8/4/2019 10530 Caminho Frances
1/22
Caminho Francs
Os Caminhos de Santiago
na Galiza
8/4/2019 10530 Caminho Frances
2/22
TextosManuel Rodrguez
CoordenaoAna B. FreireRosa Garca
Documentao:
albergues e serviosPilar CuaRosa FernndezAna B. FreireRosa GarcaCoroni Rubio
FotografiaArquivo da S.A. de Xestindo Plan XacobeoTono Arias
Assistncia tcnicaDpto. de Arquitectura daS.A. de Xestin do Plan Xacobeo
RevisoDori AbunCarla Fernndez-RefoxoCarmo IglesiasAlfonso Salgueiro
Traduo para o portugusInterlingua Traduccins S.L.Paulo FariaCristina Lzico
Reviso e actualizaoCarraig Linguistic Services
Desenho e maquetagem
Permuy Asociados
ImpressoLITONOR
D.L.: C 3911-20093 O Caminho Francs
O Caminho Francs o itinerrio jacobeu com
maior tradio histrica e o mais reconhecido
internacionalmente. O seu traado atravs do norte
da Pennsula Ibrica acabou definitivamente fixado
em finais do sculo XI graas ao labor construtivo e de
promoo de monarcas como Sancho III o Maior e
Sancho Ramrez de Navarra e Arago, assim como de
Alfonso VI e seus sucessores. As principais vias desteCaminho em Frana e Espanha foram descritas
com preciso em 1135 no Codex Calixtinus,
livro fundamental do acervo jacobeu.
O Livro V deste cdice constitui um
autntico guia medieval da peregrinao
a Santiago. Nele se especificam as
etapas do Caminho Francs desde
as terras gaulesas e se informadetalhadamente sobre os santurios do
trajecto, a hospitalidade, as gentes,
a comida, as fontes, os costumes locais, etc.
Tudo est escrito com a sntese e clareza necessrias
a uma resposta prtica a um desejo concreto:
a peregrinao a Santiago.
Este guia, atribudo ao clrigo francs Aymeric
Picaud, evidencia o desejo poltico e religioso em
promover o santurio compostelano e facilitar
o acesso at ele, mas tambm demostra a
existncia de uma procura deste tipo de
informao. Quando se confecciona este livro,
o Caminho Francs e as peregrinaes
alcanam o seu mximo apogeu e o Caminho
Francs a maior afluncia se exclumos o
momento actual. Santiago converte-se na
meta de peregrinos procedentes de todo omundo cristo. Sucederia isto com tal
intensidade que um embaixador muulmano
O Caminho Francs
Codex Calixti
8/4/2019 10530 Caminho Frances
3/22
8/4/2019 10530 Caminho Frances
4/22
8/4/2019 10530 Caminho Frances
5/22
Triacastela SarriaTriacastela (665 m), ponto final de uma das ltimas etapas doCaminho Francs estabelecidas por Aymeric Picaud (s. XII),conserva uma estrutura urbana articulada em funo destarota. O topnimo parece proceder de trs castros. Da IdadeMdia conserva a abside romnica (s. XII) da igreja deSantiago. A nave, a fachada e a torre-campanrio deste edifcio
so do sculo XVIII. Triacastela teve hospital e, inclusivamente,priso para peregrinos, dos quais se conservam vestgios.
Durante o perodo de construo da catedral de Santiagoalguns peregrinos recolhiam pequenas pedras calias numacanteira de Triacastela, ainda em uso e visvel desde o caminho,e levavam-nas at aos longnquos fornos de cal de Castaeda(Arza), ao servio das obras da baslica compostelana.
sada de Triacastela, o Caminho bifurca-se. Pode-se
continuar directamente at Sarria atravs de uma cadeia develhas aldeias de grande tradio jacobeia A Balsa, San Xil,Montn, Pintn, Calvor e San Mamede do Camio e umapaisagem rural de exuberante beleza e com mostras nicasde vegetao autctone.Igreja de Santiago de Triacastela
Mosteiro de Samos
No entanto, outros peregrinos preferem desviar-se em direco a sul,buscando a hospitalidade dos monges do mosteiro beneditino deSamos, que mantm viva a antiga hospedaria. A etapa em direco localidade de Samos (530 m) oferece no s o desfrute do antigomosteiro, como tambm o das belas paisagens que atravessa o rio
Sarria e o de aldeias como San Cristovo, Renche e San Martio.O mais caracterstico da arquitectura popular da zona encontra-se aqui.
