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ESTUDOS HIDROGEOLGICOS E
HIDROGEOQUMICOS PARA A MINACRREGO DO STIO
ETAPA 2 REGIME TRANSITRIO
AG649-08-C-GE-RT-15-014-00
Maro de 2009
Enviado para Anglogold Ashanti
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HIDROGEOQUMICOSETAPA 2
REGIME TRANSITRIO N BVP: AG649-08-C-GE-RT-15-014REV.
00
NDICE
1. INTRODUO.....................................................................................................3
2. INFORMAES ANTERIORES..........................................................................3
3. CARACTERIZAO DA REA DE INTERESSE...............................................3
3.1 Aspectos Fisiogrficos......................................................................................3
3.1.1 Relevo e Hidrografia..................................................................................3
3.1.2 Uso e Ocupao do Solo...........................................................................3
3.1.3 Macro-Clima (Segundo Kppen) ...............................................................3
3.1.4 Normais Climatolgicas.............................................................................3
3.1.5 Distribuio da gua .................................................................................3
3.1.6 Vegetao .................................................................................................3
3.2 Geologia Local (extrado de GOLDER ASSOCIATES, 2004)...........................3
3.2.1 Aspetos Hidrogeolgicos...........................................................................3
3.3 Hidrogeologia Local...........................................................................................3
3.3.1 Hidroestratigrafia .......................................................................................3
3.3.2 Hidroestrutura............................................................................................3
3.4 Impactos Antropognicos.................................................................................3
3.4.1 Bombeamento da Mina Subterrnea.........................................................3
3.4.2 Monitoramento dos Nveis das guas Subterrneas.................................3
3.4.3 Monitoramento das guas Superficiais .....................................................3
4. MODELO HIDROGEOLGICO CONCEITUAL ..................................................3
4.1 Cenrio BASELINE .........................................................................................3
4.2 Cenrio 2008.......................................................................................................3
4.3 Cenrio 2023.......................................................................................................3
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REGIME TRANSITRIO N BVP: AG649-08-C-GE-RT-15-014REV.
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5. MODELO HIDROGEOLGICO NUMRICO ......................................................3
5.1 Domnio e Malha do Modelo..............................................................................3
5.2 Cdigo do Modelo..............................................................................................3
5.3 Condies de Contorno.....................................................................................3
5.4 Propriedades do Aqfero .................................................................................3
5.5 Planejamento da Mina SubterrneA ................................................................3
5.6 Calibrao do Modelo - Regime Permanente ..................................................3
6. MODELO TRANSITRIO....................................................................................3
6.1 Construo do Modelo Transitrio...................................................................3
6.1.1 Armazenamento ........................................................................................3
6.1.2 Plano de Lavra ..........................................................................................3
6.1.3 Ajustes na Recarga ...................................................................................3
6.2 Calibrao do Modelo Transitrio....................................................................3
6.2.1 Desaguamento da Mina ............................................................................3
6.2.2 Nveis de gua dos Piezmetros...............................................................3
6.2.3 Balano de Massa.....................................................................................3
6.3 Previses do Modelo Transitrio (Resultados)...............................................3
6.3.1 Projeo do Desaguamento da Mina ........................................................3
6.3.2 Projeo dos Nveis de gua ....................................................................3
6.3.3 Projeo das Vazes nas Nascentes da Comunidade Sumidouro ...........3
6.3.4 Projeo das Superfcies Potenciomtricas ..............................................3
7. SUMRIO CONCLUSIVO ...................................................................................3
8. RECOMENDAES............................................................................................3
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REGIME TRANSITRIO N BVP: AG649-08-C-GE-RT-15-014REV.
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1. INTRODUO
Este relatrio tem como principal finalidade apresentar os resultados da Etapa 2 dos
Estudos Hidrogeolgicos e Hidrogeoqumicos para a Mina Crrego do Stio, que
contempla as modelagens hidrogeolgicas conceituais e numricas na regio da
Mina Crrego do Stio e adjacncias, em regime permanente e transitrio, dados os
cenrios: anterior implantao do empreendimento ou baseline; o atual, referente
ao ano corrente, 2008; e o equivalente desativao, vlido para o ano de 2023,
quando se prev o encerramento da produo da mina. Nesse sentido, informa-se
tambm que as modelagens em regime transitrio levaram em conta todo o perodo
que se estende desde 2002 at 2023.
