Outlander 03 A viajante-Diana Gabaldon.doc
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8/11/2019 Outlander 03 A viajante-Diana Gabaldon.doc
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Traduzido e Revisado
pelo
Grupo DianaGabaldon_Brasilhttp://br.groups.yahoo.com/group/dianagabaldon_brasil/
A !A"A#T$
http://br.groups.yahoo.com/group/dianagabaldon_brasil/http://br.groups.yahoo.com/group/dianagabaldon_brasil/ -
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%R&'(G(
Quando eu era pequena nunca queria pisar em poas. No porque temia
molhar as meias ou pisar nos vermes afogados; era, em general, uma
criatura suja, com uma bem aventurada indiferena para qualquer tipo
de limpeza.
Era porque no acreditava que aquele espelho liso s era uma pequeno
espao de !gua sobre a terra slida. Estava persuadida de que era uma
porta para algum espao insond!vel. "s vezes, ao ver as pequenas ondas
provocadas por minha pro#imidade, pensava que a poa era profunda,
um mar sem fundo no que se ocultavam a preguiosa espiral do tent!culo
e o brilho da escama, com a ameaa de enormes corpos e dentes agudos $
deriva, sem lentes, nas remotas profundidades.
E ento, bai#ando os olhos ao refle#o, via minha prpria cara redonda e
meu cabelo encaracolado numa e#tenso azul sem contornos, e pensava
que a poa era a entrada a outro c%u. &e pisava cairia de imediato e
seguiria caindo, mais e mais, no espao azul.
& tinha um momento em que ousava caminhar atrav%s de uma poa' era
no anoitecer, quando assomavam as estrelas vespertinas. &e ao olhar na
!gua eu ver ali um ponto luminoso, ento podia pisar sem medo, pois se
ca(a na poa e no espao poderia me agarrar a essa estrela, ao passar, eestaria segura.
"inda agora, quando vejo uma poa em meu caminho, minha mente se
det%m )ainda que meus p%s no o faam* e depois segue seu caminho,
dei#ando atr!s s o eco do pensamento' E se esta vez eu cair+
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A batalha e os amores dos homens
)A%*T+'( ,( ban-uete dos corvos
l de abril de -/
Estava morto. No entanto o nariz lhe palpitava dolorosamente, coisa que
lhe era estranha, dadas as circunst0ncias. "inda que depositava uma
consider!vel confiana no entendimento e a graa de seu 1riador,sentia
culpa pelo que todos tememos a possibilidade do inferno. "inda assim,
pelo que tinha ouvido falar sobre o inferno, parecia2lhe improv!vel que os
tormentos reservados para seus infortunados habitantes pudessem
restringir2se a uma dor de nariz.
3or outra parte, aquilo no podia ser o c%u, tendo em conta v!rias coisas.
3ara comear, ele no o merecia. 4amb%m no tinha pinta de ser. E
duvidava de que uma fratura de nariz estivesse incluso entre as
recompensas para os abenoados, e no para os condenados.
5 quanto se tinha imaginado sempre o 3urgatrio como um lugar cinza,
as vadias luzes avermelhadas que o ocultavam tudo lhe pareciamadequadas. Estava despejando um pouco na mente e voltava, com
lentido, sua faculdade de racioc(nio. 6astante incomodado, disse a s( que
algu%m deveria atend72lo e dizer2lhe e#atamente qual era sua sentena,
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que fora que estava usando como mo* para ver onde terminava agora o
membro.
" mo chocou com algo duro; os dedos se embaraaram em um cabelo
?mido e enredado. ncorporou2se bruscamente e, com algum esforo,rompeu a capa de sangue seco que lhe selava as p!lpebras. " memria
voltou numa en#urrada, fazendo2lhe rosnar em voz alta. 4inha2se
equivocado. Estava no inferno, sim. :as desgraadamente @ames Araser
no estava morto, depois de tudo.
4inha o corpo de um homem cruzado sobre o seu. 5 peso morto lhe
achatava a perna esquerda, o qual e#plicava a aus7ncia de sensibilidade.
" cabea, pesada como uma bala de canho, descansava de bruos sobre
seu abdomem; o cabelo endurecido ca(a, escuro, sobre o leno molhado de
sua camisa. ncorporou2se bruscamente, preso do p0nico; a cabea rodou
com dificuldade at% o seu colo e um olho entreaberto olhou cegamente
para acima, depois das protetoras mechas de cabelo.
Era @acB 8andall; sua fina jaqueta vermelha de capito estava to
escurecida pela umidade que parecia quase negra.@amie fez um lerdo
esforo por afastar2se ao cad!ver, mas se descobriu assombrosamente
fraco; sua mo se esticou debilmente contra o ombro de 8andall; o
cotovelo do outro brao cedeu de s?bito quando tratou de apoiar2se.
Estava outra vez tombado de costas, com o c%u cinza da nevasca
vertiginosamente aglomerado no alto. " cabea de @acB 8andall se movia
obscenamente em seu ventre, para acima e para bai#o, ao compasso deseu esforo.
3ressionou com as mos o solo pantanoso )a !gua se elevou entre seus
dedos, fria, empapando a parte posterior de sua camisa* e se retorceu
para um lado. Enquanto se debatia no solo, lutando com os vincos
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enrugados de seu cobertor escoc7s, chegaram2lhe sons acima do uivar do
vento de abril' gritos long(nquos e gemidos, como um reclamo de
fantasmas no vento. E acima de tudo, o barilho grasnido dos corvos.
9?zias de corvos, a julgar pelo ru(do."quilo era estranho, pensou difusamente. "s aves no voam com
semelhante tormenta. 1om um esforo final, conseguiu liberar o cobertor
de seu corpo e se cobriu com ele. "o esticar2se para cobrir as pernas viu
que tinha a saia e a perna esquerda empapadas de sangue. 5 espet!culo
no o afligiu; oferecia um mal vago interesse pelo contraste das manchas
de cor vermelha escuro contra o verde acizentado do marasmo que o
rodeava. 5s ecos da batalha se esfumaram de seus ouvidos e abandonou o
campo de 1ulloden entre o reclamo dos corvos.
"cordou muito depois ao ouvir chamar o seu nome'
CAraserD@amie AraserD Est! aqui+
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m chapeado no solo pantanoso, uma cara ante ele, e a bem2vinda
sensao de uma mo no ombro.
CEst! vivoD Fem, :ac9onaldD Fem, me d7 uma mo. No poder!
caminhar sozinho.Eram quatro. Gevantaram ele com bastante esforo; seus braos
pendiam, inertes, sobre os ombros de EHan 1ameron e ain :ac2Iinnon.
4eria preferido dizer2lhes que o dei#assem; ao acordar tinha recordado
sua inteno de morrer. :as a doura daquela companhia era irresist(vel.
5 descanso tinha devolvido a sensao de sua perna dormente, fazendo2
lhe compreender a gravidade da ferida. 9e qualquer modo morreria
cedo; graas a 9eus, no teria que o fazer s, na escurido.
CJgua+ CNotou a borda da #(cara nos l!bios. ncorporou2se o suficiente
para beber, com cuidado de no derramar a !gua. ma mo lhe oprimiu
a testa durante um segundo e se retirou sem coment!rios.
Estava ardendo; quando fechava os olhos podia sentir as chamas por tr!s
deles. 5s arrepios acordavam os dem>nios que dormiam em sua perna.
:urtagh. 4inha uma sensao horr(vel com respeito a seu padrinho, mas
nenhuma recordao que lhe desse forma. :urtagh tinha morrido; sabia
que assim foi, mas ignorava como ou por que o sabia. " metade do
e#%rcito das 4erras "ltas tinha morrido, massacrado; ao menos, isso
deduzia pelo que conversavam os homens no est!bulo, ainda que por sua
vez no recordava a batalha. No era a primeira vez que combatia com
um e#%rcito e sabia que essa perda de memria no era estranha entre ossoldados, ainda que nunca a tivesse e#perimentado pessoalmente.
C4udo vai bem, @amie+ CEHan, ao seu lado, incorporou2se sobre um
cotovelo, p!lida a cara preocupada $ luz da aurora. ma bandagem
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manchado de sangue lhe rodeava a cabea; tinha marcas enferrujadas na
gola da camisa, pelo atrito de uma bala no couro cabeludo.
C&im, eu me arranjo. Clanou uma mo para tocar EHan no ombro, em
sinal de gratido. EHan lhe deu umas palmadas e voltou acostar2se.Quatro dos homens falavam bai#inho ao lado da ?nica janela.
C4ratar de correr+ Cdisse um, assinalando para fora com uma
cabeadaC. 3or 9eus, homem, o que melhor est! mal pode andar. E seis
de ns no esto em condiKes de dar um passo.
C&e podes fugir, faa Cdisse um homem do fundo. "ssinalou com uma
careta sua prpria perna, envolvida nos restos de uma colcha maltrapilha
C No fique por ns.
9uncan :ac9onald se afastou da janela com um sorriso l?gubre,
me#endo a cabea. " luz da janela recortava os rasgos rudes de seu rosto,
acentuando as rugas da fadiga.
CNo, esperaremos Cdisse C 3ara comear, os ingleses multiplicam2se
como piolhos por aqui; da janela se v7 em bandos. Neste momento
ningu%m poderia escapar inteiro de 9rumossie.
CNem sequer os que fugiram ontem do campo de batalha podero
chegar longe Cinterveio :acIinnon com suavidade C No ouviu as
tropas inglesas que passavam pela noite, a marcha forada+ "credita que
lhes custariam muito derrubar o nosso miser!vel grupo+
"nte isso no teve resposta; todos a conheciam demasiado bem. "ntes da
batalha j! eram muitos os escoceses que mal podiam manter2se em p%,debilitados como estavam pelo frio, a fadiga e a fome.
@amie voltou a cara $ parede, rezando para que seus homens tivessem
partido com tempo suficiente. GallLbroch estava muito longe; se
conseguiam distanciar2se bastante de 1ulloden era improv!vel que os
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pegassem. No entanto, 1laire lhe tinha dito que as tropas de 1umberland
assolariam as 4erras "ltas, adentrando2se muito por sua sede de
vingana.
Esta vez, ao pensar nela s sentiu uma onda de terr(vel nostalgia.9eus, t72la aqui, sentir suas mos curando minhas feridas, acolhendo2me a cabea
em seu coloD :as ela se foi; estava a duzentos anos de dist0ncia... Mraas
ao &enhorD "s l!grimas lhe gotejaram lentamente entre as p!lpebras
fechadas.
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"ssim foi. :al passado o meio dia da segunda jornada, uns p%s calados
com botas se apro#imaram $ casa; a porta se abriu.
C3or 9eus. CAoi uma e#clamao sufocada ante a cena que se via
dentro da casa. " corrente de ar que entrou pela porta agitou o arfedorento dos corpos, esfarrapados e cobertos de sangue, estendidos ou
encurvados no solo de terra aplainada.
Ningu%m tinha mencionado a possibilidade de uma resist7ncia armada;
no tinham 0nimos e seria in?til. 5s jacobitas ficaram sentados,
esperando conhecer a vontade do visitante.
Era um comandante, limpo e reluzente com seu uniforme passado e suas
botas lustradas. 9epois de um momento de vacilao para vistoriar os
habitantes, entrou seguido de perto por seu tenente.
C&ou lorde :elton Cdisse olhando ao seu arredor, como se procurasse o
l(der daqueles homens, a quem seria mais correto dirigir seus
coment!rios.
