SIMPOSIO SOBRE MINERA~AO E , ETALURGIA H STORICAS …...A Metalurgia do Ferro e os Artefactos da...
Transcript of SIMPOSIO SOBRE MINERA~AO E , ETALURGIA H STORICAS …...A Metalurgia do Ferro e os Artefactos da...
SOClEDAD ESPANOLA PARA LA DEFENSA DEL PATRIMONIO GEOL6GTCO YMINERD
o SIMPOSIO SOBRE -MINERA~AO E
ETALURGIA H STORICAS NO SUDOESTE EUROPEU
2006
IN DICE
Nota previa
Conferencias
Historia da la Arqueologia Minera en Espana
Monona Ayarzogrieno SanL
La Explotaci6n de Minerales y Rocas durante La Prehistoria en el
Nordeste Peninsularalgunas evidencias arqueol69icaS en el territor io
del Ebro Final
Margarida Genera iMonells
Comunica~6es
Sec~ao 2 - Minera~ao e Metalurgia na Pre-Hist6ria recente
Explora~6es Mineiras Antigas entre os rios Zezere Tejo e Ocreza
Caros Bacolo
Los Recursos Mineros como Factor de Distribuci6n de las Estelas
Decoradas en el Noroeste de la Provincia de Badajoz
Ignacio QUlnlon Frias
Esler Boixere I Vila
A Meta lurg ia do Ferro e os Artefactos da Pre-Hist6ria Recente em
Portugal
Saere do Pome
Introducci6n ala metalu rgia de la Protoh istoria de Gipuzkoa (Euskal
Herria) Es tado de la cues ti6n
onia San Jose 5arllamor(Q
Sec~ao 3 - Minera~ao e Metalurgia na Epoca Romana
Actividade Metalurgica na Cas a de Cantaber
Adrioon De Man
Avance Estudio Arqueol6gico de las labores Romanas en Caries Sa las
(Asturias Espana)
4ngel Villa Vade
Jose Antonio FanJul MOSlelrin
Minera~ao Aurifera no Conventus de Bracara Augusta
Francisco _onde Lemos
Carios Meireles
Resultados Preli rn inares da Interven~ao Arqueologica na Quinta da
Ivanta Valongo
Ricardo Teixeira
Viro( Fonseca
Lidia Boprisea
Liliana Rodngues
9
15
39
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169
185
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Contexto Geologico da Mineraliza~ao Aurifera das Explora~6es Romanas de 199
Tres Minas
M ARibelro
A Dana
F Noronha
La Mineria Aurifera Romana en la Sierra del Teleno (Leon - Espana)Nuevos 211
Datos sobre su Ingenieria y Gestion
Ioberro Marias Rodnguel
Deteccion Geofisica de Minados Subterraneos La Intervencion en las Minas 231
Romanas de Lapis Specularis de La Mudarra (Huete - Cuenca)
M Arlandi Rodrigue
M I Berlardez G6mez gt ltJ
I C ullCdo d Monti Cl Q L lord Bordehore w VI F Villaverde Mora
Sec~ao 4 - Minera~ao e Metalurgia na Idade Media
A Fundi~ao Sineira em Portugal da Historia a Investiga~ao 249 Luis Sebastian
Aes Campanum Historia de uma Arte 273 Ricardo Erosun Corres
Um novo Fosso de Fundi~ao de Sinos no Mosteiro de Santa Maria Maior de 293
Pombeiro
Ricardo frosun Corres
Metodos y Tecnicas para la excavacion de un fo so de fundicion de campashy 311 nas
Ricmdo Erasun Corre
La Produccion de Campanas en la Peninsula Iberica en Epoca Medieval 329 y Moderna Contexto Arqueologico de una Actividad Metalurgica
Protoindustrial
Alfredo Morolo Barmiddot 0
Sonia rlJose Sanramarta
VI Sec~ao 5 - Minera~ao e Metalurgia nas Idades Modernas e Comporaneas
~ u laquo Os Complexos Mineiros de Rio de Frades e Regoufe (Arouca Portugal) 353
Memorias da Contemporaneidade
Anr6ni Manuel S P Silva
Manuela C S Rbeiro
Un Programme de Recherches sur les Aluns de la Peninsule Iberique et de 371 lAfrique du Nord
)000 Manvel Diogo
Mounce Picon
Agentes Economicos do Subsector do Volframio em Portugal Continental 381
(1871-1947)
Joao Paulo Aveos Nunes
6
EI Descubrimiento Investi9
Cataluna (1900-1985)
Esrer Boixerell Vila
o Carvao de Moatize -1950
InesMigue
MOciel Sonros
o Impacto Ambiental de b
Portugal e sua Recupera~a(
Wcrikio MacuOcua
A Produ~ao de Minerais ME
Perspectivas Futuras
Jorge Filpe B PIISIt) OUOI rf
Sec~ao 6 - Recupera~ao e Conserv
Metalurgico
Los Hornos Morunos para)
Moorish Kilns for Gypsum il
Puche RIQn 0
Mozadiego Martinez 1 F
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Proyecto y Desarrollo de E
Riotinto
Jose M Manrecon
Puesta en Marcha dei Parql
I Alta Ribagor~a
Roger Mora Lieonall
Claudia Meso VIchez
Morta Piguoguer Ferrando
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J MOlo-Perel6
o Ouro na Regiao do Baixo
Serra das Flores -um Patrirr
Helena Couto
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Ferrocarriles Mineros el Pro
Adaluza yen el Alfoz de Ca
Jose Luis Hernando Fernande
EI Patrimonio Minero del F
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Sergi Faperra Torre
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EI Descubrimiento Investigaci6n y Explotaci6n de Bauxitas en
Cataluna (1900-1985)
Ester Hoixereu i Vila
o Carvao de Moatize -1950-1974
In~5Mi9uel
Mouel anl05
o Impacto Ambiental de Explora~6es de Minerais Metalicos em
Portugal e sua Recupera~ao numa Perspectiva GeogrMica
LumCo MacucicuQ
A Produ~ao de Minerais Metltilicos em Portugal -Evolu~ao Recente e
Perspectivas Futuras
Jorge Filipe Baptista Duarte
Sec~ao 6 - Recupera~ao e Conserva~ao do Patrim6nio Mineiro e
Metalurgico
Los Hornos Morunos para Yeso de Pezuela de las Torres Madrid
Moorish Kilns for Gypsum in Pezuela de las Torres Madrid
PucheRimt
Mazadego Marrinez I F
Jordcl Bordehore L
Proyecto y Desarrollo de EI Parque Minero de la Comarca de
Riotinto
Jose M Manrecon
Puesta en Marcha dei Parque Geol6gico y Minero de la Comarca de
I Alta Ribagor~a
Hoger Mota Lleonarr
Cloudia Mesa VIchez
MarIO Pigurlguer Ferrando
Marta Vilo Rodriguez
J Mow-Perell6
oOuro na Reg iao do Baixo-Douro (Portugal) da Serra das Banjas a Serra das Flores -um Patrim6nio Natural e Hist6rico a Preservar
Helena Couto
Teresa Soeifo
Ferrocarriles Mineros el Problema del Transporte en la Mineria
Adaluza y en el Alfoz de Cartagena (Espana)
Jose Luis Hernando Fernrlndel
EI Patrimonio Minero del Ferrocarril Minero da la Mina del Tubo 0 del
Tub (Almatret Segria Depresi6n Geol6gica del Ebro)
Josep M MOa Perella
Sergi Falp rra 7i rres
Jaume Vilatella Forr05
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J6ias da Terra - 0 Miner io da Pan asqueira Divulgar para Preservar 501
Pa trim6 nios e Mem6rias
L P6voos
F J A 5 Barriga
A LetCt
e Lopes
MJadlm
IPaivo
$ Medina
Vestig ios de Minera~ao Antiga na Regiao a Sui do Douro entre os Rios 513 Paiva e Arda (Concelhos de Arouca e Castelo de Paiva Portuga l)
Manuel Valerio Figueiredo
Ant6nio Manuel 5 PSIlva
Nota sobre Tres Martelos Mineiros Descobertos na Serra de Valongo 533
Gomalo Amaro
Jose M Branddo
o Escravo Roma no (7) de Pias Alimentar a Hist6ria ou Desmi st ilicar 541
a Cren~a
Jose M Bmnddo
Norhoie Antunes -Ferrella
JoseLNelO
Contribui~ao para a El abora~ao de um Catalogo Gera l dos Artefac tos 555
Arqueol6gicos ligados 11 Minera~ao e Metalurgia Antigas nas
Colec~6es dos Museus Geomineiros do INETI
Jose M Brandoo
Paulo Brave Sliva
Estudio de los Exvotos Ibericos 571 A J CivanlO Redruello
F A COlpus Igles i(J I
F Lara Fernandez
As Mi nas de Ouro Romanas das Serras de Valongo - Uma Visao do seu 581 Interior
n Andre Carvalho
Augusto Monrerro
Lida Baptisra
Tioga Mo teiro
VirorGandfi
Geomining Heritage in the Naturtejo Area Inventory and Tourist 595
Promotion
C Neto de C rvalho
J GOllveia
E(hombino
~ Moreira
o Projecto Rio e 0 Patrim6nio Geo mineiro das Minas da Panasqueira 607
Mario Luis Gaspal Barroquelro
indice de autores 621
8
A Sociedad Espanola
SEDP YM foi fundada el
lt6es preocupadas com 0 P
a Departamento de Engen
Minas da Universidadc Poli
e coordenar actividades rcl
ltao e restauro do Patrimo[
tal tarefa organiza reunio(
promovc visitas a museus [
Tambem colabora com inst
e Mineiro
Essa Sociedade da qu
instituilt6es nacionais a leva
Mineraltao e Metalurgia Hi
Assim constitui-se un
Nacional de Engenharia 1 Patrimonio Arquitect6nico
FLUP e Ciencias-FCUP d~
o planeamento e a execwao
o even to teve lugar
Inaugural as confercncias (
talalt6es da Faculdade de E
tres conferencias a cargo d
paralelas de apresentaltao (
Apos a Sessilo Inaugl
Temponiria sobre a fundi lt1
Sinos do Porto
o primeiro dia terml
Municipal do Porto nos Jar
tiveram oportunidade de vi
No dia 22 ocorreu ext
Cultura 2000 subordinad
Network com a apresenta
MIN ER ACAo AURiFERA NO CONVENTUS DE BRACARA AUGUSTA
Lemos F 5 Meireies CAP H
Universidade do MinhoUnldade de ArqueologiaAvenida Central nO 394710 - Braga
Lema uaumuminhopt
Instituto Nacional de Engenhari3 Tecnologia e Inovacao Departamento de Geologia
Apartado 1089 4466-956 S Mamede de Infesta
caflosmei rel~ineti pt
RESUMO
N3 numerosa bibliografia acerca do conventus d Bracara Augusta um aspecto que tem sido meshy
nDs trarado ea mineraltao em especial a aurffera Sobre este t ma existem abundantes referencias
nas parce1ares e normalmente incluidas em projectos de i nvest ig a ~ao que incidem sobre 0 povoashy
nlentoNao existe urn q adro de conjunto equivalente aunida e politi a e administrarivada epoca
lomana que abrange grande parte do Norte de Portugal e as zonas merid lonai das provincias de
Ou ense Pontevedr A actividade mlneira aurffera foi um vector fundamenta l 11 organizaltao
do rerrit6rio do conventus como alias de todo 0 Noroeste Peninsular Com ase na bibliografia
jisponivel e em uabalho de campo ja e possi el estabelecer e apresentar urn mapa das frentes e
exploraltao de ouro Pretende-se assim con lribulr para 0 avanlto dos conhecim mos sobr uma
unidade geografica estruturante na f list6ria do Noroeste durante as ultlmos dais mi lenios
ABSTRACT
1here is a large amount of bibliography about the Bracara Augusta conventus But the roman gold
mines subject is less studie Beside there re no strucLUred projects 0 the roman gold mines
belongin to the space of the conventus today divided b tween Galicia (south of Ourense and
Ponteve raj and the North of Portugal The gold mining was a comprehensive aspect of the terrishy
tollal strucLUre of the Bracara Augusta conventus like in all the roman Iberian NW Today wlrh the
suppor t of the available bibliography and the results of terrain work it is alreauy possible TO draw a
map on rhe gold mines sitesThis p er goal Is to contribute to the advan e of the knowledge abou t
ageographical entity (Galaecia) that structured NW Iberian History in the last two mille niums
169
INTRODU~Ao
Os estudos da romanizarao no Noroeste de Portugal e na Galiza tiveram urn
desenvolvimento tardio devido a estratcgias da investigarao peninsular que por
economia discursiva e motivar6es ideologicas pretendiam embora sem dados conshy
sistentes que a finisterra peninsular nunca se tinha integrado no universo classico
Nas tres ultimas decadas do seculo XX os projectos de estudo de Bracara Augusta de LIlCliJAugusti de Tongobriga da rede via ria antiga e de povoamento evidenciaram
uma realidade muito diferente Existe contudo urn dominio pouco invcstigado no
quadro da Callaecia a cxplorarao sistematica dos abundantes recursos metaliferos
Na Callaecia ha que distinguir entre os dois conventus 0 lucense e 0 bracarense
Para uma investigarao rna is adequada e imperioso desfazer as fronteiras medievas e
comemporaneas estudando 0 territorio tal como se encontrava organizado na epoca
Na verdade 0 efeito cruzado das fronteiras contemporaneas e da hist6ria dos estudos
reflecte-se negativamente nos mapas de sintese Mesmo na cartografia mais recenshy
te (Domergue 1991 Sanchez-Palencia 2000) os mapas sugerem como epicentro da
minerarao a Asturia Augustana Minas como as das serras da Padrela e de Valongo
parecem rnarginais De facto a faixa litoral atlantica teve uma expressiva relevancia
mineira Para corrigir as distorr6es cnecessario regressar aos quadros politico admishy
nistrativos coevos ou seja aos territorios conventuais
ENQUADRAMENTO GEOLOGICO REGIONAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
A maior parte das rochas pre - Mesozoicas da Europa constitui urn extenso
cinturao orogenico de 3000 km de comprimento por 800 km de largura resultante da
convergencia e colisao no final do Paleoz6ico ha aproximadamente 300 Ma de dois
~I~ -I ~ ~~ -~ rmiddot ~e
-1 _-I - ~ -gt~
17 1
super-continenshy
tes (Laurussia e
Gondwana)
Figura 1 -
Esquema gera do Orogeno VariSCO
Europeu segunshy
do Franke (1989)
In Geologia de
Espana 2004
gtshyl Cl o w Vl
As idades destas formacoes abarcam desde 0 Proterozoico ao Carbonifero
Apresentam-se deformadas metamorfizadas e intruidas por granitoides ante
Permicos Esta cordilheira apresenta a particularidade de na sua extremidade sushy
doeste na Peninsula Iberica definir uma curvatura designada por Arco Ibero -
Armoricano e cujo nucleo ou charneira de rotacao se situa nas Asturias (fig I)
E na Peninsula Iberica que aflora 0 designado Macico Iberico que constitui
a seccao mais completa em toda a Europa deste orogeno varisco Uma das suas
particularidades e a de apresentar uma certa zonografia estabelecida em funcao de
caracteristicas distintas estratigraficas estruturais metamorficas magmaticas e
tambem metalogcnicas Lotze (1945) foi 0 primeiro a chamar a atencao para esta parshy
ticularidade definindo no lvlacico Iberica seis zonas respectivamente de norte para
sui Cantabrica Asturico - Ocidental Leonesa Galaico - Castelhana Lusitano -
Akudiana Ossa - Morena e Sui Portuguesa (fig 2 A) Basicamente e a sua zonografia
que com algumas modificaC6es importantes vern sendo seguida desde entao Com
Julivert et at (1972) a juncao das zonas Galaico - Castelhana e Lusitano - Alcudiana
deu origem aactual Zona Centro Iberica (fig2 B)
m 18 ZHU~ l8OMU
PreeiHlllllCI mamplIm dill itrd
nt tlTTlil ~spomiddotC0l Z~rraquoO I~rm ~~rrw~~~
~ Pedt~
zo~~ )Pt~
00 Z SUI~VH) 1flWllaPJrlllaa
(A) (B)
Figura 2 - Zonogra fia da Cadeia VarisC3 do Maci 0 Iberico (A) - Proposta original de Lotze (1945)
(B) - Proposla segu ndo Julivert et 01 (1 972)
Mais recentemente pelas suas particularidades estruturais e metamorficas
a Zona Galiza -Tras-os-Montes com os seus dois dominios (complexos aloe tones e
complexo xistento) e definitivamente individualizada a partir daZona Centro Iberica
(Farias et aI 1987 Arenas et aI 1988) Actualmente a Zona Centro Iberica e tamshy
bem subdividida em dois dominios Olho-de-Sapo e Complexo Xisto - Grauvaquico
(fig3)middot Para 0 objectivo deste trabalho importa sobretudo realcar as Zonas Centro
172
Iberica e Galiza - Tras-os-J
abrange apenas estas duas z(
Assim sendo na Zona
za-se pela presenca significat
idade Cambrico superior a (
cia metassedimentar sobrej
intruida por granitos sintec
alto grau As dobras sao gera
o dominio do Comple
pel a presenca de metassedirr esta sequencia de xistos e gr
se uma sequencia variada d
Carbonifero Esta sequencia
quer pos-tectonicos 0 met
contacto das intrusoes granl
soco cadomiano
Quanto aZona Galiza
ser formada por diversas un evolucao tectonometarnorfi(
lar constituindo urn conjun
toe tones da Centro Iberica
Iberica e Galiza - Tras-os-Montes pois que 0 territorio da antiga Bracara Augusta
abrange apenas estas duas zonas geoestruturais Assim sendo na Zona Centro Iberica 0 Dominio do Olho-de-Sapo caracterishy
za-se pela presen~a significativa nos nucleos de antiformas de gneisses glandulares de
idade Cambrico superior a Ordovicico inferior (Forma~ao Olho de Sapo) A sequenshy
cia metassedimentar sobrejacente abrangendo desde 0 Ordovicico ao Devonico e
intruida por granitos sintectonicos Apresenta areas de metamorfismo regional de
alto grau As dobras sao geralmente deitadas com vergencia para nordeste
o dominio do Complexo Xisto Grauvaquico caracteriza-se fundamentalmente
pela presen~a de metassedimentos de idade Cambrica Em discordancia angular com
esta sequencia de xistos e grauvaques subjacente ocorre 0 Ordovicico inferior Segueshy gtshysc uma sequencia variada de metassedimentos que abrange desde 0 Ordovicico ao 0 Cl wCarbonifero Esta sequencia Paleozoica e instrufda quer por granitos sintectonicos Vl
quer pos-tectonicos 0 metamorfismo regional e de baixo grau excepto nas orlas de
contacto das intrus6es graniticas Nalguns locais ocorrem escassos afloramentos do soco cadomiano
Quanto aZona Galiza - Tras-os-Montes uma sua particularidade e0 facto de
ser tormada por diversas unidades tectonoestratigraficas de origens diversas e com
evolu~ao tectonometamorfica distinta e que ocorrem somente no noroeste peninsushy
lar constituindo urn conjunto de mantos aloctoncs carrcados sobre os terrenos aushy
toctoncs da Centro Iberica
zoc-Q-a ~~oeo_~
b) 0 00 d MHbIIIdu 11 ~IQa- IItoSJ
gt0 laltWn f1 ~ 1UanIkiC~~ q OOIMIIO ~IIIIiO4O (PutdIlIDHI
173
Figura 3 - Uil iclades
geo-estrururais do Madro
Iberica (in Geologia de Espana 2004) corn
auaptalt6es de Farias et
01 (1987) Quesada (1991)
Gonzalez Clavijo (1 997)
)
AS MINERALlZAlt6ES AURiFERAS NO ANTIGO TERRITORIO DE BRACARA AUGUSTANO
No que respeita as mineralizalaquooes de ouro que ocorrcm nestas duas zonas geoshy
estruturais e vasta a bibliografia que reallaquoa 0 forte controlo estrutural que joga urn
papel importante na remobilizalaquoao e na concentralaquoao economica destas mineralizashy
laquooes (Gouanvic et al 1981 Courrioux et al 1986 Meireles e Carvalho 1992 Noronha
e Ramos 1993 Pereira et ai 1993 Pereira e Meire1es 1998 Nogueira e Noronha
1998) Sem se pretender ser exaustivo pois 0 estudo metalogenico nao esta no ambito
deste trabalho sao fundamentalmente as estruturas tectonicas geradas durante as
orogenias varisca precoces (cisalhamentos das fases D e D) e tardi varisca (falhas NIoE-zoE) que desempenham 0 principal papel no controlo destas mineralizalaquo6es gtshylgt 0 o (fig 4)W 111
Figura 4 - Esbo~o estrutural
das Zonas Centro Iberica e Gallza
TrAs-os-Montes LEGENDA
zona de gqhamellltll OJO ~ Amiddot~~middot~ IAQtgtshycmiddot_ O- IuI -A~ E y ~ tI~ OMonllOn(I middot~ H middot~-OIMY tMlIIrM I bull Jubullbullmiddotmiddottraquo1dIcI PerrNv 00 CNUlIb
OetJlOImenIoamp ft~ D )
JFIIh-tlfin-~-~ IfIhI~IIIIanI
Alem disso constata-se que as diferentes associalaquooes de metais a que 0 ouro
esta associado podem ser tambem fortemente condicionadas pelo contexto litologico
(Meireles 1991 Meireles e Carvalho 1992 Noronha e Ramos 1993) De facto na sershy
ra das Banjas (anticlinal de Valongo) ha evidencias c1aras comprovadas de concenshy
tralaquooes singeneticas de ouro em sedimentos pelfticos de cor mais escuras finamcnte
bandados com indicios vulcanogenicos e de camadas negras com materia organica
intercalados nos quartzitos arenigianos (Couto 1993 Couto et al 20 03)
Como se pode constatar (fig 5) no territorio do Conventus de Bracara Augusta
embora haja actividade mineira emplacers (jazidas secundarias) particularmente sigshy
nificativas no sector de Ourense a exploralaquoao mineira incidiu fundamentalmente nos
jazigos primarios de ouro quer em filoes quartzosos endogranfticos quer em filoes
de quartzo c brechas tectonicas ferriferas nos metassedimentos encaixantes em esshy
174
pecial nas unidades parautoc
tones destacam-se as forma~
A) EXPLORAltOES I
Nao e facil detectar ve~ teamento das areias fluviais
areias transportadas pelos ril
No rio Coura ha um local des
dro mais apertado 0 esporlio nea de modo que 0 curso do
a montante e da qual sc consshy
rio para a galeria as arcias POt
terminado tempo 0 trabalhc
rante 0 inverno e retomado 11
profundo no qual se deposita
continua Tendo em conta as
Coulaquoo do Monte Furado mint
Ha numerosos vestigios ~
pleistocenicos de genese fluvia
Lima e Minho Neste texto n
arrastre que se observam nas
(fig 5 ponto 14) Pouco profun
rio Tamega e seus afluentes D
tirem varios povoados nas su
de ouro seria relevante justifi(
terminal do rio Lima na margt
pleistocenicas (fig5 ponto 5)
diversos vestfgios de trabalhos
tes incluem-se tanto no ambitc
como no de Tude ambas sedes do conventus de Bracara Auglst~
ralaquoao de Pinheiro Velho a nor
pecial nas unidades parautoctones e aloctone inferior Nos metassedimentos autocshy
tones destacam-se as formalt6es ordovfcicas da estrutura anticlinal de Valongo
A) EXPLORAcOES MINEIRAS ROMANAS - JAZIDAS SECUNDARIAS
AREIAS ALUVIONARES RECENTES
Nao e faci detectar vestfgios de uma actividade tao move como 0 simples bashy
teamento das areias fluviais Todavia em alguns casos a percentagem de metais nas
areias transportadas pelos rios justificou a organizaltao de urn sistema permanente
No rio Coura ha urn local designado por Coulto do Monte Furado onde num meanshy~ gtshydro rna is apertado 0 esporao rochoso (xistos) foi cortado por uma galeria subterrashy Cl o Wnea de modo que 0 curso do rio podia ser controlado graltas a uma represa erguida III
a montante e da qual se conservam vestigios (fig 5 ponto 6) Desviado 0 caudal do
rio para a gale ria as areias pod iam ser exploradas de forma intensiva durante urn deshy
tcrminado tempo 0 trabalho deveria ser realizado sazonalmente interrompido dushy
rante 0 inverno e retomado no periodo de estiagem Na propria galeria ha urn polto
profundo no qual se depositavam areias 0 que coloca a hipotese de uma actividade
continua Tendo em conta as formalt6es cortadas pelo rio Coura recolhia111-se no
Coulto do Monte Furado minerios de DurO e de estanho
I DEPOSITOS PLEISTOCENICOS
Ha numerosos vestigios de exploralt6es mineiras romanas de ouro em depositos
pleistocenicos de genese fluvial designadamente nas bacias dos rios Douro Tamega
Lima e Minho Neste texto referimos apenas alguns principiando peas cortas de
arrastre que se observam nas zonas de Chaves em Outeiro Seco e Outeiro Ivlachado
(fig 5 ponto 14) Pouco profundas estas cortas resultam do des1110nte dos terraltos do
rio Tamega e seus afluentes Distinguem-se bern nos ortofotomapas 0 facto de exisshy
tirem varios povoados nas suas imedialt6es leva-nos a considerar que a quantidade III
~ de ouro seria relevante justificando assentamentos permanentes Tambern no curso u
laquo
terminal do rio Lima na margem esquerda em Vila Mou foram exploradas formalt6es
pleistocenicas (fig5 ponto 5) Nos trechos final e medio do rio Minho conhecem-se
diversos vestigios de trabalhos mineiros em formalt6es de genese fluvial Estas frenshy
tes incluem-se tanto no ambito do territorio de Auria (Ourense) (fig5 pontos 12 e 13)
como no de Tude ambas sedes de civitates e dois dos principais aglomerados urbanos do conventus de Bracara Augusta No extremo nordeste do COllVentllS regista-se a exploshy
raltao de Pinheiro Velho a norte de Vinhais (fig5 ponto 18)
175 middot
B) JAZIDAS PRIMARIAS
o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias destacanshy
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
Serra do Valongo (Fojo das Pombas) No actual territorio galego a area a norte de
Carballino (fig5 ponto II) e impressionante pela intensa mineracao antiga de Duro
e estanho
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970 Almeida I973 Castro
I960 e I963 Lencastre I966 XTahl 1986 I988 e I989) considerando 0 facto de serem
complexos mineiros ja parcialmente estudados destacaremos apenas 0 seguinte a
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos urn entre a civitas de Cale
e a de Tongobriga 0 outro entre a civitas de Aquae fltlaviae a norte e a suI a civitas com
sede na area de Constantim de Pan6ias a elevaeia percentagem de ouro por tonelada
a cronologia do inicio da actividade mineira que e possivel datar da dinastia Julioshy
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto) a prosperidade destes territorios que atrashy
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste 0 facto de estarem
directamente ligados a Bracara Augllsta atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
Via XVI (Serra de Valongo)
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas exploshy
racoes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas
) ZONA ORIENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental
ou seja na faixa interior e leste do conventus para alem da Serra da Padrela outras
tre relevantes zonas mineiras Macedinho - Vila Verde - S Salvador (concelhos
de Mirandela e Vila Flor) Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas)
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S Salvador sao numerosos os vestishy
Vl gios de exploracao de filoes de quartzo pelo metodo designado por PHnio como aura ~ u canalicum ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio Urn dos exemplos laquo
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz 0 DUro foi
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientacao NIO-20E que sc
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia
de Macedinho numa extensao d~ I5 km
Outros extensos desIllontes do f1esmo tipo foram assinalados nas cartas I25 000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S Salvador (Vila Flor) Em numeroshy
sus pontos a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que
seja possivel afirmar-se se foram frentes de exploracao ou apenas de prospeccao De
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha
J 76
de muralhas bern como vcst
~~ ao Em nosso entendcr cst(
a civitas dos Baniensium (LeI
com capital em S Juzenda
media bacia do Tua
Outra zona mineira au
Passos tendo como povoad
ploracao sejam discretas ha
pode ser observado com nit
profunda vein trench resultar
A nordeste destes doi~
situa-se outra zona mal ava
das Freitas (Almeida 1970 T
inllmeros vestigios cle miner
clo rio Terva (afluente do Ti
desceu 0 desmonte pequcnl
levo galerias (umas de extr2
abrange uma vasta area mine
e a oeste pelo Corgo clo Vicl
cico de Chaves Trata-se de relativamente aD
) Apresen
ckwerk de filoes de quartzo
de filoes subverticais (c) de (
cao macroscopica 0 quartzo milonitizacao a arsenopirit
Poco das Freitas proximo d
orientacao N120-130E Nurr
pais controlos tectonicos da
orientacao N80E esquerdo~
NI20-I30E dextros (area de
das Freitas)
A par dos distritos mil
antiga na zona leste do COllt
se coloca por ora a hipotes
refer i-los no presente trabal
de Bracara Augusta junto ac
como vicus e que se chama
expressivos vestigios de min
xistosos Tais vestfgios ja fo
de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
177
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designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
middotmiddotmiddotmiddot 178
territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
aconselham que 0 estudo dm do pois que se trata de urn Vf
desta regiao do Imperio ROlli
o substrato geologico mente complexo Estacompll directa na diversidade das ti~
gicos em geral
Almeida C A Ferreir
J ales e Tres Minas (Tras-osshy
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P
FKlein E Marqufnezj N Pablo MaciaJG de Peinadc
geologicas y significado de 101
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Argote Jeronimo Cant do Arcebispado Primaz de Brag
Castro Luis de Albu( Trabalhos do Servifo de Foment
--(1963) - Tres Minas -
Etnografia
Courrioux G Gagny saillantes dans des granites s
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Couto HM Roger (
tos para 0 conhecimento do (UNL) Lisboa nO esp V CD
Domergue Claude 19
Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
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179
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Portugal Algumas reflex6es Cuad Lab Xeo Laxe 18 133-146 Pereira pound amp Meireles C 1998 Metais preciosos em Portugal Situarao da inshy
vestigarao geol6gica ~ mineira Est Notas e Trab Inst Geo Mineiro tomo 40 3-34 Pereira poundS Ribeiro A amp Meireles c 1993 Cisalhamentos hercinicos e conshy
trolo das mineralizar6es na Zona Centro Iberica em Portugal Cuad Lab Xeo Laxe Coruna nO 18 89-JI9
Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
180
Wahljurgen1986R das minas de ouro romtlllas de
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181
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Nota previa
Conferencias
Historia da la Arqueologia Minera en Espana
Monona Ayarzogrieno SanL
La Explotaci6n de Minerales y Rocas durante La Prehistoria en el
Nordeste Peninsularalgunas evidencias arqueol69icaS en el territor io
del Ebro Final
Margarida Genera iMonells
Comunica~6es
Sec~ao 2 - Minera~ao e Metalurgia na Pre-Hist6ria recente
Explora~6es Mineiras Antigas entre os rios Zezere Tejo e Ocreza
Caros Bacolo
Los Recursos Mineros como Factor de Distribuci6n de las Estelas
Decoradas en el Noroeste de la Provincia de Badajoz
Ignacio QUlnlon Frias
Esler Boixere I Vila
A Meta lurg ia do Ferro e os Artefactos da Pre-Hist6ria Recente em
Portugal
Saere do Pome
Introducci6n ala metalu rgia de la Protoh istoria de Gipuzkoa (Euskal
Herria) Es tado de la cues ti6n
onia San Jose 5arllamor(Q
Sec~ao 3 - Minera~ao e Metalurgia na Epoca Romana
Actividade Metalurgica na Cas a de Cantaber
Adrioon De Man
Avance Estudio Arqueol6gico de las labores Romanas en Caries Sa las
(Asturias Espana)
4ngel Villa Vade
Jose Antonio FanJul MOSlelrin
Minera~ao Aurifera no Conventus de Bracara Augusta
Francisco _onde Lemos
Carios Meireles
Resultados Preli rn inares da Interven~ao Arqueologica na Quinta da
Ivanta Valongo
Ricardo Teixeira
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Liliana Rodngues
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Contexto Geologico da Mineraliza~ao Aurifera das Explora~6es Romanas de 199
Tres Minas
M ARibelro
A Dana
F Noronha
La Mineria Aurifera Romana en la Sierra del Teleno (Leon - Espana)Nuevos 211
Datos sobre su Ingenieria y Gestion
Ioberro Marias Rodnguel
Deteccion Geofisica de Minados Subterraneos La Intervencion en las Minas 231
Romanas de Lapis Specularis de La Mudarra (Huete - Cuenca)
M Arlandi Rodrigue
M I Berlardez G6mez gt ltJ
I C ullCdo d Monti Cl Q L lord Bordehore w VI F Villaverde Mora
Sec~ao 4 - Minera~ao e Metalurgia na Idade Media
A Fundi~ao Sineira em Portugal da Historia a Investiga~ao 249 Luis Sebastian
Aes Campanum Historia de uma Arte 273 Ricardo Erosun Corres
Um novo Fosso de Fundi~ao de Sinos no Mosteiro de Santa Maria Maior de 293
Pombeiro
Ricardo frosun Corres
Metodos y Tecnicas para la excavacion de un fo so de fundicion de campashy 311 nas
Ricmdo Erasun Corre
La Produccion de Campanas en la Peninsula Iberica en Epoca Medieval 329 y Moderna Contexto Arqueologico de una Actividad Metalurgica
Protoindustrial
Alfredo Morolo Barmiddot 0
Sonia rlJose Sanramarta
VI Sec~ao 5 - Minera~ao e Metalurgia nas Idades Modernas e Comporaneas
~ u laquo Os Complexos Mineiros de Rio de Frades e Regoufe (Arouca Portugal) 353
Memorias da Contemporaneidade
Anr6ni Manuel S P Silva
Manuela C S Rbeiro
Un Programme de Recherches sur les Aluns de la Peninsule Iberique et de 371 lAfrique du Nord
)000 Manvel Diogo
Mounce Picon
Agentes Economicos do Subsector do Volframio em Portugal Continental 381
(1871-1947)
Joao Paulo Aveos Nunes
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EI Descubrimiento Investi9
