Euroencontros português final

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EUROENCONTRO 2015 - CORUNHA (GALIZA - ESPANHA) DE 17 A 24 DE ABRIL DE 2015 EDITORIAL REPORTAGEM ATUALIDADE FUENGIROLA - 2014 - A Europa precisa de se unir - 27ª Conferência Nacional da Federação Francesa - Se a história do Grupo Europeu nos fosse contada - O emprego em Espanha - O papel dos Idosos na nossa sociedade - XXI Euroencontro - No Euroencontro trabalha-se - Conclusões sobre “Por uma União Europeia para todas as idades” - Euroencontro 2014 – Andaluzia - Poema “Recorda- ções de Fuengirola”

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EUROENCONTRO 2015 - CORUNHA(GALIZA - ESPANHA)

DE 17 A 24 DE ABRIL DE 2015

EDITORIAL

REPORTAGEM

ATUALIDADE

FUENGIROLA - 2014

- A Europa precisa de se unir

- 27ª Conferência Nacional da

Federação Francesa

- Se a história do Grupo Europeu nos fosse contada

- O emprego em Espanha

- O papel dos Idosos na nossa sociedade

- XXI Euroencontro

- No Euroencontro trabalha-se

- Conclusões sobre “Por uma União

Europeia para todas as idades”

- Euroencontro 2014 – Andaluzia

- Poema “Recorda-ções de Fuengirola”

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P Á G I N A 2

Editorial - A Europa precisa de estar unida 3Se a história do Grupo Europeu nos fosse contada 4,5Conclusões do GET de Tossa de Mar 6,7No Euroencontro trabalha-se 8O Emprego em Espanha 9O papel das pessoas Idosas na nossa sociedade 10Euroencontro 2014 - Andaluzia 11Poema “Recordações de Fuengirola” 1327ª Conferência Nacional da Federação Francesa 14XXI Euroencontro - La Corunha (Galiza) - 17 a 24 de abril de 2015 15Fotos do XX Euroencontro 16

SUMÁRIO

GRUPO EUROPEU DE APOSENTADOS DE CAIXAS ECONÓMICAS E INSTITUÇÕES FINANCEIRAS

Direção de Gestão e Administração:C/ Santiago, 4

03001 ALICANTE (Espanha)

***

COMITÉ EXECUTIVO

CÂNDIDO VINTÉM(Presidente)

JEAN CLAUDE CHRÉTIEN(1º Vice-presidente )

FRANCISCO RAMIREZ MJNUERA(2º Vice-presidente)

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

PresidenteCÂNDIDO VINTÉM

Vice-presidentesJEAN CLAUDE CHRÉTIEN

FRANCISCO RAMÍREZ MUNUERA(Tesoureiro)

SecretárioANTONIO GONZÁLEZ DÍEZ

Secretário adjuntoFRANCIS BIZARD

Secretária-Adjunta da PresidênciaMARIA CRÉMILDA CABRITO

DELEGADOS À ASSEMBLEIA

Por Portugal:

CARLOS GARRIDO

JOSÉ RIBEIRO GONÇALVES

MENDES DE ALMEIDA

ORLANDO SANTOS

Por França:

JACQUES HUBERT

JEAN WOJTIUK

JEAN YVES MARTIN

MICHEL PAGEAULT

Por Espanha:

DOMINGO PEREZ AUYANET

JOSÉ ALMELA ALCÁZAR

JOSÉ GARCIA VILLA

Por Itália:

EGIDIO RAMONDETTI

Membros convidados:

RUTH REBERT (Alemanha)

(Reino Unido)

MEMBROS DE HONRACAIXA GERAL DE DEPÓSITOS

CAJA DE AHORROS DE ZARAGOZA ARAGÓN Y RIOJA (IBERCAJA)

CAJA MEDITERRÁNEO (atualmente BANCO SABADELL)

CONFEDERAÇÃO ESPANHOLA DE CAIXAS ECONÓMICAS

GRUPO EUROPEU DE CAIXAS ECONÓMICAS (ESBG)

P a r a m a i s i n f o r m a ç ã o s o b r e o G r u p o :

S e c r e t a r i a d o

Presidente (Portugal): [email protected] 1º (França): [email protected]

Vicepresidente 2º (Espanha): [email protected]

[email protected]

DIRETOR CONCEÇÃO MAQUETAGEMCândido Vintém MARSIL - ARTES GRÁFICAS, Lda Cândido Vintém Alicia González Amorós

REDATORES IMPRESSÃOCândido Vintém Marsil - Artes Gráficas, LdaJean Claude Chrétien R.Central de Carvalhido, 374Egidio Ramondetti Moreira 4471-907 MaiaRuth Rebert e Christa Saia (Lisboa)Domingo Pérez Auyanet Tel: +351229416114Georges Vallade Fax: +351229417492

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P Á G I N A 3

EDITORIALA EUROPA PRECISA ESTAR UNIDA

A edição deste número do nosso boletim acontece num momento em que a Europa se confronta com mais alguns desafios de muito difícil solução e para os quais parece não ter capacidade de resposta.

Como a União Europeia ainda não consegue falar a uma só voz, os acontecimentos nas suas fronteiras (ou longe delas) não têm uma resposta eficaz.

Os acontecimentos na Ucrânia (à porta da União Europeia), num país que se prepara para fazer parte desta União, vieram demonstrar que o entendimento entre os diversos países que a constituem não é fácil. A História ainda tem muito peso e a tomada de decisões em nome da Europa é sempre condicionada por ela.

Em recente visita aos países Bálticos que fizeram parte da antiga União Soviética (Estónia, Letónia e Lituânia) tive a oportunidade de tomar contacto com os sentimentos destes povos. Posso afirmá-lo sem grande dificuldade que, especialmente na Lituânia, o que se está a passar na Ucrânia é seguido com muita atenção e bastante apreensão.

Mas a atuação decidida e forte da União Europeia (ou o seu contrário…) é também patente nas medidas que estão a ser tomadas pelo Ocidente face às ameaças sentidas em terras mais distantes – Afeganistão, Síria,…

O que se verifica é que há um país que toma a liderança no tratamento de todas estas questões (Estados Unidos) e alguns dos países Europeus, de forma mais ou menos desordenada, vão assumindo posições individualistas sem que os restantes Estados sejam ouvidos na tomada de decisões decisivas para a União Europeia.

Só quando os dirigentes da “distante Europa”, isto é, de Bruxelas ou de Estrasburgo, tiverem a coragem de assumir uma posição forte, global e autónoma, considerando as especificidades do “Velho Continente”, poderemos falar de uma União Europeia de facto.

O sentimento de pertença a um espaço decisivo na vida da Humanidade, como a História bem documenta, terá de ser definidor de uma Europa Unida que todos desejamos.

Creio que a nossa geração, como protagonista de um legado histórico que dramaticamente nos ensinou onde nos leva a desagregação do “nosso espaço”, pode servir como fermento para que a União Europeia seja uma realidade social forte e não apenas económica.

Os nossos Euroencontros, onde livremente manifestamos as nossas opiniões e produzimos conclusões e atuações consensuais, é um exemplo da forma como as instituições europeias deveriam funcionar, transformando uma Europa de retalhos numa Europa Unida.

Cândido VintémPresidente do Grupo Europeu

Mesa presidencial da Assembleia

Assembleia Geral Plenária

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P Á G I N A 4

Parece-me difícil, ou mesmo impossível, retroceder vinte anos no tempo até ao nascimento do nosso Grupo Europeu. Também tenho de mencionar todos os homens e mulheres, europeus convictos, que atuaram com persistência e empenho para conseguir alcançar os nossos objetivos em tão pouco tempo. É por isto que vos peço que sejam benevolentes comigo.