O mosteiro de Samos est considerado como um dos mais antigos doOcidente, j que as suas origens remontam ao sculo VI. A primeiracomunidade monstica seguia o iderio asctico dos monges coptasdo deserto, reforada pela Regra de So Frutuoso. Em finais do sculo
VIII, Samos educa o futuro rei Alfonso II o Casto, impulsor da difusodo sepulcro de Santiago que durante o seu reinado foi descoberto.
Com a adopo da Regra de So Benito, em 960, o mosteiro ocupa-seda hospitalidade aos peregrinos e constri nas suas imediaes, porvolta do ano 1000, a singular capela do Salvador, conhecida como acapela do Cipreste devido grande rvore desta espcie,superando os mil anos de vida, que se encontra mesmo ao lado.
9 O Caminho Francs
Albergu
8/4/2019 10530 Caminho Frances
6/22
Durante a Idade Moderna, a fora econmica ecultural do mosteiro de Samos potencia umagrande renovao arquitectnica. Neste processoperde-se a igreja romnica, que deu lugar a umgrandioso templo do sculo XVIII. Da obramedieval resta apenas uma portada interior.
O claustro menor do mosteiro, iniciado em finais dosculo XVI, popularmente conhecido como o das
Nereidas pela singular fonte barroca situada na suaparte central. Em 1685 inicia-se o grande claustro,um dos maiores de Espanha, e cuja construo duraat 1746. No centro deste espao, levanta-se umaesttua do erudito Padre Feijoo, que residiu nestemosteiro vrios anos, desde finais do sculo XVII.Dentro do grande conjunto de retbulos da igrejamonstica destaca-se o maior, realizado entre 1781e 1785 pelo escultor galego Jos Ferreiro.
Tanto sigamos o itinerrio de Samos como o deSan Xil, o lugar de encontro ser Sarria (453 m),a localidade mais povoada do Caminho Francs naGaliza, com mais de sete mil habitantes. Em Sarriafaleceu em 1230 o rei Alfonso IX, fundador desta vilae de Triacastela, quando peregrinava a Compostela.
10
Torreo do castelo medieval. Sarria
Ponte da spera. Sarria
J nesta localidade, desde a singular rua Maior se observa,ao fundo e no alto, a nica torre conservada do castelo medievalda vila. Nas imediaes deste torreo celebra-se trs vezes cadams uma popular e concorrida feira, um escaparate de produtostradicionais da zona.
Do passado medieval sarriano subsistem a igreja de San Salvador,romnica e com fachada gtica do sculo XIV, e o convento deA Magdalena (actualmente de Padres Mercedarios), fundadoa princpios do sculo XIII como hospital de peregrinos pordois religiosos italianos da Ordem dos Bem-aventurados
Mrtires de Cristo, tambm peregrinos. O edifcio actual,com um pequeno mas formoso claustro e umainteressante igreja, mistura diversos estilos deconstruo ss. XV-XVIII.
Para alm do hospital de A Magdalena em Sarria,funcionaram outros nesta zona, como o de Santo Antn(s. XVI), fundao de don Dins de Castro, que atendiaos peregrinos quando voltavam de Santiago, e o de
San Lzaro. No entanto, tambm esto documentadosoutros em Aguiada (Calvor), O Carballal (Vilar deSarria), Santa Mara (Orto) e Goin.