A Mina Crrego do Stio um empreendimento da AngloGold Ashanti Brasil
Minerao (AngloGold), situado no municpio de Santa Brbara, estado de Minas
Gerais, destinado extrao e beneficiamento de ouro.
O encerramento da extrao do minrio a cu aberto est previsto para 2010. Sendoassim, a AngloGold j iniciou a abertura de rampas exploratrias, com o intuito de
analisar a viabilidade tcnica e econmica do desenvolvimento de uma mina
subterrnea, o que promoveria a continuidade de sua produo de ouro na regio de
Crrego do Stio.
Frente a isso, a AngloGold contratou a BVP Engenharia (BVP) para avaliar os
impactos potenciais do avano dessa mina subterrnea, no tocante ao regime
hidrogeolgico e hidrogeoqumico local. O escopo total da avaliao contemplaespecialmente o fornecimento de uma ferramenta computacional gil e eficiente,
capaz de nortear o planejamento das operaes da mina naquilo que tange aos
seguintes aspectos:
Realizao de modelagens hidrogeolgicas, identificando-se reas de
influncia e zonas de recarga, circulao e descarga de gua subterrnea na
bacia hidrogrfica que compreende o empreendimento em Crrego do Stio.
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REGIME TRANSITRIO N BVP: AG649-08-C-GE-RT-15-014REV.
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Anlise da interao da gua superficial e subterrnea e estimativa da entrada
de fluxo de gua na mina at a sua desativao. Essa estimativa repercute
diretamente na solicitao de outorga de desaguamento da mina.
Avaliao e relato das condies hidrogeoqumicas da rea da pilha de
lixiviao, depsito de rejeito e pilhas de estril, visando adequada
desativao do empreendimento.
Avaliao das interferncias da barragem e da Cava Cachorro Bravo nosistema de fluxo superficial e subterrneo.
Avaliao dos possveis impactos ambientais e recomendao de um plano de
ao para a sua mitigao.
Destaca-se oportunamente a ateno especial que a BVP deve dar anlise dos
possveis impactos do empreendimento na qualidade e quantidade da gua
disponvel Comunidade Sumidouro, situada prximo Mina Crrego do Stio,
conforme evidencia o Desenho AG649-08-C-GE-DE-01-016 do Anexo 2. Este
desenho apresenta a locao das nascentes, previamente mapeadas na rea da
referida comunidade pela equipe da AngloGold.
Sendo assim, em linhas gerais, este relatrio se apresenta da seguinte forma:
Inicialmente, apresentada a base de dados que a AngloGold disponibilizou
BVP para o desenvolvimento das atividades contidas em seu escopo detrabalho.
Em seguida, tem-se uma seo que apresenta a caracterizao da rea de
interesse, com uma discusso ampla sobre aspectos fisiogrficos como, por
exemplo, relevo, hidrografia, clima, vegetao, uso e ocupao do solo e
distribuio da gua na superfcie. Alm disso, discutido como cada um
desses aspectos pode influenciar o regime hidrogeolgico local. Ainda nesta
seo, encontrada a caracterizao geolgica e hidrogeolgica local, bem
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como uma anlise dos impactos antropognicos potenciais e daqueles j
ocorridos.
Posteriormente, so construdos os modelos hidrogeolgicos conceituais de
Crrego do Stio, para trs cenrios fsicos correspondentes a momentos
especficos da vida til do empreendimento, quais sejam: anterior a sua
implantao (ou baseline); fase atual ou 2008; e fase de desativao da mina,
prevista para 2023.
Mais a seguir, apresentam-se as modelagens hidrogeolgicas numricas, as
quais se encontram subdivididas em regime permanente e transitrio, sendo
que o permanente foi utilizado para o processo de calibrao e para a definio
da condio inicial que seria empregada no modelo transitrio. Os resultados
obtidos nesse modelo transitrio so apresentados e interpretados.
