A historia da Literatura como provocacao ao estudo da Teoria Literaria[1].pdf

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    A HISTRIA DA LITERATURA COMO PROVOCAO TEORIALITERRIA

    Ha Rbe Ja

    I [5]A a da eaa e, e a ca, e faed cada e

    a aafaada e, a, de fa eecda.1 N 150a, a a dea eee dca e ecaeead ca da decadca cae. Td e fecae daa d c XIX. ca de Ge e Scee, de

    De Sac e La, ecee a a de a eaa aca eacdead age da caea de fg. O aaca daa da eaa a c ea ea aeea, ed da a da ba ea, a da da ddadadeaca a ca de ea. He, ea aa eac a ebaa dae. E a da eecaceea, a a da eaa, e a fa adca, eee a eca ada a e ee, ed e

    eead aea a adade de a egca cadca degae d eae fca. C aa bgaa dcc d e ecd, ea ae deaaece a Aeaa.N a, a da eaa de ada e ecada, ad, a eae de da bgea da, bgea ea

    1 Aula inaugural pública, ministrada a 13 de abril de 1967 em comemoraçãoao sexagésimo aniversário de Gerhard Hess, reitor da Universidade deConstança. A versão original tinha por título Was heijt und zu welchemEnde studiert man Literaturgeschichte? [O que é e com que fim se estudahistória da literatura?]. A presente versão foi consideravelmenteampliada em função do desenvolvimento de minhas teses. Devo à discussão eà críti¬ca dessas teses um estímulo e aprendizado maiores do que poderiaeviden¬ciar com menções e referências particulares. Agradeçoespecialmente aos participantes do Primeiro Seminário Metodológico doDepartamento de Ciência Literária da Universidade de Constança, aocolóquio dos docentes dessa mesma universidade e ao grupo de discussão doSeminário de Ciência Literária Geral e Comparada da Universidade Livre deBerlim.

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    e, a faa de dc de eaa a aad, aca caee aa ca caada ea.2 

    [6]N c feecd a edade, a a da eaa

    e eee deaaeced. H e c egedag afa e fg de a gea gae de ebd adca a gba de ca de a eaaaca c ad aa efe ec cead e bea c eecfc. A d cefcafeece ad eeae: a eeada cea, a fa de

    aa, eccda e e eea ee cd a a ecee da a caada ee de aa ,deaaa a a da eaa, da eea e ca. Sgfcaaee, a ceea edca aaeeea da caa de ed, a deee, e gea, dade ag ed eeeded. J a ea eada a , ae, eca eg e gafa de ea eecaada,aade e c a g d d cefc

    e da eca, da eca, da fga ea, da eca,

    2  Sigo, nessa minha crítica, M. Wehrli, que escreveu recentemente sobre"Sinn und Unsinn der Literaturgeschichte" [Sentido e ausência de sentidoda história da literatura] (publicado no suplemento literário do NeueZürcher Zeitung de 26 de fevereiro de 1967) e que, de outra perspectiva,prognosticou igualmente o retorno da ciência da literatura à história daliteratura. Dos trabalhos mais recentes que versam sobre o problema da

    história da literatura, conheço os seguintes (citados daqui por dianteapenas com a indicação do ano): R. Wellek, "The theory of literaryhistory", in: Etudes dédiées au Quatrieme Congres de Linguistes. Travauxdu Cercle linguistique de Prague, 1936, p. 173-91; id., "Der BegriffderEvolution in der Literaturgeschichte", in: Grundbegriffe derLiteraturkritik, Sturrgartl Berlim/Colônia/Mainz, 1965; U. Leo, "DasProblem der Literaturgeschichte" (1939), in: Sehen und Wirklichkeit beiDante, Frankfurt, 1957; W. Krauss, "Literaturgeschichte alsgeschichrlicher Auftrag" (1950), in: Studien undAufiatze, Berlim, 1959,p. 19-72; J. Storost, "Das Problem der Literaturgeschichte", in: Dante-Jahrbuch, 38 (1960), p. 1-17; E. Trunz, "LiteraturwissenschaEt aIsAuslegung und aIs Geschichte der Dichtung", in: Pestschrift]. Trier,Meisenheim, 1954; H. E. Hass, "Literatur und Geschichte", in: NeueDeutsche Hefte, 5 (1958), p. 307-18; F. Sengle, "Aufgaben der heutigenLiteraturgeschichtsschreibung", in: Archiv.für das Studium der neuerenSprachen, 200 (1964), p. 241-64. Outras obras sobre o assunto encontram-se indicadas nas notas.

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    da ca e da a da aaa, d e d ge. Pce, ab a ea aa eecaada e fga eca

    e ada, e gade edda, eea de ea e e cea ca abdage cea. Se ae, , eee a a da cca. Da ca da dca a, bea e eaa , abea eadaee, afcad deedbea, e e ead, dedead c abeaee ag. Tac a cca da da ea eaeeae a cacee e e . Ta cca e a bea a cca da eaa e ea aea e eede a fa da

    eca da a, a, a edade, ee a efea ee de ca e, a fa, faa gaee a fdaead ec e e be a eaa, ea a fa deae deada.3 

    Peaee, ce ecaece ea cca. A a daeaa, e a fa a aba, ca eae d egde a eea eaee cgca d fa dead eaea egd edca gea, ge e "a caega", aa

    e, b a bca, abda a ba ddaee, eeca cgca. A bgafa d ae e a aeca dc de a ba ge a e aage aea[7]a e dgea, aea de eefae bac. O, e, ad da eaa dea e aea de fa ea,egd a cga d gade ae e aecad cfe eea de "da e ba ae ee fca a a e a

    ( ed ea ee gade), e deee d ge e, a, eaeeefacad. Ea a dadade de a da eaacede bed a ce d ae da Agdade cca;

    3 Assim pensa sobretudo R. Wellek, 1936, p. 173-5, e id., in: R. Wellek eA. Warren, Theorie der Literatur, Berlim, 1966 (Ullstein Buch Nr. 420-1,p. 229): "A maioria das histórias da literatura de maior importância sãoou histórias da cultura ou coletâneas de ensaios críticos. A primeiramodalidade não é história da arte; a última, não é história da arte".

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      a ea ecae c a feca a eaadea, e e defa c a dfcdade cecee edda

    e e aa d eee de e de fae a ee deea e de ae e ba c c a e cege da.Cd, a dec da eaa e ege ce e geaeeabeecd e eee efea da e ba d ece eeca cgca c c be Ge a aga; a cega a e eee de a a.4  De d, e ad aa ca aaeea da eaa egd e ge e, egad

    daa de a ba aa a a, ega a fa aa ddeee da ca, d daa e d ace e ede decad c a bea de cae gea ade adaeeada a be Zege e a edca ca ded. P ad, aea a, a facaee a,e ad da eaa fa eed aa acecade ba de ca aada. M e c, adca, ae, aae dea de bedade da gafa,

    a cabe aea decee c a ca efeaee acecea.Sa abca eca fdae e ba ae. Afa, a adade ea caega de a ba ea ea e da cdeca bgfca de e ace, e ee de ecae ce ce d deee de ge, a d c da ece, d efe* [8]

    4  Georg Gottfried Gervinus, Schriften zur Literatur, Berlim, 1962, p. 4(numa resenha de 1833 sobre histórias da literatura então de publicaçãorecente): "Tais livros podem ter todos os méritos, mas, do ponto de vistahistórico, não têm quase nenhum. Eles seguem cronologicamente as diversasformas poéticas, dispõem os autores um após o outro em seqüênciacronológica - da mesma forma como outros enumeram títulos de obras - ecaracterizam, então, poetas e poesia de uma maneira qualquer. Isso,porém, não é história alguma; mal chega a ser o esqueleto de umahistória".* Em razão da já consagrada tradução de Wirkungsgeschichte por "históriado efeito", o substantivo Wirkung   (efeito, eficácia, atuação, ação) foiaqui invariavelmente traduzido por "efeito". "Contexto sucessório" traduzaqui (e nas demais passagens do texto em que o autor emprega o termo)Folgeverhaltnis, cuja tradução literal seria "relação de sucessão". (N.T.

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    dd ea ba e de a faa edade, c ee dea dfc aee. Adea, e, ced c dea da

    bedade, ad da eaa ae aeea de aad acabad, dead a cc ceee aceca daeaa d eee acabad e aegade a ce eg da"baa", eaece ee a da ee, e a dcaca, a da geae aaad e ea a eg aecee d deee da eaa. Na e da ee,aca, , c e a da dc eee be fee e cee, ade, a, a

    c de e , aaa de a cca e, e eged,ee dedea c "cefca. Qe ae ea e, a, a ed c da eaa e, aa ece a a defcca d eee a a a de Fedc Sce , e c a ea a bead eae e feece a ec e de a e ad, e e ecaece aff, e e, adea, ga ee a e ada e eaeee a a fe d a be eeee?5 

    II [9]A cae ce aea ae a a adade

    c c de aca deead a c daefe cefca. Ea de ab ea a e agaad dea e a ea ada cca a eeea afaa, e ea a ea fee aeeca, deadad de a ea da ega e de a

    . A ea de Sce ega ccada e a aaaga a edade de Jea, de 26 de a de 1789 Wa efd ece Ede de a Ueagecce? [O egfca e c e edae a ea?] , aea eeeaa d d de ceede a a d

    5  "Was heigt und zu welchem Ende studiert man Universalgeschichte?" [Oque significa e com que propósito estuda-se história universal?], in:Schillers samtliche Werke, Sakularausgabe, v. XIII, p. 3.

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    dea ae, a gaee ecdaa e e efee a a eec e cc ad aa a a de a dca.

    E e aea ea a c e eecaa aa da eaa d c XIX, ced c a gafagea, bc decbe da aefa egada ea ffa deaa daa. A e e, ea ee ecebe e a dea d cece da eca ca a, eceaaee, decd a a ce, aed cg dec da a daeaa.

    Ge de e a de eea ca. Dee

    ee a ea e cefca de a Gecce deece Naaea de Dece [Ha[10]da eaa aca ca d aee](18351842), c ab e (e c) aad de ea da a de aa de fg.6  Pad da da cea d be de Afgabe deGecccebe [Sbe a aefa d ad] (1821) de We Hbd, e Gdge de H [Fdae da ea

    da a] c a ea a a Ge, e a ae,eba ab a gade aefa da eca de a a da

     beeca. Paa ee, ad da eaa ee e a ad de fa ad, egad e be, eca aeada fdaea e aaea a a e de acece eee a, ee afeade e cecad aacece d d.7 Ea da fdaea, e, aa Sce,ade ada c eegc gea e ee

    ceede deee da a ea da adade,fga e Hbd e afeae ada da da daddadade aca.8 Qad, e, Ge e aa dea

    6  Publicado pela primeira vez em 1837, sob o título "Grundsatze derHistorik" [Fundamentos da teoria da história], in: Schriften..., op.cit., p.49-103.7 Schriften..., op. cit., p. 47.8 "Über die Aufgabe des Geschichtsschreibers", in: Werke in .fünf Banden,A. Flinter e K. Giel (eds.), Darmstadt, 1960, v.!, p. 602: "A Gréciaapresenta uma idéia da individualidade nacional que jamais existira

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    aea dea de eca a a, ee, eceeee, cca ada ca de Hbd9  a e da dega aca. A,

    a a da eaa aca ae ea de a de efa a de eaa a a geg aa ccad aadade de ea aa a a, e f de aecadade, aee ee edea f cceeeeeada ee.10  A da ea da ffa ecaecda daa deagegae a cdade da a daddadade aca, afade, f, eegd a ecaee aee eaa afcad aa e

    edade cee d geg e e f daea dae ee aee eeaae a a ccea e da aa ea.11 

    Ee ce, ad e a a d ee de Ge, c fee c aea da a d e[Geegecce] c XIX. Ua e ed a eca cadeacedad de eegc da ffa deaa da a,da e ab a ca edgca, a aa a

    a da eaa a aa da a gafa. Ceadec aca a da f[11]fa da a de e ceede a aca d acece aa de a ea, de age dea da a da,12 c eda, e, eede e aeea e da a, e aa eeea e a adade? Cfe de H. G. Gadae, dea da a ea afe, a, ebaa aa

    a ega ca.13  O ad ecee Ge deanteriormente nem veio a existir depois, e, assim como é naindividualidade que se encontra o segredo de toda existência, assimtambém todo o progresso dos homens na história universal assenta-se nograu, na liberdade e na peculiaridade de sua ação recíproca".9 "Grundzüge der Historik", parágrafos 27-8.10 Schriften..., op. cit., p. 48.11 Ibid.12 "Grundzüge der Historik", parágrafo 26.13  Wahrheit und Methode - Grundzüge einer philosophischen Hermeneutik,Tübingen, 1960, p. 185-205, principalmente p. 187: "A própria 'escolahistórica' sabia que, no fundo, não pode haver outra história senão a

