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CURSO – DELEGADO CIVIL Nº29
DATA – 13/03/2015
DISCIPLINA – MEDICINA LEGAL
PROFESSOR – PAULO COEN
MONITOR – SÍLVIA H. FACCION AULA 02
Traumatologia forense:
Conceito: “capítulo da medicina legal no qual se estudam as lesões corporais resultantes de
traumatismos de ordem material ou moral, danosos ao corpo ou à saúde física ou mental.” (Dalton
Croce).
Material: corpo, saúde física, saúde mental;
Moral: trauma emocional.
Planos de estudo: informações passadas sem imagem, para determinar a localização da lesão.
O corpo foi dividido em fragmentos e sub fragmentos:
EMENTA:
Na aula de hoje serão abordados os seguintes pontos:
Traumatologia forense;
Energias de origem;
Instrumentos Mecânicos;
Energias de ordem física;
Energias de ordem química;
Energias de ordem físico- química;
Energias de ordem bioquímica;
Energias de ordem biodinâmica;
Energias de ordem mista.
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Sagital;
Frontal; Transversal.
Medial;
Lateral.
Cefálico;
Caudal.
Ventral;
Dorsal.
Proximal;
Distal.
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Energias:
De ordem mecânica (é o mais comum);
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De ordem física;
De ordem química;
De ordem físico- química;
De ordem bioquímica;
De ordem biodinâmica; De ordem mista.
Energias de ordem mecânica:
Armas:
Propriamente ditas: Ex.: Revólveres;
Naturais: recursos do corpo: braço, pernas, etc. São todos os atributos do corpo humano.
Eventuais: tesoura, caneta, etc.
Maquinismos e peças de máquinas;
Animais;
Outros meios.
Instrumentos mecânicos: Relação entre o corpo e o instrumento.
Meio ativo: o instrumento atinge a pessoa (instrumento corpo). Ex.: veículo em
movimento atropela uma pessoa;
Meio passivo: o corpo atinge o instrumento;
Meio misto: instrumento em movimento vai ao encontro do corpo em movimento. Ex.: um
veículo em movimento se choca com um ciclista também em movimento.
Classificação dos instrumentos mecânicos:
De ação simples: quando ele atua/ funciona de um único modo.
Perfurantes ou punctórios: profere lesão mediante perfuração;
Cortantes: profere lesão pelo corte;
Contundentes: profere lesão por choque, pressão.
De ação composta:
Pérfuro- cortante: instrumento que perfura e corta;
Pérfuro- contundente: instrumento que contunde e depois perfura;
Corto-contundente: instrumento que produz uma pancada e um corte;
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“Lacerantes ou dilacerantes”: formalmente não existe na doutrina, foi criado pelos peritos
para se referirem a lesões de grande extensão.
Leis de Filhós e Langer:
1° Leis Filhós “as soluções de continuidade (pele) são feridas semelhantes ás produzidaspor instrumento de 02 cortes”. (Ex.: Parece que o ferimento foi produzido por uma faca de
02 gumes, mas não necessariamente, pois por baixo da pele tem músculo e eles puxam
em determinado sentido, e esse sentido que vai dar a conformação do segmento).
2° Lei de filhós: “na mesma região, o eixo da solução de continuidade (pele) está
orientado sempre no mesmo sentido, o que permite distinguir a lesão de outra que tivesse
sido produzida por instrumento de 02 cortes”.
Lei de Langer: “linhas de clivagem de Langer”: em certas regiões onde há cruzamento de
fibrilas, o afastamento das bordas da região assume aspecto de ponta de seta, triângulo ou
mesmo de quadrilátero.
Obs.: a forma do instrumento não necessariamente será igual à forma da lesão, devido às linhas
de tensão da pele. (Ex.: arma redonda e ferimento oval).
