Parte 1 - o Sistema Nervoso

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Primeira parte do livro sobre dependência química na visão cientifica

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O SISTEMA NERVOSOO Sistema Nervoso é a rede de comunicações eletroquímicas internas do corpo. Suas principais partes são o cérebro, a medula espinhal e os nervos. O cérebro e a medula espinhal formam o sistema nervoso central (SNC), o centro de controle e coordenação do corpo. Bilhões de longos neurônios, a maioria agrupados em nervos, perfazem o sistema nervoso periférico, transmitindo impulsos nervosos entre o SNC e as demais regiões do corpo. Cada neurônio possui três partes : um corpo celular, ramos dentríticos que recebem os sinais químicos de outros neurônios, e um axônio, em forma de tubo, que conduz estes sinais na forma de impulsos elétricos.

AMOSTRA DO SISTEMA NERVOSO

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De que forma é composto o sistema nervoso?O sistema nervoso é considerado como dois sistemas anatômicos: o Sistema Nervoso Central e o Sistema Nervoso Periférico.O Sistema Nervoso Central envolve o cérebro e a medula espinhal. É a parte do sistema nervoso que processa as informações.Já o Sistema Nervoso Periférico inclui todos os nervos fora do Sistema Nervoso Central, e é a parte do sistema nervoso que recebe as informações e permite que o corpo responda de acordo. Além disso, o Sistema Nervoso pode ser descrito com base em suas funções ou sua distribuição espacial no corpo.

Sistema Nervoso

Divisão Partes Funções gerais

Sistema nervoso central (SNC)

EncéfaloMedula espinal

Processamento e integração de informações

Sistema nervoso periférico (SNP)

NervosGânglios

Condução de informações entre

órgãos receptores de estímulos, o SNC e órgãos efetuadores

(músculos, glândulas...)

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(1ª EXPLICAÇÃO)Como se comporta a distribuição funcional do sistema nervoso?Em relação à parte funcional, existem dois tipos de vias neurais para receber e enviar informações. São as chamadas vias aferentes e eferentes.O que são nervos aferentes?Os nervos aferentes são aqueles afetados por seus arredores, e conhecidos como neurônios sensoriais. Eles sentem o ambiente (tal como dor, calor, pressão) e quaisquer alterações no ambiente, e informam ao Sistema Nervoso Central.E nervos eferentes?Os nervos eferentes produzem efeitos em seus arredores e são constituídos pelos neurônios motores.Qual a função de um nervo eferente?Depois que o Sistema Nervoso Central recebe as informações dos neurônios sensoriais, o cérebro decide o que fazer a seguir. Ele transmite esta decisão para o restante do corpo via nervos eferentes; estes, por sua vez, entre outras ações, são responsáveis pelos movimentos de contração e relaxamento muscular.Que parte do sistema nervoso é afetado pela ELA (Esclerose lateral amiotrófica)?Na ELA, somente o sistema eferente (neurônios motores) deteriora-se. Todas as funções sensoriais e intelectuais do paciente permanecem intactas.E quanto à distribuição espacial dos neurônios?A distribuição espacial dos neurônios motores pode ser descrita pela sua posição no corpo. Eles são comumente conhecidos como Neurônios Motores Inferiores (NMI) e Neurônios Motores Superioes (NMS).De que forma os NMI podem se apresentar?Os NMI podem estar sob a forma de nervos espinhais. Eles se estendem da espinha para áreas e todo o tronco e membro. Eles podem também estar sob a forma de nervos cranianos

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que originam-se na extremidade superior da medula espinhal e ligam-se aos músculos em várias regiões da cabeça, incluindo a boca, garganta, olhos e face.E os NMS?Os NMS originam-se na parte frontal do cérebro (o córtex motor) e estendem-se até a extremidade superior da medula espinhal (pirâmide) ou promovem sinapse com os NMI da medula espinhal. Os NMS que se conectam aos nervos cranianos não entram na medula espinhal, porém estão presentes dentro do cérebro.

(2ª EXPLICAÇÃO)

COMO FUNCIONA O SISTEMA NERVOSO

O cérebro é a parte mais importante do corpo, onde todos os comandos (movimentos dos membros, controles esfincterianos, batimentos cardíacos, respiração, etc.) são processados e todas as sensações e sentidos(dor, calor, frio, olfato, audição, visão, paladar, etc.) são recebidos e assimilados. A medula e os nervos periféricos fazem a comunicação entre o cérebro e as diversas parte do corpo, levando os comandos motores aos músculos, esfincteres, etc e trazendo da pele, orgãos, músculos e demais partes, todas as sensações até o cérebro, formando uma enorme e complexa via de comunicação. Todas estas vias de transporte são distintas, ou seja, existem caminhos específicos que levam os movimentos aos braços, que são diferentes das vias que levam os movimentos às pernas, que por sua vez são diferentes das vias que levam a sensação de dor ou temperatura até o cérebro. O sistema nervoso detecta estímulos externos e internos, tanto físicos quanto químicos, e desencadeia as respostas musculares e glandulares. Assim, é responsável pela integração do organismo com o seu meio ambiente. Ele é formado, basicamente, por células nervosas, que se interconectam de forma específica e precisa, formando os chamados circuitos neurais. Através desses circuitos, o organismo é capaz de produzir respostas estereotipadas que constituem os comportamentos fixos e invariantes (por exemplo, os reflexos), ou então, produzir comportamentos variáveis em maior ou menor grau. Todo ser vivo dotado de um sistema nervoso é capaz de modificar o seu comportamento em função de experiências passadas. Essa modificação comportamental é chamada de aprendizado, e ocorre no sistema nervodo através da propriedade chamada plasticidade cerebral. A cada altura da medula espinhal(fig. 1), os axônios descendentes, responsáveis pela parte motora, encontram os neurônios "pares"(encontram exatamente o neurônio que deveriam encontrar)e os conectam através dos dendritos.Estes neurônios, ao receber estes comandos, repassam aos seus axônios os comandos originados no cérebro. A partir deste ponto, estes axônios sairão da medula através das raízes nervosas, as quais darão origem aos nervos periféricos que serão responsáveis pela condução dos comandos até os músculos(fig. 2). Nas vias responsáveis pela sensibilidade, o caminho é inverso. Todas as sensações partem do local onde foram geradas, percorrem todo o sistema nervoso periférico até chegar a medula(fig. 2). Neste ponto, as sensações são passadas aos neurônios da medula e conduzidas até o cérebro.

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FIGURA 1 FIGURA 2O SNA, consiste em uma cadeia de gânglios interligados através de nervos, localizada longitudinalmente a coluna vertebral. Através das raízes nervosas, estes gânglios se comunicam com a medula. O SNA é dividido em simpático e parassimpático e tem por função, a regulagem do controle do calibre dos vasos sanguíneos, da intensidade dos batimentos cardíacos e respiração, dos

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movimentos peristálticos, da temperatura de todo corpo, da bexiga e órgãos diversos.Esquema do sna, com alguns órgãos e funções controlados pelo mesmo

O sistema nervoso detecta estímulos externos e internos, tanto físicos quanto químicos, e desencadeia as respostas musculares e glandulares. Assim, é responsável pela integração do organismo com o seu meio ambiente. Ele é formado, basicamente, por células nervosas, que se interconectam de forma específica e precisa, formando os chamados circuitos neurais. Através desses circuitos, o organismo é capaz de produzir respostas estereotipadas que constituem os comportamentos fixos e invariantes (por exemplo, os reflexos), ou então, produzir comportamentos variáveis em maior ou menor grau. Todo ser vivo dotado de um sistema nervoso é capaz de modificar o seu comportamento em função de experiências passadas. Essa modificação comportamental é chamada de aprendizado, e ocorre no sistema nervodo através da propriedade chamada plasticidade cerebral. O Neurônio A célula nervosa, ou, simplesmente, neurônio, é o principal componente do sistema nervoso. Considerada sua unidade anatomo-fisiológica, estima-se que no cérebro humano existam aproximadamente 15 bilhões destas células, responsável por todas as funções do sistema. Existem diversos tipos de neurônios, com diferentes funções dependendo da sua localização e estrutura morfológica, mas em geral constituem-se dos mesmos componentes básicos:o corpo do neurônio (soma) constituído de núcleo e pericário, que dá suporte metabólico à toda célula; o axônio (fibra nervosa) prolongamento único e grande que aparece no soma. É responsável pela condução do impulso nervoso para o próximo neurônio, podendo ser revestido ou não por mielina (bainha axonial) , célula glial especializada, e;

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os dendritos que são prolongamentos menores em forma de ramificações (arborizações terminais) que emergem do pericário e do final do axônio, sendo, na maioria das vezes, responsáveis pela comunicação entre os neurônios através das sinapses. Basicamente, cada neurônio, possui uma região receptiva e outra efetora em relação a condução da sinalização.A Sinapse É a estrutura dos neurônios através da qual ocorrem os processos de comunicação entre os mesmos, ou seja, onde ocorre a passagem do sinal neural (transmissão sináptica) através de processos eletroquímicos específicos, isso graças a certas características particulares da sua constituição.