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    ee eede aeea e acabada de acece, ae e, dececed a cea fa, e e ga.14 

    Ha aca ee da e cdeada e acabadade acece a edda e e ca caee accea da fca aca , eaaee, age de de cc aca. Cd, e deee ea ea "cea fa" a, egaeee, de ae de a edea. A, e a ca, Ge fe da ecedadea de a e e ccdca c fa dagcde Hege aceca d f da ae deea a eaa de e

    ed cc, c e e aae de ea afeadecadee, e acea ae, aga ded de a ea, a,de efeca, caee d d ea e d Ead.15 

    Le, , d dea eed a cc e aa daa, ad d c aeca ea ad e aa abdage de ca a a da abaca c a a "ceafa" e decee e a ede a, e cdea e deae. A, a a c ae de ca ea aede

    eaee a a dea e dgc da eca ca. Dedee, ad deee da ddadade aca a e baa c f cd, a a da eaa aaaa a caee ca acabada. A ega fdaeada eca ca, egd a a ad dee aae aee be, ed e ee e aeee c a bedade,16 

    universal, porque só a partir do todo é que o particular se define em seusignificado específico. Como há de arranjar-se aí o investigadorempírico, ao qual o todo jamais se oferece, sem ceder terreno ao filósofoe a seu arbítrio apriorístico?"14 "Grundzüge der Historik", parágrafo 32.15  Geschichte der poetischen Nationalliteratur der Deutschen, v. IV, p.VII: "Nossa literatura já teve o seu tempo, e, se não se deseja aparalisação da vi¬da alemã, temos de atrair os talentos agora desprovidosde uma meta para o mundo real e para o Estado, onde se há de derramar umnovo espírito sobre uma nova matéria".16 Na apresentação de sua Geschichte der poetischen Nationalliteratur derDeutschen (Schriften..., op. cit., p. 123), em que Gervinus - nisso,defen¬sor ainda do historicismo do I1uminismo contra o do romantismo -contradiz essa regra básica, afastando-se decididamente da "condutarigorosamente objetiva da maioria dos historiadores atuais".

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    deaae aca e aa dee efe ca, cd gfca aaad e ad d . Se a "a

    bedade" deada e ad abaa d de a dee eee, e a e gfcad de a ca a[12]ada ab de e cgce deedeeee d ce da a. A cebe aaa de Rae, de 1854, cfeea ee ad a fdaea egca:E, , af: da a ca aeeae edaa a De, ee a ea a e dea ea, a e a

    eca, ea a.17  Ea a ea ega aceca dec ceede cce de "ge" a a dea aad a aefa de a a edca: a edda e ecea e aeea cada ca c ag d e , ee e

     fcad De eae a ffa gea da a, e aca c e eg aa a gea ege, ed,a, a aa da a e, a, a a da.18 Eea, a de Rae aa bea egad ea ffa

    da a f bda ca de ce f e ga aad aeee , a ca, "c ea efeaee f", e "deae". Afaade da ffa da a d I, c abad aea de eegc da aea, c ab c edgc e, aca de d,egd Sce, aca ad ea e e cede:

    17  "Über die Epochen der neueren Geschichte", in: Geschichte undPolitikAusgewahlte Aufiatze und Meisterschriften, H. Hofmann (ed.),Stuttgart, 1940, p. 141.18 "Se se quisesse, porém, [...] supor que tal progresso consiste no fatode que, em cada época, a vida da humanidade se faz mais elevada, de que,portanto, cada geração sobrepuja completamente a precedente - e a últimaseria, assim, a privilegiada, ao passo que as precedentes seriam apenasas portadoras das seguintes -, isso significaria, então, uma injustiçadivina" (ibid.). Há que se falar aqui numa nova teodicéia porque - como odemonstrou O. Marquard - já a filosofia idealista da história, rejeitadapor Ranke, lograra expressar a demanda recôndita por uma teodicéia, namedida em que, para aliviar Deus dessa carga, fizera do homem o sujeitoresponsável pela história e compreendera o progresso histórico como umprocesso jurídico, ou como o progresso nas relações jurídicas humanas(cf. "Idealismus und Theodizee", in: Philosophisches]ahrbuch, 73, 1965,p.33-47).

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    ca aad a eee19  cece ecde,aea aee eeca, a a eca ca da

    eee decdea,20  c dea, a, edeee ca da gafa ea.

    A ba da a ea d c XIX ae a ccde e a da da ddadade aca ea a ae e ded fa,21  e de e ea da aa eeee a fa daa22  ab a a de a eca de ba ea.Haed deaaecd a cc, a de edee ab fd acece, faede ee e a eaa aada e a

    eee e aaae a da a e efea eaada d ,23  be c e a eca, deea e aa d fa ee ae beca. A gada a fdeeada daee ea ce. A gafa ea

    19 Op. cit., p. 528. Cf. p. 526 et seqs., em que Schiller define a tarefado historiador universal como um processo no qual se pode suspender oprincípio teleológico - isto é, o propósito de encontrar e resolver no

    curso da história universal o problema da ordem mundial-, "porque somentese há de esperar obter uma história universal segundo tal princípio nofinal dos tempos". O próprio processo descreve a historiografia como umaespécie de "história do efeito": o historiador universal "move-separtindo da mais recente situação do mundo rumo à origem das coisas",destacando dentre os acontecimentos aqueles que tiveram uma influênciafundamental na conformação do mundo atual; em seguida, ele retoma pelocaminho que encontrou e pode, então, "a partir do fio condutor dos fatosregistrados", apresentar como história universal a relação entre asituação passada e a presente do mundo.20  A conseqüência do princípio segundo o qual o historiador, se desejaapresentar uma época passada, deve primeiramente desvencilhar-se de tudoo que sabe acerca do curso mais recente da história (Foustel deCoulanges) é o irracionalismo de uma "empatia" incapaz de prestar contasa si própria acerca de suas premissas e preconceitos. Ver a respeito W.Benjamin, "Geschichtsphilosophische Thesen", VII, in: Schriften !,Frankfurt, 1955, p.497.21 W. von Humboldt, op. cit., p. 586.22 22 Ibid., p. 590: "O historiador digno desse nome deve apresentar cadaacontecimento como parte de um todo, ou - o que significa a mesma coisaevidenciar em cada um deles a forma da história".23 Característica dessa separação entre história da literatura e críticaliterária é a definição de filologia no Grundrif der romanischenPhilologie de G. Grober, v. I, Estrasburgo, 1906,2. ed., p. 194: "Amanifestação na língua (compreensível apenas de forma mediata) doespírito humano e os feitos desse mesmo espírito no discurso artístico dopassado constituem, portanto, o verdadeiro objeto da filologia".

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    a acedaa ea faed da ecedade a de aa eead d

    [13]da cca eaa. O ead baae cecd: a aca dc da eca aee caa a da eaa e fae aea aaeeee deeae, fe cece eecaa efca a ea da fe e d a ecadadeeecfca da ba ea fee de "fca" ce ag. O e ad a cega. A a d e adee da eaa, ca eca ca caa a eca da

    ca aca e bc e da ea* a ecca de da e aea.24  Na Aeaa, ea e de ee aeaa e fdaea da cca ea acaa dacaca. De da gea, baa d, a eaa a cab ce de dedega, e, ea, ea a aefa cca da a ea. Aaeea da eaa e a a e e a ea c aa gea eaa fa da ea de eee da a a da

    da e d cce, be c da ega da ad efece a eea da Eca de Wabg. A ea aeaeceaee a ea da a da ffa, cfe ea eefee a eaa;25 a a eaa a a da a, aedda e e bca cca d abe a ge acdade aea da ad, e a aadade egadade de fee e.26 O cece da eee e e daa cae debga d ef da

    cee ca. Na ba ea de E Rbe C e c aba a a eg de eg eade da

    *  Aqui e nos demais contextos em que aparece, a palavra "poesia" foiusada para traduzir o substantivo alemão Dichtung . Emprega-se, portanto,não no sentido restrito de obra em verso, mas no de obra literária de umaforma geral. (N. T.)24 Ver a respeito W. Krauss, 1950, p. 19 et seqs.25 Cf. a respeito R. Wellek, 1965, p. 193.26 W. Krauss, 1950, p. 57 et seqs., mostra, a partir do exemplo de E. R.Curtius, em que grande medida esse ideal científico permaneceu cativo dopensamento do círculo de [Stefan] George.

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    ca , a cdade da eaa da Agdade, aada cdde da ea, fga b a fa da e caee

    edada, aee ad ea, ee ca e a, eaeeada e ea eaa. U cac aea da baaeeae aca da e C caa "a e cadeaadca da edcdade",27  dead a a a de cea cga.[14]

    Vecee a e ca edda ab ee a ceaca e a cea eca da eaa a a ea

    ea de Beede Cce, c a eaa ad abd eeea e ea. O aag ee a ea a e a eaacada eecfcaee a a ca ee de e eadad a eca a a e aea f ccada e e, e eecece e a ee ca e a caacea aeaa eaa d ed aa da ae, a ed caa deabage fee da eaa dea, e da edea.Da ea defda ea eca a e ea deaa

    deacaae a cga da eaa e d aea,afdad ada a ab ee ea e a. Ta eeea c a a de a ea ea aagca daeca aa e da faa, eca ea e c cea de e aaa cc da a da cca eaaa.

    III [15]C a ea da eca a eca a e ceg d

    , be c eafca eca da a d e, Pca , aba eaa ee bea de cceede a ce ca da ba ea c e daeaa, e aba egaa, f, a aa ca

    27  Europaische Literatur und lateinisches Mittelalter, Berna, 1948, p.404.

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    ea egd e e eabeecee a a ea ee acea ca e a cea eca. A ea ea

    aa eede e a aefa dea e da eaa ee eeae da eadade ca. Deece ea deea ead g bd ea gafa eaacada e a ga, e aa e ca de fae deadeaee de ag fae ecc e ceae de cae da"faea" a cdade d fee e. U ea eead a ea ea aa aca e e ee def a f da eaa ea eee c da

    cedade: "Se a deea ca d e a aea, e de ea ab d a aad de aee e ad ce da cade e a adade e ag da a. [...] A ea ee e de a . ea a e ea e gea a cedade a ea e dge: e a e e, e cece d e, dee decfa ab dea da ea". Wee Ka, de ca baLeagecce a

    [16]geccce Afag c,28 dc ea aa ee e gafabe a eaa d I,29  a a deee,afada a a da eaa e, baeada eea c da, ea dd da a a de a ea aa. Ua e e ea a dece, ab ae ca aegae a a dea aca da ada eaa, ea ege ee ad e ca, e e

    cca de aea a bea da ea ee eaa ecedade, ea ea e c ce. Taae, eea,de bea e, ada e ba aad da fcacaca fe bd e de c a gea d

    28 Op. cit., p. 66.29  Uma bibliografia dos escritos de W. Krauss pode ser encontrada novolume comemorativo Literaturgeschichte aIs geschichtlicher Auftrag,organizado por W. Bahner, Berlim, 1961. As investigações que versam sobreo I1uminismo europeu figuram na série Neue Beitrage zurLiteraturwissenschaft, organizada por W. Krauss e H. Mayer.

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    ca cedade e cae, eaa a becad.