9uncan :ac9onald, depois de devolver2lhe a olhada, levantou2se com
lentido e inclinou a cabea.
C9uncan :ac9onald, de Mlen 8ichie CdisseC. E os outros Cfizeram
um aceno com a moC, que faziam parte das foras de &ua :ajestade, o
rei @acobo.
Csso eu imaginava Cdisse o ingl7s seco. Era jovem, de uns trinta anos,
mas tinha o porte e a segurana de um militar avezado. 5lhou
deliberadamente aos homens, de um a um; depois afundou a mo em suajaqueta para pegar um papel enroladoC "qui tenho uma ordem de &ua
E#celencia, o duque de 1umberlad CdisseC "utorizando a e#ecuo
imediata de qualquer homem que tenha participado da traidora rebelio
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que acaba de terminar. C3ercorreu uma vez mais com a vista aos conf(ns
da cabana C ! aqui algum que se proclame inocente da traio+
4eve um lev(ssimo seguro de riso entre os escoceses. nocentes, com a
fumaa da batalha ainda enegrecendo2lhes a cara+ "li, $ beira domatadouro+
CNo,milord Cdisse :ac9onald com um ligeiro sorriso nos l!biosC.
4raidores, todos. Fai ter que nos enforcar, no+
:elton contraiu a cara numa pequena careta de desgosto; depois voltou a
sua impasividade. Era um homem leviano, de ossos finos, apesar que
levava bem a autoridade.
CFamos fuzilar CdisseC Foces tem uma hora para prepara2los. C
Facilando, olhou ao seu tenente, como se temesse parecer muito generoso
ante o subordinado, mas continuouO' &e algum de voc7s deseja escrever
uma carta, vir! o escrevente de minha 1ompanhia.
9epois de saudar brevemente ao :ac9onald com a cabea, girou sobre
seus calcanhares e se retirou.
Aoi uma hora l?gubre. ns poucos aproveitaram do oferecimento de
pluma e tinta. 5utros oravam em sil7ncio ou se limitavam a esperar, sem
levantar2se.
:ac9onald tinha implorado misericrdia para Miles :c:ar2tin e
AredericB :urraL, argumentando que mal tinham dezessete anos e que
no podiam ser castigados igual aos seus maiores.
" solicitao foi negada; os moos permaneciam sentados com as costascontra a parede, p!lidos e tomados pelas mos.
@amie sentiu um profundo pesar por eles... e pelos outros que estavam ali,
amigos leais e soldados valentes. 3or ele s e#perimentava al(vio. Essa
mis%ria f(sica estava a ponto de terminar.
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:ais por salvar as formas que por necessidade, fechou os olhos para rezar
o "to de 1ontrio em franc7s, como sempre o fazia'
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Quando chegou a vez de EHan, @amie esforou2se para incorporar2se
sobre os cotovelos e lhe estreitou a mo com tanta fora como p>de.
C1edo voltaremos a nos ver Csussurrou.
EHan 1ameron tremia a mo mas se limitou a sorrir. 9epois se inclinoupara beijar a mo de @amie na boca e saiu.
Aicavam os seis que no podiam caminhar.
C@ames "le#ander :alcolm :acIenzie Araser Cdisse ele com lentido
para que o escrivente tivesse tempo de anot!2lo bemC &enhor de 6roch
4uarach. C&oletrou com paci7ncia; depois levantou os olhos para
:elton.
C9evo pedir milord, a cortesia de me ajudar a p>r2me em p%.
:elton, em vez de responder2lhe, olhava2o fi#amente; sua e#presso de
remoto desgosto tinha dado passo a uma mistura de assombro e de algo
parecido ao horror.
CAraser+ CrepetiuC 9e 6roch 4uarach+
CEsse sou eu Cconfirmou @amie com paci7ncia. No se daria um pouco
de pressa aquele homem+ ma coisa era resignar2se a ser fuzilado e outra
muito diferente era escutar matando aos teus amigos; aquilo no
acalmava os nervos, precisamente.
C3or todos os diabos Cmurmurou o ingl7s. nclinou2se para olhar bem a
@amie, que jazia $ sombra da parede. 9epois fez uma sinal ao seu tenente.
C"juda2me a lev!2lo $ luz Cordenou.
No o fizeram com suavidade; @amie grunhiu durante o trajeto, que lheprovocou um raio de dor desde a perna esquerda at% a coronilha.
"turdido, no escutou o que :elton lhe estava dizendo.
C Foce % o jacobita que chamam de @amie o 8uivo+ Cperguntou outra
vez, com impaci7ncia.
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"quilo provocou um rel0mpago de medo em @amie; que se tomassem
conhecimento de que era o conhecido @amie o 8uivo no o fuzilariam. 5
levariam " Gondres para julg!2lo, encadeado, como botim de guerra.
9epois, com a corda do carrasco $ jazer no cadafalso, at% que lheabrissem o ventre e lhe arrancassem as entranhas. &uas barrigas e#peliu
outro estrondo longo e ressonante; a elas tamb%m no lhe agradava a
id%ia.
CNo Cdisse com tanta firmeza como p>de reunirC Famos terminar de
uma vez+
:elton, sem prestar ateno, dei#ou ele cair sobre os joelhos para rasgar
a gola da camisa. 9epois pegou o @amie pelo cabelo e lhe jogou a cabea
para atr!s.
C:aldioD Cdisse, fincando2lhe um dedo acima da clav(cula. "li tinha
uma pequena cicatriz triangular, que parecia ser a causa da preocupao
de seu interrogador.
C@ames Araser, de 6roch 4uarach; cabelo ruivo e uma cicatriz de tr7s
cent(metros no pescoo. C:elton lhe soltou o cabelo e se sentou sobre os
calcanhares, esfregando o quei#o com ar distra(do. 9epois, j! tomada a
deciso, voltou2se para o tenente e fez sinal com um gesto aos cinco
homens que restavam na cabana.
CGevem os demais Cordenou. 4inha as loiras sobrancelhas unidas numa
profunda ruga. &e ergueu ante @amie enquanto levavam os outros
prisioneiros escoceses.C4enho que pensar CmurmurouC :aldita seja tenho que pensarD
CAaa se podes Cdisse @amieC 3or minha parte, preciso encostar2me.
C4inham o erguido e tinha as costas apoiadas na parede mais afastada e
as pernas esticadas, mas aquela posio era mais do que podia suportar
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depois de ter estado dois dias estendido de costas. nclinou2se para um
lado para deslizar2se para o solo.
:elton murmurava bai#o e @amie no chegou a distinguir as palavras; de
todas formas, no lhe interessavam muito. "ssim, sentado $ luz do sol,tinha2se visto a perna com clareza pela primeira vez; estava quase seguro
de que no viveria o suficiente para que o enforcassem.
5 vermelho intenso da inflamao se estendia desde a metade da co#a
para acima, bem mais vis(vel do que as manchas de sangue seco. " ferida
em si estava purulenta; como j! tinha diminu(do o fedor dos outros
homens, era2lhe poss(vel perceber o cheiro enjoativo do pus. 9e qualquer
modo, uma r!pida bala na cabea parecia mil vezes prefer(vel $ dor e ao
del(rio da morte causada pela infeco. "dormeceu, com a terra fresca
sob a bochecha ardente, fresca e reconfortante como o peito de uma me.
No estava realmente dormindo, seno sonolento pela febre, mas a voz de
:elton em seu ouvido lhe despertou bruscamente.
CMreL Cdisse a vozC @ohn Pilliam MreLD 8ecordas esse nome+
CNo Cdisse ele, desorientado pelo sonho e a febreC 5lha,vai me matar
ou no+ Estou enfermo.
C3erto de 1arrLarricB. C" voz de :elton o incitava com impaci7nciaC
m jovenzinho, um moo loiro de uns dezesseis anos. Encontrou ele no
bosque. @amie olhou para o seu torturador. " febre lhe distorcia a viso,
mas lhe pareceu ver algo vagamente familiar naquele rosto de finos ossos
e olhos grandes, quase de menina.C"h Cdisse resgatando uma cara de entre as torrentes imagens que se
aglomerava erraticamente em seu c%rebroC o mocinho que queria me
matar. &im, eu recordo.
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Aechou os olhos outra vez. 9evido $ febre, uma sensao parecia fundir2se
com outra. ma vez tinha quebrado o brao de @ohn Pilliam MreL; a
recordao do delicado osso sob sua mo se converteu no antebrao de
1laire, ao arranc!2la entre as pedras. " brisa fresca e brumosa lheacariciou a cara como os dedos de 1laire.
C 9esperta, maldito sejasD C " cabea lhe balanou sobre o pescoo.
:elton o sacudia com impaci7ncia.2Escuta2meD
@amie abriu os olhos, fatigado.
C&im+
C@ohn Pilliam MreL % meu irmo Cdisse :eltonC. Ele me falou de seu
encontro contigo. Foce perdou2lhe a vida e ele te fez uma promessa.
verdadeiro+
1om grande esforo, @amie dei#ou seus pensamentos para tr!s. 4inha
encontrado o menino dois dias antes da primeira batalha da rebelio, a
vitria escocesa de 3restonpans. 5s seis meses decorridos desde ento
pareciam um vasto abismo, pelas muitas coisas que tinham sucedido
naquele tempo.
C:e 8ecordo, sim. 3rometeu matar2me. No me incomodaria que o
fizesses por ele.
Estavam caindo as p!lpebras. 4inha que permanecer desperto para que o
fuzilassem+
C9isse que tinha uma d(vida de honra contigo. E % verdadeiro. C:elton
se levantou, sacudindo as joelheiras das calas de montar, e se voltou parao tenente que observava o interrogatrio com evidente desconcerto.
CQue situao desgraada, Pallace. Este... este jacobita % famoso. No
ouviu falar de @amie o 8uivo+ " figura nos cartazes+
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5 tenente assentiu, olhando com curiosidade a silhueta desalinhada que
jazia sobre o p, a seus p%s. :elton sorriu com amargura.
CNo, agora no parece to perigoso, no %+ :as ainda assim % o 8uivo
@amie Araser. " sua pessoa lhe causaria bons gozos, informando de quetemos um prisioneiro to ilustre. "inda no acharam o 1arlos &tuart, mas
quantos jacobitas conhecidos sero igualmente gratos para as multidKes
de 4oHer ill.
C9evo enviar uma mensagem a seu respeito+ C5 tenente alongou a mo
para a cai#a das mensagens.
C NoD R :elton virou de costas fulminando com o olhar seu prisioneiro
R "( est! o problemaD "pesar de ser e#celente carne de priso, esta ru(na
malcheirosa % tamb%m o homem que capturou o menor de meus irmos,
preto de 3reston, e em v7s de mat!2lo, que ra o que ele merecia, lhe
poupou a vida e o devolveu a seus companheiros. 9esse modo R falou
entre dentes R minha fam(lia contraiu uma maldita d(vida de honra.
2 :eu deus R disse o tenente R "ssim, no podeis entreg!2lo a &ua "lteza,
depois de tudo.
2No, maldito sejaD No posso sequer fuzilar a esse cretino sem faltar ao
juramento de meu irmoD
5 prisioneiro abriu um olho.
23ode faltar com ele; no lhe direi nada R sugeriu. E voltou a fech!2lo
rapidamente.
21ale2seD R @! tendo perdido completamente a calma, :elton chutou oprisioneiro, que lanou um gemido diante do impacto, por%m no disse
mais nada.