Cataluna (1900-1985)
Esrer Boixerell Vila
o Carvao de Moatize -1950
InesMigue
MOciel Sonros
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Portugal e sua Recupera~a(
Wcrikio MacuOcua
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Perspectivas Futuras
Jorge Filpe B PIISIt) OUOI rf
Sec~ao 6 - Recupera~ao e Conserv
Metalurgico
Los Hornos Morunos para)
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Proyecto y Desarrollo de E
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I Alta Ribagor~a
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EI Descubrimiento Investigaci6n y Explotaci6n de Bauxitas en
Cataluna (1900-1985)
Ester Hoixereu i Vila
o Carvao de Moatize -1950-1974
In~5Mi9uel
Mouel anl05
o Impacto Ambiental de Explora~6es de Minerais Metalicos em
Portugal e sua Recupera~ao numa Perspectiva GeogrMica
LumCo MacucicuQ
A Produ~ao de Minerais Metltilicos em Portugal -Evolu~ao Recente e
Perspectivas Futuras
Jorge Filipe Baptista Duarte
Sec~ao 6 - Recupera~ao e Conserva~ao do Patrim6nio Mineiro e
Metalurgico
Los Hornos Morunos para Yeso de Pezuela de las Torres Madrid
Moorish Kilns for Gypsum in Pezuela de las Torres Madrid
PucheRimt
Mazadego Marrinez I F
Jordcl Bordehore L
Proyecto y Desarrollo de EI Parque Minero de la Comarca de
Riotinto
Jose M Manrecon
Puesta en Marcha dei Parque Geol6gico y Minero de la Comarca de
I Alta Ribagor~a
Hoger Mota Lleonarr
Cloudia Mesa VIchez
MarIO Pigurlguer Ferrando
Marta Vilo Rodriguez
J Mow-Perell6
oOuro na Reg iao do Baixo-Douro (Portugal) da Serra das Banjas a Serra das Flores -um Patrim6nio Natural e Hist6rico a Preservar
Helena Couto
Teresa Soeifo
Ferrocarriles Mineros el Problema del Transporte en la Mineria
Adaluza y en el Alfoz de Cartagena (Espana)
Jose Luis Hernando Fernrlndel
EI Patrimonio Minero del Ferrocarril Minero da la Mina del Tubo 0 del
Tub (Almatret Segria Depresi6n Geol6gica del Ebro)
Josep M MOa Perella
Sergi Falp rra 7i rres
Jaume Vilatella Forr05
395
407
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423
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431 ~ e )
UJ ~ -0
0 c ~443 ~ -sect ~ 455 ~ ]l
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VI
~ u
477 laquo
485
i
I
J6ias da Terra - 0 Miner io da Pan asqueira Divulgar para Preservar 501
Pa trim6 nios e Mem6rias
L P6voos
F J A 5 Barriga
A LetCt
e Lopes
MJadlm
IPaivo
$ Medina
Vestig ios de Minera~ao Antiga na Regiao a Sui do Douro entre os Rios 513 Paiva e Arda (Concelhos de Arouca e Castelo de Paiva Portuga l)
Manuel Valerio Figueiredo
Ant6nio Manuel 5 PSIlva
Nota sobre Tres Martelos Mineiros Descobertos na Serra de Valongo 533
Gomalo Amaro
Jose M Branddo
o Escravo Roma no (7) de Pias Alimentar a Hist6ria ou Desmi st ilicar 541
a Cren~a
Jose M Bmnddo
Norhoie Antunes -Ferrella
JoseLNelO
Contribui~ao para a El abora~ao de um Catalogo Gera l dos Artefac tos 555
Arqueol6gicos ligados 11 Minera~ao e Metalurgia Antigas nas
Colec~6es dos Museus Geomineiros do INETI
Jose M Brandoo
Paulo Brave Sliva
Estudio de los Exvotos Ibericos 571 A J CivanlO Redruello
F A COlpus Igles i(J I
F Lara Fernandez
As Mi nas de Ouro Romanas das Serras de Valongo - Uma Visao do seu 581 Interior
n Andre Carvalho
Augusto Monrerro
Lida Baptisra
Tioga Mo teiro
VirorGandfi
Geomining Heritage in the Naturtejo Area Inventory and Tourist 595
Promotion
C Neto de C rvalho
J GOllveia
E(hombino
~ Moreira
o Projecto Rio e 0 Patrim6nio Geo mineiro das Minas da Panasqueira 607
Mario Luis Gaspal Barroquelro
indice de autores 621
8
A Sociedad Espanola
SEDP YM foi fundada el
lt6es preocupadas com 0 P
a Departamento de Engen
Minas da Universidadc Poli
e coordenar actividades rcl
ltao e restauro do Patrimo[
tal tarefa organiza reunio(
promovc visitas a museus [
Tambem colabora com inst
e Mineiro
Essa Sociedade da qu
instituilt6es nacionais a leva
Mineraltao e Metalurgia Hi
Assim constitui-se un
Nacional de Engenharia 1 Patrimonio Arquitect6nico
FLUP e Ciencias-FCUP d~
o planeamento e a execwao
o even to teve lugar
Inaugural as confercncias (
talalt6es da Faculdade de E
tres conferencias a cargo d
paralelas de apresentaltao (
Apos a Sessilo Inaugl
Temponiria sobre a fundi lt1
Sinos do Porto
o primeiro dia terml
Municipal do Porto nos Jar
tiveram oportunidade de vi
No dia 22 ocorreu ext
Cultura 2000 subordinad
Network com a apresenta
MIN ER ACAo AURiFERA NO CONVENTUS DE BRACARA AUGUSTA
Lemos F 5 Meireies CAP H
Universidade do MinhoUnldade de ArqueologiaAvenida Central nO 394710 - Braga
Lema uaumuminhopt
Instituto Nacional de Engenhari3 Tecnologia e Inovacao Departamento de Geologia
Apartado 1089 4466-956 S Mamede de Infesta
caflosmei rel~ineti pt
RESUMO
N3 numerosa bibliografia acerca do conventus d Bracara Augusta um aspecto que tem sido meshy
nDs trarado ea mineraltao em especial a aurffera Sobre este t ma existem abundantes referencias
nas parce1ares e normalmente incluidas em projectos de i nvest ig a ~ao que incidem sobre 0 povoashy
nlentoNao existe urn q adro de conjunto equivalente aunida e politi a e administrarivada epoca
lomana que abrange grande parte do Norte de Portugal e as zonas merid lonai das provincias de
Ou ense Pontevedr A actividade mlneira aurffera foi um vector fundamenta l 11 organizaltao
do rerrit6rio do conventus como alias de todo 0 Noroeste Peninsular Com ase na bibliografia
jisponivel e em uabalho de campo ja e possi el estabelecer e apresentar urn mapa das frentes e
exploraltao de ouro Pretende-se assim con lribulr para 0 avanlto dos conhecim mos sobr uma
unidade geografica estruturante na f list6ria do Noroeste durante as ultlmos dais mi lenios
ABSTRACT
1here is a large amount of bibliography about the Bracara Augusta conventus But the roman gold
mines subject is less studie Beside there re no strucLUred projects 0 the roman gold mines
belongin to the space of the conventus today divided b tween Galicia (south of Ourense and
Ponteve raj and the North of Portugal The gold mining was a comprehensive aspect of the terrishy
tollal strucLUre of the Bracara Augusta conventus like in all the roman Iberian NW Today wlrh the
suppor t of the available bibliography and the results of terrain work it is alreauy possible TO draw a
map on rhe gold mines sitesThis p er goal Is to contribute to the advan e of the knowledge abou t
ageographical entity (Galaecia) that structured NW Iberian History in the last two mille niums
169
INTRODU~Ao
Os estudos da romanizarao no Noroeste de Portugal e na Galiza tiveram urn
desenvolvimento tardio devido a estratcgias da investigarao peninsular que por
economia discursiva e motivar6es ideologicas pretendiam embora sem dados conshy
sistentes que a finisterra peninsular nunca se tinha integrado no universo classico
Nas tres ultimas decadas do seculo XX os projectos de estudo de Bracara Augusta de LIlCliJAugusti de Tongobriga da rede via ria antiga e de povoamento evidenciaram
uma realidade muito diferente Existe contudo urn dominio pouco invcstigado no
quadro da Callaecia a cxplorarao sistematica dos abundantes recursos metaliferos
Na Callaecia ha que distinguir entre os dois conventus 0 lucense e 0 bracarense
Para uma investigarao rna is adequada e imperioso desfazer as fronteiras medievas e
comemporaneas estudando 0 territorio tal como se encontrava organizado na epoca
Na verdade 0 efeito cruzado das fronteiras contemporaneas e da hist6ria dos estudos
reflecte-se negativamente nos mapas de sintese Mesmo na cartografia mais recenshy
te (Domergue 1991 Sanchez-Palencia 2000) os mapas sugerem como epicentro da
minerarao a Asturia Augustana Minas como as das serras da Padrela e de Valongo
parecem rnarginais De facto a faixa litoral atlantica teve uma expressiva relevancia
mineira Para corrigir as distorr6es cnecessario regressar aos quadros politico admishy
nistrativos coevos ou seja aos territorios conventuais
ENQUADRAMENTO GEOLOGICO REGIONAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
A maior parte das rochas pre - Mesozoicas da Europa constitui urn extenso
cinturao orogenico de 3000 km de comprimento por 800 km de largura resultante da
convergencia e colisao no final do Paleoz6ico ha aproximadamente 300 Ma de dois
~I~ -I ~ ~~ -~ rmiddot ~e
-1 _-I - ~ -gt~
17 1
super-continenshy
tes (Laurussia e
Gondwana)
Figura 1 -
Esquema gera do Orogeno VariSCO
Europeu segunshy
do Franke (1989)
In Geologia de
Espana 2004
gtshyl Cl o w Vl
As idades destas formacoes abarcam desde 0 Proterozoico ao Carbonifero
Apresentam-se deformadas metamorfizadas e intruidas por granitoides ante
Permicos Esta cordilheira apresenta a particularidade de na sua extremidade sushy
doeste na Peninsula Iberica definir uma curvatura designada por Arco Ibero -
Armoricano e cujo nucleo ou charneira de rotacao se situa nas Asturias (fig I)
E na Peninsula Iberica que aflora 0 designado Macico Iberico que constitui
a seccao mais completa em toda a Europa deste orogeno varisco Uma das suas
particularidades e a de apresentar uma certa zonografia estabelecida em funcao de
caracteristicas distintas estratigraficas estruturais metamorficas magmaticas e
tambem metalogcnicas Lotze (1945) foi 0 primeiro a chamar a atencao para esta parshy
ticularidade definindo no lvlacico Iberica seis zonas respectivamente de norte para
sui Cantabrica Asturico - Ocidental Leonesa Galaico - Castelhana Lusitano -
Akudiana Ossa - Morena e Sui Portuguesa (fig 2 A) Basicamente e a sua zonografia
que com algumas modificaC6es importantes vern sendo seguida desde entao Com
Julivert et at (1972) a juncao das zonas Galaico - Castelhana e Lusitano - Alcudiana
deu origem aactual Zona Centro Iberica (fig2 B)
m 18 ZHU~ l8OMU
PreeiHlllllCI mamplIm dill itrd
nt tlTTlil ~spomiddotC0l Z~rraquoO I~rm ~~rrw~~~
~ Pedt~
zo~~ )Pt~
00 Z SUI~VH) 1flWllaPJrlllaa
(A) (B)
Figura 2 - Zonogra fia da Cadeia VarisC3 do Maci 0 Iberico (A) - Proposta original de Lotze (1945)
(B) - Proposla segu ndo Julivert et 01 (1 972)
Mais recentemente pelas suas particularidades estruturais e metamorficas
a Zona Galiza -Tras-os-Montes com os seus dois dominios (complexos aloe tones e
complexo xistento) e definitivamente individualizada a partir daZona Centro Iberica
(Farias et aI 1987 Arenas et aI 1988) Actualmente a Zona Centro Iberica e tamshy
bem subdividida em dois dominios Olho-de-Sapo e Complexo Xisto - Grauvaquico
(fig3)middot Para 0 objectivo deste trabalho importa sobretudo realcar as Zonas Centro
172
Iberica e Galiza - Tras-os-J
abrange apenas estas duas z(
Assim sendo na Zona
za-se pela presenca significat
idade Cambrico superior a (
cia metassedimentar sobrej
intruida por granitos sintec
alto grau As dobras sao gera
o dominio do Comple
pel a presenca de metassedirr esta sequencia de xistos e gr
se uma sequencia variada d
Carbonifero Esta sequencia
quer pos-tectonicos 0 met
contacto das intrusoes granl
soco cadomiano
Quanto aZona Galiza
ser formada por diversas un evolucao tectonometarnorfi(
lar constituindo urn conjun
toe tones da Centro Iberica
Iberica e Galiza - Tras-os-Montes pois que 0 territorio da antiga Bracara Augusta
abrange apenas estas duas zonas geoestruturais Assim sendo na Zona Centro Iberica 0 Dominio do Olho-de-Sapo caracterishy
za-se pela presen~a significativa nos nucleos de antiformas de gneisses glandulares de
idade Cambrico superior a Ordovicico inferior (Forma~ao Olho de Sapo) A sequenshy
cia metassedimentar sobrejacente abrangendo desde 0 Ordovicico ao Devonico e
intruida por granitos sintectonicos Apresenta areas de metamorfismo regional de
alto grau As dobras sao geralmente deitadas com vergencia para nordeste
o dominio do Complexo Xisto Grauvaquico caracteriza-se fundamentalmente
pela presen~a de metassedimentos de idade Cambrica Em discordancia angular com
esta sequencia de xistos e grauvaques subjacente ocorre 0 Ordovicico inferior Segueshy gtshysc uma sequencia variada de metassedimentos que abrange desde 0 Ordovicico ao 0 Cl wCarbonifero Esta sequencia Paleozoica e instrufda quer por granitos sintectonicos Vl
quer pos-tectonicos 0 metamorfismo regional e de baixo grau excepto nas orlas de
contacto das intrus6es graniticas Nalguns locais ocorrem escassos afloramentos do soco cadomiano
Quanto aZona Galiza - Tras-os-Montes uma sua particularidade e0 facto de
ser tormada por diversas unidades tectonoestratigraficas de origens diversas e com
evolu~ao tectonometamorfica distinta e que ocorrem somente no noroeste peninsushy
lar constituindo urn conjunto de mantos aloctoncs carrcados sobre os terrenos aushy
toctoncs da Centro Iberica
zoc-Q-a ~~oeo_~
b) 0 00 d MHbIIIdu 11 ~IQa- IItoSJ
gt0 laltWn f1 ~ 1UanIkiC~~ q OOIMIIO ~IIIIiO4O (PutdIlIDHI
173
Figura 3 - Uil iclades
geo-estrururais do Madro
Iberica (in Geologia de Espana 2004) corn
auaptalt6es de Farias et
01 (1987) Quesada (1991)
Gonzalez Clavijo (1 997)
)
AS MINERALlZAlt6ES AURiFERAS NO ANTIGO TERRITORIO DE BRACARA AUGUSTANO
No que respeita as mineralizalaquooes de ouro que ocorrcm nestas duas zonas geoshy
estruturais e vasta a bibliografia que reallaquoa 0 forte controlo estrutural que joga urn
papel importante na remobilizalaquoao e na concentralaquoao economica destas mineralizashy
laquooes (Gouanvic et al 1981 Courrioux et al 1986 Meireles e Carvalho 1992 Noronha
e Ramos 1993 Pereira et ai 1993 Pereira e Meire1es 1998 Nogueira e Noronha
1998) Sem se pretender ser exaustivo pois 0 estudo metalogenico nao esta no ambito
deste trabalho sao fundamentalmente as estruturas tectonicas geradas durante as
orogenias varisca precoces (cisalhamentos das fases D e D) e tardi varisca (falhas NIoE-zoE) que desempenham 0 principal papel no controlo destas mineralizalaquo6es gtshylgt 0 o (fig 4)W 111
Figura 4 - Esbo~o estrutural
das Zonas Centro Iberica e Gallza
TrAs-os-Montes LEGENDA
zona de gqhamellltll OJO ~ Amiddot~~middot~ IAQtgtshycmiddot_ O- IuI -A~ E y ~ tI~ OMonllOn(I middot~ H middot~-OIMY tMlIIrM I bull Jubullbullmiddotmiddottraquo1dIcI PerrNv 00 CNUlIb
OetJlOImenIoamp ft~ D )
JFIIh-tlfin-~-~ IfIhI~IIIIanI
Alem disso constata-se que as diferentes associalaquooes de metais a que 0 ouro
esta associado podem ser tambem fortemente condicionadas pelo contexto litologico
(Meireles 1991 Meireles e Carvalho 1992 Noronha e Ramos 1993) De facto na sershy
ra das Banjas (anticlinal de Valongo) ha evidencias c1aras comprovadas de concenshy
tralaquooes singeneticas de ouro em sedimentos pelfticos de cor mais escuras finamcnte
bandados com indicios vulcanogenicos e de camadas negras com materia organica
intercalados nos quartzitos arenigianos (Couto 1993 Couto et al 20 03)
Como se pode constatar (fig 5) no territorio do Conventus de Bracara Augusta
embora haja actividade mineira emplacers (jazidas secundarias) particularmente sigshy
nificativas no sector de Ourense a exploralaquoao mineira incidiu fundamentalmente nos
jazigos primarios de ouro quer em filoes quartzosos endogranfticos quer em filoes
de quartzo c brechas tectonicas ferriferas nos metassedimentos encaixantes em esshy
174
pecial nas unidades parautoc
tones destacam-se as forma~
A) EXPLORAltOES I
Nao e facil detectar ve~ teamento das areias fluviais
areias transportadas pelos ril
No rio Coura ha um local des
dro mais apertado 0 esporlio nea de modo que 0 curso do
a montante e da qual sc consshy
rio para a galeria as arcias POt
terminado tempo 0 trabalhc
rante 0 inverno e retomado 11
profundo no qual se deposita
continua Tendo em conta as
Coulaquoo do Monte Furado mint
Ha numerosos vestigios ~
pleistocenicos de genese fluvia
Lima e Minho Neste texto n
arrastre que se observam nas
(fig 5 ponto 14) Pouco profun
rio Tamega e seus afluentes D
tirem varios povoados nas su
de ouro seria relevante justifi(
terminal do rio Lima na margt
pleistocenicas (fig5 ponto 5)
diversos vestfgios de trabalhos
tes incluem-se tanto no ambitc
como no de Tude ambas sedes do conventus de Bracara Auglst~
ralaquoao de Pinheiro Velho a nor
pecial nas unidades parautoctones e aloctone inferior Nos metassedimentos autocshy
tones destacam-se as formalt6es ordovfcicas da estrutura anticlinal de Valongo
A) EXPLORAcOES MINEIRAS ROMANAS - JAZIDAS SECUNDARIAS
AREIAS ALUVIONARES RECENTES
Nao e faci detectar vestfgios de uma actividade tao move como 0 simples bashy
teamento das areias fluviais Todavia em alguns casos a percentagem de metais nas
areias transportadas pelos rios justificou a organizaltao de urn sistema permanente
No rio Coura ha urn local designado por Coulto do Monte Furado onde num meanshy~ gtshydro rna is apertado 0 esporao rochoso (xistos) foi cortado por uma galeria subterrashy Cl o Wnea de modo que 0 curso do rio podia ser controlado graltas a uma represa erguida III
a montante e da qual se conservam vestigios (fig 5 ponto 6) Desviado 0 caudal do
rio para a gale ria as areias pod iam ser exploradas de forma intensiva durante urn deshy
tcrminado tempo 0 trabalho deveria ser realizado sazonalmente interrompido dushy
rante 0 inverno e retomado no periodo de estiagem Na propria galeria ha urn polto
profundo no qual se depositavam areias 0 que coloca a hipotese de uma actividade
continua Tendo em conta as formalt6es cortadas pelo rio Coura recolhia111-se no
Coulto do Monte Furado minerios de DurO e de estanho
I DEPOSITOS PLEISTOCENICOS
Ha numerosos vestigios de exploralt6es mineiras romanas de ouro em depositos
pleistocenicos de genese fluvial designadamente nas bacias dos rios Douro Tamega
Lima e Minho Neste texto referimos apenas alguns principiando peas cortas de
arrastre que se observam nas zonas de Chaves em Outeiro Seco e Outeiro Ivlachado
(fig 5 ponto 14) Pouco profundas estas cortas resultam do des1110nte dos terraltos do
rio Tamega e seus afluentes Distinguem-se bern nos ortofotomapas 0 facto de exisshy
tirem varios povoados nas suas imedialt6es leva-nos a considerar que a quantidade III
~ de ouro seria relevante justificando assentamentos permanentes Tambern no curso u
laquo
terminal do rio Lima na margem esquerda em Vila Mou foram exploradas formalt6es
pleistocenicas (fig5 ponto 5) Nos trechos final e medio do rio Minho conhecem-se
diversos vestigios de trabalhos mineiros em formalt6es de genese fluvial Estas frenshy
tes incluem-se tanto no ambito do territorio de Auria (Ourense) (fig5 pontos 12 e 13)
como no de Tude ambas sedes de civitates e dois dos principais aglomerados urbanos do conventus de Bracara Augusta No extremo nordeste do COllVentllS regista-se a exploshy
raltao de Pinheiro Velho a norte de Vinhais (fig5 ponto 18)
175 middot
B) JAZIDAS PRIMARIAS
o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias destacanshy
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
Serra do Valongo (Fojo das Pombas) No actual territorio galego a area a norte de
Carballino (fig5 ponto II) e impressionante pela intensa mineracao antiga de Duro
e estanho
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970 Almeida I973 Castro
I960 e I963 Lencastre I966 XTahl 1986 I988 e I989) considerando 0 facto de serem
complexos mineiros ja parcialmente estudados destacaremos apenas 0 seguinte a
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos urn entre a civitas de Cale
e a de Tongobriga 0 outro entre a civitas de Aquae fltlaviae a norte e a suI a civitas com
sede na area de Constantim de Pan6ias a elevaeia percentagem de ouro por tonelada
a cronologia do inicio da actividade mineira que e possivel datar da dinastia Julioshy
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto) a prosperidade destes territorios que atrashy
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste 0 facto de estarem
directamente ligados a Bracara Augllsta atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
Via XVI (Serra de Valongo)
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas exploshy
racoes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas
) ZONA ORIENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental
ou seja na faixa interior e leste do conventus para alem da Serra da Padrela outras
tre relevantes zonas mineiras Macedinho - Vila Verde - S Salvador (concelhos
de Mirandela e Vila Flor) Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas)
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S Salvador sao numerosos os vestishy
Vl gios de exploracao de filoes de quartzo pelo metodo designado por PHnio como aura ~ u canalicum ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio Urn dos exemplos laquo
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz 0 DUro foi
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientacao NIO-20E que sc
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia
de Macedinho numa extensao d~ I5 km
Outros extensos desIllontes do f1esmo tipo foram assinalados nas cartas I25 000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S Salvador (Vila Flor) Em numeroshy
sus pontos a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que
seja possivel afirmar-se se foram frentes de exploracao ou apenas de prospeccao De
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha
J 76
de muralhas bern como vcst
~~ ao Em nosso entendcr cst(
a civitas dos Baniensium (LeI
com capital em S Juzenda
media bacia do Tua
Outra zona mineira au
Passos tendo como povoad
ploracao sejam discretas ha
pode ser observado com nit
profunda vein trench resultar
A nordeste destes doi~
situa-se outra zona mal ava
das Freitas (Almeida 1970 T
inllmeros vestigios cle miner
clo rio Terva (afluente do Ti
desceu 0 desmonte pequcnl
levo galerias (umas de extr2
abrange uma vasta area mine
e a oeste pelo Corgo clo Vicl
cico de Chaves Trata-se de relativamente aD
) Apresen
ckwerk de filoes de quartzo
de filoes subverticais (c) de (
cao macroscopica 0 quartzo milonitizacao a arsenopirit
Poco das Freitas proximo d
orientacao N120-130E Nurr
pais controlos tectonicos da
orientacao N80E esquerdo~
NI20-I30E dextros (area de
das Freitas)
A par dos distritos mil
antiga na zona leste do COllt
se coloca por ora a hipotes
refer i-los no presente trabal
de Bracara Augusta junto ac
como vicus e que se chama
expressivos vestigios de min
xistosos Tais vestfgios ja fo
de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
177
l
l
designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
middotmiddotmiddotmiddot 178
territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
aconselham que 0 estudo dm do pois que se trata de urn Vf
desta regiao do Imperio ROlli
o substrato geologico mente complexo Estacompll directa na diversidade das ti~
gicos em geral
Almeida C A Ferreir
J ales e Tres Minas (Tras-osshy
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P
FKlein E Marqufnezj N Pablo MaciaJG de Peinadc
geologicas y significado de 101
Montes II Congr Geo Espaii
Argote Jeronimo Cant do Arcebispado Primaz de Brag
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Couto HM Roger (
tos para 0 conhecimento do (UNL) Lisboa nO esp V CD
Domergue Claude 19
Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
BIBLIOGRAFIA
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179
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Iberica Madrid 353-36i Lemos F S 1993 0 Povoamento Romano de Trds-os-Montes Oriental Dissertafiio de
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ouro em Portugal Relatririo interno apresentado no ambito do concurso interno para assisshytente de investigafiio da DGGM 42 p
Meireles C amp Carvalho] H 1992 Proposta de enquadramento metalogenico das ocorrencias de Au em Portugal Abstract ampposter in XIV Reun de Xeol Min NO Peninsulclr Coruna
Nogueira P amp Noronha F 1998 Mineralizar6es auriferas da regiao de Vila Verde Urn modelo metalogenetico Actas do V Congresso Nacional de Geologia
Comunic lnst Geol Mineiro t 84 fasc 2 Lisboa F23-F26 Noronha F amp Ramos] 1993 Mineralizar6es auriferas primarias no nOrte de
Portugal Algumas reflex6es Cuad Lab Xeo Laxe 18 133-146 Pereira pound amp Meireles C 1998 Metais preciosos em Portugal Situarao da inshy
vestigarao geol6gica ~ mineira Est Notas e Trab Inst Geo Mineiro tomo 40 3-34 Pereira poundS Ribeiro A amp Meireles c 1993 Cisalhamentos hercinicos e conshy
trolo das mineralizar6es na Zona Centro Iberica em Portugal Cuad Lab Xeo Laxe Coruna nO 18 89-JI9
Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
180
Wahljurgen1986R das minas de ouro romtlllas de
- (1988) -Tres Minas Bereich des Romischen G~
3[-56 - (1989) -Resultados d
zona da minerarao romana
WahlJurgen 1986 Resultados daspesquisas arqueolOgicas do 4886 a roII86 na zona das minas de ouro romanas de Tres Minas (Relatorio dactilografado)
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- (1989) -Resultados das pesquisas arqueoJogicas efectuadas em 1988 e 1989 na zona da minera~ao romana de Tres Minas deJales (Relatorio dactilografado)
181
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Contexto Geologico da Mineraliza~ao Aurifera das Explora~6es Romanas de 199
Tres Minas
M ARibelro
A Dana
F Noronha
La Mineria Aurifera Romana en la Sierra del Teleno (Leon - Espana)Nuevos 211
Datos sobre su Ingenieria y Gestion
Ioberro Marias Rodnguel
Deteccion Geofisica de Minados Subterraneos La Intervencion en las Minas 231
Romanas de Lapis Specularis de La Mudarra (Huete - Cuenca)
M Arlandi Rodrigue
M I Berlardez G6mez gt ltJ
I C ullCdo d Monti Cl Q L lord Bordehore w VI F Villaverde Mora
Sec~ao 4 - Minera~ao e Metalurgia na Idade Media
A Fundi~ao Sineira em Portugal da Historia a Investiga~ao 249 Luis Sebastian
Aes Campanum Historia de uma Arte 273 Ricardo Erosun Corres
Um novo Fosso de Fundi~ao de Sinos no Mosteiro de Santa Maria Maior de 293
Pombeiro
Ricardo frosun Corres
Metodos y Tecnicas para la excavacion de un fo so de fundicion de campashy 311 nas
Ricmdo Erasun Corre
La Produccion de Campanas en la Peninsula Iberica en Epoca Medieval 329 y Moderna Contexto Arqueologico de una Actividad Metalurgica
Protoindustrial
Alfredo Morolo Barmiddot 0
Sonia rlJose Sanramarta
VI Sec~ao 5 - Minera~ao e Metalurgia nas Idades Modernas e Comporaneas
~ u laquo Os Complexos Mineiros de Rio de Frades e Regoufe (Arouca Portugal) 353
Memorias da Contemporaneidade
Anr6ni Manuel S P Silva
Manuela C S Rbeiro
Un Programme de Recherches sur les Aluns de la Peninsule Iberique et de 371 lAfrique du Nord
)000 Manvel Diogo
Mounce Picon
Agentes Economicos do Subsector do Volframio em Portugal Continental 381
(1871-1947)
Joao Paulo Aveos Nunes
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Cataluna (1900-1985)
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EI Descubrimiento Investigaci6n y Explotaci6n de Bauxitas en
Cataluna (1900-1985)
Ester Hoixereu i Vila
o Carvao de Moatize -1950-1974
In~5Mi9uel
Mouel anl05
o Impacto Ambiental de Explora~6es de Minerais Metalicos em
Portugal e sua Recupera~ao numa Perspectiva GeogrMica
LumCo MacucicuQ
A Produ~ao de Minerais Metltilicos em Portugal -Evolu~ao Recente e
Perspectivas Futuras
Jorge Filipe Baptista Duarte
Sec~ao 6 - Recupera~ao e Conserva~ao do Patrim6nio Mineiro e
Metalurgico
Los Hornos Morunos para Yeso de Pezuela de las Torres Madrid
Moorish Kilns for Gypsum in Pezuela de las Torres Madrid
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Mazadego Marrinez I F
Jordcl Bordehore L
Proyecto y Desarrollo de EI Parque Minero de la Comarca de
Riotinto
Jose M Manrecon
Puesta en Marcha dei Parque Geol6gico y Minero de la Comarca de
I Alta Ribagor~a
Hoger Mota Lleonarr
Cloudia Mesa VIchez
MarIO Pigurlguer Ferrando
Marta Vilo Rodriguez
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oOuro na Reg iao do Baixo-Douro (Portugal) da Serra das Banjas a Serra das Flores -um Patrim6nio Natural e Hist6rico a Preservar
Helena Couto
Teresa Soeifo
Ferrocarriles Mineros el Problema del Transporte en la Mineria
Adaluza y en el Alfoz de Cartagena (Espana)
Jose Luis Hernando Fernrlndel
EI Patrimonio Minero del Ferrocarril Minero da la Mina del Tubo 0 del
Tub (Almatret Segria Depresi6n Geol6gica del Ebro)
Josep M MOa Perella
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Vestig ios de Minera~ao Antiga na Regiao a Sui do Douro entre os Rios 513 Paiva e Arda (Concelhos de Arouca e Castelo de Paiva Portuga l)
Manuel Valerio Figueiredo
Ant6nio Manuel 5 PSIlva
Nota sobre Tres Martelos Mineiros Descobertos na Serra de Valongo 533
Gomalo Amaro
Jose M Branddo
o Escravo Roma no (7) de Pias Alimentar a Hist6ria ou Desmi st ilicar 541
a Cren~a
Jose M Bmnddo
Norhoie Antunes -Ferrella
JoseLNelO
Contribui~ao para a El abora~ao de um Catalogo Gera l dos Artefac tos 555
Arqueol6gicos ligados 11 Minera~ao e Metalurgia Antigas nas
Colec~6es dos Museus Geomineiros do INETI
Jose M Brandoo
Paulo Brave Sliva
Estudio de los Exvotos Ibericos 571 A J CivanlO Redruello
F A COlpus Igles i(J I
F Lara Fernandez
As Mi nas de Ouro Romanas das Serras de Valongo - Uma Visao do seu 581 Interior
n Andre Carvalho
Augusto Monrerro
Lida Baptisra
Tioga Mo teiro
VirorGandfi
Geomining Heritage in the Naturtejo Area Inventory and Tourist 595
Promotion
C Neto de C rvalho
J GOllveia
E(hombino
~ Moreira
o Projecto Rio e 0 Patrim6nio Geo mineiro das Minas da Panasqueira 607
Mario Luis Gaspal Barroquelro
indice de autores 621
8
A Sociedad Espanola
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o planeamento e a execwao
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MIN ER ACAo AURiFERA NO CONVENTUS DE BRACARA AUGUSTA
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Universidade do MinhoUnldade de ArqueologiaAvenida Central nO 394710 - Braga
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Instituto Nacional de Engenhari3 Tecnologia e Inovacao Departamento de Geologia
Apartado 1089 4466-956 S Mamede de Infesta
caflosmei rel~ineti pt
RESUMO
N3 numerosa bibliografia acerca do conventus d Bracara Augusta um aspecto que tem sido meshy
nDs trarado ea mineraltao em especial a aurffera Sobre este t ma existem abundantes referencias
nas parce1ares e normalmente incluidas em projectos de i nvest ig a ~ao que incidem sobre 0 povoashy
nlentoNao existe urn q adro de conjunto equivalente aunida e politi a e administrarivada epoca
lomana que abrange grande parte do Norte de Portugal e as zonas merid lonai das provincias de
Ou ense Pontevedr A actividade mlneira aurffera foi um vector fundamenta l 11 organizaltao
do rerrit6rio do conventus como alias de todo 0 Noroeste Peninsular Com ase na bibliografia
jisponivel e em uabalho de campo ja e possi el estabelecer e apresentar urn mapa das frentes e
