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Revista RecreArte 12 > II - Creatividad en Educación: Innovación Radical

David de Prado Díez 2010

UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAUDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Análise comparativa do desenvolvimento neuropsicológico em alunos

entre 7 e 14 anos, de ambos os sexos nas Atividades Físicas: Futsal e

Xadrez, no Projeto Ambial da Escola Cecília Ax, em

Presidente Getúlio, SC.

Maria Helena Heusser da Silva

BLUMENAU

2010

Maria Helena Heusser da Silva

Análise comparativa do desenvolvimento neuropsicológico em alunos

entre 7 e 14 anos, de ambos os sexos nas Atividades Físicas: Futsal e

Xadrez, no Projeto Ambial da Escola Cecília Ax, em

Presidente Getúlio, SC.

Trabalho apresentado para avaliação na

disciplina de TCC – Trabalho de Conclusão de

Curso, do Curso de Educação Física, do Centro

de Ciências da Saúde da Universidade Regional

de Blumenau.

Orientador: Profº. Sidirley de Jesus Barreto.

BLUMENAU 2010

Análise comparativa do desenvolvimento neuropsicológico em alunos

entre 7 e 14 anos, de ambos os sexos nas Atividades Físicas: Futsal e

Xadrez, no Projeto Ambial da Escola Cecília Ax, em

Presidente Getúlio, SC.

Por

Maria Helena Heusser da Silva

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentada à Universidade Regional de

Blumenau – FURB do Centro de Ciências

da Saúde, para a obtenção do grau de

Licenciatura e Bacharelado em Educação

Física, pela Banca examinadora formada

por:

_________________________________________

Prof° Sidirley de Jesus Barreto – Orientador

Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB

_________________________________________

Profª Andrize da Costa – Professora Indicada

Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB

_________________________________________

Prof° José Carlos Grando - Professor convidado

Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB

_________________________________________

Profª Ana Claudia Oliveira Hopf - Professora suplente

Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a DEUS, por ter me dado a chance de ser aquilo que

sou por todas as coisas maravilhosas que tenho vivido em minha vida.

Agradeço meus pais principalmente a minha mãe Auria Heusser da Silva, que é

base de tudo em minha existência.

Ao Diretor Jair Pedro Santana da Escola Cecília Ax por ceder o espaço físico

para a aplicação do meu trabalho de conclusão de curso.

As psicólogas Rosangela Heusser Back e Jaqueline Franzói Angioleti pela

dedicação em me ajudar na aplicação do questionário e as professoras Ivanir e Simone

do Projeto Ambial pela paciência.

As crianças parte fundamental do meu trabalho de conclusão de curso.

Agradeço aos professores da FURB que, com esforço e muita dedicação,

dividiram comigo seus conhecimentos, contribuindo para o meu crescimento como

pessoa e profissional, principalmente aqueles que, além de mestres foram amigos e que

de alguma forma me ensinaram a ensinar.

Ao professor orientador da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso,

Professor Sidirley de Jesus Barreto que, com presteza, se colocou a disposição sempre

que necessário para o melhor aproveitamento desta pesquisa. A todos meus sinceros

agradecimentos!

Maria Helena Heusser da Silva.

SUMÁRIO

RESUMO.........................................................................................................................06

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................07

1.1 O problema e sua importância...............................................................................10

1.2 Objetivos...............................................................................................................10

1.2.1 Objetivo Geral.................................................................................................11

1.2.2 Objetivos específicos.......................................................................................11

1.3 Justificativa...........................................................................................................11

1.4 Hipótese................................................................................................................11

1.5 População e Amostra............................................................................................12

1.6 Limitações do estudo............................................................................................12

1.7 Definição operacional dos termos.........................................................................12

2. REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................14

2.1 História do Xadrez................................................................................................14

2.2 Benefícios da prática do exercício de jogar xadrez...............................................18

2.3 O valor educativo do Xadrez.................................................................................20

2.4 Origem e histórico do Futsal.................................................................................22

2.5 Benefícios da prática de exercícios físicos no futsal.............................................24

2.6 O Fator neuropsicológico da prática do Futsal e do Xadrez na escola..................25

3. METODOLOGIA........................................................................................................29

3.1 Tipo de Pesquisa....................................................................................................29

3.2 Instrumentos de medidas.......................................................................................29

3.3 Protocolo de coleta de dados.................................................................................29

3.4 Tratamento e análise dos dados.............................................................................30

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS............................................31

4.1 Apresentações dos gráficos....................................................................................31

4.2 Apresentação descritiva dos resultados..................................................................54

4.3 Reflexões sobre o aspecto neuropsicológico da prática do Futsal e do Xadrez.....60

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES..............................................62

6. REFERÊNCIAS...............................................................................................64

7. ANEXOS..........................................................................................................66

7.1 Entrevista de pesquisa................................................................................66

7.2 Questionário de pesquisa............................................................................67

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RESUMO

Este estudo visa verificar o desenvolvimento de 20 alunos entre 7 e 14 anos de ambos

os sexos, que praticam atividades físicas como futsal e xadrez, tendo por base a

neuropsicologia de Luria. Estas atividades foram escolhidas por favorecerem

desenvolver o respeito às regras, raciocínio rápido e cognição. O local escolhido foi a

Escola Cecília Ax, localizada no Bairro Rio Ferro no município de Presidente Getúlio,

SC. As atividades foram desenvolvidas dentro de um projeto existente na escola com o

nome, Projeto Ambial: Um programa do governo Luis Henrique da Silveira criado no

ano de 2003 com o objetivo de oferecer educação ambiental e alimentar a todos os

alunos da escola, sendo oferecido no contra turno. O projeto está sustentado em quatro

eixos principais: Iniciação à pesquisa e artes, Esporte, Comunicação e Cultura. A idéia é

que cada eixo articulador seja desencadeado por um professor e que todos juntos

suprimem as necessidades dos alunos e seus familiares. O estudo realizado teve como

objetivo geral verificar o desenvolvimento neuropsicológico e como objetivos

específicos incentivar o interesse pelas atividades físicas, verificando a melhoria da

cognição e o desenvolvimento psicomotor dos participantes. A metodologia do estudo

foi desenvolvida mediante a realização de um questionário com perguntas fechadas,

aplicado antes e depois do período de desenvolvimento das atividades físicas futsal e

xadrez, questionário este elaborado pela psicóloga Rosangela Heusser Back (anexo 2).

Aos pesquisados foi explicado à intenção do estudo, seus nomes foram preservados no

desenvolver do trabalho. Aos pais dos pesquisados foi solicitado à autorização através

de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (anexo1). A realização desta

pesquisa ocorreu no período de outubro e novembro de 2010, durante quatro dias da

semana no período vespertino. A análise dos dados foi elaborada a partir dos resultados

obtidos nos questionários aplicados. Através destes resultados chegou-se a conclusão

que o objetivo do estudo foi alcançado satisfatoriamente, necessitando-se de mais tempo

para o aprofundamento do mesmo.

PALAVRAS CHAVE: Futsal, Xadrez e Estratégia de Ensino.

7

INTRODUÇÃO

Diante da complexa e instigante tarefa de compreender a cognição1, as questões

relacionadas ao seu desenvolvimento histórico e biológico assumem importância

fundamental para a vida do ser humano.

A busca constante de estimular o desenvolvimento da inteligência para

construção e novas aquisições de conhecimento vem sendo um fator importante a ser

desenvolvido pelos educadores e pesquisadores no contexto mundial. Buscar respostas a

estas e muitas questões para que neste proceder possamos auxiliar o desenvolvimento

intelectual e psicomotor dos alunos, pois como destaca Schneider, “o corpo é o

equipamento de suporte de todas as ações e processos, o seu meio de expressão e

comunicação (apud MATOS, 1994, p. 38)”.

É na atividade física que compreendemos como qualquer movimento corporal

produzido pelos músculos esqueléticos que resultem em gasto energético, não se

preocupando com a magnitude desse gasto de energia. Alguns autores diferenciam

atividade física para o exercício físico a partir da intencionalidade do movimento,

considerando que o exercício físico é um subgrupo das atividades físicas, que é

planejado estruturado e repetitivo, tendo como propósito a manutenção ou a melhoria do

condicionamento físico (NAHAS, 2001 e COOPER, 2002).

A atividade física pode ser compreendida ainda como qualquer movimento do

corpo realizado pelos músculos que requer energia para acontecer, podendo ser

apresentado no cotidiano, com base na quantidade de energia despendida. O Exercício

Físico faz bem à saúde e seus benefícios vêm desde o Sistema Respiratório e

Cardiovascular e fortalece os músculos, é bom para regularizar o intestino, baixar o

colesterol, perder peso e muitas outras coisas, sendo recomendado a todas as idades

(COOPER, 2003). E lembrando que ao escolher qualquer tipo de exercício físico,

sempre se deve optar pelos que te dão prazer, pois uma atividade prazerosa te dá ânimo

para prosseguir em frente (ORNISH, 1988 e BARRETO e SILVA, 2004).

O exercício físico só poderá ser prejudicial à saúde de seus praticantes se forem

feitos somente aos finais de semana ou se praticado em excesso, em razão do risco de

lesões que poderão ocorrer aos seus praticantes. Pois a prática esporádica de esportes ou

1 Neste estudo o termo cognição significa um processo neuropsicológico de recepção, processamento e

resposta com base nas experiências anteriores, tendo como pano de fundo a emoção.

8

de algum exercício físico pode ser tão prejudicial à saúde quanto ao sedentarismo diário.

Entretanto, cabe ressaltar que é muito importante que a prática do exercício físico deva

ser, nem que for ao início, ser orientada e acompanhada por um profissional de

educação física. O jogo traz a satisfação de se exercitar, é esporte coletivo e assim

oportunidade de socializar-se e de aprender a obedecer a regras.

Vargas et al (2001), Brasil (2009) e Müller (2009) mencionam que o esporte

alcança importância cada vez maior para um grande número de indivíduos em nossa

sociedade, apresentando-se em múltiplas formas, seja como esporte de competição e de

desempenho, ou esporte de massa, de lazer, escolar, de reabilitação e terapêutico.

No esporte Futsal, a técnica obedece a princípios de ordem científica com base

na análise do movimento, na sua mecânica e na ação de alguns grupamentos

musculares, principalmente de membros inferiores. E para aplicar o desenvolvimento da

técnica, deve-se conhecer o grupo que iremos desenvolver o trabalho e também saber

quais são seus objetivos. Por exemplo, se desenvolvermos um trabalho de iniciação com

pré-adolescentes ou crianças, deve-se compreender suas necessidades físicas, psíquicas

e sociais, conhecer os seus interesses e o nível de capacidade motora em que elas se

encontram, conhecendo estes aspectos, é possível saber se esses pré-adolescentes e

crianças poderão ou não exercer domínio sobre as técnicas individuais que o futsal

requer.

Segundo Voser e Guisti (2002), há diversas possibilidades de desenvolver o

aprendizado das técnicas individuais: que poderá ser no próprio jogo ou num jogo

adaptado, que se poderá criar, como primeiro passo desse aprendizado.

Há no fundamento do futsal, com diferentes graus de dificuldades desse

aprendizado. Com pequeno grau de dificuldade (exemplo: conduzir livremente); com

médio grau de dificuldade (exemplo: conduzir por entre os cones); com grande grau de

dificuldade (exemplo: conduzir a bola com o pé direito e a sola do pé por entre os cones

e ao retornar conduzir com o pé esquerdo com a parte interna).

Fundamentos do futsal associado a elementos da técnica de outras modalidades

esportivas. (exemplo: desenvolver em conjunto o passe do futsal com o passe do

basquetebol). Fundamentos do futsal associado ao elemento motor. (exemplo: realizar

um passe, correr e fazer um rolamento e após chutar a bola em gol).

Os fundamentos do futsal aplicado em forma de circuito.

Fundamentos do futsal aplicado de forma lúdica, recreativa e pré-desportiva.

