UNIVERSIDAD ANDINA SIMON BOLIVAR

Maestría en Estudios de la Cultura

2do Trimestre Año lectivo 2007 - 2008

Historia, Memoria e Identidad

Prof. Guillermo Bustos

El Archivo “Rosales”

La memoria colectiva en imágenes fotográficas

Alex Schlenker

Quito, marzo, 2008

La noche cae.

Y cae con ella una estrella en la memoria.

El día está hecho

para la desmemoria,

Pero la noche, la susurrante noche,

Abre su párpado al recuerdo.

No conozco dos seres Que odien tanto la memoria:

El día y las polillas.

El día porque pasa espoleado

por las horas del hombre. Y las polillas,

porque entran en la casa

Y mordisquean el tiempo de los libros.

Juan Manuel Roca

Ciudadano de la noche, 2004

Day by day and almost minute by

minute the past was brought up to date.[…] All history was a

palimpsest, scraped clean and re-

inscribed exactly as often as was necessary.

George Orwell

“1984”

*Imágenes página anterior: secuencia de retratos “foto carnet” tomadas en el Foto

Estudio Rosales. ¿Quién se tomaba fotos de este tipo y para qué?

Int roducción

En e l a ño 2006 se ve nd ió en Ibar r a, e n la s i e r r a nor t e de l Ec uad o r, e l

inm u eb l e en e l q ue v iv ió a lo la r go de su vid a e l fo tó gr afo M i gu e l Á n ge l Rosa les y

en e l qu e adem ás func io nó por v ar ias d écad as su Fo to E s t ud i o R o sa l e s . E s ta ve nt a

a rr o jó a l a c a l le cer ca de d iez ca jas co n a prox im ada m e nte 3 0 . 000 im áge nes e n

p la c as de v id r io , ne gat ivo s y fo t os im pr esa s e n pa pel . L as im á ge nes – t om ad as por

M igu el Á n ge l Rosa les ( 0 3. VI I. 19 02 – 14 . V. 19 94) y su h i jo Wil so n (1 7. II I . 193 0 –

19. X II .2 002) ent re f i nes d e la d éc ad a de l 20 e in ic ios d e lo s 70` s - a s er r e t ir ad a s

por e l s e rv ic io m u nic ip a l de re co le cc ió n d e ba sur a fue ro n “r esca t ad a s” y ba jo la

cons id er ac ió n de q ue se t ra tab a d e “ im á ge n es h is tó r ica s” e n t r egad as a la age nc ia

ha sga en Q u it o par a su re cup er ac ión, c o nse rv ac ión y s is t em at iza c ió n.

E l pr ese nt e tr ab a jo bu sca d esar r o l la r e n la pr im er a p ar te u na re fle x ió n

fu nd am e nt a l p ar a ent e nder la capa c id ad – apar en tem e nte inh er ent e - de u n ar c hi vo

fo to gr áf ic o – y e n es te caso de l A rc h i v o R o sa l es - p ar a s erv ir com o fuen te h is t ó r ic a

en e l p r oceso de r ecor d ar y o to r gar s en t ido a d e t er m inad os m om ento s de la v id a

soc ia l de una com u nid ad . Es t a p re gun ta – aunqu e ap ar e nt em e nt e o bv ia – im pl ic a

re vis a r los p r esu pue s to s q ue o to rga n u n car ác t er h is t ó r ico a c ie r t os do cum ento s p or

e l s im p le hec ho d e s er ant i guo s 1. E n es t e en sa yo in t e nt ar é desc r ib i r los e lem e nto s

cu l tu ra les e ic o no gr áf icos qu e ha n dad o lu ga r a es ta co nc epc ión c as i i ncu es t io nab le

de la “o b je t i v idad de la im a ge n fo t ogr áf ic a” . E n la s e gund a p ar te d esar r o l la r é la s

cond ic io nes – m ater i a le s , t eó r icas y m et odo ló gi cas – a s e r tom ad as e n cu e n ta a l

desar r o l la r e l t r ab a jo de in ves t i ga c ió n en un d e ter m in ado ar ch ivo fo to gr áf ico , e n

es te caso e n e l A rc h i v o R o s a l e s . E s te ensa yo fo rm ular á u na ser ie d e p r egu nt as d e

aná l is is v isu a l y de co nte n ido s para ap ro x im a rse a ent e nd er e in te rp r e tar la im a g e n.

A sp ir o pr o poner a tr av és de d is t in to s e jem pl os la ne c es id ad d e desa rr o l la r y

ap l ic a r una apro x im a c ió n cr ít ic a a las im á gen es e n te nd id a s com o h is tó r icas . U na

“d is ta nc i a m eto do ló g i ca” q ue p r op onga u na le c t u r a r ea li zada desd e “ los m árge ne s

de la im a ge n” p ar a po der “c on ecta r” y c ruz ar a la im age n con o t r as fu e n tes

h is t ó r icas . D e es t a m a ner a s e p od rá d e ter m in ar l a s i gn i f i ca c ió n h is t ó r ic a d e la s

im á ge nes fo to gr áf ic as de l A rc h i v o R os a le s y d e o tr os a r ch i vo s fo t ogr áf icos en l a

re cons t r uc c ió n de la m e m o r ia co l ec t iva .

1 En la presentación previa del presente trabajo surgieron observaciones que ubicarían a la pregunta sobre la utilidad de un archivo como evidente y cercana a lo obvio. Aún así, no se ha encontrado en los trabajos de investigación a través de los cuales se han recuperado archivos fotográficos una reflexión a este esencial punto de partida. Para la mayoría de autores la imagen presupone “veracidad realista y objetiva”, ver POOLE, D. , Fotografía, fantasía y modernidad, Revista Márgenes # 8, Sur, La Casa del Socialismo, Lima, 1991.

el cul to a la imagen

Es f r ecue nt e e scuc har q ue “ un a i m ag e n d i c e m á s q ue m i l p a la b ra s ” . U n lu g a r

com ún q ue le a t r ibu ye a la im ag e n co nd ic io nes o b je t i va s i nne gab les e

inc ues t io nab le s , d e inm e nsa u t i l id ad p ar a las c ie nc ias so c ia le s de l s i g lo X X .

D eb or a h Po o l e cons id er a a la fo t ogr af ía “ la pr im er a tec no lo gía q ue int r od u jo la

pos ib i l ida d pr ác t ic a de pr o du cir im áge ne s visua les r ea l is t as basa das en los

pr inc ip io s m od er nos de la o b je t i v idad c ie n t í f ic a” 2. Lo “r ea l” s e d espr ende de la

capa c id ad q ue la im age n fo to gr áf ic a t ie ne p a r a re g is t r ar u na p or c ió n d e re a lid ad e n

una r ep r ese nt ac ió n qu e e l o jo hu m a no co ns ider a com o “ id é n t i ca” a l o r ig ina l . A l

re sp ec t o Poo le cons id e ra q ue “ la s fo t ogr af ías fuer on a cep t ad as c om o im pr es io ne s d e

la r ea l id ad p r od ucidas p or una m á qu i na ” . 3 La f ide l id ad d e l acon t e c im ie nt o pa sado ,

con ge l and o e l t iem po en la im agen , es r eaf i r m ad a p or la c r ee nc ia ge ner a l iza d a segú n

la cua l la im a g en ( h is t ó r ica) r ecr ea e l h ec ho t a l co m o se d io . E sa fe e n e l tes t im o nio

v isu a l es dep os i tad a en la cá m ar a y e nt e nd id a c om o t es t igo “ f ie l” d e l m om e nto .

