m e r a vez nueve a ñ o s y siete meses a t rás .

Mi p r i m e r con tac to con la p l e n a luz me resulta ex t r año . Me siento c o m o s i es tuviera a lgo eb r io . A n d o con di f icul tad . T e n g o la m i r a d a ve lada y me es difícil a b a r c a r t an to espacio l ibre, a h o r a en q u e nin-gún b a r r o t e lo l imita.

S u b i m o s a un coche, q u e i n m e d i a t a m e n t e se p o n e en m a r c h a . Un p e n s a m i e n t o me obses iona , h a c i é n d o m e sentir un n u d o en l a gar-g a n t a : ¿ e n q u é es t ado voy a e n c o n t r a r a los m í o s ? ¿ M e r e c o n o c e r á n mis h i jos? ¿Y L u b a ? ¿ L o s h a n adve r t i do q u e iban a d e j a r m e en li-b e r t a d ? El c o c h e sigue c o r r i e n d o d u r a n t e a lgún t i empo . H e m o s lle-g a d o a l p e q u e ñ o p u e b l o de Bábushk in , a unos d o c e k i lómet ros de Moscú . Nos d e t e n e m o s a n t e e l n ú m e r o 22 de la calle N a p r ú d n a y a . . .

—Aquí es —me dice s i m p l e m e n t e el corone l . . . Desc iendo y e l c o c h e se m a r c h a . Me q u e d o un m o m e n t o inmóvil

p a r a t o m a r a l iento , tan g r a n d e es mi e m o c i ó n , y p a r a echar una o jea-da a mi i n d u m e n t a r i a : con el ha t i l lo de mis r o p a s en la m a n o y los p a n t a l o n e s y e l jersey q u e me han d a d o u n o s c o m p a ñ e r o s de cautive-r io, t engo t o d a la apa r i enc i a de un p o r d i o s e r o . . . El t ra je q u e vestía c u a n d o me de tuv ie ron se ha de sh i l a chado a lo largo de los a ñ o s y de aque l l a é p o c a sólo conservo un viejo a b r i g o , q u e me ha p r e s t a d o g r a n d e s servicios en las noches de inv ierno . En e l n ú m e r o 22, p re -g u n t o a un inqu i l i no d ó n d e vive la famil ia T r e p p e r - B r o j d é . . .

El h o m b r e rne e x a m i n a de pies a cabeza y, con t o n o tan i n t r i gado c o m o hostil , m e r e s p o n d e :

—Detrás de esta casa, en la ba r raca . . . La b a r r a c a : ¡no han e n c o n t r a d o n a d a m e j o r q u e a lo ja r los en una

b a r r a c a ! Doy la vuelta a la casa y llego t ren te a u n a cabana de m a d e -ra, la imagen m i s m a de la m a y o r pobreza . . . Me acerco a pasos lentos y l l amo a la p u e r t a . Un m u c h a c h o me a b r e : es Edgar , mi hi jo. . . No me r econoce y me m i r a con recelo. C o m p r e n d o q u e mi regreso a l h o g a r no será fácil. Soy l ibre, p e r o n u n c a hab r í a i m a g i n a d o q u e fue-se tan difícil r e c o n q u i s t a r la l iber tad . Le digo, d o m i n a n d o mi e m o -ción :

—Soy un a m i g o de tu p a d r e y os t r a igo not ic ias suyas.. . Me m i r a con fijeza, m e n e a n d o la cabeza : —Se equivoca , no t e n e m o s p a d r e , m u r i ó d u r a n t e la guer ra . . . Siento q u e se me d o b l a n las p i e rnas y tengo q u e hacer un es fuerzo

s o b r e h u m a n o p a r a m a n t e n e r m e f i rme. —¿No está aqu í tu h e r m a n o m a y o r ? —No, está en Moscú , r egresa rá esta tarde. . .

386 EL REGRESO

—¿Y tu m a d r e ? —Está de viaje. . . Me s iento desfa l lecer : mi h i jo me recibe c o m o un e x t r a ñ o q u e vi-

n iera a i m p o r t u n a r l e . —Estoy m u y c a n s a d o —le digo—; ¿ p o d r í a descansar en el c u a r t o

de a l l a d o ? —Tiéndase en la c ama , si qu ie re . . . Edga r me t rae una taza de café y desapa rece . En tonces me h u n d o

en un dese spe ro i n m e n s o , inf ini to . Yo, q u e he s o p o r t a d o t an to s des-c a l a b r o s sin p e r d e r j a m á s l a esperanza , a h o r a me d e r r u m b o . La e m o -c ión me t r a s t o r n a y s ien to q u e las l ág r imas se deslizan p o r mis mej i -llas. Soy un e x t r a ñ o p a r a aque l l á s a qu ienes a m o : este p e n s a m i e n t o a t roz me d e s g a r r a y e x p e r i m e n t o un d o l o r p r o f u n d o y laceran te q u e me p a r t e e l p e c h o . D u r a n t e horas en te ras sollozo c o m o un n i ñ o . De vez en c u a n d o t r a to de sosegarme, de ser razonable , de a g a r r a r m e a u n a espe ranza , p e r o es inútil . Ya n a d a tengo, t o d o lo he p e r d i d o .

C o n t i n ú o t e n d i d o en la cama , c u a n d o o i g o q u e se a b r e la p u e r t a de e n t r a d a . Alguien cuch ichea en la estancia con t igua . Me levanto y e n t r e a b r o la p u e r t a : Michel , mi h i jo m a y o r , acaba de regresar . Salgo a s a luda r l e y a ú n t engo fuerzas p a r a m u r m u r a r :

—Buenas ta rdes , ¿ t e acuerdas de m í ? Mi h i jo me e x a m i n a d u r a n t e largos m o m e n t o s , re f lex iona y res-

p o n d e : — No , s e ñ o r ; p e r d o n e , p e r o no r e c u e r d o h a b e r l e c o n o c i d o . . . T a m b i é n él . . . —Vamos —le d igo con t oda la insistencia de q u e soy capaz—, trata

de r e c o r d a r tu infancia . . . —En el f o n d o , es v e r d a d , t engo la i mp re s i ó n de habe r l e visto en

a l g ú n lugar . . . Más t a r d e nos expl icará Michel q u e el h o m b r e q u e tenía a n t e é l le

r e c o r d a b a v a g a m e n t e a su pad re , p e r o q u e aque l a n c i a n o con cabe-llos grises v a spec to e n f e r m i z o sólo g u a r d a b a una m u y le jana seme-janza con la i m a g e n q u e conservaba de su p a d r e . Po r o t ra pa r t e , ¿ n o h a b í a n c o m u n i c a d o o f i c ia lmente a mi famil ia q u e yo h a b í a d e s a p a r e -c ido d u r a n t e l a g u e r r a ?

P r o c u r é m a n t e n e r m e se reno y d i je a Miche l : —Soy tu pad re . . . H a c e diez a ñ o s q u e regresé a Rusia y he p a s a d o

estos diez a ñ o s en la cárcel . . . A c a b a n de p o n e r m e en l iber tad y luego m e h a n a c o m p a ñ a d o has ta aquí . . . ¿T i enes q u e h a c e r m e a l g u n a pre -g u n t a ?

—Sólo u n a —me respondió—: ¿ p o r q u é Je c o n d e n a r o n ? En nues-t ro país , los inocentes no pasan diez a ñ o s tras los m u r o s de u n a cár-cel...

¡EN LIBERTAD! 387

Me d e j é caer s o b r e u n a silla. Según parece , es taba i n t ensamen te pá l ido . S a q u é un d o c u m e n t o del bolsi l lo y lo tendí a mi h i j o : era u n a dec la rac ión del T r i b u n a l S u p r e m o de la URSS, según la cual e r a n in-f u n d a d a s todas las acusac iones q u e se h a b í a n f o r m u l a d o c o n t r a mí y , en consecuenc ia , se me rehab i l i t aba p o r c o m p l e t o .

Michel leyó el d o c u m e n t o y se q u e d ó s i lencioso. Su ro s t ro había c a m b i a d o d e expres ión . . .

—Ahora —le dije— s u p o n g o q u e p o d e m o s ab raza rnos . . . Se acercó . Por f in p u d e es t rechar lo e n t r e mis brazos. . . Me sentía i nvad ido p o r u n a alegría m u y du lce y m u y fue r t e a la

vez; p e r o me u rg ía s abe r : —¿Dónde está m a m á ? — Hace dos días q u e se m a r c h ó a G e o r g i a . Es f o t ó g r a f o a m b u l a n -

te. Po r lo regular , está ausen te d u r a n t e tres s e m a n a s y luego regresa con el d i n e r o preciso pa ra vivir. Voy a m a n d a r l e un te legrama pa ra adver t i r la . . .

" P a p á ha regresado , vuelve en s egu ida . . . " C u a n d o Luba recibió e l t e l eg rama , creyó q u e se t r a taba de u n a p r o v o c a c i ó n de los servicios de s egu r idad . No p o d í a conceb i r q u e yo h u b i e s e r eg resado . Pensó, no obs t an t e , q u e no p o d í a desca r t a r de f in i t ivamen te tai even tua l idad y p i d i ó d i n e r o p r e s t a d o pa r a e m p r e n d e r e l viaje de regreso . Los tre-nes iban a t e s t ados de via jeros . Entonces m o s t r ó el t e legrama a un re-visor y éste, c o m p r e n d i e n d o la s i tuación, la a c o m o d ó en el c o m p a r t i -m e n t o reservado a los fe r roviar ios .

Luba llegó p o r f i n . . . En nues t ra p r i m e r a m i r a d a , después de aque l los qu ince a ñ o s de sepa rac ión , h a b í a m u c h a s más cosas q u e en mil discursos . . . L lan tos de a legr ía y de inf ini ta tristeza... N i n g u n a re-habi l i tac ión bo r r a r í a aque l los a ñ o s p e r d i d o s y esta c e r t i d u m b r e en-c o n a b a a u n nues t ro do lo r .

No obs tan te , c u á n frágil me parec ía aque l l a fel icidad recobrada . . . Vivía aque l los ins tantes c o m o un sueño , q u e u n a i nexo rab l e real idad p o d í a i n t e r r u m p i r b r u t a l m e n t e e n cua lqu ie r m o m e n t o .

Y luego , la noticia se d i f u n d i ó de boca en boca p o r t oda la 'cal le: "¡ El m a r i d o de L u b a ha r e g r e s a d o ! " . Los vecinos, los cu r iosos y la inevitable c o h o r t e de los chivatos se a p r e s u r a r o n a v e n i r m e a ver. N u m e r o s a s m a n o s me e r a n tendidas , y era prec iso expl icar , con ta r . . .

U n o s días m á s ta rde , un m a g n í f i c o coche se de t iene a n t e la ba r ra -ca. Se p resen ta un co rone l y me dice que , p o r o r d e n del d i r ec to r de los servicios de i n f o r m a c i ó n mi l i ta r , v iene a b u s c a r m e p a r a conduc i r -me a l Cen t ro . H e m e , pues , en e l d e s p a c h o d o n d e me hab ía rec ib ido el genera l Berzin en 1937. Un general , ya e n t r a d o en años , se me acerca y me estrecha e fu s ivamen te la m a n o . . .

—Por fin —me dice—, ¡ p o r fin!

388 EL REGRESO

S o r p r e n d i d o p o r esta acog ida , le i n t e r r o g o , no sin vivacidad: —¿Por q u é , d u r a n t e todos estos años , e l d i rec to r no ha sal ido en

defensa m í a ? Mi p r e g u n t a le hace reír. . . —Pero, ¿ q u i é n p o d í a d e f e n d e r l e ? N o s o t r o s e s t á b a m o s en e l mis-

mo lugar q u e usted. Só lo después de l a m u e r t e de Stalin h e m o s lo-g r a d o e l i m i n a r la pand i l l a q u e m a n d a b a encarce la r a los res identes en el e x t r a n j e r o c u a n d o r eg re saban a la U n i ó n Soviética. Cons ide re estos a ñ o s de pr i s ión c o m o a ñ o s de lucha c o n t r a e l e n e m i g o . Olvide el p a s a d o . A sus c incuen ta años , todavía se es j o v e n . H a r e m o s lo ne-cesario p a r a res tablecer su salud y le p r o p o r c i o n a r e m o s un p i so en el cen t ro de Moscú . Ya h e m o s c u r s a d o u n a sol ic i tud a l g o b i e r n o p a r a q u e le conceda u n a pens ión p o r los servicios p res tados . Y a h o r a , ¿ q u é p iensa h a c e r ?

—Lo q u e q u e r í a hacer en 1945: regresa r a mi país, Po lon ia . Mi t r a b a j o en los servicios de i n f o r m a c i ó n t e r m i n ó el día de la l iberac ión de París. Lo q u e luego vino era a j e n o a mi v o l u n t a d .

El gene ra l vacila un m o m e n t o y luego a ñ a d e : —Pero sus h i jos se h a n e d u c a d o en la U n i ó n Soviética. ¿ N o sería

m á s r azonab le q u e se q u e d a r a en la URSS, d o n d e p o d r í a gozar de to-dos los h o n o r e s a q u e usted se ha h e c h o a c r e e d o r ? Fác i lmente en-con t ra r í a t r aba jo . . .

—No, s igo s i endo c i u d a d a n o po laco . En mi país , tres mi l lones de j u d í o s f u e r o n e x t e r m i n a d o s d u r a n t e la ú l t ima gue r r a . Mi lugar está en la p e q u e ñ a c o m u n i d a d q u e ha sobrev iv ido a l ho locaus to . . .

Me d e s e ó b u e n a suer te y yo me desped í . Aque l fue mi ú l t i m o con-tacto con los servicios de i n f o r m a c i ó n . A pa r t i r de aque l día, en te r ré en e l f o n d o de mi m e m o r i a los a ñ o s de res iden te de los servicios se-cretos soviéticos. Pa ra mí , a q u e l p e r í o d o de mi vida ya sólo lúe p re -his tor ia .

El d i r ec to r hizo h o n o r a su p a l a b r a . D u r a n t e varias s e m a n a s es tu-ve d e s c a n s a n d o en un s a n a t o r i o ; u n o s meses m á s tarde, nos as igna-ron un piso y , en 1955, me c o n c e d i e r o n u n a p e n s i ó n p o r los "servi-cios p r e s t ados a la U n i ó n Soviét ica" . En mi h o j a de servicios, los a ñ o s de enca rce l amien to se con tab i l i za ron c o m o a ñ o s de act iv idad en los servicios de i n f o r m a c i ó n .

¡Una mis ión m u y especialí 3

3. Véase anexo 2e.

8. REGRESO A VARSOVIA

La exper ienc ia me ha e n s e ñ a d o q u e la l iber tad es u n a conqu i s t a difícil y a mis expensas he a p r e n d i d o q u e no basta h ab e r l a r e c o b r a d o p a r a vivir c o n sosiego. . . D u r a n t e la g u e r r a c o m b a t í e l naz ismo. Pe ro en c u a n t o crucé las pue r t a s de las pr i s iones s ta l inianas , descubr í de nuevo tas mismas razones, intactas, q u e habían justificado nuestra lucha y el sacrif icio de t an tos de los nues t ros . A pesar de los es t ragos c o m e -t idos p o r la b a r b a r i e nazi, del h o r r o r de los c a m p o s de e x t e r m i n i o y del a m o n t o n a m i e n t o de mi l lones de m u e r t o s , e l an t i s emi t i smo —en la URSS con m a y o r in tens idad a ú n q u e en cua lqu ie r o t r o país— no h a b í a c e j a d o en su e m p e ñ o .

D u r a n t e mi caut iverio, me l l ega ron diversas i n f o r m a c i o n e s acerca de las pe r secuc iones de q u e eran víctimas los j u d í o s . Tuve conoc i -m i e n t o de la de t enc ión , p rac t i cada en 1948, de t odos los m i e m b r o s del comi t é j u d í o antifascista , a excepc ión de l l iá E h r e n b u r g , y del en-ca rce l amien to , p o r t ra ic ión, de t o d o s los s o l d a d o s y oficiales q u e en 1947-1948 se o f r e c i e r o n vo lun ta r ios pa r a ir a luchar en Israel.1

En la L u b i a n k a , u n a a l ta p e r s o n a l i d a d me reveló que , en 1945, antes del f ínal de la gue r r a , Stalin convocó en el Kremlin una r e u n i ó n re s t r ing ida a la q u e as is t ieron Beria, Málenkov , Scherbakóv , comisa -r io po l í t i co s u p r e m o de l e jérc i to , y a l g u n o s más . La cues t ión j u d í a cons t i tuyó e l cen t ro de los deba tes de aque l la confe renc ia , cuya cele-b r a c i ó n se m a n t u v o en el más r i g u r o s o secreto. El m i s m o Stalin p l an -teó e l p r o b l e m a : ¿ C ó m o iban a lograr , después de la gue r ra , u n a progres iva r educc ión del lugar q u e o c u p a b a n los j u d í o s en los o rga -n i smos es ta ta les? ¿ C ó m o iban a i m p e d i r q u e los mil lares de j u d í o s , r e f u g i a d o s en Siberia d u r a n t e la gue r ra , r egresa ran a sus regiones de Ucran ia y de Bie lorrus ia , d o n d e ser ían mal rec ib idos p o r la pob l a -c i ó n ? C u a n d o Sche rbakóv p r e g u n t ó a Sta l in : " ¿ T a m b i é n afectan a l e jé rc i to estas m e d i d a s de l i m i t a c i ó n ? " , e l d i c t ado r le r e s p o n d i ó : " S o -

l. La URSS fue uno de los primeros países que reconoció al Estado de Israel en I94S y luego le suministró ayuda militar en la guerra fomemada por el gobierno inglés.

390 EL REGRESO

bre t o d o a l e j é rc i to" . Es tando en pr i s ión supe a s i m i s m o q u e se h a b í a c u r s a d o u n a c i rcular es t r i c tamente conf idenc ia l a t o d o s los c u a d r o s del p a r t i d o o r d e n á n d o l e s q u e ap l i ca ran aque l l a s nuevas cons ignas . £1 12 de a g o s t o de 1952, f u e r o n fus i lados veint icinco escr i tores e inte-lectuales j u d í o s 2 y, en los ú l t imos meses de la vida de Stalin, estal ló el e s c á n d a l o de C r i m e a : a l g u n o s an t iguos mi l i tan tes j u d í o s del p a r t i d o c o m u n i s t a , q u e p r o p u g n a b a n volver a crear en aque l l a r eg ión un h o -gar nac iona l j u d í o , f u e r o n de t en idos y acusados de q u e r e r p r o v o c a r u n a secesión en Cr imea. La m u e r t e de Stalin no i n t r o d u j o n i n g ú n c a m b i o en la s i tuación de los j ud ío s . A comienzos de 1955, me decid í a enviar un m e m o r á n d u m a J r u s c h o v s o b r e este p r o b l e m a . Le decia q u e era a n o r m a l q u e se p r o l o n g a r a aque l la s i tuac ión después de la m u e r t e de Stalin y la e l iminac ión de Beria. Al no recibir n i n g u n a res-puesta , le remit í un s e g u n d o y luego un tercero y un c u a r t o m e m o -r á n d u m s o b r e e l m i s m o p r o b l e m a . Con cierta a m a r g u r a c o n s t a t a b a q u e a l g u n o s a n t i g u o s mi l i tantes j u d í o s del p a r t i d o n o es taban dis-pues tos a s e c u n d a r m e en mi ac tuac ión . El d i r igente de la sección j u -d ía , q u e h a b í a s ido mi p r o f e s o r de his tor ia del K o m i n t e r n en la u n i -vers idad c o m u n i s t a , se echó a reír c u a n d o leyó mi d o c u m e n t o :

— Pero , ¿ q u é está hac iendo , q u e r i d o a m i g o ? Acaba de salir de la cárcel, ¡ p r o n t o volverá a e l la!

—Por lo m e n o s —le r e p l i q u é sin b romear—, esta vez s a b r é p o r q u é m e enca rce l an .

A finales de 1956, fui rec ib ido en el comi t é centra l —sección de p ropaganda— p o r e l que , a l m i s m o t i e m p o , era e l r e d a c t o r j e fe de la revista teór ica del pa r t ido .

—Puedo a segu ra r l e —me dijo— q u e Niki ta J r u s c h o v ha le ído sus c u a t r o m e m o r á n d u m s . Pero ha rec ib ido a s i m i s m o n u m e r o s o s dictá-m e n e s d e varias pe r sona l idades d e ascendencia j u d í a q u e n o c o m -p a r t e n su p u n t o de vista acerca de la necesidad de volver a c rear u n a vida cu l tu ra l j u d í a con su tea t ro , sus pe r iód icos , sus escuelas, etc. Los j u d í o s de la URSS se hal lan c o m p l e t a m e n t e a s imi l ados y sería u n a neta r egres ión el q u e a h o r a res tab lec ié ramos la s i tuac ión de a n t a ñ o . Tal vez a b r a m o s un deba t e s o b r e esta cues t ión en el p e r i ó d i c o de l p a r t i d o ; p e r o , de t odos m o d o s , en la p r ó x i m a sesión e l comi té cen-tral a d o p t a r á u n a pos ic ión defini t iva.

I g n o r o si se a b r i ó tal d e b a t e y si se p l a n t e ó este p r o b l e m a ; lo ún i -co q u e sé es q u e el an t i s emi t i smo siguió r e i n a n d o con la m i s m a viru-lencia.

Regresar a Po lon ia , p isar de nuevo la t ierra de mi país natal , vol-

2. Entre ellos cabe destacar a Isaac PfefFer, Péret* Márkish, Bergelsohn, Dobrushin, Nusimov y "Lozovski", ant iguo secretario general del Proíincern.

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ver a ver Novy-Ta rg , cuna de mis a n t e p a s a d o s : d u r a n t e los a ñ o s de mi caut iver io h a b í a vivido con esta esperanza. En c u a n t o salí de la cárcel, man i f e s t é mi deseo de m a r c h a r m e , p e r o me r e s p o n d i e r o n q u e deb ía e s p e r a r (las p r i m e r a s repa t r i ac iones no se h a b í a n real izado has ta después de t e r m i n a d a la guerra) . Recibí la b u e n a not ic ia en abr i l de 1957: se me au to r i zaba a regresa r al t e r r i to r io po laco . Me sentí d ichoso . . .

Mis p r i m e r o s con tac tos con los d i r igentes del p a r t i d o p o l a c o fue-r o n m u y a l en t ado res . Eran pa ten tes los resu l tados de la l iberal ización del r ég imen q u e G o m u l k a h a b í a e m p r e n d i d o en o t o ñ o de 1956 (el cé lebre " o c t u b r e p o l a c o " ) . Los d i r igen tes c o n qu ienes me entrevis té me a s e g u r a r o n su dec id ida vo lun tad de p r e s e r v a r l a c o m u n i d a d j u d í a nac iona l ; el 7 de abr i l , d u r a n t e mi breve estancia en Varsovia, el se-c r e t a r i ado del c o m i t é centra l r emi t i ó a todas las instancias del par t i -do u n a c i rcular p r e c i s a n d o q u e los ant isemitas , a qu i enes se t a chaba de c o n t r a r r e v o l u c i o n a r i o s , ser ían o b l i g a t o r i a m e n t e expu l sados del p a r t i d o . La d i recc ión se c o m p r o m e t í a a a y u d a r a la c o m u n i d a d j u d í a en sus esfuerzos p o r preservar su vida de m i n o r í a nacional y, al mis-mo t i empo , a s e g u r a b a a los j u d í o s a s imi l ados q u e no ser ían o b j e t o de la m e n o r d i sc r iminac ión . Tal polí t ica me d a b a en te ra satisfac-ción. . .

La presencia de los d i r igen tes del p a r t i d o en la c o n m e m o r a c i ó n de la insurrecc ión del ghetto de Varsovia me pa rec ió un s igno feha-ciente de esa v o l u n t a d nueva. C u a n d o e l c o r o del e jérc i to po laco en -t o n ó en yiddish , j u n t o con e l c o r o de la c o m u n i d a d j u d í a , e l h i m n o de los gue r r i l l e ros j u d í o s , me sentí e m o c i o n a d o p o r aquel la c o m u -n ión q u e m e parec ía ser. m á s q u e u n s ímbo lo .

Regresé a Moscú en busca de mi famil ia . En o t o ñ o de 1957 ya nos h a l l á b a m o s t o d o s en Varsovia . Unas de mis p r i m e r a s visitas lúe la q u e realicé, con la e m o c i ó n q u e es de s u p o n e r , a mi c iudad natal de Novy-Targ .

Novy-Ta rg h a b í a c a m b i a d o . H a b í a n c o n s t r u i d o en ella u n a fábr i -ca de calzado, q u e era la m a y o r del país y d a b a t r a b a j o a mi l la res de o b r e r o s . Pero las cal le juelas de mi b a r r i o natal p e r m a n e c í a n inal tera-das v en ellas e n c o n t r é a a l g u n o s anc ianos q u e todavía r e c o r d a b a n a los T r e p p e r . Me fu i a l c e m e n t e r i o : allí un viejo s e p u l t u r e r o me re la tó e l e x t e r m i n i o de los j u d í o s de Novy-Targ . . .

O c u r r i ó en e l v e r a n o de 1942... Un t ren de mercanc ías e n t r ó en la es tación con u n a j a u r í a de asesinos de la Ges t apo . Según parece , e r a n varios cen tenares . . . R e u n i e r o n a todos los j u d í o s va rones de la c iudad y los h a c i n a r o n en el t ren, q u e pa r t ió hacia Auschwitz. Unos c incuen-

392 EL REGRESO

t a j óvenes f u e r o n env iados a un a s e r r a d e r o , q u e a n d a b a escaso de m a n o de o b r a . Las m u j e r e s y los n iños se e n c a m i n a r o n al c e m e n t e -rio. . .

—Mire us ted —me d i j o el anciano—, en este lugar los nazis ob l iga-r o n a sus víct imas a excavar su p r o p i a t u m b a y luego las m a t a r o n con u n a a m e t r a l l a d o r a . . . Me a c u e r d o q u e a lgunas vivían todavía c u a n d o caían a la fosa , d o n d e e r a n ap las t adas p o r los cadáveres q u e se a m o n -t o n a b a n s o b r e ellas.

El s e p u l t u r e r o me e n u m e r ó con precis ión a los m i e m b r o s de mi famil ia q u e f u e r o n env iados a Auschwitz y los q u e m u r i e r o n en la losa.

Al f ina l de la g u e r r a , u n a s d o c e n a s de j u d í o s , q u e h a b í a n sobrevi-v ido a la m a t a n z a , r eg re sa ron a Novy-Targ . Pe ro f u e r o n ases inados p o r u n a s b a n d a s de fo ra j idos , q u e s e h a b í a n a lzado en a r m a s c o n t r a el nuevo r ég imen y a p r o v e c h a b a n aque l la c i rcunstancia pa r a p e r p e -t rar pogroms p o r su cuen ta .

El r e la to del viejo s e p u l t u r e r o me a t o r m e n t ó d u r a n t e varias se-manas , p e r o regresé de mi c iudad natal con e l dec id ido p r o p ó s i t o de c o n s a g r a r mi t i e m p o y mi energ ía a la r educ ida c o m u n i d a d j u d í a de Po lon ia . Me conver t í en d i rec to r de la Yiddish Buch, la ún ica casa edi tor ia l j u d í a q u e existía en e l c o n j u n t o de los países "soc ia l i s tas" . Más ta rde , me e l ig ie ron p res iden te de la asociac ión cu l tura l y social de los j u d í o s polacos . Nues t ras act ividades se o r i e n t a b a n en dis t intas d i recciones . P u b l i c á b a m o s un d i a r io y un s e m a n a r i o l i terar io , an i -m á b a m o s un t ea t ro estatal , un ins t i tu to h is tór ico y, en t re in ta y c inco c iudades , u n o s c lubs p o p u l a r e s p a r a la j u v e n t u d y unas coope ra t ivas de c o n s u m i d o r e s .

De los ve in t ic inco a t re in ta mil j u d í o s q u e vivían en tonces en Po-lonia , p a r t e de los cuales se ha l l aba t o t a l m e n t e as imi lada , n u e s t r a o r -ganización e n g l o b a b a a nueve mil m i e m b r o s . El g o b i e r n o y el par t i -do nos a y u d a b a n polí t ica, m o r a l y f i nanc ie ramen te . Sin e m b a r g o , no hab ían d e s a p a r e c i d o en un d ía t o d o s los vestigios de an t i semi t i smo. . . Un tal Piasetski, q u e an tes de la gue r r a h a b í a d i r i g ido u n o de los p a r -t idos m á s r eacc iona r ios y del q u e a h o r a se decía q u e era agen t e so-viético, hab ía e n a r b o l a d o de nuevo e l e s t anda r t e de los a n t i g u o s fa-nát icos. No o b s t a n t e , en c o n j u n t o , la evo luc ión e r a m u y clara y favo-rable , los j ó v e n e s se m o s t r a b a n reac ios a las an t iguas cons ignas y la Iglesia oficial c o m b a t í a las escasas man i fes t ac iones de a n t i s e m i t i s m o q u e a veces se d a b a n e n t r e los catól icos.

Aque l los años , q u e pasé en e l s e n o de mi famil ia p o r fin r e u n i d a , f u e r o n de los m á s d ichosos de mi vida. Las r e sponsab i l i dades q u e a s u m í a en l a c o m u n i d a d j u d í a r e q u e r í a n todos mis desvelos; de ah í q u e in te rp re tase c o m o un s igno des favorab le l a creciente in f luenc ia

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e jerc ida p o r el genera l Moczar s o b r e [a d i recc ión del p a r t i d o , pues to q u e c o m e n z a b a a t ropezar con d i f icu l tades en la real ización de mi co-me t ido . N o s o t r o s , j u d í o s po lacos , é r a m o s m u y conscientes d e q u e nues t ra s i tuac ión seguir ía s i endo p recar ia m ien t r a s no se p r o d u j e r a un c a m b i o radical en e l Kremlin .

A veces, en el cu r so de aque l los días t r anqu i lo s —una t r anqu i l i dad ha r to p rov is iona l , p o r desgracia—, me acome t í a e l d e s e o de escr ibir la his tor ia de la O r q u e s t a Roja. . . Pose ía varias o b r a s q u e h a b l a b a n de la vida de nues t r a red, p e r o carec ían de t o d o valor p o r q u e p roced ían de nues t ros a n t i g u o s adversar ios y fa l seaban la rea l idad . En 1964, ha-bía leído e l l ibro de un a u t o r j a p o n é s sob re Richard Sorge , cuya rica y c o m p l e j a p e r s o n a l i d a d h a b í a c a p t a d o p e r f e c t a m e n t e , y aque l l a o b r a me parec ía modé l i c a en su g é n e r o . Sent ía g r andes tentac iones de l anza rme yo m i s m o a u n a aven tu ra s imi lar e inc luso hab ía i n fo r -m a d o de mi p r o y e c t o a las a u t o r i d a d e s po lacas r e sponsab le s ; p e r o éstas me d i e r o n a e n t e n d e r q u e tal e m p r e s a e ra p r e m a t u r a y que, de todos modos , me vería sujeto a un riguroso control . Luego, al reflexio-nar con m a y o r d e t e n c i ó n en mi idea, me d i cuen ta de q u e , mien t r a s viviera en Varsovia con mi famil ia , no sería un escr i tor r ea lmen te li-b re : ¿ c ó m o , p o r e j e m p l o , p o d r í a h a b l a r l i b r emen te de l a e l imina-ción del genera l Berzin o del p a c t o g e r m a n o s o v i é t i c o ?

