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Montes Claros/MG - 2014

Alba Valéria Niza SilvaDiocles Igor Castro Pires Alves

Danielle Ferreira de Souza (Colaboradora)

2ª edição atualizada porAlba Valéria Niza Silva

Fundamentos daLíngua Portuguesa II

2ª EDIÇÃO

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2014Proibida a reprodução total ou parcial.

Os infratores serão processados na forma da lei.

EDITORA UNIMONTESCampus Universitário Professor Darcy Ribeiros/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)

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Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH/UnimontesAntônio Wagner Veloso Rocha

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Coordenadora Adjunta da UAB/UnimontesBetânia Maria Araújo Passos

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Sumário

Apresen tação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11Gêneros textuais: definição e funcionalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11

1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

1.2 Gêneros textuais e as práticas sócio-históricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13

1.3 Distinção entre tipo e gênero textual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14

1.4 Gêneros textuais e a prática de sala de aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19

1.5 Tipos de texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

1.6 Usos da escrita no cotidiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31

Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33Aspectos gramaticais da fonética/fonologia, morfologia, sintaxe e semântica dop o r t u g u ê s c o n t e m p o r â n e o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3

2.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

2.2 Fonética e fonologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

2.3 Morfologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

2.4 Sintaxe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37

2.5 Semântica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

R e f e r ê n c i a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 9

Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41Referências básicas e complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43

Atividades de Aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

ApresentaçãoEsta disciplina intitula-se “Fundamentos da Língua Portuguesa II”.Discutiremos sobre as condições sócio-históricas de produção e circulação de um texto es-

crito. Falaremos sobre a caracterização dos textos descritivo, dissertativo e narrativo, sobre a prá-tica da produção textual e sobre a sistematização e prática de aspectos gramaticais da fonética/fonologia, morfologia, sintaxe e semântica do Português contemporâneo.

Não podemos nos esquecer de que todas as disciplinas do Curso foram pensadas de formaa compor um todo significativo. Portanto, lançaremos mão, especificamente nesta disciplina, detudo que foi visto, principalmente nas disciplinas “Introdução à Linguística” e “Fundamentos daLíngua Portuguesa I”.

É importante perceber que estamos rodeados por textos de diversos formatos e composi-ções.

Esses textos fazem parte de nosso dia a dia e estão ligados à nossa vida cultural e social.Refletindo sobre a ementa da disciplina, percebemos a importância de conhecermos a dife-

rença existente entre TIPO e GÊNERO TEXTUAIS. Devemos saber, também, como classificar os tex-tos e como produzi-los. O estudo basear-se-á em teorias e discussões de diversos autores comoÂngela Paiva Dionísio, Carlos Alberto Faraco, Cristóvão Tezza, Ingedore Villaça Koch, Luiz AntônioMarcushi, Luiz Carlos Travaglia, Luiz Carlos Cagliari, Maria da Graça Costa Val, Celso Cunha, Lin-dley Cintra e Ângela Kleiman, entre outros.

O nosso objetivo principal, ao trabalharmos com a disciplina “Fundamentos da LínguaPortuguesa II”, é discutir as práticas de produção de textos, buscando compreender as relaçõesautor/texto/leitor e suas consequências na produção de diferentes tipos textuais e gêneros tex-tuais.

Utilizaremos os conhecimentos adquiridos por você, através das disciplinas já mencionadas,referentes à leitura, aos textos, aos fatores de textualidade, à definição de textos literários e nãoliterários, denotação e conotação, bem como os relativos à Linguística.

Aplicaremos os fundamentos teóricos mencionados para análise de diferentes tipos e gê-neros textuais. Os estudos realizados serão fundamentais na discussão dos principais conceitoselaborados para aprofundarmos nesta disciplina.

A Linguística Aplicada tem como tarefa das mais importantes a divulgação de pesquisas vol-tadas para a formação de professores na área de produção de textos, pois esses conhecimentosos auxiliarão nas escolhas de metodologias mais adequadas.

Temos por meta, portanto, oferecer alguns conceitos, teorias, reflexões e atividades quepossam ajudar você, profissional ou futuro profissional da educação, no processo de capacitar osalunos para o exercício adequado e fluente da língua escrita.

A disciplina tem como objetivos:• reconhecer que o contato com diversos tipos e gêneros textuais permitirá que os alunos

cheguem ao domínio da escrita, tornando-os verdadeiros usuários da língua;•

compreender e situar o texto no seu contexto pragmático de produção, recepção e interpre-tação;• diferenciar os tipos de textos de gêneros textuais;• discutir as práticas de produção de texto, buscando compreender as relações autor/texto/

leitor e suas consequências na produção de diferentes práticas discursivas e diferentes gê-neros discursivos;

• estabelecer novos enfoques para o ensino e trabalho com a produção de textos;• produzir textos adequados às mais variadas situações.

Ao fim dos nossos estudos, esperamos que você perceba a relevância da disciplina “Funda-mentos da Língua Portuguesa II” para a investigação do processo educacional e, sobretudo, paraa habilitação do educador competente.

A disciplina foi dividida em duas unidades. Cada unidade está dividida em tópicos ou subu-nidades.

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UAB/Unimontes - 2º Período

Unidade I - Gêneros Textuais: Definição e Funcionalidade• Gêneros textuais e as práticas sócio-históricas• Distinção entre tipo e gênero textual• Gêneros textuais e a prática de sala de aula• Tipos de Texto• Estrutura do texto narrativo•

Estrutura do texto descritivo• Estrutura do texto dissertativo• Usos da Escrita no Cotidiano• Suportes e gêneros textuais

Unidade II - Aspectos Gramaticais da Fonética/Fonologia, Morfologia, Sintaxe e Semânticado Português Contemporâneo

• Fonética e Fonologia• Morfologia• Sintaxe• Semântica

O Caderno Didático foi elaborado em unidades e subunidades, privilegiando-se o desenvol-vimento gradual dos temas propostos. Atenha-se às questões para discussão e reflexão, pois sãomuito importantes, acompanham o texto e contêm sugestões para visitar o ambiente de apren-dizagem, o fórum, acessar bibliotecas virtuais na web etc.

As sugestões e dicas estão localizadas junto ao texto, aparecendo com os seguintes ícones:• Atividade• Para saber mais• Dica• Glossário

A leitura dos textos complementares indicados também devem ser observados com aten-ção, pois apresentam os possíveis desenvolvimentos e ampliações para o estudo e a discussãopertinentes ao conteúdo. São recursos que podem ser explorados de maneira eficaz por você,pois buscam promover atividades de observação e de investigação que permitam desenvolverhabilidades próprias da análise linguística.

Ao planejar esta disciplina, consideramos que essas atividades e sugestões seriam de funda-mental importância, de forma que o acadêmico fosse, gradativamente, familiarizando-se com avisão e procedimentos próprios da disciplina.

Vamos aos estudos! Aproveite todos os momentos e recursos. Procure interagir sempre comos colegas, para tirar dúvidas, confrontrar opiniões, dividir críticas relacionadas aos textos, bemcomo às atividades e leituras complementares.

Sejam bem-vindos!

Alba Valéria Niza Silva

Danielle Ferreira de SouzaDiócles Igor Castro Pires Alves

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

UNIDADE 1Gêneros textuais: definição efuncionalidade

Alba Valéria Niza SilvaDiocles Igor Castro Pires Alves

Danielle Ferreira de Souza

1.1 IntroduçãoComeçaremos agora os nossos estudos. Você, em poucos segundos, estará diante da primei-

ra unidade da disciplina “Fundamentos da Língua Portuguesa II”.Temos como objetivo principal proporcionar a você conhecimentos que o faça reconhecer e

diferenciar os tipos e gêneros textuais.Você verá que o contato com diversos tipos e gêneros textuais permitirá que se chegue ao

domínio da escrita. Compreenderá que é necessário situar o texto no seu contexto pragmáticode produção, recepção e interpretação. As discussões sobre as práticas de produção de texto le-vará a compreender as relações autor/texto/leitor e suas consequências na produção de diferen-tes práticas discursivas e diferentes gêneros discursivos.

Como já foi apresentado, a primeira parte da Unidade I, “Gêneros Textuais: Definição e Fun-cionalidade”, está organizada com as seguintes seções:

• Gêneros textuais e as práticas sócio-históricas• Distinção entre tipo e gênero textual• Gêneros textuais e a prática de sala de aula

Entre as contribuições teóricas do texto a seguir, é importante destacar que, embora o con- junto dos gêneros seja tido como infinito e mutável, há aqui um esforço para criar campo e ter-minologia comuns.

Assim, na primeira unidade, “Gêneros textuais: definição e funcionalidade”, apresentamoscontribuições de enorme relevância do autor Luiz Antônio Marcuschi.

Ele nos apresenta várias conceituações relevantes no campo e levanta argumentos para di-ferenciar tipo textual de gênero textual, duas noções que, para ele, devem ser distinguidas, poissua confusão, segundo Ângela Kleiman:

pode esvaziar a noção de gênero textual da sua carga sociocultural, histo-ricamente construída, ferramenta essencial, para alguns, na socialização doaluno, via linguagem escrita. Esse rigor descritivo deveria dificultar uma com-preensão equivocada do conceito de gênero no contexto escolar, que, porexemplo, limitasse o ensino dos gêneros aos seus aspectos meramente estru-turais ou que, para dar outro exemplo, ignorasse o fato de que a construçãodos gêneros valorizados da escrita está assentada nos gêneros da oralidade.(KLEIMAN, 2007, p. 8).

Você não pode se esquecer de que as questões sugeridas junto ao texto são fundamentaispara a sua compreensão.

Vamos iniciar as nossas leituras.

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UAB/Unimontes - 2º Período

BOX 1

Angela Del Carmen Bustos Romero de Kleiman

Nasceu no Chile. É professora titular do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Uni-versidade Estadual de Campinas (Unicamp). Licenciada em Pedagogia e Inglês pela Univer-sidad de Chile-Santiago em 1967, obteve o mestrado e o doutorado na University of Illinois-EUA, além do pós-doutorado em Linguistic Society of America Summer School na Universi-ty of Illinois; em Foreign Languages Department, Georgia Institute of Technology e ReadingDepartment pela University of Athens; no Center for the Study of Reading pela University of

Illinois; e em Linguistic Society of America, Summer School, University of California. Foi mas-ter of arts in Tesl, University of Illinois em 1969, Ph.D em Linguistics pela University of Illinoisem 1974 e teacher certificate pela State of Michigan de 1974 a 1980. Coordenou o Centro deLinguística Aplicada do IEL em 1980. Implantou os cursos de espanhol, hebraico moderno e japonês no Centro de Linguística Aplicada.

Boas leituras!

Fonte: Disponível em <http://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/imagens/NID_656_imagemgrande.thumbnail.jpg> Acesso em 5 dez. 13.