A cep tar s in cu es t io nam ien to s aq uel lo s co nc ep t os s egú n los cua les la im a ge n

h is t ó r ica es la r ea l ida d his tó r ic a , im pl ica a d ec i r d e F r anc isco Pér ez G u zm á n qu e se

“cor r e e l g r an r ies go de caer e n i ne xa c t it ud es que condu cir á n a fa ls a s

int e r pr e t ac io nes y s e t r ansm it ir án conoc i m ie n to s desv ir t uad os” . 4 La r ea l ida d

ex is t i r ía e nt onc es indep e nd ie nt em e nt e d e nue s tr a conc ie nc i a , a espe ra d e l su je to q ue

la “co no zca ” y p os t er io rm e nt e r e tr a t e . La r ea l ida d se ent end er ía co mo f i ja , e s tá t ic a ,

ún ica y p or lo t ant o as ib l e , ap r ens ib l e y ob v iam e nt e re p r oduc ib l e . N o hab r ía por lo

tan to p or qué d ud ar d e lo q ue la im a ge n m ue s tr a . La cám ar a fo to gr áf ica re t r a t a r ía –

espec íf ic am e nt e “ r epr o du cir ía ” – d ic ha r ea l i dad . E nt r e e l so po rt e fo t oq u ím ico y la

re a l idad se hab r ía ent o nc es om it id o un a m ed iac ión fu nda m e nta l : la d e l fo t ógr afo .

Se es t ab l ece as í un p ac t o t ác i to e nt r e la i m age n – de m a ner a esp ec ia l su

re a l ism o y v er ac id ad - y qu ie n pos t er io rm e nte obser va su r epr ese nt ac ió n im pr esa . E l

t iem p o qu e tr a nscur r e ent r e e l p r im er o y e l s egu nd o m om e nt o no in f lu ye d e m a ner a

a lgu na e n d i cho p r o ceso . Pued e ser una fo t o i ns t a n tá nea im p r esa esc asos m inu t o s

desp ués d e po sar a nt e e l le n te , com o u n d agu er ro t ipo to m a do e n la s egu nd a m ita d

de l s i g lo X IX y apr ec iad o a in ic ios de l te r cer m i le nio . La r ea l ida d ha s id o de t e n id a ,

2 POOLE, D. , Fotografía, fantasía y modernidad, Revista Márgenes # 8, Sur, La Casa del Socialismo, Lima, 1991, p. 113. 3 Ibíd. 4 PÉREZ GUZMÁN, F., La imagen como historia. La fotografía como fuente de información en la Guerra de Independencia, en ALLINDER, J., AMADOR, J., BARCIA ZEQUEIRA, M., CAMPUZANO, L. Historia y Memoria: sociedad, cultura y vida cotidiana en Cuba, 1878-1917, Centro de Investigación y Desarrollo de la Cultura Cubana Juan Marinello, La Habana, 2003, p. 155.

suspe nd ida e n es t a nue va r ea l id ad qu e lo s bord es de la fo to e nm ar ca n a hor a . Q uie n

m ira u na fo to s e i nse r t a en e se ins t an t e c on ge l ado po r e l fo tó gr afo . La fo to ,

cons id er ada co m o a nt igu a po r que fue t om ad a hace 4 0, 60 o 10 0 año s , con te ndr í a e n

e l ár ea e nt r e sus bor d es p or c io ne s de una “ re a l idad h is t ó r ic a” q ue ha s id o

re pr od ucida y e x t r a ída d e aqu el t iem po q ue par a lo s o b je t os re t r a t ado s c ont i nuó s in

tr egu a . La h is t or i a e s ta r ía en to nce s p re se nt e e n e s ta nu e va r ea l id ad as ib le : la im a ge n

fo to gr áf ic a . Ta l pr esu pu es to ha s ido inscr i to e n e l b i no m io cog n ic ió n / r epr o duc c ió n

desd e e l qu e op er a la fo to gr af í a , em ula n do la ap r ox im ac ió n ra c io na l is t a a la

re a l idad . A ún as í , u na m ir ad a m ás d e ta l lad a sobre la im a ge n im p li ca a cep t ar q ue

e l la - aunqu e te nga una in f i n i tu d d e vo ces , h is t o r ias y s i gn if ic ado s qu e de e l la s e

despre nde n – no hab la por s i m ism a. U na im age n d e te rm i nad a e n m anos d e

d ife r e n te s “ lec t o r es” p r o duc ir á una i nf i n it ud d e lec t u r as e in te r p re tac io nes d is t i nt as ,

de eso no c ab e d ud a .

¿Q u ié n p ue de en to nces es t ab lece r e l s e nt id o ú l t im o , la in te r p re tac ió n exac ta ,

la l ec t u r a in fa l ib l e de l su ceso de l q ue la im age n i nt e nt a da r cue nta ? ¿E s p os ib l e

ha ce r es t a lec tu ra e xc lus i vam e nte d esde la im age n m ism a y s in n in gu na o t r a fu ent e

que m ed ie en d ic ho pr o ceso ? ¿ E s r ea lm e nt e tan o bv io lo q ue ve m o s e n una im age n ,

com o par a em peñ ar i nco nd ic io na lm e nte la ac ep t ac ión d e la p r e t ens ió n de ver da d qu e

la im a ge n por t a?

i m a g e n # 2 : “ par a pre s iden te ” , Fo to Es tu dio Ros ales

5, 1 9 5 6( ? )

5 En la gran mayoría de imágenes es imposible determinar si las mismas fueron producidas por Miguel Ángel o su hijo Wilson, por ello se uso como indicación de autoría Foto Estudio Rosales.

¿Q u ié n es so n las pe rso nas qu e e n l a im age n # 2 p ar ece n ap o yar la c and id a tu r a

pr es id e n c ia l de Raú l C lem e nte Hu er ta? ¿Por qu é h a y ni ño s y m u jer es en e l ce nt r o de

la co m p os ic ió n y ho m b r es a lr ed edo r d e e l las ? ¿ Los ho m b r es y m uj er es de es t a fo to ,

a qué es t ra to so c ia l r em ite n? ¿ A pa r t ir de sus r asgo s f í s ico s , s e r á pos ib le as i gna r los

a u na c lase soc ia l o a u n gr up o é t n ico d e te rm inado ? ¿ Q ué sab em o s d e Huer t a a

par t i r d e es t a im age n?