Assim, vou limitar-me a recordar-vos os acontecimentos importantes que marcaram estes 20 anos e também vamos recordar aqueles que deixaram um rasto indelével na vida do nosso Grupo.

Este ano celebrámos o nosso vigésimo Euroencontro, mas o certo é que o Grupo Europeu nasceu em Bruxelas em Junho de 1993. Durante a primeira Assembleia Geral, o nosso grupo adotou a “Carta Europeia de Aposentados”, entregue por André Coutant, Presidente Fundador da Federação Francesa, a diferentes personalidades da Comissão Europeia. Foi uns anos antes, em 1987, durante a Assembleia Geral de Pensionistas e Aposentados Espanhóis, reunidos em Santiago de Compostela, que se colocou em marcha o processo de criação de uma Associação. Mais adiante, a 12 de Novembro de 1988, adotou-se em Madrid, pelo impulso de Francisco Bernabéu Penalva, Presidente da Federação de Aposentados e Pensionistas Espanhóis, a “Declaração de Madrid”, uma proposta de documento fundador do Grupo Europeu.

Espanha, Portugal, França e Bélgica confirmaram o dito compromisso durante uma reunião em Saragoça, em Junho de 93. O nosso grupo nasceu pela vontade, a lucidez e a perseverança de alguns homens, os nossos fundadores. Destacamos em particular os primeiros presidentes, Francisco Bernabéu Penalva e José Lidón Meseguer pela parte de Espanha, Roger Miraglio e André Ségur pela parte de França, o secretário Rafael da Cruz Marques de Portugal e o tesoureiro Raoul Maelstaf da Bélgica.

Pouco tempo depois, pudemos observar uma importante evolução do nosso Grupo com a iniciativa de dois grandes presidentes. Cada um com as suas qualidades, carisma e vontade, guiaram o Grupo até novos horizontes, tendo marcado o nosso futuro destino: Pepe Lidón e Pepe López.

José Lidón Meseguer acedeu à presidência em ISDABE durante o Euroencontro de 1998. Foi um homem que deu forma ao Grupo e à imagem deste; artesão da evolução que fez que hoje nós sejamos um grupo reconhecido a nível Europeu. Ele foi o criador tenaz do desenvolvimento moderno do nosso grupo, ao mesmo tempo que nos dotava de estruturas específicas e eficazes capazes de preparar o futuro. Para ampliar a participação nas reuniões, até àquele momento limitada aos membros fundadores, criou os Euroencontros, um grupo de trabalho mas ao mesmo tempo distendido. É o “homem motor” dos Euroencontros. Imediatamente compreendeu a importância do diálogo e com a ajuda de Diego Carrasco, professor de tradução e interpretação da Universidade de Alicante, com seus alunos, começaram a traduzir os textos que se apresentavam no Euroencontro. Em 1999, durante o Euroencontro que teve lugar juntamente com o Congresso Internacional da UNESCO, o Grupo promove a “Declaração de Alicante”, que estipula de forma clara que os direitos dos reformados são iguais aos das pessoas ativas. O humanismo de José Lidón, o seu talento para negociar e sobretudo a sua generosidade serviram-lhe para conhecer muitos amigos no seio dos Reformados Europeus. Em Abril de 2002, em Peñíscola, cedeu a presidência a José Roberto López e foi distinguido como o primeiro Presidente honorário do Grupo Europeu. A 9 de Outubro de 2010, Pepe Lidón faleceu deixando a lembrança de um enorme presidente que conseguiu modernizar o nosso Grupo.

Após isso, José Roberto López Martínez substituiu-o depois de ter sido tesoureiro desde o ano de 2000 até 2001. Em 2005

tornou-se o vice-presidente executivo, a cargo da difícil responsabilidade da gestão conceptual, administrativa e contabilidade, assim como o sector relacional. Em 2008 assume a Presidência do Grupo. Pepe, como o conhecemos de forma amistosa, traz ao Grupo um impulso novo, baseado no rigor, na pesquisa e numa evolução controlada. Sempre foi fiel ao passado e aos objetivos dos fundadores e reconduziu o Grupo até aos objetivos europeus, partilhando connosco as suas preocupações. Destacamos em particular a nossa adesão definitiva à AGE, a plataforma Europeia de Pessoas Idosas que se encontra em Bruxelas e a criação do GET (Grupo de Estudo e Trabalho). Entregou-se de corpo e alma ao Grupo; não baixou a guarda nem sequer quando esteve hospitalizado e muito débil por culpa da doença que, de forma inevitável, lhe tirou a vida. No princípio do ano de 2011, Pepe López deixou-nos, oferecendo-nos como herança a vontade de construir uma Europa social e humana ao serviço dos cidadãos. Uma Europa para todas as idades, ancorada firmemente na defesa dos mais desfavorecidos e, em particular, das pessoas idosas. Através desta herança, temos de fazer prova de vontade para continuar a sua obra.

Da mesma forma temos de citar todos aqueles que têm marcado a vida e a evolução do nosso Grupo com os seus ideais. Penso, por exemplo, no nosso amigo italiano Franco Salza, que, junto com Pepe López, assegurou a presidência do Grupo de 2005 até 2007. Levou a cabo de forma voluntária, uma pesquisa minuciosa do que tem de ser o Grupo no seio duma Europa, segundo o seu ponto de vista, completamente imprescindível. Tudo isto, unido à sua mente aberta, foi o que marcou a sua presidência. Teríamos gostado de o ter entre nós neste vigésimo aniversário.

Há outros responsáveis que deram toda a sua energia e as suas competências ao serviço do nosso Grupo e que têm marcado assim, com o seu dedo, a evolução deste: Vihhelm Lemchen pela Suécia, Cyriel Vanden

SE A HISTÓRIA DO GRUPO EUROPEU NOS FOSSE CONTADA

Assembleia Plenária

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Ameele pela Bélgica, Barry Ingham pelo Reino Unido, António Serra por Portugal e Arline Easson pela Escócia e também Antonio Orts, secretário durante muitos anos. Cada um deles aportou o lado humanista de que o Grupo precisava. Lembremo-nos também, de forma particular, de Barry Ingham, membro do conselho desde 2006, pelas suas perguntas, as suas interrogações, as suas críticas, a sua forma de falar franca e a sua opinião particular sobre os problemas, através do seu passado como sindicalista. Ele tem acompanhado e influenciado a evolução do nosso Grupo. Queremos que saiba, quando ler estas linhas, quanto lamentamos a sua ausência neste Euroencontro.

Nesta referência histórica do nosso Grupo, merece um lugar o meu privilegiado amigo francês Jean Vauriot, sempre muito unido ao nosso Grupo, no seio do qual assumiu a responsabilidade de Vice-presidente desde 1998 até 2004. Não só trouxe ao Grupo dinamismo, competitividade e a sua opinião sobre os problemas a que tínhamos de fazer face, mas também as numerosas facetas dos prismas da sua cultura de forma intelectual. Estes últimos anos temos gostado muito das suas apresentações e conferências nos Euroencontros. Ficarão na memória, por exemplo, momentos como o da tarde sobre Federico García Lorca e o ano passado em França, em Collioure a sua evocação do poeta revolucionário espanhol, António Machado.

Em 2011 em Olbia, Sardenha, como assim quis Pepe López nos seus últimos momentos, apenas uns dias após o seu falecimento e a pedido de José Barberá Blesa e Diego Carrasco, aceitei a presidência do nosso Grupo, depois de ter desempenhado a função de Vice-presidente desde 2005.