BOX 2

Luiz Antônio Marcuschi

É Doutor em Filosofia da Linguagem e Pós-doutor em problemas de língua escrita e oral,na Alemanha. É Professor Titular em Linguística do Departamento de Letras da UniversidadeFederal de Pernambuco (UFPE). É um dos fundadores da Associação Nacional de Pós-Gradu-ação e Pesquisa em Letras e Linguística - ANPOLL e seu Presidente de 1988 a 1990. Pesquisa-dor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi por váriasvezes representante de Letras e Linguística tanto no CNPq quanto na Coordenação de Aper-feiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Fonte: Disponível em <http://www.google.com.br/imgres> Acesso em 5/10/13.

◄ Figura 1: Angela DelCarmen Bustos Romerode Kleiman.Fonte: Disponível em<http://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/imagens/NID_656_imagemgrande.thumbnail. jpg> Acesso em 5 dez. 13.

◄ Figura 2: Luiz AntônioMarcuschiFonte: Disponível em<http://www.google.com.br/imgres> Acesso em5/10/13.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

BOX 3

MIKHAIL BAKHTIN :

Nascido em Orel, localidade a sul de Moscovo, de família aristocrática em decadência, Mi-khail Bakhtin cresceu entre Vínius e Odessa, cidades fronteiriças com grande variedade e lín-guas e culturas.

Mais tarde, estudou Filosofia e Letras na Universidade de São Petersburgo, abordandoem profundidade a formação em filosofia alemã. Viveu em Leningrado após a vitória da revo-

lução em 1917.Entre os anos 24 e 29, conheceu os principais expoentes do Formalismo russo e publicou“Freudismo” (1927), O método formal nos estudos literários (1928) e “Marxismo e Filosofia daLinguagem” (1929), sendo esta última talvez a sua obra mais célebre. Assinada com o nomede seu amigo e discípulo Volochínov, só a partir dos anos 70 teve difusão e reconhecimentoimportantes, e apenas recentemente é que veio a ser confirmada a sua autoria (Bakhtin con-cedeu a atribuição de diversos de seus textos a colegas).

Em 1929, foi obrigado ao exílio interno no Cazaquistão acusado de envolvimento em ati-vidades ilegais ligadas à Igreja Ortodoxa, o que nunca viria a ser demonstrado. Ficaria no Ca-zaquistão até 1936.

Seu trabalho é considerado influente na área de teoria literária, crítica literária, sociolin-guística, análise do discurso e semiótica. Bakhtin é na verdade um filósofo da linguagem esua linguística é considerada uma “translinguística” porque ela ultrapassa a visão de línguacomo sistema. Isso porque, para Bakhtin, não se pode entender a língua isoladamente, masqualquer análise linguística deve incluir fatores extralinguisticos. como contexto de fala, a re-lação do falante com o ouvinte, momento histórico, etc. (WIKIPÉDIA Acesso em 06 de dezem-bro de 2013).

Fonte: Disponivel em http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8a/Bakhtin.jpg/200px-Bakhtin.jpg.Acesso em 5 de dez. 2013.

1.2 Gêneros textuais e as práticassócio-históricas

Segundo Marcuschi (2002), já se consolidou a ideia de que os gêneros textuais estão intima-mente ligados à vida social e cultural, sendo assim considerados fenômenos históricos.

Os gêneros textuais ajudam a pôr em ordem e a estabilizar a nossa comunicação diária. Éimportante termos em mente que eles não são estanques, como podemos observar na seguinteafirmação: caracterizam-se como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos.

Surgem emparelhados a necessidades e atividades socioculturais, bem como na relaçãocom inovações tecnológicas, o que é facilmente perceptível ao se considerar a quantidade degêneros textuais hoje existentes em relação a sociedades anteriores à comunicação escrita (MAR-CUSCHI, 2002, p.19).

Os gêneros multiplicaram-se após o século VII a. C. com a invenção da escrita alfabética.Nova expansão ocorre a partir do século XV com a cultura impressa e, modernamente, com achamada “cultura eletrônica” (MARCUSCHI, 2002, p. 19). Hoje, com a TV, telefonia celular, com-

◄ Figura 3: Epitáfio deMikhail Bakhtin (1895-

1975)Fonte: Disponivel emhttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8a/Bakhtin. jpg/200px-Bakhtin.jpg.Acesso em 5 de dez. 2013.

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UAB/Unimontes - 2º Período

putador, rádio, internet etc., observamos o surgimento de diversos gêneros. Portanto, podemosdizer que as novas tecnologias viabilizaram o surgimento desses novos gêneros – videoconferên-cias, telefonemas,e-mails, aulas virtuais, programas ao vivo etc.

Marcuschi nos chama a atenção para o fato de que esses gêneros recém-chegados são re-formulações ou, recorrendo a Bakhtin (1997), “transmutações” de gêneros já existentes. Veja aafirmação a seguir:

Veja-se o caso do telefonema, que apresenta similaridade com a conversaçãoque lhe pré-existe, mas que, pelo canal telefônico, realiza-se com característi-cas próprias. Daí a diferença entre uma conversação face a face e um telefone-ma, com as estratégias que lhe são peculiares. Oe-mail (correio eletrônico) geramensagens eletrônicas que têm nas cartas (pessoais, comerciais, etc.) e nos bi-lhetes os seus antecessores. (MARCUSCHI, 2002, p. 20-21).

Esses gêneros chamados de emergentes pelo autor possuem forma híbrida . E, por isso, fa-zem com que os limites entre oralidade e escrita se tornem cada vez maistênues .

Os aspectos formais – estruturais ou linguísticos – não definem os gêneros por si sós. Paraque seja possível caracterizar os gêneros, é preciso observar os aspectos sociocomunicativos efuncionais, ou seja, a forma, o suporte, a função, o contexto e os interlocutores.

1.3 Distinção entre tipo e gênerotextual

Para essa subunidade, utilizaremos, além das observações e discussões feitas pelo Marcus-chi (2002), das considerações sobreGênero Textual e Tipologia Textual feitas por Travaglia(2002).

É de suma importância que o professor de Língua Portuguesa saiba diferenciarGênero Tex-

tual e Tipologia Textual para direcionar o trabalho na leitura, compreensão e produção de textos.Pretendemos, também, neste texto, apresentar algumas considerações sobre questões rela-tivas ao termo Tipologia Textual .

Acreditamos que o trabalho com a leitura, compreensão e a produção escrita em LínguaMaterna deve ter como objetivo principal o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam

com que ele tenha capacidade de usar sempre mais recursosda língua para produzir efeitos de sentido de forma adequadaa cada situação específica de interação humana.

Marcuschi (2002) propõe o trabalho com textos na esco-la a partir da abordagem do Gênero Textual . Para ele, o tra-balho com a Tipologia Textual traz para o ensino algumaslimitações. Por exemplo, ao ensinar narrativa em geral, o pro-fessor, embora possa classificar vários textos como sendo nar-rativos, não contemplaria as formas diferentes em que eles seconcretizam – os gêneros – portadores de características es-pecíficas.

Outros autores, como Travaglia (2002), defendem o en-sino através da Tipologia Textual . Para esse autor, os textossão de diferentes tipos e se concretizam através de diferentesmodos de interação ou interlocução. Assim, o trabalho comos diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvi-mento da competência comunicativa dos alunos.

Segundo Travaglia (2002), cada tipo de texto é apropria-do para um tipo de interação ou situação específica. O profissional da educação não pode, pois,apresentar ao aluno apenas alguns tipos de texto. Dessa forma, faria com que ele só tivesse re-cursos para se comunicar em alguns casos, tornando-o incapaz, ou restritamente capaz. Comcerteza, o professor teria que fazer uma avaliação sobre quais tipos de textos seriam mais neces-sários para os alunos, para, a partir daí, iniciar o trabalho, não deixando, contudo, de apresentá-loaos demais, na medida do possível.

GLOSSÁRIOHíbrido: qualidade detudo o que resulta de

elementos de naturezadistinta.

Tênue: Com poucaconsistência ou espes-

sura; frágil; delgado; depouca importância.

Figura 4: Luiz CarlosTravaglia

Fonte: Disponível em<https://www.google.

com.br/> acesso em 21 de jul. 2013.

DICAO Prof. Dr. Luiz Carlos

Travaglia fez seusestudos superiores naUniversidade Federalde Uberlândia (UFU),

Minas Gerais, onde cur-sou Licenciatura Plenaem Letras Português-

-Inglês. Hoje é Professorde Língua Portuguesae Linguística e pesqui-

sador do Instituto deLetras e Linguística daUniversidade Federal

de Uberlândia. Foiprofessor do ensino

fundamental e médiopor quase duas déca-das. Mestre em Letras

(Língua Portuguesa)pela Pontifícia Univer-sidade Católica do Rio

de Janeiro (PUC-RJ),Doutor em Linguísti-ca pela Universidade

Estadual de Campinas(UNICAMP), com Pós-

-Doutorado em Linguís-tica pela Universidade

Federal do Rio deJaneiro (UFRJ).

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

Marcuschi (2002) acredita que muitos livros didáticos utilizam, de forma equivocada, o ter-mo tipo de texto . Na verdade, para ele, nesses casos, a terminologia ou nomenclatura adequadaseria gênero textual ou gênero de texto. O autor, entre outros exemplos, nos diz que não é corre-to classificar a carta pessoal como um tipo de texto, como observado em alguns livros. Ele afirmaque se trata de um Gênero Textual .

É importante que você saiba que, para o autor, os tipos se realizam em todos os gêneros,

ocorrendo, muitas das vezes, a concretização do mesmo gênero em dois ou mais tipos. Marcus-chi apresenta como exemplo uma carta pessoal e nos diz que ela pode apresentar as tipologiasdescrição, injunção, exposição, narração e argumentação, ao mesmo tempo. Ele chama essa mis-celânea ou mistura de tipos presentes em um gênero de heterogeneidade tipológica .

Veja o exemplo:

BOX 4

CARTA PESSOAL

Montes Claros, 20 de dezembro de 2013.

Saudades

Minha querida irmã, quantas saudades eu sinto de você. Quero matar um pouco escre-vendo um pouco pra você. Como vão todos aí? Por aqui todos vão bem. Apenas estou passan-do por uma situação muito complicada na minha vida, queria tanto que você estivesse aquipara poder me ajudar.

Não tem aquele carinha que eu tava saindo, que te disse por telefone, então pronto, con-tinuamos saindo, só que de um tempo pra cá eu venho notando algo estranho.

Primeiro, percebi algumas feridinhas na minha boca, mas como não doía deixei pra lá,e elas desapareceram. Nesse período, fiquei evitando meu parceiro com vergonha, ele podiapensar que eu estivesse doente, e não querer nada comigo.

Ficava sempre preocupada, sem saber o que seria. Agora, uma novidade que está tirandomeu sono, minha menstruação está dez dias atrasada, será que tô grávida?

Mulher, estou tão angustiada, queria tanto que você estivesse aqui para me ajudar a re-solver essa situação.

Minha mãe me mata quando descobrir, e ele? Será que vai pensar o quê? Que foi de pro-pósito? Como dizer? Será que devo tirar? Como enfrentar essa situação? E aquelas feridinhas oque seriam elas? Será que sarou?

Só em você eu confio, se fosse você, o que faria? Vou esperar sua cartinha o mais rápidopossível, não deixe de me responder.