La s p r e gu nt as qu e po dam os ha c er le a u n ar ch ivo fo t ográ f ico t ie ne n un locu s

de t erm i nad o . Se p r e gu nt a d esde u n t ie m p o y u n lu gar e spec íf ico s . Inte rp e lam o s ,

int e r r og am o s y e scud r iña m o s a l co n ju nt o de im ág e ne s d esde nu es t ro p r es e nt e y

desd e nu es t ra r ea l id ad so c i a l, esp ac i a l e h is t ór ica . C ont em pl ar un a im a ge n – por

n ít id a o d e ta l l ada q ue e s ta s ea – no o per a a p art ir d e l i nt e nt o d e inc lu ir no s en u na

re a l idad qu e la im a gen p r e t e nd a r ecr ear o r epr o du cir . N o bu scam os ser pa rt e de la

im a ge n e n un i nt e nt o por invo car lo s ins t a n t es r e t ra tad os pr e v io s a l a e le cc ió n p ar a

pr es id e nt e d e ha c e va r ias d écad as . Cu a lqu ie r inte nt o p or penet ra r la im a ge n com o

espac io a s er hab it ado por nue s t r a ad m ir ac i ón per sona l ha c i a u na é poc a “pé rd id a ”

dev ie n e ev ide nt em e nt e en una nos t a lg ia de un t iem p o ext in to y e n a lgu no s caso s

a jeno , nu nca v iv id o po r qu i en l ee la im a ge n, a l go qu e a l p ro ceso de h is to r iza r u na

de t erm i nad a m em or ia ap or t a poco .

¿Cor r espo nd e aca so “pa r a p res i d e n t e ” a la épo ca pr e v ia a las e lecc io nes d e

195 6? ¿Có m o se p ue de leer ho y – a p ar t i r de d ic ha im a ge n - e l in te nt o d e l D r.

Huer t a por l le ga r a la p re s ide nci a de l E c uad o r ? ¿Cóm o r eacc io nar ía n sus s e gu id or es

tr as la der r o t a p or u n escaso 0 ,5 %? 6

La im age n fo t ogr áf ic a a lb er ga u na dob le po s ib i l id ad p ara su int e r ro gat o r io .

Po r u n lad o es t án aq ue l lo s que ca p t a n en su i nt e r io r b id im e ns io n al esp ac ios y

t iem p os “a je no s” a lo s d e su pr op ia ex is t e nc ia i nt e r pe la nd o ún ic am e nt e “ lo p asad o ”

en la im a ge n ( la m a ner a de ve s t i r d e los ho m br es , m uj er es y n i ño s d e la im a ge n, e l

ges t o d e ap o yo a l p ar t ido l ib er a l, lo s a f ic hes , et c . ) . E l A rc h i v o R os a le s co nt ie n e

im á ge nes que pue de n da r r esp ue s ta a cua lq u ier ob ser vad or inte re sado : r as gos

v isu a les d e la ve s t im e n ta de la épo ca , espa c io s , t ipos de cons t r uc c io nes , eve nt os

soc ia les , car ac ter ís t ic as de la r e l ig io s id ad , e t c . Ta les im ág e ne s re m ite n a u na

m em or ia co le c t iv a , e n es tr ec ha r e la c ió n c o n d e t erm i nad os m ar cos so c ia les co m o la

fam i l ia , la ig l es ia , las r epr ese n ta c io nes de gé ner o , lo s eve nt os púb l ico s , en t r e o t ro s .

Es t a ap ro x im ac ió n pr esc ind ir á e n m a yor o menor gr ad o de la r e la c ió n q ue e l

observ ado r t e n ga con la r eg ió n , lo s p r o t ago n is tas ( no m bre s , car go s , e tc .) y la s 6 El Proceso Electoral Ecuatoriano (Quito: Tribunal Supremo Electoral-Corporación Editora Nacional, 1989), pp. 136-137. En http://www.nd.edu/~amejiaac/oldsite/Capitulo1.pdf, p. 58.

fec has a la s q ue las im á ge nes pu d ier an r em it i r , l le va nd o a la im a ge n a c om par t ir e l

espac io “un iver sa l” o neu t r o re ser vad o a ot r as t an t as im á ge nes d e la épo ca 7.

Cua lqu ier per so na pu ede enco n tr ar u na co ns ider ab le ca n t idad d e de t a l le s

“h is tó r ico s” e n la im a ge n “ pa r a p re s i d en t e ” , y e l lo s i n s iq u i er a co noce r la r eg ió n o

la his to r ia d e l E cu ado r.

N o es m i int e nc ió n desp o jar a la im a ge n d e su car ác t er docu m e nta l m et a -

tem por a l. E s im po r t ant e e nt e nder que t od a im a ge n a lbe rga u na ca nt id a d de

info rm ació n de ép oca – va l iosa e i nt e r esa n te p ar a cua lqu ier “ lec t o r ” . A ún as í , cab e

am p li a r la le c tu r a de la im a ge n – c on p re ten s io nes h i s tó r icas - a aq ue llo s ot ro s que

ent re laz ado s e im br ic ad os a tr av és de es t re c has r e l ac io ne s d e per t ene n ci a a u n

de t erm i nad o espa c io c o n sus r espec t i vo s m om ent os his tó r ico s , descu br en a tr av és de

un pr oce so d e r e - cons t r uc c ió n d e t erm i nad os e lem e nt os qu e r e la c io na n con s u

re a l idad his t ó r i ca y soc ia l i nm ed ia t a . U na co mu nid ad i nt e r pe la a una im a ge n o a u n

ar ch i vo d esde y hac ia su esp ac io - tem po r a l idad espec í f ic a . U n pr oce so qu e m á s a l l á

de qu er er en te nder s im plem e nt e c óm o se ar t ic u la ba e l m und o en t a l o cua l m o m en to ,

s e p la nt e a la búsq ued a de r esp ues t as s i gn i f ic a t i vas y p o t e nc ia les pa ra su pr ese n te 8.

La r e la c ió n con la im ag e n p ar te d e de ter m in ar c on c la r idad qué e s lo q ue se d esea

s aber ( y par a qu é) de l a r ch ivo y d e aq uel lo qu e en e l m ism o se r epr ese n ta . U na

fu ent e no e s fue nte h is t ó r ic a c om o ta l , s ino has t a que sea in te rp e l ada de sde un locu s

espec íf ic o y co n u na i nt e nc ió n de t er m i nad a . La im ag e n no im po ne lo q ue ser á

re cor da do . La s p re gu nta s so n la s q ue co nv ier t e n a la im a ge n en m em or ia y a l

a r ch i vo en fue n te .

la fotografía como mediación

Si la im a ge n es en te nd ida co m o una “ por c ió n” de r ea l id ad , e l fo t ógra fo

que dar ía r ed uc ido a un s im p le o per ad or de l a t ec no lo g ía i nvo lu cr ad a en e l p r oceso .