11 O Caminho Francs
Claustda M
8/4/2019 10530 Caminho Frances
7/22
De Sarria sai o peregrino definitivamente atravs da velha pontede A spera, a caminho da igreja de Santiago de Barbadelo, qual se chega depois de percorrer uns 4 km, e aps cruzar uma
das mais formosas carballeiras carvalhal do trajecto. Estaigreja romnica, que pertenceu a um pequeno mosteiro, destacatanto pela sua estrutura como pela singularidade dos seus capitis.
Cruzando entre contnuas massas arbreas, prados e terras delavragem, atravs de trajectos que anunciam vestgios de antigascaladas, o Caminho entra no municpio de Paradela.Nas proximidades da aldeia de Ferreiros situa-se a igreja romnicade Santa Mara (s. XII), com uma escultrica portada de tripla
arquivolta e tmpano lobulado, e um pequeno mas interessantealbergue de peregrinos que assoma junto a outra bela carballeira.
As Cortes outra das parquias de Paradela cruzada pelo Caminho.O seu solar acolheu o mosteiro de Santa Mara de Ribalogio. A suaigreja original, conhecida agora como Santa Mara de Loio, foi acasa me da Ordem de Santiago da Espada, fundada em 1170 na
Sarria Portomarn
Igreja de Santiago de Barbadelo
13 O Caminho Francs
Estremadura com o nome de freylesde Cceres. comunidade guerreira deCceres juntaram-se os cnegos regulares de Loio,o que explica a dupla condio de clrigos e cavaleirosque ostentavam os membros da Ordem de Santiago.
No meio de uma paisagem ampla e agradvel o trajecto descej at s ribeiras do rio Minho, nas quais assomam pela primeira
e nica vez no Caminho Francs da Galiza as terras de cultivoda vide. Para entrar na localidade de Portomarn (380 m) necessrio cruzar a ponte construda a princpios dadcada de 1960 para superar a represa de Belesar,no Minho. Ao fundo, se o nvel das guas opermite, observam-se intactos os arcos daantiga ponte sobre o Minho. Tambm podemser visveis as runas do velho Portomarn,arrasado pelas guas, devido construo da
represa, pese a ser uma das localidades maisformosas e ricas em patrimnio da Galiza.
Alpo
de Sa
8/4/2019 10530 Caminho Frances
8/22
O velho Portomarn estava formado pelos burgosmedievais de San Pedro e San Nicols e mantinha uma daspontes romano-medievais mais clebres do caminho.Desde meados dos anos sessenta, o novo Portomarnsurge aos olhos do peregrino ao final do actual viaduto.
Ao novo lugar trasladaram-se unicamente partes de algumpao e as igrejas romnicas de San Pedro e de San Nicols
(hoje de San Xon). Esta ltima foi construda em finais dosculo XII por uma oficina de discpulos do Mestre Mateo,autor do Prtico da Glria da catedral compostelana.A portada principal mostra justamente a influncia dofamoso Prtico compostelano, incorporando um programade inspirao apocalptica semelhante. No tmpano estCristo, emoldurado pelas arquivoltas onde se acomodamos vinte e quatro Ancios do Apocalipse com ctaras eoutros instrumentos, formando a corte do Juiz Supremo.
Vista de Portomarn
15 O Caminho Francs
San Nicols de Portomarn era igrejapertencente Ordem de So Joode Jerusalm, depois chamadaOrdem de Malta. Os monges destaordem protegiam este trecho doCaminho, a ponte e os dois hospitaisdo burgo de San Pedro. Para almdisso, cuidavam do hospital de San
Nicols, fundado por dona Urraca.Este edifcio, hoje desaparecido, foiconstrudo em 1126 pelo mestrePedro Deustamben, chamado PedroPeregrino. Era um hospital de modelobasilical, com trs naves e abside nacabeceira, onde se situava a capela.