    E da a gaa da fa e ae, aea ecaaee a eaa ade e eada a fae d ceecc, a daa ea de c a eda "faea" d e a "eea", e e dedeeae efce e a ea d e aa. See a edda da d ea eee a acece da eadade ca, e e d ge e fa eea cae "ebaa d

    c da cedade". Adea, ad a baae aece cfe a a de a ce e, eaeaece ccdada a d e, ade, a a caa de abage, d ea ca de ba ecede a a edca aaada d g, a cefe be a cedade e dee e e e ca d e adade feeeee ceedda cda aea baae, a a, ea, a ca e ea a ce

    gea da ge ca. Cd, a eegeedade de c a ca dfcdade eada eagafa ea aa. Ea, ede cagda a ed ga de ca de a ba ea e f de a faeea eaaee a ce ca, e ed caa deea da ae caega eca a, eaece, de d gea e e ad , ea a a eca caca.30 I[17]

    e eea aea a da cca ea de GegLc, a, ada e a ga, a c de ce, ca da a eca aa e bgaa a c e a. Occe de ae cca, ad eead a Hege e abad,e e e da a eaa dea e e deaa

    30 Cf. a respeito W. Krauss, 1950, p. 59; P. Demetz, "Zwischen Klassik undBolschewismus. Georg Lukács ais Theoretiker der Dichtung", in: Merkur, 12(1958), p. 501-15, e id.; Marx, Engels und die Dichtà, Stuttgart, 1959.

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    aeede egd c da dedade ee fa e cedee de e deafcada c ae degeeada da bgea

    decadee. Aea a eceeee aece e cead a geaea edca ca. De c, e defee deaaae e a adade e a d S, a,aagaee afa dee aceca da gca, aab aa a eaa a deedca ee a eea e a

     bae ecca. O debae c ea caa cd, dae ed d dege, a a cca ea d efe, abd aeeca da fda de a ea da ae aada fa da

    ae dea, a ea e ea bgaaee de ae cga a c a eca cca da eeea. H e e agada ead de a caa, a a bca ca a eaceca da f ca da eaa ed e a, aga, ab acb eecfca de a fa e e ac.31 

    Cd, bea da a ea a fad c a decbea da cca ea aa. J aeaa, ee e cc ab aa a eca faa ea

    cbada, ca e e ea eca e cdeada a c e bada aa a da e a deee d de.

    IV [17]O e a d faa, e, a cd de

    eb da Scedade aa Ed da Lgage Pca (Oa),ceaa a edecae c bcae gaca a a de1916, deae b g de a ga fae, cae ac

    da eaa. A ea d d faa32  a aee a31  Inexiste ainda uma exposição completa da teoria literária e daestética, bem como de suas conseqüências, no período do degelo; cf. G.Struve, "Die sowjetische Literaturwissenschaft in jüngster Zeit", in:Sowjetstudien (1959), p. 47-71, e W. Oelmüller, "Neue Tendenzen undDiskussionen der marxistischen Ãsthetik", in: Philosophische Rundschau, 9(1%1), p. 181-203.32  São as seguintes as edições disponíveis em tradução alemã: BorisEikhenbaum, Aufsdtze zur Theorie und Geschichte der Literatur, Frankfurt,1965 (Ed. Suhrkamp, 119); Juri Tynianov, Die literarischen Kunstmittelund die Evolution in der Literatur, Frankfurt, 1967 (Ed. Suhrkamp, 197);Vítor Chklovski, Theorie der Prosa, Frankfurt, 1966 (Ed. S. Fischer). Em

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    eaa cd de be a de ega, aedda e e dec a ba ea de da a cdcae

    ca e, aea da a gca ea, def ee aee fca a a eaa eecfca, c a ade d cede ac ea eegad.33 A adcaeaa ee ea e eaa ae, a, e efe. O caeac da eaa dee e efcad ca e ecaee aa da ee gage ca e gage ca. Aga, e a f ca, aa e a eeea, a adadede e ea, da a dea cdcae ca e

    ca da ba ea; ea deca e defda c ba de aeecaee e a gadade a (ca e), e ,a, e a ea fca c a e ea. Adfeeca ee gage ca e gage ca cda cce de ece aca, cce ee e eceaee c ee ea[19]a e da. A ae ae, , e aa a de, e

    "eaae", d aa da ece cdaa. Dece dae a ece da ae de a c a f ga d

     be, a deada e e e dga a fa e e e cea cede. A, ce de ece da ae ge c f e e, ed a ecebdade da fa c e acd e deeae d cede c c aa

    tradução francesa, tem-se: Théorie de Ia littérature. Textes desformalistes russes réunis, présentés et traduits par T. Todorov, Paris,1965 (Ed. du Seuil). Há ainda uma edição bilíngüe, russo-alemão, dosprincipais escritos, publicada em 1969 pela editora W. Fink, Munique,organizada por J. Striedter, a quem devo muitos agradecimentos pelaorientação e pelo estímulo quando da redação do capítulo que se segue.[No Brasil, ver Teoria da literatura. Formalistas russos, organizada porDionísio de Oliveira Toledo, Porto Alegre, Globo, 1973, com prefácio deBoris Schnaiderman e textos de B. Eikhenbaum, V. Chklovski, J. T ynianove R. Jakobson, entre outros. Ver sobretudo J. Tynianove R. Jakobson, "Oproblema dos estudos literários e lingüísticos", p. 95-7, e J. Tynianov,"Da evolução literária", p. 105-18.]33  Essa famosa fórmula, cunhada em 1921 por V. Chklovski, foi logo emseguida aperfeiçoada graças ao conceito de um "sistema" estético no qualcada procedimento artístico tem uma função determinada a cumprir. Cf. V.Erlich, Russischer Formalismus, Munique, 1964, p. 99.

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    a ea e, ecad cceeee a cecec, af a cca de ae d aca e, a fa

    , d fe de adade cefca dada.Eea, e de ga fe da eca

    faa. A cdade da eaa, caee egada,eaaece a g da c d d faa, ccaddae de bea e bg a eea c dadaca. O e a eaa deead aeaccaee ea ee a gage ca e ca ,a ab daccaee, a e e

    edeead e ge e fa e ecede a e ea.Na fa de V C, e a ba de ae ecebda eca a a de fd feecd a ba de ae eedae aca c ea,34  a eea dee ea e caab a a ea c a fa eee aeee aea. C , a eca faa ce a bca e ca de a a. Ea a a a dgaeda ea a da eaa e fa de abada a cce

     bca dea a de ce ea e cad, e ca, a, a cce cc da ad cdc de e ea. O a da cdade eda, ,a ea aa cece c. A ae da eea deda, a a da eaa, a agea daca dea fa;35  ea decee f aee acfc e gadada ad c ce e ecea a, ea de aeca e cf ee ge ccee. O "e be" da

    ca g[20]ea edad c eeca eafca. Segd VC e I Ta, e da ca ee aeaee

    34  Der Zusammenhang der Mittel des Sujetbaus mit den allgemeinenStilmitteln (Poetik, 1919), citado a partir de B. Eikhenbaum, op. cit.,p. 27. De outro ponto de vista, o da "evolution des genres", já F.Brunetiere considerava a "influência das obras sobre a obra" a relaçãomais importante da história da literatura, cf. Wellek, 1965, p. 39.35 B. Eikhenbaum, op. cit., p. 47.

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    a eca ea, e a dea eeea ce caad daeaa; a caa de a fa ea cd a

    aaa, cad, a caada fe, a c de afa, a a ca ga da aga, ade a dede fee de aa e, f, ea a ceda dea efea.36 

    C ea a e, aadaee, a c dae ea ca ed gceegc d ccecc de e , a eca faa ae baae dea a cee ca da eaa, d d

    ge, da caa e da decadca d ge. Ea e a e de a aea a a ba de ae e a a , a afa d ea de ge e fa ea ,abd ca, a, aa a decbea da a ab agca e a: a decbea de e a a ca a, e a aaa de Ra Jab e I Ta d ea aeeae eceaaee c a e, e ea, a e, caega faee cae ec.37 Cd,

    ceede a ba de ae e a a ea, e daa da eaa defda c a ce de ea38  ada e e cea a a , ec de e ace, f ca e efe c. O ca eaa e ega a ce de ea ecfa;a c da ga, deee da eaa de edeead aea de fa aee, aa de a ea aee daca e ca, a de e defd ab e f

    de a ea c ce gea da a.39 36  Id., p. 46; ver também J. Tynianov, Das literarische Faktum e Überliterarische Evolution ["Da evolução literária", ver acima, nota 32].37  J. Tynianov e R. Jakobson, "Probleme der Literatur- undSprachforschung", in: Kursbuch, 5, 1966, p. 75. ["Os problemas dosestudos literários e lingüísticos"; ver acima, nota 32]38 J. Tynianov, em Die literarischen Kunstmittel..., op. cit., p. 40, opõea "sucessão de sistemas", na condição de conceito principal da evoluçãoliterária, à "tradição", como conceito básico da velha história daliteratura.39 No âmbito da lingüística, esse princípio foi defendido sobretudo por E.Coseriu, cf. Sincronía, diacronía e historia, Montevidéu, 1958.

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    Se, dea eeca, a aee a aa dea c ea ea faa e aa, ea da

    a cc e ea dea . Se, ad, e deceede a e ea a a da ce ca deea e, , a a gea a[21]a d ecadeae dc de ae ca, ae dee e ab ccae a "e ea" e a "ea"a ce e abaa a ea ee eaa e a, ec bgae a ea a, abadad e cae ac,

    ecaae a f eaee ca aa?

    V [22]N b da e a ccada, e e deaf da cca

    ea a eada d bea da a da eaa dead eabe ea da ee d aa e faa. Maeaa de ea ab ee eaa e a, ee cece c e ec, de, , ca d e

    e aba aea eca aaa. Se d ceede fa e ecead cc fecad de a eca da de da eeea. C , aba a a eaa de ade e cee ecde a de e caeec a de a f ca: a de de a ece e dee efe. Lee, e, eecade fa bc, e a,deeea aea da ea ea ae eeaeead. A eca aa aa e ad dee e ca

    dfeeeee d d c e ea aa a: bcae a ca ca ecec a eafca de a dadacedade. A eca faa eca dee aea c e daece, c ag e, egd a dcae d e, e ae cag dg a fa deeda cede. Peede,, e e dad da cee eca d fg, a,ceced d e ac, caa de efe be ee de d c, eaee, a eca aa gaa a

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    eeca eea d e a eee cefc d aeac, e deea dee

    [23]da a ba ea a eae ee a eea e a bae.Cd e c af Wae B , e ag aa fec aa e d e eead fgcaee fg,40  acece e caee ade. Ab d, faa e aa, ga e e e ae ge,ecde a aa cece ec a aa c: ae d dea a e, daee, a ba

    ea a. Cdeade e, a e e cae aca e a cdade, a ba ea cdcadadaee ea ea dagca ee eaa e e eaea e de e eedda a c aea da cca(fa) c ece a c a ea de ega eea41 , de e e, b de a a da eaa,ebaa ea ea ea e ee a ba ea. E e a ea ee eaa e e cae a

    eca a ca. A ca eca ede fa de aece a de a ba e e ecea a aaa dee a ec, ea caa c a ba da.42  A

    40 "Bedenken eines Philologen", in: Studium Generale, 7, p. 321-3. O novoacesso à tradição literária que R. Guiette, com seu método próprio devincular crítica estética e conhecimento histórico, buscou numa série deinstrutivos ensaios (parte deles in: Questions de littérature, Genebra,

    1960) corresponde quase inteiramente a este seu princípio (aindainédito): "Le plus grand tort des philologues, c'est de croire que Ialittérature a été jàite pour des philologues" . Ver também a esserespeito seu "Eloge de Ia lecture", in: Revue Générale Belge, janeiro de1966, p. 3-14.41 Pode-se ignorar aqui o autor como terceiro fator, conforme argumenta M.Riffaterre numa discussão com R. Jakobson e C. Lévi-Strauss: "[...] thepoetic phenomenon, being linguistic, is not simply the message, the poem,but the whole act of communication. This is a very special act, however,for the speaker - the poet - is not present; any attempt to bring himback only produces interference, because what we know of him we know fromhistory, it is knowledge external to the message, or else we have foundit out by rationalizing and distorting the message" ("Describing poeticstructures: two approaches to Baudelaire's 'Les chats"', in:Structuralism, Yale French studies, v. 36-7, p.214).42  Essa tese é parte essencial da lntroduction à une esthétique de lalittérature de G. Picon, Paris, 1953, cf. p. 90 et seqs.

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    ca ca afeae a bdade de, a cadea deecee, a cee d e ee e cdade e

    eecee de gea e gea, decdd, a, gfcad c de a ba e ad e a adadeeca. Se, , e cea a eaa a de de aece e de e efe, e a ee e aec ec ee aec c e caeee edada, e eaad fe ga fee aad eeca eee da ea, f eee c ea.

    C bae ea ea, ce aga ede ega

    aceca de c e dea e fdaea edgcaee eeecee a a da eaa. O eb e e ege f ddde ee ee (VIXII), cada a da a e dcdaeaadaee.