Tenha cuidado para ninguém ver e pegar essa carta.Me ajude, por favor.Com carinho de sua irmã Paula.Não esqueça de mim. Saudades! Beijos!Te adoro!

Fonte: Adaptado de Marcuschi (2002).

Nesse texto, percebemos uma tensão entre o oral e o escrito, porque podemos considerar areferida carta como uma produção em transição, quanto à forma, em função do gênero que re-presenta: por ser carta pessoal, é um tipo de comunicação escrita que permite mais liberdade en-tre os interlocutores. Trata-se de uma situação em que, mesmo que se utilize a linguagem escrita,esta não precisa ser enquadrada nas normas da escrita formal.

Nesse sentido, podemos destacar o que consideramos como estrutura de carta pessoal: apresença de, por exemplo, clichês - “Saudades”-, frases feitas, vocativo - “Minha querida”-, o tomde intimidade - “quantas saudades eu sinto de você”. São elementos que remetem a um discursode apelo emocional.

Com relação às tipologias presentes no texto, podemos observar os seguintes trechos: des-critivo, “Montes Claros, 20 de dezembro de 2013”; narrativo, “Não tem aquele carinha que eu tava

saindo, que te disse por telefone, então pronto, continuamos saindo...”; expositivo, “Apenas estoupassando por uma situação muito complicada na minha vida...” etc.É visível a presença de uma variedade tipológica no exemplo citado. Você pode pensar en-

tão: como classificar os textos? Quando classificamos um texto, o fazemos pela predominânciados seus traços linguísticos.

ATIVIDADEFaça uma pesquisa erecolha alguns gêneroscomuns no seu dia adia (pelo menos cinco)e apresente a seus co-legas no ambiente deaprendizagem, descre-vendo as característicasde cada um.

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UAB/Unimontes - 2º Período

Travaglia (2002) menciona a existência de umaconjugação tipológica . Segundo ele, dificil-mente são encontrados tipos puros. Em uma bula de remédio, por exemplo, tem-se a presençade várias tipologias, como a descrição e a injunção. O autor afirma que um texto se define comode um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de comunicação que se preten-de estabelecer e não em função do espaço ocupado por um tipo na constituição desse texto.

Quando acontece de um texto ter aspecto de um gênero, mas ter sido construído em outro,

Marcuschi nos fala da presença de umaintertextualidade intergêneros . Nesse caso, um gêneroassume a função de outro.Travaglia (2002) nomeia essa mesma ocorrência como umintercâmbio de tipos . Ele afirma

que um tipo pode ser usado no lugar de outro tipo de texto, criando determinados efeitos desentido não possíveis, na opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala dedescrições e comentários dissertativos feitos através de uma narração.

Sintetizando essa questão, Marcuschi (2002) traz as seguintes definições:a) a intertextualidade intergêneros acontece quando um gênero exerce a função de outro;b) a heterogeneidade tipológica ocorre quando temos um gênero com a presença de vá-

rios tipos.Por sua vez, Travaglia (2002) apresenta a teoria a seguir:a) conjugação tipológica constitui-se no momento em que um texto apresenta vários tipos;b) intercâmbio de tipos configura-se quando um tipo é usado no lugar de outro.

Marcuschi (2002) afirma que os gêneros não são entidades naturais, mas produções cultu-rais construídas historicamente pelo homem. Um gênero, para ele, pode não ter uma determina-da propriedade e ainda continuar pertencendo àquele gênero.

Esse autor traz, mais uma vez, o exemplo da carta pessoal. Mesmo que o autor da carta te-nha deixado de assiná-la, ela continuará sendo carta, em função de suas propriedades. Ele diz,em outro exemplo, que um texto publicitário pode ter o formato de um poema ou de uma listade produtos em oferta. O que importa é que ele esteja fazendo divulgação de produtos e esti-mulando a compra.

Marcuschi (2002) defineTipologia Textual como um termo que deve ser usado para de-signar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua com-posição. De maneira geral, os tipos textuais abrangem as categorias narração, argumentação,exposição, descrição.

Segundo ele, o termo Tipologia Textual é usado

para designar uma espécie de sequência teórica definida pela natureza lin-guística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, rela-ções lógicas) (MARCUSCHI, 2002, p. 22).

Para Gênero Textual, encontramos a definição de uma noção vaga para os textos materia-lizados encontrados no dia a dia e que apresentam características sociocomunicativas definidaspelos conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica.

Apresentaremos, agora, um quadro comparativo, produzido por Marcuschi, para que vocêvisualize melhor a diferença entre tipo e gênero textual.

QUADRO 1Diferenças entre tipo e gênero textual

TIPOS TEXTUAIS GÊNEROS TEXTUAIS

1- Constructos teóricos definidos porpropriedades linguísticas intrínsecas;2- Constituem sequências linguísticasou sequências de enunciados e nãosão textos empíricos;3- Sua nomeação abrange um con- junto limitado de categorias teóricasdeterminadas por aspectos lexicais,sintáticos, relações lógicas e tempoverbal;4- Designações teóricas dos tipos:narração, argumentação, descrição,injunção e exposição;

1- Realizações linguísticas concretas definidas por pro-priedades sociocomunicativas;2- Constituem textos empiricamente realizados, cum-prindo funções em situações comunicativas;3- Sua nomeação abrange um conjunto aberto prati-camente ilimitado de designações concretas pelo ca-nal, estilo, conteúdo, composição e função;4- Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, cartacomercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula expo-sitiva, horóscopo, bula de remédio, cardápio, inquéritopolicial, bate-papo virtual, piada, edital de concurso,resenha, receita culinária, lista de compras,outdoor ,conferência, etc.

Fonte: Estruturado pelo Autor.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

Tipologia Textual é definida por Travaglia (2002) como aquilo que pode instaurar um modode interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas que podem variar. Ainda deacordo com o autor, essas perspectivas podem ligar-se ao produtor do texto em relação à neces-sidade comunicativa.

Podemos concluir que cada situação comunicativa ou cada necessidade comunicativa quesurja gerará um tipo de texto. Assim, surgirão os tiposdescrição, dissertação e exposição .

O Gênero Textual, segundo Travaglia (2002), caracteriza-se por servir a funções sociais es-pecíficas que são vivenciadas pelos usuários da língua. Isso equivale dizer que, quando escreve-mos, por exemplo, ume-mail , sabemos que ele poderá funcionar de diferentes maneiras, depen-dendo de como ele será produzido e de que elementos ele é composto. Dessa forma, escreverum e-mail para um parente ou amigo não é o mesmo que escrever um e-mail para um órgãopúblico, pedindo informações sobre qualquer assunto.

Marcuschi (2002) apresenta alguns exemplos de gêneros, mas não destaca sua função so-cial. São eles: telefonema, sermão, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio,conferência, piada etc.

Veja, agora, outros exemplos que se encaixam na definição de gênero.

Travaglia (2002), além de trazer alguns exemplos, mostra o que, em sua visão, se-ria a função social básica comum a cada um dos gêneros: aviso, comunicado, edital, in-formação, informe, citação (todos com a função social de dar conhecimento a alguémde algo). Com certeza, oe-mail e a carta estariam nessa lista, levando em consideraçãoque o aviso pode ser dado sob a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Veja o exemploque, em nossa opinião, também poderia ser enquadrado na função de informar.

Exemplo:

BOX 5

Para:Atenção a:De:Assunto: Exposição ou feiraCaro Cliente,A nome da empresa , tradicional ramo de atividade da empresa , tem o prazer de in-

formá-lo que nosso estande estará na nome da feira , que será realizada de data a data , nonome do local , localizado naendereço do local , das hhmm às hhmm .

Na ocasião, V. Sa. poderá conhecer toda a nossa nova linha de produtos e serviços, alémde se inteirar das novas tendências de mercado.

Esperamos sua visita.Cordialmente,

nomecargo CONVITE/INFORMATIVO

Fonte: Travaglia (2002).

DICA

É possível observarque Travaglia dá aogênero uma funçãosocial. Podemos dizerque ele faz a distinçãoentre Tipologia Textualde Gênero Textual apartir dessa caracte-rística que o gêneropossui. Mas todo texto,independentementede seu gênero ou tipo,não exerce uma funçãosocial qualquer?

◄ Figura 5: Charge doAmarildoFonte: Disponível emwww.amarildo.com.br.Acesso em 5 de dez. 2013.

Figura 6: Capa deRevista (Época)Fonte: Disponível emhttp://revistaepoca.globo/revista/epoca. Acesso em6 dez. 2013.

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UAB/Unimontes - 2º Período

Travaglia (2002) prossegue exemplificando e apontando a petição, o memorial, o requeri-mento, o abaixo-assinado, com a função social de pedir, solicitar. Persistimos colocando tambéma carta, o e-mail e o ofício. Nota promissória, termo de compromisso e voto são exemplos de gê-neros que têm a função de prometer.

É importante observar que os exemplos dados por ele, mesmo os que não foram mostradosaqui, apresentam função social formal, rígida. Ele não apresenta exemplos de gêneros que te-

nham uma função social menos rígida, como o bilhete.Marcuschi (2002, p.24) discute, ainda, o conceito deDomínio Discursivo. Os domínios dis-cursivos são as grandes esferas da atividade humana em que os textos circulam. Esse autor dizque esses domínios não são nem textos nem discursos, mas dariam origem a discursos muitoespecíficos.

Eles constituiriam práticas discursivas em que seria possível a identificação de um conjuntode gêneros que, às vezes, lhes são próprias como práticas ou rotinas comunicativas instituciona-lizadas. Como exemplo, ele cita os discursos jornalístico, jurídico e religioso. De cada uma dessasatividades, jornalística, jurídica e religiosa, originam-se vários gêneros.

Seguindo esse raciocínio, teríamos como exemplo oDOMÍNIO JORNALÍSTICO e dele sur-giriam os seguintes gêneros: editoriais, notícias, reportagens, artigos de opinião, entrevis-tas etc.

BOX 6

A Justiça Federal ordenou a saída do Exército do morro da Providência, no Rio, acolhen-do um pedido da Defensoria Pública da União. A juíza Regina Carvalho, da 18.ª Vara Federal,apontou “despreparo” e “inabilidade” na atuação da Força. Segundo depoimentos, no sábado,três jovens do morro foram entregues por militares a traficantes de uma favela rival e mortos.

Legenda: Notícia

Fonte: Disponível em www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff190620081.htm. Acessado em 5 dez. 2013.

Os dois autores aqui mencionados apresentam opiniões semelhantes quando falam quetexto e discurso não devem ser encarados como iguais.

Marcuschi (2002, p.24) considera otexto como uma entidade concreta realizada material-mente e corporificada em algum gênero textual . Discurso, para ele, é aquilo que um texto pro-duz ao se manifestar em alguma instância discursiva. O discurso se realiza nos textos.

Travaglia (2002, p. 03) considera odiscurso como a própria atividade comunicativa, a pró-pria atividade produtora de sentidos para a interação comunicativa, regulada por uma exterio-ridade sócio-histórica-ideológica.Texto é o resultado dessa atividade comunicativa. O texto évisto por ele como

[...] uma unidade linguística concreta que é tomada pelos usuários da línguaem uma situação de interação comunicativa específica, como uma unidade desentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reco-nhecida, independentemente de sua extensão (TRAVAGLIA, 2002, p. 03).