Em uma sinapse os neurônios não se tocam, permanecendo um espaço entre eles denominado fenda sináptica, onde um neurônio pré-sináptico liga-se a um outro denominado neurônio pós-sináptico. O sinal nervoso (impulso), que vem através do axônio da célula pré-sináptica chega em sua extremidade e provoca na fenda a liberação de neurotransmissores depositados em bolsas chamadas de vesículas sinápticas. Este elemento químico se liga quimicamente a receptores específicos no neurônio pós-sináptico, dando continuidade à propagação do sinal.   Um neurônio pode receber ou enviar entre 1.000 a 100.000 conexões sinápticas em relação a outros neurônios, dependendo de seu tipo e localização no sistema nervoso. O número e a qualidade das sinapses em um neurônio pode variar, entre outros fatores, pela experiência e aprendizagem, demonstrando a capacidade plástica do SN. Organização Funcional Funcionalmente, pode-se afirmar que o SN é composto por neurônios sensoriais, motores e de associação. As informações provenientes dos receptores sensoriais aferem ao Sistema Nervoso Central (SNC), onde são integradas (codificação/comparação/armazenagem/decisão) por neurônios de associação ou interneurônios, e enviam uma resposta que efere a algum orgão efetor (músculo, glândula). Kandel sugere que o "movimento voluntário é controlado por complexo circuito neural no cérebro interconectando os sistemas sensorial e motor. (...) o sistema motivacional". As respostas desencadeadas pelo SNC são tão mais complexas quanto mais exigentes forem os estímulos ambientais (aferentes).  Para tanto o cérebro necessita de uma intrincada rede de circuitos neurais conectando suas principais áreas sensoriais e motoras, ou seja, grandes concentrações de neurônios capazes de armazenar, interpretar e emitir respostas eficientes a qualquer estímulo, tendo também a capacidade de, a todo instante, em decorrência de novas informações, provocar modificações e rearranjos em suas conexões sinápticas, possibilitando novas aprendizagens. Áreas Associativas do Córtex Todo o córtex cerebral é organizado em áreas funcionais que assumem tarefas receptivas, integrativas ou motoras no comportamento. São responsáveis por todos os nossos atos conscientes, nossos pensamentos e pela capacidade de respondermos a qualquer estímulo ambiental de forma voluntária. Existe um verdadeiro mapa cortical com divisões precisas a nível anatomo-funcional, mas que todo ele está praticamente sempre mais ou menos ativado dependendo da

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atividade que o cérebro desempenha, visto a interdependência e a necessidade de integração constante de suas informações frente aos mais simples comportamentos.

O SISTEMA NERVOSO CENTRAL

IntroduçãoO encéfalo se aloja no interior do crânio, e a medula espinal no interior de um canal existente na coluna vertebral. O encéfalo e a medula são formados por células da glia, por corpos celulares de neurônios e por feixes de dentritos e axônios.

Sistema nervoso central - substância branca e cinzentaA camada mais externa do encéfalo tem cor cinzenta e é formada principalmente por corpos celulares de neurônios. Já a região encefálica mais interna tem cor branca e é constituída principalmente por fibras nervosas (dentritos e axônios). A cor branca se deve a bainha de mielina que reveste as fibras.Na medula espinal, a disposição das substâncias cinzenta e branca se inverte em relação ao encéfalo; a camada cinzenta é interna e a branca, externa.

MeningesTanto o encéfalo como a medula espinal são protegidos por três camadas de tecido conjuntivo (as meninges). A meninge externa, mais espessa, é a dura-máter; a meninge mediana é a aracnóide; e a mais interna é a pia-máter, firmemente aderido ao encéfalo e a medula. A pia-máter contém vasos sanguíneos responsáveis pela nutrição e oxigenação das células do sistema nervoso central.

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Entre a aracnóide e a pia-máter, há um espaço preenchido pelo líquido cerebrospinal ou líquido cefalorraquidiano, que também circula nas cavidades internas do encéfalo e da medula, esse líquido tem a função de amortecer os choques mecânicos do sistema nervoso central contra os ossos do crânio e da coluna vertebral.

Partes do encéfaloSuas partes fundamentais são:Lobo olfativo;Cérebro;Tálamo;Lobo óptico;Cerebelo;Bulbo raquidiano (ou medula oblonga).

FISIOLOGIA DO ENCÉFALO

Porção do sistema nervoso contida dentro do crânio e que compreende o cérebro, cerebelo, a protuberância e o bulbo raquidiano.Nosso sistema nervoso central divide-se em duas partes:Encéfalo - situado no crânio e formado pelos seguintes órgãos: cérebro, cerebelo, ponte ou protuberância e bulbo;Medula espinhal tebral - localizada no canal vertebral.

Funções do encéfaloAs informações vindas das diversas partes do corpo, chegam até as partes específicas do encéfalo, chamadas de centros nervosos, onde são integradas para gerar ordens de ação na forma de impulsos nervosos que são emitidas às diversas partes do corpo através das fibras motoras presentes nos nervos cranianos e espinais.O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa aproximadamente 1,4

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kg. A região superficial do cérebro, que acomoda bilhões de corpos celulares de neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral. O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas. Cada uma delas controla uma atividade específica.

MODELO DO ENCÉFALO

O CÉREBRO

O QUE É O CÉREBRO? O cérebro é a parte do sistema nervoso central que fica dentro do crânio. É a parte mais desenvolvida e a mais volumosa do encéfalo, pesa cerca de 1,3 kg e é uma massa de tecido cinza-róseo. Quando cortado, o cérebro apresenta duas substâncias diferentes: uma branca, que ocupa o centro, e outra cinzenta, que forma o córtex cerebral. O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas. Cada uma delas controla uma atividade específica. A presença de grande áreas cerebrais relacionadas ao controle da face e das mãos explica por que essas partes do corpo têm tanta sensibilidade. No córtex estão agrupados os neurônios. Componentes do cérebro O cérebro é composto por cerca de 100 bilhões de células nervosas, conectadas umas às outras e responsáveis pelo controle de todas as funções mentais. Além das células nervosas (neurônios), o cérebro contém células da glia (células de sustentação), vasos sangüíneos e órgãos secretores. Ele tem três componentes estruturais principais: os grandes hemisférios cerebrais, em forma de abóbada (acima), o cerebelo, menor e com formato meio esférico (mais abaixo à direita), e o tronco cerebral (centro).

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No tronco cerebral, destacam-se a medula alongada ou bulbo raquiano (o alargamento central) e o tálamo (entre a medula e os hemisférios cerebrais). Os hemisférios cerebrais são responsáveis pela inteligência e pelo

raciocínio. O tronco encefálico, formado pelo mesencéfalo, pela ponte e pela

medula oblonga, conecta o cérebro à medula espinal, além de coordenar e entregar as informações que chegam ao encéfalo. Controla a atividade de diversas partes do corpo. O mesencéfalo recebe e coordena informações referentes ao estado

de contrações dos músculos e à postura, responsável por certos reflexos. O cerebelo ajuda a manter o equilíbrio e a postura. O bulbo raquiano está implicado na manutenção das funções

involuntárias, tais como a respiração. A ponte é constituída principalmente por fibras nervosas mielinizadas

que ligam o córtex cerebral ao cerebelo. O tálamo age como centro de retransmissão dos impulsos elétricos,

que viajam para e do córtex cerebral.

Funções dos hemisférios cerebrais direito e esquerdo Embora os hemisférios cerebrais tenham uma estrutura simétrica, ambos com os dois lóbulos que emergem do tronco cerebral e com áreas sensoriais e motoras, certas funções intelectuais são desempenhadas por um único hemisfério. Geralmente, o hemisfério dominante de uma pessoa ocupa-se da linguagem e das operações lógicas, enquanto que o outro hemisfério controla as emoções e as capacidades artísticas e espaciais. Em quase todas as pessoas destras e em muitas pessoas canhotas, o hemisfério dominante é o esquerdo. Esses dois hemisférios são conectados entre si por uma região denominada corpo caloso. Funções do cérebro O cérebro é o centro de controle do movimento, do sono, da fome, da sede e de quase todas as atividades vitais necessárias à sobrevivência. Todas as emoções, como o amor, o ódio, o medo, a ira, a alegria e a tristeza, também são controladas pelo cérebro. Ele está encarregado ainda de receber e interpretar os inúmeros sinais enviados pelo organismo e pelo exterior. Os cientistas já conseguiram elaborar um mapa do cérebro, localizando diversas regiões responsáveis pelo controle da visão, da audição, do olfato, do paladar, dos movimentos automáticos e das emoções, entre outras. No entanto, pouco ainda se sabe sobre os mecanismos que reagem o pensamento e a memória.

É o órgão onde se radicam a sensibilidade consciente, a mobilidade voluntária e a inteligência; por este motivo é considerado como o centro nervoso mais importante de todo o sistema. Apresenta um profundo sulco que chega até o corpo caloso e o divide em dois hemisférios simétricos (esquerdo e direito). A córtex cerebral constitui o nível superior na

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organização hierárquica do sistema nervoso; se encontra repregada apresentando pregas ou circunvoluções e figuras ou canais. O córtex cerebral não é homogêneo, encontrando-se diferenças na espessura total, nas das diferentes capas e na conformação celular fibrilar.

O CÉREBRO APRESENTA DOIS HEMISFÉRIOS. AMBOS TÊM REENTRÂNCIA E SALIÊNCIAS : AS CICUNVOLUÇÕES CEREBRAIS

O cérebro contém os centros nervosos relacionados com os sentidos, a memória, o pensamento e a inteligência. O cérebro coordena também as ações voluntárias desenvolvidas pelo indivíduo, além de comandar atos inconscientes.Observando a figura de um cérebro, você vê que ele se divide em duas partes ou hemisférios cerebrais: um direito, outro esquerdo. Repare também nas reentrâncias e saliências que o cérebro apresenta: elas são denominadas circunvoluções cerebrais.

Divisão do Córtex Cerebral em Lobos

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O córtex cerebral é dividido em:

Lobos cerebrais. Vista medial (esq.); vista lateral (dir.)

Lobo frontal (localizado a partir do sulco central para a frente) - Responsável pela elaboração do pensamento, planejamento, programação de necessidades individuais e emoção.

Lobo Parietal (localizado a partir do sulco central para trás ) - Responsável pela sensação de dor, tato, gustação, temperatura, pressão. Estimulação de certas regiões deste lobo em pacientes conscientes, produzem sensações gustativas. Também está relacionado com a lógica matemática.