    VI [24]Ua ea da a da eaa deada e e

    a aba ecce d be c e e e

    fdaee a eca adca da d e da eeeaa eca da ece e d efe. A cdade da eaa ea a ce de " ed" eabeecda fe,a eeeca dc da ba ea ae de eee. Ea ea ea dagca c e abda a da eaa. E e, ae de e caa deceede e cafca a ba, ad da eaa eee de aee fee, ee , e. E a aaa:

    ee e de e caa de fdaea e ad eca a eee a e ca d ee.

    O ad e, e a cca dega dae dabedade, R. G. Cgd eabeece aa a gafa " g b e eeace fa g ea' d43  acae e ada a edda a da

    43 The idea of history, Nova York Oxford, 1956, p. 228.

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    eaa. A cce a da a c dec "bea"de a eca de acece aad faa a

    e e efee a cae ac da eaa, a eeea a cdade eec[25]fca. A ba ea be e ea , feeced acada bead e cada ca e aec.44 N e aa de e a eea gcaee e Se aea. Ea ,ae, c a aa ada aa a eca eeeada da ea, bead e da aa da aaa e

    cfede eca aa: "ae d, e e e'ee ae, ce ece caabe de 'eede".45  eecae dagc da ba ea e eca e a abefgc de aea c a cada cfa c e, deed cgeae abe aceca de fa.46  O abefgc eaece ee cad eea, e ea ecae ea, aaeaee a cece de e be, efe edecee a ca dee cece c e de a

    a cee.44  Sigo aqui a crítica de A. Nisin ao platonismo latente dos métodosfilológicos, ou seja, à sua crença numa substância atemporal da obraliterária e num ponto de vista igualmente atemporal daquele que acontempla: "Car l'oeuvre d'art, si elle ne peut incarner l'essence del'art, n 'est pas non plus un objet que nous puissions regarder, selon Iaregle cartésienne, 'sans y rien mettre de nous-mêmes que ce qui se peutappliquer indistinctement à tous les objets"'; La littérature et le

    lecteur, Paris, 1959, p. 57 (ver a respeito minha resenha in: Archiv fürdas Studium der neueren Sprachen, 197, 1960, p. 223-5).45 G. Picon, lntroduction ..., op. cit., p. 34. Essa concepção do modo deser dialógico da obra literária encontra-se tanto em Malraux (Les voix dusilence) quanto em Picon, Nisin e Guiette, tratando-se de uma tradiçãoviva na estética literária francesa, à qual devo muito; em últimainstância, ela remonta a uma famosa afirmação da poética de Valéry:"C'est l'exécution du poeme qui est le poeme".46  Com razão, P. Szondi, em "Über philologische Erkenntnis", in:HolderlinStudien, Frankfurt, 1967, identifica aí a diferença fundamentalentre a ciência da literatura e a da história, cf. p. 11: "Não é lícito anenhum comentário, a nenhuma análise crítico-estilística de um poemapropor-se como meta produzir uma descrição desse poema que se pretendacompreensível por si só. Mesmo o menos crítico de seus leitores desejaráconfrontar tal análise com o poema e entendê-la somente depois de haverreintegrado seus resultados nos conhecimentos que lhes deram origem". Comisso concorda R. Guiette, Eloge de Ia lecture, op. cit.

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    A a da eaa ce de ece e deca e e eaa a aaa d e e ae d

    e e ecebe, d ec, e e fa aee d, e dcc, e be ee efee. A a cecee a ede de a de"fa" e cfe ega a a da eaaceca e ed dee ce, ada a eaad cead e cafcad, e cda aga, a eda. Aee e a aacea da a da eaa a a e de fa e ecfdd cae de acece de a ba de ae c de

    fa c. C acece e, Pecea deCe de Te "c" ed e e , ee, a Tecea Cada, ceea ba.47 N e aa dea ac e, e f de a e de ea e aeea, da e ece de a c e de aceca ee e cdea, e a eca c eedec. O ce c a a ba ea aaece c a eca faca de acece faee

    eee deedeeee de bead. O Pecea aeacece e caee aa e e, e ea badeadea de Ce ed a ebaa[26]a ba aee d a, ecebee a gadade ecaa c ea e a ba cecda e ade, a, ae aa a aaa de ba fa. Dfeeeeed acece c, e ceca

    ea, e ege ed e da a eagea e de a ecaa. Ee ga eg dde efe a edda e e a ece e eeda ea geaefa ea ea eada a edda, , e e aaee e aee e ae da ba aada, ae e

    47  Uma observação que se aplica também a J. Storost, 1960, p. 15, que,apressadamente, equipara o acontecimento histórico ao literário ("A obrade arte é, primeiramente, [...] um aro artístico e, portanto, históricocomo a batalha de Isso").

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    deee a, bea efa. A eaa cacece cee daee e de

    eecaa d ee, cc e ae, e cee ee, a eeeca a ba. Da bea dee ede eecaa deede, , a bdade de ceede eaeea a a da eaa e a cdade a.

    VII [27]A ae da eeca ea d e ecaa a

    cg e a aeaa ad decee a ece e efe de

    a ba a a d ea de efeca e e de c ef da eecaa e, e c d aaecede cada ba, ea d cece d ge, da fa eda eca de ba cecda, be c da ee agage ca e a gage ca.

    Ea ee ae ca cec dead fadbed ea cca de Re Wee ea ea de I. A. Rcad a bdade de a ae d efe ec cega a

    acaa a efea de gfca de a ba ea, e e de, ea eaa, ea, a e da ee, eee acga d g. Wee agea e e, eec, deea ead da ccca, e ea dda a e e ee ecea e ag de ee eecaee ea , e ea ce e J. Mae e efe da ba de ae.48  Ra Jab eedeb "ead ce da ccca" a" dega

    cea', ea b a[28]fa de ea de a e ea, aa cada ba ea,a adade de age, e e ea aaad e ece cae eba de aea efea e aa e a adade.49 De

    48 R. Wellek, 1936, p. 179.49 In: Slovo a slovenost, I, p. 192, citado por Wellek, 1936, p. 179 etseqs.

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    fa, ea ea a be d efe, a dea e abe ae de a a de e dad e de aeede e aa

    ea de a efe de a ba aca be deeadbc. H, eea, e ec a a e ee dad e a a d a, aa cada ba, ad eecfca d bc e dea aega, d eae aecede a a ea ca a a cee bead e. A c e da eeca ea, ab a eecaea e d a cece ea ea e a ba a edececda "abe , ee e dea

    eeca, c bae a de e a cecefae eeece, ea, ege, a de, ceeeeca".50  Adea, a ba e ge e aeea cdade aba ea a, a, ed de a,a e e e, a faae dcae ca,ede e bc aa eceba de a aea baaedefda. Ea deea a ebaa d d, eea g de ceecaa a a "e e f", cd e a deeada

    a eca e, c d , aeca e gea dacee cad, a a e de, e e ae d ,cca a e aceca da bedade da eea e d gd de ee caada de ee.

    O ca dea aa a bea de a ea ce de efeca daea ba e, eaee, gaa aa ce d ge, d e da fa, ecaadaee acad e de eecaa e e

    ee aa, de, de a a a cede e de e aea a cc, a d ee efe c. A e Ceae fa c e, da ea d

    50 G. Buck, Lernen und Erfahrung, Stuttgart, 1967, p. 56. Nessa obra, oautor reroma Husserl (Erfahrung und Urteil, especialmente o parágrafo 8),mas, posteriormente, chega a uma definição da negatividade no processo daexperiência que ultrapassa Husserl e é importante para a estruturação dohorizonte da experiência estética (cf. nota 111).

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    D Qe, ee e de eecaa d ag e ae ace de caaaa,

    [29]ace ee e a aea dee e caae ada,e, fdaee.51  A ab e Dde, c aega fcca d e a aad c de e Jace efaae, eca e de eecaa d e e ga acede "age", be c a cee (aeae) da fbaaeca e da dca e e a, faed aea aa,a eg, ca caaee a ed ace de

    age e de a a de 'e eaee aeca:a eadade baa e a caca a da a e ee, aa a edade da da cea egdaee cae e dafc ca.52  Tab Nea, e a Ce, ca, cba ea da a gaa de cecd c e ca,dd a a da e de eecaa da afaca d d, a aea aa afa e ed eaca: a defcae e eae da cd ca faae

    acee a e dee e ag dececd a edda ee facaa ead ad d E c, e a eddaab e e e e a e da fa fcee, de d ea a bcdade ada eea ade a fca.53 

    Ma a bdade da bea d e de eecaaefcae ab e ba caee e deeada. E e, a aca de a ec, a ed eecfca d

    bc c a a a ca aa deeada ba de egaee bda a a de fae e, de d gea, e

    51 Segundo a interpretação de H. J. Neuschafer, "Der Sinn der Parodie imDon Quijote", Heidelberg, 1963 (Studia Romanica, 5).52 Segundo a interpretação de R. Warning, "Tristram Shandy undJacques IefataIiste", Munique, 1965 (Theorie und Geschichte der Literatur und derschiínen Künste, 4), especialmente p. 80 er seqs.53  Segundo a interpretação de K. H. Stierle, "Dunkelheit und Form inGérard de Nervals Chimeres", Munique, 1967 (Theorie und Geschichte derLiteratur und der schiínen Künste, 5), especialmente. p. 55 e 91.

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    de e: e e ga, a a de a cecda da ca aee a ge; e egd, da ea ca

    c ba cecda d ce ce; e, e ecega, da ee fc e eadade, ee a f ca e af ca da gage, ea e, aa e eefee, fae ee eee dae a ea, c bdade decaa. Ee ece fa c ada a bdade de eecebe a a ba a a a d e a e dea eecaa ea, a[30]

    d e a a de a eeca de da. Vae a eaea d e e a e bea edae eea de ega e ea ad abda a e da eaee eaa e da (e ee XII).

    VIII [31]O e de eecaa de a ba, e a e de

    ec, a e deea e cae ac a a d

    d e d ga egd a ea d e efe be bc. Deade dca eca aea e edeaee e de eecaa eeee e a aa de a baa ca acda, dade ed da ega deeeca cecda da ccea de a, aaeea, de e ceca a "daa de e", adca eca deae bea caee eec daeae d bc e d da cca (ce ee, ee

    ce, ca ad de aa, cee gada ada).

    A aea ea a a ba ea, e c dea aa, aede, ea, dececa caa a eecaade e bc ca feece caaee c aa adeea de e a ec. A dca ee e deeecaa e a ba, ee cecd da eeca eca

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    ae e a "daa de e"54  egda ea acda aba, deea, d de a da eca da ece, cae

    ac de a ba ea. A edda e ea dca e ed,e e deada da ccca eceaa ea gada a e da ee[32]ca ada dececda, a ba e aa da efea da ae"ca" gea. Ea a deae caacea, egd aeca da ece, e fa de eg ea daa dee, a de eee aede a eecaa e

    deea a edca dae d g, a edda e eafa a deada ea ed d be a, cfaee faae, aca a faaa d dee, aaae a cd de "ea" a eeca cea e aa bea a, a aea aa"c" ed edfcae, a ee eaeedecdda.55 Se, eaee, aae de aaa cae ac dea ba ea dca eca e a e eecaa de e

    bc ca, egee da e a dca eeeada de cc ae eaae, a adade de a a fa deece de deaaece aa ee ee, ad aegadade ga da ba e e afad e bedade e,da e dae, adead ea a, a adade de a eecaafaa, e da eeca eca fa. ea egdadaa de e e e a acaee a cacdade daa caada baa; a fa bea, ada a

    54  Acerca desse conceiro de Husserl, ver G. Buck, Lernen und Erfahrung,op. cit., p. 64 et segs.55  Acolho aqui as conclusões da discussão sobre o kitsch como fenômenolimite do estético, discussão esta que se deu no terceiro colóquio dogrupo de pesquisa Poetik und Hermeneutik e foi publicada em 1968 novolume Die nicht mehr schiínen Künste - Grenzphanomene des Asthetischen,W. Fink, Munique. Com relação à atitude "culinária", que pressupõe umaarte do mero entretenimento, pode-se dizer, como do kitsch, que "asexigências dos consumidores são satisfeitas de antemão" (P. Beylin), que"a expectativa atendida transforma-se em norma do produto" (W. Iser), ouque, "sem conter nem solucionar problema algum, a obra reveste-se doaspecto da solução de um problema" (M. Imdahl), op. cit., p.651-67.