Instrumentos perfurantes:
Agem por pressão exercida em um ponto: lesão mais profunda e larga;
Instrumentos finos, longos, pontiagudos;
Ferimentos: pequena repercussão na superfície corpórea, mas de grande profundidade
(ex.: perfuração de agulha);
Separam as fibras, sem seccioná-las (cortar);
Produzem lesões punctórias.
Instrumentos cortantes:
Meio de ação: pressão e deslizamento sobre a pele;
Produzem lesões incisas;
Obs.: Em um corte pode haver a cauda de escoriação (risco antes do corte propriamente dito).
Ocorrência:
Defesa: mãos e braços (contra arma branca);
Suicídio: (pulsos e pescoços).
Produzidos contra as linhas de força da pele: há grande afastamento das bordas.
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Contusão cerebral: convulsões e espasmos;
Compressão cerebral: pode haver intervalo lúcido;
Síndrome pós- concussão: (ex.: sujeito leva pancada na cabeça, mas está lúcido,
conversando, após um tempo ele cai, é o tempo que o cérebro levou para reagir ao
problema. Pessoas que passam por esse trauma, pode ter mudança de comportamento –
chamado de síndrome pós- concussão).
Nos ossos:
Contusão óssea;
Fraturas;
Nas articulações: luxação (é a junta sair da dobradiça) e entorse (simples torção).
Em geral:
Na coluna vertebral;
No tórax;
No abdome;
Nas artérias.
Escoriações:
Lembrar do espectro equimótico;
Distingue tempo de evolução da lesão;
Distingue acidente único ou lesões continuadas.
Síndrome pós- concussão:
Pode ocorrer em TCEs, mesmo sem sinais de danos;
Cursa com alterações de personalidade.
Feridas contusas costumam (mas não é obrigatório) assumir a conformação do
instrumento.
Instrumentos pérfuro-cortantes:
Dotados de pelo menos: 01 ponta, 01 lâmina (gume);
Produzem lesões pérfuro-incisas (geralmente são mais profundas do que largas);
No abdome pode produzir:
Evisceração (várias lesões com um único golpe. Ex.: saída das vísceras);
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Lesões em acordeão (várias lesões com único golpe).
Instrumentos pérfuro-contundentes:
Agem inicialmente por pressão em uma superfície para depois perfurá-la (uma pancada
com grande força para poder perfurar). As lesões são chamadas pérfuro-contusas.
Instrumentos de forma cilíndrico- ogival (Exemplo típico: projétil de arma de fogo).
Instrumentos corto-contundentes:
Ferem por pressão sobre uma linha (não tem fio suficiente para cortar, cortando somente
com grande pressão, formando uma equimose, desde que a pessoa viva tempo suficiente
para que a equimose se forme – ex.: Machado); Produzem lesões corto-contusas;
Distingue-se dos incisos pela zona de contusão ao longo das bordas (ex.: machado,
facão).
Instrumentos lacerantes e dilacerantes:
Comum designar-se assim ferimentos provenientes de precipitações ou acidentes de
trânsito;
Não existem “instrumentos/ ferimentos dilacerantes” como categoria científica, sendo uma
forma de descrição para grandes soluções de continuidade produzidas por instrumentos
contundentes;
Outras designações dos ferimentos encontradas em laudo:
Ferimentos dilacerantes;
Ferimentos contuso-dilacerantes;
Ferimentos pérfuro-dilacerantes;
Ferimentos corto-dilacerantes.
Ação Instrumento Lesão Exemplo
Simples
Perfurante Punctória Agulha, estilete
Cortante Incisa Navalha
Contundente Contusa Mãos, tijolo
Composta
Pérfuro- cortante Pérfuro- incisa Faca
Pérfuro- contundente Pérfuro- contusa Projétil de arma de
fogoCorto- contundente Corto- contusa Machado
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Obs.: mesmo pertencendo a uma categoria, um instrumento pode produzir ferimento de natureza
diversa.