Travaglia (2002) diz que se distingue texto de discurso levando em conta a tipologia de tex-tos, e não de discursos. Marcuschi (2002) afirma que a definição que apresenta de texto e discur-so é muito mais operacional do que formal.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

1.4 Gêneros textuais e a prática desala de aula

Para concluir esta primeira parte da Unidade I, abordaremos agora os gêneros textuais e oensino.

Alguns autores, de forma especial linguistas, têm se interessado pelas questões de ensino delíngua . Possenti (1996), por exemplo, diz que o papel da escola é ensinar o português padrão, con-tanto que se desmistifiquem algumas crenças a respeito do que é uma língua. É preciso que fiqueclaro que não há língua homogênea, não há língua uniforme, todos os que falam, sabem falar etc.

A respeito do quê deve ser ensinado, Cagliari afirma que

[...] nas escolas de periferia, alguns alunos não participam com empenho doaprendizado da escrita porque acham que a escola faz o que não lhes interessae deixa de fazer o que seria útil para eles (CAGLIARI, 2003, p. 101).

Sobre o processo da escrita, ele afirma que é preciso ter uma motivação para escrever.O ensino normalmente está centrado em regras ultrapassadas, em variantes que não sãomais faladas atualmente e que, ainda assim, são solicitadas. A metodologia utilizada pela escolapara que os alunos adquiram a norma padrão é completamente inadequada. Sobre essa afirma-ção, vejamos o trecho abaixo:

[...] se ele dá aos alunos exercícios repetitivos (longas cópias, exercícios estru-turais, preenchimento de espaços vazios, etc.), é porque está seguindo (saibaou não – daí a importância de ter ideias claras!) uma concepção de aquisiçãode conhecimento segundo a qual não há diferenças significativas entre os ho-mens e os animais em nenhum domínio de aprendizagem ou de comporta-mento. (POSSENTI, 1996, p. 24).

De acordo com Possenti (1996, p.20), é necessário que os alunos “leiam produtivamente tex-tos variados: textos jornalísticos, como colunas de economia, política, educação, textos de divul-gação científica em vários campos, textos técnicos”. Pesquisas diversas constataram que os ado-lescentes se envolvem com o mundo da leitura e escrita, através de práticas concretas de seucotidiano: os jogos de computador, pesquisas na Internet para obter informações de jogos, leitu-ra de livros para RPG, conversas por e-mail e, em alguns casos, contato com outros tipos de gê-neros de leitura/escrita por conta de indicações de livros recomendados por amigos. A afirmaçãode Cagliari (2003, p. 101) deixa claro que “a escola é talvez o único lugar onde se escreve muitasvezes sem motivo”.

Existe um descompasso entre a escola e as necessidades da sociedade. Isso causa descon-forto em alguns profissionais, preocupados com a sua função de Educador.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) afirmam ser necessário promover o letramentodos alunos.

Soares afirma que, letramento é[...] estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo comoconsequência de ter-se apropriado da escrita. [...] Letramento é prazer, é lazer, éler em diferentes lugares e sob diferentes condições [...] Letramento é informar--se através da leitura, é buscar notícias e lazer nos jornais, é interagir com a im-prensa diária, fazer uso dela, selecionando o que desperta interesse, divertin-do-se com as tiras de quadrinhos. (SOARES, 2000, p. 42).

É preciso que, durante as aulas, o professor contemple a multiplicidade das práticas sociaisque se desenvolvem em torno da escrita e da leitura. Para que se consiga atingir o letramento,é dever dos profissionais do ensino elaborar métodos que se aproximem das práticas concretasdesses alunos.

Dessa forma, estaremos cumprindo boa parte do objetivo do ensino de Língua Portuguesa:formar alunos que dominem a norma padrão da língua e gramática, além de levá-los a ler/pro-duzir, com relativa facilidade, diferentes gêneros textuais reais e, mais que isso, formar cidadãos(PCN, 1998, p. 37).

DICASerá que o estudo dagramática pode ajudarna aquisição da leiturae da escrita?

DICAUm aluno que sai daescola, tendo cursadoaté a 6.ª série, teriaconvivido muito maiscom o tipo narrati-vo, de acordo com oconteúdo pertinenteàquela etapa. Será queele estaria preparadopara produzir, quandonecessário, outros tipostextuais?

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UAB/Unimontes - 2º Período

Marcuschi (2002) defende a abordagem textual no ensino a partir dosGêneros Textuais .Segundo ele, o trabalho com o gênero é uma maravilhosa oportunidade de se lidar com a línguaem seus mais diversos usos. Ao citar os PCN’s, o autor apresenta a ideia básica de que um maiorconhecimento do funcionamento dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para acompreensão de textos.

Marcuschi (2002) afirma não acreditar na existência deGêneros Textuais ideais para o ensi-

no de língua e, segundo ele, talvez fosse interessante o trabalho através da identificação de gê-neros com dificuldades progressivas como, por exemplo, do nível menos formal ao mais formal,do mais privado ao mais público e assim por diante.

Apesar de Travaglia (2002) não mencionar nada sobre o trabalho com aTipologia Textual,pensamos que, para que possa ser colocada em prática uma metodologia a partir da tipologia,deveríamos considerar algumas questões tais como: com quais tipos de texto deve-se trabalharna escola e a quais será dada maior atenção. Acredito que a escolha pelo trabalho através datipologia, levando-se em conta a ideia de Travaglia (2002), deve-se pautar em pelo menos doisfatores:

1.º) o trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composição de quaisquer tex-tos, não somente aquele que for posto em destaque. Pode ser que o trabalho apenas com o tiponarrativo, por exemplo, não dê ao aluno o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice--versa;

2.º) a utilização prática que o aluno fará de cada tipo em sua vida.

A proposta do trabalho com o Gênero Textual na escola, segundo definição do Marcuschi(2002), nos parece mais adequada, mesmo sabendo que todo gênero realiza-se através de umaou mais sequências tipológicas e que todos os gêneros se inserem em algum tipo textual.

É perceptível, ainda hoje, que o ensino de produção de textos é tratado como um procedi-mento único e global, como se todos os tipos de textos fossem iguais e não apresentassem de-terminadas especificidades e, por isso mesmo, não exigissem aprendizagens distintas.

O ensino de produção textual é desenvolvido nas escolas brasileiras através da seguinte di-visão: narração, descrição e dissertação. Existe uma falsa crença de que desenvolver as habilida-des para produzir textos narrativos e descritivos seria mais simples, comparando-se à produçãode textos dissertativos. Em função disso, o ensino relativo ao tipo dissertativo fica reservado àsúltimas séries, no ensino fundamental e no ensino médio.

O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto pela perspectiva dosgêneros textuais coloca o professor de Língua Materna no seu devido lugar. Ele, hoje, não é maistido como um especialista em textos científicos ou literários, longe da realidade e da prática tex-tual do aluno, mas como um especialista nas diversas modalidades textuais, orais e escritas, deuso social.

Pensando ou agindo dessa forma, o espaço da sala de aula é transformado numa verdadeiraoficina de textos, sendo viabilizado e concretizado pela adoção de algumas estratégias. Algumassugestões podem ser interessantes como, por exemplo, escrever um bilhete para alguém, enviaruma carta para um aluno de outra classe, produzir um cartão e enviar a alguém, encaminhar umacarta de solicitação à direção da escola, realizar entrevistas durante o intervalo das aulas ou nohorário de recreio etc. Esses exercícios proporcionam a diversificação e concretização das produ-

ções, além de permitirem o envolvimento dos discentes, amigos, colegas e familiares.Seria muito produtivo que esse trabalho fosse realizado a partir do contato com diversosgêneros disponíveis, como, por exemplo:

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

▲ ▲

Figura 7: PropagandaFonte: Disponível em http://www.memoriadapropaganda.org.br/Natal_2008.html. Acessado em 5 dez.2013.

Figura 8: Folheto EducativoFonte: Prefeitura de Betim (MG).

BOX 7

Modelo de ofícioOf. N.º 20/2013

Montes Claros, 26 de agosto de 2013.

Senhor Secretário:

Em atendimento ao que dispõe a Resolução n.º 20/2008, dessa Secretaria, estamos infor-mando o nome dos dois professores selecionados para prestar assessoramento técnico à cam-panha contra a evasão escolar a ser implementada por essa Secretaria no decorrer do próximosemestre letivo:

Joana Pereira Silva,Madalena José de Deus.

Na oportunidade, apresentamos nossos protestos de estima e consideração.

Atenciosamente,

Paulo das Dores

DiretorExm.º Sr.Fulano de Tal.DD. Secretário da Educação – MG.

Fonte: Ilustração do Autor.

Podemos e devemos pensar em formas também diferentes de avaliação dessas produções,abandonando os critérios relacionados à gramática ou à qualidade literária e enfocando a ade-quação do texto à situação comunicacional para a qual foi produzido. Isto é, se a escolha do gê-nero, a estrutura, o conteúdo, o estilo e o nível de língua foram escolhidos adequadamente, ten-do em mente o interlocutor e a finalidade do texto.

Podemos afirmar que trabalhando na perspectiva dos gêneros, a escola estaria dando aosalunos a oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêneros Textuais utilizadossocialmente, podendo interagir, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da suaconstituição como sujeito participante de uma sociedade letrada.

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UAB/Unimontes - 2º Período

1.5 Tipos de textoApós termos apresentado algumas discussões e conceitos sobre

TIPOLOGIA e GÊNERO TEXTUAL,passaremos agora a trabalhar com

as considerações feitas acerca de tipos de texto a partir da contribuiçãodada pelo Prof. Marcuschi. Optamos por essa via, tendo em vista a me-lhor aceitação por parte de professores e estudiosos sobre o assunto.

Trabalharemos, então, com a ideia de que existem menos de meiadúzia de tipos de texto e com inúmeros gêneros. O primeiro tipo queveremos é o NARRATIVO.

É importante que saibamos que não existem textos puros. Os tiposde texto – narrativo, descritivo e dissertativo – podem interpolar-se emum só texto.

1.5.1 Estrutura do texto narrativo

É o tipo de texto (real ou ficcional) no qual é contada uma história, é explanado um aconte-cimento, um fato ocorrido.