Fue en tonces c u a n d o conocí a Gilíes Per rau l t . El 15 de o c t u b r e de 1965 es taba t r a b a j a n d o c o m o de c o s t u m b r e

en mi d e s p a c h o de la Yiddish Buch, c u a n d o me a n u n c i a r o n q u e un escri tor f rancés deseaba verme. . . C o m o h a b í a p u b l i c a d o a l g u n o s li-b ro s de a u t o r e s j u d í o s franceses, creí q u e e l visi tante era u n o de ellos.

Un h o m b r e j oven , a lgo t ímido , p e r o de r o s t r o s impá t i co y m i r a d a f ranca y leal, e n t r ó en mi despacho . . .

—Señor T r e p p e r —me dijo—, estoy e sc r ib i endo un l ibro s o b r e la O r q u e s t a Roja. . .

Le mi ré , d ive r t ido : —Si no t iene n i n g u n a o t ra o c u p a c i ó n , no se a r r ed re . . . En rea l idad , es taba p e r s u a d i d o de q u e un h o m b r e tan joven no

sería capaz de as imi lar u n a h is tor ia tan c o m p l e j a . Per rau l t c o m p r e n -d i ó p o r mi respues ta e l a c u s a d o escept ic ismo con q u e yo cons ide raba su e m p e ñ o , pues to q u e me t end ió un l ibro , del q u e e ra a u t o r , y me d i j o con la visible in tenc ión de c o n v e n c e r m e :

—Tenga, es mi ú l t ima o b r a , léala. . . Su t í tu lo e ra : El secreto del día J. Q u e d a m o s en volvernos a ver el s iguiente lunes. Aquel d í a e ra viernes y me a u s e n t é de Varsovia pa ra p o d e r leer

con t r a n q u i l i d a d . E l l ibro , q u e l levaba c o m o ep íg ra fe u n a frase de Church i l l : " E n la gue r r a , la ve rdad d e b e i r a c o m p a ñ a d a p o r u n a es-

394 EL REGRESO

colta de n u b e s " , r e l a t aba las act ividades de los servicios ingleses de i n f o r m a c i ó n p a r a p r e p a r a r e l d e s e m b a r c o en N o r m a n d í a . Lo leí de un t i r ó n : no cabía d u d a de q u e su a u t o r se ha l l aba d o t a d o del ta len-to prec iso pa r a escr ibir u n a g ran h is tor ia de la O r q u e s t a Ro ja .

C u a n d o volv imos a vernos , mi d i spos ic ión de á n i m o hab ía cam-b i a d o : a h o r a ya me sentía f a v o r a b l e m e n t e d i spues to y c o n f i a d o con respecto a Gilíes Per rau l t , y escuché a t e n t a m e n t e sus extensas expli-caciones acerca de las invest igaciones q u e hab ía l levado a c a b o en los dos ú l t imos años . Muy p r o n t o c o m p r e n d í q u e conocía t o d o c u a n t o p o d í a c o n o c e r u n a p e r s o n a a j e n a a la red . Pac ien temente , h a b í a bus-cado y e n c o n t r a d o a los test igos y supervivientes , hab ía c o n s u l t a d o los archivos , h a b í a r e c o r r i d o cen tenares de k i lómet ros en toda E u r o -pa pa ra lograr r econs t ru i r la h i s tor ia real de la O r q u e s t a Roja . Du-ran te dos días h a b l a m o s ú n i c a m e n t e de lo q u e ya sabía, p e r o era o b -vio q u e , con t o d o aque l lo , su cur ios idad no se sentía sat isfecha. . .

—¿Y si usted me re la ta ra lo q u e yo i g n o r o ? —me d i jo de p r o n t o . —No ha l legado todavía la h o r a —le respondí—. Más a d e l a n t e p o -

d rá dec i rse t odo . Pe ro no le ocu l to , p o r o t r a par te , q u e tengo la in-tención de hacer lo yo m i s m o . . .

Añad í que , de t o d o s m o d o s , p o r vivir en Po lon ia no p o d í a ex t ra -l imi t a rme en mis revelac iones y, al s epa ra rnos , me p r e g u n t é si hab ía s ido exces ivamente locuaz.

Gilíes Pe r rau l t me p r e g u n t ó m á s t a rde s í acep ta r ía leer su m a n u s -cri to antes de d a r l o a la i m p r e n t a . Rechacé su ofer ta , p o r q u e no q u e -ría a s u m i r la r e sponsab i l i dad de la o b r a . Le invité, no obs tan te , a q u e viniera a ve rme en Varsovia después de su publ icac ión y vino efecti-v a m e n t e con el l i b ro b a j o el b razo .

Yo ya tenía not ic ias de q u e La Orquesta Roja es taba a l c a n z a n d o un gran éxi to . Pocos días an tes , e l d i rec to r de Air France en Po lon ia me hab ía t e l e foneado pa r a d e c i r m e :

—Imagínese us ted q u e he c o m p r a d o e l l i b ro u n a h o r a antes de sa-lir de París hacia Varsovia . . . Pues b ien , no he p o d i d o m a r c h a r m e sin h a b e r t e r m i n a d o la lectura .

C o m p a r t í su e n t u s i a s m o : a lo la rgo de aque l las páginas , revivía con s ingu la r e m o c i ó n nues t r a d r a m á t i c a aven tu ra y verif icaba con h o n d a sat isfacción la verac idad del relato, escri to p o r un h o m b r e q u e pose ía el corazón , la gene ros idad y el s en t ido de la f r a t e rn idad q u e a n i m a b a n a los c o m b a t i e n t e s de la O r q u e s t a Roja . Las insignif icantes inexact i tudes s o b r e mi infancia en Po lon ia , sob re Palestina y s o b r e mi p r i m e r a es tancia en Francia carecían de i m p o r t a n c i a .

Gilíes Per rau l t se ha l l aba c o n m i g o c u a n d o s o n ó e l t e l é fono : —Aquí, el j e fe de redacc ión de Politika... (Semana r io del comi t é

central .) ¿ S a b e usted q u e acaba de publ icarse en Francia una o b r a

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s o b r e la O r q u e s t a Roja y q u e es un best-seller? - S í . . . —Entonces, ¿ s e r e m o s los úl t imos q u e h a b l a r e m o s de e l l a? —Es q u e , p o r mi par te , no deseo cha r l a r p e r s o n a l m e n t e con usted

acerca de esta cues t ión . —¿Qué p o d e m o s h a c e r ? —Muy fácil, el a u t o r está aqu í c o n m i g o . Al día s iguiente a c u d i m o s a la redacc ión de Poiitika p a r a t o m a r

p a r t e en un deba t e s o b r e la O r q u e s t a Ro ja . El a y u d a n t e del j e í e de redacc ión , q u e deb ía escribir el a r t ícu lo , cayó e n f e r m o y Poiitika no p u b l i c ó un folletín s o b r e el l i b ro de Gilíes Perraul t -has ta el 17 de j u -nio de 1967. Pocos días antes , G o m u l k a h a b í a in i c i ado u n a c a m p a ñ a an t i semi ta y el a r t ículo , c o n t r a r i a m e n t e a lo q u e solía suceder , no lúe r e p r o d u c i d o p o r la prensa po laca .

No cabe la m e n o r d u d a de q u e la pub l i cac ión del l ibro de Gilíes Per rau l t a b r i ó un nuevo cap í tu lo en la h i s to r ia de nues t ra red . Al c o n s a g r a r tres a ñ o s de su vida a aquel la o b r a , hizo salir a la O r q u e s t a Roja de los archivos de la pol ic ía y de las t inieblas del r ecue rdo . Gra-cias a él, el m u n d o e n t e r o se e n t e r ó de la d r a m á t i c a epopeya de a q u e -llos h o m b r e s y m u j e r e s q u e sacr i f icaron su vida en a ra s de la h u m a n i -dad .

No h a b l a r é a h o r a del éx i to q u e a lcanzó e l l ib ro en occ iden te ; me-nos c o n o c i d o es e l eco q u e suscitó en los países del este.. . d o n d e n u n -ca ha s ido p u b l i c a d o (estaba prevista su a p a r i c i ó n en Checos lovaquia d u r a n t e la p r imave ra de Praga , ¡pero los t anques rusos l legaron de-m a s i a d o p r o n t o ! ) . Inc luso en Polonia , v i c ó m o la edición f rancesa pasaba de m a n o en m a n o : h a b í a n sido tan n u m e r o s o s sus lectores, q u e se s o l t a b a n las pág inas de aque l los vo lúmenes .

El mé r i t o pr inc ipa l del l ib ro de Gilíes Pe r rau l t es t r iba en que , pese a las men t i r a s de los nazis, a la s o m b r a de la g u e r r a fría y a la au -sencia de nues t r a s ingular aven tu ra en t r e los g r a n d e s mi tos de la re-sistencia, d i o a c o n o c e r e hizo c o m p r e n d e r , t a n t o a los especialistas c o m o al g ran públ ico , la rea l idad de lo q u e hab ía s ido la O r q u e s t a Roja .

En la Repúbl ica Democrá t i ca A l e m a n a , a l g u n o s supervivientes del g rupo Schulze-Boysen, c o m o el profesor Heinrich Scheel, vicepresi-d e n t e de la A c a d e m i a de Ciencias, o G r e t a Kuckhof l , d i e r o n a la p u -bl icidad sus t es t imonios personales . En agos to de 1969, el s e m a n a r i o Die Weltbükne pub l i có , con el t í tulo de " L o s p ianis tas de la O r q u e s t a R o j a " , un a r t í cu lo m u y e log ioso sob re el l ib ro de Per rau l t . El 18 de n o v i e m b r e de 1970, la r a d i o escolar de la Repúbl ica Democrá t i ca c o n s a g r ó a nues t ra red una emis ión t i t u l ada : "E l g r a n je fe e m b a u c a a la G e s t a p o " . En la URSS, apa r ec i e ron varios re la tos , b a j o d is t in tas

396 EL REGRESO

fo rmas , de la h i s tor ia de la O r q u e s t a Roja . En d i c i embre de 1968, en-c o n t r é en Moscú a un escr i tor m u y en boga q u e d e s e a b a c o n s a g r a r l e un l i b r o ; mi m u j e r leyó el m a n u s c r i t o a f inales de 1969, p e r o la o b r a n u n c a ha s ido pub l i cada . De a l g u n o s o t ros l ibros (escri tos p o r m a n o s dóciles) se v e n d i e r o n varios mi l lones de e j emp la r e s ; así o c u r r i ó c o n Olvida íu nombre y Cas¿is sin llaves. El s e m a n a r i o Ogoniok, cuya t i r ada es de tres mi l lones de e j empla res , d u r a n t e varios meses inser tó un folle-tín s o b r e el m i s m o tema .

Inc luso en Po lon i a , l a O r q u e s t a Roja a c a b ó sa l i endo del o lv ido . A f inales de 1969, se o rgan izó u n a expos ic ión en h o n o r de A d a m Kuckhof f , u n o de los d i r igentes del g r u p o de Berl ín.

En e l mes de d i c i e m b r e de 1970 me ha l l aba de vacac iones con mi m u j e r j u n t o a la or i l la del m a r , c u a n d o un t í tulo en lo a l t o de u n a p á -g ina me l l a m ó la a t e n c i ó n : " J e a n Gilber t avisa a í d i r e c t o r " . Se t ra ta-ba de u n a selección de diversos pasajes de la o b r a de Per rau l t y ter-m i n a b a con u n i n t e r r o g a n t e : " ¿ Q u é h a s ido d e j e a n G i l b e r t ? ¿ D ó n -de se ha l la en la a c t u a l i d a d ? " . Algo más t a r d e supe q u e aque l l a pági-na, p r e p a r a d a p o r u n a agencia de p rensa , se p u b l i c ó en dis t in tos pe-r iód icos . Las a u t o r i d a d e s polacas p e r m i t í a n q u e se d i s ipa ran a lgunas de las n u b e s q u e e n m a s c a r a b a n l a p e r s o n a l i d a d d e j e a n Gi lber t , p e r o seguían a r r o j a n d o pa l e t adas de t ierra s o b r e un tal L e o p o l d T r e p p e r , q u e e l l i b ro de Gilíes Per rau l t hab ía d a d o a c o n o c e r a l m u n d o e n t e r o .

C ie r to e s q u e T r e p p e r e ra j u d í o , m ien t r a s q u e J e a n Gi lber t . . .

9. EL ÚLTIMO COMBATE

El 17 de j u n i o de 1967, al hacer uso de la p a l a b r a en el C o n g r e s o de los s indicatos, G o m u l k a , p r i m e r secretar io del p a r t i d o c o m u n i s t a po laco , se lanzó a u n a violenta d ia t r iba con t r a los jud íos . En el Pró-x i m o O r i e n t e a c a b a b a de t e r m i n a r la g u e r r a de los seis días, y Go-m u l k a a p r o v e c h ó la ocas ión p a r a lanzar la cons igna : " ¡ L a c o m u n i -d a d j u d í a es la q u i n t a c o l u m n a ! " . El general Moczar , min i s t ro del In ter ior , o r q u e s t ó u n a c a m p a ñ a an t i semi ta de i naud i t a violencia en los per iódicos , la televisión y las a sambleas de t r a b a j a d o r e s . Las m a -nifestaciones es tudiant i les de la p r imave ra de 1968 en Varsovia p r o -p o r c i o n a r o n un n u e v o p re tex to a l g o b i e r n o p a r a react ivar la c a m p a -ña q u e ya iba decayendo . Se a f i r m ó of ic ia lmente q u e los es tud ian tes j u d í o s hab ían p r o v o c a d o los c h o q u e s h a b i d o s en t r e la policía y los es tud ian tes po lacos . Los a t a q u e s se c o n c e n t r a r o n c o n t r a la Asocia-ción cul tura l de los j u d í o s po lacos , q u e yo dir igía. Centenares de es-tud ian tes j u d í o s f u e r o n expu l sados de la un ivers idad , an t i guos mili-tantes j u d í o s se v ieron exc lu idos del p a r t i d o y Moczar o rgan izó varias mani fes tac iones " e s p o n t á n e a s " q u e g r i t a b a n : " ¡ L o s yupines con Da-y a n ! " . A seme jan t e a r r e b a t o de histeria sólo le fa l taba un p e q u e ñ o pogrom.

Sí, más de veint icinco a ñ o s después del fin de la gue r r a , en el país del ghetto de Varsovia, d o n d e los j u d í o s h a b í a n s u f r i d o más a t roc ida -des de la b a r b a r i e nazi q u e en n i n g ú n o t r o lugar , y en un r ég imen q u e p re t end í a ser socialista, e l m o n s t r u o del an t i s emi t i smo renacía de sus p r o p i a s cenizas. En efecto, no pasó m u c h o t i empo sin q u e la creciente hos t i l idad a Israel y al s i o n i s m o no se t r a n s f o r m a r a en una hos t i l idad dec la rada a los j u d í o s po lacos . Cada vez era más n o t o r i o el des ign io del g o b i e r n o de acaba r c o n nues t ra c o m u n i d a d . Marchar se cons t i tu ía la única so luc ión , pues s ab í amos q u e tal era el a n h e l o más p r o f u n d o de las a u t o r i d a d e s (más ta rde yo seré la única excepción, c o m o p u d e c o m p r o b a r a mis expensas. . .}.

De h a b e r sol ic i tado un visado de salida en aque l m o m e n t o , sin d u d a e l genera l Moczar h a b r í a a u t o r i z a d o de mil a m o r e s q u e se ex-

398 EL REGRESO

p a t r i a r a el p re s iden te de la c o m u n i d a d judía . Mi hijo pr imogéni to , Mi-chel, q u e se ha l laba sin t r aba jo , fue el p r i m e r o en marcha r se . Pierre , mi o t r o hi jo , q u e era ingen ie ro e l ec t rón ico y a l q u e hab ían a c u s a d o de ser un " a g i t a d o r e s tud i an t i l " , devolv ió su carne t al p a r t i d o , solici-tó un v i sado de sal ida y se fue con su m u j e r Anna . El p a d r e de ésta, a b n e g a d o mi l i t an te c o m u n i s t a desde su j u v e n t u d , es taba a q u e j a d o de parál isis y hab ía segu ido los acon tec imien tos p o r la televisión. Sin-t i endo q u e se acercaba su ú l t ima h o r a , l l amó a su m u j e r y le d i j o :

—Estoy c o n v e n c i d o de q u e j u d í o s y á r abes a c a b a r á n p o r en-t enderse en el P r ó x i m o Or i en t e . En nues t ro país, el au tén t i co socia-l ismo t r iun fa rá , p e r o t ienen q u e t r anscur r i r todavía m u c h o s a ñ o s . Por a h o r a , la s i tuación es i r r emed iab l e . Confecc iona la lista de nues-tros a m i g o s po l acos q u e p u e d a n o c u l t a r o s y después , s o b r e t o d o y con la m a y o r rapidez, marchaos . . .

Edgar , mi tercer h i jo , d o c t o r en l i t e ra tura rusa , vio c ó m o se le ce-r r a b a n las pue r t a s de todas las univers idades . Tras n u m e r o s a s dif icul-tades, t o m ó a s i m i s m o el c a m i n o del exi l io.

Po r lo q u e a mí se ref iere , la o p c i ó n no oi rec ía la m e n o r d u d a : tenia q u e r e a n u d a r la lucha . Dirigí a G o m u l k a un m e m o r á n d u m so-b r e la c a m p a ñ a an t i s emi t a ; desde luego , q u e d ó sin respues ta y su-p o n g o q u e fue m o t i v o suf ic iente p a r a q u e m e tacharan d e "s ionis -t a" . . . antes de e c h a r m e en olvido. P r ivado de mis hijos, sin s iquiera p o d e r m e consag ra r ya a la c o m u n i d a d j u d í a a m e n a z a d a de ex t inc ión , me conver t í en un e x t r a n j e r o s o s p ech o s o en mi p rop i a t ierra na ta l . En \a p r i m a v e r a de 1968, p resen té la d imi s ión de p re s iden te de la Asociación cu l tura l de los j u d í o s po lacos . T o d o s los m i e m b r o s de la j u m a directiva, excep to dos , me i m i t a r o n . En agos to de 1970 solicité, pues , de las a u t o r i d a d e s polacas q u e se me au to r iza ra a e m i g r a r a Is-rael. Recibí la respues ta . . . diez meses m á s tarde, en m a r z o de 1971: p á r r a f o 4.° del a r t i cu lo 2. En dos a ñ o s r enové p o r siete veces mi peti-c ión y las siete veces me o p u s i e r o n el m i s m o ar t ícu lo . Desde el mes de m a r z o de 197 1, escribí seis veces al m i n i s t r o del In te r io r , c inco veces al p r i m e r secre tar io del p a r t i d o y seis veces al secre tar io del comi t é cent ra l . La respues ta más significativa lúe la del Minis te r io del Inte-r ior del 15 de m a r z o de 1972: invocaba el a r t ícu lo 9, p á r r a f o 4.", q u e ex ime a las a u t o r i d a d e s de la ob l igac ión de mo t iva r sus decis iones.

Mi o b s t i n a c i ó n e x a s p e r ó a los d i r igen tes po lacos , q u e a p r o v e c h a -r o n la p r i m e r a o p o r t u n i d a d pa ra c r e a r m e di l icul tades . . .

En e l mes de j u n i o de 1971, un e q u i p o de cineastas belgas,1 dir i-

1 Pocos meses más tarde, un equ ipo de la televisión francesa que. ba jo la dirección d e j e a n -Pierre Elkabach, vino a Varsovia para entrevistarme, pasó a su vez por momentos difíciles.

EL ÚLTIMO COMBATE 399

g i d o p o r R o l a n d Perraul t , v ino a Po lon i a p a r a r o d a r un f i lme docu-m e n t a l sob re Ja O r q u e s t a Roja . Mi m u j e r y yo los a c o m p a ñ a m o s a Zacopane . En la t a rde del 8 de j u n i o , c u a n d o nos h a l l á b a m o s a t en tos a l r oda j e , unas decenas de pol ic ías vest idos de p a i s a n o nos r o d e a n . Dos corone les de la s egu r idad , q u e sin d u d a se i m a g i n a n e s t a r e n un c a m p o de bata l la , d i r igen las o p e r a c i o n e s : a t odos nos e n c a m i n a n hacia la comisa r í a de pol ic ía de Zacopane , d o n d e nos s o m e t e n a va-rias horas de i n t e r roga to r io s ins íp idos . Los cineastas belgas son ex-p u l s a d o s del país, de spués de conf iscar les t o d o su mater ia l , p e r o ' an tes de m a r c h a r s e adv i e r t en q u e a Luba y a mí nos c o n d u c e n en coche a u n a des t inac ión i g n o r a d a . Convenc idos de nues t ra de ten-c ión, en c u a n t o llegan a Bruselas a le r t an a la o p i n i ó n in te rnac iona l . Pocas horas más tarde , la pol ic ía nos suelta, p e r o s igue v ig i l ándonos m u y de cerca.

Las vejaciones só lo a c a b a n de c o m e n z a r p a r a noso t ro s , p u e s pa-s a m o s a ser el ob j e to " p r i v i l e g i a d o " de las invest igaciones policía-cas.. .

D u r a n t e nues t ro i n t e r roga to r io , e l piso q u e h e m o s a l q u i l a d o en Z a c o p a n e ha rec ib ido la visita de u n o s ind iv iduos , q u e no se han p r e o c u p a d o de b o r r a r las huellas de su paso . En el p iso con t iguo , en-c ima de nosos t ros , d e b a j o de noso t ro s , en t oda la casa, en e l e d ü k i o de en f ren te , a a m b o s l ados de la calle, p o r d o q u i e r , los agentes de se-g u r i d a d , t r anspa ren te s c o m o g ran i to , nos espían día y noche. Las luces de los a l r ededo re s s iguen encend idas d u r a n t e toda la noche . Y luego, c u a n d o sa l imos a Ja calle, u n a i m p r e s i o n a n t e escolta de agentes va pi-s á n d o n o s los ta lones. ¿ Q u e r e m o s i r a l c e m e n t e r i o de N o v y - T a r g ? 2

La pol ic ía se p resen ta allí antes q u e noso t ros . . . A los diez días de vivir b a j o este r ég imen , r e g r e s a m o s a Varsovia con la c e r t i d u m b r e de q u e nos van a de t ene r a nues t ra l legada. Antes de t o m a r el t ren, L u b a lo-gra bu r l a r p o r un m o m e n t o la vigilancia de nues t ro s gua rd i anes y echa a l c o r r e o u n a car ta , p a r a i n f o r m a r de lo q u e nos ocur re , a nues-t ros a m i g o s del e x t r a n j e r o . En e l t ren , a m b o s ex t r em os de n u e s t r o v a g ó n se ha l lan vigilados. En la es tación de Varsovia , d e s c u b r o inme-d i a t a m e n t e e l nuevo e q u i p o pol ic íaco q u e releva a l q u e hasta a h o r a nos ha cus tod iado . C u a n d o nos d i r i g imos a la hi lera de taxis, u n o de aque l los esb i r ros se acerca y, r a s t r e ro c o m o un lacayo, nos p r e g u n t a :

- ¿ Q u i e r e n q u e les a c o m p a ñ e has ta su domicil io. ' ' —No, gracias , i r emos solos. Pe ro c u a n d o s u b i m o s a un taxi, s u r g e un i nd iv iduo q u e se instala

p o r p rop i a a u t o r i d a d en el as ien to d e l a n t e r o y da al taxista. . . nues t ra

2. Donde antes se alzaba el m o n u m e n t o funerar io erigido en memoria de los mártires judíos, ahora no se ve más que un gran agujero. . .

400 EL REGRESO

di recc ión . P o c o le fal ta p a r a q u e , luego, nos a y u d e a sub i r e l e q u i p a j e hasta n u e s t r o p iso . Este, p o r supues to , ha s ido m i n u c i o s a m e n t e re-g i s t r ado d u r a n t e nues t r a ausencia . C o n t r a r i a d o p o r t o d o s estos suce-sos, i r r i t a d o al cons t a t a r q u e la vigilancia ha s ido r e fo rzada a l r e d e d o r de la casa, t engo q u e a c o s t a r m e la m i s m a t a rde de n u e s t r o regreso. T e l e f o n e o a mi m é d i c o y éste me o r d e n a q u e g u a r d e c a m a , p e r o ape -nas he c o l g a d o e l t e l é fono c u a n d o su rge una a m b u l a n c i a de la policía con g r a n e s t r u e n d o de sirenas.

Esta s i tuac ión se p r o l o n g a d u r a n t e u n a s e m a n a ; luego desapa re -cen n u e s t r o s " ánge l e s de la g u a r d i a " . Me p re sen to en e l c o m i t é cen-tral del p a r t i d o p a r a p ro tes ta r con t r a t a n t o acoso y allí me a t i ende e l r e s p o n s a b l e de l a segur idad . T r a t a de t r a n q u i l i z a r m e con t o n o de fal-sa c o m p a s i ó n :

—¿ P o r q u é se p r e o c u p a ? Está usted en un e r r o r —me dice—; no es a usted a q u i e n vigilan nues t ros h o m b r e s , s ino al e q u i p o de cineastas belgas, q u e no h a b í a n sol ic i tado la d e b i d a au tor izac ión . . .

B r o m a pesada de un bu róc ra t a . . . Ha mu l t i p l i c ado la vigilancia y los ve j ámenes , ¡y a h o r a nos r e c o m i e n d a q u e no nos o f e n d a m o s ! Mien t ra s t an to , mis amigos del e x t r a n j e r o , a l e r t a d o s p o r mi car ta , se i n q u i e t a n p o r nues t r a suerte. Gilíes Per rau l t viene p r e c i p i t a d a m e n t e a Varsovia , p e r o só lo p u e d e cons ta ta r q u e estoy en l iber tad . P o r al-gún t i e m p o todavía , las a u t o r i d a d e s polacas se m u e s t r a n c o m e d i d a s , p e r o descon f ío de ellas. La b a n d a de Moczar me cons ide ra sospecho-so, e n e m i g o , c o n t r a r r e v o l u c i o n a r i o (el lector p u e d e c o n t i n u a r la lista de cargos). En d i c i embre de 197 1, el Minis te r io del I n t e r i o r me niega u n a vez m á s el v isado de sal ida. C o m u n i c o esta nueva negativa a mis a m i g o s y éstos dec iden pasar a la acción. Gilíes. Pe r r au l t , Soulez-Lariviére, Vercors , V lad imi r Pozner , J a c q u e s M a d a u l e y los Fanlani , r e u n i d o s en e l gab ine te del l e t r ado Matarasso , dec iden c rea r un co-m i t é en Par ís p a r a h a c e r m e salir de Po lon ia . El 12 de e n e r o de 1972, e l C o m i t é T r e p p e r ce lebra una p r i m e r a confe renc ia de p r en s a , de la q u e los pe r iód icos se hacen a m p l i o eco a l d ía s iguiente. Muy p r o n t o su rgen o t r o s comi té s s imilares en Suiza, Bélgica, G r a n Bre taña y Di-n a m a r c a ; en H o l a n d a , u n a pet ic ión de todos los d i p u t a d o s (excepto los comun i s t a s ) y n u m e r o s a s pe r sona l idades es e n t r e g a d a a la e m b a -j a d a po laca . Me s iento p r o f u n d a m e n t e e m o c i o n a d o p o r l a a m p l i t u d q u e cob ra el m o v i m i e n t o de so l ida r idad y de pro tes ta . . . En G i n e b r a , la Liga Cívica de los Derechos del H o m b r e y la C o m i s i ó n In te rnac io -nal de ju r i s t a s y d i p u t a d o s socialistas elevan u n a imper iosa l l amada al g o b i e r n o po laco . En Bruselas, el comi té , d i r i g ido p o r el p res iden te de la Liga de los De rechos del H o m b r e , a g r u p a a n u m e r o s o s d ipu ta -dos , min i s t ros y organizac iones de la resistencia. En París, se man i -fiestan diversas p e r s o n a l i d a d e s de todas las t endenc ias : A n d r é Mal-

EL ÚLTIMO COMBATE 401

r aux y m o n s e ñ o r Marty, a r zob i spo de París, env ían sendas car tas de adhes ión a l comi té , q u e e n g l o b a a un a m p l i o a b a n i c o pol í t ico, de sde la e x t r e m a izquierda has ta las o rgan izac iones del m o v i m i e n t o sionis-ta. El p a r t i d o socialista, p o r boca de François Mi t t e r rand , se inquie ta . En Londres , Michaël Stewart , e x - m i n i s t r o de Asuntos Ext ran je ros , Patrick G o r d o n , Walker y Ehvin J o n e s , ex-fiscal general , escr iben a Edward Gierek, p r i m e r secre tar io del p a r t i d o c o m u n i s t a p o l a c o :

" . . . L e o p o l d T r e p p e r ha c o m b a t i d o con t r a las fuerzas del fascis-mo en n u m e r o s a s , p r o l o n g a d a s y pe l igrosas batal las . Su con t r ibu -ción a la des t rucc ión del p o d e r nazi ha s ido única y, p o r cons iguien te , ha l ibe rado de la t i ranía nazi a los países o c u p a d o s , en t re ios cuales se cuen ta P o l o n i a . . . "

F i r m a n esta car ta veint iún d i p u t a d o s laboris tas , siete conse rvado-res y,cinco liberales. A l g u n o s s enado re s a m e r i c a n o s escr iben a su vez al g o b i e r n o de Varsovia y los sindicalistas del Brasil, de Austral ia , de C o l o m b i a , de G r a n Bre taña , de Costa Rica y de Israel se u n e n pa r a la f i r m a d e u n a pe t ic ión c o m ú n .

I m p r e s i o n a d a s p o r la a m p l i t u d de este m o v i m i e n t o a mi favor y hos t igadas p o r las p r e g u n t a s de los co r responsa les de las agencias de prensa , las a u t o r i d a d e s po lacas a c a b a r o n d a n d o expl icaciones. El 29 de f e b r e r o de 1972, J a n i u r e k , min i s t ro de I n f o r m a c i ó n , r emi t i ó a l re-p re sen t an t e de la agenc ia France-Presse la s iguiente dec l a rac ión : " L a s razones q u e h a n m o t i v a d o la decis ión de las a u t o r i d a d e s po la -cas acerca del s eñor T r e p p e r no son de índo le ideológica o nac iona l . El s eñor L e o p o l d T r e p p e r no p u e d e salir de Po lon i a d e b i d o a ciertas razones de Estado. En c a m b i o , p o r lo q u e se ref iere a la s e ñ o r a T r e p -per , es p e r f e c t a m e n t e l ibre de ir a reun i r se con sus h i jos . . . " .

El g o b i e r n o p o l a c o se e scudaba , pues , en p r e t e n d i d a s " r a z o n e s de E s t a d o " p a r a r e t e n e r m e en su te r r i to r io . . . L u b a a p r o v e c h ó la au to r i -zación q u e a h o r a se le conced ía y se m a r c h ó en abr i l de 1972. Mi h i jo Michel inició u n a hue lga de h a m b r e en C o p e n h a g u e y Edgar lo imi tó en J e rusa l én . T a n t o en E u r o p a c o m o en América , l a c a m p a ñ a de soli-d a r i d a d c o b r a b a cada vez u n a m a y o r a m p l i t u d .

En París, no obs tan te , un h o m b r e , e l s eñor Rochet , d i r ec to r de la DST, es taba en ascuas a la vista de t o d o s esos tes t imonios . Ya h a b í a m a n i f e s t a d o su e n o j o t e l e f o n e a n d o al l e t r ado Soulez-Lariviére el 13 de e n e r o de 1972, es decir , a l d ía s iguiente de la confe renc ia de p r e n -sa del c o m i t é de ayuda. . . "Exis ten o t r o s j u d í o s a qu ienes d e f e n d e r " , l e d i j o p a r a p o n e r l o en gua rd i a .