Lobo temporal (abaixo da fissura lateral) - É relacionado primariamente com o sentido de audição, possibilitando o reconhecimento de tons específicos e intensidade do som. Tumor ou acidente afetando esta região provoca deficiência de audição ou surdez. Esta área também exibe um papel no processamento da memória e emoção.

Lobo Occipital (se forma na linha imaginária do final do lobo temporal e parietal) - Responsável pelo processamento da informação visual. Danos nesta área promove cegueira total ou parcial.

Lobo Límbico (ao redor da junção do hemisfério cerebral e tronco encefálico) - Está envolvido com aspectos do comportamento emocional e sexual e com o processamento da memória.

ESTRUTURA DE NEURÔNIOS

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Para explicar isso, divide-se o grupo de estruturas de neurônios, conhecido pelo nome de córtex, em quatro áreas altamente especializadas. Cada uma destas áreas tem uma maneira de perceber, selecionar e processar as informações necessárias unicamente para cumprir sua tarefa específica. Benziger desenha o cérebro com forma oval e o divide (com uma linha vertical e outra horizontal que passam pelo centro) em quatro partes:Lobo posterior esquerdo. Especializado em desenvolver seqüências e processos etapa por etapa. É o especialista das rotinas. Sempre que fazemos uma tarefa seqüenciada é esta a parte que domina, por exemplo, ao fazer uma conta com muitos números, fabricar objetos ou prestar serviços. Também é a parte que rotula e guarda as palavras. O meio cientifico e industrial o explora ao máximo para produzir alimentos, casas, roupa e tudo que se relaciona a processos automatizados. As pessoas que têm esta área como líder são detalhistas, organizadas, preferem os procedimentos sujeitos a regras bem definidas e são grandes produtores de bens ou serviços. Lobo posterior direito. É o especialista em perceber as relações harmônicas do mundo ao redor. Isto é, percebe através dos sentidos as partes do mundo cujos dados são úteis para chegar à harmonia e criá-la quando não existe. São as pessoas que, ao receber uma mensagem, percebem com maior facilidade o tom e os gestos do que as palavras que estão escutando. Esta área lidera as pessoas solidárias, que criam laços de boa vontade, lealdade e confiança com sua família, seu grupo de amigos, seus companheiros de trabalho e a sociedade em geral. São pessoas sensíveis e com alta noção de pertencer a um grupo. Lobo frontal direito. Percebe padrões e relações abstratas. Por exemplo, ao ver um rosto, é a parte que desenha a caricatura. E também é o grande especialista em detectar as "tendências". Percebe mudanças e usa a imaginação para criar novas respostas, produtos, serviços ou estratégias. Também é o responsável por gestos e a linguagem corporal. Portanto, as pessoas que têm esta parte como líder gesticulam e precisam mover seu corpo quando estão falando. São pessoas sensíveis, criativas, visionárias e inovadoras. Lobo frontal esquerdo. Tem maior habilidade para a análise lógica e é eficaz quando se trata de calcular, avaliar e diagnosticar porque "vê" a estrutura. Isto é, é a parte que sustenta, estimula ou impede alguma coisa. Portanto, sabe focalizar as metas e avaliar os resultados de uma ação. São as pessoas que preferem falar apenas para comunicar alguma coisa: uma ordem, uma conclusão ou a pergunta exata. As pessoas que têm esta área como

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líder não hesitam em tomar as decisões necessárias. São lógicas, dirigentes natos, sabem negociar e debater.Todos nós temos um cérebro completo, isto é, utilizamos todas as nossas habilidades mentais. Mas - e este é o grande avanço da ciência, segundo a Dra. Benziger - cada pessoa tem uma área de seu cérebro que domina as outras três. "A natureza dos químicos (os neurotransmissores) nos indica que há uma área do cérebro que é mais eficiente, pois cada pessoa consome apenas 1% do oxigênio, a energia, quando utiliza sua área eficiente", afirma a Dra. Benziger. Como você pode saber qual é a área líder do seu cérebro? Para a Dra. Benziger a resposta é muito simples: "ao usar suas habilidades ou preferências mentais você sorri porque está fazendo algo que lhe diverte e de que você gosta. É porque está trabalhando ou atuando de uma maneira que o faz profundamente feliz." 1) Seu cérebro lhe envia constantemente "sinais" de mal-estar ou bem-estar quando se trata de suas emoções, seus pensamentos, sua capacidade criativa ou de desenvolvimento em geral.2) Cada uma dessas quatro áreas tem uma maneira de perceber, selecionar e processar as informações necessárias para cumprir unicamente sua tarefa específica.

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VISTA EM CORTE SAGITAL

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VISTA EM CORTE FRONTAL

O CEREBELO

É o centro coordenador dos movimentos e intervém também no equilíbrio do corpo e na orientação. Apresenta dobras em sua superfície e a substância cinzenta de sua parte cortical penetra no interior da branca, formando arborizações chamadas "árvore da vida"; entre seus dois hemisférios se interpõe uma pequena saliência que lembra um verme chamado Vernix. É graças a ele que podemos realizar ações complexas, como andar de bicicleta e tocar violão, por exemplo. Ele recebe as informações de diversas partes do encéfalo sobre a posição das articulações e o grau de estiramento dos músculos, bem como informações auditivas e visuais.

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O cerebelo constitui a parte posterior e inferior do encéfalo; tem ele contacto com as fossetas inferiores do osso occipital. U ma cissura, a cissura transversal ) separa o cerebelo do cérebro, de modo que o cerebelo parece uma massa nervosa independente. Ela, na verdade, está unida ao cérebro somente por dois prolongamentos: os pedúnculos cerebelares superiores. Também no cerebelo, como no cérebro, a substância cinzenta está na periferia e a substância branca no interior; esta se ramifica no interior do cerebelo como os ramos de uma planta, pelo que os antigos anatomistas a chamaram de "arbor vitae" (árvore da vida). Os pedúnculos cerebelares médios ligam o cerebelo à ponte de Varólio) e os pedúnculos cerebelares inferiores a põem em comunicação com o bulbo ou medula alongada.O cerebelo está dividido em duas partes por um sulco sagital, pelo que se distinguem dois lobos laterais reunidos, no centro, por um lobo mediano, dito ainda vérmis do cerebelo. Cérebro e cerebelo constituem a parte superior do encéfalo em direto contacto com os ossos cranianos. Entre a massa do cérebro e a do cerebelo, que, de fato, enchem a cavidade craniana, e a medula espinhal que, depois de ter percorrido o canal vertebral, entra no crânio pelo buraco occipital, há um segmento de substância nervosa que faz a ligação - é o tronco cerebral.

O CEREBELO Localiza-se logo abaixo do cérebro e possui seguintes funções:-Coordena os movimentos comandados pelo cérebro, garantindo uma perfeita harmonia entre eles;-dá o tônus muscular, isto é, regula o grau de contração do músculo em repouso;-mantém o equilíbrio do corpo, graças às suas ligações com os canais semicirculares do ouvido interno.

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CURIOSIDADEPorque sentimos cócegas? Segundo Nilberto Scaff, do departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, as cócegas podem ser definidas como uma sensação especial, produzida por um leve roçar ou pela fricção de alguns pontos da pele ou das mucosas, geralmente acompanhada por riso incontido.A sensação de cócega é gerada pela estimulação de receptores sensitivos cutâneos não-específicos (terminações livre), os mesmos relacionados à sensibilidade dolorosa.O estímulo geralmente é tátil e suave, para que não haja o desencadeamento de sensações mais desagradáveis, Com a dor.Além da sensação característica, há a tentativa de afastamento do estímulo da cócega.Essas observações levam à hipótese de que as cócegas fazem parte de um conjunto de sensações que incluem a coceira e a dor, e que geram comportamentos de auto proteção, na tentativa de afastar o estímulo potencialmente nocivo.

O BULBO RAQUIDIANO

Tem sua origem na base do crânio e continua na medula. É um órgão elaborador de atos reflexos e, como tal, rege a atividade de funções tão importantes para a vida como a respiratória e a do coração. Localizado abaixo da ponte, controla importantes funções do nosso organismo, entre elas: a respiração, o ritmo dos batimentos cardíacos e certos atos reflexos (como a deglutição, o vômito, a tosse e o piscar dos olhos).

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VISÃO DO BULBO RAQUIDIANO

A MEDULA ESPINHAL

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Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40 cm de comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do Atlas - primeira vértebra - até o nível da segunda vértebra lombar.A medula funciona como centro nervoso de atos involuntários e, também, como veículo condutor de impulsos nervosos. Veja um corte dessa importante estrutura de nosso corpo. A medula ocupa grande parte do canal vertebral: desde a primeira vértebra cervical até a segunda vértebra lombar. Aqui você tem um corte mostrando a estrutura interna da medula espinhal.

Da medula partem 31 pares de nervos que se ramificam. Por meio dessa rede de nervos, a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo mensagens de vários pontos e enviando-as para o cérebro e recebendo mensagens do cérebro e transmitindo-as para as várias partes do corpo.

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DETALHE DA SUBSTANCIA CINZA

DETALHE DA SUBSTANCIA BRANCA

As meningesVocê sabe que o encéfalo e a medula espinhal estão protegidos por estruturas ósseas: o crânio (para o encéfalo) e as vertébras (para a medula). Mas nem o encéfalo entra em contato direto com os ossos do crânio, nem a medula toca diretamente as vértebras. Envolvendo esses Órgãos, existem três membranas chamadas meninges. São elas:*dura-máter - é a membrana externa que fica em contato com os ossos;*medula - é a membrana interna, que envolve diretamente os órgãos;*aracnóide - é a membrana intermediária entre as outras duas.Entre a medula e a aracnóide existe um líquido, chamado líquido cefalorraquidiano. Ele protege os orgãos do sistema nervoso central contra choques mecânicos.

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SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICOO Sistema Nervoso Periférico é constituído pelos nervos e gânglios nervosos e sua função é conectar o sistema nervoso central às diversas partes do corpo.

DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO VOLUNTÁRIOSNP VoluntárioTem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticosAs ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados esqueléticos, que estão sob o controle do sistema nervoso periférico voluntário ou somático.

DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO AUTÔNOMO

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SNP AutônomoTem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas digestivos, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração.

Já as ações involuntárias resultam da contração das musculaturas lisa e cardíaca, controladas pelo sistema nervoso periférico autônomo, também chamado involuntário ou visceral.

SNP Autônomo Simpático e SNP Autônomo ParassimpáticoO SNP autônomo (SNPA) é dividido em dois ramos: simpático e parassimpático, que se distinguem tanto pela estrutura quanto pela função. Enquanto os gânglios da via simpática localizam-se ao lado da medula espinal, distantes do órgão efetuador, os gânglios das vias parassimpáticas estão longe do sistema nervoso central e próximos ou mesmo dentro do órgão efetuador.As fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas inervam os mesmos órgãos, mas trabalham em oposição. Enquanto um dos ramos estimula determinado órgão, o outro o inibe. Essa ação antagônica mantém o funcionamento equilibrado dos órgãos internos.O SNPA simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o SNPA simpático é responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão sanguínea, pelo aumento da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo.Já o SNPA parassimpático estimula principalmente atividades relaxantes, como a redução do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea, entre outras.

Mediadores químicos no SNPA Simpático e ParassimpáticoTanto nos gânglios do SNPA simpático como nos do parassimpático ocorrem sinapses químicas entre os neurônios pré-ganglionares e os pós-ganglionares. Nos dois casos, a substância neurotransmissora da sinapse é a acetilcolina. No SNPA parassimpático, o neurotransmissor é a acetilcolina, como nas sinapses ganglionares. Já no simpático, o neurotransmissor é, com poucas exceções, a noradrenalina.

Nervos e gânglios nervososNervos são feixes de fibras nervosas envoltas por uma capa de tecido conjuntivo. Nos nervos há vasos sanguíneos, responsáveis pela nutrição das fibras nervosas.As fibras presentes nos nervos podem ser tanto dentritos como axônios que conduzem, respectivamente, impulsos nervosos das diversas regiões do corpo ao sistema nervoso central e vice-versa.Gânglios nervosos são aglomerados de corpos celulares de neurônios localizados fora do sistema nervoso central. Os gânglios aparecem como pequenas dilatações em certos nervos.

Nervos sensitivos, motores e mistosNervos sensitivos são os que contêm somente fibras sensitivas, que conduzem impulsos dos órgãos sensitivos para o sistema nervoso central. Nervos motores são os que contêm somente fibras motoras, que conduzem impulsos do sistema nervoso central até os órgãos

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efetuadores (músculos ou glândulas). Nervos mistos contêm tanto fibras sensitivas quanto motoras.

Nervos cranianosSão os nervos ligados ao encéfalo, enquanto nervos ligados à medula espinal são denominados nervos espinais ou raquidianos. Possuímos doze pares de nervos cranianos, responsáveis pela intervenção dos órgãos do sentido, dos músculos e glândulas da cabeça, e também de alguns órgãos internos.

Nervos espinais ou raquidianosDispõem-se em pares ao longo da medula, um par por vértebra. Cada nervo do par liga-se lateralmente à medula por meio de duas "raízes", uma localizada em posição mais dorsal e outra em posição mais ventral.A raiz dorsal de um nervo espinal é formada por fibras sensitivas e a raiz ventral, por fibras motoras.

Gânglios espinaisNa raiz dorsal de cada nervo espinal há um gânglio, o gânglio espinal, onde se localizam os corpos celulares dos neurônios sensitivos. Já os corpos celulares dos neurônios motores localizam-se dentro da medula, na substância cinzenta. Os nervos espinais ramificam-se perto da medula e os diferentes ramos inervam os músculos, a pele e as vísceras.

AS CÉLULAS DO TECIDO NERVOSO

O tecido nervoso é constituído por dois componentes principais: os neurônios e células da glia ou neuróglia, que, além de sustentarem os neurônios, participam da atividade neural, da nutrição dos neurônios e de processos de defesa do tecido nervoso.No sistema nervoso central há uma certa segregação entre os corpos celulares dos neurônios e os seus prolongamentos. Isto faz com que sejam reconhecidas no encéfalo e na medula espinhal duas porções distintas, denominadas substância branca e substância cinzenta.  A substância cinzenta é assim chamada porque mostra essa coloração quando observada macroscopicamente. É formada principalmente por corpos celulares de neurônios e células da glia, contendo também prolongamentos de neurônios.A substância branca não contém corpos de neurônios, sendo constituída prolongamentos de neurônios e células da glia.  Seu nome origina-se da presença de grande quantidade de um material esbranquiçado denominado mielina, que envolve certos prolongamentos dos neurônios (axônios). 

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OS NEURÔNIOS

 

O que é um neurônio?Neurônio é uma célula especializada. Ele é diferente da maioria das outras células do corpo humano porque apresenta extensões que realizam funções especiais.Qual a função de um neurônio?O propósito de um neurônio é carregar um sinal (impulso nervoso) para outros nervos ou células. Para isso, eles precisam saber exatamente em que direção enviar o sinal, usando suas extensões.Que tipos de extensões tem um neurônio?Suas duas extensões são chamadas de axônio e dendrito. Um neurônio pode ter vários dendritos, mas tem apenas um axônio. Um neurônio sempre recebe um sinal através do seu dendrito, e o carrega para uma outra célula através de seu axônio.Por que um neurônio tem vários dendritos e apenas um axônio?Porque um nervo recebe muitos sinais de uma vez, mas transmite apenas um para uma outra célula específica, como por exemplo para um músculo, órgão ou até para uma outra célula nervosa a fim de continuar transmitindo o sinal através do corpo.

REAVALIAÇÃO

Todos os estímulos do nosso ambiente causando sensações como dor e calor, todos os sentimentos, pensamentos, programação de respostas emocionais e motoras, bases neurais da aprendizagem e memória, ação de drogas psicoativas, causas de distúrbios mentais, e qualquer outra ação ou sensação do ser humano, não podem ser entendidas sem o fascinante conhecimento do processo de comunicação entre os neurônios.

Neurônios são células especializadas. Eles são feitos para receber certas conecções específicas, executar funções apropriadas e passar suas decisões a um evento particular a outros neurônios que estão relacionados com aqueles eventos. Estas especializações incluem uma membrana celular, que é especializada para transportar sinais nervosos como

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pulsos eletroquímicos; o dendrito, (do grego dendron, ou  árvore) que recebe e libera os sinais, o axônio (do grego axoon, ou eixo), o "cabo" condutor de sinais, e pontos de contatos sinápticos, onde a informação pode ser passada de uma célula a outra.

A Estrutura do Neurônio. Um neurônio típico tem quatro regiões morfologicamente definidas: dendritos (1), corpo celular (2), axônio (3), e terminais pré-sinápticos(4) (5). Neurônios recebem sinais nervosos de axônios de outros neurônios. A maioria dos sinais é liberada aos dendritos (1). Os sinais gerados por um neurônio são enviados através do corpo celular (2), que contém o núcleo (2a), o "armazém" de informações genéticas. Axônios (3) são as principais unidades condutoras do neurônio. O cone axonal (2b) é a região na qual os sinais das células são iniciados. Células de Schwann (6), as quais não são partes da célula nervosa, mas um dos tipos das células gliais, (Glia-as células da glia, de diversos tipos, possuem a função de sustentação equivalente àquela desempenhada pelo tecido conjuntivo nos outros órgãos do corpo. Além da função de sustentação, elas participam da formação das bainhas mielínicas das fibras nervosas e provavelmente colaboram na alimentação do neurônio. Elas são mais numerosas que os neurônios e preenchem os espaços entre eles, fornecendo uma estruturação para os neurônios, especialmente durante o desenvolvimento cerebral.) exercem a importante função de isolar neurônios por envolver seus processos membranosos ao redor do axônio formando a bainha de mielina (7), uma substância gordurosa que ajuda os axônios a transmitirem mensagens mais rapidamente do que as não mielinizadas. A mielina é quebrada em vários pontos pelos nodos of Ranvier (4), de forma que em uma secção transversal o neurônio se parece como um cordão de salsichas. Ramos do axônio de um neurônio (o neurônio pré-sináptico) transmitem sinais a outro neurônio (o neurônio pós-sináptico) em um local chamado sinapse (5). Os ramos de um único axônio podem formar sinapses com até 1000 outros neurônios.O Que Faz Os Neurônios Serem Diferentes de Outras Células ? Assim com as outras células, os neurônios se alimentam, respiram, têm os mesmos genes, os mesmos mecanismos bioquímicos e as mesmas organelas. Então, o que faz o neurônio diferente? Neurônios diferem de outras células em um aspecto importante: eles processam informação. Ele devem desencadear informações sobre o estado interno do organismo e seu ambiente externo, avaliar esta informação, e coordenar atividades apropriadas à situação e às necessidades correntes das pessoas.

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A informação é processada através de um evento conhecido como impulso nervoso. O impulso nervoso é a transmissão de um sinal codificado de um dado estímulo ao longo da membrana do neurônio, a partir do ponto em que ele foi estimulado. Dois tipos de fenômenos estão envolvidos no processamento do impulso nervoso: elétrico e quimico. Eventos elétricos propagam um sinal dentro do neurônio, e processos químicos transmitem o sinal de um neurônio a outro ou a uma célula muscular. Processos químicos sobre interações entre neurônios ocorrem no final do axônio, chamado sinapse. Tocando intimamente com o dendrito de outra célula (mas sem continuidade material entre ambas as células), o axônio libera substâncias químicas chamadas neurotransmissores, os quais se unem a receptores químicos na membrana do neurônio seguinte. O Cérebro é Cinzento e Branco. Por que?