Ferimentos produzidos por projéteis de arma de fogo (pérfuro-contusos):
Unitários ou múltiplos (balins); Ferimentos de entrada e saída (se houver, pois não é obrigatória a transfixação do projétil
pelo corpo);
Trajeto do projétil no interior do corpo, o caminho que percorre dentro do corpo da vítima;
(diferente de trajetória que é a linha da bala, desde a arma de fogo até a chegar à vítima);
Descrição das lesões internas;
Orientação do disparo em relação á posição do corpo;
Distancia provável do disparo.
Obs.: Os peritos dizem que a munição não deflagrada é projétil e depois de deflagrada é projetil.
Ferimentos produzidos por projéteis de arma de fogo:
Ferimentos de entrada variam com:
Tipo de munição: projetil único ou projetil múltiplo (balins);
Ângulo de incidência: Se o ângulo não for perpendicular o ferimento pode possuir a
chamada cauda de escoriação; Distância em que foi efetuado o disparo;
“Sinal de Werkgaertner”: é o tiro encostado;
Obs.: orifício pequeno não quer dizer arma de baixo calibre, pois a pele é elástica.
Balins: projéteis múltiplos com perda de substância. Pode pr ovocar o chamado “rosa do
tiro”.
Ferimentos de saída (quando houver):
Só ocorrem se houver transfixamento do corpo;
Importância somente para determinar a trajetória;
Não tem características próprias;
Geralmente irregular (deformação do projétil);
Bordas evertidas (viradas para fora), (principalmente velocidade > 750 m/s), mas tem
exceções.
Ferimentos produzidos por projéteis unitários:
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Lesão de entrada, geralmente circular ou elíptica (ângulo);
Formato atípico: atingiu outro alvo antes do corpo “formato de D”; atingiu tangencialmente
a pele, escoriação alongada;
Diâmetro não determina o calibre da arma;
Bordas invertidas (em regra para dentro, mas nem sempre);
Apresentam orlas (ou halos) e zonas, caracterizam a distância. Dão a característica
provável da distância. As zonas só aparecem dependendo da distância, já orlas/ halos
estarão sempre presentes.
Orlas ou halos:
Motivo da formação: existência de 02 camadas na pele, com espessura e elasticidade
diferentes.
Tipos:
Contusão: pequena equimose, embate do projétil com capilares da pele. Halo róseo
circundando orifício de entrada.
Escoriação: provocado por ruptura e retração da epiderme (que é menos flexível que a
derme), após passagem do projétil pequena exposição da derme;
Enxugo: restos de pólvora, fuligem, impurezas que o projétil “enxuga” na derme ao
atravessá-la. Anel enegrecido que costuma encobrir a orla de escoriação.
A presença das três independe da distância do disparo.
Somente a orla de enxugo é característica dos ferimentos por arma de fogo (não
aparece em armas de ar comprimido).
Zonas:
Devem-se aos gases em alta temperatura, pequenos grãos de pólvora, micropartículas
metálicas e fumaça que acompanha o projétil;
Quando existe, dá para determinar aproximadamente à distância (vai até em torno de nomáximo 50 cm entre a arma e o corpo);
Possuindo massa menor que o projétil vão a apenas alguns centímetros além da boca do
cano, sendo, determinantes da distância do disparo.
Tipos de zonas:
Chamuscamento (tiro a queima roupa):
Queimadura na pele, pela chama que sai do cano;
Disparos em torno de 05 cm de distância do alvo.
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Esfumaçamento:
Depósito da fumaça do disparo, que se deposita ao redor do ferimento de entrada;
Única das 03 que é removível com agua;
Para disparos de até 30 cm do alvo.
Tatuagem:
Pelos grãos de pólvoras e partículas metálicas;
Constituem projéteis secundários, incrustando-se na pele;
Para disparos de até 50 cm do alvo.
Obs.: acima de 50 cm (tiro a distância) somente percebem-se as orlas.
Disparos encostados:
Duas situações distintas:
Atingindo partes mole:
As 03 zonas ficam no interior do corpo, orifício de entrada mantém configuração circular ou
elíptica;
Dependendo da pressão exercida pode permanecer marca do cano da arma na pele (sinalde Werkgaertner);
Comum em suicídios.
