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    MINISTRIO DAS CIDADESSecretaria Executiva - SE

    Diretoria de Desenvolvimento Institucional - DDIGerncia de Capacitao GC

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSA - UFV

    PROJETO:

    UFVGEOCAPACITAR

    TEMA:

    I NTRODUO A CARTOGRAFIA

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    SUMRIO

    CAPTULO 1- CARTOGRAFIA .................................................................................................................................................5

    1. Introduo .............................................................................................................................................................................5

    1.1. Histrico da cartografia ................................................................................................................................................51.2. Fatos e Contribuies dos Povos para a cartografia ....................................................................................................6

    1.3. A decadncia e renascimento da cartografia .................................................................................................................8

    1.3.1. A cartografia no Renascimento ...............................................................................................................................9

    1.4. Origem e evoluo da cartografia no Brasil................................................................................................................ 10

    1.4.1. Objetivos estratgicos da CONCAR: .................................................................................................................... 13

    1.5. A Cartografia como sistema de aquisio de informaes.......................................................................................... 13

    1.6. Como so executadas as cartas bsicas do mapeamento sistemtico.......................................................................... 14

    CAPTULO 2 - LEITURA E ENTENDIMENTO DOS ELEMENTOS CONTIDOS NUMA CARTA TOPOGRFICA ....... 15

    2. Introduo ........................................................................................................................................................................... 15

    2.1. Elementos de identificao interna e externa de uma carta topogrfica..................................................................... 16

    CAPTULO 3- ESCALAS .......................................................................................................................................................... 22

    3. Escalas ................................................................................................................................................................................. 22

    3.1. O que escala .............................................................................................................................................................. 22

    3.2. Classificao das escalas ............................................................................................................................................. 22

    3.2.1. Escala numrica .................................................................................................................................................... 22

    3.2.2. Escala grfica ........................................................................................................................................................ 23

    3.3. Escala maior ou escala menor? ................................................................................................................................... 23

    3.4. Utilizao Prtica ........................................................................................................................................................ 23

    3.5. Ampliao e Reduo ................................................................................................................................................... 24

    3.5.1. Comportamento da rea em relao as alteraes lineares decorrentes dos processo de reduo ou ampliao .. 25

    3.6. Generalizao Cartogrfica ........................................................................................................................................ 26

    3.7. Escolha da Escala ........................................................................................................................................................ 27

    3.8. Preciso Grfica .......................................................................................................................................................... 28

    3.9. Preciso de Mapas Digitais ......................................................................................................................................... 30

    3.10. Exerccios ................................................................................................................................................................... 30

    CAPTULO 4- REPRESENTAO CARTOGRFICA - CARTAS E MAPAS ..................................................................... 32

    4. A representao cartogrfica: .............................................................................................................................................. 32

    4.1. Classificao Conforme o Objetivo ............................................................................................................................. 334.2. Classificao de acordo com a Escala......................................................................................................................... 36

    CAPTULO 5- REDE GEOGRFICA....................................................................................................................................... 40

    5. Rede Geogrfica .................................................................................................................................................................. 40

    5.1. Paralelos e Meridianos ................................................................................................................................................ 40

    5.2. Coordenadas Geogrficas............................................................................................................................................ 42

    5.2.1. Latitude Geogrfica ............................................................................................................................................... 43

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    5.2.2. Longitude Geogrfica ............................................................................................................................................ 43

    5.2.3. Determinao de Coordenadas Geogrficas sobre Mapas ..................................................................................... 44

    CAPTULO 6- SRIES CARTOGRFICAS ............................................................................................................................ 47

    6. Sries Cartogrficas ............................................................................................................................................................ 47

    6.1. O que so sries cartogrficas ..................................................................................................................................... 47

    6.2. Sistematizao das sries cartogrficas pelo IBGE..................................................................................................... 47

    6.3. Carta Internacional do Mundo ao Milionsimo (CIM)................................................................................................ 47

    6.4. Padronizao da CIM .................................................................................................................................................. 48

    6.5. Desdobramento das folhas ........................................................................................................................................... 49

    6.6. Mapa ndice ................................................................................................................................................................. 54

    CAPTULO 7- ORIENTAO DE UMA CARTA ................................................................................................................... 58

    7. Orientao Cartogrfica ...................................................................................................................................................... 58

    7.1. Mtodo de orientao tradicional ................................................................................................................................ 58

    7.2. Direo Norte e ngulos Notrios ............................................................................................................................... 58

    7.3. Rumo e Azimute ............................................................................................................................................................ 60

    CAPTULO 8- FUSOS HORRIOS .......................................................................................................................................... 628 . Introduo .......................................................................................................................................................................... 62

    8.1. Meridiano Internacional de Origem ............................................................................................................................ 63

    8.2.Fusos horrios do Brasil ............................................................................................................................................... 65

    8.3.Linha Internacional da Data (LID) ............................................................................................................................... 67

    8.4. Diferena de horas entre duas localidades .................................................................................................................. 69

    CAPTULO 9- ALTIMETRIA ................................................................................................................................................... 72

    9. Introduo ........................................................................................................................................................................... 72

    9.1. Curvas de nvel............................................................................................................................................................. 73

    9.1.1. Eqidistncia ......................................................................................................................................................... 759.1.2. Interpretao das curvas de nvelPrincipais acidentes geogrficos ................................................................... 75

    9.1.3. Interpolao ........................................................................................................................................................... 79

    9.2. Relevo Sombreado ........................................................................................................................................................ 79

    9.3. Perfil Topogrfico ........................................................................................................................................................ 80

    CAPTULO 10- SISTEMAS DE PROJEES CARTOGRFICAS e COORDENADAS UTM ............................................ 83

    10. Introduo ......................................................................................................................................................................... 83

    10.1. Forma da terra ........................................................................................................................................................... 83

    10.1.1 . O Geide ............................................................................................................................................................ 83

    10.1.2 .O Elipside .......................................................................................................................................................... 8410.2 .Sistemas de coordenadas ........................................................................................................................................... 85

    10.2.1 . Coordenadas Geodsicas .................................................................................................................................... 86

    10.2.2 . Coordenadas Cartesianas .................................................................................................................................... 86

    10.2.3 . Coordenadas Plano-Retangulares ....................................................................................................................... 87

    10.2.4 . Sistema de coordenadas polares ......................................................................................................................... 87

    10.3. Superfcie de referncia e de projeo ....................................................................................................................... 87

    10.4. Projees cartogrficas ............................................................................................................................................. 88

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    10.5. CLASSIFICAO DAS PROJEES ....................................................................................................................... 89

    10.5.1. Projeo Equivalente ........................................................................................................................................... 93

    10.5.2. Projeo Conforme ............................................................................................................................................. 94

    10.5.4. Projeo Azimutal .............................................................................................................................................. 96

    10.5.5. Projeo Afiltica ............................................................................................................................................... 97

    10.6. Projeo de Mercator ................................................................................................................................................ 97

    10.7. Projeo cnica conforme de Lambert ...................................................................................................................... 99

    10.8.Projeo policnica .................................................................................................................................................... 99

    10.9. Sistema UTM ............................................................................................................................................................ 100

    11. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................................................................ 102

    12. ANEXOS ............................................................................................................................................................................ 103

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    CAPTULO 1- CARTOGRAFIA

    1. I ntr oduo

    O conceito de cartografia vem sendo praticado pelo ser humano a milhares de anos, pois acartografia est diretamente relacionada com a necessidade do ser humano conhecer o mundo em que

    habita. Desde 1949 a Organizao das Naes Unidas reconhece a importncia da Cartografia em seusanais e atas.

    A Associao Cartogrfica Internacional (ACI) definiu em 1966 o conceito da cartografia como:"A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operaes cientficas, tcnicas eartsticas que, tendo por base os resultados de observaes diretas ou da anlise de documentao,se voltam para a elaborao de mapas, cartas e outras formas de expresso ou representao deobjetos, elementos, fenmenos e ambientes fsicos e socioeconmicos, bem como a sua utilizao."Posteriormente este mesmo conceito foi reconhecido pela UNESCO.

    A Cartografia considerada uma Cincia por utilizar de um apoio cientfico, e operaessistemticas na obteno de dados, de forma a garantir uma representao grfica, com exatidosatisfatria, dos aspectos naturais e artificiais da superfcie terrestre.

    considerada Arte por est subordinada s leis estticas da simplicidade, clareza e harmonia,procurando atingir o ideal artstico da beleza e simplicidade. Todo documento cartogrfico precisa seragradvel s vistas, razo pela qual necessita de uma boa disposio de seus elementos (smbolos, cores,letras, legenda, etc.). A representao grfica empregada na cartografia constitui de uma linguagem decomunicao visual, bidimensional e atemporal, possibilitando ao leitor uma interpretao nica doselementos representados.

    1.1. Histr ico da cartograf ia

    A confeco de mapas parece ser anterior escrita e h muitos registros que comprovam que osmais variados povos nos legaram mapas, tais como: babilnios, egpcios, astecas, chineses, alm deoutros, onde cada representao tinha como finalidade a registrar os aspectos culturais de cada sociedade.

    Os povos primitivos, que viviam como guerreiros e caadores, tinham como hbito a locomoocontnua em busca de locais com condies mnimas para a sobrevivncia da espcie. Muitas vezes oconhecimento das direes e distncias eram questes de vida ou morte, e desta forma desenvolverammtodos para o armazenamento das informaes de um determinado local. Desta forma surgiraminmeros mapas com caractersticas peculiares de cada regio, cultura e religio, onde podemos citaralguns como exemplos:

    Mapas Esquims; Mapas ndios e Astecas; Mapas Babilnicos; Medies dos Egpcios; Primeiros Mapas Chineses.

    Mapas BabilnicosO mapa mais antigo conhecido em nossos dias foi descoberto nas escavaes das runas da cidade

    de Ga-Sur (aproximadamente 4500 anos) 300 Km do norte da Babilnia (Figura 1). Trata-se de umaplaca de barro cozida que representava o vale de um rio, certamente o Eufrates, com montanhas em cada

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    lado, indicadas em formas de escamas de peixe. O norte, o leste e o oeste esto indicados por crculoscom inscries. Tambm de contribuio dos babilnicos o sistema de diviso da superfcie terrestreem crculos de grau em grau.