Fundamentos do futsal desenvolvidos dentro de um trabalho tático.

9

A mídia presta atualmente um importante papel para a sociedade divulgando

notícias sobre a prática do Futsal, suas competições em todos os níveis: local, regional,

estadual e nacional como também internacional. E o resultado fica o conhecimento

desse esporte e sua valorização, e mais os efeitos que geram a saúde das pessoas e da

sua importância na qualidade de vida aos que o praticam.

Já o xadrez fica aquém na mídia, pouco se divulga sobre seus campeonatos em

todas as esferas, então cabe a escola mostrar sua importância. Em suma, o mais

importante agora é criarmos hábitos regulares da prática de exercícios físicos, esportivos

e intelectuais, investirmos em projetos como este, onde os alunos possam praticar

exercícios físicos e como também intelectuais, todos os dias e gratuitamente.

O objetivo do presente trabalho é verificar as diferenças no desenvolvimento

dos alunos entre 7 e 14 anos que praticam atividades físicas como: Futsal e Xadrez,

tendo por base a neuropsicologia de Luria, na busca de pistas sobre o desenvolvimento

da cognição para construção e novas aquisições de conhecimentos no Projeto Ambial

dentro da Escola Cecília Ax, em Presidente Getúlio, SC..

10

1. O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA

Na sociedade em que vivemos observa-se a cada dia mais a necessidade da

prática de uma ou várias atividades físicas em decorrência dos avanços da tecnologia e

dos meios de transporte que trouxeram muita comodidade física às pessoas.

Vários estudos já provaram que o exercício físico influencia na vida das pessoas,

tanto na prevenção de doenças como em favorecer o bem estar, a saúde e trazer

felicidade aos muitos praticantes de atividade física, é na infância que se prepara hábitos

e mentalidades para o futuro.

A mídia vem divulgando insistentemente reportagens a respeito da importância

do esporte para o ser humano, bem como seus benefícios para obter bem estar, melhor

condicionamento físico e assim obtendo melhor qualidade de vida.

O tema teve por finalidade verificar a importância dos efeitos do futsal e do

xadrez; para favorecer o desenvolvimento neuropsicológico em crianças de ambos os

sexos na faixa etária de 7 e 14 anos. Teve por finalidade ainda conscientizar os

praticantes dessas atividades sobre os cuidados que esta prática requer, além de verificar

desenvolvimento relativo a observância das regras, mediante estratégia cognitiva.

Em vista da importância do Futsal, como atividade física e do Xadrez como

atividade cognitiva para os alunos entre 7 e 14 anos do Projeto Ambial, percebeu-se ao

término deste estudo a importância da utilização da neuropsicologia de Luria para a

Educação Física, visando alicerçar um estilo de vida mais saudável.

Utilizando como base a revisão bibliográfica sobre o tema, tivemos por objetivo

com este estudo sondar o desenvolvimento neuropsicológico dos praticantes do Futsal e

do Xadrez do Projeto Ambial com essas práticas.

Sabedores que educação é um processo contínuo, percebe-se ser possível

dimensionar progresso neuropsicológico na área da Educação Física, pois mesmo

desvelando-se pequenos avanços neste estudo, valeu todo o esforço empreendido.

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Geral Verificar as diferenças no desenvolvimento neuropsicológico dos alunos entre 7

e 14 anos de ambos os sexos que praticam Futsal e Xadrez, na busca de desenvolver a

11

cognição para construção e novas aquisições de conhecimentos no Projeto Ambial

dentro da Escola Cecília Ax.

1.2.2 Específicos

Incentivar o interesse neuropsicológico dos alunos pelas atividades físicas futsal

e xadrez no Projeto Ambial dentro da Escola Cecília Ax.

Analisar o desenvolvimento neuropsicológico nas atividades futsal e xadrez no

Projeto Ambial dentro da Escola Cecília Ax.

1.3 JUSTIFICATIVA

Percebe-se a necessidade diante da defasagem na aprendizagem, a falta de

concentração de muitos alunos para realizar suas atividades escolares; daí propor-se o

tema: “Futsal e Xadrez: Razão e Autocontrole”, pela importância destes jogos para o

desenvolvimento dos processos psicológicos básicos do aluno.

No Projeto Ambial dentro da Escola Cecília Ax, onde foi realizado este estudo

com alunos do Bairro Rio Ferro, que se caracteriza por ser operário e agrícola, essas

práticas de cunho recreativo poderiam proporcionar a base para um desenvolvimento

psicomotor e neuropsicológico dos participantes.

É importante ressaltar a necessidade dos participantes se conscientizarem sobre a

importância que o Futsal proporciona, para adquirir um melhor condicionamento físico,

melhorar qualidade de vida e a saúde. E no Xadrez, desenvolver as habilidades de

concentração, paciência e estratégias para vencer obstáculos e esse proceder é extensivo

a vida.

1.4 HIPOTESE

A hipótese inicial era de que os alunos do Projeto Ambial poderiam apresentar

um conhecimento neuropsicológico e cognitivo, assim como um melhor conhecimento

sobre a importância do se movimentar para a promoção da saúde e qualidade humana.

12

1.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA Nesta pesquisa efetuou-se o controle das características da amostra levando em

consideração 20 alunos de ambos os sexos, que estão participando do Projeto Ambial,

na faixa etária de 7 anos a 14 anos de ambos os sexos.

1.6 LIMITAÇÕES

A prática ou não de outra atividade esportiva não foi considerada neste estudo.

1.7 DEFINIÇÃO OPERACIONAL DOS TERMOS

Futsal: Variante do futebol (1), com regras próprias, praticado em quadra com

piso artificial, de dimensões menores, e cujas equipes contam com 5 jogadores; futebol

de salão.

Xadrez: Antigo jogo, sobre um tabuleiro de 64 casas, alternativamente pretas e

brancas, no qual dois parceiros movimentam 32 peças ou figuras de diferentes valores,

em geral esculpidas em marfim, madeira, massa, etc., sendo 16 para cada jogador: 1 rei,

1 rainha, 2 torres, 2 bispos, 2 cavalos e 8 peões.

Atividade Física: qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos

esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso

(COOPER, 2002).

Exercício Físico: De acordo com o Conselho Regional de Educação Física

(CREF) é a seqüência sistematizada de movimentos de diferentes segmentos corporais,

executados de forma planejada, segundo um determinado objetivo a atingir. Uma das

formas de atividade física planejada, estruturada, repetitiva, que objetiva o

desenvolvimento da aptidão física, do condicionamento físico, das habilidades motoras

ou de reabilitação orgânico-funcional, definido de acordo com o diagnóstico de

necessidade ou carências especificas de seus praticantes, em contextos sociais

diferenciados (CONFEF, 2009).

Projeto Ambial: é um programa do governo LHS – Luis Henrique da Silveira

foi criado no ano de 2003 com o objetivo de oferecer educação ambiental e alimentar a

todos os alunos da escola e seria oferecido no contra turno. O projeto está sustentado em

quatro eixos principais: comunicação, esporte e cultura, iniciação à pesquisa e artes. A

13

idéia é que cada eixo articulador seja desencadeado por um professor e que todos juntos

suprimem as necessidades dos alunos e seus familiares.

Cognição: O processo cognitivo baseia-se em operações neurológicas e

manifesta-se em concomitantes psicológicas, envolvendo três fases do ato mental: Fase

do Input, Fase da elaboração e fase do output (FEUERSTEIN apud FONSECA, 1998).

14

2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 HISTÓRIA DO XADREZ Quem inventou o xadrez? Esta é uma pergunta que paira na mente de muitos

pesquisadores. Seja quem for, se foi um só homem, foi um sábio. Deveria ser um gênio.

Preferimos acreditar, que alguém fez as primeiras regras de xadrez, e que durante

séculos foram acrescentadas novas regras. Mas, deixamos isso para a história do xadrez.

Com base em Backer (1976), Lauand (1988), Ferracini (1998) e Santa Mônica

(s/d) a seguir relatar-se-á a história do xadrez, muito embora diversas civilizações

antigas tenham sido apontadas como o berço do xadrez, tais como o Antigo Egito e a

China dinástica, na atualidade a maioria dos pesquisadores concorda que o jogo tenha se

originado na Índia por volta do Século VI d.C., na forma de uma antiga modalidade de

xadrez com regras diferentes das atuais: denominado Chaturanga em sânscrito.

Backer (1976) comenta que o jogo de xadrez foi praticado pela primeira vez há

muitos séculos. Na China, Índia e Pérsia. O nome xadrez vem da palavra persa shah,

que significa rei. Comenta ainda que quando os árabes invadiram a Pérsia, aprenderam

com os Persas o jogo do xadrez e levaram este conhecimento quando invadiram a

Espanha. Da Espanha o jogo de xadrez expande-se rapidamente por toda a Europa.

Mas, foi na Europa que os europeus deram às peças do xadrez os nomes pelos

quais as conhecemos ainda hoje: Torre, Cavalo, Bispo, Rei, Dama e Peão. Adaptações a

estes nomes foram feitas porque provavelmente os nomes persas deveriam ser difíceis

de ser pronunciados (ibid).

Hoje estes nomes soam estranhos, mas na época eram tão modernos e normais

como para nós hoje uma marca de automóvel famosa. O jogo de xadrez é composto de

seis diferentes peças que representam a forma em que se vivia na idade média. Sua

disposição no tabuleiro, seu modo de se movimentar e inclusive seus nomes, como as

peças de um quebra-cabeça tudo se relaciona com a descrição sobre a vida medieval,

sua pompa, sua elegância e seus conflitos na idade média (LAUAND, 1988).

Ainda segundo este autor na história da educação na idade média é vista como

um grande aprendizado, mas com difícil acesso de fontes precisas, concretas. Só a partir

do século XII que os grandes impulsos culturais da Idade Média começaram a ser

divulgados pelas traduções.

O século XII ficou conhecido na história como século de traduções. Foi por

15

meios destas traduções que o Ocidente e todo mundo pode ter acesso aos conhecimentos

da cultura árabe desenvolvida na Idade Média. O xadrez faz parte desta cultura (ibid).

Com o xadrez ocorreu o mesmo que com as outras culturas. Toda aprendizagem

começa primeiro por assimilação, tradução, cópia e só depois é que podemos esperar

originalidade. Foi no século XIII que surge às primeiras contribuições com o Livro de

D. Afonso.

O jogo tinha grande importância na educação medieval, o xadrez atinge em todo

o último período da Idade Média principalmente no século XIII à XV uma

extraordinária difusão. Murray (apud LAUAND) 1chega a afirmar que nesta época o

xadrez gozou, alcançou uma popularidade jamais igualada no futuro (op.cit).

Como e quando o xadrez foi introduzido na Europa? Quem responde é eles

(apud LAUAND, 1988, p. 22):

Todas as conclusões devem ser tratadas com cautela; parece certo, porém,

que o jogo entrou pela Espanha como parte do intercâmbio cultural geral

entre muçulmanos e cristãos na península (...). Em vista da primeira aparição

de fontes documentais em todo o ano 1000 e pelas evidências filológicas e

arqueológicas, parece adequado – como data de referência – o século X.

Ferracini (1998) comenta que a história do xadrez segue espalhando-se pelo

mundo, teve pequenas mudanças em alguns países nas regras e formas de jogar, mas

está presente em diferentes classes sociais em todo o mundo. Teve período de ascensão

e períodos de quase esquecimento, mas nunca desapareceu.

Atualmente o xadrez na educação escolar como disciplina permanente. O xadrez

na escola, na educação é, antes de tudo, um exercício mental ao qual a criança não esta

acostumada a fazer, como obedecer a regras rígidas por exemplo. Por isso o ensino de

xadrez na educação escolar deve ter como objetivo inicial despertar o interesse e o gosto

pelo jogo.