Atingindo osso:
Projétil pode perfurar tabua óssea, os gases e micropartículas não;
Deslocamento de tecidos: “explosão” de dentro para fora;
Câmara de mina ou Câmara de Hoffmann: forma pelo refluxo dos gases; conformação
estrelada e bordos evertidas.
Sinal de Benassi: negro de fumo depositado na superfície externa da lâmina óssea
craniana, no orifício de entrada, comum nos casos de suicídio (que assumem forma
estrelada) impregnação de pólvora e chumbo na tábua óssea do crânio nos tiros
disparados à curta distância ou encostados.
Disparos em ossos:
Fragmentos: esquírolas ósseas (projéteis secundários);
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Consequência: possibilidade de mais de um orifício de saída;
Sinal do funil de Bonnet: fácil distinção dos orifícios de entrada e saída devido ao cone da
dispersão.
Determinação da distância do tiro:
Baseado na análise das orlas e zonas (quando possível);
Homicídio x suicídio, por exemplo;
Necessita da arma e da munição utilizadas para perícia;
> 50 cm, tiro à distância;
Deve-se atentar também para o vestuário cobrindo a região atingida (por vezes a pele
acaba por receber somente o projétil), importância da preservação do local do crime;
Projéteis múltiplos: a distância depende do cone da dispersão;
Sem a arma para testes há grande restrição nessa avaliação.
Distância Orla Zonas
////////////// Contusão Escoriação Enxugo Chamuscamento Esfumaçamento Tatuagem
Até 05 cm X X X X X5 a 10 cm X X X X X10 a 30 cm X X X X X Até 50 cm X X X X+ 50 cm X X X
Tiros à distância
Energias de ordem física:
Temperatura;
Pressão atmosférica;
Eletricidade;
Radioatividade;
Luz;
Som.
Calor:
Lesões:
“Calor frio” perda do calor para o meio ambiente
“Calor quente”:
Difuso: termonoses: insolação e intermação (envolve questão de ambiente de calor, por
exemplo, usinas/ fornos);
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Direto: queimaduras;
Oscilações de temperatura ou choque térmico.
“Calor frio”:
Geladuras: lesões produzidas pelo frio.
Graus:
1° eritema – estase: palidez inicial e rubor secundário;
2° flictenas – estase: transudação + formação de bolhas;
3° necrose (gangrena) coagulação intravascular + morte tecidual.
31 °C (para o corpo humano): temperatura mínima compatível com a vida.
Hipóteses:
Acidentais: exposição a temperaturas atmosféricas muito baixas (países frios);
Brasil questão trabalhista: câmaras frigoríficas/ H2 líquido;
Crime: abandono de menor/maus tratos a idoso.
“Calor quente”:
Difuso: Não atinge a vitima apenas, mas o meio ambiente como um todo; Formas – termonoses:
Insolação: raios de sol sobre o corpo;
Intermação: superaquecimento do organismo por elevação natural ou não da temperatura
do ambiente; obstrução dos mecanismos de troca calórica (corpo – meio).
Obs.: desidratação perda de água do organismo (por sudorese, distúrbios digestivos, renais,
respiratórios).
Direto: queimaduras: lesões produzidas quando o calor atinge diretamente o organismo;
Classificação (Queimaduras):
Quanto à intensidade: escala de Lussena/ Hoffmann:
1° grau: leve, simples formação de eritemas (sinais de Christinson);
2° grau: formação de flictenas sobre as áreas de eritema (sinal de Chambert)
3° grau: formação de escaras por atingir derme e tecidos adjacentes;
4° grau: carbonização (Sinal de Devergie).
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Obs.: sinal de Montalti: é a alta taxa de óxido de carbono, fuligem e fumaça nas vias respiratórias,
adquiridas através da respiração durante e incêndio.