    1.2. Fatos e Contr ibuies dos Povos para a cartograf ia

    Os mitos e preceitos tambm estiveram presentes, influenciando a Cartografia. O ponto central dealguns mapas antigos era ocupado por uma montanha (p.ex.: monte Sumeru dos budistas, monte Merudos hindustas) ou por cidades (p.ex.: Jerusalm dos cristos, Meca dos muulmanos). Alm disso, apreocupao com a viagem espiritual nos cus levou muitos povos a terem mapas orientadores de taisviagens (p.ex.: no Egito antigo, os atades eram decorados com mapas e citaes do Livro dos Mortos).

    Figura 1 - Placa de Argila representado o rio Eufrates.

    China

    A China pode ser citada como outra regio em que a Cartografia oriental deixou marcas degrande valor histrico. Sabe-se que a cartografia chinesa j era bastante desenvolvida muito antes que aEuropa comeassem a se destacar com os primeiros trabalhos neste campo do conhecimento humano.Em muitos lugares da China foram encontrados documentos bastante antigos que comprovam apreocupao dos governantes em mapear riquezas naturais daquele pas.

    Na China antiga, muitos mapas tinham finalidades cadastrais, demarcatrias de fronteiras, comodocumentos burocrticos, planos para conservao das guas, meios para fixao de impostos, estratgiamilitar, reconstruo da Geografia, testemunhos de continuidade cultural comprovada pela presena detmulos, instrumentos de adivinhao, predio astrolgica de fenmenos celestes e at mesmo proteocontra foras sobrenaturais.

    O pai da Cartografia chinesa foi Pei Hsiu (224 a 273 D.C.), onde seus trabalhos apresentavam osseguintes princpios cartogrficos:

    a) Divises retilneas e quadrculas para localizao dos diversos lugares;b) Orientao de um lugar para outro;c) Indicao precisa da distncia;d) Anotao dos ngulos nas curvas das estradas.

    Grcia

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    712 - 925000 metros360 - x

    Logo:x = 46.250.000 (bastante prximo dos 41.700 km reais)

    O pequeno erro ocorreu principalmente a dois fatores:

    Siena no est sobre o mesmo meridiano que Alexandria; Distncia real entre as cidades pouco mais de 830 km.

    Os gregos tiveram importncia significativa no desenvolvimento da Cartografia ocidental,atribuindo-se a eles o estabelecimento das bases cientficas da Cartografia moderna. Muitos estudiososgregos desenvolveram trabalhos que marcaram o processo evolutivo das tcnicas da cartografia, poisadmitiram a forma esfrica da Terra, com seus plos, equador e trpicos, desenvolveram o nosso sistemade latitude e longitude, desenharam as primeiras projees e calcularam o tamanho de nosso planeta. ocaso de Anaximandro de Mileto (611 a 547 a.C.), autor do famoso mapa que representava o mundo entoconhecido at o momento, com as regies da Europa e Mar Mediterrneo. Posteriormente Hecateu,contemporneo de Mileto, aperfeioou este mapa mundi.

    No sculo IV a.C. havia diversas especulaes sobre a forma da Terra, sendo que uma delas diziaque o planeta terra era uma criao divina, e por isso deveria ser esfrica, pois a esfera era a formageomtrica mais perfeita de conhecimento da humanidade. Tal pensamento iria influenciarposteriormente a confeco dos mapas.

    Entre outros cartgrafos da poca podemos destacar Pitgoras; Parmnides e Aristteles (350a.C.) que formulou os seis argumentos para provar a esfericidade da terra, tendo posteriormente a suaobliquidade reconhecida e corretamente medida. Na mesma poca os gregos reafirmaram as definiesdas linhas da rede geogrfica como o equador, trpicos, crculos polares, e meridianos, alm da diviso

    da superfcie terrestre em zonas trridas, temperadas e frias, como as conhecemos hoje.Outro nome importante o de Eratstenes de Cirene (276 a 196 a.C.), que chegou a dirigir a

    biblioteca do museu de Alexandrina. Atravs de seus conhecimentos de geometria, mediu acircunferncia da Terra, obtendo um resultado prximo dos 46 mil quilmetros (Figura 2).

    Siena

    Alexandria

    Esta

    ca

    712

    925000

    Raios do Sol

    Figura 2Determinao da circunferncia terrestre.

    Com o reaparecimento de suas obras no sculo XV, este resultado errneo foi seguido pelosgegrafos da poca, fazendo com que Cristvo Colombo cometesse o erro de ter atingido a Amrica

    pensando que havia alcanado as ndias.

    A Era de Ptolomeu: o apogeu da Cartografia est associado ao nome de Claudio Ptolomeu (90 -168 a.C.) onde a sua obra foi para a cartografia e geografia, como a de maior transcendncia em relaoaos outros trabalhos da histria.

    Suas principais idealizaes foram: Tratado descrevendo sobre as tcnicas de construo do globo e de projeo de mapas; Relacionou a posio de 8.000 lugares com latitudes e longitudes;

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    Estabeleceu os princpios da Cartografia, da geografia; da Matemtica, das Projees, dosMtodos de Observao Astronmica;

    Estabeleceu estudos sobre projees cartogrficas modificadas a partir da projeo cnica; Descreveu as instrues necessrias para construir um mapa mundi;

    As obras de Ptolomeu marcaram o apogeu da cartografia no mundo antigo, pois a partir de suascontribuies a cartografia iniciou uma poca de decadncia contnua.

    Franceses e portugueses

    A Cartografia francesa tambm registrou nomes famosos na histria dos mapas, tendo NicolauSanson (1600-1667) a sua mxima expresso, onde foram publicados diversos mapas e atlas com ainfluncia da cartografia dos pases baixos.

    As conquistas de novas terras e a navegao marcaram a cartografia de Portugal na poca dapoltica colonialista, em virtude da intensa produo de mapas martimos demonstrando o delineamentodos continentes, costas e ilhas.

    rabes

    Os rabes se destacaram como gegrafos especialmente na Idade Mdia, quando o mundoocidental de influncia crist foi tomado de um processo retrgrado de tratamento das cincias em geral.Percebendo o valor dos conhecimentos sobre cartografia registrados ao longo dos anos, principalmenteos estudos gregos e as obras de Cludio Ptolomeu, os rabes elaboraram tradues dos tesouroscientficos da antigidade, preservando esses conhecimentos e enriquecendo-se com seus prpriosestudos.

    Um destaque da cartografia rabe o mapa mundi do ano de 1154 do gegrafo Abn Abdala El-Edrisi. Tal mapa possua como destaque a representao separada entre a frica e sia, o que at omomento era representado com uma nica regio.

    Romanos

    A profunda diferena existente entre a mentalidade romana e a grega foi demonstrada claramentenos seus mapas. Os romanos eram indiferentes geografia matemtica, com seu sistema de longitude elatitude, medies astronmicas e os problemas das projees. O que eles queriam eram mapas prticos,para fins militares e administrativos.

    1.3. A decadncia e renascimento da car tografia

    A partir de Ptolomeu, temos um perodo de decadncia, marcado pela Idade Mdia, onde sua

    grande obra foi proibida no mundo ocidental de influncia da igreja catlica romana, pois representavauma espcie de enciclopdia cientfica que em muitos aspectos no se enquadrava nos pensamentosdessa religio.

    A Cartografia crist da Baixa Idade Mdia foi uma das mais pobres da histria, tendo comoexemplo a obra denominada Topografia Crists, de autoria do frade Cosmas Indicopleustes e editadapor volta ano 535 d.C.. Tal obra no reconhecia a existncia de antpodas (lugar que seriadiametralmente oposto a outro no globo terrestre), da idia da esfericidade dos cus e da Terra.

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    Outro exemplo de retrocesso cartogrfico est nos mapas que tinham por estilo a simplicidade e asimetria da distribuio das terras, o que tambm interessava igreja romana, especialmente quando aterra santa era colocada no centro das representaes.

    A cartografia da idade mdia esteve completamente dominada pelo sentido cristo dosobrenatural, onde o cartgrafo medieval no se dedicou em representar o mundo como ele era narealidade. Em vez disto ele figurou o seu prprio pensamento, concentrado numa expresso simblica eartstica. Para o contedo puramente geogrfico de seus mapas, voltou a utilizar o mapa mundi circular, a"orbis terrarum" dos romanos, mas com modificaes que levaram a perda da exatido geogrfica.

    Durante inmeros anos foram construdos mapas em grande quantidade, mas praticamenteinexpressivos diante da cartografia romana. Podem-se destacar como os melhores exemplares produzidosno sculo XII os de Hereforo e Ebstorf.

    Enquanto os cartgrafos eclesiticos representavam um mundo imaginrio, apareceu um novotipo do mapa considerado o mais exato entre todos aqueles produzidos anteriormente. Este grupo demapas chamado de CARTAS PORTULANAS, e acredita-se que foi idealizado pelos almirantes ecapites da frota genovesa da segunda metade do sculo XIII.

    1.3.1. A cartograf ia no Renascimento

    O renascimento da cartografia ocorreu nos sculos XV e XVI foi marcada por vrios feitos como: Traduo da obra de Ptolomeu do rabe para o latim, e consequentemente a redescoberta de

    seus estudos na evoluo da cartografia. Mais tarde foi possvel constatar os erros no mapa dePtolomeu;

    Outro fator que contribuiu para o renascimento cartogrfico foi a imprensa e a arte de gravar,possibilitando a distribuio de mapas com menores custos de produo. Os mapas do sculoXV eram feitos mo, e por isso excessivamente caro;No fim do sculo XVII, vrios estabelecimentos dedicados publicao de mapas produziam

    mais, em face da concorrncia, o que acarretou o barateamento e o declnio da qualidade dosmapas holandeses, enquanto a Frana ganhava a supremacia na tcnica e na arte cartogrfica. Os grandes descobrimentos constituram uma poca importante para o renascimento da

    cartografia, pois a novas conquistas proporcionaram uma melhor representao doscontinentes;Na poca Renascentista, no apenas Portugal, Espanha, Alemanha, sobressaem nesta fasehistrica da Cartografia. A Itlia destaca-se tambm na produo de inmeros mapas emestilo portulano, sendo mais tarde introduzidas as projees cartogrficas;

    Os livros de expressiva popularidade, conhecidos como cosmografias, contriburamsignificativamente para a disseminao dos conhecimentos cartogrficos populao. Oslivros eram constitudos por obras como geografia, histria, astronomia, cincias naturais eoutras reas do conhecimento;

    Algumas revelaes do renascimento surgiram atravs de escola holandesa de cartografia. Nosculo da Independncia dos pases baixos, os Holandeses se converteram num povo navegante ecolonizador, o que fizeram dos holandeses timos cartgrafos. Um grande incentivador da CartografiaHolandesa foi Abraham Oertel, por ter publicado em 1570 o seu "Theatro Orbis Terrarum", o primeiroatlas moderno elaborado em cores.