La cá m ar a o bed ece a de ter m in ado s p r oceso s sub je t ivos ( encu adr e , com po s ic ión ,

exp os ic ió n, fo co , s ecue nc ia , e t c . ) q ue de term ina n las car ac t er ís t ic as f i na le s

(c ont r as te , ni t ide z , te xt u r a, r it m o , e t c .) de la fot ogr af ía . La im a g e n no ex is t e com o

fr agm e nto d e re a l idad a s er apr e he nd id o y co mo t a l indep e nd ie nt e a l ac t o

7 La imagen en este caso solamente apelaría a documentar los rasgos visuales de un determinado período. La simple constatación de que una época anterior tuvo otros rasgos visuales que la caracterizaban no implica necesariamente una historización de la memoria, en esta caso visual. 8 Perteneciente a las teorías de D. Ausubel, “Significativo” se aplica en esta caso a aquello capaz de dar significado, de otorgar sentido a lo que se aprende o conoce; a su vez “potencial” apela al valor y a la importancia que dicho entendimiento produzca en la manera actual y futura de ver nuestro entorno. Para más ver AUSUBEL, D., Adquisición y Retención del Conocimiento: Una Perspectiva Cognitiva, Paidós, Barcelona, 2002.

fo to gr áf ic o . L a fo to fra f ía es co ns t r u id a a t ra vés d e l p r oceso de m ed iac ió n ent r e e l

fo tó gr afo y la r ea l id ad / su r ea l id ad . Y e xa c tam e nte en es t a m e d ia c ió n – cu ya

s ign if i ca nc ia m a yor s e oc u lt a p ar adó j ic am e nt e en la ap r ox im ac ió n su b je t iva qu e e l

fo tó gr afo ha c e a la r ea l id ad y no en la sup ue s ta ob je t i v idad c ie n t í f ica i nm an e nt e a l

in ve n to t ec no ló g ico – r ad i ca la u t i l id ad de l a r ch i vo fo t ográ f ico .

im a g e n # 3 , 4 , 5 : even tos m i l i ta res , re lig ioso s y soc i a les , A rchiv o Ro sale s , s .f .

Lo s p roceso s so c i a les , e du ca t i vo s , po l í t icos , d e c las e o e t n ia , ent r e o tr o s , q u e

de t erm i na n los “m odos de m ir ar ” ( y p or lo ta nt o de enc u ad r ar) de l fo tó gr afo son lo s

enca rg ado s de co nd ic ion ar la m ed ia c ión a la qu e aqu í no s r e f er im o s. Es im por t ant e

ent e nd er a la im a ge n, com o r esu lt ado sub je t i vo d e l p r oce so pe rso na l de la m ir ad a

hum a na 9. E n las im á ge nes # 3 , 4 y 5 vem os gen te ans ios a p or s er r e t r a t ad a . Se

ins i nú a un a u rg e nc ia p or m os tr ar se , po r s er v is t as . U na ne ce s id ad cor r esp ond id a por

e l ac t o fo to gr áf ico de qu ie n acc io na e l ob tur ad o r. En e se r ec íp r o co i nte ré s s e

insc r ibe n la m aner a de ver se a s i m ism o s y la m aner a en que se qu is ie ra s er v is t o

por ot ros .

La p re gu n ta ce ntr a l so br e la va l idez de l a r chi vo no p r e- ex is te e n la ide a

tan tas vec es r ep e t ida de qu e la im a ge n h is t ó r ic a es aq ue ll a q ue re pr ese n ta en e l

p la no v isu a l c ie r t os r asgos de un d e t erm i na d o m om ent o h is t ó r ic o ( un ifo r m es de la

épo ca , au to r id ades c i v i le s y ec les iás t icas , ves t im e nt a a la m od a , ve h ícu lo s

im por t ado s , e t c . ) . E l va lo r h is t ór ic o no se inscr ib e e n la r ea l id ad – “re a l” , au nqu e

tr ans c ur r id a - a la q ue la im a ge n ape l a , s ino en los d is t i nt os p r oceso s hum ano s ,

soc ia le s y aq u el lo s o t r os qu e a t r avés d e u na e xpe r ie n c ia “com par t id a ” d e la vid a

cond ic io nar o n la co ns t r u cc ió n d e d ic has m ira das fo t ogr áf i cas . L a pr e gu nt a r e le va nt e

no apu nt a hac i a “qu é” es r ep r esen t a do en la im a g en, s i no h ac ia “có m o” e llo e s

9 Miguel Ángel Rosales se desempeñó por décadas como pagador de la Empresa Nacional de Ferrocarriles del Estado, época en la que inició su actividad como fotógrafo de paisajes. Posteriormente trabajó como inspector del trabajo de Imbabura. Desde los años 30’s se desempeñó como secretario general del Partido Socialista Ecuatoriano en Imbabura. Futuras fases de investigación del presente tema deberán abordar la relación entre estas actividades y determinados rasgos de las imágenes.

re pr esent ad o . La p r egu nt a d e “qu é es lo q ue e l fo t ógra fo re t r a t ó” s e sus t i tu ye po r

“qu é es lo q ue e l fo tó gr afo v io / c re yó ve r ”. E nt e nder e s ta m e d ia c ió n perm it ir á

o t o rgar l e s en t ido a la m em or ia con te n ida e n l a im a ge n .

Rea l id ad ! m ed iac ió n fo to gr áf ic a ! Repr esen ta c ió n

E l fo t ógr afo o per a d esde u n p unt o d e te rm i na d o en e l esp ac io y e n e l t iem p o

de u na com un id ad . D e acue rd o a su o r ige n é t n ico , d e c lase , a su fe re li g iosa , su

f i l iac ió n p o l ít ic a , su e dad , sus gus t os , su s t em or es , en t r e o t ro s , s e r á i nc lu ido o

exc lu ido d e de t erm ina do s ev e n to s d e su com un id ad , s e a cer car á o a le ja rá d e c ie r t os

su je to s d e la c om un ida d y p or lo ta nt o “c en tr ar á” o “desc e nt r ar á” d e t er m inad os

ob je t os en su encu ad r e . E l or i gen , la pe r t en e nc ia y la s d is t in ta s r e la c ion es d e l

fo tó gr afo e n y co n su c om unida d co nd ic io n an la m a ner a de ver y po r lo t an to de

ret r a t a r su m undo , su en tor no y la s r e l ac io ne s soc i a les y de pr o du cció n – ya s ea de

ob je t os m ater ia le s o s im bó l icos – q ue e n e l m ism o e xis t e n . Au nqu e e l fo tó gr a fo s e

mu e va en d if e r en tes esp ac ios soc i a les y eco n óm ic os , su “e ncu adr e” oper ar á de sde y

ha c i a d e te rm inad os g ru po s soc ia les . L a fo togr af ía q ue hub ier a pr od ucido ex is t e a

par t i r d e aq uel lo q ue con f igur a las m aner a s d e v er e l m undo de l fo tó gr afo . La s

re lac io nes y e s t r uc tu ra s so c ia les de su e nt o r no , son r e- cod if ic adas en su s im á ge nes .