É também chamado de narrativa. A narração tem por característica o relato de mudançasprogressivas de estado que ocorrem com coisas ou pessoas. A organização dos relatos se dá apartir de uma relação de anterioridade ou de posterioridade. Os principais elementos constituin-tes desse tipo textual são:

• narrador: é aquele que conta a história;• personagens: são as “pessoas” que atuam na narrativa (são os objetos do ato de contar, são

os “indivíduos” que têm sua história narrada);• enredo: é a narrativa propriamente dita (a história contada). Pode ser linear (há o encadea-

mento constante dos acontecimentos narrados) ou retrospectiva (há rupturas e retomadas

na ordem dos acontecimentos narrados). É chamada também de ação;• ambiente: é o espaço físico e social em que é desenvolvida a ação dos personagens. Trata-

-se do plano de fundo, o cenário da história;• tempo: é o elemento, fortemente ligado ao enredo, que determina a sequenciação dos fa-

tos narrados. É a noção de presente, passado e futuro. Pode ser cronológico, quando avançano tempo do relógio, assim como psicológico, quando medido pela repercussão emocional,estética e psicológica dos personagens;

• foco narrativo: refere-se às diferentes formas de narrar. Resume-se em duas:• narrador onisciente : conta a história como observador que sabe tudo. Usa a terceira pes-

soa (conta a história do outro);• narrador personagem: conta a história, encarnando-se como personagem principal ou se-

cundário. Usa a primeira pessoa;• discurso: refere à maneira como o narrador reproduz as falas dos personagens. Pode ser:

• direto: os personagens têm suas falas expostas por meio de diálogos (uso do travessão),sem a interferência do narrador.Ex:Cláudia disse a Suzana:– Vamos andar de bicicleta e colher flores no jardim?

• indireto: não há a presença de diálogos, sendo o narrador que transmite o que os persona-gens “disseram” ou “pensaram”.Ex:Cláudia convidou Suzana para andar de bicicleta e colher flores no jardim.

• indireto livre : consiste na fusão entre narrador e personagem, isto é, a fala da personagemse insere no discurso do narrador, sem o uso dos verbos de elocução (afirmar, perguntar,responder, pedir etc.).Ex:Cláudia estava feliz: convidara Suzana para andar de bicicleta e colher flores no

jardim .

Figura 9: Cartum -Angeli

Fonte: Disponível emhttp://josiasdesouza.folha.

blog.uol.com.br/images/AngeliTortura.gif. Acesso

em 5 dez. 2013.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

Para ilustrar o que dissemos, veja com atenção o texto retirado da obra “Para entender o tex-to: leitura e redação”, de José Luiz Fiorin e Francisco Platão Savioli, e adaptado por nós:

Francisco e Pedro nasceram do mesmo pai e da mesma mãe. O destino, porém, não oscontemplou com a mesma sorte. Francisco foi adotado e criado por uma família nobre eabastada. Pedro ficou com os humildes pais.

Francisco conseguiu o diploma de médico. Pedro morreu precocemente durante uma

troca de tiros com a polícia.Você pode ver que o texto apresentado é uma narração, uma vez que relata mudanças deestado que ocorreram com Francisco e Pedro. Também está clara a relação de anterioridade eposteridade entre os acontecimentos apresentados.

Outro exemplo de texto narrativo é a fábula seguinte, em que encontramos as característi-cas que a fazem receber tal classificação.

BOX 8

Fábula - A Cigarra e a Formiga

A cigarra estava saltitante, a cantar pelos campos, quando encontrou uma formiga quepassava carregando um enorme grão de trigo.

“Deixe essa trabalheira de lado” - disse a cigarra - “e venha curtir comigo este dia ensola-rado de verão”.

“Não posso. Preciso juntar alimentos para o Inverno” - disse a formiga - “e recomendo quevocê faça o mesmo que eu”.

“Eu, me preocupar com o inverno?” - perguntou a cigarra? “Tenho comida de sobra porenquanto”.

Mas a formiga não se deixou convencer pela conversa da cigarra e continuou o seu traba-lho árduo.

Quando o inverno chegou, a cigarra não tinha nenhuma reserva, enquanto as formigascontavam com o suprimento de alimentos que haviam guardado.

Quase morrendo de fome, a cigarra teve de bater à porta do formigueiro onde foi acolhi-da pelas formigas, e assim aprendeu sua lição.

Fonte: Disponível em http://criancas.uol.com.br/historias/fabulas/noflash/cigarra.jhtm. Acessado em 5 dez. 2013.

1.5.2 Estrutura do texto descritvo

É o tipo de texto no qual são listadas as características, particularidades e peculiaridades deum dado objeto, cenário ou pessoa, num certo momento estático do tempo. Quando exercita-mos o ato de descrever, podemos fazer de dois modos:

• objetivamente : quando descrevemos o objeto, as pessoas etc., usando uma linguagem co-mum a todas as pessoas (as palavras são usadas no sentido denotativo, isto é, no sentidoconvencional, do entendimento de todos, comprometido com a realidade). É também cha-mada de descrição expressionista ou, ainda, descrição realista. Nesse tipo de descrição, osdetalhes sobre o objeto descrito são expressos de forma nítida: tamanho, forma, cor, peso,cheiro, consistências são mostrados claramente ao leitor;

• subjetivamente: quando descrevemos os objetos, as pessoas etc., usando uma linguagemmais pessoal, produto da impressão que temos do objeto descrito. A descrição subjetiva é

◄ Figura 10: A cigarra ea formigaFonte: Disponível emhttp://criancas.uol.com.br/historias/fabulas/noflash/cigarra.jhtm.Acessado em 5 dez. 13.

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UAB/Unimontes - 2º Período

também conhecida como descrição impressionista ou, ainda, como descrição psicológica.Nela fica refletido o estado de espírito do autor do texto: ele vê o objeto como ele quer ver,e não como o objeto está para ser visto. O retrato do objeto descrito não é feito conforme arealidade do mundo objetivo, mas de acordo com as impressões psicológicas e pessoais doobservador. Usam-se a linguagem conotativa, as comparações, metáforas etc.

Uma descrição perfeitamente realizada não se mostra pelos detalhes descritivos do objetoe sim pela compreensão deste através da imagem reproduzida pela rica imaginação e pela utili-zação correta dos recursos de expressão, apresentando traços específicos do objeto da descrição,sem se preocupar com os supérfluos.

Você não deve se esquecer, então, que a descrição pode se direcionar por dois caminhos:o do subjetivismo – quando o autor deixa transparecer o seu estado de espírito, suas preferên-cias e opiniões, assim descrevendo não apenas o que vê, mas o que pensa ver, usando para tal,expressões carregadas de conotação – ou o do objetivismo, que é a pura descrição, fiel ao quese vê, retratando exatamente o quadro contemplado e, dessa forma, com a pura utilização dalinguagem denotativa.

Observe o texto que se segue:A nossa cidade acorda lenta e preguiçosamente. Os carros circulam sem agitação e são

poucos. O centro comercial está quase deserto. Apenas algumas pessoas encaminham-separa a Igreja. Até o sol mostra-se sem ânimo para brilhar. Tudo parece não ter pressa nesseferiado.

O texto que você acabou de ler é um texto descritivo. Vejamos quais as características apre-sentadas por ele que o fazem ser classificado com tal. Todos os enunciados são simultâneos, ouseja, tudo acontece ao mesmo tempo. Não existe nenhuma transformação de estado e seria pos-sível inverter a posição dos enunciados sem que o entendimento fosse comprometido.

1.5.3 Estrutura do texto dissertativo

Denomina-se dissertação o texto em que o autor se posiciona acerca de um dado assunto

ou questão (denominado também de tema ) e, por meio de argumentos diversos, procura con-vencer o leitor a entrar na mesma linha de pensamento. Geralmente, costuma ser redigido damaneira a seguir:

QUADRO 2Estrutura do Texto Dissertativo

1.ª PARTE(introdução)

O autor apresenta, em linhas gerais, o assunto a ser discutido.

2.ª PARTE(desenvolvimento)

O autor desenvolve, a partir da exposição de argumentos, oponto de vista dele, visando ao convencimento do leitor.

3.ª PARTE

(conclusão)

O autor sintetiza o ponto de vista defendido no desenvolvi-

mento, afirmando seu o posicionamento.Fonte: Estruturado pelo Autor.

A dissertação é utilizada quando pretendemos defender uma ideia e convencer nosso leitoracerca de nosso ponto de vista. Por isso, o nosso texto deve apresentar com clareza nossas hipó-teses, justificá-las com base em argumentos, refutar contra-argumentos, exemplificar e encami-nhar para conclusões.

Enfim, com base em reflexão e raciocínio, orientamos nosso leitor na direção que conside-ramos a mais correta. O tipo de texto a que nos referimos corresponde ao que nós conhecemoscomo um texto científico, um editorial de jornal etc.

Esse tipo de texto envolve reflexão e raciocínio, e se apoia em conceitos abstratos para levarao leitor a informação ou o conhecimento pretendido. É também característica desse tipo textual

a presença de uma intenção argumentativa - influenciar, persuadir ou convencer o interlocutor,fazendo-o crer em algo, aderir a uma opinião.Quando se trata de dissertação, o produtor do texto manifesta de forma explícita sua opi-

nião ou seu juízo de valor.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

Como já foi dito anteriormente, o texto dissertativo se constitui de três etapas, cada umadelas com funções bem definidas que, somadas, oferecem ao leitor uma visão de totalidade. Ob-serve com mais detalhes cada uma dessas partes:

1ª) introdução: é a parte em que se apresenta a ideia principal, a tese, que será desenvol-vida progressivamente no decorrer do texto. A ideia principal é o ponto de partida do raciocíniodo produtor do texto. A elaboração dessa etapa requer uma razoável capacidade de síntese, pois

a clareza alcançada na exposição da ideia constitui uma das formas de obtermos a adesão doleitor ao texto. Assim, oferecermos a ele um contato direto com os elementos que encaminharãonossa argumentação, e o texto obterá maior objetividade e rigor;

2ª) desenvolvimento: nessa fase, acontecem a introdução e articulação de novos argumen-tos. Aqui, as informações sobre a matéria apresentada na introdução são analisadas, debatidasem confronto com outras informações do meio a que pertence o tema. É claro que a variedadede conexões entre os argumentos depende da quantidade e qualidade do repertório de quemescreve e da possibilidade de constituir-se com eles uma rede de sentidos. Não podemos nosesquecer de que, para produzirmos um bom texto, devemos ter domínio linguístico – estrutura-ção da frase, pontuação, uso de conectivos etc. – e saber adequar e selecionar os argumentos deacordo com o contexto.

3ª) conclusão: é a terceira parte do texto e deve sintetizar o que existe de mais importanteno conteúdo desenvolvido; a meta aqui é retomar informações e ressaltar as considerações finaisdo autor sobre o tema abordado.

Vamos ler atentamente, agora, um texto dissertativo retirado do Jornal “Folha de São Pau-lo”. Você poderá observar que as partes que compõem o texto foram indicadas para uma melhorcompreensão e visualização:

BOX 9

Publicidade: a força das imagens a serviço do consumo

(Introdução)Comerciais exibidos na televisão recorrem a estereótipos para criar a sensação de desejo

no inconsciente do telespectador. A linguagem da propaganda, em qualquer meio de comu-nicação, é sempre a da sedução, a do convencimento.

(Desenvolvimento)Na TV, seu discurso ganha um reforço considerável: a força das imagens em movimen-

to. Assim, fica muito difícil resistir aos seus apelos: o sanduíche cujos ingredientes quasesaltam da tela com sua promessa de sabor, o último lançamento automobilístico – que ne-nhum motorista inteligente pode deixar de comprar – deslizando em uma rodovia per-feita como um tapete, a roupa de grife moldando o corpo esguio de jovens modelos.A publicidade funciona assim nas revistas, nos jornais, no rádio e nos outdoors, mas suas ar-mas parecem mais poderosas na televisão. Se é verdade, como dizem os críticos, que a pro-paganda tenta criar necessidades que não temos, os comerciais de TV são os que mais pertochegam de nos fazer levantar imediatamente do sofá para realizar algum desejo de consumo– e às vezes conseguem, quando o objeto em questão pode ser encontrado na cozinha.