    Geraldo Mercator (1512-1594) considerado o pai da cartografia holandesa, tendo comoprincipal mrito a liberao da cosmografia da Influncia de Ptolomeu. Na atualidade Mercator mais

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    conhecido pelo sistema de projeo que tem seu nome, e por representar os paralelos como retashorizontais e os meridianos como retas verticais. Mercator idealizou essa projeo para o seu mapamundi de 1569, onde as linhas correspondentes a rumos magnticos so apresentadas como retasverticais.

    A Cartografia prossegue em seu desenvolvimento inexorvel, tendendo para a poca atual. Osdesenhos fantsticos e letreiros vistosos que preenchiam os espaos pobres vo mais e mais cedendolugar ao contedo claro e preciso. Ao lado do aprimoramento cartogrfico, novos instrumentos (como oteodolito) e mtodos surgiam visando tornar cada vez mais perceptvel nos mapas, essa evoluo.

    A reforma da Cartografia Inglesa tambm caracterizada no sculo XVIII, quando o pas tornou-se a primeira potncia martima europia, e a expanso dos seus domnios e do comrcio que mantinhamcom outras naes, estavam a exigir a confeco de bons mapas, fazendo de Londres um centrocartogrfico. Ainda no sculo XVIII, nasce a idia dos exrcitos de cada pas criarem os seus ServiosGeogrficos Nacionais. A Frana pioneira nesses levantamentos topogrficos nacionais, sendo oNapoleo um grande adepto deste tipo de levantamento.

    A determinao das longitudes e a medio dos arcos do meridiano terrestre, promovidas pela

    Academia de Cincias de Paris, alm da adoo do sistema mtrico decimal, concorreram para reformarinteiramente a cincia cartogrfica. Novos marcos foram, no fim do sculo XVIII, a Carta Geogrfica daFrana, primeiro levantamento topogrfico nacional em escala 1:86.000, com 182 folhas , e, no perodonapolenico, o mapeamento da Itlia em escala 1:256.000 (mas o mapa de toda a Europa em escala1:100.000 ficou incompleto com a queda de Napoleo).

    As foras que agiram sobre a cartografia do sculo XIX foram a expanso da civilizaoocidental atravs de expedies e viagens de explorao, a Revoluo Industrial, trazendo odesenvolvimento das artes grficas e, em especial o da litografia, e as inovaes tcnicas introduzidaspor cartgrafos como Adolf Stieler, Vidal de la Blanche Vivien de St. Martin.

    A Revoluo Industrial trouxe-lhe notveis benefcios, uma vez que a implantao de ferroviasexigia levantamentos topogrficos de preciso. Podemos destacar tambm o levantamento topogrfico dofundo do mar para instalao de cabos submarinos, o aparecimento de mapas temticos e atlasespecializados como os de meteorologia e oceanografia.

    O Levantamento Fotogramtrico pode ser considerado como outra inveno fundamental para aevoluo da cartografia no sc. XIX, onde o primeiro levantamento topogrfico com o emprego defotografias foi em 1859. Da por diante uma srie de realizaes importantes tem proporcionado umsignificativo desenvolvimento Cartografia, entre as quais podemos incluir os lanamentos de SatlitesArtificiais, tanto para mapeamento da cobertura terrestre como para a determinao de coordenadas, e aevoluo da informtica. Entre os diversos sensores utilizados para o mapeamento da superfcie terrestrepodemos destacar o radar, que particularmente foi utilizado em um grande projeto para levantamento de

    dados do Brasil, especialmente da regio amaznica, na dcada de 1970.

    1.4. Or igem e evoluo da cartografia no Brasi l

    Breve histrico de iniciativas relacionadas com a poltica cartogrfica e a coordenao daCartografia Nacional.

    1502 - Primeira representao cartogrfica do territrio brasileiro (Planisfrio de Cantino).

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    1519 - Primeira representao cartogrfica do territrio brasileiro de forma integrada (Carta Atlntica doAtlas Miller).

    1544 - Primeira representao cartogrfica com o rio Amazonas (Planisfrio de Caboto).1830 - Primeiros trabalhos de Cartogrfica Nutica, realizados por iniciativa de entusiastas brasileiros.1873 - Primeira tentativa de dotar o pas de documentos cartogrficos terrestres confiveis, com a

    Comisso da Carta Geral do Imprio (extinta em 1874).1875 - A Carta do Imprio resultante do trabalho da Comisso da Carta Geral do Imprio apresentada

    na exposio internacional de Filadlfia, nos Estados Unidos.1876 - Institucionalizada a repartio Hidrogrfica do Ministrio da Marinha, atual Diretoria

    Hidrogrfica de Navegao (DHN).1877 - Iniciados, pelo Rio Grande do Sul, os trabalhos da Carta Itinerria, com austracos contratados

    pelo imperador Pedro II, que tiveram pouca direo.1890 - criado a Servio Geogrfico, anexo ao Observatrio Astronmico do Rio de Janeiro, para a

    execuo de trabalhos geodsicos e geogrficos, que teve pouca durao.1896O Estado Maior do Exrcito foi incumbido da elaborao da Carta Geral da Repblica.1903 - A Comisso da Carta Geral do Brasil instala-se em Porto Alegre RS, para dar incio ao projeto A

    Carta do Brasil, apresentado em 1900 pela 3 Seo do Estado Maior do Exrcito, como oprimeiro projeto de carter sistemtico para a Cartografia terrestre.

    1917 - A Servio Geogrfico Militar progressivamente organizado na Fortaleza de Conceio, no Riode Janeiro.1920 - A Misso Cartogrfica Austraca contratada pra organizar o Servio Geogrfico do Exrcito

    chega ao Brasil, trazendo as tcnicas fotogramtricas, de desenho cartogrfico e de impresso off-set.

    1922Foi organizado o Servio Geogrfico do Exrcito e extinta a Comisso da Carta Geral. Este anoainda marca o aparecimento da Carta do Brasil ao Milionsimo editada pelo Clube de Engenharia,em comemorao ao centenrio da Independncia.

    1935 A Diretoria de Hidrografia e Navegao (DHN) foi a primeira, dentre as organizaescartogrficas brasileiras, a apresentar um plano cartogrfico intitulado de Plano CartogrficoNutico.

    1936 - Instalado o Instituto Nacional de Estatstica, que fora criado em 1934, dando incio ao processo defuso das atividades estatsticas e cartogrficas no pas, pois o sucesso dos levantamentosestatsticos dependia da existncia de documentos cartogrficos confiveis.

    1937 - Surge o Sindicato Condor, embrio do grupo empresarial brasileiro ligado atividadecartogrfica.

    1938 - O Instituto Nacional de Estatstica e o Conselho Nacional de Geografia so incorporados aoInstituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), com os nomes de Conselho Nacional deGeografia e Conselho Nacional de Estatstica.

    1940 Pela primeira vez na histria da Estatstica Brasileira os dados de coleta e tabulaes do censoforam referenciados a uma base cartogrfica sistematizada, pelo menos quanto s categoriasadministrativas: Municipais e Distritais Cidades e Vilas. A partir de ento estava assegurado ogeorreferenciamento das estatsticas brasileiras.

    1942 - Primeiro levantamento aerofotogramtrico (Trimetrogon) realizado no Brasil, pela Fora Areados Estados Unidos (USAF), entre 1942 e 1943, utilizado pelo IBGE (ento CNG) paramapeamento, por compilao, na escala 1:1.000.000.

    1945 O Secretrio Geral do Conselho Nacional de Geografia apresentou um Plano Cartogrfico deabrangncia nacional e subdividido em programas distintos, cuja composio estava definida emtermos do grau de evoluo dos processos de ocupao territorial.

    1946 - Estabelecimento de Normas para Uniformizao da Cartografia Brasileira (Decreto-Lei 9.210).1961 O Estado Maior da Foras Armadas (EMFA) forma um grupo de trabalho com a finalidade de

    estabelecer as Bases e Diretrizes de uma Poltica de Coordenao e Planejamento doLevantamento Cartogrfico Brasileiro.

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    1962O IBGE iniciou as atividades necessrias a produo dos documentos nas escalas de 1:50.000 e1:100.000 em paralelo aos trabalhos nas escalas ao milionsimo, 1:500.000 e 1:250.000. Talmapeamento era restrito a atuao do Servio Geogrfico do Exrcito.

    1964O IBGE estrutura e consolida a linha de instrumentos fotogramtricos e amplia a atuao de suasunidades de levantamentos geodsicos, de modo a atender ao apoio terrestre para as operaesfotogramtricas.

    1966/1967O Presidente Castelo Branco estabelece outro grupo de trabalho para definir as Diretrizes eBases da Poltica Cartogrfica Nacional. Mantm a atuao descentralizada das instituiescartogrficas do governo federal e explicita a coordenao da Poltica Cartogrfica Nacional comoatribuio da Comisso de Cartografia (COCAR) inserida na estrutura do IBGE. A COCAR foiestruturada de modo a que todos os Ministrios que desenvolvessem ou demandassem servioscartogrficos l estivessem representados, pois o objetivo principal do Decreto se resumia emOrganizar o Sistema Cartogrfico Nacional no que dizia respeito a Unio. O elenco derepresentantes era complementado por assentos atribudos ao IBGE e iniciativa privada por meioda Associao Nacional das Empresas de Levantamentos Aeroespaciais (ANEA).

