A CHEGADA AO CASTELO O jovem Jonathan Harker era um homem racional, que não se deixava impressionar facilmente com superstições populares. No entanto, se ele tivesse que descrever sua viagem à Transilvânia até o castelo do conde Drácula, na região dos Cárpatos, as primeiras palavras que lhe viriam à mente seriam “de arrepiar” e “aterradora”. Cada vez que ele parava em algum lugar, as pessoas se benziam e invocavam à Deus ao saberem para onde ele se dirigia.

- Fecharei logo o negócio com esse misterioso conde e regressarei para junto de Mina o quanto antes – ele disse ao avistar a silhueta fantasmagórica do castelo no nevoeiro.

O jovem Harker logo se casaria com sua doce e formosa Mina. Aquela viagem à Romênia havia atrasado o casamento, mas valia a pena, pois o conde, segundo havia explicado em uma carta, tinha intenção de comprar uma luxuosa mansão em Londres. A comissão que ele ganharia com a venda seria, sem dúvidas, uma boa ajuda financeira para o casal.

Ao chegar ao castelo, o próprio conde veio recebê-lo. Ele era um homem idoso, alto e extremamente pálido. Ele ofereceu o jantar para Harker, mas ele mesmo não comeu nada. Enquanto comia, o jovem observou as enormes unhas do conde, e teve um calafrio.

A FERA EM LONDRES

Em Londres, Mina chorava pela ausência de seu noivo e sofria com terríveis pesadelos. Sua amiga Lucy, além disso, era vítima de uma rara doença que a deixava cada vez mais pálida e debilitada. Ela se levantava da cama, sonâmbula, e, em seu pescoço, haviam aparecido duas perfurações manchadas de sangue, que toda noite pareciam um pouco maiores. O médico da família, incapaz de saber o que acontecia, consultou o professor Van Helsing, especialista em doenças estranhas. O professor parecia ter ficado bastante perturbado ao examinar Lucy. Ele retirou uma gargantilha vermelha que enfeitava o pescoço de Lucy e apontou para os furos vermelhos. - Esta jovem deve ser vigiada todas as noites, e ela vai precisar de uma transfusão. Essas marcas... Essas marcas são mordidas de VAMPIRO!

A DECISÃO DE MINA

A incrível revelação de Van Helsing deixou Mina profundamente perturbada. Logo depois, finalmente, Harker voltou, porém, ele também tinha no pescoço as marcas cruéis da mordida e sofria do mesmo mal que Lucy.

- A única maneira de acabar com a doença é acabar com o vampiro que a provocou – explicou o professor – Temos que achar o seu túmulo e cravar uma estaca no meio do seu coração. E isso tem que ser feito o quanto antes, pois logo Lucy e Harker também se tornarão vampiros. - Mas não sabemos onde ele se esconde! – gritou Mina apavorada. – Deve existir alguma maneira mais rápida de acabar com ele.

- Existe, porém é muito arriscada... – disse Van Helsing – A luz do sol é mortal para os vampiros. Se uma jovem pura de coração fizer com que ele se apaixone, e conseguir retê-lo até o amanhecer, conduzirá o monstro até a morte segura. Naquela mesma noite, Mina se propôs a encontrar o conde e retê-lo até o amanhecer. Sem pensar duas vezes, quando o amanhecer já estava próximo, dirigiu-se para o cemitério e, sentada sobre um túmulo, esperou o vampiro.

A VITÓRIA CONTRA O MAL Logo, uma sombra surgiu entre as árvores. - Mina... – sussurrou o vampiro – Logo mais virei buscar você. Quero te levar para o meu castelo e ali você poderá reinar eternamente ao meu lado.

- Não vejo a hora conde... – disse Mina, tratando de parecer sedutora, embora sua voz tremesse de medo – Quero me tornar sua esposa na mesma noite. O conde caiu na armadilha e se aproximou para beijar Mina. Então, ela o reteve com mais beijos e palavras apaixonadas até surgirem os primeiros raios de sol.

Então, já era tarde demais para o conde. Ele começou a estremecer com terríveis espasmos. A luz, mortal para essas criaturas, penetra em seus ossos e até deixá-los reduzidos à cinzas.

Mina, então, voltou correndo para casa. Ali, seu noivo Jonathan Harker a esperava. Ele finalmente tinha voltado a ser o mesmo e, por isso, pôde reconhecer e abraçar a sua amada. Lucy também se recuperou totalmente e chorou de alegria nos braços da amiga.

FIM.