Se tivesse de conservar alguns pontos fortes do meu mandato, ficar-me-ia pela modificação dos estatutos que permitiu a adesão direta ao Grupo. A partir desse momento, autorizou-se a adesão direta das Caixas Regionais Espanholas, depois de dois anos de negociações que levaram à demissão da Federação Espanhola. No entanto, esta modificação dos estatutos autorizou da

mesma forma, a presença na Assembleia de delegados dos nossos colegas: Ruth Rebert pela Alemanha (membro convidado com voz consultiva desde 1996), Egidio Ramondetti (Itália) e Domingo Auyanet (Espanha), podendo debater livremente. Outra das modificações importantes foi a criação duma presidência rotativa, limitando o mandato do presidente a três anos. Finalmente demos um ar moderno aos nossos Euroencontros quando introduzimos a interpretação simultânea em seis línguas em todas as reuniões, assim como nas assembleias plenárias, com um diálogo/debate entre a sala e os diferentes comunicadores. Assim sendo, conseguimos seguir em contacto com a plataforma AGE em Bruxelas. Desenvolvemos da mesma forma a informação periódica, estabelecendo uma secretaria permanente à disposição das associações e federações, uma missão que confiei à Alicia, a nossa nova secretária que tem cumprido e cumpre, de forma muito competente e com devoção, esta delicada missão.

Muito obrigado pelo teu trabalho e empenhamento, cara Alicia.

Estes arranjos estruturais devem permitir que se mantenha a coesão de que precisamos mais do que nunca, para aperfeiçoar e continuar a obra de agrupamento em torno dos valores que têm constituído o epicentro da nossa ação desde há duas décadas.

Em 2013, em Tossa de Mar, respeitando o princípio da presidência rotativa, o meu amigo Cândido Vintém, tomou as rédeas do Grupo. Sabemos que podemos apoiar-nos na sua boa vontade, nas suas competências e no seu dinamismo para conduzir o Grupo até aos novos objetivos, até aos novos sucessos. E ele também sabe que pode contar com a adesão dos membros do Conselho: Paco, Antonio, Cremilda, Francis e eu mesmo.

á que temos, mais que nunca, a imperativa necessidade de participar nos momentos em que nos reunimos, na definição da Europa que queremos. É uma Europa para todas as idades, conforme aqueles princípios que guiaram os nossos pais fundadores do grupo.

O prémio Nobel concedido em 2013 à União Europeia é um elemento de recuperação que parece dizer: não esqueçam de onde vêm! Temos de olhar para esta distinção como um apoio, como uma lembrança dos europeus que somos. Ainda que tenhamos de fazer face às dificuldades da vida diária, a situação não deve ocultar o caminho que já percorremos. “A Europa conceber-se-á entre as crises e será a soma das soluções que encontrarmos para estas crises”, afirmava o escritor francês Jean Monnet nas suas memórias.

No Congresso francês de Lille expus uma questão fundamental: em 2050, continuará a Europa capaz de defender e promover os seus valores, as suas ideias e os seus interesses? Ou pelo contrário, ter-se-á resignado a ser uma potência regional subempreiteiro da economia dos outros, sendo, no pior dos casos, uma simples consumidora de produtos fabricados ou concebidos pelos outros? Esta é uma questão fundamental! É simples, direta e interroga-nos tanto a nós como às gerações futuras. Para o nosso Grupo Europeu, membro da plataforma Europeia AGE, a nossa mensagem é clara: Temos de construir uma União Europeia para todas as idades. Com pragmatismo e lucidez, o nosso Grupo Europeu pode afirmar hoje que a defesa e o interesse nacional já não podem ser simplesmente nacionais. A União dos europeus não é uma opção, mas antes uma necessidade vital para valorizar, contar, proteger e respeitar.

Como conclusão, convido-os a um momento de reflexão sobre o logótipo do Grupo: uma gaivota voando sobre a sigla estilizada da Europa. À imagem desta ave, migratória mais fiel ao seu ponto de partida, temos de saber abrir-nos ao dia de amanhã e às outras nações, outras caixas ou outros bancos, dando uma imagem de Europa como a imagem que dá o poeta francês Marcel Proust: “O mar tranquilo, onde flutuavam gaivotas dispersas como corolas brancas”.

Jean Claude CHRÉTIEN1º Vice presidente do

Grupo Europeu

GET e convidados

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CONCLUSÕES SOBRE O TEMA DISCUTIDO NO XIX EUROENCONTROTOSSA DE MAR 2013

COMO SAÍRÁ DA CRISE E QUAL SERÁ O PAPEL DOS APOSENTADOS NO FUTURO?

INTRODUÇÃO

Como foi reconhecido durante o debate no Euroencontro de Lisboa, a crise que afeta a Europa já desde o ano de 2008 teve origem na especulação imobiliária que levou à sobrevalorização dos ativos dos bancos, tornando-os “tóxicos”. Em determinado momento a “bolha imobiliária” implodiu levando à falência de alguns bancos importantes nos EUA – Lehman-Brothers – e também de alguns bancos em vários países da Europa.

Diremos que estes resultados são consequência das teorias de economistas liberais que levaram a que a política fosse submetida ao jogo do “livre mercado”. As teorias revelaram-se falsas e, com a desregulamentação do mercado financeiro e a má gestão dos responsáveis destes bancos, todo o mundo ocidental foi afetado.

Por outro lado, na Europa, o denominado “Pecado original do Euro” (isto é, a sua criação baseada em desigualdades entre países, com a presunção de que através da criação de uma moeda única se teria criado uma área economicamente homogénea) teve consequências muitas vezes dramáticas em alguns países com economias mais fragilizadas.

Com efeito, a generalidade dos países da “zona Euro” dá prioridade às aspirações nacionais e não às aspirações comunitárias, não havendo uma ideia clara de união de países o que levou ao agravamento das assimetrias económicas e sociais entre os vários países que compõem esta zona.

No momento de enfrentar a crise, foram desenvolvidas políticas de austeridade que levaram a que o homem comum pagasse o saneamento dos bancos através de maior desemprego, pior saúde, pior educação e mais emigração, em especial a partir dos países economicamente mais fragilizados.

Contudo, as medidas que a União Europeia tem vindo a tomar para fazer face à crise estão longe de lhe por fim.

COMO SAÍR DA CRISE?

► Mais investimento na economia real, produtiva, e modernização da mesma para estimular a economia da “Zona Euro”, reduzindo a dívida e a especulação financeira.

A Europa deslocalizou muita da sua indústria para zonas onde a mão de obra era mais barata mas não mediu as consequências dessa política e só pelo reinvestimento produtivo e sem especulação financeira poderá voltar a ter o peso que já teve no pós-guerra até aos anos 90.

► Extinção dos “paraísos fiscais”. O fim da evasão e da fraude fiscais só podem ocorrer se houver ação concertada em toda a Europa.

A existência de paraísos fiscais, que escondem e “lavam” dinheiro de origens bem conhecidas, através dos quais é fácil os especuladores e traficantes leva a fácil evasão e fraude fiscais. A sua eliminação só será possível através de uma ação concertada de todos os países, especialmente dos que os abrigam e deles também beneficiam.

► Fim do sigilo bancário e criação de mecanismos de intercâmbio automático de informações sobre investimentos de capital.

Ligado à questão dos paraísos fiscais, está o sigilo bancário e a liberdade que ele dá aos que movimentam capitais de forma ilegal. Seria necessária a criação de um sistema eficaz de intercâmbio de informações sobre os movimentos de capitais entre os vários países.

► Caminharmos unidos na renovação de uma União Europeia mais democrática, mais legítima, mais centrada nos cidadãos de forma a que eles se sintam europeus de pleno direito.

Por outro lado, a Europa dos cidadãos ainda não existe porque os mecanismos e instituições comunitários estão muito longe dos cidadãos e estes não sentem os problemas globais como seus.

► Europa para todos os países e pessoas mas respeitando as realidades culturais e históricas de cada um.

A “União Europeia” ainda não é uma realidade porque existem muitos egoísmos nacionais e mesmo fraturas sociais e culturais em algumas regiões da Europa que impedem a concretização dessa ideia de Europa para todos. Haverá que respeitar a história e a cultura de cada um dos países sempre com o objetivo de os unir mas não os massificar.