    1972 Projeto RADAM Radar da Amaznia, aplicao pioneira de sensores aerotransportadosradargramtricos. Posteriormente o projeto foi estendido a todo territrio nacional RADAMBRASIL, tendo suas atividades encerradas em 1985.

    1975Foi expedido um decreto que transferiu a COCAR da estrutura da Fundao para a Secretaria dePlanejamento e Coordenao Geral da Presidncia da RepblicaSEPLAN.1978 - Criao do Plano de Dinamizao da Cartografia - PDC/78, para intensificar o mapeamento

    sistemtico brasileiro, visando a cobertura plena do territrio na escala de 1:250.000 e oincremento da cobertura na escala 1:100.000 (nas regies Centro-Oeste e Nordeste e em parte dasregies Sudeste e Norte), na escala 1:50.000 (nas regies Sul e parte do Sudeste e Nordeste) e naescala 1:25.000 (em capitais estaduais).

    1984 - Instrues Reguladoras das Normas Tcnicas da Cartografia Nacional (Decreto n 89.817).1985Foi criado o Ministrio da Cincia e Tecnologia ao qual ficou submetida a COCAR na condio

    de rgo autnomo.1990 - A reforma administrativa executada pelo governo federal desativou a COCAR e,

    conseqentemente, as interaes no mbito do Sistema Cartogrfico Nacional.1992 - IBGE elabora normas para levantamento GPS e implanta a Rede Brasileira de Monitoramento

    Contnuo (RBMC).1994 - Reativao da Comisso Nacional de Cartografia, pelo Decreto s/n de 21 de junho de 1994, no

    Ministrio do Planejamento e Oramento (MPO), desta vez denominada CONCAR.1999 - Com a extino do Ministrio do Planejamento e Oramento (MPO), ao qual a CONCAR achava-

    se vinculada, a comisso foi conseqentemente desativada.2000 - Reativao da CONCAR, no Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, pelo Decreto s/n

    de 10 de maio de 2000 e pelo Decreto 4.781 de 16 de julho de 2003.2001 - Retomada dos trabalhos da Comisso Nacional de Cartografia (CONCAR) com a elaborao de

    Plano Cartogrfico, integrando os planos do IBGE e DSG.2003/2004 - Reativao dos trabalhos da Comisso Nacional de Cartografia (CONCAR).

    2005 - Elaborado o planejamento estratgico da CONCAR.

    Tanto a cartografia mundial, quanto a nacional, so beneficiadas e influenciadas pela evoluotecnolgica dos ltimos anos bem como pelas constantes alteraes dos fenmenos presentes nasuperfcie terrestre. Em virtude do desenvolvimento as paisagens esto sendo alteradas continuamente,porm diversas descobertas deram novos impulsos ao mapeamento territorial, oferecendo preciso naaquisio de dados e confeco de mapas, alm da reduo dos custos e tempo.

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    1.4.1. Objetivos estratgicos da CONCAR:1. Garantir a permanente aplicao e atualizao da legislao cartogrfica e das especificaes e

    normas de produo, fiscalizao e disseminao cartogrfica, nas escalas cadastral, topogrfica egeogrfica.

    2. Promover a articulao entre entidades, pblicas e privadas, que produzam e/ou utilizem, efetivaou potencialmente, dados e informaes geoespaciais.

    3. Elaborar e acompanhar a execuo do Plano Cartogrfico Nacional.4. Promover a formulao e a articulao de uma poltica cartogrfica como suporte conduo do

    processo de planejamento e gesto territorial com apoio nos diversos fruns do Governo Federal.5. Promover a cultura do uso da cartografia como instrumento de insero e referncia territorial da

    sociedade.6. Buscar fontes de recursos financeiros, de forma coordenada, que garantam os investimentos

    necessrios para execuo do plano e programas da Poltica Cartogrfica Nacional.

    1.5. A Car togr af ia como sistema de aquisio de informaes

    Apl icaes e Tendncias Futu ras

    A Cartografia, cuja funo essencial representar a realidade atravs de informaes espaciais deuma forma organizada e padronizada incluindo acuracidade, preciso, recursos matemticos de projeescartogrficas, datum para a determinao de coordenadas e ainda recursos grficos de smbolos e textos,tm tido suas aplicaes estendidas todas as atividades que de alguma forma necessitem conhecer parteda superfcie terrestre. Assim, o mapa ser sempre necessrio, por exemplo, nos projetos de engenharia(Construes de Estradas, Usinas, Cidades, Parques) e no planejamento e monitoramento regional domeio ambiente (Recursos Naturais, Agricultura, Florestas, Hidrografia, etc.).

    Atualmente, os conhecimentos de cartografia, necessrios tecnologia SIG, desfrutam de umgrande desenvolvimento na habilidade de se construir mapas digitais que efetivamente comuniquem asidias e questes geogrficas de um mapa analgico. Para isto, softwares apropriados so desenvolvidosde forma a viabilizar a utilizao de produtos resultantes das novas tecnologias de captao eprocessamento da informao espacial, como o caso das imagens de satlites, dos dados obtidos porlevantamentos com GPS e das imagens retificadas de fotografias areas, ou seja, as ortofotos digitais.Graas s novas possibilidades oferecidas por estes produtos digitais, podem-se constatar significativasrenovaes aos mtodos cartogrficos conforme mostram os comentrios a seguir:

    a) Uti l izao de Imagens de Satlite

    A tomada de imagens a partir de plataformas espaciais, com sensores montados a bordo desatlites artificiais, tem gerado expectativas e experincias capazes de provocar novas revolues noprocesso cartogrfico. Atualmente diversos sensores com caractersticas distintas possibilitam omapeamento constante da superfcie terrestre, propiciando representaes cartogrficas de diversos

    temas e escalas.b) Uti l izao de GPS

    A tecnologia GPS tornou-se fundamental na obteno de coordenadas para determinadasfinalidades. Desta forma a cartografia utiliza desta tcnica de forma a reduzir os custos e o tempo de ummapeamento, bem como melhorar a qualidade das informaes levantadas.

    c) Uti l izao de Sistemas de Informao Geogrfica (SIG)

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    Os mapas digitais esto substituindo cada vez mais os mapas convencionais em papel(analgicos), utilizados por sculos. Os processos de compilao cartogrfica e ambiente computacionalproporcionam menores custos das instalaes, reduo significativa do tempo gasto na elaborao de umproduto cartogrfica, alm da preciso na produo, manipulao e atualizao das informaespresentes em um mapa.

    1.6. Como so executadas as car tas bsicas do mapeamento sistemti co

    A execuo de cartas bsicas do mapeamento sistemtico realizada aps um detalhado estudode diversas fases que antecedem a produo do produto final, ou seja, a carta topogrfica. preciso queesteja bem definido, entre outros aspectos, a finalidade do levantamento areo fotogramtrico, o tipo deproduto final, escala e preciso necessria dos equipamentos bem como da carta. Entre as diversas etapaspode-se destacar:

    Planejamento de Vo e Apoio Terrestre:o planejamento de vo consiste na obteno de informaestcnicas como: tipo de aeronave e instrumentos de que se dispe, condies atmosfricas propcias, almde uma equipe de campo e o nmero de pontos necessrios para o apoio terrestre.

    Apoio Bsico Terrestre: formado por um conjunto de pontos de referncia determinados no terreno pormeio de medies realizadas com equipamentos especficos, bem como processamentos especficos dasinformaes mapeadas. Os pontos do apoio bsico so materializados no terreno por meio de um pino demetal fixado sobre pilares de concreto, paredes, guias, sarjetas, pontes, viadutos, escadarias pblicas, ouseja, locais que oferecem acesso e segurana para a integridade do ponto. Cada marco, identificado porum nmero, estabelece a correspondncia entre uma posio no terreno e a respectiva no mapa. Paracada ponto elaborado um relatrio tcnico, que conta com a descrio de suas coordenadas, o croqui delocalizao, o itinerrio de acesso e uma foto do marco.

    Apoio Bsico Horizontal:consiste na determinao das coordenadas planimtricas dos vrtices por meiode processos geodsicos e/ou topogrficos, tendo suas coordenadas determinadas sobre projeocartogrfica.

    Apoio Bsico Verti cal: consiste na determinao da coordenada altimtrica dos vrtices, que tambmpodem ser denominados como referncia de nvel (RN). Suas altitudes so determinadas tomando porbase altitudes referenciadas ao nvel mdio dos mares.

    Vo: a realizao do vo aerofotogramtrico uma etapa importante na execuo de uma cartatopogrfica. O vo deve ser planejado com detalhes, de forma a que toda a superfcie do terreno sejacoberta pelas fotografias bem como a preciso a ser obtida no mapeamento. Com o avano da tecnologiao mapeamento sistemtico utiliza de mtodos eletrnicos para a obteno das informaes do terreno, oude sensores remotos transportados a nvel orbital.

    Resti tuio:por meio de restituidores todos os detalhes do terreno presentes nas fotos so transferidospara uma folha. Neste processo so corrigidas as possveis distores, como variaes do relevo,oscilaes devido ao balano do avio, projeo da fotografia, entre outras. O desenho do mapa elaborado pelo operador do restituidor, seguindo exatamente os detalhes visveis na fotografia.Atualmente o mapeamento digital permite a aplicao de softwares e hardwares na restituio dasimagens, o que possibilita uma reduo de custos e tempo no processo cartogrfico.

    Reambulao:com o objetivo de eliminar as dvidas presentes durante a interpretao das imagens, efetuada uma visita ao campo ( rea mapeada) para a verificao e registro de informaes como

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    denominao de acidentes geogrficos, reconhecimento de vegetao e culturas, identificao deedificaes, etc..

    Gravao: a transposio, por meio de instrumentos apropriados, dos detalhes do mapa para umamatriz indeformvel. Esta fase a que conclui os trabalhos de mapeamento e prepara o material paraimpresso ou outro tipo de acabamento grfico. Com o mapeamento eletrnico todo o material ficaarmazenado em mdias no formato digital.