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    bedade, e e "ed ee", aaeeee dce,aaa egaee, d de a ecececa,

    da acfcaee ccee e aae ae "ca", de fa e ef aca fae ece aa e e a a "acae" da eeca e e fe b e, a, daeaee cae ac (cf X).

    A ea ee eaa e bc e ee fa de cadaba e bc eecfc, ca e cgcaeedefe; de cada ec deede d e, da ccee e dadega de e bc; fa de ce e e

    "e ea a e g eeaa, eeea a g a a age".56 A cga da eaa e cead e be de fa fceeee daca adef c aaa eeea de cc fad ec,ba e bc.56a  Ta def de e eda: ba e, e de a b

    56 R. Escarpit, Das Buch und der Leser: Entwurf einer Literatursoziologie,Colônia/Opladen, 1961 (primeira edição alemã ampliada de Sociologie de la

    Littérature, Paris, 1958), p. 116. A fixação objetivista do sucessoliterário na congruência entre a intenção do autor e a expectativa de umgrupo social sempre traz problemas para Escarpit, quando se trata deexplicar um efeito tardio ou constante de uma obra. Daí pressupor ele aexistência de um "fundamento coletivo no espaço ou no tempo" a embasar a"ilusão de durabilidade" de um escritor, o que, no caso de Molière,conduz a um prognóstico surpreendente: "Molière continua jovem para ofrancês do século XX porque seu mundo ainda vive e porque, ademais, umcírculo de cultura, pensamento e língua vincula-nos a ele. [ ... ] Essecírculo, porém, diminui cada vez mais, e Molière acabará por envelhecer e

    morrer, quando morrer aquilo que nosso tipo de cultura ainda tem em comumcom a França de Molière" (p. 117). Como se Molière houvesse refletidoapenas os "costumes de seu tempo", tendo conservado seu sucesso apenas emfunção desse seu suposto propósito ... Onde a congruência entre obra egrupo social inexiste ou não mais existe - como, por exemplo, no caso darecepção de uma obra num universo lingüístico distinto daquele em que elafoi escrita -, Escarpit arranja-se interpondo aí um "mito": "mitos queforam inventados por uma posteridade para a qual se tornou estranha arealidade cujo lugar eles assumiram" (p. 111). Como se roda recepção queultrapassa seu público inicial, socialmente determinado, fosse apenas um"eco desfigurado", tão-somente uma conseqüência de "mitos subjetivos" (p.111), e não tivesse ela própria, na obra recebida, seu a priori objetivo,na condição de limite e possibilidade da compreensão posterior!56a Que passo faz-se necessário a fim de que se ultrapasse essa estreitadefinição, tal é o que nos mostra K. H. Bender, "Kõnig und Vasall:Untersuchungen zur Chanson de Geste des XII. J ahrhunderts", Heidelberg,1967 (Studia Romanica, 13). Nessa história dos primórdios da épica

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    [33]ca, de e eacada a e bc eecfc, a

    e ceaee e cecd de eecaaea e e bc ee cea a fae a c.57 Qad, e, e de eecaa g adaa adade a gea, de d ce ec de aeeae fa de bc aa a e c eeecda aba a e de ce, ecade a gaa. eeed e a ea daa de e e a ae d efee adea a de de a a da eaa eca e

    e,58  e a ca eaca d be ee cacece c.

    C ee d, de e a ea ea da de 1857. Jaee c Madae Ba de Fabe acee, de aa c, e daee fa f bcad e eecd Fa, de e ag Fedea. Eba ace deFabe ea acaead ce a da a bca,Madae Ba f, a c, ecad e ace de Fedea:

    e a, Fa aca ee ede e, a, ce ePa a dede Aaa de Caeabad. D de aec, ab ace aeda eecaa de bc e, a ae de Badeae, abaa d e ae

    francesa, a aparente congruência entre sociedade feudal e idealidadeépica apresenta-se como um processo que se mantém em curso graças a uma

    discrepância sempre cambiante entre "realidade" e "ideologia" - isto é,entre as constelações históricas dos conflitos feudais e as respostaspoéticas contidas nos poemas épicos.57  A sociologia literária incomparavelmente mais rigorosa de ErichAuerbach trouxe à luz esse aspecto, a partir da multiplicidade derupturas na relação entre autor e público em diversas épocas. Ver arespeito a apreciação de F. Schalk (org.) in: E. Auerbach, GesammelteAufiatze zur romanischen Philologie, Berna/Munique, 1967, p. 11 et seqs.58  Ver a respeito H. Weinrich, Für eine Literaturgeschichte des Lesers(Merkur, novembro de 1967) - uma tentativa que nasceu da mesma intenção eque, analogamente à substituição da outrora habitual lingüística dofalante por uma lingüística do ouvinte, defende agora uma consideraçãometo do lógica da perspectiva do leitor na história da literatura e,assim, vem inteiramente ao encontro de meu propósito. H. Weinrich mostratambém, sobretudo, como se devem complementar os métodos empíricos dasociologia da literatura através da interpretação lingüística e literáriado papel do leitor, implicitamente contido na obra.

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    a e dedeaa e ga edda a gad a g a ae.59  O d aaa de ea a

    ad e abee bg ca. Cd, aaa d ee deae da cea eca, ab aebea da a gada eaca g aeecd ea ce. Laaa a a be degaad ea d ce, eed a eeada ea d a cc: Fedea fa e aae da fee de ee a,eba ed afe e dee, e ce d ad de aaada e cb ae ea ea a; Fabe d a

    ad da ea d dc de ca ad ee eBadeae eea c a fa be d dade defec eedee, a edda e e ecaee a fgadca d ad egaad, Cae Ba, e, a fa dace, ae a b[34]e. Na cca fca da ca, ecae e a cdea aFa a Madae Ba c d da a eca d

    ae, a aca de ega d a dea e de aaca ada be a a e aea a de ca Segd I.60 Cd, ebad a aea e a ca ceada, e de eecaa d bc de 1857 e, a a e deBaac, ada a eeaa de gad d ace61  eeeca d de ab ace ad e ccaab a e d efe dd a fa aaa. A

    59  In: Madame Bovary par Gustave Flaubert, Oeuvres completes, Ed. de IaPléiade, Paris, 1951, p. 998: "Les dernieres années de Louis-Philippeavaient vu les dernieres expIosions d'un esprit encore excitable par lesjeux de l'imagination; mais le nouveau romancier se trouvait en faced'une sociéte absolument usée, - pire qu'usée, - abrutie et goulue, n'ayant horreur que de la fiction, et d'amour que pour la possession"60 CE. ibid., p. 999, bem como acusação, defesa e veredicto do processoBovary, in: Flaubert, Oeuvres, Ed. de La Pléiade, Paris, 1951, v. I, p.649-717, especialmente p. 717. Sobre Fanny, E. Montégut, "Le roman intimede La littérature réaliste", in: Revue des Deux Mondes, 18 (1858), p.196213, especialmente p. 201 e 209 et seqs.61  Como atesta Baudelaire, cf. op. cit., p. 996: "[...] car depuis ladisparition de Balzac [...]toute curiosité, relativement au roman, s'était apaisée et endormie".

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    a fa de Fabe, e c d "aa ea" (aab e Babe d'Ae aac afad e, e e

    dee fa a a de aa de a g, ea fcaa dfeeeee de Me Fabe),62  a de ccaaee e bc e ecebe ced cae de Faaeead facee dgee de ace cfea.Adea, cad dece de Fedea, a bc dedefca dea da da e dee facaad de a caada cadae,63  ded deeae eee c a aca ceacae a a Fa (e decfa de e e aae a

    bea da acada) ed ad afa, a ea dadeafada eea debgaa bc da dga a.Qad, , Madae Ba, ceedd de c ee ee cc de cecede e cdead ac aa d ace, e ce da, bc e deace ee fad ac ce de eecaa,ad e a debdade de Fedea e e fead,e efe da da, e cc ccfea e faed

    aaeece a be ee d aad a ga de Fa.

    IX [35]A ec d e de eecaa b a a ba

    f cada e ecebda aad ba, ad, e eaeee a ee aa a a e c a ea e

    62  A respeito deste e de outros juízos da época, ver H. R. ]auss, "Diebeiden Fassungen von Flauberts Education sentimentale", in: Heidelbergerjahrbücher, 2 (1958), p. 96-116, especialmente p. 97.63  Ver a respeito a primorosa análise do crítico E. Montégut,contemporâneo de Feydeau, que explica pormenorizadamente por que o mundodo desejo e as figuras do romance de Feydeau são típicos de uma camada dopúblico localizada nos bairros "entre la Bourse et le boulevardMontmartre" (op. cit., p. 209), uma camada que necessita de um "alcoolpoétique", que se deleita em "voir poétiser ses vulgaires aventures de laveille et ses vulgaires projets du lendemain" (p. 210) e que reverenciauma "idolâtrie de Ia matiere" - elementos sob cujo signo Montégut vê osingredientes da "fábrica de sonhos" de 1858: "une sorte d'admirationbéate, presque dévotionneuse, pour les meubles, les tapisseries, lestoilettes, s'échappe, comme un parfum de patchouli, de chacune de cespages" (p. 201).

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    e e dece, a, a aea ea a e de a eecaad e ceedd a ba. Ta abdage cge a a de

    a cee cca deae da ae e geaacada cceeee e ea cc c d ec a gec e da ca. A d, a a dfeeaeeca ee a cee aada e a eee de a ba,d a cece a a de a ece e eedea aba ae e cca e e, c dga aae da eafca f gca, a aaee bedade egd a a a eaecae aeaee eee e e, e e

    gfcad be, cad de fa defa, eea eedaaee acee a ee.

    O d da eca da ece64  ecde cee da eaa eecee a aad e. Qad e cece a de a ba, ad a e eeca aeada e a ea c a fe e de de eegada deaee, a e fgca aceca de c,"edadeaee", e dee eede e ea, de c

    eed "da eeca de a ca"[36] eca ea bed deacad d a de fddaea ba e ee, eca caee, eaee d cece d bc e cee. O ea da

     bace a aga d Ra de Rea cfe aea gda ba cfa, ee, e e e e ceaace c a a de Ta e Ta, be c ea

    c (ca de gee) e aeda e e (faba),

    64  São raros ainda os exemplos de aplicação desse método que não selimitam a perseguir apenas a reputação e a "imagem" de um poeta atravésda história, mas examinam também as condições históricas e asconseqüências de sua sobrevivência. Dentre tais exemplos cabe mencionar:G. F. Ford, Dickens and his readers, Princeton, 1955; A. Nisin, Lesoeuvres et les siecles, Paris, 1960 (enfocando Virgile, Dante et nous,Ronsard, Corneille, Racine); E. Lammert, "Zur WirkungsgeschichteEichendorffs in Deutschland", in:Festschrift für Richard Alewyn, organizado por H. Singer e B. v. Wiese,Colônia/Graz, 1967.

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    eeade, a, ea "ada gea d bae Rea eYeg", e de eca d a e cece. A ba e

    ge ecad e, a eg, d ecad caee c da aaa, e , a, ecaee e f d e eeca e ca edda ce de bc, aaad e a fea da Faa, dea ba e e fe adaeefaa e f a ea a a ca a da a eaaeca e c a e dae.64a 

    A ega f1gca g 10gaee a egaee aca da ba edea Reee Fc, e, c ,

    ab ed cddc da aaga ee e aa e aaea aa; f e, dede Jacb G, eaeceacaa da cce ca da a ea aa e da fbaga. Da ea fa aa ca egd ee de adeae , deea ab, c a, eeede aea ca facea dede Bde e fa de ea e ecebe e de c ad da ca de B1ea e ga aeaa cca egd a a da cdade, da

    aa ee a ae e d, da eaa e de c af.65 Se be c edeeee cca d f101gccc a a d ee e, gade e,eea e eede ec cd de acfea, dead efedaee ed d e ag.Qe aceda e, e ceca caee de e eg e, ed "aea1ee edade" de a ea ea dedecae de fa edaa e ea a ee ad,

    a de, eeee a e aca de d "ec"de e edecee e da ece [37]ca "ecaea eaaad da a d efe[Wggecce] a e eca eedada a a

    64a  Ver a respeito H. R. ] auss, Untersuchungen zur mittelalterlichenTíerdíchtung, Tübingen, 1959, especialmente capo IV A e D.65 A. Vinaver, "A Ia recherche d'une poétique médiévale", in: Cahíers deCivílisation Médiévale, 2 (1959), p. 1-16.