Finalmente, so apresentadas recomendaes para a garantia de uma maior
preciso nos resultados dos estudos futuros, as quais se baseiamprincipalmente na melhoria do monitoramento hidrogeolgico existente, por
meio da ampliao da rede e da implantao de procedimentos e rotinas
adequadas de coleta, consistncia, validao e armazenamento de dados.
2. INFORMAES ANTERIORES
Destaca-se, em princpio, o uso de informaes hidrometeorolgicas da Agncia
Nacional das guas (ANA) e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),
disponibilizadas gratuitamente em seus sites na Internet.
Alm disso, a AngloGold forneceu informaes relacionadas aos seguintes
aspectos:
Relevo.
Hidrografia.
Clima.
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Meio Ambiente.
Geologia.
Hidrogeologia.
Hidrogeoqumica.
Planejamento de Mina.
Monitoramento Hidrogeolgico e Hidrogeoqumico.
De uma forma geral, estas informaes so apresentadas ao longo deste relatrio e
em seus Anexos 1 e 2, a maioria sob a forma de figuras, tabelas e desenhos. O
Anexo 3 se atm especialmente locao e descrio dos pontos de
monitoramento hidrogeolgico, bem como aos seus resultados, os quais vm sendo
obtidos pela AngloGold desde 2002. Complementarmente, o Desenho AG649-08-C-
GE-DE-15-015 do Anexo 2apresenta um mapa com a locao desses pontos demonitoramento.
No tocante ao planejamento da mina, o mesmo foi fornecido pela AngloGold de duas
formas. Para o perodo compreendido entre a implantao da rampa exploratria,
em 2002, e o cenrio de 2008, a AngloGold forneceu o modelo geomtrico
tridimensional detalhado do avano da mina, enquanto que, para o planejamento
futuro, foram fornecidas BVP trs tabelas independentes para os trs corpos de
explorao previstos, Cachorro Bravo, Laranjeiras e Carvoaria Velha, as quais
continham as elevaes, ano a ano, referentes ao desenvolvimento e aos realces da
mina, desde 2009 at 2023.
3. CARACTERIZAO DA REA DE INTERESSE
Este item se concentra na caracterizao detalhada do local do empreendimento em
Crrego do Stio, sob a forma de um extenso panorama descritivo dos aspectos
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fisiogrficos importantes para a compreenso do comportamento hidrogeolgico
local.
Ademais, conforme j mencionado, apresenta a caracterizao geolgica e
hidrogeolgica local e uma breve discusso, em termos prticos, dos possveis
impactos decorrentes de atividades humanas no meio ambiente.
De maneira objetiva, pode-se considerar este item como um alicerce para a
construo dos modelos hidrogeolgicos conceituais e numricos para os trs
cenrios fsicos de interesse, cujos resultados so mostrados mais a seguir neste
documento. A construo desses modelos incorporou vrios aspectos dentro de sua
zona de influncia, incluindo:
Existncia de dois rios principais e nascentes.
Definio das zonas de recarga, circulao e descarga de gua subterrnea.
Modelagem geolgica em trs dimenses.
Modelagem geomtrica do avano da mina subterrnea.
Conhecimento de estruturas auxiliares: pilhas de estril; cavas; e dutos de
ventilao.
Influncia dos condicionantes fisiogrficos sobre a recarga do aqfero.
Influncia dos condicionantes geolgicos no fluxo de gua nos rios, nas
estruturas principais da mina e entre bacias hidrogrficas.
Identificao dos possveis impactos da operao da mina subterrnea na
Comunidade Sumidouro.
No Anexo 2, os Desenhos AG649-08-C-GE-DE-01-016e AG649-08-C-GE-DE-01-
017 apresentam uma planta de situao e uma imagem de satlite da rea de
interesse, respectivamente, enfatizando dentre outros aspectos o relevo, a
hidrografia e o uso e ocupao do solo.