    Reviso: presente entre diversas fases que constituem o processo cartogrfico. Entre uma fase e outradeve ser realizada uma reviso detalhada de tudo o que foi inserido na carta, para que o produto finalpossua alto grau de confiabilidade.

    Produto F inal:no processo de mapeamento analgico os originais das cartas so armazenados em baseestvel por meio processamento fotogrfico. O material utilizado no armazenamento deve ser resistente,indeformvel e permitir a reproduo de cpias heliogrficas em papel ou polister copiativo.

    Atualizao: considerando o mapeamento bsico sistemtico um investimento essencial aodesenvolvimento nacional, e aliado ao acelerado desenvolvimento urbano, torna-se fundamental uma

    constante atualizao dos produtos cartogrficos. Desta forma o emprego de tecnologias como osensoriamento remoto e o sistema de informao geogrfica so considerados essenciais para aatualizao do mapeamento cartogrfico nacional em diversas escalas.

    CAPTULO 2 - LEI TURA E ENTENDI MENTO DOS ELEMENTOS CONTIDOS NUMA CARTATOPOGRFICA

    2. I ntroduo

    A representao cartogrfica pode ser considerada com forma de obteno informao sobre asuperfcie terrestre. Portanto a utilizao de mapa um processo de comunicao visual, no qual estoenvolvidos trs elementos: o cartgrafo, o usurio e o canal de transmisso (representado pelo mapa).

    Atravs do entendimento dos elementos contidos numa carta topogrfica, o usurio estar sendoeducado para uma viso cartogrfica de forma a poder utiliz-la de maneira mais adequada,possibilitando assim, uma leitura adequada dos elementos representados.

    Cabe ao usurio, portanto, o reconhecimento e identificao dos elementos, efetuando assim atraduo da simbologia utilizada na representao grfica. Finalmente, para a concretizao da leitura deum produto cartogrfico, o usurio deve ser capaz de interpretar os elementos contidos neles. Ainterpretao, no entanto, depende do conhecimento e habilidades do usurio em poder correlacionaraspectos fsicos e humanos para a compreenso dos fatos representados, bem como da leitura da legendapresente no material cartogrfico.

    Para que um mapa possa comunicar de forma eficiente a informao que est sendo transmitida necessrio considerar as condies que influenciam neste processo, ou seja, as necessidades, o nvel deentendimento e a percepo do usurio, o meio de apresentao, a complexidade da informao e aspossibilidades tcnicas. Alm disso, o projeto pode ser dividido em duas etapas. Na primeira etapaencontram as decises relacionadas aparncia do mapa e como os dados sero representados. Asegunda etapa relaciona s decises de como sero projetadas as simbologias utilizadas.

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    Para que seja possvel a leitura de uma carta ou mapa, necessrio entender os smbolosutilizados para a representao grfica dos fenmenos mapeados. Quando diversos fenmenos sorepresentados utilizando a mesma simbologia, ou seja, representados por meio de um padro grfico,temos o processo chamado de conveno cartogrfica.

    As convenes cartogrficas utilizam de tcnicas do desenho e da representao grfica paraproporcionar ao leitor uma leitura clara, objetiva e de nico sentido dos fenmenos representados. Todaconveno cartogrfica est relacionada diretamente com a escala do mapa, bem como dahomogeneidade dos smbolos utilizados para representar os fenmenos de mesma categoria. Deve-seconsiderar tambm que a conveno cartogrfica possui um carter associativo, ou seja, os elementos sorelacionados a smbolos que sugiram a sua aparncia no terreno.

    Todo fenmenos na superfcie terrestre possui uma relao fundamental entre si, que pode serseletiva, proporcional ou de ordem. Em qualquer um dos casos necessrio o emprego de variveisvisuais para a elaborao adequada dos smbolos pontuais, lineares ou zonais.

    Um produto cartogrfico (uma carta ou um mapa) tem como objetivo a representao de duasdimenses da realidade em um nico plano. A primeira dimenso refere-se ao mapeamento horizontal de

    cada dado, j a segunda dimenso est relacionada com a informao altimtrica do espao representado.Portanto um produto cartogrfico poder conter simbologia descrevendo as informaes plani-altimtricade uma rea.

    Apoiados em autores que desenvolveram trabalhos atravs de esquemas e modelos decomunicao cartogrfica, podemos fortalecer estas consideraes, pois a comunicao cartogrficaassume que existe uma sobreposio da realidade do cartgrafo e do usurio, para que ele entenda osignificado da representao da informao. Os Processos da Comunicao Cartogrfica apresentamfases de leituras do mapa composta por etapas de decodificao, verbalizao, visualizao einterpretao da informao.

    Sendo assim, a leitura de um produto cartogrfico consiste na concretizao das etapaspertinentes a esta fase que, por sua vez, iro permitir a obteno de informaes atravs de elementoscontidos na carta.

    2.1. Elementos de identi f icao interna e externa de uma car ta topogrfica

    Quando utilizamos os elementos contidos na legenda para identificao e leitura da informaorepresentada, estamos efetuando uma leitura interna da carta. A legenda facilita a identificao doselementos e permite agrup-los conforme suas caractersticas. Ao considerarmos os elementosperifricos como ttulo, escala, coordenadas geogrficas, sistema de projeo, dentre outros, estamosefetuando uma leitura externa da carta.

    O estudo do layoutde uma carta, ou seja, como as informaes sero distribudas espacialmentena carta topogrfica, esto de acordo com a folha modelo publicada pelo DSG (Diretoria de ServioGeogrfico). Entretanto, existem instituies que prestam servios e/ou elaboram produtos cartogrficossem a preocupao de seguir o disposto no Decreto-Lei no 243/67, causando com tal atitude umdescompasso com a leitura.

    A figura a seguir representa um modelo de carta produzida pelo IBGE para descrever o contedoe a disposio das informaes marginais presentes em uma carta topogrfica.

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    1) rgo responsvelEstabelece o rgo responsvel pelo produto cartogrfico, no implicando que este esteja

    envolvido em todas as fases para construo do mesmo. Alm disso, mencionado na primeira, segundae terceira linhas o rgo de subordinao, nome da organizao, regio geogrfica da rea mapeada e aescala correspondente, respectivamente.

    2) TtuloO ttulo da folha determinado pela caracterstica topogrfica mais relevante da rea

    representada. Pode ser a localidade de maior populao, curso dgua mais importante ou algum outroaspecto relevante.

    3) ndice de nomenclaturaSegundo o IBGE (1993), as especificaes da Carta Internacional do Mundo ao Milionsimo -

    CIM, foram adotadas na Conferncia Tcnica das Naes Unidas, realizada em Bonn (Alemanha, 1962),que tem por finalidade:

    a) Fornecer, por meio de uma carta de uso geral, um documento que permita uma viso de conjunto domundo para os estudos preliminares de investimentos e o planejamento do desenvolvimento

    econmico e, tambm, para satisfazer s diversas necessidades dos especialistas de variadas cincias;

    b) Oferecer uma carta bsica que permita preparar sries de cartas temticas (populao, solo, geologia,vegetao, recursos diversos, limites administrativos, etc.). Essas cartas constituem elementosfundamentais para a eficaz execuo de estudos e anlises.

    4) Localidades, limites, vias de circulao, pontos de controle e altitude

    Estes elementos constituem parte da legenda na qual fornecem informaes para a leitura interna.Devem ser apresentados no canto inferior esquerdo da carta. Segundo Santos & Le Sann (1985), alegenda compreende a traduo dos smbolos utilizados na representao das informaes . Para tanto,

    necessrio que a mesma esteja organizada, ou seja, a apresentao dos elementos dever ser conformesuas caractersticas seletiva, ordenada e quantitativa.

    Dessa forma devemos criar uma classificao da legenda de acordo com os componentes citadosanteriormente. Logo, isto permitir uma leitura mais rpida e eficaz da mesma, facilitando assim acompreenso de um produto cartogrfico (Figura 3).

    Figura 3 - Exemplo de simbologia para Limites, Elementos planimtricos (lineares e pontuais ) e altimtricos, Vias decirculao.

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    5) Articulao e localizao da folha

    A articulao da folha apresenta a disposio entre a rea mapeada e as que circunvizinham,indicando as referncias das cartas que so contguas, alm da localizao desta no Estado-Membro(Figura 4).

    Figura 4 - Articulao da folha e localizao no Estado de origem.

    6) Sistema de projeo e informaes adicionais

    O sistema de projeo tem como finalidade transporta do modo mais fiel possvel, os pontos dasuperfcie terrestre para um plano cartogrfico (carta), possibilitando uma preciso das informaesmapeadas em relao superfcie terrestre.

    As escalas grfica e numrica so representadas para permitir ao usurio efetuar avaliaes dereas, distncias e outras pertinentes ao interesse do mesmo. A primeira nos possibilita, com a utilizaode instrumentos, efetuar medidas diretamente sobre a carta, enquanto a segunda se vale da relao de

    proporcionalidade para a determinao das mesmas.O processo mais empregado na representao das formas do terreno o das curvas de nvel

    (SBC, 1996). Estas so apresentadas segundo uma eqidistncia previamente determinada a partir daescala da carta.

    Para a representao da superfcie terrestre no plano, necessria a definio da forma edimenso da Terra, bem como o datum horizontal e vertical. Como datum entende-se o ponto origem,isto , datum horizontal pode ser considerado como a origem das coordenadas geodsicas. Algumascartas topogrficas, pertencentes ao mapeamento sistemtico brasileiro, possuem datum localizadosanteriormente nos municpios de CRREGO ALEGRE-MG e posteriormente em CHU-MG. O datumvertical, por sua vez, determina a origem das altitudes, ou seja, o nvel de referncia onde as altitudes so

    referidas, que est localizado atualmente no municpio de IMBITUBA-SC (Figura 5).

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    Figura 5 - Informaes relacionada a escala , altimetria e projeo da carta.