C o m o p o r azar, e l Minis te r io f rancés del In t e r io r n e g ó un visado de e n t r a d a a mi m u j e r , y el señor Roche t , p a r a jus t i f icar esta decis ión, escribió u n a car ta al d i a r io Le Monde, t i tu lada "El a s u n t o T r e p p e r " , en la q u e me hacía o b j e t o de acusac iones m u y graves. El d i rec tor de

402 EL REGRESO

la DST a f i r m a b a que , después de mi " d e t e n c i ó n p o r la A b w e h r a fi-nales del mes de n o v i e m b r e de 1942", mi " c o n d u c t a hab ía s ido de las más s o s p e c h o s a s " y me acusaba de h a b e r d e l a t a d o a var ios m i e m b r o s de mi red . " N a d i e p u e d e negar , a ñ a d í a e l señor Rochet , q u e e l s e ñ o r T r e p p e r a c e p t ó p o r lo m e n o s u n a cierta c o l a b o r a c i ó n con e l e n e m i g o pa ra salvar su v ida . . . "

Yo no p o d í a de j a r de reacc ionar a n t e tales i m p u t a c i o n e s y, si-g u i e n d o el conse jo de mis a m i g o s , ape lé a la jus t ic ia . Las tunc iones d e s e m p e ñ a d a s p o r e l señor Rochet a l f r en t e del c o n t r a e s p i o n a j e f r an -cés c o n f e r í a n un c réd i to indiscut ib le a sus aserc iones y era pe l ig roso pe rmi t i r q u e l a o p i n i ó n púb l i ca las i n t e rp re t a r a c o m o verdades . P o r o t r a pa r t e , las a u t o r i d a d e s po lacas ut i l izaron i n m e d i a t a m e n t e e l a r -t ículo del d i r ec to r de la DST p a r a in ten ta r a t a j a r la c a m p a ñ a de soli-d a r i d a d : e l a g r e g a d o de p r e n s a de la e m b a j a d a polaca en D i n a m a r c a r emi t i ó a los p e r i ó d i c o s el a r t í cu lo en cuest ión. . . Mal le f u e : las re-dacc iones r e s p o n d i e r o n q u e n o par t i c ipar ían e n u n n u e v o a s u n t o Dreyfus . Pe ro los incidentes c o n t i n u a b a n . . .

£1 l e t r a d o Sou lez -Lanv ié re que , con e l l e t r a d o Mata ra s so , a s u m í a mi defensa , v ino a v e r m e en Varsovia el 23 de j u n i o de 1972 p a r a p r e -p a r a r e l p roceso . No era aconse jab le q u e h a b l á r a m o s en mi domic i -lio y de a h í q u e d iésemos g r andes paseos p o r los p a r q u e s públ icos , lejos de o ídos indiscretos . En fcuanto se nos ace rcaba un t r anseún te , s u s p e n d í a m o s nues t r a conversac ión p a r a l anzarnos a cons ide rac iones 'decisivas s o b r e el t i empo. . .

El 26 de j u n i o , a c o m p a ñ é a Soulez al a e r o p u e r t o . . . El taxi q u e se p r e s e n t ó " e s p o n t á n e a m e n t e " carecía de c o n t a d o r . En e l re t rovisor , s o r p r e n d í r e i t e radas veces e l o j o —atento— de Varsovia . En c u a n t o me d e s p e d í de mi a m i g o pa r a regresar a la c iudad , siete c o r p u l e n t o s " a d u a n e r o s " a g a r r a r o n a Soulez y se lo l levaron a u n a hab i t ac ión d o n d e lo d e s n u d a r o n y reg i s t r a ron de la cabeza a los pies. Luego , e x a m i n a r o n m i n u c i o s a m e n t e su e q u i p a j e , vac ia ron conc ienzuda -m e n t e los t u b o s de den t í f r i co y de pas ta de afe i ta r , y c o n f i s c a r o n sus carre tes fo tográ f i cos . Soulez se a f e r ró a su car te ra de m a n o c o m o a un salvavidas y se n e g ó o b s t i n a d a m e n t e a abr i r la . Lo a m e n a z a r o n con recur r i r a los " m e d i o s vu lga res" y tuvo q u e incl inarse an te el nú -m e r o . La pol ic ía p o l a c a se a p o d e r ó en tonces de los d o c u m e n t o s q u e d e b í a n un i r se a l s u m a r i o . P o r fin, a l c abo de unas horas , lo au tor iza -r o n a t o m a r el av ión .

C u a n d o s u p e lo o c u r r i d o , envié u n a p ro tes t a a l comi t é centra l del pa r t i do , q u e es taba p e r f e c t a m e n t e e n t e r a d o del viaje rea l izado p o r Soulez a Varsovia . No obs t an t e , f ing ie ron i g n o r a r f o t o d o y del b u r ó -crata c o r r e s p o n d i e n t e no o b t u v e más q u e esta respues ta de u n a " i n -g e n u i d a d " a p a b u l l a n t e :

EL ÚLTIMO COMBATE 403

—Sin d u d a , se t rata de un s imple con t ro l a d u a n e r o . . . A finales de j u l i o de 1972, Soulez, tan perseveran te c o m o descon-

f i ado —abogado p r e v e n i d o vale p o r dos—, v ino de nuevo a Varsovia. I n m e d i a t a m e n t e nos d i m o s cuen ta de q u e é r a m o s o b j e t o de u n a vigi-lancia m á s estricta a ú n q u e la vez a n t e r i o r y dec id imos hab la r p o r es-cri to, es decir , escribir lo q u e t en í amos q u e dec i rnos en p e q u e ñ o s pe-dazos de papel q u e luego a r r o j á b a m o s a la taza de los cuar tos de aseo. Exaspe rado — "¿ C ó m o es pos ib le vivir de este m o d o ? " , me pre -guntó—, mi a b o g a d o escr ib ió en u n a ho ja de pape l u n a magní f ica pa -labra de seis letras q u e me j u r é de j a r en un lugar m u y visible c u a n d o me m a r c h a r a . Esta vez, Soulez-Lar iv iére sal ió de Po lon i a sin la me-n o r d i f icul tad . Mis amigos de Par ís c o n t i n u a r o n p r e s t á n d o m e su ac-tivo c o n c u r s o : c u a n d o el 2 de o c t u b r e de 1972 el p r i m e r secretar io del p a r t i d o c o m u n i s t a p o l a c o l legó a París en visita oficial , fue recibi-do c o n unas panca r t a s que , c o n f e c c i o n a d a s p o r iniciativa del comi té de apoyo , f o r m u l a b a n l a p r e g u n t a : " ¿V T r e p p e r , s eñor G i e r e k ? " . Po r su parte, la d i rección del p a r t i d o socialista h a b l a b a en un c o m u -n i c a d o del " d o l o r o s o a s u n t o T r e p p e r " .

C u a n d o se f i jó pa r a finales de mes la ce lebrac ión del ju ic io con t r a el s e ñ o r Rochet , mis a b o g a d o s p i d i e r o n al min i s t ro f rancés del Inte-r i o r q u e se me concediera un salvoconducto para asist ir al m i s m o y, en a p o y o de mi d e m a n d a , Gilíes Per rau l t , j u n t o con Bernard Gue t t a , Ru th Valentini y Chr is t ian J e l e n , pe r iod i s t a s del Nouveí Observaleur, in ic ia ron una hue lga de h a m b r e . El Min i s t e r io del In te r io r accedió a mi pet ic ión, p e r o el g o b i e r n o p o l a c o se negó a d e j a r m e salir de Po lon ia .

Así pues , sin q u e yo es tuviera p resen te , el d i rec to r de la DST c o m -pa rec ió an te el d e c i m o s é p t i m o t r i b u n a l co r recc iona l de París e l 26 de o c t u b r e de 1972. A lgunos conoc idos , c o m o H é l é n e Paur iol , Cécile Katz, e l a b o g a d o L e d e r m a n , C l a u d e Spaak y J a c q u e s Sokol, p e r o t a m b i é n o t ros desconoc idos , se p r e s e n t a r o n a l ju ic io p a r a dec la ra r en mi favor. Vercors escr ib ió al t r i b u n a l :

" C o n s i d e r o a L e o p o l d T r e p p e r c o m o u n o de los g randes hé roes de la resistencia c o n t r a la A l e m a n i a nazi d u r a n t e la segunda gue r r a m u n d i a l . C o m o j e f e de la O r q u e s t a Roja , c o n t r i b u y ó a la victoria fi-nal en una m e d i d a i n f i n i t a m e n t e m a y o r de l o q u e p u d o hacer lo , p o r e j e m p l o , u n h o m b r e c o m o yo . . . " .

El co rone l Rémy, " c o m p a ñ e r o de la l i b e r a c i ó n " , me pres tó asi-m i s m o su a p o y o :

"Si hub ie ra t en ido q u e luchar en las filas de la O r q u e s t a Roja —escribió en u n a car ta q u e fue leída en la aud ienc ia pública—, me sent i r ía o r g u l l o s o de h a b e r c o o p e r a d o e fec t ivamente a la victoria de los a l iados y, p o r cons iguien te , a la l iberac ión de Franc ia" .

404 EL REGRESO

En su dec la rac ión , Gilíes Per rau l t t razó la h i s tor ia de la O r q u e s t a Ro ja y r e s p o n d i ó c o n precis ión y c l a r idad a t o d a s las p r e g u n t a s q u e se le h ic ie ron . El a b o g a d o Matarassso p r o n u n c i ó un d i scurso sól ido , a r g u m e n t a d o y convincente . Y el l e t r ado Soulez, al f inal de su vehe-m e n t e alega'to, h a b l ó del v e r d a d e r o e scánda lo de aque l p r o c e s o :

" M e he p r e g u n t a d o q u é hab ía s ido de todos esos h o m b r e s de l a Ges t apo , he r e f l e x i o n a d o y he b u s c a d o : Roede r , e l s a b u e s o de Hi t ler , q u e se j a c t a b a de h a b e r e n v i a d o al p a t í b u l o a c u a r e n t a resistentes de la O r q u e s t a Roja , es en la ac tua l idad p r i m e r ten iente de a lca lde de Glas shu ten , en el T a u n u s , y está al f r en te de un g a b i n e t e j u r í d i c o flo-reciente . . .

" P i e p e , e l h o m b r e q u e a r r o j a b a a los p e r r o s lo q u e q u e d a b a de los i n t e r roga to r io s . . . m u r i ó hace dos a ñ o s s i endo p res iden te del Ro-tary C l u b de H a m b u r g o . . .

"Re i se r vive en la ac tua l idad c o m o j u b i l a d o en St tu tgar t . . . "Pannwi t z , e l v e r d u g o de Praga , c o b r a u n a p e n s i ó n del g o b i e r n o

y es a p o d e r a d o de u n a banca . Para t odos esos h o m b r e s , en e l f o n d o , l a g u e r r a ya no t iene g ran i m p o r t a n c i a : un p o c o de ceniza q u e m a n -cha sus d e d o s y s o b r e la q u e sop lan . Pensaba en esos h o m b r e s y, lue-go, p e n s a b a e n T r e p p e r . "

No h a b í a t e r m i n a d o todavía e l j u i c i o c u a n d o e l señor Roche t de-j a b a l a j e f a t u r a de l a DST p a r a ser n o m b r a d o p r e f ec to de M e u r t h e -e t -Mose l le . Fue tan casual a q u e l c o n c u r s o de c i rcuns tancias , q u e Marcel l in , a la sazón m i n i s t r o del In t e r io r , se s in t ió o b l i g a d o a prec i -sar en u n a car ta d i r ig ida a l t r i buna l : " P o r supues to , no existe la me-n o r re lac ión en t r e este n o m b r a m i e n t o y el p roceso T r e p p e r : se t rata d e u n a s imple co inc idenc ia . . . " .

Po r supues to . . . Y fue el p re fec to Rochet , y no el d i rec to r de la DST, q u i e n f u e c o n d e n a d o p o r e l t r i buna l . 3

D u r a n t e a lgún t i empo , l a c a m p a ñ a de so l i da r idad no hizo n i n g ú n p r o g r e s o y , en m a r z o de 1973, los Comi té s T r e p p e r de Franc ia , In-g la te r ra , Países Bajos , D i n a m a r c a y Suiza se r e u n i e r o n en L o n d r e s b a j o la p re s idenc ia del señor Schor , del p a r t i d o socialista f rancés .

Ausen te de u n o s deba tes en los q u e se ha l laba e m p e ñ a d o mi ho -n o r , yo p e r m a n e c í a en Varsovia s u m i d o en u n a so l edad to ta l . . . A

3. La lev francesa establece un procedimiento particular para juzgar a un prefecto an te un iri-hunaJ penal. Alegando el hecho de que el señor Rochet habia sido n o m b r a d o prefecto durante la celebración del juicio, el tr ibunal de apelación anuló la sentencia unos meses inás tarde, precisando además que el fiscal de la República debia haberse dirigido a la Sala criminal del Tribunal de Casa-ción en cuanto se p rodu jo (al nombramien to para saber cuál era a partir de entonces la jurisdic-ción competente. El Tribunal de Casación ap robó esta decisión en el mes de enero de 1975, pero designó el Tr ibunal de... Versalles para juzgar de nuevo el litigio.

Mientras tanto, se habian normalizado mis relaciones con las autor idades francesas; de ahi que. en aras de un apaciguamiento, no juzgara opo r tuno recomenzar un proceso ya sentenciado.

EL ÚLTIMO COMBATE 405

pa r t i r del 23 de e n e r o de 1973, seguí en l iber tad , p e r o "v ig i l ada" , es decir , en la s i tuac ión s ingu la r de un p r e s o l ibre. . . en su p r o p i o d o m i -cilio. Po r c o n d u c t o s of ic iosos se me hizo saber q u e en m o d o a l g u n o me ha l laba s o m e t i d o a un con t ro l pol ic íaco, s ino q u e las m e d i d a s a d o p t a d a s n o ten ían o t r o o b j e t o q u e "ga ran t i za r m i s e g u r i d a d " . ¿ Q u i é n , pues , me a m e n a z a b a y pa r a q u i é n const i tu ía yo una a m e n a -za? ¿ Q u é q u e r í a n d e m í ? ¿ Q u é p o d í a n r e p r o c h a r m e ? Po r m u c h a s vuel tas q u e d ie ra a tales p r e g u n t a s en el t r anscurso de los días, no ace r t aba a e n c o n t r a r u n a respues ta a las mismas . C o m p r e n d í a en t o d o caso q u e s i no r eacc ionaba , aque l l a s i tuación se p r o l o n g a r í a sin d u d a has ta e l d ía en q u e e l g o b i e r n o po laco me organizar ía un her -m o s o en t i e r ro con f lores y co ronas . En s ep t i embre de 1973, caí g ra -v e m e n t e e n f e r m o . Después de u n a l l amada te lefónica de Gilíes Pe-r rau l t , en la q u e éste me d i o a e n t e n d e r q u e era prec iso recur r i r a las ú l t imas m e d i d a s , escribí u n a car ta a l comi té central , cuyo texto envié a s i m i s m o a las agencias de p r e n s a :

Me cons ta con a b s o l u t a certeza q u e t o d o c u a n t o d igo p o r t e l é fono es reg i s t rado p o r la pol ic ía po l aca ; de ahí q u e haya de-c id ido revelar p o r p r i m e r a vez y en toda su ve rdad la vida q u e me está rese rvada en Po lon ia .

Estoy vigi lado día y noche . Me acechan p o r d o q u i e r : de sde el p iso e n c i m a del m ío , desde el piso de a b a j o , en la calle. Aca-bo de salir del hosp i t a l , a l q u e se me hab ía c o n d u c i d o c reyendo q u e h a b í a l legado mi ú l t ima ho ra . Los agen te s se ha l l aban asi-m i s m o en e l hosp i ta l , v i g i l á n d o m e y a i s l ándome . Nad ie p u e d e i mag ina r s e la so ledad en q u e vivo. Esto no es una vida, es u n a exis tencia vegetativa. La tens ión nerviosa ha l legado a ser inso-p o r t a b l e . Mi paciencia ha a l canzado su ú l t i m o l ímite. Me h a n p u e s t o a l p ie del p a r e d ó n y sé lo único q u e me q u e d a p o r ha-cer : m o r i r . Pero m o r i r é de pie, c o m o d e b e hace r lo qu i en ha s ido el j e f e de la O r q u e s t a Roja .

De no p r o d u c i r s e n i n g ú n c a m b i o en un plazo de q u i n c e días, in ic iaré u n a hue lga d e h a m b r e q u e só lo t e r m i n a r á c u a n d o salga de Po lon i a o c u a n d o m u e r a .

Al m a t a r m e , real izaré un ac to de h u m a n i d a d pa r a con mi famil ia , a qu i en mi actual s i tuac ión h u n d e en la desdicha . Mi m u j e r y mis h i jos t ienen d e r e c h o a una vida n o r m a l y no a este in f i e rno . Mi existencia es la de un preso . De u n o u o t r o m o d o , voy a salir de esta cárcel.

Unos días más tarde , un f u n c i o n a r i o del Minis te r io del In te r io r y un r e sponsab l e del Minis te r io de San idad v in ie ron a d e c i r m e q u e las

406 EL REGRESO

a u t o r i d a d e s polacas me a u t o r i z a b a n a m a r c h a r m e a L o n d r e s p a r a res tab lecer mi salud.

La p u e r t a de la l iber tad estaba abier ta . . . El 2 de n o v i e m b r e de 1973, l legué a la capi tal inglesa, d o n d e con in tensa e m o c i ó n e n c o n t r é de n u e v o a mi famil ia . La señora W e n d y Mant le , p res iden ta del co-mi té inglés, me dio la b ienven ida . Gracias a t o d o s ellos y al magn í f i co m o v i m i e n t o de so l ida r idad in t e rnac iona l , salía t r i un fan t e del ú l t imo y m á s d o l o r o s o c o m b a t e c o n t r a a q u e l l o s q u e h a b í a n s ido los " m í o s " .

Unas pa l ab ra s t odav ía : per tenezco a u n a g e n e r a c i ó n q u e la his to-r ia ha sacr i f icado. Los h o m b r e s y m u j e r e s q u e , en alas de la i n m e n s a esperanza susci tada p o r la r evo luc ión incipiente , v in ie ron a l c o m u -n i s m o en los fu lgores del o c t u b r e r o j o , no i m a g i n a b a n sin d u d a que , c incuen ta a ñ o s m á s tarde , sólo q u e d a r í a de Len in su c u e r p o e m b a l -s a m a d o de la Plaza Roja . La revo luc ión ha d e g e n e r a d o y n o s o t r o s la h e m o s a c o m p a ñ a d o en su d e r r u m b a m i e n t o .

¡ C ó m o ! ¡Med io siglo después de la t o m a del Palacio de Inv ie rno , hay q u i e n se atreve a h a b l a r todav ía de soc ia l i smo tras las "desviac io-n e s " c u r a d a s con e l ec t rochoques , las pe r secuc iones de los j u d í o s y el este de E u r o p a " n o r m a l i z a d o " gracias a tal s istema de coe rc ión !

¿Es eso lo q u e q u e r í a m o s ? ¿ P a r a esa pe rve rs ión l u c h a m o s y sa-c r i f i camos nues t ra vida en ansias de un m u n d o n u e v o ? Vivíamos en el f u t u r o , y tal f u t u r o , c o m o el p a r a í s o de Jos creyentes, jus t i f icaba nues t ro inc ier to presente . . .

Q u e r í a m o s c a m b i a r a l h o m b r e y h e m o s f r acasado . Este siglo ha e n g e n d r a d o dos m o n s t r u o s , el fasc i smo y el s ta l in ismo, y nues t ro ideal ha n a u f r a g a d o en s e m e j a n t e apocal ips is . La idea abso lu t a , q u e con fe r í a un sen t ido a nues t r a vida, posee un r o s t r o cuyos rasgos no s u p i m o s discerni r . N u e s t r o f racaso nos i m p i d e d a r lecciones a nadie , p e r o c reo q u e s igue s i endo lícito a b r i g a r esperanzas , p o r q u e la h is to-ria posee d e m a s i a d a i m a g i n a c i ó n p a r a repet i rse .

No l a m e n t o la o p c i ó n pol í t ica de mis veinte años , no l a m e n t o los c a m i n o s q u e luego me decidí a seguir . En o t o ñ o de 1973, un j o v e n m e p r e g u n t ó e n D i n a m a r c a d u r a n t e u n a r e u n i ó n púb l i ca : " ¿ N o h a sacr i f icado usted su vida en v a n o ? " . Y le r e s p o n d í : " N o " . No, con u n a c o n d i c i ó n : q u e los h o m b r e s deduzcan la lección q u e pa r a ellos cons t i tuye mi vida de c o m u n i s t a y de r evo luc iona r io , y no e n a j e n e n su p e r s o n a a un p a r t i d o de i f icado . Sé q u e la j u v e n t u d t r i u n f a r á allí d o n d e n o s o t r o s h e m o s f r acasado , sé q u e e l soc ia l i smo t r i u n f a r á v sé a s i m i s m o q u e en tonces e l co lo r de i o s t anques rusos no a h o g a r á las •flores de la p r i m a v e r a de Praga .

1972-1974

A MANERA DE EPÍLOGO.1

PRÓLOGO DE LA EDICIÓN ALEMANA

A mis lectores a l e m a n e s les r u e g o e n c a r e c i d a m e n t e q u e no se li-mi t en a leer la s e g u n d a p a r t e de esta o b r a , la q u e está consag rada a la O r q u e s t a Roja . S i qu i e r en c o m p r e n d e r las razones q u e nos i n d u j e r o n a crear , antes de la s e g u n d a gue r ra m u n d i a l , los g r u p o s de la O r -ques ta Ro ja , t ienen q u e c o n o c e r la vida de q u i e n e s a s u m i m o s la res-p o n s a b i l i d a d de tal c reac ión . Varias veces se me ha p r o p u e s t o escri-b i r tan só ío la h i s tor ia de la O r q u e s t a Ro ja . S i empre me he n e g a d o . P o r q u e si se i g n o r a n los acon t ec imien tos y la Lucha q u e se d i e r o n en las filas del m o v i m i e n t o c o m u n i s t a y se d e s c o n o c e lo q u e lúe la t rage-dia pe r sona l de cada u n o de noso t ro s después de l a p r i m e r a g u e r r a m u n d i a l , resul ta impos ib l e c o m p r e n d e r p o r q u é los siete años q u e d u r ó mi act iv idad a l f r en te de la O r q u e s t a Roja han sido e l p e r í o d o m á s i m p o r t a n t e de mi larga vida.

Per tenezco a la gene rac ión de qu ienes nac ie ron a comienzos de este siglo y que , en consecuenc ia , c o n o c i e r o n de n iños o de ado les -centes la p r i m e r a . g u e r r a m u n d i a l . Aquel la época d e j ó impresas en nues t ro ce reb ro y en nues t ro co razón u n a s huel las p r o f u n d a s . P o c o i m p o r t a b a en tonces q u e v iv iéramos en un país vencedor o en un pa ís venc ido : t o d o s s u f r i m o s la m i s m a t ragedia q u e a b r u m a b a a mi l lones de lamil ias .

L u e g o v in ie ron los a ñ o s q u e m e d i a r o n en t r e las dos g u e r r a s m u n d i a l e s y a n t e n o s o t r o s se alzó un grave p r o b l e m a : ¿ c ó m o iba a evo luc iona r la s i t uac ión? La revo luc ión de o c t u b r e había susc i t ado en mi l lones de p e r s o n a s la esperanza de u n a sociedad nueva en la q u e

I. Incluimos aquí et pró logo que el au tor ha escrito para la edición alemana de su obra , por -que en el mismo nos indica el nuevo r u m b o que ha impreso a su vida después de salir de Polonia. Cuando por fin podía descansar en la libertad que confiere el deber cumplido más allá de cuanto era dable esperar, Leopold Trepper se pone de nuevo al servicio de los desvalidos y sufrientes que, en este caso, son sus compatriotas judíos . No cabía, en verdad, un mejor epílogo para una vida en-tera de servicio. (N. dtl l.)

408 EL G R A t s JUEGO

t odos los h o m b r e s ser ían libres e iguales, en la q u e todas las pe r sonas gozar ían d e u n a existencia h u m a n a .

Pe ro los a c o n t e c i m i e n t o s se c o m p l i c a r o n en E u r o p a , e m p u j a n d o cada vez m á s a sus p u e b l o s hacia u n a s e g u n d a g u e r r a m u n d i a l , cuyo i n m e n s o h o r r o r n a d i e p o d í a ad iv ina r . En A lemania nac ió e l movi-m i e n t o nacionalsocia l i s ta . Desg rac i adamen te , los p u e b l o s ex t ran je -ros no s u p i e r o n ver l a amenaza q u e tal m o v i m i e n t o i m p l i c a b a ; m u -chos se c reye ron en presenc ia de u n a cues t ión p u r a m e n t e a l e m a n a . D e m a s i a d o t a rde se d i e r o n cuen ta de q u e lo q u e se ha l l aba en j u e g o era el de s t i no de E u r o p a e inc luso el des t ino de t oda la h u m a -n idad .

C o m o jud ío , me pa r ec ió ev idente q u e u n a g u e r r a , s i en ella Hit ler resu l taba vencedor , s ignif icar ía e l e x t e r m i n i o b io lóg ico del p u e b l o j u d í o . C o n la m a y o r p r e o c u p a c i ó n o b s e r v é en tonces de cerca la cre-ciente p u j a n z a del p a r t i d o nacionalsocia l is ta . P o c o después de la p u -bl icación del Mein Kampf de Hi t ler , leí esta b ibl ia del m o v i m i e n t o na-zi. O t r o s se e c h a r o n tan só lo a reír, p e r o pa r a mí cons t i t uyó u n a señal d e a l a r m a .

A m e n u d o me he f o r m u l a d o u n a p r e g u n t a : ¿ e r a pos ib le evi tar l a s egunda g u e r r a m u n d i a l ? Mi respues ta s i e m p r e ha s ido : sí. Antes de q u e Hi t ler a lcanzara e l p o d e r en 1933, la mayor í a del p u e b l o a l e m á n —independ ien t emen te de la ex t racc ión social y del p a r t i d o po l í t i co de cada c iudadano— se o p o n í a a la ideo log ía y a la pol í t ica p recon izadas p o r los nazis. Desg rac i adamen te , los pa r t i dos y los g r u p o s ant inazis h a b l a b a n u n o s l engua je s tan dis t in tos q u e no p u d i e r o n cons t i tu i r un f r en t e p o d e r o s o , capaz de i m p e d i r l a co n q u i s t a del p o d e r p o r par te de Hi t ler . Y, m ien t r a s t an to , los g o b i e r n o s de las g r a n d e s po tenc ias —tanto Ing la te r ra o la U n i ó n Soviética, c o m o Francia o los Estados Unidos— t r a t a b a n de l legar a un c o m p r o m i s o con Hi t l e r y se mecían en t a i lus ión de t r a n s f o r m a r a l d e m o n i o en ángel , p r o c u r a n d o q u e éste e s t a m p a r a su f i rma a l p ie de u n o s t r a t ados de paz q u e , p a r a e l f ü h r e r —como m u y p r o n t o t o d o s "iban a constatar—, no e r a n m á s q u e u n o s pape les m o j a d o s .

C o n f r ecuenc ia se ha a f i r m a d o , y sigue a f i r m á n d o s e todavía , q u e en c u a n t o Hi t l e r l legó a l p o d e r , la to t a l idad del p u e b l o a l e m á n se a g r u p ó a su a l r e d e d o r . P e r o esto es a b s o l u t a m e n t e lálso. Desde 1933 hasta e l inicio de la g u e r r a , los c a m p o s de c o n c e n t r a c i ó n c r eados p o r los nazis se l l ena ron tan só lo de a l emanes , cuyo ún ico c r i men consis-tía en ser adversa r ios de l r ég imen nazi. Los g o b i e r n o s de los d e m á s Estados h u h i e r a n d e b i d o darse c u e n t a y c o m p r e n d e r p o r f in las con-secuencias q u e e n t r a ñ a r í a l a conqu i s t a p o r Hi t le r de t o d o e l país ale-m á n .

T r a s la f i rma de var ios t r a t ados q u e Je a s e g u r a b a n la no in terven-

A m a n e r a d e e p í l o g o 409

ción de las g r a n d e s potencias , Hi t le r p u d o lanzarse con t r a los p e q u e -ños países q u e las g r a n d e s po tenc ias a b a n d o n a r o n v e r g o n z o s a m e n t e : Austr ia , los del sur y Checos lovaquia . Después v ino la ca ída de Po lo -nia, de Bélgica, de H o l a n d a , de Francia, de D i n a m a r c a y de N o r u e g a . V s e g u i d a m e n t e la p r e p a r a c i ó n de la conqu i s t a de Ing la te r ra . La pes-te p a r d a se hab ía e x t e n d i d o s o b r e más de cien mi l lones de h o m b r e s . Los p u e b l o s d e s p e r t a r o n de su m o d o r r a y c o m p r e n d i e r o n f inalmente que , en aque l l a gue r r a , se d i r imía u n a cues t ión de vida o m u e r t e . Después de la ag res ión h i t l e r iana con t ra la U n i ó n Soviética, el go-b i e rno de ésta ú l t ima se u n i ó a la coal ic ión ant i fascis ta .

Cristalizó en tonces pa r a t o d o s los m o v i m i e n t o s de resistencia un c o m e t i d o p r inc ipa l : p o r t odos los med ios a su a lcance d e b í a n a p o y a r a los e jérc i tos de la coal ición antifascista y, si su lucha deb ía verse co-r o n a d a p o r e l éxito, ésta tenía q u e ex tende r se m á s allá de las f ron t e -ras nac iona les .

La s e g u n d a g u e r r a m u n d i a l y las victorias iniciales de los e jérci tos h i t l e r ianos e n t o r p e c i e r o n c o n s i d e r a b l e m e n t e e l c o m b a t e en q u e se ha l l aba e m p e ñ a d a la resistencia a l e m a n a : l a mayor í a a b r u m a d o r a del p u e b l o a l e m á n , d e s l u m b r a d a p o r los éxi tos evidentes de Hi t le r , parecía h ipno t i zada . Desde el p u n t o de vista m o r a l , la lucha de la re-sistencia a l e m a n a no e ra tan sólo más a r r i e sgada , s ino t a m b i é n más penosa q u e la lucha l ib rada en los países c o n q u i s t a d o s p o r las nazis. En Alemania , e ran u n o s a l emanes los q u e se e n í r e n t a b a n con o t ro s a l emanes . V ú n i c a m e n t e el pa t r io t a a l e m á n q u e c o m p r e n d í a q u e el v e r d a d e r o e n e m i g o se ha l l aba en su p r o p i o país , p o d í a conver t i rse en un c o m b a t i e n t e de la resistencia. Un f rancés o un po laco , un j u d í o o un yugos lavo , no se sentía para l izado p o r n i n g ú n e s c r ú p u l o de con-ciencia : su ob l igac ión consist ía en l iberar a su p u e b l o y a su Es t ado del yugo del e n e m i g o y, si era prec iso , d e b í a llegar incluso al sacrifi-cio de su p r o p i a vida. La m i s m a idea mot r iz a n i m a b a a t odos los g ru -pos de res is tencia : p a r a l iberar a los p u e b l o s de la peste p a r d a , los e jérc i tos h i t l e r i anos tenían q u e ser vencidos en e l c a m p o de batal la .