A pe lar a d ic ha na tu ra le za s im bó l ic a y e n es p ec i a l a su cap ac idad de s ign if i ca r, es

una m aner a im p or tan te d e i nt e r pe l ar a l a rc hi vo par a e n te nder e l mo m e nt o his t ó r ico y

las d is t i nt as co nd ic io nes e n q ue se pr od u jo la im age n.

imagen y memoria

La u t i l ida d “h is tó r ic a ” qu e en su m om ent o p ued e tener una im a ge n

fo to gr áf ic a e s i ndu da b le . Pa ra Pér ez G uz m án se t ra ta de un i ns t r um ent o “ú t i l par a e l

h is t o r iado r en su lab or d e de spe jar pr ob lem as qu e inc lu so los d ocu m ent os y o t ra s

fu ent es no co nt r ibu ye n a so lu c io na r. ” 10 Aunqu e es t a ap re c ia c ió n le ab r e a l a

fo to gr af ía la p os ib i l idad d e opera r com o fuen te h is t ó r ica – t a l com o o t ros

doc um ent os - la l im it a a “en tr ar en ac c ió n” cu a ndo ha ya n fa ll ad o la s fu ent e s

pr inc ip a les . La fo to gr af í a no ex is t ir ía e nt onc es com o fue n te h is t ó r ic a p or s i m ism a,

s ino com o au x i l io a aqu el las ot ra s q ue no logr an e l co m et ido d e l inv es t i gad o r. Le e r

una im ag e n im p l i ca com pr ender qu e e l la r i tu a l iz a lo c o t id i a no a t r a vés de su i n te n to

10 PÉREZ GUZMÁN, F., La imagen como historia. La fotografía como fuente de información en la Guerra de Independencia, p. 153.

por f i ja r la m em or ia . E n es t e a c to d e na t ur a l eza r it ua l r ec up er a p ar a e l fu t ur o

info rm ació n “so br e la s it ua c ió n e co nóm ic a , las co s tu mb r es , los o b je to s y la s

d ife r e nc ias soc ia les [… ] La fo to gr af ía c ont r ib u ye a la so c ia l iza c ión de l a m emo r ia

ind iv id ua l y v incu la la m em or ia pe rso na l y de gr up o c on la his t o r ia co le c t i va ” 11.

Es t e es un com ple jo p roc eso qu e no se da de m a ner a au t om át ica , s ino qu e re qu ier e

de una ap r oxim ac ió n s is t em át ic a , en la que la s p re gu nta s a s er form ulad a s a l a r ch iv o

sean cap a ces de dev elar aqu el los aspe c to s “ r e le va nt es” en e l pr oce so d e oto rgar

s ent id o a lo que la co m u nidad ha v iv id o e n e l pa sado . 12

Ha y e n la im ag e n fo t ogr áf ic a ant es qu e u na p or c ió n d e h is t o r i a , una m em or i a

“po ten c i a l” , un c on ju nto de s e n t ido s y s ig n i f ic ad os co m pr im id os ent re l a i nte nc ió n

de l fo tógr afo y lo s d eseo s e i nte re ses d e lo s fo t ogr af iad os ; u na r e la c ió n cas i ocu lt a ,

pero s iem pr e im pl íc it a en l a fo t o y e n e l a r ch ivo fo to gr áf ic o . U na p o t enc i a l id a d

ent e nd id a com o una re lac ión – co nd ic io n a n te de var io s asp ec t os - q ue la com u nid ad

busc ar á d ese n tr aña r. L a m em o r ia qu e u na co m u nid ad r e - cons t r u ye – e n esp ec i a l

desd e l a im agen fo to gr áf ic a – s e ar t icu la a p ar t i r de l a r e f le xió n de qu ién r ecu er da y

par a qué r e cuer d a . La m em or ia no e s tá e n la im a ge n fo tográ f ic a , s ino en la

int e rp r e tac ió n qu e de la im a ge n los d if e r ent es m iem br o s d e la com unid ad r ea l ic e n,

com o ta l no co ns t r u ye su s ent id o s ino a t r avé s de l le n gu a je co n e l qu e int e r pr e t am os

las im ág e nes q ue , a l no ser un ívo cas , no r em ite n a un so lo s i gn i f ica do , s ino a t od os

aqu el los q ue la c om unid ad le as i gn e . E l v a lo r h is t ó r ic o de la im a ge n no sub ya ce e n

la im ag e n fo t ográ f ic a e n s i , t a l va lo r es as i gnado por la co m unida d en los pr oc esos

de re - cons t r uc c ió n de la m em or ia . Lu c ía Ch ir ib o ga , en u n tr aba jo d e m em or ia v isu a l

de l fo t ógra fo Fer n a nd o Za pat a d e L at acu ng a co ns ider a qu e “… d e lo q ue fu im os ,

perm anec e so br e t odo lo fo t ogra f iad o . A l l í no s “r ec or dam o s” , no s r e - conocem os . S i

aqu el la d im e ns ió n i nd i vidu al es e x t r ap o lada a to da u na c iud ad qu e ha pa sado p or e l

es tu d io de un fo t ógra fo , po d em os af i rm ar q ue la m em or ia co lec t i va son la s im á ge ne s

s e le c t i vas d e l pa sado , lo q ue e l fo tó gr afo gu ar dó de m u y d is t i nt os m om e nt os de los

pob la dor es d e la u rb e .” 13 La v ida so c ia l, e co nóm ic a , po lí t ic a , e tc . de u na c iud ad –

en es t e c aso d e Ibar r a - es r epr o d ucida a t r av és de la m ira da q ue dur a nte año s y

déca das e l fo tó gr afo d esar r o l ló de e l la . Su ar ch ivo es e nt on ces u n enor m e á lbu m

fo to gr áf ic o q ue per m it e ap r ox im ar se a d i fe r en te s ins ta nt es d e esa com un id ad . L a

11 VERA, A., La fotografía y el trabajo a principios del siglo XX, en ALLINDER, J., AMADOR, J., BARCIA ZEQUEIRA, M., CAMPUZANO, L. Historia y Memoria: sociedad, cultura y vida cotidiana en Cuba, 1878-1917, Centro de Investigación y Desarrollo de la Cultura Cubana Juan Marinello, La Habana, 2003, p. 183. 12 Ver anexo 1 13 CHIRIBOGA, L., NAVARRETE, J., Vecinos, Fotografías de Fernando Zapata, Ediciones Taller Visual, Quito, 2003, p. 11.