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3.1 Aspectos Fisiogrficos
3.1.1 Relevo e Hidrografia
Nas condies atuais, o relevo local caracterizado pela existncia de uma regio
serrana ao centro da rea de interesse, a qual consiste em um divisor de guas bem
definido, que se estende na direo sudoeste-nordeste, onde se concentram as
operaes de lavra.
Essa regio serrana mergulha com declividades bastante acentuadas em direo aelevaes inferiores, formando os dois principais componentes da hidrografia local, o
Rio Conceio, ao norte, e o Crrego do Stio, ao sul. O ponto mais alto da rea de
estudo se encontra na elevao 1.060 metros, aproximadamente, enquanto esses
dois principais cursos de gua esto em uma elevao mdia de 740 m.
O Rio Conceio e o Crrego do Stio possuem tributrios com bacias de
contribuio muito ngremes e cujas nascentes se situam em pontos bastante
elevados, em locais prximos cumeeira da regio serrana, ao centro da rea deestudo. Dentre esses tributrios, destacam-se: Crrego Cristina; Crrego Crista;
Crrego Cachorro Bravo; e Crrego Laranjeiras.
O relevo mais acentuado um fator dominante no comportamento hidrogeolgico,
pois resulta em uma porcentagem maior de escoamento superficial, inibindo, por sua
vez, a recarga do aqfero.
3.1.2 Uso e Ocupao do Solo
A seguir, a Tabela 1apresenta o resultado do mapeamento das condies atuais de
uso e ocupao do solo na rea de interesse, cujos limites so mostrados no
Desenho AG649-08-C-GE-DE-01-017 do Anexo 2, o qual possui ao fundo uma
imagem de satlite fornecida pela AngloGold. Nos locais descobertos pela referida
imagem, foi efetuada uma complementao com a imagem do Google Earth.
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ETAPA 2REGIME TRANSITRIO N BVP: AG649-08-C-GE-RT-15-014
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Tabela 1: Uso e ocupao do solo (2008).
Tipo rea (ha) rea (%)
Mata densa 1.373 73,8
Vegetao de mdio e pequeno porte 165 8,87
Solo sem revestimento 92,5 4,97
Pilhas e cavas 69,1 3,71
reas impermeveis 7,32 0,40
rea industrial e escritrios 28,9 1,55Comunidade 124 6,67
Total: 1.860 100
As informaes contidas na Tabela 1auxiliam na elaborao do balano hdrico e,
conseqentemente, na construo do modelo hidrogeolgico conceitual. O
conhecimento de tais informaes e de outras variveis, como o relevo, a hidrografia
e resultados de monitoramento, torna possvel a inferncia das parcelas da chuvatotal que se transformaro em escoamento superficial, evapotranspirao e recarga
do aqfero.
Para melhor esclarecimento, pode ser citado como exemplo hipottico um estudo
em duas reas com condicionantes fisiogrficos muito parecidos, com exceo das
condies, totalmente distintas, de uso e ocupao do solo. Uma tem predominncia
de mata densa, enquanto a outra de solo sem revestimento. No caso da rea
coberta predominantemente com mata densa, a recarga do aqfero superiorquela com solo sem revestimento, a qual, por sua vez, possui um escoamento
superficial mais elevado. Em contrapartida, se a rea em solo sem revestimento
estivesse localizada em uma regio com relevo muito mais aplainado, poderia gerar
maiores volumes de recarga, quando comparada outra.
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ETAPA 2REGIME TRANSITRIO N BVP: AG649-08-C-GE-RT-15-014
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3.1.3 Macro-Clima (Segundo Kppen)
Para a rea de estudo, o tipo climtico predominante, de acordo com Kppen, o
Cwa, caracterizado pelo clima tropical de altitude com chuvas no vero e seca no
inverno. Nesse sentido, a letra C est relacionada ocorrncia de estaes bem
definidas de vero e inverno, a letra w ocorrncia de chuva mdia anual entre
1.000 e 1.500 mm, com total mensal mdio do ms mais seco inferior a 40 mm, e a
letra a ocorrncia de temperatura mdia do ms mais quente superior a 22C.