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    ccca ca". Aee e a ea ea, , egad"a ea 1a e aba, a deeae, e

     ba1a a a a cee", gad c eeaaea a bedade e, "a edade, deede da egdadede e eae".66 

    E Wae d Mede [Vedade e d], Ha GegGadae, ca cca a be c a e, decee c da a d efe e bca edeca a eadade daa a da cee67  c a aca dagca de ega e ea ad ca. Lead adae a

    ee de Cgd, egd a a " e de eede ead e ceede a ega aa a a ee c aea",68  Gadae eca e a ega ecda dea ee e e e ga, ee e c ee abacad aee de eee: "O eede []ee ce de f de a e aee eee e".69 A ega ca de e , a ede afae a ega "e a ad c aa ".70 

    Reee a a ee de e e ae Re Wee aadecee a aa d e. Dee f110g aaa a baea a a da eeca d aad, d de a deee d " d c"?71  O c efe de aad ae dea e ee dea Wee ea a aea aa a be a ba e, a a dee efe, deee c eca de gfcad. O ec d eee, a e, egaa ce de ba e

    aede a g de, a aaaa aee da adea ba, e caee e a f dea a ca e a e. E a a a d efe, a a eea, eaa, "e a adade, ea ea bee e a

    66 H. G. Gadamer, Wahrheít und Methode, Tübingen, 1960, p. 284-5.67 Ibid., p. 283.68 Ibid., p. 352.69 Ibid., p. 289.70 Ibid., p. 356.71 Wellek, 1936, p. 184; id., 1965, p. 20-2.

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    adade d cee d ea".72 A cc de Wee de e bdade de ea de

      e de e e dee aea a be[38] e, ceded c fae cea, , "ad be"73  c aga da aa, a a ecada be. O " d c" aceca de a ba ea ad e aea " acad de ee, cc,eecade e a e fee";74 ee dedbae de eca de ed aee eee a ba, caee

    aaad e a ece e ccead a a d efe,eca ee e e deca a e ceede a eddae e, ec c a ad, ee eae a "f de" de fa cada.

    A ccdca ee a eaa de, c bae a eca daece, fda a e a da eaa e c daa d efe de H. G. Gadae eca, , e e e de Gadae de eea cce d cc cd de

    de da eda ca ee aad e eee. Sadef egd a a " e 'cc' eceaeaee da ea da dca ca, , e edacae, eaa ea ea",75  ecaa ea deega e ea ca de da ad ca. Se cc " e d ag a eee c e dee eecaee a ee",76 e e ea de bca eaee e cc a egaaa a a ee c a ea. O cc e de a fa

    "gfca e eea a e"77  e ad a e eee ead da a e cae a "egda daa de e"?N c ee a bedade ee da a caada "baa", e ca a egadade ga e

    72 Wellek, 1965, p. 20.73 Ibid.74 Ibid.75 Wahrheit und Methode, p. 274.76 Ibid.77 Ibid.

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    eec de a ad dea e bga a, edca a aeada cacdade, eaee ecea "ce

    e de ega"? Me ae a ba cca a ccca eea c bae a a d efe e eca debgada daaefa de defca "a ea de e ee e e eee".78  Occe egea d cc e eea a e decd e da ea ca de ega e ea79  ecade c da a d efe egd a eede " ce aea ed, a dab".80 

    [39]Edeeee, deea a cad fa de Gadae e

    e aegad a cce de ae cca e, fa de a ca dege a d Ha , e ea c fdae geade a eca da ece. Taae d cce de e,eedd a c "ecece", cfe ee Gadae ea eca gca da eeca da ae: "O e efeaeeeeea a ba de ae, a aa a a,

    ae edadea ea , ea, e e edda cece eecece ea a ca e a e".81 Ee cce de aede e acad ae aa, a edea e aecede, e de fa aga ca dea e a cede, a aa eca da e, a a a eafca bacaa e afdaea (" cece d e"), ede e cae bga.Cd, a ca cga da ae ee f c ea

    78 Ibid., p. 290.79  Tal inversão torna-se evidente no capítulo "Die Logik von Frage undAntwort" (p. 351-60), no qual Gadamer primeiramente demanda do texto perse que nos foi transmitido (e, portanto, também do texto não-clássico oudo mero testemunho histórico!) "que ele dirija uma pergunta aointérprete. Assim, a interpretação guarda sempre relação essencial com apergunta que nos foi colocada. Entender um texto significa entender essapergunta". O restante da argumentação mostra, contudo, que o texto dopassado não é ele próprio capaz de nos dirigir uma pergunta que não tenhaprimeiramente de ser revelada e reconquistada para nós a partir daresposta que o texto transmitido contém.80 Ibid., p. 280.81 Ibid., p. 109.

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    daa de ca,82  edecad a e ea abaee eaa cada f cca d ecece. A ba de ae

    de ab a cece e e ecaa eea ac; ea fa ad aeca ca da eecafa, aga de de eae e cae ada eeead c a ea a a ega.83  ecaee dee gfcad a e dea f da ce da eeca e a a d efe de eaa e bada ad e deea cca a eda ee a ae aada e eee b g de a cce d cc. Na cd de a

    eeca da ad aada (a e e, egdGadae, cc, e eda cae, eaa ee aea da dca ca), cc de a aaa fa de e, ca de a d, a ae cca ada e afgaa "cca", a, ae, e a ea a abea eeca e fad a eeca, a aee e f da dca ca ecece d cecd caa a e de e a edade aea e

    eea a ba de ae.Me efe da gade ba ea d aad

    acece e e edaa a , e de e c[40]aad a a eaa: ab a ad da ae ee aea dagca d eee c aad, ea ea edecca da a a ba d aad ee de ede e"de aga ca e aee e e a cea e ccad a

    ega e a a de a de e ae. Ode, e "Waed Mede, a cee aagaee a "acece d e"

    82 Cf. p. 110.83  Isso é o que se depreende também da estética formalista e, emparticular, da teoria da "desautomatização" de Chklovski, cf. citação deV. Erlich, op. cit., p. 84: "Como a 'forma tortuosa, deliberadamenteentravada', erige obstáculos artificiais entre o sujeito e o objeto dapercepção, rompe-se a cadeia de associações habituais e reaçõesautomáticas: dessa maneira, tornamo-nos capazes de realmente ver ascoisas, em vez de apenas reconhecê-las".

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    [Segecee] de Hedegge eedda c "eea acece da ad a aad e eee edaae

    cadaee",84  a e de adece "e d e acee ecea.85  Ea f da da ceegea e, eceaaee, ecea ab a cca daad e eece fdaea, a ga e ege, e ecececa de a a da eaa. Ta ee de cdea a cdade da eaa b aec:daccaee, ce ececa da ba ea (e eeX); ccaee, ea de efeca da eaa eecee

    a a ea ca, be c a eca de a ea (e eeXI); e, faee, b aec da ea d deeee aee c ce c a a (e ee XII).

    X [40]A ea ecececa ee ee aeede

    ed e fa da ba ea dedbae c de acee. Ea deada ab e e a a ba ada e

    a "e ea: a f de e e cea a e gfcadc ce da eeca da eaa. N a ecd de a a da ece da ba a da eaa,c acece, ea a eeae ce a aece aa de e e cc afae a ece aa e aa d d a , de a eeca, ce a a a ba de ee bea fa e a egadea ae, ded ada bea.

    De e aea de a ba ada, fada a ecgca ea a a da eaa e, dee d,edda eeee a "fac", e ada de a aa e de e ce ce c e, a, aeeceedda c "acece"? A ea da eca faaeede ca ee bea c e de a

    84 Op. cit., p. 275.85 Ibid., p. 280.

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    ed de e c da "e ea. Segd ac, a ba a ba d a de fd da ba aee

    ceea a ea, age, a adade de fa becedda, "ce" de a ca ea, edda e, a,geaee aaada, aa e, faee, ed e a fa ege, eg egea[42]d cda da eaa c ge degaad. Ca eeae aaa e decee a ca ea de acd c eegaa e, a e e aba, a e aa f acad86 , de

    ea eea de a eeada ad e, e aec,eaa e a feecd ea a ceca daeaa. Ta e eabeecea eae ee a e fecadae ea a a cee a a ceca eea ce a ca, edada, ad , eb de a gea ( ea, e de ba de e a,de a eca de e) , be c eae ee a e dedfeee ge, eead a a ea ea da fe e

    da fa.87 A ba e a e deacaa, e cedea e eba fgaa, e, c e de ce e ecaa a e cd ed e a decegada, , ea agea daca de a fa, ee ecea de ea eega. Va dea aea, a dcaa da e ea eea, adea, ea d dea dc de ee: e a a a ba a adade de faa a e ea, e a aed de fa, eedee

    ac e ge afagad, a e deca aa egda, a e e da e e a "ecee". P f, e faa de a a da

    86  No artigo de 1927, Über literarische Evolution ["Da evoluçãoliterária", ver nota 32], Tynianov (op. cit., p. 37-60), tal programa éapresentado com a máxima precisão. Conforme me comunica Striedter, ele sófoi parcialmente cumprido na abordagem de problemas de mudança deestrutura na história dos gêneros literários, como, por exemplo, nacoletânea Russkaja proza, Leningrado, 1926 (Voprosy poetiki, VIII).87 Ibid., p. 59 [p. 118 da edição brasileira].

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    eaa e e c "e" e, aadaee, ec ddeee ead, cae c de a ba ea

    de e cae ac: a e a c e afa e aba de ae ecebda ca a de fd de a ba, gfcad e cae e de fee e eec ac dec a a.88 

    A ea faa da "e ea" dece a eaaa ae ed de a ea da a da eaa.A decbea de e ab d da eaa a daaca e cea e de ea, a eada

    fcaa d deee e e, e e ga, aea da aaa ca da a dee ab, ada e a caa face[43]ada da daa ecee de ce. A cca afceeee a faea da ea faa da e: ecae aa eca baaa aa eca deee da eaa; a e aceca d ed ad

    ea daa da fa ea ea eaecd edda; aa, , ca ada cae ac; e,faee, e ea, a e ega, abd a eaee e ea e daa ca.89  A ea a ea ae ecae e a ee XII; a da dea egee, ea a da eca da ece, e aba a ea ea decad faa aa a de da eeca ca.

    A dec da e ea c a a ceae d

    ca e, c aeca ee caa eaaa da fa, ed cae c da eaa aadade dea de a daa e a a ceeca ece dea a. Cd, a daa da e

    88 "Uma obra de arte figurará como um valor positivo quando transformar aestrutura do período precedente, e figurará como valor negativo quandoassumir aquela estrutura sem modificá-la" a. Mukarovsky, citado por R.Wellek, 1965, p. 42).89 Ver a respeito V. Erlich, Russíscher Formalismus, op. cit., p. 284-7, eR. Wellek, 1965, p. 42 et seqs.

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    ea ee efae a eca ca ad a ee a fa ea e a a d a cece ab a eecfcdade de

    a eda. Ta eda de e defda c bea "ecada ba de ae cca e ega, ea e da 'e'e eee a ea".90 Eea, a dec da eadfcada e d cede ac de a ba eee eceaaee de a a ee bea e, a, af a e ca. A f de deea ea a , a fde cece bea egad aa a a ba a a eea c a ea , ee e de aa de a

    a eeca, e aad da fa a e dafa ea, d bea e da , ee e fa ecece acdade de a eda, e eee da ba ecebda.C "e ea", a a da eaa ee cec de ece e d eca c cd da edade da a e fa "adade dfeeca".91 

    O fdae ecececa dee "e ea" aea a de edda, a edda e e

    [44] de a d ad da eaa ae de fga a de cegada! d ce; ee abe ab a aa afddade ea da eeca ea, dad a cece adca ae ee gfcad aa e gfcad a dea ba. O e e e de c e cae ac de aba c eca de gfcad fa ed a,ea c c de a e de e ee e

    eceaaee ecee de eda, e e dea bca, e d e egad a a e e

    90 H. Blumenberg, in: Poetik und Hermeneutik III (ver nota 55), p. 692.91  Segundo V. Erlich, op. cit., p. 281, tal conceito possuía para osformalistas um tríplice significado: "no plano da representação darealidade, a 'qualidade diferencial' significava um 'afastar-se' do reale, portanto, a deformação criativa. No plano da língua, a expressãoindicava o afastar-se da linguagem habitual. No plano da dinâmicaliterária, por fim, [u.] uma transformação da norma artísticapredominante".

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    ee a fa ea e a a. A dca e eaa a ece aa,ea, d gfcad a , e a aaa: a eca

    e a ba a e eecaa de e bc ca de e gade e g ce de ece fae ece aa ee acace a e, e ca, eee eead eacee. Pde ce a de gfcad a de a baeaece gaee dececd, a e a "e eaea agd e a a aaa de a fa aecee ea, e, eca ace cee da aaga e ceedda. A f e ee a ca bca de

    Maa e de a eca e ea ee aa e gaee deeada e eecda ea baca e, e aca,aa a eeea fgca e "eace" de Gga.Ee de c a a fa ea de eab ace aba eecda de e dad e f; ecaae a a caad "eace" "a caad" e gfcad d e de da a e de e faa, feeeee ecbd fa de e a ad ea

    caa de ae ea e de e, a, aad e ga ea ad a a ece a dea a eee, ea e, e eca, a aeca dfcada e eaa de ca aada, ea e e da e ea aa a eeada bea eaa eecda, ea e e ee eca ea eaeee ea e bca a.92 [45]

    O , a, aea a caega eca. Ee eee fae a, ea, ea, eagae,eaae, fae ee a a e ecaee a a aea faa ab ca. O ae ab

    92  Como exemplo da primeira possibilidade, pode-se mencionar arevalorização (anti-romântica) de Boileau e da poética clássica dacontrainte, operada por Gide e Valéry; como exemplo da segunda, adescoberta tardia dos hinos de Holderlin ou do conceito de Novalis dapoesia do futuro (a respeito deste último, ver H. R. Jauss in: RomanischeForschungen, 77, 1965, p. 174-83).

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    caega ca ad e cd a ae dacca da eaaa a e aceca de a , efeaee, e

    c e fae d e a ba ea ; de e eedda ee ecee e c de eaaece; de e dca, ca aa a cee eede ece aa acaae ced e, f, a e de e e de a aaa ea f de e e efe eg dfca a aea de e e e, a, a caa daad e.93  J e dc, e ce, e aecae b ea a ea ee ea ca e

    eecaee da.94  ce, adea, e a cdeaee ge de ega a bdade de ea ee d eece e dece da daa ca da a eca. Ea

     baa, eea, aa cafca a a a de cd acea dacca da eaa e a e cee ea e aec c da eaa a e de aeca cgca de "fa" e.

    XI [46]O ead bd ea gca c a dfeeca e

    ca edgca da ae dacca e da cca eea,ab b da a da eaa, a ea dacea dacca, a e a ca abaee eegada.Se a eeca cececa deaa caeee ceae edeedee a e e fca ("e

     beada cada dfeeeee") a dfcae da

    d ea, e de e gaee e efea ce cc aaead e d deee,cafca a cdade eegea de ba ceea

    93  Desse modo, os "grandes românticos" canonizados - Lamartine, Vigny,Musset e boa parte da lírica "retórica" de Victor Hugo - foram mais emais deslocados para o fundo do palco a partir da recepção do "românticomenor" Nerval, cuja obra Chimeres somente passou a causar sensação apartir do efeito produzido por Mallarmé.94 Poetik und Hermeneutik JI (Immanente Asthetik - Asthetische Reflexion,organizado por W. Iser, Munique, 1966, especialmente p. 395-418).

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    egd ea eaee, a e eca e, a,eea a ea de eae a eaa de deead

    e c. Pdeea, e, deee ce de a a a da eaa dde a ce ae e de da daca, de a fa e ee ceace caee, e e e c de ca, adaa ea a eaa.

    Segfed Kacae f, dece, e a decddaeee ad da cea dacca a gafa.Se aad Te ad 95  cea a ee da a gea

    (Geea H) de, e da cga, a ceeeacece de da a efea da da c ce ,cee e cada e c. Ea[47]cee da a, ada e ee a eea d cceegea d "e be", ea e d e aceceaeaee e ecaa ab acad e e,cad a a faca aedade d e.96 E

    e, egd Kacae, a cdade d acece de e c acece ee e ad eac ceede c eee de ced adea,a edade, e e de ca ea baae dea,cdcad ea e de a a aca (Seea H),97 cfe edeca de fa edaa a efeca a aa da dea "a" da ae, be c da a dde, da eca, da ca e a dae: "Te aed e

    95 In: Zeugnisse - Theodor W Adorno zum 60. Geburtstag, Frankfurt, 1963,p. 50-64; ver também o artigo "General history and aesthetic approach",para Poetik und Hermeneutik 111 (v. nota 55).96 "First, in identifying history as a process in chronological time, wetacitly assume that our knowledge of the moment at which an event emergesfrom the flow of time will help us to account for its appearance. Thedate of the event is a value-laden facto Accordingly, all events in thehistory of a people, a nation, or a civilization which take place at agiven moment are supposed to occur then and there for reasons bound up,somehow, with that moment' (op. cit., p. 51).97 Esse conceito remonta a G. Kubler, The shape of time: remarks on thehistory ofthings, New Haven/Londres, 1962.

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    f e dee aea ead e f f f e. Aca ed eefe be aged a a e f ee

    c eege a dffee e f e e.98 N e e dc a e a dagc ca a

    ceca eca da a, gfcad, a, e aceca da a gea ea ee, e aeaeecaee, da e da e geeada dad; e ac e adca dda da "a ca e Kacae, ad d a de a cgc efgc de e, eede a a aa bca d gea e d

    aca a a dea e e de fa ffcaeeega a a ea. N e ccee, , efea daeaa, dee de e a ece de Kacae da "cecad e e d e",99  ge de cd cece c a a aa, a e a ecedade e abdade de deca cae c da eaa ede ce cc. Dece, afa, dea ece e a fccgca d e e aca d fee e

    cede e ca edda a cce d c a afc fgca de a e ea gea, a a d fee, e a ce, bedece aea a e aee. Acea aee dacca a ccaee eea, a a d ge, ge eca dfcae egd agca a[48]ee de a e aaa, bea e ee

    acaa a de edadeaee ca ad e cefgc, ad cfa a ba ae d de a da

    98 Op. cit., p. 53.99  Poetik und Hermeneutik IJI (ver nota 55), p. 569. A fórmula da"simultaneidade do heterogêneo", com a qual F. Sengle (1964, p. 247 etseqs.) descreve esse mesmo fenômeno, reduz o problema em uma de suasdimensões, como se depreende também do fato de ele acreditar que essadificuldade da história da literatura pode ser resolvida simplesmentemediante uma união do método comparatista com a interpretação moderna ("oque significa, portanto, efetuar interpretações comparatistas numa basemais ampla", p. 249).

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    a da fa c ee caee fad,ceca, d ge e, a d, dea de cdea a

    ea dea ba c ce e a ea, a ad dea ba de ge, ee de e . A cdade daeaa eeae aee de ee ee dacae ca. Dee, a, e gaee e a aeee e e de deead e c b a fadaee ea cc c efeca a a a eaa eeeg aeaee de e daccaee ecebda egdeae de aedade, e a ba ecebda c aa

    aa, c e cca c a da, c aaada eee, c aaada aaada e ea a e e. Se, afa,a eaa e ge aeaee decee da eecada eca da d a eegea cdade d e, , da ba acada e d d"aed e" de e ge (c c eead aaeeeeaa deegae acaee e eaad ea adea dca ea), aa bc, e a ecebe c

    ba da a aadade e a eaca a c a a, acdade ecee d de a da eca ececa a dade de e c e gfca de eecaa,ebaa e aecae ea.

    Cdeade e cada ea cc e de ceab e aad e e f, a cd de eeeea eae,100  ce cc e aa ea dea de deead e c ca eceaaee

    ce ae e de da daca. Rea da,aagaee a e ce a a da ga, fae cae eae, a e dea caa c fe d ea. E e ab a eaa c a ece de gaca

    100 J. Tynianov e R. Jakobson, Probleme der Literatur- und Sprachforschung(1928), in: Kursbuch, 5 (1966), p. 75 ["Os problemas dos estudosliterários e lingüísticos", p. 96; ver nota 32]: "A história do sistemaapresenta, por sua vez, um novo sistema. A pura sincronia revela-se,então, ilusória: toda sincronia tem seu passado e seu futuro, comoelementos estruturais inseparáveis desse sistema".

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    ae, aeead eae a e fa: c dge, e e f

    [49]ga eca adca e d caad, a a ecae a efea eca a ae a d ea, eage ea. P , egde ee dad HaBebeg aa a a da ffa,101  dee ea aeedeab a daa ea a "e ea" de fabacaa, c "afa" de fa e ced e,a de aea fca, c "eca" de e

    e de ega e ea, "eca" ea e de ecdcada e cada a a a d e , da eaee de deee d ge , a d ee ea, e e ee adda da a cca. Aa dea ea, deea deee ce aa a a da eaa, e ea a aage de a eca fg aefa ace de a cea dec eaca ca de d e edae a ee

    beca, egd ce ceca da ba. A daaca da d ea aeee e e a cae aeea eaa de d fa e fae dacca,

     baad aa a e e ea a daa dacca a cdaded acece a a d ead c, , e eadecada ce aea eaee aae d eae cc e ea eegda e ce.102 E c,

    101 Primeiramente, em "Epochenschwelle und Rezeption", in: PhilosophischeRundschau, 6 (1958), p. 101 et seqs., e, por fim, em Die Legitimitat derNeuzeit, Frankfurt, 1966. Cf. especialmente p. 41 et seqs., em que, apartir do caso da "secularização", o contexto sucessório da relação entreteologia cristã e filosofia é explicado e fundado na lógica histórica depergunta e resposta: "Há problemas, portanto, que somente graças à ofertade suas supostas soluções - ou daquilo que, posteriormente, figura comosolução de um problema dado - se colocam e se fixam com obstinadainsistência. A totalidade destes constitui o que se poderia chamar osistema formal da explicação do mundo, em cuja estrutura deixam-selocalizar as reocupações que compõem desde o caráter processual dahistória até a radicalidade das mudanças de época" (p. 43).102  No âmbito limitado da história de um problema, intentei fazer talanálise histórica com base num corte transversal em meu artigo "Fr.

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    a aeea da eaa a ce ca de e eaea e a a de a e ae de de ee.

    Cd, ea ee c a edadea aefa de dagafa e eca e e de ee eace caee cae cea da "e ea,e a cea ee a ca e a ee, a, caeca decdda e ea eaca e ea ade bead ad da eaa, a ea a d efe: "a ee d acece".

    XII [50]A aefa da a da eaa ee e ce ad a

    d ea aea aeeada cca edaccaee a ce de e ea, a a ab ca aca, e a ea a c a a gea. Taea e ega fa de de eca a eaa deda a ca ad fcad, deaad, ac cda da ca. A f ca ee e afea a ede de

    a bdade ad a eeca ea d e adea e de eecaa de a da ca? fad eeede d d e, a, eagd be ecae ca.

    E gea, e fca ee eaa e cedade dead ea cga adca da eaa c bae ee e de d e, de d aea efca,b c cc da a aae ea def

    egd a a a eaa ea eeea de a eadadeedeeada e, e, a de eea cceec cad a a ca eecfca "ea" d cXIX cd de caega ea ececa. N ea,ab "ea" da edca cada N Fe

    Schlegels und Fr. Schillers Replik auf die 'Querelle des Anciens et desModernes"', para Europaische Aufklarung - Herbert Dieckmann zum 60.Geburtstag, organizado por H. Friedrich e F. Schalk, Munique, 1967, p.117-40.