N u n c a he c o n s i d e r a d o corno una act ividad de e sp iona j e e l t raba-jo rea l izado p o r los servicios de i n f o r m a c i ó n mil i tar de la coal ic ión antifascista. Nues t ro s c o m e t i d o s e r a n f u n d a m e n t a l n i e m t e dis t in tos de los q u e persegu ía e l e sp iona je d u r a n t e la p r i m e r a g u e r r a m u n d i a l o en t i e m p o de paz. N o s o t r o s cons t i tu íamos la l ínea avanzada , secre-ta, de la resistencia a r m a d a , u n a resistencia s ecundada p o r la c o l a b o -ración activa de miles y miles de c o m b a t i e n t e s con t r a el nazismo, q u e se c o n t a b a n e n t r e los m á s leales y más sacr i f icados de todos . N u e s t r o ob je t ivo consist ía en p res ta r la m á x i m a ayuda a ios s o l d a d o s del lí en-te pa ra q u e pus i e r an fin a la gue r r a en el p lazo más breve y c o n las

410 EL GRAts J U E G O

m e n o s víct imas posibles, y esto a s i m i s m o p o r lo q u e a t añ ía a l c a m p o a l e m á n .

C r e o f u n d a m e n t a l m e n t e e r r ó n e a l a concepc ión q u e p o d e m o s re-s u m i r así: "El g r u p o de resistencia, sí; e l servicio de i n f o r m a c i ó n , n o " . Y, de sg rac i adamen te , he de cons t a t a r q u e este p u n t o de vista pervive a ú n en ciertos círculos, s o b r e t o d o en la Repúbl ica Federal A lemana , b a j o la f o r m a : " ¿ E l servicio de i n f o r m a c i ó n : ' C o n f o r m e , s i es p a r a las po tenc ias occ iden ta les ; p e r o en n i n g ú n caso si es pa ra el e s t ado m a y o r genera l del e j é rc i to sovié t ico" .

Sin encarecer su valor , p o d e m o s decir , no obs tan te , q u e los g ru -pos de la O r q u e s t a Roja c o n t r i b u y e r o n p o d e r o s a m e n t e a la victoria de la coal ic ión antifascista. Pero sería r id ícu lo y v a n i d o s o p r e t e n d e r q u e sin la O r q u e s t a Roja Hi t le r h u b i e r a g a n a d o la gue r r a .

La O r q u e s t a Roja fue c reada an tes de la gue r r a con el ún ico de-s ignio de c o m b a t i r el naz ismo. Su c o m e t i d o t e r m i n ó con el tin de la gue r r a . La O r q u e s t a Roja no fue u n a o rgan izac ión o u n a red de agen tes r e t r i b u i d o s ; en un n o v e n t a y c inco p o r c ien to es tuvo f o r m a d a p o r p e r s o n a s q u e carecían de toda f o r m a c i ó n de agen te p ro fes iona l y q u e n o f o r m a b a n pa r t e d e n i n g ú n servicio d e i n f o r m a c i ó n . L o mis-mo q u e en Franc ia , Bélgica y H o l a n d a , los g r u p o s a l e m a n e s e s t aban cons t i tu idos p o r h o m b r e s y m u j e r e s q u e rea l izaron su t r a b a j o en el servicio de i n f o r m a c i ó n mi l i ta r p o r razones p u r a m e n t e idealistas y p r o f u n d a convicc ión p e r s o n a l . De en t r e t odos los g r u p o s de l a O r -ques ta Roja, e l q u e d e s e m p e ñ ó e l pape l más i m p o r t a n t e en e l c o n -j u n t o de su actividad f u e e l g r u p o ber l inés , d i r i g ido p o r Schulze-Boysen y Arvid Ha rnack .

Este l ibro , cons t i tu ido en rea l idad p o r las m e m o r i a s de t oda mi vida, no pod ía t e r m i n a r con el fin de mi act ividad en e l servicio de in-f o r m a c i ó n mil i tar . Tras él, v in ie ron t re in ta años , t re in ta a ñ o s de pos-gue r r a , los m á s trágicos de mi vida. Es prec iso c o n o c e r a s i m i s m o esta p a r t e de mi existencia pa ra c o m p r e n d e r las razones p o r las cuales un h o m b r e , q u e se m a r c h ó a Palest ina en 1924 y q u e d u r a n t e varias de-cenas de años fue un c o m u n i s t a cabal , a h o r a t o m a de nuevo e l cami-no de Israel pa r a e n c o n t r a r allí f i n a l m e n t e su v e r d a d e r a pat r ia .

C o n este l ib ro he q u e r i d o d a r c ima a s imi smo a u n a i m p o r t a n t e l a b o r : escribir la verdad acerca de mis c o l a b o r a d o r e s , t a n t o los q u e m u r i e r o n c o m o los q u e l o g r a r o n sobrevivir a la g u e r r a . N i n g u n o de n o s o t r o s a n d u v o en busca de g lor ia a l g u n a en nues t ro c o m b a t e , n in -g u n o de n o s o t r o s rec lama hoy día n i f lores n i c o r o n a s . Sólo q u e r e -m o s justicia y el r e c o n o c i m i e n t o de las acc iones q u e l levamos a cabo , a l u n í s o n o de los mil lones de h o m b r e s q u e cons t i t uye ron e l e jé rc i to de los comba t i en tes , pa ra ayuda r lo s y pa ra a lcanzar j u n t o s la victoria lina!.

A MANERA DE EPÍLOGO 411

Fue la G e s t a p o la q u e nos baut izó con e l n o m b r e de " O r q u e s t a R o j a " . H e m o s a d o p t a d o este n o m b r e c o m o u n t e s t imon io d e h o n o r . P o r q u e " r o j a " era l a sangre q u e ver t i e ron qu ienes c o m p a r t i e r o n nues t r a lucha.

L E O P O L D TREPPER

Julio de 197b

DOCUMENTOS ANEXOS

Anexo 1

LISTAS

Desde que llegué a Europa occidental en o toño de 1973, mi principal preocupación al redactar mis recuerdos fue averiguar lo que había sido de mis camaradas de la Orquesta Roja. Para ello rehíce el camino que antes ha-bía seguido mi amigo Gilíes Perrault, quien asi logró conocer el paradero fi-nal de numerosos compañeros míos y fue el p r imero que puso en claro el pa-pel desempeñado por la siniestra fortaleza de Breendonk, en Bélgica, en la que fueron encarcelados Hersch y Mira Sokol. Gracias a las autoridades bel-gas, p u d e proseguir.estas pesquisas con la ayuda de mis amigos Jacques y Sa-rah Goldberg. La Dirección de Investigaciones en el ministerio belga de Sa-lud Pública y la administración del Monumen to a los muer tos de Breendonk, ant igua prisión de la Gestapo, me abr ieron sus archivos.

Así fue como pude confeccionar estas listas, todavía incompletas, y esta-blecer un pr imer balance que sin duda no es definitivo.

Veintisiete miembros de la Orquesta Roja pasaron por la prisión que la Gestapo había dispuesto en el fuerte de Breendonk.

Veinticuatro miembros de Ja Orquesta Roja fueron fusilados o decapita-dos.

Seis miembros de la Orquesta Roja fueron fusilados en una lecha y un lu-gar desconocidos.

Tres miembros de la Orquesta Roja se suicidaron. .Quince miembros de la Orquesta Roja mur ie ron depor tados . En total, cuarenta y ocho miembros de la Orques ta Roja, detenidos en

Francia y en Bélgica, murieron duran te la guerra. Veintinueve detenidos sobrevivieron.

C O N D E N A D O S A MUERTE, DECAPITADOS Y FUSILADOS

ARNOULÜ, Rita, detenida el 13 de diciembre de 1941 en la calle de los Atrébates, encerrada en la prisión Saint-Gilles, luego en la prisión de Moabit en Berlín, condenada a muerte en abril de 1943, ejecutada el 20 de agosto de 1943 en Plótzensee.

BEUBLET, Maurice, detenido el 4 de diciembre de 1942 en Bruselas, ence-r rado en la prisión Saint-Gilles hasta el 12 de febrero de 1943, luego en Breendonk (n.° 1165) y en la prisión de Moabit hasta jul io de 1943, ejecutado el 28 de jul io de 1943 en Plótzensee, declarado pris ionero político a título pos tumo el 27 de marzo de 1950.

BREYER, Roben , detenido el 25 de noviembre de 1942 en París , 'encerrado en la prisión de Fresnes, condenado a muer te en marzo de 1943, clecapitado en Plótzensee el 28 de ja l io de 1943.

416 EL GRA t s J U E G O

COINTE, Suzanne, detenida el 19 de noviembre de 1942, condenada a muer te en marzo de 1943, decapi tada en Plótzensee en ju l io de 1943.

CORBIN, Alfred, detenido el 19 de noviembre de 1942, c o n d e n a d o a muer te el 8 de marzo de 1943, decapi tado en Plótzensee el 28 de ju l io de 1 9 4 3 .

DRAILLY, Nazarin, detenido en Bruselas el 6 de Enero de 1943, encarcela-do en Breendonk (n.° 977) hasta el 18 de abril de 1943, c o n d e n a d o a muer te el 16 de inarzo de 1943 en Breendonk, decapi tado en Plótzensee el 28 de ju l io de 1943, declarado pr is ionero político a título pos tumo el 6 de lebrero de 1 9 5 1 .

GOLDENBERG, Joseph , de ten ido a pr incipos de 1942, ence r r ado en la pri-sión de Breendonk desde sep t iembre de 1942 hasta marzo de 1943 (PA n.ü

14, n.° 557), mue r to en Breendonk después de un in ter rogator io , i n h u m a d o en el cementer io de Ixelles el 13 de abril de 1943. Nunca per teneció a la Or-questa Roja, pero la Gestapo estaba convencida de lo contrar io .

GRIOTTO, Medardo , detenido en dic iembre de 1942, c o n d e n a d o a muer te en marzo de 1943, decapi tado el 28 de jul io de 1943 en Plótzensee.

GROSSVOGEL-PESANT, Jeanne , detenida el 25 de noviembre de 1942 en Bruselas, in ternada en Breendonk (n.° 1133) y luego en Moabi t , decapi tada en Ber l ín -Char lo t tenburg el 6 de ju l io de 1944, declarada pr is ionera política a t í tulo p o s t u m o el 26 de oc tubre de 1949.

HILBOLLING, Jacob , de tenido el I 7 de agos to de 1942 en Amsterdam, in-t e rnado en Breendonk (n.° 408, PA 214), e jecutado en 1943 (según las listas del fuerte de Breendonk, el preso n.° 214 fue e jecutado el 24 de enero de 1 9 4 3 ) .

IZBUTSKI, H e r m a n n , detenido el 13 de agos to de 1942 en Bruselas, encar-celado en Breendonk, decapi tado en Ber l ín -Char lo t tenburg el 6 de ju l io de 1944.

JEUSSEUR, Jean , detenido en oc tub re de 1942, encarcelado y fusi lado en Breendonk.

KAMY, David (Desrnets, Danílov), de tenido el 13 de dic iembre de 1941 en la calle de los Atrébates de Bruselas, encarcelado en Breendonk, c o n d e n a d o a muer te el 18 de febrero de 1943, fusi lado el 30 de abril de J943 en Breen-donk (n.° 803).

KRUYT, Williain, detenido en ju l io de 1942, encarcelado en Breendonk (n.° 368), fusilado inmedia tamente después en Breendonk.

PAURIOL, Fernand, detenido en París en agosto de 1943, c o n d e n a d o a muer te el 19 de enero de 1944, fus i lado en Fresnes el 12 de agosto de 1944.

PEPPER, Maurice, de tenido en agosto de 1942 en Bruselas, encarcelado en Breendonk, fusi lado el 24 de Febrero de 1944.

PODSIALDO, J o h a n n , detenido en enero de 1943, c o n d e n a d o a muer te el 15 de inarzo de 1943, decapi tado el 28 de ju l io de 1943 en Plótzensee.

SESEE, Auguste, detenido el 28 de agosto de 1942 Bruselas, c o n d e n a d o a muer te en Breendonk en abri l de 1943, fusi lado en enero de 1944 en Berlín, dec larado pr is ionero político a t í tulo pos tumo el 16 de sept iembre de 1949.

D O C U M E N T O S A N E X O S 417

SOKOL, Hersch, de tenido el 9 de j u n i o de 1942 en Maisons-Lafht te , en-carcelado en Breendonk {n.° 546), asesinado duran te una sesión de tor tura en enero de 1943; para ocul tar esta muer te , los a lemanes en te r ra ron el cadá-ver en el Tiro Nacional de Bruselas con la mención " fus i l ado" .

SOKOL, Mira, de tenida el 9 de j u n i o de 1942 en Maisons-Laflit te, encarce-lada en Breendonk, t ransferida a Alemania en abril de 1943, muer ta a conse-cuencia de las tor turas.

SPAAK, Suzanne, detenida en nov iembre de 1943 en Bélgica, condenada a muer te en enero de 1944, fusilada en su celda de Fresnes el 12 de agosto de 1944.

SPRJNGER-VELAERTS, Flore, de tenida el 19 de dic iembre de 1942 en Lyon, decapi tada en ju l io de 1943 en Berlín.

VOELKNER, Kaeth'e, detenida en París el 31 de enero de 1943, condenada a muer te el 15 de marzo de 1943, decapi tada en ju l io de 1943 en Plótzensee.

WINTERINK, Antón, de tenido el 16 de sep t iembre de 1942 en Amsterdam, encarcelado en Breendonk desde el 18 de noviembre de 1942 (n.° 409, 1806), fusilado en el Ti ro Nacional de Bruselas el 6 de jul io de 1944, t umba indivi-dual n.° 312; hilera II.

FECHA Y LUGAR DE EJECUCIÓN DESCONOCIDOS

GROSSVOGEL, Léo, de tenido el 16 de dic iembre de 1942 en Bruselas, con-d e n a d o a muer te en mayo de 1944, dec larado pr is ionero político a título pos tumo el 21 de d ic iembre de 1951 (sumar io n.° 9465).

KATZ, Hillel, de tenido el 2 de d ic iembre de 1942, desaparecido en no-viembre de 1943.

MAKSÍMOVICH, Anna , detenida en d ic iembre de 1942. MAKSÍMOVICH, Vasili, de tenido el 16 de dic iembre de 1942. PHETER, Simone, detenida en d ic iembre de 1942. ROBINSON, Henry, de tenido el 12 de dic iembre de 1942.

SUICIDADOS

GIRAUD, Pierre, de tenido en d ic iembre de 1942 en París, se suicidó en Fresnes a comienzos de 1943.

POZNANSKA, Sophie, detenida el 13 de diciembre de 1941 en Bruselas, se suicidó el 28 de sep t iembre de 1942 en la p r i s ión Saint-Gilies de Bruselas.

SPRINGER, Isidore, de ten ido el 19 de dic iembre de 1942 en Lyon, se suici-dó el 24 de d ic iembre de 1942 en Fresnes.

418 EL GRA ts J U E G O

M U E R T O S DURANTE SU DEPORTACIÓN

CORB\N, Maria, esposa de Alfred Corbin, detenida el 26 de noviembre de 1942, muerta en Ravensbrück.

CLAIS, Joséphine (hermana de Germaine Schneider), encarcelada en Breendonk (1160, PA 169) desde el 16 de abril de 1943 hasta el 12 de febrero de 1944, deportada a Ravensbrück el 3 de marzo de 1944, íallecida a princi-pios de 1945, declarada prisionera política el 3 de agosto de 1960.

CLAIS, Renée, encarcelado en Breendonk, luego en Moabit hasta el 1 de octubre de 1943, condenado a cinco años de trabajos forzados, deportado a Ravensbrück el 24 de enero de 1945, fallecido en Mauthausen el 10 de marzo de 1945, declarado prisionero político el 3 de agosto de 1960.

DE RYCK, Henri, detenido el 25 de noviembre de 1942 en Bruselas, muer-to en Mauthausen.

DRAILLY, Charles, detenido el 25 de noviembre de 1942, deportado a Mauthausen y Buchenwald, Nacht und Nebel * fallecido en Vaihingen el 4 de enero de 1945, declarado prisionero político el 31 de marzo de 1949.

EHRLICH, Modeste, detenida en la noche del 1 al 2 de septiembre de 1942, lecha y lugar de su muerte desconocidos.

HILBOLLING, Henr ika (VOOCT de nacimiento), detenida el 19 de agosto de 1942 en Amsterdam. Paradero desconocido.

HUMBERT-LAROCHE, Arlette, detenida en diciembre de 1942, deportada a Ravensbrück, muerta poco antes de Ja liberación.

KATZ, Joseph, detenido en diciembre de 1942 en Lyon, muerto durante su deportación, fecha y lugar desconocidos.

LEGRAND, Claire (esposa de Jules Jaspar), detenida el 30 de noviembre de 1942 en Marsella, deportada a Ravensbrück y Auschwitz en enero de 1944, muerta en la cámara de gas en noviembre de 1944, declarada prisionera polí-tica el 23 de marzo de 1949.

MARIVET, Marguerite, detenida en noviembre de 1942 en Marsella, muer-ta durante su deportación, fecha y lugar desconocidos.

RAUCH, Henri, detenido el 28 de diciembre de 1942 en Bélgica, muerto en Mauthausen el 8 de enero de 1944, Nacht und Nebel, declarado prisionero político el 11 de septiembre de 1950.

SCHNEIDER, Germaine, detenida el 31 de enero de 1943 en París, conde-nada a muerte en marzo de 1943, indultada gracias a un acuerdo concertado entre las autoridades suizas y las alemanas acerca de los subditos suizos con-denados a muerte, encarcelada en Fresnes hasta el 19 de abril de 1943, luego en Moab i t hasta el 30 de noviembre de 1944, fallecida en noviembre de 1945 en el hospital de Zürich, declarada prisionera política el 8 de mayo de 1955.

SCHREIBER, Jescheskel, detenido en diciembre de 1942, muerto durante su deportación, fecha y lugar desconocidos.

THEVENET, Louis, detenido el 25 de noviembre de 1942 en Bruselas, en-

• c r . s u p r a p. 237.

D O C U M E N T O S A N E X O S 419

carcelado en Breendonk, deporcado a Sachsenhausen, Nacht und Nebel, falle-cido pocos días después de su liberación en el hospital de Brème.

SUPERVIVIENTES

BARCZA, Margarete, detenida el 12 de noviembre de 1942, deportada has-ta el II de mayo de 1945.

CHRISTEN, Robert, detenido el 25 de noviembre de 1942 en Bruselas, Sacht und Nebel, deportado a Mauthausen, declarado prisionero político el iíü de abril de 1949.

CORBIN, Denise, detenida el 25 de noviembre de 1942, encarcelada en Fresnes, libertada en mayo de 1943.

CORBIN, Robert, detenido el 25 de noviembre de 1942, deportado a Mauthausen.

DRAILLY, Germaine, detenida el 25 de noviembre de 1942 en Bruselas, en-carcelada en la prisión Saint-Gilles hasta el 18 de abril de 1943 y luego en Moabit, deportada a Ravensbniick, Schönfeld y Orianenburg, condenada a muerte el 13 de marzo de 1945, evadida durante un bombardeo, participa en la "caminata de la muerte", declarada prisionera política (Acta n.u 18232, decisión del 10 de junio de 1948).

DRAILLY, Solange, detenida el 6 de diciembre de 1942, rehén en Saint-Gilles hasta el 16 de abril de 1943, declarada prisionera política el 12 de abril de 1 9 5 0 .

EFRÉMOV, Konstantin, detenido en julio de 1942, traicionó sin que lo hu-bieran torturado.

GOLDBERG, Sarah (Lily), detenida el 4 de junio de 1943, deportada a Auschwitz el 4 de agosto de 1943, participa en la "caminata de la muerte".

HOORICKX, Guillaume, detenido el 28 de diciembre de 1942, encarcelado en Breendonk, deportado a Mauthausen el 28 de abril de 1943, declarado re-sistente civil el 5 de septiembre del 1957.

JASPAR, Jules, detenido el 30 de noviembre de 1942 en Marsella, encarce-lado en la prisión Saint-Pierre hasta el 2 de diciembre de 1942, luego en Fresnes hasta el 17 de abril de 1943, deportado a Mauthausen hasta ei 19 de junio de 1945, Nacht und Nebel, declarado prisionero político el 2 de abril de 1948 y resistente civil el 7 de marzo de 1957.

KAINZ, Ludwig, detenido en diciembre de 1942, condenado a tres años de cárcel.

KELLER, Vladimir, detenido en París el 19 de noviembre de 1942, conde-nado en marzo de 1943 a tres años de cárcel.

LUSTBADER, Marcus, detenido en Bruselas el 25 de agosto de 1942, encar-celado en Breendonk hasta el 11 de abril de 1943 (n.u 425), deportado a Auschwitz y Buchenwald, declarado prisionero político el 16 de marzo de 1949. No pertenecía a la Orquesta Roja.

L Y O N - S M I T H , A n t o n i a .

420 EL GRA ts J U E G O

MAKÁROV, Mijaíl (Álamo), detenido el 13 de diciembre de 1941 en Bruse-las, encarcelado en Breendonk, condenado a muerte en marzo de 1943, no fue ejecutado.

MAY, señora, detenida el 15 de octubre de 1943, condenada a muerte en mayo de 1944, indultada.

PARREND, señora, detenida en octubre de 1943, deportada. PASSELECQ, Jean, detenido el 25 de noviembre de 1942, encerrado en la

prisión Saint-Gilles hasta el 17 de abril de 1943, estuvo en seis prisiones y en diez campos de concentración, declarado prisionero político el 15 de diciem-bre de 1947.

PONSAINT, Jeanne, detenida el 11 de diciembre de 1942, encarcelada en Saint-Gilles hasta el 18 de abril de 1943, Ñachi und Nebel, deportada a Ra-vensbrück el 24 de abril de 1943, luego a Mauthausen el 7 de marzo de 1945, libertada el 24 de abril de 1945 (según documentos alemanes), declarada pri-sionera política el 15 de diciembre de 1947.

Q U E V R I E , s e ñ o r .

RAICHMANN, Abraham, detenido el 2 de septiembre de 1942, traicionó después de ser torturado en Breendonk (n.° 479).

SCHNEIDER, Franz, detenido en octubre de 1942 en Bruselas, encarcelado en Saint-Gilles hasta el. 20 de abril de 1943, condenado a muerte en Breen-donk en marzo de 1943, recorrió siete cárceles en Alemania, indultado en su calidad de ciudadano suiio.

SCHUMACHER, Otro, "ch ivato" de la Gestapo, infiltrado en la Orquesta Roja de Bruselas.

SEGHERS, Henri, detenido en Bruselas el 24 de noviembre de 1942, depor-tado a Breendonk (n.° 814), Mauthausen el 27 de abril de 1943 y Dachau el 30 de octubre de 1944, Ñachi und Nebel, declarado prisionero político el 31 de marzo de 1948.

SUKÚLOV (Kent), detenido el 12 de noviembre de 1942 en Marsella. TREPPER, Leopold (Otto), detenido el 24 de noviembre de 1942, evadido

el 13 de septiembre de 1943. VRANCKX, Marcel, detenido el 13 de diciembre de 1941, condenado a cin-

co años de cárcel en febrero de 1943 por espionaje, encarcelado en Berlín desde 1943 hasta 1945, libertado el 27 de abril de 1945, declarado prisionero político el 15 de octubre de 1948. Nunca perteneció a la Orquesta Roja.

WINTER, Geòrgie de, detenida el 19 de octubre de 1943, internada en las prisiones de Fresnes, Karlsruhe, Frankfurt, Leipzig, campo de concentración de Ravensbrück y Berlín, participó en la "caminata de la muerte".

Una de las dos hermanas de Saint-Germain (apellido desconocido).

Unas treinta personas buscadas por la Gestapo lograron sustraerse a la detención. Entre ellas:

C l a u d e SPAAK, V e r a ACKERMANN, J u l i e t t e M O U S S I E R , D O W , L u c i e G I R A U D ,

Aleks LESOVOY, cinco pianistas españoles, nueve miembros del g rupo holán-

D O C U M E N T O S A N E X O S 421

des, MICHEL, agente de enlace con el partido comunista Iranees, Yvonne KUENTSLUNGER.

Seis personas de la familia de Suzanne Spaak fueron detenidas en Bélgica:

LORCE, Angéle, detenida el 7 de noviembre de 1943. MASSON, Jean, detenido el 31 de octubre de 1943, libertado el 14 de mayo

de 1 9 4 4 .

MASSON, Paul, detenido el 3 I de octubre de 1943, libertado el 14 de mayo de 1944.

SPAAK, Lucie, detenida el 31 de octubre de 1943, libertada el 14 de mayo CIÉ 1 9 4 4 .

SPAAK, Madeleine, detenida el 31 de octubre de 1943, libertada el 14 de mayo de 1944.

VERBOREN, Marie-Thérése, detenida el 6 de noviembre de 1943, libertada el 3 de mayo de J 9 4 4 .

G R U P O ALEMÁN

Desde el 31 de agosto de 1942 hasta comienzos de 1943 fueron detenidas jnas ciento treinta personas y un g r upo de veintiocho resistentes de la juven-tud judía, d i r ig ido po r Herbert Baum, que estaba relacionado con el g r upo Schulze-Boysen.

Cuarenta y nueve miembros del g r upo Schulze-Boysen lueron ejecuta-dos, amén de los veintiocho miembros del g r u p o Herbert Bauin.

Entre las personas detenidas, siete fueron ya "a ses inadas " en el curso de la instrucción de su sumar io y otras siete fueron transferidas a diversos cam-po s de concentración. M á s de veinticinco fueron condenadas a penas que su-maban más de ciento treinta años de trabajos forzados, mientras otras cinco se vieron sentenciadas en total a cuarenta años de cárcel. A siete antifascistas les fue aplicada una morator ia por hallarse en el frente.

SCHULZE-BOYSEN, Ha r ro , detenido el 31 de agosto de 1942 en Berlín, ahorcado el 22 de diciembre de 1942 en Plótzensee.

SCHULZE-BOYSEN, Libertas (HAAS-HEYE de nacimiento), detenida el 3 de septiembre de 1942 en Berlín, decapitada el 22 de diciembre de 1942 en Plót-zensee.

HARNACK, Arvid, detenido el 7 de septiembre de 1942 en Preii (Prusia oriental), ahorcado el 22 de diciembre de 1942 en Plótzensee.

HARNACK, M i ld red (FISH de nacimiento), detenida el 7 de diciembre de 1942 en Preíl (Prusia oriental), decapitada el 16 de febrero en Plótzensee.

S i Ec . Johann, detenido en Berlín el 11 de octubre de 1942, se suicidó el 15 de octubre de 1942 en el edificio de la Gestapo de la Prinz-Albrecht-Strasse de Berl ín después de ser torturado.

GUDDORF, Wilhelm, detenido el 10 de octubre de 1942, decapitado en Plótzensee el 13 de mayo de 1943.

422 EL GRA ts J U E G O

BEHRENS, Kari, detenido el 16 de septiembre de 1942 en su unidad que se hallaba en el frente del este, decapitado en Plótzensee el 13 de mavo de 1943.

BERKOWITZ, Liane, detenida en Berlín en septiembre de 1942, decapitada el 5 de agosto de 1943.

BÓHME, Kari, detenido el 16 de septiembre de 1942, atrozmente tortura-do y luego ejecutado en la pris ión preventiva de Hal le el 29 de octubre de 1 9 4 3 .

BONTJES VAN BEEK, Cato, detenido en Berlín el 20 de septiembre de 1942, ejecutado en Plótzensee el 3 de agosto de 1943.

BROCKDORFF, Erica von, detenida en Berlín el 16 de septiembre de 1942, decapitada el 13 de mayo de 1943 en Plótzensee.

BUCH, Eva-Mar ia, detenida el 10 de octubre de 1942, decapitada en Plót-zensee el 5 de agosto de 1943.

COPPI, Hans, detenido en Berlín el 12 de septiembre de 1942, ahorcado en Plótzensee el 22 de diciembre de 1942.

COPPI, Hi lde, detenida en Berlín el 12 de septiembre de 1942, decapitada el 5 de agosto de 1943 en Plótzensee.

EIFLER, Erna, detenida a mediados de octubre de 1942, asesinada por la Gestapo a finales de 1942 o comienzos de 1943.

FELLENDORF, Wi lhelm, detenido el 28 de octubre de 1942, torturado, ase-sinado a finales de 1942 o comienzos de 1943 por la Gestapo.

FELLENDORF, Katharina, madre de W i lhe lm Fellendorf, detenida a media-dos de octubre, ejecutada en Plótzensee en marzo de 1944.

GEHRTS, Erwin, detenido en Berlín el 10 de octubre de 1942, ejecutado en Plótzensee el 10 de febrero de 1943.

GOETZE, Ursula, detenida en Berlín en septiembre de 1942, decapitada en Plótzensee el 5 de agosto de 1943.

GOLLNOW, Herbert, detenido en otoño de 1942, fusilado en Berlín-Tegel en febrero de 1943.

GRASSE, Herbert, detenido el 23 de octubre de 1942, se suicidó el 24 de octubre cuando era conducido al presidium de la policía berlinesa para ser sometido a un interrogatorio.

GRAUDENZ, Johann, detenido el 12 de septiembre de 1942, ahorcado en Plótzensee el 22 de diciembre de 1942.

HEILMANN, Horst, detenido en Berlín a comienzos de septiembre de 1942, ahorcado en Plótzensee el 22 de diciembre de 1942.

HIMPEL, Helmut, detenido en Berlín el 17 de septiembre de 1942, ejecu-tado en Plótzensee el 13 de mayo de 1943.

HÓSSLER, Albert, detenido en Berlín a finales de septiembre de 1942, ase-sinado por la Gestapo a finales de 1942.

HÜBNER, Emil, detenido el 18 de octubre de 1942, ejecutado*en Plótzen-see el 5 de agosto de 1943.

HUSEMANN, Walter, detenido en Berlín el 19 de septiembre de 1942, eje-cutado en Plótzensee el 13 de mayo de 1943.

IMME, Else, detenida en octubre de 1942, decapitada en Plótzensee el 5 de

D O C U M E N T O S A N E X O S 423

agosto de 1943. KRAUSS, Anna, detenida en Berlín el 14 de septiembre de 1942, decapita-

da en Plötzensee el 5 de agosto de 1943. KÜCHENMEISTER, Walter, detenido el 16 de septiembre de 1942, ejecutado

en Plötzensee el 13 de mayo de 1943. KUCKHOFF, Adam, detenido en Berlín en septiembre de 1942, ejecutado

en Plötzensee el 5 de agosto de 1943. KUMMEROW, Hansheinrich, detenido en noviembre de 1942, ejecutado en

la pris ión preventiva de Halle el 4 de febrero de 1944. KUMMEROW, Ingeborg, detenida en noviembre de 1942, ejecutada en

Plötzensee el 5 de agosto de 1943. NEUTERT, Eugen, detenido el 23 de octubre de 1942, ahorcado en Plöt-

zensee el 9 de septiembre de 1943. REHMER, Friedrich, detenido el 29 de noviembre de 1942, decapitado el

13 de mayo de 1943 en Plötzensee. RITTMEISTER, John, detenido en Berlín el 26 de septiembre de 1942, deca-

pitado en Plötzensee el 13 de mayo de 1943. SCHABBEL, Klara, detenida el 18 de octubre de 1942, ejecutada en Plötzen-

see el 13 de mayo de 1943. SCHAEFFER, Philipp, detenido en Berlín el 2 de octubre de 1942, ejecutado

en Plötzensee el 13 de mayo de 1943. SCHLÖSINCER, Rose, detenida en octubre de 1942, decapitada en Ploczen-

see el 5 de agosto de 1943. SCHOTTMÜLLER, Oda, detenida en Berlín en septiembre de 1942, ejecuta-

da en Plötzensee el 5 de agosto de 1943. SCHULZE, Kurt, detenido el 16 de septiembre de 1942, torturado, ahorca-

do en Plötzensee el 22 de diciembre de 1942. SCHUMACHER, Kurt, detenido en septiembre de 1942, ahorcado en Plöt-

zensee el 22 de diciembre de 1942. SCHUMACHER, Elisabeth, detenida en septiembre de 1942, ejecutada en

Plötzensee el 22 de diciembre de 1942. SCHÜRMANN-HORSTER, Wilhelm, detenido en Constance el 29 de octubre

de 1942, ahorcado en Plötzensee el 9 de septiembre de 1943. STÖBE, Ilse, detenida el 12 de septiembre de 1942, cruelmente torturada,

decapitada en Plötzensee el 22 de diciembre de 1942. STRELOW, Heinz, detenido en septiembre de 1942, ejecutado en Plöczen-

see el 13 de mayo de 1943. TERWIEL, Marie, detenida el 17 de septiembre de 1942, decapitada en

Plötzensee el 5 de agosto de 1943.