    Ainda com relao aos elementos externos so apresentadas as fases principais de execuo dacarta: obteno das fotografias areas (onde se faz necessrio um planejamento de vo); apoio de campo(fundamental para a construo do produto cartogrfico); reambulao (trabalho de campo em queconsiste esclarecer detalhes no identificados nas fotografias areas, tais como: nome de rios, estradas,etc., alm da demarcao dos limites de rea, seja esta municipal, estadual ou internacional);aerotriangulao (uma tcnica fotogramtrica para obteno de pontos, que se vale do apoio de campo eda reambulao, alm de instrumentos e processamentos de dados); restituio (produo "preliminar" dacarta, que se d atravs de instrumentos restituidores) e impresso do produto.

    7) Hidrografia e vegetao

    Fazem parte da legenda e como os demais elementos so divididos em classes, de modo a facilitara identificao e interpretao dos mesmos (Figura 6).

    Figura 6 - Representao grfica de hidrografia e vegetao.

    8) Diviso administrativaA diviso poltico-administrativa representada atravs dos limites internacionais, estaduais e/ou

    municipais contidos na rea mapeada, permitindo ao usurio a localizao de elementos como tambmde problemas estruturados na regio (Figura 7).

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    Figura 7 - Diviso Administrativa presente na carta.

    9) Declinao Magntica e convergncia meridiana

    A Terra, de acordo com SBC (1996), se comporta como um im, possuindo um campo magntico

    e dois plos magnticos de polaridades opostas. Os plos magnticos se localizam relativamenteprximos (mas no coincidem) aos plos geogrficos (extremidades do eixo de rotao da Terra). A nocoincidncia entre os plos geogrficos d origem declinao magntica, ou seja, a agulha da bssoladesvia do norte geogrfico para leste ou oeste segundo um ngulo, que depender do local onde seencontra o observador.

    A convergncia meridiana a diferena angular entre as linhas do quadriculado, referente aosistema de coordenadas plano-retangulares, e as linhas dos meridianos que convergem para os plosgeogrficos. A Figura 8 apresenta um diagrama de orientao de uma carta topogrfica.

    Figura 8 - Diagrama de orientao da carta.

    A Figura 9 apresenta a disposio dos elementos contidos em uma carta topogrfica conforme os moldes do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE.

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    Figura 9 - Elementos contidos na carta.

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    CAPTULO 3- ESCALAS

    3. Escalas

    3.1. O que escala

    A representao da superfcie terrestre em forma de carta implica na representao reduzida deuma superfcie com vasta dimenso em outra com tamanho reduzido. Essa reduo importa na idia de

    escala que pode ser definida como:

    Escala => relao ou proporo entre as dimenses dos elementos representados em um mapa eas correspondentes dimenses na natureza.

    A escala geralmente traduzida por uma frao, o que significa que essa frao representa arelao entre as distncias lineares da carta e as mesmas distncias da natureza. Em uma escala dereduo, o numerador da frao (sempre a unidade) representa uma distncia no mapa, e o denominadorcorrespondente o nmero de vezes maior do elemento mapeado na realidade.

    Por exemplo, se a escala :1:50.000, determinamos que qualquer medida linear na carta

    corresponde no terreno uma distncia 50.000 vezes maior. Se, na mesma carta tomarmos uma distnciade dois centmetros, esta distncia corresponder no terreno a 100.000 centmetros, que so iguais a 1000metros, ou seja, 1 km.

    3.2. Classif icao das escalas

    3.2.1. Escala numrica

    A escala numrica representada por uma frao onde o numeradorrepresenta a grandeza obtidasobre a carta (ou distncia grfica - d), e o denominadorrepresenta a distncia correspondente no terreno(ou distncia real - D).

    )(_

    )(_

    Drealdistncia

    dgr f icadistnciaE

    Para facilitar os clculos, as escalas possuem sempre o numerador com uma unidade. Logo aescala ser:

    dD

    ddE

    /

    /=>

    NE

    1 onde N = denominador da escala

    A partir da relao anterior, podemos obter;

    d

    DN ou D = N * d

    Normalmente as escalas so representadas nas seguintes formas:

    E = 1: N (Exemplo 1:5.000)E = 1/ N (Exemplo 1/5.000)

    Uma escala numrica tem a grande vantagem de informar imediatamente o nmero de reduesque a superfcie real sofreu. Por sua vez, imprpria para reprodues de mapas atravs de processosfotocopiadores, quando h uma ampliao ou uma reduo do original.

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    3.2.2. Escala grfica

    A escala grfica representada por um segmento de reta graduado contendo subdivisesdenominadas de tales. Usando-se a escala grfica, poderemos medir diretamente no mapa quaisquerdistncias no terreno, na medida representada.

    Cada talo apresenta a relao de seu comprimento com o valor correspondente no terreno,indicado sob forma numrica na parte inferior da rgua (Figura 10). O talo preferencialmente deve serum valor inteiro.

    500 100 150 200 m50 m0 50 100 150km50 Km

    0 20 40 60 m20 m 0 100 500 m100 m 300

    Figura 10Exemplos de escalas grficas em diversas escalas.

    A escala numrica possui duas pores:a) do zero para a direita poro principalb) do zero para a esquerda poro fracionria (objetivo de realizar aproximaes)

    3.3. Escala maior ou escala menor?

    Escalas diferentes indicam maior ou menor reduo. Por isso comumente utilizado asexpresses Escala Maior e Escala Menor para se fazer comparaes entre vrias escalas. Uma escalaser maior quando indica menor reduo. Por sua vez, uma escala ser menor quando indica maior

    reduo.Na relao de escalas a seguir, a maior ser 1:5.000 e a menor ser 1:5.000.000:

    1:5.000 (maior)1:50.0001:500.0001:5.000.000 (menor)

    3.4. Util izao Prti ca

    Normalmente na utilizao de mapas ou cartas surgem problemas relacionados medida doterreno (D), medida no mapa (d) e o denominador da escala (N) com as seguintes relaes:

    a) Determinar a distncia grfica por meio da distncia no terreno e da escala - d = D / N;b) Determinar a distncia no terreno por meio da distncia grfica e da escala - D = d / N;c) Determinar o denominador da escala por meio das distncias grfica e do terreno - N = D / d.

    Dd N

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    3.5. Ampliao e Reduo

    Uma operao bastante comum em cartografia a mudana de escala para reduzirou ampliarosmapas. A seguir sero apresentadas algumas possibilidades para alterao da escala de um produtocartogrfico:

    a) Mtodo do quadriculado- Mais simples e menos preciso;- Consiste em traar um quadriculado sobre o mapa original (ex.: 1:100.000) e um

    quadriculado menor (ex.: 1:200.000) sobre o mapa final (Figura 11);

    Mapa reduzido(1:200.000)Mapa original(1:100.000)

    Figura 11Exemplo de um processo de reduo pelo mtodo do quadriculado.

    b) Mtodo dos tringulos semelhantes- Apropriado para detalhes de forma alongada e estreita (ex.: rios, estradas) como

    apresentado na Figura 12;

    EA

    C

    O

    D

    BF

    AB = estrada originalCD = estrada reduzidaEF = estrada ampliada

    Figura 12Exemplo de um processo de reduo pelo mtodo dos tringulos semelhantes.

    c) Mtodo do pantgrafo- Utiliza-se o aparelho pantgrafo especialmente para reduo, pois qualquer movimento

    irregular da mo aparecer ampliado no material reproduzido;

    - Pantgrafo um aparelho articulado (um dos plos um ponteiro e outro polo um lpis)como apresentado na Figura 13;Obs.: era o mtodo mais utilizado pelos cartgrafos antes da adoo do mtodo fotogrfico.

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    A2

    A1

    P L

    A3

    T

    3 articulaes (A1, A2, A3)P fixoL um lpisT ponteiro

    L A3 = A1 A2L A1 = A2 A3PLT - formam uma reta

    TEOREMA DE TALES=

    PT A2 TPL A2 A3

    Figura 13Exemplo de um processo de reduo pelo mtodo do pantgrafo.

    d) Mtodo fotogrfico- Operao possui considerada preciso precisa;- Este mtodo emprega uma cmarafotocartogrficade alta preciso, equipamento tal que

    permite regulagens para ampliao e reduo (Figura 14).

    B

    AO

    B

    AP

    OA AB P= OU g =OA AB P

    g = coeficiente de reduoP = distncia da imagem ao centro ptico da objetivaP = distncia do objeto ao centro ptico da objetiva

    P

    Figura 14Exemplo de um processo de reduo pelo mtodo fotogrfico.

    e) Mtodo Digital- Na maioria dos processos cartogrficos atuais, a ampliao ou reduo do material

    cartogrfico realizada totalmente em meio digital.

    ATENO

    Como em cartografia trabalha-se com a maior preciso possvel, s os mtodos fotocartogrfico edigital devem ser utilizados, ressaltando que a ampliao muito mais susceptvel de erro do que areduo, no entanto redues grandes podero gerar a fuso de linhas e demais componentes de umacarta (coalescncia) que devero ser retiradas.

    A prpria perfeio da reproduo fotogrfica seria uma desvantagem, porque no hpossibilidades de conservar os mesmo detalhes quando a escala de uma carta reduzida constantemente.Por exemplo: dois traos paralelos (estrada, rios, etc.) apresentam-se distintos quando separados porespao em branco com um mnimo de dois dcimos de milmetro. Mas, depois de se reduzirfotograficamente metade, o intervalo de um dcimo de milmetro no basta para evitar o atropelamento

    dos traos, que ficaro confundindo-se. Outro exemplo so os detalhes de um rio que depois de reduzidaas dimenses lineares sem modificaes dos ngulos, devem obrigatoriamente resultar em um traadoconfuso.

    3.5.1. Compor tamento da rea em relao as al teraes lineares decor rentes dos processo dereduo ou ampliao

    A reduo ou ampliao da rea mapeada em um produto cartogrfico diretamente proporcionalao quadrado do nmero de vezes que a dimenso linear original foi reduzida ou ampliada.

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    Reduo da rea = (nmero de vezes da reduo linear)2

    Ampliao da rea = (nmero de vezes da ampliao linear)2

    Exemplo: A Figura 15 apresenta uma situao em que um mapa teve suas dimenses lineares reduzidaspela metade, enquanto sua rea foi reduzida 4 vezes.

