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Compêndio de gramática portuguesa básica Xavier Frías Conde

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Este manual de gramática está pensado para aqueles que querem fazer uma primeira

abordagem à língua portuguesa, nomeadamente para um público de língua espanhola

com conhecimentos mínimos ou nulos de português. Tenta-se combinar o rigor com a

simplicidade, na forma de uma gramática de uso e consulta do português europeu

contemporâneo.

Xavier Frías Conde é docente de línguas galega e portuguesa na UNED. É especialista

em Linguística Iberorrománica, além de tradutor e escritor. X. F

rías

Con

de

Editorial

0000107GR01A01 GR

colecciónGrado

ISBN: 978-84-362-6900-0

9 788436 269000

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Compêndio de gramáticaportuguesa básicaXavier Frías Conde

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Compêndio degramática portuguesa

básica

Xavier Frías Conde

universidad naCional de eduCaCión a distanCia

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Compêndio de gramátiCa portuguesa básiCa

Quedan rigurosamente prohibidas, sin la autorización escrita de los titulares del Copyright, bajo las sanciones establecidas en las leyes, la reproducción total o parcial de esta obra por cualquier medio o procedimiento, comprendidos la reprografíay el tratamiento informático, y la distribución de ejemplares de ella mediante alquiler o préstamos públicos.

© universidad nacional de educación a distancia madrid 2015

www.uned.es/publicaciones

© Xavier Frías Conde patricia Cunha França (correctora)

isbn electrónico: 978-84-362-6922-2

Edición digital: marzo de 2015

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ÍndiCe

tema 1. Vogais e consoantes 1.1. Introdução às vogais 1.2. A metafonia 1.3. Vogais nasais 1.4. Acerca do sistema consonântico 1.5. Quadro geral das consoantes portuguesas 1.6. Valores das consoantes 1.7. Dígrafos

tema 2. a acentuação 2.1. Nota prévia2.2. Os acentos 2.3. Regras de acentuação

tema 3. os determinantes 3.1. Sobre o uso predicativo e atributivo3.2. O artigo definido 3.3. O artigo indefinido 3.4. O possessivo 3.5. Demonstrativo 3.6. Contrações dos determinantes

tema 4. a flexão nominal 4.1. Flexão do nome e do adjetivo português 4.2. Formação do feminino

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4.3. Formação do plural4.4. Questões concernentes ao género4.5. Comparação dos adjetivos 4.6. Notas sobre a comparação 4.7. Comparação dos nomes 4.8. Quantificadores de adjetivos e advérbios4.9. Quantificadores de nomes

tema 5. Pronomes e clíticos 5.1. Pronomes pessoais e clíticos 5.2. Pronomes pessoais 5.3. Clíticos 5.4. Colocação dos clíticos 5.5. Alomorfes da terceira pessoa 5.6. Conjugação com um clítico de 3P 5.7. Tmese ou mesóclise 5.8. Os clíticos com formas não finitas 5.9. Conjugação pronominal

tema 6. numerais, quantificadores e interrogatiVos 6.1. Numerais ordinais 1-1.000.000 6.2. Numerais cardinais 1-10 6.3. Multiplicativos 6.4. Partitivos 6.5. Quantificadores 6.6. Interrogativos 6.7. Relatores

tema 7. a conjugação Verbal 7.1. Paradigma regular 7.2. Conjugação de um verbo com enclítico7.3. Paradigmas irregulares 7.4. As formas não pessoais

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7.5. Cúmulos verbais frequentes 7.6. Tempos compostos 7.7. Diátese (voz verbal)

tema 8. adVérbios e conectores 8.1. Lugar 8.2. Tempo8.3. Frequência8.4. Direção 8.5. Modo8.6. Causa 8.7. Alguns outros conectores

tema 9. o conjuntiVo

9.1. Introdução 9.2. Formas do presente de conjuntivo 9.3. Os temas de “perfeito” 9.4. Infinitivo conjugado e futuro de conjuntivo 9.5. Uso do futuro conjuntivo com conectores

tema 10. o infinitiVo conjugado 10.1. Da natureza do infinitivo conjugado10.2. Usos 10.3. Uso sem preposição 10.4. Uso com preposição

tema 11. as formas de tratamento 11.1. Introdução11.2. Tu 11.3. O João, a Maria 11.4. Você 11.5. Vocês 11.6. O senhor, a senhora

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11.7. A gente

tema 12. negação, interrogação e outras questões anexas

12.1. Negação absoluta 12.2. Negação parcial 12.3. Mais construções negativas 12.4. Afirmação absoluta 12.5. Afirmação parcial12.6. Perguntas fechadas 12.7. Perguntas abertas

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Tema 1Vogais e consoantes

1.1. Introdução às vogais

§1. as vogais portuguesas soam diferentes segundo sejam áto-nas ou tónicas.

as vogais tónicas são aquelas que têm o acento de intensi-dade, enquanto as vogais átonas são as que não têm tal acento.

Para isso, empregaremos um quadro onde faremos a dis-tinção entre vogais átonas e tónicas, além de finais, porque em muitos casos também a posição final introduz alguma novidade.

no quadro a seguir, o que vem entre aspas <o> é a letra es-crita, enquanto o que vem entre parênteses retos [o] é o som.

Primeiro mostramos as formas e depois explicamos o valor com exemplos.

Vogal Tónica Átona

<a> [a][ɐ]

[α]

<e> [ε][ǝ]

[e]

<i> [i][i][i]

<o>

[c]

[u][o]

<u> [u]

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§2. A vogal <a> distingue dois graus em posição tónica.

em muitos casos vem marcada essa diferença como <á> e <â> para aberto e fechado respetivamente.

Um caso muito concreto é a diferença que se estabelece entre

→ Cantamos (presente de indicativo) à → [kɐn’tamuʃ]→ Cantámos (pretérito perfeito de indicativo) à → [kɐn’tαmuʃ]

em posição átona fica muito relaxada.

§3. A vogal <e> tónica também distingue dois timbres, que ortograficamente podem ser marcados como <é> e <ê> para aberto e marcado respetivamente.

em posição final pode mesmo desaparecer na pronúncia, mas o normal é que se pronuncie muito levemente.

§4. A vogal <i> em posição tónica não apresenta qualquer problema.

em posição átona há casos em que a sua pronúncia está en-tre [e] e [i], que é marcada [i].

§5. A vogal <o> tónica também distingue dois timbres, que ortograficamente podem ser marcados como <ó> e <ô> para aberto e marcado respetivamente.

em posição final é sempre [u] e por norma tem também esta pronúncia em posição átona.

§6. A vogal <u> não tem problemas, porque sempre soa igual.

1.2. A metafonia

§7. em português, as vogais tónicas mudam o seu timbre de aberto para fechado pela influência da vogal final. este fenóme-no é conhecido como metafonia.

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a /–u/ final fecha um grau a vogal <o>, de tal maneira que o singular tem [o], e o plural tem [ɔ]. eis alguns exemplos:

▫ ovo > ovos▫ porto > portos▫ povo > povos▫ posto > postos▫ esforço > esforços▫ socorro > socorros▫ corno > cornos▫ osso > ossos▫ miolo > miolos▫ forno > fornos

1.3. Vogais nasais

§8. o português conta com vogais nasais. estas marcam-se com uma consoante nasal <m> ou <n>:

▫ falam▫ bem▫ embora

ou bem com o til nasal (~)

▫ amanhã▫ razão▫ órfão▫ condições

Para o uso do til nasal, veja-se a unidade 4. como se vê nos exemplos anteriores, as vogais nasais podem ser átonas ou tóni-cas. em quase todos os casos, a nasalidade envolve um ditongo:

▫ ém > [ãi]▫ am > [ãu]

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1.4. Acerca do sistema consonântico

§9. o português possui um sistema consonântico muito rico. as consoantes podem mudar o seu som pela influência das con-soantes vizinhas.

Dão-se, portanto, processos de sonorização e ensurdeci-mento das mesmas.

§10. a sonorização produz-se quando uma consoante surda, como /s/, passa a ser pronunciada [z] pela influência doutras consoantes, como por exemplo:

– Os tempos [uʃ ˡtεmpuʃ]– Os dias [uʒ ˡdiɐʃ]

§11. o processo contrário, o ensurdecimento, tem lugar quando a consoante sonora passa a ser pronunciada como surda.

1.5. Quadro geral das consoantes portuguesas

§12. consoantes:

BilabialLabio-dental

Dentalalveolar

pós-alveolar

Palatal Velar Uvular

Nasal m n n

Plosivasur p t k

son b d g

Fricativasur f s ʃson v z ʒ u

Aproximante j w

Apr. lateral i

Tepa t

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§13. a relação de consoantes surdas e sonoras é esta (vem em primeiro lugar a consoante sonora e a seguir a surda):

▫ /b/ ~ /p/▫ /g/ ~ /k/▫ /d/ ~ /t/▫ /f/ ~ /v/▫ /z/ ~ /s/▫ /ʒ / ~ / ʃ /

1.6. Valores das consoantes

§14. eis os valores fónicos

Consoante Valor Nota

<b> /b/

<c> /s/ Diante de /e/, /i/: centro, fácil.

/k/ Resto dos casos: casa, coisa, sacudir, escravo, técnica, etc.

<ç> /s/ só com <a>, <o> e <u>, mas nem em princípio nem fim de palavra: caça, aço, açúcar

<d> /d/

<f> /f/

<g> /ʒ/ Diante de /e/, /i/: gente, girafa.

/g/Resto dos casos: grande, ignorar, gaza, agulha, agoiro

<h> É muda sempre e só inicial

<j> /ʒ/ Já, jeito, jogo, etc.

<l> /l/ <m> /m/

<n> /n/

<p> /p/

<q> /k/ Veja-se <qu>

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<r> /ɾ/

Quando vai intervocálica, final ou com outra consoante: cara, zero, preço, cravar, lágrima, falar, etc.

/ʁ/ Inicial: roto, raio.