Quanto à extensão:
% de comprometimento da superfície corpórea; Importam: importância vital da área atingida, idade da vitima;
Grande queimado: se adulto 20% da superfície; se criança/ idoso de 5 a 10%. Se atinge:
face, mãos, pé e órgãos genitais, é sempre considerado grave, pois são áreas nobres do
corpo.
Regra dos “nove” de Pulaski e Tenninson/Wallace:
Divide o corpo em áreas correspondentes a 9% para avaliar a área atingida;
Varia quando se refere à criança;
Prognóstico favorável em queimaduras graves: até 50% da área atingida;
Se criança: queimaduras de 2°/3° grau atingindo 35-40% - reservado.
Carbonização: posição do “boxeador” (ou sinal de Devergie):
Redução de volume/peso corporal;
Exposição da arcada dentaria;
Abertura dos olhos;
Flexão dos membros.
Pressão atmosférica:
Principais BAROPATIAS:
Por diminuição da pressão: “Mal das montanhas” ou “dos aviadores”;
Rarefação do ar em grandes altitudes (entre 4600 e 6100 m); Rápida poliglobulia compensatória: taquicardia, náuseas, desmaios, morte
(eventualmente);
6100m: rápida perda do controle muscular + morte;
Natureza jurídica: geralmente acidental.
Por elevação da pressão: “Mal dos caixões ou dos escafandristas”:
Causa jurídica habitualmente acidental, mergulhadores, trabalhadores em túneis, poços,
etc.;
Quando mergulhador retorna muito rapidamente a superfície;
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Cada 10m de profundidade acréscimo de pressão = 1 atm.;
Intoxicação por O2, N2, CO2;
Descompressão pode causar desde vertigens passageiras a hemorragias internas,
edemas pulmonares, embolia gasosa e morte;
Existem tabelas de descompressão para indicar o tempo correto de ascensão.
Eletricidade:
Lesões conforme a origem da energia:
Natural ou cósmica:
Fulminação = morte;
Fulguração = lesões corporais.
Artificial ou industrial:
Eletroplessão acidental = morte e lesões corporais;
Eletrocussão: execução de condenado.
Energia Natural (raios):
Local de entrada lesões de aspecto arboriforme (sinal de Lichtemberg- no caso de lesãosem morte/ parecem ramificações na pele);
Internamente: pode produzir hemorragias e até fraturas;
Local de saída: geralmente nos pés (natural e na artificial);
Presença de queimaduras elétricas pela passagem da corrente pelo corpo.
Energia artificial:
Lesão de entrada: marca elétrica de Jellinek: forma circular, elíptica ou estrelada com
consistência endurecida, bordas altas, leito deprimido, tonalidade branco-amarelada, fixa,
indolor e asséptica.
Ferimento indolor com forma do condutor que originou a descarga.
As queimaduras elétricas são resultantes do calor de uma corrente.
Metalização elétrica: destacamento da pele, com fundo da lesão impregnado de partículas
da fusão e vaporização dos condutores elétricos.
Causas da morte por eletricidade:
Morte pulmonar (asfixia: afeta músculos respiratórios): 120 e 1200 V.
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Morte cardíaca: arritmia (FA) tensões < 120 V.
Morte cerebral: (lesões estruturais e hemorragias) tensões ≥ 1200 V;
Obs.: Marca de Piacentino: hemorragia no 3° e 4° ventrículos morte por eletroplessão.
Radioatividade: Raios x, rádio, energia atômica;
Produção de raios alfa, beta e gama;
Alterações genéticas;
Cânceres;
Alterações na espermatogênese;
Hemorragias diversas por alterações das células sanguíneas.
Luz
Lesões variam com intensidade da luz aplicada:
Pode causar cegueira;
Influir no psiquismo humano (tortura – 3° grau);
Epilepsia fotossensível.
Som:
Ondas sonoras:
Propagações de distúrbio mecânico através de um meio elástico (ar);
Compreendem: frequência (n° vibrações/minutos); amplitude: intensidade do som.