► Rápida convergência de políticas sociais e fiscais.

PAPEL DOS REFORMADOS NO FUTURO:

3 Grupo imprescindível para o futuro da Europa pois é o suporte para a geração anterior e para os jovens cada vez mais ameaçados pelo desemprego e a pobreza.

Os atuais reformados (geração sanduíche como somos denominados em muitos países) são cidadãos que dão suporte a gerações anteriores que sofreram as dificuldades da guerra e do pós-guerra e também à geração mais nova que está a sofrer as consequências da crise, com ameaças de desemprego e de empobrecimento. Somos nós, que transportamos ainda os valores solidários, que poderemos dar forma a uma Europa dos cidadãos.

3 Lutar contra a discriminação que os poderes instituídos que em alguns países nos impõem considerando- -nos como egoístas insensíveis aos esforços exigidos ao conjunto dos cidadãos.

GET

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As teorias liberais e neo-liberais estão a tentar cavar uma fratura entre a nossa geração e a dos nossos filhos dando-lhes a ideia de que nós estamos a viver muito bem e de que não queremos prescindir um pouco do nosso bem-estar para que eles possam viver melhor. Tal não é verdade e os bens materiais acumulados durante uma vida de trabalho estão, de facto, ao serviço dos nossos filhos seja através do apoio financeiro que lhes damos seja através da boa gestão que fazemos desses bens para que eles possam vir a utilizá-los no futuro.

3 Envelhecimento ativo = “Não somos um peso para o país nem para a Europa”. O “poder grisalho” tomando consciência do seu peso social e político pode ajudar a Europa a reerguer-se.

A idade não pode ser um fator de afastamento dos cidadãos relativamente ao futuro da Europa. Os seniores são a maior percentagem de cidadãos europeus. Temos a experiência de muitos anos de trabalho e de sofrimento. Por isso, se tomar em mãos os desafios que se colocam à Europa, o “poder grisalho” pode aportar novas forças para que a Europa se reerga.

3 Trabalho em tarefas adaptadas, sem limite de idade e voluntariamente. Os mais idosos serão um fator importante na transmissão da cultura das empresas para os mais jovens.

Uma boa percentagem de cidadãos, quando se reforma, seja aos 60, aos 65, aos 67 ou aos 70 anos, ainda tem energia e capacidade para transmitir a “cultura de empresa” às gerações mais novas. É claro que haverá algumas tarefas que exigem qualidades que nós já não temos mas uma gestão criteriosa será uma mais-valia para as empresas e instituições.

3 Voluntariado seja no setor social seja no da saúde criando uma “economia social” em benefício de toda a comunidade.

Embora não trabalhando nos setores tradicionais, os seniores têm capacidade e estão disponíveis para continuarem a produzir bens e serviços no que se denomina já como “terceiro setor”, ou seja, na “economia social”. Ela deve ser dirigida ao bem-estar de todos os cidadãos.

3 Solidariedade intergeracional, com apoio mútuo entre diferentes grupos

etários para construção da sociedade que permita a todos darem o seu contributo de acordo com as suas necessidades e capacidades em favor do progresso económico e social comuns.

A Europa só poderá ultrapassar a crise se acabar com a clivagem virtual entre “velhos” e “novos” e colocar as capacidades de todos ao serviço de todos de forma a conseguir o progresso económico e social dos seus cidadãos.

3 Formação contínua seja no ensino convencional seja nas chamadas “Universidades Seniores”.

A passagem à situação de “reformado” não pode ser considerada como o fim da necessidade de formação. Pelo contrário, a maior disponibilidade de tempo deverá ser aproveitada para melhorar a formação nas áreas onde não foi possível fazê-lo anteriormente.

Há cada vez mais alunos seniores nas escolas tradicionais e o papel das chamadas “Universidades Seniores” é fundamental pois elas transmitem ensinamentos de forma muitas vezes pouco “académica” mas sempre muito eficaz.

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No EUROENCONTRO trabalha-se… O nosso XX Euroencontro decorreu em ambiente de festa, com visitas culturais muito interessantes mas, para muitos dos participantes, estes também foram dias de trabalho, como é habitual. O período escolhido (02 a 09 de Maio) coincidiu com uma vaga de calor na Andaluzia, o que é normal por esta zona.

É verdade que o ambiente de Fuengirola não é muito convidativo ao trabalho mas havia assuntos importantes para discutir. O calor e a praia não impediram que se trabalhasse durante estes dias.

Foram realizadas as reuniões do Conselho de Administração, do GET (Grupo de Estudos e de Trabalho) e as Assembleias Geral de Delegados e a Plenária (esta com a participação de todos os interessados).

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Logo no sábado, dia 3, reuniu-se o Conselho de Administração composto pelos novos elementos eleitos em Tossa de Mar.

Na abertura, o Presidente propôs que fosse guardado um minuto de silêncio de homenagem à nossa querida companheira Arline Easson (Reino Unido) que acompanhou e participou ativamente nos nossos trabalhos durante muitos anos e de cujo falecimento só tivemos notícia tardia.

O Secretário António Díez fez a leitura da ata de Tossa de Mar, que foi aprovada.

O Vice-presidente Francisco Ramirez fez a apresentação da situação financeira e do orçamento para o ano de 2014. Ambos os documentos foram aprovados por unanimidade.

O Presidente Cândido Vintém apresentou o relatório de atividades durante o último ano. Também deu nota do pedido de adesão ao Grupo Europeu apresentado pela delegação italiana, tendo a mesma sido aceite por unanimidade. Assim, Itália ficou com direito a um Delegado à Assembleia.

Em função da recomposição do seu número, houve necessidade de eleger novos Delegados. Foram eleitos:

Portugal (Orlando Santos - Carlos Garrido – José Ribeiro Gonçalves – Mendes de Almeida); França (Jean Wojtiuk – Jean Yves Martin – Jacques Hubert - Michel Pageault); Espanha (Domingo Perez Auyanet – José Garcia Villa – José Almela Alcázar); Itália (Egidio Ramondetti); Alemanha (Ruth Rebert – convidada).

Os Delegados eleitos presentes em Fuengirola tomaram parte na reunião da Assembleia que decorreu no mesmo dia.

GET

O Grupo de Estudos e Trabalho (GET) reuniu para análise, discussão e aprovação das conclusões sobre o tema debatido em Tossa de Mar (COMO SAIRÁ A EUROPA DA CRISE E QUAL SERÁ O PAPEL DOS APOSENTADOS NO FUTURO?). A reunião decorreu no dia 5.

Depois de um interessante debate entre os membros do GET, que enriqueceu as conclusões que resultaram das comunicações dos vários Delegados e Conferencista convidado presentes em Tossa de Mar, foi elaborado o documento-síntese.

Este documento, depois de traduzido para as várias línguas, será apresentado pelo Presidente durante a Assembleia Geral da Plataforma AGE que irá decorrer em Bruxelas entre os dias 2 e 4 de Dezembro. Ele será integrado nos documentos a entregar pela Plataforma AGE ao Comissário para os Assuntos Sociais da União Europeia.

Porque há interesse em acelerar a apresentação dos nossos documentos à Plataforma AGE no decorrer dos trabalhos da sua Assembleia Geral de cada ano, em 2015 o GET vai trabalhar sobre os documentos das conclusões dos Euroencontros de Fuengirola (2014) e de La Corunha (2015).

ASSEMBLEIAS

As duas Assembleias previstas (de Delegados e Plenária) decorreram nos dias 3 e 7 de Maio.

Na Assembleia de Delegados estiveram presentes os Delegados eleitos pelas respetivas delegações nacionais. Também foram convidados a estar presentes o Senhor Pietro Venturino (Itália) e Senhora Shirley Gylee (Reino Unido).