<s> /s/ Inicial ou após consoante: saber, absurdo, inserir. /z/ Intervocálico: coisa, casa. /ʃ / Implosiva e final: este, custar, dás.

<t> /t/ <v> /v/

<x>

/ʃ / Em: xarope, baixo, etc.

/s/ Em: máximo, próximo, etc.

/z/ Em: exército, executar, exemplo, etc.

/ks/ Em: anexar, perplexo, complexo, etc.

<z> /z/

Em todas as posições exceto final: zero, reduzir, etc.

/ʃ / Em posição final: dez, faz, capaz, etc.

§15. Observem-se estas séries:

▪ Com /s-/ inicial– sa, se-, si-, so-, su-

▪ Com /-s-/ media– ça-, -ce-, -ci-, -ço-, -çu-– ssa-, -sse-, -ssi-, -sso-, -ssu-

§16. As mudanças anteriores têm muita importância na hora de explicar o que acontece com os verbos no seu paradigma. Por um lado, encontra-se a alternância <ç>/<c> e por outro <c>/<qu> sempre para representar o mesmo som.

No primeiro caso encontra-se /s/ em conhecer: conheço, con-heça, etc., mas conhece. No segundo encontra-se ficar: fico, fica; mas fique.

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1.7. Dígrafos

§17. Algumas consoantes combinam-se para representarem um som. Eis os casos principais:

Consoante Valor Nota

<ch> /ʃ/ Chamar, fechar, chichi, etc.

<gu> /g/ Diante de <e> <i>: guerra, guitarra, bilingue, etc.

/gw/ Em certos casos como: aguentar.

<lh> /λ/ Falhar, trabalho, etc.

<nh> /ɲ/ Minha, rapazinho, desenho, etc.

<qu> /k/ Queijo, quilómetro, questão, etc.

/kw/ Quatro, quando, cinquenta, tranquilo, quota, etc.

<rr> /ʁ/ Só intervocálico: carro, barro, correia, etc.

<ss> /s/ Só intervocálico: assento, esse, associar, etc.

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Tema 2a acentUaçÃo

2.1. Nota prévia

§18. o estudante não precisa dominar as regras completamen-te, particularmente no início. Você deve estar familiarizado com elas e ser capaz de escrever as palavras com a acentuação correta.

sempre que tiver dúvidas, consulte um dicionário.

Pode encontrar palavras com mais de um acento:▫ Órfão▫ Sótão▫ Pré-história

observe-se que em português são consideradas palavras pro-paroxítonas aquelas que noutras línguas como o espanhol nem sempre o são e, portanto, mudam as regras de acentuação:

▪ Pt: carícia, ténue, paciência, fragância, cópia, etc.▪ es: caricia, tenue, paciencia, fragancia, copia, etc.

2.2. Os acentos

§19. o português tem quatro tipos de acentos gráficos:

▫ á, é, í, ó, ú▫ à▫ ã, õ▫ â, ê, ô

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§20. Como se vê nos exemplos anteriores, não se usam todos os acentos com todas as vogais.

▪ O acento agudo marca vogais abertas (´).

▪ O acento circunflexo marca vogais fechadas (^).

▪ O acento grave marca uma contração (`), apenas em à (dacontração do artigo feminino e da preposição) e àquele,àquela, àqueles, àquelas, da contração da preposição com odemonstrativo.

▪ O til nasal marca uma vogal nasal (~), só em três ditongosnasais: irmão, mãe, razões.

2.3. Regras de acentuação

§21. Quadro resumo

Tipo de palavra Regra Exemplos

Proparoxítonas Sempre simpática, lúcido, sólido, cómodo

Paroxítonas

Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, seguido ou não de S

fácil, táxi, ténis, hífen, álbum(ns), vírus, caráter, látex, bíceps, íman, órfãs, bênção, órfãos, cárie, árduos, pólen, éden

Oxítonas Se terminadas em: A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS

sofá, café, avô, avós, refém, parabéns

Monossílabos tônicos (são oxítonas também)

Terminados em A, AS, E, ES, O, OS

vá, pás, pé, mês, pó, pôs

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Í e Ú em palavras oxítonas e paroxítonas

Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na sílaba (hiato)

saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Esaú, Luís, Itaú, baús

Ditongos abertos em palavras paroxítonas

EI, OI ideia, colmeia, boia

Ditongos abertos em palavras oxítonas

ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) papéis, herói, heróis, troféu, céu, mói (moer)

Verbos ter e vir Na terceira pessoa do plural do presente do indicativo

eles têm, eles vêm

Derivados de ter e vir (obter, manter, intervir)

Na terceira pessoa do singular leva acento agudo; na terceira pessoa do plural do presente levam circunflexo

ele obtém, detém, mantém; eles obtêm, detêm, mantêm

Acento diferencial Vale apenas para os verbos: PODER (diferença entre passado e presente.

– Ele não pôde ir ontem, mas pode irhoje.

PÔR (diferença com a preposição por):– Vamos por um caminho novo, então

vamos pôr casacos

TER e VIR e seus compostos (ver acima).

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Tema 3os DeteRMinantes

3.1. Sobre o uso predicativo e atributivo

§22. É importante compreender qual a diferença entre estes dois usos porque tem uma grande importância nos paradigmas e repercussões na sintaxe.

É, portanto, muito importante fixar a atenção nestes dois usos de determinadas palavras funcionais, pois às vezes podem mudar a sua forma ou a sua tonicidade segundo sejam de um tipo ou do outro.

o uso atributivo é aquele em que uma palavra vai acompan-hada doutra da que depende. o caso mais comum é o adjetivo. Um adjetivo é atributivo quando acompanhar um nome:

– O velho cão é um companheiro fiel

Porém, quando for só, sem a companhia do nome, o adjetivo é predicativo:

– O cão é muito fiel

nem só acontece com os adjetivos. outros elementos podem funcionar também atributiva ou predicativamente. Por exem-plo, os quantificadores fazem essa distinção:

– Conheces algum bom restaurante por aqui? (=atributivo)– Não, não conheço nenhum (=predicativo)

Determinados elementos só admitem um uso predicativo, como certos interrogativos (quem, quando, como), alguns inde-finidos (ninguém, nada, alguém, algo).

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– Quem te disse isso?– Não conheço ninguém aqui

no entanto, outros só admitem um uso só atributivo (os artigos definidos, mas não os indefinidos), alguns quantitativos (cada).

– A cada dia és mais parvo

o normal é que os quantitativos admitam ambos os usos, mas no uso predicativo podem tomar uma forma invariável dita neutra. observem-se os seguintes exemplos:

– Preciso de toda a informação que tiveres (=atributivo)– Preciso dessa informação, portanto recompila-a toda

(=predicativo)– Preciso dessa informação, quero saber tudo (=predicativo

neutro)

3.2. O artigo definido

§23. Paradigma:

Masculino Feminino Neutro

Singular o a o

Plural os as

§24. notas de uso:

o artigo definido usa-se em português de forma semelhante ao resto de línguas românicas, mas tem alguns usos específicos:

▪ com os nomes próprios:– A Maria e o João chegarão daqui a um bocadinho

▪ com os possessivos (em português europeu):– Os nossos amigos são muito simpáticos

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▪ Com os nomes dos países (tem uso restringido):– A França é um país bonito

§25. Em português, como no resto de línguas ibero-românicas, o artigo neutro tem um uso atributivo, que pode ser resumidocomo segue:

▪ Com um adjetivo adquirindo um valor nominal:– O engraçado da história foi o final– Não me fales do impossível– Dei-te tudo o meu

▪ Com um relator (pronome relativo) quando não houverantecedente:

– Diz-me o que pensas– O João gastou tudo o que tinha

3.3. O artigo indefinido

§26. O seu paradigma é como segue:

sing. plur.

masculino um uns

feminino uma umas

§27. As formas de plural (uns, umas) têm um valor de impre-cisão, ligeiramente diferente das formas de singular.

– Havia uns blocos de pedra diante da porta

De facto, pode ser suprimido em muitos casos:

– Havia blocos de pedra diante da porta

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3.4. O possessivo

§28. o seu paradigma é como segue:

sing. plur.

masc. fem. masc. fem.

1PS meu minha meus minhas

2PS teu tua teus tuas

3PS seu sua seus suas

1PP nosso nossa nossos nossas

2PP vosso vossa vossos vossas

3PP seu sua seus suas

§29. os possessivos costumam ir acompanhados pelo artigo definido. Deste modo, o paradigma anterior deveria ser refeito com eles:

sing. plur.

masc. fem. masc. fem.

1PS o meu a minha os meus as minhas

2PS o teu a tua os teus as tuas

3PS o seu a sua os seus as suas

1PP o nosso a nossa os nossos as nossas

2PP o vosso a vossa os vossos as vossas

3PP o seu a sua os seus as suas

§30. tanto o artigo como o possessivo devem manter a con-cordância com o nome que acompanham:

– Os meus livros estão no quarto– Não me fales das tuas tragédias

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ao contrário doutras línguas românicas, o artigo, quando o possessivo acompanha nomes de parentesco direto, não é omitido:

– O meu pai é do Porto– Falei com a tua irmã

Mas sim é omitido com casa:

– O Pedro mora agora em minha casa

§31. os possessivos são também empregados predicativamente:

– Essas cartas são minhas

contudo, é bastante normal que o pronome vá acompanhado do artigo:

– Essas cartas são as minhas (as cartas já eram conhecidas)– Essas cartas são minhas (as cartas não eram conhecidas)

com verbos diferentes do copulativo, o artigo está normal-mente presente:

– Cada menino tem o seu– Já vimos os nossos

3.5. Demonstrativo

§32. eis o paradigma:

singular plural

masc. fem. neut. masc. fem.

I este esta isto estes estas

II esse essa isso esses essas

III aquele aquela aquilo aqueles aquelas

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§33. Os demonstrativos não podem combinar-se com os pos-sessivos:

– *Esse teu livro é uma maravilha (mas: esse livro teu…)

As formas neutras (isto, isso, aquilo) funcionam atributiva-mente, não acompanham nenhum nome.