THIELE, Fritz,detenido el 16 de septiembre de 1942, ejecutado en Plötzen-

see eJ 13 de mayo de 1943. THIESS, Wolfgang, detenido el 21 de octubre de 1942, ahorcado en Plöt-

zensee el 9 de septiembre de 1943. TOHMFOR, Erhard, detenido a finales de noviembre de 1942, torturado,

ahorcado en Plötzensee el 13 de mayo de 1943.

424 EL GRA ts J U E G O

WEISE, Mart in, detenido el 1 de diciembre de 1942, ejecutado en la pri-s ión preventiva de Brandenburg el 15 de noviembre de 1943.

WEISSENSTEINER, Richard, detenido Á comienzos de octubre de 1942, eje-cutado en Plötzensee el 13 de mayo de 1943.

WESOLEK, Stanislaus, detenido el 18 de octubre de 1942, ejecutado en Plötzensee el 5 de agosto de 1943.

WESOLEK, Frieda, detenida el 18 de octubre de 1942, ejecutada en Plöt-zensee el 5 de agosto de 1943.1

M I E M B R O S DEL G R U P O H E R B E R T BAUM

EJECUTADOS EN LOS AÑOS 1 9 4 2 Y 1 9 4 3 :

BAUM, Mar ianne, 30 años. KOCHMANN, Mart in, 30 años. KOCHMANN, Sala, 30 años. MEVER, Gerd, 22 años. MEVER, Hann i , 22 años. WESSE, Susanne, 29 años. WALTER, Irene, 22 años. BIRNBAUM, Heinz, 23 años. ROTHOLZ, Heinz, 21 años. HIRSCH, Hella, 22 años. HIRSCH, Alice, 19 años. FRAENKEL, Editz, 21 años. HEYMANN, Felix, 26 años. STEINBRINK, Werner, 26 años. JADAMOWITZ, Hi lde, 26 años. ADLER, Hans , 30 años. JOACHIM, Hans , 21 años. JOACHIM, Mar ianne, 21 años. ROTHOLZ, Sigi, 21 años. ROTHOLZ, Lotte, 20 años. SALINCER, Lothar, 23 años. LÖWY, Hi lde, 20 años. BUDZISLAWSKY, Herbert, 22 años. NEUMANN, Helmut, 21 años. HEYMANN, Hardel, 31 años. BERNHARD, Kurt, 40 años. MEYER, Herbert, 32 años.2

1. Según el l ibro de Karl Heinz Biernai y Luise Kraushaar , Die Schidie-Boyicn-Hamack Organi-sation in antijaschistschen Kampf, pub l icado po r Dietz Verlag, Berlín, en 1970.

2. Estos n o m b r e s se hal lan g rabados en la losa conmemora t iva de la t u m b a de H e r b e r t Baum en el cemen te r io j u d í o de Wetdensee, Berlin.

D O C U M E N T O S A N E X O S 425

SUPERVIVIENTES

Sobrevivieron unos cuarenta miembros del g rupo berlinés, entre los cua-les cabe mencionar: doctor Greta Kuckhoff, Günther Weissenborn, Heinr ich Scheel, Han s Lautenschläger, el doctor Ado l f Gr imme, Lotte Schleif , Werner Kraus, el doctor Elfriede Paul e Ina Ender.

D O C U M E N T O S A N E X O S 427

[Traducción del documento polaco:]

Presidencia del Consejo Nacional en Varsovia-Capital Departamento de Asuntos Interiores SW-I I -5/31/63

Varsovia, 4, I I , 1963

D E C I S I Ó N sobre cambio de apellido

En virtud del art. 2 y art. 8 de la ley sobre cambio de apellidos y nom-bres, del día I 5 .X I . I 956 (Dz. U. Nr 56, poz. 254), la Presidencia del Consejo Nacional en Varsovia-Capital, Departamento de Asuntos Interiores.

DECIDE

el cambio del apellido del c iudadano polaco Leopo ld T R E P P E R nacido el 23.11.1904 en Novy-Targ, hijo de Zacarías y Débora, nacida Ciefer, domi -ciliado en Var sov ia , pasaje Jerozolimskie 29, depto. 6, por e l apellido D O M B .

El cambio de apellido se extiende, según el art. 4 de la ley, 1, y art. 5 de la ley citada, a la esposa del mencionado, Luba, nacida B R O J D E , nacida en 1907 en Czerwonoarmiejsk, hija de Jewsieja, con la conservación del apellido de " B R O J D E " , y a sus hijos menores de edad.

En el momento de recibir la presente decisión, el c iudadano Leopo ld T R E P P E R tiene el derecho y obl igación de emplear el apellido y nombre de Leopo ld D O M B .

El interesado tiene el derecho de presentar un recurso contra la presen-te decisión al Minister io de Asuntos Interiores (Departamento social y ad-ministrativo) a través del conducto del Servicio del lugar, en el plazo de 14 días a contar desde el día de la notificación.

Derechos del fisco de 200 zl para cerrar la petición.

Remitido al Sr. Leopo ld Trepper Remitido a la Oficina del Estado Civil en Novy -Ta rg

Sello redondo del Consejo Nacional de Varsovia-Capital.

El Jefe del Servicio de Asuntos Interiores (—) Zdzislaw Lewandowski

434 EL GRAts J U E G O

(Traducción dei documento de página anterior:]

Cop ia

C A R T A D E T R A B A J O

de Trepper Leopo ld Zaharovich, nacido en el año 1904, instrucción: superior, profesión: periodista.

Fecha de expedición de la cartilla de trabajo: " 2 1 " de marzo, 1955.

Lo s años trabajados en total antes de su ingreso en el Ministerio de Defen-sa de la U R S S suman 13 (trece años).

Minister io de Defensa de la U R S S - Un idad militar 38729

1. 1936. X I I . — Ha sido incorporado en la un idad Por orden del militar con el cargo de co labo- comandante de la rador de la unidad un idad militar,

año 1936.

2. 1954, V I . — Ha sido cesado de la un idad militar Por orden del po r el artículo 47, punto " a " del comandante de la Cód i go dé l a R S F S R unidad militar.

Jefe de sección de la un idad militar 38729

Corone l Gorbaschenko.

Certifico: Corone l A/S (I. Shustov)

12 de marzo de 1955

436 EL GRA ts J U E G O

[Traducción de la carta de Pauriol:]

Mi tan bello amor: Esta carta, que va a desgarrarte el corazón, te la escribo con los senti-

mientos que ya adivinas. Te dije un día que, si moría, mi últ imo pensamiento sería para ti, porque dejar la vida sería dejarte: este día ha llegado para mí.

Hasta tal punto sabes lo que pienso, lo que te habría dicho si hubiera po-d ido hablarte, si hubiera pod ido estrecharte aún en mis brazos, que ya nada me queda por añadir a esto que, lo sé muy bien, es como un puñal que hun-do en tu corazón.

Me condenaron a muerte el 20 de enero último, a la mañana siguiente del día en que te vi (a ti y a Mireille, que nunca logro separar de ti, mi tan bello amor). Puedes imaginarte lo que han sido mis pensamientos y mi vida desde entonces y cuáles fueron mis sentimientos al veros, al verte tan semejante a lo más alto que he llegado a soñar.

Qu ie ro decirte una vez más que mi voluntad más sincera es que, en el lu-turo, no desperdicies nada, sin excepción, de cuanto la vida pueda darte, y que eso lo hagas pensando que así eres fiel a esta voluntad mía de que seas feliz. Tanto para Mireil le como para ti misma, no te dejes abatir ni dominar por el desconsuelo. A Mireille tendrás que decirle que ha sido para mí la imagen del porvenir y que le deseo un amor como el nuestro.

Diles, a nuestros amigos, que he muerto como hasta hoy he vivido y que hago mías las palabras de nuestro querido Gabriel... Al abrazar a todos los míos, diles que mis pensamientos no los han abandonado en el transcurso de estos meses, en los que he revivido mi infancia y en los que he constatado lo grande que era mi amor por ellos, mis tan queridos padres, y por mi her-moso país.

Quizás un día pueda descansar a tu lado. Tal es mi últ imo anhelo. Adiós, mi tan bello amor.

T u FERNAND

A las diez de la mañana 12 de agosto de 1944

Después de recibir esta carta, no dejes de dirigirte a nuestros amigos para que te presten toda la ayuda material de la que tú y Mirei l le tenéis y tendréis tanta necesidad. Diles que lo he hecho todo para seguir siendo hasta el linal lo que siempre he sido, y que estoy orgul loso de haber sido y de seguir sin-tiéndome* miembro de nuestra gran familia, para la que en este momento discierno un tan hermoso porvenir.

D O C U M E N T O S ANEXOS

Anexo Je

E L Ú L T I M O A D I Ó S : S U Z A N N E S P A A K

439

Reflexiones que Suzanne Spaak dejó escritas en las paredes de su celda de Fresnes [

Comprenderlo todo es perdonarlo todo. j¡

¡Oh, que se rompan mis rejas! | ¡Oh , que pueda encaminarme a la mar! (Rimbaud) j;

Habrías podido encontrar una mujer mejor que yo, l pero yo te he dado nuestro hijo. j

¡Ah, que pueda sentarme a la sombra de los bosques...! iRacine) !í

l! Mi s enemigos pueden matarme. Pero no pueden dañarme. (Sócrates) 1

Sola con mis pensamientos: eso aún es libertad. 1

Salud y ánimo, camaradas.

Allí donde estén los niños tienen que estar asimismo Jas madres, para que ve- ! len sobre ellos. (Kipling) ¡

Ruiseñor melodioso, • ' canta un canto que cierre mis ojos. {El sueño de una noche de verano)

Nada lamento.

M

4 4 4 E L G R A t s J U E G O

[Traducción de la carta de Katz:]

Mi dulce y pequeña Annette: 19 de jun io de 1945

H o y cumples siete meses. Cuando tenías siete días comencé a acostum-brarme a tu presencia. Te veía todos los días. Comencé a familiarizarme con la realidad del milagro de tu aparición, esperada no obstante durante largos meses. Cuando te vi por última vez tenías doce días. Te eché una ojeada en-ternecida y rápida, porque tenía prisa. Eran muchas mis preocupaciones. Debía preparar tu partida al campo. Hab ía traído noticias de tu hermano, cuyo alejamiento angustiaba a tu mamá. También yo sentía esa mi sma an-gustia, porque la mirada, llena de mudos reproches, que me había lanzado al dejarlo, permanecía fija ante mis ojos, sin que pudiera rehuirla, y me apesa-dumbraba. Tenía además otros quebraderos de cabeza muy graves. Tu ma-má me alentaba con una sonrisa luminosa, y tanto me reconfortaba con ella, que aún sigo viéndola muy a menudo y aún sigue an imándome en estos mo-mentos de profunda tristeza. Aquel día dormías, como de costumbre, pues era lo más juicioso que sabías hacer en aquel momento, y te dejé con una úl-tima ojeada a tu boquita de color cereza, que movías sumida en el sueño de leche tibia y dulce que seguramente estabas soñando. Después, he pensado muy a menudo en ti. ¡Qué empecinada fue tu voluntad de presentarte en nuestra vida! Nada tuviste en cuenta, ni los peligros del tiempo de guerra, ni nuestro deseo de verte llegar tan sólo después de finalizada la guerra. Evi-dentemente, no podías compartir nuestro punto de vista terrestre, tú que te hallabas todavía en la eternidad. Y fue con amor, alegría y coraje como nos sujetamos a tu voluntad imperiosa. Tu nacimiento ha determinado la vida que ahora sufrimos. ¿ Habr ía sido ésta mejor de no haber nacido tú? Quizá peor, ¿ A ca so podemos saberlo? Pero te recibimos con el corazón abierto, sonriente, enternecido y animoso, y, lo mi smo que a tu hermano, con todo nuestro amor paternal y maternal, instintivo y razonado. Estamos decididos a realizar cuanto sea preciso para haceros capaces de ser dichosos. Porque la dicha no es algo exterior que uno se procura, sino una capacidad interior, determinada por las riquezas del alma y del corazón. Y estoy convencido de que somos capaces de procuraros tales riquezas. Qu ie ro confiar que para eso contaremos con el concurso de una situación y de unas condiciones favora-bles. Puedo confesarte, no por flaqueza, sino en aras de la verdad, que me apena verme privado de este gozo l ímpido, de esta profunda felicidad que me habría suscitado la contemplación de tu ser conquistando la vida, de tus progresos en los primeros conocimientos de tu cuerpo y de cuanto te rodea, de tu denodada y sorprendente lucha para hacerte con tu capacidad de movi-miento en el universo. Y luego tu sonrisa, tu encanto, tu gorjeo y todo lo de-más, que sólo adivino con la ayuda de tu mamá, a quien tuve la enorme suerte y la gran dicha de elegir para ti. Por el contrario, me siento feliz al sa-ber que te hallas en unas condiciones excelentes para tu desarrollo físico y tu salud, y eso atenúa mi pesar. Sé que mis palabras no llegarán s ino después de mucho tiempo a tu conciencia, pero siento la necesidad de hablarte ahora. Esperando que tu mamá trate de explicártelas como mejor pueda, te deseo que llegues a ser una muchacha inteligente, modesta, valerosa y bella.

Tiernos besos. ANDRÉ

446 EL GRA t s J U E G O

H A R R O SCHULZE-BOYSEN Berlín - Plotzensee, 22 diciembre 1942

Quer idos padres: T o d o cuanto he hecho, lo debo a mi inteligencia, a mi corazón, a mi con-

vicción y, en tal contexto, como padres míos, debéis admitir que es lo mejor. ¡Os lo ruego!

Esta muerte me corresponde. De todos modos, siempre he sabido lo que era. ¡Es " m i prop ia muerte", como dijo Rilke! 1 [...] Si os hallarais aquí, invisibles, me veríais reír ante Ja muerte. Hace ya mucho tiempo que he triunfado de ella... Vuestro

H A R R O

ARVID H A R N A C K

22 diciembre 1942

Quer idos : En las próx imas hpras voy a abandonar este mundo. Quisiera daros las

gracias una vez más por el amor que me habéis testimoniado, sobre todo en estos últimos tiempos. Este pensamiento me ha hecho fácil todo lo que era penoso. Aho ra estoy tranquilo y me siento dichoso. Pienso as imismo en la poderosa naturaleza a la que me siento tan fuertemente unido: esta mañana me he recitado en voz alta " D i e Sonne tönt in alter Weise..." (El sol todo lo colorea como siempre suele hacerlo).

[...jHubiera querido veros a todos de nuevo, pero desgraciadamente es imposible. M i s pensamientos están con todos vosotros, sin que olvide a na-die; cada uno de vosotros debe sentirlo, especialmente mamá.

Una vez más os estrecho contra mi corazón y os beso. Vuestro por completo,

ARVID

Tenéis que celebrar de veras estas fiestas de Navidad- Tal es mi últ imo de-seo. V, entonces, cantad conmigo: " I c h bete an die Macht der L iebe" (Adoro la fuerza del amor).

ERIKA VON B R O C K D O R F F

13 mayo 1943

M i único amor : [...] Nad ie debe poder decir, sin mentir, que he llorado, que me he asido

a la vida y que he temblado por su causa. R iendo es como voy a terminar mi vida, del mi smo m o d o que r iendo es como he amado la vida v como aún sigo amándola...

T u ERIKA

D O C U M E N T O S A N E X O S 447

H O R S T HEILMANN

Quer idos padres: [...] Mi vida ha sido tan hermosa que hasta en mi muerte siento resonar la

unidad de una armonía divina. He pedido que os remitan mi cuerpo, y qui-siera que me enterrarais con mis amigos.

¡Os estoy tan agradecido por todo vuestro amor y toda vuestra bondad! Conservadme en vuestro recuerdo con amor, con tanto amor como e\ que siempre he sentido por vosotros.

M u e r o fuerte y seguro de mí. C o n amor, vuestro HORST

WALTER H U S E M A N N

Quer ido padre: ¡Sé fuerte.' M u e r o como eJ que he sido en vida: un combatiente de clase.

Es fácil proclamarse comunista cuando no hay que pagarlo con la propia vi-da. Sólo en la hora del sacrificio cabe demostrar que se es comunista. Y yo lo soy, padre.

Í...J M u e r o fácilmente, porque sé la razón que hace precisa mi muerte. Quie-

nes me matan se enfrentarán dentro de poco con una muerte difícil. Estoy convencido de ello.

¡Sigue s iendo duro, padre! ¡Du ro ) ¡ N o cedas! En tus horas de flaqueza, recuerda este último ruego

de tu hijo W A L T E R

ADAM K U C K H O F F

Plóuensee, 5 agosto 1943

M i Greta: Sé que es más penoso para ti que si te marcharas conmigo, pero debo ale-

grarme de que te quedes —por lo menos asi lo espero—: para tu hijo, para todo cuanto es tan vivo en ti, anticipadamente siento con absoluta claridad —sí, lo sé— ' ' c ómo vivirás" cuando seas de nuevo libre...

(...] ¿Cuántos seres humanos pueden decir que han sido tan felices como nosotros? ¿ Q u é más podemos desear aún ? " N a d a ha quedado de nuestro largo caminar juntos..." As í era cuando nos v imos por última vez y así s igue siendo...

[...] Son las tres de la madrugada; poco antes de irme, te escribo este últi-mo adiós.

448 EL GRA t s J U E G O

¿ P O R Q U É M I E N T E N ?

¿ Qué lia sitio, después de la guerra, de los principales dirigentes del Son -de r kommando ?

Karl GIERINC, Hauptsturmführer SS y Kriminalrat, dirigió las actuaciones policiacas contra la Orquesta Roja en Europa occidental (Francia, Bélgica y Ho/arida). M u r i ó de canceren 1944. Heinz PANNWITZ, Hauptsturmlührer SS y Kriminalrat, jefe del Sonderko inmando Rote Kapelle en Francia, Bélgica y Ho landa desde el verano de 1943, estuvo encarcelado en la U R S S de 1945 a 1955, pr imero en la Lubianka y después en un campo de trabajo. Actual-mente vive en Ludwigsburg, Alemania Federal. Apoderado de una banca, percibe as imismo su pensión de (criminal) guerra. El doctor Manf red ROE-DER, principal representante de la acusación en los juicios contra los miem-bros de la Orquesta Roja celebrados en Berlín, Bruselas y Paris, el " sabueso de Hit ler " , que cayó en manos de los americanos, en 1947 se vio exculpado de rodas las acusaciones que pesaban sobre él. En la actualidad, es pr imer te-ñirme de alcalde de la pequeña ciudad de Glashütten. Horst KOPKOV, K n -minalrar, uno de los dirigentes de la Sonderkommiss ion Rote Kapelle en Berlín, capturado por los ingleses, fue puesto en libertad en 1947. C o n el apellido de CORDEZ vive holgadamente en su ciudad de Gelsenkirchen. Frie-drick PANZINCER, director gubernamental y principal responsable de la Son -derkommiss ion Rote Kapelle, cayó en manos de los rusos, no lue libertado hasta 1955 y se suicidó en 1959. Heinr ich REISER, Hauptsturmführer SS y Kriininalrar, jefe del Sonderkommando en París desde finales de noviembre de 1942 hasta junio de 1943, no fue molestado después de la guerra. Mejor aún, los-servicios secretos franceses le propusieron que trabajara con ellos. En la actualidad, vive sin preocupaciones materiales en Stuttgart. El capitán de la Abwehr, PIEPE, que, desde el verano de 1941, dir igió en Bélgica las pes-quisas contra Ja Orquesta Roja, fue detenido en 1946 por las autoridades mi-litares belgas y éstas, después de interrogarlo, lo absolvieron. M u r i ó hace unos años en Hamburgo , donde era miembro del consejo de adminis iración del Rotary Club. En 1968, Reiser declaró al escritor alemán Heinz H o h n e que " en la primavera de 1945, todos los documentos relativos a la Rote Ka-pelle fueron enteramente destruidos en el castillo de Gamburg , en Tauber-tal '\ Los miembros del Sonderkominando sabían, pues, que los archivos ha-, bían ardido y que no quedaba el menor rastro de sus sangrientas actividades. Así, gozaron de una total libertad para tejerse una historia inocente. En sus declaraciones hicieron gala de una gran imaginación con el único objeto de blanquearse de sus crímenes.

D O C U M E N T O S ANEXOS 449

Anexo 4

H E N R I P I E P E

El 12 de agosío de 1946, Henri Piepe hizo unas declaraciones ante el juez de instruc-ción, cuyo lexto me han facilitado luego las autoridades belgas. Del mismo entresaco los

siguientes pasajes, que transcribo en su estilo original

" L o s conocimientos que poseemos acerca del servicio comunista de in-formación militar en Bélgica proceden del período que se extiende desde fi-nales de 1941 hasta mediados del año 1943. Después del tiempo transcurri-do, el siguiente relato sólo en grandes líneas podrá hablar de la constitución v el u abajo realizado por el servicio ruso de información. Presentará algunas lagunas. No todos los detalles han quedado impresos en rni memoria.

" E n el invierno de J94I, un grupo de localización de radio anunció que había descubierto en el triángulo Knocke-Bruegge-Gent una estación emiso-ra que, sin duda alguna, trabajaba con Moscú. Efectuaba sus emisiones entre las doce de Ja noche y las cuatro o cinco de la madrugada, sin interrupción. Tras varias semanas de reiteradas localizaciones erróneas, en la noche del 12 al 13 de diciembre de 1941 fue posible situar la emisora en una calle paralela a la avenida Saint-Michel. C o m o se trataba de una emisora comunista, con-tábamos encontrar una resistencia encarnizada y, por consiguiente, se puso a nuestra disposición una compañía de tropas territoriales, acantonadas en Bruselas, para que cerraran las calles adyacentes. El radiotelegrafista, a quien sorprendimos en su trabajo, huyó en el primer momento, pero tue descu-bierto poco después en un edificio próximo. En la casa de la emisora encon-tramos a dos mujeres: se trataba de la inquilina, Rita Arnold y, como consta-tamos más tarde, de una polaca, Josefa Podsnenska. [...]

" E l radiotelegrafista se llamaba Á lamo y debía ser de nacionalidad ar-gentina. Más tarde verificamos que era un teniente profesional ruso. La men-cionada Rita Arno ld era la única dispuesta inmediatamente a facilitarnos in-formaciones. (...]

"R ita nos indicó en seguida que un comerciante, establecido en la calle Royale y que regentaba un almacén de pieles, etc., era el proveedor de fon-dos. Nos dijo asimismo que su amigo era un polaco de nacimiento, qua a la sazón trabajaba principalmente en la bolsa de diamantes de Amberes y de Bruselas. Las pesquisas para localizar a ambos resultaron inlructuosas. Sólo pudimos constatar que el comerciante de la calle Royale había huido. Ade-más, Rita nos indicó que un radiotelegrafista de Ostende (un individuo lla-mado Smith) había venido reiteradas veces a Bruselas y que ella, siguiendo Jas instrucciones del jefe, le había procurado una habitación donde alojarse en las inmediaciones. C o m o no encontramos la clave de los telegramas cilra-dos y, sobre todo, corno la Podznenska no hizo ninguna declaración (sólo había acudido a aquella casa para cifrar los telegramas), las demás indagado-

450 EL GRAts J U E G O

nes resultaron infructuosas. En la primavera de 1942, supe que un tal Carlos trabajaba para el servicio ruso de información. Gracias a él, lúe posible dar con eJ falsificador de pasaportes, a quien Carlos instaba para que le facilitara documentos de identidad, los cuales fueron entonces preparados y distribui-dos para satisfacer las necesidades del servicio ruso de información.

"Ha s t a el mes de mayo de 1942, las pesquisas ulteriores no dieron nin-gún resultado. Hacía el tnes de mayo de 1942, el g rupo de localización anun-ció que otra emisora rusa trabajaba con Mo scú y que emitía en las mismas horas, es decir, de las doce de la noche a las cuatro o cinco de la madrugada. Corno casi todos los días cambiaba de lugar, su localización resultaba extre-madamente difícil y de larga duración. Hacia finales de mayo fue descubierta y capturada en las inmediaciones de Laeken. En el primer momento, el ra-diotelegrafista huyó por el tejado hasta unas cinco o seis casas más allá, dis-parando contra los soldados del ejército del aire y arrojándoles ladrillos, pero finalmente p u d o ser apresado. En su domici l io se encontró as imismo una emisora completa y varios telegramas cifrados. También encontramos allí las mismas instrucciones escritas en alemán que ya habíamos encontrado en ía primera emisora. Poco después, el radiotelegrafista confesó ser J o h a n n Wenzel, súbdito alemán, nacido en Danzig. En su habitación —una buhardi -lla— descubrimos además varios materiales auxiliares de radiotelegrafía ocultos en el suelo. Fue extremadamente sorprendente que encontrásemos-dos telegramas sin cifrar. Identificamos a Wenzel como un funcionario co-munista, buscado en Alemania desde 1936, de donde había hu ido para refu-giarse en Rusia. C o n la mayor urgencia, remitimos todos los documentos a Berlín. Poco después llegaba la respuesta de Berlín: Wenzel era un personaje muy importante, por el que sentían gran interés todas las secciones de la Gestapo. El comisario del SD en Bruselas, Puetz, se dirigió a nosotros para que le entregásemos al mencionado Wenzel. El coronel Hintermayer se negó en un principio. Pero unos días más tarde recibimos de Berlín la orden for-mal de entregar inmediatamente todo cuanto tuviéramos a una comis ión es-pecial, creada expresamente para este objeto en Berlín. La comis ión se había establecido en la sede del SD en Bruselas y desde aquel momento se ocupaba de todo el trabajo concerniente al asunto 'Rote Kapelle'. Al trente de tal co-mis ión se hallaba el comisario Giering. Berlín le había ordenado que nos tu-viera continuamente informados de las indagaciones ulteriores. Pero, al principio, esto no se hacía en absoluto, y sólo después de nuestras enérgicas reclamaciones recibimos copia de protocolos y declaraciones, pero tan sólo en parte. Sobre todo se nos indicó que el telegrama sin cifrar contenía una dil ección exacta de Berlín y que tal dirección era la de un oficial afecto al M i -nisterio del Aire, y que además el telegrama sin cifrar contenía informaciones acerca del empleo de la Luftwaffe en el frente de Stalingrado, de que se dis-ponía únicamente de 2.500 aviones alemanes para aquella olensiva y que la situación de la LuftwafTe, por lo que al carburante se refería, sería catastrófi-ca. Sobre todo, se nos indicó que estos hechos sólo eran conocidos por tres alemanes en el alto mando (Wehrmachtsführungsstab) de la Luftwaffe y que

D O C U M E N T O S ANEXOS 451

debíamos prestar mucha atención a tales informaciones porque, de ser cono-cidas, sólo sería imputable a esas tres personas. [...]

" U n día supimos, por una conversación, que e! " g r a n jefe" habia sido detenido en París. Recibirnos nuevas órdenes para que volviéramos a ocu-parnos de aquel asunto, sobre todo porque, como ya habíamos o ído decir, algunos oficiales del Militaerbefehlshaber en Francia y en Bélgica andaban mezclados en el mismo. El " g r a n jefe" se llamaba Dubo i s y decía que, al co-mienzo, había residido en Bruselas Uccle. Confesó de plano que había orga-nizado el servicio comunista de información militar en Bélgica. Af i rmó sobre-todo que, procedente de Rusia, hacia 1923 había llegado a Francia via Tur -quía y se había domicil iado en Bruselas, porque las leyes belgas no castiga-ban el trabajo de un servicio de información por cuenta de países extranje-ros. Podía trabajar, pues, sin escrúpulos y sin que nadie se lo impidiera. [...]

" E n París, mantenía importantes relaciones comerciales, en primer lu-gar, con la Central de la ' O T \ en la que dos agentes de compras, uno de ellos un ruso blanco emigrado, trabajaban para el servicio de información. Reali-zaba muy cuantiosos negocios con la OT . Pero Dubo i s logró establece« asi-m i smo muy buenas relaciones con el estado mayor del Militaerbelehlshaber en Francia. Para eso se servía de un ruso blanco emigrado, el barón de M a k -símowich, y de su hermana. Maksírnowich se hallaba en un campo de extran-jeros, en el que las autoridades francesas lo habían internado, y allí lo encon-tró un Kriegsverwaltungsrat encargado de la revisión de tales campos de in-ternamiento. C o n su ayuda, salió del campo como pretendido ruso blanco. Maksírnowich reanudó en París su relación amistosa con ese Kriegsverwal-tungsrat y, al mi smo tiempo, trabó conocimiento con la mecanógrafa de éste último. Poco tiempo después, gozaba ya de ía confianza de esta mecanógrafa y hacía público su noviazgo con ella. De este modo , Maksírnowich tenia oca-sión de conocer a numerosos empleados y oficiales del estado mayor del M i -litaerbefehlshaber y podía proporcionar excelentes informaciones a Dubois. Igualmente, una mecanógrafa afecta al estado mayor del Arbeitseinsatz su-ministraba muy buenas informaciones a Dubo i s , que éste transmitía a M o s -cú. Maksírnowich sostenía as imismo estrechas relaciones con un obispo de París y, por consiguiente, con eJ arzobispo de París. Dubo i s también recibía, pues, informaciones de Italia y del Vaticano, que le eran de utilidad. Gracias a otras relaciones comerciales, Dubo i s pudo penetrar en los círculos de Vichy y allí, en un balneario, trabó conocimiento con la esposa del mariscal Pétain. Por esta parte, Dubo i s recibía igualmente muy buenas informaciones. Por mediación de Maksírnowich, Dubo i s mantenía relaciones con algunos círcu-los monárquicos de Francia, España, Italia y Alemania. Por consiguiente, Dubo i s estaba siempre al corriente de todo. Dubo i s cuidaba sobre todo sus relaciones con las cámaras de comercio e industria. También conocía a Weu-zel. Y hablaba as imismo de sus relaciones alemanas. Un correo, l lamado "Pap i l l on " , que Je era muy adicto, fue identificado gracias a Dubo i s como una ciudadana suiza, " Schne ider " . Tenia la mis ión de asegurar las comuni-caciones permanentes con Berlín, Bruselas, París y Londres. También real i-

452 EL GRAts J U E G O

/aba viajes a Suiza y a Bulgaria. Cuando se practicó la detención de Wenzel, de quien era la amiga, marchó de Bruselas para refugiarse en Lyon. En esta última ciudad lúe detenida junto con otro agente polaco, que igualmente ha-bía trabajado en Bruselas. Un alemán (comunista), Boettcher (r1), ex-co/nbariente en España, y su amiga, periodista , habían manipulado una ra-dio rusa y fueron detenidos. [...]

