ANTÓNIO BRANCO VASCO | ANTÓNIO PIRESCÉLIA SALES | DANIEL SOUSA | ISABEL SÁ
JOÃO SALGADO | NUNO CONCEIÇÃO | VICTOR CLÁUDIO
KEY-NOTE SPEAKERS
MICHAEL LAMBERT | JOHN NORCROSS
11 E 12MARÇO 2016 ISPA
INSTITUTOUNIVERSITÁRIO
COLÓQUIO INTERNACIONAL
DO FUTUROOS DESAFIOSPSICOTERAPIA
APOIOS:
COLÓQUIO INTERNACIONAL
DO FUTUROOS DESAFIOSPSICOTERAPIA
Cerca de sessenta anos de investigação sistemática em psicoterapia permitiram alcançar uma maturidade de resultados que atestam a sua eficácia e eficiência. Contudo, estas boas notícias relativas à relevância e utilidade da psicoterapia para melhorar o bem-estar, estão envoltas num conjunto de interrogações políticas, sociais e científicas. Por um lado, os tratamentos “empiricamente apoiados” e o uso de manuais de psicoterapia para “tratar” perturbações específicas são uma das vertentes defendidas, baseada numa visão dita, em alguns círculos, mais científica da psicoterapia e essencialmente baseada em ensaios cínicos. Este processo de “urgência empírica” parece associado a uma pressão social e económica, para se identificar o custo-benefício das intervenções psicológicas e psicoterapêuticas, colocando uma exigência para que o campo possa expressar uma dupla evidência: bons resultados com o menor custo possível (temporal e económico). Por outro, tanto a prática clínica como a investigação científica, parecem sugerir, com raras excepções, não existir evidência que apoie a utilização de intervenções específicas baseadas exclusivamente no diagnóstico nosológico (e.g., a classificação catego-rial do Eixo I do DSM para perturbações não-psicóticas só explica cerca de 0 a 2% da variância do resultado) e também que, num número significativo de situações, as pessoas não recuperam o seu bem-estar psicológico com intervenções breves. Neste sentido, as últimas definições da “prática baseada na evidência” não se circunscrevem exclusivamente aos estudos experimentais e aos ensaios clínicos aleatórios, existindo, claramente, abertura para intervenções de natureza transdiagnóstica e transteórica de carácter integrativo. Não obstante esta aparente dicotomia, surge também uma linha de pensamento que defende o recurso a uma prática clínica e de investigação focada no paciente e no uso de sistemas de feedback, que procure incluir e integrar uma visão clínica com práticas baseadas na evidência, que não descurem as variáveis da relação terapêutica (variável intra-terapêutica que mais explica a variância do resultado) e variáveis do paciente para além do diagnóstico (variáveis extra-terapêuticas que mais explicam a variância do resultado). A intervenção psicoterapêutica deve, assim, guiar-se pela responsividade do terapeuta face às caracterís-ticas e necessidades do paciente. Desta forma, a voz do paciente, cliente de um serviço de promoção do seu desenvolvimento e bem-estar, necessita de ser cada vez mais escutada e investigada.
Em simultâneo com os percursos que o campo psicoterapêutico vai trilhando, dois caminhos paralelos parecem circunscrever a sua actividade: o aparente aumento do uso de substâncias medicamentosas e o cada vez maior incremento de intervenções ditas alternativas ou complementares. A visão biológica do sofrimento humano parece sustentar uma visão médica do mal-estar psicológico (apesar de a investigação não apoiar o modelo médico enquanto modelo explicativo da eficácia da psicoterapia), que parece beneficiar um aumento exponencial de consumo de psicofármacos. Esta controvérsia, por exemplo, esteve presente na elaboração do tão controverso DSM-V. O espectro de comportamentos e vivência humanas passíveis de serem consideradas psicopatológicas e, consequente-mente, alvo de abordagem medicamentosa parece não parar de aumentar. Num outro extremo, as abordagens que se auto intitulam “terapêuticas alternativas/complementares,” têm aumentado também o seu campo de acção. Nesta área, questões têm surgido sobre a evidência científica que sustenta estas intervenções e quais os limites e fronteiras entre elas e as intervenções psicoterapêuticas, assim como quais os cuidados a ter na efectivação desta complementaridade.