No burgo de San Pedro havia outro
hospital de peregrinos e umaleprosaria atendida pelos cavaleirosde So Lzaro, que prestava um dosservios hospitalrios e misericordiososmais relevantes do Portomarn medieval.Apesar das melhores terras de vinhedosterem desaparecido com a construo darepresa de Belesar, Portomarn continua aproduzir um dos mais reconhecidos licores
de aguardente da Galiza, ao qual se dedicacada ano uma festa muito concorrida.
Igreja de San Xon de Portomarn
8/4/2019 10530 Caminho Frances
9/22
8/4/2019 10530 Caminho Frances
10/22
8/4/2019 10530 Caminho Frances
11/22
Na continuao de Melide, Boente, com a sua igreja de Santiago,e Castaeda, so outras duas pequenas localidades com antigatradio jacobeia, a segunda sobretudo como lugar de instalaopara os fornos de cal empregue na construo da catedral de
Santiago. As pequenas pedras que os peregrinos medievaistraziam desde as canteiras calias de Triacastela at aqui eramalgo mais que um smbolo de participao na referida empresade construo.
Mais adiante o peregrino cruza o rio Iso por uma pequena pontede origem medieval que d acesso a outra significativa instalaoassistencial: o hospital de Ribadiso, o ltimo espao histrico quepermaneceu aberto no Caminho Francs ao servio do peregrino.
O edifcio, imediato ao rio, foi restaurado e recuperado comoalbergue de peregrinos em 1993, conformando um espaoenvolvente de notvel beleza.
Melide Arza
O Caminho por Arzua
21 O Caminho Francs
Na vila de Arza (388 m), o Caminho Francs recebe os peregrinos
procedentes do Caminho do Norte. Nesta localidade, famosa pelagrande riqueza de queijos da comarca, o peregrino ainda hojepode encontrar diversos vestgios jacobeus, como a rua doCamio, a igreja de Santiago e, tambm, a capela gtica deA Magdalena, pertencente a outro desaparecido hospital.
A partir de Arza perde relevncia a omnipresente vegetaoautctone galega. No entanto, isto no impede que se possadesfrutar na zona de uma variada oferta de turismo rural que tem
na represa de Portodemouros e nas suas imediaes a sua principalreferncia (diversidade de alojamentos, museu do mel, rotas depedestrianismo, instalaes para desportos aquticos, etc.).
A
8/4/2019 10530 Caminho Frances
12/22
Neste trecho o Caminho interna-se de novo entreprados, carvalhos e eucaliptos que rodeiam pequenas
aldeias, algumas com topnimos de ressonnciajacobeia: Calzada, Calle, Ferreiros, A Salceda, A Brea,Santa Irene singular igreja e fonte e A Ra, esta j sportas de Arca, capital do municpio de O Pino,o ltimo antes de Santiago.
J no municpio de Santiago, e depois de passar pelasimediaes do aeroporto da cidade, o peregrinochega ao ncleo de A Lavacolla. Aqui os peregrinosde antigamente tinham por tradicional e higinicocostume lavar o corpo inteiro no riacho que passa pelolugar. Esta prtica da lavagem integral era frequentetambm em diversos hospitais do Caminho deSantiago, comeando pelos de Roncesvalles e Navarra.
Arza Santiago de Compostela
Capela de Santa Irene
Peregrinos por Arca
Deixando atrs Lavacolla, est j muito prximo o Montedo Gozo (380 m), uma pequena elevao a partir da qual os
peregrinos tinham, pela primeira vez, a ainda distante visodas torres da catedral de Santiago, da o topnimo com oqual se conhece este lugar. Este monte, convertido desdeo Ano Santo Compostelano de 1993 em zona residencialpara peregrinos e visitantes e espao de desfrute eencontro, situa j o peregrino no incio do trecho urbanoque o levar s portas da catedral compostelana.
Durante a primeira parte deste trajecto os peregrinosdemoravam-se, felizes, proclamando comorei da peregrinao o primeiro dogrupo que tinha chegado ao cimodo Monte do Gozo.