O xadrez parece desenvolver sobremaneira a atenção, a cognição, a percepção

espacial e a sequência de ações mentais, estimulando sobremaneira o desenvolvimento

do 3º Bloco Funcional de Luria2. Segundo Luria (apud FONSECA, 1998) e (apud

BARRETO e SILVA, 2007) o desenvolvimento da maturação neuropsicomotora no

2 Aleksander R. S. Luria – Discípulo, confirmador e continuador da obra de Lev S. Vygotski, no que

tange aos estudos neuropsicológicos das funções corticais superiores (Atenção, Memória, Sequenciação

de ações mentais e motoras, praxias, etc.).

16

sentido ascendente vertical do 1º ao 3º Bloco Funcional de Luria, favorece ao sujeito

“aprender a aprender”. Este é inclusive o nome de um dos livros de Vitor da Fonseca,

onde há várias referências à Luria (1998).

Ajuriaguerra e Hecaen (1952 e 1964), Luria (1973 e 1980) e Paillard (1982),

citados por Fonseca (1998), os subsistemas neuropsicológicos cognitivos subentendem

centros de processamento para cada tipo de input3 sensorial. Os sentidos básicos, isto é,

o tátil-cinestésico, a proprioceptividade, a audição e a visão fornecem a informação

tátil-cinestésica é tratada principalmente nos lobos parietais, enquanto a audição é

processada nos lobos temporais e a visão nos lobos occipitais.

Assim, os processos neuropsicológicos associados com as variadas sensações

resultam em sistemas modais para o processamento da informação recebida ou captada,

a sua natureza semi-autônoma é também aplicada àqueles sistemas em termos

intraneurossensoriais, se em funções integradas.

Cada modalidade é envolvida em recepção, processamento e preparação de

respostas ou outputs4, bem como associação e segmentos de equivalência para conquista

do significado e da compreensão. Assim, o desenvolvimento cognitivo interfere com o

processamento da informação sensorial, ou seja, com unidades e sistemas cerebrais que

proporcionam atenção, processamento e programação da informação (ibid).

Luria (1973) descreve três unidades funcionais do cérebro que se encontram

envolvidas em qualquer forma elevada da atividade cognitiva. A primeira

unidade refere-se à regulação, ativação, seleção, atenção e modulação dos

impulsos neuronais. A segunda unidade obtém, processa e armazena

informações do mundo exterior. A terceira unidade refere-se à programação,

planificação, verificação das operações cognitivas e produção das respostas

adaptativas (FONSECA, 1998, p. 100).

Cada unidade funcional compreende várias áreas corticais que, unidas,

constituem um total sistema neuropsicológico (FONSECA, 1998). As unidades são

sistemas funcionais, espalhadas em largas partes do cérebro, e a sua localização

dinâmica é determinada pela observação de interações complexas entre várias zonas

3 Via de entrada sensorial. 4 Via da saída sensorial.

17

corticais, demonstrando que a mesma função pode ser concretizada por diversas formas

e estrutura da em várias regiões do cérebro (noção de constelação de trabalho).

A função é descrita como um “sistema complexo e plástico que realiza tarefas

adaptativas particulares e composto de um grupo altamente diferenciado de elementos

intermodificáveis (LURIA apud FONSECA, 1998). Esta definição é o elemento central

em torno do qual é construída a visão luriana das relações entre cérebro e a cognição,

que favorece a compreensão da plasticidade neuronal, que favorece a mediação de

acordo com o conceito modificabilidade estrutural cognitiva.

Tanto as funções psicológicas como os substratos neurológicos que lhes

servem de base são sistemas organizados, complexos e dinâmicos. Cada forma

de atividade consciente é sempre um sistema funcional complexo e tem lugar

através do trabalho combinado e integrado das três unidades cerebrais, cada

uma das quais fornecendo a sua própria contribuição (FONSECA, 1998, p.

292).

Como o objetivo de destacar os aspectos neuropsicológicos que permeiam este

estudo, descreve-se a seguir como se dá em termos da abordagem neuropsicológica a

interrelação tonicidade/cognição/percepção/inteligência, tendo por base a 3ª Unidade

Funcional de Luria:

É importante assinalar que os lóbulos frontais e em particular a sua porção

média e basal estão conectados com a formação reticulada por meio de feixes

de fibras ascendentes e descendentes, particularmente bem desenvolvidos.

Estas regiões do neocórtex recebem também fluxos de impulsos

particularmente intensos, desde os sistemas da 1ª aos sistemas da 2ª unidade

funcional, sendo eles conduzidos e guiados com tônus energético apropriado.

Por outro lado, têm uma influência modeladora particularmente poderosa

sobre a formação reticulada, dando aos seus impulsos ativadores um caráter

diferencial, adequando-os aos esquemas dinâmicos de conduta que são

formados e antecipados diretamente no córtex frontal (FONSECA, 1998, p.

291).

Na menção de Antunes (2006) pesquisador brasileiro que se notabilizou por

divulgar as inteligências múltiplas de Gardner, não existe no cérebro humano um

núcleo, um ponto ou uma área específica para esta ou para aquela inteligência e, dessa

maneira, quando se coloca em ação os atributos de uma ou de outra inteligência utiliza-

18

se áreas presentes praticamente em todo o cérebro. Não é, pois aceitável a idéia de que o

mapeamento cerebral permita localizar “uma geografia mental” desta ou daquela

inteligência.

No entanto, a atenção que é função do 3º bloco funcional de Luria, é

importante no futsal, mas de extrema necessidade no xadrez. De acordo com Luria

(1979, p. 1) “a seleção da informação necessária, o asseguramento dos programas

seletivos de ação e a manutenção de um controle permanente sobre elas são

convencionalmente chamados de atenção”.

Em relação à atenção, estão envolvidos complexos processos de ajuste

neuromuscular e de equilíbrio, regulações de tônus muscular, interpretação de

informações perceptivas, que são postos em ação sempre que os automatismos

já construídos forem insuficientes para a execução de determinado movimento

ou sequência deles (BRASIL, 1997, p. 35).

No jogo de xadrez acontecem momentos onde encontramos situações que nos

deixa encurralado e, o momento para sairmos do cerco exige que sejamos audaciosos,

para fazer jogadas decisivas que às vezes não acreditamos sair da enrascada. Mas

através da coragem e audácia, a conquista e a satisfação podem ser a recompensa.

A criança vê, aprende e vive estas situações no cotidiano, o melhor será

transformar estas situações em jogo e treiná-la a enfrentar as situações imprevisíveis do

cotidiano (MATOS, 1994).

É neste sentido que o xadrez se mostra útil ao aprendizado da vida, a criança vai

encontrar no jogo uma situação semelhante à realidade e vai lhe ensinar como agir em

face de ataque e defesa, aprenderá também a raciocinar diante de situações

problemáticas semelhantes em sua vida.

2.2 BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DO EXERCÍCIO DE JOGAR XADREZ

É um grande impulsionador da imaginação, que também contribui para o

desenvolvimento da memória, da capacidade de concentração e da velocidade de

raciocínio. Foi constatado que o Xadrez desempenha um importante papel socializante,

por ensinar a lidar com a derrota e com a vitória, mostrando que a derrota não é

sinônimo de fracasso, nem vitória, é sinônimo de sucesso.

O Xadrez é capaz de mostrar as conseqüências de atitudes displicentes, que não

19

tenham sido previamente calculadas e, por conseguinte, estimula o hábito de refletir

antes de agir, além de ensinar a arcar com as responsabilidades dos próprios atos.

O Xadrez é uma arte de grande beleza e apresenta imensa riqueza de

possibilidades. É um passatempo agradável e instrutivo que entreteve grandes

personalidades de nossa história como Napoleão, Einstein, Voltaire, Goethe,

Montesquieu, Benjamin Franklin, Victor Hugo, Machado de Assis e Monteiro Lobato –

para citar apenas alguns. E hoje é um esporte que pode ser jogado não presencialmente,

através de redes de computadores como a Internet, estando o adversário em qualquer

lugar do planeta, e por isso o que mais cresce em adeptos, sendo já considerado o

esporte do novo milênio.

Num estudo realizado na ex-Alemanha Oriental, comparando o desenvolvimento

de grupos de estudantes de diversas idades, separando-os em dois grupos: os que

jogavam e os que não jogavam Xadrez, concluiu-se que:

O Xadrez estimula a atividade intelectual e estabiliza a personalidade de crianças

e jovens durante seu crescimento. Isso é evidente, sobretudo, na puberdade: crianças

que jogam Xadrez apresentam menos crises decorrentes das transformações dessa fase

etária do que as que não jogam.

O xadrez desenvolve sobremaneira o raciocínio lógico e a capacidade de cálculo

são estimulados, produzindo excelentes resultados no desempenho escolar, com

destaque particularmente notável nos casos da Física e da Matemática. Devido ao

caráter psicológico, os alunos que jogam Xadrez apresentam nítida superioridade em

força de vontade, tenacidade, memória e concentração, além de Xadrez ensinar a

criança a avaliar as conseqüências dos seus atos, tornando-as mais prudentes e

responsáveis (PACHMAN, 1991).

Também em pesquisas realizadas na Inglaterra, chegou-se à conclusão de

que a concentração e a habilidade em formular e posteriormente concretizar planos no

tabuleiro contribui significativamente para a tomada de decisões e execução das

mesmas no jogo muito mais importante, que é o jogo da vida5.

Segundo Ornish (1988), Nahas (2001) e Cooper (2002) os parâmetros sócio-

ambientais e individuais são fundamentais para a saúde e Qualidade de vida do Ser

5 Passagem retirada do slide apresentado no 10º Santa Mônica Fitness

Congresso Internacional.

20

Humano e com isso é considerável seus hábitos alimentares, sua satisfação no trabalho,

lazer, a prática de exercício físico, nível de estresse e o exercício físico realizado na

academia ao ar livre na busca de melhorarem a aptidão física (flexibilidade,

condicionamento físico, etc.).

De acordo com Bouchard et al (apud NAHAS, 2001) a saúde se identifica como

uma multiplicidade de aspectos do comportamento humano voltados a um estado de

completo bem-estar físico, mental e social. Ou seja, além da prática regular de um

exercício físico, o praticante deve estar bem com seu “interior”, ter amigos, vontade em

realizar determinadas atividades do cotidiano (ORNISH, 1988) e incluir hábitos

saudáveis que obtenha prazer e satisfação na realização do exercício físico (BARRETO

e SILVA, 2004).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu seu objeto de estudo em 1940

como um estado de completo bem estar físico, mental, social e espiritual, e não somente

a ausência de doenças (NAHAS, 2001).

No caso das crianças e jovens, o Xadrez estimula o desenvolvimento intelectual;

e isso é fator positivo em incentivar seu conhecimento e prática cotidiana na escola, por

fazer com que as crianças dispõem de tempo útil e assim desenvolvam a agilidade

mental.

2.3 O VALOR EDUCATIVO DO XADREZ

Partindo da premissa de que o desenvolvimento do raciocínio e sua agilidade

mental, serem elementos fundamentais para que a cidadania se efetive, apresentaram o

jogo de Xadrez como complemento à educação escolar.

Esta atividade proporciona não apenas mais uma opção de lazer, mas a

possibilidade de valorizar o raciocínio através de um exercício lúdico. Segundo Charles

Partos, mestre internacional suíço, o aprendizado e a prática do xadrez desenvolvem as

seguintes habilidades:

a. A atenção e a concentração;

b. o julgamento e o planejamento;

c. a imaginação e a antecipação;

d. a memória;

e. a vontade de vencer, a paciência e o autocontrole;

f. o espírito de decisão e a coragem;

21

g. a lógica matemática, o raciocínio analítico e sintético;

h. a criatividade;

i. a inteligência;

j. a organização metódica do estudo;

k. o interesse pelas línguas estrangeiras.

Deve-se sempre ter em mente que o Xadrez reproduz uma situação de guerra,

mas num contexto lúdico. Cada jogador funciona como um general na condução de um

exército. Suas decisões são fundamentais para ganhar ou perder a partida, reproduzindo

em escala diminuta o que poderia acontecer em uma batalha.