3.1.4 Normais Climatolgicas
Este subitem trata da determinao das mdias mensais das variveis
hidrometeorolgicas que compem os modelos hidrogeolgicos. Dentre essas
variveis, destacam-se a chuva e a evaporao.
Nesse sentido, visando-se obteno das mdias mensais de chuva para a Mina
Crrego do Stio, dado que o histrico registrado em sua estao pluviomtrica
curto, muito recente e ainda pouco representativo quanto ao regime de chuvas da
regio, variando desde janeiro/2003 at julho/2008, como se pode constatar pelo
item A3.8 do Anexo 3 deste relatrio, optou-se por estender a srie de chuvas
mensais observadas por meio da correlao com os dados da So Bento Minerao,
de propriedade da AngloGold, situada prximo a Crrego do Stio, os quais
abrangem um perodo de observao maior (novembro/1942 - janeiro/2007). Dessa
forma, a seguir, a Figura 1apresenta os principais resultados obtidos com relaos mdias mensais de chuva de janeiro a dezembro.
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REV.00
110
214
312
173157
25,610,0
39,2
9,668,71
52,3
271
0
70
140
210
280
350
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Chuva(mm
Perodo Chuvoso Perodo de Estiagem
Figura 1: Mdias mensais de chuva estendida (AngloGold: 1942-2008).
Pela Figura 1, tem-se que a pluviosidade media anual da ordem de 1.380 mm. H
uma variao sazonal muito alta na regio, com o ms mais seco concentrando, em
mdia, menos de 3% da pluviosidade mdia do ms mais mido. Essa variao
sazonal resulta nas seguintes caractersticas hidrolgicas:
Possibilidade de mudanas significativas entre os nveis de gua das colees
hdricas durante as estaes seca e mida.
Presena de cursos de gua intermitentes.
Aumento da importncia das guas subterrneas (nascentes e poos) para a
Comunidade Sumidouro, por causa da possvel escassez da gua superficial.
As duas primeiras caractersticas podem ser constatadas nos resultados de
monitoramento, apresentados no Anexo 3.
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REV.00
A Figura 2, a seguir, exibe o grfico de correlao das alturas mensais de chuvadas
duas estaes anteriormente citadas, dado o perodo comum de observao, que
vai desde janeiro/2003 at janeiro/2007. Por meio da aplicao da equao de
regresso apresentada neste grfico, foi possvel estender a srie da AngloGold de
novembro/1942 at dezembro/2002. Nesse sentido, os itens A3.9e A3.10do Anexo
3 mostram tabelas com as alturas mensais de chuva de ambas as estaes,
discriminando, para o caso da nova srie da AngloGold, os dados estendidos e os
observados.
Correlao Anglo x So Bento - Perodo Comum
y = 1.001x - 5.7415
R2= 0.9368
0
200
400
600
800
0 200 400 600 800
P Mdia Mensal - So Bento (mm)
PMdiaMensal-Anglo
(mm)
Figura 2: Correlao das alturas mensais de chuva (So Bento e AngloGold).
Complementarmente, para a definio das mdias mensais de evaporao,
temperatura, umidade relativa do ar e presso, visto que no h histrico dessas
informaes na Mina Crrego do Stio, nem possivelmente na So Bento Minerao,
assumiu-se, dentre as estaes climatolgicas do INMET, cujos registros so
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ETAPA 2REGIME TRANSITRIO N BVP: AG649-08-C-GE-RT-15-014
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disponibilizados gratuitamente, a de Belo Horizonte como a mais representativa para
a regio, principalmente pela sua proximidade ao empreendimento em relao s
demais estaes.
Sendo assim, a seguir, as Figuras 3 a 6 apresentam as mdias mensais das
referidas variveis climatolgicas, determinadas a partir do registro da estao
selecionada.
96,085,0
95,0 92,092,0 93,0
137
132
106
87,085,0
118
0
30
60
90
120
150
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Evapor
ao(mm)
Figura 3: Mdias mensais de evaporao (1961-1990).