Nesta Assembleia foram discutidos os temas sobre os quais se debruçou a reunião do Conselho de Administração.

No dia 7 de Maio realizou-se a Assembleia Plenária com a presença de um número muito grande de participantes. Foram apresentadas as comunicações das várias delegações nacionais sobre o tema deste Euroencontro - Por uma União Europeia para todas a idades. O conferencista convidado (Henrique de Melo, de Portugal) também falou sobre este tema e sobre a sua experiência profissional enquanto diretor de pessoal do maior banco português.

A opinião geral aponta no sentido de as instituições europeias terem de prestar mais atenção à “geração de ouro” pois ela (nós!!!) é imprescindível para que a Europa continue a ser uma referência em termos sociais. Foi reafirmado o papel que a nossa geração ainda tem capacidade para desempenhar, nomeadamente através da formação contínua e do voluntariado.

A plateia teve oportunidade de debater estes assuntos de forma muito participada e todos reconheceram, no final, que trabalhámos bem neste Euroencontro de festa.

Cândido Vintém(Presidente da Direção do GEPCB)

Mesa da Presidência da assembleia Plenária

Assembleia Plenária

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O EMPREGO EM ESPANHA

Falaremos primeiramente da evolução do desemprego a partir do ano de 2011 no qual o número de desempregados, segundo o Inquérito à População ativa do quarto trimestre, o estabeleceu em 5.273.600, aproximando-se a taxa de desemprego aos 23% (22,85%, o dobro da média da União Europeia). A taxa de desemprego juvenil tocava os 50% (48,60%). O emprego destruído em Espanha desde o quarto trimestre de 2007 era de 2.669.400 empregos e a percentagem de trabalhadores precários alcançava os 25%, um dos mais elevados da União Europeia.

A taxa de desemprego no fim de 2012 atingiu a cifra de 5.965.400 (26% da população ativa espanhola) segundo o INE.

O aumento do desemprego em 2012 ultrapassou as previsões do governo para os gastos em subsídios de desemprego. Até Abril do referido ano o gasto ascendia a 10.721 milhões de euros, cerca de 3,64 mais do que no mesmo período do ano anterior.

No primeiro trimestre de 2013, o desemprego atingiu a sua pior marca, superando pela primeira vez o valor de 6.2000.000 desempregados.

Se nos transportarmos no tempo, concretamente à Idade Média, o problema do desemprego como o entendemos hoje não existia, no entanto havia desocupados, os que não trabalhavam eram tomados por preguiçosos ou vagabundos. No seu livro “Idle Hands” (Mãos paradas) o professor John Burnett explica que até ao século XIX muitos analistas ingleses comparavam os desempregados principalmente com os inadaptados e malteses que dormiam ao relento e deambulavam pelas ruas.

A “descoberta” do desemprego teve lugar nos finais do século XIX, princípios do XX. Formaram-se comissões governamentais especiais para o estudar e resolver, como a Comissão Especial da Câmara dos Comuns britânica para tratar da “Consternação por falta de emprego” de 1895. O desemprego tinha-se convertido numa epidemia.

A consciencialização deste problema cresceu drasticamente sobretudo depois da primeira guerra mundial. Esta guerra tinha eliminado o desemprego mas, no início dos anos vinte, o mundo ocidental passou por sucessivas recessões que culminaram na “Grande depressão” que a partir de 1929 sacudiu as economias industrializadas do mundo inteiro. Depois da segunda guerra mundial muitos países conheceram um novo auge económico e o desemprego diminuiu visivelmente. Por isso é muito possível dizer-se que a origem do atual problema do desemprego remonta a meados dos anos sessenta. O mercado laboral sofreu outro descalabro em consequência da crise petrolífera dos anos setenta. Como consequência do elevado nível de informatização produziram-se despedimentos em massa. O desemprego começou a propagar-se mesmo entre o pessoal administrativo, que no passado se considerava seguro.

Existem quatro tipos fundamentais de desemprego: Estrutural; cíclico, friccional e monetário. Em economias periféricas e em setores que sofrem períodos de baixa e alta atividade (agricultura, hotelaria, …) podemos considerar um quinto tipo – o desemprego sazonal.

O desemprego estrutural corresponde tecnicamente a um desajustamento entre a oferta e a procura de mão de obra. Esta classe de desemprego é mais perniciosa que a sazonal e a friccional, porque não depende do tempo mas sobretudo da capacidade de absorção de força de trabalho que tem o capital constante, cuja acumulação promove um aumento de produtividade da força de trabalho e um maior desemprego estrutural.

As principias características que alertam para um desemprego do tipo estrutural são:

* Desajustamento sustentado entre a qualidade e características da oferta e da procura;

* Desadaptação do conjunto dos agentes económicos no que respeita à economia externa e a incapacidade de o mercado interno esbater essa diferença;

* Obsolescência demonstrada de um modelo produtivo determinado.

Desemprego cíclico: Este tipo de desemprego ocorre ciclicamente, coincidindo geralmente com os ciclos económicos e as suas consequências podem levar países com instituições débeis à violência e, finalmente, à desobediência civil. Um caso de desemprego cíclico foi a crise mundial de 1929.

Desemprego friccional: O desemprego friccional, por rotatividade e busca, e o desemprego por desajustamento laboral devido às discrepâncias entre as características dos postos de trabalho e dos trabalhadores, aparecem mesmo quando o número de postos de trabalho possa coincidir com o número de pessoas dispostas a trabalhar. Refere-se aos trabalhadores que vão de um emprego para o outro para melhorar a sua vida. O seu desemprego é temporário e não representa um problema económico, é relativamente constante.

Desemprego sazonal: É aquele que varia com as estações do ano devido a flutuações sazonais da oferta ou da procura de trabalho. Fala-se de desemprego sazonal, por outro lado, para nos referirmos ao que é ocasionado pela procura flutuante que existe em certas atividades como por exemplo a agricultura.

Desemprego de longa duração: Considera-se um desempregado de longa duração a pessoa inscrita como em busca de emprego, de forma ininterrupta, durante um período superior a um ano.

Desemprego aberto: São pessoas que não trabalharam durante a semana de referência, procuraram ativamente emprego, quer dizer que realizaram ações concretas para obter um emprego e que estavam disponíveis para trabalhar de imediato. Não ter trabalho:

procurar ativamente trabalho e estar disponível e disposto a trabalhar.

POLÍTICA FISCAL E EMPREGO

A forma como a política fiscal afeta o desemprego é um tema complexo pelo que é necessário ponderar cuidadosamente os efeitos do incentivo e desincentivo a que leva a intervenção do setor público. Por exemplo, um sistema de prestações por desemprego bem concebido não só proporcionaria uma rede de proteção à população como também, para além disso, permitiria aos trabalhadores dedicarem mais tempo à procura de emprego mais produtivo. No entanto poderia, ao mesmo tempo, prolongar a duração do desemprego, o que teria efeitos secundários sobre o potencial de produção da economia porque os trabalhadores que se encontram numa situação de desemprego sentem uma depreciação do seu capital humano.

As possíveis desvantagens das prestações sociais observam-se com mais clareza nos seus efeitos sobre a oferta de factor trabalho. Com frequência menciona-se o pagamento incondicional de prestações por desemprego como um dos principais fatores que desincentivam a procura de emprego.

As últimas estatísticas mostram-nos como o emprego no turismo em Espanha aumentou 5,8% durante o segundo trimestre do ano de 2014. A taxa de desempregados neste setor situa-se em 9,2 ponto abaixo da média da economia nacional que se situou nos 24,5% no segundo trimestre do ano. Há um ano, essa taxa nacional situava-se nos 26,1%.