Decibéis: intensidade do som:
Som pode afetar o ouvido humano tanto:
Pela intensidade: >160 dB: surdez imediata;
Pelo tempo: exposição prolongada a sons de menor intensidade.
Atividades que expõe trabalhadores a níveis de ruído contínuo ou intermitente >115 dB ou
de impacto >140 dB sem proteção: risco grave e iminente.
Energias de ordem química:
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Atuam nos tecidos vivos através de substâncias que provocam alterações de natureza
somática, fisiológica ou psíquica, podendo levar à morte.
Cáusticos (corrosivos): coagulantes, liquefacientes. Provocam profunda desorganização
nos tecidos vivos por:
Desidratação (coagulantes);
Dissolução dos minerais (liquefacientes);
Vitriolagem: lesões cutâneas e viscerais por eles provocadas (vitríolo = ácido sulfúrico).
Venenos ou tóxicos:
Substâncias de qualquer natureza que uma vez introduzidas, assimiladas e metabolizadas
pelo organismo podem levar a danos da saúde física ou psíquica, inclusive a morte;
“Substâncias que quando introduzidas no organismo em quantidades relativamente
pequenas e agindo quimicamente, são capazes de produzir lesões graves a saúde, no
caso do indivíduo comum e no gozo de relativa saúde.” (Delton Croce);
Quaisquer substâncias da natureza podem atuar como tóxicas (até a água);
Nem todas podem ser consideradas como tal: tóxico X toxicidade;
Toxicidade: capacidade inerente de uma substância de produzir risco ou perigo ao
organismo.
Em toxicologia são estudadas apenas as poucas substâncias que tem essa característica.
Etiologia jurídica dos envenenamentos:
Todas 03 necessitam de perícia:
Acidental;
Homicida;
Suicida.
Venenos de origem alimentar:
Envenenamentos: vítima ingere veneno supondo ser alimento (ex.: baiacu);
Intoxicações alimentares: alimento em si não é nocivo à saúde, mas está contaminado
com substâncias nocivas ou micro-organismos.
Diagnósticos:
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Perito baseia-se no critério físico- químico ou toxicológico associado ao critério médico-
legal.
Isolar/ identificar/ dosar no sangue, urina, vísceras, tecidos as substâncias suspeitas e
fundamentar suas deduções na ausência de outras lesões (necropsia).
Aspectos de relevância jurídica:
É meio insidioso, art. 121 § 2º, III, CPP, qualificadora;
Art. 121. Matar alguém:
§ 2º Se o homicídio é cometido:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
Quem solicita análise toxicológica:
Magistrado; Delegado que preside o inquérito policial;
Perito que avaliou a pessoa (viva ou morta).
Havendo suspeitas de envenenamento é dever do médico da vítima preservar qualquer
indício que possa esclarecer (urina, vômito, sangue, alimento). Art. 170, CPP.
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a
eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com
provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.
Energias de ordem físico- química:
Asfixiologia forense:
Asfixia = supressão da respiração;
AR: -21% O2 / 78% N2 / 0,03% CO2:
Taxa de O2 alveolar é de 17%, pois 4% do O2 é retido nas vias aéreas superiores;
Com 7% de O2 já se observam perturbações orgânicas relativamente graves;
3% leva a morte por hipercapnia.
Eupneia: respiração normal (16/min no adulto).
Dispneia: respiração forçada, difícil.
Ortopneia: dispneia intensa que obriga o indivíduo a sentar-se.
Apneia: pausa ou suspensão da respiração.
Asfixia- fases:
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1a Fase de irritação - período de:
dispneia respiratória;
dispneia expiratória.
2a Fase esgotamento - período de:
Inicial apneico ou de morte aparente;
Terminal.
Se não houver morte após a última fase podem resultar perturbações psíquicas (amnésia)
ou neurológicas (convulsões).
Asfixia – interesse jurídico – classificação:
Asfixias:
Por constrição do pescoço:
Enforcamento;
Esganadura;
Estrangulamento.