Acreditamos que o projeto Xadrez na Escola pode desenvolver as habilidades

cognitivas citadas, bem como democratizar este “jogo-arte-ciência”, cuja origem e

história perdem-se no tempo.

Atualmente no Brasil, a transversalidade no currículo escolar tem sido um dos

aspectos mais positivos para a educação integral (RAMOS, 2001). Nesse aspecto, o

Xadrez tem demonstrado, nos países em que é adotado como disciplina curricular, ser

tão importante quanto às disciplinas artísticas e científicas, pois enquanto esporte

desenvolve habilidades; enquanto arte estimula a imaginação de, diante de inúmeras

possibilidades que se apresentam criar seqüências artísticas do jogo; enquanto ciência

exige acurado estudo teórico e a elaboração de cálculos precisos.

Características do xadrez para auxiliar a capacidade do exercício mental:

• Atenção concentração enquanto imóvel na cadeira.

• Fornecer um número de movimentos das peças num determinado tempo.

• Movimentar peças após exaustiva análise de lances seguintes.

• Encontrado um lance, procura outro melhor, antecipando cognitivamente a

jogada do adversário.

• De uma posição em princípio igual, direcionar a uma conclusão eficaz

(combinação).

• O resultado indica quem tinha o melhor plano percepto-cognitivo.

• Entre várias possibilidades, escolher uma única, sem ajuda externa6.

• Um movimento deve ser conseqüência lógica do anterior, devendo apresentar o

seguinte.

6 Zona de Desenvolvimento Real de Vygotski.

22

Implicações nos aspectos educacionais e de formação do caráter

• Desenvolvimento do autocontrole psicofísico e neuropsicológico

• Avaliação da hierarquia do problema e a locação do tempo disponível

• Desenvolvimento da capacidade para pensamento abrangente e profundo

• Empenho no progresso contínuo, criatividade e imaginação

• Respeito à opinião do interlocutor e capacidade para o processo de tomar

decisões com autonomia

• Capacidade para o pensamento e execução lógicos, autoconsistência e fluidez de

raciocínio.

2.4 ORIGEM E O HISTÓRICO DO FUTSAL

Na origem do futsal existe uma polêmica. Há dúvida, se foram os brasileiros que

ao visitarem a Associação Cristã de Moços7 (ACM) de Montevidéu, trouxeram o hábito

de jogar futebol em quadras de basquete, ou se os brasileiros é que conheceram a

novidade lá e quando voltaram divulgaram aqui no Brasil (MELO e MELO, s/d);

FERREIRA, 2001; VOSER, 2003 e TENROLLER e CIA, 2004).

Mas, sabe-se que o futebol de salão nasceu nos anos 30 e foi criado na

Associação Cristã de Moços (ACM) de Montevidéu no Uruguai. Nesta época o Uruguai

teve inúmeras conquistas e o futebol tornou-se o esporte mais praticado naquele país,

que chegou a faltar espaços e campos para esta prática. Procurando uma solução

resolveram improvisar locais menores como quadras de basquete e até salões de baile

(FERREIRA, 2001 e VOSER, 2003).

Com espaços menores foram necessário algumas modificações no modo de

jogar. Então, segundo Voser (2003), por volta de 1933 que foram redigidas, e criadas as

primeiras regras fundamentais do futebol de salão. As cópias destas regras foram

distribuídas a todos os representantes da America do Sul que se encontravam no

Uruguai participando de um curso patrocinado pelo Instituto Técnico da Federação Sul

Americana de ACMs. Entre eles os brasileiros Asdrúbal Monteiro, João Lotufo e José

Rothier (MELO e MELO, s/d).

No Brasil o futebol de salão dava seus primeiros passos também na década de

30, tendo como referência um trabalho de Roger Grain na Revista de Educação Física

nº. 6 (1936) editada no Rio de Janeiro, publicando normas e regulamentações para a 7 - Doravante utilizar-se-á a sigla ACM, quando houver referência à Associação Cristã de Moços.

23

prática do futebol de salão (ibid).

As ACMS de Rio de Janeiro foram protagonizadoras das primeiras práticas de

futebol de salão no Brasil. Com muito entusiasmo o futebol de salão foi intensamente

divulgado, chegando até clubes recreativos e escolas, ganhou aos poucos grande

popularidade (FERREIRA, 2001) e sendo assim necessário aperfeiçoar e unificar as

regras de jogo para que fosse praticado de maneira “uniforme” em todo território

nacional já na década de 40.

Com base em Ferreira (2001) e Tenroller e Cia (2004) a estrutura organizacional

das ACMS, foi criada uma das primeiras entidades normativas de desporto. A “Liga de

Futebol de Salão do departamento de Extensão da ACM”, que foi responsável pela

organização de um campeonato aberto na cidade de São Paulo, já com a participação de

Clubes recreativos e Associações, que muito estimulou a formação de entidades oficiais

e autônomas.

Em julho de 1954, foi fundada a Federação Carioca de Futebol de Salão, tendo

como presidente Ammy de Moraes, e, posteriormente surgiram às federações de Minas

Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Em Março de 1958, a então

Confederação Brasileira de Desportos (CBD) oficializou a prática do Futebol de Salão

no país, fundando o Conselho Técnico de Futebol de Salão, tendo as federações

estaduais como filiadas. Atuando em conjunto aperfeiçoaram e unificaram ainda mais as

regras do jogo, objetivando com isso a realização de competições a nível nacional

(VOSER, 2003).

Nas décadas de 60 e 70 o Futebol de Salão como desporto ordenado e

regulamentado ganhava espaços o continente. Com a fundação da

Confederação Sul Americana de Futebol de Salão abrangeu quase todos os

Países da América do Sul, surgindo os campeonatos Sul Americanos de

Clubes e Seleções nacionais (FERREIRA, 2001, p. 2).

A partir da criação da Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA)

fundada no Rio de Janeiro na década de 70 contou com a filiação de 32 países, teve

como primeiro presidente João Havelange. E a partir da década de 80 começaram os

primeiros campeonatos Pan-Americanos e mundiais, saindo o Brasil como vencedor

(FERREIRA, 2001 e TENROLLER e CIA, 2004).

A década de 90 representa a grande mudança no Futebol de Salão. Da fusão do

Futebol de cinco (praticado pela FIFA) com o Futebol de Salão (praticado pela

24

FIFUSA) surgiu o Futsal (VOSER, 2003). Vale ressaltar aqui, que a tecnologia para

identificar esta fusão no contexto esportivo internacional e que com sua vinculação a

FIFA o Futsal da um grande passo para se tornar desporto olímpico, tendo a Olimpíada

de Sidney – Austrália do ano 2000 o momento maior de sua trajetória histórica

(FERREIRA, 2001).

O Futsal tem procurado modernizar-se por isso tem alterado com frequência suas

regras nos últimos anos. Atualmente, o Futsal é o esporte que possuí o maior número de

praticantes no Brasil. No mundo são mais de 70 países que praticam nos quatro

continentes. No atual cenário observa-se que o Futsal tem sofrido inúmeras alterações,

impostas pelas modificações das regras, mas todas para o melhor desempenho.

Hoje podemos afirmar que devido à identificação, popularidade e dimensão

alcançada no Brasil, o Futsal é um desporto “genuinamente” brasileiro. Esperamos que

nas escolas os professores e profissionais da educação física repassem toda motivação

deste esporte para que ele cresça na sua capacidade de transformação social.

2.5 BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NO FUTSAL O Futsal e uma variante do futebol, com regras próprias, praticado em quadra

com piso artificial, de dimensões menores, e cujas equipes contam com 5 jogadores;

futebol de salão. Os benefícios do exercício físico são muitos. Abaixo seguem algumas

situações que demonstram os benefícios do Exercício físico para o ser humano.

1. Fortalecimento do seu sistema respiratório e cardiovascular: O termo

“sistema cardiovascular” refere-se à circulação do sangue no coração e todos os vasos.

A pressão sangüínea - força que o sangue exerce na parede das artérias - ajuda a manter

o fluxo do sangue. O acúmulo de placas em suas artérias, causado pelo colesterol e

outros produtos, pode interromper o seu fluxo sangüíneo e causar danos no sistema

cardiovascular que levam ao risco de vida. Quando você se exercita regularmente evita

esses danos (WEINECK, 1991).

2. Fortalecimento de ossos e músculos: Exercícios regulares são uma das

melhores coisas que você pode fazer para prevenir a osteoporose. Exercícios como

caminhar ou correr são importantes para preservar massa óssea e podem aumentar

densidade óssea. Além disto, aumenta seu equilíbrio e coordenação, reduzindo o risco

de queda (ibid).

25

3. Controle do seu peso: Exercícios ajudam você a manter seu peso e a queimar

calorias. A perda da gordura corpórea faz você sentir-se melhor e reduz o risco de

obesidade e o risco de sobrecarga para as juntas.

4. Previne e controla o diabetes: Exercícios regulares associados à dieta

saudável são importantes para prevenir e ajuda a controlar a diabetes tipo dois, uma

condição que afeta o açúcar no sangue. Exercícios podem ajudar a insulina trabalhar

melhor e com isto diminuir o açúcar no sangue. Outro mecanismo é que como seus

músculos contraem durante o exercício, eles usam o açúcar como energia e, portanto, o

açúcar é removido do sangue (SILVA e GRANDO, 2002).

5. Diminui depressão, ansiedade e ajudam a tolerar melhor as dores e

estresse: Exercícios diminuem a depressão por ativar os neurotransmissores (serotonina

e noradrenalina) relacionados ao quadro de Depressão. Os níveis destas substâncias têm

um papel em como você reage aos eventos diários.

6. Reduz o risco de certos tipos de câncer: Exercícios regulares reduzem o

risco de câncer de colon, próstata, endométrio e mama.

7. Dormir melhor: Uma boa noite de sono ajuda a manter a saúde física e

mental. Exercícios moderados, no mínimo três horas antes de dormir, podem ajudar

você a relaxar e dormir melhor.

Todos esses benefícios resultam o preparo físico e bem-estar para o aluno e

assim melhor aprendizagem do aluno.

2.6 O FATOR NEUROPSICOLÓGICO DE PRATICAR FUTSAL E XADREZ

NA ESCOLA

Em todos os esportes, especificamente no futsal para um processo de formação

adequado procura-se buscar o desenvolvimento geral das capacidades técnicas e táticas.

Assim o aluno no jogo de futsal desenvolve suas capacidades cognitivas de percepção,

antecipação e tomada e decisões é imprescindível.

Segundo Müller (2009), a aprendizagem motora está intimamente ligada à

aquisição, aperfeiçoamento, estabilização, emprego e conservação das habilidades

motrizes. A aprendizagem em si, não é resultante de um processo exterior, é preciso

acima de tudo que haja uma sensibilidade e uma percepção interior, para que flua

naturalmente as vontades exteriores. Essa descoberta da aprendizagem motora se dá por

uma integração entre o pensamento e a ação. O movimento humano depende

26

essencialmente dessa integração, sem a qual não há educação nesse processo.

Quanto mais experiências os jogadores forem adquirindo durante a sua fase de

aprendizagem, mais facilidade em processar estas informações eles terão no futuro, pois

a prática do futebol requer uma série de informações que vão se processando com a

finalidade de decisão-fabricação de estratégias.

Conforme a disseminação da prática esportiva para jovens deu-se a partir do

reconhecimento do caráter pedagógico do jogo, porém, podemos verificar

características de rendimento ao observar o treinamento das categorias de base como:

técnicos maltratando seus "atletas" por erros cometidos, pais xingando árbitros, frases

agressivas entoadas pela torcida. Também é comum vermos crianças em "peneiras"

para a seleção de equipes e a sessões exaustivas de treinamento e que atrapalham os

estudos e ainda podemos verificar isto em escolas onde muitas vezes esquece do esporte

educação em lugar uma hiper-competitividade e uma preocupação excessiva na

formação de equipes (MÜLLER, 2009).