23oder(amos fuzil!2lo com um nome falso R sugeriu o tenente numa
tentativa de ajudar.
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Gord :elton lanou ao seu assistente um olhar fulminante de desd%m.
Gogo deu uma olhada pela janela para calcular a hora.
29entro de tr7s horas ter! escurecido. &upervisionarei o enterro dos
outros e#ecutados. 6usca2me uma carroa pequena e cheia de feno.1onsegue um carroceiro. Escolhe uma pessoa discreta, Pallace,
e...suborn!vel. Quero que esteja aqui com o ve(culo enquanto escurece.
2&im, senhor. Eh.... &enhor+ Que faremos com o prisioneiro+ R 5 tenente
sinalizou com timidez o corpo estendido no cho.
2 1arroa+ R 5 prisioneiro mostrava sinais de vida. 9e fato, diante do
est(mulo da agitao havia conseguido apoiar2se sobre um cotovelo R 3ara
onde me envias+
:elton se virou diante da porta com um profundo olhar de desgosto.
2s o senhor de 6roch 4uarach, no+ 6om, pois pra l! te envio.
2:as eu no quero ir para casaD Quero que me fuzileD
5s ingleses se entreolharam.
29elira R disse o subordinado.
:elton assentiu.
29uvido que sobreviva $ viajem, por%m ao menos sua morte no cair!
sobre a minha consci7ncia.
" porta se fechou com firmeza atr!s dos ingleses, dei#ando a @amie
Araser muito s... e com vida.
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$ !#!)!A A B+)A
)A%*T+'(
nvemess
S de maio de -TU
C 1laro que morreuD C" voz de 1laire soava !spera pela agitao e
retumbava com fora no estudo m%dio esvaziamento, produzindo ecos
entre as prateleiras cheias de livros revirados. Estava apoiada na parede
revestida de cortia, como uma prisioneira que esperasse ao peloto de
fuzilamento, olhando alternativamente a sua filha e a 8oger PaBef(eld.
CNo creio.C 8oger se sentia terrivelmente cansado. 9epois de esfregar
a cara com uma mo, recolheu uma pasta da escrivaninha que continha
toda a investigao que tinha feito desde que 1laire e sua filha lhe
pediram ajuda, tr7s semanas atr!s.
Aolheou lentamente o conte?do. 5s jacobitas de 1ulloden. 5
Gevantamento de -/V. 5s valentes escoceses que se tinham agrupado sob
o estandarte de 1arlos &tuart, o 6onnie 3rince, atravessando Esccia
como uma espada flamejante... s para cair na ru(na e na derrota contra
o duque de 1umberland, no p!ramo cinza de 1ulloden.C4oma Cdisse retirando v!rias p!ginas juntas. " arcaica escritura
parecia estranha na nitidez do #ero#C "qui tem o contra2cheque do
regimento de Govat.
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Estendeu as folhas a 1laire, mas foi 6rianna, sua filha, quem as pegou
voltando as p!ginas, com uma leve ruga entre as sobrancelhas ruivas.
CG7 este encabeamento Cdisse 8ogerC. 5nde diz
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C&abia que no eram muitas as possibilidades de escapar; se fosse pego
pelos ingleses..., disse que preferia morrer em combate. Essa era sua
inteno. CFoltou2se para 8oger; seus olhos ambarinos eram
inquietantes. 3areciam olhos de falo, como se ela pudesse ver bem maislonge do que a maioriaC No posso crer que no morreu ali. :orreram
tantos...D E ele queriaD
Quase a metade do e#%rcito das 4erras "ltas tinha morrido em 1ulloden,
derrubados por uma rajada dos canhKes e fogo dos mosquetes. :as @amie
Araser, no.
CNo Cdisse 8oger com obstinaoC. Esse fragmento do livro de
GinBlater que eu li... C"longou a mo para um volume branco, titulado
5 pr(ncipe do rzal C.
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9uncan nem 6aLard. 3or que+ C4irou outro papel da pasta para abanar
quase triunfalmenteC 3orque todos eles morreram em 1ullodenD 5s
quatro foram e#ecutados no campo; seus nomes aparecem numa placa da
igreja de 6eaulL.1laire dei#ou escapar um longo suspiro; depois se instalou no velho
cadeiro de couro, por tr!s da escrivaninha.
C@esus bendito Cdisse. nclinou2se para frente com os olhos fechados,
apoiando os cotovelos na escrivaninha, e escondeu a cabea entre as
mos; o cabelo castanho, denso e encaracolado, caiu ocultando2lhe a cara.
6rianna lhe p>s uma mo nas costas, preocupada. Era uma moa alta, de
ossos grandes, e sua longa cabeleira ruiva cintilava $ luz c!lida do lustre.
C&e no morreu... Ccomeou vacilando.
1laire levantou bruscamente a cabea.
C:orreu, com certezaD Cdisse. 4inha a cara tensa, com pequenas rugas
vis(veis arredor dos olhosC. 3or 9eus, passaram duzentos anos. 4enha
morto em 1ulloden ou no, j! no e#isteD
"nte a veem7ncia de sua me, 6rianna deu um passo atr!s, bai#ando a
cabea; o cabelo ruivo, como o de seu pai, ficou pendurando junto $
bochecha.
C&uponho que sim Csussurrou.
8oger notou que estava contendo as l!grimas. 4inha uma e#plicao' se
inteirar em to pouco tempo de que, primeiro, o homem ao que tinhaamado e chamado
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maneira horr(vel,longe da esposa e da filha por quem se tinha sacrificado,
isso disquicia qualquer um, pensou 8oger.
1ercou a 6rianna para tocar2lhe o brao. Ela o olhou tratando de sorrir e
8oger a rodeou em seus braos.1laire seguia sentada ante a escrivaninha, imvel. 5s dourados olhos de
falo tinham agora uma cor mais suave, pela lonjura da recordao.
9escansavam olhando sem ver a parede oriental do estudo, ainda coberta
desde o cho at% o teto de notas e memorandos dei#ados pelo reverendo
PaBefield, o defunto pai adotivo de 8oger.
5 historiador pigarreou um pouco.
CEh... &e @amie Araser no morreu em 1ulloden... Cdisse.
C prov!vel que morresse muito pouco depois. C 1laire o olhou
diretamente aos olhos; a serenidade tinha voltado a seus olhos dourados
C. Foce no tem id%ia do que foi aquilo. Nas 4erras "ltas tinha fome; os
homens que foram $ batalha levavam v!rios dias sem comer. Ele estava
ferido; isso sabemos. "inda se escapou, no tinha ningu%m... ningu%m que
o atendesse. C" voz se lhe rompeu ao diz72lo; na atualidade era m%dica;
por aquele ento, vinte anos antes, ao sair do c(rculo de pedras para
encontrar seu destino junto a @ames Araser, era curandeira.
8oger era muito consciente das duas presenas' a moa alta e tr7mula
que tinha entre os braos e a mulher da escrivaninha, to quieta e serena.
4inha viajado atrav%s das pedras, atrav%s do tempo; foi suspeita de
espionagem, presa por bru#aria, arrebatada, por umas inconceb(veisestranhas circunst0ncias, dos braos de AranB 8andall, seu primeiro
esposo. E tr7s anos depois @ames Araser, seu segundo esposo, tinha
enviado2a novamente atrav%s das pedras, gestante, num desesperado
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esforo por salv!2la, e salvar a criana que ia nascer, do iminente desastre
que cedo sucederia.
&em d?vida alguma, pensou, a mulher tinha passado por muitas coisas.
:as 8oger era historiador. 4inha a curiosidade insaci!vel e amoral doerudito demasiado potente para dei#ar2se restringir pela simples
compai#o.
C&e no morreu em 1ulloden Cseguiu com firmezaC, talvez eu possa
averiguar que lhe sucedeu. Quer que eu tente+
Esperou, sem alento, notando atrav%s da camisa a c!lida respirao de
6rianna.
@amie Araser tinha tido uma vida e uma morte. 8oger se sentia
escuramente obrigado a averiguar toda a verdade; as mulheres de @amie
mereciam saber tudo o poss(vel sobre ele. 3ara 6rianna, esse
conhecimento era tudo o que poderia ter do pai ao que nunca tinha
conhecido. E para 1laire... 3or tr!s da pergunta que tinha formulado
estava a id%ia que, obviamente, ela no tinha captado, aturdida como
estava ainda pela impresso' j! tinha cruzado duas vezes a barreira do
tempo. Era poss(vel que o fizesse outra vez. E se @amie Araser no tinha
morrido em 1ulloden...
Fiu que o pensamento chuviscava no 0mbar turvo de seus olhos. Ela
passou longo momento sem falar. &ua vista permaneceu fi#a em 6rianna
por um instante. 9epois voltou $ cara de 8oger.
C&im Cdisse com um sussurro to suave que mal p>de escut!2laC. &im,"verigua, por favor. "verigua.
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0ranca e %lena Revela12o
)A%*T+'( 3
!nverness
4 de maio de ,456
" ponte sobre o rio Ness tinha um denso tr0nsito para pedestres, muita
gente voltava a sua casa para tomar o ch!. 8oger caminhava diante de
mim, protegendo2me dos empurrKes com seus largos ombros.
:e palpitava com fora o corao a capa r(gida do livro que eu levava
apertado contra o peito. "ssim era cada vez que me detinha ao pensar no
que estava fazendo. No estava segura de qual das duas alternativas era
pior' descobrir que @amie tinha morrido em 1ulloden ou descobrir que
tinha sobrevivido.
"s t!buas da ponte soavam num eco sob nossos p%s enquanto volt!vamos
ao casaro. 9o(am2me os braos pelo peso dos livros que levava; passava
de um lado ao outro.
C1uidado, homemD Cgritou 8oger apartando2me com destreza de um
trabalhador que, montado numa bicicleta, tinha2se lanado pela ponte e
esteve a ponto de atirar2me contra o bala?stre.C3erdoD Cfoi seu grito de desculpa. E o ciclista sacudiu a mo acima do
ombro, enquanto a bicicleta ia em encontro a dois grupos escolares que
voltavam para casa. 5lhei para tr!s para ver se via a 6rianna, mas no
tinha sinais dela.
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8oger e eu t(nhamos passado a tarde numa 8eunio para 1onservao de
"ntigYidades e 6rianna tinha ido ao escritrio de 1ls das 4erras "ltas
para fazer #ero# de uma lista de documentos recopilados por 8oger.
C muito am!vel em dar2se o trabalho, 8oger Cdisse elevando a vozpara me ouvir acima do ru(do da ponte e o rumor do rio.
CNo % nada Cdisse. 9eteve2se esperando que eu o alcanasse C &ou
curioso Cadicionou com um ligeiro sorriso. C @! sabe como so os
historiadores' no podemos dei#ar passar uma charada.
E sacudiu a cabea para afastar o cabelo escuro dos olhos, revolto pelo
vento, sem utilizar as mos.
Eu sabia como eram os historiadores; tinha convivido com um durante
vinte anos. AranB tamb%m no teria dei#ado passar aquela charada, mas
tamb%m no esteve disposto a solucion!2lo. 9e qualquer modo, AranB
tinha morrido dois anos atr!s e agora tinha chegado a mim vez e a de
6rianna.
C4eve not(cias do doutor GinBlater+ Cperguntei enquanto desc(amos
pelo arco da ponte. "pesar de tarde, o sol ainda estava alto naquela zona
to setentrional.