– Isso é uma estupidez– Não tem muito sentido isto– Mostra-me aquilo, faz favor

3.6. Contrações dos determinantes

§34. Os determinantes podem contrair com as preposições e outras partículas. Estas são as combinações:

o a um uma este esse aquele

a ao à àquele

de do da dum duma deste desse daquele

em no na num numa neste nesse naquele

por pelo pela

A forma dum / duma pode aparecer sem contração: de um / de uma.

§35. Além disso, podem contrair também com alguns indefini-dos:

outro outra algum alguma

de doutro doutra dalgum dalguma

em noutro noutra nalgum nalguma

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Tema 4a fLeXÃo noMinaL

4.1. Flexão do nome e do adjetivo português

o nome e o adjetivo português têm flexão de género (singular e plural) e de número (masculino e feminino). além disso, os adjetivos têm flexão comparativa (também os advérbios).

os nomes e os advérbios partilham muitos elementos flexi-vos. É por isso que são estudados juntos. além disso, um adjeti-vo usado predicativamente funciona como um nome.

4.2. Formação do feminino

§37. a marca típica do feminino é a vogal –a, mas não sempre é assim.

§38. as regras a aplicar são as seguintes:

▪ Depois de consoante: + /-a/:– doutor > doutora– sabedor > sabedora– português > portuguesa (foneticamente /s/ > /z/)– juiz > juíza (foneticamente /s/ > /z/)

▪ no entanto, há exceções, pois nomeadamente para pro-fissões não há mudanças:

– o coronel > a coronel

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§39. Quando o lexema acaba em <–ão>, podem dar-se dois casos:

▪ que haja uma simplificação da terminação: -ão > -ã– alemão > alemã– aldeão > aldeã– afegão > afegã– irmão > irmã– chão > chã– campeão > campeã

▪ que haja uma mudança completa de terminação (poucoscasos): -ão > -oa

– leão > leoa– anfitrião > anfitriã

mas

– ladrão > ladra

§40. A terminação –im é invariável:

– ruim

São irregulares:

– bom > boa– mau > má

§41. Na maioria dos casos, mudam-se as vogais –e e –o em –a:

– mestre > mestra– chefe > chefa– caro > cara– alto > alta

§42. Por norma, os adjetivos rematados em –e ficam invariáveis:

– importante– grande…

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§43. Os acabados em –eu > – eia:

– europeu > europeia– ateu > ateia

§44. Igualmente são invariáveis os adjetivos acabados em –vel, e em geral em /l/:

– responsável, possível, fácil

§45. O feminino de avô é avó

§46. O feminino de cru e nu é crua e nua respetivamente.

§47. E muitos casos em –a (trata-se de lexemas que podem ser tanto nomes como adjetivos) são também invariáveis:

– artista– socialista…

§48. Existem casos em que -a formação do feminino se realiza quer por variações nas terminações do lexema masculino, quer pela introdução dum lexema completamente diferente.

§49. Alguns dos casos de mudança da terminação são:

– rei > rainha– duque > duquesa (e com –e(s)sa encontramos: tigre >

tigresa, príncipe > princesa, conde > condessa…)– galo > galinha

§50. Alguns dos que apresentam mudança de lexema:

– home > mulher– touro > vaca– carneiro > ovelha– cão > cadela

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4.3. Formação do plural

§51. A marca de plural é –s.

§52. Quando a palavra acaba em vogal, simplesmente adicio-na-se –s:

– casa > casas– louco > loucos– sofá > sofás…

§53. Quando a palavra acaba em consoante que não seja –m ou –l, geralmente toma-se o alomorfe –es:

– hambúrguer > hambúrgueres– francês > franceses– rapaz > rapazes

§54. Quando acaba em –m, torna-se –ns como no caso das vo-gais:

– homem> homens– garçom> garçons– bem > bens– comum > comuns

§55. Quando o lexema acaba em –l, há dois casos, a depender se a sílaba final é tónica ou átona:

1. Com sílaba tónica, toma-se a terminação –is:– animal > animais– papel > papeis– fuzil > fuzis– espanhol > espanhóis– azul > azuis

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2. Com sílaba átona, toma –eis:– fácil > fáceis– possível > possíveis– difícil > difíceis– túnel > túneis…

3. Os monossílabos funcionam como 1:– tal > tais– qual > quais– sal > sais

Há algum caso especial de falta de desinência no plural:

– lápis é invariável em singular e plural

4.4. Questões concernentes ao género

§56. A seguir, oferecemos uma série de nomes que apresentam complicações á hora de lhes ser assinado o seu género no con-fronto com outras línguas românicas.

▪ são masculinos os seguintes nomes: costume, leite, sangue,labor, vale, calor, mel, sal, calor, etc.

▪ são femininos os seguintes nomes: síndrome, origem, dor,cor, ponte, etc.

§57. Também são femininas as palavras acabadas em

▪ –agem:– roupagem– friagem– viagem– personagem– garagem, etc.

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▪ –se /–te de origem grega:– análise– tese– parêntese– paralise– mastite etc.

4.5. Comparação dos adjetivos

§58. A estrutura comparativa representa-se assim:

Inferioridade

COMP + ADJ QUE

Igualdade

COMP = ADJ QUE

Superioridade

COMP - ADJ QUE

§59. Eis uns exemplos:

▪ Inferioridade:– A Alice é menos rápida (do) que a Clara

▪ Igualdade– A Alice é tão rápida como a Clara

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▪ superioridade– A Alice é mais rápida (do) que a Clara

4.6. Notas sobre a comparação

§60. a comparação de advérbios é igual à comparação de adje-tivos, com a diferença de que os advérbios são invariáveis:

– O João fala mais depressa que o Pedro– O João fala tão depressa como o Pedro– O João fala menos depressa que o Pedro

§61. nas comparativas onde houver verbos na última parte, usar-se-á obrigatoriamente do que:

– Sabes menos do que reconheces– Correm mais depressa do que parece– Vocês têm menos amigos do que dizem

4.7. Comparação dos nomes

inferioridade

coMP + noM QUE

igualdade

coMP = noM QUE

superioridade

coMP - noM QUE

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§62. Uns exemplos:

▪ inferioridade:– A Alice tem menos dinheiro que a Clara

▪ igualdade– A Alice tem tanto dinheiro como a Clara

▪ superioridade– A Alice tem mais dinheiro que a Clara

4.8. Quantificadores de adjetivos e advérbios

§63. o quantificador mais comum é muito

▪ com adjetivos:– As pessoas são muito amáveis por aqui

▪ com advérbios:– Hoje vocês chegaram muito cedo

§64. também são normais (com um valor igual ou equivalente a muito):

▪ Bem:– A piada foi bem engraçada– Hoje chegaram bem cedo

▪ Demais, que sempre vai posposto.– Chegou tarde demais– Era rico demais

§65. Para indicar excesso:

▪ Demasiado– Es demasiado ingênuo

▪ Demais, também posposto– É uma pessoa simples demais

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§66. Para indicar falta

▪ Um pouco: com equivalentes como um bocadinho– Este home é um pouco avaro, não é?

§67. Para indicar escassez

▪ Pouco:– Este autocarro é pouco rápido

4.9. Quantificadores de nomes

§68. De grande quantidade:

▪ Muito,-a,-os,-as– Hoje tenho muitas coisas na cabeça

▪ Bastante– Ontem trouxeram-me bastante comida para toda a semana

§69. De excesso:

▪ Demasiado– Aconteceram-me demasiadas coisas hoje

▪ Demais (invariável e posposto)– Quando saí de casa tinha dinheiro demais, mas agora não

tenho nada

§70. De falta:

▪ Pouco– Tenho pouco tempo hoje

§71. Com valor partitivo

▪ Um pouco / bocadinho de, algo de– Queres um pouco de torta?

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Tema 5PRonoMes e cLÍticos

5.1. Pronomes pessoais e clíticos

§72. as gramáticas tradicionais consideram os clíticos as for-mas átonas dos pronomes pessoais. Porém, nós aqui estuda-mo-los como um elemento diferente.

5.2. Pronomes pessoais

§73. o paradigma dos pronomes pessoais portugueses:

Forma sujeito Forma objeto

1PS eu mim

2PS tu ti

3 PSM ele

3PSF ela

3PS cort. você

1PP nós

2PP vós

3PPM eles

3PPF elas

3PP cort. vocês

§74. Quando vai precedido da preposição com, as formas nós e vós resultam: connosco e convosco.

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§75. o quadro anterior responde a uma realidade antiga do idioma. no português atual, a forma vós já não se usa fora de textos clássicos e dialetalmente em Portugal. De facto, na conju-gação verbal as formas com vós foram substituídas pelas formas com vocês:

– vós falais > vocês falam

§76. Portanto, o quadro anterior, fica assim no português de Portugal:

Forma sujeito Forma objeto1PS eu mim2PS tu ti

3 PSM ele3PSF ela

3PS cort. você si1PP nós2PP vocês vós/vocês

3PPM eles3PPF elas

3PP cort. vocês

§77. a forma objeto vós conserva-se, mas pode ser trocada por vocês em todos os casos. com a preposição com resulta convos-co ou com vocês.

§78. Para você a forma com preposição é consigo.

§79. as formas de sujeito são geralmente omitidas, como no resto das línguas ibero-românicas.

– Falei com ele (→ eu)– Temos sorte (→ nós)

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as formas de objeto são usadas sempre com uma preposição, portanto, quando não são sujeito.