23 O Caminho Francs
Capela de S
Monu
8/4/2019 10530 Caminho Frances
13/22
8/4/2019 10530 Caminho Frances
14/22
8/4/2019 10530 Caminho Frances
15/22
28
1 CatedralPorta SantaPao de Xelmrez
2 Pao de Raxoi
3 Pousada dos Reis Catlicos
4 Colgio de San Xerome
5 Igreja de San Fructuoso6 Colgio de Fonseca
7 Casa do Cabido
8 Casa da Conga
9 Casa da Parra
10 Convento de San Paio de Antealtares
11 Mosteiro de San Martio Pinario
12 Igreja de San Martio Pinario
13 Casa do Deo Posto do peregrino14 Pao de Vaamonde
15 Pao de Bendaa
16 Igreja de Santa M Salom
17 Convento de San Francisco
18 Convento do Carme
19 Convento de Santa Clara
20 Igreja e antigo hospital de San Roque
21 Casa Gtica. Museu das Peregrinaes22 San Domingos de Bonaval.Museu do Povo Galego
23 Centro Galego de Arte Contempornea
24 Faculdade de Geografia e Histria
25 Igreja da Universidade
26 Igreja de San Fiz
27 Convento e igreja de Madres Mercedrias
28 Colgio de As Orfas
29 Igreja de San Miguel dos Agros
30 Igreja de Santa Mara do Camio
31 Igreja de San Bieito do Campo
32 Convento de Santo Agostio
33 Colgio de San Clemente
34 Capela Geral de nimas
35 Capela de Santiago
36 Igreja do Pilar
37 Colegiada de Santa Mara a Real de SarCaminho Francs
29 O Caminho Francs
Plano do Centro Histrico de Sa
8/4/2019 10530 Caminho Frances
16/22
Rede de albergues
A partir de 1 de Janeiro de 2008, para aceder aosalbergues o peregrino dever comprar em cada umdeles uma senha-albergue (3 ), que d direitounicamente ao uso das instalaes em que foiadquirida e na data que figura no verso da mesma.No ser vlida em qualquer outra data nem em
qualquer outro albergue. S se poder permaneceruma noite em cada albergue, com excepo dos doMonte do Gozo e de S. Lzaro, ambos em Santiago deCompostela, e o nmero de peregrinos acolhidos pordia estar limitado s camas de que cada instalaodispuser. A ordem de preferncia a do costume:peregrinos a p, a cavalo, de bicicleta e os que viajamcom carro de apoio.
Uma vez adquirida a senha muito importante
conserv-la at se abandonar o albergue, casocontrrio, os albergueiros podero pedir ao peregrinoque desocupe as instalaes. O albergue dever
Da esquerda para a direita:albergues do Cebreiro, Triacastela, Sarria e Arzua
deixar-se livre antes das 8 da manh para permitira sua limpeza. Este permanecer aberto das 13 ats 22 horas.
No caso de chegar algum peregrino commobilidade reduzida e o albergue ter a suacapacidade lotada, poder pedir-se a colaborao
das pessoas j alojadas de forma a acomod-lonas instalaes.
Em todo o caso, o peregrino e quantos se acercamao Caminho de Santiago dispem doutrasalternativas para o momento do seu descanso.Diversos centros religiosos e municipais atendemtambm o peregrino, sobretudo nos momentos demaior afluncia. Nos ltimos anos tambm temaparecido, ao longo das distintas rotas,
uma moderna e variada rede de hotis e casas deturismo rural que diversificam os servios e atractivosdo Caminho.