Aprender a “ler” as peças publicitárias veiculadas pela TV tem a mesma importância, naformação de um telespectador crítico, que saber analisar os noticiários e as telenovelas. A par-te mais óbvia desse trabalho de conscientização refere-se, claro, à identificação das estraté-gias usadas para criar o apelo ao consumo.

Entre as armas da publicidade para seduzir o telespectador destacam-se a nudez, a ino-cência infantil e a plasticidade quase irreal das imagens. Independente do apelo ao consumo,os comerciais exibidos pela televisão também se prestam a

(Conclusão)Ao difundir modelos de comportamento, os comerciais exercem tanta influência sobre os

telespectadores quanto os personagens de novelas. E, ao reforçar estereótipos associados araças e classes sociais, por exemplo, contribuem decisivamente para que imagens distorcidas

da sociedade continuem a ser propagadas.Fonte: Jornal Folha de S. Paulo.

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UAB/Unimontes - 2º Período

Ainda sobre texto dissertativo, é importante que façamos uma distinção. A dissertação podeser subdividida em dois subtipos. Veja a seguir.

1º) ARGUMENTAÇÃOÉ o tipo de texto que objetiva, por parte do autor, à manifestação de certa opinião por in-

termédio de argumentos diversos. Por parte do leitor, visa ao convencimento e à mudança de

opinião.Argumentar é selecionar informações, hipóteses e afirmações, organizando-as de modo aafirmar um ponto de vista.

A argumentação procura formar a opinião do leitor em conformidade com a do autor, ouseja, é a busca do convencimento, mediante a apresentação de razões, dos elementos de coesãoe de coerência, de que o raciocínio mostrado através do texto é o correto.

Para se obter uma boa argumentação, é necessário fundamentar-se em dois pontos de sus-tentação: a consistência do raciocínio e a evidência das provas.

O exemplo abaixo mostra com clareza a seleção de dados que é feita pelo autor e apresen-tada a nós, leitores, para que se cumpra a finalidade do texto dissertativo argumentativo, con-vencer:

BOX 10

Há qualquer coisa no ar do Rio, além de favelas.

Nem só as favelas brotam nos morros cariocas. As encostas cada vez mais povoadas noRio de Janeiro disfarçam o avanço do reflorestamento na crista das serras, que espalha cercade 2 milhões de mudas nativas da Mata Atlântica em espaço equivalente a 1.800 gramadosdo Maracanã. O replantio começou há 13 anos, para conter vertentes ameaçadas de desmo-ronamento. Fez mais do que isso. Mudou a paisagem. Vista do alto, ângulo que não faz partedo cotidiano de seus habitantes, a cidade aninha-se agora em colinas coroadas por labirintosverdes, formando desenhos em curva de nível, como cafezais.

Fonte: Revista Época. Rio de Janeiro, Ed. Globo, n.º 83, p. 9, 20-12-1999.

2º) EXPOSIÇÃODenomina-se texto expositivo aquele que traz uma narração minuciosa sobre algum fato,

uma situação, um acontecimento. O texto objetiva apenas expor, sendo, normalmente, construí-do de maneira aparentemente imparcial, enfocando a situação em si, o modo de ocorrência etc.Não podemos nos furtar da certeza de que um texto dissertativo argumentativo, apesar de trans-mitir essa ideia de aparente imparcialidade, está construído sob o olhar crítico do produtor.

1.6 Usos da escrita no cotidianoChegamos à nossa última seção da primeira unidade. Aqui, veremos a importância da es-

crita para a inserção do aluno e de todos nós no mundo letrado. Discutiremos, também, a nãopossibilidade de separação entre LEITURA e ESCRITA. Teremos por base os textos de diversosautores, entre eles Bronckart, Marcuschi, Magda Soares, José Juvêncio Barbosa e Marildes Mari-nho Miranda.

1.6.1 Suportes e gêneros textuais

Basta prestarmos atenção às nossas atividades diárias para certificarmos que estamos rode-ados por todos os lados pela escrita. Além de esbarrarmos nela, a utilizamos em boa parte de

nossas ações.Histórias em quadrinhos, logotipos eícones são exemplos desse universo.

PARA SABER MAISConsulte mais sobre

o nosso tema no livro“Linguagem em (Dis)

curso da Universidade

de Santa Catarina”(2000), Editora Unisul,disponibilizado em PDFno ambiente de apren-

dizagem. São váriostextos de vários autores

que enriqueceramainda mais os nossos

estudos.

GLOSSÁRIOÍcone: é um tipo de

imagem que mantémuma relação direta

com o que está sendorepresentado.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

Para comprovarmos o que foi afirmado,,como sugere José Juvêncio Barbosa (1996), vamosanalisar um dia de uma pessoa qualquer, tomada aqui como comum. Chamaremos a nossa per-sonagem de Ana.

BOX 11Após tomar o café com sua família, Ana dá uma olhada nas notícias do jornal. Vai até a

caixa dos Correios e lê, obviamente, aquelas que estão endereçadas a ela. No meio das corres-pondências, Ana encontra um folheto de divulgação da inauguração de uma loja de roupasfemininas. Ela corre até a estante da sala e pega a lista telefônica na gaveta. Então, descobreem que ponto da rua a loja anunciada fica situada.

Sabendo da localização exata da loja, a nossa personagem resolve conferir as ofertasanunciadas. Para tanto, teria que se ausentar de casa por algumas horas e ninguém estava alipara saber do seu paradeiro. Ana, então, pega caneta e papel e deixa um bilhete para seus fa-miliares informando sobre seu passeio. Chega até a loja e gosta de algumas mercadorias. Paralevá-las, preenche um cheque. Satisfeita, volta para casa já no fim do dia.

Fonte: Estruturado pelo autor.

◄ Figura 11: História emQuadrinhosFonte: Disponivel emhttp://cartoonshow.uol.com.br/index.php?option.Acessado em 6 dez.2013.

Figura 12: LogotipoFonte: Disponivel emhttp://flammarion.files.wordpress.com/2009/02/sebrae_logo.jpg Acessadoem 6 dez. 2013.

Figura 13: LogotipoFonte: Disponível emhttp://lapoethique.files.wordpress.com/2008/12/epoca.jpg Acessado em 6dez.2013.

Figura 14: Ícone querepresenta a luta contrao Aedes aegypti Fonte: Disponivel emhttp://www.pebinhade-acucar.com.br/v2/noti-cias/59.jpg. Acessado em 6dez. 2013.

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UAB/Unimontes - 2º Período

Como foi possível observar através da história de Ana, vivemos cercados por formas diversasde escrita no nosso dia a dia. Essa escrita é conhecida por escrita social e possui características efunções diferentes. Lemos e produzimos textos de maneiras distintas. Tudo vai depender do inte-resse e do objetivo com relação aos textos que serão lidos ou produzidos.

Portanto, deve existir uma flexibilização no ato de ler e produzir textos; não é possível lerou produzir, por exemplo, receitas culinárias, folhetos de divulgação, notícias e bilhetes da mes-

ma maneira. Veja, por exemplo, as propagandas abaixo, semelhantes à que Ana, personagem danossa história, recebeu.

▲ ▲

Figura 15: PropagandaFonte: Disponivel em https://simg.uol.com.br/sac/login03_new_1.gif.Acessado em dez. 2013.

Figura 16: PropagandaFonte: Disponivel em http://www.igormagrini.com/wp-content/uploa-ds/2007/12/tela_home-picasso.jpg Acessado em dez. 2013.

No caso das propagandas apresentadas, o suporte foi a Internet, mas poderia ser folheto,

televisão, jornal ou revista, como é o caso do anúncio a seguir:A escola, na maioria dos casos, não tem trabalhado pensando nessa escrita diversificada. Oque vemos é justamente o contrário, uma forma reducionista aplicada à leitura e à escrita.

Ler e produzir textos são atividades complexas que requerem do leitor/produtor uma quan-tidade enorme de informações. É preciso saber como e para que ler e/ou produzir um texto. Se-gundo José Juvêncio Barbosa:

A informação, como a compreensão, é relativa. Informação e com-preensão estão ligadas ao indivíduo, à sua estrutura cognitiva e de-pendem tanto do que se conhece quanto do que se procura saber.(BARBOSA, 1996, p. 118).

O aluno só saberá ler e escrever se praticar a leitura e a escrita. Somente através da experi-

ência é que se desenvolve a capacidade de mobilização das estratégias essenciais ao ato de ler eescrever. De certa forma, abordamos esse assunto na primeira Unidade.Ao discutirmos com os alunos sobre suportes e gêneros textuais, talvez fosse interessante,

para melhor visualização, lançar mão do seguinte quadro sugerido por Marcuschi (2005):

DICASe a escola excluira escrita social do

ensino de leitura eprodução de textos,

em que momento osalunos terão contato

com ela? Será que elesestarão preparados

para esse encontro sem

ter desenvolvido ashabilidades necessáriaspara tal?

Figura 17: PropagandaFonte: Disponível em

http://www.fashionbub-bles.com/wp-content/

uploads/2007/04/89fhering2.jpg. Acessado

em dez. 2013.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

QUADRO 3Caracterização dos Gêneros Textuais

GÊNEROTEXTUAL

MODALIDADEDISCURSIVA

SUPORTEDO TEXTO

AMBIENTEDISCURSIVO(INSTITUIÇÃO)

INTERAÇÃO VERBALENUNCIADO-RES

NOVELA Narrar Televisão Mídia televisiva Autorestelespectadores

CRÔNICA Expor/Argumentar

Seção, colu-na de jornal/revista

Mídia impressa jornal/revista

Escritor, leitor de jornal/ revista

ROMANCE Narrar Livro Indústrialiterária

Escritor, leitor

ENTREVISTA Interativo/Dialogal

Revista Mídia escrita Jornalista eentrevistado/ leitor

CARTA OFÍCIO Expor/Argumentar

Folha papeltimbrado eenvelope

Acadêmicoescolar oficial

Universidade/ EscolaPrefeitura

BIOGRAFIA Relatar Livro IndústriaLiterária

Escritor/Leitor

MANUAL DEINSTRUÇÃODE TV

Instruir Folheto,folder, livroimpresso

Indústria-comércio(mercantil)

Empresa, indústria,cliente

CHEQUE Expor/Instruir Talão decheque

Bancária Cliente, banco

EDITORIAL Argumentar/Expor

Jornal/ revis-ta impressos

Mídia jornalimpresso

Empresa (jornal/revista) leitor

NOTICIÁRIO Relatar Jornal, tevê,rádio

Mídia Apresentador público

NARRAÇÃODE JOGO DEFUTEBOL

Narrar Rádio/TV Mídia esportiva Narrador – ouvintes/telespectadores

Fonte: Estruturado pelo Autor.