8oger sacudiu a cabea, entornando os olhos para proteg72los do vento.
CNo, faz apenas uma semana que lhe escrevi. &e no receber not(cias
suas at% segunda2feira, eu telefonarei. No se preocupe. C&orriu. C Aui
muito circunspecto. & lhe disse que, para um estudo que eu estava
realizando, precisava de uma lista, se e#istia alguma, dos oficiais jacobitasque estiveram no est!bulo de Geianach depois de 1ulloden. E lhe pedi
que, se e#iste alguma informao quanto ao sobrevivente daquela
e#ecuo, me remetesse $s fontes originais.
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C1onhece pessoalmente o GinBlater+ Cperguntei apoiando os livros no
quadril para aliviar o brao esquerdo.
CNo, mas lhe escrevi com um lembrete do 6alliol 1o2llege e fiz uma
sutil referencia ao senhor 1heeseHright, meu antigo mentor; ele simconhece o GinBlater. C8oger me piscou um olho reconfortantemente e eu
ri.
9e novo no estudo do defunto reverendo PaBefield, depositei minha
braada de livros na mesa e, aliviada, dei#ei2me cair no cadeiro, junto a
lareira, enquanto 8oger ia $ cozinha a procura de um refrigerante.
Enquanto minha respirao se acalmava; meu pulso, em mudana, seguia
sendo inconstante. 1ontemplei a imponente pilha de livros que t(nhamos
trazido. "pareceria @amie em algum deles+ E nesse caso...
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aqueles livros referidos ao 6onnie 3rince, aquele jovem terr(vel e f?til,
nem sobre seus seguidores.
C1ompreendo. & me ocorreu que poderia saber se tinha aqui algo ?til.
C8oger fez uma pausa; o rubor se acentuou em seus pmulos. C 4eu...eh... teu marido... AranB, quero dizer C acrescentou precipitadamenteC
Ghe disse... hum... o de...+ CAalhou sua voz, sufocada pelo rubor.
C1laroD Crespondi com asperezaC. Que pensas+ 9epois de tr7s anos
afastada de casa, no era questo de entrar em seu escritrio dizendo'
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CNo. "o princ(pio, no. "chava que eu estava louca. "t% me fez visitar
um psiquiatra. C&oltei um riso breve, mas a recordao me fez apertar
os punhos com f?ria.
CE depois+ C8oger se voltou para mim. 5 rubor tinha desaparecido,dei#ando s um eco de curiosidade nos olhosC 5 que pensou+
respirei fundo, fechando os olhos.
CNo sei.
( pe-ueno hospital de !nverness tinha um cheiro estranho7 como a
desin8etante e algod2o.
#2o podia pensar e tratava de n2o sentir. A volta era bem mais aterrorizador
do -ue minha e9pedi12o ao passado7 pois ali tinha protegido a capa da
dvida e incredulidade -uanto a onde me encontrava e da; estava
sucedendo< al=m do mais7 tinha vivido com a esperan1a constante de
escapar. Agora sabia muito bem onde estava e tinha a certeza de -ue n2o
tinha maneira de escapar. "amie tinha morrido.
(s m=dicos e as en8ermeiras me tratavam com amabilidade< davam>me de
comer e me traziam bebidas7 mas em mim s? tinha espa1o para a pena e o
terror. Tinha>lhes dito meu nome7 mas n2o -uis 8alar mais.
$stendida na cama branca e limpa7 mantinha os dedos apertados sobre meu
ventre vulner@vel e os olhos 8echados. Recordava uma e mais uma vez as
ltimas coisas -ue tinha visto antes de cruzar entre as pedras o p@ramo
chuvoso e a cara de "amie7 sabendo -ue7 se olhasse muito tempo o novo
ambiente -ue me rodeava7 a-uelas imagens se desvaneceriam7 substitu;daspor coisas mundanas: as en8ermeiras7 o ramo de 8lores Cunto a minha
cama... Disimuladamente7 apertava um polegar contra a base do outro7
achando um pe-ueno consolo na 8erida -ue tinha ali7 um pe-ueno corte
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com 8orma de ". ue "amie tinha 8eito e ele pediu a minha: o ltimo de
seus contatos em minha carne.
Devia ter permanecido algum tempo assim< Es vezes dormia7 sonhando com
os ltimos dias do 'evantamento "acobita< revia o morto no bos-ue7dormido sob um cobertor de 8ungos muito azuis7 e A Dougal Facenzie7
agonizando no solo de um desv2o7 na casa )ulloden7 e aos homens
es8arrapados do e9=rcito das Terras Altas7 dormindo nas valas lodosas7 o
ltimo descanso antes da matan1a.
%or 8im abri os olhos. 0ranH estava ali7 no v2o da porta7 alisando o cabelo
com uma m2o. $u o via desconcertado... e n2o era de estranhar7 pobre
homem.
Fe recostei nos travesseiros7 observando>o sem 8alar. %arecia com seus
antepassados7 "acH e Ale9 Randall: 8ei1Ies n;tidas e aristocr@ticas7 cabe1a
bem 8ormada sob o cabelo abundante7 escuro e escorrido. #o entanto7 em
sua cara tinha uma di8eren1a inde8inivel com respeito a eles7 al=m da leve
di8eren1a de 8ei1Ies. #ele n2o e9istia a marca do medo nem da crueldadela. Apertava>me a m2o
com tanta 8or1a -ue a retirei7 8azendo uma careta.
K( -ue -ueres dizerL Kperguntou com voz @spera.K (nde esteve7 )laireL
K'evantou>se subitamente7 erguendo>se Cunto E cama.
K'embra -ue a ltima vez em -ue me viu eu ia ao c;rculo de pedras de
)raigh na DunLKimL K(lhava>me com uma mistura de raiva e descon8ian1a.
KBom... Kpassei a l;ngua pelos l@bios< estavam muito secos.K A verdade =
-ue7 nesse c;rculo7 entrei numa pedra 8endida e terminei em ,OP3.
K#2o se 8a1a de palha1a7 )laireQ
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K%ensa -ue = uma piadaL KA id=ia era t2o absurda -ue me Coguei a rir7
ainda -ue me sentia muito longe de tomar>me as coisas com humor.
K)hegaQ
Dei9ei de rir. )omo por arte de magia duas en8ermeiras apareceram naporta< deviam de ter estado espreitando no corredor. 0ranH se inclinou para
apertar o meu bra1o.
K$scuta Kdisse entre dentes.K uero -ue me diga onde esteve e o -ue
tens 8eito.
K$stou te dizendo. Fe oltaQ K!ncorporei>me na cama e soltei meu bra1o.
K "@ te disse: cruzei uma pedra e acabei duzentos anos atr@s. $ ali conheci
o teu maldito antepassado "acH Randall.
0ranH piscou7 completamente desconcertado.
KuemL
"acH Randall7 o BlacH "acH. $ era um pervertido7 suCo e as-uerosoQ
0ranH tinha 8icado bo-uiabierto7 igual as en8ermeiras. (uvi passos -ue
vinham pelo corredor7 depois delas7 e vozes apressadas.
KTive -ue me casar com "amie 0raser para escapar de "acH Randall7 mas
depois... "amie... #2o o pude evitar7 0ranH< me apai9onei por ele e teria
8icado ao seu lado se tivesse podido. Fas ele me enviou de volta por causa
de )ulloden e pelo bebM7 e... KFe interromp;< um m=dico com bata cruzou
a porta7 a8astando Es en8ermeiras.
K$u sinto muito7 0ranH K eu disse 8atigada.K #2o -ueria -ue passasse
tudo isso. 0iz o poss;vel para voltar7 de verdade7 mas n2o pude. $ agora =muito tarde.
)ontra minha vontade7 as l@grimas se acumularam em meus olhos e
come1aram a rolar pelas bochechas. uase todas por "amie7 por mim
mesma e pelo 8ilho -ue esperava7 mas tamb=m algumas por 0ranH. orvi
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pelo nariz7 engulindo com 8or1a7 numa tentativa de me conter7 e me ergui na
cama.
KeCa K eu disseK7 sei -ue n2o -ueres saber nada mais de mim e n2o te
critico. implesmente... vai emboraLTinha mudado de cara. "@ n2o parecia aborrecido7 sen2o in-uieto e algo
desconcertado. entou>se Cunto E cama7 sem prestar aten12o ao m=dico7 -ue
tinha entrado e procurava o meu pulso.
K#2o vou Kdisse com muita suavidade. $ voltou a pegar>me a m2o7 ainda
-ue eu tratava de retir@>la.K $sse tal... "amie. uem eraL
Respirei 8undo e entrecortadamente.
K"ames Ale9ander Falcolm Facenzie 0raser Kdisse espa1ando as
palavras com 8ormalidade7 tal como as tinha pronunciado "amie a primeira
vez -ue me disse seu nome completo...7 no dia de nosso casamento. A id=ia
me trou9e novas l@grimas< mas se-uei com o ombro7 pois n2o dispunha das
m2os.
K$ra um escocMs das Terras Altas. ( ma...mataram... em )ulloden.
#2o serviu de nada: estava chorando outra vez< as l@grimas n2o
constitu;am um calmante para a dor -ue me destro1ava7 sen2o a nica
rea12o poss;vel ante um so8rimento insuport@vel. !nclinei>me um pouco
para 8rente7 tratando de envolver a-uela pe-uena e impercept;vel vida -ue
tinha no ventre7 o nico -ue 8icava de "amie 0raser.
0ranH e o m=dico trocaram olhares do -uanto parecia -ue eu estava mal.
%ara eles7 naturalmente7 )ulloden 8azia parte de um passado remoto. %aramim tinha acontecido mal dois dias antes.
KDever;amos dei9ar -ue a senhora Randall descansasse um pouco K
sugeriu o m=dicoK. #este momento parece estar um pouco alterada.
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8oger tomou um gole e se sentou ao seu lado, absorvendo sua bebida em
sil7ncio.
CAiz para ele ir embora, sabe+ Cdisse ela bai#ando o copoC. Eu disse
que compreenderia se seus sentimentos por mim tinham mudado,acreditando ou no. 5fereci o divrcio; que se fosse, que me esquecesse,
que reiniciasse a vida que tinha comeado a construir sem mim.
CE ele no quis Cdisse 8oger. "o descer o sol, comeava a fazer frio no
estudio. "gachou2se para acender a antiga estufa el%trica.C 3or tua
gravidez+ C"divinhou.
1laire lhe deu uma r!pida olhada. 9epois sorriu com ironia.
Csso. 9isse que s um canalha era capaz de abandonar uma mulher
gr!vida e sem recursos. &obretudo se sua viso da realidade parecia algo
t7nue Cacrescentou risonhaC. Eu no estava sem recursos, tinha um
pouco de dinheiro de meu tio Gamb. :as AranB tamb%m no era um
canalha.
&eus olhos se desviaram at% as estantes de livros. "li estavam as obras
histricas de seu marido, com os lombos cintilantes $ luz do lustre.
CEra um homem muito decente Cconcluiu com suavidade. E tomou um
gole mais, fechando os olhos ao subir dos vapores alcolicosC. "inda
mais, sabia ou suspeitava que no podia ter filhos. m verdadeiro golpe
para um homem to dedicado $ histria e $s genealogias. 1om todas essas
id%ias din!sticas, no+
C&im, compreendo Cdisse 8oger com lentidoC. :as no sentia...+ sto%..., o filho de outro homem...