    Reduo da rea = (nmero de vezes da reduo linear)2

    Reduo da rea = (2)2

    Reduo da rea = 4 vezes

    5cm

    ReduoLinear

    Pelametade 5 cm

    10cm

    10 cm

    Mapa original(1:100.000)

    Mapa reduzido(1:200.000)

    rea Grfica = 25 cm2rea Grfica = 100 cm2

    Figura 15Reduo pela metade de um produto cartogrfico.

    3.6. General izao Cartogrfica

    No domnio convencional da Cartografia a generalizao cartogrfica um processo dependenteda escala que inclui seleo, simplificao e sntese dos objetos que devem compor o mapa.Generalizao pode ser entendida como o processo de universalizao do contedo de uma base dedados espaciais com uma finalidade. Um de seus objetivos deve ser a reduo da complexidade, quer

    seja para fins de visualizao, quer seja para armazenar na base de dados apenas o que necessrio. Areduo da complexidade deve levar em conta uma lgica que no comprometa a exatido deposicionamento e a exatido de atributos dos dados (DAlge, 2004). A Figura 16 apresenta uma reduoda escala de um produto cartogrfico empregando ou no a generalizao cartogrfica.

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    Figura 16 Exemplo de uma reduo de escala com e sem generalizao cartogrfica.

    Devido a reduo da escala, a generalizao cartogrfica compreende um processo de seleo deobjetos, que leva em conta uma hierarquia de importncia seguido de um outro processo na qual ocorresimplificaes de forma e estrutura conforme apresentado na Figura 17 (exemplo: simplificao e/ousuavizao de linhas)

    1

    2 3

    4

    5

    6

    71

    2 3

    4

    5

    6

    7Linha original

    Linha simplificada

    Linha suavizada

    Figura 17Simplificao de forma e estrutura de uma linha.

    3.7. Escolha da Escala

    Para elaborao de um mapa, necessrio definir cinco etapas: Planejamento, Levantamento dosdados, Anlise dos dados, Execuo e Impresso.

    A escala possui um papel fundamental na definio destas etapas, pois determina o nvel dedetalhes, as convenes a serem utilizadas, a generalizao das informaes, o tamanho do papel a serimpresso, os equipamentos empregados na confeco do mapa e o erro grfico permitido.

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    A escolha da escala depende de:a) Finalidade do mapa

    - Relacionado com a necessidade ou no de preciso e detalhamentos do trabalho a serefetuado;

    - Grande variao de escalas, sendo para cada caso particular um valor de escala maisadequado para a representao e preciso desejada:Escala grandes ex.: 1:500 (alto nvel de detalhes)Escala mdia ex.: 1:100.000 ou 1:250.000 (detalhamento topogrfico)Escala pequena ex.: 1:50.000.000 (baixo nvel de detalhes)

    b) Disponibilidade de recursos para impresso- A escala ideal para representar o objeto, ou superfcie, dentro das limitaes do papel

    (tamanho), equipamento utilizados e o erro grfico permitido;- Normalmente utilizam-se escalas inteiras e mltiplas para impresso;

    3.8. Preciso Grfica

    Um problema importante a ser considerado, quando da escolha da escala, diz respeito s

    possibilidades de existncia de erros nos mapas utilizados.

    Estes erros esto relacionados :Formas de confecoincerteza advinda da origem das informaes, da qualidade da mo-de-

    obra e dos equipamentos que geraram o produto final. Qualidade do material impressopossibilidade de deformao do material grfico.

    PRECIS O GRFICA a menor grandeza medida no terreno, capaz de ser representada emdesenho por meio da mencionada escala.

    A experincia demonstrou que o menor comprimento grfico que se pode representar em um

    desenho de 1/5 milmetro ou 0,2 mm, sendo este valor o erro admissvel. Fixado esse limite prtico,pode-se determinar portanto o erro tolervel nas medies de um material cartogrfico conforme a suaescala. O erro de medio permitido ser calculado da seguinte forma:

    Seja: E =N

    1 erro = 0,0002 metros * N

    ouSendo: E = escala

    N = denominador de escala erro = 0, 2 mm * N

    Logo: Escala pequena proporcionam maior erro grficoEscala grande proporcionam menor erro grfico

    Os acidentes cujas dimenses forem menores que os valores dos erros de tolerncia no serorepresentados graficamente. Em muitos casos necessrio utilizar-se de convenes cartogrficas, cujossmbolos empregados na representao possuem dimenses independentes da escala.

    Em termos de avaliao da preciso de uma base cartogrfica, a legislao brasileira define opadro de exatido cartogrficaPECpara classificar os documentos cartogrficos.

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    NORMAS TCNICAS DA CARTOGRAFIA NACIONAL

    Decreto N 89.817 de 20 de junho de 1984.

    Captulo IISeo 1Classificao de uma carta quanto a exatido

    Art. 8 As cartas quanto sua exatido devem obedecer ao PEC segundo o critrio abaixo: 90% dos pontos bem definidos em uma carta, quanto testados no terreno, no deveroapresentar erro superior ao PEC planimtrico estabelecido. 90 % dos pontos isolados de altitude, obtidos por interpolao de curva de nvel, quandotestados no terreno no devero apresentar erro superior ao PEC altimtrico estabelecido.

    1 - PEC um indicador estatstico de disperso relativo a 90% de probabilidade quedefine a exatido dos trabalhos cartogrficos. 2 - A probabilidade de 90% corresponde a 1,6449 vezes o erro padro PEC = 1,6449* EP 3 - O erro padro isolado em um trabalho cartogrfico no ultrapassar 60,8% do PEC. 4 - Considera-se equivalentes as expresses erro padro, desvio padro e erro mdioquadrtico.

    Seo 2Classes de cartas

    Art. 9 As cartas, segundo exatido, so classificadas nas classes A, B e C, segundo os seguintescritrios:AClasse APEC planimtrico: 0,5 mm na escala da carta, sendo 0,3 mm na escala da carta o erro padro

    correspondente.(EP = 0,3mm).

    PEC altimtrico: metade da eqidistncia entre curvas de nvel, sendo 1/3 desta distncia o erropadro.BClasse BPEC planimtrico: 0,8 mm na escala da carta, sendo 0,5 mm na escala da carta o erro padro

    correspondente.(EP = 0,5mm).

    PEC altimtrico: 3/5 da eqidistncia entre curvas de nvel, sendo 2/5 desta distncia o erropadro.CClasse CPEC planimtrico: 1,0 mm na escala da carta, sendo 0,6 mm na escala da carta o erro padro

    correspondente.(EP = 0,6mm).

    PEC altimtrico: 3/4 da eqidistncia entre curvas de nvel, sendo 1/2 desta distncia o erropadro.

    O erro grfico equivalente a 0,2 mm da escala do produto cartogrfico corresponde ao limite daacuidade visual humana, sendo o Padro de Exatido Cartogrfico o indicador de disperso relativo a90% de probabilidade que define a exatido de trabalhos cartogrficos. Com base no decreto descritoacima, podemos elaborar a Tabela 1 referente classificao das cartas impressas em relao ao PEC:

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    Tabela 1Classificao das cartas conforme sua exatido.CLASSE A CLASSE B CLASSE C

    Padro deExatido

    Cartogrfico

    PEC Planimtrico 0,5 mm 0,8 mm 1,0 mm

    Erro Padro 0,3 mm 0,5 mm 0,6 mm

    PEC Altimtrico 1/2 equidistncia 3/5 equidistncia 3/4 eqidistnciaErro Padro 1/3 equidistncia 2/5 equidistncia 1/2 equidistncia

    Com base na tabela 1, uma carta classe A na escala de 1:50.000 fornece incertezas de 0,2 mm(multiplicado pela escala da carta) na identificao dos pontos sobre a mesma, ou seja, erro equivalente a10 m . J a posio geogrfica do mesmo ponto ter uma incerteza de 0,5 mm, o que corresponde a 25 m.equidistncia

    3.9. Preciso de Mapas Digitais

    Um sistema de Cartografia Digital, ou Cartografia Assistida por Computador, pode ser definidocomo um conjunto de hardwares e softwares destinados aquisio, armazenamento e visualizao dainformao geogrfica no formato digital com o propsito de elaborao de mapas. Segundo Taylor(1991), a Cartografia digital no pode ser vista apenas como automao de processos manuais, mas simcomo uma alternativa para explorar a informao espacial.

    Entre os diversos sistemas para produo de mapas, tem-se o Sistema de InformaesGeogrficas (SIG) como ferramenta essencial para manipulao de dados espaciais em diferentesescalas, formatos de dados bem como graus de confiabilidade. Desta forma, um trabalho que envolva ainformao digital dever conter a origem e a sua preciso dos dados que incorporam a base cartogrfica,de forma a fornecer subsdios para usurios avaliarem a preciso e confiabilidade da informaoarmazenada ou at mesmo produzida pelo sistema.

    No formato digital o erro grfico no existe, porm dever observar o PEC na manipulao dosdados digitais. Na transformao de um dado analgico em digital poder manter o padro de exatidocartogrfico da carta impressa, desde que seja realizado um controle adequado no processo dedigitalizao. Desta forma nenhuma carta digitalizada poder ter PEC superior ao da informao deorigem.

    As informaes geogrficas provenientes de outras formas de aquisio de dados (Topografia,GPS, Sensoriamento Remoto, etc.) possuem em princpio a preciso geogrfica proveniente doinstrumento e mtodo aplicado para levantamento dos dados.