Mesmo no campo das intervenções ditas psicoterapêuticas parece importante sublinhar que algumas delas parecem ser de duvidosa fundamentação empírica ou terem sido “desacreditadas” em apreciação por peritos.
A psicoterapia, apesar do enorme desenvolvimento científico e clínico obtido nas últimas décadas, parece ainda, saudavelmente, viver num espaço de interrogações e questões estimulantes e entusiasmantes. Como irá evoluir a área que parece dividida, entre os defensores dos tratamentos “empiricamente apoiados,” e entre os clínicos e investigadores que sustentam a primazia dos factores comuns, relação e variáveis não-diagnósticas do paciente? Que respostas dar à urgência social e económica que parece exigir intervenções breves a custo financeiro baixo, quando estes objectivos parecem contradizer as evidência clínicas e científi-cas? Qual a perspectiva que a intervenção psicológica tem de um mundo que parece socorrer-se cada vez mais das soluções medicamentosas? Qual o papel das intervenções alternativas, quais os seus limites e âmbito de acção? O que as separa ou une à psicoterapia? Neste contexto e com estas interrogações presentes, o Colóquio Internacional “Psicoterapia: Os Desafios do Futuro,” procurará estabelecer um espaço de reflexão e de troca de perspectivas, entre investigadores e clínicos, sobre os desafios que se colocam ao futuro da psicoterapia.
COLÓQUIO INTERNACIONAL
DO FUTUROOS DESAFIOSPSICOTERAPIA
COORDENAÇÃO CIENTÍFICAAntónio Branco Vasco/Daniel Sousa
COMISSÃO CIENTÍFICAAntónio Branco Vasco
Daniel SousaIsabel Sá
Victor Cláudio
COMISSÃO ORGANIZADORAAlexandre Vaz
Catarina AlmeidaInês Castro
José CandeiasMaria Pais
Marta AzinheiraSoraia Morais
PARTICIPANTESAntónio Branco Vasco
António PiresCélia Sales
Daniel SousaIsabel Sá
John NorcrossJoão Salgado
Michael LambertNuno Conceição
Victor Cláudio
COLÓQUIO INTERNACIONAL
DO FUTUROOS DESAFIOSPSICOTERAPIA
11 MARÇO 12 MARÇO
8:30H - 9:00H
9:00H - 9:30H
9:30H - 10:30H
10:30H - 11:00H
11:00H - 11:45H
12:00H - 12:45H
13:00H - 14:30H
14:30H - 15:30H
15.30H - 15.45H
15:45H - 16:30H
17:15H - 18:15H
Abertura Mesa Sessão de Boas Vindas
TAILORING THE PSYCHOTHERAPY INTERVENTION TO A SPECIFIC CLIENT Michael Lambert
Co�ee-Break
TERÁ A INVESTIGAÇÃO EM PSICOTERAPIA INFANTIL ATINGIDO A MAIORIDADE?Isabel Sá
IMPORTÂNCIA DA CONCEPTUALIZAÇÃOFASE-A-FASE PARA A PRÁTICADA PSICOTERAPIANuno Conceição e Joana Fojo Ferreira
Almoço
THE FUTURE OF PSYCHOTHERAPY AND DISCREDITED METHODS AND MODELSJohn Norcross
Co�e-Break
SISTEMAS DE FEEDBACK PSICOTERAPIADaniel Sousa e Vítor Amorim Rodrigues EU NECESSITO, TU NECESSITAS,ELE NECESSITA: A IMPORTÂNCIADAS NECESSIDADES PSICOLÓGICAS NA CONCEPTUALIZAÇÃO DE CASOSBranco Vasco, Sofia Lopes, Elisabete Barcelos e Catarina Vaz-Velho
MEDIDAS INDIVIDUALIZADASDA MUDANÇA E DAS EXPERIÊNCIAS DOS PACIENTES: PROMESSASE ILUSÕESCélia Sales
Co�ee-Break
CONVERSAS EM VOLTADA PSICOTERAPIAVictor Cláudio e Cristina Martins
PSICOTERAPIA FOCADANAS EMOÇÕESJoão Salgado e Carla Cunha
PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA: A SÉRIE DE TV “TERAPIA”António Pires e Rui Cintra
THE MAIN FACTORS THAT MAKE PSYCHOTHERAPY WORKMichael Lambert
Encerramento
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