Talvez você já tenha ouvido o termo " matéria cinzenta" para o cérebro. Em uma secção transversal feita no cérebro, é fácil ver as áreas cinzentas e brancas. O córtex e outras células nervosas são cinzentos, e as regiões entre eles, brancas.  A coloração acinzentada é produzida pela agregação de milhares de corpos celulares, enquanto que branco é a cor da mielina. A cor branca revela a presença de feixes de axônios passando pelo cérebro, mais que em outras áreas nas quais as conexões estão sendo feitas. Nenhum neurônio tem conexão direta com outro. No final do axônio encontram-se filamentos terminais, e estes estão próximos de outros neurônios. Eles podem estar próximos dos dendritos de outros neurônios (algumas vezes em estruturas especiais chamadas espinhas dendríticas, ou próximo ao corpo celular.

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PARTES DA CÉLULA NERVOSA E SUAS FUNÇÕES

FOTO DE UM NEURÔNIO

DIVISÃO DO NEURÔNIO

[1. Corpo Celular] [2.Membrana Neuronal ] [3.Dendritos] [4. Axônio ]

[5. Terminal nervoso pré-sinático]

1. CORPO CELULAR

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O corpo celular (soma) é a "fábrica" do neurônio. Ele produz todas as proteínas para os dendritos, axônios e terminais sinápticos, e contém organelas especializadas tais como mitocôndrias, aparelho de Golgi, retículo endoplasmático, grânulos secretórios, ribosomos e polissomos para fornecer energia e agrupar as partes em produtos completos. Citosol - É o fluído aquoso e salgado com uma solução rica em potássio dentro da célula contendo enzimas responsáveis pelo metabolismo da célula.1. Núcleo - Derivado do Latin "nux", castanha, o núcleo é o arquivista e o arquiteto da célula. Como arquivista ele contém os genes, consistindo de DNA, o qual 2. Aparelho de Golgi - É uma estrutura ligada à membrana que exibe um papel no empacotamento de peptídios e proteínas (incluindo neurotransmissores) dentro das vesículas.3. Poliribosomos - Existem vários ribossomos unidos por um cordão. O cordão é um fio único de RNAm (RNA mensageiro, uma molécula envolvida na síntese de proteínas do lado de fora do núcleo) Os ribossomos associados atuam nele para fazer múltiplas cópias da mesma proteína.4. Membrana Neuronal (veja próxima caixa e ilustração)5. Mitocôndria - Esta é a parte da célula responsável pela energia na forma de ATP (adenosina trifosfato). Os neurônios necessitam de uma enorme quantidade de energia. O cérebro é um dos tecidos mais ativos metabolicamente . No homem, por exemplo, o cérebro usa 40 ml de oxigênio por minuto. A mitocôndria usa oxigênio e glucose para produzir a maioria da energia da célula.O cérebro consome grandes quantidades de ATP. A energia química armazenada em ATP é usada como combustível na maioria das reações bioquímicas do neurônio. Por exemplo, proteínas especiais na membrana neuronal usam energia liberada pela quebra de ATP em ADP para bombear certas substâncias através da membrana para estabelecer diferenças de concentração entre o lado interno e externo do neurônio.6. Retículo Endoplamático Rugoso (RE rugoso) e Retículo Endoplamático Liso  (RE liso)(7) - É um sistema de tubos para o transporte de materiais dentro do citoplasma. Ele pode ter ribossomos (RE rugoso) ou não (RE liso). Com ribossomos, o RE é importante para a síntese de proteínas.

2. MEMBRANA  NEURONAL

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SHAPE \* MERGEFORMAT

A membrana neuronal serve como uma barreira na união do citoplasma interno do neurônio e excluir certas substâncias que flutuam no fluído que banha o neurônio. A membrana com seu mosaico de proteínas é responsável por muitas funções importantes:- mantém certos íons e pequenas moléculas fora da célula e deixa outras dentro, - acumula nutrientes, e rejeita substâncias nocivas, - cataliza reações enzimáticas, - estabelece um potencial elétrico dentro da célula, - conduz um impulso, - é sensível a certos neurotransmissores e neuromoduladores.A membrana é feita de lipídios e proteínas - gorduras e cadeias de aminoácidos. A estrutura básica desta membrana é uma camada bilateral ou um "sandwich" de fosfolipídios, organizado de tal forma que a região polar (carregada) está voltada para fora e a região não polar para dentro.A face externa da membrana contém os receptores, pequenas regiões moleculares especializadas que fornecem uma espécie de "recipiente" para outras moléculas externas, em um esquema análogo a uma chave e fechadura. Para cada molécula externa existe um receptor correspondente.Quando as moléculas se unem aos receptores, seguem-se algumas alterações da membrana e no interior da célula, tais como a modificação da permeabilidade de alguns íons.

3. DENDRITOS

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Estas estruturas se ramificam como galhos de uma árvore e serve como o principal aparato para receber sinais de outras células nervosas. Eles funcionam como "antenas" do neurônio e são cobertos por milhares de sinapses. A membrana dendrítica sob a sinapse (a membrana pós-sinaptica) tem muitas moléculas de proteínas especializadas, os receptores, que detectam os neurotransmissores na fenda sinaptica. Uma célula nervosa pode ter muitos dendritos que se ramificam muitas vezes, sua superfície é irregular e coberta em espinhas dendríticas que é o local onde as conexões sinapticas são feitas.

3. AXÔNIO

Geralmente, é um longo processo que se projeta a regiões distantes do sistema nervoso. O axônio é a principal unidade condutora do neurônio, capaz de conduzir sinais elétricos a distâncias longas e curtas, ou seja, desde 0.1 mm até 2 m. Muitos neurônios não têm axônios. Estes neurônios, chamados de "células amácrinas", todos os processos neuronais são dendritos. Neurônios com axônios muito curtos também são encontrados. Os axônios de muitos neurônios são envolvidos em uma bainha de mielina, que é composta de mebranas de células intersticiais e é envolvida ao redor do axônio para formar várias camadas concêntricas. A bainha de mielina é quebrada em vários pontos pelos nodos de Ranvier. A mielina protege o axônio, e prevene interferência entre axônios à medida que elas passam ao longo dos feixes.

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As células que circundam as fibras nervosas periféricas, ou seja, fibras dispostas fora do cérebro e medula espinhal, são chamadas células de Schwann cells (porque elas foram primeiro descritas por Theodor Schwann). As células que envolvem os axônios dentro do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) são chamadas oligodendrócitos. Entre cada par de células de Schawann sucessivas, existe o nodo de Ranvier.

O Cone AxonalO cone axonal é onde o axônio de junta à célula. É daí que a despolarização elétrica conhecida como potencial de ação ocorre.

5. TERMINAL NERVOSO (TERMINAL PRÉ-SINÁPTICO)

O que é Sinapse?Quando um axônio de um neurônio conecta-se a uma outra célula para enviar sua mensagem, ele fica em proximidade com esta célula. Entretanto, ele deixa um espaço que é chamado de fenda sináptica. A conexão real é chamada sinapse.

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Quanto mede essa fenda sináptica?A fenda sináptica mede cerca de 2 a 3 milionésimos de um metro. Isto permite a rápida difusão de um neurotransmissor a partir da célula transmissora (a célula pré-sináptica) para a célula receptora (a célula pós-sináptica).Qual a diferença entre esses tipos de células?A célula pré-sináptica é sempre um neurônio, uma vez que os neurônios são as únicas células capazes de conduzir um impulso nervoso.As células pós-sinápticas podem ser uma outra célula nervosa (para continuar transmitindo o sinal nervoso), as células de um órgão (por exemplo, os pulmões para manter a respiração), ou de um músculo estimulando movimentos de contração ou relaxamento muscular.O que é uma junção neuromuscular?É a conexão estabelecida entre um neurônio motor e uma célula muscular.O que é placa motora terminal?São as terminações ramificadas do axônio do neurônio motor.

RECAPITULANDO :Sinapses são junções formadas com outras células nervosas onde o terminal pré-sináptico de uma célula faz contato com a membrana pós-sinaptica de outra. São nestas junções que os neurônios são excitados, inibidos ou modulados. Existem dois tipos de sinapses, a elétrica e a química. Sinapses Elétricas ocorrem onde o terminal pré-sináptico está em continuidade com o pós-sináptico. Íons e pequenas moléculas passam por eles, conectando então canais de uma célula a próxima, de forma que alterações elétricas em uma célula são transmitidas quase instantaneamente à próxima. Os íons podem gerar fluxos em ambos as direções destas junções, embora eles tendam a ser unidirecionais.Sinápses Químicas O modo de transmissão não é elétrico, e sim carreado por neurotransmissores, substâncias neuroativas liberadas no lado pré-sináptico da junção. Existem dois tipos de junções químicas. O tipo I é uma sinapse excitatória, geralmente encontrada em dendritos; o tipo II é uma sinápse inibitória, geralmente encontrada em corpos celulares. Substâncias diferentes são liberadas nestes dois tipos de sinapses.Cada botão terminal é conectado a outros neurônios através de uma pequena fenda chamada sinápse. As carcterísticas físicas e neuroquímicas de cada sinapse determina a força e polaridade do sono sinal de input. Mudando a constituição de vários neurotransmissores químicos pode ocasionar um aumento ou diminuição da estimulação que a desporalização do neurônio causa no dendrito vizinho. Alterando os neurotransmissores também altera a estimulação, que pode ser inibitória ou excitatória.

DIVERSIDADE ANATÔMICA DOS NEURÔNIOS

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a. Célula de Purkinje (humana); b. Célula piramidal (coelho); c. Motoneurônio (gato).

g. Célula visual amacrina (interneurônio de camarão); h. Neurônio multipolar (mosca) i. Neurônio monopolar visual (mosca); j. Interneurônio premotor (camarão).