exploraltao de ouro Pretende-se assim con lribulr para 0 avanlto dos conhecim mos sobr uma
unidade geografica estruturante na f list6ria do Noroeste durante as ultlmos dais mi lenios
ABSTRACT
1here is a large amount of bibliography about the Bracara Augusta conventus But the roman gold
mines subject is less studie Beside there re no strucLUred projects 0 the roman gold mines
belongin to the space of the conventus today divided b tween Galicia (south of Ourense and
Ponteve raj and the North of Portugal The gold mining was a comprehensive aspect of the terrishy
tollal strucLUre of the Bracara Augusta conventus like in all the roman Iberian NW Today wlrh the
suppor t of the available bibliography and the results of terrain work it is alreauy possible TO draw a
map on rhe gold mines sitesThis p er goal Is to contribute to the advan e of the knowledge abou t
ageographical entity (Galaecia) that structured NW Iberian History in the last two mille niums
169
INTRODU~Ao
Os estudos da romanizarao no Noroeste de Portugal e na Galiza tiveram urn
desenvolvimento tardio devido a estratcgias da investigarao peninsular que por
economia discursiva e motivar6es ideologicas pretendiam embora sem dados conshy
sistentes que a finisterra peninsular nunca se tinha integrado no universo classico
Nas tres ultimas decadas do seculo XX os projectos de estudo de Bracara Augusta de LIlCliJAugusti de Tongobriga da rede via ria antiga e de povoamento evidenciaram
uma realidade muito diferente Existe contudo urn dominio pouco invcstigado no
quadro da Callaecia a cxplorarao sistematica dos abundantes recursos metaliferos
Na Callaecia ha que distinguir entre os dois conventus 0 lucense e 0 bracarense
Para uma investigarao rna is adequada e imperioso desfazer as fronteiras medievas e
comemporaneas estudando 0 territorio tal como se encontrava organizado na epoca
Na verdade 0 efeito cruzado das fronteiras contemporaneas e da hist6ria dos estudos
reflecte-se negativamente nos mapas de sintese Mesmo na cartografia mais recenshy
te (Domergue 1991 Sanchez-Palencia 2000) os mapas sugerem como epicentro da
minerarao a Asturia Augustana Minas como as das serras da Padrela e de Valongo
parecem rnarginais De facto a faixa litoral atlantica teve uma expressiva relevancia
mineira Para corrigir as distorr6es cnecessario regressar aos quadros politico admishy
nistrativos coevos ou seja aos territorios conventuais
ENQUADRAMENTO GEOLOGICO REGIONAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
A maior parte das rochas pre - Mesozoicas da Europa constitui urn extenso
cinturao orogenico de 3000 km de comprimento por 800 km de largura resultante da
convergencia e colisao no final do Paleoz6ico ha aproximadamente 300 Ma de dois
~I~ -I ~ ~~ -~ rmiddot ~e
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17 1
super-continenshy
tes (Laurussia e
Gondwana)
Figura 1 -
Esquema gera do Orogeno VariSCO
Europeu segunshy
do Franke (1989)
In Geologia de
Espana 2004
gtshyl Cl o w Vl
As idades destas formacoes abarcam desde 0 Proterozoico ao Carbonifero
Apresentam-se deformadas metamorfizadas e intruidas por granitoides ante
Permicos Esta cordilheira apresenta a particularidade de na sua extremidade sushy
doeste na Peninsula Iberica definir uma curvatura designada por Arco Ibero -
Armoricano e cujo nucleo ou charneira de rotacao se situa nas Asturias (fig I)
E na Peninsula Iberica que aflora 0 designado Macico Iberico que constitui
a seccao mais completa em toda a Europa deste orogeno varisco Uma das suas
particularidades e a de apresentar uma certa zonografia estabelecida em funcao de
caracteristicas distintas estratigraficas estruturais metamorficas magmaticas e
tambem metalogcnicas Lotze (1945) foi 0 primeiro a chamar a atencao para esta parshy
ticularidade definindo no lvlacico Iberica seis zonas respectivamente de norte para
sui Cantabrica Asturico - Ocidental Leonesa Galaico - Castelhana Lusitano -
Akudiana Ossa - Morena e Sui Portuguesa (fig 2 A) Basicamente e a sua zonografia
que com algumas modificaC6es importantes vern sendo seguida desde entao Com
Julivert et at (1972) a juncao das zonas Galaico - Castelhana e Lusitano - Alcudiana
deu origem aactual Zona Centro Iberica (fig2 B)
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nt tlTTlil ~spomiddotC0l Z~rraquoO I~rm ~~rrw~~~
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00 Z SUI~VH) 1flWllaPJrlllaa
(A) (B)
Figura 2 - Zonogra fia da Cadeia VarisC3 do Maci 0 Iberico (A) - Proposta original de Lotze (1945)
(B) - Proposla segu ndo Julivert et 01 (1 972)
Mais recentemente pelas suas particularidades estruturais e metamorficas
a Zona Galiza -Tras-os-Montes com os seus dois dominios (complexos aloe tones e
complexo xistento) e definitivamente individualizada a partir daZona Centro Iberica
(Farias et aI 1987 Arenas et aI 1988) Actualmente a Zona Centro Iberica e tamshy
bem subdividida em dois dominios Olho-de-Sapo e Complexo Xisto - Grauvaquico
(fig3)middot Para 0 objectivo deste trabalho importa sobretudo realcar as Zonas Centro
172
Iberica e Galiza - Tras-os-J
abrange apenas estas duas z(
Assim sendo na Zona
za-se pela presenca significat
idade Cambrico superior a (
cia metassedimentar sobrej
intruida por granitos sintec
alto grau As dobras sao gera
o dominio do Comple
pel a presenca de metassedirr esta sequencia de xistos e gr
se uma sequencia variada d
Carbonifero Esta sequencia
quer pos-tectonicos 0 met
contacto das intrusoes granl
soco cadomiano
Quanto aZona Galiza
ser formada por diversas un evolucao tectonometarnorfi(
lar constituindo urn conjun
toe tones da Centro Iberica
Iberica e Galiza - Tras-os-Montes pois que 0 territorio da antiga Bracara Augusta
abrange apenas estas duas zonas geoestruturais Assim sendo na Zona Centro Iberica 0 Dominio do Olho-de-Sapo caracterishy
za-se pela presen~a significativa nos nucleos de antiformas de gneisses glandulares de
idade Cambrico superior a Ordovicico inferior (Forma~ao Olho de Sapo) A sequenshy
cia metassedimentar sobrejacente abrangendo desde 0 Ordovicico ao Devonico e
intruida por granitos sintectonicos Apresenta areas de metamorfismo regional de
alto grau As dobras sao geralmente deitadas com vergencia para nordeste
o dominio do Complexo Xisto Grauvaquico caracteriza-se fundamentalmente
pela presen~a de metassedimentos de idade Cambrica Em discordancia angular com
esta sequencia de xistos e grauvaques subjacente ocorre 0 Ordovicico inferior Segueshy gtshysc uma sequencia variada de metassedimentos que abrange desde 0 Ordovicico ao 0 Cl wCarbonifero Esta sequencia Paleozoica e instrufda quer por granitos sintectonicos Vl
quer pos-tectonicos 0 metamorfismo regional e de baixo grau excepto nas orlas de
contacto das intrus6es graniticas Nalguns locais ocorrem escassos afloramentos do soco cadomiano
Quanto aZona Galiza - Tras-os-Montes uma sua particularidade e0 facto de
ser tormada por diversas unidades tectonoestratigraficas de origens diversas e com
evolu~ao tectonometamorfica distinta e que ocorrem somente no noroeste peninsushy
lar constituindo urn conjunto de mantos aloctoncs carrcados sobre os terrenos aushy
toctoncs da Centro Iberica
zoc-Q-a ~~oeo_~
b) 0 00 d MHbIIIdu 11 ~IQa- IItoSJ
gt0 laltWn f1 ~ 1UanIkiC~~ q OOIMIIO ~IIIIiO4O (PutdIlIDHI
173
Figura 3 - Uil iclades
geo-estrururais do Madro
Iberica (in Geologia de Espana 2004) corn
auaptalt6es de Farias et
01 (1987) Quesada (1991)
Gonzalez Clavijo (1 997)
)
AS MINERALlZAlt6ES AURiFERAS NO ANTIGO TERRITORIO DE BRACARA AUGUSTANO
No que respeita as mineralizalaquooes de ouro que ocorrcm nestas duas zonas geoshy
estruturais e vasta a bibliografia que reallaquoa 0 forte controlo estrutural que joga urn
papel importante na remobilizalaquoao e na concentralaquoao economica destas mineralizashy
laquooes (Gouanvic et al 1981 Courrioux et al 1986 Meireles e Carvalho 1992 Noronha
e Ramos 1993 Pereira et ai 1993 Pereira e Meire1es 1998 Nogueira e Noronha
1998) Sem se pretender ser exaustivo pois 0 estudo metalogenico nao esta no ambito
deste trabalho sao fundamentalmente as estruturas tectonicas geradas durante as
orogenias varisca precoces (cisalhamentos das fases D e D) e tardi varisca (falhas NIoE-zoE) que desempenham 0 principal papel no controlo destas mineralizalaquo6es gtshylgt 0 o (fig 4)W 111
Figura 4 - Esbo~o estrutural
das Zonas Centro Iberica e Gallza
TrAs-os-Montes LEGENDA
zona de gqhamellltll OJO ~ Amiddot~~middot~ IAQtgtshycmiddot_ O- IuI -A~ E y ~ tI~ OMonllOn(I middot~ H middot~-OIMY tMlIIrM I bull Jubullbullmiddotmiddottraquo1dIcI PerrNv 00 CNUlIb
OetJlOImenIoamp ft~ D )
JFIIh-tlfin-~-~ IfIhI~IIIIanI
Alem disso constata-se que as diferentes associalaquooes de metais a que 0 ouro
esta associado podem ser tambem fortemente condicionadas pelo contexto litologico
(Meireles 1991 Meireles e Carvalho 1992 Noronha e Ramos 1993) De facto na sershy
ra das Banjas (anticlinal de Valongo) ha evidencias c1aras comprovadas de concenshy
tralaquooes singeneticas de ouro em sedimentos pelfticos de cor mais escuras finamcnte
bandados com indicios vulcanogenicos e de camadas negras com materia organica
intercalados nos quartzitos arenigianos (Couto 1993 Couto et al 20 03)
Como se pode constatar (fig 5) no territorio do Conventus de Bracara Augusta
embora haja actividade mineira emplacers (jazidas secundarias) particularmente sigshy
nificativas no sector de Ourense a exploralaquoao mineira incidiu fundamentalmente nos
jazigos primarios de ouro quer em filoes quartzosos endogranfticos quer em filoes
de quartzo c brechas tectonicas ferriferas nos metassedimentos encaixantes em esshy
174
pecial nas unidades parautoc
tones destacam-se as forma~
A) EXPLORAltOES I
Nao e facil detectar ve~ teamento das areias fluviais
areias transportadas pelos ril
No rio Coura ha um local des
dro mais apertado 0 esporlio nea de modo que 0 curso do
a montante e da qual sc consshy
rio para a galeria as arcias POt
terminado tempo 0 trabalhc
rante 0 inverno e retomado 11
profundo no qual se deposita
continua Tendo em conta as
Coulaquoo do Monte Furado mint
Ha numerosos vestigios ~
pleistocenicos de genese fluvia
Lima e Minho Neste texto n
arrastre que se observam nas
(fig 5 ponto 14) Pouco profun
rio Tamega e seus afluentes D
tirem varios povoados nas su
de ouro seria relevante justifi(
terminal do rio Lima na margt
pleistocenicas (fig5 ponto 5)
diversos vestfgios de trabalhos
tes incluem-se tanto no ambitc
como no de Tude ambas sedes do conventus de Bracara Auglst~
ralaquoao de Pinheiro Velho a nor
pecial nas unidades parautoctones e aloctone inferior Nos metassedimentos autocshy
tones destacam-se as formalt6es ordovfcicas da estrutura anticlinal de Valongo
A) EXPLORAcOES MINEIRAS ROMANAS - JAZIDAS SECUNDARIAS
AREIAS ALUVIONARES RECENTES
Nao e faci detectar vestfgios de uma actividade tao move como 0 simples bashy
teamento das areias fluviais Todavia em alguns casos a percentagem de metais nas
areias transportadas pelos rios justificou a organizaltao de urn sistema permanente
No rio Coura ha urn local designado por Coulto do Monte Furado onde num meanshy~ gtshydro rna is apertado 0 esporao rochoso (xistos) foi cortado por uma galeria subterrashy Cl o Wnea de modo que 0 curso do rio podia ser controlado graltas a uma represa erguida III
a montante e da qual se conservam vestigios (fig 5 ponto 6) Desviado 0 caudal do
rio para a gale ria as areias pod iam ser exploradas de forma intensiva durante urn deshy
tcrminado tempo 0 trabalho deveria ser realizado sazonalmente interrompido dushy
rante 0 inverno e retomado no periodo de estiagem Na propria galeria ha urn polto
profundo no qual se depositavam areias 0 que coloca a hipotese de uma actividade
continua Tendo em conta as formalt6es cortadas pelo rio Coura recolhia111-se no
Coulto do Monte Furado minerios de DurO e de estanho
I DEPOSITOS PLEISTOCENICOS
Ha numerosos vestigios de exploralt6es mineiras romanas de ouro em depositos
pleistocenicos de genese fluvial designadamente nas bacias dos rios Douro Tamega
Lima e Minho Neste texto referimos apenas alguns principiando peas cortas de
arrastre que se observam nas zonas de Chaves em Outeiro Seco e Outeiro Ivlachado
(fig 5 ponto 14) Pouco profundas estas cortas resultam do des1110nte dos terraltos do
rio Tamega e seus afluentes Distinguem-se bern nos ortofotomapas 0 facto de exisshy
tirem varios povoados nas suas imedialt6es leva-nos a considerar que a quantidade III
~ de ouro seria relevante justificando assentamentos permanentes Tambern no curso u
laquo
terminal do rio Lima na margem esquerda em Vila Mou foram exploradas formalt6es
pleistocenicas (fig5 ponto 5) Nos trechos final e medio do rio Minho conhecem-se
diversos vestigios de trabalhos mineiros em formalt6es de genese fluvial Estas frenshy
tes incluem-se tanto no ambito do territorio de Auria (Ourense) (fig5 pontos 12 e 13)
como no de Tude ambas sedes de civitates e dois dos principais aglomerados urbanos do conventus de Bracara Augusta No extremo nordeste do COllVentllS regista-se a exploshy
raltao de Pinheiro Velho a norte de Vinhais (fig5 ponto 18)
175 middot
B) JAZIDAS PRIMARIAS
o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias destacanshy
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
Serra do Valongo (Fojo das Pombas) No actual territorio galego a area a norte de
Carballino (fig5 ponto II) e impressionante pela intensa mineracao antiga de Duro
e estanho
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970 Almeida I973 Castro
I960 e I963 Lencastre I966 XTahl 1986 I988 e I989) considerando 0 facto de serem
complexos mineiros ja parcialmente estudados destacaremos apenas 0 seguinte a
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos urn entre a civitas de Cale
e a de Tongobriga 0 outro entre a civitas de Aquae fltlaviae a norte e a suI a civitas com
sede na area de Constantim de Pan6ias a elevaeia percentagem de ouro por tonelada
a cronologia do inicio da actividade mineira que e possivel datar da dinastia Julioshy
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto) a prosperidade destes territorios que atrashy
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste 0 facto de estarem
directamente ligados a Bracara Augllsta atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
Via XVI (Serra de Valongo)
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas exploshy
racoes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas
) ZONA ORIENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental
ou seja na faixa interior e leste do conventus para alem da Serra da Padrela outras
tre relevantes zonas mineiras Macedinho - Vila Verde - S Salvador (concelhos
de Mirandela e Vila Flor) Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas)
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S Salvador sao numerosos os vestishy
Vl gios de exploracao de filoes de quartzo pelo metodo designado por PHnio como aura ~ u canalicum ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio Urn dos exemplos laquo
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz 0 DUro foi
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientacao NIO-20E que sc
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia
de Macedinho numa extensao d~ I5 km
Outros extensos desIllontes do f1esmo tipo foram assinalados nas cartas I25 000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S Salvador (Vila Flor) Em numeroshy
sus pontos a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que
seja possivel afirmar-se se foram frentes de exploracao ou apenas de prospeccao De
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha
J 76
de muralhas bern como vcst
~~ ao Em nosso entendcr cst(
a civitas dos Baniensium (LeI
com capital em S Juzenda
media bacia do Tua
Outra zona mineira au
Passos tendo como povoad
ploracao sejam discretas ha
pode ser observado com nit
profunda vein trench resultar
A nordeste destes doi~
situa-se outra zona mal ava
das Freitas (Almeida 1970 T
inllmeros vestigios cle miner
clo rio Terva (afluente do Ti
desceu 0 desmonte pequcnl
levo galerias (umas de extr2
abrange uma vasta area mine
e a oeste pelo Corgo clo Vicl
cico de Chaves Trata-se de relativamente aD
) Apresen
ckwerk de filoes de quartzo
de filoes subverticais (c) de (
cao macroscopica 0 quartzo milonitizacao a arsenopirit
Poco das Freitas proximo d
orientacao N120-130E Nurr
pais controlos tectonicos da
orientacao N80E esquerdo~
NI20-I30E dextros (area de
das Freitas)
A par dos distritos mil
antiga na zona leste do COllt
se coloca por ora a hipotes
refer i-los no presente trabal
de Bracara Augusta junto ac
como vicus e que se chama
expressivos vestigios de min
xistosos Tais vestfgios ja fo
de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
177
l
l
designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
middotmiddotmiddotmiddot 178
territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
aconselham que 0 estudo dm do pois que se trata de urn Vf
desta regiao do Imperio ROlli
o substrato geologico mente complexo Estacompll directa na diversidade das ti~
gicos em geral
Almeida C A Ferreir
J ales e Tres Minas (Tras-osshy
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P
FKlein E Marqufnezj N Pablo MaciaJG de Peinadc
geologicas y significado de 101
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Domergue Claude 19
Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
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180
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zona da minerarao romana
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181
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EI Descubrimiento Investigaci6n y Explotaci6n de Bauxitas en
Cataluna (1900-1985)
Ester Hoixereu i Vila
o Carvao de Moatize -1950-1974
In~5Mi9uel
Mouel anl05
o Impacto Ambiental de Explora~6es de Minerais Metalicos em
Portugal e sua Recupera~ao numa Perspectiva GeogrMica
LumCo MacucicuQ
A Produ~ao de Minerais Metltilicos em Portugal -Evolu~ao Recente e
Perspectivas Futuras
Jorge Filipe Baptista Duarte
Sec~ao 6 - Recupera~ao e Conserva~ao do Patrim6nio Mineiro e
Metalurgico
Los Hornos Morunos para Yeso de Pezuela de las Torres Madrid
Moorish Kilns for Gypsum in Pezuela de las Torres Madrid
PucheRimt
Mazadego Marrinez I F
Jordcl Bordehore L
Proyecto y Desarrollo de EI Parque Minero de la Comarca de
Riotinto
Jose M Manrecon
Puesta en Marcha dei Parque Geol6gico y Minero de la Comarca de
I Alta Ribagor~a
Hoger Mota Lleonarr
Cloudia Mesa VIchez
MarIO Pigurlguer Ferrando
Marta Vilo Rodriguez
J Mow-Perell6
oOuro na Reg iao do Baixo-Douro (Portugal) da Serra das Banjas a Serra das Flores -um Patrim6nio Natural e Hist6rico a Preservar
Helena Couto
Teresa Soeifo
Ferrocarriles Mineros el Problema del Transporte en la Mineria
Adaluza y en el Alfoz de Cartagena (Espana)
Jose Luis Hernando Fernrlndel
EI Patrimonio Minero del Ferrocarril Minero da la Mina del Tubo 0 del
Tub (Almatret Segria Depresi6n Geol6gica del Ebro)
Josep M MOa Perella
Sergi Falp rra 7i rres
Jaume Vilatella Forr05
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J6ias da Terra - 0 Miner io da Pan asqueira Divulgar para Preservar 501
Pa trim6 nios e Mem6rias
L P6voos
F J A 5 Barriga
A LetCt
e Lopes
MJadlm
IPaivo
$ Medina
Vestig ios de Minera~ao Antiga na Regiao a Sui do Douro entre os Rios 513 Paiva e Arda (Concelhos de Arouca e Castelo de Paiva Portuga l)
Manuel Valerio Figueiredo
Ant6nio Manuel 5 PSIlva
Nota sobre Tres Martelos Mineiros Descobertos na Serra de Valongo 533
Gomalo Amaro
Jose M Branddo
o Escravo Roma no (7) de Pias Alimentar a Hist6ria ou Desmi st ilicar 541
a Cren~a
Jose M Bmnddo
Norhoie Antunes -Ferrella
JoseLNelO
Contribui~ao para a El abora~ao de um Catalogo Gera l dos Artefac tos 555
Arqueol6gicos ligados 11 Minera~ao e Metalurgia Antigas nas
Colec~6es dos Museus Geomineiros do INETI
Jose M Brandoo
Paulo Brave Sliva
Estudio de los Exvotos Ibericos 571 A J CivanlO Redruello
F A COlpus Igles i(J I
F Lara Fernandez
As Mi nas de Ouro Romanas das Serras de Valongo - Uma Visao do seu 581 Interior
n Andre Carvalho
Augusto Monrerro
Lida Baptisra
Tioga Mo teiro
VirorGandfi
Geomining Heritage in the Naturtejo Area Inventory and Tourist 595
Promotion
C Neto de C rvalho
J GOllveia
E(hombino
~ Moreira
o Projecto Rio e 0 Patrim6nio Geo mineiro das Minas da Panasqueira 607
Mario Luis Gaspal Barroquelro
indice de autores 621
8
A Sociedad Espanola
SEDP YM foi fundada el
lt6es preocupadas com 0 P
a Departamento de Engen
Minas da Universidadc Poli
e coordenar actividades rcl
ltao e restauro do Patrimo[
tal tarefa organiza reunio(
promovc visitas a museus [
Tambem colabora com inst
e Mineiro
Essa Sociedade da qu
instituilt6es nacionais a leva
Mineraltao e Metalurgia Hi
Assim constitui-se un
Nacional de Engenharia 1 Patrimonio Arquitect6nico
FLUP e Ciencias-FCUP d~
o planeamento e a execwao
o even to teve lugar
Inaugural as confercncias (
talalt6es da Faculdade de E
tres conferencias a cargo d
paralelas de apresentaltao (
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Temponiria sobre a fundi lt1
Sinos do Porto
o primeiro dia terml
Municipal do Porto nos Jar
tiveram oportunidade de vi
No dia 22 ocorreu ext
Cultura 2000 subordinad
Network com a apresenta
MIN ER ACAo AURiFERA NO CONVENTUS DE BRACARA AUGUSTA
Lemos F 5 Meireies CAP H
Universidade do MinhoUnldade de ArqueologiaAvenida Central nO 394710 - Braga
Lema uaumuminhopt
Instituto Nacional de Engenhari3 Tecnologia e Inovacao Departamento de Geologia
Apartado 1089 4466-956 S Mamede de Infesta
caflosmei rel~ineti pt
RESUMO
N3 numerosa bibliografia acerca do conventus d Bracara Augusta um aspecto que tem sido meshy
nDs trarado ea mineraltao em especial a aurffera Sobre este t ma existem abundantes referencias
nas parce1ares e normalmente incluidas em projectos de i nvest ig a ~ao que incidem sobre 0 povoashy
nlentoNao existe urn q adro de conjunto equivalente aunida e politi a e administrarivada epoca
lomana que abrange grande parte do Norte de Portugal e as zonas merid lonai das provincias de
Ou ense Pontevedr A actividade mlneira aurffera foi um vector fundamenta l 11 organizaltao
do rerrit6rio do conventus como alias de todo 0 Noroeste Peninsular Com ase na bibliografia
jisponivel e em uabalho de campo ja e possi el estabelecer e apresentar urn mapa das frentes e
exploraltao de ouro Pretende-se assim con lribulr para 0 avanlto dos conhecim mos sobr uma
unidade geografica estruturante na f list6ria do Noroeste durante as ultlmos dais mi lenios
ABSTRACT
1here is a large amount of bibliography about the Bracara Augusta conventus But the roman gold
mines subject is less studie Beside there re no strucLUred projects 0 the roman gold mines
belongin to the space of the conventus today divided b tween Galicia (south of Ourense and
Ponteve raj and the North of Portugal The gold mining was a comprehensive aspect of the terrishy
tollal strucLUre of the Bracara Augusta conventus like in all the roman Iberian NW Today wlrh the
suppor t of the available bibliography and the results of terrain work it is alreauy possible TO draw a
map on rhe gold mines sitesThis p er goal Is to contribute to the advan e of the knowledge abou t
ageographical entity (Galaecia) that structured NW Iberian History in the last two mille niums
169
INTRODU~Ao
Os estudos da romanizarao no Noroeste de Portugal e na Galiza tiveram urn
desenvolvimento tardio devido a estratcgias da investigarao peninsular que por
economia discursiva e motivar6es ideologicas pretendiam embora sem dados conshy
sistentes que a finisterra peninsular nunca se tinha integrado no universo classico
Nas tres ultimas decadas do seculo XX os projectos de estudo de Bracara Augusta de LIlCliJAugusti de Tongobriga da rede via ria antiga e de povoamento evidenciaram
uma realidade muito diferente Existe contudo urn dominio pouco invcstigado no
quadro da Callaecia a cxplorarao sistematica dos abundantes recursos metaliferos
Na Callaecia ha que distinguir entre os dois conventus 0 lucense e 0 bracarense
Para uma investigarao rna is adequada e imperioso desfazer as fronteiras medievas e
comemporaneas estudando 0 territorio tal como se encontrava organizado na epoca
Na verdade 0 efeito cruzado das fronteiras contemporaneas e da hist6ria dos estudos
reflecte-se negativamente nos mapas de sintese Mesmo na cartografia mais recenshy
te (Domergue 1991 Sanchez-Palencia 2000) os mapas sugerem como epicentro da
minerarao a Asturia Augustana Minas como as das serras da Padrela e de Valongo
parecem rnarginais De facto a faixa litoral atlantica teve uma expressiva relevancia
mineira Para corrigir as distorr6es cnecessario regressar aos quadros politico admishy
nistrativos coevos ou seja aos territorios conventuais
ENQUADRAMENTO GEOLOGICO REGIONAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
A maior parte das rochas pre - Mesozoicas da Europa constitui urn extenso
cinturao orogenico de 3000 km de comprimento por 800 km de largura resultante da
convergencia e colisao no final do Paleoz6ico ha aproximadamente 300 Ma de dois
~I~ -I ~ ~~ -~ rmiddot ~e
-1 _-I - ~ -gt~
17 1
super-continenshy
tes (Laurussia e
Gondwana)
Figura 1 -
Esquema gera do Orogeno VariSCO
Europeu segunshy
do Franke (1989)
In Geologia de
Espana 2004
gtshyl Cl o w Vl
As idades destas formacoes abarcam desde 0 Proterozoico ao Carbonifero
Apresentam-se deformadas metamorfizadas e intruidas por granitoides ante
Permicos Esta cordilheira apresenta a particularidade de na sua extremidade sushy
doeste na Peninsula Iberica definir uma curvatura designada por Arco Ibero -
Armoricano e cujo nucleo ou charneira de rotacao se situa nas Asturias (fig I)
E na Peninsula Iberica que aflora 0 designado Macico Iberico que constitui
a seccao mais completa em toda a Europa deste orogeno varisco Uma das suas
particularidades e a de apresentar uma certa zonografia estabelecida em funcao de
caracteristicas distintas estratigraficas estruturais metamorficas magmaticas e
tambem metalogcnicas Lotze (1945) foi 0 primeiro a chamar a atencao para esta parshy
ticularidade definindo no lvlacico Iberica seis zonas respectivamente de norte para
sui Cantabrica Asturico - Ocidental Leonesa Galaico - Castelhana Lusitano -
Akudiana Ossa - Morena e Sui Portuguesa (fig 2 A) Basicamente e a sua zonografia
que com algumas modificaC6es importantes vern sendo seguida desde entao Com
Julivert et at (1972) a juncao das zonas Galaico - Castelhana e Lusitano - Alcudiana
deu origem aactual Zona Centro Iberica (fig2 B)
m 18 ZHU~ l8OMU
PreeiHlllllCI mamplIm dill itrd
nt tlTTlil ~spomiddotC0l Z~rraquoO I~rm ~~rrw~~~
~ Pedt~
zo~~ )Pt~
00 Z SUI~VH) 1flWllaPJrlllaa
(A) (B)
Figura 2 - Zonogra fia da Cadeia VarisC3 do Maci 0 Iberico (A) - Proposta original de Lotze (1945)
(B) - Proposla segu ndo Julivert et 01 (1 972)
Mais recentemente pelas suas particularidades estruturais e metamorficas
a Zona Galiza -Tras-os-Montes com os seus dois dominios (complexos aloe tones e
complexo xistento) e definitivamente individualizada a partir daZona Centro Iberica
(Farias et aI 1987 Arenas et aI 1988) Actualmente a Zona Centro Iberica e tamshy
bem subdividida em dois dominios Olho-de-Sapo e Complexo Xisto - Grauvaquico
(fig3)middot Para 0 objectivo deste trabalho importa sobretudo realcar as Zonas Centro
172
Iberica e Galiza - Tras-os-J
abrange apenas estas duas z(
Assim sendo na Zona
za-se pela presenca significat
idade Cambrico superior a (
cia metassedimentar sobrej
intruida por granitos sintec
alto grau As dobras sao gera
o dominio do Comple
pel a presenca de metassedirr esta sequencia de xistos e gr
se uma sequencia variada d
Carbonifero Esta sequencia
quer pos-tectonicos 0 met
contacto das intrusoes granl
soco cadomiano
Quanto aZona Galiza
ser formada por diversas un evolucao tectonometarnorfi(
lar constituindo urn conjun
toe tones da Centro Iberica
Iberica e Galiza - Tras-os-Montes pois que 0 territorio da antiga Bracara Augusta
abrange apenas estas duas zonas geoestruturais Assim sendo na Zona Centro Iberica 0 Dominio do Olho-de-Sapo caracterishy
za-se pela presen~a significativa nos nucleos de antiformas de gneisses glandulares de
idade Cambrico superior a Ordovicico inferior (Forma~ao Olho de Sapo) A sequenshy
cia metassedimentar sobrejacente abrangendo desde 0 Ordovicico ao Devonico e
intruida por granitos sintectonicos Apresenta areas de metamorfismo regional de
alto grau As dobras sao geralmente deitadas com vergencia para nordeste
o dominio do Complexo Xisto Grauvaquico caracteriza-se fundamentalmente
pela presen~a de metassedimentos de idade Cambrica Em discordancia angular com
esta sequencia de xistos e grauvaques subjacente ocorre 0 Ordovicico inferior Segueshy gtshysc uma sequencia variada de metassedimentos que abrange desde 0 Ordovicico ao 0 Cl wCarbonifero Esta sequencia Paleozoica e instrufda quer por granitos sintectonicos Vl
quer pos-tectonicos 0 metamorfismo regional e de baixo grau excepto nas orlas de
contacto das intrus6es graniticas Nalguns locais ocorrem escassos afloramentos do soco cadomiano
Quanto aZona Galiza - Tras-os-Montes uma sua particularidade e0 facto de
ser tormada por diversas unidades tectonoestratigraficas de origens diversas e com
evolu~ao tectonometamorfica distinta e que ocorrem somente no noroeste peninsushy
lar constituindo urn conjunto de mantos aloctoncs carrcados sobre os terrenos aushy
toctoncs da Centro Iberica
zoc-Q-a ~~oeo_~
b) 0 00 d MHbIIIdu 11 ~IQa- IItoSJ
gt0 laltWn f1 ~ 1UanIkiC~~ q OOIMIIO ~IIIIiO4O (PutdIlIDHI
173
Figura 3 - Uil iclades
geo-estrururais do Madro
Iberica (in Geologia de Espana 2004) corn
auaptalt6es de Farias et
01 (1987) Quesada (1991)
Gonzalez Clavijo (1 997)
)
AS MINERALlZAlt6ES AURiFERAS NO ANTIGO TERRITORIO DE BRACARA AUGUSTANO
No que respeita as mineralizalaquooes de ouro que ocorrcm nestas duas zonas geoshy
estruturais e vasta a bibliografia que reallaquoa 0 forte controlo estrutural que joga urn
papel importante na remobilizalaquoao e na concentralaquoao economica destas mineralizashy
laquooes (Gouanvic et al 1981 Courrioux et al 1986 Meireles e Carvalho 1992 Noronha
e Ramos 1993 Pereira et ai 1993 Pereira e Meire1es 1998 Nogueira e Noronha
1998) Sem se pretender ser exaustivo pois 0 estudo metalogenico nao esta no ambito
deste trabalho sao fundamentalmente as estruturas tectonicas geradas durante as