" En t re otros se pudo detener en. Lyon "a l su sod i cho " Papillon. Se trata-ba de la ciudadana suiza, señora Schneider. N o s hizo un informe detallado de su actividad como correo y delató a un súbdito alemán, Rob inson, que mantenía relaciones con una antigua amiga en Berlín, con la que tenía un hijo extraconyugal. También este hijo extraconyugal había hecho las veces de torreo entre Berlín y Bruselas o París, pero sin saberlo. Unos telegramas, capturados en París, demostraban que a los agentes comunistas les estaba formalmente prohib ido colaborar con otros agentes, sobre todo con agentes del servicio inglés de información. Mo scú pidió, sobre todo, informaciones de un eventual movimiento del ejército inglés de invasión. Igualmente, les estaba proh ib ido mantener relaciones con los círculos comunistas italianos. La señora Schneider podía suministrar as imismo algunos detalles acerca de los grupos que trabajaban en Alemania. "

La memor ia de Piepe es selectiva. C o m o abogado sabía que, para salvar su vida, era conveniente presentar

uiici mezcla de hechos imaginarios y de hechos verdaderos, y silenciar en cambio las cosas que pod ían conducir a la formulación de graves acusaciones contra él.

1) Piepe olvida que, en el asunto del 13 de diciembre de 194 I, ordenó la detención de cinco personas que nada tenían que ver con la Orquesta Roja (archivos alemanes, informe del 4 de lebrero de 1942).

2) El " C a r l o s " , del que habla Piepe, no es otro que Mathieu, agente de la Gestapo, que de este modo, por la gracia de Piepe, pasa a ser un agente so-viético.

3) Piepe sitúa la detención de Wenzel a finales del mes de mayo de 1942 para poder acusarlo de haber delatado al g rupo berlinés. Pero el informe que la Gestapo remitió a Mül ler el 22 de diciembre de 1942, reconoce que Wenzel fue detenido el 30 de julio de 1942.

4) Piepe no menciona a Efrémov. A partir del mes de abril de 1942, el ca-pitán Konstantín Efrémov dir igió el g rupo de la Orquesta Roja que operaba en Bélgica. En jul io de J942, fue detenido y "convert ido " . Gracias a su ayu-da, Piepe pudo detener en Bélgica, en Ho landa y en Francia a más de treinta personas, varias de las cuales nada tenían que ver con Ja Orquesta Roja.

5) Piepe olvida su intervención en las operaciones llevadas a cabo en

D O C U M E N T O S ANEXOS 453

Francia. Sabido es que participó personalmente en mi detención y que cono-cía mi nombre de Jean Gilbert. En cambio, afirma que André Dubo i s (Katz) era el ' ' g ran jefe".

6) Piepe prefiere acusar a los muertos. Así, pretende que Germaine Schneider delató a Rob in son y que luego facilitó algunas informaciones acerca del g rupo berlinés de la Orquesta Roja. Pero, gracias a los archivos alemanes, nosotros sabemos que Germaine Schneider íue detenida el 31 de enero de 1943. ¿ C ó m o habría pod ido denunciar a Rob inson, a quien los na-zis habían capturado en el mes de diciembre de 1942? ¿Y de qué valor ha-brían sido sus abrumadoras declaraciones contra el g rupo de Berlín que, en aquella época, ya había sido l iqu idado?

7) Piepe silencia la detención de los asociados de la Simex y de la mujer de Grossvogel.

8) Piepe tampoco habla de los suplicios infligidos a los internados en la prisión de la Gestapo, aunque sabía perfectamente que en ella eran tortura-dos y aunque conocía a quienes daban la orden para practicar tales torturas.

Éstos sólo son algunos ejemplos de las mentiras proferidas por el capitán Piepe.

Un año después de prestar esta declaración, Piepe fue puesto en libertad y, al regresar a Alemania, se convirtió en un ' 'especialista" de la Orquesta Roja. Pero su imaginación desbordante le hizo cometer'tales excesos que, in-cluso en la República Federal, ya nadie daba crédito a sus manifestaciones.

D O C U M E N T O S ANEXOS 461

[Traducción parcial del interrogatorio de Reíser:j

(...)

Los interrogatorios de estos empleados nos habían dado a conocei la existencia de un director, conocido con el nombre de " señor W ínterque a menudo venía a París, y (aunque mucho más tarde) de un directo) adjunio, conocido con el nombre de "Fr itz", que no era sino el llamado Sierra. [...]

Inmediatamente emprendimos diversas pesquisas, especialmente en Pa-rís, pero, en general, en todo el territorio Irancés, que se hallaban en correla-ción constante con Giering y la R S H A de Berlín. Tales pesquisas iueron la-boriosas y sólo en noviembre de 1942 dieron los primeros resultados. Ante-todo, la identificación del director de Bruselas, que no era sino el " g ranje -le", alias T R E P P E R , alias W I N T E R , alias M I K L E R , alias O T T O , alias L É O , y que mis servicios capturaron en París. Descubrimos su domicilio en la calle Fortuny, 6. Su interrogatorio nos reveló la existencia en París de una lilial de-ja Simexco, llamada S 1 M E X , en el bulevar Hausmann, 89. Electuamos una incursión a su sede social y detuvimos a los miembros de su personal, entre los cuales cabe citar: C O R B 1 N Alíred, director comercial y gerente, G R O S S -V O G E L Léon, director adjunto, y algunos empleados sin importancia.

Debo indicar a ustedes que este asunto cobró tanta extensión que el R S H A decidió crear un servicio especial represivo encargado únicamente de R O T E K A P E L L E . Tal servicio tomó e l nombre de " S O N D E R K O M M A N D O R O T E K A P E L L E " . Su creación se remonta al mes de julio de 1942 y su pri-mer ¡ele lúe Giering, que fijó su residencia en Bruselas. No lúe hasta linales ele noviembre de 1942 cuando me lúe confiada la dirección de la sección Irancesa de este K O M M A N D O . Las secciones belga y holandesa siguieron a las órdenes de Giering. [...1

Reanudo mi declaración en el momento de la detención de Treppei, el " g ran ¡ele". Para salvar su vida, se ofreció a ayudarnos y aceptamos su olei -la. Comenzó delatando a su agente de enlace con el partido comunista Iran-cés, un tal Katz André (sobre cuyo nombre iormulo algunas reservas), que lúe detenido por Berg y Foss; pudimos practicar esta detención gracias a las in-dicaciones de Trepper. En electo, Katz y Prepper tenían concenados unos encuentros regulares en un lugar fijo. En el curso de uno de tales eneuennos capturamos a Katz. Esta operación tuvo lugar a principios de diciembre de 1942.

Los primeros interrogatorios de Katz no nos proporcionaron ningún ele-mento nuevo, porque Katz se limitaba a negarlo todo en bloque, incluso la existencia del " g ran jefe", cuya detención ignoraba.

Con diplomacia, pedimos entonces a Trepper que escribiera unas lineas a Katz en las que le diera a conocer su posición y le invitara a habla), asegurán-dole por otra parte que eso no dañaría su causa. Katz se mostró primero relí-

menle, pero luego consintió en admitir que era el agente de enlace entre su red y el partido comunista Irancés y que, además, estaba encargado de reali-zar una misión en Marsella, donde existia una sucursal de la Simex, es ciecii,

462 EL GRA t s J U E G O

un eslabón de Ja red Rote KapeJle. En sus revelaciones, Katz hablaba de la existencia de otro miembro de la red conocido con el nombre de "pequeño jefe". Katz, ya sumiso, nos reveló igualmente Ja existencia de dos emisoras, que el partido comunista francés tenía en reserva a disposición del " g r an je-fe". [...]

Hacia finales de diciembre de 1942, siempre a tenor de las informaciones facilitadas por Katz, mi secretario Yung y algunos hombres, puestos a mi dis-posición por el comandante Boemelburg, se trasladaron a Marsella para proceder a la detención del personal de la sucursal local de la Simex y, en particular, del "pequeño jefe", que nuestros servicios belgas nos habían se-ñalado como haciéndose llamar S I E R R A .

Paralelamente, Trepper nos había indicado que un alto funcionario del Kominiern, actuando con e\ pseudónimo de " H a r r y " , se bailaba en Francia y que, por radio, antes de su detención, había recibido de Moscú la orden de unírsele para organizar una nueva red combinada de la R O T E K A P E L L E con algunos elementos del partido comunista francés y algunos oficiaLes^s-pecializados rusos, que serían enviados posteriormente a Francia, vía Suecia y España, o, si era preciso, lanzados en paracaídas. Trepper nos había dicho que existía un lugar de encuentro en una estación del metro próx ima a la Es-cuela Militar. Utilizando esta información, el 27 o 28 de diciembre de 1942, me aposté en aquel lugar y tuve la suerte de proceder a la detención de " H a r r y " , sobre quien me llamó la atención Trepper, que me acompañaba.

' Proseguimos activamente las pesquisas en curso de realización. En aquel momento, habríamos podido resumir la situación del siguiente modo :

—En Bruselas: descubrimiento de la Simexco y captura de una veintena de agentes.

—En París: descubrimiento de la Simex, detención de Trepper, el " g r a n jefe", su adjunto Katz André y Harry, también llamado "Robinson Hen r y " , y algunos comparsas de inenor importancia.

—En Marsella: descubrimiento de la sucursal de la Simex. Desde Marsella, Yung me hizo saber por telegrama, el 28 de diciembre de

1942, que acababa de detener al llama do Jaspar, gerente de la Simex de Mar -sella, así como ai " pequeño jefe", es decir, a Sierra. C on respecto a este últi-mo, abro un paréntesis para indicar a ustedes que este individuo, llamado erróneamente "pequeño jefe", era en realidad algo mueho más importante en Francia, aunque subordinado a Trepper. Utilizaba los pseudónimos de "Kenl Fritz", S I E R R A y S O K O L O F F . Luego volveré a hablar de su caso, pero ya ahora les a fmno que se trata de un oficial del ejército rojo, de nacionali-dad soviética, y que actualmente se encuentra en Moscú. Creo que ha ascen-dido a oficial general y que sigue dirigiendo las redes Rote Kapelle en toda la Europa occidental.

La amante de Sierra, alias Fritz, etc., fue detenida al mismo tiempo que su amante. Se llama Singer Marguerite Creta.

El 30 de diciembre, mi agente Yung, tras recibir nuevas instrucciones mías, se marchó a Lyon, donde, según Berlín, debían operar algunos agentes

D O C U M E N T O S ANEXOS 463

de la Rote Kapelle. Yung logró detener a u n Mamado Spñnger Isidore, agente del Komintern, y a dos o tres colaboradores suyos.

A principios de 1943, Jaspar, Siena, Singer, Spñnger y otros fueron trasla-dados a París y encerrados en Fresnes a mi disposición.

En aquel momento, sólo por lo que se refiere a Franciá, se hallaban dete-nidas unas cuarenta personas.

Teníamos, pues, los tres miembros más importantes, es decir, los tres di-rigentes del sector francés, a saber: Trepper, Sierra y Harry Robinson. No tarda-mos en advertir la existencia de cierta rivalidad entre ellos y adoptamos las medidas oportunas para sacar provecho de la misma.

En Bélgica, mi colega Ciering, que había logrado agenciarse la colabora-ción de " P au l " , d\\di$Jeffremov, había obtenido de este último los medios de entrar en contacto radiotelegráfico con Moscú. Jeffremov le había comunica-do ciertos métodos de cifra y ciertos medios de contacto. Le había revelado igualmente los títulos de las novelas que servían para descifrar los mensajes cifrados.

Nuestras indagaciones nos habían permitido detectar la existencia de va-rias emisoras. [...]

Estoy absolutamente seguro de que la Rote Kapelle sigue funcionando en toda Europa e incluso en ambas Américas. Si no alcancé grandes resultados, es porque carecí de los medios necesarios, pero estoy persuadido de que, con tiempo y con todo lo necesario, se podría ir muy lejos.

Todos los archivos de la Rote Kapelle, más exactamente del Kommando de este nombre, fueron evacuados a Alemania y totalmente incinerados por nosotros en diciembre de 1944 en la ciudad de Karlsruhe.

Poseo aún ciertas informaciones acerca de algunas de las personas que he citado:

Por lo que se refiere a la red belga: T R E P P E R , lo vi yo mismo en la estación de Friburg, en agosto de 1948,

cuando viajaba en un tren procedente de Copenhague y con destino Suiza... G R O S S V O G E L ? condenado a muerte y ejecutado a finales de 1944, se-

gún Pannwitz. Nada sé de la mujer de Crossvogel. S I N G E R , Parkola de nacimiento, debe hallarse en este momento en Ru-

sia. J E F F R E M O V , alias Paul, en Rusia. i...]

Red francesa:

Robinson, " H a r r y " , condenado a muerte y fusilado en Alemania el año 1944.

Kaíz André, condenado a muerte y fusilado en Alemania el año 1944. Corbin Robert, no era más que un humilde agente de enlace entre su her-

mano y sus corresponsales de la Todt. Sin embargo, estaba al corriente de la actividad desarrollada por la Simex. (...1

464 EL GRAts J U E G O

Spñnger lsidore, se suicidó arrojándose ai vacío desde el quinto piso de la prisión de Fresnes. [...]

Creo haberles dicho todo cuanto sabía.

Añadiré por mi parte algunas explicaciones a lo que aquí a l iona Reiser: El contenido de estas declaraciones, que Reiser lo rmuló en 1949 ante el

comisario de la D S T (contraespionaje francés), es mendaz y di lamatorio des-de el principio al fin y en modo alguno corresponde a los hechos tal como és-tos realmente se produjeron. ¿ C ó m o es posible que estas famosas declara-ciones se hayan podido transformar en un documento destinado a sentar la verdad sobre la Orquesta Roja?

Recibí estos atestados de los diversos interrogatorios en o toño de 1972, después del proceso que promoví contra Rochet, director de la D S T francesa. El comisar io Pierre Espaillac de la D S T compareció como testigo en las au-diencias públicas de aquei juicio, pues fue él quien en su momento dirigió el interrogatorio de Reiser. El presidente del tribunal le preguntó si la indaga-ción sumarial se había realizado para descubrir la verdad acerca de los actos criminales cometidos por Reiser y determinar así sus responsabilidades, y si luego se habían comprobado sus declaraciones. El señor Espaillac respondió:

— N o . El señor Reiser no era un acusado. Só lo tenía que informarnos acerca de la actividad desarrollada por la Orquesta Roja durante la guerra y, sobre todo, darnos su op in i ón y decirnos si, a su parecer, los miembros su-pervivientes de la Orquesta Roja proseguían su actividad de espionaje.

He aquí una relación de las mentiras y calumnias más graves proferidas por el antiguo Hauptsturmführer SS y Kriminalrat Reiser:

1) Reiser afirma que las declaraciones de los dirigentes de la S imexco en Bruselas, después de su detención, provocaron Ja mía. En realidad, la deten-ción de los dirigentes de la Simexco tuvo Jugar el 25 de noviembre de 1942, cuando ya me había detenido a mí el día anterior.

2) Reiser me acusa de haber ayudado a la Gestapo para que ésta proce-diera a la detención de los dirigentes parisienses de la Simex, entre otros Léo Grossvogel y Alfred Corbin.

C o m o ya he dicho, a mí me detuvieron el 24 de noviembre, mientras que los dirigentes de la Simex y Corb in lo fueron el 19 de noviembre.

Al pretender que la detención de Grossvogel se había efectuado junto con la de los dirigentes de la Simex, Reiser intenta dis imular las torturas y las presiones a las que se vio sometida la mujer de Grossvogel, Jeanne Pesant, y esto, en realidad, es lo que provocó la detención de Grossvogel en el mes de diciembre.

Aí pretender igualmente que los dirigentes de la Simex no fueron deteni-

D O C U M E N T O S ANEXOS 465

dos hasta el mes de diciembre, y no el 19 de noviembre, Reiser trata de disi-mular las torturas infligidas a Co rb i n (véase el anexo 3b).

3) Reiser pretende que Hillel Katz lúe detenido en una cita que tenía concertada conmigo. Pero Hillel Katz fue detenido durante la noche del 1 al 2 de diciembre en el piso de Modeste Ehrlich, piso cuya existencia había de-latado Ra ichmann y que la Cestapo tenía bajo su vigilancia. Fue Reiser en persona quien detuvo a Katz y a Modeste Ehrlich. Esta mentira tiene por ob-jeto disimular la detención de Modeste Ehrl ich así como las torturas inflingi-das a Hillel Katz y que el mi smo Reiser ordenó practicar (véase el anexo 3d).

4) Reiser pretende que la detención de la dirección de la Simex marse-llesa y de Kent, que se hallaba al frente de la misma, fue posible gracias a las declaraciones de Katz y tuvo lugar a finales de diciembre de 1942. En reali-dad, Kent fue detenido en la noche del 11 al 12 de noviembre y Katz durante la noche del 1 de diciembre (véase el anexo 7).

5) En su relato de la detención de Rob inson, Reiser silencia la colabora-ción de Franz Schneider y de A b r a h a m Raichmann, que a la sazón se halla-ban detenidos, así c omo la de Otto Schumacher, agente provocador de la Gestapo. De este modo , puede imputar la responsabil idad de tal detención a Hillel Katz y a mí.

Después de la guerra, Ra ichmann fue condenado por un tribunal belga a doce años de pris ión por su colaboración con el enemigo. U n o de los princi-pales cargos de la acusación fue precisamente su implicación en la captura de Robinson.

6) Reiser pretende que Isidore Springer fue detenido el 30 de diciembre de 1942. La verdad es que su detención tuvo lugar el 19 de diciembre. Trasla-dado a París, torturado durante cuatro días por orden de Reiser, se suicidó el 24 de diciembre en la prisión de Fresnes. Flore Velaerts, su mujer, fue igual-mente detenida el 19 de diciembre, y eso Reiser lo silencia. Fue ejecutada en Berlín durante el verano de 1943.

7) Reiser no habla de la detención de Hersch y M i ra Soko!, que él per-sonalmente dirigió, n¡ de su traslado a la pr is ión de la Gestapo en Breen-donk. As í quiere ocultar que Hersch mur ió en la tortura y que M i ra talleció poco después a consecuencia de los tormentos sufridos.

En otros casos, las declaraciones de Reiser no son tan sólo mendaces, s ino puramente ilusorias. Para acrecentar su prestigio ante la D S T declara, entre otras cosas, que él fue el gran jefe del S onde r kommando Rote Kapelle, mientras Karl Gier ing era únicamente responsable de Ho landa y de Bélgica. En realidad, hasta finales de noviembre no llegó Reiser a París procedente de Karlsruhe y, en la capital francesa, sólo se ocupó de los asuntos policíacos que surgían en el marco del Sonderkommando , lo cual lo convertía en el su-bord inado de Karl Giering.

Igualmente absurda es su respuesta a la pregunta de si la Orquesta Roja

466 EL GRA ts J U E G O

proseguía aún sus actividades de espionaje. Pretende que me vio, a mí, eJ 4 de agosto de 1948 en Friburg, cuando viajaba en un tren procedente de Co-penhague y que se dirigía a Suiza. (Es, pues, de suponer que yo me había fu-gado de la Lubianka, lo que desgraciadamente no era cierto.)

Según Reiser, Sukúlov (Kent) debía hallarse en Moscú, donde al parecer había ascendido a general del ejército rojo para dirigir seguidamente la red de la Orquesta Roja en la Europa occidental. (Sabido es que Kent estuvo en-carcelado desde 1945 hasta 1956 en varias prisiones y campos de trabajo de la U n i ó n Soviética, y que luego fue amnistiado, pero no rehabilitado.)

Según las declaraciones de Reiser, Margarete Barcza, la ex-mujer de Kent, debía hallarse asimismo en Moscú. La realidad es que desde el lin de la guerra vive en Bruselas. También Efrémov debería vivir en Moscú, según Reiser. Pero las fuentes más seguras nos afirman que Efrémov, con la ayuda de la Gestapo, logró huir a América del Sur.

Heinz PannivUz, Hauptsturmjührer SS y KnminalraL

Heinz Pannwitz fue jefe del Sonderkommando Rote Kapelle desde julio de 1943 hasta el final de la guerra. Conozco las declaraciones que hizo en la Lubianka. Por desgracia, no poseo ninguna copia de las mismas. Desde lue-go, intentó disimular por todos los medios los crímenes cometidos por orden su-ya. Al regresar de Moscú, declaró en distintas ocasiones que, durante todo el tiempo en que dirigió el Sonderkommando, no dictó ninguna sentencia de muerte.

Según las minuciosas indagaciones que he llevado a cabo en numerosos documentos oficiales alemanes y belgas, tal afirmación es una mentira. Pannwitz es responsable de los siguientes crímenes:

1) SUZANNE SPAAK. Por orden de Pannwitz, siete miembros de la familia de Suzanne Spaak íueron detenidos en concepto de "familiares encarcelados" y no recobraron la libertad hasta el mes de mayo de 1944. También por orden suya, el 9 de noviembre de 1943 Suzanne Spaak (esposa de Claude Spaak) lúe detenida en Bruselas y encarcelada en Fresnes, cerca de París. En enero de 1944, Suzanne Spaak fue condenada a muerte y ejecutada en su celda el 12 de agosto de 1944, pocos días antes de la liberación de París. Para borrar las huellas de este crimen, Pannwitz hizo enterrar el cadáver en el cementerio de Bagneux y mandó colocar sobre la tumba la mención: " U n a belga". S imul-táneamente, por uno de sus agentes, envió a Paul-Henri Spaak, ministro de Asuntos Exteriores del gobierno belga en el exilio, una carta en la que le ase-guraba que se había preocupado de transferir su cuñada, esposa de su her-mano Claude, a un lugar seguro de Alemania, para que así pudiera sobrevi-vir A la guerra.

2) FERNAND PAURIOL. Fernand Pauriol fue capturado en agosto de 1943, encarcelado en Fresnes, torturado, condenado a muerte el 12 de enero de

D O C U M E N T O S A N E X O S 467

1944 y ejecutado en su celda el 12 de agosto de 1944 por orden de Pannwitz. (En aquella época, ya no se fusilaba en París.) C o m o Suzanne Spaak, Fernand Pauriol fue enterrado en el cementerio de Bagneux con' la mención: " U n francés".

Los nombres de Suzanne Spaak y de Fernand Pauriol no aparecen en las declaraciones de los colaboradores del Sonderkommando Rote Kapelle, ni en las publicaciones que han aparecido más tarde (excepto en el libro de Gilíes Perrault).

3) HILLEL KATZ. Después de mi evasión del 13 de septiembre de 1943, H i -llel Katz fue cruelmente torturado por orden de Pannwitz. Todavía no se sabe en la actualidad cuándo y dónde fue asesinado.

4) ANTÓN WINTERINK. Según la versión oficial, que se fundamenta en las declaraciones de la Gestapo, Winterink fue un traidor que mantuvo la comu-nicación por radio con M o s c ú bajo las órdenes de la Gestapo y que, en vera-no de 1944, desapareció en la clandestinidad gracias a la ayuda del Sonder-kommando. Tal es la versión que hallamos en todas las publicaciones apare-cidas hasta ahora.

Las investigaciones a las que he procedido y que se apoyan en documen-tos belgas y alemanes, establecen que Winterink fue detenido el 16 de sep-tiembre de 1942 en Amsterdam, que el 18 de noviembre de 1942 aparece en el registro de entradas de la pr is ión de la Gestapo en Breendonk, pero en lorma anónima, con el n.° 409-806, y que fue cruelmente torturado antes de ser fusilado en el T i ro Nacional de Bruselas el 6 de jul io de 1944 por orden de Pannwitz. Fue enterrado en la tumba individual n.° 312, hilera II, con la mención: " D e s c o n o c i d o " (véase el anexo 10).

5) JACOB HILBOLLING. H i lbo l l ing era el más inmediato colaborador de Winterink. Fue detenido en Amsterdam el 16 de septiembre. Ni las declara-ciones de la Gestapo ni las posteriores publicaciones mencionan cuál fue su suerte.

A l gunos documentos oficiales belgas me permiten afirmar que, después de su detención, H i lbo l l ing fue encarcelado en la pr is ión de la Gestapo en Breendonk, pero en forma anón ima, con el n.° 408 PA 214. H i lbo l l ing mu-rió en el curso de una sesión de tortura o fue fusilado en 1943.

M i s informaciones proceden: a) Del registro de la pr is ión de Breendonk. b) De la lista de las personas que mur ieron en la prisión de Breendonk,

lista confeccionada por el Departamento General de justicia Mil itar (Gene-ralmilitárrichterramt).

c) De una carta de la Cruz Roja holandesa en la que se habla de la ejecu-ción de Hi lbo l l ing en 1943.

6) L í o GROSSVOGEL. Según los testimonios oficiales de la Gestapo, acep-tados luego sin la menor verificación, Grossvogel fue condenado a muerte en marzo de 1943 por un tribunal militar presidido por el doctor Manf red Roeder.

468 EL GRA ts J U E G O

Pero según mis indagaciones, Grossvogel no íue entregado por Pannwitz al tribunal militar hasta el mes de mayo de 1944 y éste lo condenó a muerte. Sin embargo, hasta ahora ignoramos cuándo y dónde lúe ejecutado.

7) JEÁNNE PESANT, esposa de Léo Grossvogel. Jeanne Pesant-Grossvogel lúe detenida el 25 de noviembre de 1942. Según las declaraciones oficiosas de la Gestapo, fue enviada a un campo de concentración. Hasta ahora nada sa-bemos de su ulterior paradero. Durante la tramitación de mi demanda judi-cial contra Rochet en 1972, los abogados parisienses Matarasso y Soulez-Lariviére efectuaron minuciosas indagaciones, que luego yo he completado. Fundándonos en documentos alemanes y belgas, podemos afirmar que jean -ne Pesant fue víctima de un infame chantaje por parte de la Gestapo para que les indicara el medio de alcanzar a su marido. Desde el 26 de enero hasta el mes de abril de 1943, estuvo encarcelada en Breendonk (n.u de registro 1133; hecho conf i rmado por los documentos alemanes y por las declaraciones de sus familiares). Desde el 19 de abril al 6 de jul io de 1944, estuvo encarcelada en la pr is ión berlinesa de Moab i t (según consta en el registro de esta prisión). Fue decapitada en Berl ín-Charlottenburg el 6 de jul io de 1944 (documentos fúnebres de esta cárcel preventiva).

La ejecución de la señora Grossvogel, que nada tuvo que ver con la O r -questa Roja, sólo pudo llevarse a cabo por orden de Pannwitz, quien así trató de borrar todas las huellas de los vejámenes que se le habían infligido.

8) HENRY ROBINSON. Las publicaciones que se fundamentan en los testi-mon ios de la Gestapo afirman que Rob i n s on debió ser ejecutado en 1943 o en 1 9 4 4 .

Pero según mis propias y minuciosas investigaciones, Henry Rob i n s on no había comparecido aún ante n i n gún tribunal militar a finales de 1942, época en la que todavía seguía con vida en una pr i s ión alemana. Só lo Pann-witz conoce el paradero final de Rob inson, pero ha logrado ocultarlo a todo el mundo.

9) HERMANN IZBUTSKI. " B o b " Izbutski fue detenido el 13 de agosto de 1942 y encarcelado en la pris ión de la Gestapo de Breendonk, en la que per-maneció hasta el mes de abril de 1943 (declaraciones de la familia de Izbuts-ki). Según sus compañeros de reclusión, fue cruelmente torturado. Según los testimonios oficiales de la Gestapo, fue condenado a muerte en 1943. Pero la sentencia no fue ejecutada inmediatamente porque, bajo la dirección de Karl Gier ing y más tarde de Pannwitz, el S onde rkommando utilizó el nombre de Izbutski para mantener el enlace radiotelegráfico con la Central de Moscú .

En mayo de 1944, Pannwitz dio orden de que se procediera a la liquida-ción de todos los testigos de sus crímenes: Izbutski fue una de las víctimas. El 6 de jul io de 1944 fue decapitado en Berl ín-Charlottenburg (según consta en el registro de esta pr is ión preventiva).

10) AUGUSTE SÉSÉE. Sésée fue detenido el 25 de agosto de 1942 y encar-celado en Breendonk hasta el 14 de abril de 1943. En abril de 1943 fue con-

D O C U M E N T O S ANEXOS 469

denado a muerte y trasladado a la prisión militar de Berlín (según declara-ciones de su compañero de reclusión Émile Boulangier).

Por las mismas razones que Izbutski, se demoró su ejecución. Auguste Se-see no fue decapitado en Berlín hasta el mes de enero de 1944. (Procedencia de esta información: 1) las declaraciones de su compañero de reclusión Louis Bourgain, y 2) el relato de Walterius Delrock publicado el 20 de mayo de 1946 en la revista Pro Justilia.)

No termina aquí la relación de las victimas de Pannwitz. Cuando haya completado mis actuales indagaciones, demostraré que Pannwitz es respon-sable, por lo menos, de otros cinco casos de torturas y asesinatos, "legaliza-d o s " o sin "legalizar", relacionados con la Orquesta Roja.

D O C U M E N T O S ANEXOS 471

El Jefe de la Policía de Seguridad y del S D IV A 2 - B.Nr. 330/42gRs

Berlín, 24 de diciembre 1942

Correo urgente i Asunto secreto del Reich! Al Reichslührer SS y Jefe de la Policía alemana

Comando del líente

Objeto: La Orquesta Roja Rejerencia: M i s informes habituales, el último de los cuales es de lecha 12 de

diciembre de 1942 — IV A 2 — B.Nr. 330/42gRs. La situación actual de las indagaciones acerca de la "Orquesta Roja " en

Francia permite trazar la siguiente imagen de conjunto: Junto al gran jefe, alias "G i lber t " , se hallaba su secretario técnico perso-

nal, el funcionario " A n d r é I I " (Dubois), que disponía de su propio progra-ma de radio, una clave de cifrado y unos enlaces por correos. Mientras tanto ha podido ser capturado. Además de su secretario técnico, bajo Jas órdenes del gran jefe existían siete grupos técnicos independientes, que igualmente disponían de sus propias instrucciones de radio, sus claves de cifrado y sus enlaces por correos.

En detalle, tales grupos eran:

1. " A n d r é I" (el judío Grossvogel), con contactos en la industria y la economía. Este grupo ha podido ser capturado.

2. " H a r r y " (el judío Robinson ?), que se procuraba informaciones militares y políticas procedentes del 2." bureau de Vichy. Este grupo ha sido capturado.

3. " P ro fe so r " (Basil Maksímovich), que se procuraba informaciones en los círculos de rusos blancos, monár-quicos y religiosos. Este grupo ha sido capturado.

4. " D o c t o r a " (Anna Maksímovich),

que se procuraba informaciones políticas procedentes del circulo alrede-dor de Pétain. Este grupo ha sido capturado.

Los otros tres grypos, cuyos miembros no han podido ser desc ubiertos, se procuran informaciones sobre todo de orden político, por ejemplo:

5. Procedentes de los círculos alrededor de Darían, Giraud y YVeygand.

6. Procedentes de otros grupos políticos.

7. Procedentes de distintos ministerios y administraciones, entre otros tam-bién Dakar.

472 EL GRAts J U E G O

Ya remití un informe sobre la actividad desarrollada po r " A n d r é I "

(Grossvogel).

La detención de " H a r r y " se ha practicado el 21 de diciembre de 1942, después de numerosas pesquisas y de localizar a distintas personas de contac-to; a raíz de una cita organizada, en la que se ha pod ido divisar a Ha r r y a unos ciento cincuenta metros del lugar previsto, ha sido detenido en París po r un funcionario berlinés de la Comi s i ón especial.