VARIAS FORMAS DE NEURÔNIOS HUMANOS

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MICROFOTOGRAFIA DE UM NEURÔNIO

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APENAS PARA ESPECIALISTAS

Os neurônios caracterizam-se pelos processos que conduzem impulsos nervosos para o corpo e do corpo para a célula nervosa. Os impulsos nervosos são reações físicoquímicas que se verificam nas superfícies dos neurônios e seus processos. Reações semelhantes ocorrem em muitos outros tipos de células mas elas são mais notáveis nos neurônios, cujos caracteres estruturais se destinam a facilitar a transmissão dos impulsos a  grandes

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distâncias. A cromatina nuclear (porção mais facilmente corável) é escassa, enquanto que o nucléolo é muito proeminente(excedente). O DNA está presente na cromatina sexual, que é maior em neurônios de indivíduos do sexo feminino. A substância cromidial no citoplasma é chamada de substância de Nissl. À microscopia eletrônica mostra-se disposta em tubos estreitos recobertos de finos grânulos. Estudos histoquímicos(estudos sobre Metabolismos dos tecidos) e outros demostraram-na constituída de nucleoproteínas. Estas nucleoproteínas diminuem durante a atividade celular intensa e durante a cromatólise(sal do acido crômico) que se segue à secção de axônios.O citoplasma contém também mitocôndrias e retículos. As mitocôndrias são numerosas no corpo celular, nos dentritos, nas terminações sinápticas  motoras enquanto que existem em menor número nos axônios. As mitocôndrias estão relacionadas com inúmeras reações metabólicas. Elas contêm todo o sistema citocromo-oxidase.  A taxa de consumo de O2 é praticamente a mesma no nervo periférico em repouso e no músculo em repouso. A do sistema nervoso central é cerca de 30 vezes maior. A maior parte das células nervosas, especialmente as dos tecidos mais altos não sobrevive à privação de O2 por mais de poucos minutos. O tempo para sobrevivência pode ser prolongado se a temperatura do encéfalo for abaixada. Finas fibrilas denominadas neurofibrilas estão também presentes no citoplasma.Substâncias químicas liberadas nas terminações motoras e simpáticas de fibras nervosas são chamadas mediadores (transmissores). Estas substâncias são a acetilcolina, a epinefrina e a norepinefrina.   Os prolongamentos que conduzem os impulsos a partir do corpo celular são denominados axônios ou cilindros-eixo. Os neurônios geralmente possuem apenas um axônio. Os prolongamentos que conduzem os impulsos para a célula do corpo são chamados dentritos. Os neurônios, em sua maioria, possuem muitos dentritos, daí serem classificados como células multipolares. Os neurônios do encéfalo, da medula espinhal e dos gânglios autônomos são multipolares. Os neurônios dos gânglios espinhais e de certos nervos crânicos são unipolares, isto é, eles tem um só processo. Este processo divide-se em dois ramos. Um conduz os impulsos nervosos das terminações sensitivas para o corpo enquanto que o outro conduz estes impulsos para a medula espinhal ou para o encéfalo.A maioria das células nervosas possui numerosos dendritos, os quais aumentam consideravelmente a superfície celular, tornando possível o contato com numerosos telodendros de outras células. Os dendritos das células multipolares são curtos e ramificados e contêm substância  de  Nissl e mitocôndrias. A ramificação aumenta a superfície da célula. Os axônios não possuem substância cromidial. Eles se estendem por longas distâncias e apresentam poucos ramos até perto de suas terminações. Se um axônio tem mais de 1 micro (aproximadamente  de diâmetro) ele é revestido por um envoltório lipídico esbranquiçado, a bainha mielínica ou medular. Esta é interrompida por intervalos regulares  onde se formam os nodos de Ranvier, os quais são de importância fundamental na condução nervosa. Os maiores neurônios, com suas bainhas mielínicas  não possuem mais do que 20 micros de diâmetro. A mielina consiste, principalmente, de camadas da membrana  celular das células neurilemais. A disposição lamelar da mielina é demonstrável pela microscopia eletrônica.Os axônios do sistema nervoso periférico, quer tenham uma bainha de mielina que não, são revestidos por um fino envoltório protoplasmático, o neurilema. Este é um tubo celular de importância fundamental não somente na formação da mielina quanto na regeneração nervosa. A bainha neurilemal é contínua com uma camada de células uni e bipolares. Não

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há células neurilemais no sistema nervoso central e neste a regeneração não ocorre. As fibras não mielínicas não são, individualmente, incluídas numa bainha neurilemal. Tais fibras aparecem em grupos com uma bainha comum.A expressão fibras nervosas é, muitas vezes usada para indicar um axônio e suas várias bainhas. A designação fibra nervosa mielínica refere-se a um axônio que possui a bainha de mielina.  A substância cinzenta do sistema nervoso central é composta, principalmente, de corpos celulares  e fibras as quais, na sua maior parte, não são mielinizadas. Ao contrário, a substância branca contém grande número de fibras mielínicas e poucas, se as tiver, de células  nervosas. Tendo esta capacidade de transmitir os impulsos nervosos, os neurônios respondem a alterações do meio em que se encontram com modificações da diferença de potencial elétrico que existe entre as superfícies externa e interna da membrana celular. As células que exibem essa propriedade são ditas excitáveis. Os neurônios reagem prontamente aos estímulos e a modificações do potencial pode restringir-se ao local do estímulo ou propagar-se ao restante da célula, através da membrana. Esta propagação constitui o que se denomina impulso nervoso, cuja função é transmitir informações a outros neurônios, a músculos ou a glândulas.As funções fundamentais do sistema nervoso são detectar, transmitir, analisar e utilizar as informações geradas pelos estímulos sensoriais representados por calor, luz, energia mecânica e modificações químicas do ambiente externo e interno; organizar e coordenar, direta ou indiretamente, o funcionamento de quase todas as funções do organismo, entre as quais, as motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas.De acordo com a forma de seus prolongamentos, a maioria dos neurônios pode ser classificada em um dos seguintes tipos: neurônios multipolares (que apresentam mais de dois prolongamentos celulares); neurônios bipolares (possuidores de um dendrito e de um axônio; e neurônios pseudo-unipolares (que apresentam, próximo ao corpo celular, prolongamento único, mas este logo se divide em dois, dirigindo-se um ramo para a periferia e outro para o sistema nervoso central.Os neurônios pseudo-unipolares aparecem na vida embrionária sob a forma de neurônios bipolares, com um axônio e um dendrito nascendo de extremidades opostas do pericárdio. Durante o desenvolvimento, os dois prolongamentos se aproximam e se fundem por um pequeno percurso, próximo ao pericárdio.Os dois prolongamentos das células pseudo-unipolares, por suas características morfológicas e eletrofísicas, são axônios, mas as arborizações terminais do ramo periférico recebem estímulos e funcionam como dentritos. Neste tipo de neurônio, o estímulo captado pelos dentritos transita diretamente para o terminal axônio, sem passar pelo corpo celular.A grande maioria dos neurônios é multipolar. Neurônios bipolares são encontrados nos gânglios sensitivos situados nas raízes dorsais dos nervos espinhais. Os neurônios podem ainda ser classificado segundo sua função: motores - controlam órgãos efetores tais como glândulas exócrinas e endócrinas e fibras musculares; sensoriais - recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do próprio organismo; os interneurônios  estabelecem conexões e entre outros neurônios, formando circuitos complexos. Os neurônios ditos unipolares, que possuem apenas um dendrito, são pouco frequentes  e localizam-se somente em regiões específicas. Os dendritos tornam-se mais finos  a medida em que se ramificam, ao contrário do axônios. Semelhante a do corpo celular,  a estrutura dos dendritos não possui apenas o aparelho de Golgi. Nos dendritos mais espessos encontra-se corpúsculo de Nissl. Também possuem microfilamentos e microtúbulos, só que

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em menor número que nas fibras nervosas. As ramificações que encontramos nos dendritos podem ser assemelhadas à galhos delgados de uma árvore, sendo que em alguns casos tomam configurações específicas, como no cerebelo. Os dendritos apresentam projeções que são chamadas de espinhos ou gêmulas, que geralmente constituem os locais do contato sináptico. AS CÉLULAS DA GLIAVários tipos de células compõem  a neuróglia, presentes no sistema nervoso central, associando-se aos neurônios. A proporção de células da glia para cada neurônio é de aproximadamente 10:1. Podemos diferenciar na neuróglia os seguintes tipos celulares: astrócitos, olidendrócitos, micróglia e células ependimárias.Os astrócitos e os oligodendrócitos formam a  macróglia.As células da glia são responsáveis pela sustentação do sistema nervoso  e pela formação dos circuitos neuroniais. Durante o período embrionário, estas células participam da orientação do crescimento de dendritos e axônios. A neuróglia exerce também papel isolante, que permite  formação de circuitos neuroniais independentes que impedem a propagação desordenada dos impulsos nervosos.Os astrócitos parecem desempenhar um papel de transporte de substâncias entre o capilar e o neurônio, pela presença de pés vasculares e fenômenos de micropinocitose. Essas células possuem bombas de íons que mantém o equilíbrio eletrolítico extra-celular do Sistema Nervoso Central. As células satélites, formadas principalmente por oligodendrócitos, constituem uma simbiose com os neurônios pois existe uma interdependência no metabolismo destas células. Quando ocorre uma modificação química nos neurônios, ocorre também nas células satélites. AstrócitosSão as maiores células da neuróglia, possuindo prolongamentos citoplasmáticos em todas as direções e em grande quantidade. Possuem núcleos esféricos e centrais. Em alguns ramos terminais, existem dilatações que envolvem os capilares e chamam-se pés vasculares da neuróglia.No sistema nervoso central os astrócitos dirigem seus prolongamentos sobre os órgãos mais superficiais, abaixo da pia-máter. Podemos classificar conforme suas morfologias três tipos básicos de astrócitos:Protoplasmáticos -  que possuem grande quantidade citoplasmática e grânulos, prolongamentos espessos e bastante ramificados. Localizam-se somente na substância  cinzenta do sistema nervoso central. Podem estar próximos dos neurônios, quando estes são menores, formanso um tipo de células satélites dos neurônios, mesmo sendo os oligodendrócitos os maiores formadores de células satélite;Fibrosos -  há presença de prolongamentos lisos, longos e delgados, sem muitas ramifiacações. São encontrados na substância branca e na medula;Mistos – são menos frequentes que os demais, e só ocorrem nas zonas de  transição entre substância branca e cinzenta. Possuem prolongamentos fibrosos e protoplasmáticos, sendo que os primeiros se dirigem à  substância branca e os segundos à substância cinzenta.