5.3. Clíticos

§80. Paradigma

Acusativo Reflexivo Dativo

1PS me

2PS te

3PSM o/lo/no se lhe

3PSF a/la/na se lhe

1PP nos

2PP vos

3PPM os/los/nos se lhes

3PPF as/las/nas se lhes

§81. os clíticos contraem-se segundo este quadro:

o a os as

me mo ma mos mas

te to ta tos tas

lhe lho lha lhos lhas

nos no-lo no-la no-los no-las

vos vo-lo vo-la vo-los vo-las

lhes lho lha lhos lhas

§82. a contração de clíticos responde ao encontro dum clítico de objeto direto com outro de objeto indireto:

– A Maria deu ao Luis um livro → A Maria deu-lho

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5.4. Colocação dos clíticos

§83. A posição natural dos clíticos é a ênclise (detrás do verbo) em português europeu:

– Vi-te na praia– Vou-te explicar isso (também: vou explicar-te isso)

§84. Para os efeitos da acentuação, o clítico não funciona coma uma parte do verbo:

– Entendo, e também entendo-o

§85. Porém a próclise (diante do verbo) produz-se em determi-nadas circunstâncias:

▪ Com as formas negativas introduzidas por não, nunca,nem:

– Não o sei bem– Nunca mo apresentaram– Nem no-lo menciones

▪ Com certos advérbios como só (com valor enfático), já,também, talvez, oxalá, sim, etc.

– Já vos espero na esquina– Só me disse isso– Os meninos também se divertem assim– As pessoas sim o acreditam

▪ Em todas as cláusulas dependentes introduzidas com umaconjunção (que, como, se, enquanto, porque, etc.).

– Disse que me esperava na estação– Enquanto nos esperavas, podias ler o jornal– Explicou-nos como lhe roubaram a carteira

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5.5. Alomorfes da terceira pessoa

§86. os pronomes de objeto direto da 3P apresentam três for-mas: o/a, -no/na, -lo/la (com os seus plurais). cada uma delas responde a um contexto fónico distinto.

▪ o/a é usado como proclítico e como enclítico trás vogal(com ou sem ditongo).

– Não o sei– Entendo-a– Explicou-o bem claro– Observei-as toda a tarde

▪ no/na é sempre enclítico depois dum ditongo e de nasal:– Conhecem-nos bem (conhecem a eles, coincide com

conhecem-nos bem, conhecem a nós)

▪ lo/la é usado depois de /r/ ou /s/, que desaparecem;– Entender o > entendê-lo– O português falas o bem > O português fala-lo bem– Faz o devagar > Fá-lo devagar

5.6. Conjugação com um clítico de 3P

§87. À vista do esquema anterior, a conjugação resultaria:

Pres. Ind. Pret. imp. Pret. perf. Fut.

canto-o cantava-o cantei-o cantá-lo-ei

canta-lo cantava-lo cantaste-o cantá-lo-ás

canta-o cantava-o cantou-o cantá-lo-á

cantamo-lo cantávamo-lo cantámo-lo cantá-lo-emos

cantam-no cantavam-no cantaram-no cantá-lo-ão

— suprimimos a 2PP por não pertencer à língua padrão.

— a conjugação do futuro corresponde à tmese ou mesóclise.

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5.7. Tmese ou mesóclise

§88. É uma característica exclusiva do português. consiste em inserir o pronome átono (clítico) entre a raiz do verbo e a desinência em dois tempos verbais: futuro e condicional.

§89. em vez de ser usada a ênclise, usa-se a tmese:

– Falar-te-ia daqueles eventos, mas já é tarde → Não tefalaria...

– Ver-nos-emos mais tarde → Não nos veremos

nos exemplos anteriores observa-se como quando se deve utilizar a próclise, esta funciona normalmente também com estes tempos.

a tmese ou mesóclise é própria do português escrito; no por-tuguês falado usam-se perífrases:

→ Vou ver-te depois em vez ver-te-ei depois

5.8. Os clíticos com formas não finitas

§90. em português, o clítico geralmente vai depois do infinitivo ou o gerúndio:

– Ver-te assim é uma coisa terrível– Dizendo-me as coisas assim, não te entendo

Porém, o infinitivo ou o gerúndio aceitam a ênclise em vários casos:

▪ com uma preposição– Já são horas de te visitar (ou … de visitar-te)– Ao me dizeres isto, já não te acredito (ou ao dizeres-me

isto…)

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▪ com uma negação– É melhor não o entenderes (ou: … não entendere-lo)

▪ com uma conjunção– Tens que no-lo explicar mais devagar (ou … que expli-

car-no-lo…)

5.9. Conjugação pronominal

§91. eis o paradigma de um verbo pronominal conjugado em ênclise:

chamar-se

chamo-me

chamas-te

chama-se

chamamo-nos

chamais-vos

chamam-se

§92. observe-se como a 1PP perde o seu /s/ quando se une com o clítico nos:

– chamamos nos > chamamo-nos

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Tema 6nUMeRais, QUantificaDoRes

e inteRRogatiVos

§93. os quantificadores fazem referência sempre a quantida-des, com maior ou menor precisão, em sentido afirmativo ou negativo. são uma ampla classe de acompanhantes do nome que também funcionam atributiva e predicativamente.

os numerais, no entanto, são muito mais precisos quanto à quantidade, atendendo, aliás, para divisões, ordens, etc.

6.1. Numerais ordinais 1-1.000.000

§94. esta é a lista destes numerais até o 1.000.000. observe-se que os dois primeiros admitem formas duplas de singular e plural:

1. um, uma2. dois, duas3. três4. quatro5. cinco6. seis7. sete8. oito9. nove

10. dez11. onze12. doze13. treze

14. catorze15. quinze16. dezesseis17. dezessete18. dezoito19. dezenove20. vinte21. vinte e um/uma22. vinte e dois/duas23. vinte e três30. trinta31. trinta e um/uma40. quarenta

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50. cinquenta60. sessenta70. setenta80. oitenta90. noventa99. noventa e nove100. cem200. duzentos / duzentas300. trezentos/as400. quatrocentos/as500. quinhentos/as

600. seiscentos/as700. setecentos/as800. oitocentos/as900. novecentos/as998. novecentos noventa e oito999. novecentos noventa e

nove1000. mil10.000. dez mil100.000. cem mil1.000.000. um milhão

6.2. Numerais cardinais 1-10

§95. Damos apenas a lista dos 10 primeiros:

1. Primeiro/a2. Segundo/a3. Terceiro/a4. Quarto/a5. Quinto/a

6. Sexto/a7. Sétimo/a8. Oitavo/a9. Nono/a

10. Décimo/a

6.3. Multiplicativos

§96. entre os principais figuram:

Duplo/aTriplo/aQuádruplo/aQuíntuplo/aSêxtuplo/aSétuplo/aÓctuplo/a, etc.

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6.4. Partitivos

§97. entre os principais figuram:

Meio/a Terço/aQuarto/aQuinto, etc.

como se vê, a partir do quarto coincide na sua forma com os ordinais.

6.5. Quantificadores

§98. os quantificadores podem ter tanto um valor atributivo (acompanham um nome) ou predicativo (vão sós) na maioria dos casos, mas existem alguns que são só predicativos (mesmo advérbios) e outros que são tanto atributivos quanto predicativos.

os primeiros são invariáveis e os segundos são variáveis:

Forma atributivo predicativo

Algo, alguma coisa – +

Alguém – +

Algum, alguma, alguns, algumas + +

Ambos,-as + +

Cada + –

Qualquer + –

Qualquer um/uma – +

Certo, -a, -os, -as + –

Demais + –

Demasiado,-a,-os,-as + +

Muito,-a,-os,-as + +

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Nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas + +

Ninguém – +

Os demais, as demais + +

Outro, -a,-os,-as + +

Tal, tais + –

Tanto, -a, -os, -as + +

Todo,-a,-os,-as + +

Uns quantos, umas quantas + +

Vários,-as + +

§99. Convém fazer certas especificações sobre eles:

(1) Há vários deles que só se usam em plural: vários / as; uns quantos / umas quantas; ambos / as.

(2) Demais: é invariável e vem posposto:→ Tenho amigos demais

(3) Ambos: quando se usa como determinante vai sempre seguido do artigo definido; porém, quando é pronome, não.→ Ambas as irmãs frequentaram a mesma escola

(4) Qualquer: usa-se só em singular:→ Qualquer pessoa que diga isso está a mentir

(5) Nenhum pode ser substituído por qualquer com valor negativo.

6.6. Interrogativos

§100. Como acontece com os quantificadores e os determinan-tes, os interrogativos podem ter um uso atributivo ou predicati-vo. A seguir veremos as peculiaridades dalguns deles.

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as suas formas são:

MSG FSG MPL FPL

quem

que

onde

como

quando

quanto quanta quantos quantas

qual quais

§101. Quanto ao uso de alguns deles, cumpre assinalar:

▪ Quem: não tem forma plural.– Quem estragou esse copo?

▪ Que: pode-se combinar com preposições: por que, com que,de que, para que, etc.

– Por que estás triste?– De que te queixas?

▪ Qual: tende-se a usar com a omissão do verbo ser no pre-sente indicativo:

– Quais os vossos sapatos?

6.7. Relatores

§102. os relatores são os pronomes que introduzem as cláu-sulas de relativo, aos quais é preciso adicionar cujo/a. as suas formas coincidem com as dos interrogativos, vistas acima.

§103. o relator principal é que, que pode ir complementadocom preposições:

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– O homem que lê o jornal é o João– Não reconheci a mulher que vinha pelo outro passeio– Já me lembro desses amigos teus com que vives– A casa em que/ onde vivem os meus sogros é muito antiga

§104. O mesmo valor tem o qual, a qual, os quais, as quais,que é um bocadinho mais formal:

– O homem para o qual trabalham é um tirano– Entreguei-o ao homem com o qual estivemos ontem

§105. Quem como relator usa-se só quando faz referência a umser humano, de frequência precedido de preposição:

– O homem para quem/o qual trabalhas é o meu vizinho

§106. Existe uma forma sintaticamente neutra o que equivalen-te ao espanhol lo que, francês ce que ou inglês what:

– Não me interessa o que fazes– Não gosto do que estás a dizer

§107. Cujo/-a têm valor genitivo, próprio de uma linguagemculta:

– A mãe, cujo filho foi sequestrado, está a falar pela rádionesta altura

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Tema 7A conjugAção verbAl

7.1. Paradigma regular

§108. vamos apresentá-lo sem a 2PP.