Ha af irmado ser el jud ío francés Ha r r y Rob inson, sin que después haya hecho n inguna declaración utilizable. También el 21 de diciembre de 1942 ha sido posible detener a Meda rdo Griotto, de nacionalidad italiana, y a su esposa, ambos contactos importantes de Harry.

Según el material que poseemos, Harry habla corrientemente alemán, in-glés, ruso, francés e italiano, y utilizaba una serie de falsas identidades.

Parece ser que estuvo en Suiza con Münzenberg y el cura suizo Jul ius Humbert -Droz, que con algunos otros fundó la Internacional de jóvenes co-munistas, y que ha desempeñado as imismo las siguientes funciones:

1922, representante de los jóvenes comunistas íranceses en el Komintern. 1923-, durante la ocupación francesa, dirigente del trabajo político-

militar ( A M ) en el departamento del Rhin. 1924, director técnico del aparato AM en Europa central y occidental. 1929, agregado al general de división m$o Mura i l le para la dirección del

espionaje soviético en Francia. 1930, encargado de la 4.a oficina del ejército ruso y director del trabajo

BB en Francia. 1936, colaborador del agregado militar de la embajada rusa en París. 1940, director del aparato AM y O M S en Europa occidental, con sede en

París.

Un correo de la Orquesta Roja, detenido en Bruselas, ha indicado que en 1938, a petición de Harry, visitó a la esposa de éste en la siguiente dirección: Berta Schabel (correctamente Klara Schabbel), Henn ingsdor f junto a Berlín, Eichenstrasse, 1L

Hasta el comienzo de la guerra, esta señora Schabbel hacia las veces de buzón de cartas para el partido comunista y por ello cumpl ió una pena de prisión. De nuevo fue descubierta y detenida cuando apresamos en Berlín la Orquesta Roja, pues ella era quien encaminaba a los paracaidistas soviéticos. Su hijo, cuyo padre natural es Harry, también es un importante agente del Komintern, pero en la actualidad, como soldado gravemente herido, se halla internado en un hospital militar de Berl ín; de ahí que todavía no haya sido interrogado.

En el encuadramiento del Funkspiel, el hijo del antiguo diputado comu-nista del Reichstag, Koenen, ha recibido órdenes de M o s c ú en el sentido de que el herido Schabbel no admita que la Wehrmacht lo mande a casa en per-

D O C U M E N T O S A N E X O S 473

miso de convalecencia, sino que procure que lo destinen, como convalecien-te, a un estado mayor para situarse así en un mejor campo de acción.

Los respectivos jefes de los dos grupos " p r o f e s o r " y " doc to ra " son los si-guientes individuos, ya capturados:

Basil Pawlovich Maks ímovich, nacido el 22 de ju l io de 1902 en Tcherni-gov, Rusia, ingeniero de minas y profesor en una escuela particular francesa de París, y su hermana A n n a Páwlovna Maks ímov ich, nacida el 8 de marzo de 1901 en Tchernigov, Rusia, médico psiquiatra.

Además, ha sido detenida la secretaria del consulado alemán en París, A n n a Margaret Hoffmann-Scholtz, nacida el l de lebrero de 1896 en Wendisch-Bucholz, amante de Basil Maks ímovich. Desempeñaba un cargo de confianza en el consulado alemán y anteriormente había sido la secretaria del comandante militar en jefe de París.

El " p r o f e s o r " (Maksímovich) ya ha confesado que ha utilizado a la Ho f fmann - S cho l u como fuente de informaciones, de modo que, gracias a ésta, han pod ido ser transmitidas a M o s c ú algunas informaciones proceden-tes del comandante militar en jefe y del consulado alemán en París.

En la estructura deja Orquesta Roja en Francia, el gran jefe contaba con puntos de apoyo en Lyon, Marsella, Tou lon, V ichy, D i jon y Burdeos.

Mientras tanto, han pod ido ser capturados los dos grupos de Lyon y de Marsella. El g rupo de L yon se hallaba bajo las órdenes del jud ío Is idor SpriÜger, ya conocido como miembro de la Orquesta Roja en Bélgica. C o m o ya he informado anteriormente, se ha detenido al jefe del g rupo marsellés Kent, alias Vicente Sierra, alias V íktor Sukúlov, que transmitía a M o s c ú las informaciones procedentes de los grupos Schulze-Boysen y Harnack de Berlín.

Las indagaciones y los interrogatorios necesarios para la captura de los demás grupos serán proseguidos por la comis ión especial, incluso en Jos días (estivos, con todos los medios disponibles.

No dejaré de remitir los oportunos informes cuando sea preciso.

C o m o delegado

G E S T A P O - M Ü L L E R

D O C U M E N T O S A N E X O S 475

[Traducción parcial:]

Gracias a otras localizaciones radiogoniométricas, el 30 de jul io de 1942 la G F P logró meter la mano en una segunda estación emisora y detener al operador Her rmann. Éste pudo ser identificado como el funcionario del Ko-

mintern Johann W E N Z E L . . .

[...] Kent pudo ser detenido por la policía de Seguridad el 12 de noviembre

de 1942 en Marsella con su amiga Margarete B A R C Z A , l lamada " l a Rub i a " .

D O C U M E N T O S ANEXOS 481

[Traducción del documento anterior:]

Abwehrlleistelle Francia N. " 10127/43 G. K D O S I I I F 2/3198

P A R Í S , 25 de jun io de 1943

R E F E R E N C I A : Conversación telefónica entre e l comandante W E R -N E R y el comandante S C H A E F E R de fecha 21-6-1943.

O BJ ET O : Vista de conjunto del " j uego - r ad i o " R O T E K A P E -L L E que lleva a cabo él comando especial de la R S H A

- D I F U S I Ó N —

En nota adjunta figura una visión de conjunto de los mensajes de radio intercambiados en el marco del " j uego - r ad i o " " Ro te Kapel le" desde enero de 1943.

El servicio del Alto M a n d o Oeste I C / A O ha remitido cada vez a la Ab -wehr las diversas proposiciones de respuestas, que luego han sido transmiti-das al " S o n d e r K o m m a n d o " de la R S H A para el ' j uego - r ad i o " .

El suministro, por parte del A l to M a n d o Oeste, del material destinado al juego radio tropieza, estas últimas semanas, con ciertas dificultades, porque el M a n d o Superior juzga que el adversario en M O S C Ú ha "detectado el jue-g o " y que por esta razón formula sus preguntas en forma tan precisa que, por razones militares, el Alto M a n d o no cree conveniente proporcionar el material necesario para las respuestas, ya que éstas no pueden dejar de ser igualmente precisas.

El M a n d o Superior del sector Occidental nos ha dado a conocer, por su nota I C / A O n.° 1026/43 G. K D O S del 5-6-1943, que ya no juzga interesante la prosecución del " juego- rad io " , porque la " i n tox icac ión " efectuada du-rante estos últimos meses ya no se considera necesaria por ahora dada la si-tuación actual.

El S onde rkommando de la R S H A opina por el contrario que, para llenar ciertas lagunas acerca de la organización del adversario, sería conveniente proseguir el " j uego - r ad i o " y, para ello, tendría que seguir procurándose en cierta medida el material de intoxicación necesario.

Por esta razón, el M a n d o Superior Oeste I C / A O , por la nota n.° 1048/43 G. K D O S de fecha 17-6-1943, ha transmitido recientemente a la Abwehr la siguiente información destinada al juego-radio.

" P o r lo que se refiere a las unidades SS del sector de Angouléme, se ha constatado lo siguiente:

"Estas unidades son numerosas. Se hallan acantonadas en casi todas las poblaciones existentes entre Angou léme y Cognac.

" E l conjunto de las fuerzas se eleva ciertamente a más de 20.000 hom-

482 EL GRA ts J U E G O

bies. Corno faltan por completo los números y las insignias, y como resulta muy difícil entrar en contacto con la tropa, no ha sido posible determinar si se trata de una o de varias divisiones.

" S e han observado las siguientes particularidades: — infantería motorizada: po r lo menos tres regimientos; — dos regimientos de artillería de nueve baterías cada uno, tres de las

cuales son de cañones de 10,5 cm; — seis baterías de obuses de 15 cm, mientras el armamento de las restan-

tes está formado por cañones rusos de unos 12 cm, pero todas ellas son mo -torizadas;

— cinco o seis bater ía s^e cañones antitanques; — una sección de artillería blindada autotransportada (sobre orugas); — varias baterías ligeras y pesadas antiaéreas; — varias secciones de carros de combate y de antiametralladoras, cuya

potencia aún no está determinada, pero que pertenecen a los

" S I G U I E N T E S T I P O S :

1) Un tipo semipesado con torrecilla achatada y elevadas superestructu-ras; un cañón de 5 cm, de longitud media, y dos ametralladoras; la oruga es accionada por dos grandes ruedas motrices, una delantera y otra trasera, y se desliza sobre seis ruedas locas arriba y otras tres abajo.

2) Tanques medios de fabricación francesa con cuatro bocas de fuego. 3) Un tipo más pesado con una cúpula alta de grueso blindaje y un ca-

ñón de 7 a 8 cm, de tubo largo con parallamas. Además posee dos ruedas motrices, ocho ruedas locas arriba y otras cuatro abajo.

"Pertenecen igualmente a estas unidades algunas tropas de ingenieros y unas unidades de intendencia y transmisiones bastante importantes. Todas ellas motorizadas.

" T a n t o los oficiales como los soldados son jóvenes. La mayor parte de ellos vienen directamente de Alemania. Pero existen as imismo algunos h o m -bres, sobre todo entre los oficiales, que ostentan la cruz de hierro y la meda-lla de combatiente del frente del este.

" E l grado de formación militar parece ser muy avanzado, pues hace ya varios meses que estas tropas permanecen en sus actuales acuartelamientos y están sujetas a un cont inuo y severo entrenamiento. Su equipo es particular-mente bueno. Es de suponer que estas tropas están prestas para entrar en combate en cualquier momento . "

Esta información ha s ido puesta a disposición del S onde r kommando de la R S H A para su utilización en el juego-radio.

D I F U S I Ó N

— A n u Aus land/Abwehr, Abwehrrabtei lung I I I F. — Amt Aus land/Abwehr, Abwehrrabtei lung I I I D.

A la atención del coronel V o n Bentivegni — C h r o n o

Firma: Ilegible

1.er ejemplar 2.° ejemplar

3.er ejemplar

484 EL GRAts J U E G O

[Traducción de! documento 2:]

G r u p o I I I D Asunto secreto del mando

Objeto: Estaciones emisoras de R S H A M a r s (Marsella) Eífel (París) Buche/Pascal (Bruselas) Buche/Bob Tanne

Berlín, 9 ju l io 1943

A D V E R T E N C I A

Conversación telelónica comandante von Feldmann (comandante Brandl, 9 de julio de 1943, a las 10 horas). El comandante von Feldinann confirma:

R S H A pide el desbloqueo del material militar para sus emisoras en el oeste (Bruselas, París y Marsella) por mediación de Alst Francia del M a n d o Mil itar Oeste. Alst in forma que el material ha sido desbloqueado po r la Abwehr I I I D. Conversación del comandante Brandt (comisario criminal Amplitzer el 9 de. ju l io de 1943 a las diez horas y media).

Para lacilitar las sintonización del material, que R S H A anuncia después de transmisión al enemigo por I I I D, con el material anunciado por Alst Francia a Abwehr I I I D y desbloqueado por Alst Francia para R S H A , el comisario1

criminal Amplitzer da orden a sus olicinas de París de que en lo sucesivo co-mun iquen a Alst Francia las líneas (Mars, Eilél, Buche/Pascal, Buche/Bob y' Tanne) en las que este material será utilizado.

D O C U M E N T O S ANEXOS 491

[Traducción parcial:]

En 1936, participé en dos colectas a favor de los refugiados españoles, porque así me lo pidió una vecina de la calle de la Huchette, cuyo nombre ya no recuerdo y de Ja que ya no puedo darle n inguna referencia, ni siquiera el piso en que vivía. No he pertenecido nunca a una organización de ayuda a los refugiados españoles. Le repito que fue de un m o d o enteramente fortuito como llegué a participar en unas cuestaciones a favor de los emigrados espa-ñoles.

Nunca tuve relaciones directas o indirectas con los alemanes durante, an-tes o después de la ocupación.

I gnoro por completo las acciones clandestinas que pudieron darse en Bourg- la-Reine y en otros lugares bajo la égida de la resistencia. Le repito que de n ingún m o d o participé en tales acciones. Nunca se me pidió que re-cogiera o entregara correspondencia o que cobijara en mi casa a personas acosadas o buscadas por el ocupante. Q u e yo sepa, tampoco mi mar ido tuvo tales contactos ni fue requerido para acciones de tal índole. Además, estaba

enfermo desde que regresó del campo de prisioneros.

[ - . . ] Nunca he estado afiliada ni he mil itado en una organización política o

sindical. Durante la ocupación, no formé parte de n inguna red de la resistencia,

cualquiera que fuese. Nunca llevé a cabo n inguna misión. Aunque, por otra parte, nunca se me solicitó para que lo hiciera. Nunca oculté o albergué a nadie en mi domici l io en n ingún momento de la ocupación.

U ] Nunca me he relacionado con súbditos extranjeros. No conozco a n ingún c iudadano soviético. Puedo asegurarle que nunca

he conocido a n inguno. Trabajé sin discontinuidad desde 1939 hasta mayo de 1943. A consecuen-

cia de la escasez de mercancías, dejé de trabajar en la confitería J A Q U I N has-ta finales de noviembre o pr imeros días de diciembre de 1947.

494 EL GRAts J U E G O

(Traducción parcial:]

Me llamo T U S S E A U — Pierre, Ado lphe, Stanislas. [...] Soy de nacionali-dad francesa, soliero. Ejerzo la profesión de ingeniero. [...]

El 22 de enero de 1948, el Tr ibunal de Justicia del Sena me condenó a cinco años de trabajos forzados por inteligencia con ei enemigo. [...]

Pertenecí a la Abwehrt rupp 252 (organismo móvil alemán de represión) en septiembre de 1943 y, luego, en jun io y ju l io de 1944. Durante un mes aproximadamente, y en una época que se sitúa a finales de 1943 o comienzos de 1944, sin que ahora se lo pueda precisar debido ai tiempo transcurrido, estuve adscrito a un servicio de la policía alemana, vinculado al SD , cuyas olicinas se hallaban instaladas en la calle de las Saussaies, 11. El jete de aquel servicio era un tal P A N N E W I T Z .

U ] Durante el poco tiempo que estuve con P A N N E W I T Z , me ocupé de reco-

ger algunas informaciones acerca de ciertos indiv iduos comunistas o acusa-dos de comunistas. Só lo se trataba de simples verificaciones del domici l io, del lugar de trabajo o de la familia. Ni P A N N E W I T Z ni n i ngún otro organis-mo alemán o co laborador me encargó nunca la realización de pesquisas po-licíacas propiamente dichas. M i s investigaciones no requerían, en absoluto, la menor iniciativa personal. Yo lo ignoraba todo de los asuntos que así me eran encomendados.

Recuerdo que, en estas condiciones, fui efectivamente a Bourg- la-Reine po r orden de P A N N E W I T Z para informarme del lugar donde residía una tal Juliette M O U S S I E R . ,

T o d o lo que hoy puedo decirle es que no encontré a esta persona en la dirección de Bourg - la -Re ine que me habían dado y que debe ser la que usted" me indica, porque, desde luego, yo ya no la recuerdo.

Al encontrar cerrada la puerta, no insistí más. No pregunté a (os vecinos. Consideré terminada mi mis ión. Só lo di cuenta a P A N N E W I T Z de la ausen-1 cia de la llamada M O U S S I E R , a la que nunca vi. No recuerdo si P A N N E -W I T Z me había dado su filiación. I gno ro por completo los motivos que le habían inducido a ordenar que se realizara aquella verificación. [...]

El papel con los nombres de M O U S S I E R y d e J A Q U I N , que los amer i ca j nos encontraron en ini poder cuando me detuvieron el 8 de agosto de 1944, era el papel en el que había anotado las direcciones precitadas cuando P A N ? N E W I T Z me encargó que procediera a su verificación.

Hab ía olv idado aquel pedazo de papel en el fondo de uno de mis bolsí-. líos.

D O C U M E N T O S A N E X O S 495

Anexo 12

Ú L T I M A S P R E C I S I O N E S

/. Hechos y cifras, sin comentario

Según Jas indicaciones de la Gestapo, sólo setenta y seis personas relacio-nadas con la Orquesta Roja fueron condenadas en Alemania (pena de muer-te, prisión o reclusión criminal, deportación o batallón disciplinario).

Según el interrogatorio a que fue sometido el doctor Manfred Roeder, sólo veintiocho miembros de la Orquesta Roja fueron condenados en Fran-cia, Bélgica y Holanda, y de ellos, únicamente una tercera parte a la pena ca-pital.

En cambio, según las minuciosas indagaciones que he llevado a cabo y que todavía no he terminado, doscientas diecisiete personas relacionadas con la Orquesta Roja fueron detenidas en Francia, Bélgica, Ho landa y Alemania. De ellas:

—ciento cuarenta y tres fueron ejecutadas o asesinadas durante su interro-gatorio, murieron en los campos de concentración o se suicidaron;

—setenta y cuatro sobrevivieron al final de la guerra; —y sesenta y cinco eludieron la detención de la Gestapo: veinte en Alema-

nia, treinta y una en Francia, nueve en Ho landa y cinco en Bélgica.

11. Personas que en Francia y Bélgica fueron asesinadas en secreto por los dirigentes del Sonderkommando, quienes seguidamente procuraron borrar todas las huellas de tales

crímenes:

1 . SPAAK, S u z a n n e

2 . PAURIOL , F e r n a n d

3. PESANT, Jeanne (esposa de Grossvogel) 4 . DRAILLY, N a z a r i n

5 . DRAILLY, G e r m a i n e

6 . H I L B O L L I N G , J a c o b

7. VELAERTS, F l o r e

8. CLAIS, Joséphine (hermana de Germaine Schneider) 9. CLAIS, Renée (hermana de Germaine Schneider)

10. G O L D E N B E R G , J o s e p h

1 1 . JEUSSEUR , J e a n

12. WINTERINK , A n t ó n

13 . SCHNEJDER, F r a n z

14. SCHNEIDER , G e r m a i n e

496 EL GRA ts J U E G O

15. G I R A U D , P i e r r e

16. KATZ, H i l l e l

17. CORBIN , A l f r e d

18. JASPAR , C l a i r e

(En otros lugares de este libro doy algunas informaciones sobre el tipo de crimen de que fue víctima cada una de estas dieciocho personas.)

III. El "juego telegráfico" de la Orquesta Roja o "gran juego"

Según indican las investigaciones llevadas a cabo en los documentos de la Gestapo, las emisoras que tomaron parteen eí " juego telegráfico" de la O r -questa Roja fueron:

1. Empresa " Buche Pascal": Efrémov y Bob. 2. Empresa " E i c h e " : Sésée. 3. Empresa " T a n n e " (Amsterdam): Winterink. 4. Empresa " W e i d e " : Wenzel. 5. Empresa "E i fe l 1 " : Kent. 6. Empresa 4 'Eifel 2 " : Raichmann y Kent.

De hecho, únicamente Efrémov y Kent revelaron al Sonderkommando Rote Kapelle tanto sus códigos particulares como los otros que conocían. Winterink, Izbutski (Bob) y Sésée nunca participaron en el "juego telegráfi-c o " secundando a la Gestapo. Hasta que fueron ejecutados, nunca salieron de la prisión de la Gestapo en Breendonk, en la que se hallaban encerrados en secreto, pues sólo eran conocidos por su número de encarcelamiento. Desde noviembre de 1942 hasta enero de 1943, Wenzel fingió participar en el gran juego para así poder informar a la CentraJ de Moscú acerca de la acción emprendida por el Sonderkommando. En enero de 1943, logró huir.

Los siguientes "p ianistas" y especialistas de cifrado, después de captura-dos, sacrificaron su vida para no revelar su código:

1. Makárov, Mijaíl 2. Kamy, David 3. Poznanska, Sophie 4. Sokol, Hersch 5. Sokol, M i r a 6. Izbutski, He rmann 7. Sésée, Auguste 8. Pauriol, Fernand 9. Giraud, Pierre

El Sonderkommando nunca supo nada de los códigos especiales que sólo Léo Grossvogel y yo conocíamos: 1) el código que únicamente debíamos uti-

D O C U M E N T O S ANEXOS 4 9 7

lizar para las cuestiones más importantes y, en especial, para comunicarnos con el director de Moscú acerca de la Central del Partido comunista francés; 2) mi código personal, qué utilicé a partir del mes de enero de 1942 y que só-lo Léo Grossvogel conocía además de yo; 3) el código empleado por Hersch y Mi ra Sokol.

La Gestapo no descubrió a los "p ianistas" y cifradores siguientes:

1. Ackerrnann, Vera (que cifraba para la emisora de Hersch y Mi ra So-kol).

2. Giraud, Lucienne, especialista asimismo del cifrado. 3. Cinco miembros del g rupo español. 4. El operador de reserva Wilhelm Voegeler (Amsterdam). 5. Dos estaciones emisoras y receptoras no fueron descubiertas en H o -

landa por la Gestapo (de los doce miembros del grupo holandés de la O r -questa Roja, sólo tres fueron capturados).

IV. La "gran traición"

Después de la guerra, los hombres del Sonderkomniando Rote Kapellc han acusado a los siguientes dirigentes y miembros activos de la Orquesta Roja de haber delatado a sus camaradas a la Gestapo:

1. Schulze-Boysen, Harro 2. Kuckhoff, Adam 3. Harnack, Arvid 4. Trepper, Leopold 5. Winterink, Antón 6. Wenzel, Johann 1. Katz, Hillel 8. Schneider, Germaine

y otros.

Con todas esas falsedades y calumnias, los hombres del Sonderkoniman-do pretendían ocultar los crímenes que habían cometido en las personas de sus detenidos: chantajes, torturas, asesinatos durante los interrogatorios, ejecuciones sin juicio, detenciones y condenas de inocentes que nada tenían que ver con la Orquesta Roja, etc.

Las indagaciones posteriores que he llevado a cabo me permiten afirmar:

]) Alemarúa. Entre las ciento treinta personas apresadas, hubo algunas que, a consecuencia de su derrumbamiento moral o de las torturas sufridas, llegaron a confesar algunos nombres. De los ocho hombres lanzados en pa-racaídas y ulteriormente capturados, sólo uno aceptó participar en el " juego telegráfico" secundando a la Gestapo.

2) Francia, Holanday Bélgica. La traición del capitán Konstaniín Elvémov, detenido durante el verano de 1942, provocó la captura del conjunto dt*l

498 EL GRA ts J U E G O

grupo belga de la Orquesta Roja, de tres miembros del g rupo holandés, de ciertos contactos del servicio soviético de información que lueron descubier-tos en Suiza, y de Henry Robinson en París. Efrémov reveló además los códi-gos utilizados en Bélgica y el Sonderkotnmando los empleó inmediatamente para iniciar su " juego telegráfico" contra Moscú.

VikluT Sukúlov (Kent), detenido ei 12 de noviembre de 1942 en Marsella, facilitó al Sonderkom/nando un mejor conocimiento del conjunto de Jas ac-tividades desarrolladas por la Orquesta Roja en Francia, Bélgica y Holanda, así t omo las llevadas a cabo por el grupo del servicio de inlormaciones mili-tares que dirigía Rado en Suiza. Reveló los siguientes códigos: el suyo pro-pio, el que yo utilicé hasta finales de i941, y el que había recibido de la Cen-tral para Rado y que él personalmente había llevado a Suiza en 1940. Igual-mente reveló la existencia de mi enlace extraordinario con el director de Moscú a través de la Central del partido comunista francés. Informó al Son-derkoimnando acerca de la actividad ejercida por Hillel Katz, Alfred Corbin, Nazarin Drailly, Henry Robinson y Léo Grossvogel. Durante ei ' j uego tele-gráfico" de la Gestapo contra la Central de Moscú, cifró bajo la vigilancia del Sonderkommando los despachos telegráficos que éste emitía a Moscú.

Abraham Raickinanny detenido en septiembre de 1942, después de ser tor-turado en Breendonk, suministró a la Gestapo algunas indicaciones de nom-bres, direcciones y relaciones de los miembros de la Orquesta Roja de Fran-cia. Su amiga, Malvina Gruber (que no formaba parte de la Orquesta Roja), participó en estos actos de traición.

Rita Arnould., detenida el 13 de diciembre de 1941 en la calle de los Atré-bates de Bruselas, ante el chantaje del capitán Piepe, reveló que aquella casa era un centro de emisiones de radio y confesó el nombre de cuatro miembros de la red. Gracias a las contramedidas que nosotros adoptamos, sus declara-ciones resultaron infructuosas para los alemanes. Pero, a pesar de esta trai-ción en beneficio de la Gestapo, Rita A rnou ld fue decapitada en Plótzenseé en el año 1943.

La Gestapo había infiltrado a dos espías en el grupo bruselense de la Or -questa Roja. Otto Schumacher, antiguo miembro del partido comunista ale-mán, trabajaba en la emisora de Wenzel. A él se debió en parte la detención de Wenzel y la de Arlette Humbert-Laroche. Por lo que se refiere a Mathieu, ex-inspector principal de la policía belga, que entregó Efréniov a la Gestapo, ya en el verano de 1942 lo habíamos desenmascarado.

V. Observaciones en vista de un balance definitivo

Según la Gestapo, su victoria sobre la Orquesta Roja fue total. Pero he aquí los hechos:

1) Desde inayo de 1940 hasta noviembre de 1942, más de mil quinientos radiogramas fueron remitidos a Moscú por los grupos de la Orquesta Roja,

D O C U M E N T O S ANEXOS 499

de los que sólo unos doscientos o doscientos cincuenta tueron develados pov el g rupo de descifradores dirigido por el doctor Wi lhe lm Vauck. Desde mayo de i 940 hasta jun io de 1941, n ingún radiograma pudo ser descifrado. Asi-mismo, entre los varios centenares de radiogramas expedidos por la emisora de Maisons-Laffitte en París (Hersch y M i r a Soltol), ni siquiera uno fue desci-frado.

T a m p o c o fue descifrado n inguno de los numerosos e importantes radio-gramas enviados a la Central de Mo scú por mediación del partido comunista« clandestino francés.

La mayor parte de las informaciones militares del g r upo berlinés escapó a la Gestapo, sobre todo las que llegaron a M o s c ú por Suecia, Holanda, Suiza y Francia.

2) En el juego telegráfico (o " g r a n juego " ) entre Berlín y Mo scú , la Ges-tapo sólo actuó con ventaja en los pr imeros meses, entre agosto de 1942 y enero de 1943. Desde febrero de 1943 hasta el iín de la guerra, la Central del servicio de informaciones militares en Mo scú es la que gozó de todas las ven-tajas, y eso fue posible gracias al éxito de la "operac ión Juliette" de finales de enero de 1943.

3) Aunque la Gestapo recurrió a todos los medios de que disponía, no logró capturar a sesenta y cinco miembros de los g rupos de la Orquesta Ro-ja. Y fracasaron as imismo todos sus intentos para descubrir los grupos del movimiento de resistencia y la dirección del partido comunista clandestino francés.