O número de empregados ligados ao setor aumentou 5,8% entre março e junho até superar os 2,2 milhões de trabalhadores – 123.105 a mais. No segundo trimestre correspondiam a 12,8% do total do emprego na economia espanhola. As atividades turísticas contavam com 2,6 milhões de trabalhadores no ativo, valor superior em 2,9% há de um ano, com 74.045 de ativos a mais.

O emprego turístico nos arquipélagos continua a ser a chave das suas economias já que 24,7% dos ocupados nas Canárias e 26,2% nas Baleares trabalha no turismo, ambos acima da média nacional que se situa em 12,8%.

Domingo Perez AuyanetPresidente da Associação de Reformados da Caixa

Insular de Aforros das Ilhas Canárias

Tradutores em trabalho

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O PAPEL DAS PESSOAS IDOSAS NA NOSSA SOCIEDADE

A nossa sociedade é uma sociedade de pessoas idosas: há muitos idosos mas poucos recém nascidos uma vez que os casais jovens têm cada vez menos filhos. Hoje, ser “ancião” é muito diferente do que era antigamente. Os sessentões, que antigamente eram considerados anciãos já não são vistos da mesma forma e, graças ao bem-estar geral, a melhores condições de vida, vivem com plena energia, muitas vezes bem integrados na realidade quotidiana, no trabalho e na família, de tal forma que a sua experiência se converteu num apoio fundamental para o desenvolvimento da sociedade.

Hoje, uma pessoa idosa apresenta-se mais jovem, mais dinâmica, mais ativa.

A velhice passou a ser a fase mais alargada da vida: é uma “nova geração”.

As pessoas na faixa de idade compreendida entre os 65 e os 80 anos gozam de melhor saúde do que no passado e, cada vez mais, estão também em boa forma psicológica, já que mostram um comportamento que antigamente correspondia a pessoas entre os 50 e os 55 anos.

O que em tempos foi a “terceira idade” hoje pode dividir-se em duas fases baseando-se em duas situações diferentes: uma é a das pessoas idosas ainda com energia e juvenis e a outra a dos que caminham para a “quarta idade”, já que o seu estado de saúde sofre de uma leve decadência, a sua mobilidade vê-se reduzida e já não são capazes de viver de forma autónoma.

Uma grande parte dos que chegam à idade da reforma encontra-se em boas condições físicas e económicas e tem capacidades muito variadas, nas quais, na maioria das vezes, cumprem um objetivo adiado até esse momento, um sonho. O período da “reforma” passa a ser um tempo de que dispõem completamente e que pode gerir da melhor maneira possível.

As análises socioeconómicas ressaltam quão úteis podem ser as pessoas idosas para a sociedade e o papel que se lhes deveria atribuir.

A questão das pessoas idosas é uma das mais importantes mas, enquanto se valoriza a produtividade, a juventude ou a mudança constante das tendências e das

modas, não se têm em conta os idosos que, habitualmente, não conseguem adaptar-se tão rapidamente.

Os avanços científicos e económicos deram como resultado um prolongamento da vida, mas é necessário dar-lhes um contributo concreto para que possamos aproveitar ao máximo estes anos “oferecidos”.

Necessitamos de uma nova cultura das pessoas idosas que considere o aumento da esperança de vida como um fenómeno que não se pode comparar com nenhuma outra experiência vivida pelo homem ao longo da sua história. As pessoas idosas têm de converter-se em protagonistas ativos de um futuro que está por construir para si mesmos e para as futuras gerações e não podem colocar-se à margem porque seria injusto e intolerável.

Há pessoas idosas que vivem a sua idade com orgulho, por um lado aceitando tranquilamente os limites e, por outra, convictos da riqueza que a sua idade transporta. Têm muita energia humana, espiritual e cultural, capacidade e competências para colocar ao serviço de todos.

Está a mudar aforma de considerar os idosos. Em muitos casos mudou a forma de os encarar, do interesse que suscitam. Compreende-se que, sem eles, a vida social perde muito em humanismo, empobrece-se perdendo a memória e os valores do passado.

A nova imagem do ancião tem que atingir ainda a consciencialização social que, em parte, o Ano Europeu para o Envelhecimento Ativo e da Solidariedade Intergeracional de 2012 acabou por não divulgar.

É necessário colaborarmos juntos, obter uma união entre a geração dos que concluíram o ciclo laboral e a dos jovens ativos.

As pessoas idosas dedicam as suas forças sobretudo ao voluntariado: um setor muito alargado onde a dedicação se concentra especialmente no campo social, com atividades sem objetivo de receber nada, solidárias e benévolas que trazem um grande benefício para a comunidade.

As pessoas idosas são uma autêntica e importante fonte de “energia renovável”, são um recurso para a economia e para a sociedade. Ser “recurso” significa ser consciente de si mesmos mas, sobretudo, sentirem-se reconhecidos e valorizados pela sociedade.

Podem colaborar na comunidade como apoio às pessoas mais frágeis, como por exemplo as crianças ou até mesmo a pessoas idosas em situações mais extremas; podem trazer um contributo muito importante no aproveitamento de bens comuns, desde a cultura até ao meio ambiente. Podem participar de forma útil nos museus, bibliotecas ou parques e podem tomar parte ativa no ensino aos mais jovens dos conhecimentos sobre as tradições e nos conhecimentos ligados ao passado.

As pessoas idosas também têm de fazer-se ouvir e, sobretudo, as suas petições devem ser escutadas na sociedade e nas instituições que devem acolhê-las e satisfazê-las na medida do possível, tendo em conta a grave situação económica que atravessa a União Europeia.

É necessário empreender ações e programas sociais a favor dos nossos idosos, com o objetivo de promover o apoio das responsabilidades familiares, o desenvolvimento dos vínculos sociais intergeracionais, a recuperação das tradições culturais ligadas à experiência e às memórias e a recuperação das áreas urbanas não utilizadas ou subutilizadas para facilitar o agrupamento da comunidade.

Egidio RamondettiDelegado à Assembleia

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EUROENCONTRO 2014 - ANDALUZIA É sempre um grande prazer para nós assistir como convidadas aos Euroencontros anuais dos reformados europeus e consolidar as amizades fruto de estes 20 anos.

Foram uma surpresa formidável os saquinhos de alfazema confecionados pelas senhoras portuguesas por ocasião do dia da Mãe, assim como o CD “XX Aniversário do Grupo Europeu” ao qual Alícia dedicou muito trabalho e esforço. Agradecemos à direção, de todo o coração, esta recordação inolvidável.

No início de maio, 220 participantes procedentes de Itália, Espanha, Portugal, França, Inglaterra y Alemanha reuniram-se em Fuengirola, na Costa do Sol, para esta semana bem organizada.

O tema do Euroencontro foi: “Por uma União Europeia para todas as idades”. Na assembleia geral, os delegados dos diversos países expuseram os seus pontos de vista:- A exigência para superar todos os

problemas que enfrentamos é manter a paz na Europa. Exige-se uma política transfronteiriça para jovens e idosos.

- “Todos estamos no mesmo barco”.- Combater o desemprego assim como

fomentar e educar as pessoas de todas as idades são a máxima prioridade.

- A dignidade humana e a personalidade individual devem manter-se e deve-se proporcionar uma ampla participação na vida social.

- Os vínculos familiares e sociais, assim como o voluntariado são aspetos importantes para o futuro.

- Para combater a pobreza na velhice na Europa são necessários os planos de pensões privados.

O conferencista português Henrique de Melo recebeu um enorme aplauso pelo seu discurso. Através do debate ativo entre todos os participantes, com a ajuda competente dos intérpretes, no final da Assembleia geral conseguiram-se esclarecer melhor os diversos temas.

Soubemos que a Federação espanhola se tinha desvinculado do Grupo Europeu. Lamentamos muito esta decisão sobretudo porque, em 1993 em Bruxelas, Espanha foi o iniciador e membro fundador do Grupo Europeu.

