Segmentos Dos Sistemas Agroindustriais (Parte 1)

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Tema 2: Segmentos dos Sistemas Agroindustriais concepção de sistemas agroindustriais ou de cadeias produtivas visualiza o agronegócio de forma integrada e inter-relacionada entre os diversos agentes que o compõem, bem como as atividades efetuadas entre si. A Mesmo sabendo-os inteiramente interligados, os segmentos "antes da porteira", "dentro da porteira" e "após a porteira" serão apresentados, a seguir, separadamente, com objetivo didático de melhor compreendê-los. 2.1 SEGMENTOS ANTES DA PORTEIRA No Brasil, 70% dos insumos comprados pelos agricultores são vendidos pelos revendedores. O restante dos insumos são comercializados por outros canais. 2.1.1 Insumos agropecuários Como mencionado no tópico anterior, a produção agropecuária está cada vez mais dependente dos insumos. Esta seção apresenta alguns dos insumos mais importantes da agropecuária. 2.1.1.1 Água Esse insumo natural, indispensável à vida, não tem sido tratado devidamente como insumo agropecuário. Essa ausência de abordagem é devida a que, no Brasil, a água ter sido um recurso relativamente abundante e disponível gratuitamente. Porém, à medida que a natureza é alterada pelo homem e que crescem as áreas cultivadas e as cidades começam a se constituir em recurso escasso e já tem sido motivo de processos judiciais. Alguns Estados brasileiros têm sua legislação própria de uso da água e, projetos de irrigação, já são exigidos outorgas d'água para aprová-los. Em perímetros irrigados, a água é um insumo que tem preço e, logicamente, implica em custo de produção. Essa visão economicista não descarta a visão ambientalista. Ao contrário, valoriza-a e exige de cada

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Antes, dentro e depois da porteira