C4alvez. C5s olhos de 0mbar voltaram a olh!2lo, algo amaciados pelo
HhisBL e as reminisc7ncias.C :as como no sentia, nem podia crer em
nada do que eu dissesse sobre @amie, essencialmente a criana seria filho
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de pai desconhecido. &e ele ignorava quem era esse homem )e se
convenceu de que eu tamb%m no sabia, de que tinha inventado essas
alucinaKes por efeito do choque traum!tico*, ento ningu%m diria que a
criana no era sua. Eu no Cacrescentou com uma dei#a de amargura.4omou um grande gole do HhisBL, que a fez lacrimejar um pouco, e
en#ugou os olhos.
C:as a verdade % que me levou longe. " 6oston. 4inham2lhe oferecido
um bom posto em arvard onde ningu%m nos conhecia. "li nasceu
6rianna.
( choro nervoso me acordou mais uma vez. Tinha voltado E cama Es seis e
meia7 depois de levantar>me cinco vezes pela noite para atender E menina.
+ma lenta olhada ao rel?gio me revelou -ue eram sete horas. %elo banheiro
surgia uma alegre can12o: a voz de 0ranH se elevava em SRule7 Britannia7
acima do ru;do da @gua corrente.
%ermaneci na cama7 com os membros pesados pelo esgotamento7
perguntando>me se teria 8or1as necess@rias para suportar o pranto at= -ue
0ranH sa;sse do chuveiro e me trou9esse a Brianna. Fas o pranto subiu de
tom e se converteu num grito.
)ruzei pesadamente o corredor gelado at= o -uarto do nenM. Brianna7 de
trMs meses7 estava estendida de costas7 gritando a pleno pulm2o. Aturdida
pela 8alta de sonho7 demorei um momento ao recordar -ue a tinha dei9ado
de bru1os.
KueridaQ oce se virou sozinhaQ KAterrorizada por sua aud@cia7Brianna agitou os punhosinhos rosados e gritou com mais 8or1a7 apertando
os olhos.
'evantei ela depressa para dar>lhe palmadinhas nas costas7 murmurando
sobre a penugem ruiva -ue lhe cobria a cabe1a.
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K(h7 minha pe-uena pedra preciosaQ ue menina t2o inteligenteQ
K( -ue 8oiL K0ranH saiu do banho secando a cabe1a e com uma segunda
toalha envolta no -uadrilK. Algum problema com BriannaL
Apro9imou>se de n?s com cara de preocupa12o. %erto do nascimento7 n?sdois t;nhamos estado nervosos: 0ranH7 irritado< eu7 aterrorizada. #2o
t;nhamos id=ia do -ue podia suceder entre n?s logo -ue nascesse o 8ilho de
"amie 0raser. Fas -uando a en8ermeira pegou a Brianna de seu ber1o e a
entregou a 0ranH dizendo: SA-ui est@ a menina do papai7 ele 8icou com a
cara sem e9press2o< depois7 ao olhar o pe-ueno rostinho7 per8eita como um
pimpolho7 8icou maravilhado. Fenos de uma semana a menina C@ era sua7
em corpo e alma.
oltei>me para ele7 sorrindo.
K$la deu a voltaQ ozinhaQ
KDe verdadeL KRe8ulg;a de prazerK. #2o = muito cedo para -ue ela 8a1a
issoL
Kim. egundo o doutor pocH7 n2o deveria ter 8eito at= o mMs -ue vem7
pelo menos.
KBom7 o -ue sabe esse doutor pocHL em a-ui7 minha preciosa< d@ um
beiCo no papai por ser t2o precoce.
'evantou o corpinho suavemente7 envolvido em seu piCama rosado7 e deu
um beiCo na ponta do nariz. Brianna espirrou e n?s dois rimos.
$nt2o 8ui consciente de -ue era minha primeira risada em todo um ano.
Fais ainda: era a primeira vez -ue eu ria com 0ranH.$le tamb=m o notou< seus olhos se encontraram com os meus acima da
cabe1a de Brianna. $ram de um suave cor avel2 e nesse momento estavam
cheios de ternura. orri7 um pouco tr=mula7 alerta pelo 8ato de -ue ele
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estava -uase nu7 com gotas de @gua deslizando>se pelos ombros delgados e
brilhando na pele morena e suave do peito.
(s dois perceberam simultaneamente o cheiro a -ueimado. !sso nos
arrancou da bem>aventuran1a dom=stica.K( ca8=Q K0ranH pNs a Bree em meus bra1os7 sem nenhuma cerimNnia7 e
saiu disparado para a cozinha7 dei9ando ambas as toalhas 8eitas um vulto
aos meus p=s. $u segui lentamente7 levando a Bree apoiada no ombro.
$stava de p= ante a pia da cozinha7 nu7 entre uma nuvem de vapor -ue
surgia da ca8eteira chamuscada.
Kue tam um ch@L Ksugeri7 acomodando destramente a Brianna em meu
-uadril com um bra1o7 en-uanto voltava ao aparadorK ue droga acabouse< depois
se pNs em p= e saiu ao meu encontro.
K( -ue 8azes a-uiL Ksusurrei.
0ranH apontou com a cabe1a ao novo adorador7 -ue C@ estava aCoelhado7 e
me pegou pelo cotovelo para me guiar para 8ora.
$sperei -ue 8echasse a porta da capela antes de girar para olh@>lo de 8rente.K( -ue signi8ica istoL Ke9clamei7 com raivaK. %or -ue veio me
procurarL
K$stava preocupado contigo. Kinalizou o estacionamento vazio7 onde
seu grande BuicH guardava protetoramente Cunto ao meu pe-ueno 0ord.K
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perigoso -ue uma mulher ande s? a esta hora por esta parte da cidade.
im para te levar pra casa. #ada mais.
#2o mencionou os Uinchcli88e nem 8alou do Cantar. Feu aborrecimento
cedeu um pouco.KAh. $ o -ue 8izeste com BriannaL
K%edi a nossa vizinha7 a velha senhora Funsing7 -ue estivesse alerta caso
chorasse. Fas parecia dormir pro8undamente. Mm7 -ue 8az 8rio a-ui 8ora.
K#os veremos em casa Keu disse.
uando entrei para ver a Brianna7 havia um silencio no -uarto. Ainda
dormia7 mas notei ela um pouco in-uieta.
K)ome1a a ter 8ome Ksussurrei a 0ranH7 -ue se tinha apro9imado por
tr@s e a olhava a8etuosamente acima de meu ombroK. er@ melhor de -ue
eu lhe dM o peito antes de me deitar7 assim dormir@ at= mais tarde.
Kou te trazer algo -uente.
$n-uanto eu levantava o vulto c@lido e sonolento7 ele desapareceu pela
porta da cozinha.
Tinha tomado em um s? peito7 mas estava com sono. %or muito -ue eu
8alasse ou a sacudisse suavemente7 n2o acordou o su8iciente para mamar do
outro peito< assim -ue a colo-uei no ber1o7 dando palmadinhas nas costas
at= -ue emitisse um arroto satis8eito7 seguido pela respira12o pesada da
satis8a12o absoluta.
K$sta noite n2o vai acordar7 verdadeL K0ranH a cobriu com o cobertor
decorado com coelhinhos amarelos.Kim. Kentei>me na cadeira7 muito e9austa7 8;sica e mentalmente7 para
levantar>me outra vez. 0ranH se deteve ao meu lado e pNs a sua m2e leve em
meu ombro.
KAssim -ue ele morreuL Kperguntou com suavidade.
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STe disse -ue sim7 ia responder. Fas me interrompi e 8echei a boca. 'imitei
a assentir com a cabe1a7 mecionei lentamente com os olhos 8i9os no ber1o
escuro em sua pe-uena ocupante.
Ainda tinha o seio direito dolorosamente enchido de leite. )om um suspirode resigna12o7 alonguei a m2o para o e9trator de leite7 um arte8ato de
borracha7 8eio e rid;culo.
Dispensei 0ranH com um aceno.
KAnda7 saia. Demorarei s? uns minutos7 mas tenho -ue...
$m vez de me responder ou retirar>se7 ele tirou o e9trator da m2o para
dei9@>lo na mesa. Depois7 inclinando a cabe1a7 8i9ou suavemente os l@bios
em meu mamilo. 'ancei um gemido7 sentindo a ardMncia -uase dolorosa do
leite -ue corria pelos pe-uenos condutos. %us uma m2o na nuca para
apert@>lo um pouco mais a mim.
K)om mais 8or1a Ksussurrei. ua boca absorvia suavemente< n2o se
parecia em nada Es implac@veis e duras gengivas de um bebM.
0echei os olhos e me dei9ei levar pela mar=.
" porta principal do velha casaro se abriu com um chio de gonzos
enferrujados, anunciando o regresso de 6rianna 8andall. 8oger se
levantou de imediato para sair do hall, atra(do pelas vozes das moas.
C:eio quilo da melhor manteiga. sso % o que me encarregaste de pedir e
o fiz, mas e#iste manteiga pior ou melhor+ C6rianna estava entregando
uns pacotes a Aiona, rindo enquanto falava.
C6om, se comprou para esse velho vigarista de PicBloH, esta ser! daspiores, diga ele o que disser C interrompeu Aiona.C "h, trou#e a canela,
timoD Ento vou fazer pozinhos de canela. Quer ver como preparo+
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C1ozinheira+ C5s olhos de 6rianna se rasgaram em azuis tri0ngulos
divertidosC. 1ozinheiraD 3rimeiro me chamam de &assenach; agora,
cozinheira. 1omo se chamam os escoceses quando querem ser am!veis+
C3rrreciosa Crespondeu ele, arrastando e#ageradamente os erres $maneira escocesa.
"s duas garotas riram.
C3arece um terrier enfadado Ccomentou 1laireC. Encontraste algo na
biblioteca dos 1ls, 6ree+
Cm monto de coisas Crespondeu a moa reme#endo nos #ero# que
tinha dei#ado na mesa do hall.C :e arrumei para ler a maior parte
enquanto tiravam as cpias. " mais interessante % esta.
4irou uma folha do fei#e e a entregou a 8oger. Era um e#trato de um
certo livro sobre lendas das 4erras "ltas, um artigo encabeado
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=sto, por e#emplo Cpassou o papel a 1laireC parece um fato real.
E#plica como se originou o nome de certa formao rochosa das 4erras
"ltas.
1laire colocou o cabelo atr!s da orelha e inclinou a cabea para ler,vesgueando $ luz escassa do teto.
Cnus, o menino foi atacado por um dos dragKes e dei#ou cair o tonel, que
bai#ou quicando pela empinada colina, at% a ribeiro abai#o.=
Gevantou os olhos do papel, olhando a sua filha com uma sobrancelha
levantada.
C3or que isto+ &abemos..., ou acreditamos saber Ccorrigiu com umair>nica inclinao de cabea dirigida a 8ogerC que @amie escapou de
1ulloden, mas no foi o ?nico. 5 que faz pensar que este senhor p>de ter
sido @amie+
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C5 Morropardo, imagino Crespondeu 6rianna, como se a pergunta a
surpreendesse.
C5 que+ C8oger a olhou intrigadoC. 5 que pensa como Morropardo+
"o modo de resposta, 6rianna me#eu numa mecha de seu denso cabeloruivo e o sacudiu sob o nariz do historiador.