Durante 20 anos, os Presidentes espanhóis Francisco Bernabéu, Pepe Lidón, Pepe López, o presidente italiano Franco Salza e o Presidente francês Jean Claude Chrétien dirigiram o Grupo Europeu com paixão e calor humano.

O nosso atual Presidente português Cândido Vintém e a agência Viajes Transvia com Santiago e Amparo elaboraram com muito carinho um maravilhoso programa.

A nossa primeira excursão levou-nos a Málaga capital da Andaluzia.

A partir da fortificação do Castelo de Gibralfaro, o monte do farol, tivemos uma primeira impressão da cidade e dos seus arredores.

Durante o nosso passeio pela parte antiga, passando pela casa onde nasceu Picasso, o Teatro Romano e a Alcazaba, chamaram-nos a atenção as numerosas cruzes feitas de flores vermelhas. As associações e comunidades religiosas colocam-nas na cidade por ocasião da “Festa das Cruzes” (3 de maio).

Ao visitar a Catedral ficámos a saber que a sua construção demorou 250 anos e, no entanto, a obra nunca foi concluída. Prescindiram da segunda torre uma vez que o dinheiro destinado à construção foi utilizado para ajudar os Estados Unidos na Guerra da Independência, em 1776.

A verdadeira obra-prima da Catedral é o coro com as suas cadeiras e as 103 figuras esculpidas.

Em Granada passámos um dia inteiro. O bairro mais bonito da cidade é o antigo bairro de Albaicín em cujas intrincadas ruelas e casas ainda se respira o ar da Granada muçulmana. Dali apreciámos umas magníficas vistas sobre a Alhambra e a Serra Nevada.

Visitámos o Mosteiro da Cartuja fundado em 1516. O interior da igreja foi desenhado no século XVII num exuberante estilo barroco com fantásticos frescos no teto na nave da igreja assim como abundantes ornamentos em estuque e peças em talha de marfim, prata e madeira de mogno na sacristia.

Depois do excelente almoço no hotel “Ma Nazarines” continuámos a visita na impressionante Catedral, a casa do arcebispo. A igreja de cinco naves insere-se no conjunto dos edifícios mais importantes do país construídos no estilo renascentista. A fachada da “Capilla Mayor” decorada com esculturas, assim como as capelas nas laterais fazem parte dos elementos mais impressionantes da igreja. Na Capela Real situada junto da Catedral repousam os restos mortais do rei espanhol Fernando e da rainha Isabel de Castela.

No dia seguinte explorámos com o nosso guia Raffael a parte antiga de Marbella. Passeámos pela “Plaza de los Naranjos” onde está a Câmara Municipal, o parque com a “Virgen del Rocío” e chegámos à Avenida do Mar onde estavam expostas 13 estátuas de Dalí.

Passando pela residência e pela mesquita do rei Saúd fomos depois a Puerto Banús o exclusivo porto náutico dos “belos e ricos”.

A segunda excursão de dia completo levou-nos até Córdova, a terceira cidade mais importante para os Muçulmanos depois de Bagdad e Constantinopla. Em pleno centro encontra-se o monumento mais significativo

da cidade, a Mesquita-Catedral. Logo que se entra na mesquita invade-nos a sensação de pisarmos um lugar único e sagrado que se estende em todas as direções. Mais de mil pilares de mármore e granito vermelho e branco dominam o interior. No coração da mesquita encontra-se o cruzeiro gótico com o altar principal em mármore. O “mihrab” um nicho octogonal com uma cúpula esférica rica em ornamentos com forma de concha representava o portal simbólico que levava a mais além. No lugar do minarete encontra-se hoje o campanário. Outro tesouro de Córdova é a sinagoga medieval de 1315 que se encontra escondida no complexo labirinto de ruelas e pátios do bairro judaico. Nesse dia também desfrutámos de um almoço muito saboroso no restaurante “Las Palmeras del Caballo Rojo”.

Pela tarde visitámos a adega mais antiga da Andaluzia, as “Bodegas Alvear” em Montilla e depois da visita guiada provámos os deliciosos vinhos.

A aldeia de Frigiliana fica situada na comarca de Axarquía. Graças ao seu clima suave, esta zona montanhosa na parte oriental de Málaga é especialmente conhecida pelos vinhos doces, as uvas maturadas ao sol e o açúcar de cana. Em Frigiliana ainda se podem encontrar essas típicas ruelas estreitas e casas brancas decoradas com flores, uma caraterística emblemática da região. Depois de subirmos a pronunciada encosta desfrutámos de umas vistas de sonho.

Do Balcão da Europa, em Nerja, um miradouro que se encontra no alto de uma falésia sobre o mar, também tivemos umas maravilhosas vistas sobre a costa heterogénea.

Depois de uma pequena paragem no porto desportivo de Benalmádena fomos a Mijas. Durante o passeio pelas pitorescas ruelas da parte antiga chegámos ao museu de arte contemporânea que alberga uma importante exposição de cerâmica de Picasso.

Uma pequena capela dedicada à Virgen de la Pena, padroeira de Mijas, foi esculpida na rocha. Antigamente os burros serviram aos habitantes de Mijas como meio de transporte. Hoje, os burro-táxis são uma popular atração turística.

Esperamos que a cooperação solidária numa Europa unida continue durante muitos anos mais e que possamos chegar a celebrar juntos o 25º aniversário do Grupo Europeu.

Muito obrigadas e até à vista!

Ruth Rebert y Christa SaiaCórdova

Bodegas Alvear

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RECORDAÇÕES DE FUENGIROLA

POEMA

Lá do sexto andarComo do “sétimo céu” ...

A imensidão súbita,A embriaguez de mar aberto,

A neves eternas viaLá na Sierra distante.

Doce praia douradaOnde nos bronzeamos em maio,

E o Castillo “Sohail”,Em vigilância benevolente,

Ao nascer do sol,Já deslumbrante ...

Fuengirola“Villa Blanca”,

Fuengirola “a branca”,Anfitriã luminosa!

Hoje, como ontem,É para nós domingo.

Fuengirola “sensível”,Fuengirola “de amor”,Torna a nossa estadia,

Nos seus momentos de calmaDe convivialidadeE de rica amizade,

Como as tuas ondas tranquilas,Azuis, indeléveis.

A ti FuengirolaA ti mil “obrigados” ...Como nós o dizemos

Também infinitamente,Aos nossos vizinhos amigos

- Primas e primosDo Mundo Europeu -Artesãos laboriosos

No final de vida estudiosos,Companheiros agradáveisDos nossos dias felizes ...

Tu fizeste de nós,Ontem e hoje,

Amanhã e para sempreFelizes Aves do Paraíso ...

Fuengirola, 6 e 7 de Maio de 2014.

ADAPTAÇÃO LIVRE DO POEMA “SOUVENIRS DE FUENGIROLA” de Georges VALLADE

(Membro da Delegação francesa)

Castelo Sohail

Boas-vindas no Hotel

Grupo Francês

Jantar de despedida

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27ª ASSEMBLEIA NACIONAL DA FEDERAÇÃO FRANCESA

A Federação Nacional dos Reformados dos Bancos de Poupança de França realizou a sua 27ª Conferência em Brive la Gaillarde de 16 a 18 de setembro, a convite de Christian Verdier, Presidente da Região de Auvergne e Limousin, presidida por Michel Pageault Presidente Nacional, também membro da Assembleia de Delegados do nosso Grupo Europeu.

A Direção e o Conselho de Administração reuniram na quinta feira dia 16 para tratar das questões que dizem respeito à Federação: as adesões, a mútua de saúde, as pensões e as relações com os aposentados dos Bancos Populares.