I. falar II. comer III. partirindicAtivo

Presentefalofalasfala

falamosfalam

comocomescome

comemoscomem

partopartesparte

partimospartem

Pret. imp.falavafalavasfalava

falávamosfalavam

comia comiascomia

comíamoscomiam

partiapartiaspartia

partíamospartiam

Pretéritofalei

falastefalou

falamosfalaram

comicomestecomeu

comemoscomeram

partipartistepartiu

partimospartiram

Mais-que-perfeitofalarafalarasfalarafaláramosfalaram

comeracomerascomeracomêramoscomeram

partirapartiraspartirapartíramospartiram

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Futurofalareifalarásfalaráfalaremosfalarão

comereicomeráscomerácomeremoscomerão

partireipartiráspartirápartiremospartirão

condicionalfalariafalariasfalariafalaríamosfalariam

comeriacomeriascomeriacomeríamoscomeriam

partiriapartiriaspartiriapartiríamospartiriam

conjuntivoPresente

falefalesfalefalemosfalem

comacomascomacomamoscomam

partapartaspartapartamospartam

Pret. imp.falassefalassesfalassefalássemosfalassem

comessecomessescomessecomêssemoscomessem

partissepartissespartissepartíssemospartissem

Futurofalarfalaresfalarfalarmosfalarem

comercomerescomercomermoscomerem

partirpartirespartirpartirmospartirem

iMPerAtivofala

falem come

comam parte

partam

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ForMAS noMinAiSinfinitivo

falar comer partir

gerúndio

falando comendo partindo

Particípio

falado comido partido

infinitivo conjugadofalar

falaresfalar

falarmosfalarem

comercomerescomer

comermoscomerem

partirpartirespartir

partirmospartirem

7.2. Conjugação de um verbo com enclítico

§109.falo-ofala-lofala-ofalamo-lofalam-no

falei-ofalaste-ofalou-ofalámo-lofalaram-no

7.3. Paradigmas irregulares

§110. A seguir, mostramos as tabelas verbais dos principais ver-bos irregulares portugueses. nalguns casos as irregularidades afetam a maioria do paradigma, enquanto que noutros mal afeta a 1PS do singular e portanto o presente de conjuntivo. nalgum outro caso só é irregular o particípio passivo.

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§111. o mais-que-perfeito aparece nos quadros como um tem-po simples, mas no português falado já não se encontra assim. de facto, é substituído pela forma composta tinha + particípio:

falara > tinha faladofalaras > tinhas faladofalara > tinha falado, etc.

§112. CaberindicAtivo

inF. PeSSoAlPresente Futuro condicional

caibocabescabecabemoscabem

cabereicaberáscaberácaberemoscaberão

caberiacaberiascaberiacaberíamoscaberiam

cabercaberescabercabermoscaberem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

coubecoubestecoubecoubemoscouberam

cabiacabiascabiacabíamoscabiam

couberacouberacouberacoubéramoscouberam

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

caibacaibascaibacaibamoscaibam

coubessecoubessescoubessecoubéssemoscoubessem

coubercouberescoubercoubermoscouberem

cabecaibacaibamoscaibam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

caber cabendo cabido

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§113. Cair e outros em -air

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

caiocaiscaicaímoscaem

caireicairáscairácairemoscairão

cairiacairiascairiacairíamoscairiam

caircaírescaircairmoscaírem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

caícaístecaiucaímoscaíram

caiacaiascaiacaíamoscaíam

cairácairáscairácaíramoscaíram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

caiacaiascaiacaiamoscaiam

caíssecaíssescaíssecaíssemoscaíssem

caircaírescaircairmoscaírem

caicaiacaiamoscaiam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

cair caindo caído

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§114. Dar

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

doudásdádamosdão

dareidarásdarádaremosdarão

dariadariasdariadaríamosdariam

dardaresdardarmosdarem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

deidestedeudemosderam

davadavasdavadávamosdavam

deraderasderadéramosderam

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

dêdêsdêdemosdeem

dessedessesdessedéssemosdessem

derderesderdermosderem

dádêdemosdeem

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

dar dando dado

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§115. Doer

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

dóidoem

doerádoerão

doeriadoeriam

doerdoerem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

doeudoeram

doíadoíam

doeradoeram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

doíadoíam

doessedoessem

doerdoerem

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

doer doendo doído

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§116. Destruir e outros verbos em -uir

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

destruodestróisdestróidestruímosdestroem

destruireidestruirásdestruirádestruiremosdestruirão

destruiriadestruiriasdestruiriadestruiríamosdestruiriam

destruirdestruíresdestruirdestruirmosdestruírem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

destruídestruístedestruiudestruímosdestruíram

destruíadestruíasdestruíadestruíamosdestruíam

destruíradestruírasdestruíradestruíramosdestruíram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

destruadestruasdestruadestruamosdestruam

destruíssedestruíssesdestruíssedestruíssemosdestruíssem

destruirdestruíresdestruirdestruirmosdestruírem

destróidestruadestruamosdestruam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

destruir destruindo destruído

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Xavier Frías Conde

§117. Dizer

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

digodizesdizdizemosdizem

direidirásdirádiremosdirão

diriadiriasdiriadiríamosdiriam

dizerdizeresdizerdizermosdizerem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

dissedissestedissedissemosdisseram

diziadiziasdiziadizíamosdiziam

disseradisserasdisseradisséramosdisseram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

digadigasdigadigamosdigam

dissessedissessesdissessedisséssemosdissessem

disserdisseresdisserdissermosdisserem

dizdigadigamosdigam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

dizer dizendo dito

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§118. Dormir, e como ele acudir, sacudir, cobrir, etc

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

durmodormesdormedormimosdormem

dormireidormirásdormirádormiremosdormirão

dormiriadormiriasdormiriadormiríamosdormiriam

dormirdormiresdormirdormirmosdormirem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

dormidormistedormiudormimosdormiram

dormiadormiasdormiadormíamosdormiam

dormiradormirasdormiradormíramosdormiram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

durmadurmasdurmadurmamosdurmam

dormissedormissedormissesdormíssemosdormissem

dormireidormirásdormirádormiremosdormirão

dormedurmadurmamosdurmam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

dormir dormindo dormido

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§119. Estar

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

estouestásestáestamosestão

estareiestarásestaráestaremosestarão

estariaestariasestariaestaríamosestariam

estarestaresestarestarmosestarem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

estiveestivesteesteveestivemosestiveram

estavaestavasestavaestávamosestavam

estiveraestiverasestiveraestivéramosestiveram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

estejaestejasestejaestejamosestejam

estivesseestivessesestivesseestivéssemosestivessem

estiverestiveresestiverestivermosestiverem

estáestejaestejamosestejam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

estar estando estado

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§120. Fazer

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

façofazesfazfazemosfazem

fareifarásfaráfaremosfarão

fariafariasfariafaríamosfariam

fazerfazeresfazerfazermosfazerem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

fizfizestefezfizemosfizeram

faziafaziasfaziafazíamosfaziam

fizerafizerasfizerafizéramosfizeram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

façafaçasfaçafaçamosfaçam

fizessefizessesfizessefizéssemosfizessem

fizerfizeresfizerfizermosfizerem

fazfaçafaçamosfaçam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

fazer fazendo feito

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§121. Haver

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

heihásháhavemoshão

havereihaveráshaveráhaveremoshaverão

haveriahaveriashaveriahaveríamoshaveriam

haverhavereshaverhavermoshaverem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

houvehouvestehouvehouvemoshouveram

haviahaviashaviahavíamoshaviam

houverahouverashouverahouvéramoshouveram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

hajahajashajahajamoshajam

houvessehouvesseshouvessehouvéssemoshouvessem

houverhouvereshouverhouvermoshouverem

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

haver havendo havido

A forma impessoal é sempre a da 3PS: há, haverá, haja, etc.

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§122. Ir

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

vouvaisvaivamosvão

ireiirásiráiremosirão

iriairiasiriairíamosiriam

iriresirirmosirem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

fuifostefoifomosforam

iaiasiaíamosiam

foraforasforafôramosforam

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

vávásvávamosvão

fossefossesfossefóssemosfossem

forforesforformosforem

vaivávamosvão

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

ir indo ido

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§123. Ler e como ele crer

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

leiolêslêslemosleem

lereilerásleráleremoslerão

lerialeriaslerialeríamosleriam

lerlereslerlermoslerem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

lilesteleulemosleram

lialiaslialíamosliam

leralerasleralêramosleram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

leialeiasleialeiamosleiam

lesselesseslesselêssemoslessem

lerlereslerlermoslerem

lêleialeiamosleiam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

ler lendo lido

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§124. Moer e outros em -oer

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

moomóismoímoemosmoem

moereimoerásmoerámoeremosmoerão

moeriamoeriasmoeriamoeríamosmoeriam

moermoeresmoermoermosmoerem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

moímoestemoeumoemosmoeram

moíamoíasmoíamoíamosmoíam

moeramoerasmoeramoêramosmoeram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

moamoasmoamoamosmoam

moessemoessesmoessemoêssemosmoessem

moermoeresmoermoermosmoerem

móimoamoamosmoam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

moer moendo moído

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§125. Nomear e como ele outros verbos em -ear

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

nomeionomeiasnomeianomeamosnomeiam

nomeareinomearásnomearánomearemosnomearão

nomearianomeariasnomearianomearíamosnomeariam

moermoeresmoermoermosmoerem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

nomeeinomeastenomeounomeámosnomearam

nomeavanomeavasnomeavanomeávamosnomeavam

nomearnomearesnomearnomearmosnomearem

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

nomeienomeiesnomeienomeemosnomeiem

nomeassenomeassesnomeassenomeássemosnomeassem

nomearnomearesnomearnomearmosnomearem

nomeianomeienomeemosnomeiem

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

nomear nomeando nomeado

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§126. Ouvir

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

ouçoouvesouveouvimosouvem

ouvireiouvirásouviráouviremosouvirão

ouviriaouviriasouviriaouviríamosouviriam

ouvirouviresouvirouvirmosouvirem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

ouviouvisteouviuouvimosouviram

ouviaouviasouviaouvíamosouviam

ouviraouvirasouviraouvíramosouviram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

ouçaouçasouçaouçamosouçam

ouvisseouvissesouvisseouvíssemosouvissem

ouvirouviresouvirouvirmosouvirem

oiouçaouçamosouçam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

ouvir ouvindo ouvido

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§127. Pedir e como ele medir