CMorropardoD Crepetiu impacienteC. m gorro de cor castanho claro,
certo+ sava constantemente um gorro, porque podiam reconhec72lo por
seu cabelo ruivo. No diz que os ingleses o chamavam
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3or isso voltei to tarde; fiz que o empregado tirasse todos os mapas das
4erras "ltas que tinham ali.
8etirou outra folha fotocopiada.
CF7+ to pequena que no aparece na maioria dos mapas, mas nestefigurava. @usto aqui; aqui est! a aldeia de 6roch :ordha, que segundo
mame est! pr#imo de GallLbroch. E aqui... Cmoveu o dedo m%dio um
cent(metro para assinalar uma linha de letras microscpicas.C F7+
Foltou a sua fazenda, GallLbroch, e ali se escondeu.
CNo tenho uma lupa a mo Cdisse 8oger dando as costasC estou
disposto a crer que a( foi
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imaginar. 1omo acha que foi aquilo para ele+ 3assar sete anos numa
gruta...
:ovido por um impulso, 8oger se inclinou para depositar um leve beijo
entre suas sobrancelhas.CNo sei, querida CdisseC :as talvez possamos averiguar.
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&EMN9" 3"84E
GallLbroch
1"3\4G5 /
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5 Morropardo
GallLbrochNovembro de -VS
ma vez ao m7s, quando algum dos meninos levava a mensagem de que
no tinha perigo, ele descia a casa para se barbear. &empre pela noite,
caminhando com os passos suaves de uma raposa na escurido.
Ailtrava2se como uma sombra pela porta da cozinha, onde lhe recebiam o
sorriso de an ou o beijo de sua irm, ento se iniciava a transformao. "
cumbuca de !gua quente e a navalha rec%m afiada j! estavam o
esperando na mesa, com o sabo. 9e vez em quando era sabo de
verdade, o seu primo @ared tinha enviado um pouco da Arana; com mais
freqY7ncia, o sebo irritava os olhos pela fora da !gua.
&entia iniciar uma mudana com o primeiro aroma da cozinha, to forte e
rico depois dos cheiros do lago, o p!ramo e a lenha, atenuados pelo vento.
:as s ao concluir com o rito do barbeado % que se sentia completamente
humano mais uma vez.
avia aprendido a no falar antes de se barbear; as palavras no surgiam
facilmente depois de um m7s de solido. 4inha algo que pedir e escutar'
sobre as patrulhas inglesas no distrito, a pol(tica, as detenKes e ju(zos em
Gondres e Edimburgo... :as isso podia esperar. Era melhor falar com ansobre a propriedade e com @ennL sobre os meninos. &e parecia no ter
perigo, faziam descer os meninos para que saudassem o seu tio com
abraos sonolentos e beijos ?midos, antes de voltar cambaleando em suas
camas.
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C1edo ser! um homem Ctinha sido seu primeiro tema de conversa em
setembro, sinalizando com a cabea ao filho maior de @ennL, o que levava
seu nome. 5 menino, que tinha sete anos, permanecia sentado $ mesa,
algo coibido e muito consciente da dignidade de ser, pelo momento, ohomem da casa.
C&im, como que necessito outro desses seres para me preocupar C
replicou azedamente sua irm. :as tocou o seu filho no ombro ao passar
com um orgulho que desmentia suas palavras.
CNo teve not(cias de an+ C&eu cunhado tinha sido preso pela quarta
vez, tr7s semanas antes, e levado a nverness sob a suspeita de se
simpatizar com os jacobitas.
@ennL sacudiu a cabea, colocando ante ele um prato coberto.
CNo h! por que de se preocuparCdisse, servindo2lhe docinho de perdiz.
&ua voz era serena mas se acentuou ama pequena ruga vertical entre suas
sobrancelhas.C :andei Aergus para que lhes mostrem a escritura de
transfer7ncia e a const0ncia de que an foi descadastrado por seu
regimento. 5 enviaro para casa quando entenderem que no % o senhor
de GallLbroch e que nada conseguiro acusando2o. C9epois de lanar um
olhar ao seu filho, alongou a mo para a jarra de cervejaC. 3ara eles ser!
dif(cil apresentar uma acusao de traio num menino.
&ua voz era l?gubre, mas encerrava com um acento de satisfao ao
pensar na confuso da corte inglesa. " escritura de transfer7ncia,
salpicada da chuva, demonstrava que o t(tulo de GallLbroch tinhapassado do @ames adulto ao menor; cada vez que aparecia nos tribunais,
burlava as tentativas da 1oroa de apoderar2se da fazenda como
propriedade de um traidor jacobita.
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3odiam entender o medo, at% certo ponto. 5 medo $ captura, $ morte.
:as no o medo $ solido, ao prprio temperamento, $ loucura.
C6om, sim Cdisse, voltando2se com ar indiferente para o espelhoC. 5
homem nasce para sofrer e para se barbear. ma das pragas de "do.C9e "do+ CAergus fez cara de confuso enquanto os outros fingiam ter
alguma id%ia do que @amie dizia. 9e Aergus ningu%m esperava que
soubesse tudo, porque era franc7s.
C"h, sim. C@amie meteu o l!bio superior sob os dentes para raspar
delicadamente embai#o do narizC. No princ(pio, quando 9eus criou o
homem, o quei#o de "do era to limpinho como a de Eva. E os dois
tinham o corpo to suave como um rec%m nascido Cacrescentou, vendo
que seu sobrinho dava uma olhada em 8abbie. Ele ainda no tinha barba,
mas o t7nue focinho do l!bio superior revelava crescimentos em outras
partes.
C:as quando o anjo da espada flamegou os e#pulsou do Ed%n, nem
tinham bem cruzado as portas do jardim, os pelos comearam a crescer e
a arder no quei#o de "do. E desde ento o homem est! condenado a
barbear2se. C4erminou seu prprio quei#o com um garboso movimento
final e se inclinou teatralmente ante seu p?blico.
C:as e o outro p7lo+ 3or que+ Cquis saber 8abbieC. "( embai#o no se
barbeouD
5 pequeno @amie soltou uma risada aguda, outra vez corado.
C"inda bem Cobservou seu tocaioC. Aaria falta uma mo muito firme.sso sim' no teria necessidade de espelho Cacrescentou entre um coro de
risos.
CE as senhoras+ Cperguntou Aergus. "o dizer
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senhoras tamb%m t7m pelo ali e no se barbeiam..., geralmente, ao menos
Cadicionou pensando, obviamente, em algumas das coisas que tinha visto
no bordel.
@amie ouviu os passos de sua irm no corredor, que se apro#imava com opasso lento e bambaleante da gravidez avanada. 4razia a bandeja do
jantar sobre seu ventre inchado.
C&il7ncioD Cordenou aos meninos, que interromperam bruscamente os
risos. E se adiantou de pressa com a bandeja para p>2la na mesa.
Era um prato apetitoso, com toucinho e carne de cabra; viu que a
proeminente pomo de "do subia e bai#ava na garganta de Aergus ao
sentir o aroma. &abia que eles guardavam a melhor comida para ele; era
bvio, era o mais abatido das caras que rodeavam a mesa. 1ada vez que
ele descia trazia toda a carne que conseguia conseguir' coelhos ou galos
silvestres caados com armadilha e alguns ovos de maarico; mas nunca
era suficiente para aquela casa, cuja hospitalidade devia cobrir as
necessidades, no s dos seus e dos criados, como tamb%m das fam(lias de
IirbL e :urraL, ambos assassinados. "o menos at% a primavera, as
vi?vas e os rfos de seus arrendat!rios deviam permanecer ali e a ele lhe
correspondia fazer o poss(vel por aliment!2los.
C&enta ao meu lado Cdisse a @ennL pegando pelo brao para traz72la
suavemente at% o banco posto junto a ele. 1om grande firmeza, cortou um
bom pedao de carne e p>s o prato na frente dela.
C:as isso % tudo para voceD Cprotestou elaC. Eu j! comi.CNo o suficiente. 3recisas mais..., pelo beb7 Cdisse inspirado. &e no
comia por si mesma, o faria pela criana.
&ua irm vacilou um momento e, sorrindo2lhe, pegou a colher e comeou
a comer.
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1orria o m7s de novembro; o frio se filtrava pela camisa delgada e as
calas de montar que levava postos. "tencioso ao rasto, mal o notou. 5
c%u estava coberto com pequenas nuvens, mas a lua cheia dava abundante
luz.No chovia, graas a 9eus; com o ru(do do !gua ao cair era imposs(vel
ouvir nada, e o aroma penetrante das plantas molhadas disfarava o
cheiro dos animais. &eu olfato se tinha voltado quase penosamente agudo
nos longos meses passados ao ar livre; as vezes, quando entrava na casa,
os cheiros pareciam capazes de derrub!2lo.
Mirou com toda a lentido poss(vel para o lugar onde seus ouvidos lhe
tinham indicado onde estava o veado. 4inha o arco na mo e uma flecha
pronta. 3oderia disparar uma s vez, talvez, quando o animal fugisse.
"liD 5 corao lhe subiu $ garganta ao ver os cornos, agudos e negros
acima das aliagas. Airmou o corpo, respirou fundo e deu um passo
adiante.
Aoi um disparo limpo, felizmente se fincou justo por tr!s da paleta.
9ificilmente teria tido foras para perseguir a um veado adulto ferido.
4inha ca(do num lugar livre, depois de uma mata de aliagas, com as
pernas tesas, na forma estranhamente indefesa em que fazem os
ungulados moribundos.
@amie tirou a faca do cinto e se ajoelhou junto ao veado, dizendo
apressadamente a orao de Mralloch que lhe tinha ensinado o velho @ohn
:urraL, o pai de an. 1om a segurana que lhe dava a pr!tica, levantou ofocinho pegajoso com uma mo e, com a outra, cortou o pescoo do
animal. 9epois, o brusco esforo de mover e estripar a r7s, o longo talho
onde se misturavam fora e delicadeza para abrir o couro entre as patas
sem penetrar no saco que encerrava as entranhas. :eteu as mos na r7s,
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profanando a intimidade quente e ?mida, e fez outro esforo para retirar
o saco viscoso, que brilhava entre suas mos ao luar. m talho acima,
outro abai#o. E a massa ficou livre, na transformao de magia negra que
convertia a um veado em carne.Era um animal pequeno, ainda que sua galhada j! tinha pontas. 1om um
pouco de sorte poderia carreg!2lo sozinho, em vez de dei#!2lo a graa das
raposas e dos te#ugos at% que pudesse trazer ajuda para transport!2lo.
:eteu um ombro sob uma das patas e se incorporou com
lentido,grunhindo pelo esforo, at% acomodar firmemente o peso nas
costas.
&entia2se um pouco mareado. 1ada vez lhe afetava mais a desorientao,
a fragmentao de si mesmo entre o dia e a noite. 9urante o dia era s
uma criatura que escapava de sua ?mida imobilidade mediante uma
disciplinada e teimosa retirada pelas vias do pensamento e a meditao,
procurando ref?gio nas p!ginas dos livros. :as ao sair a lua, sucumbindo
de imediato $s sensaKes, emergia, como uma besta de sua guarida, ao ar
fresco para correr pelas colinas escuras e caar sob as estrelas,
impulsionado pela noite, %brio de sangue e influ#o lunar.
& quando surgiram $ vista as luzes de GallLbroch dei#ou, por fim, que o
manto de humanidade ca(sse sobre ele, que mente e corpo voltassem a
unir2se, enquanto se preparava para saudar a sua fam(lia.