f i na l id ad d e l a r ch ivo no es la de s er v ir par a la “re co ns t r u cc ió n” d e esa c iu dad – e n

e l caso d e l A rc h i v o R o sa l es d e Ib arr a – en e l “pasa do co ng e la do” d e la im age n, s ino

a pr op ic ia r una c o ns tr ucc ió n / n ego c ia c ió n d e los s en t ido s que la co m u nidad p ue d a

ha ce r a par t ir d e e sas im á gen es . E l r e to d e la com unid ad es logr ar qu e “ la fo t o gra fí a

de a r ch ivo ‘ vu el t a a v er ’ , s e co nv ier t a en u n i nt e nt o h is t ó r ico p or r econs t r u ir un a

m em or ia , a pe sar d e la im p os ib i l id ad q ue nos m en cio nó M ar ce l P r ou st de r ecu per a r

e l pasad o . ” 14

E l inv es t igado r, e l his to r iado r y la m ism a co m u nid ad d eber án r e f le x io na r

sobr e la c o nd i c ió n de l a im a ge n, la cua l no h ace r e fer e nc ia – en té r m inos d e

tes t im on io visua l – a un hec ho e xac t o , s ino a una suer t e de “ zona de

aco n te c im ie nt os” e n l a q ue e n u n m ism o espac io v isu a l ( e l á r ea im pr esa d e la

im a ge n por e je m p lo ) s e sup er pone n u na ser ie de ev e nt os , m it os , c re enc ias , p rá c t ica s

cu l tu ra les , r e lac io nes so c i a les , e n t r e o tr os , com o u na ser ie d e e lem e nt os d e épo ca

“e nt r e la zado s” . U na lec t u r a ge n er a l – en la qu e se d a por sobr ee nt e nd id o e l va lo r

h is t ó r ico de u na fo to an t i gu a s im plem e nt e p or e l hec ho de s er d e é po cas a nt er io r es –

ig nor ar á y om it ir á d ic has r e la c io nes .

i ma g e n # 6 : “ la s cos edoras ” , Fo to Es tu dio Ros ales , s . f .

U n r e t r a t o gr up al com o “ la s c o sed o r as ” ( F o t o E s t ud i o R o sa l es , c a. 1 9 30 ,

A rc h i v o ag e nc i a h asg a) no t ie ne u n va lo r h is tó r ico p or hab er s ido t om ad o hace ca s i

80 años , s i no por qu e r em ite , m ás a l lá de m os tra r a un g ru po d e mu jer es s en tad as de

m aner a “o rd e nad a ” t ra s su s m áq u i nas d e c oser po sand o para la cám ar a , a u na

14 Ibíd.

cons id er ab l e ca n t ida d d e e lem e nt os soc ia le s , cu lt u r a l es e h is t ó r ic os q ue o b l iga n a

una lec t u r a p r o fu nd a y c r ít ica d e l m om e nto h is t ó r ic o e n q ue fue t om ada : e l esp ac i o

en qu e e l ta ll e r d e las cose do ra s o per a , e l núm er o y l a f r on ta lid ad d e las r e t r a t ad as ,

las im á ge nes ( r e l ig iosas o d e p ró cer es nac io nal es ) e n las pa re des , los pr od uct os qu e

son co s id os , la pr ese nc ia de una ( m ed ia) m on ja a l c os t ado izq u i er do ( hu ye ndo ?) de

la im a ge n , en t r e o tr os . E s to s e lem e nto s no cons t r u ye n la m em or ia h is t ó r ica p or s i

so lo s , e l lo ap e lar ía a d es tac ar ú n ic am e nt e lo “v isua lm e nt e d ife r e n te” co nt e n ido e n l a

im a ge n (e spac ios , cons t r uc c io nes , ves t im e n t a , p e inado s , ap ar ie nc i as , de cor ac ió n ,

e tc . ) de una ép oca . U n a lec t u r a q ue op er ar ía d e m an er a l im it ad a desd e u na

d ife r e nc ia e nm ar cad a e n lo t emp or a l : aq ue l l o qu e en su m om e nto fue d e ta l o cu a l

mo do y ho y e s d is t in to . Un a conc lu s ió n q ue de sem b oc a en la c re enci a ge ner a l iza d a

segú n la cu a l u n de t er m inad o m om e nt o h is tó r ico e s su per ad o por e l q ue lo suced e y

as í suce s iv am e nt e . La i lu s ió n de lo s ca m b io s v isu a le s q ue op er a n e n la sup er f ic ie d e

la im ag e n – y p or lo ta nto e n la sup er fic i e d e la le c tu r a – hace n cr ee r qu e u na ép oc a

v isu a lm ent e “d is t in t a” , lo s er ía en lo soc i a l , económ ic o , po l í t ico , e t c . ¿A c aso la

im a ge n de un gr up o de obr er as de l a ño 2 000 ev ide n ci ar ía un a d i fe r e nc ia “ r ea l” m ás

a l lá d e los r asgo s v isua les de l r e t r a to g r upa l?

“Las c o se do r as ” ap e la a la co nsu lt a d e o t r as fue nte s pa ra r espo nde r a u na

cons id er ab l e can t ida d d e in te r ro ga n tes p ar a las qu e la im a ge n no h a l la r esp ue s tas

por s i so la . ¿Cu á nt o cos t ab an en su mo m ent o m áq u i nas de c oser c om o las d e l a

im a ge n, por lo t ant o : qu ié n las c om pr ó y p ar a q ué? ¿Las re t r a t ada s , a pr end e n o

pr od uce n, o ap re nd e n a pr od ucir ? ¿La d isp o s ic ió n de l esp ac io , en esp ec ia l de la s

m áq u inas , a qué fo rm a de p ens a r ( la c on fe cc ió n / la p r odu cció n) d e la ép oc a

obe dece ? ¿ Q ui én en car gó / p agó la fo to ? ¿L as m u jer es po san vo lu nt ar ia u

ob l ig ad am e nt e? ¿Q u é ac t i tu d / es ta do d e án im o se ob ser va en la s r e t ra tad as? E s tas y

o tr as p re gu n ta s p odr ía n l le v ar a u na p re gu nt a c ent r a l qu e perm it ir ía r e - encu ad ra r e l

ob je t o re tr a t ado : ¿Q u é r e t r a ta la fo t o : p ro gr eso y m o de rn id ad o exp lo tac ió n?

La apr ox im a ció n a un ar ch i vo fo to gr áf ic o – a m ás d e la s int e r r oga nt e s

im pr esc i nd ib les ya m en c iona das y d esar r o l lad as e n e l ane xo f i na l d e l p r ese nt e

ensa yo – r eq u ier e de u n o r den am ie n to de las im áge nes . Pr ác t ic am e nt e to da im a ge n

fo to gr áf ic a p ue de ser s is te m at iz ada en d ife r e n tes for m ato s : 12 x7 , 6x9 , 6 x7 , 4 ,5 x 4 ,

e tc . y so br e to do c la s i f ic ada e n las d i fe r e nt es tem át ic as : so c ia les , per so na les ,

r e li g io sas , p o l ít ic as , é t ni cas , fam il i a r es , e nt re o tr as . E s tos m ar co s soc ia le s son los

que a d ec i r de H alb w ac hs s i r ve n co m o apo yo a l su je t o que busc a r eco rd ar :

“… e x is t e n m u c hos he c hos , bas t ant es de t a l le s d e c ie r t os hec ho s , qu e e l i nd i vidu o

o l vid ar ía , s i lo s o t r os no lo s co nser var a n [p or e jem p lo a t r a vés de l a fo t ogr af ía ] p ar a