orogenias varisca precoces (cisalhamentos das fases D e D) e tardi varisca (falhas NIoE-zoE) que desempenham 0 principal papel no controlo destas mineralizalaquo6es gtshylgt 0 o (fig 4)W 111
Figura 4 - Esbo~o estrutural
das Zonas Centro Iberica e Gallza
TrAs-os-Montes LEGENDA
zona de gqhamellltll OJO ~ Amiddot~~middot~ IAQtgtshycmiddot_ O- IuI -A~ E y ~ tI~ OMonllOn(I middot~ H middot~-OIMY tMlIIrM I bull Jubullbullmiddotmiddottraquo1dIcI PerrNv 00 CNUlIb
OetJlOImenIoamp ft~ D )
JFIIh-tlfin-~-~ IfIhI~IIIIanI
Alem disso constata-se que as diferentes associalaquooes de metais a que 0 ouro
esta associado podem ser tambem fortemente condicionadas pelo contexto litologico
(Meireles 1991 Meireles e Carvalho 1992 Noronha e Ramos 1993) De facto na sershy
ra das Banjas (anticlinal de Valongo) ha evidencias c1aras comprovadas de concenshy
tralaquooes singeneticas de ouro em sedimentos pelfticos de cor mais escuras finamcnte
bandados com indicios vulcanogenicos e de camadas negras com materia organica
intercalados nos quartzitos arenigianos (Couto 1993 Couto et al 20 03)
Como se pode constatar (fig 5) no territorio do Conventus de Bracara Augusta
embora haja actividade mineira emplacers (jazidas secundarias) particularmente sigshy
nificativas no sector de Ourense a exploralaquoao mineira incidiu fundamentalmente nos
jazigos primarios de ouro quer em filoes quartzosos endogranfticos quer em filoes
de quartzo c brechas tectonicas ferriferas nos metassedimentos encaixantes em esshy
174
pecial nas unidades parautoc
tones destacam-se as forma~
A) EXPLORAltOES I
Nao e facil detectar ve~ teamento das areias fluviais
areias transportadas pelos ril
No rio Coura ha um local des
dro mais apertado 0 esporlio nea de modo que 0 curso do
a montante e da qual sc consshy
rio para a galeria as arcias POt
terminado tempo 0 trabalhc
rante 0 inverno e retomado 11
profundo no qual se deposita
continua Tendo em conta as
Coulaquoo do Monte Furado mint
Ha numerosos vestigios ~
pleistocenicos de genese fluvia
Lima e Minho Neste texto n
arrastre que se observam nas
(fig 5 ponto 14) Pouco profun
rio Tamega e seus afluentes D
tirem varios povoados nas su
de ouro seria relevante justifi(
terminal do rio Lima na margt
pleistocenicas (fig5 ponto 5)
diversos vestfgios de trabalhos
tes incluem-se tanto no ambitc
como no de Tude ambas sedes do conventus de Bracara Auglst~
ralaquoao de Pinheiro Velho a nor
pecial nas unidades parautoctones e aloctone inferior Nos metassedimentos autocshy
tones destacam-se as formalt6es ordovfcicas da estrutura anticlinal de Valongo
A) EXPLORAcOES MINEIRAS ROMANAS - JAZIDAS SECUNDARIAS
AREIAS ALUVIONARES RECENTES
Nao e faci detectar vestfgios de uma actividade tao move como 0 simples bashy
teamento das areias fluviais Todavia em alguns casos a percentagem de metais nas
areias transportadas pelos rios justificou a organizaltao de urn sistema permanente
No rio Coura ha urn local designado por Coulto do Monte Furado onde num meanshy~ gtshydro rna is apertado 0 esporao rochoso (xistos) foi cortado por uma galeria subterrashy Cl o Wnea de modo que 0 curso do rio podia ser controlado graltas a uma represa erguida III
a montante e da qual se conservam vestigios (fig 5 ponto 6) Desviado 0 caudal do
rio para a gale ria as areias pod iam ser exploradas de forma intensiva durante urn deshy
tcrminado tempo 0 trabalho deveria ser realizado sazonalmente interrompido dushy
rante 0 inverno e retomado no periodo de estiagem Na propria galeria ha urn polto
profundo no qual se depositavam areias 0 que coloca a hipotese de uma actividade
continua Tendo em conta as formalt6es cortadas pelo rio Coura recolhia111-se no
Coulto do Monte Furado minerios de DurO e de estanho
I DEPOSITOS PLEISTOCENICOS
Ha numerosos vestigios de exploralt6es mineiras romanas de ouro em depositos
pleistocenicos de genese fluvial designadamente nas bacias dos rios Douro Tamega
Lima e Minho Neste texto referimos apenas alguns principiando peas cortas de
arrastre que se observam nas zonas de Chaves em Outeiro Seco e Outeiro Ivlachado
(fig 5 ponto 14) Pouco profundas estas cortas resultam do des1110nte dos terraltos do
rio Tamega e seus afluentes Distinguem-se bern nos ortofotomapas 0 facto de exisshy
tirem varios povoados nas suas imedialt6es leva-nos a considerar que a quantidade III
~ de ouro seria relevante justificando assentamentos permanentes Tambern no curso u
laquo
terminal do rio Lima na margem esquerda em Vila Mou foram exploradas formalt6es
pleistocenicas (fig5 ponto 5) Nos trechos final e medio do rio Minho conhecem-se
diversos vestigios de trabalhos mineiros em formalt6es de genese fluvial Estas frenshy
tes incluem-se tanto no ambito do territorio de Auria (Ourense) (fig5 pontos 12 e 13)
como no de Tude ambas sedes de civitates e dois dos principais aglomerados urbanos do conventus de Bracara Augusta No extremo nordeste do COllVentllS regista-se a exploshy
raltao de Pinheiro Velho a norte de Vinhais (fig5 ponto 18)
175 middot
B) JAZIDAS PRIMARIAS
o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias destacanshy
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
Serra do Valongo (Fojo das Pombas) No actual territorio galego a area a norte de
Carballino (fig5 ponto II) e impressionante pela intensa mineracao antiga de Duro
e estanho
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970 Almeida I973 Castro
I960 e I963 Lencastre I966 XTahl 1986 I988 e I989) considerando 0 facto de serem
complexos mineiros ja parcialmente estudados destacaremos apenas 0 seguinte a
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos urn entre a civitas de Cale
e a de Tongobriga 0 outro entre a civitas de Aquae fltlaviae a norte e a suI a civitas com
sede na area de Constantim de Pan6ias a elevaeia percentagem de ouro por tonelada
a cronologia do inicio da actividade mineira que e possivel datar da dinastia Julioshy
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto) a prosperidade destes territorios que atrashy
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste 0 facto de estarem
directamente ligados a Bracara Augllsta atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
Via XVI (Serra de Valongo)
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas exploshy
racoes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas
) ZONA ORIENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental
ou seja na faixa interior e leste do conventus para alem da Serra da Padrela outras
tre relevantes zonas mineiras Macedinho - Vila Verde - S Salvador (concelhos
de Mirandela e Vila Flor) Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas)
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S Salvador sao numerosos os vestishy
Vl gios de exploracao de filoes de quartzo pelo metodo designado por PHnio como aura ~ u canalicum ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio Urn dos exemplos laquo
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz 0 DUro foi
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientacao NIO-20E que sc
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia
de Macedinho numa extensao d~ I5 km
Outros extensos desIllontes do f1esmo tipo foram assinalados nas cartas I25 000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S Salvador (Vila Flor) Em numeroshy
sus pontos a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que
seja possivel afirmar-se se foram frentes de exploracao ou apenas de prospeccao De
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha
J 76
de muralhas bern como vcst
~~ ao Em nosso entendcr cst(
a civitas dos Baniensium (LeI
com capital em S Juzenda
media bacia do Tua
Outra zona mineira au
Passos tendo como povoad
ploracao sejam discretas ha
pode ser observado com nit
profunda vein trench resultar
A nordeste destes doi~
situa-se outra zona mal ava
das Freitas (Almeida 1970 T
inllmeros vestigios cle miner
clo rio Terva (afluente do Ti
desceu 0 desmonte pequcnl
levo galerias (umas de extr2
abrange uma vasta area mine
e a oeste pelo Corgo clo Vicl
cico de Chaves Trata-se de relativamente aD
) Apresen
ckwerk de filoes de quartzo
de filoes subverticais (c) de (
cao macroscopica 0 quartzo milonitizacao a arsenopirit
Poco das Freitas proximo d
orientacao N120-130E Nurr
pais controlos tectonicos da
orientacao N80E esquerdo~
NI20-I30E dextros (area de
das Freitas)
A par dos distritos mil
antiga na zona leste do COllt
se coloca por ora a hipotes
refer i-los no presente trabal
de Bracara Augusta junto ac
como vicus e que se chama
expressivos vestigios de min
xistosos Tais vestfgios ja fo
de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
177
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designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
middotmiddotmiddotmiddot 178
territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
aconselham que 0 estudo dm do pois que se trata de urn Vf
desta regiao do Imperio ROlli
o substrato geologico mente complexo Estacompll directa na diversidade das ti~
gicos em geral
Almeida C A Ferreir
J ales e Tres Minas (Tras-osshy
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P
FKlein E Marqufnezj N Pablo MaciaJG de Peinadc
geologicas y significado de 101
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Argote Jeronimo Cant do Arcebispado Primaz de Brag
Castro Luis de Albu( Trabalhos do Servifo de Foment
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Etnografia
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Couto HM Roger (
tos para 0 conhecimento do (UNL) Lisboa nO esp V CD
Domergue Claude 19
Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
BIBLIOGRAFIA
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179
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Portugal Algumas reflex6es Cuad Lab Xeo Laxe 18 133-146 Pereira pound amp Meireles C 1998 Metais preciosos em Portugal Situarao da inshy
vestigarao geol6gica ~ mineira Est Notas e Trab Inst Geo Mineiro tomo 40 3-34 Pereira poundS Ribeiro A amp Meireles c 1993 Cisalhamentos hercinicos e conshy
trolo das mineralizar6es na Zona Centro Iberica em Portugal Cuad Lab Xeo Laxe Coruna nO 18 89-JI9
Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
180
Wahljurgen1986R das minas de ouro romtlllas de
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zona da minerarao romana
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181
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Manuel Valerio Figueiredo
Ant6nio Manuel 5 PSIlva
Nota sobre Tres Martelos Mineiros Descobertos na Serra de Valongo 533
Gomalo Amaro
Jose M Branddo
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a Cren~a
Jose M Bmnddo
Norhoie Antunes -Ferrella
JoseLNelO
Contribui~ao para a El abora~ao de um Catalogo Gera l dos Artefac tos 555
Arqueol6gicos ligados 11 Minera~ao e Metalurgia Antigas nas
Colec~6es dos Museus Geomineiros do INETI
Jose M Brandoo
Paulo Brave Sliva
Estudio de los Exvotos Ibericos 571 A J CivanlO Redruello
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As Mi nas de Ouro Romanas das Serras de Valongo - Uma Visao do seu 581 Interior
n Andre Carvalho
Augusto Monrerro
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Geomining Heritage in the Naturtejo Area Inventory and Tourist 595
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Mario Luis Gaspal Barroquelro
indice de autores 621
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lt6es preocupadas com 0 P
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Cultura 2000 subordinad
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Universidade do MinhoUnldade de ArqueologiaAvenida Central nO 394710 - Braga
Lema uaumuminhopt
Instituto Nacional de Engenhari3 Tecnologia e Inovacao Departamento de Geologia
Apartado 1089 4466-956 S Mamede de Infesta
caflosmei rel~ineti pt
RESUMO
N3 numerosa bibliografia acerca do conventus d Bracara Augusta um aspecto que tem sido meshy
nDs trarado ea mineraltao em especial a aurffera Sobre este t ma existem abundantes referencias
nas parce1ares e normalmente incluidas em projectos de i nvest ig a ~ao que incidem sobre 0 povoashy
nlentoNao existe urn q adro de conjunto equivalente aunida e politi a e administrarivada epoca
lomana que abrange grande parte do Norte de Portugal e as zonas merid lonai das provincias de
Ou ense Pontevedr A actividade mlneira aurffera foi um vector fundamenta l 11 organizaltao
do rerrit6rio do conventus como alias de todo 0 Noroeste Peninsular Com ase na bibliografia
jisponivel e em uabalho de campo ja e possi el estabelecer e apresentar urn mapa das frentes e
exploraltao de ouro Pretende-se assim con lribulr para 0 avanlto dos conhecim mos sobr uma
unidade geografica estruturante na f list6ria do Noroeste durante as ultlmos dais mi lenios
ABSTRACT
1here is a large amount of bibliography about the Bracara Augusta conventus But the roman gold
mines subject is less studie Beside there re no strucLUred projects 0 the roman gold mines
belongin to the space of the conventus today divided b tween Galicia (south of Ourense and
Ponteve raj and the North of Portugal The gold mining was a comprehensive aspect of the terrishy
tollal strucLUre of the Bracara Augusta conventus like in all the roman Iberian NW Today wlrh the
suppor t of the available bibliography and the results of terrain work it is alreauy possible TO draw a
map on rhe gold mines sitesThis p er goal Is to contribute to the advan e of the knowledge abou t
ageographical entity (Galaecia) that structured NW Iberian History in the last two mille niums
169
INTRODU~Ao
Os estudos da romanizarao no Noroeste de Portugal e na Galiza tiveram urn
desenvolvimento tardio devido a estratcgias da investigarao peninsular que por
economia discursiva e motivar6es ideologicas pretendiam embora sem dados conshy
sistentes que a finisterra peninsular nunca se tinha integrado no universo classico
Nas tres ultimas decadas do seculo XX os projectos de estudo de Bracara Augusta de LIlCliJAugusti de Tongobriga da rede via ria antiga e de povoamento evidenciaram
uma realidade muito diferente Existe contudo urn dominio pouco invcstigado no
quadro da Callaecia a cxplorarao sistematica dos abundantes recursos metaliferos
Na Callaecia ha que distinguir entre os dois conventus 0 lucense e 0 bracarense
Para uma investigarao rna is adequada e imperioso desfazer as fronteiras medievas e
comemporaneas estudando 0 territorio tal como se encontrava organizado na epoca
Na verdade 0 efeito cruzado das fronteiras contemporaneas e da hist6ria dos estudos
reflecte-se negativamente nos mapas de sintese Mesmo na cartografia mais recenshy
te (Domergue 1991 Sanchez-Palencia 2000) os mapas sugerem como epicentro da
minerarao a Asturia Augustana Minas como as das serras da Padrela e de Valongo
parecem rnarginais De facto a faixa litoral atlantica teve uma expressiva relevancia
mineira Para corrigir as distorr6es cnecessario regressar aos quadros politico admishy
nistrativos coevos ou seja aos territorios conventuais
ENQUADRAMENTO GEOLOGICO REGIONAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
A maior parte das rochas pre - Mesozoicas da Europa constitui urn extenso
cinturao orogenico de 3000 km de comprimento por 800 km de largura resultante da
convergencia e colisao no final do Paleoz6ico ha aproximadamente 300 Ma de dois
~I~ -I ~ ~~ -~ rmiddot ~e
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17 1
super-continenshy
tes (Laurussia e
Gondwana)
Figura 1 -
Esquema gera do Orogeno VariSCO
Europeu segunshy
do Franke (1989)
In Geologia de
Espana 2004
gtshyl Cl o w Vl
As idades destas formacoes abarcam desde 0 Proterozoico ao Carbonifero
Apresentam-se deformadas metamorfizadas e intruidas por granitoides ante
Permicos Esta cordilheira apresenta a particularidade de na sua extremidade sushy
doeste na Peninsula Iberica definir uma curvatura designada por Arco Ibero -
Armoricano e cujo nucleo ou charneira de rotacao se situa nas Asturias (fig I)
E na Peninsula Iberica que aflora 0 designado Macico Iberico que constitui
a seccao mais completa em toda a Europa deste orogeno varisco Uma das suas
particularidades e a de apresentar uma certa zonografia estabelecida em funcao de
caracteristicas distintas estratigraficas estruturais metamorficas magmaticas e
tambem metalogcnicas Lotze (1945) foi 0 primeiro a chamar a atencao para esta parshy
ticularidade definindo no lvlacico Iberica seis zonas respectivamente de norte para
sui Cantabrica Asturico - Ocidental Leonesa Galaico - Castelhana Lusitano -
Akudiana Ossa - Morena e Sui Portuguesa (fig 2 A) Basicamente e a sua zonografia
que com algumas modificaC6es importantes vern sendo seguida desde entao Com
Julivert et at (1972) a juncao das zonas Galaico - Castelhana e Lusitano - Alcudiana
deu origem aactual Zona Centro Iberica (fig2 B)
m 18 ZHU~ l8OMU
PreeiHlllllCI mamplIm dill itrd
nt tlTTlil ~spomiddotC0l Z~rraquoO I~rm ~~rrw~~~
~ Pedt~
zo~~ )Pt~
00 Z SUI~VH) 1flWllaPJrlllaa
(A) (B)
Figura 2 - Zonogra fia da Cadeia VarisC3 do Maci 0 Iberico (A) - Proposta original de Lotze (1945)
(B) - Proposla segu ndo Julivert et 01 (1 972)
Mais recentemente pelas suas particularidades estruturais e metamorficas
a Zona Galiza -Tras-os-Montes com os seus dois dominios (complexos aloe tones e
complexo xistento) e definitivamente individualizada a partir daZona Centro Iberica
(Farias et aI 1987 Arenas et aI 1988) Actualmente a Zona Centro Iberica e tamshy
bem subdividida em dois dominios Olho-de-Sapo e Complexo Xisto - Grauvaquico
(fig3)middot Para 0 objectivo deste trabalho importa sobretudo realcar as Zonas Centro
172
Iberica e Galiza - Tras-os-J
abrange apenas estas duas z(
Assim sendo na Zona
za-se pela presenca significat
idade Cambrico superior a (
cia metassedimentar sobrej
intruida por granitos sintec
alto grau As dobras sao gera
o dominio do Comple
pel a presenca de metassedirr esta sequencia de xistos e gr
se uma sequencia variada d
Carbonifero Esta sequencia
quer pos-tectonicos 0 met
contacto das intrusoes granl
soco cadomiano
Quanto aZona Galiza
ser formada por diversas un evolucao tectonometarnorfi(
lar constituindo urn conjun
toe tones da Centro Iberica
Iberica e Galiza - Tras-os-Montes pois que 0 territorio da antiga Bracara Augusta
abrange apenas estas duas zonas geoestruturais Assim sendo na Zona Centro Iberica 0 Dominio do Olho-de-Sapo caracterishy
za-se pela presen~a significativa nos nucleos de antiformas de gneisses glandulares de
idade Cambrico superior a Ordovicico inferior (Forma~ao Olho de Sapo) A sequenshy
cia metassedimentar sobrejacente abrangendo desde 0 Ordovicico ao Devonico e
intruida por granitos sintectonicos Apresenta areas de metamorfismo regional de
alto grau As dobras sao geralmente deitadas com vergencia para nordeste
o dominio do Complexo Xisto Grauvaquico caracteriza-se fundamentalmente
pela presen~a de metassedimentos de idade Cambrica Em discordancia angular com
esta sequencia de xistos e grauvaques subjacente ocorre 0 Ordovicico inferior Segueshy gtshysc uma sequencia variada de metassedimentos que abrange desde 0 Ordovicico ao 0 Cl wCarbonifero Esta sequencia Paleozoica e instrufda quer por granitos sintectonicos Vl
quer pos-tectonicos 0 metamorfismo regional e de baixo grau excepto nas orlas de
contacto das intrus6es graniticas Nalguns locais ocorrem escassos afloramentos do soco cadomiano
Quanto aZona Galiza - Tras-os-Montes uma sua particularidade e0 facto de
ser tormada por diversas unidades tectonoestratigraficas de origens diversas e com
evolu~ao tectonometamorfica distinta e que ocorrem somente no noroeste peninsushy
lar constituindo urn conjunto de mantos aloctoncs carrcados sobre os terrenos aushy
toctoncs da Centro Iberica
zoc-Q-a ~~oeo_~
b) 0 00 d MHbIIIdu 11 ~IQa- IItoSJ
gt0 laltWn f1 ~ 1UanIkiC~~ q OOIMIIO ~IIIIiO4O (PutdIlIDHI
173
Figura 3 - Uil iclades
geo-estrururais do Madro
Iberica (in Geologia de Espana 2004) corn
auaptalt6es de Farias et
01 (1987) Quesada (1991)
Gonzalez Clavijo (1 997)
)
AS MINERALlZAlt6ES AURiFERAS NO ANTIGO TERRITORIO DE BRACARA AUGUSTANO
No que respeita as mineralizalaquooes de ouro que ocorrcm nestas duas zonas geoshy
estruturais e vasta a bibliografia que reallaquoa 0 forte controlo estrutural que joga urn
papel importante na remobilizalaquoao e na concentralaquoao economica destas mineralizashy
laquooes (Gouanvic et al 1981 Courrioux et al 1986 Meireles e Carvalho 1992 Noronha
e Ramos 1993 Pereira et ai 1993 Pereira e Meire1es 1998 Nogueira e Noronha
1998) Sem se pretender ser exaustivo pois 0 estudo metalogenico nao esta no ambito
deste trabalho sao fundamentalmente as estruturas tectonicas geradas durante as
orogenias varisca precoces (cisalhamentos das fases D e D) e tardi varisca (falhas NIoE-zoE) que desempenham 0 principal papel no controlo destas mineralizalaquo6es gtshylgt 0 o (fig 4)W 111
Figura 4 - Esbo~o estrutural
das Zonas Centro Iberica e Gallza
TrAs-os-Montes LEGENDA
zona de gqhamellltll OJO ~ Amiddot~~middot~ IAQtgtshycmiddot_ O- IuI -A~ E y ~ tI~ OMonllOn(I middot~ H middot~-OIMY tMlIIrM I bull Jubullbullmiddotmiddottraquo1dIcI PerrNv 00 CNUlIb
OetJlOImenIoamp ft~ D )
JFIIh-tlfin-~-~ IfIhI~IIIIanI
Alem disso constata-se que as diferentes associalaquooes de metais a que 0 ouro
esta associado podem ser tambem fortemente condicionadas pelo contexto litologico
(Meireles 1991 Meireles e Carvalho 1992 Noronha e Ramos 1993) De facto na sershy
ra das Banjas (anticlinal de Valongo) ha evidencias c1aras comprovadas de concenshy
tralaquooes singeneticas de ouro em sedimentos pelfticos de cor mais escuras finamcnte
bandados com indicios vulcanogenicos e de camadas negras com materia organica
intercalados nos quartzitos arenigianos (Couto 1993 Couto et al 20 03)
Como se pode constatar (fig 5) no territorio do Conventus de Bracara Augusta
embora haja actividade mineira emplacers (jazidas secundarias) particularmente sigshy
nificativas no sector de Ourense a exploralaquoao mineira incidiu fundamentalmente nos
jazigos primarios de ouro quer em filoes quartzosos endogranfticos quer em filoes
de quartzo c brechas tectonicas ferriferas nos metassedimentos encaixantes em esshy
174
pecial nas unidades parautoc
tones destacam-se as forma~
A) EXPLORAltOES I
Nao e facil detectar ve~ teamento das areias fluviais
areias transportadas pelos ril
No rio Coura ha um local des
dro mais apertado 0 esporlio nea de modo que 0 curso do
a montante e da qual sc consshy
rio para a galeria as arcias POt
terminado tempo 0 trabalhc
rante 0 inverno e retomado 11
profundo no qual se deposita
continua Tendo em conta as
Coulaquoo do Monte Furado mint
Ha numerosos vestigios ~
pleistocenicos de genese fluvia
Lima e Minho Neste texto n
arrastre que se observam nas
(fig 5 ponto 14) Pouco profun
rio Tamega e seus afluentes D
tirem varios povoados nas su
de ouro seria relevante justifi(
terminal do rio Lima na margt
pleistocenicas (fig5 ponto 5)
diversos vestfgios de trabalhos
tes incluem-se tanto no ambitc
como no de Tude ambas sedes do conventus de Bracara Auglst~
ralaquoao de Pinheiro Velho a nor
pecial nas unidades parautoctones e aloctone inferior Nos metassedimentos autocshy
tones destacam-se as formalt6es ordovfcicas da estrutura anticlinal de Valongo
A) EXPLORAcOES MINEIRAS ROMANAS - JAZIDAS SECUNDARIAS
AREIAS ALUVIONARES RECENTES
Nao e faci detectar vestfgios de uma actividade tao move como 0 simples bashy
teamento das areias fluviais Todavia em alguns casos a percentagem de metais nas
areias transportadas pelos rios justificou a organizaltao de urn sistema permanente
No rio Coura ha urn local designado por Coulto do Monte Furado onde num meanshy~ gtshydro rna is apertado 0 esporao rochoso (xistos) foi cortado por uma galeria subterrashy Cl o Wnea de modo que 0 curso do rio podia ser controlado graltas a uma represa erguida III
a montante e da qual se conservam vestigios (fig 5 ponto 6) Desviado 0 caudal do
rio para a gale ria as areias pod iam ser exploradas de forma intensiva durante urn deshy
tcrminado tempo 0 trabalho deveria ser realizado sazonalmente interrompido dushy
rante 0 inverno e retomado no periodo de estiagem Na propria galeria ha urn polto
profundo no qual se depositavam areias 0 que coloca a hipotese de uma actividade
continua Tendo em conta as formalt6es cortadas pelo rio Coura recolhia111-se no
Coulto do Monte Furado minerios de DurO e de estanho
I DEPOSITOS PLEISTOCENICOS
Ha numerosos vestigios de exploralt6es mineiras romanas de ouro em depositos
pleistocenicos de genese fluvial designadamente nas bacias dos rios Douro Tamega
Lima e Minho Neste texto referimos apenas alguns principiando peas cortas de
arrastre que se observam nas zonas de Chaves em Outeiro Seco e Outeiro Ivlachado
(fig 5 ponto 14) Pouco profundas estas cortas resultam do des1110nte dos terraltos do
rio Tamega e seus afluentes Distinguem-se bern nos ortofotomapas 0 facto de exisshy
tirem varios povoados nas suas imedialt6es leva-nos a considerar que a quantidade III
~ de ouro seria relevante justificando assentamentos permanentes Tambern no curso u
laquo
terminal do rio Lima na margem esquerda em Vila Mou foram exploradas formalt6es
pleistocenicas (fig5 ponto 5) Nos trechos final e medio do rio Minho conhecem-se
diversos vestigios de trabalhos mineiros em formalt6es de genese fluvial Estas frenshy
tes incluem-se tanto no ambito do territorio de Auria (Ourense) (fig5 pontos 12 e 13)
como no de Tude ambas sedes de civitates e dois dos principais aglomerados urbanos do conventus de Bracara Augusta No extremo nordeste do COllVentllS regista-se a exploshy
raltao de Pinheiro Velho a norte de Vinhais (fig5 ponto 18)
175 middot
B) JAZIDAS PRIMARIAS
o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias destacanshy
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
Serra do Valongo (Fojo das Pombas) No actual territorio galego a area a norte de
Carballino (fig5 ponto II) e impressionante pela intensa mineracao antiga de Duro
e estanho
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970 Almeida I973 Castro
I960 e I963 Lencastre I966 XTahl 1986 I988 e I989) considerando 0 facto de serem
complexos mineiros ja parcialmente estudados destacaremos apenas 0 seguinte a
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos urn entre a civitas de Cale
e a de Tongobriga 0 outro entre a civitas de Aquae fltlaviae a norte e a suI a civitas com
sede na area de Constantim de Pan6ias a elevaeia percentagem de ouro por tonelada
a cronologia do inicio da actividade mineira que e possivel datar da dinastia Julioshy
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto) a prosperidade destes territorios que atrashy
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste 0 facto de estarem
directamente ligados a Bracara Augllsta atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
Via XVI (Serra de Valongo)
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas exploshy
racoes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas
) ZONA ORIENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental
ou seja na faixa interior e leste do conventus para alem da Serra da Padrela outras
tre relevantes zonas mineiras Macedinho - Vila Verde - S Salvador (concelhos
de Mirandela e Vila Flor) Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas)
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S Salvador sao numerosos os vestishy
Vl gios de exploracao de filoes de quartzo pelo metodo designado por PHnio como aura ~ u canalicum ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio Urn dos exemplos laquo
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz 0 DUro foi
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientacao NIO-20E que sc
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia
de Macedinho numa extensao d~ I5 km
Outros extensos desIllontes do f1esmo tipo foram assinalados nas cartas I25 000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S Salvador (Vila Flor) Em numeroshy
sus pontos a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que
seja possivel afirmar-se se foram frentes de exploracao ou apenas de prospeccao De
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha
J 76
de muralhas bern como vcst
~~ ao Em nosso entendcr cst(
a civitas dos Baniensium (LeI
com capital em S Juzenda
media bacia do Tua
Outra zona mineira au
Passos tendo como povoad
ploracao sejam discretas ha
pode ser observado com nit
profunda vein trench resultar
A nordeste destes doi~
situa-se outra zona mal ava
das Freitas (Almeida 1970 T
inllmeros vestigios cle miner
clo rio Terva (afluente do Ti
desceu 0 desmonte pequcnl
levo galerias (umas de extr2
abrange uma vasta area mine
e a oeste pelo Corgo clo Vicl
cico de Chaves Trata-se de relativamente aD
) Apresen
ckwerk de filoes de quartzo
de filoes subverticais (c) de (
cao macroscopica 0 quartzo milonitizacao a arsenopirit
Poco das Freitas proximo d
orientacao N120-130E Nurr
pais controlos tectonicos da
orientacao N80E esquerdo~
NI20-I30E dextros (area de
das Freitas)
A par dos distritos mil
antiga na zona leste do COllt
se coloca por ora a hipotes
refer i-los no presente trabal
de Bracara Augusta junto ac
como vicus e que se chama
expressivos vestigios de min
xistosos Tais vestfgios ja fo
de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
177
l
l
designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
middotmiddotmiddotmiddot 178
territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
aconselham que 0 estudo dm do pois que se trata de urn Vf
desta regiao do Imperio ROlli
o substrato geologico mente complexo Estacompll directa na diversidade das ti~
gicos em geral
Almeida C A Ferreir
J ales e Tres Minas (Tras-osshy
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P
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Domergue Claude 19
Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
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181
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MIN ER ACAo AURiFERA NO CONVENTUS DE BRACARA AUGUSTA
Lemos F 5 Meireies CAP H
Universidade do MinhoUnldade de ArqueologiaAvenida Central nO 394710 - Braga
Lema uaumuminhopt
Instituto Nacional de Engenhari3 Tecnologia e Inovacao Departamento de Geologia
Apartado 1089 4466-956 S Mamede de Infesta
caflosmei rel~ineti pt
RESUMO
N3 numerosa bibliografia acerca do conventus d Bracara Augusta um aspecto que tem sido meshy
nDs trarado ea mineraltao em especial a aurffera Sobre este t ma existem abundantes referencias