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

peçopedespedepedimospedem

pedireipediráspedirápediremospedirão

pediriapediriaspediriapediríamospediriam

pedirpedirespedirpedirmospedirem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

pedipedistepediupedimospediram

pediapediaspediapedíamospediam

pedirapediraspedirapedíramospediram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

peçapeçaspeçapeçamospeçam

pedissepedissespedissepedíssemospedissem

pedirpedirespedirpedirmospedirem

pedepeçapeçamospeçam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

pedir pedindo pedido

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§128. Pedir

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

percoperdesperdeperdemosperdem

perdereiperderásperderáperderemosperderão

perderiaperderiasperderiaperderíamosperderiam

pedirpedirespedirpedirmospedirem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

perdeperdesteperdeuperdemosperderam

perdiaperdiasperdiaperdíamosperdiam

perderaperderasperderaperdêramosperderam

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

percapercaspercapercamospercam

perdesseperdessesperdesseperdêssemosperdessem

perderperderesperderperdermosperderem

perdepeçapercamospercam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

perder perdendo perdido

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§129. Poder

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

possopodespodepodemospodem

podereipoderáspoderápoderemospoderão

poderiapoderiaspoderiapoderíamospoderiam

poderpoderespoderpodermospoderem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

pudepudestepôdepudemospuderam

podiapodiaspodiapodíamospodiam

puderapuderaspuderapudéramospuderam

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

possapossaspossapossamospossam

pudessepudessespudessepudéssemospudessem

puderpuderespuderpudermospuderem

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

poder podendo podido

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§130. Pôr

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

ponhopõespõepomospõem

poreiporásporáporemosporão

poriaporiasporiaporíamosporiam

pôrporespôrpormosporem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

puspusestepôspusemospuseram

punhapunhaspunhapúnhamospunham

puserapuseraspuserapuséramospuseram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

ponhaponhasponhaponhamosponham

pusessepusessespusessepuséssemospusessem

puserpuserespuserpusermospuserem

põeponhaponhamosponham

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

pôr pondo posto

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§131. Querer

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

queroqueresquerequeremosquerem

querereiquererásquereráquereremosquererão

quereriaquereriasquereriaquereríamosquereriam

quererquereresquererquerermosquererem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

quisquisestequisquisemosquiseram

queriaqueriasqueriaqueríamosqueriam

quiseraquiserasquiseraquiséramosquiseram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

queiraqueirasqueiraqueiramosqueiram

quisessequisessesquisessequiséssemosquisessem

quiserquiseresquiserquisermosquiserem

querqueiraqueiramosqueiram

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

querer querendo querido

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§132. Rir

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

riorisririmosrim

rireirirásriráriremosrirão

ririaririasririariríamosririam

rirriresrirrirmosrirem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

riristeriurimosriram

riariasriaríamosria

rirarirasriraríramosriram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

riariasriaríamosriam

risserissesrisseríssemosrissem

rirriresrirrirmosrirem

ririaríamosriam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

rir rindo rido

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§133. Saber

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

seisabessabesabemossabem

sabereisaberássaberásaberemossaberão

saberiasaberiassaberiasaberíamossaberiam

sabersaberessabersabermossaberem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

soubesoubestesoubesoubemossouberam

sabiasabiassabiasabíamossabiam

souberasouberassouberasoubéramossouberam

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

saibasaibassaibasaibamossaibam

soubesse soubessessoubessesoubéssemossoubessem

soubersouberessoubersoubermossouberam

sabesaibasaibamossaibam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

saber sabendo sabido

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§134. Ser

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

souésésomossão

sereiserásseráseremosserão

seriaseriasseriaseríamosseriam

serseressersermosserem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

fuifostefoifomosforam

eraeraseraéramoseram

foraforasforafôramosforam

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

seja sejassejasejamossejam

fossefossesfossefôssemosfossem

forforesforformosforem

sésejasejamossejam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

ser sendo sido

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§135. Ter

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

tenhotenstemtemostêm

tereiterásteráteremosterão

teriateriasteriateríamosteriam

terterestertermosterem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

tivetivestetevetivemostiveram

tinhatinhastinhatínhamostinham

tiverativerastiverativéramostiveram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

tenhatenhastenhatenhamostenham

tivessetivessestivessetivéssemostivessem

tivertiverestivertivermostiverem

temtenhatenhamostenham

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

ter tendo tido

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§136. Trazer

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

tragotrazestraztrazemostrazem

trareitrarástrarátraremostrarão

trariatrariastrariatraríamostrariam

trazertrazerestrazertrazermostrazerem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

trouxetrouxestetrouxetrouxemostrouxeram

traziatraziastraziatrazíamostraziam

trouxeratrouxerastrouxeratrouxéramostrouxeram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

tragatragastragatraíamostragam

trouxessetrouxessestrouxessetrouxéssemostrouxessem

trouxertrouxerestrouxertrouxermostrouxerem

traztragatragamostragam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

trazer trazendo trazido

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§137. Valer

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

valhovalesvalevalemosvalem

valereivalerásvalerávaleremosvalerão

valeriavaleriasvaleriavaleríamosvaleriam

valervaleresvalervalermosvalerem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

valivalestevaleuvalemosvaleram

valiavaliasvaliavalíamosvaliam

valeravalerasvaleravalêramosvaleram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

valhavalhasvalhavalhamosvalham

valessevalessesvalessevalêssemosvalessem

valervaleresvalervalermosvalerem

valevalhavalhamosvalham

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

valer valendo valido

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§138. Ver

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

vejovêsvêvemosveem

vereiverásveráveremosverão

veriaveriasveriaveríamosveriam

ververesververmosverem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

vivisteviuvimosviram

viaviasviavíamosviam

viravirasviraviramosviram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

vejavejasvejavejamosvejam

vissevissesvissevíssemosvissem

virviresvirvirmosvirem

vêvejavejamosvejam

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

ver vendo visto

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§139. Vir

indicAtivoinF. PeSSoAl

Presente Futuro condicional

venhovensvemvimosvêm

vireivirásviráviremosvirão

viriaviriasviriaviríamosviriam

virviresvirvirmosvirem

Pretérito Pretérito imp. Mais-q-perf.

vimviesteveioviemosvieram

vinhavinhasvinhavínhamosvinham

vieravierasvieraviéramosvieram

conjuntivoiMPerAtivo

Presente Pretérito Futuro

venhavenhasvenhavenhamosvenham

viesseviessesviesseviéssemosviessem

viervieresvierviermosvierem

vemvenhavenhamosvenham

ForMAS iMPeSSoAiS

infinitivo gerúndio Particípio

vir vindo vido

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7.4. As formas não pessoais

§140. Trata-se do infinitivo, gerúndio e particípio.

▪ O infinitivo acaba segundo as conjugações em:– ar: primeira conjugação (I)– er: segunda conjugação (II). Também pertence à segun-

da o verbo pôr– ir: terceira conjugação (III)

▪ O gerúndio tem estas terminações:– ando (I)– endo (II)– indo (III)

▪ O particípio acaba em:– ado (I)– ido (II, III)

§141. Além disso, existem certos verbos que apresentam umparticípio irregular. Eis a lista dos mais comuns:

▫ abrir > aberto▫ cobrir > coberto▫ entregar > entregue▫ escrever > escrito▫ fazer > feito▫ dizer > dito▫ pôr > posto▫ ver > visto

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Existem muitos outros verbos que admitem dois particípios, um regular e outro irregular:

▪ 1ª conjugação

▫ Aceitar – aceitado, aceito▫ Entregar – entregado, entregue▫ Expressar – expressado, expresso▫ Expulsar – expulsado, expulso▫ Matar – matado, morto▫ Salvar – salvado, salvo▫ Soltar – soltado, solto

▪ 2ª conjugação

▫ Acender – acendido, aceso▫ Benzer – benzido, bento▫ Convencer – convencido, convicto▫ Eleger – elegido, eleito▫ Morrer – morrido, morto▫ Prender – prendido, preso▫ Romper – rompido, roto▫ Suspender – suspendido, suspenso

▪ 3ª conjugação

▫ Emergir – emergido, emerso▫ Exprimir – exprimido, expresso▫ Extinguir – extinguido, extinto▫ Frigir – frigido, frito▫ Imergir – imergido, imerso▫ Imprimir – imprimido, impresso▫ Inserir – inserido, inserto▫ Submergir – submergido, submerso▫ Tingir – tingido, tinto

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7.5. Cúmulos verbais frequentes

§142. o verbo principal, lexemático, combina-se com uma sériede verbos com um valor auxiliar (costuma ter valor aspetual), até formarem uma unidade de dois ou mais verbos que é conhe-cida como cúmulo verbal.

A seguir, oferecemos os principais cúmulos verbais, onde o verbo lexical aparece sempre com a forma impessoal, isto é,infinitivo, gerúndio ou particípio.

§143. Dever + inF: É uma construção muito frequente usadapara expressar algo que pode acontecer, mesmo para expressar obrigações leves.