O ser humano possui distintas competências intelectuais que operam de acordo

com seus próprios procedimentos, possuindo uma história de desenvolvimento própria e

um específico sistema de regras de funcionamento. Estas competências incorporam

habilidades diversificadas, sendo consideradas, a partir disto, inteligências múltiplas ou

estruturas da mente (GARDNER, 1999).

Nos jogos com bola, a inteligência que mais se destaca é a cinestésico-corporal,

pois se trata da habilidade de usar a coordenação motora (grossa ou fina) no controle

dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza (ANTUNES,

2006). A inteligência cinestésico-corporal é considerada uma das mais importantes para

os atletas, pois permite a resolução de problemas ou a criação de movimentos através do

uso de parte ou de todo o corpo (GARDNER, 1999 e MÜLLER, 2009). Essa

inteligência pode ser percebida quando os futebolistas têm total domínio da bola em

movimento.

Conforme Gardner (apud MÜLLER, 2009), inteligência corporal-cinestésica é a

impressionante capacidade de resolver problemas ou comunicar-se através do corpo,

estando, esta capacidade, presente principalmente em atletas, dançarinos, artistas e

cirurgiões, entre outros. Segundo as idéias propostas por Gardner nos diz que a principal

característica desta inteligência é a capacidade de usar o próprio corpo de maneiras

altamente diferenciadas e hábeis para propósitos expressivos e com objetivos definidos.

Podemos perceber um grande aumento no número de escolinhas de futsal bem

27

como o grande espaço reservado para este esporte no meio escolar assim será de grande

relevância verificar quais os níveis e o efeito do treinamento das escolinhas de futebol

no desenvolvimento da inteligência corporal-cinestésica. Desta forma poder-se-á

verificar os benefícios da prática do futebol no desenvolvimento da inteligência

corporal-cinestésica bem como apontar possíveis falhas no desenvolvimento desta

qualidade.

Na aplicação do esporte: Xadrez, que é modalidade individual, em que o foco da

intervenção é o próprio atleta e sua atuação, atividades voltadas para a concentração, o

controle da ansiedade e o manejo das variáveis ambientais costuma ser os principais

objetivos da intervenção psicológica. No entanto, a forma e o tempo que esse trabalho

levará para ser desenvolvido irão variar conforme o referencial teórico do psicólogo que

o aplica.

No caso das modalidades coletivas, como o Futsal, o foco da intervenção recai

sobre as relações grupais, a formação de vínculo e organização de liderança, que a priori

não será objetivo central da pesquisa, mas sabedores desse foco ficaremos atentos para

futura pesquisa.

O Xadrez merece crédito, porque ensina às crianças o mais importante na

solução de um problema, que é saber olhar e entender a realidade que se apresenta. E,

além disso, aprender que as peças no Xadrez não tem valores absolutos, que se deve

controlar a posição das demais peças, tanto as próprias quanto as do adversário, para

armar uma estratégia. Ter a percepção de flexibilidade e reversibilidade do pensamento

que ordena o jogo.

Quantas vezes podemos notar crianças fracassando em matemática, por

exemplo, ao não entenderem o que o enunciado do problema lhes diz? Não sabem

analisá-lo, aprendem fórmulas de memória; quando encontram textos diferentes não

acham a resposta correta.

Deve-se conseguir que as crianças encontrem seu próprio sistema de ação e, para

isso, tem-se que evitar, sempre que possível, as soluções mecanizadas.

Assim, na escola secundária, com os dados de um teorema e sua idéia, a

demonstração pode ser encontrada pelo aluno, porém, para que isso aconteça, é

importante certo treino na escola fundamental. O xadrez auxilia educar o raciocínio.

Nossa idéia é que em uma época na qual os conhecimentos nos ultrapassam em

quantidade e a vida é efêmera, a melhor ferramenta que a criança pode obter em sua

escolaridade é um pensamento organizado.

28

No futsal sabemos que é fundamental para que o praticante do Futsal comece,

continue e tenha ambições dentro desse esporte de interpretar seus movimentos e as

regras do jogo. Para isso são colocados abaixo alguns fatores que consideramos

fundamentais para o praticante do futsal.

No campo social: quem muitas vezes deixou de ir a algum lugar por que os

amigos não quiseram ir, ou por que incentivaram negativamente? No futsal acontece

muito de amigos interferirem positivamente no início da prática, incentivam e estão

juntos sempre, marcam jogos, campeonatos. A amizade é um fator importante para a

prática do futsal.

Outro fator que “pesa” muitas vezes é a prática tanto do futsal como no xadrez, é

o saudável convívio com colegas de diferentes sexos no mesmo ambiente. Um bom

relacionamento social aumenta a auto-estima (ORNISH, 1988 e BARRETO e SILVA,

2004) e causa o bem estar do praticante de exercício físico e faz com que este queira

voltar sempre a este ambiente onde se sente “realizado”.

Desencadeia-se assim uma grande automotivação, compreendida a capacidade

de realizar atividades impulsionadas pelas crenças pessoais, sem grande dependência de

incentivos externos, como aparência, saúde ou reconhecimento social. Ela é mais

pronunciada quando a pessoa não guia suas ações pelas falhas e toma a atividade que se

propõe como um elemento de prazer em seu cotidiano.

Vale à pena destacar que o benefício dos exercícios tanto físicos como

intelectuais, só é conseguido com a prática regular do mesmo, e a continuidade depende

do prazer que a pessoa sente em realizá-lo.

29

3. METODOLOGIA 3.1 TIPO DE PESQUISA Este estudo se caracterizou por ser de caráter exploratório, que como mencionam

Thomas, Nelson e Silverman (2007) servem para nos familiarizarmos com fenômenos

relativamente novos ou desconhecidos, estes estudos em poucas ocasiões consistem em

um fim em si mesmo, geralmente determinam tendências, e servem para detectar

determinados pontos, nos quais futuramente poderá ser feita uma pesquisa específica.

Foi utilizado o método da convivência que segundo os autores supracitados,

neste processo o pesquisador tem liberdade para escolher as pessoas que farão parte de

sua pesquisa, usando esta amostra para compreender o assunto de seu interesse.

3.2 INSTRUMENTOS DE MEDIDAS Foi utilizado um questionário fechado antes e depois do período de aplicação das

atividades físicas futsal e xadrez, realizado pela psicóloga Rosangela Heusser Back

(anexo nº2).

3.3 PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS A Pesquisa foi realizada na cidade de Presidente Getúlio-SC na localidade do

Bairro Rio Ferro, com amostra dos 20 alunos matriculados no Projeto Ambial de ambos

os sexos. No período de outubro e novembro de 2010, por meio de trabalho voluntário

no Projeto Ambial, durante os quatro dias da semana no período vespertino, conforme

cronograma estabelecido.

Aos pesquisados foi explicado à intenção do estudo. Seus nomes foram

preservados no desenvolvimento deste trabalho. Os pais dos pesquisados foram

orientados a lerem o termo de consentimento livre e esclarecido (anexo nº1), quando de

comum acordo assinaram o documento para fazer parte da pesquisa.

Para a coleta de dados foi utilizada a técnica do questionário fechado (anexo

nº2). Este questionário foi realizado individualmente, com os sujeitos que participaram

deste estudo.

30

3. 4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS Para análise dos dados nessa etapa foi aplicado um questionário fechado

contendo questões relacionadas ao objetivo, e posteriormente será feita uma análise

descritiva dos resultados apresentados no questionário, com a utilização de gráficos,

resultantes da estatística.

31

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1 APRESENTAÇÕES DOS GRÁFICOS.

% P 1 P 2 P 3 P 4 P 5 P 6 P 7 P 8 P 9 P 1 0 P 1 1 P 1 2 P 1 3 P 1 4 P 1 5 P 1 6 P 1 7 P 1 8 P 1 9 P 2 0

N unc a 1 0 ,0 % 4 5 ,0 % 1 5 ,0 % 2 5 ,0 % 5 ,0 % 0 ,0 % 5 ,0 % 1 0 ,0 % 2 5 ,0 % 5 ,0 % 4 5 ,0 % 1 0 ,0 % 0 ,0 % 0 ,0 % 4 5 ,0 % 3 0 ,0 % 0 ,0 % 4 0 ,0 % 0 ,0 % 1 5 ,0 %R a ra m e nte 4 0 ,0 % 4 5 ,0 % 4 0 ,0 % 6 0 ,0 % 5 ,0 % 5 5 ,0 % 3 0 ,0 % 3 0 ,0 % 5 5 ,0 % 5 0 ,0 % 5 0 ,0 % 2 0 ,0 % 2 5 ,0 % 0 ,0 % 3 5 ,0 % 3 5 ,0 % 3 5 ,0 % 4 0 ,0 % 0 ,0 % 5 5 ,0 %

F re q ue nte m e nte 5 0 ,0 % 1 0 ,0 % 4 5 ,0 % 1 5 ,0 % 9 0 ,0 % 4 5 ,0 % 6 5 ,0 % 6 0 ,0 % 2 0 ,0 % 4 5 ,0 % 5 ,0 % 7 0 ,0 % 7 5 ,0 % 1 0 0 ,0 % 2 0 ,0 % 3 5 ,0 % 6 5 ,0 % 2 0 ,0 % 1 0 0 ,0 % 3 0 ,0 % Gráfico 1: Resultado Geral (antes).

De acordo com o gráfico 1, é possível se afirmar que o questionário aplicado

antes foi um levantamento de informações referente a cada questão analisada.

32

% P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20

NUNCA 16,0% 5,0% 11,0% 5,0% 5,0% 0,0% 5,0% 0,0% 5,0% 5,0% 0,0% 0,0% 5,0% 0,0% 74,0% 26,0% 0,0% 90,0% 0,0% 11,0%RARAMENTE 11,0% 69,0% 37,0% 47,5% 16,0% 47,5% 37% 37% 59% 47,5% 0,0% 5,0% 26% 5,0% 21,0% 11,00% 10,0% 5,0% 11,0% 30,00%

FREQUENTEMENTE 73,0% 26,0% 52,0% 47,5% 79,0% 52,5% 58,5% 63,0% 36,5% 47,5% 100,0% 95,0% 69,0% 95,0% 5,0% 63,0% 90,0% 5,0% 89,0% 59,0% Gráfico 2: Resultado Geral (depois).

De acordo com o gráfico 2, é possível se afirmar que o questionário aplicado

depois obteve um levantamento de informações verificadas referente a cada questão

analisada. Tendo em sua maioria questões com resultados positivos.

33

Gráfico 3: Pratica Exercício Fora da Escola.

De acordo com o gráfico 3, é possível se afirmar que se obteve um resultado

expressivo em relação ao se movimentar fora da escola, pois no primeiro questionário

aplicado 50% dos alunos responderam que frequentemente praticam exercício físico

fora da escola, no segundo questionário esse número subiu para 73%, isso nos deixa

claro uma evolução.

Segundo Delours et al (1997) o conceito de educação ao longo de toda a vida é a

chave que abre as portas do século XXI. Devido ao alto índice de obesidade infantil e

infanto-juvenil, inclusive na nossa região do Vale do Itajaí, torna-se necessário a

interneção do profissional de Educação Física visando favorecer o prazer pelo se

movimentar, como prevenção de doenças crônico-degenerativas.

O auto-cuidado, de acordo com os PCNs tornou-se uma questão ética

(BRASIL,1997). Esta também é a prespectiva destacada por Barreto e Silva (2004).

Cabe ao profissional de Educação Física estimular o auto-cuidado desde a tenra

idade e através das mais variadas estratégias de intervenção.

34

Gráfico 4: Tem Habito de Fazer Caminhada.

De acordo com o gráfico 4, é possível se afirmar que teve um aumento

significativo no resultado desta pergunta, pois no primeiro questionário 45% dos alunos

não tinham o habito de fazer caminhadas e no segundo momento apenas 5% dos alunos

continuam sem fazer caminhadas frequentemente. Essa modalidade é considerada, uma

das melhores formas para a realização de exercícios aeróbicos.