No final da tarde, os 200 delegados foram recebidos na Câmara Municipal de Brive pelo Sr. Vice-Presidente, no decorrer de um cocktail.

Na sexta feira dia 17 foi realizada a Assembleia Geral com a participação dos delegados das 18 regiões de França, representando os 6.000 membros da Federação. Os problemas de atualidade foram discutidos com a assistência.

Ao concluir esta Conferência, a Comissão de resoluções adotou cinco resoluções que servirão como um roteiro para o trabalho da Federação em 2015.

1. A comunicação: Continuar os nossos esforços para conseguir mais adesões à nossa Federação através de uma comunicação constante e permanentemente renovada.

2. A Mútua BPCE e o contrato ASV (Proteção da Saúde): Os aposentados estão muito comprometidos com o espírito mútuo, mas eles pedem que os preços evoluam de maneira controlada, mantendo como base a solidariedade entre gerações, opondo-se aos abusos e práticas comerciais das seguradoras. Eles exigem que o futuro contrato “dependente” que vai ser proposto seja acessível a todos.

3. Relações com as Associações dos Bancos Populares: Fazer avançar as relações com as Associações de aposentados dos Bancos Populares, nosso parceiro no Grupo BPCE (Bancos Populares / Bancos de Poupança) porque unidos, nós somos 11.000 aposentados.

4. Solidariedade e questões nacionais, em particular:

• Conseguir rapidamente uma lei sobre a “dependência”.

• Criação de um crédito de imposto sobre os prémios de saúde.

• Reintrodução de uma dedução de impostos sobre as pensões dos aposentados que criaram três filhos ou mais.

• Manter o poder de compra das nossas pensões.

5. Apoiar o Grupo Europeu, participar nos seus trabalhos, divulgar informações e garantir a nossa presença nas Assembleias Gerais anuais.

GRUPO EUROPEU

Falando em nome do Grupo Europeu, eu li uma mensagem do nosso presidente Cândido Vintém, retido em Portugal. Na sua mensagem, o Presidente insiste em que somos uma geração-chave responsável por preservar os valores que fortalecem as nossas sociedades. Ele acredita que estas reuniões de aposentados são importantes porque são propícias à reflexão, mas também porque que fortalecem a unidade e a amizade entre todos.

Depois fiz um breve relato sobre o 20º Euroencontro realizado em Fuengirola, perto de Málaga, em Espanha, recordando o tema discutido no plenário - “Uma Europa para todas as idades“. De seguida tracei um esboço do programa do próximo Euroencontro a ser realizado de 17 a 24 de Abril de 2015, em La Coruña, na Galiza. Esperando a participação significativa de representantes dos sete países membros do Grupo, não deixei de mencionar que temos a necessidade urgente de promover, em todos os lugares onde temos assento, uma Europa para todas as idades, porque hoje a União dos Europeus não é uma opção, mas uma necessidade vital.

PLATAFORMA AGE

Em conclusão, eu lembrei a nossa adesão e participação nos trabalhos da AGE - Plataforma Europeia das Pessoas Idosas, que inclui 28 países. Salientei que a Assembleia Geral será realizada de 2 a 4 de Dezembro, em Bruxelas, e nosso Presidente Cândido Vintém vai levar as conclusões aprovadas no nosso GET (Grupo de Estudos e de Trabalho).

Jean Claude CHRETIENVice-presidente do Grupo Europeu

Presidente da Federação Francesa

Mesa da Presidência

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X X I E U R O E N C O N T R O A C O R U N H A ( G A L I Z A ) - 1 7 A 2 4 D E A B R I L D E 2 0 1 5

O nosso Euroencontro de 2015 vai decorrer na região Noroeste da Península Ibérica – a Galiza. Iremos trabalhar e descansar na Corunha, num dos hotéis mais emblemáticos de toda a Espanha – o Hotel María Pita.

Depois de termos conhecido a cultura muçulmana muito marcada na Andaluzia, vamos à Galiza e esta é provavelmente a região espanhola onde mais fortemente se cruzam as culturas célticas e ibéricas. Vamos ter oportunidade de conhecer a sua excelente gastronomia, a música tradicional, as paisagens sempre verdes e o seu mar por vezes tão belo e por vezes tão traiçoeiro. A religião também fará parte do nosso itinerário, pois estamos em terras de Santiago.

Como é habitual, teremos as reuniões de trabalho do Conselho de Administração, da Assembleia de Delegados, do Grupo de Estudos e Trabalho (GET) que irá preparar a síntese das conclusões do tema discutido em Fuengirola (“Por uma União Europeia para todas as idades”) e também a Assembleia Geral Plenária, onde serão apresentadas as comunicações de cada país sobre o tema proposto e onde todos poderão expressar livremente a sua opinião.

Vamos conhecer a cidade da Corunha, com a sua torre-farol de Hércules (Património da Humanidade), os museus mais variados, a sua belíssima baía, o Domus e também María Pita (que dá o nome ao hotel onde vamos alojar-

nos). Na sequência do Euroencontro de Fuengirola, vamos cruzar-nos com Pablo Picasso que também viveu nesta cidade.

As “Rías Altas” são um dos ex-libris da Galiza. Em jornada de dia completo vamos conhecer a beleza não só das terras mas também do mar. Em Ferrol vamos visitar o bairro da Magdalena, um dos melhores exemplos de construções no estilo neoclássico, com edifícios modernistas. Depois, vamos até Cedeira, um dos portos de pesca mais importantes da Galiza, onde iremos almoçar. Ainda nesse dia visitaremos Santo André de Teixido, onde nos espera uma capela no estilo gótico-barroco à volta do qual existe uma lenda que termina por “quen non vai de vivo a Santo Andrés vai de morto, convertido en réptil”. Mesmo não acreditando em lendas, o melhor é irmos visitar a capela…

Santiago de Compostela é um dos locais onde os católicos e os não católicos se sentem bem. O culto ao Apóstolo sente-se em todo o lado e a chegada de um grupo de peregrinos é um momento inolvidável. Vamos visitar a sua Catedral, a Praça do Obradoiro, as ruazinhas estreitas e as construções características da cidade. Trata-se de uma jornada de dia completo e ao almoço poderemos ter alguma surpresa…

Betanzos (a cidade dos cavaleiros, por ser uma das principais cidades medievais galegas) já foi cidade de

residência da aristocracia galega. Os seus palácios, a torre do relógio do século 16 e as suas muralhas vão receber-nos para nos mostrarem as suas belezas.

Em Pontedeume vamos poder passear pelas ruas medievais e constatar como a família Andrade (senhores medievais com enorme poder na região) conseguiu fazer desta localidade o ponto mais importante da região galega. No dia previsto para a visita decorrerá a tradicional feira medieval e aí teremos oportunidade de ver como se faziam as trocas comerciais na época. Depois visitaremos o Pazo Mariñan - conjunto declarado como património histórico-artístico em 1972. Neste “pazo” são dignos de visita os jardins e também o vinho nele produzido é digno de uma nota especial.

Outras surpresas poderão ser acrescentadas a este primeiro esboço de programa no sentido de dar maior proximidade às tradições, cultura e gastronomia galegas.

Com esta informação prévia apenas queremos que marque na sua agenda as datas de 17 a 24 de Abril de 2015 para poder estar presente no XXI Euroencontro e reencontrar os amigos de vários países.

Esperamos por si na Galiza.

Cândido Vintém (Presidente); Jean Claude Chrétien e Francisco

Ramírez Munuera (Vice-presidentes)

La Corunha

La Corunha

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Voltaremos a encontrar-nos na Corunha, em Abril de 2015

Viagens Transvia e Organização

Equipa de tradutores e o professor Miguel Tolosa

Grupo Espanhol

Grupo Francês

Grupo Alemão

Grupo Português

Jantar de Encerramento

Grupo Italiano