nas parce1ares e normalmente incluidas em projectos de i nvest ig a ~ao que incidem sobre 0 povoashy
nlentoNao existe urn q adro de conjunto equivalente aunida e politi a e administrarivada epoca
lomana que abrange grande parte do Norte de Portugal e as zonas merid lonai das provincias de
Ou ense Pontevedr A actividade mlneira aurffera foi um vector fundamenta l 11 organizaltao
do rerrit6rio do conventus como alias de todo 0 Noroeste Peninsular Com ase na bibliografia
jisponivel e em uabalho de campo ja e possi el estabelecer e apresentar urn mapa das frentes e
exploraltao de ouro Pretende-se assim con lribulr para 0 avanlto dos conhecim mos sobr uma
unidade geografica estruturante na f list6ria do Noroeste durante as ultlmos dais mi lenios
ABSTRACT
1here is a large amount of bibliography about the Bracara Augusta conventus But the roman gold
mines subject is less studie Beside there re no strucLUred projects 0 the roman gold mines
belongin to the space of the conventus today divided b tween Galicia (south of Ourense and
Ponteve raj and the North of Portugal The gold mining was a comprehensive aspect of the terrishy
tollal strucLUre of the Bracara Augusta conventus like in all the roman Iberian NW Today wlrh the
suppor t of the available bibliography and the results of terrain work it is alreauy possible TO draw a
map on rhe gold mines sitesThis p er goal Is to contribute to the advan e of the knowledge abou t
ageographical entity (Galaecia) that structured NW Iberian History in the last two mille niums
169
INTRODU~Ao
Os estudos da romanizarao no Noroeste de Portugal e na Galiza tiveram urn
desenvolvimento tardio devido a estratcgias da investigarao peninsular que por
economia discursiva e motivar6es ideologicas pretendiam embora sem dados conshy
sistentes que a finisterra peninsular nunca se tinha integrado no universo classico
Nas tres ultimas decadas do seculo XX os projectos de estudo de Bracara Augusta de LIlCliJAugusti de Tongobriga da rede via ria antiga e de povoamento evidenciaram
uma realidade muito diferente Existe contudo urn dominio pouco invcstigado no
quadro da Callaecia a cxplorarao sistematica dos abundantes recursos metaliferos
Na Callaecia ha que distinguir entre os dois conventus 0 lucense e 0 bracarense
Para uma investigarao rna is adequada e imperioso desfazer as fronteiras medievas e
comemporaneas estudando 0 territorio tal como se encontrava organizado na epoca
Na verdade 0 efeito cruzado das fronteiras contemporaneas e da hist6ria dos estudos
reflecte-se negativamente nos mapas de sintese Mesmo na cartografia mais recenshy
te (Domergue 1991 Sanchez-Palencia 2000) os mapas sugerem como epicentro da
minerarao a Asturia Augustana Minas como as das serras da Padrela e de Valongo
parecem rnarginais De facto a faixa litoral atlantica teve uma expressiva relevancia
mineira Para corrigir as distorr6es cnecessario regressar aos quadros politico admishy
nistrativos coevos ou seja aos territorios conventuais
ENQUADRAMENTO GEOLOGICO REGIONAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
A maior parte das rochas pre - Mesozoicas da Europa constitui urn extenso
cinturao orogenico de 3000 km de comprimento por 800 km de largura resultante da
convergencia e colisao no final do Paleoz6ico ha aproximadamente 300 Ma de dois
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-1 _-I - ~ -gt~
17 1
super-continenshy
tes (Laurussia e
Gondwana)
Figura 1 -
Esquema gera do Orogeno VariSCO
Europeu segunshy
do Franke (1989)
In Geologia de
Espana 2004
gtshyl Cl o w Vl
As idades destas formacoes abarcam desde 0 Proterozoico ao Carbonifero
Apresentam-se deformadas metamorfizadas e intruidas por granitoides ante
Permicos Esta cordilheira apresenta a particularidade de na sua extremidade sushy
doeste na Peninsula Iberica definir uma curvatura designada por Arco Ibero -
Armoricano e cujo nucleo ou charneira de rotacao se situa nas Asturias (fig I)
E na Peninsula Iberica que aflora 0 designado Macico Iberico que constitui
a seccao mais completa em toda a Europa deste orogeno varisco Uma das suas
particularidades e a de apresentar uma certa zonografia estabelecida em funcao de
caracteristicas distintas estratigraficas estruturais metamorficas magmaticas e
tambem metalogcnicas Lotze (1945) foi 0 primeiro a chamar a atencao para esta parshy
ticularidade definindo no lvlacico Iberica seis zonas respectivamente de norte para
sui Cantabrica Asturico - Ocidental Leonesa Galaico - Castelhana Lusitano -
Akudiana Ossa - Morena e Sui Portuguesa (fig 2 A) Basicamente e a sua zonografia
que com algumas modificaC6es importantes vern sendo seguida desde entao Com
Julivert et at (1972) a juncao das zonas Galaico - Castelhana e Lusitano - Alcudiana
deu origem aactual Zona Centro Iberica (fig2 B)
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(A) (B)
Figura 2 - Zonogra fia da Cadeia VarisC3 do Maci 0 Iberico (A) - Proposta original de Lotze (1945)
(B) - Proposla segu ndo Julivert et 01 (1 972)
Mais recentemente pelas suas particularidades estruturais e metamorficas
a Zona Galiza -Tras-os-Montes com os seus dois dominios (complexos aloe tones e
complexo xistento) e definitivamente individualizada a partir daZona Centro Iberica
(Farias et aI 1987 Arenas et aI 1988) Actualmente a Zona Centro Iberica e tamshy
bem subdividida em dois dominios Olho-de-Sapo e Complexo Xisto - Grauvaquico
(fig3)middot Para 0 objectivo deste trabalho importa sobretudo realcar as Zonas Centro
172
Iberica e Galiza - Tras-os-J
abrange apenas estas duas z(
Assim sendo na Zona
za-se pela presenca significat
idade Cambrico superior a (
cia metassedimentar sobrej
intruida por granitos sintec
alto grau As dobras sao gera
o dominio do Comple
pel a presenca de metassedirr esta sequencia de xistos e gr
se uma sequencia variada d
Carbonifero Esta sequencia
quer pos-tectonicos 0 met
contacto das intrusoes granl
soco cadomiano
Quanto aZona Galiza
ser formada por diversas un evolucao tectonometarnorfi(
lar constituindo urn conjun
toe tones da Centro Iberica
Iberica e Galiza - Tras-os-Montes pois que 0 territorio da antiga Bracara Augusta
abrange apenas estas duas zonas geoestruturais Assim sendo na Zona Centro Iberica 0 Dominio do Olho-de-Sapo caracterishy
za-se pela presen~a significativa nos nucleos de antiformas de gneisses glandulares de
idade Cambrico superior a Ordovicico inferior (Forma~ao Olho de Sapo) A sequenshy
cia metassedimentar sobrejacente abrangendo desde 0 Ordovicico ao Devonico e
intruida por granitos sintectonicos Apresenta areas de metamorfismo regional de
alto grau As dobras sao geralmente deitadas com vergencia para nordeste
o dominio do Complexo Xisto Grauvaquico caracteriza-se fundamentalmente
pela presen~a de metassedimentos de idade Cambrica Em discordancia angular com
esta sequencia de xistos e grauvaques subjacente ocorre 0 Ordovicico inferior Segueshy gtshysc uma sequencia variada de metassedimentos que abrange desde 0 Ordovicico ao 0 Cl wCarbonifero Esta sequencia Paleozoica e instrufda quer por granitos sintectonicos Vl
quer pos-tectonicos 0 metamorfismo regional e de baixo grau excepto nas orlas de
contacto das intrus6es graniticas Nalguns locais ocorrem escassos afloramentos do soco cadomiano
Quanto aZona Galiza - Tras-os-Montes uma sua particularidade e0 facto de
ser tormada por diversas unidades tectonoestratigraficas de origens diversas e com
evolu~ao tectonometamorfica distinta e que ocorrem somente no noroeste peninsushy
lar constituindo urn conjunto de mantos aloctoncs carrcados sobre os terrenos aushy
toctoncs da Centro Iberica
zoc-Q-a ~~oeo_~
b) 0 00 d MHbIIIdu 11 ~IQa- IItoSJ
gt0 laltWn f1 ~ 1UanIkiC~~ q OOIMIIO ~IIIIiO4O (PutdIlIDHI
173
Figura 3 - Uil iclades
geo-estrururais do Madro
Iberica (in Geologia de Espana 2004) corn
auaptalt6es de Farias et
01 (1987) Quesada (1991)
Gonzalez Clavijo (1 997)
)
AS MINERALlZAlt6ES AURiFERAS NO ANTIGO TERRITORIO DE BRACARA AUGUSTANO
No que respeita as mineralizalaquooes de ouro que ocorrcm nestas duas zonas geoshy
estruturais e vasta a bibliografia que reallaquoa 0 forte controlo estrutural que joga urn
papel importante na remobilizalaquoao e na concentralaquoao economica destas mineralizashy
laquooes (Gouanvic et al 1981 Courrioux et al 1986 Meireles e Carvalho 1992 Noronha
e Ramos 1993 Pereira et ai 1993 Pereira e Meire1es 1998 Nogueira e Noronha
1998) Sem se pretender ser exaustivo pois 0 estudo metalogenico nao esta no ambito
deste trabalho sao fundamentalmente as estruturas tectonicas geradas durante as
orogenias varisca precoces (cisalhamentos das fases D e D) e tardi varisca (falhas NIoE-zoE) que desempenham 0 principal papel no controlo destas mineralizalaquo6es gtshylgt 0 o (fig 4)W 111
Figura 4 - Esbo~o estrutural
das Zonas Centro Iberica e Gallza
TrAs-os-Montes LEGENDA
zona de gqhamellltll OJO ~ Amiddot~~middot~ IAQtgtshycmiddot_ O- IuI -A~ E y ~ tI~ OMonllOn(I middot~ H middot~-OIMY tMlIIrM I bull Jubullbullmiddotmiddottraquo1dIcI PerrNv 00 CNUlIb
OetJlOImenIoamp ft~ D )
JFIIh-tlfin-~-~ IfIhI~IIIIanI
Alem disso constata-se que as diferentes associalaquooes de metais a que 0 ouro
esta associado podem ser tambem fortemente condicionadas pelo contexto litologico
(Meireles 1991 Meireles e Carvalho 1992 Noronha e Ramos 1993) De facto na sershy
ra das Banjas (anticlinal de Valongo) ha evidencias c1aras comprovadas de concenshy
tralaquooes singeneticas de ouro em sedimentos pelfticos de cor mais escuras finamcnte
bandados com indicios vulcanogenicos e de camadas negras com materia organica
intercalados nos quartzitos arenigianos (Couto 1993 Couto et al 20 03)
Como se pode constatar (fig 5) no territorio do Conventus de Bracara Augusta
embora haja actividade mineira emplacers (jazidas secundarias) particularmente sigshy
nificativas no sector de Ourense a exploralaquoao mineira incidiu fundamentalmente nos
jazigos primarios de ouro quer em filoes quartzosos endogranfticos quer em filoes
de quartzo c brechas tectonicas ferriferas nos metassedimentos encaixantes em esshy
174
pecial nas unidades parautoc
tones destacam-se as forma~
A) EXPLORAltOES I
Nao e facil detectar ve~ teamento das areias fluviais
areias transportadas pelos ril
No rio Coura ha um local des
dro mais apertado 0 esporlio nea de modo que 0 curso do
a montante e da qual sc consshy
rio para a galeria as arcias POt
terminado tempo 0 trabalhc
rante 0 inverno e retomado 11
profundo no qual se deposita
continua Tendo em conta as
Coulaquoo do Monte Furado mint
Ha numerosos vestigios ~
pleistocenicos de genese fluvia
Lima e Minho Neste texto n
arrastre que se observam nas
(fig 5 ponto 14) Pouco profun
rio Tamega e seus afluentes D
tirem varios povoados nas su
de ouro seria relevante justifi(
terminal do rio Lima na margt
pleistocenicas (fig5 ponto 5)
diversos vestfgios de trabalhos
tes incluem-se tanto no ambitc
como no de Tude ambas sedes do conventus de Bracara Auglst~
ralaquoao de Pinheiro Velho a nor
pecial nas unidades parautoctones e aloctone inferior Nos metassedimentos autocshy
tones destacam-se as formalt6es ordovfcicas da estrutura anticlinal de Valongo
A) EXPLORAcOES MINEIRAS ROMANAS - JAZIDAS SECUNDARIAS
AREIAS ALUVIONARES RECENTES
Nao e faci detectar vestfgios de uma actividade tao move como 0 simples bashy
teamento das areias fluviais Todavia em alguns casos a percentagem de metais nas
areias transportadas pelos rios justificou a organizaltao de urn sistema permanente
No rio Coura ha urn local designado por Coulto do Monte Furado onde num meanshy~ gtshydro rna is apertado 0 esporao rochoso (xistos) foi cortado por uma galeria subterrashy Cl o Wnea de modo que 0 curso do rio podia ser controlado graltas a uma represa erguida III
a montante e da qual se conservam vestigios (fig 5 ponto 6) Desviado 0 caudal do
rio para a gale ria as areias pod iam ser exploradas de forma intensiva durante urn deshy
tcrminado tempo 0 trabalho deveria ser realizado sazonalmente interrompido dushy
rante 0 inverno e retomado no periodo de estiagem Na propria galeria ha urn polto
profundo no qual se depositavam areias 0 que coloca a hipotese de uma actividade
continua Tendo em conta as formalt6es cortadas pelo rio Coura recolhia111-se no
Coulto do Monte Furado minerios de DurO e de estanho
I DEPOSITOS PLEISTOCENICOS
Ha numerosos vestigios de exploralt6es mineiras romanas de ouro em depositos
pleistocenicos de genese fluvial designadamente nas bacias dos rios Douro Tamega
Lima e Minho Neste texto referimos apenas alguns principiando peas cortas de
arrastre que se observam nas zonas de Chaves em Outeiro Seco e Outeiro Ivlachado
(fig 5 ponto 14) Pouco profundas estas cortas resultam do des1110nte dos terraltos do
rio Tamega e seus afluentes Distinguem-se bern nos ortofotomapas 0 facto de exisshy
tirem varios povoados nas suas imedialt6es leva-nos a considerar que a quantidade III
~ de ouro seria relevante justificando assentamentos permanentes Tambern no curso u
laquo
terminal do rio Lima na margem esquerda em Vila Mou foram exploradas formalt6es
pleistocenicas (fig5 ponto 5) Nos trechos final e medio do rio Minho conhecem-se
diversos vestigios de trabalhos mineiros em formalt6es de genese fluvial Estas frenshy
tes incluem-se tanto no ambito do territorio de Auria (Ourense) (fig5 pontos 12 e 13)
como no de Tude ambas sedes de civitates e dois dos principais aglomerados urbanos do conventus de Bracara Augusta No extremo nordeste do COllVentllS regista-se a exploshy
raltao de Pinheiro Velho a norte de Vinhais (fig5 ponto 18)
175 middot
B) JAZIDAS PRIMARIAS
o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias destacanshy
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
Serra do Valongo (Fojo das Pombas) No actual territorio galego a area a norte de
Carballino (fig5 ponto II) e impressionante pela intensa mineracao antiga de Duro
e estanho
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970 Almeida I973 Castro
I960 e I963 Lencastre I966 XTahl 1986 I988 e I989) considerando 0 facto de serem
complexos mineiros ja parcialmente estudados destacaremos apenas 0 seguinte a
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos urn entre a civitas de Cale
e a de Tongobriga 0 outro entre a civitas de Aquae fltlaviae a norte e a suI a civitas com
sede na area de Constantim de Pan6ias a elevaeia percentagem de ouro por tonelada
a cronologia do inicio da actividade mineira que e possivel datar da dinastia Julioshy
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto) a prosperidade destes territorios que atrashy
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste 0 facto de estarem
directamente ligados a Bracara Augllsta atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
Via XVI (Serra de Valongo)
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas exploshy
racoes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas
) ZONA ORIENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental
ou seja na faixa interior e leste do conventus para alem da Serra da Padrela outras
tre relevantes zonas mineiras Macedinho - Vila Verde - S Salvador (concelhos
de Mirandela e Vila Flor) Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas)
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S Salvador sao numerosos os vestishy
Vl gios de exploracao de filoes de quartzo pelo metodo designado por PHnio como aura ~ u canalicum ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio Urn dos exemplos laquo
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz 0 DUro foi
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientacao NIO-20E que sc
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia
de Macedinho numa extensao d~ I5 km
Outros extensos desIllontes do f1esmo tipo foram assinalados nas cartas I25 000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S Salvador (Vila Flor) Em numeroshy
sus pontos a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que
seja possivel afirmar-se se foram frentes de exploracao ou apenas de prospeccao De
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha
J 76
de muralhas bern como vcst
~~ ao Em nosso entendcr cst(
a civitas dos Baniensium (LeI
com capital em S Juzenda
media bacia do Tua
Outra zona mineira au
Passos tendo como povoad
ploracao sejam discretas ha
pode ser observado com nit
profunda vein trench resultar
A nordeste destes doi~
situa-se outra zona mal ava
das Freitas (Almeida 1970 T
inllmeros vestigios cle miner
clo rio Terva (afluente do Ti
desceu 0 desmonte pequcnl
levo galerias (umas de extr2
abrange uma vasta area mine
e a oeste pelo Corgo clo Vicl
cico de Chaves Trata-se de relativamente aD
) Apresen
ckwerk de filoes de quartzo
de filoes subverticais (c) de (
cao macroscopica 0 quartzo milonitizacao a arsenopirit
Poco das Freitas proximo d
orientacao N120-130E Nurr
pais controlos tectonicos da
orientacao N80E esquerdo~
NI20-I30E dextros (area de
das Freitas)
A par dos distritos mil
antiga na zona leste do COllt
se coloca por ora a hipotes
refer i-los no presente trabal
de Bracara Augusta junto ac
como vicus e que se chama
expressivos vestigios de min
xistosos Tais vestfgios ja fo
de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
177
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designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
middotmiddotmiddotmiddot 178
territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
aconselham que 0 estudo dm do pois que se trata de urn Vf
desta regiao do Imperio ROlli
o substrato geologico mente complexo Estacompll directa na diversidade das ti~
gicos em geral
Almeida C A Ferreir
J ales e Tres Minas (Tras-osshy
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P
FKlein E Marqufnezj N Pablo MaciaJG de Peinadc
geologicas y significado de 101
Montes II Congr Geo Espaii
Argote Jeronimo Cant do Arcebispado Primaz de Brag
Castro Luis de Albu( Trabalhos do Servifo de Foment
--(1963) - Tres Minas -
Etnografia
Courrioux G Gagny saillantes dans des granites s
Minero XCVII-VI 47-66
Couto HM 1993middot AJ Ciencias Univ Porto 607 p (2
Couto HM Roger (
tos para 0 conhecimento do (UNL) Lisboa nO esp V CD
Domergue Claude 19
Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
BIBLIOGRAFIA
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(UNL) Lisboa nO esp V CD-ROM C28-C31 Domergue Claude 1991 Les Mines de La Pininsule lbirique dans tAntiquiti
Romaine Collection de IEcole Francaise de Rome 127 Roma
179
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Servo Geo Port t i8 fase I 31-4i Gouanvic Y Courrioux G amp Ovejero G 1981 Controle strut ural de la reshy
partition des indices dor filoniens du nord-ouest de la Peninsule IberiqueCuad Geo
Iberica Madrid 353-36i Lemos F S 1993 0 Povoamento Romano de Trds-os-Montes Oriental Dissertafiio de
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los variscides de la Meseta Iberica Publ extrangeras sobre geologia de Espana 1950
5149-166) Maciel Tarcisio 2003 0 POvoamento Proto-Histririco do Vale do Neiva Rio Neiva
Associarao para a Defesa do Ambiente Esposende Meireles c 1991 Sintese sobre os modelos metalogenicos das oco[[(~ncias de
ouro em Portugal Relatririo interno apresentado no ambito do concurso interno para assisshytente de investigafiio da DGGM 42 p
Meireles C amp Carvalho] H 1992 Proposta de enquadramento metalogenico das ocorrencias de Au em Portugal Abstract ampposter in XIV Reun de Xeol Min NO Peninsulclr Coruna
Nogueira P amp Noronha F 1998 Mineralizar6es auriferas da regiao de Vila Verde Urn modelo metalogenetico Actas do V Congresso Nacional de Geologia
Comunic lnst Geol Mineiro t 84 fasc 2 Lisboa F23-F26 Noronha F amp Ramos] 1993 Mineralizar6es auriferas primarias no nOrte de
Portugal Algumas reflex6es Cuad Lab Xeo Laxe 18 133-146 Pereira pound amp Meireles C 1998 Metais preciosos em Portugal Situarao da inshy
vestigarao geol6gica ~ mineira Est Notas e Trab Inst Geo Mineiro tomo 40 3-34 Pereira poundS Ribeiro A amp Meireles c 1993 Cisalhamentos hercinicos e conshy
trolo das mineralizar6es na Zona Centro Iberica em Portugal Cuad Lab Xeo Laxe Coruna nO 18 89-JI9
Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
180
Wahljurgen1986R das minas de ouro romtlllas de
- (1988) -Tres Minas Bereich des Romischen G~
3[-56 - (1989) -Resultados d
zona da minerarao romana
WahlJurgen 1986 Resultados daspesquisas arqueolOgicas do 4886 a roII86 na zona das minas de ouro romanas de Tres Minas (Relatorio dactilografado)
- (1988) -Tres Minas Vorbericht Uber Die Archaologischen Untersuchungen im Bereich des Romischen Goldbergwerks 1986-87 Madrider Mitteilungen 29 Madrid 3[-56
- (1989) -Resultados das pesquisas arqueoJogicas efectuadas em 1988 e 1989 na zona da minera~ao romana de Tres Minas deJales (Relatorio dactilografado)
181
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INTRODU~Ao
Os estudos da romanizarao no Noroeste de Portugal e na Galiza tiveram urn
desenvolvimento tardio devido a estratcgias da investigarao peninsular que por
economia discursiva e motivar6es ideologicas pretendiam embora sem dados conshy
sistentes que a finisterra peninsular nunca se tinha integrado no universo classico
Nas tres ultimas decadas do seculo XX os projectos de estudo de Bracara Augusta de LIlCliJAugusti de Tongobriga da rede via ria antiga e de povoamento evidenciaram
uma realidade muito diferente Existe contudo urn dominio pouco invcstigado no
quadro da Callaecia a cxplorarao sistematica dos abundantes recursos metaliferos
Na Callaecia ha que distinguir entre os dois conventus 0 lucense e 0 bracarense
Para uma investigarao rna is adequada e imperioso desfazer as fronteiras medievas e
comemporaneas estudando 0 territorio tal como se encontrava organizado na epoca
Na verdade 0 efeito cruzado das fronteiras contemporaneas e da hist6ria dos estudos
reflecte-se negativamente nos mapas de sintese Mesmo na cartografia mais recenshy
te (Domergue 1991 Sanchez-Palencia 2000) os mapas sugerem como epicentro da
minerarao a Asturia Augustana Minas como as das serras da Padrela e de Valongo
parecem rnarginais De facto a faixa litoral atlantica teve uma expressiva relevancia
mineira Para corrigir as distorr6es cnecessario regressar aos quadros politico admishy
nistrativos coevos ou seja aos territorios conventuais
ENQUADRAMENTO GEOLOGICO REGIONAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
A maior parte das rochas pre - Mesozoicas da Europa constitui urn extenso
cinturao orogenico de 3000 km de comprimento por 800 km de largura resultante da
convergencia e colisao no final do Paleoz6ico ha aproximadamente 300 Ma de dois
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17 1
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Figura 1 -
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Europeu segunshy
do Franke (1989)
In Geologia de
Espana 2004
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As idades destas formacoes abarcam desde 0 Proterozoico ao Carbonifero
Apresentam-se deformadas metamorfizadas e intruidas por granitoides ante
Permicos Esta cordilheira apresenta a particularidade de na sua extremidade sushy
doeste na Peninsula Iberica definir uma curvatura designada por Arco Ibero -
Armoricano e cujo nucleo ou charneira de rotacao se situa nas Asturias (fig I)
E na Peninsula Iberica que aflora 0 designado Macico Iberico que constitui
a seccao mais completa em toda a Europa deste orogeno varisco Uma das suas
particularidades e a de apresentar uma certa zonografia estabelecida em funcao de
caracteristicas distintas estratigraficas estruturais metamorficas magmaticas e
tambem metalogcnicas Lotze (1945) foi 0 primeiro a chamar a atencao para esta parshy
ticularidade definindo no lvlacico Iberica seis zonas respectivamente de norte para
sui Cantabrica Asturico - Ocidental Leonesa Galaico - Castelhana Lusitano -
Akudiana Ossa - Morena e Sui Portuguesa (fig 2 A) Basicamente e a sua zonografia
que com algumas modificaC6es importantes vern sendo seguida desde entao Com
Julivert et at (1972) a juncao das zonas Galaico - Castelhana e Lusitano - Alcudiana
deu origem aactual Zona Centro Iberica (fig2 B)
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(A) (B)
Figura 2 - Zonogra fia da Cadeia VarisC3 do Maci 0 Iberico (A) - Proposta original de Lotze (1945)
(B) - Proposla segu ndo Julivert et 01 (1 972)
Mais recentemente pelas suas particularidades estruturais e metamorficas
a Zona Galiza -Tras-os-Montes com os seus dois dominios (complexos aloe tones e
complexo xistento) e definitivamente individualizada a partir daZona Centro Iberica
(Farias et aI 1987 Arenas et aI 1988) Actualmente a Zona Centro Iberica e tamshy
bem subdividida em dois dominios Olho-de-Sapo e Complexo Xisto - Grauvaquico
(fig3)middot Para 0 objectivo deste trabalho importa sobretudo realcar as Zonas Centro
172
Iberica e Galiza - Tras-os-J
abrange apenas estas duas z(
Assim sendo na Zona
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intruida por granitos sintec
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Quanto aZona Galiza
ser formada por diversas un evolucao tectonometarnorfi(
lar constituindo urn conjun
toe tones da Centro Iberica
Iberica e Galiza - Tras-os-Montes pois que 0 territorio da antiga Bracara Augusta
abrange apenas estas duas zonas geoestruturais Assim sendo na Zona Centro Iberica 0 Dominio do Olho-de-Sapo caracterishy
za-se pela presen~a significativa nos nucleos de antiformas de gneisses glandulares de
idade Cambrico superior a Ordovicico inferior (Forma~ao Olho de Sapo) A sequenshy
cia metassedimentar sobrejacente abrangendo desde 0 Ordovicico ao Devonico e
intruida por granitos sintectonicos Apresenta areas de metamorfismo regional de
alto grau As dobras sao geralmente deitadas com vergencia para nordeste
o dominio do Complexo Xisto Grauvaquico caracteriza-se fundamentalmente
pela presen~a de metassedimentos de idade Cambrica Em discordancia angular com
esta sequencia de xistos e grauvaques subjacente ocorre 0 Ordovicico inferior Segueshy gtshysc uma sequencia variada de metassedimentos que abrange desde 0 Ordovicico ao 0 Cl wCarbonifero Esta sequencia Paleozoica e instrufda quer por granitos sintectonicos Vl
quer pos-tectonicos 0 metamorfismo regional e de baixo grau excepto nas orlas de
contacto das intrus6es graniticas Nalguns locais ocorrem escassos afloramentos do soco cadomiano
Quanto aZona Galiza - Tras-os-Montes uma sua particularidade e0 facto de
ser tormada por diversas unidades tectonoestratigraficas de origens diversas e com
evolu~ao tectonometamorfica distinta e que ocorrem somente no noroeste peninsushy
lar constituindo urn conjunto de mantos aloctoncs carrcados sobre os terrenos aushy
toctoncs da Centro Iberica
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Figura 3 - Uil iclades
geo-estrururais do Madro
Iberica (in Geologia de Espana 2004) corn
auaptalt6es de Farias et
01 (1987) Quesada (1991)
Gonzalez Clavijo (1 997)
)
AS MINERALlZAlt6ES AURiFERAS NO ANTIGO TERRITORIO DE BRACARA AUGUSTANO
No que respeita as mineralizalaquooes de ouro que ocorrcm nestas duas zonas geoshy
estruturais e vasta a bibliografia que reallaquoa 0 forte controlo estrutural que joga urn
papel importante na remobilizalaquoao e na concentralaquoao economica destas mineralizashy
laquooes (Gouanvic et al 1981 Courrioux et al 1986 Meireles e Carvalho 1992 Noronha
e Ramos 1993 Pereira et ai 1993 Pereira e Meire1es 1998 Nogueira e Noronha
1998) Sem se pretender ser exaustivo pois 0 estudo metalogenico nao esta no ambito
deste trabalho sao fundamentalmente as estruturas tectonicas geradas durante as
orogenias varisca precoces (cisalhamentos das fases D e D) e tardi varisca (falhas NIoE-zoE) que desempenham 0 principal papel no controlo destas mineralizalaquo6es gtshylgt 0 o (fig 4)W 111
Figura 4 - Esbo~o estrutural
das Zonas Centro Iberica e Gallza
TrAs-os-Montes LEGENDA
zona de gqhamellltll OJO ~ Amiddot~~middot~ IAQtgtshycmiddot_ O- IuI -A~ E y ~ tI~ OMonllOn(I middot~ H middot~-OIMY tMlIIrM I bull Jubullbullmiddotmiddottraquo1dIcI PerrNv 00 CNUlIb
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JFIIh-tlfin-~-~ IfIhI~IIIIanI
Alem disso constata-se que as diferentes associalaquooes de metais a que 0 ouro
esta associado podem ser tambem fortemente condicionadas pelo contexto litologico
(Meireles 1991 Meireles e Carvalho 1992 Noronha e Ramos 1993) De facto na sershy
ra das Banjas (anticlinal de Valongo) ha evidencias c1aras comprovadas de concenshy
tralaquooes singeneticas de ouro em sedimentos pelfticos de cor mais escuras finamcnte
bandados com indicios vulcanogenicos e de camadas negras com materia organica
intercalados nos quartzitos arenigianos (Couto 1993 Couto et al 20 03)
Como se pode constatar (fig 5) no territorio do Conventus de Bracara Augusta
embora haja actividade mineira emplacers (jazidas secundarias) particularmente sigshy
nificativas no sector de Ourense a exploralaquoao mineira incidiu fundamentalmente nos
jazigos primarios de ouro quer em filoes quartzosos endogranfticos quer em filoes
de quartzo c brechas tectonicas ferriferas nos metassedimentos encaixantes em esshy
174
pecial nas unidades parautoc
tones destacam-se as forma~
A) EXPLORAltOES I
Nao e facil detectar ve~ teamento das areias fluviais
areias transportadas pelos ril
No rio Coura ha um local des
dro mais apertado 0 esporlio nea de modo que 0 curso do
a montante e da qual sc consshy
rio para a galeria as arcias POt
terminado tempo 0 trabalhc
rante 0 inverno e retomado 11
profundo no qual se deposita
continua Tendo em conta as
Coulaquoo do Monte Furado mint
Ha numerosos vestigios ~
pleistocenicos de genese fluvia
Lima e Minho Neste texto n
arrastre que se observam nas
(fig 5 ponto 14) Pouco profun
rio Tamega e seus afluentes D
tirem varios povoados nas su
de ouro seria relevante justifi(
terminal do rio Lima na margt
pleistocenicas (fig5 ponto 5)
diversos vestfgios de trabalhos
tes incluem-se tanto no ambitc
como no de Tude ambas sedes do conventus de Bracara Auglst~
ralaquoao de Pinheiro Velho a nor
pecial nas unidades parautoctones e aloctone inferior Nos metassedimentos autocshy
tones destacam-se as formalt6es ordovfcicas da estrutura anticlinal de Valongo
A) EXPLORAcOES MINEIRAS ROMANAS - JAZIDAS SECUNDARIAS
AREIAS ALUVIONARES RECENTES
Nao e faci detectar vestfgios de uma actividade tao move como 0 simples bashy
teamento das areias fluviais Todavia em alguns casos a percentagem de metais nas