A caminhada pode ser considerada como um esforço físico seguro, haja

vista que os riscos de lesões cardiovascular e ortopédica são grandemente

reduzidos quando observados e respeitados os padrões mínimos de

segurança. (LIMA, 2000, p. 16 ).

35

Gráfico 5: Você se Considera uma Pessoa Ansiosa.

De acordo com o gráfico 5, é possível perceber que alguns alunos se sentiram

mais ansiosos depois das atividades físicas futsal e xadrez, onde 45% frequentemente se

consideravam ansiosos aumentando para 52%, o que pode ser considerado normal, pois

se considerarmos que os sujeitos pesquisados estão efetuando atividades fora do seu

cotidiano, que pode ter deixado-os mais ansiosos.

(...) a tendência a gerar excessiva ansiedade, medo ou preocupação, o que faz

cair o rendimento, sem que o sujeito venha a ter consciência disto. A

retomada da consciência é fundamental nestes momentos, pois conforme

Kornfield (1995, p. 51) “quando meditar, tente deixar que qualquer coisa que

possa mover-se através de você à vontade. Deixe que a sua atenção seja

muito suave” (BARRETO, 2010, p. 220).

36

Gráfico 6: Você é Estressado (a).

De acordo com o gráfico 6, é possível perceber que alguns alunos se sentiram

mais estressados depois das atividades físicas futsal e xadrez, onde antes eram 15% os

que se estressavam frequentemente e no depois aumentou para 47,5% é um resultado

negativo, mas também pode ser considerado normal, pois as novas atividades que saem

fora do seu cotidiano podem estressá-los um pouco.

Na menção de Nahas (2001) e Barreto (2010) o agente estressor pode ser

positivo (casamento, ganhar na loteria e formatura) ou negativo (doença, morte de

pessoas da família, “clima pesado” no trabalho). Portanto, não há nenhum problema de

ordem científica no que tange ao aumento do nível de estresse, na questão acima.

37

Gráfico 7: Você Dorme Bem a Noite.

De acordo com o gráfico 7, é possível se afirmar que os alunos continuam

dormindo bem, e teve um aumento de 11% dos alunos com sono regular, diminuindo

esse percentual do sono frequente, o percentual dos que nunca dormem bem continua

sendo o mesmo.

O sono é considerado um dos fatores mais importantes para a manutenção do

equilíbrio psicossomático e o profissional de Educação Física pode colaborar com a

higiene do sono, preconizando o uso do relaxamento ao término das aulas, ao invés da

clássica volta à calma.

38

Gráfico 8: Tem um Bom Desempenho Escolar.

De acordo com o gráfico 8, é possível se afirmar que o desempenho escolar está

de forma estável, pois através dos resultados não constatamos um resultado expressivo.

No questionário antes 45% respondeu ter frequêntemente um bom desempenho escolar

e no questionário depois esse índice teve aumento para 52,5%.

Segundo Barreto (2010, p. 131) “a aprendizagem só se verificará quando, numa

dada situação, a criança se transformar (houve mudança de conduta)”. No caso de

aprendizagens escolares (ler, escrever e contar), a transformação deverá assentar-se em

aprendizagens, anteriormente já conseguidas (e conservadas) a partir das quais a

introdução de novos elementos e variáveis permitirá, então novas adaptações integradas

(ibid).

39

Gráfico 9: Tem Boa Concentração. De acordo com o gráfico 9, é possível se afirmar que a concentração antes era de

65% e depois foi para 58% resultado este que mostra uma pequena queda. Em

compensação antes o raramente eram 30% que se concentraram e no depois melhorou

para 37% que raramente se concentraram. Com isto a resposta fica estável.

Conforme Barreto (2010, p. 223) na educação, o relaxamento é utilizado, em

geral para levar os alunos a um nível maior de concentração, incrementar a imaginação,

para dar certo caráter lúdico às lições e melhorar o nível de compreensão das mesmas.

(ibid). Mais uma vez ressalta-se neste estudo a importância do relaxamento ao final das

aulas ou treinamento esportivo.

40

Gráfico 10: Aceita Derrota com Facilidade.

De acordo com o gráfico 10, é possível se afirmar que ficou visível que alguns

alunos estão conseguindo lidar melhor com as derrotas, pois no questionário inicial

obtivemos 10% dos alunos que responderam que não aceitam derrotas, e no segundo

momento esse número desce para 0%.

Os jogos podem ter uma flexibilidade maior nas regulamentações, que são

adaptadas em função das condições de espaço e material disponíveis, do

número de participantes, entre outros. São exercidos com um caráter

competitivo ou recreativo em situações festivas, comemorativas, de

confraternização ou ainda no cotidiano, como simples passatempo e diversão.

(...) Incluem-se entre os jogos as brincadeiras regionais, os jogos de salão, de

mesa, de tabuleiro, de rua e as brincadeiras infantis de modo geral (BRASIL,

1997, p. 49).

Favorecer um leque de opções de experiências motoras pode ser um meio

privilegiado de estimular a aceitação das derrotas, pois dificilmente um aluno

conseguirá se sair bem em atividades variadas como: dança, xadrez, futsal e capoeira.

41

Gráfico 11: Tem Capacidade de Memorizar Histórias.

De acordo com o gráfico 11, é possível se afirmar que o resultado é bastante

positivo, visando o desenvolvimento da memorização, pois a pergunta feita após a

atividade proposta no projeto teve resultado de caráter prático e significativo. No

questionário antes 20% frequentemente tinham capacidade de memorizar histórias e no

depois aumentou para 36%.

Em relação à atenção, estão envolvidos complexos processos de ajuste

neuromuscular e de equilíbrio, regulações de tônus muscular, interpretação

de informações perceptivas, que são postos em ação sempre que

automatismos já construídos forem insuficientes para a execução de

determinado movimento ou sequencia deles (BRASIL, 1997, p. 35).

42

Gráfico 12: Faz Cálculos sem usar a Calculadora com Facilidade.

De acordo com o gráfico 12, é possível se afirmar que o resultado é positivo,

visando o desenvolvimento de cálculos, pois a pergunta feita após a atividade proposta

no projeto teve resultado que no questionário antes 45% responderam frequêntemente e

no depois foram 47,5% aumentando assim quem faz os cálculos sem a ajuda da

calculadora.

Lisboa e Barreto (2005) afirmam que assim como o movimento, a matemática

está inserida em nosso cotidiano de maneira efetiva, mesmo que não se perceba este

fato. Aqui nos apresenta a grande importância do trabalho do profissional de Educação

Física, na mediação visando melhorar o raciocínio lógico.

43

Gráfico 13: Joga Xadrez.

De acordo com o gráfico 13, é possível se afirmar que se percebe uma grande

diferença em relação ao antes da aplicação para depois da aplicação. Os alunos que

jogavam antes xadrez eram de 5%, no depois aumentou para 100%.

A ação, mediada pelo corpo, ativa outros canais além do visual e do

auditivo. O corpo como um todo é um canal de convergência sensorial. Por

sabermos que o corpo também participa do aprendizado, também sente e

também se recorda, precisamos reconhecê-lo, respeitá-lo e utilizá-lo mais

em nossas vidas (TAFNER e FISCHER, 2004, p. 144).

No xadrez, estimula-se a praxia fina e a atenção concentrada que são função do

3º bloco funcional de Luria, assim como estimula também a organização espacial, que é

uma função do 2º bloco funcional no modelo luriano.

O desenvolvimento motor acontece em paralelo ao desenvolvimento

biológico e exerce grande influência sobre o mesmo. Novamente é

importante ressaltar que, antes de iniciar na modalidade específica, a

criança tenha tido inúmeras e variadas experiências motoras,

desenvolvendo suas capacidades básicas (MÜLLER, 2009, p. 53).

44

Gráfico 14: Joga Futsal.

De acordo com o gráfico 14, é possível se afirmar que teve diferença e aumentou

o número de praticantes que jogam futsal depois da aplicação das aulas ministradas. A

opção dos que frequêntemente jogavam futsal aumentou de 70% para 95%.

Para Negrine e Gauer (in SANTOS, 1990, p. 69)” (...) o jogo constitui um

exelente meio de desenvolvimente social do ser humano, assim sendo, o esporte é um

passaporte para se obter a convivência social com cidadania”.

O mais importante na esfera educacional é estimular o individuo a se expressar

corporalmente, desenvolver o gosto pela prática desportiva e sentir-se integrado no

grupo do qual faz parte (SANTOS, 1990; SANTIN, 1990 e VARGAS, 2001).

45

Gráfico 15: Gosta de Matemática.

De acordo com o gráfico 15, é possível se afirmar que o resultado não foi

nada positivo, porque no questionário antes 75% afirmou gostar frequêntemente de

matemática e no questionário feito depois essa afirmação caiu para 69%.

Na menção de Lisboa e Barreto (2005) a Educação Física tendo por base a

perspectiva da Etnomatemática pode colaborar sobremaneira para a inteligência lógica-

Matemática (GARDNER, 1999).

Segundo Lisboa e Barreto, o homem evoluiu pelo movimento! Através dele

aprende e se enriquece, transcendendo seus limites. Assim como o movimento, a

Matemática está inserida em nosso cotidiano de maneira efetiva, mesmo que não se

perceba este fato. É esta consciência que é necessário despertar nos educandos (ibid).

46

Gráfico 16: Gosta de Educação Física.

De acordo com o gráfico 16, é possível se afirmar que grande maioria dos

alunos gosta de praticar educação física, o percentual continua praticamente o mesmo,

no primeiro questionário 100% dos alunos responderam que gostam e no segundo 95%.

(...) a área de Educação Física hoje contempla múltiplos conhecimentos

produzidos e usufruídos pela sociedade a respeito do corpo e do

movimento. Entre eles, se consideram fundamentais as atividades culturais

de movimento com finalidade de lazer, expressão de sentimento, afetos e

emoção, e com possibilidades de promoção, recuperação e manutenção da

saúde (BRASIL, 1997, p. 27).

A partir da intervenção da pesquisadora, os alunos podem ter se sentido em

dúvida quanto ao papel da Educação Física. No entanto, ressalta-se que houve no dia da

aplicação do questionário (depois), a falta de uma aluna.

47

Gráfico 17: Sinto-me inferior as Pessoas que Conheço.

De acordo com o gráfico 17, é possível se afirmar que houve um aumento

gradativo na autoestima dos entrevistados, onde em primeiro momento constatamos que

45% dos alunos não se sentem inferiores aos outros, em seguida esse resultado sobe

para 74%.

A partir das primeiras experiências afetivas com o outro ser é o contato com o

seio da mãe, a criança, vai estabelecendo um verdadeiro contato afetivo, que serve de

base para a auto-estima, tendo o tônus muscular com o pano de fundo.

Barreto (2010, p. 209) ressalta que:

O tônus muscular, juntamente com a imagem e o esquema corporal, forma

um tripé que dá sustentáculo para se definir a personalidade de um sujeito,

pois que este pode apresentar um tônus afetivo acentuado (extroversão), um

tônus afetivo rebaixado (inibição e depressão) ou um tônus afetivo

desregulado (instabilidade).

O medo de cair, de se machucar, pode levar algumas crianças a deixarem de se

movimentar e progressivamente perder o impulso natural para o movimento.

48

O receio ou vergonha do aluno em correr riscos de segurança física é

motivo suficiente para que ele se negue a participar de uma atividade, e em

hipótese alguma o aluno deve ser obrigado ou constrangido a realizar

qualquer atividade. As propostas devem desafiar e não ameaçar o aluno, e

como essa medida varia de pessoa para pessoa, a organização das

atividades tem que contemplar individualmente esse aspecto relativo à

segurança física (BRASIL, 1997, p. 36).

.