    3.10. Exerccios

    1) Medindo-se uma distncia em uma carta achou-se 50 cm. Sendo a escala 1:50.000, qual adistncia no terreno?

    d = 50 cm D = N * dN = 50.000 D = 50.000 * 50 cm = 2.500.000 cm D = 25 Km

    2) Distncia ente 2 cidades de 30 cm sobre um mapa geogrfico. Sabendo que a distncia realentre ambas de 300 Km em linha reata, qual a escala do mapa?

    d = 30 cm N = D / d = 30 Km / 30 cm = 3.000.000 cm / 30 cm

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    D = 30 Km N = 100.000 escala = 1:100.000

    3) Ao se demarcar uma reserva indgena no norte do pas, de forma quadrada, com rea de 15.625Km2, sobre um mapa na escala 1:1.250.000, busca-se saber: de quanto ser cada lado do quadradodesenhado no mapa?

    rea do quadrado = lado2 D = 125 Km d = D / N

    Lado = rea N = 1.250.000 d = 152 Km / 1.250.000

    Lado = 2625.15 km d = 0,0001 KmLado = 125 Km d = 10 cm

    4) Aps a impresso de uma carta topogrfica, observou que houve uma ampliao da mesma.Um trecho de uma estrada que apresentava, na escala original de 1:50.000, 20 cm, ficou com 40 cm.Qual o valor da nova escala do mapa?

    carta originalN = 50.000 D = N * dd = 20 cm D = 20 cm * 50.000 D = 1.000.000 cm

    carta ampliadaN = ? N = D / dD = 1.000.000 cm N = 1.000.000 cm / 40 cm

    d = 40 cm N = 25.000 escala = 1:25.000

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    CAPTULO 4- REPRESENTAO CARTOGRFICA - CARTAS E MAPAS

    4. A representao car togrfica:

    A Representao por trao

    GLOBO:Representao cartogrfica dos aspectos naturais e artificiais realizada sobre uma superfcie

    esfrica, em escala pequena, com finalidade cultural e ilustrativa .

    MAPA:

    Representao grfica, geralmente numa superfcie plana e geralmente em escala pequena, dascaractersticas naturais e artificiais, terrestres ou subterrneas, poltico-administrativos. Este tipo derepresentao possui uma finalidade temtica, cultural ou ilustrativa .

    CARTA:

    Representao dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinada a fins prticos da atividadehumana, cuja representao permite avaliao precisa de distncias, direes e a localizao geogrficados pontos, reas e detalhes. A representao plana geralmente realizada em mdia ou grande escala esubdividida em folhas, de forma sistemtica, obedecendo um plano nacional ou internacional.

    PLANTA:

    Planta: representao cartogrfica em grande escala de uma rea com pequena extenso,fornecendo consequentemente alta nvel de detalhes dos elementos mapeados. Entre as diversasaplicaes temos pode-se citar o cadastro urbano, fins econmico-sociais, entre outros.

    A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) d a seguinte definio aos termos:

    Maparepresentao grfica, em geral uma superfcie plana e numa determinada escala, com a representao de acidentesfsicos e culturais da superfcie da Terra, ou de um planeta ou satlite.

    Cartarepresentao dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinada a fins prticos da atividade humana, permitindoa avaliao precisa de distncias, direes e a localizao plana, geralmente em mdia ou grande escala, de umasuperfcie da Terra, subdividida em folhas de forma sistemtica, obedecendo um plano nacional ou internacional.

    B Representao por imagem

    MOSAICO:Constitudo por conjunto de fotos de uma determinada rea, recortadas e montadas tcnica e

    artisticamente, visando formao de uma representao fotogrfica contnua de uma parte da superfcieterrestre. Os mosaicos classificam-se em:

    - Mosaico controlado um mosaico de alta preciso, pois as fotografia utilizadas so submetidas aprocessos especficos de correo, de forma a garantir que a imagem resultante seja a mesma obtida noinstante da tomada da foto. Alm disso, a montagem tcnica do conjunto de fotos utiliza de pontos decontrole para avaliar preciso do mosaico em relao ao terreno.

    - Mosaico no-controladoneste tipo de mosaico no realizado correo das fotografias bem como autilizao de pontos de controle na montagem das fotos. A montagem tcnica das fotografias realizado

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    somente pelo ajuste dos detalhes presentes nas fotos adjacentes, tornando-se assim um trabalho rpido,porm sem preciso. Apesar desta caracterstica, o mosaico no-controlado satisfaz plenamente paraalguns tipos de trabalho.

    - Mosaico semicontrolado um trabalho que utiliza um pouco das caractersticas dos mosaicosdescritos anteriormente. Por exemplo, usando-se fotos corrigidas sem controle do terreno na suamontagem, ou fotos no corrigidas com controle do terreno.

    FOTOCARTA: um tipo de mosaico controlado, na qual realizado um tratamento cartogrfico de forma a

    conter informaes marginais de um mapa, nome de lugares, quadriculado de coordenadas, divisa, eoutros elementos.

    ORTOFOTOCARTA:Tratamento realizado na foto original de forma a transformar sua perspectiva central do terreno,

    em uma projeo ortogonal sobre um plano o produto final poder conter smbolos, linhas, legenda,coordenadas geogrficas e informaes planimtricas dos elementos representados.

    ORTOFOTOMAPA:

    um mosaico realizado com vrias ortofotocartas adjacentes de uma determinada regio.FOTO-NDICE:

    o mesmo que ndice de foto, reunindo em escala reduzida as fotografias areas individuais nassuas posies relativas.

    4.1. Classif icao Conforme o Objetivo

    Em funo dos objetivos a que se destinam, podem ser classificadas em:

    Mapas genricos ou gerais, que no possuem uma finalidade especfica, servindo basicamente

    para efeitos ilustrativos, normalmente desprovidos de grande preciso, apresentando algunsaspectos fsicos e obras humana, visando a um usurio leigo e comum. (Figura 18).

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    Figura 18 - Ex.: Mapa poltico do Brasil.Fonte: www.guianet.com.br/brasil/mapapolitico.htm

    Mapas temticos, onde so representados determinados aspectos, ou temas sobre outros mapas jexistentes, os denominados mapas-bases. Utiliza-se de simbologias diversas para a representao

    dos fenmenos espacialmente distribudos na superfcie. Qualquer mapa que apresenteinformaes diferentes de mera representao do terreno, pode ser classificado como temtico.,como por exemplo os mapas geomorfolgico, geolgico, de solos, etc. (Figura 19).

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    Figura 19Mapa geolgico do Brasil.Fonte: http://acd.ufrj.br/multimin/mmro/mapas/home.html

    Mapa ou carta imagem, onde uma imagem representada sobre um mapa-base, podendoapresentar objetivos diversos. Utilizados para complementar as informaes de uma maneira maisilustrativa a fim de facilitar o entendimento pelo usurio (Figura 20 e 21).

    Figura 20Mapa de localizao utilizando uma imagem orbital como fundo.Fonte: www.itamambuca.com.br/ mapasatelite.html

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    Figura 21Carta Imagem referente ao ZEE do Estado do Maranho.Fonte: www.zee.ma.gov.br/icon/ fotos/cartimg.jpg

    Estas classificaes devem ser consideradas meramente como indicaes da aplicabilidade paracada soluo apresentada. H uma tendncia de superposio das caractersticas apresentadas.

    4.2. Classif icao de acordo com a Escala

    Uma outra maneira de classificao da representao cartogrfica est de acordo com a escala,podendo ser descrita da seguinte forma:

    Carta Cadastral(Planta)extremamente detalhada e precisa (elevada preciso geomtrica), comgrandes escalas, maiores do que 1:5.000, utilizadas por exemplo para o cadastro municipal comoapresentado na Figura 22. Estas cartas so elaboradas a partir de levantamentos topogrficos ouaerofotogramtricos (Ex.: planta urbana; cartas destinadas aos projetos de engenharia comotneis, estradas e barragens;)

    Incluem-se entre as escalas grandes: 1:500, 1:1.000, 1:2.000 e 1:5.000. Em qualquer uma sepode construir uma carta urbana. A escolha da escala depende de uma srie de fatores como:

    a) tipo de rea urbana (densidade demogrfica);

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    b) finalidade da carta;c) oramento do custo, j que, quanto maior a escala, maiores sero os custos do projeto.

    Figura 22 - Exemplo de uma Carta Cadastral.

    Carta Topogrfica cartas elaboradas a partir de levantamentos aerofotogramtricos egeodsicos ou compiladas de outras cartas topogrficas em escalas maiores. Inclui os acidentesnaturais e artificiais, em que os elementos planimtricos (sistema virio, obras, etc.) e altimtricos(relevo atravs de curvas de nvel, pontos cotados, etc.) so geometricamente bem representados.

    Aplicao das cartas conforme sua escala:

    a) Escala de 1:25.000- Representa cartograficamente reas especficas, com forte densidade

    demogrfica, fornecendo elementos para o planejamento socioeconmico e basespara anteprojetos de engenharia. Esse mapeamento, pelas caractersticas da escala,est dirigido para reas das regies metropolitanas e outras que se definem peloatendimento a projetos especficos.

    b) Escala de 1:50.000

    - Retrata cartograficamente zonas densamente povoadas, sendo adequada aoplanejamento socioeconmico e formulao de anteprojetos de engenharia;

    c) Escala de 1:100.000 e 1:250.000- Subsidia o planejamento regional, alm da elaborao de estudos e projetos

    que envolvam ou modifiquem o meio ambiente;

    A Figura 23 apresenta a cobertura do mapeamento sistemtico nacional conforme o InstitutoBrasileiro de Geogrfica e Estatstica. Pela figura pode-se observar uma necessidade eminente domapeamento em diversas regies do Brasil em escalas maiores que 100.000.

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    Figura 23 - Situao do Mapeamento Sistemtico Nacional em 2007conforme o IBGE.

    Carta Geogrfica elaborada em uma escala suficiente pequena (menores do que 1:500.000)para permitir a apresentao dos traos gerais de uma regio, conjunto de regies ou de umcontinente. A representao planimtrica efetuada atravs de simbologia

    qualitativa/quantitativa. J a representao altimtrica realizada por meio de curvas de nvel, eem geral, pode-se empregar cores hipsomtricas (Figura 24).

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    Figura 24 - Exemplo de uma Carta HipsomtricaFonte: www.cnpm.embrapa.br/projetos/ apasj/hipso.html

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    CAPTULO 5- REDE GEOGRFI CA

    5. Rede Geogrfica

    Entende-se por rede geogrfica um conjunto de linhas formado por paralelos e meridianos, ouseja, pelas linhas de referncia que cobrem o globo terrestre com a finalidade de permitir a localizaoprecisa de qualquer ponto sobre sua superfcie, bem como orientar a confeco de mapas.

    5.1.