Por sufocação:
Direta ou ativa:
Soterramento;
Confinamento;
Oclusão dos orifícios das vias aéreas;
Oclusão das vias aéreas.
Indireta ou passiva: compressão do tórax.
Por colocação da vítima em:
Meio líquido- afogamento;
Ambiente de gases irrespiráveis.
Asfixias:
Primitivas: quanto ao tempo (são a causa primária da morte);
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Violentas: quanto ao modo;
Mecânicas: quanto ao meio (mas a causa da morte é físico- química e o meio de pratica-la
é mecânico).
Consideradas como meio cruel (art. 121 §2º, III, CP) – qualificadora.
Características das asfixias mecânicas:
Sinais externos Sinais internos
Cianose da pele Equimoses viscerais (Tardieu)
Equimose das conjuntivas Congestão das vísceras
Escuma da boca (afogado verdadeiro) Fluidez sanguínea
Resfriamento cadavérico lento
Obs.: nos casos de afogamento o cérebro envia mais sangue para os órgãos internos, ou seja, o
afogado verdadeiro a pele fica azul, por falta de oxigênio.
Manchas de Tardieu: equimoses viscerais, manchas avermelhadas encontradas em quase
todos os tipos de asfixias mecânicas, principalmente nos pulmões: ruptura de capilares
pela alta pressão arterial provocada pelo aumento de CO2 no sangue (esse nome é
utilizado para os asfixiados em geral).
Obs: nos afogados ocorrem também equimoses viscerais, chamada Manchas de Paltauf(esse
nome é utilizado somente para afogamentos).
Morte por enforcamento:
Constrição do pescoço por baraço mecânico tracionado pela força- peso do próprio corpo.
Formas: acidental/ criminosa/ execução.
Sulco- características:
Oblíquo;
Descontinuo (interrompido na altura do nó);
Desigualmente profundo;
Assume a característica do meio.
Sinais relativos ao sulco do enforcamento:
Sinal de Ponsold: livores cadavéricos, em placas, por cima e por baixo das bordas do
sulco;
Sinal de Neyding: infiltrações hemorrágicas puntiformes no fundo do sulco;
Sinal de Ambroise Paré: pele enrugada e escoriada do fundo do sulco;
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Sinal de Lesser: vesículas sanguinolentas no fundo do sulco.
Nó: nem sempre necessário: basta meio que produza constrição dos vasos laterais do
pescoço, de forma a interromper a circulação sanguínea.
F. Fávero:
Bastam 2 kg para obliterar as veias jugulares;
Bastam 5 kg para obliterar as artérias carótidas;
Traqueia se fecha com 15 kg
Artérias vertebrais são comprimidas com 25 kg.
Obs.: o enforcado não precisa estar necessariamente pendurado, com os pés fora do chão.
Não há necessidade de suspensão completa do corpo no ar para que a morte ocorra. Não há obrigatoriedade de fratura do osso hióide, é o sinal de Morgagni – Valsalva- Orfila
Roemer.
Mecanismos da morte no enforcamento:
Asfixia mecânica: constrição do pescoço oblitera vias aéreas (pela falta do ar);
Inibição: constrição lesa vasos e seios carotídeos; PCR (pela falta de sangue);
Obstrução da circulação para o cérebro (irritação dos nervos).
Fisiopatologia da morte por enforcamento:
Período inicial: constrição do feixe vásculo- nervoso do pescoço – zumbidos, calor, perda
rápida de consciência;
Segundo período: respiratório, obstrução das vias aéreas – convulsões, paralisia do
pneumogástrico;
Terceiro período: apneia, parada cardíaca, morte.
Estrangulamento:
Constrição do pescoço por baraço mecânico (corda), acionado por força estranha ao peso
do próprio corpo.
Sulco:
Transversal e horizontal: eventualmente oblíquo;
Profundidade contínua e homogênea: não há o nó.