8/4/2019 10530 Caminho Frances
17/22
8/4/2019 10530 Caminho Frances
18/22
34
ServiosCmaras Municipais
Pedrafita do CebreiroPraa de Espaa, 2Tf.: 982-367103Fax: [email protected]
TriacastelaPraa da Deputacin, 1Tf.: 982-548147Fax: [email protected]
SamosPraa Espaa, 1Tf.: 982-546002Fax: 982-546122
SarriaRua Maior, 14Tf.: 982-535000Fax: [email protected]
www.concellodesarria.net
ParadelaRua Cabaleiros de Santiago, n 15Tf.: 982-541101Fax: [email protected]
PortomarnPraa Conde Fenosa, 1Tf.: 982-545070
Fax: [email protected]
MonterrosoPraa de Galicia, s/nTf.: 982-377001Fax: [email protected]/monterroso/index1.htm
Palas de ReiAvda. Compostela, 28Tf.: 982-380001Fax: [email protected]
MelidePraa do Convento, 5Tf.: 981-505003Fax: 982-506203
ArzaRua Santiago, 2Tf.: 981-500000Fax: [email protected]
O PinoPedrouzo, s/n. ArcaTf.: 981-511002Fax: [email protected]
Santiago de CompostelaPraa do Obradoiro, s/nPazo de RaxoiTf.: 981-542300Fax: 981-563864
Urgncias mdicas061
Emergncias(de todo o tipo, gratuito e internacional)112
Informaao Jacobeo
O CebreiroTf.: 982-367025
Posto de Informaao, SantiagoTf.: 902-332010Rua do Vilar, 30-32, [email protected]
www.xacobeo.es
Central de Reservasde Turismo Rural
Tf.: [email protected]
Postos de Turismo
LugoPraa Maior, 27-29Tf.: 982-231361
A CoruaDrsena da Maria, s/nTf.: 981-221822
Santiago de CompostelaRua do Vilar, 30-32, rs-do-choTf.: 981-584081
Turgalicia
Tf.: 902-200432Fax: 981-542510
www.turgalicia.es
Urgncias
35 O Caminho Francs
8/4/2019 10530 Caminho Frances
19/22
37 O Caminho Francs
A descoberta do sepulcro do apstolo Santiagoo Maior, a princpios do sculo IX, gerou de imediatouma populosa corrente de peregrinao emdireco a este lugar, no qual hoje est acidade galega de Santiago de Compostela.Esta afluncia acabou por formar, desde os mais
diversos pontos de Europa, uma densa rede deitinerrios conhecida, no seu conjunto, como oCaminho de Santiago, ou a Rota Jacobeia.
Os momentos de maior apogeu daperegrinao produziram-se nos sculosXI, XII e XIII com a concesso de determinadasindulgncias espirituais. No entanto,esta corrente manteve-se, com maior ou menorintensidade, ao longo dos restantes sculos.Desde a segunda metade do sculo XX,o Caminho de Santiago vive um novo renascerinternacional que combina o seu tradicionalacervo espiritual e sociocultural com o seupoder de atraco turstica e como renovadolugar de encontro aberto a todo o tipo degentes e culturas.
Tradicionalmente, os perodos de maior afluncia de
peregrinos e visitantes no Caminho coincidem comos Anos Santos Compostelanos, que se celebramcada 6, 5, 6 e 11 anos, mas qualquer ano e momento
idneo para realizar algum itinerrio desta rota e visitara cidade que tem como meta: Compostela.
Os Caminhos de Santi
8/4/2019 10530 Caminho Frances
20/22
O Caminho de Santiago gerou ao longo dos seus doze sculos deexistncia uma extraordinria vitalidade espiritual, cultural e social.Devido sua existncia nasceu a primeira grande rede assistencial daEuropa e foram criados mosteiros, catedrais e novos ncleos urbanos.
Pelo encontro entre gentes de to diversa procedncia que estarota propiciou, surgiu uma cultura baseada no intercmbio abertode ideias e correntes artsticas e sociais, assim como um dinamismosocio-econmico que favoreceu, sobretudo durante a Idade Mdia,o desenvolvimento de diversas zonas de Europa.
A marca do Caminho e dos peregrinos a Compostela reconhecvelnuma infinidade de testemunhos pblicos e privados, em distintasmanifestaes de arte ou, por exemplo, nos mais de mil livros que
nas ltimas dcadas se ocuparam, em todo o mundo, desta senda,obra e patrimnio de todos os europeus.