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1"3\4G5 V
N5& 9]5 : :ENN5
4r7s semanas depois ainda no tinhamos not(cias de an. Aergus levava
v!rios dias sem ir $ gruta, pelo que @amie se consumia de preocupao
para saber como ia tudo na casa. 5s veados j! tinham desaparecido, com
tantas bocas que alimentaram, e a horta rendia muito pouco naquela
%poca do ano.
&ua preocupao era tanta que se arriscou fazendo uma visita
inesperada; depois de revisar suas armadilhas, desceu das colinas justo
antes do crep?sculo. :as, teve a prud7ncia de p>r o gorro tecido com
uma tosca l parda que lhe protegeria o cabelo de qualquer raio revelador
do sol poente. &ua estatura, por si s, podia provocar suspeitas, mas no
dar certeza, e tinha plena confiana na fora de suas pernas para escapar
se tivesse a m! sorte de encontrar2se com uma patrulha inglesa. "s lebres
dos urzais no podiam medir foras com @amie Araser, estava precavido.
"o apro#imar2se notou que a casa estava estranhamente silenciosa.
Aaltava o alvoroo habitual dos meninos' os cinco de @ennL e os seis dos
arrendat!rios, no mencionando a Aergus e a 8abbie :acNab, que
dei#aram a muito tempo de se perseguirem pelos est!bulos, gritando
como possu(dos.
9eteve2se na porta da cozinha, sentindo a casa deserta ao seu arredor.Encontrava2se no hall, com a dispensa em um lado, o tanque ao outro e a
parte principal da cozinha bem na frente. 3ermaneceu imvel, aguando
todos os sentidos, escutando enquanto inalava os abrumadores aromas da
casa. 4inha algu%m ali' um leve rasgo, seguido por um tinido suave e
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regular, surgia atrav%s da porta recoberta de pano que retinha o calor na
cozinha, impedindo que se filtrasse para a gelada dispensa.
8econfortado pelo barulho dom%stico, abriu a porta com cautela, mas
sem medo. @ennL, s e gr!vida, estava de p% na frente da mesa, batendoalgo numa cumbuca amarela.
C5 que fazes aqui+ 5nde est! a senhora 1oBer+
" irm soltou a colher com um grito sobressaltado.
C@amieD C"pertou uma mo contra o peito e fechou os olhos, p!lida.
C3or 9eusD Quase me mata de sustoD C"briu os olhos, de cor azul
escuro como os dele, e lhe fincou uma olhada penetranteC5 que est!
fazendo aqui, Firgem &anta+ No te esperava dentro de uma semana.
CAaz dias que Aergus no sobe $ colina; estava preocupado Cdisse
simplesmente.
CFoce % um tesouro, @amie. C&eu rosto estava recobrando a cor. 1om
um sorriso, se apro#imou ao seu irmo para abra!2lo.
C5nde esto todos+ Cperguntou, soltando2a na m! vontade.
C6om, a senhora 1oBer morreu Crespondeu acentuando a leve ruga
entre suas sobrancelhas.
C+ C@amie se benzeu suavementeC Gamento. C" senhora 1oBer
tinha sido criada primeiro e caseira depois, desde o casamento de seus
pais, mais de quarenta anos atr!sCQuando+
C5ntem pela manh. No foi inesperado, pobrezinha, e se foi
aprazivelmente. Em sua prpria cama, como queria, com o pai:c:urtrL orando junto a ela.
@amie deu uma olhada refle#iva para a porta que levava para as
habitaKes do servio.
C"inda est! ali+
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" irm sacudiu a cabea.
CNo. Eu disse ao seu filho que deviam vel!2la aqui, na casa, mas os
1oBer pensaram que, estando as coisas como esto Cabrangeu com uma
careta a aus7ncia de an, o espreito dos ingleses, os arrendat!riosrefugiados, a falta de comida e a presena de @amie na grutaC, era
melhor faz72lo em 6roch :ordha, em casa de sua irm. Aoram todos ali.
Eu disse que no estava em condiKes de acompanh!2los Cdeu um sorriso
amarelo.C :as em realidade precisava umas horas de paz e sil7ncio.
CE aqui venho eu, a interromper tua paz Cdisse @amie melanclico.C
Queres que eu v!+
CNo, cabea de vento Cdisse a irm afavelmente.C &enta enquanto
sigo preparando o jantar.
CQue tem para comer+ Cperguntou olfateando com ar esperanoso.
C9epende do que tenhas trazido Creplicou @ennL. :oveu2se
pesadamente pela cozinha, retirando coisas dos arm!rios, e se deteve a
me#er o grande caldeiro que pendia sobre o fogo, do que surgia um vapor
t7nue.
C&e trou#e carne, a comeremos. &e no, ser! cevada fervida e carne em
conserva.
C"inda bem que tive sorte Cdisse ele. Firou sua bolsa e dei#ou cair os
tr7s coelhos na mesa, um vulto inerme de pelagem cinza e orelhas ca(das
C E amoras Cdisse virando o conte?do de seu gorro pardo, manchado
por dentro por uma subst0ncia vermelha." @ennL iluminou os olhos.
C1laro que posso Crespondeu sua irm, distra(da, enquanto folheava o
volumeC :as quando falta a metade das coisas necess!rias, as vezes
encontro aqui algo que eu posso usar. Normalmente prepararia o molho
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3egou uma #(cara para medir a farinha e notou que na bolsa tinha muito
pouca.
CQuando comear, manda2me chamar $ gruta Cdisse subitamente.C
Fou descer, com ingleses ou sem eles.@ennL dei#ou de me#er para olh!2lo.
C3ara que+
C6om, an no est! aqui Capontou @amie pegando um dos coelhos
esfolados. 1om a destreza da pr!tica, desarticulou uma co#a e, com tr7s
r!pidos golpes, a carne p!lida ficou aplanada, pronta para o docinho.
C9e pouco me serviria t72lo aqui Csussurou elaC @! ocupou de sua
parte faz nove meses. C5lhando a seu irmo com o nariz franzido, pegou
o prato com a banha.
@amie no p>de resistir a tentao de apoiar levemente a mo naquela
curva monstruosa para perceber os poderosos pontap%s do habitante,
impaciente por abandonar seu encerro.
C:e manda Aergus quando chegar o momento Crepetiu.
Ela o olhou com e#asperao e lhe afastou a mo com um golpe de colher.
CNo acabei de dizer que no preciso+ 3or 9eus, homem, muitas
preocupaKes eu j! tenho, com a casa cheia de gente, mal o indispens!vel
para aliment!2la, an preso em nverness e os ingleses rondando as
janelas cada vez que me dou uma volta. 9evo me preocupar tamb%m com
o risco de te pegarem+
C3or mim no se preocupe. &ei me cuidar Cassegurou sem olh!2la.C6om, se sabe se cuidar, fique na colina. @! tive seis filhos. No v7 que
posso me arranjar+
C1om voce no se pode discutir Cacusou.
CNo Creplicou ela de imediato."ssim ficando por l!.
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CFerei.
CFoce deve de ser o tonto mais teimoso da Esccia.
3ela rosto de seu irmo se estendeu um enorme sorriso.
C3ode se dizer que sim Cdisse dando2lhe umas palmadinhas no ventreenorme.C E pode se dizer que no. :as vou vir. Quando chegar o
momento, me envia Aergus.
4r7s dias depois, ao amanhecer, Aergus subiu com custo at% a gruta,
ofegando e perdendo a trilha na escurido. Aez tanto ru(do entre as
aliagas que @amie o ouviu muito antes de que chegasse.
C:ilord... Ccomeou sem alento ao aparecer no e#tremo da trilha.
:as @amie j! o tinha dei#ado para tr!s e descia apressadamente para a
casa, jogando2se o manto pelos ombros.
C:as milord... Couviu2se a voz do garoto depois dele, ofegante e
assustadoC. 5s soldados...
CQue soldados+ C@amie se deteve bruscamente.
C9ragKes ingleses, :ilord. :iladL me manda dizer que no abandone a
gruta sob nenhum motivo. m dos homens os viu ontem, acampados
cerca de 9unmaglas.
C:alditos sejam.
C&im, milord. CAergus se sentou numa pedra para abanar2se, seu
estreito torso palpitava aceleradamente.
@amie vacilava. 4odos seus instintos se negavam a voltar $ gruta.
Cum... Cmurmurou olhando a Aergus. Nele se percebia certa suspeita.3or que sua irm lhe mandava Aergus a uma hora to estranha+ "
resposta era bvia' temia no estar em condiKes de enviar2lhe a
mensagem $ noite seguinte.
C1omo est! minha irm+ Cperguntou.
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C5h, bem, milord, muito bemD C5 caloroso tom da afirmao
confirmou as suspeitas de @amie.
CEst! a ponto de ter o menino, no+
CNo, milord, claro que noD@amie firmou uma mo no ombro de Aergus. 5s ossos pareciam pequenos
e fr!geis sob seus dedos; recordou, inc>modo, os coelhos que tinha picado
para @ennL.
C:e diz a vedade Ce#igiuD
C verdade, milordD
" mo apertou ine#oravelmente.
CEla ordenou que no me dissesses+
" proibio de @ennL devia ter sido literal, pois Aergus respondeu a essa
pergunta com evidente al(vio.
C&im, milordD
C"h. C@amie afrou#ou a mo e o garoto se levantou de um pulo.
Enquanto ajeitava o ombro dormente, comeou a falar com volubilidade.
C9isse que eu no devia dizer2lhe nada, salvo o dos soldados, milord, e
que se fizesse me cortaria os test(culo para ferver como nabos.
@amie no p>de reprimir um sorriso.
C3or falta de comida como estamos Cassegurou ao seu protegidoC, no
% para tanto. C9eu uma olhada ao horizonte, onde aparecia uma fina
linha rosada, depois da silhueta negra dos pinheiros.C Fem, vamos. Em
meia hora ter! amanhecido.No amanhecer no havia rastos do sil7ncio. Quem tinha os olhos na cara
podia ver que em GallLbroch estava acontecendo algo anormal. 5
caldeiro da colagem tinha ficado no p!tio, com o fogo apagado, cheio de
!gua fria e roupa molhada. ns gemidos lamuriante, como se estivessem
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senhora IirbL se levantou para segu(2la, com muita mais dignidade, mas
sem vacilar.
"rroubado pela pequena vitria, @amie se desfez em poucos instantes dos
outros ocupantes da sala. " vi?va :urraL e suas filhas sa(ram para lavarroupa e os meninos menores, para trancafiar os frangos, sob a superviso
de :arL :acNab. 5s meninos maiores foram, com al(vio, a ocupar2se do
gado.
ma vez deserta a casa, vacilou um momento. &entia que devia ficar na
casa montando guarda, ainda que tinha aguda consci7ncia de que no
podia fazer nada para ajudar, tal como @ennL tinha dito. No p!tio tinha
visto uma mula desconhecida; provavelmente, a parteira estava l! em
cima, com @ennL.
ncapaz de permanecer sentado, vagou inquieto pela sala, com a 6(blia
nas mos, tocando coisas. m gemido prolongado no andar superior lhe
fez olhar involuntariamente o Givro &agrado. No tinha muitas vontades
de faz72lo, mas dei#ou que o livro se abrisse pela primeira p!gina, onde se
registravam os casamentos, nascimentos e mortes da fam(lia.