Na ausncia de um monitoramento especfico, os valores de evaporao da Figura
3 foram assumidos enquanto evapotranspirao potencial nos modelos
hidrogeolgicos conceituais e numricos. Nessa circunstncia, essa tem sido uma
prtica comum.
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22,8 22,922,2
18,0 17,8
19,0
21,221,5
19,220,8
21,621,7
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Temperatura(GrausCelsius)
Figura 4: Mdias mensais de temperatura (1931-1960).
80,0
61,0
76,0 76,0
72,5 72,0
74,0
74,0
74,0
69,0 67,063,0
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
UmidadeRelativad
oAr(%)
Figura 5: Mdias mensais de umidade relativa do ar (1931-1960).
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REV.00
920919917916916915919920921915918917
500
600
700
800
900
1000
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Pr
esso(hPa)
Figura 6: Mdias mensais de presso (1961-1990).
Em linhas gerais, as seguintes concluses podem ser extradas a partir desses
grficos:
O ano hidrolgico acontece normalmente de outubro de um ano a setembro do
ano subseqente, estando o perodo chuvoso concentrado entre os meses de
outubro a maro, incluindo esses dois meses. Dessa forma, o perodo de
estiagem se concentra de abril a setembro.
O trimestre mais chuvoso abrange os meses de novembro a janeiro, com um
ndice pluviomtrico mdio de 797 mm.
O trimestre menos chuvoso abrange os meses de junho a agosto, com um
ndice pluviomtrico mdio de 28,4 mm.
A pluviosidade mdia anual da ordem de 1.380 mm.
Os meses com maiores ndices evaporimtricos, agosto a outubro, antecedem
o trimestre mais chuvoso e o perodo com as maiores umidades relativas do ar.
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Os seis meses com temperaturas mais elevadas variam de outubro a maro,
coincidindo com o perodo chuvoso, enquanto aqueles com temperaturas mais
amenas variam de abril a setembro, perodo de estiagem. Isso refora a
caracterizao do macro-clima enquanto tropical de altitude, com chuvas no
vero e seca no inverno.
A presso no sofre grandes variaes durante o ano e apresenta valor mdio
anual de 918 hPa.
3.1.5 Distribuio da gua
Conforme j relatado, a hidrografia local composta por dois cursos de gua
principais, Rio Conceio e Crrego do Stio. Ambos funcionam como ponto final de
descarga para todos os deflvios superficiais e subterrneos gerados na regio,
absorvendo as guas subterrneas por percolao e transformando os volumes
coletados em escoamento de base, que aumentado para jusante.
A seguir, na Figura 7, apresentam-se as duas classificaes de cursos de gua no
que tange interao com o subsolo.
Figura 7: Classificao de cursos de gua quanto interao com o subsolo.
Efluente Influente
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Por esta figura, conclui-se que tanto o Rio Conceio quanto o Crrego do Stio
podem ser classificados como efluentes. Contrariamente ao que acontece com
esses dois, na Mina de Crrego do Stio e adjacncias, h vrios outros cursos de
gua, intermitentes, que perdem gua para o subsolo e podem ser caracterizados
como influentes. Esses cursos de gua so pouco extensos e se situam na encosta
da regio serrana central rea de estudo, em reas muito ngremes, prximas de
onde extrado o minrio atualmente. O alto da bacia do Crrego do Stio possui
cursos de gua com caracterstica semelhante.
3.1.6 Vegetao
A vegetao um condicionante hidrogeolgico importante, j que capta a gua do
subsolo, evaporando-a por meio de sua transpirao. Por si s, essa afirmao pode
induzir a uma concluso equivocada de que a vegetao consiste em um agente
unicamente redutor das taxas de recarga de aqfero. No entanto, em contrapartida,deve-se lembrar que, no caso de terrenos muito ngremes como o da rea de
interesse, a cobertura vegetal densa pode apresentar tambm um efeito contrrio no
regime hidrogeolgico, freando o escoamento superficial, retendo-o de tal forma a
potencializar a recarga do aqfero. Mesmo assim, ela continuaria sendo um fator
significativo nas taxas de evapotranspirao.