Oligodendrócitos

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São menores que os astrócitos e possuem poucos e curtos prolongamentos celulares. Existem tanto em substância branca como na cinzenta. Particularmente na substância cinzenta estão próximos aos corpos celulares dos neurônios,  constituindo as células satélite. Quanto mais complexo for o sistema nervoso, mais oligodendrócitos serão encotrados, por esta razão a espécie humana é a  que possui maior número destas estruturas.Na substância branca são dispostos em fileiras, entre as fibras mielínicas. Os oligodendrócitos são análogos às células de Schwann, pois, como as células de Schwann foram a mielina do sistema nervoso periférico, estes também foram a mielina, mas não dos nervos periféricos.Os oligodendrócitos têm mais organelas e maior densidade elétrica, além da grande quantidade de microtúbulos.Células da micrógliaPossuem núcleo alongado e denso, semelhante à morfologia do restante da célula. São em pequena quantidade e apresentam prolongamentos curtos, cobertos por finas saliências que fazem com que pareçam ser espinhosos. A micróglia existe tanto na substância branca como na cinzenta. As células da micróglia são semelhantes aos histiócitos do tecido conjuntivo, funcionalmente, e, são macrofágicas. Estas células fazem parte do sistema mononuclear fagocitário do tecido nervoso.Células ependimáriasHistologicamente, derivam do revestimento interno do tubo neural primitivo e possuem arranjo epitelial, enquanto que as demais células têm prolongamentos, que se transformarão em células da glia ou neurônios. Estas células estão em contato com o líquido cefalorraquidiano, encontrado nas cavidades que este “epitélio” reveste, como as cavidades do encéfalo e da medula. Sua morfologia é cilíndrica com a base afilada e geralmente ramificada, formando prolongamentos que se deslocam no interior do tecido nervoso. Seus núcleos são  alongados.Durante as fases embrionárias, as células ependimárias são ciliadas. No animal adulto algumas mantém este caracter. Células de SchwannOs axônios do tecido nervoso adulto são envolvidos por dobras únicas ou múltiplas formadas por células envoltórias chamadas de células de Schwann. Nas fibras mielínicas e amielínicas, a bainha formada pelas células de Schwann é denominada neurilema.O núcleo das células de Schwann é alongado e paralelo ao eixo do axônio. Essas células adquirem uma forma cilíndrica que é delimitada pelos nodos de Ranvier – locais sem mielina.No Sistema Nervoso Central não existe células de Schwann, sendo que os oligodendrócitos constituem a mielina.Cada um dos prolongamentos destas células pode envolver várias fibras nervosas. Nas células amielínicas periféricas há o envolvimento pelas células de Schwann porém este não ocorre em espiral. Nas fibras amielínicas não existe nodos de Ranvier, pois nelas as células de Schwann unem-se lateralmente formando uma bainha contínua.

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GângliosConjunto de corpos neuronais que se encontram no curso dos nervos.Em alguma parte de sua trajetória as fibras pré-ganglionares chegam a um gânglio e fazem sinapses com suas células.

SinapsesO impulso chega a seu destino final depois de passar por uma série de neurônios. O potencial de ação tem que se transmitir de um neurônio a outro por um lugar de contato com características especiais. Estes pontos de contato ocorrem onde o ramo terminal de um cilindro eixo se põe em contato com os dendritos ou com o corpo do segundo neurônio. Este ponto de contato constitui a sinapse.Nas sinapses não há continuidade de estrutura, e permitem que os impulsos cruzem em uma só direção. Em conseqüência diz-se que têm polaridade. Numa sinapse distinguem-se partes funcionais morfologicamente distintas:Porção pré-sináptica do neurônio transmissor do impulso, na forma de botão terminal que contém numerosas vesículas com substâncias neurotransmissoras (acetilcolina, noradrenalina etc.). Porção pós-sináptica do neurônio receptor. Tende a estar rebaixada na forma negativa ao botão. Fenda sináptica situada entre as 2 porções.

Observe, na ilustração abaixo, o esquema de um neurônio. Acompanhe como circulam as mensagens, os impulsos, pelo sistema nervoso.

As células nervosas são diferentes das demais, sob vários aspectos. Uma diferença significativa é o fato de o sistema nervoso formar-se durante a fase embrionária. Mais tarde, o sistema - células, tecidos, órgãos - apenas se desenvolve. Por isso é que um neurônio, diferentemente do que ocorre com os outros tipos de tecidos do nosso corpo, não é substituído quando morre.As lesões neurológicas são irreversíveis, o que pode acontecer é o organismo utilizar-se de

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neurônios que antes não eram utilizados integralmente.Podemos classificar os neurônios em três tipos básicos: sensoriais, de associação e motores.Como são muitos os neurônios que participam desse sistema de circulação de impulsos, formam-se "feixes" de axônios, que constituem o que denominamos nervo.

SISTEMA ENDÓCRINO

Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são lançados na corrente sangüínea e irão atuar em outra parte do organismo, controlando ou auxiliando o controle de sua função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo.

Constituição dos órgãos do sistema endócrinoOs tecidos epiteliais de secreção ou epitélios glandulares formam as glândulas, que podem ser uni ou pluricelulares. As glândulas pluricelulares não são apenas aglomerados de células que desempenham as mesmas funções básicas e têm a mesma morfologia geral e origem embrionária - o que caracteriza um tecido. São na verdade órgãos definidos com arquitetura ordenada. Elas estão envolvidas por uma cápsula conjuntiva que emite septos, dividindo-as em lobos. Vasos sangüíneos e nervos penetram nas glândulas, fornecendo alimento e estímulo nervoso para as suas funções.Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais. Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando

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mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino a informação sobre o meio externo, ao passo que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino, juntamente com o sistema  nervoso,  atuam na coordenação e regulação das funções corporais. Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios no homem são a hipófise, o hipotálamo, a tireóide, as paratireóides, as supra-renais, o pâncreas e as gônadas. 

HIPÓFISE OU PITUITÁRIA

Situa-se na base do encéfalo, em uma cavidade do osso esfenóide chamada tela túrcica. Nos seres humanos tem o tamanho aproximado de um grão de ervilha e possui duas partes: o lobo anterior (ou adeno-hipófise) e o lobo posterior (ou neuro-hipófise).Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-endócrinos, alguns hormônios, produzidos pela hipófise são denominados trópicos (ou tróficos) porque atuam sobre outras glândulas endócrinas, comandando a secreção de outros hormônios. São eles: -Tireotrópicos: atuam sobre a glândula endócrina tireóide.-Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex da glândula endócrina adrenal (supra-renal)-Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas.-Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e estimulando a síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa muscular. Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a captação de glicose plasmática pelas células, aumentando a concentração de glicose no sangue (inibe a produção de insulina pelo pâncreas, predispondo ao diabetes).  

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HIPOTÁLAMO

Localizado no cérebro diretamente acima da hipófise, é conhecido por exercer controle sobre ela por meios de conexões neurais e substâncias semelhantes a hormônios chamados fatores desencadeadores (ou de liberação), o meio pelo qual o sistema nervoso controla o comportamento sexual via sistema endócrino.

O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos (FSH e LH), que atuam sobre as gônadas, estimulando a liberação de hormônios gonadais na corrente sanguínea. Na mulher a glândula-alvo do hormônio gonadotrófico é o ovário; no homem, são os testículos. Os hormônios gonadais são detectados pela pituitária e pelo hipotálamo, inibindo a liberação de mais hormônio

pituitário, por feed-back. Como a hipófise secreta hormônios que controlam outras glândulas e está subordinada, por sua vez, ao sistema nervoso, pode-se dizer que o sistema endócrino é subordinado ao nervoso e que o hipotálamo é o mediador entre esses dois sistemas.

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O hipotálamo também produz outros fatores de liberação que atuam sobre a adeno-hipófise, estimulando ou inibindo suas secreções. Produz também os hormônios ocitocina e ADH (antidiurético), armazenados e secretados pela neuro-hipófise.

TIREÓIDE

Localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da traquéia. Seus dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a velocidade dos processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, elevando a taxa metabólica e a geração de calor. Estimulam ainda a produção de RNA e a síntese de proteínas, estando relacionados ao crescimento, maturação e desenvolvimento. A calcitonina, outro hormônio secretado pela tireóide, participa do controle da concentração sangüínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos e a saída dele para o plasma sangüíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos.

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PARATIREÓIDES

São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na região posterior da tireóide. Secretam o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio da matriz óssea (o qual passa para o plasma sangüíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a concentração de cálcio no sangue. Neste contexto, o cálcio é importante na contração muscular, na coagulação sangüínea e na excitabilidade das células nervosas.

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AS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS E O CÁLCIO

ADRENAIS OU SUPRA-RENAIS

São duas glândulas localizadas sobre os rins, divididas em duas partes independentes –medula e córtex - secretoras de hormônios diferentes, comportando-se como duas glândulas. O córtex secreta três tipos de hormônios: os glicocorticóides, os mineralocorticóides e os androgênicos.