Com certeza, o professor alcançaria êxito no ensino, pois seu aluno teria a noção clara desuporte, gênero, modalidade discursiva e ambiente discursivo. Entenderia que suportes textuaissão, segundo Marcuschi (2002), os espaços físicos e materiais em que são grafados os gênerostextuais, como, por exemplo, o jornal, o livro, o computador, o folder, o manual de instrução, a fo-

lha da bula de remédio etc. A partir de uma concepção mais ampla de texto, sob o ponto de vistada semiótica, a televisão, o cinema, o rádio o “outdoor” também podem ser considerados comosuportes textuais.

As modalidades discursivas também apareceriam como formas de organização linguísti-co-discursivas em número limitado que existem e que são observadas no folhado textual dosgêneros textuais na forma de predominância, com a finalidade de produzir um efeito discursivoespecífico nas relações entre os usuários de uma língua. Podemos citar, assim, as modalidadesdiscursivas donarrar , do relatar , do argumentar , do expor , do descrever e do instruir .

O terceiro conceito que é necessário ter em mente é o de ambientes discursivos. De acordocom Prof. Dr. Marcos Baltar (UCS), ambientes discursivos são os lugares ou as instituições onde en-contramos organizadas formas de produção com estratégias respectivas de compreensão e ondeocorrem, através dos textos, as atividades de linguagem conhecidas como gêneros textuais. Comoexemplos, podemos citar: o ambiente discursivo religioso, acadêmico, político, escolar etc.

Portanto:

GLOSSÁRIOTexto empírico: é “[...]o produto de uma açãode linguagem, é suacontraparte, seu cor-respondente verbal ousemiótico; todo o textoempírico é realizadopor meio de emprés-timo de um gêneroe, portanto, semprepertence a um gênero;entretanto, todo textoempírico também pro-cede de uma adapta-ção do gênero-modeloaos valores atribuídos

pelo agente à suasituação de ação e, daí,além de apresentar ascaracterísticas comunsao gênero, tambémapresenta propriedadessingulares, que definemseu estilo particular.Por isso, a produçãode cada novo textoempírico contribuipara a transformaçãohistórica permanentedas representações so-ciais referentes não só

aos gêneros de textos(intertextualidade), mastambém à língua e àsrelações de pertinênciaentre textos e situaçõesde ação.” (Bronckart,1999, p. 108).Texto: Segundo Bron-ckart (1999, p. 75), é“[...] toda a unidade deprodução de lingua-gem situada, acabadae autossuficiente (doponto de vista da açãoou da comunicação)”.

DICALeia o texto “A Ques-tão do Suporte dosGêneros Textuais” deLuiz Antônio Marcuschi,disponível no ambientede aprendizagem.

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UAB/Unimontes - 2º Período

Em suma, os gêneros não são superestruturas canônicas e deterministas, mastambém não são amorfos e simplesmente determinados por pressões exter-nas. São formações interativas multimodalizadas e flexíveis de organização so-cial e de produção de sentidos. Assim, um aspecto importante na análise dogênero é o fato de ele não ser estático nem puro. Quando ensinamos a operarcom o gênero, ensinamos um modo de atuação sociodiscursiva numa cultura enão um simples modo de produção textual. (MARCHUSCHI, 2005, p. 19. In: KA-

RWOSKY et al. 2005).

Em sua dissertação de mestrado, Marildes Marinho Miranda (1998) apresenta o resultado desua pesquisa sobre a função social da escrita para indivíduos das camadas populares.

A Professora Marildes partiu da hipótese de que a escrita tem significados específicos paracada grupo social e esses significados, segundo seu pensamento, interferem na relação ensino--aprendizagem.

Na investigação em questão, o espaço social é o da casa-família de uma região periférica deBelo Horizonte, chamada aqui de Vila pela pesquisadora.

Foi constatado que, apesar de os moradores da Vila não partilharem o momento da leiturade um dado texto, os significados são partilhados em conversas, por exemplo.

Não se pode esquecer de que este estudo organiza-se em torno de práticas de leitura e deescrita em que leitores e textos são caracterizados no seu ambiente de cultura.

Quando falamos em classificações ligadas aos usos e funções da língua escrita, surge a ideiade distinguir função utilitária e função desinteressada . Através da pesquisa em questão, obte-mos a informação de que as funções mencionadas se entrecuzam.

A escrita, na Vila, constitui-se como objeto de aprendizagem, de pedagogização do cotidia-no, de ajuda a pessoas analfabetas e de variadas atividades dos moradores.

Os adultos e crianças dessa Vila, entre outras coisas, escrevem e leem para:• [...] fornecer suporte à memória (endereços, telefones, anotações pessoais em calendários,

agendas, receitas, datas de aniversários, listas);• [...] trocar mensagens pertinentes a relações pessoais com parentes, amigos, e namorados

(cartões de Natal, de aniversário, de nascimento, de batizado, cartas, poemas, receitas, men-sagens e correntes anônimas de caráter religioso, afetivo e sexual);

• substituir comunicações próprias do contato face a face (bilhete para a escola, para merce-

arias e bares onde crianças levam os pedidos de compra, cartas com o fim de adquirir infor-mações).

Com relação ao material produzido pelos moradores da Vila, é possível afirmar que se ex-pressam de forma espontânea e com uso original de suportes. De acordo com Miranda (1998),são utilizados papel de pão, muros, tabuletas, balcões dos bares, palma das mãos, portas, pare-des etc.

É possível afirmar que os espaços sociais são elementos importantes para que possamoscompreender os significados atribuídos à escrita.

Através dessa pesquisa, ficamos sabendo que a grande parte dos moradores só possui emcasa algum livro didático que é utilizado pelos filhos em idade escolar.

O material de leitura das pessoas alvo da análise se restrige a revistas velhas, partes de jor-nais e textos escolares, o que nos leva a concluir que a leitura e a inserção no mundo letrado nãoé prioridade.

A pesquisadora nos chama a atenção para o fato de que existem elementos distintos noproceso de interação com a língua escrita. Portanto, a simples transposição de textos do cotidia-no para a escola não garante a eficácia do processo. Segundo ela, devem ser levados em conta otexto materializado, o leitor com suas metas e conhecimentos prévios e condições de interação,ou seja, espaços ou relações de interlocução.

Finalizando o seu texto, Marildes apresenta algumas observações que podem auxiliar osprofessores de Língua Portuguesa.

As pessoas na Vila leem mais do que escrevem e quando escrevem, conhecem os seus leito-res – leitores empíricos – e utilizam suportes disponíveis no seu meio, via de regra diferentes dossuportes utilizados nos textos lidos.

A escrita, segundo a autora, estaria comprometida com elementos da oralidade, o que exigeum maior aprofundamento em questões ligadas à relação escrita/oralidade.

E por último, ela afirma

PARA SABER MAISA escola deveria utilizar

o material que ascrianças usam no seu

cotidiano, por exemplo,receitas e textos bíbli-

cos? Poste sua respostano fórum de discussão.

PARA SABER MAISFicou constatado que

as crianças da Vilatêm pouco contato

com textos ficcionais.Isso apontaria para a

necessidade de a escolaproporcionar situações

de maior convivênciacom esse gênero? Postesua conclusão no fórum

de discussão.

ATIVIDADEApós ler o texto “A

Questão do Suportedos Gêneros Textuais”de Luiz Antônio Mar-

cuschi, vá ao ambientede aprendizagem e

proponha duas refle-xões ou discussões com

seus colegas sobre oassunto.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

[...] que a escola é responsável pela construção de concepções sobre o ler e es-crever. Importa, então, interrogar sobre as atitudes e comportamentos que lheinteressam gerar sobre esse conhecimento. (MIRANDA,1998, p. 33).

A escola encontra-se inserida em um espaço determinante para a instiuição das represen-tações sociais sobre a leitura e a escrita. Dessa forma, somos essencialmente importantes para ainserção dos alunos nesse universo letrado.

Como pôde ser visto, conhecer os gêneros textuais e saber identificá-los é de suma impor-tância para o profissional de Língua Portuguesa e, sem sombra de dúvida, seria preciso que osestudantes de Letras se aprofundassem muito mais nesse assunto.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

UNIDADE 2Aspectos gramaticais da fonética/fonologia, morfologia, sintaxee semântica do portuguêscontemporâneo

Alba Valéria Niza SilvaDiocles Igor Castro Pires Alves

Danielle Ferreira de Souza

2.1 IntroduçãoComeçaremos agora os nossos estudos sobre os aspectos fonético, fonológico, morfológico,

sintático e semântico. Você, em poucos segundos, estará diante da segunda Unidade da discipli-na “Fundamentos da Língua Portuguesa II”.

Leia o texto abaixo:

BOX 12

Dolores, dólares...

O verbo saiu com os amigospra bater um papo na esquina,A verba pagava as despesas,

porque ela era tudo o que ele tinha.O verbo não soube explicar depois,

por que foi que a verba sumiu.Nos braços de outras palavras

o verbo afagou sua mágoa, e dormiu.

O verbo gastou saliva, de tanto falar pro nada.A verba era fria e calada,

mas ele sabia, lhe dava valor.O verbo tentou se matar em silêncio,

e depois quando a verba chegou,era tarde demaiso cadáver jazia,

a verba caiu aos seus pés a chorarlágrimas de hipocrisia.

dolores e dólares...que dolor que me dá los dólares

dólares, dólaresque dolor, que dolor que me da.

RosebudLenine

Composição: Lenine / Lula Queiroga

Fonte: www.google.com.br Acessado em 10 dez. 2013.

PARA SABER MAISPara entender me-lhor pesquise sobreFerdinand de Saussu-re - Pai da LinguísticaModerna.

Figura 18: F. SaussureFonte:Disponível emhttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8f/Ferdinand_de_Saussure.jpg/220px--Ferdinand_de_Saussure. jpg. Acessado em dez. 13.

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UAB/Unimontes - 2º Período

2.3 MorfologiaA Morfologia é entendida como o estudo do componente gramatical que trabalha a estru-

tura interna das palavras. A unidade mínima significativa é chamada de morfema e, assim, atra-

vés de combinações, formam unidades maiores como as palavras (BECHARA, 2001).A partir dessas unidades, a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) reconhece 10 classesde palavras (Substantivo, Artigo, Adjetivo, Verbo, Numeral, Pronome, Preposição, Conjunção, In-terjeição e Advérbio) que são abordadas desde as primeiras séries da vida escolar e um dos as-suntos mais estudados nas aulas de Língua Portuguesa. Para essas classes, temos os mecanismosde flexão de gênero, número, grau, tempo, modo e pessoa. Observe as definições das classes gra-maticais abaixo:

QUADRO 4Definição das Classes Gramaticais

Classe Definição

Substantivo Palavra que nomeia seres: pessoas, coisas, animais etc.

Adjetivo Palavra que caracteriza os seres e as coisas: bonito, feio, velho, antigoetc.

Artigo Palavra que acompanha o substantivo sendo determinado ou inde-terminado: a caneta, o menino.

Advérbio Palavra invariável que indica lugar, modo, intensidade, circunstânciaetc.: aqui, ali, bastante, bem etc.

Pronome Palavra que representa ou acompanha o substantivo: eu, nosso, meu,seu etc.

