A SÁTIRA E A CRÍTICA SOCIAL
MEMORIAL DO CONVENTO DE JOSÉ SARAMAGO
Andreia Macedo, nº2
Joana Rodrigues, nº5
12º B
INTRODUÇÃO
• José Saramago apresenta uma caricatura
da sociedade portuguesa da época de D. João V.
• A sátira e a crítica social estão presentes ao longo de
toda a obra, muitas vezes aliadas à ironia e ao
sarcasmo.
• Ninguém é poupado, nem mesmo o povo.
SEQUÊNCIA 1:
• Este capítulo é dominado pela ironia, sendo o rei e a rainha descritos caricaturalmente,
numa linguagem engraçada que os destitui do seu estatuto real e os aproxima dos
vulgares mortais. As criticas mais marcantes:
• O machismo: «Que caiba a culpa ao rei, nem pensar, primeiro a esterilidade não é mal
dos homens, das mulheres sim»;
• A passividade das mulheres. Desprovidas de responsabilidade, estão ao serviço dos
homens: «sendo a mulher, naturalmente, vaso de receber”; “O cântaro está à espera da
fonte».
• «Esta cidade, mais que todas, é uma
boca que mastiga de sobejo para um
lado e de escasso para o outro»;
• «A tropa andava descalça e rota,
roubava os lavradores».
Desde o início que o Memorial do Convento se apresenta como uma crítica cheia de
ironia e sarcasmo à opulência do rei e de alguns nobres por oposição à extrema pobreza
do povo.
O adultério e a corrupção dos costumes são alvo de sátira
ao longo da obra. Assim, critica:
• A mulher porque «entre duas igrejas, foi encontrar-
se com um homem»;
• "uns tantos maridos cucos»;
• Os frades que «içam as mulheres para dentro das
celas e com elas se gozam»;
• Os nobres e o próprio rei, até porque este considera
que as freiras o recebem «nas suas camas».
«Lisboa cheira mal,
cheira a podridão, o
incenso dá um
sentido à fetidez, o
mal é dos corpos,
que a alma, essa, é
perfumada»
• Há uma constante denúncia
da Inquisição e dos seus
métodos e uma crítica às
pessoas que fazem festas
graças a autos de fé, onde se
queimam os “condenados”.
• A ignorância do povo
permite-lhes gostar de ver
estes autos de fé.
POVO
• Vitima de critica é o povo português que nada instruído ou informado, facilmente se
deixa manipular pela Igreja, pelos seus mandamentos arcaicos e muito afastados dos
princípios originais do Igreja.
• O povo, miserável e analfabeto, vivia continuamente na esperança de um milagre. E, é
na ignorância, um povo feliz que «desce à rua para ver desfilar a nobreza toda»,
esquecendo que são estes os responsáveis pela sua desgraça.
• Personagem coletiva e anónima, une-se nos vários populares que refletem a miséria,
as péssimas condições de subsistência, a ignorância e a exploração de que são
vítimas.
“todo o mundo puxa com entusiasmo, homens e
bois, pena é que não esteja D. João V no alto da
subida, não há povo que puxe melhor que este.”
• E, no entanto, «este povo habituou-se a viver
com pouco», não é capaz de evidenciar uma
atitude crítica, nem de assumir uma postura
reivindicativa ou de revolta, de tal forma vive
sobre ordens da Igreja, assustado com
atitudes ou pensamentos que possam
significar o julgamento ou o castigo em
autos-de-fé, encarados como diversão, tal
como as touradas.
IGREJA
• A religião era, na época, um verdadeiro ópio popular, a forma sagaz, inteligente e
inebriante de que a Igreja dispunha para manter a ordem e os seus grandes lucros.
• Com esta consciência, a Igreja sabe tirar partido da sua posição de superioridade e
da influência que exerce, funcionando simultaneamente como entretenimento e
tribunal, alertando os mortais para os perigos que correm caso não respeitem os
mandamentos da Santa Igreja.
“embora deus esteja
em todo o lado.”
• A Igreja não dá o exemplo, pois muitos membros do Clero desrespeitam os
votos que fizeram, os seus mais altos dignitários são a personificação da
vaidade, da luxúria, da gula, pecados com que se engana o povo, com o intuito
de o manter ignorante e mais facilmente manipulável.
“se a vida não
tivesse tão boas
coisas como comer
e descansar, não
valia a pena
construir
conventos.”
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