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PÂNCREAS

É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as secreções para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas ilhotas de Langerhans são a porção endócrina, onde estão as células que secretam os dois hormônios: insulina e glucagon, que atuam no metabolismo da glicose.

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

Esquema da estrutura de um nervo, cujas fibras nervosas são formadas de axônios ou dendritos. O sistema nervoso periférico é formado por nervos encarregados de fazer as ligações entre o sistema nervoso central e o corpo.NERVO é a reunião de várias fibras nervosas, que podem ser formadas de axônios ou de dendritos. As fibras estão reunidas em pequenos feixes; cada feixe forma um nervo.Em nosso corpo existe um número muito grande de nervos. Seu conjunto forma a rede nervosa.

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GLÂNDULAS E HORMÔNIOSO sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas endócrinas, as quais são responsáveis pela secreção de substância denominadas hormônios. As glândulas endócrinas (do grego endos, dentro, e krynos, secreção) são assim chamados por que lançam sua secreção (hormônios) diretamente no sangue, por onde eles atingem todas as células do corpo. Cada hormônio atua apenas sobre alguns tipos de células, denominadas células-alvo.As células alvo de determinado hormônio possuem, na membrana ou no citoplasma, proteínas denominadas receptores hormonais, capazes de se combinar especificamente com as moléculas do hormônio. É apenas quando a combinação correta ocorre que as células-alvo exibem as respostas características da ação hormonal.A espécie humana possui diversas glândulas endócrinas, algumas delas responsáveis pela produção de mais de um tipo de hormônio: HipotálamoSe localiza na base do encéfalo, sob uma região encefálica denominada tálamo. A função endócrina do hipotálamo está a cargo das células neurossecretoras, que são neurônios especializados na produção e na liberação de hormônios.Hipófise (ou glândula Pituitária)A hipófise é dividida em três partes, denominadas lobos anterior, posterior e intermédio, esse último pouco desenvolvido no homem. O lobo anterior (maior) é designado adeno-hipófise e o lobo posterior, neuro-hipófise.

Hormônios produzidos no lobo anterior da hipófise

Samatotrofina (GH) - Hormônio do crescimento.Hormônio tireotrófico (TSH) - Estimula a glândula tireóide.Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) - Age sobre o córtex das glândulas supra-

renais.

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Hormônio folículo-estimulante (FSH) - Age sobre a maturação dos folículos ovarianos e dos espermatozóides.Hormônio luteinizante (LH) - Estimulante das células intersticiais do ovário e do

testículo; provoca a ovulação e formação do corpo amarelo.Hormônio lactogênico (LTH) ou prolactina - Interfere no desenvolvimento das mamas,

na mulher e na produção de leite.Os hormônios designados pelas siglas FSH e LH podem ser reunidos sob a designação geral de gonadotrofinas.

Hormônios produzidos pelo lobo posterior da hipófiseOxitocina - Age particularmente na musculatura lisa da parede do útero, facilitando,

assim, a expulsão do feto e da placenta.Hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina - Constitui-se em um mecanismo

importante para a regulação do equilíbrio hídrico do organismo.

TireóideSituada na porção anterior do pescoço, a tireóide consta dos lobos direito, esquerdo e piramidal. Os lobos direito e esquerdo são unidos na linha mediana por uma porção estreitada - o istmo.A tireóide é regulada pelo hormônio tireotrófico (TSH) da adeno-hipófise. Seus hormônios - tiroxina e triiodotironina - requerem iodo para sua elaboração.

ParatireóidesConstituídas geralmente por quatro massas celulares, as paratireóides medem, em média, cerca de 6 mm de altura por 3 a 4 mm de largura e apresentam o aspecto de discos ovais achatados. Localizam-se junto à tireóide.Seu hormônio - o paratormônio - é necessário para o metabolismo do cálcio.

Supra-Renais ou AdrenaisEm cada glândula supra-renal há duas partes distintas; o córtex e a medula. Cada parte tem função diferente.Os vários hormônios produzidos pelo córtex - as corticosteronas - controlam o metabolismo do sódio e do potássio e o aproveitamento dos açúcares, lipídios, sais e águas, entre outras funções.A medula produz adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina). Esses hormônios são importantes na ativação dos mecanismos de defesa do organismo diante de condições de emergência, tais como emoções fortes, "stress", choque entre outros; preparam o organismo para a fuga ou luta.

Hormônios produzidos pelas Ilhotas de Langerhans (no Pâncreas)Insulina - Facilita a penetração da glicose, presente no sangue circulante, nas células,

em particular nas do fígado, onde é convertida em glicogênio (reserva de glicose).Glucagon (glucagônio) - Responsável pelo desdobramento do glicogênio em glicose e pela elevação de taxa desse açúcar no sangue circulante.

OváriosNa puberdade, a adeno-hipófise passa a produzir quantidades crescentes do hormônio

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folículo-estimulante (FSH). Sob a ação do FSH, os folículos imaturos do ovário continuam seu desenvolvimento, o mesmo acontecendo com os óvulos neles contidos. O folículo em desenvolvimento secreta hormônios denominados estrógenos, responsáveis pelo aparecimento das características sexuais secundárias femininas.Outro hormônio produzido pela adeno-hipófise - hormônio luteinizante (LH) - atua sobre o ovário, determinando o rompimento do folículo maduro, com a expulsão do óvulo (ovulação).O corpo amarelo (corpo lúteo) continua a produzir estrógenos e inicia a produção de outro hormônio - a progesterona - que atuará sobre o útero, preparando-o para receber o embrião caso tenha ocorrido a fecundação.

Glândulas Endócrinas

Testículos (Células de Leydig)Entre os túbulos seminíferos encontra-se um tecido intersticial, constituído principalmente pelas células de Leydig, onde se dá a formação dos hormônios andrógenos (hormônios sexuais masculinos), em especial a testosterona.Os hormônios andrógenos desenvolvem e mantém os caracteres sexuais masculinos.

Outras funções endócrinasAlém das glândulas endócrinas, a mucosa gástrica (que reveste internamente o estômago) e a mucosa duodenal (que reveste internamente o duodeno), têm células com função endócrina. As células com função endócrina da mucosa gástrica produzem o hormônio gastrina; e as da mucosa duodenal produzem os hormônios secretina e colecistoquinina.

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Glândula HormônioEstrutura Química

Principais Efeitos

Regulação

Hipófise(Lobo posterior)

Oxitocina Peptídeo

Estimula a contração das

musculaturas do útero e das glândulas mamárias

Sistema nervoso

Lobo posterior Antidiurético PeptídeoPromove a

reabsorção de água pelos rins

Osmolaridade do sangue

Lobo anterior Somatotrofina Proteína

Estimula o crescimento geral do corpo; afeta o metabolismo das

células

Hormônios do Hipotálamo

Lobo anterior Prolactina ProteínaEstimula a

produção e a secreção do leite

Hormônios do Hipotálamo

Lobo anterior Folículo estimulante Proteína

Estimula os folículos

ovarianos nas fêmeas e a

espermatogênese nos machos

Estrógenos no sangue; hormônios

do hipotálamo

Lobo anterior Luteinizante Proteína

Estimula o corpo amarelo e a

ovulação nas fêmeas e as

células intersticiais nos

machos

Progesterona ou testosterona; hormônios do

hipotálamo

Lobo anterior Tireotrofina ProteínaEstimula a

tireóide a secretar seus hormônios

Tiroxina; hormônios do hipotálamo

Lobo anterior Adrenocorticotrófico Proteína

Estimula a secreção de

glicocorticóides pelas glândulas

adrenais

Cortisol; hormônios do hipotálamo

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Tireóide Triiodotironina Aminoácidos

Estimula e mantém os processos

metabólicos

Tireotrofina

Tireóide Calcitonina Peptídeo

Baixa o nível de cálcio no sangue e inibe a liberação

de cálcio dos ossos

Concentração de cálcio no sangue

Paratireóides Paratormônio Peptídeo

Eleva o nível de cálcio no sangue e

estimula a liberação de cálcio

dos ossos

Concentração de cálcio no sangue

Pâncreas Insulina Proteína

Baixa sua taxa no sangue; estimula o armazenamento de

glicose pelo fígado; estimula a

síntese de proteínas

Concentração de glicose no sangue;

somatostatina

Pâncreas Glucagon ProteínaEstimula a quebra de glicogênio no

fígado

Concentração de glicose e

aminoácidos no sangue

Pâncreas Somatostatina Peptídeo

Suprime a liberação de insulina e glucagon

Controle nervoso

Adrenal(medula)

Epinefrina Catecolamina

Aumenta o açúcar no sangue; causa vasoconstrição na pele, mucosas e

rins

Controle nervoso

Adrenal(medula)

Norepinefrina Catecolamina

Acelera os batimentos

cardíacos; causa vasoconstrição generalizada no

corpo

Controle nervoso

córtex Glicocoticóides Esteróides Afeta o metabolismo de

carboidratos;

Adrenocorticotrófico

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Page 56: Parte 1 - o Sistema Nervoso

aumenta o açúcar no sangue

córtex Mineralocorticóides Esteróides

reabsorção de sódio e a excreção de potássio pelos

rins

Nível de potássio no sangue

Testículos Andrógenos Esteróides

Estimula a espermatogênese;

desenvolve e mantém os

caracteres sexuais secundários masculinos

Hormônio folículo estimulante; hormônio

luteinizante

Ovários (folículo) Estrógenos Esteróides

Estimula o crescimento da mucosa uterina;

desenvolve e mantém os

caracteres sexuais secundários femininos

Hormônio folículo estimulante; hormônio

luteinizante

Corpo amareloProgesterona e

estrógenosEsteróides

Promove a continuação de crescimento da mucosa uterina

Hormônio folículo estimulante; hormônio

luteinizante

Pineal Nelatonina CatecolaminaEstá envolvida no ritmo circadiano

Ciclo dia / noite

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