é l. ” 15

La s is tem at iz ac ió n d e las im á ge nes de l a r ch i vo fo to gr áf ic o pasa en to nce s p or

de t erm i nar lo s m ar co s so c ia les de e sa m em or ia q ue e l fo tó gr afo – co nc ie n te o

inc o nc ie nte m e nte – cod if i có e n su s im á ge ne s. N i ngun a i nte rp r e ta c ió n ser á to ta l y

abso lu ta . L eer un a fu ent e h is t ó r ica – u na ser ie de im ág e ne s en es t e caso – no l le var á

a r eco ns t r u i r e l p asado e n su to ta l id ad . A ún as í , una apr ox im a ció n s is te m át ic a ,

acom pa ñad a de pr egu n tas cer t e r as , pe rm it ir á co nver t i r a la im a ge n fo to gr áf ic a e n la

tr ansm isor a de “ ver da des” e nf re nt adas a l de saf ío d e r espo nd er a m ú lt ip le s

int e r pr e t ac io nes d e u na co m u nidad .

Conclusiones

La im a ge n fo to gr áf ica , y com o t a l e l a r ch i vo fo t ogr áf ico , t ie ne u n gr a n va lo r

com o fuen te de i nfo r m ació n h is t ó r ica , espec ia lm e nt e d esd e la per sp ec t i va d e l a

cu l tu ra . La r epr ese nt ac ió n de p er sona s , o b j e t os , aco nt ec im ie nt os , e nt r e o t r os , de u na

de t erm i nad a cu l tu r a y po r lo tan to en una épo ca de t er m inada p er m ite n e l

acer cam ie nt o v isu a l a d ic ha cu lt u r a y a c ie r to s ac o n tec im ie n to s y p rá c t i ca s

cu l tu ra les t ra nscu rr ido s e n e l t iem po . Ha y una in f i nid ad de e lem e nt os v isua le s

con te n id os e n una im a ge n fo t ográ f ic a qu e p ued en ll e gar a s er u n v a l ioso a por t e e n la

in ves t ig ac ió n h is tó r ica o e n e l i nt e nt o de u na com u nid ad por ot o r gar le s ent id o a

de t erm i nad os m om ent os d e su pa sado y de e s ta m aner a d e su pr ese nt e . A ú n as í , es

im por t a nt e re cor d ar qu e la po s ib le “s i gn if ica nc ia h is t ó r ic a” de la im ag e n se p ier de –

en m a yo r o m enor gr ado - e n e l m om e nto e n qu e la m ism a se vea d es vi nc u l ada d e l

cont e x to so c ia l en e l q ue fue pr od uc ida . Por lo tan to , to da im a ge n fo t ogr áf ica po dr á

s er vir co m o fu ent e h is t ó r ic a , en la m ed ida en qu e e l ob servado r / inve s t i gad or s ea

capa z d e es t ab lec er de term in ado s co nt e xt os ge ner a l es y esp ec í f ico s a lo s qu e la

im a ge n r e m it i r ía .

To da apro x im a c ió n a una fo togr af ía par t e por desc r ib i r lo que l a im a ge n

con t ie ne e n su i nt e r io r ( h ec hos , per son a jes , a rt e fa c t os d e la cu lt u r a) . E s ta fase –

va n a s i s e qu ier e – es apenas l a ant es a l a d e u n p r oc eso que a par t ir d e inc lu i r

info rm acio nes a d i c io nal es sob r e e l m om e nt o, e l a u to r, la r eg ió n, las r e lac io ne s

soc ia le s r espec t i vas , e t c . , per s i gue una inte rp r e ta c ió n s i gn if i ca t iva par a la

15 HALBWACHS, M., Los marcos sociales de la memoria, Barcelona, Anthropos, 2004, p. 336.

com unid ad qu e p r e tend e r e la c io na rse co n las im á ge nes de l a rc h i vo . U na im a ge n

desco nt e xt ua l iz ad a p ier de su u t i l idad y s e co nv ier te en un a s im p le a n t i gü ed a d

inc ap a z d e r esp onder le a q u i en la in te rp e le . Cua nta m ás in fo rm ac ió n a d i c io nal t e n ga

una im age n (p ie d e te xt o , ano t ac io nes a l r ever so , co m e nt ar io s r e l ac io nado s e n

car tas , d ia r ios p erso na les , p r e nsa , r ec ib os de p ago , e tc .) m ás fá c i l r esu l ta r á s i tu ar la

en su t iem p o y m a yor re le va nc ia ad qu ir ir á d i cha im ag e n en la l ec t u r a per segu ida . L a

po t enc ia l ut i l id ad de la im age n se d esm or ona s i s e d esco no ce por com p le t o su

pr oce de nc ia , su ( p os ib le ) r e la c ió n co n l a co m unida d q ue la i nt e r ro ga .

La im ag e n o bed ece a una ser ie d e int e r eses qu e int e r v i n ier on e n su

pr od ucció n . ¿Q uié n ( p ara qué / po r qué) t om ó la fo t o? ¿Cu á nd o y dó nde ? ¿E n q ué

con te x to ? E n es t as ár eas la im age n o pe ra de sde su pr op io i nt e nt o po r s er u n d isc ur so

– aunqu e car ec e de la ca pac ida d d e d iscu rso 16 - cap az d e hab la r por s i m ism a de

aqu el lo q ue co nt ien e en su in te r io r. Par a Pér ez G u zm á n r esu l ta e v ide n te q ue q u ie n

pr e te nd a ut i l iz ar la fo to gr af ía co m o fuen te h is tó r ica “ tendr á , ne c esar ia m e nte , q ue

fo rm u lar se i nt e r ro ga ntes ge ne ra das p or la im pr esc i nd ib le cr í t ica a qu e to da fu e nt e

deb e ser som et ida e n l a inc esa n te bú squ eda d e ap r ox im ar nos a la r ea l id a d

h is t ó r ica . ” 17

La o tr a m a ner a de o per ar de la im ag e n d e fo to gr af ía h is t ó r ic a – y

s egu ra m e nte la m á s s i gn if ic a t i va – s e d a en e l m om ent o en q ue la im age n es

em p lea d a co m o “ desen cad e na nt e d e la m em or ia de sus su je t os , t es t igo s d e

aco n te c im ie nt os” 18 qu e a p ar t i r de la im a ge n lo gra n “ re cup er ar ” su p r op i a m em or i a –

ind iv id ua l y c o lec t iva . La im a ge n em plead a c om o pr e - tex to p er m ite o f ic i a r e l r i to d e

re cup er ar de sde las pr o fu nd id ades de l o lv ido ( vo lu nt ar io y fo r zad o) e sa m em or ia t a n

v it a l p ar a la su per v iv e nc ia cu l tu r a l e ide nt it a r ia de lo s su je t os y d e su c om un id ad .