ÍNDICE ONOMÁSTICO

Abakúmov, general, 342, 362, 363, 382, 383

Abetz, Ot to , 130 Ackermann, Vera, 132, 154, 182, 263,

420, 497 Adler, Hans, 424 Alamo, Carlos, 110, 1 11, 115, 122, 123,

133, 156, 160, 161, 162, 163, 164, 165, 166, 167, 175, 181, 239, 242, 420; véase también Makárov, Mijaíl

Anmarty , 43 Arnould , Rita, I6L, 163, 165, 172, 242,

243, 415, 498 Asihakov, 114 Averbuch, Daniel, 29, 30, 69, 70, 74 Averbuch, David, 70 Averbuch, Jashin , 74 Averbuch, María, 70

Bach, 130 Bailly, 279, 280, 283 Bahhazar, 212 Balzac, 104 Barbie, 214 Barcza, Margarete, 131, 133, 168, 182,

183, 242, 251, 271, 318, 323, 419 Barsilay, 7 1; véase también Berger, Joseph Bart, Robert , 177 Bästlein, Bernhard, 177 Baumann , Herber t , 174 Baum, Herber t , 136, 421, 424 Baum, Marianne, 424 Behrens, Karl, 422 Ben Gur ion , David, 29, 31 Ben-Yehuda, 69 Bergelsohn, 390

Berger, Joseph , 29, 30, 68, 7 1; véase tam-bién Barsilay

Berg, Willy, 113, 206, 207, 209, 218, 219,

220, 221, 224, 225, 226, 227, 228, 229, 231, 232, 247, 251, 252, 253, 254, 272, 275, 276, 277, 278, 279, 280, 281, 283, 284, 302

Bena, Lavrenti. 210, 381, 383, 389, 390 Bcrkown/, Liane, 422 Bernhard, Kurt, 424 Berzin, gcncr.il Yan, 83, 84, 85, 86, 88,

89, 90, 92, 99, 100, 101, 102, 103, 104, 105, 107, 150, 174, 179, 234, 341, 354, 363. 364, 3Z6, 387, 393

Beublet, Maurice, 241, 415 Biernat, Kar) Heinz, 424 Bir, 44, 88, 91 Birman, 30, 69 Bi rnbaum, Heinz, 424 Bismarck., Otto von, 200 Bob, 132, 239, 496; véase también Izbutski,

H e r m a n n

Boemelburg, jefe de la Gestapo en Paris, 189, 192, 232, 250, 252, 270

Böhme, Karl, 422 Bolshákov, 110 Bontjes van Beek, Cato, 422 Bordo, 168; véase también Efréinov, Kons-

tantin Bormann , Martin, 181, 256, 270, 272,

319, 335 Börner, 177 Boiwin, Naftali, 32 Boulangicr, Éniile, 244 Bourgain, Louis, 244 Bi acm, señora, 9 Braun, Eva, 148 Breyer, R o b e n , 126, 242, 249, 415 Bíockdorir , Erika von, 176, 177, 422, 446 Brojdé, Luba, 31, 32; véase también Luba Brossolette, Pierre, 212 Buch, Eva-María, 422 Budzinski, 348

502 EL GRAts J U E G O

Budzislawsky, Herbe r t , 424 Bujarin, Nikolay, 50, 55, 58, 61, 62

Cachin, Marcel, 42, 64 Cadogan , viceministro inglés, 139 Canaris, a lmiran te Wilhelin, 159, 198,

237, 258, 270 Carlos, Éniile, 244 Catalina II, empera t r iz de Rusia, 367 Cairoux, general Georges, 183 Cervinka, Bohden, 265 Chambcr la in , Ar thur Neville, 113 Chamber l in , Henr i , 295; véase también

La I on i Chapial , monseño r , 130 C h a r b o n n i e r , 127 Charles, profesor J ean -Léon , 9 Char tok , 31 Chei'iok, doctor , 292, 299, 308, 309 Chñs ten , Rober t ,M28, 242, 419 Churchil l , Winston, 196, 199, 320, 352,

393 Ciáis, Joséph ine , 418, 495 Ciáis, Renée, 418, 495 Coime, Suzanne, 127, 153, 184, 242, 243,

249, 416 Coppi , Hans, 135, 176, 177, 422 Coppi , Hilde, 176, 422 Corbin , Alfred, 126, 128, 153, 183, 184,

187, 188, 242, 243, 245, 249, 416, 418, 437-438, 496, 498

Corbin , Denise, 187, 419 Corbin , Marie, 187, 188, 242, 243, 418 Corbin , Rober t , 128, 243, 419 Counc l ine , Georges, 41

Daladicr, É d o u a r d , 113, 210 Danífov, Antón, 164, 165, 416; véase tam-

bién Kamy, David Dayan, Moshé, 397 Déat, Marcel, 305 Dcj, Giorgiu , 371 Dcnisc, 286, 288, 293, 294, 311 Depelscnairc, Betty, 240, 241, 242 De Rytk, Hcnri , 128, 418 DcMtuiN, 164, 239, 416; véase también

Kiirnv, David Dimcnstcin, profesor , 50 Dimitrov, Georgi , 65, 67, 81, 115, 230 Dobrush in , 391 Dolly, 131; véase también Gunzig, Jacques

Domb, Lciba, 23, 36, 42, 88, 94, 222, 426; véase también T j e p p e r , Leopold

Dow, 165, 420 Drailly, Charles, 128, 242, 243, 418 Drailly, Germaine , 241, 242, 243, 419,

495 Drailly, Nazarin, 108, 127-128, 168, 241,

242', 243, 249, 416, 495, 498 Drailly, Solange, 419 Dubois, André, 126, 202; véase también

Kaiz, Hillel Duelos, Jacques , 40, 171, 185, 230, 248,

249, 284 Dujardin , J ean , 9 Dulles, Alien, 272 Duval, 148, 203, 275, 276; véase también

Pauriol , F e m a n d Dzerzhinski, Feliks, 382

Elrémov, Konstantin, 168, 169, 170, 171, 178, 182 , 184 , 193 , 194 , 2 0 4 , 2 3 8 , 2 3 9 , 2 5 0 , 2 6 2 , 2 6 5 , 2 7 3 , 2 7 4 , 3 2 6 , 3 6 3 , 4 1 9 , 496, 497, 498; véase también B o r d o ; Pascual

Ehrenburg , Iliá, 389 Ehrlich, Modesie, 208, 243, 418 Eichmann, Adolf, 268 Eidemann, general, 77 Ei I UT, Erna, 1 77, 422 Eisenhower, Dwight David, 367 Elenbogen, 47, 48 Elkabach, Jean-Pier re , 398 Ender, Ina, 135, 148. 425 Epstein, 70, 235 Erlanger, Henry, 134 Eulenburg, príncipe Phil ippe von, 135 Ézhov, 67, 68

Fanlàm, 400 Feldmann, general, 77 Fellendorf, Katharina, 422 FelU-ndorf, Wilhelm, 177, 422 Ferrucci, abogado , 88, 90, 91 Fish, Mildred, 135, 421 Foote, Alexander, 263, 264, 330, 332 Fraenkel, Editz, 424 Fran<;ois-Poncet, André, 250 Franz, 242 Freud, S igmund, 23 Friiz, 214 Frúmkina , Ester, 75, 348

ÍNDICE O N O M Á S T I C O 503

C a m á m i k , general, 77 Gaulle, Charles de, 150, 151 Gehns , Erwin, 136, 422 Gierek, Edward, 401, 403 Gieríng, Karl, 78, 79, 166, 167, 173, 181,

182, 187, 188, 189, 190, 191, 193, 194, 195, 196, 197, 198, 199, 200, 201, 202, 203, 204, 205, 206, 207, 208, 211, 212, 215, 217, 218, 219, 220, 221, 222, 224, 225, 226, 227, 228, 230, 231, 232, 233, 234, 235, 236, 239, 245, 246, 247, 248, 249, 250, 251, 253, 254, 255, 256, 25&, 260, 261, 262, 263, 264, 265, 267, 269, 270, 278, 324, 448

Gilbert , J e a n , 94, 121, 127, 140, 153, 154, 162, 182, 185, 187, 188, 189, 190, 191, 284, 286, 287, 305, 306, 313, 316, 342, 396; véase también Trepper , Leopold

Giraud, Lucie, 150, 420, 497 Giraud, Pierre, 150, 417, 496 GoebbeJs, Joseph , 80, 116, 124, 136, 261,

268, 289 Goer ing, H e r m a n n , 80, 135, 239, 243,

315, 317 G o e u e , Urcula, 422 Goldberg , Jacques , 415 Goldberg , Sarah, 132, 239, 415, 419;

véase también Lilly Goldenberg , Joseph , 416, 495 Go ldmaer , Reginald, 244 Gólikov, mariscal, 139, 140, 354 Gol lnow, Herber t , 136, 422 Gomulka , Wladyslaw, 391, 395, 397 G o r d o n , Patrick, 401 Gorki , Maxime, 61 Gotovich, José , 9 Grasse, Herber t , 175, 180, 422 Graudenz, J o h a n n , 136, 176, 422 Grenier , Fernand, 151 Gr imme , Dr. Adolf, 135, 425 Griot to , Medardo , 171, 211, 242, 249,

416 Grossvogel, Léo, 31, 107, 108, 109, 115,

117, 121, 122, 125, 127, 128, 140, 147, 152, 153, 154, 164, 170, 184, 185, 186, 203, 207, 208, 222, 224, 241, 243, 249, 250, 255, 272, 276. 320, 335, 417, 496, 497, 498; véase también Pepper , Maur ice ; Pieper, Henry

Grou-Radenez , 302 Gruber , Malvina, 182, 498 G u d d o r f , Wilhelm, 174, 175, 421 Gude r i an , general Heinz, 121

Guér in , Alain, 151 Guetta , Bernard, 403 Günther , 130 Gunzig, Jacques , 131; véase también Dolly Gunzig, Rachel, 131

Haas-Heye, Libertas, 135, 176, 421 Hamerchlag , 17 Harnack , Arvid, 135, 136, 137, 173, 174,

175, 176, 177, J78, J79, 271, 410, 421, 446, 497

Harry , 211; véase también Robinson, Henry

Har tog , teniente coronel, 130 h e i l m a n n , Hors t , 136, 173, 176,422, 447 Heydrich, Reinhardt , 78, 79, 159, 193,

198, 245, 246, 268, 283 Heymann , Felix, 424 H e y m a n n , Harde l , 424 Hilboll ing, Henr ika , 170, 239, 418 Hilboll ing, J a c o b , 170, 239, 416, 495 Himmler , Heinr ich , 159, 181, 189, 198,

211, 231, 237, 254, 255, 256, 258, 260, 269, 271, 319, 335, 470

Himpel , H a n s Helmut , 176, 422 Hirsch, Alice, 424 Hirsch, Hella, 424 Hit ler , Adolf , 46, 59, 63, 78, 79, 80, 81,

85, 89, 100, 113, 114, 115, 116, 119, 122, 124, 127, 134, 138, 141, 144, 145, 148, 159, 176, 189, 199, 200, 218, 219, 237, 243, 246, 252, 255, 260, 267, 270, 305, 318, 404, 408, 409, 410, 448

Hof fmann-Scho lz , Anna-Margare t , 130, 211

H ö h n e , Heinz, 241, 448 Hoorickx, Bill, 133, 242 Hoor ickx, Gui l laume, 419 Hoor ickx, señora , 111, 122 Horst , Dr. , 130 Hössler, Albert , 1 77, 178, 422 H ü b n e r , Emil , 422 Humber t -Droz , Jules, 210 H u m b e r t- Laroche, Arlette, 215, 216,

418, 498 H u s e m a n n , Walter, 175, 422, 447

Imme, Else, 422 lzbutski, H e r m a n n , 132, 164, 168, 169,

170, 239, 320, 416, 496; véase también Bob

504 EL GRA ts JUEGO

Jadamowitz , Hilde, 424 Jan iurek , 401 J a s p a r , Jules , 108, 127, 128, 183, 242,

418, 419 Jclen, Chr isdan, 403 Jesucristo, 42, 373 Jeusseur , Jean , 241, 416, 495 J o a c h i m , Hans, 424 J o a c h i m , Mar ianne , 4fl4 Joncker , Dr., 295 Jones , Elwin, 401 Jones , Walker, 401 J ruschov, Nikita, 51, 54, 66, 105, 383,

390 Juliette, véase Moussier , Jul iet te J u n g , Eric, 187, 225, 226, 246

Kaganóvich, 59 Kainz, Ludwig, 128, 249, 419 Kaiser, 19, 20, 218, 219 Kámenev, Lev, 50, 55, 59, 61, 64 Kamy, David, 160, 161, 164, 165, 167,

239, 416, 496; véase también Danílov, A n t ó n ; Desmets

Kaniewski, 56, 57 Katz, Cécile, 207, 278, 286, 40$ Katz, Hille!, 31, 125, 126, 127, 152, 153,

154, 160, 184, 185, 186, 190, 202, 204, 207, 208, 210, 214, 224, 225, 226, 227, 228, 230, 243, 250, 251, 255, 272, 273, 274, 278, 279, 280, 286, 287, 297, 329, 417, 440-444, 496, 497, 498; véase tam-bién Dubois , André

Katz, Jean-Claude , 207 Kau, Joseph , 214, 215, 243, 418 Keller, Vladimir, 127, 184, 242, 249, 419 Kent, 111, 115, 120, 127, 131, 152, 154,

155, 156, 160, 161, 163, 164, 168, 172, 175, 176, 182, 183, 192, 194, 201, 202, 203, 205, 230, 234, 248, 250, 251, 260, 262, 263, 264, 271, 272, 286, 314, 315, 316, 318, 319, 324, 325, 342, 343, 351, 359, 420, 496, 498; véase también Sierra, Vicente, y Sukúlov, Viktor

Kirov, 58-59, 61, 350 Klausen, 358, 359 Kleinmann, Anna, 32 Knochcn, Helmut , 192 Knóssov, 7 1 Kochmann, Mart in , 424 Kochmann, Sala, 424 Kocnen, Heinr ich. 177, 179

Kollontay, Aleksandra, 330 Kopkov, Horst , 246, 448 Kork, general, 77 Kostrzewa, 372 Kowalski, 293, .299. 307, 308, 309, 311 Kraus, Werner . 425 Kraushaar, Luise, 424 Krauss. Anna, 172, 423 Krestinski, 62 Kreuziger, 130 Kruyt, William, 241, 416 Küchenmeister, Walter, 135, 176, 423 KuckhofT, Adam, 135, 173, 175, 176, 179,

396, 423, 447, 497 KuckhofT, Greta, 135, 176, 395, 425 Kuentslunger, Yvonne, 165, 166, 213, 4¿1 Kummerow, Ingeborg, 423 Kun, Bela, 64, 65, 66, 262, 332, 372 Kuprian, Dr. Hans, 129, 130

La i ont , Henri , 187, 294, 295, 300, 302, 314, 329; véase también Chamber l in

Langbehn, Carl, 255 Largo Caballero, Francisco, 250 La Rocque, coronel François de, 250 Lautenschläger, Hans, 135, 425 Lebiedewa, señora, 45 Lebrun, Albert, 250 Lederman, abogado , 292, 299, 309, 403 Legendre, capitán, 324 Legrand, Ciaire, 242, 418, 496 Lenin, Vladimir llich, 16, 42, 48, 49, 50,

52, 54, 55, 56. 58, 61, 62. 72, 83, 84, 330, 331, 406

Lenski ( "Lenin polaco") , 66 Leóntiev, mayor , 235 Leopoldo III de Bélgica, rey, 237 Leshtsinski, Efra ím, 69, 70, 71 Lesovoy, Aleks, 237, 311, 3 f§, 313, 314,

315, 316, 318, 321, 325, 329, 420 Lesovoy, Mira, 312 Levy, 318 Liberberg, profesor , 75 Likhónin, Mariya, 127, 182 Lilly, 132; véase también Goldberg , Sarah List, Nachman , 71 Litvákov, Moshé, 72, 73, 74 Litvinov, Maxime, 114 Lockart, agente del Intelligence Service,

83, 84 Lominadze, 56 Lorge, Angéle, 421

ÍNDICE O N O M Á S T I C O 505

Lówy, Hilde, 424 Lozovski, 40, 390 Luba, 7, 41, 43, 51, 56, 108, 109, 1IJ ,

120, 121, 153, 154, 1 5 5 , 3 5 5 , 3 8 5 , 3 8 7 , 399, 401; véase también Brojdé, Luba

Lucie, señora, 305, 306, 309, 311, 313, 314

Lunacharski, Anacoli, 56 Lustbader, Marcus, 239, 419 Luxcmburg , Rosa, 150 Lyon-Smith, Antonia , 293, 419

Madaulc, Jacques, 400 Maignon, señora, 184 Makárov, Mijaíl, 1 10, 166, 167, 175, 239,

335,' 420, 496; véase también Álamo, Carlos

Maksímovich, Anna , 130, 207, 211, 212, 250, 417, 476

Maksímovich, Vasili, 129, 130, 140, 211, 212, 250, 258, 320, 335, 417

Málcnkov, Georgi , 389 Maleplate, Dr. Albert, 185, 186, 187, 188,

189, 190, 477 Malí aux, André, 400-401 Manstein, general, 145 Mantle, Wendy, 406 Manuilski, 45, 65, 1 15, 372 Marcellin, Raymond, 404 Marivct, Margueri te , 243, 418 Márkish, Péretz, 390 Marshlevski, 348 Many , André, 43, 131, 166 Marty, monseñor , 401 Marx, Karl, 21, 42, 47, 373 Masson, Jcan , 421 Masson, ma t r imon io , 264 Masson, Paul, 421 Matarasso, letrado, 400, 402, 404 Mathieu, inspector de policía belga, 169,

273, 498

May, señora, 291, 293, 294, 295, 296, 297, 299, 302, 311, 315, 420

Meie r -Kupernwn, 69 Melandes, señora, 310 Mcvcr, Gerd , 424 Mcvcr, Hanni , 424 Mcycr, Herbcr t , 424 M i( lu'l, enlace con el P.C.F., 129, 151,

184, '202, 203, 283, 293, 296, 421 Mignon, Emmanue l , 127

Mikler, Adam, 106, 107, 108, 109, 121, 152, 153; véase también Trepper , Leo-pold

Misha, 60 Mit terrand, François, 401 Moczar, general, 393, 397, 400 Mòlotov, Viachcslav, 61, 67, 114, 116,

239, 331, 336 Moussier, Juliette, 203, 204, 223, 225,

226, 227-235, 248, 254, 266, 275, 276, 277, 278, 284, 292, 352, 420, 486-494, 499

Müller, Heinrich (Gestapo-Müller) , 159, 181, 191, 198, 210, 211, 236, 244, 245, 246, 256, 258, 268, 272, 470-475

Manzenberg , Willy, 210 Mussolini, Benito, 144, 272

Nékrich, historiador, 140 Neumann , Heimut , 424 Ncuiert , Eugen, 423 Nicolas 11, zar de Rusia, 379 Nikoláyev, 59 Nóvikov, coronel , 329, 330 Nusimov, 390

Oí dzhonikidze, 56 Orschizcr, Sara, 41 Oscar, 88; véase también Stiga, coronel Ot io , 141, 154, 156, 170, 171, 173, 186,

191, 193, 194, 195, 202, 209, 220, 225, 234, 235, 252, 256, 257, 260, 278, 283, 286, 289, 337, 343, 420; véase también Trepper , Leopold

Ozols, Waldemar (Solzha), 324

Panndorf , Erwin, 177 Pannwitz, Heinz, 236, 245, 255, 267, 268,

269, 270, 271, 272, 273, 276, 278, 282, 283, 284, 285, 286, 287, 288, 289, 291, 292, 295, 296, 297, 298, 299, 300, 302, 304, 305, 306, 307, 309, 310, 311, 312, 313, 314, 315, 316, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324, 325, 329, 335, 342, 343, 351, 352, 359, 404, 448

Panzinger, Friedrich, 246, 448 Parrend, señora, 295, 297, 307, 420 Pascual, 204; véase también Ef rémov,

Konstantin

5 0 6 E L G R A N J U E G O

Pav ic l aq , J ean , 128, 420 Pairirk, hi jo ele Georgie de Winter, 282,

285, 286, 287, 288, 289, 307, 3 J J, 315, 323

Paul, Dr. Elfriede, 425 Paul, Dr. Elvira, 135 Paurioi, Fcrnand, 147-151, 164, 181,

184, ¿03, 204, 227, 230, 233, 275, 276, 277, 320, 321, 322, 323, 352, 416, 435-436, 495, 496; véase también Duval

Paurioi, Hclene, 276, 322, 323, 403 Peppcr, Maurice, 170, 241, 416; véase

fambiéti Grussvogel, Léo Perniiz, Gfselle von, 135, 136 Perrault , Gilíes, 184, 393, 394, 395, 396,

400, 403, 404, 405, 415 Perrault , Roland , 399 Pesam, J e a n n e , 208, 241, 242, 243, 320,

416, 49^ Péiain, mariscal Philippe, 316 Peiers, Ruth, 293 Petrov, 125 Pléller, general von, 130 PlelIer, Isaac, 356, 390 Phetcr, S imone , 148. 417 Philip, a b o g a d o André, 88, 91 Piasetski, 392 Piatakov, 55, 61, 62 Piamitski, Osip , 62, 63, 78, 79; 246 Pieck, Wilhelm, 67 Piepe, Har ry , 159, 161, 162, 165, 166,

170, 187, 188, 189, 200, 244, 245, 404, 448, 449-453, 498

Pieper, Henry , 212; véase también Gross-vogel, Léo

Pik, 65 Pjlsudski, Jozef , 65 Pinter, O t t o (Pakbo), 178 Podsialclo, J o h a n n , 212, 249, 416 Polakova, mayor , 235 Ponsaim, J eanne , 420 Popiiz, Dr. Johannes , 255 Poznanska, Sophie, 31, 160, 161, 164,

167, 172, 175, 239, 417, 496; véase también Verl inden

Pozner, Vladimir , 400 Primákov, general , 77 P r o d h o m m e , 250, 287 Pronin , coronel , 358 Prunier , señora , 322 Puma , general , 77

Queyrie, señor, 285, 288, 296, 311, 315, 420 Queyrie, señora, 285, 287, 288, 289, 296,

311, 315

Rádek, Karl, 50, 51, 55, 61, 63, 73 Rado. Alexandre, 143, 178, 262, 263,

264, 272, 330, 331, 332, 333, 498 Raginska, Sonia, 70 Raichmann. Abraham, 117, 118, 164,

168, 169, 171, 182, 204, 208, 210, 225, 227, 273, 420, 496, 498

Rameau, Yves, 262 Ramzín, 54 Rauch, Henr i , 133, 242, 418 Rehmer , Friedrich, 423 Reiser, Heinr ich, 181, 208, 209, 225, 228,

232, 236, 244, 245, 246, 253, 259, 267, 270, 323, 404, 448, 454-469

Remy, coronel , 151, 2-13, 403 Ribbent rop , J o a c h i m von, 113, 116, 218,

270 Riquier, periodista, 44, 88, 90 , 91 , 92, 93 Rittmeister, J o h n , 174, 423 Riumin, 383 Robeson, Paul, 356 Robinson, Henry, 150, 151, 171, 209,

210, 211, 215, 243, 250, 320, 335, 417, 498

Röchet, J e a n , 401, 402, 403, 404 Roeder , Manfred , 239, 243, 249, 404,

448, 495 Rolof, Helmut , 176 Roosevelt, Franklin D., 120, 139, 196,

199, 320, 352 Rose, B., 264 Rotholz, Heinz, 174, 424 Rotholz, Lotte, 424 Rotholz, Sigi, 424 Rotman, Patrick, 6 Rundstedt , mariscal Gerd von, 256, 257,

258, 259, 270

Salinger, Lothar , 424 Samuel, Herber t , 33 Sapieha, monseño r , 18 Schab bel, Klara, 171, 423 SchaefTer, Phil ipp, 423 Scheel, Heinr ich, 135. 176, 395, 425 Scheil, 130

Í N D I C E O N O M Á S T I C O 507

Scheliha, Rudoíf von, 179 Schellenberg, Walter, 78, 159, 198, 258-

259, 264, 268, 269-270, 272 Scherbdkóv, 389 Schleif, Lotte, 425 Schlösinger, Rose, 423 Schmitt, 237, 238, 241 Schneider, Franz, .171, 210, 243, 262,

420, 495 Schneider, Germaine , 170, 171, 210, 215,

242. 243, 262, 418, 495, 497 Schnurre, Jul ius , 114 Schür, 404 Sc hot tmüller , Oda , 177, 423 Schreiber, Jescheskel, 31, 214, 215, 243,

418 Schreiber, Régine, 215 Schulze-Boysen, Elsa, 176 Schulzc-Boysen, Ha r ro , 134, 135, 136,

137, 139, 140, 145, 146, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 179, 194, 271, 395, 4 10, 421, 445, 446, 497

Schulze, Kurt, 176, 177, 423 Schumacher , 251 Schumacher , Elisabeth, 135, 176, 423 Schumacher , Kurt, 135, 176, 177, 423 Schumacher , Ot to , 215, 420, 498 Schürmann-Hors t e r , Wilhelm, 423 Schwarzbart, 75 Seghers, Henr i , 128, 420 Sei la riti, Dr., 130 Sémard, Pierre, 40 Scrov, min i s t ro de Segur idad, 38 3 Sésce, Auguste, 133, 168, 170, 205, 239,

416, 496 Shakespeare, William, 375 Sharagónvich, 62 Shliápnikov, 330, 336 Shulgin, Vitali, 378, 379, 380 Sieg, J o h a n n , 135, 174, 175, 180, 421 Sierra, Vicente, I I I , 115, 127 ; véase tam-

bién Kent; Sukúlov, Viktor Singer, 17 Skoblin, general , 78, 79 Smeral, 34 Sokol, Hersch, 149, 150, 154, 181, 182,

240, 241, 245, 263, 288, 297, 415, 417, 496, 497, 499

Sokol, Jacques , 403 Sokol, Mira, 149, 150, 154, 181, 182, 240,

24 Í, 245, 263, 288, 415, 417, 496, 497, 499

Sorge, Richard, 85, 86, 115, 116, 117,

120, 138, 139, 140, 143, 145, 146,358, 359, 366, 375, 376, 393

Soulez-Lariviere, Daniel, 400, 401, 402, 403, 404

Spaak, Claude, 182, 287, 288, 289, 290, 293, 295, 296, 297, 298, 299, 300, 307, 308, 309, 310, 311, 314, 403, 420

Spaak, Lucie, 42 l Spaak, Madeleine, 421 Spaak, Paul -Henr i , 321 Spaak. Suzanne, 182, 287, 288, 289, 290,

292, 293, 295, 296, 297, 298, 299, 302, 308, 311, 313, 320, 321, 323, 352, 417, 421, 439, 495

Spinoza, 42, 373 Sprach, 74 Springer, Isidore, 131, 132, 161, 163,

164, 165, 166, 168, 212, 213, 214, 215, 243, 417

Siajânov, 367 Stalin, lösiv, 49, 50, 51 ,52 , 55, 58, 59, 60,

61, 62, 63, 64, 66, 67, 70, 72, 73, 77, 78, 79, 99, 100, 103, 105, 113, 114, 115, 116, 124, 135, 139, 141, 145, 158, 159, 174, 252, 272, 320, 347, 354, 365, 367, 368, 369, 370, 371, 372, 373, 380, 381, 383. 388, 389, 390

Stalin, Vasiii, 372 Steinbrink, Werner , 424 Stelski, 72, 73 Stewart, Michael, 401 Sliga, coronel , 88, 92, 93, 103 Stöbe, Ilse, 175, 176, 177, 179, 423 Siokstil, 31 Sioll, 130 Strelitz, 74 Sirelow, Heinz, 423 Siribing, J o h a n n , 246 S c o n i , Alter, 37, 38, 44, 45, 57, 88, 94 Sukülov, Viktor. I I I , 335, 342, 363, 420,

498; véase Lambién Kent,y Sierra, Vicente Suslopârov, général, 139, 140, 147, 148,

149, 150, 215 Svitz, 91

Terwiel, Marie, 423 Thae lmann , Ernst, 46, 81, 160, 172, 219 Thevenet , Louis, 242, 418 Thevcnet, señora, 153, 282; véase también

Winter, Georgie de Thevenet, Willy, 128 Tíñele, Fritz, 159, 423

508 EL GRA ts J U E G O

Thiess, Wolfgang, 423 Thorcz , Maurice, 171, 329 T imoshenko , general Sernión, 146 Tirpitz, a lmirante , 134 Ti to , mariscal Jos ip Broz, 48, 131 Togliatt i , Palmiro, 65 T o h m f o r , Erhard , 423 Tominaga , general, 375 Trauenste in , 17 Trepper , Ana, esposa de Pierre Treppe r ,

398 Treppe r , Comité,- 400, 404 Trepper , Edgar , 90, 108, 109, 385, 398,

401 Trepper , Leopold, 9, 17, 18, 19, 94, 140,

143, 145, 222, 344, 356, 366, 385, 391, 393, 396, 40J, 402, 403, 404, 407, 411, 420, 426-434, 497, 500; véase también Dom, Leiba; Gilbert , J e a n ; Milder, A d a m ; O t t o

Treppe r , Michel, 43, 51, 60, 106, 386, 387, 398 k 401

Trepper , Pierre, 398 Trotsky, Liev, 55 Tujachevski, mariscal Mijaíl, 65, 77, 78,

79, 99, 102, 246, 347, 363

Ubórevich, general, 77 l/ lbrichr, Walter, 67

Vai l lant-Coutur ier , Paul, 64 Valemini , Ruth, 403 Vanwelkenhyzen, J . , 9 Varga, 65 Varski, Adolf , 66 Vauck, Dr. Wilhelm, L36, 172, 173, 182,

211, 277, 280, 498 Velaerts, Flore, 131, 212, 213, 242, 243,

417, 495 Vervoren, Marie-Thérèse, 421 Vercors, escritor, 151, 400, 403 V n l i n d e n , 164; véase también Poznans-

ka, Sophie

Vildrac, Charles, 216 Vlásov, Andrey, 259, 260, 367, 376, 377

378 Voegeler, Wilhelm, 497 Voelkner , Kaethe, 130, 212, 242, 243,

249, 258, 417 Volosiuk, 140 Vranckx, Marcel, 244, 420 Vyshinski, Andrey, 61, 62

Waffen, 222 Walker, 401 Walter, Irene, 424 Wedel, capi tán Karl von, 172, 175 Weil-Picard, 317 Weimar, 218, 219, 245 Weise, Mart in , 424 Weissenborn, Günther , 135, 176, 425 Weissensteiner, Richard, 176, 424 Wenzel, J o h a n n (German), 159, 160, 164,

168, 169, 170, 171, 172, 204, 205, 215, 264, 359, 496, 497, 498

Wesolek, Frieda, 424 Wesolek, Stanislaus, 424 Wesse, Susanne, 424 Weygand, general Maxime, 119, 130 .. Winter , Georgie de, 121, 153, 186, 190,

281; 282, 283, 284, 285, 286, 287,288, 289, 2 9 1 / 2 9 3 , 294, 295, 299, 302, 307, 310, 311, 313, 323, 420; véase también señora Thevenet

Winterink, Anton, 133, 170, 205, 238, 239, 265, 320, 417, 485, 495, 496, 497

Yákir, general , 56, 77

Zajarévich, Lev, 382 Zhdánov, 67 Zhukov, Gheorgh«, 367, 370 Zinóviev, 50 , 55, 59, 61, 64 Zolman, 17

ÍNDICE

Agradecimientos 9 Prefacio i I

I . A P R E N D I Z A J E

1. Dos imágenes 15 2. Novy-Targ 17 3. Palestina 25 4. Francia 36 5. iPor fin en Moscú! 46 6. Cara a cara con la realidad 52 7. El miedo 58 8. La persecución de los judíos 69 9. El asesinato del ejército rojo 77

10. La casa de color chocolate 80 11. En busca de Fantomas 88 12. Or igen de una leyenda 94

I I. L A O R Q U E S T A R O J A

1. Nacimiento de la Orquesta 99 2. The Foreign Excellent Trench-Coat 107 3. La gran ilusión 113 4. En la batalla 119 5. Primeras medidas 125 6. En el corazón del Reich 134 7. La íntima convicción del gran patrón 138 8. El concierto de la Orquesta Roja 143

510 EL GRA ts J U E G O

9. Fernand Pauriol 147 10. Mi doble vida 152 11. Calle de los Atrébates, 101 158 12. Lo s errores del Centro 168 13. El Sonderkominando nos acosa 181 14. " A s í pues, señor Otto..." 186 15. El " g r a n j u e g o " 196 16. Seis fracasos de Karl Gier ing 202 17. La serie negra 207 18. Preso especial 217 19. " S e acerca el día de la venganza" 224 20. Cuatro visitas a Juliette 227 21. El infierno de Breendonk 236 22. El Centro torna la iniciativa 248 23. El Sonderkominando cae en la trampa 253 24. El verdugo de Praga 266 25. " ¡ H a hu ido el gran jefe!" 275 26. Mi encarnizada pugna con la Gestapo 291 27. O rden general de busca y captura 303 28. El Sonderkominando bajo nuestra vigilancia 311 29. Lo s verdugos dejaron impresas sus huellas 317

111. EL R E G R E S O

1. Un singular 'viaje 329 2. Lub ianka 339 3. Lefortovo 347 4. La casa de los muertos vivos 360 5. Lecciones de historia 365 6. Sorprendentes encuentros en las prisiones de Stalin 369 7. ¡ En libertad! 381 8. Regreso a Varsovia 389 9. El último "combate 397

D O C U M E N T O S A N E X O S

1. Listas Condenados a muerte, decapitados y lusilados 415 Fecha y lugar de ejecución desconocidos 417 Suicidados 417 Muertos durante su deportación 418 Supervivientes 419 G r u p o alemán 421 M i embro s del g rupo Herbert B a u m ejecutados en los años

1942 y 1943 424 Supervivientes 425

ÍNDICE 511

2a. Certif icado del camb io del apel l ido Trepper p o r el de D o m b .................... 426

2b. Carnets universitarios de L e o p o l d Trepper 428

2c. Av i so de desapar ic ión 431 2d. Certif icado de rehabi l i tación 432 2f. Carta de trabajo 433 3a. El ú l t imo ad ió s : Fernand Paur io! 435 3b. Notas de pr i s ión: A l f red C o r b i n 437 3c. E l ú l t imo adiós: Suzanne Spaak 439 3d. El ú l t imo adiós: Hi l lel Katz 440 3c. El ú l t imo adiós: H a r r o Schulze-Boysen y el g r u p o de Berl ín . 445 4. H e n r i Piepe 449 5. Interrogator io de Reiser 454 6. I n f o rme sobre la O rques ta Roja que Ge s t apo -M üller remitió

a H i m m l e r el 24 de dic iembre de 1942 ". . . . 470 7. I n f o rme sintético de G e s t a p o - M üller del 22 de dic iembre

de 1942 474 8a. Te s t imon i o de una empleada de A n n a M a k s í m o v i c h 476 8b. Te s t imon io del doctor Maleplate 47 7 9. El g ran juego

D o c u m e n t o 1 478

D o c u m e n t o 2 483 10. El caso Winter ink 485 1 I. Juliette Mou s s i e r

A. F ragmento de un in forme de la Abweh r 486 B. Interrogator io de la D S T 492

12. Ú l t imas precisiones I. H e c h o s y cifras, s in comentar io 495

I I . Personas que en Francia y Bélgica lueron asesinadas en secreto po r los dirigentes del S o n d e r k o m m a n d o , quienes seguidamente p r ocu ra ron bor rar todas las huellas de ta-les crímenes 495

I I I . El " j u e g o telegráfico" de la Orquesta Roja o " g r a n j u e g o " 496

IV. La l l g ran t ra ic ión " 497 V. Observac iones en vista de un balance del init ivo 498

13. L o s dos p r imero s telegramas que recibió T repper después de salir de Po lon ia 500

Indice onomástico 501