Preposição Palavra que tem a função de ligar dois termos de uma oração. De, da,a, em etc.

Conjunção Palavra que serve para relacionar duas orações ou termos. Mas, por-tanto, logo, pois etc.

Interjeição Palavra referente a sentimentos e emoções: Ah!, Oh!

Verbo Palavra variável que indica estado, fato. Choveu, amanheceu, sofreuetc.

Fonte: Estruturado pelo Autor.

Tais classes se organizam na estrutura gramatical de maneira harmônica, colaborando, as-sim, para a constituição do sistema linguístico da Língua Portuguesa no Brasil.

Observe na descrição da canção-poema de Caetano Veloso como tais classes gramaticais se

organizam e articulam dentro dos períodos.

GLOSSÁRIOSintagma: Numa

noção saussuriana, essetermo nomeia a relação

entre dois elementosconsecutivos, estandoum elemento subordi-

nado (dependente) aum outro (principal).

Sequência: Termoutilizado para nomear

a relação de coordena-

ção entre elementosconsecutivos.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

BOX 14

O Leãozinho(Caetano Veloso)

Gosto muito de te ver, leãozinhoCaminhando sob o sol

Gosto muito de você, leãozinho

Para desentristecer, leãozinhoO meu coração tão só

Basta eu encontrar você no caminho

Um filhote de leão raio da manhã;Arrastando o meu olhar como um ímã...O meu coração é o sol, pai de toda cor;Quando ele lhe doura a pele ao léu...

Gosto de te ver ao sol, leãozinho

De te ver entrar no marTua pele, tua luz, tua juba

Gosto de ficar ao sol, leãozinhoDe molhar minha juba

De estar perto de você e entrar no mar.

Fonte: Disponível em www.google.com.br. Acessado em 10 dez. 2013.

Percebemos que essa canção é muita rica no que diz respeito aos elementos morfológicosque a compõem, como substantivos (sol, filhote, mar etc.),verbo (gostar, encontrar, entrar etc.),pronomes (teu, tua, te, minha etc.),artigo (o, a), entre outros, articulam-se e se flexionam dentro

dos padrões que compõem a nossa Língua.Além das classes gramaticais, temos também a questão da formação de palavras como, porexemplo, “leãozinho, desentristecer, filhote”. Enfatizamos que temos aqui apenas noções sobre asquestões morfológicas e que o aprofundamento devido será dado na disciplina Morfologia doPortuguês.

2.4 SintaxeA sintaxe trabalha com a análise das relações entre as palavras e das relações entre as ora-

ções que compõem o período. É a sintaxe que explica a construção oracional da Língua Portu-guesa, entre elas: o sujeito + predicado.

Na oração, encontramos três termos que a integram: os essenciais, os integrantes e os aces-sórios. Os termos essenciais são chamados de Sujeito e Predicado. O Sujeito é definido como otermo o qual se declara algo. E o que se declara sobre o sujeito vem expresso no que chamamosde Predicado.

Ex:A menina é feliz.

O termo “é feliz” é a declaração que se faz a respeito do sujeito que é “a menina”.Temos na nossa língua as classificações sobre o Sujeito e o Predicado. Observe:

DICA

Figura 20: Rodolfo Ilari-Semanticista.Fonte: Disponível emwww.google.com.br.Acesso em 10 dez. 2013.

Professor do Depar-tamento de Linguís-tica da UniversidadeEstadual de Campinas(Unicamp), o semanti-cista Rodolfo Ilari falade vários aspectos lin-guísticos do ensino danossa língua: aquisiçãode vocabulário, uso dodicionário em sala deaula, ensino de redaçãoe de gramática. RodolfoIlari critica a tendênciada escola em “cobraro que não ensina” e afir-ma: “se tiver uma boahistória, o aluno teráfeito uma boa redação,mesmo que tenhacometido erros”.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

Palavrashomônimas são aquelas que têm a mesma pronúncia (homófonos) e mesma escri-ta (homógrafos) e com significados distintos.

Exemplos dehomófonos são: acento e assento; coser e cozer. Já oshomógrafos são: quar-to (aposento) e quarto (numeral); manga (fruta) e manga (pasto).

OsParônimos são palavras semelhantes (não idênticas) quanto à grafia e pronúncia. Obser-ve: descrição (ato de descrever) e discrição (qualidade do que é discreto).

AAntonímia são palavras ou expressões que podem ser colocadas em oposição: grande epequeno (tamanho); ir e vir (deslocamento).A Referência é entendida por operação linguística por meio da qual selecionamos um ou

mais objetos específicos, tomando-os como assuntos de nossa fala. As palavras utilizadas paraindicar a operação de referência são nomes comuns, adjetivos, artigos, pronomes.

Apolissemia aponta os diversos sentidos de uma mesma palavra. Observe os vários senti-dos que a palavra “banco” apresenta a seguir:

O banco estava aberto. (agência financeira)Sentei no banco da praça. (assento)Observe a charge:

É a palavracadeia que no anúncio de jornal tem sentido de “prisão”, para os prefeitos cor-ruptos e no entendimento deles, está associada à “rede de estabelecimentos, investimento”.

É importante saber que no Curso de Letras temos a disciplina Semântica que contribui parao conhecimento da ciência da significação, mas os estudos sobre tal ciência ainda têm muito o

que se explorar e aprender no que diz respeito à nossa língua. Todas as especificações acerca daciência da significação serão vistas no decorrer do nosso Curso.

ReferênciasBARBOSA, Liliane Pereira; NEPOMUCENO, Arlete Ribeiro.Caderno didático de introdução à lin-guística . Montes Claros: Ed. Unimontes, 2009.

BECHARA, Evanildo.Moderna gramática portuguesa . Rio de Janeiro: Lucena, 2001.

FERRAREZI JÚNIOR, Carlos.Semântica para educação básica . São Paulo: Parábola, 2008.

SILVA, Thaís Cristófaro.Fonética e fonologia do português . São Paulo: Contexto, 2002.

◄ Figura 21: ChargeFonte: Disponível emwww.chargeonline.com.br. Acessado em dez.2013.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

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______.Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução de Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira.

7. ed. São Paulo: Hucitec, 1995.______. _____.Marxismo e filosofia da linguagem . Tradução de Michel Lahud e Yara Frates-chi Vieira. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1981.

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UAB/Unimontes - 2º Período

Complementares

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BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal. São Paulo: MartinsFontes, 1997, p. 280-326.

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BEZERRA, Maria Auxiliadora. Ensino de língua portuguesa e contextos teórico-metodológicos.In: DIONISIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (Org.). Gênerostextuais e ensino . Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

BRONCKART, Jean-Paul.Atividades de linguagem, textos e discursos: por um interacionismosociodiscursivo. São Paulo: Ed. PUC/SP, 1999.

______.Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sociodiscursivo.Tradução de Anna Rachel Machado e Péricles Cunha. São Paulo: EDUC, 2003.

______. Gêneros textuais, tipos de discursos e operações psicolinguísticas. Tradução de RosalvoGonçalves Pinto.Revista de Estudos da Linguagem da Faculdade de Letras da UniversidadeFederal de Minas Gerais. Belo Horizonte, v. 11, n.º 1, jan.-jun 2003, p. 48-69.

CORACINI, Maria José Rodrigues Faria (Org.).O jogo discursivo na aula de leitura: língua mater-na e língua estrangeira. Campinas: Pontes,1995. p. 75-84.

DIONISIO, Ângela Paiva, MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (Org.).Gênerostextuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p. 138-150.

______. ______. 5. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007.

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MACHADO, Anna Rachel. Revisitando o conceito de resumos. In: DIONISIO, Ângela Paiva, MA-CHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (Org.).Gêneros textuais e ensino. Rio de Ja-neiro: Lucerna, 2002. p. 125-150.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA.Linguagem em (Dis)curso. Tubarão, v. 1, n.º 1,2000.

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Letras Espanhol - Fundamentos da Língua Portuguesa II

Atividades de

Aprendizagem - AA1)

Aponte a relação que há entre os elementos linguísticos e visuais do texto publicitário apresen-tado.

2) Sabemos que existem diversos gêneros de textos presentes em suportes como jornais e re-vistas. Entre as notícias veiculadas nesses suportes de comunicação, qual, em sua opinião, se so-bressai? Por quê?

3) Na primeira unidade, encontramos a seguinte afirmação: o ensino normalmente está centradoem regras ultrapassadas, em variantes que não são mais faladas atualmente e que, ainda assim,são solicitadas. A metodologia utilizada pela escola para que os alunos adquiram a norma pa-drão é completamente inadequada.Apresente uma sugestão de metodologia para ser aplicada que contemple o trabalho com gêne-ros textuais. Você deve se basear no que foi estudado por nós e a sua sugestão deve ser diferentedas apresentadas.

4) Todos os recursos abaixo são elementos que ajudam a produzir efeito de humor da tirinha,EXCETO

◄ Figura 22: Astra/ChevroletFonte: Disponível emwww.chevrolet.com.br.Acessado em dez. 2013.

◄ Figura 23: Astra/ChevroletFonte: Ilustração doAutor.

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UAB/Unimontes - 2º Período

a) ( )A personificação das personagens reforçada na repetição do hábito dos humanos de vertelevisão.b) ( )A expressão do gatinho Messias, ao ser afastado bruscamente pelo gato mais velho.c) ( )A forma encontrada pelo gato mais velho de promover o distanciamento de Messias.d) ( ) O alerta do locutor em relação à restrição do pai de Messias a programas proibidos paramenores.

5) Qual expressão no texto está relacionada à idade avançada?

6) Conforme o texto “Gêneros textuais : definição e funcionalidade” de Luiz Antônio Marcuschi,Gênero Textual é diferente de Tipo Textual. Então, abaixo estão Gêneros Textuais,EXCETOa) ( ) Carta.b) ( ) Receita de bolo.c) ( ) Piada.d) ( ) Narrativa.

7) Aponte uma sugestão de atividade com textos que permita o desenvolvimento em produçãode textos de alunos do Ensino Fundamental ou Médio.

8) Posicione-se criticamente frente às atividades propostas para o trabalho com textos (tipologiae gênero textual) em sala de aula.

9) edija um pequeno texto interpretando a tirinha acima. Aborde aspectos como: os interlocuto-res presentes na tirinha, a forma como o texto foi elaborado e a relação texto verbal e texto nãoverbal.

10) Assinale a alternativa que estáINCORRETA.a)( )O texto narrativo é aquele que relata as mudanças progressivas de estado que vão ocorren-do com as pessoas e as coisas através do tempo.b)( ) O conhecimento de mundo ou enciclopédico pode ser adquirido tanto formal como infor-malmente.c)( ) O conhecimento textual não faz parte do conhecimento prévio, apesar de desempenharpapel importante na compreensão de um texto.d)( )As novas tecnologias propiciaram o surgimento de novos gêneros textuais.

◄ Figura 24: PublicidadeFonte: Disponível emwww.brazzil.com/forum/viewtopic.php?t=3653.Acessado em dez. 2013.

◄ Figura 25: Tirinha emQuadrinhosFonte: Ilustração doAutor.

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