areias transportadas pelos rios justificou a organizaltao de urn sistema permanente
No rio Coura ha urn local designado por Coulto do Monte Furado onde num meanshy~ gtshydro rna is apertado 0 esporao rochoso (xistos) foi cortado por uma galeria subterrashy Cl o Wnea de modo que 0 curso do rio podia ser controlado graltas a uma represa erguida III
a montante e da qual se conservam vestigios (fig 5 ponto 6) Desviado 0 caudal do
rio para a gale ria as areias pod iam ser exploradas de forma intensiva durante urn deshy
tcrminado tempo 0 trabalho deveria ser realizado sazonalmente interrompido dushy
rante 0 inverno e retomado no periodo de estiagem Na propria galeria ha urn polto
profundo no qual se depositavam areias 0 que coloca a hipotese de uma actividade
continua Tendo em conta as formalt6es cortadas pelo rio Coura recolhia111-se no
Coulto do Monte Furado minerios de DurO e de estanho
I DEPOSITOS PLEISTOCENICOS
Ha numerosos vestigios de exploralt6es mineiras romanas de ouro em depositos
pleistocenicos de genese fluvial designadamente nas bacias dos rios Douro Tamega
Lima e Minho Neste texto referimos apenas alguns principiando peas cortas de
arrastre que se observam nas zonas de Chaves em Outeiro Seco e Outeiro Ivlachado
(fig 5 ponto 14) Pouco profundas estas cortas resultam do des1110nte dos terraltos do
rio Tamega e seus afluentes Distinguem-se bern nos ortofotomapas 0 facto de exisshy
tirem varios povoados nas suas imedialt6es leva-nos a considerar que a quantidade III
~ de ouro seria relevante justificando assentamentos permanentes Tambern no curso u
laquo
terminal do rio Lima na margem esquerda em Vila Mou foram exploradas formalt6es
pleistocenicas (fig5 ponto 5) Nos trechos final e medio do rio Minho conhecem-se
diversos vestigios de trabalhos mineiros em formalt6es de genese fluvial Estas frenshy
tes incluem-se tanto no ambito do territorio de Auria (Ourense) (fig5 pontos 12 e 13)
como no de Tude ambas sedes de civitates e dois dos principais aglomerados urbanos do conventus de Bracara Augusta No extremo nordeste do COllVentllS regista-se a exploshy
raltao de Pinheiro Velho a norte de Vinhais (fig5 ponto 18)
175 middot
B) JAZIDAS PRIMARIAS
o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias destacanshy
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
Serra do Valongo (Fojo das Pombas) No actual territorio galego a area a norte de
Carballino (fig5 ponto II) e impressionante pela intensa mineracao antiga de Duro
e estanho
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970 Almeida I973 Castro
I960 e I963 Lencastre I966 XTahl 1986 I988 e I989) considerando 0 facto de serem
complexos mineiros ja parcialmente estudados destacaremos apenas 0 seguinte a
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos urn entre a civitas de Cale
e a de Tongobriga 0 outro entre a civitas de Aquae fltlaviae a norte e a suI a civitas com
sede na area de Constantim de Pan6ias a elevaeia percentagem de ouro por tonelada
a cronologia do inicio da actividade mineira que e possivel datar da dinastia Julioshy
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto) a prosperidade destes territorios que atrashy
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste 0 facto de estarem
directamente ligados a Bracara Augllsta atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
Via XVI (Serra de Valongo)
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas exploshy
racoes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas
) ZONA ORIENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental
ou seja na faixa interior e leste do conventus para alem da Serra da Padrela outras
tre relevantes zonas mineiras Macedinho - Vila Verde - S Salvador (concelhos
de Mirandela e Vila Flor) Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas)
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S Salvador sao numerosos os vestishy
Vl gios de exploracao de filoes de quartzo pelo metodo designado por PHnio como aura ~ u canalicum ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio Urn dos exemplos laquo
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz 0 DUro foi
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientacao NIO-20E que sc
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia
de Macedinho numa extensao d~ I5 km
Outros extensos desIllontes do f1esmo tipo foram assinalados nas cartas I25 000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S Salvador (Vila Flor) Em numeroshy
sus pontos a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que
seja possivel afirmar-se se foram frentes de exploracao ou apenas de prospeccao De
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha
J 76
de muralhas bern como vcst
~~ ao Em nosso entendcr cst(
a civitas dos Baniensium (LeI
com capital em S Juzenda
media bacia do Tua
Outra zona mineira au
Passos tendo como povoad
ploracao sejam discretas ha
pode ser observado com nit
profunda vein trench resultar
A nordeste destes doi~
situa-se outra zona mal ava
das Freitas (Almeida 1970 T
inllmeros vestigios cle miner
clo rio Terva (afluente do Ti
desceu 0 desmonte pequcnl
levo galerias (umas de extr2
abrange uma vasta area mine
e a oeste pelo Corgo clo Vicl
cico de Chaves Trata-se de relativamente aD
) Apresen
ckwerk de filoes de quartzo
de filoes subverticais (c) de (
cao macroscopica 0 quartzo milonitizacao a arsenopirit
Poco das Freitas proximo d
orientacao N120-130E Nurr
pais controlos tectonicos da
orientacao N80E esquerdo~
NI20-I30E dextros (area de
das Freitas)
A par dos distritos mil
antiga na zona leste do COllt
se coloca por ora a hipotes
refer i-los no presente trabal
de Bracara Augusta junto ac
como vicus e que se chama
expressivos vestigios de min
xistosos Tais vestfgios ja fo
de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
177
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designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
middotmiddotmiddotmiddot 178
territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
aconselham que 0 estudo dm do pois que se trata de urn Vf
desta regiao do Imperio ROlli
o substrato geologico mente complexo Estacompll directa na diversidade das ti~
gicos em geral
Almeida C A Ferreir
J ales e Tres Minas (Tras-osshy
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P
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geologicas y significado de 101
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Domergue Claude 19
Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
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Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
180
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181
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As idades destas formacoes abarcam desde 0 Proterozoico ao Carbonifero
Apresentam-se deformadas metamorfizadas e intruidas por granitoides ante
Permicos Esta cordilheira apresenta a particularidade de na sua extremidade sushy
doeste na Peninsula Iberica definir uma curvatura designada por Arco Ibero -
Armoricano e cujo nucleo ou charneira de rotacao se situa nas Asturias (fig I)
E na Peninsula Iberica que aflora 0 designado Macico Iberico que constitui
a seccao mais completa em toda a Europa deste orogeno varisco Uma das suas
particularidades e a de apresentar uma certa zonografia estabelecida em funcao de
caracteristicas distintas estratigraficas estruturais metamorficas magmaticas e
tambem metalogcnicas Lotze (1945) foi 0 primeiro a chamar a atencao para esta parshy
ticularidade definindo no lvlacico Iberica seis zonas respectivamente de norte para
sui Cantabrica Asturico - Ocidental Leonesa Galaico - Castelhana Lusitano -
Akudiana Ossa - Morena e Sui Portuguesa (fig 2 A) Basicamente e a sua zonografia
que com algumas modificaC6es importantes vern sendo seguida desde entao Com
Julivert et at (1972) a juncao das zonas Galaico - Castelhana e Lusitano - Alcudiana
deu origem aactual Zona Centro Iberica (fig2 B)
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(A) (B)
Figura 2 - Zonogra fia da Cadeia VarisC3 do Maci 0 Iberico (A) - Proposta original de Lotze (1945)
(B) - Proposla segu ndo Julivert et 01 (1 972)
Mais recentemente pelas suas particularidades estruturais e metamorficas
a Zona Galiza -Tras-os-Montes com os seus dois dominios (complexos aloe tones e
complexo xistento) e definitivamente individualizada a partir daZona Centro Iberica
(Farias et aI 1987 Arenas et aI 1988) Actualmente a Zona Centro Iberica e tamshy
bem subdividida em dois dominios Olho-de-Sapo e Complexo Xisto - Grauvaquico
(fig3)middot Para 0 objectivo deste trabalho importa sobretudo realcar as Zonas Centro
172
Iberica e Galiza - Tras-os-J
abrange apenas estas duas z(
Assim sendo na Zona
za-se pela presenca significat
idade Cambrico superior a (
cia metassedimentar sobrej
intruida por granitos sintec
alto grau As dobras sao gera
o dominio do Comple
pel a presenca de metassedirr esta sequencia de xistos e gr
se uma sequencia variada d
Carbonifero Esta sequencia
quer pos-tectonicos 0 met
contacto das intrusoes granl
soco cadomiano
Quanto aZona Galiza
ser formada por diversas un evolucao tectonometarnorfi(
lar constituindo urn conjun
toe tones da Centro Iberica
Iberica e Galiza - Tras-os-Montes pois que 0 territorio da antiga Bracara Augusta
abrange apenas estas duas zonas geoestruturais Assim sendo na Zona Centro Iberica 0 Dominio do Olho-de-Sapo caracterishy
za-se pela presen~a significativa nos nucleos de antiformas de gneisses glandulares de
idade Cambrico superior a Ordovicico inferior (Forma~ao Olho de Sapo) A sequenshy
cia metassedimentar sobrejacente abrangendo desde 0 Ordovicico ao Devonico e
intruida por granitos sintectonicos Apresenta areas de metamorfismo regional de
alto grau As dobras sao geralmente deitadas com vergencia para nordeste
o dominio do Complexo Xisto Grauvaquico caracteriza-se fundamentalmente
pela presen~a de metassedimentos de idade Cambrica Em discordancia angular com
esta sequencia de xistos e grauvaques subjacente ocorre 0 Ordovicico inferior Segueshy gtshysc uma sequencia variada de metassedimentos que abrange desde 0 Ordovicico ao 0 Cl wCarbonifero Esta sequencia Paleozoica e instrufda quer por granitos sintectonicos Vl
quer pos-tectonicos 0 metamorfismo regional e de baixo grau excepto nas orlas de
contacto das intrus6es graniticas Nalguns locais ocorrem escassos afloramentos do soco cadomiano
Quanto aZona Galiza - Tras-os-Montes uma sua particularidade e0 facto de
ser tormada por diversas unidades tectonoestratigraficas de origens diversas e com
evolu~ao tectonometamorfica distinta e que ocorrem somente no noroeste peninsushy
lar constituindo urn conjunto de mantos aloctoncs carrcados sobre os terrenos aushy
toctoncs da Centro Iberica
zoc-Q-a ~~oeo_~
b) 0 00 d MHbIIIdu 11 ~IQa- IItoSJ
gt0 laltWn f1 ~ 1UanIkiC~~ q OOIMIIO ~IIIIiO4O (PutdIlIDHI
173
Figura 3 - Uil iclades
geo-estrururais do Madro
Iberica (in Geologia de Espana 2004) corn
auaptalt6es de Farias et
01 (1987) Quesada (1991)
Gonzalez Clavijo (1 997)
)
AS MINERALlZAlt6ES AURiFERAS NO ANTIGO TERRITORIO DE BRACARA AUGUSTANO
No que respeita as mineralizalaquooes de ouro que ocorrcm nestas duas zonas geoshy
estruturais e vasta a bibliografia que reallaquoa 0 forte controlo estrutural que joga urn
papel importante na remobilizalaquoao e na concentralaquoao economica destas mineralizashy
laquooes (Gouanvic et al 1981 Courrioux et al 1986 Meireles e Carvalho 1992 Noronha
e Ramos 1993 Pereira et ai 1993 Pereira e Meire1es 1998 Nogueira e Noronha
1998) Sem se pretender ser exaustivo pois 0 estudo metalogenico nao esta no ambito
deste trabalho sao fundamentalmente as estruturas tectonicas geradas durante as
orogenias varisca precoces (cisalhamentos das fases D e D) e tardi varisca (falhas NIoE-zoE) que desempenham 0 principal papel no controlo destas mineralizalaquo6es gtshylgt 0 o (fig 4)W 111
Figura 4 - Esbo~o estrutural
das Zonas Centro Iberica e Gallza
TrAs-os-Montes LEGENDA
zona de gqhamellltll OJO ~ Amiddot~~middot~ IAQtgtshycmiddot_ O- IuI -A~ E y ~ tI~ OMonllOn(I middot~ H middot~-OIMY tMlIIrM I bull Jubullbullmiddotmiddottraquo1dIcI PerrNv 00 CNUlIb
OetJlOImenIoamp ft~ D )
JFIIh-tlfin-~-~ IfIhI~IIIIanI
Alem disso constata-se que as diferentes associalaquooes de metais a que 0 ouro
esta associado podem ser tambem fortemente condicionadas pelo contexto litologico
(Meireles 1991 Meireles e Carvalho 1992 Noronha e Ramos 1993) De facto na sershy
ra das Banjas (anticlinal de Valongo) ha evidencias c1aras comprovadas de concenshy
tralaquooes singeneticas de ouro em sedimentos pelfticos de cor mais escuras finamcnte
bandados com indicios vulcanogenicos e de camadas negras com materia organica
intercalados nos quartzitos arenigianos (Couto 1993 Couto et al 20 03)
Como se pode constatar (fig 5) no territorio do Conventus de Bracara Augusta
embora haja actividade mineira emplacers (jazidas secundarias) particularmente sigshy
nificativas no sector de Ourense a exploralaquoao mineira incidiu fundamentalmente nos
jazigos primarios de ouro quer em filoes quartzosos endogranfticos quer em filoes
de quartzo c brechas tectonicas ferriferas nos metassedimentos encaixantes em esshy
174
pecial nas unidades parautoc
tones destacam-se as forma~
A) EXPLORAltOES I
Nao e facil detectar ve~ teamento das areias fluviais
areias transportadas pelos ril
No rio Coura ha um local des
dro mais apertado 0 esporlio nea de modo que 0 curso do
a montante e da qual sc consshy
rio para a galeria as arcias POt
terminado tempo 0 trabalhc
rante 0 inverno e retomado 11
profundo no qual se deposita
continua Tendo em conta as
Coulaquoo do Monte Furado mint
Ha numerosos vestigios ~
pleistocenicos de genese fluvia
Lima e Minho Neste texto n
arrastre que se observam nas
(fig 5 ponto 14) Pouco profun
rio Tamega e seus afluentes D
tirem varios povoados nas su
de ouro seria relevante justifi(
terminal do rio Lima na margt
pleistocenicas (fig5 ponto 5)
diversos vestfgios de trabalhos
tes incluem-se tanto no ambitc
como no de Tude ambas sedes do conventus de Bracara Auglst~
ralaquoao de Pinheiro Velho a nor
pecial nas unidades parautoctones e aloctone inferior Nos metassedimentos autocshy
tones destacam-se as formalt6es ordovfcicas da estrutura anticlinal de Valongo
A) EXPLORAcOES MINEIRAS ROMANAS - JAZIDAS SECUNDARIAS
AREIAS ALUVIONARES RECENTES
Nao e faci detectar vestfgios de uma actividade tao move como 0 simples bashy
teamento das areias fluviais Todavia em alguns casos a percentagem de metais nas
areias transportadas pelos rios justificou a organizaltao de urn sistema permanente
No rio Coura ha urn local designado por Coulto do Monte Furado onde num meanshy~ gtshydro rna is apertado 0 esporao rochoso (xistos) foi cortado por uma galeria subterrashy Cl o Wnea de modo que 0 curso do rio podia ser controlado graltas a uma represa erguida III
a montante e da qual se conservam vestigios (fig 5 ponto 6) Desviado 0 caudal do
rio para a gale ria as areias pod iam ser exploradas de forma intensiva durante urn deshy
tcrminado tempo 0 trabalho deveria ser realizado sazonalmente interrompido dushy
rante 0 inverno e retomado no periodo de estiagem Na propria galeria ha urn polto
profundo no qual se depositavam areias 0 que coloca a hipotese de uma actividade
continua Tendo em conta as formalt6es cortadas pelo rio Coura recolhia111-se no
Coulto do Monte Furado minerios de DurO e de estanho
I DEPOSITOS PLEISTOCENICOS
Ha numerosos vestigios de exploralt6es mineiras romanas de ouro em depositos
pleistocenicos de genese fluvial designadamente nas bacias dos rios Douro Tamega
Lima e Minho Neste texto referimos apenas alguns principiando peas cortas de
arrastre que se observam nas zonas de Chaves em Outeiro Seco e Outeiro Ivlachado
(fig 5 ponto 14) Pouco profundas estas cortas resultam do des1110nte dos terraltos do
rio Tamega e seus afluentes Distinguem-se bern nos ortofotomapas 0 facto de exisshy
tirem varios povoados nas suas imedialt6es leva-nos a considerar que a quantidade III
~ de ouro seria relevante justificando assentamentos permanentes Tambern no curso u
laquo
terminal do rio Lima na margem esquerda em Vila Mou foram exploradas formalt6es
pleistocenicas (fig5 ponto 5) Nos trechos final e medio do rio Minho conhecem-se
diversos vestigios de trabalhos mineiros em formalt6es de genese fluvial Estas frenshy
tes incluem-se tanto no ambito do territorio de Auria (Ourense) (fig5 pontos 12 e 13)
como no de Tude ambas sedes de civitates e dois dos principais aglomerados urbanos do conventus de Bracara Augusta No extremo nordeste do COllVentllS regista-se a exploshy
raltao de Pinheiro Velho a norte de Vinhais (fig5 ponto 18)
175 middot
B) JAZIDAS PRIMARIAS
o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias destacanshy
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
Serra do Valongo (Fojo das Pombas) No actual territorio galego a area a norte de
Carballino (fig5 ponto II) e impressionante pela intensa mineracao antiga de Duro
e estanho
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970 Almeida I973 Castro
I960 e I963 Lencastre I966 XTahl 1986 I988 e I989) considerando 0 facto de serem
complexos mineiros ja parcialmente estudados destacaremos apenas 0 seguinte a
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos urn entre a civitas de Cale
e a de Tongobriga 0 outro entre a civitas de Aquae fltlaviae a norte e a suI a civitas com
sede na area de Constantim de Pan6ias a elevaeia percentagem de ouro por tonelada
a cronologia do inicio da actividade mineira que e possivel datar da dinastia Julioshy
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto) a prosperidade destes territorios que atrashy
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste 0 facto de estarem
directamente ligados a Bracara Augllsta atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
Via XVI (Serra de Valongo)
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas exploshy
racoes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas
) ZONA ORIENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental
ou seja na faixa interior e leste do conventus para alem da Serra da Padrela outras
tre relevantes zonas mineiras Macedinho - Vila Verde - S Salvador (concelhos
de Mirandela e Vila Flor) Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas)
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S Salvador sao numerosos os vestishy
Vl gios de exploracao de filoes de quartzo pelo metodo designado por PHnio como aura ~ u canalicum ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio Urn dos exemplos laquo
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz 0 DUro foi
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientacao NIO-20E que sc
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia
de Macedinho numa extensao d~ I5 km
Outros extensos desIllontes do f1esmo tipo foram assinalados nas cartas I25 000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S Salvador (Vila Flor) Em numeroshy
sus pontos a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que
seja possivel afirmar-se se foram frentes de exploracao ou apenas de prospeccao De
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha
J 76
de muralhas bern como vcst
~~ ao Em nosso entendcr cst(
a civitas dos Baniensium (LeI
com capital em S Juzenda
media bacia do Tua
Outra zona mineira au
Passos tendo como povoad
ploracao sejam discretas ha
pode ser observado com nit
profunda vein trench resultar
A nordeste destes doi~
situa-se outra zona mal ava
das Freitas (Almeida 1970 T
inllmeros vestigios cle miner
clo rio Terva (afluente do Ti
desceu 0 desmonte pequcnl
levo galerias (umas de extr2
abrange uma vasta area mine
e a oeste pelo Corgo clo Vicl
cico de Chaves Trata-se de relativamente aD
) Apresen
ckwerk de filoes de quartzo
de filoes subverticais (c) de (
cao macroscopica 0 quartzo milonitizacao a arsenopirit
Poco das Freitas proximo d
orientacao N120-130E Nurr
pais controlos tectonicos da
orientacao N80E esquerdo~
NI20-I30E dextros (area de
das Freitas)
A par dos distritos mil
antiga na zona leste do COllt
se coloca por ora a hipotes
refer i-los no presente trabal
de Bracara Augusta junto ac
como vicus e que se chama
expressivos vestigios de min
xistosos Tais vestfgios ja fo
de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
177
l
l
designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
middotmiddotmiddotmiddot 178
territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
aconselham que 0 estudo dm do pois que se trata de urn Vf
desta regiao do Imperio ROlli
o substrato geologico mente complexo Estacompll directa na diversidade das ti~
gicos em geral
Almeida C A Ferreir
J ales e Tres Minas (Tras-osshy
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P
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Domergue Claude 19
Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
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180
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181
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Iberica e Galiza - Tras-os-Montes pois que 0 territorio da antiga Bracara Augusta
abrange apenas estas duas zonas geoestruturais Assim sendo na Zona Centro Iberica 0 Dominio do Olho-de-Sapo caracterishy
za-se pela presen~a significativa nos nucleos de antiformas de gneisses glandulares de
idade Cambrico superior a Ordovicico inferior (Forma~ao Olho de Sapo) A sequenshy
cia metassedimentar sobrejacente abrangendo desde 0 Ordovicico ao Devonico e
intruida por granitos sintectonicos Apresenta areas de metamorfismo regional de
alto grau As dobras sao geralmente deitadas com vergencia para nordeste
o dominio do Complexo Xisto Grauvaquico caracteriza-se fundamentalmente
pela presen~a de metassedimentos de idade Cambrica Em discordancia angular com
esta sequencia de xistos e grauvaques subjacente ocorre 0 Ordovicico inferior Segueshy gtshysc uma sequencia variada de metassedimentos que abrange desde 0 Ordovicico ao 0 Cl wCarbonifero Esta sequencia Paleozoica e instrufda quer por granitos sintectonicos Vl
quer pos-tectonicos 0 metamorfismo regional e de baixo grau excepto nas orlas de
contacto das intrus6es graniticas Nalguns locais ocorrem escassos afloramentos do soco cadomiano
Quanto aZona Galiza - Tras-os-Montes uma sua particularidade e0 facto de
ser tormada por diversas unidades tectonoestratigraficas de origens diversas e com
evolu~ao tectonometamorfica distinta e que ocorrem somente no noroeste peninsushy
lar constituindo urn conjunto de mantos aloctoncs carrcados sobre os terrenos aushy
toctoncs da Centro Iberica
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b) 0 00 d MHbIIIdu 11 ~IQa- IItoSJ
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173
Figura 3 - Uil iclades
geo-estrururais do Madro
Iberica (in Geologia de Espana 2004) corn
auaptalt6es de Farias et
01 (1987) Quesada (1991)
Gonzalez Clavijo (1 997)
)
AS MINERALlZAlt6ES AURiFERAS NO ANTIGO TERRITORIO DE BRACARA AUGUSTANO
No que respeita as mineralizalaquooes de ouro que ocorrcm nestas duas zonas geoshy
estruturais e vasta a bibliografia que reallaquoa 0 forte controlo estrutural que joga urn
papel importante na remobilizalaquoao e na concentralaquoao economica destas mineralizashy
laquooes (Gouanvic et al 1981 Courrioux et al 1986 Meireles e Carvalho 1992 Noronha
e Ramos 1993 Pereira et ai 1993 Pereira e Meire1es 1998 Nogueira e Noronha
1998) Sem se pretender ser exaustivo pois 0 estudo metalogenico nao esta no ambito
deste trabalho sao fundamentalmente as estruturas tectonicas geradas durante as
orogenias varisca precoces (cisalhamentos das fases D e D) e tardi varisca (falhas NIoE-zoE) que desempenham 0 principal papel no controlo destas mineralizalaquo6es gtshylgt 0 o (fig 4)W 111
Figura 4 - Esbo~o estrutural
das Zonas Centro Iberica e Gallza
TrAs-os-Montes LEGENDA
zona de gqhamellltll OJO ~ Amiddot~~middot~ IAQtgtshycmiddot_ O- IuI -A~ E y ~ tI~ OMonllOn(I middot~ H middot~-OIMY tMlIIrM I bull Jubullbullmiddotmiddottraquo1dIcI PerrNv 00 CNUlIb
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Alem disso constata-se que as diferentes associalaquooes de metais a que 0 ouro
esta associado podem ser tambem fortemente condicionadas pelo contexto litologico
(Meireles 1991 Meireles e Carvalho 1992 Noronha e Ramos 1993) De facto na sershy
ra das Banjas (anticlinal de Valongo) ha evidencias c1aras comprovadas de concenshy
tralaquooes singeneticas de ouro em sedimentos pelfticos de cor mais escuras finamcnte
bandados com indicios vulcanogenicos e de camadas negras com materia organica
intercalados nos quartzitos arenigianos (Couto 1993 Couto et al 20 03)
Como se pode constatar (fig 5) no territorio do Conventus de Bracara Augusta
embora haja actividade mineira emplacers (jazidas secundarias) particularmente sigshy
nificativas no sector de Ourense a exploralaquoao mineira incidiu fundamentalmente nos
jazigos primarios de ouro quer em filoes quartzosos endogranfticos quer em filoes
de quartzo c brechas tectonicas ferriferas nos metassedimentos encaixantes em esshy
174
pecial nas unidades parautoc
tones destacam-se as forma~
A) EXPLORAltOES I
Nao e facil detectar ve~ teamento das areias fluviais
areias transportadas pelos ril
No rio Coura ha um local des
dro mais apertado 0 esporlio nea de modo que 0 curso do
a montante e da qual sc consshy
rio para a galeria as arcias POt
terminado tempo 0 trabalhc
rante 0 inverno e retomado 11
profundo no qual se deposita
continua Tendo em conta as
Coulaquoo do Monte Furado mint
Ha numerosos vestigios ~
pleistocenicos de genese fluvia
Lima e Minho Neste texto n
arrastre que se observam nas
(fig 5 ponto 14) Pouco profun
rio Tamega e seus afluentes D
tirem varios povoados nas su
de ouro seria relevante justifi(
terminal do rio Lima na margt
pleistocenicas (fig5 ponto 5)
diversos vestfgios de trabalhos
tes incluem-se tanto no ambitc
como no de Tude ambas sedes do conventus de Bracara Auglst~
ralaquoao de Pinheiro Velho a nor
pecial nas unidades parautoctones e aloctone inferior Nos metassedimentos autocshy
tones destacam-se as formalt6es ordovfcicas da estrutura anticlinal de Valongo
A) EXPLORAcOES MINEIRAS ROMANAS - JAZIDAS SECUNDARIAS
AREIAS ALUVIONARES RECENTES
Nao e faci detectar vestfgios de uma actividade tao move como 0 simples bashy
teamento das areias fluviais Todavia em alguns casos a percentagem de metais nas
areias transportadas pelos rios justificou a organizaltao de urn sistema permanente
No rio Coura ha urn local designado por Coulto do Monte Furado onde num meanshy~ gtshydro rna is apertado 0 esporao rochoso (xistos) foi cortado por uma galeria subterrashy Cl o Wnea de modo que 0 curso do rio podia ser controlado graltas a uma represa erguida III
a montante e da qual se conservam vestigios (fig 5 ponto 6) Desviado 0 caudal do
rio para a gale ria as areias pod iam ser exploradas de forma intensiva durante urn deshy
tcrminado tempo 0 trabalho deveria ser realizado sazonalmente interrompido dushy
rante 0 inverno e retomado no periodo de estiagem Na propria galeria ha urn polto
profundo no qual se depositavam areias 0 que coloca a hipotese de uma actividade
continua Tendo em conta as formalt6es cortadas pelo rio Coura recolhia111-se no
Coulto do Monte Furado minerios de DurO e de estanho
I DEPOSITOS PLEISTOCENICOS
Ha numerosos vestigios de exploralt6es mineiras romanas de ouro em depositos
pleistocenicos de genese fluvial designadamente nas bacias dos rios Douro Tamega
Lima e Minho Neste texto referimos apenas alguns principiando peas cortas de
arrastre que se observam nas zonas de Chaves em Outeiro Seco e Outeiro Ivlachado
(fig 5 ponto 14) Pouco profundas estas cortas resultam do des1110nte dos terraltos do
rio Tamega e seus afluentes Distinguem-se bern nos ortofotomapas 0 facto de exisshy
tirem varios povoados nas suas imedialt6es leva-nos a considerar que a quantidade III
~ de ouro seria relevante justificando assentamentos permanentes Tambern no curso u
laquo
terminal do rio Lima na margem esquerda em Vila Mou foram exploradas formalt6es
pleistocenicas (fig5 ponto 5) Nos trechos final e medio do rio Minho conhecem-se
diversos vestigios de trabalhos mineiros em formalt6es de genese fluvial Estas frenshy
tes incluem-se tanto no ambito do territorio de Auria (Ourense) (fig5 pontos 12 e 13)
como no de Tude ambas sedes de civitates e dois dos principais aglomerados urbanos do conventus de Bracara Augusta No extremo nordeste do COllVentllS regista-se a exploshy
raltao de Pinheiro Velho a norte de Vinhais (fig5 ponto 18)
175 middot
B) JAZIDAS PRIMARIAS
o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias destacanshy
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
Serra do Valongo (Fojo das Pombas) No actual territorio galego a area a norte de
Carballino (fig5 ponto II) e impressionante pela intensa mineracao antiga de Duro
e estanho
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970 Almeida I973 Castro
I960 e I963 Lencastre I966 XTahl 1986 I988 e I989) considerando 0 facto de serem
complexos mineiros ja parcialmente estudados destacaremos apenas 0 seguinte a
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos urn entre a civitas de Cale
e a de Tongobriga 0 outro entre a civitas de Aquae fltlaviae a norte e a suI a civitas com
sede na area de Constantim de Pan6ias a elevaeia percentagem de ouro por tonelada
a cronologia do inicio da actividade mineira que e possivel datar da dinastia Julioshy
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto) a prosperidade destes territorios que atrashy
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste 0 facto de estarem
directamente ligados a Bracara Augllsta atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
Via XVI (Serra de Valongo)
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas exploshy
racoes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas
) ZONA ORIENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental
ou seja na faixa interior e leste do conventus para alem da Serra da Padrela outras
tre relevantes zonas mineiras Macedinho - Vila Verde - S Salvador (concelhos
de Mirandela e Vila Flor) Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas)
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S Salvador sao numerosos os vestishy