"s anotaKes comeavam com o casamento de seus pais, 6rian Araser e
Ellen :acIenzie. 5s nomes e a data estavam escritos com a letra redonda
de sua me; abai#o, uma breve anotao com o garrancho de seu pai,
mais firmes e negros'
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CE se no tivesse morto+ Cdisse suavemente ao quadro.
"o fechar o livro viu a ?ltima anotao. 1aitlin :aisri :urraL, nascida
no dia ^ de dezembro de -/T, falecida no dia ^ de dezembro de -/T. &e
os soldados ingleses no tivessem chegado no dia S de dezembro, teria seadiantado o parto de @ennL+ &e tivessem tido suficiente comida, se ela no
tivesse sido pele, ossos e o vulto do ventre,teria evitado+
Em cima chegou outro grito. Num espasmo de medo, @amie apertou o
livro entre as mos.
C5ra por ns, irmo Csussurrou. 9epois de se benzer, dei#ou a 6(blia e
foi ao celeiro, para ajudar com os animais.
"li tinha pouco o que fazer; 8abbie e Aergus eram suficientes para
atender os poucos animais restantes. 5 jovem @amie, com seus dez anos,
estava j! em idade de prestar bastante ajuda. 3rocurando algo que fazer,
@amie pegou uma braada de feno para lev!2la $ mula da parteira.
Quando acabar o feno teria que matar $ vaca; a diferena das cabras, a
ela no lhe bastava o pasto de inverno das colinas, mesmo ainda com as
ervas que os meninos traziam. 1om sorte, os animais durariam at% a
primavera.
Quando entrou no celeiro, Aergus levantou os olhos.
CEla % uma boa parteira, de boa reputao+ C3erguntou disparando
agressivamente a mand(bulaC No creio que a :adame deva estar em
mos de uma camponesaD
C1omo quer que eu saiba+ Creplicou @amie irritadoC 4alvez eu deviame ocupar de contratar parteiras+ C" senhora :artin, a velha parteira
que tinha assistido o nascimento a todos os :urraL anteriores, tinha
morrido durante a fome do ano seguinte a 1ulloden, como tantos outros.
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" senhora nnes, a nova parteira, era bem mais jovem; era de esperar que
j! tivesse e#peri7ncia suficiente para saber o que fazia.
8abbie tamb%m parecia inclinado a participar da discusso. 5lhou
Aergus com gesto cenhoso.C5 que significa isso de s Aergus em p% e, para distra(2lo, perguntou'C 5 Que sabes
sobre parteiras, afinal de contas+
C:uito, milord. CAergus sacudiu a roupa com gestos elegantesC
Enquanto vivia em casa de :adame Elise, muitas das damas foram
postas no leito.
CNo duvido Cinterp>s @amie com securaC. 3ara dar $ luz, queres
dizer+
C3ara dar $ luz, claro. 1aramba, eu mesmo nasci aliDCEvidentemente. C @amie contraiu a bocaC 6om, confio que tenhas de
fato cuidadosas observaKes e que possa dizer como se devem fazer as
coisas.
Aergus ignorou o sarcasmo.
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C5 que+ C@amie girou sobre seus calcanhares e levou automaticamente
a mo $ pistola que levava quando abandonava a gruta. :as no tinha
nenhuma patrulha inglesa no p!tio do est!buloCQue diabo acontece+
Ento ele viu. 4r7s pequenas manchas negras que voavam sobre as matasmortas no semeado das batatas.
C1orvos Cdisse, sentindo arrepiar o cabelo da nuca. Que aquelas aves
da guerra e a matana chegassem numa casa durante um nascimento era
o pior dos press!gios. E uma daquelas sujas criaturas estavam posando
no telhado, ante seus prprios olhos.
&em pensar direito, sacou a pistola do cinto e apoiou o cano no antebrao
para apontar com cuidado.
" arma sacudiu e o corvo estourou numa nuvem de plumas negras. &eus
dois colegas se jogaram ao ar,afastando2se com loucos agitos; seus !speros
gritos se perderam rapidamente no ar de inverno.
C:on 9ieuD Ce#clamou AergusC 1Xest bem aD
C&im, bom disparo, senhor. C8abbie, ainda impressionado, tinha2se
reposto a tempo para ver o tiro. "gora apontava a casa com o quei#oC
5lha, senhor. No % a parteira+
Era a senhora nnes, sim, que aparecia com a cabea pela janela do andar
superior, com o loiro cabelo solto, tratando de olhar para o pat(o. 4alvez o
ru(do do disparo lhe fez temer algum problema. @amie saiu do p!tio e
agitou a mo para tranqYiliz!2la.
C4udo est! bem CgritouC Aoi s um acidente. CNo queria mencionaros corvos para o acaso da mulher comentar a @ennL.
C&obeD Cgritou ela sem dar muita atenoC 5 beb7 nasceu e sua irm
quer ve2loD
@ennL abriu um olho, azul e levemente rasgado, como o de @amie.
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CFoce acabou vindo,n%+
C3ensei que algu%m teria que estar aqui, ainda que fosse para orar por
voce Crespondeu resmungo.
Ela fechou o olho e um leve sorriso lhe curvou os l!bios. Ela pareciamuito com uma pintura que ele tinha visto em Arana.
CFoce % um bobo, mas estou feliz Cdisse com suavidade. E abriu os
olhos para dar uma olhada ao vulto envolto que tinha na dobra do brao
C Quer v72lo+
C"h, % um homenzinho.
1om mos e#perientes depois de ser tio durante anos, @amie pegou o
pequeno embrulho e o acomodou contra seu corpo, retirando a ponta do
cobertor que tampava o rosto. 5 beb7 tinha os olhos muito fechados; as
pestanas no eram vis(veis na ruga profunda das p!lpebras, que
formavam um 0ngulo agudo sobre a suave redondez das bochechas; isso
imaginava que talvez, seria esse o ?nico rasgo identific!vel, que se
pareceria $ me. " cabea estava cheia de estranhos volumes e desviada
para o lado; seu aspecto fez @amie, inc>modo, comparar com um melo;
mas a grossa boquinha se mantinha descontra(da e apraz(vel; o ?mido
l!bio interior se estremecia com o ronquido que acompanhava ao
esgotamento de ter nascido.
CAoi um trabalho duro, no+ Ccomentou dirigindo2se ao menino.
:as foi a me quem respondeu'
C&im, efetivamente. No arm!rio h! HhisBL. Quer me trazer um copo+ C&ua voz soava rouca; teve que pigarrear para completar o pedido.
CPhisBL+ No deveria beber cerveja com ovos batidos+ Cperguntou
seu irmo, reprimindo com dificuldade a imagem mental do que, segundo
Aergus, era o alimento adequado para as rec%m mames.
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C PhisBLCela assegurou com decisoC Quando estava doente, cansado
e com a perna to dolorida, te dei cerveja com ovos batidos+
CFoce me deu coisas muito piores Cdisse ele sorrindo de orelha a orelha
C :as % verdade, tamb%m me deu HhisBL. C1olocou cuidadosamente omenino dormindo na cama e foi em procura da bebidaC @! tem nome+
Cquis saber sinalizando ao beb7 com a cabea enquanto servia uma
generosa quantidade de l(quido ambarino.
C5 chamarei de an, como seu pai. C" mo de @ennL se encostou na
cabecinha arredondada, recoberta por uma pelugem castanha dourada.
No ponto macio da coronilha palpitava visivelmente o pulso; para o @amie
lhe parecia tremendamente fr!gil, mas a parteira lhe tinha assegurado
que era um menino so e vigoroso; teria que acreditar. :ovido por uma
obscura necessidade de proteger aquele ponto macio, to e#posto,
levantou uma vez mais o beb7 e lhe cobriu a cabea com o cobertor.
C:arL :acNab me contou o que fizeste com a senhora IirbL C
comentou @ennL tomando um trago C Que pena que eu perdi. 9iz :arL
que essa velha bru#a esteve a ponto de engulir a prpria l(ngua quando te
ouviu.
@amie sorriu como resposta, dando suaves palmadas nas costas do beb7,
que descansava sobre seu ombro, profundamente dormindo. &eu
corpinho, inerte como um presunto sem osso, era um peso macio e
reconfortante.
CQue pena que no o fez. 1omo faz para suportar essa mulher+ Eu aestrangularia se a tivesse em minha casa todos os dias.
&ua irm ofegou e fechou os olhos, jogando a cabea para tr!s para que o
HhisBL descesse por sua garganta.
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C"h, a gente incomoda at% onde se permite. E eu no lhe permito muito.
9e qualquer modo Cdisse abrindo os olhosC, no me desagradaria
livrar2me dela. Estou pensando mandar ao velho IettricB, o de 6roch
:ordha. 5 ano passado perdeu a sua esposa e a sua filha; precisar! quealgu%m o ajude.
C&im, mas se eu fosse &amuel IettricB ficaria com a vi?va de :urraL,
no com a de IirbL Cobservou @amie.
C3eggL :urraL j! est! arranjada C assegurou sua irmC Na
primavera se casar! com 9uncan Mibbons.
C9uncan se moveu depressa Ccomentou um pouco surpreso. Ento lhe
ocorreu algo e sorriuC. "lgum dos dois sabe+
CNo Crespondeu ela devolvendo2lhe o sorriso. 9epois o gesto se
esfumou numa olhada especulativaC " no ser que voce tamb%m esteja
pensando em 3eggL.
CEu C@amie deu um sobressalto, como se ela acabasse de sugerir que ele
desejava saltar pela janela.
CEla s tem vinte e cinco anos Cinsistiu @ennLC. 3ode ter mais filhos. E
% boa me.
CFoce no bebeu demais+ Estou vivendo numa gruta, como um animal, e
voce pensa em me arranjar uma esposaD C9e repente sentiu um vazio
por dentro.
CQuanto tempo faz que no se deita com uma mulher, @amie+ C
perguntou sua irm em tom coloquial.Foltou2se a olh!2la, estupefato.
CQue tipo de pergunta % essa+
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CNo tem estado com nenhuma das solteiras que vivem em GallLbroch e
6roch :ordha Ccontinuou ela sem dar atenoC Eu teria sabido. E
creio que tamb%m com nenhuma das vi?vas. CAez uma delicada pausa.
C&abe perfeitamente que Cno respondeu sentindo que enrusbeceu asbochechas.
C3or que+ Cperguntou @ennL sem rodeios.
C1omo que
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:as % hora de seguir adiante, @amie. 1laire no ia querer que passasses a
vida s, sem ningu%m que te console e te d7 filhos.
CEla estava gr!vida Cmurmurou ele, por fim, falando com seu prprio
refle#o no vidro embaadoC Quando se... Quando a perdi.9e que outro modo podia diz72lo+ No tinha maneira de e#plicar a sua
irm onde estava 1laire. 9e e#plicar2lhe que no podia pensar em outra,
com a esperana de que estivesse viva, ainda sabendo que a tinha perdido
para sempre.
9epois de um longo sil7ncio, por fim, @ennL perguntou bai#inho'
C3or isso veio hoje+
Ele suspirou e se voltou.
C4alvez sim. @! que no pude ajudar a minha esposa, pensei que poderia
te ajudar.Na realidade, no pude Cdisse com certa amarguraC 3ara
voce sou to in?til como fui para ela.
@ennL lhe estendeu uma mo, cheia de aflio.
C@amie, mo chridhe... C: