Chapada Diamantina
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RELATÓRIO – CHAPADA DIAMANTINA
Chapada Diamantina
A Chapada Diamantina reúne variados atrativos naturais e culturais, no coração
do Estado da Bahia. Roteiro certo para quem busca paz e tranquilidade ou para quem
está atrás de história e aventura. A vasta Mata Atlântica, campos floridos e planícies de
um verde sem fim dividem a paisagem com toques de caatinga e cerrado. Imensos
paredões, desfiladeiros, cânions, grutas, cavernas, rios e cachoeiras completam o
cenário de rara beleza da Chapada Diamantina.
Inicialmente habitada pelos índios Maracás, a ocupação de fato da região
remonta aos anos áureos da exploração de jazidas e minérios, a partir de 1710, quando
foi encontrado ouro próximo ao Rio de Contas Pequeno, marcando o início da chegada
dos bandeirantes e exploradores. Em 1844, a colonização é impulsionada pela
descoberta de diamantes valiosos nos arredores do Rio Mucugê, e os comerciantes,
colonos, jesuítas e estrangeiros se espalham pelas vilas, controladas e reguladas pela
força da riqueza.
A atividade agropecuária tomba diante da opulência do garimpo. Reduto de
belezas naturais, a Chapada abarca uma diversidade grande de fauna e flora. São mais
de 50 tipos de orquídeas, bromélias e trepadeiras, além de espécies animais raras, como
o tamanduá-bandeira, tatu-canastra, porco-espinho, gatos selvagens, capivaras e
inúmeros tipos de pássaros e cobras.
Parque Nacional da Chapada Diamantina
O Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) foi criado pelo Decreto nº
91.655, de 17 de setembro de 1985, que trás em seu art. 1º:
“Fica criado, no Estado da Bahia, o PARQUE NACIONAL DA
CHAPADA DIAMANTINA, com o objetivo de proteger
amostra dos ecossistemas da Serra do Sincorá, na Chapada
Diamantina, assegurando a preservação de seus recursos
naturais e proporcionando oportunidades controladas para uso
pelo público, educação, pesquisa científica e também
contribuindo para a preservação de sítios e estruturas de
interesse histórico-cultural existentes na área.”
O PNCD abrange 152 mil hectares de terras dos municípios de Andaraí,
Ibicoara, Itaetê, Lençóis, Mucugê e Palmeiras, no centro do estado da Bahia, para a
preservação das belezas cênicas do local. Porém, o grande objetivo da manutenção
desta área está na conservação das suas nascentes, com destaque para o principal rio
baiano, o Paraguaçu, responsável pelo abastecimento de 60% da população da capital
baiana. Além de resguardar um banco genético.
O PNCD é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação
Ambiental (ICMBio), uma autarquia ligada ao Ministério do Meio Ambiente, que
trabalha exclusivamente em prol das áreas de preservação. A sua área representa apenas
uma pequena parte de toda a Chapada Diamantina, região que engloba dezenas de
municípios.
Visitação e seus impactos
Possuidora de excepcionais cenários com cachoeiras, cânions, cavernas e
montanhas, a Chapada Diamantina é considerada, hoje, como um dos principais pólos
de turismo de natureza do país.
Esse turismo promoveu o surgimento de novos postos de trabalho e serviços em
localidades do entorno do Parque Nacional. A exemplo disso são os condutores de
visitantes que, segundo levantamento realizado pelo PNCD, em 2004, chegavam a mais
de 600 profissionais trabalhando de variadas formas no Parque.
Esta nova atividade econômica também suscitou o estabelecimento de uma
considerável infra-estrutura turística que se verifica, principalmente, na cidade de
Lençóis, no distrito de Caeté-Açu (o Vale do Capão no município de Palmeiras) e na
cidade de Mucugê.
Parte significativa da visitação que ocorre na Chapada se dá no interior do Parque
Nacional que, por sua vez, não possui nenhuma estrutura ou serviços relacionados à
recepção de visitantes. De fato, até hoje a visitação no PNCD, apesar de sabidamente
importante para a região, é considerada informal, sem a regulação ou autorização do
órgão gestor do Parque. Embora não se tenha um número confiável relacionado à
visitação ao PNCD, há bons indícios de que a trilha da Cachoeira da Fumaça por Cima
seja o atrativo mais visitado do Parque Nacional. A Associação de Condutores de
Visitantes do Vale do Capão (ACV-VC), que possui sede na entrada da trilha da
Cachoeira da Fumaça, faz, voluntariamente, há mais de dez anos, o monitoramento do
número de visitantes que ingressam no Parque Nacional por esse acesso. Segundo as
estimativas desta associação, em média, 16.000 visitantes percorrem a trilha da
Cachoeira da Fumaça por Cima anualmente.
O PNCD ainda não possui controle de visitação e é possível conhecê-lo a partir
de diversas localidades, principalmente de Lençóis, do Vale do Capão, de Mucugê e
Andaraí. O acesso aos seus atrativos, na maioria das vezes, é realizado por meio de
caminhada. Porém, ele não concentra todos os atrativos da região, muitos lugares
famosos estão localizados ao seu redor.
Além dos conhecidos benefícios socioeconômicos que o turismo promove nas
comunidades envolvidas com o Parque, também os potenciais impactos ambientais
desta atividade devem ser considerados, tanto os impactos positivos, quanto os
negativos.
É possível conceber impactos ambientais positivos quando, por exemplo, uma
comunidade que conviva com a unidade de conservação compreender que os recursos
naturais desta Unidade são mais vantajosos quando “explorados” indiretamente, por
meio da contemplação, do que se explorados diretamente, por meio do extrativismo.
Por outro lado, se o fluxo de visitantes extrapolar a capacidade do ambiente de
suportar essa visitação, vários impactos ambientais negativos podem acontecer, tais
como processos erosivos, pisoteio de plantas nas margens de trilhas, afugentamento e
perturbação de animais que ocupavam a área, exposição de raízes e até mesmo
contaminação do solo e das águas.
Motivado pelos impactos positivos da visitação, o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação prevê e incentiva que, em parques nacionais, ocorra a visitação pública.
Preocupado com os impactos negativos, o Sistema pressupõe que tal visitação ocorra de
forma planejada e estratégica, sem afligir o objetivo primeiro de uma Unidade: a
conservação da biodiversidade.
O PNCD, nesse contexto, compreende a legítima demanda por visitação existente
na sociedade envolvida com o Parque, do mesmo modo que deseja que a visitação
realizada em seu interior se harmonize com os objetivos da Unidade. A forma proposta
pelo PNCD para que isso aconteça é retratada em seu plano de manejo, segundo o qual,
84 atrativos são potencialmente visitáveis, como por exemplo: a cachoeira do Sossego,
cachoeira da Fumaça e Vale do Pati, que já são reconhecidos pelo Ministério do
Turismo dentre os principais roteiros de ecoturismo do Brasil.
Enfim, os empecilhos para implementar adequadamente a visitação ao PNCD
são os seguintes: a não regularização fundiária das terras em que ocorre a visitação; a
inexistência de infra-estruturas que garantam a segurança do visitante e a conservação
ambiental; e o insuficiente número de servidores e funcionários lotados no PNCD.
Tipos de Solo, Geomorfologia, Relevo e Variação de Altitude
Esta é a ecorregião mais elevada da caatinga, quase toda com mais de 500 m de
altitude. O relevo é bastante acidentado, com grandes maciços residuais, topos rochosos,
encostas íngremes, vales estreitos e profundos, grandes superfícies planas de altitude e
serras altas, estreitas e compridas. As altitudes variam de 200 a 1.800 m, com um pico
(Pico do Barbado) de 2.033 m.
Nos maciços e serras altas os solos são em geral rasos, pedregosos e pobres,
predominando os solos litólicos (rasos, pedregosos e de fertilidade baixa) e grandes
afloramentos de rocha. Nos topos planos os solos são em geral profundos e muito
pobres, com predominância de latossolos (profundos, bem drenados, ácidos e de
fertilidade baixa).
Boa parte do leste da Chapada Diamantina é constituída por áreas que têm
sofrido retrabalhamento intenso, causando um relevo bastante dissecado com vales
profundos, com altitude variando de 200 a 800 m. Nestas áreas predominam os solos
podzólicos (medianamente profundos, bem drenados, textura argilosa e fertilidade
média) e os latossolos.
A Chapada Diamantina contém as cabeceiras de vários rios que correm para a
Depressão Sertaneja Meridional.
Vegetação
Mosaico que inclui caatinga com grande diversidade (abaixo de 1.000 m de
altitude), cerrado, campos rupestres, e diferentes tipos de mata (da mais seca a mais
úmida).
Acima de 1.000 m de altitude, onde existem mais afloramentos rochosos,
predominam os campos rupestres (ligados a quartzitos); onde o solo é mais arenoso,
predomina o cerrado (solo podzólico). As matas, predominantes nas encostas, são mais
ligadas a granitos e gnaiss, e tornam-se mais úmidas à medida em que a altitude
aumenta. As matas de caatinga são do tipo floresta estacional caducifólia, com muitas
árvores espinhosas, especialmente dos gêneros Acacia e Mimosa, e abundância de
Cactaceae e Bromeliaceae. Algumas espécies são marcantes na fisionomia da
vegetação, como o umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) e o juazeiro (Zizyphus
joazeiro Mart.). Porém, existe uma diversidade muito grande na flora, e muitos gêneros
e espécies endêmicos.
A caatinga ocupa grande extensão da ecorregião, em altitudes de até 1.000 m,
onde se entremeia com os cerrados de altitude. A caatinga também predomina para o
norte, nos vales do rio de Furnas, rio de Contas e rio Paraguaçu, assim como na parte
mais a oeste das serras, onde a altura cria uma barreira impedindo a passagem das
chuvas.
Clima
Na parte oeste o clima vai de quente a tropical, com um gradiente crescente de
precipitação das menores para as maiores altitudes. Nas áreas mais baixas a média anual
fica em torno de 500 mm, enquanto ultrapassa os 1.000 mm nas partes mais altas. O
período chuvoso vai de outubro a abril.
Na parte leste o clima vai de tropical a semi-árido, com período chuvoso de
novembro a maio e precipitação média de 678 a 866 mm/ano.
Consciência ambiental
A conscientização da população faz parte das frentes de trabalho do Instituto e é
realizada em parceria com os movimentos ambientalistas, como o GAP (Grupo
Ambientalista de Palmeiras) e o GAL (Grupo Ambientalista de Lençóis), além do apoio
dado pelas diversas brigadas voluntárias e pelas ACVs (Associações de Condutores de
Visitantes) espalhadas por diversos municípios da região.
Carro do GAP de Palmeiras que auxilia a equipe de reciclagem na sensibilização dos moradores do município.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que a chapada diamantina, propõe um imenso mundo de
diversidade paisagística, onde pode se encontrar vários atrativos, como cavernas,
cachoeiras, cânions, montanhas, cidades históricas integrantes dos ciclos do Diamante e
do Ouro, além de atividades do turismo de aventura para iniciantes e praticantes, onde é
possível fazer trilhas de acordo com os perfis dos visitantes. A sua diversidade cultural
encontrada na região atraem diversos turistas, além do seu clima as belezas
deslumbrantes dos lençóis que deixam o ambiente aconchegante. Considerando os
aspectos encontrados na região, diversificada e atrativa torna-se importante os estudos
sobre os impactos que podem ocorrer devido a sua atratividade, sendo necessário um
melhor aproveitamento da região, como de fato ocorre. Trata-se de um ambiente amplo,
rico em sua paisagem, bom para diversos estudos ambientais, o que a transforma numa
localidade que tem que ser preservada, a fim de manter esse ecoturismo por um longo
período, visando preservar sua estrutura natural.
REFERÊNCIAS
Chapada Diamantina. Disponível em: http://www.chapadadiamantina.com.br/.
Acessado em: 15 out. 2014
Guia Chapada Diamantina. Disponível em:
http://www.guiachapadadiamantina.com.br/sobre-a-chapada/parque-nacional. Acessado
em: 15 out. 2014
ICMBIO. Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/unidades-de-
conservacao/biomas-brasileiros/caatinga/unidades-de-conservacao-caatinga/2129-parna-
da-chapada-diamantina.html. Acessado em: 15 out. 2014
MMA. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/Bio13_chapada_diamantina.pdf.
Acessado em: 15 out. 2014
Parque Nacional Chapada Diamantina. Disponível em:
http://www.parnachapadadiamantina.blogspot.com.br/. Acessado em: 15 out. 2014