Vl gios de exploracao de filoes de quartzo pelo metodo designado por PHnio como aura ~ u canalicum ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio Urn dos exemplos laquo
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz 0 DUro foi
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientacao NIO-20E que sc
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia
de Macedinho numa extensao d~ I5 km
Outros extensos desIllontes do f1esmo tipo foram assinalados nas cartas I25 000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S Salvador (Vila Flor) Em numeroshy
sus pontos a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que
seja possivel afirmar-se se foram frentes de exploracao ou apenas de prospeccao De
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha
J 76
de muralhas bern como vcst
~~ ao Em nosso entendcr cst(
a civitas dos Baniensium (LeI
com capital em S Juzenda
media bacia do Tua
Outra zona mineira au
Passos tendo como povoad
ploracao sejam discretas ha
pode ser observado com nit
profunda vein trench resultar
A nordeste destes doi~
situa-se outra zona mal ava
das Freitas (Almeida 1970 T
inllmeros vestigios cle miner
clo rio Terva (afluente do Ti
desceu 0 desmonte pequcnl
levo galerias (umas de extr2
abrange uma vasta area mine
e a oeste pelo Corgo clo Vicl
cico de Chaves Trata-se de relativamente aD
) Apresen
ckwerk de filoes de quartzo
de filoes subverticais (c) de (
cao macroscopica 0 quartzo milonitizacao a arsenopirit
Poco das Freitas proximo d
orientacao N120-130E Nurr
pais controlos tectonicos da
orientacao N80E esquerdo~
NI20-I30E dextros (area de
das Freitas)
A par dos distritos mil
antiga na zona leste do COllt
se coloca por ora a hipotes
refer i-los no presente trabal
de Bracara Augusta junto ac
como vicus e que se chama
expressivos vestigios de min
xistosos Tais vestfgios ja fo
de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
177
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designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
middotmiddotmiddotmiddot 178
territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
aconselham que 0 estudo dm do pois que se trata de urn Vf
desta regiao do Imperio ROlli
o substrato geologico mente complexo Estacompll directa na diversidade das ti~
gicos em geral
Almeida C A Ferreir
J ales e Tres Minas (Tras-osshy
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P
FKlein E Marqufnezj N Pablo MaciaJG de Peinadc
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Domergue Claude 19
Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
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Doutoramento Universidade do Minho Braga
Lima MFL amp Gomes CAL 1998 Locais de interesse para a Arqueologia Mineira do Alto Minho (N de Portugal) Estado ac tual- metodos de caracterizarao
e estrategias de aproveitamento Cad Lab Xeol Laxe Coruna Vol 23 89-99 Lotze F 1945 Zur Gliederung der Varisziden der Iberischen Meseta Geotekt
Forsch 6 78-92 (traduzido para 0 espanhol Observaciones respecto a la division de
los variscides de la Meseta Iberica Publ extrangeras sobre geologia de Espana 1950
5149-166) Maciel Tarcisio 2003 0 POvoamento Proto-Histririco do Vale do Neiva Rio Neiva
Associarao para a Defesa do Ambiente Esposende Meireles c 1991 Sintese sobre os modelos metalogenicos das oco[[(~ncias de
ouro em Portugal Relatririo interno apresentado no ambito do concurso interno para assisshytente de investigafiio da DGGM 42 p
Meireles C amp Carvalho] H 1992 Proposta de enquadramento metalogenico das ocorrencias de Au em Portugal Abstract ampposter in XIV Reun de Xeol Min NO Peninsulclr Coruna
Nogueira P amp Noronha F 1998 Mineralizar6es auriferas da regiao de Vila Verde Urn modelo metalogenetico Actas do V Congresso Nacional de Geologia
Comunic lnst Geol Mineiro t 84 fasc 2 Lisboa F23-F26 Noronha F amp Ramos] 1993 Mineralizar6es auriferas primarias no nOrte de
Portugal Algumas reflex6es Cuad Lab Xeo Laxe 18 133-146 Pereira pound amp Meireles C 1998 Metais preciosos em Portugal Situarao da inshy
vestigarao geol6gica ~ mineira Est Notas e Trab Inst Geo Mineiro tomo 40 3-34 Pereira poundS Ribeiro A amp Meireles c 1993 Cisalhamentos hercinicos e conshy
trolo das mineralizar6es na Zona Centro Iberica em Portugal Cuad Lab Xeo Laxe Coruna nO 18 89-JI9
Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
180
Wahljurgen1986R das minas de ouro romtlllas de
- (1988) -Tres Minas Bereich des Romischen G~
3[-56 - (1989) -Resultados d
zona da minerarao romana
WahlJurgen 1986 Resultados daspesquisas arqueolOgicas do 4886 a roII86 na zona das minas de ouro romanas de Tres Minas (Relatorio dactilografado)
- (1988) -Tres Minas Vorbericht Uber Die Archaologischen Untersuchungen im Bereich des Romischen Goldbergwerks 1986-87 Madrider Mitteilungen 29 Madrid 3[-56
- (1989) -Resultados das pesquisas arqueoJogicas efectuadas em 1988 e 1989 na zona da minera~ao romana de Tres Minas deJales (Relatorio dactilografado)
181
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AS MINERALlZAlt6ES AURiFERAS NO ANTIGO TERRITORIO DE BRACARA AUGUSTANO
No que respeita as mineralizalaquooes de ouro que ocorrcm nestas duas zonas geoshy
estruturais e vasta a bibliografia que reallaquoa 0 forte controlo estrutural que joga urn
papel importante na remobilizalaquoao e na concentralaquoao economica destas mineralizashy
laquooes (Gouanvic et al 1981 Courrioux et al 1986 Meireles e Carvalho 1992 Noronha
e Ramos 1993 Pereira et ai 1993 Pereira e Meire1es 1998 Nogueira e Noronha
1998) Sem se pretender ser exaustivo pois 0 estudo metalogenico nao esta no ambito
deste trabalho sao fundamentalmente as estruturas tectonicas geradas durante as
orogenias varisca precoces (cisalhamentos das fases D e D) e tardi varisca (falhas NIoE-zoE) que desempenham 0 principal papel no controlo destas mineralizalaquo6es gtshylgt 0 o (fig 4)W 111
Figura 4 - Esbo~o estrutural
das Zonas Centro Iberica e Gallza
TrAs-os-Montes LEGENDA
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Alem disso constata-se que as diferentes associalaquooes de metais a que 0 ouro
esta associado podem ser tambem fortemente condicionadas pelo contexto litologico
(Meireles 1991 Meireles e Carvalho 1992 Noronha e Ramos 1993) De facto na sershy
ra das Banjas (anticlinal de Valongo) ha evidencias c1aras comprovadas de concenshy
tralaquooes singeneticas de ouro em sedimentos pelfticos de cor mais escuras finamcnte
bandados com indicios vulcanogenicos e de camadas negras com materia organica
intercalados nos quartzitos arenigianos (Couto 1993 Couto et al 20 03)
Como se pode constatar (fig 5) no territorio do Conventus de Bracara Augusta
embora haja actividade mineira emplacers (jazidas secundarias) particularmente sigshy
nificativas no sector de Ourense a exploralaquoao mineira incidiu fundamentalmente nos
jazigos primarios de ouro quer em filoes quartzosos endogranfticos quer em filoes
de quartzo c brechas tectonicas ferriferas nos metassedimentos encaixantes em esshy
174
pecial nas unidades parautoc
tones destacam-se as forma~
A) EXPLORAltOES I
Nao e facil detectar ve~ teamento das areias fluviais
areias transportadas pelos ril
No rio Coura ha um local des
dro mais apertado 0 esporlio nea de modo que 0 curso do
a montante e da qual sc consshy
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terminado tempo 0 trabalhc
rante 0 inverno e retomado 11
profundo no qual se deposita
continua Tendo em conta as
Coulaquoo do Monte Furado mint
Ha numerosos vestigios ~
pleistocenicos de genese fluvia
Lima e Minho Neste texto n
arrastre que se observam nas
(fig 5 ponto 14) Pouco profun
rio Tamega e seus afluentes D
tirem varios povoados nas su
de ouro seria relevante justifi(
terminal do rio Lima na margt
pleistocenicas (fig5 ponto 5)
diversos vestfgios de trabalhos
tes incluem-se tanto no ambitc
como no de Tude ambas sedes do conventus de Bracara Auglst~
ralaquoao de Pinheiro Velho a nor
pecial nas unidades parautoctones e aloctone inferior Nos metassedimentos autocshy
tones destacam-se as formalt6es ordovfcicas da estrutura anticlinal de Valongo
A) EXPLORAcOES MINEIRAS ROMANAS - JAZIDAS SECUNDARIAS
AREIAS ALUVIONARES RECENTES
Nao e faci detectar vestfgios de uma actividade tao move como 0 simples bashy
teamento das areias fluviais Todavia em alguns casos a percentagem de metais nas
areias transportadas pelos rios justificou a organizaltao de urn sistema permanente
No rio Coura ha urn local designado por Coulto do Monte Furado onde num meanshy~ gtshydro rna is apertado 0 esporao rochoso (xistos) foi cortado por uma galeria subterrashy Cl o Wnea de modo que 0 curso do rio podia ser controlado graltas a uma represa erguida III
a montante e da qual se conservam vestigios (fig 5 ponto 6) Desviado 0 caudal do
rio para a gale ria as areias pod iam ser exploradas de forma intensiva durante urn deshy
tcrminado tempo 0 trabalho deveria ser realizado sazonalmente interrompido dushy
rante 0 inverno e retomado no periodo de estiagem Na propria galeria ha urn polto
profundo no qual se depositavam areias 0 que coloca a hipotese de uma actividade
continua Tendo em conta as formalt6es cortadas pelo rio Coura recolhia111-se no
Coulto do Monte Furado minerios de DurO e de estanho
I DEPOSITOS PLEISTOCENICOS
Ha numerosos vestigios de exploralt6es mineiras romanas de ouro em depositos
pleistocenicos de genese fluvial designadamente nas bacias dos rios Douro Tamega
Lima e Minho Neste texto referimos apenas alguns principiando peas cortas de
arrastre que se observam nas zonas de Chaves em Outeiro Seco e Outeiro Ivlachado
(fig 5 ponto 14) Pouco profundas estas cortas resultam do des1110nte dos terraltos do
rio Tamega e seus afluentes Distinguem-se bern nos ortofotomapas 0 facto de exisshy
tirem varios povoados nas suas imedialt6es leva-nos a considerar que a quantidade III
~ de ouro seria relevante justificando assentamentos permanentes Tambern no curso u
laquo
terminal do rio Lima na margem esquerda em Vila Mou foram exploradas formalt6es
pleistocenicas (fig5 ponto 5) Nos trechos final e medio do rio Minho conhecem-se
diversos vestigios de trabalhos mineiros em formalt6es de genese fluvial Estas frenshy
tes incluem-se tanto no ambito do territorio de Auria (Ourense) (fig5 pontos 12 e 13)
como no de Tude ambas sedes de civitates e dois dos principais aglomerados urbanos do conventus de Bracara Augusta No extremo nordeste do COllVentllS regista-se a exploshy
raltao de Pinheiro Velho a norte de Vinhais (fig5 ponto 18)
175 middot
B) JAZIDAS PRIMARIAS
o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias destacanshy
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
Serra do Valongo (Fojo das Pombas) No actual territorio galego a area a norte de
Carballino (fig5 ponto II) e impressionante pela intensa mineracao antiga de Duro
e estanho
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970 Almeida I973 Castro
I960 e I963 Lencastre I966 XTahl 1986 I988 e I989) considerando 0 facto de serem
complexos mineiros ja parcialmente estudados destacaremos apenas 0 seguinte a
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos urn entre a civitas de Cale
e a de Tongobriga 0 outro entre a civitas de Aquae fltlaviae a norte e a suI a civitas com
sede na area de Constantim de Pan6ias a elevaeia percentagem de ouro por tonelada
a cronologia do inicio da actividade mineira que e possivel datar da dinastia Julioshy
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto) a prosperidade destes territorios que atrashy
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste 0 facto de estarem
directamente ligados a Bracara Augllsta atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
Via XVI (Serra de Valongo)
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas exploshy
racoes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas
) ZONA ORIENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental
ou seja na faixa interior e leste do conventus para alem da Serra da Padrela outras
tre relevantes zonas mineiras Macedinho - Vila Verde - S Salvador (concelhos
de Mirandela e Vila Flor) Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas)
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S Salvador sao numerosos os vestishy
Vl gios de exploracao de filoes de quartzo pelo metodo designado por PHnio como aura ~ u canalicum ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio Urn dos exemplos laquo
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz 0 DUro foi
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientacao NIO-20E que sc
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia
de Macedinho numa extensao d~ I5 km
Outros extensos desIllontes do f1esmo tipo foram assinalados nas cartas I25 000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S Salvador (Vila Flor) Em numeroshy
sus pontos a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que
seja possivel afirmar-se se foram frentes de exploracao ou apenas de prospeccao De
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha
J 76
de muralhas bern como vcst
~~ ao Em nosso entendcr cst(
a civitas dos Baniensium (LeI
com capital em S Juzenda
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Outra zona mineira au
Passos tendo como povoad
ploracao sejam discretas ha
pode ser observado com nit
profunda vein trench resultar
A nordeste destes doi~
situa-se outra zona mal ava
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desceu 0 desmonte pequcnl
levo galerias (umas de extr2
abrange uma vasta area mine
e a oeste pelo Corgo clo Vicl
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) Apresen
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de filoes subverticais (c) de (
cao macroscopica 0 quartzo milonitizacao a arsenopirit
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orientacao N120-130E Nurr
pais controlos tectonicos da
orientacao N80E esquerdo~
NI20-I30E dextros (area de
das Freitas)
A par dos distritos mil
antiga na zona leste do COllt
se coloca por ora a hipotes
refer i-los no presente trabal
de Bracara Augusta junto ac
como vicus e que se chama
expressivos vestigios de min
xistosos Tais vestfgios ja fo
de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
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designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
middotmiddotmiddotmiddot 178
territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
aconselham que 0 estudo dm do pois que se trata de urn Vf
desta regiao do Imperio ROlli
o substrato geologico mente complexo Estacompll directa na diversidade das ti~
gicos em geral
Almeida C A Ferreir
J ales e Tres Minas (Tras-osshy
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P
FKlein E Marqufnezj N Pablo MaciaJG de Peinadc
geologicas y significado de 101
Montes II Congr Geo Espaii
Argote Jeronimo Cant do Arcebispado Primaz de Brag
Castro Luis de Albu( Trabalhos do Servifo de Foment
--(1963) - Tres Minas -
Etnografia
Courrioux G Gagny saillantes dans des granites s
Minero XCVII-VI 47-66
Couto HM 1993middot AJ Ciencias Univ Porto 607 p (2
Couto HM Roger (
tos para 0 conhecimento do (UNL) Lisboa nO esp V CD
Domergue Claude 19
Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
BIBLIOGRAFIA
Almeida C A Ferreira de 1973 Aspectos da minera~ao romana de DurO em Jales e Tres Minas (Tras-os-Montes) Actas do II Congresso Nacional de Arqueologia
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de 1970 Minas de Ouro na Gallaecia Portuguesa Legio
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P Gallastegui G Gil Ibarguchi ]IGonzalez Lodeiro
FKlein E Marquinez] Martin Parra 1M Martiinez Catalan]R Ortega E
Pablo Macia]G de Peinado M e Rodriguez-Fernandez 1R 1988 Caracteristicas geologicas y significado de los dominios que componen la Zona de Galicia - Tras-osshyMontes II Congr Geot Espana Simposios 75-84
Argote Jeronimo Contador de 1732-1747 Mem6rias pard a Hist6ria Ecclesidstica
do Arcebispado Primaz de Braga Braga 5 volumes Castro Luis de Albuquerque e 1960 Lucernas mineiras EstlldoJ Notas e
Tmbahos do Serviro de Fomento Mineiro 14 (3-4) Porto 281-292 --(1963) - Tres Minas -Arqueologia Mineira Actas do Congrerso Internacional de
Etnografia
Courrioux G Gagny C amp Gouanvic Y 1986 Analyse des structures cishysaillantes dans des granites syntectoniques de Galice (NW de Espagne) Bol Geot y Minero XCVII-VI 47-66
Couto HM 1993 As mineralizaroes de Sb-All da regiao Durico - Beira Fac
Ciencias Univ Porto 607 p (2 vols) Couto HM Roger G amp Sodre Borges 2003 Minas das Banjas contribushy
tos para 0 conhecimento do Ordovicico do anticlinal de Valongo Ciencias da Terra
(UNL) Lisboa nO esp V CD-ROM C28-C31 Domergue Claude 1991 Les Mines de La Pininsule lbirique dans tAntiquiti
Romaine Collection de IEcole Francaise de Rome 127 Roma
179
Farias P Gallastegui G Gonzalez Lodeiro F Marquinez] Martin Parra LM Martinez Catalan]R Pablo Macia]G e Rodriguez Fernandez LR 198]shyAportaciones al conocimento de la litoestratigrafia y estructura de Galicia Central
Mus Lab Min Geol Pac Cicncim Univ Porto Mem Ndeg I 4II-431 Geologia de Espana Vera ]A (Ed Principal) Sociedad Geol6gica de Espana
Instituto Geologico y Minero de Espana 2004884 p Gomes C L amp Gaspar 0 1992 Mineralizar6es filonianas associadas a cisashy
Ihamentos pos-pegmatoides do campo aplito-pegmatitico de Arga-Minho Comun
Servo Geo Port t i8 fase I 31-4i Gouanvic Y Courrioux G amp Ovejero G 1981 Controle strut ural de la reshy
partition des indices dor filoniens du nord-ouest de la Peninsule IberiqueCuad Geo
Iberica Madrid 353-36i Lemos F S 1993 0 Povoamento Romano de Trds-os-Montes Oriental Dissertafiio de
Doutoramento Universidade do Minho Braga
Lima MFL amp Gomes CAL 1998 Locais de interesse para a Arqueologia Mineira do Alto Minho (N de Portugal) Estado ac tual- metodos de caracterizarao
e estrategias de aproveitamento Cad Lab Xeol Laxe Coruna Vol 23 89-99 Lotze F 1945 Zur Gliederung der Varisziden der Iberischen Meseta Geotekt
Forsch 6 78-92 (traduzido para 0 espanhol Observaciones respecto a la division de
los variscides de la Meseta Iberica Publ extrangeras sobre geologia de Espana 1950
5149-166) Maciel Tarcisio 2003 0 POvoamento Proto-Histririco do Vale do Neiva Rio Neiva
Associarao para a Defesa do Ambiente Esposende Meireles c 1991 Sintese sobre os modelos metalogenicos das oco[[(~ncias de
ouro em Portugal Relatririo interno apresentado no ambito do concurso interno para assisshytente de investigafiio da DGGM 42 p
Meireles C amp Carvalho] H 1992 Proposta de enquadramento metalogenico das ocorrencias de Au em Portugal Abstract ampposter in XIV Reun de Xeol Min NO Peninsulclr Coruna
Nogueira P amp Noronha F 1998 Mineralizar6es auriferas da regiao de Vila Verde Urn modelo metalogenetico Actas do V Congresso Nacional de Geologia
Comunic lnst Geol Mineiro t 84 fasc 2 Lisboa F23-F26 Noronha F amp Ramos] 1993 Mineralizar6es auriferas primarias no nOrte de
Portugal Algumas reflex6es Cuad Lab Xeo Laxe 18 133-146 Pereira pound amp Meireles C 1998 Metais preciosos em Portugal Situarao da inshy
vestigarao geol6gica ~ mineira Est Notas e Trab Inst Geo Mineiro tomo 40 3-34 Pereira poundS Ribeiro A amp Meireles c 1993 Cisalhamentos hercinicos e conshy
trolo das mineralizar6es na Zona Centro Iberica em Portugal Cuad Lab Xeo Laxe Coruna nO 18 89-JI9
Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
180
Wahljurgen1986R das minas de ouro romtlllas de
- (1988) -Tres Minas Bereich des Romischen G~
3[-56 - (1989) -Resultados d
zona da minerarao romana
WahlJurgen 1986 Resultados daspesquisas arqueolOgicas do 4886 a roII86 na zona das minas de ouro romanas de Tres Minas (Relatorio dactilografado)
- (1988) -Tres Minas Vorbericht Uber Die Archaologischen Untersuchungen im Bereich des Romischen Goldbergwerks 1986-87 Madrider Mitteilungen 29 Madrid 3[-56
- (1989) -Resultados das pesquisas arqueoJogicas efectuadas em 1988 e 1989 na zona da minera~ao romana de Tres Minas deJales (Relatorio dactilografado)
181
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tones destacam-se as formalt6es ordovfcicas da estrutura anticlinal de Valongo
A) EXPLORAcOES MINEIRAS ROMANAS - JAZIDAS SECUNDARIAS
AREIAS ALUVIONARES RECENTES
Nao e faci detectar vestfgios de uma actividade tao move como 0 simples bashy
teamento das areias fluviais Todavia em alguns casos a percentagem de metais nas
areias transportadas pelos rios justificou a organizaltao de urn sistema permanente
No rio Coura ha urn local designado por Coulto do Monte Furado onde num meanshy~ gtshydro rna is apertado 0 esporao rochoso (xistos) foi cortado por uma galeria subterrashy Cl o Wnea de modo que 0 curso do rio podia ser controlado graltas a uma represa erguida III
a montante e da qual se conservam vestigios (fig 5 ponto 6) Desviado 0 caudal do
rio para a gale ria as areias pod iam ser exploradas de forma intensiva durante urn deshy
tcrminado tempo 0 trabalho deveria ser realizado sazonalmente interrompido dushy
rante 0 inverno e retomado no periodo de estiagem Na propria galeria ha urn polto
profundo no qual se depositavam areias 0 que coloca a hipotese de uma actividade
continua Tendo em conta as formalt6es cortadas pelo rio Coura recolhia111-se no
Coulto do Monte Furado minerios de DurO e de estanho
I DEPOSITOS PLEISTOCENICOS
Ha numerosos vestigios de exploralt6es mineiras romanas de ouro em depositos
pleistocenicos de genese fluvial designadamente nas bacias dos rios Douro Tamega
Lima e Minho Neste texto referimos apenas alguns principiando peas cortas de
arrastre que se observam nas zonas de Chaves em Outeiro Seco e Outeiro Ivlachado
(fig 5 ponto 14) Pouco profundas estas cortas resultam do des1110nte dos terraltos do
rio Tamega e seus afluentes Distinguem-se bern nos ortofotomapas 0 facto de exisshy
tirem varios povoados nas suas imedialt6es leva-nos a considerar que a quantidade III
~ de ouro seria relevante justificando assentamentos permanentes Tambern no curso u
laquo
terminal do rio Lima na margem esquerda em Vila Mou foram exploradas formalt6es
pleistocenicas (fig5 ponto 5) Nos trechos final e medio do rio Minho conhecem-se
diversos vestigios de trabalhos mineiros em formalt6es de genese fluvial Estas frenshy
tes incluem-se tanto no ambito do territorio de Auria (Ourense) (fig5 pontos 12 e 13)
como no de Tude ambas sedes de civitates e dois dos principais aglomerados urbanos do conventus de Bracara Augusta No extremo nordeste do COllVentllS regista-se a exploshy
raltao de Pinheiro Velho a norte de Vinhais (fig5 ponto 18)
175 middot
B) JAZIDAS PRIMARIAS
o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias destacanshy
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
Serra do Valongo (Fojo das Pombas) No actual territorio galego a area a norte de
Carballino (fig5 ponto II) e impressionante pela intensa mineracao antiga de Duro
e estanho
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970 Almeida I973 Castro
I960 e I963 Lencastre I966 XTahl 1986 I988 e I989) considerando 0 facto de serem
complexos mineiros ja parcialmente estudados destacaremos apenas 0 seguinte a
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos urn entre a civitas de Cale
e a de Tongobriga 0 outro entre a civitas de Aquae fltlaviae a norte e a suI a civitas com
sede na area de Constantim de Pan6ias a elevaeia percentagem de ouro por tonelada
a cronologia do inicio da actividade mineira que e possivel datar da dinastia Julioshy
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto) a prosperidade destes territorios que atrashy
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste 0 facto de estarem
directamente ligados a Bracara Augllsta atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
Via XVI (Serra de Valongo)
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas exploshy
racoes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas
) ZONA ORIENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental
ou seja na faixa interior e leste do conventus para alem da Serra da Padrela outras
tre relevantes zonas mineiras Macedinho - Vila Verde - S Salvador (concelhos
de Mirandela e Vila Flor) Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas)
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S Salvador sao numerosos os vestishy
Vl gios de exploracao de filoes de quartzo pelo metodo designado por PHnio como aura ~ u canalicum ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio Urn dos exemplos laquo
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz 0 DUro foi
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientacao NIO-20E que sc
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia
de Macedinho numa extensao d~ I5 km
Outros extensos desIllontes do f1esmo tipo foram assinalados nas cartas I25 000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S Salvador (Vila Flor) Em numeroshy
sus pontos a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que
seja possivel afirmar-se se foram frentes de exploracao ou apenas de prospeccao De
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha
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de muralhas bern como vcst
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a civitas dos Baniensium (LeI
com capital em S Juzenda
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e a oeste pelo Corgo clo Vicl
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) Apresen
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de filoes subverticais (c) de (
cao macroscopica 0 quartzo milonitizacao a arsenopirit
Poco das Freitas proximo d
orientacao N120-130E Nurr
pais controlos tectonicos da
orientacao N80E esquerdo~
NI20-I30E dextros (area de
das Freitas)
A par dos distritos mil
antiga na zona leste do COllt
se coloca por ora a hipotes
refer i-los no presente trabal
de Bracara Augusta junto ac
como vicus e que se chama
expressivos vestigios de min
xistosos Tais vestfgios ja fo
de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
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designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
middotmiddotmiddotmiddot 178
territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
aconselham que 0 estudo dm do pois que se trata de urn Vf
desta regiao do Imperio ROlli
o substrato geologico mente complexo Estacompll directa na diversidade das ti~
gicos em geral
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J ales e Tres Minas (Tras-osshy
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P
FKlein E Marqufnezj N Pablo MaciaJG de Peinadc
geologicas y significado de 101
Montes II Congr Geo Espaii
Argote Jeronimo Cant do Arcebispado Primaz de Brag
Castro Luis de Albu( Trabalhos do Servifo de Foment
--(1963) - Tres Minas -
Etnografia
Courrioux G Gagny saillantes dans des granites s
Minero XCVII-VI 47-66
Couto HM 1993middot AJ Ciencias Univ Porto 607 p (2
Couto HM Roger (
tos para 0 conhecimento do (UNL) Lisboa nO esp V CD
Domergue Claude 19
Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
BIBLIOGRAFIA
Almeida C A Ferreira de 1973 Aspectos da minera~ao romana de DurO em Jales e Tres Minas (Tras-os-Montes) Actas do II Congresso Nacional de Arqueologia
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de 1970 Minas de Ouro na Gallaecia Portuguesa Legio
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P Gallastegui G Gil Ibarguchi ]IGonzalez Lodeiro
FKlein E Marquinez] Martin Parra 1M Martiinez Catalan]R Ortega E
Pablo Macia]G de Peinado M e Rodriguez-Fernandez 1R 1988 Caracteristicas geologicas y significado de los dominios que componen la Zona de Galicia - Tras-osshyMontes II Congr Geot Espana Simposios 75-84
Argote Jeronimo Contador de 1732-1747 Mem6rias pard a Hist6ria Ecclesidstica
do Arcebispado Primaz de Braga Braga 5 volumes Castro Luis de Albuquerque e 1960 Lucernas mineiras EstlldoJ Notas e
Tmbahos do Serviro de Fomento Mineiro 14 (3-4) Porto 281-292 --(1963) - Tres Minas -Arqueologia Mineira Actas do Congrerso Internacional de
Etnografia
Courrioux G Gagny C amp Gouanvic Y 1986 Analyse des structures cishysaillantes dans des granites syntectoniques de Galice (NW de Espagne) Bol Geot y Minero XCVII-VI 47-66
Couto HM 1993 As mineralizaroes de Sb-All da regiao Durico - Beira Fac
Ciencias Univ Porto 607 p (2 vols) Couto HM Roger G amp Sodre Borges 2003 Minas das Banjas contribushy
tos para 0 conhecimento do Ordovicico do anticlinal de Valongo Ciencias da Terra
(UNL) Lisboa nO esp V CD-ROM C28-C31 Domergue Claude 1991 Les Mines de La Pininsule lbirique dans tAntiquiti
Romaine Collection de IEcole Francaise de Rome 127 Roma
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Farias P Gallastegui G Gonzalez Lodeiro F Marquinez] Martin Parra LM Martinez Catalan]R Pablo Macia]G e Rodriguez Fernandez LR 198]shyAportaciones al conocimento de la litoestratigrafia y estructura de Galicia Central
Mus Lab Min Geol Pac Cicncim Univ Porto Mem Ndeg I 4II-431 Geologia de Espana Vera ]A (Ed Principal) Sociedad Geol6gica de Espana
Instituto Geologico y Minero de Espana 2004884 p Gomes C L amp Gaspar 0 1992 Mineralizar6es filonianas associadas a cisashy
Ihamentos pos-pegmatoides do campo aplito-pegmatitico de Arga-Minho Comun
Servo Geo Port t i8 fase I 31-4i Gouanvic Y Courrioux G amp Ovejero G 1981 Controle strut ural de la reshy
partition des indices dor filoniens du nord-ouest de la Peninsule IberiqueCuad Geo
Iberica Madrid 353-36i Lemos F S 1993 0 Povoamento Romano de Trds-os-Montes Oriental Dissertafiio de
Doutoramento Universidade do Minho Braga
Lima MFL amp Gomes CAL 1998 Locais de interesse para a Arqueologia Mineira do Alto Minho (N de Portugal) Estado ac tual- metodos de caracterizarao
e estrategias de aproveitamento Cad Lab Xeol Laxe Coruna Vol 23 89-99 Lotze F 1945 Zur Gliederung der Varisziden der Iberischen Meseta Geotekt
Forsch 6 78-92 (traduzido para 0 espanhol Observaciones respecto a la division de
los variscides de la Meseta Iberica Publ extrangeras sobre geologia de Espana 1950
5149-166) Maciel Tarcisio 2003 0 POvoamento Proto-Histririco do Vale do Neiva Rio Neiva
Associarao para a Defesa do Ambiente Esposende Meireles c 1991 Sintese sobre os modelos metalogenicos das oco[[(~ncias de
ouro em Portugal Relatririo interno apresentado no ambito do concurso interno para assisshytente de investigafiio da DGGM 42 p