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Tema 2: Segmentos dos Sistemas Agroindustriaisconcepo de sistemas agroindustriais ou de cadeias produtivas visualiza oagronegciodeformaintegradaeinter-relacionadaentreosdiversosagentesqueocompem, em como as atividades efetuadas entre si! A"esmo saendo-os inteiramente interligados, os segmentos #antes da porteira#, #dentrodaporteira#e#apsaporteira#seroapresentados, aseguir, separadamente, como$etivodid%tico de mel&or compreend'-los!2.1 SEGMENTOS ANTES DA PORTEIRANo Brasil, 70% dos insumos comprados pelos agricultores so vendidos pelos revendedores. O restante dos insumos so comercializados por outros canais. 2.1.1 Insumos agropecurios(omomencionadonotpicoanterior, aproduoagropecu%riaest%cadavezmaisdependente dos insumos! )sta seo apresenta alguns dos insumos mais importantes daagropecu%ria!2.1.1.1 gua)sseinsumonatural, indispens%vel *vida, notemsidotratadodevidamentecomoinsumo agropecu%rio! )ssa aus'ncia de aordagem + devida a que, no ,rasil, a %gua ter sido umrecurso relativamente aundante e dispon-vel gratuitamente! .or+m, * medida que a natureza +alterada pelo &omem e que crescem as %reas cultivadas e as cidades comeam a se constituir emrecurso escasso e $% tem sido motivo de processos $udiciais!Alguns)stadosrasileirost'msualegislaoprpriadeusoda%guae, pro$etosdeirrigao, $% so e/igidos outorgas d0%gua para aprov%-los! )m per-metros irrigados, a %gua + uminsumo que tem preo e, logicamente, implica em custo de produo! )ssa viso economicistano descarta a viso amientalista!Ao contr%rio,valoriza-a e e/ige de cada empreendimentoagropecu%rio a necessidade de medidas de defesa do amiente!2.1.1.2 EnergiaAs diferentes fontes alternativas de energia t'm sido pouco utilizadas na agropecu%riarasileira, permanecendo uma viso muito direcionada * energia &idro ou * termo el+trica, queficam amas cada vez mais onerosas e escassas!(omo e/emplos de fontes de energia alternativas citam-se: energia solar: para secagem e desidratao de produtos agr-colas, aquecimentode %gua, iluminao e para pequenos equipamentos 1omeamento d0%gua,cercas el+tricas, etc!23 energia elica: para iluminao, refrigerador, televiso, r%dio, etc!3 energia &idr%ulica: rodas d0%gua, pequenas turinas, carneiro &idr%ulico, etc!3 energia de iog%s: otido da fermentao de materiais org4nicos, como estercosde est%ulos, res-duos de su-nos e outros, que so colocados para fermentaoem c4maras especiais 1iodigestores2 para produo de g%s natural3 energia t+rmica de res-duos, resultante da queima direta! As fontes tradicionaisdelen&aecarvovegetal paraqueima, geralmenteparaaquecimentodireto,podem e esto sendo sustitu-das por outros res-duos! energia de res-duos: destaca-se o agao da cana-de-a5car 1usinas de a5car e%lcool2 eolicor negro1f%ricadecelulose2 que, deres-duos, passamasergrandes geradores de energia t+rmica e mec4nica, atrav+s de cogerao32.1.1.3 Mquinas, implementos, equipamentos e complementos6mercadode tratores no,rasil +relativamente pequeno, secomparadoaoutrosimportantes pa-ses no cen%rio agr-cola mundial! (onforme pode ser visto na Taela 7,confrontando-searazo%reaar%vel portratorentrediversospa-ses, pode-seperceerqueaagricultura rasileira + a menos mecanizada entre os pa-ses analisados, incluindo pa-seseuropeuseda Am+ricado8orte! 9essaforma, e/istepotencial decrescimentodomercadointerno, desdequeosetoragr-colacontinuecrescendoeque&a$acr+ditosuficienteata/asrazo%veis!Taela 7! :rota de tratores, %rea cultivada 17!;;; &a2 e %rea ar%vel por tratores em alguns pa-ses, em 2;;2!A :igura 7 mostra a evoluo da mecanizao agr-cola no ,rasil! )ntre 7?@A e 7?>; o,rasil e/perimentou a sua maior transformao quanto * mecanizao agr-cola! )staintensificaodamecanizaosedeupelosplanosdee/pansodasfronteirasagr-colase*disponiilidade de cr+dito rural! 9o inicio dos anos 7?>; e final da d+cada de 7??; o -ndice demecanizaoagr-colasemanteverelativamenteest%vel! )ntreoano2;;;e2;;Aomesmo-ndice aumentou significativamente devido a um maior aumento da %rea cultivada do pa-s que on5mero de tratores!At+7?@;ademandaporm%quinasagr-colaseraintegralmentesupridapormeiodeimportaes! A partir dessa data, iniciou-se a produo de tratores no ,rasil, con&ecido comopol-tica de industrializao atrav+s da sustituio de importaes 1=)BC6, 7??,DJdos tratores e a sua participao tem diminu-do desde ento! 8o per-odo 2;;; a 2;;< os tratorescom menos de A; cv representavam apenas 7,?J dos tratores! 6s tratores com 7;7 a 7A; cvpassaram de A,2J para KK,?J dos tratores! Logo, a participao dos tratores com mais de 7A;cv aumentou significativamente aps o ano 2;;;!Taela2! =ariao da pot'ncia dos tratores no ,rasil entre 7?:onte: :)LE.), LE"A, C69CEBM)S 12;;?, pA2 citado por Soral 12;7;28olongo prazoa mudana das tecnologias,nestecaso o plantiodireto,temmudadorepercutido no redirecionamento da frota de tratores no ,rasil! 6 plantio direto elimina algumasoperaes na lavoura o que acaa repercutindo na necessidade de tratores no campo! 6 deslocamento da produo da Cegio Sul do pa-s para o (entro-6este, onde &% maiorpredomin4ncia de propriedades e/tensas, tam+m contriuiu para o aumento das pot'ncias dostratores!As principais empresas faricantes de tratores esto relacionadas na Taela K!6rdenadas pelo ano de 2;;?, oserva-se que a empresa l-der de mercado + a AB(6 N "asseO:erguson! Cessalta-se que a AB(6, ao ter adquirido a =altra, ocupa tam+m a terceira posioem vendas no ano de 2;;?! Agregando-se as vendas da AB(6 N "asseO :erguson e da AB(6N =altra 12K!A>K unidades2 percee-se que so mais de duas vezes maiores que as da segundacolocadanomercado 1(8P N (ase e(8P N 8eQPolland2!As concentraes de mercadospodem repercutir na competio do mercado, formando monoplios e oligoplios!(om o intuito de avaliar se a concentrao de produo tratores acaaria repercutindona din4mica domercado internode tratores ,ragagnoloet al 12;7;2 fizeramumestudoavaliandoocomportamentodademandacomrelao*s variaesdepreosdediferentesmarcas detratores agr-colas! 6servaramqueaquantidadedetratores comercializados nomercado interno sofre grande influ'ncia de seus preos! 6 aumento de 7J do preo de venda deuma marca de trator acaa diminuindo a sua demanda7de @,DD