Vale destacar ainda que: As características individuais e as vivências anteriores do aluno ao

despertar com cada situação constituem o ponto de partida para o processo

de ensino e aprendizagem das práticas da cultura corporal. As formas de

compreender e relacionar-se com o próprio corpo, com o espaço e os

objetos, com os outros, a presença de deficiências físicas e perceptivas,

configuram um aluno real e não virtual, um indivíduo com características

próprias, que pode ter facilidade para aprender uma outra coisa, ter medo

disso ou vergonha daquilo ou ainda julgar-se capaz de realizar algo que, na

realidade, ainda não é (BRASIL, 1997, p. 37).

A mediação neuropsicológica do profissional de Educação Física, é de

fundamental importância para que a criança ultrapasse o medo, enfrentando os

obstáculos do meio e os propostos nas aulas de Educação Física e na aprendizagem dos

esportes mais vigorosos ou de contato.

49

Gráfico 18: Posso jogar muito e não me sinto cansado (a).

De acordo com o gráfico 18, é possível se afirmar que a grande maioria dos

alunos não se sentem cansados após as atividades, relatando em primeiro momento que

35% dos alunos podem jogar muito e não sente-se cansados, no segundo questionários

esse numero sobe para 63%.

Apesar do pouco tempo de intervenção, há indícios de que houve uma

melhoria ínfima na valência resistência orgânica.

50

Gráfico 19: Sou Bem Humorado.

De acordo com o gráfico 19, é possível se afirmar que após terem participado

das atividades físicas xadrez e futsal, no questionário antes 65% afirmam ser

frequentemente bem humorados, no questionário depois se percebe que 90% dos alunos

sentem-se bem humorados, mostrando assim um resultado positivo.

Pavlov (apud RODIONOV, 1987, p. 49), comenta:

As propriedades do sistema nervoso influem na dinâmica do comportamento

da pessoa, ou seja, sobre seu temperamento. As diferentes combinações das

propriedades formam os tipos de atividades nervosa superior; cada

temperamento é a manifestação psicológica de um tipo. Por exemplo, as

propriedades de força, mobilidade e desequilíbrio, caracterizam a cólera: o

sistema nervoso débil, a melancolia (apud BARRETO, 2010, p. 210).

51

Gráfico 20: Tenho menos energia que a maioria das pessoas.

De acordo com o gráfico 20, é possível se afirmar que 90% dos alunos sentem

ter mais energia que a grande maioria das pessoas. Houve um aumento de 50% da

primeira aplicação para a segunda aplicação do questionário.

52

Gráfico 21: Gosta de Fazer Amigos.

De acordo com o gráfico 21, é possível se afirmar que 11% dos alunos

tiveram dificuldades de fazer amigos após terem participado das atividades físicas futsal

e xadrez. Esse resultado de certa maneira foi negativo, porque no questionário antes

100% faziam amigos com facilidade e no questionário depois passou a ser 89% que

faziam amigos.

Não foi encontrada na literatura consultada uma resposta plausível para esta

questão, no entanto é de se ressaltar o papel de mediação do profissional de Educação

Física, que deveria ser mais destacado durante o curso de Educação Física e o destaque

que Ornish (1988) dá para o acolhimento social como fator de saúde e de reabilitação.

53

Gráfico 22: Tem espírito de autocontrole.

De acordo com o gráfico 22, é possível se afirmar que obtivemos o resultado

de 30% dos alunos que frequêntemente tem espírito de autocontrole, no segundo

momento percebe-se que 59% dos alunos conseguiram melhorar seu autocontrole, após

as atividades propostas.

De acordo com Gardner (1999) há de se destacar a inteligência intra-pessoal,

que é pouco trabalhada na Educação Física. Barreto (2010) destaca a importância do

relaxamento ao término das atividades para melhorar o equilíbrio psicossomático.

54

4.2 APRESENTAÇÃO DESCRITIVA DOS RESULTADOS

Através da coleta dos dados verificou-se que obtivemos resultados significativos

em relação à pesquisa feita. Perceberam-se com a aplicação dos questionários que

grande parte dos alunos teve mudanças positivas em relação às perguntas feitas

posteriormente as aulas ministradas das atividades propostas. Essa é a analise do

resultado comparativo do questionário antes e depois do treinamento do xadrez e futsal

com os alunos do Projeto Ambial.

No que se refere a P1(pergunta 1 em anexo), obtivemos um resultado expressivo

em relação ao exercício físico fora da escola, pois no primeiro questionário aplicado

50% dos alunos responderam que frequêntemente praticam exercício físico fora da

escola, no segundo questionário esse número subiu para 73%, isso nos deixa claro a

evolução. Percebemos através P2(anexo2), que teve um aumento significativo no

resultado desta pergunta, pois no primeiro questionário 45% dos alunos não tinham o

habito de fazer caminhadas e no segundo momento apenas 5% dos alunos continuam

sem fazer caminhadas frequêntemente. Através da P3 e P4 (anexo2) percebe-se que

alguns alunos se sentiram mais ansiosos e estressados depois das atividades, também se

considera normal, pois estão efetuando atividades fora do cotidiano. No que se refere a

P5(anexo2), verificou-se que os alunos continuam dormindo bem, que teve um aumento

de 11% dos alunos com sono regular, diminuindo esse percentual do sono frequênte, o

percentual dos que nunca dormem bem continua sendo o mesmo. No que se refere a P6

e P7(anexo2), o desempenho escolar e a concentração estão de forma estável, pois

através resultados não constatamos um resultado expressivo. Na P8(anexo2), fica

visível que alguns alunos estão conseguindo lidar melhor com as derrotas, pois no

questionário inicial obtivemos 10% dos alunos que responderam que não aceitam

derrotas, e no segundo momento esse número desce para 0%. No que se refere a P9, P10

e P13 (anexo2), o resultado é bastante positivo, visando o desenvolvimento da

memorização e cálculos, pois as três perguntas feitas após as atividades propostas no

projeto tiveram resultados de caráter prático e significativo. Na P11 e P12 (anexo2)

percebe-se uma grande diferença entre as duas atividades, pois 45% dos alunos nunca

haviam jogado xadrez antes, em relação a 10% de alunos que não jogavam futsal. No

que se refere a P14 (anexo2), grande maioria dos alunos gostam de praticar educação

física, o percentual continua praticamente o mesmo, no primeiro questionário 100% dos

alunos responderam que gostam e no segundo 95%. Através da P15 (anexo2),

55

verificou-se um aumento gradativo na autoestima dos entrevistados, onde em primeiro

momento constatamos que 45% dos alunos não se sentem inferiores aos outros, em

seguida esse resultado sobe para 74%. Também se verificou através da P16 (anexo2),

que a grande maioria dos alunos não se sentem cansados após as atividades, relatando

em primeiro momento que 35% dos alunos podem jogar muito e não sente-se cansados,

no segundo questionários esse numero sobe para 63%. Após terem participado das

atividades físicas xadrez e futsal, percebe-se através da P17 que 90% dos alunos

sentem-se bem humorados. No que se refere a P18 (anexo2) 90% dos alunos sentem ter

mais energia que a grande maioria das pessoas. Com relação a P19 (anexo2), 11% dos

alunos tiveram dificuldades de fazer amigos após terem participado das atividades

físicas. Em relação ao primeiro questionário, através da P20 obtivemos o resultado de

30% dos alunos que frequêntemente tem espírito de autocontrole, no segundo momento

percebe-se que 59% dos alunos conseguiram melhorar seu autocontrole, após as

atividades propostas.

Percebemos que após as aulas ministradas do xadrez e do futsal os alunos

demonstram probabilidades de desenvolver e criar sua própria valorização. Despertando

o interesse e a concentração no desenvolvimento psicomotor e intelectual dos alunos.

Melhorando também os aspectos neuropsicológicos destacados por Luria.

56

% P 1 P 2 P 3 P 4 P 5 P 6 P 7 P 8 P 9 P 1 0 P 1 1 P 1 2 P 1 3 P 1 4 P 1 5 P 1 6 P 1 7 P 1 8 P 1 9 P 2 0N U N C A 0 ,0 % 4 5 ,5 % 2 7 ,3 % 1 8 ,2 % 9 ,1 % 0 ,0 % 9 ,1 % 9 ,1 % 1 8 ,2 % 0 ,0 % 2 7 ,3 % 1 8 ,2 % 0 ,0 % 0 ,0 % 6 3 ,6 % 2 7 ,3 % 0 ,0 % 3 6 ,4 % 0 ,0 % 0 ,0 %

R A R A M E N TE 3 6 ,4 % 4 5 ,5 % 1 8 ,2 % 5 4 ,5 % 9 ,1 % 9 0 ,9 % 1 8 ,2 % 9 ,1 % 6 3 ,6 % 4 5 ,5 % 6 3 ,6 % 9 ,1 % 9 ,1 % 0 ,0 % 1 8 ,2 % 2 7 ,3 % 3 6 ,4 % 4 5 ,5 % 0 ,0 % 7 2 ,7 %F R E Q U EN T EM EN TE 6 3 ,6 % 9 ,1 % 5 4 ,5 % 2 7 ,3 % 8 1 ,8 % 9 ,1 % 7 2 ,7 % 8 1 ,8 % 1 8 ,2 % 5 4 ,5 % 9 ,1 % 7 2 ,7 % 9 0 ,9 % 1 0 0 ,0 % 1 8 ,2 % 4 5 ,5 % 6 3 ,6 % 1 8 ,2 % 1 0 0 ,0 % 2 7 ,3 % Gráfico 23: Questionário Masculino (antes).

De acordo com o gráfico 23, é possível se afirmar que o questionário aplicado

antes foi um levantamento das informações referente a cada questão, aplicado somente

com alunos do sexo masculino, com o número de 11 alunos entrevistados.

57

% P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20

NUNCA 18,2% 9,1% 9,1% 0,0% 9,1% 0,0% 9,1% 0,0% 9,1% 9,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 90,9% 27,3% 0,0% 81,8% 0,0% 18,2%RARAMENTE 9,1% 63,6% 45,5% 54,5% 27,3% 72,7% 54,5% 18,2% 72,7% 45,5% 0,0% 9,1% 27,3% 9,1% 9,1% 9,1% 9,1% 9,1% 9,1% 36,4%

FREQUENTEMENTE 72,7% 27,3% 45,5% 45,5% 63,6% 27,3% 36,4% 81,8% 18,2% 45,5% 100,0% 90,9% 72,7% 90,9% 0,0% 63,6% 90,9% 9,1% 90,9% 45,5% Gráfico 24: Questionário Masculino (depois).

De acordo com o gráfico 24, é possível se afirmar que o questionário aplicado

depois e foi também só com alunos do sexo masculino, com o número de 11 alunos

entrevistados e revelou resultado positivo na maioria das questões.

58

% P 1 P 2 P 3 P 4 P 5 P 6 P 7 P 8 P 9 P 1 0 P 1 1 P 1 2 P 1 3 P 1 4 P 1 5 P 1 6 P 1 7 P 1 8 P 1 9 P 2 0

N U N C A 2 2 ,2 % 4 4 ,4 % 0 ,0 % 3 3 ,3 % 0 ,0 % 0 ,0 % 0 ,0 % 1 1 ,1 % 3 3 ,3 % 1 1 ,1 % 6 6 ,7 % 0 ,0 % 0 ,0 % 0 ,0 % 2 2 ,2 % 3 3 ,3 % 0 ,0 % 4 4 ,4 % 0 ,0 % 3 3 ,3 %R A R A M E N TE 4 4 ,4 % 4 4 ,4 % 6 6 ,7 % 6 6 ,7 % 0 ,0 % 1 1 ,1 % 4 4 ,4 % 5 5 ,6 % 4 4 ,4 % 5 5 ,6 % 3 3 ,3 % 3 3 ,3 % 4 4 ,4 % 0 ,0 % 5 5 ,6 % 4 4 ,4 % 3 3 ,3 % 3 3 ,3 % 0 ,0 % 3 3 ,3 %

F R E Q U EN T EM EN TE 3 3 ,3 % 1 1 ,1 % 3 3 ,3 % 0 ,0 % 1 0 0 ,0 % 8 8 ,9 % 5 5 ,6 % 3 3 ,3 % 2 2 ,2 % 3 3 ,3 % 0 ,0 % 6 6 ,7 % 5 5 ,6 % 1 0 0 ,0 % 2 2 ,2 % 2 2 ,2 % 6 6 ,7 % 2 2 ,2 % 1 0 0 ,0 % 3 3 ,3 % Gráfico 25: Questionário Feminino (antes).