– Esse barulho lá fora deve ser coisa dos pássaros– Deves ter mais cuidado com o que comes

Para dar conselhos, usa-se a forma de condicional:

– Deverias ir mais devagar– Deveríamos chegar antes

§144. Estar a + inF: e uma construção muito frequente usadapara indicar ações do momento. É equivalente ao presente con-tínuo de outras línguas, como o inglês, e tem a mesma frequência de uso que em espanhol ou italiano:

– A minha irmã está a estudar um exame agora– O que é que estás a fazer? Nada, só estou a ver a televisão– Está a chover muito por aqui

observe-se a diferença entre a forma simples e a contínua, porque é muito relevante. no exemplo anterior, está-se a indicar que a chuva está a cair neste momento, enquanto se o processo

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de chover fosse comum —por exemplo por causa do clima— du-rante todo o ano, usar-se-ia a forma simples:

– Chove muito por aqui

§145. Haver de + inF: É uma construção muito frequente usa-da para indicar obrigação:

– Hei de mudar as rodas do carro– Hás de contar-me outra vez essa história, pá

§146. Ir + inF: e uma construção muito frequente usada paraindicar futuro:

– Vou visitar os meus parentes neste fim de semana– As obras vão começar em setembro– Alguns de vós vão ter problemas com este chefe novo

§147. Ter que / de + inF: e uma construção muito frequenteusada para indicar obrigação:

– Têm que estar loucos para isso– Terás que pedir-lhe escusas– Tenho de estudar isto para o exame

7.6. Tempos compostos

§148. os tempos compostos em português constroem-se comter seguido do particípio.

Porém, não se usam com a mesma frequência que noutras línguas românicas.

os tempos compostos são comuns com todo o modo conjun-tivo, o infinitivo e o gerúndio e no indicativo na construção do futuro de indicativo composto e o mais-que-perfeito.

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Tempo Forma

Pret. conjuntivo Tenha falado

Pret. Imp. conjuntivo Tivesse falado

Futuro conjuntivo Tiver falado

Futuro indicativo comp. Terei falado

Mais que-perfeito Tinha falado

Infinitivo composto Ter falado

Gerùndio composto Tendo falado

▪ A forma tenho falado é composta mas tem tam-bén um valor aspetual, indica hábitos em muitoscasos. Não se pode afirmar que seja a forma com-posta de falei em muitos casos, como o seria hehablado para hablé em espanhol.

▪ Em portugués literário existe uma forma simplesde mais-que-perfeito: falara, falaras, falara, falára-mos, faláreis, falaram.

7.7. Diátese (voz verbal)

§149. Para além da voz ativa, o português conta com a voz pas-siva, que se constrói como no resto de línguas românicas:

Os Romanos construíram a ponte

A ponte foi construída pelos Romanos

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§150. junto com a voz passiva, existe também uma voz passivaimpessoal construída com se:

– Fazem-se coisas muito engraçadas com os computadores– Dizia-se que o presidente ia renunciar– Cumprem-se as condições para o crédito– Não se pode passar por essa estrada– Espero que se entenda o que lá está escrito

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Tema 8AdvÉrbioS e conectoreS

§151. nesta seção vamos estudar aqueles elementos que unemfragmentos da oração, bem como advérbios segundo o seu valor semântico, isto é, o seu significado.

8.1. Lugar

§152. A expressão do lugar:

interrogadores:

▪ Onde– Onde é que estás?– Onde é que vivem?

Advérbios:

▪ Aqui, aí, ali/lá, marcando três graus, como os demonstra-tivos este, esse, aquele

– Gosto do clima daqui, mas tu preferes o dali

▪ Diante vs. detrás– Os teus amigos vão lá diante, mas os teus pais estão

detrás

▪ Perto vs. longe– Essa rua fica perto, mas não sei exatamente onde

▪ Acima vs. abaixo– Eu guardo o meu carro abaixo, na garagem.

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Compêndio de gramátiCa portuguesa básiCa

Preposições:

▪ Em: a mais geral– Estou na cama– Estamos de férias em Roma– No domingo há uma boa partida de futebol

▪ Diante de vs. detrás de– Vemo-nos diante da porta da escola

▪ Perto de vs. longe de– O João vive longe do centro

▪ Acima de vs. embaixo de– Caiu um tronco acima do meu telhado

conectores:

▪ Onde– Onde vives há muitas pessoas– Fica à minha espera onde tu já sabes

8.2. Tempo

§153. A expressão do tempo:

interrogadores:

▪ Quando– Quando é que chegaste?– Quando é que choverá?

Advérbios:

▪ Agora– Agora não tenho muito tempo para falar

▪ Antes vs. depois– Antes havia menos trânsito pelas ruas

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▪ Já– Já chegaram todos os convidados à festa

▪ Mais tarde (=depois)– Isso hei de to explicar mais tarde

▪ Naquela altura. equivale a então– Naquela altura, chamaram à porta com violência

▪ Ontem – hoje – amanhã– Ontem estivem em Lisboa, mas hoje estou no Porto

▪ Logo– Não chies, termino logo

Preposições:

▪ Em: a mais geral– Em janeiro faz uma friagem terrível– Na primavera ainda nevará algo– No Natal juntamo-nos toda a família

▪ A: só para as horas, momentos do dia e os dias– Vemo-nos às nove– Aos domingos é muito tedioso

▪ Antes de vs. depois de– Antes da corrida temos que revisar os pneus– Tempo

conectores:

▪ Quando– Quando quiseres, vamos à praia

▪ o gerúndio (expressão de simultaneidade), mas tambémao + inF.

– Ao sair de casa, encontrei o Pedro

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Compêndio de gramátiCa portuguesa básiCa

§154. Amanhã é o dia seguinte, mas manhã é o momento dodia. Pode-se dizer: amanhã de manhã

8.3 Frequência

§155. A expressão da frequência

interrogadores

▪ Quantas vezes– Quantas vezes vais ao cinema?

Advérbios (da máxima à mínima frequência)

▫ Sempre / todos os dias▫ Quase sempre▫ Amiúde▫ Às vezes▫ De vez em quando / alguma vez▫ Quase nunca▫ Nunca

8.4. Direção

§156. A expressão da direção

interrogadores:

▪ Onde, que pode ser reforçado com para /aonde.– (A)onde é que irás neste fim de semana?– Para onde é que foram os outros?

Advérbios: por norma reforçados com a preposição para

▪ Cá vs. Lá– Vem (para) cá, que te vou mostrar algo

+

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▪ Para a frente vs. para atrás– Vamos para a frente– Direção

Preposições:

▪ A: em direção a– Amanhã vou à festa dos antigos alunos da escola

▪ Para: indica uma direção mais específica, com rumo concreto.– Fomos para o sul, porque lá fazia menos frio

▪ De: procedência– Vêm de Barcelona

▪ Por: indica os pontos por onde se passou– Vieram pela estrada, não pela autoestrada

Conectores

▪ Onde, reforçado com por onde, donde, para onde.– As pessoas passam por onde se pode passar– Podemos ir para onde quiseres

8.5. Modo

§157. Expressão do modo

Interrogador

▪ Como– Como se faz isso?– Como é que aprendeste o russo?

Advérbios

▪ Assim– As coisas não se fazem assim

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Compêndio de gramátiCa portuguesa básiCa

▪ Deste jeito, deste modo, desta maneira– Fazendo as coisas deste jeito, não resolveremos nada

Conectores

▪ Como– Sempre podemos fazer as coisas como nós quisermos

8.6. Causa

§158. Expressão da causa

Interrogador

▪ Por que– Por que andas triste?

Conectores

▪ Porque– Porque tenho um grave problema

8.7. Alguns outros conectores

§159. Os conectores a que fazemos referência nesta seção refe-rem-se nomeadamente à coordenação de orações.

Aditivos

▪ E, (nem...) nem– Apanha os livros e os cadernos– Os nossos amigos vêm e vão de comboio– Não tenho nem pão nem açúcar

Disjuntivos

▪ Ou, ou... ou, ou bem– Chegaram os amigos ou os inimigos, não se sabe

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distributivos

▪ Quer... quer, ora... ora– As notícias chegarão quer hoje, quer amanhã

explicativos

▪ Isto é– Trata-se de uma língua clássica, isto é, não é uma língua

atual

Adversativos

▪ Mas, porém, contudo, todavia– A Maria foi para casa, mas ainda não chegou– Compramos um carro novo, porém ainda não o trouxeram

▪ Embora, ainda que– Embora não tenhas dinheiro, podes passar uns dias em

nossa casa

conclusivos

▪ Portanto, logo,– A realidade não é assim, devemos, portanto, procurar ou-

tras respostas

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Tema 9o conjuntivo

9.1. Introdução

o português conta com três tempos do conjuntivo:

▫ Presente: fale▫ Passado: falasse▫ Futuro: falar

Além disso, esses três tempos contam com formas compos-tas:

▫ Fale > tenha falado▫ Falasse > tivesse falado▫ Falar > tiver falado

9.2. Formas do presente de conjuntivo

§160. Para os verbos regulares, veja-se o capítulo 8. Para osverbos irregulares, existem vários paradigmas.

Há vários casos de mudança de consoante. Por norma, o presente de conjuntivo forma-se a partir da 1PS do presente indicativo.

▪ tipo 1: -ç-– Fazer : faço > faça– Medir : meço > meça– Pedir: peço > peça

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▪ tipo 2: -ss-– Poder: posso > possa

▪ tipo 3: -nh-– Vir: venho > venha– Ter: tenho > tenha

▪ tipo 4: -j-– Ser: sou mas seja– Estar: estou mas esteja– Ver: vejo > veja

▪ tipo 5:– Trazer: trago > traga

▪ tipo 6:– Perder: perco > percas

9.3. Os temas de “perfeito”

§161. na maioria dos verbos, o tema de perfeito não se diferen-cia do tema de presente.

Porém, nos verbos irregulares, o tema de perfeito aparece diferente em vários tempos verbais:

Tema pres.QUER-

Tema perf.QUIS-

Presente ind. quero —

Pret. Imp. Ind. queria —

Pret. Indef. Ind. — quis

Fut. Ind. quererei —

Pret. Imp. Conj. — quisesse

Fut. Conj. — quiser

Mais-q-perf. Ind. — quisera

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O tema de perfeito é, portanto, fundamental para perceber como se forma o pretérito imperfeito de conjuntivo e o futu-ro de conjuntivo.