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    e Cade LSa, e e da, eaece ada aeeca dea eca fdaea

    [51ee caca da eeea e de e eea d"eeae" e da "fca".103  Na edda e e eca adecbea da gca e da cca ea eaa ccae agca acaca, eeda d e e, a, ee ga fae c a de a edeeaega d e , ea ed a eca ca, ad, a ea de a aea ca a, e a ea,

    , a ee ca bca dea fa cacae. Iga, a, ecaee a f eeeee ca, , caee ca, da eaa. O ea e a a, ae dee, a cca ea faa e a aa e ega de e fa a eaa "aca, ea a, acce de cedade e c e e", e cea ac ea cce a g d ce c. Af Gead He, e a aea be Da Bd de

    Geecaf de face Lea [A age da cedade aeaa facea](1954), bea ada e abe deabeece de c ee a a da eaa e acga, ad e a eaa facea, c de edeee ecee, de edca aa a aa adecbea de cea e da da ca.104 Ma eaa de, d de a ecececa, ede ega aceca da fcaee ca da eaa de a d fa de e, dede

    Ka Mae,105  cce de e de eecaa

    103  A presente situação da discussão em torno das novas tendênciasestruturalistas é apresentada no v. 36-7 dos Yale French studies:structuralism, organizado por J. Ehrmann, 1966; sobre sua história, verG. Hartman, "Structuralism: the Anglo-American adventure", ibid., p. 148-68.104  Agora in: Gesellschaft - Literatur - Wissenschaft: GesammelteSchriften 1938-1966, organizado por H. R. Jauss e C. Müller-Daehn,Munique, 1967, p. 1-13, especialmente p. 2 e 4.105  K. Mannheim, Mensch und Gesellschaft im Zeitalter des Umbaus,Darmstadt, 1958, p. 212 et seqs.

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    eegad aeee a eea cea106  e aga deed edgcaee ecae

    eee ab a aca da cga. Ta cce ecaegaee ce de ea edgc de Ka R. Pebe Le aa e ea ec, ea ee e eedeaca a c da ea cefca a eeca cefcada eeca, deeed a a da ea de "e de eecaa" bea da bea e feeced,a, a bae de caa aa e e de def acb eecfca da eaa ce gea da c da

    eeca e de dea ea cb c ea a afa de cae ca.107 [52]

    Segd Pe, ge da cca e e c c aeeca cefca fa de cada ee, a c cadabea, ee e eecaa, "a ea, aea ece e de eecaa e d, e, gfcad beae e e cfee, a, a de beae".108  Ta

    aa ge da cca a aa aa da eeca deda, e a ae da "fa de eecaa":"Ea e aeea eeca de ceg e e cca c bc, decbd a a a eca. Gaa adefadae de a e, a ca efec a 'eadade'. A efa de ec c aeeca a e ea da eadade".109 Ee de e, ce, ada eca fceeee ce de c da

    ea cefca,110  a d ca d "ed d da106 Untersuchungen zur mittelalterlichen Tierdichtung, Tübingen, 1959, cf.p. 153, 180, 225 e 271; ver ainda Archiv für das Studium der NeuerenSprachen, 197(1961), p. 223-5.107 In: Theorie und Realitat, H. Albert (org.), Tübingen, 1964, p. 87-102.108 Ibid., p. 91.109 Ibid., p. 102.110  O exemplo do cego proposto por Popper não faz nenhuma diferenciaçãoentre duas possibilidades distintas: a de um comportamento apenas reativoe a de um agir experimental, dando-se sob certas condições. Se a segundapossibilidade caracteriza o comportamento científico refletido, poroposição ao comportamento irrefletido da vida prática, então o

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    eeca egaa" a da da111  de, a e e,aa a a da be a f eecfca da eaa a

    da ca. E e, ae (c) e, e e aaage de aa eaece a age ada Pe eca eaee a c bc aa, e,ad a a eeca da eadade. A eeca da eaga be da ee e d dea de a de da, aedda e e bga a a a ece da ca. O ede eecaa da eaa dgee daee da cae fa de aea cea a eeca da, a

    ab aeca bdade cceada, ead eaad d cae ca a dee, eee ebe, abd, a, ca aa a eeca fa.

    A ea de a eeca ed d deca da eaa ea aea e e cae ac, e,aa de a fa a, aa a e aa daece cdaa. A fa a da ae aea "ecebda eca a a de fd feecd a ba de ae e

    edae aca c ea". V C e a eaa faa afa, eecee a cee d ced faa,112 ad e ge ca e[53]cce da eca caca, e defa be c aa eefa e ced e, ceeeee, eda a fa a af ecda de cfa ced edeead. A

    pesquisador seria "criativo" - superior, portanto, aos "cegos" ecomparável, antes, ao poeta, como criador de novas expectativas.111  G. Buck, Lernen und Erjàhrung, op. cit., p. 70: "[A experiêncianegativa] não é apenas instrutiva porque nos leva a reviver o contexto denossa experiência passada de tal maneira que o novo se integra na unidadecorrigida de um sentido objetivo. [u.] Não é apenas o objeto daexperiência que se apresenta diverso, mas a própria consciência daqueleque experimenta se inverte. A obra da experiência negativa é um fazer-seconsciente de si. Aquilo de que nos tornamos conscientes são os motivosque norteavam a experiência e que, como tais, não foram questionados. Aexperiência negativa tem, pois, primordialmente, o caráter da auto-experienciação que nos liberta para uma modalidade qualitativamente novada experiência".112 Ver acima, nota 34.

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    a fa ge, , aea aa "b a aga, e a aca". Ea caa ab de ba a a

    ece da ca fad ced de a eecaeead eaee b fa ea. A ea ee eaa ee de aaae a a efea ea, c e aa aece eca, a ab a efea ca, c deaf efe a.113 A a ba ea ecebda e gada a ee cae c a de fd feecd a faaca, a ca a de fd da eeca cdaa deda. Na efea ca, a f ca dee e aeedda, d

    de a ecececa, ab egd a dadade deega e ea, bea e , dadade b c g aba adea e de e efe c.

    De e aea a a fa eca de abceca a , e a aaa, de e fa de eacfe a a e a a efe ca ccebe , a e dea da aea a ea ca de MadaeBa e d ce d ca e a, Fabe, a a

    bca da ba a Ree de Pa, e 1857. A a fa eae bg bc de Fabe a a ece aba da"fba degaada" f c d aa ea (deeead), cad a afc d a caad "dcde e", aead Fabe c dade e ceca aae d fc aa. Pdee ecaece e gfca aa de a dec cdeada eeaee a ecad Pad e a aca. A aage egee,

    ace, a e "a e fa" de Ea e a aeeaade ee:

    113  J. Striedter chamou a atenção para o fato de que, nas passagens dodiário e nos exemplos extraídos da prosa de Tolstói aos quais Chklovskise refere em sua primeira explanação do procedimento do estranhamento, oaspecto puramente estético encontrava-se ainda vinculado a uma teoria doconhecimento e a uma ética: "A Chklovski, porém - ao contrário de Tolstói-, interessa primordialmente o 'procedimento' artístico, e não a questãoacerca de suas premissas e efeitos éticos" (Poetik und Hermeneutik 11,ver nota 94, p. 288 et seqs.).

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    E 'aecea da a gace, ee 'a de age. Jaa ee 'aa e e e gad, , d'e

    ee [54]

    fde. Qee ce de b d a eea afga.Ee e a: 'a aa! aa! e deca ceede ce cee d'e ae be eee. Ee aa dc ef de ce a de'a, cee fe de be d ee a de.

    Ee ea da ee ce de eee, e a, eae, de...

    O cad a ea a fae a decbea, ced e gae d aad, e e a c agfca de 'ade, e ea ada a ega e a de ad.114 N ea, acad de Fabe ceea ec e e aee aad e defe: afae ee cada ce a caa bea

    d aad a e a da cd, a a bea da eage a ce, dee d, caacea ee ee cd a a da ea de ace. Ocede ac ce a e e aeea dc egade ae e da eage deca e de ea dca d dc de (Je a dc ef de...) ddc de (Ee e da 'ee aa dc ef de...), e ea e e e e e de decd ee e a a

    fae a ae edadea e dee eeda c a caaceca dea eage. Ea Ba , de fa,"[gada] a a da ea e da caacea de a eca

    114  Flaubert, Oeuvres, Ed. de Ia Pléiade, Paris, 1951, vol. I, p. 657:"[..} ainsi, des cette premiere jáute, des cette premiere chute, ellejáit Ia glorification de l'adultere, sa poésie, ses voluptés. Voilà,messieurs, qui pour moi est bien plus dangereux, bien plus immoral que Iachute elle-même."

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    Se, ace, ea da eage aeeada deacdea Ea Ba, e e e c a e e e

    e d a e dea cdea, e e, e, aeec "c da fdedade aa", ead ab a" bca dae e "ee eg" a ea eaea? A e ca e de ea ca Madae Ba, e aa ca a e gee be, eeege, ae be, be e a baa aa

     g?119  Ta ega, eca e ca, ee ded ag a cee eca a acae

    aada da ae d . Nea e afea, ae, eead efe dd a a fa aca e fcaa de, edae a a ae de e ce, aaca e de Madae Ba da ceea de e a, e eaf a[56]ee bea e abe a e eaee decddaea a bca. A, dae d deg de, gaa ae de e

    e ea, ae Fabe feecd e ee aa ab de e ace e a da adade d a, baag ceeeee abed Fabe c ec, acdead a eca ea ee aee eeeada ,a edade, cede ac de e ada e aeg:

    Aed ' 'e a e, ee de ee decaace de ce cae, de ede da e

    ca e fa, d e gee de eage ' ca'e de de ede; ' ae ee,a a ee de 'e a be 'adc de beaa, cd ae eaa ga d bea e d b e , efaa de eegaee ffeae e egad e 'e,

    119 Cf. ibid., p. 666-7.

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    cea de ce age a ae be ea be e.120 

    Ua ba ea de, , edae a fa ecaaba, e a eecaa de e ee e, a e e,cc dae de a e ca a a acada eaeg e Ead fc e deed. E ga de ee, e eba a e f ee Bec, a I, e a caa a ea de ccca ee aeaa e a a caada. Aea, ee , FedcSce, e eeaee aa ea bg e a e

    d ac cea de ea a efea da e daa.121 Cd, a ba ea de ab e, a a da eaa, abdade caacea a a dedade a ecee ee aea ee ega e ea e, aa da ae, cfa ec a eadade a, "aca", a a a e deaceede a a de e de eecaa edeead.A, a ecee ge aec, ee, dcd ea a, ge c a fa de ae dea

    e a fa de Edga Wd aeea ca aada ee "a e dada, a abee d be[57]a; a f de e a a e ceedda c a".122  Oe a ecd da cd de dea da e ccada de ece, de cad e, dae de aeadade de gfcad ea, e ee de eca aee e e eea aa a ece d d e aa a

    bea a a ea da eaa ecae ada.

    120 Ibid., p. 717 (citado a partir do Jugement).121  Die Schaubühne ais eine moralische Anstalt betrachtet, Sakular-Ausgabe, v. XI, p. 99. Ver a respeito R. Koselleck, Kritik und Krise,Freiburg/Munique, 1959, p. 82 et seqs.122  "Zur Systematik der künsderischen Probleme", in: Jahrbuch fürAsthetik, 1925, p. 440; sobre a aplicação dessa fórmula a fenômenos daarte contemporânea, ver M. Imdahl, Poetik und Hermeneutik III (ver nota53), p. 493505 e 663-4.

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    De d , cce e e dee bca a cbeecfca da eaa aa a da ca ecaee de a

    eaa e ega a f de a ae da eeea.Fcaade aee e de a a a baea caa a decada de ab da a dae feecea a e a e aa a caca a de a de da e ea e, eee, dea eacada ea cedade gaa a da adade d ee ,eae abd a ad da eaa ca de eaada c ead. O ab ee eaa e a, ee

    cece ec e c, fae ee ad a ada eaa e a eee a, a a e, decee ce da a gea cfe ee ce e deea e aba, a ad, c da "e ea, ea eea aeaf edadeaee ca da cedade e cbe eaa, cced c a a ae e fa ca, aeaca d e de e a aa, eg e ca.

    Se, e f dea aefa, ae a ea a ed da eaa

    ea a a aca, a e eca ab a ea e aceca de c e fadade e c e de deeada e aee e eda a a da eaa.

    ANEXOO e d e * 

    Ha Rbe Ja faa be A a da eaa c ca ea ea

    Paad e a, c e e e de a aaaga e Caa? O e a e ada e eede ede d ag e da eea: e A a da eaa c

    *  Este texto foi originalmente publicado em agosto de 1987 no jornalalemão Frankfúrter Allgemeine. (N.E.)

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    ca ea ea ea, dede e, ecad ae 40 ee. Iag ccae a a de aed de

    fece a e, aadaee, caa "a da eca daece" e, a e e, eaba a ceeec. E ee aad f ada a efcad aeeca ada c a a da cca: a ea da eceedeeee eece ea ea e, aeead eae, ee c aa e, de, aedfc ceede e a e bea fa ag dacdead