As vias principais do Caminho de Santiago foram declaradasPrimeiro Itinerrio Cultural Europeu (1987) pelo Conselho deEuropa, Bem Patrimnio da Humanidade pela UNESCO nos seustraados ao longo de Espanha e Frana (1993 e 1998,
respectivamente) e Prmio Prncipe de Astrias daConcrdia 2004, outorgado pela
Fundao Prncipe de Astrias.
Caminho de Europa
8/4/2019 10530 Caminho Frances
21/22
A Pennsula Ibrica formaria parte, segundo
determinados textos antigos, das terras nas quaiso apstolo Santiago predicou o cristianismo. Apsmorrer decapitado na Palestina, por volta do ano 44 d.C.,os seus discpulos, segundo a tradio, trasladaram o seucorpo numa nave at Galiza, uma das terras hispnicasincludas na sua predicao.
Os difceis tempos dos primeiros anos do cristianismoe o despovoamento de grande parte do norte peninsular
teriam levado ao esquecimento do lugar de enterro.No entanto, por volta do ano 820 so descobertos unsrestos que as autoridades eclesisticas e civis consideraramcomo sendo os de Santiago o Maior. Sucede isto numperdido bosque galego e o acontecimento daria lugar aonascimento da actual cidade de Santiago de Compostela.
Convertida na atractiva meta de uma peregrinao quelevava ao sepulcro do nico apstolo de Cristo enterradoem solo europeu, juntamente com So Pedro, em Roma,
a Santiago chegaro, ao longo dos sculos, peregrinos detodas as procedncias e pelos mais diversos itinerrios.
Galiza, o pas de Santiago
40
Devido grande diversidade de procedncias dos peregrinos,iro definindo-se sobre o solo galego seis itinerrios principaisde chegada de toda Europa.
O itinerrio que alcana uma maior concorrncia e relevncia,tanto socio-econmica, como artstica e cultural, o denominadoCaminho Francs, que entra em Espanha, a partir de Frana,pelos montes Pirenus, e na Galiza pelo mtico alto de O Cebreiro.
No entanto, outros cinco itinerrios conseguiram adquirir,mesmo assim, o seu lugar na histria das peregrinaes jacobeias.
Caminhos jacobeus galegos
Caminho Fra
Caminho doVia da Prata
Caminho PoRota do mare rio Ulla
Caminho de
Caminho Ing
Caminho do
Caminho Pr
41 O Caminho Francs
8/4/2019 10530 Caminho Frances
22/22
So os Caminhos Primitivo e do Norte, quealcanaram relevncia nos primeiros tempos
da peregrinao, com dois traados principaisque entram na Galiza pelas Astrias,procedentes do Pas Basco e Cantbria;o Caminho Ingls, seguido sobretudo pelosperegrinos que, partindo do norte de Europae as Ilhas Britnicas chegavam a portos comoos de A Corua e Ferrol; o CaminhoPortugus, que desde o sudoeste da Galizautilizavam os peregrinos procedentes dePortugal; e o Caminho do Sudeste, pelo qualse dirigiam a Santiago os peregrinos que,desde o sul e centro da Pennsula, seguiam apopular Via da Prata, entre Mrida e Astorga,para continuar, por terras de Ourense,em direco a Compostela.
O Cebreiro. Caminho FrancsOseira. Caminho do Sudeste Via da Prata
Compostela e credencial Corunha. Caminho Ingls
Tambm se consideram itinerriosjacobeus, pela sua simbologia histrica,
outros dois. So o Caminho de Fisterra-Muxa, utilizado por determinadosperegrinos medievais que, depois devenerarem a tumba apostlica,se sentiam atrados pela viagem atao cabo Finisterra, o extremo ocidentalda terra naqueles tempos conhecida,e a denominada Rota do mar de Arousae ro Ulla, que rememora o itinerrio peloqual, segundo a tradio, chegaramde barco Galiza os restos mortaisdo Apstolo (s. I).
43 O Caminho Francs
Caminho de