E é ainda mais importante para compreender qual a dife-rença entre infinitivo conjugado e futuro de conjuntivo (para o infinitivo conjugado, veja-se a capítulo 10)

9.4. Infinitivo conjugado e futuro de conjuntivo

§162. O futuro de conjuntivo e o infinitivo conjugado têm asmesmas terminações.

Nos verbos em que não se diferenciam os temas de presente e pretérito não há diferenças entre eles quanto à forma.

INF. CONJ. FUT. CONJ.

falarfalaresfalarfalarmosfalardesfalarem

falarfalaresfalarfalarmosfalardesfalarem

Porém, nos verbos com diferentes temas, os dois tempos di-ferenciam-se claramente:

INF. CONJ. FUT. CONJ.

quererquereresquererquerermosquererdesquererem

quiserquiseresquiserquisermosquiserdesquiserem

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Compêndio de gramátiCa portuguesa básiCa

9.5. Uso do futuro conjuntivo com conectores

§163. o futuro de conjuntivo usa-se em cláusulas condicionaise temporais com valor irreal. com cláusulas condicionais bási-cas:

▪ Se (em cláusulas condicionais)– Se quiseres vir connosco, porta-te bem– Se isso for verdade, seria catastrófico

com cláusulas temporais, o uso do indicativo ou conjuntivo depende do valor [±real]

▪ Quando– Quando chegares, liga para o telemóvel [-real]– Cá quando chove, forma-se um lago [+real]

▪ Enquanto– Enquanto as pessoas tiverem medo, não haverá liberdade

[-real]– Enquanto eu faço o jantar, tu podes tomar um duche

[+real]

noutros casos temporais, é sempre obrigatório o futuro de conjuntivo, não é possível o presente de indicativo.

▪ Logo que– Logo que concordarmos a estratégia, tudo correu muito

bem

▪ Assim que– Assim que o souberes, diz-me alguma coisa

▪ Conforme– Faço-o conforme mo disserem– Uso do futuro conjuntivo com relativos

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nas cláusulas de relativo também se usa o futuro de conjun-tivo com valor irreal. veja-se a diferença entre:

– Quem tem dinheiro, pode viajar [+real]– Não te fies em quem tiver dinheiro [-real]

com quando e como o fut. conj. é obrigatório se estiver pre-cedido de um imperativo:

– Faz como quiseres– Prepara-o como gostares– Vem quando puderes

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Tema 10o inFinitivo conjugAdo

10.1. Da natureza do infinitivo conjugado

§164. o infinitivo conjugado forma-se a partir do infinitivo co-mum, mas tem um uso diferente.

A partir dele adicionam-se uma série de terminações, mas apenas têm terminações quatro pessoas das seis possíveis. As ditas terminações são portanto:

▫ 1PS: ø

▫ 2PS: -es

▫ 3PS: ø

▫ 1PP: -mos

▫ 2PP: -des

▫ 3PP: -em

na realidade, a 2PP está fora de uso no português padrão, como já foi indicado anteriormente. Portanto temos de facto três formas conjugadas.

10.2. Usos

§165. o infinitivo conjugado não se usa nunca com a cláusulaprincipal. tem dois usos principais:

▪ com preposição– São horas de comprarmos um carro novo

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▪ Sem preposição– Convém trabalharem com mais energia

10.3. Uso sem preposição

§166. o infinitivo conjugado sem preposição usa-se apenasquando a cláusula onde está o infinitivo funciona como sujeito da cláusula principal:

– Termos dinheiro é bom ou É bom termos dinheiro– Falta encontrares a solução

isto é comum com verbos impessoais ou usados como im-pessoais (faltar, bastar, dar, convir e locuções com ser: ser possí-vel, ser preciso, ser conveniente).

– É preciso falares com ele logo– É proibido acenderem fogo

Porém, também seria possível usar nestes casos uma cons-trução com que ou o infinitivo normal:

– É bom que tenhamos dinheiro– Convém que encontres…– É preciso que fales com ele– É proibido acender fogo

10.4. Uso com preposição

§167. o outro grande uso do infinitivo conjugado é quando vaiprecedido de uma preposição.

normalmente, o sujeito da cláusula principal e da cláusula dependente são diferentes.

– Falei com eles para me trazerem os papéis

Compêndio de gramáTiCa porTuguesa básiCa

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nestes casos, quando o sujeito do infinitivo é presente, o in-finitivo deve tomar as desinências:

– Já é tarde para mudar o relatório

Aqui não há sujeito, portanto o infinitivo simples poderia ser usado aqui, mas também o conjugado:

– Já é tarde para mudarem o relatório– Já é tarde para vocês mudarem o relatório

A estrutura mais comum de uso do infinitivo conjugado é uma cláusula de finalidade, introduzida geralmente com para:

– Os meus pais compraram uma casinha na praia parapassarmos lá as férias

– Para teres mais sucesso nos negócios, o teu chefe tem quete ver como uma pessoa dinâmica.

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Tema 11AS ForMAS de trAtAMento

11.1. Introdução

§168. o uso dos pronomes pessoais em português precisam dealgumas especificações. trataremos nomeadamente das formas de 2P (segunda pessoa) e das formas impessoais.

11.2. Tu

§169. usa-se particularmente em Portugal, mais ou menos como mesmo valor que nas línguas vizinhas (esp. tú, francês e ita-liano tu, alemão du).

no brasil usa-se apenas em certas regiões. Foi substituído por você na maioria do território. A forma átona pode ser te mas também você.

11.3. O João, a Maria

o nome próprio em terceira pessoa tem um ligeiro grau de formalidade.

o verbo usa-se em 3P

– O João quer um café?

11.4. Você

§170. É a forma de cortesia mais comum em Portugal, usada ge-ralmente com as pessoas com as que existe uma mínima relação.

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Compêndio de gramátiCa portuguesa básiCa

usa-se com o verbo em 3P. As formas átonas são as de 3P. o possessivo, logicamente também é de 3P

– Você sabe falar alemão?– Espero vê-lo mais tarde na rua– Á Maria, vou esperá-la em sua casa

11.5. Vocês

§171. A forma vós (equivalente ao espanhol vosotros, italianovoi ou francês vous) apenas se usa no norte e leste de Portugal.

no resto usa-se vocês.

A forma familiar coincide com a forma de cortesia:

– Vocês têm fome, meninos? (informal)– Quero que vocês, agentes, me digam a verdade (formal)

o vocês informal usa os pronomes átonos e o possessivo da 2PP:

– Comprei-vos um presente no aeroporto. Querem vê-lovocês?

o vocês informal usa os pronomes átonos e o possessivo da 3P:

– Trouxe-lhes o relatório. Querem vê-lo vocês?

11.6. O senhor, a senhora

§172. É a forma de cortesia mais formal, com possessivos everbos em 3P. usa-se normalmente com pessoas desconhecidas.

– A senhora quer que lhe mostre o produto?– Vou explicar isto à senhora

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em Portugal é comum que vá acompanhada esta forma com o título:

– O senhor doutor quer ver os livros?

11.7. A gente

§173. esta fórmula usa-se correntemente como forma impes-soal mais com valor de 1PP (= nós). equivale à estrutura fran-cesa on:

– A gente foi ao cinema (=fomos ao cinema) → On est allésau cinéma

A equivalência portuguesa com a fórmula espanhola a gente é as pessoas:

– As pessoas queixavam-se das condições do hotel

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Tema 12Negação, iNterrogação

e outras questões aNexas

12.1. Negação absoluta

§174. a negação absoluta constrói-se com não (uma proforma):

– a: Queres um bocadinho de pão?– B: Não

§175. existem outras fórmulas semelhantes, mas sempre comum valor absoluto:

– Em absoluto

12.2. Negação parcial

§176. Basta usar não, que é átono (à diferença do não absoluto,que é tónico):

– ‘Não| | as ‘pessoas | não me ‘disseram | ‘nada

acompanha o verbo lexical quando este vai sozinho:

– Não sei nada disso– Não esperes por mim até amanhã

§177. quando houver um auxiliar, este leva a negação:

– Não tenho que me levantar cedo hoje– Não pude ligar para ele ontem– Não estamos a fazer os cálculos corretamente

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Compêndio de gramátiCa portuguesa básiCa

12.3. Mais construções negativas

Certos elementos funcionais (preposições, advérbios, con-junções…) têm um valor negativo:

▪ Nem:– As pessoas nem souberam o que lá tinha acontecido

▪ Também não– Eu também não entendo essa atitude

▪ Sem– Foi embora sem se despedir

12.4. Afirmação absoluta

§178. Pode-se fazer em português de duas maneiras:

▪ respondendo com sim (ou outras proformas semelhantes)– a: Estás preocupado?– B: Sim / Claro / Evidentemente / Pois é

▪ respondendo com o mesmo verbo com que se pergunta:– a: Queres um café?– B: Quero

– a: O garoto sabe já nadar?– B: Sabe

12.5. Afirmação parcial

§179. serve nomeadamente para enfatizar e acompanha o verbo.

observe-se a diferença:

– Eu tenho fome → [– enfático]– Eu sim tenho fome → [+ enfático]

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12.6. Perguntas fechadas

§180. As perguntas fechadas são aquelas em que se procurauma resposta sim/não (ainda que podem dar-se outras como: não sei, é possível, é capaz, pode ser, etc.

em português, para fazer uma pergunta basta usar uma en-toação ascendente no final da frase.

– Tens fome (asseveração)

– Tens fome? (pergunta)

Marca-se com um signo interrogativo ao final do período escrito <?>

§181. Além disso, pode-se construir estruturas interrogativasem português com não é?

– O teu carro é amarelo, não é?

12.7. Perguntas abertas

§182. As perguntas abertas são aquelas em que se procuraqualquer resposta. realizam-se mediante o uso dos pronomes interrogativos.

– Quem trouxe o pão?– Para onde é que vão?

É normal, aliás, que introduza a partícula é que depois do interrogativo:

– Onde é que vives?– De que é que falavam?

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