De acordo com o gráfico 25, é possível se afirmar que o questionário aplicado

antes foi um levantamento das informações referente a cada questão, aplicado somente

com alunas do sexo feminino, com o número de 9 alunas entrevistadas.

59

% P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20NUNCA 11,1% 0,0% 11,1% 11,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 11,1% 0,0% 44,4% 22,2% 0,0% 88,9% 0,0% 0,0%

RARAMENTE 11,1% 66,7% 22,2% 33,3% 0,0% 11,1% 11,1% 55,6% 33,3% 44,4% 0,0% 0,0% 22,2% 0,0% 33,3% 11,1% 11,1% 0,0% 11,1% 22,2%FREQUENTEMENTE 66,7% 22,2% 55,6% 44,4% 88,9% 77,8% 77,8% 33,3% 55,6% 44,4% 88,9% 88,9% 55,6% 88,9% 11,1% 55,6% 77,8% 0,0% 77,8% 66,7% Gráfico 26: Questionário Feminino (depois). De acordo com o gráfico 26, é possível se afirmar que o questionário aplicado

depois foi também só com alunas do sexo feminino, este com o número de 8 alunas, foi

possível verificar resultados diferentes, mas na maioria positivos.

4.3 REFLEXÕES SOBRE O ASPECTO NEUROPSICOLÓGICO DA PRÁTICA

DO FUTSAL E DO XADREZ

O Fator psicológico da prática do esporte na escola fez parte do estudo que visou

identificar as diferenças no desenvolvimento psicológico dos alunos entre 7 e 14 anos

que praticam atividades físicas como: Futsal e Xadrez. A presente pesquisa foi aplicada

aos alunos do Projeto Ambial dentro da Escola Cecília Ax, de Presidente Getúlio.

Foram aplicados questionários com perguntas fechadas, na busca de averiguar se

estas modalidades possibilitam estimular as aquisições do pensamento lógico e respeito

às regras.

60

O xadrez desenvolve sobremaneira a atenção, a cognição e a sequência de ações

mentais, estimulando o desenvolvimento do 3º Bloco Funcional de Luria. Segundo

Fonseca (1998) e Barreto e Silva (2007) o desenvolvimento da maturação

neuropsicomotora se dá no sentido ascendente vertical do 1º ao 3º Bloco Funcional de

Luria, favorece ao sujeito “aprender a aprender, é também um grande impulsionador da

imaginação, que contribui para o desenvolvimento da memória, da capacidade de

concentração e da velocidade de raciocínio.

O xadrez desempenha papel socializante, por ensinar a lidar com a derrota e com

a vitória, mostrando que a derrota pode não significar só fracasso ou vitória, pois o

xadrez ajuda na compreensão das conseqüências de atitudes displicentes, que não

tenham sido previamente calculadas, principalmente na atualidade onde é jogado por

tempo. Por conseguinte, estimula o hábito de refletir antes de agir, além de ensinar a

arcar com as responsabilidades dos próprios atos, ajudando na diminuição da ansiedade.

Em relação à atenção, estão envolvidos complexos processos de ajuste

neuromuscular e de equilíbrio, regulações de tônicas, interpretação de informações

perceptivas, que são importantes para a aprendizagem e convivência em geral. Neste

sentido que o xadrez se mostra útil ao aprendizado para a vida.

Sabe-se na atualidade que o condicionamento físico está positivamente

associado com a saúde mental e o bem estar, devido à ativação dos neurotransmissores

(serotonina e noradrenalina). Os níveis destas substâncias têm um papel importante na

forma de reagir aos eventos diários, podendo diminuir estados de depressão, ansiedade

além de ajudar a tolerar melhor as dores e o estresse (KHALSA, 2001).

Verificou-se melhora significativa no convívio e a integração social dos

participantes; melhora na auto-estima dos participantes; melhora nas capacidades e

habilidades psicomotoras dos participantes embora a proficiência física (adequação). O

que Gardner (apud ANTUNES, 2006) destaca como inteligência intrapessoal e

interpessoal respectivamente.

Sabe-se que exercícios moderados podem ajudar a relaxar e dormir melhor, o que

possuí certa correlação com a aprendizagem, no que tange à compreensão,

armazenamento e utilização dessas informações no processo de organização da

compreensão na estrutura cognitiva da aprendizagem significativa.

Oferecer práticas esportivas educacionais estimula crianças e adolescentes a

manter uma interação efetiva que contribua para o seu desenvolvimento integral,

61

mediante o desenvolvimento de valores sociais, orientação para a resposta, tempo de

reação, etc.

Este estudo devido à identificação, popularidade e dimensão alcançada pelos

esportes no Brasil, levam-nos a sugerir que as escolas estimulem a pratica de esportes

principalmente devido ao fato do Brasil sediar a Olimpíada de 2016.

Este estudo caminha em direção à afirmação de Müller (2009), que o esporte

alcança importância cada vez maior para um grande número de indivíduos em nossa

sociedade, apresentando-se em múltiplas formas, seja como esporte de competição e de

desempenho, ou esporte de massa, de lazer, escolar, de reabilitação e terapêutico. Diante

de defasagem na aprendizagem, falta de concentração de muitos alunos para realizar

suas atividades escolares; faz-se necessário propor o tema: “Futsal e Xadrez: Razão e

Autocontrole”, pela importância destes jogos para o desenvolvimento dos processos

psicológicos básicos do aluno.

Podemos inclusive considerar que o esporte contribui para a diminuição da

exposição aos riscos sociais (drogas, criminalidade e a conscientização da prática

esportiva, assegurando o exercício da cidadania).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES Finalizado este estudo parece ser possível concluir parcialmente que o tema

escolhido foi sem dúvida um tanto ousado e desafiador, advindo da vontade de fazer

algo útil às crianças que participam do Projeto Ambial da Escola Cicília Ax de

Presidente Getulio e não somente um trabalho para obter nota e concluir o curso de

Educação Física na FURB.

Para mim pessoalmente este estudo, serviu para me estimular à busca da auto-

superação e iniciar na pesquisa científica (usando métodos, estratégias e

62

conhecimentos). Percebeu-se neste estudo que as crianças e adolescentes em questão

demonstram certa carência afetiva e social, talvez por serem de um bairro operário e

área rural, ademais desta amostra também fazem parte crianças que vivem em um Lar

Social8, o que me incentivou ainda mais a realização deste estudo neste local.

Encontrei dificuldades, sim, muitas, mas nada que não pudesse ser ao menos

parcialmente solucionada. A alegria estampada no sorriso das crianças mostrava a

vontade de aprender de participar, foi o que mais me deu incentivo a continuar apesara

das inúmeras dificuldades.

As modalidades das atividades foram aceitas, porque Futsal é um dos esportes

do momento, estando circulando na mídia. Muitas crianças adoram jogar, fazer parte de

um time e quando estimuladas adquirir maior conhecimento sobre o assunto. No que diz

respeito ao Xadrez, para minha surpresa, todos sem exceção estavam ansiosos para

chagar este momento, para participar ou até mesmo para alguns conhecer pela primeira

vez.

Trabalhei as duas modalidades juntamente com as professoras do projeto, dentro

do planejamento delas. O Futsal uma atividade física de grupo, já bem conhecida por

eles e foi desenvolvido inicialmente através dos fundamentos passo a passo até chegar

ao jogo. Teve a participação de todos.

No Xadrez foi diferente, sendo uma modalidade individual, que exige habilidade

de concentração, e como era praticamente desconhecido para as crianças, foi iniciado

pela história (com base na literatura). A seguir feito à apresentação de cada peça do jogo

incluindo o tabuleiro, foi criado à oportunidade para reconhecimento e identificação das

peças para melhor gravar os nomes. Na sequência organizado a posição de cada peça do

tabuleiro e passado as primeiras noções das regras do jogo.

Apesar estar consciente que talvez não tenha conseguido muito progresso com o

xadrez pelo curto espaço de tempo, sei também que não consegui formar jogadores de

xadrez, mas tenho certeza que plantei sementes em terras férteis que agora precisam ser

cultivadas e regadas, isto me proporcionou satisfação e plena realização.

Quanto à conclusão final sobre a aplicação dos questionários, acreditamos que

os resultados estão em relação com o objetivo geral, que era de identificar o

desenvolvimento psicológico dos alunos. Acreditamos que tenha sido alcançado

parcialmente.

8 Lar Social Familiar, em Presidente Getúlio.

63

Para que fosse possível alcançar ainda mais a integridade do objetivo seria

necessária uma continuidade dos trabalhos com o grupo de crianças por um tempo mais

prolongado. Por esse motivo deixo aqui meu apelo, para que os acadêmicos e

profissionais de Educação Física realizar sempre que possível intervenções que

incentivem as crianças a se movimentarem, principalmente as mais carentes e em

situação de risco social, o que inclusive foi destacado na III Conferência Nacional de

Esporte, realizada este ano em Brasília.

6. REFERÊNCIAS ANTUNES, C. Inteligências Múltiplas e seus jogos inteligência cinestésico-corporal.

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7. ANEXO 1 Entrevista com questionamentos da pesquisa

Prezados pais.

Considerando a Resolução n. 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de

Saúde e as determinações da Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da

UFSC, solicitamos a autorização dos senhores para que seus filhos, alunos do Projeto

66

Ambial da Escola Estadual Cecília Ax, participem da pesquisa: Análise e comparação

do desenvolvimento psicológico em alunos entre 7 e 14 anos, nas atividades físicas:

futsal e xadrez, no Projeto Ambial da Escola Estadual Cecília Ax, em Presidente

Getúlio. A presente investigação propõe-se a caracterizar a prática pedagógica dos jogos

Futsal e do Xadrez. A pesquisa será realizada pela Acadêmica do curso de Educação

Física da FURB, Maria Helena Heusser da Silva, com supervisão da Psicóloga

Rosangela Heusser Back. Será realizada uma entrevista semi-estruturada com todos os

alunos do Projeto Ambial, com o objetivo de buscar informações sobre como os jogos

podem auxiliar na destreza e aptidões de concentração e rapidez do raciocínio.

A sua colaboração será imprescindível para o alcance dos objetivos propostos. Uma vez

que a pesquisa é parte fundamental no Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) da

Acadêmica. Agradecemos antecipadamente a atenção dispensada e colocamo-nos à sua

disposição para quaisquer esclarecimentos.

_____________________________________________________ Assinatura dos pais Data: ____________________________

ANEXO 2 ENTREVISTA DE PESQUISA

Data da Avaliação ____/____/____ Nome:_______________________________________________ Escolaridade:_________________________________________ Idade:____________________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

1. Pratica exercício físico fora da escola

67

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 2. Tem habito de fazer caminhada

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 3. Você se considera uma pessoa ansiosa

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 4. Você é estressado

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 5. Dormi bem à noite

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 6. Tem um bom desempenho escolar

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 7. Tem boa concentração

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 8. Aceita derrota com facilidade

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 9. Tem capacidade de memorizar histórias

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 10. Faz cálculos sem usar a calculadora com facilidade

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 11. Joga xadrez

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 12. Joga futsal

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 13. Gosta de matemática

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 14. Gosta de educação física

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 15. Sinto-me inferior as pessoas que conheço

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 16. Posso jogar muito e não me sinto cansado

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 17. Sou bem humorado

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 18. Tenho menos energia que a maioria das pessoas

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 19. Gosta de fazer amigos

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente 20. Tem espírito de autocontrole

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Freqüentemente

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