Meireles C amp Carvalho] H 1992 Proposta de enquadramento metalogenico das ocorrencias de Au em Portugal Abstract ampposter in XIV Reun de Xeol Min NO Peninsulclr Coruna
Nogueira P amp Noronha F 1998 Mineralizar6es auriferas da regiao de Vila Verde Urn modelo metalogenetico Actas do V Congresso Nacional de Geologia
Comunic lnst Geol Mineiro t 84 fasc 2 Lisboa F23-F26 Noronha F amp Ramos] 1993 Mineralizar6es auriferas primarias no nOrte de
Portugal Algumas reflex6es Cuad Lab Xeo Laxe 18 133-146 Pereira pound amp Meireles C 1998 Metais preciosos em Portugal Situarao da inshy
vestigarao geol6gica ~ mineira Est Notas e Trab Inst Geo Mineiro tomo 40 3-34 Pereira poundS Ribeiro A amp Meireles c 1993 Cisalhamentos hercinicos e conshy
trolo das mineralizar6es na Zona Centro Iberica em Portugal Cuad Lab Xeo Laxe Coruna nO 18 89-JI9
Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
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Wahljurgen1986R das minas de ouro romtlllas de
- (1988) -Tres Minas Bereich des Romischen G~
3[-56 - (1989) -Resultados d
zona da minerarao romana
WahlJurgen 1986 Resultados daspesquisas arqueolOgicas do 4886 a roII86 na zona das minas de ouro romanas de Tres Minas (Relatorio dactilografado)
- (1988) -Tres Minas Vorbericht Uber Die Archaologischen Untersuchungen im Bereich des Romischen Goldbergwerks 1986-87 Madrider Mitteilungen 29 Madrid 3[-56
- (1989) -Resultados das pesquisas arqueoJogicas efectuadas em 1988 e 1989 na zona da minera~ao romana de Tres Minas deJales (Relatorio dactilografado)
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o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias destacanshy
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
Serra do Valongo (Fojo das Pombas) No actual territorio galego a area a norte de
Carballino (fig5 ponto II) e impressionante pela intensa mineracao antiga de Duro
e estanho
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970 Almeida I973 Castro
I960 e I963 Lencastre I966 XTahl 1986 I988 e I989) considerando 0 facto de serem
complexos mineiros ja parcialmente estudados destacaremos apenas 0 seguinte a
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos urn entre a civitas de Cale
e a de Tongobriga 0 outro entre a civitas de Aquae fltlaviae a norte e a suI a civitas com
sede na area de Constantim de Pan6ias a elevaeia percentagem de ouro por tonelada
a cronologia do inicio da actividade mineira que e possivel datar da dinastia Julioshy
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto) a prosperidade destes territorios que atrashy
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste 0 facto de estarem
directamente ligados a Bracara Augllsta atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
Via XVI (Serra de Valongo)
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas exploshy
racoes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas
) ZONA ORIENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental
ou seja na faixa interior e leste do conventus para alem da Serra da Padrela outras
tre relevantes zonas mineiras Macedinho - Vila Verde - S Salvador (concelhos
de Mirandela e Vila Flor) Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas)
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S Salvador sao numerosos os vestishy
Vl gios de exploracao de filoes de quartzo pelo metodo designado por PHnio como aura ~ u canalicum ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio Urn dos exemplos laquo
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz 0 DUro foi
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientacao NIO-20E que sc
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia
de Macedinho numa extensao d~ I5 km
Outros extensos desIllontes do f1esmo tipo foram assinalados nas cartas I25 000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S Salvador (Vila Flor) Em numeroshy
sus pontos a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que
seja possivel afirmar-se se foram frentes de exploracao ou apenas de prospeccao De
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha
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de muralhas bern como vcst
~~ ao Em nosso entendcr cst(
a civitas dos Baniensium (LeI
com capital em S Juzenda
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Outra zona mineira au
Passos tendo como povoad
ploracao sejam discretas ha
pode ser observado com nit
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situa-se outra zona mal ava
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abrange uma vasta area mine
e a oeste pelo Corgo clo Vicl
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) Apresen
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de filoes subverticais (c) de (
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Poco das Freitas proximo d
orientacao N120-130E Nurr
pais controlos tectonicos da
orientacao N80E esquerdo~
NI20-I30E dextros (area de
das Freitas)
A par dos distritos mil
antiga na zona leste do COllt
se coloca por ora a hipotes
refer i-los no presente trabal
de Bracara Augusta junto ac
como vicus e que se chama
expressivos vestigios de min
xistosos Tais vestfgios ja fo
de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
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designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
middotmiddotmiddotmiddot 178
territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
aconselham que 0 estudo dm do pois que se trata de urn Vf
desta regiao do Imperio ROlli
o substrato geologico mente complexo Estacompll directa na diversidade das ti~
gicos em geral
Almeida C A Ferreir
J ales e Tres Minas (Tras-osshy
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P
FKlein E Marqufnezj N Pablo MaciaJG de Peinadc
geologicas y significado de 101
Montes II Congr Geo Espaii
Argote Jeronimo Cant do Arcebispado Primaz de Brag
Castro Luis de Albu( Trabalhos do Servifo de Foment
--(1963) - Tres Minas -
Etnografia
Courrioux G Gagny saillantes dans des granites s
Minero XCVII-VI 47-66
Couto HM 1993middot AJ Ciencias Univ Porto 607 p (2
Couto HM Roger (
tos para 0 conhecimento do (UNL) Lisboa nO esp V CD
Domergue Claude 19
Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
BIBLIOGRAFIA
Almeida C A Ferreira de 1973 Aspectos da minera~ao romana de DurO em Jales e Tres Minas (Tras-os-Montes) Actas do II Congresso Nacional de Arqueologia
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de 1970 Minas de Ouro na Gallaecia Portuguesa Legio
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P Gallastegui G Gil Ibarguchi ]IGonzalez Lodeiro
FKlein E Marquinez] Martin Parra 1M Martiinez Catalan]R Ortega E
Pablo Macia]G de Peinado M e Rodriguez-Fernandez 1R 1988 Caracteristicas geologicas y significado de los dominios que componen la Zona de Galicia - Tras-osshyMontes II Congr Geot Espana Simposios 75-84
Argote Jeronimo Contador de 1732-1747 Mem6rias pard a Hist6ria Ecclesidstica
do Arcebispado Primaz de Braga Braga 5 volumes Castro Luis de Albuquerque e 1960 Lucernas mineiras EstlldoJ Notas e
Tmbahos do Serviro de Fomento Mineiro 14 (3-4) Porto 281-292 --(1963) - Tres Minas -Arqueologia Mineira Actas do Congrerso Internacional de
Etnografia
Courrioux G Gagny C amp Gouanvic Y 1986 Analyse des structures cishysaillantes dans des granites syntectoniques de Galice (NW de Espagne) Bol Geot y Minero XCVII-VI 47-66
Couto HM 1993 As mineralizaroes de Sb-All da regiao Durico - Beira Fac
Ciencias Univ Porto 607 p (2 vols) Couto HM Roger G amp Sodre Borges 2003 Minas das Banjas contribushy
tos para 0 conhecimento do Ordovicico do anticlinal de Valongo Ciencias da Terra
(UNL) Lisboa nO esp V CD-ROM C28-C31 Domergue Claude 1991 Les Mines de La Pininsule lbirique dans tAntiquiti
Romaine Collection de IEcole Francaise de Rome 127 Roma
179
Farias P Gallastegui G Gonzalez Lodeiro F Marquinez] Martin Parra LM Martinez Catalan]R Pablo Macia]G e Rodriguez Fernandez LR 198]shyAportaciones al conocimento de la litoestratigrafia y estructura de Galicia Central
Mus Lab Min Geol Pac Cicncim Univ Porto Mem Ndeg I 4II-431 Geologia de Espana Vera ]A (Ed Principal) Sociedad Geol6gica de Espana
Instituto Geologico y Minero de Espana 2004884 p Gomes C L amp Gaspar 0 1992 Mineralizar6es filonianas associadas a cisashy
Ihamentos pos-pegmatoides do campo aplito-pegmatitico de Arga-Minho Comun
Servo Geo Port t i8 fase I 31-4i Gouanvic Y Courrioux G amp Ovejero G 1981 Controle strut ural de la reshy
partition des indices dor filoniens du nord-ouest de la Peninsule IberiqueCuad Geo
Iberica Madrid 353-36i Lemos F S 1993 0 Povoamento Romano de Trds-os-Montes Oriental Dissertafiio de
Doutoramento Universidade do Minho Braga
Lima MFL amp Gomes CAL 1998 Locais de interesse para a Arqueologia Mineira do Alto Minho (N de Portugal) Estado ac tual- metodos de caracterizarao
e estrategias de aproveitamento Cad Lab Xeol Laxe Coruna Vol 23 89-99 Lotze F 1945 Zur Gliederung der Varisziden der Iberischen Meseta Geotekt
Forsch 6 78-92 (traduzido para 0 espanhol Observaciones respecto a la division de
los variscides de la Meseta Iberica Publ extrangeras sobre geologia de Espana 1950
5149-166) Maciel Tarcisio 2003 0 POvoamento Proto-Histririco do Vale do Neiva Rio Neiva
Associarao para a Defesa do Ambiente Esposende Meireles c 1991 Sintese sobre os modelos metalogenicos das oco[[(~ncias de
ouro em Portugal Relatririo interno apresentado no ambito do concurso interno para assisshytente de investigafiio da DGGM 42 p
Meireles C amp Carvalho] H 1992 Proposta de enquadramento metalogenico das ocorrencias de Au em Portugal Abstract ampposter in XIV Reun de Xeol Min NO Peninsulclr Coruna
Nogueira P amp Noronha F 1998 Mineralizar6es auriferas da regiao de Vila Verde Urn modelo metalogenetico Actas do V Congresso Nacional de Geologia
Comunic lnst Geol Mineiro t 84 fasc 2 Lisboa F23-F26 Noronha F amp Ramos] 1993 Mineralizar6es auriferas primarias no nOrte de
Portugal Algumas reflex6es Cuad Lab Xeo Laxe 18 133-146 Pereira pound amp Meireles C 1998 Metais preciosos em Portugal Situarao da inshy
vestigarao geol6gica ~ mineira Est Notas e Trab Inst Geo Mineiro tomo 40 3-34 Pereira poundS Ribeiro A amp Meireles c 1993 Cisalhamentos hercinicos e conshy
trolo das mineralizar6es na Zona Centro Iberica em Portugal Cuad Lab Xeo Laxe Coruna nO 18 89-JI9
Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
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Wahljurgen1986R das minas de ouro romtlllas de
- (1988) -Tres Minas Bereich des Romischen G~
3[-56 - (1989) -Resultados d
zona da minerarao romana
WahlJurgen 1986 Resultados daspesquisas arqueolOgicas do 4886 a roII86 na zona das minas de ouro romanas de Tres Minas (Relatorio dactilografado)
- (1988) -Tres Minas Vorbericht Uber Die Archaologischen Untersuchungen im Bereich des Romischen Goldbergwerks 1986-87 Madrider Mitteilungen 29 Madrid 3[-56
- (1989) -Resultados das pesquisas arqueoJogicas efectuadas em 1988 e 1989 na zona da minera~ao romana de Tres Minas deJales (Relatorio dactilografado)
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de muralhas bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decantashy
ao Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido com capital em S Juzenda ou em Pinetum (Vale de Telhas) abrangendo a zona da
media bacia do Tua
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos tendo como povoado central Lamas de Orelhao Embora as frentes de exshy
ploraiio sejam discretas ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicuum
pode ser observado com nitidez Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada normalmente referida na bibliografia como Polto
das Freitas (Almeida 1970 Tranoy 1981) De facto 0 Polto das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de mineraltao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega) Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte pequenos desfiladeiros alteralt6es substanciais no perfil do reshy
leva galerias (umas de extracltao e outras de exploraltao) 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro A mineralizaltao e endogranitica situada no mashy
(ilto de Chaves Trata-se de um granito de grao medio de duas micas sintectonico
relativamente a Dj Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a exploraltao do stoshy
ckwerk de fil6es de quartzo Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais (I) de direcltao N60-70E e (2) de direcltiio N20E Pela observashy
ao macroscopica 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase eou
miloniti zaltao a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es Dois Km para oeste do
Polto das Freitas proximo da aldeia da Nogueira destaca-se urn outro open pit com a
orientaltao NI2o-130E Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos ues princishy
pais controlos tectonicos das mineralizalt6es audferas 0 cisalhamentos DJD com J
orientaltao N80E esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre) os seus conjugados
NI20-130E dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poco
das Freitas)
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de mineracao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao se coloca por ora a hipotese de serem territorios autonomos CQDVem no entanto
referi-los no presente trabalho Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta junto ao rio Douro proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993) ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de mineraltao antiga pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747) sendo
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designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
via ria planeada e adaptada it geografia da reorganizarao polftica e administrativa do
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territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
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Romaine Collection de IEco
territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
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trolo das mineralizar6es na Zona Centro Iberica em Portugal Cuad Lab Xeo Laxe Coruna nO 18 89-JI9
Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
180
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WahlJurgen 1986 Resultados daspesquisas arqueolOgicas do 4886 a roII86 na zona das minas de ouro romanas de Tres Minas (Relatorio dactilografado)
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- (1989) -Resultados das pesquisas arqueoJogicas efectuadas em 1988 e 1989 na zona da minera~ao romana de Tres Minas deJales (Relatorio dactilografado)
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designados como Covas Outra zona onde foram descobertos indicios de minerarao estes ineditos situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque Na freguesia de Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerarao antiga uma delas com uma profulldidade mais de dez metros com urn assinalavel manto de material resultante do desmonte Estas exploraroes estao quase todas orientadas N70-80E Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construrao e doshymestica romanas bern como fragmentos de mos 0 que nao deixa qualquer duvida sobre a cronologia dos trabalhos mineiros Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo
I ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e sishy
tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinalltivel 0 rna is conhecido eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos Outro conjunto sobre 0 qual a bibliografia e escassa situa-se em Marrancos no concelho de Vila Verde onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum
Proximo do litoral de acordo com varios autores a chamada Lagoa Negra no conshycelho da Povoa de Varzim sera outro testemunho de antigas actividades mineiras Na Serra da No e da Padela que dividem as bacias do Neiva e do Lima ha referenshycias a minerarao antiga dispersa (Maciel 2003) Na margem esquerda do rio Lima ha tambern ocorrencias antigas provavelmente auriferas nas venentes da Serra de Arga (Lima e Gomes 1998) Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta por estudar quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia hidrografica do Coura nao faltando os toponimos revcladores como Covas
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara
Augusta ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI destacam-se dois nueleos Urn na provincia de Pontevedra outra no territorio de Ourense No
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana Pela sua extensao e possivel que este nueleo no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn distrito mineiro autonomo embora ligado aAttria
CONSIDERAltOES FINAlS
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn compleshyxo sistema de alianras com os populi e castella da explorarao intensiva dos recursos (ex minerarao) de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades) de uma rede
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territorio Cada urn destes ve restantes Estudos de conjur vectores sao forrosamente p do urbanismo da rede viari (j
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Etnografia
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territorio Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos restantes Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses vectores sao for~osamente parcelares ou limitados Os recentes avan~os no estudo do urbanismo da rede via ria da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofundashydo pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
BIBLIOGRAFIA
Almeida C A Ferreira de 1973 Aspectos da minera~ao romana de DurO em Jales e Tres Minas (Tras-os-Montes) Actas do II Congresso Nacional de Arqueologia
Coimbra 553-562 Almeida Fernando de 1970 Minas de Ouro na Gallaecia Portuguesa Legio
VII Gemina Leon 287-302 Arenas R Farias P Gallastegui G Gil Ibarguchi ]IGonzalez Lodeiro
FKlein E Marquinez] Martin Parra 1M Martiinez Catalan]R Ortega E
Pablo Macia]G de Peinado M e Rodriguez-Fernandez 1R 1988 Caracteristicas geologicas y significado de los dominios que componen la Zona de Galicia - Tras-osshyMontes II Congr Geot Espana Simposios 75-84
Argote Jeronimo Contador de 1732-1747 Mem6rias pard a Hist6ria Ecclesidstica
do Arcebispado Primaz de Braga Braga 5 volumes Castro Luis de Albuquerque e 1960 Lucernas mineiras EstlldoJ Notas e
Tmbahos do Serviro de Fomento Mineiro 14 (3-4) Porto 281-292 --(1963) - Tres Minas -Arqueologia Mineira Actas do Congrerso Internacional de
Etnografia
Courrioux G Gagny C amp Gouanvic Y 1986 Analyse des structures cishysaillantes dans des granites syntectoniques de Galice (NW de Espagne) Bol Geot y Minero XCVII-VI 47-66
Couto HM 1993 As mineralizaroes de Sb-All da regiao Durico - Beira Fac
Ciencias Univ Porto 607 p (2 vols) Couto HM Roger G amp Sodre Borges 2003 Minas das Banjas contribushy
tos para 0 conhecimento do Ordovicico do anticlinal de Valongo Ciencias da Terra
(UNL) Lisboa nO esp V CD-ROM C28-C31 Domergue Claude 1991 Les Mines de La Pininsule lbirique dans tAntiquiti
Romaine Collection de IEcole Francaise de Rome 127 Roma
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Farias P Gallastegui G Gonzalez Lodeiro F Marquinez] Martin Parra LM Martinez Catalan]R Pablo Macia]G e Rodriguez Fernandez LR 198]shyAportaciones al conocimento de la litoestratigrafia y estructura de Galicia Central
Mus Lab Min Geol Pac Cicncim Univ Porto Mem Ndeg I 4II-431 Geologia de Espana Vera ]A (Ed Principal) Sociedad Geol6gica de Espana
Instituto Geologico y Minero de Espana 2004884 p Gomes C L amp Gaspar 0 1992 Mineralizar6es filonianas associadas a cisashy
Ihamentos pos-pegmatoides do campo aplito-pegmatitico de Arga-Minho Comun
Servo Geo Port t i8 fase I 31-4i Gouanvic Y Courrioux G amp Ovejero G 1981 Controle strut ural de la reshy
partition des indices dor filoniens du nord-ouest de la Peninsule IberiqueCuad Geo
Iberica Madrid 353-36i Lemos F S 1993 0 Povoamento Romano de Trds-os-Montes Oriental Dissertafiio de
Doutoramento Universidade do Minho Braga
Lima MFL amp Gomes CAL 1998 Locais de interesse para a Arqueologia Mineira do Alto Minho (N de Portugal) Estado ac tual- metodos de caracterizarao
e estrategias de aproveitamento Cad Lab Xeol Laxe Coruna Vol 23 89-99 Lotze F 1945 Zur Gliederung der Varisziden der Iberischen Meseta Geotekt
Forsch 6 78-92 (traduzido para 0 espanhol Observaciones respecto a la division de
los variscides de la Meseta Iberica Publ extrangeras sobre geologia de Espana 1950
5149-166) Maciel Tarcisio 2003 0 POvoamento Proto-Histririco do Vale do Neiva Rio Neiva
Associarao para a Defesa do Ambiente Esposende Meireles c 1991 Sintese sobre os modelos metalogenicos das oco[[(~ncias de
ouro em Portugal Relatririo interno apresentado no ambito do concurso interno para assisshytente de investigafiio da DGGM 42 p
Meireles C amp Carvalho] H 1992 Proposta de enquadramento metalogenico das ocorrencias de Au em Portugal Abstract ampposter in XIV Reun de Xeol Min NO Peninsulclr Coruna
Nogueira P amp Noronha F 1998 Mineralizar6es auriferas da regiao de Vila Verde Urn modelo metalogenetico Actas do V Congresso Nacional de Geologia
Comunic lnst Geol Mineiro t 84 fasc 2 Lisboa F23-F26 Noronha F amp Ramos] 1993 Mineralizar6es auriferas primarias no nOrte de
Portugal Algumas reflex6es Cuad Lab Xeo Laxe 18 133-146 Pereira pound amp Meireles C 1998 Metais preciosos em Portugal Situarao da inshy
vestigarao geol6gica ~ mineira Est Notas e Trab Inst Geo Mineiro tomo 40 3-34 Pereira poundS Ribeiro A amp Meireles c 1993 Cisalhamentos hercinicos e conshy
trolo das mineralizar6es na Zona Centro Iberica em Portugal Cuad Lab Xeo Laxe Coruna nO 18 89-JI9
Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
180
Wahljurgen1986R das minas de ouro romtlllas de
- (1988) -Tres Minas Bereich des Romischen G~
3[-56 - (1989) -Resultados d
zona da minerarao romana
WahlJurgen 1986 Resultados daspesquisas arqueolOgicas do 4886 a roII86 na zona das minas de ouro romanas de Tres Minas (Relatorio dactilografado)
- (1988) -Tres Minas Vorbericht Uber Die Archaologischen Untersuchungen im Bereich des Romischen Goldbergwerks 1986-87 Madrider Mitteilungen 29 Madrid 3[-56
- (1989) -Resultados das pesquisas arqueoJogicas efectuadas em 1988 e 1989 na zona da minera~ao romana de Tres Minas deJales (Relatorio dactilografado)
181
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desta regiao do Imperio Romano ou seja da Gallaecia
o substrato geologico deste Conventus como se constata revela-se extremashy
mente complexo Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geoloshy
gicos em geral
BIBLIOGRAFIA
Almeida C A Ferreira de 1973 Aspectos da minera~ao romana de DurO em Jales e Tres Minas (Tras-os-Montes) Actas do II Congresso Nacional de Arqueologia
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FKlein E Marquinez] Martin Parra 1M Martiinez Catalan]R Ortega E
Pablo Macia]G de Peinado M e Rodriguez-Fernandez 1R 1988 Caracteristicas geologicas y significado de los dominios que componen la Zona de Galicia - Tras-osshyMontes II Congr Geot Espana Simposios 75-84
Argote Jeronimo Contador de 1732-1747 Mem6rias pard a Hist6ria Ecclesidstica
do Arcebispado Primaz de Braga Braga 5 volumes Castro Luis de Albuquerque e 1960 Lucernas mineiras EstlldoJ Notas e
Tmbahos do Serviro de Fomento Mineiro 14 (3-4) Porto 281-292 --(1963) - Tres Minas -Arqueologia Mineira Actas do Congrerso Internacional de
Etnografia
Courrioux G Gagny C amp Gouanvic Y 1986 Analyse des structures cishysaillantes dans des granites syntectoniques de Galice (NW de Espagne) Bol Geot y Minero XCVII-VI 47-66
Couto HM 1993 As mineralizaroes de Sb-All da regiao Durico - Beira Fac
Ciencias Univ Porto 607 p (2 vols) Couto HM Roger G amp Sodre Borges 2003 Minas das Banjas contribushy
tos para 0 conhecimento do Ordovicico do anticlinal de Valongo Ciencias da Terra
(UNL) Lisboa nO esp V CD-ROM C28-C31 Domergue Claude 1991 Les Mines de La Pininsule lbirique dans tAntiquiti
Romaine Collection de IEcole Francaise de Rome 127 Roma
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Farias P Gallastegui G Gonzalez Lodeiro F Marquinez] Martin Parra LM Martinez Catalan]R Pablo Macia]G e Rodriguez Fernandez LR 198]shyAportaciones al conocimento de la litoestratigrafia y estructura de Galicia Central
Mus Lab Min Geol Pac Cicncim Univ Porto Mem Ndeg I 4II-431 Geologia de Espana Vera ]A (Ed Principal) Sociedad Geol6gica de Espana
Instituto Geologico y Minero de Espana 2004884 p Gomes C L amp Gaspar 0 1992 Mineralizar6es filonianas associadas a cisashy
Ihamentos pos-pegmatoides do campo aplito-pegmatitico de Arga-Minho Comun
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partition des indices dor filoniens du nord-ouest de la Peninsule IberiqueCuad Geo
Iberica Madrid 353-36i Lemos F S 1993 0 Povoamento Romano de Trds-os-Montes Oriental Dissertafiio de
Doutoramento Universidade do Minho Braga
Lima MFL amp Gomes CAL 1998 Locais de interesse para a Arqueologia Mineira do Alto Minho (N de Portugal) Estado ac tual- metodos de caracterizarao
e estrategias de aproveitamento Cad Lab Xeol Laxe Coruna Vol 23 89-99 Lotze F 1945 Zur Gliederung der Varisziden der Iberischen Meseta Geotekt
Forsch 6 78-92 (traduzido para 0 espanhol Observaciones respecto a la division de
los variscides de la Meseta Iberica Publ extrangeras sobre geologia de Espana 1950
5149-166) Maciel Tarcisio 2003 0 POvoamento Proto-Histririco do Vale do Neiva Rio Neiva
Associarao para a Defesa do Ambiente Esposende Meireles c 1991 Sintese sobre os modelos metalogenicos das oco[[(~ncias de
ouro em Portugal Relatririo interno apresentado no ambito do concurso interno para assisshytente de investigafiio da DGGM 42 p
Meireles C amp Carvalho] H 1992 Proposta de enquadramento metalogenico das ocorrencias de Au em Portugal Abstract ampposter in XIV Reun de Xeol Min NO Peninsulclr Coruna
Nogueira P amp Noronha F 1998 Mineralizar6es auriferas da regiao de Vila Verde Urn modelo metalogenetico Actas do V Congresso Nacional de Geologia
Comunic lnst Geol Mineiro t 84 fasc 2 Lisboa F23-F26 Noronha F amp Ramos] 1993 Mineralizar6es auriferas primarias no nOrte de
Portugal Algumas reflex6es Cuad Lab Xeo Laxe 18 133-146 Pereira pound amp Meireles C 1998 Metais preciosos em Portugal Situarao da inshy
vestigarao geol6gica ~ mineira Est Notas e Trab Inst Geo Mineiro tomo 40 3-34 Pereira poundS Ribeiro A amp Meireles c 1993 Cisalhamentos hercinicos e conshy
trolo das mineralizar6es na Zona Centro Iberica em Portugal Cuad Lab Xeo Laxe Coruna nO 18 89-JI9
Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
180
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- (1988) -Tres Minas Bereich des Romischen G~
3[-56 - (1989) -Resultados d
zona da minerarao romana
WahlJurgen 1986 Resultados daspesquisas arqueolOgicas do 4886 a roII86 na zona das minas de ouro romanas de Tres Minas (Relatorio dactilografado)
- (1988) -Tres Minas Vorbericht Uber Die Archaologischen Untersuchungen im Bereich des Romischen Goldbergwerks 1986-87 Madrider Mitteilungen 29 Madrid 3[-56
- (1989) -Resultados das pesquisas arqueoJogicas efectuadas em 1988 e 1989 na zona da minera~ao romana de Tres Minas deJales (Relatorio dactilografado)
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Mus Lab Min Geol Pac Cicncim Univ Porto Mem Ndeg I 4II-431 Geologia de Espana Vera ]A (Ed Principal) Sociedad Geol6gica de Espana
Instituto Geologico y Minero de Espana 2004884 p Gomes C L amp Gaspar 0 1992 Mineralizar6es filonianas associadas a cisashy
Ihamentos pos-pegmatoides do campo aplito-pegmatitico de Arga-Minho Comun
Servo Geo Port t i8 fase I 31-4i Gouanvic Y Courrioux G amp Ovejero G 1981 Controle strut ural de la reshy
partition des indices dor filoniens du nord-ouest de la Peninsule IberiqueCuad Geo
Iberica Madrid 353-36i Lemos F S 1993 0 Povoamento Romano de Trds-os-Montes Oriental Dissertafiio de
Doutoramento Universidade do Minho Braga
Lima MFL amp Gomes CAL 1998 Locais de interesse para a Arqueologia Mineira do Alto Minho (N de Portugal) Estado ac tual- metodos de caracterizarao
e estrategias de aproveitamento Cad Lab Xeol Laxe Coruna Vol 23 89-99 Lotze F 1945 Zur Gliederung der Varisziden der Iberischen Meseta Geotekt
Forsch 6 78-92 (traduzido para 0 espanhol Observaciones respecto a la division de
los variscides de la Meseta Iberica Publ extrangeras sobre geologia de Espana 1950
5149-166) Maciel Tarcisio 2003 0 POvoamento Proto-Histririco do Vale do Neiva Rio Neiva
Associarao para a Defesa do Ambiente Esposende Meireles c 1991 Sintese sobre os modelos metalogenicos das oco[[(~ncias de
ouro em Portugal Relatririo interno apresentado no ambito do concurso interno para assisshytente de investigafiio da DGGM 42 p
Meireles C amp Carvalho] H 1992 Proposta de enquadramento metalogenico das ocorrencias de Au em Portugal Abstract ampposter in XIV Reun de Xeol Min NO Peninsulclr Coruna
Nogueira P amp Noronha F 1998 Mineralizar6es auriferas da regiao de Vila Verde Urn modelo metalogenetico Actas do V Congresso Nacional de Geologia
Comunic lnst Geol Mineiro t 84 fasc 2 Lisboa F23-F26 Noronha F amp Ramos] 1993 Mineralizar6es auriferas primarias no nOrte de
Portugal Algumas reflex6es Cuad Lab Xeo Laxe 18 133-146 Pereira pound amp Meireles C 1998 Metais preciosos em Portugal Situarao da inshy
vestigarao geol6gica ~ mineira Est Notas e Trab Inst Geo Mineiro tomo 40 3-34 Pereira poundS Ribeiro A amp Meireles c 1993 Cisalhamentos hercinicos e conshy
trolo das mineralizar6es na Zona Centro Iberica em Portugal Cuad Lab Xeo Laxe Coruna nO 18 89-JI9
Sanchez-Palencia Ramos Fj 2000 Las Medulas (Leon) Un paisage cultural en la Asturia A ugustana Instituto Leones de Cultura Leon
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- (1989) -Resultados das pesquisas arqueoJogicas efectuadas em 1988 e 1989 na zona da minera~ao romana de Tres Minas deJales (Relatorio dactilografado)
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- (1988) -Tres Minas Vorbericht Uber Die Archaologischen Untersuchungen im Bereich des Romischen Goldbergwerks 1986-87 Madrider Mitteilungen 29 Madrid 3[-56
- (1989) -Resultados das pesquisas arqueoJogicas efectuadas em 1988 e 1989 na zona da minera~ao romana de Tres Minas deJales (Relatorio dactilografado)
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