Causas da morte semelhantes às do enforcamento – ocorrência:
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Homicídio (mais comum);
Suicídio, torniquete (raro);
Execução (garrote, vil).
Esganadura:
Asfixia mecânica pela constrição ântero- lateral do pescoço, produzida pela ação direta
das mãos do agente:
Não há sulcos, marcas ou estigmas ungueais (marca da unha na pele), escoriações,
equimoses e hematomas;
Ocasionalmente há fratura do hióide;
Causa da morte: inibição nervosa (inibição ou choque vagal) mais que a asfixia
propriamente dita; Ocorrência: homicídio (incluindo infanticídio e crimes sexuais).
Sufocação:
Asfixia mecânica decorrente do bloqueio direto das vias respiratória, ou indireto, impedindo
a penetração de ar.
Direta:
Obstrução dos orifícios externos respiratórios;
Obstrução das vias respiratórias: geralmente acidental, aspiração de corpos estranhos;
Soterramento: geralmente acidental. Colocação da vítima em meio sólido ou poeirento;
Confinamento: Vítima presa em ambiente fechados impedindo troca de ar.
Indiretas: compressão do tórax: Compressão da caixa torácica (acidentes ou homicídio).
Afogamento:
Modalidade de asfixia mecânica em que há penetração de líquido nas vias aéreas.
Não há necessidade de imersão total do corpo.
Ocorrência: acidental (maioria), homicídio, suicídios e execução.
“Afogado azul” e “Afogado branco”:
Azul: afogado verdadeiro, vítima atirada com vida na água;
Branco: Afogado branco de Parout ou falso afogado. Simulação: vítima jogada na água já
sem vida. Não tem os sinais característicos do afogado, perícia faz a distinção.
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Sinais externos
Cianose da face Aparece na maior parte de todas as asfixias.
Pele anserina Ou “pele de galinha” corresponde ao
eriçamento dos pelos – Sinal de Bernet
Maceração da pele A epiderme fica infiltrada de água
principalmente as mãos e os pés.
Plâncton nas mãos e unhas Pela presença desses materiais no meio líquido
onde ocorreu.
Lesões de arrasto (Simonin) Pelo embate do corpo no leito do curso da
água (onde há correnteza).
Retração dos mamilos, testículos e pênis Pela baixa temperatura da água e o choque
térmico provocado.Rigidez cadavérica precoce
Procidência da língua Que não é um sinal exclusivo dos afogados ,mas aparece com frequência nas asfixias
mecânicas.
Cabeça de negro A cabeça dos afogados em adiantado estado
de putrefação adquire uma coloração verde
escuro.
Sinais internosDiluição do sangue A ingestão de grande quantidade de água
acaba por fluidificar o sangue do equilíbrio
osmótico rompido.
Cogumelo de escuma O plasma sanguíneo passa para o alvéolo e há
grande formação de escuma que sai pela boca.
Manchas de Paltauf Produzidas pela ação hemolítica da água,
criando hemorragias pleurais. Nada mais são
que as manchas de Tardieu.
Plâncton e água nas vias respiratórias e
digestivas
Pela aspiração e ingestão de grande
quantidade de líquido.
Presença de líquido no ouvido médio
Imersão em atmosferas de gases irrespiráveis:
Considerar também os líquidos nebulizados e os fumos.
Grande diversidade de substâncias, em diversas situações, exemplos:
Guerra:
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Irritante dos olhos (gás lacrimogêneo);
Irritantes respiratórios (esternulatórios);
Cáusticos dos pulmões: sufocantes;
Cáusticos da pele: vesicantes.
Gases tóxicos.
Domésticos:
Amoníaco;
Monóxido de Carbono;
Voláteis de limpeza doméstica;
Profissionais:
Vapores nitrosos;
Metano (gás dos pântanos);
Fumos de metais;
Alumínio ou chumbo.
Anestésicos: Clorofórmio, éter, nitroso, cloreto de etila, protoxido de nitrogênio.
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