E l arc h i vo fo t ográ fi co – en e s te caso e l A r c hi vo Ro sa le s y co m o t a l l a s

im á ge nes qu e lo co m pone n – no es una fu e nt e his tó r i ca s i no has t a en e l i ns ta nt e e n

que una p r egu nt a o un co nju nt o de pr e gu nt as fo rm ulad as ar r o j e u na “nu e va lu z ”

sobr e de ter m inado s asp ec t os de l p asad o de una c om un ida d , ac t i va ndo as í su ca rá c ter

h is t ó r ico . E l r e i te ra do cue s t io nam i e n to de la “vo z fo t ográ f i ca” de la im a ge n

desem bo ca e n la r esp ec t i va r e iv ind ica c ión de l ar c h ivo c om o fue nt e h is tó r ica . L as

pos ib l es r espu es ta s , as í co m o lo s d iá logos co n o t r as fu ent es h is tó r i cas r e la c io na da s

pr od ucir á n nu evos s en t idos q ue a su vez fo rm ul ar án nue vas p re gu n ta s par a fu tu r as

inc ur s io nes e n e l a pas io na nt e y a la vez f r ág i l t e r r it o r io de l r ec uer d o y de l o lv ido .

16 VERA, A., La fotografía y el trabajo a principios del siglo XX, p. 183. 17 PÉREZ GUZMÁN, F.,p. 154. 18 VERA, A., La fotografía y el trabajo a principios del siglo XX, p. 185.

Bib l io gra fí a :

ALLINDER, J., AMADOR, J., BARCIA ZEQUEIRA, M., CAMPUZANO, L. Historia y

Memoria: sociedad, cultura y vida cotidiana en Cuba, 1878-1917, Centro de Investigación y Desarrollo

de la Cultura Cubana Juan Marinello, La Habana, 2003.

AUSUBEL, D., Adquisición y Retención del Conocimiento: Una Perspectiva Cognitiva, Paidós,

Barcelona, 2002.

BOURDIEU, P., La fotografía, un arte medio, Gustavo Gilli, Barcelona, 2003.

CHIRIBOGA, L., NAVARRETE, J., Vecinos, Fotografías de Fernando Zapata, Ediciones

Taller Visual, Quito, 2003.

CHIRIBOGA, L., CAPARRINI, S., El retrato iluminado, Fotografía y República en el siglo

XIX, Ediciones Taller Visual, Quito, 2005.

CHIRIBOGA, L., CAPARRINI, S., Identidades desnudas, Ecuador 1860 – 1920, la temprana

fotografía del indio de los andes, Ediciones Taller Visual, Quito, 1994.

FERNÁNDEZ RETAMAR, R., Invitación a ver, en Cuba, la fotografía de los años 60,

Colección Calibán, La Habana, 1988.

HALBWACHS, M., Los marcos sociales de la memoria, Barcelona, Anthropos, 2004.

MURATORIO, B., (Editora), Imágenes e Imagineros, Facultad Latinoamericana de Ciencias

Sociales Sede Ecuador, Quito, 1994.

POOLE, D., Figueroa Aznar and the Cusco Indigenistas” Photography and Modernism in Early

Twentieth-Century Peru, Representations 38, University of California Press, Berkeley, 1992.

POOLE, D. , Fotografía, fantasía y modernidad, Revista Márgenes # 8, Sur, La Casa del

Socialismo, Lima, 1991.

POOLE, D. , Visión, Raza y modernidad: una economía visual del mundo andino de imágenes,

Princeton University Press, Princeton, 1997.

RICOEUR, P., La memoria, la historia, el olvido, Fondo de Cultura Económica, Buenos Aires,

2004.

RODA, M., RUBIANO, R., RUBIANO, J., Crónica de la fotografía en Colombia, 1841 –

1948, Taller la Huella, Carlos Valencia Editores, Bogotá, 1983.

SONTAG, S., Sobre la Fotografía, Alfaguara, Buenos Aires, 2006.

Fu e nt es v ir t ua les :

G A LE A N O , E ., Id ent id ad la t i noa m er i ca na y m em o r ia ,

ht t p : / / w w w. you tu be . co m / w at c h? v= IA 80 T Y N d A N 4& fe atu r e=re la t ed

http://www.nd.edu/~amejiaac/oldsite/Capitulo1.pdf

Anexo 1: Preguntas de sistematización e interpretación de una imagen

¿Qué características físicas / materiales tiene la fotografía (B y N, color, tamaño, textura, etc.)?

¿Qué vemos en la imagen encontrada / seleccionada? ¿Qué personas, objetos, situaciones?

¿Es posible describir lo que sucede en la imagen?

¿Por qué y para qué fue tomada esta fotografía?

¿Quién es el autor? ¿Qué se sabe del autor? ¿Qué cámara / formato empleó?

¿Desde qué espacio geográfico / social se tomo la fotografía?

¿Hay elementos que remitan a referentes de temporalidad?

¿Hay elementos que remitan a una determinada cultura?

¿Qué se destaca en la composición? ¿Qué habrá querido destacar el fotógrafo?

¿Qué elementos permitirían leer las motivaciones (personales, ideológicas, religiosas, de propaganda)

tanto del fotógrafo, como de los fotografiados?

¿Cómo están representados / construidos los cuerpos de los fotografiados?

¿Cómo aparecen representados los grupos marginales (indios, negros, mulatos, mujeres, etc.)?

¿Es una foto “espontánea” o una imagen “puesta en escena”?

¿Se trata de un retrato consentido por los fotografiados o impuesto por alguien más?

¿Es posible reconocer un determinado estado de ánimo / actitud / emoción en la imagen?

¿La imagen obedece a una realidad veraz o asistimos a una escenificación intencionada?

¿Hay en o sobre la imagen elementos (textos, inscripciones, fechas, datos, etc.) que remitan a otras

fuentes?

¿Quién puede decirnos algo acerca de la fotografía?

¿Hay en el archivo / grupo de imágenes otras fotografías con situaciones similares?

Anexo 2: Temáticas encontradas en el Archivo Rosales

- Fotos carnet

- Retratos grupales

- Retratos individuales

- Religiosidad

- Representaciones marciales (¿cómo se fotografió al militar?)

- Eventos públicos (reuniones políticas, elecciones, desfiles, conmemoraciones, etc.)

- Eventos sociales (graduaciones, bautizos, primeras comuniones, etc.)

- El deporte en la vida social

- Representaciones de género (¿cómo se fotografió al hombre / a la mujer?)

- Representaciones de etnia (¿cómo se fotografió al indio / al negro?)

- Representaciones de los niños (¿cómo se fotografió al niño?)

- Modernidad/tradición

- Urbano/rural

Anexo 3: Imágenes del Archivo Foto Estudio Rosales

im a g e n # 7 : s . t / s . f. im a g e n # 8 : s . t / s . f.

im a g e n # 9 : s . t / s . f. im a g e n # 1 0 : s . t / s . f .

im a g e n # 11 : s . t / s . f . im a g e n # 1 2 : s . t / s . f .

im a g e n # 1 3 : s . t / s . f . im a g e n # 1 4 : s . t / s . f .