Nesse sentido, destaca-se que, atualmente, a vegetao da rea de interesse
efetivamente muito densa, com quase todo o terreno apresentando coberturavegetal, com exceo das reas exploradas. A vegetao verde o ano inteiro,
significando que, durante a estao de seca, os vegetais transpiram valendo-se dos
volumes de gua acumulados no subsolo durante o perodo chuvoso.
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3.2 Geologia Local (extrado de GOLDER ASSOCIATES, 2004)
As rochas da Unidade Crrego do Stio ocorrem numa seqncia
vulcanossedimentar arqueana do tipo greenstone belt, pertencente ao Supergrupo
Rio das Velhas Grupo Nova Lima, e esto sobrepostas, regionalmente, s rochas
vulcnicas ultrabsicas. Predominam filitos clorticos, localmente quartzosos ou
sericticos, com nveis carbonosos, associados a xistos quartzo-micceos.
No Anexo 1, a Figura A1.20apresenta um esboo geolgico da rea de estudo.
A Mina Cristina apresenta, abaixo da cota 805 m, filitos de colorao avermelhada
compostos principalmente por estratos quartzosos e sericticos. Acima desta cota, o
filito ocorre intercalado com nveis mais escuros de matria carbonosa e camadas
finas de formao ferrfera. Estas rochas so compostas por piritas disseminadas,
limonitizadas e compem o minrio oxidado. Ambas apresentam foliao com
atitude mdia de N50E/70SE.
O minrio sulfetado pode ser observado entre o filito serictico e o carbonoso,citados anteriormente, os quais so separados por uma zona de cisalhamento
paralela foliao e com presena de veios de quartzo. Estes se estendem ao longo
desta descontinuidade e encontram-se boudinados. A poro mineralizada pode ser
identificada pela presena caracterstica de cristais de pirita pouco ou nada
intemperizados.
Rochas metabsicas ocorrem cortando a foliao principal. A poro exposta desta
rocha na Mina Cristina apresenta-se bastante intemperizada, com aspecto midodevido sua maior porosidade. Com base na experincia em ambientes geolgicos
similares, pode-se considerar com alguma certeza que essas rochas funcionam
como barreiras (ou traps) no macio rochoso.
A Mina Cachorro Bravo apresenta as mesmas caractersticas geolgicas da Mina
Cristina, com a presena de clorita-sericita filitos e sericita-clorita filitos, alm da
rocha metabsica. No foi observada a presena do filito carbonoso. Os materiais
geolgicos nessa frente de lavra encontram-se todos intemperizados, no tendo sido
identificadas pores em que as litologias apresentem-se frescas.
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As rochas presentes em ambas as minas sofreram importante alterao hidrotermal,
conforme se pode observar pela presena de zonas de sericitizao e carbonatao
em quase todas as exposies das frentes de lavra. A mineralizao ocorre
associada a veios de quartzo com sulfetos e carbonatos, paralelos foliao, a qual
apresenta direo geral N20-30E/60SE. Os lineamentos estruturais observados em
escala regional esto apresentados na Figura A1.20, no Anexo 1. As rochas
mergulham preferencialmente para SE, podendo ocorrer inverses locais causadas
por dobramentos, como na Mina Cachorro Bravo, onde o mergulho para NW.
3.2.1 Aspetos Hidrogeolgicos
O modelo geolgico, suporte ao entendimento dos aspectos hidrogeolgicos bsicos
do macio de Crrego do Stio, apresenta diferenciaes laterais e verticais que
afetam os fluxos subterrneos.
O macio composto por rochas de baixa permeabilidade principalmente filitos existos com foliao vertical, cortados por zonas de cisalhamento com direo NE-
SW e mergulhos subverticais (N30-50E/70SE), que controlam as variaes laterais
do macio do depsito. Diversos diques de rochas metabsicas, de espessuras
mtricas a decamtrias, entrecortam freqentemente o macio na zona mineralizada
e se postam entre subparalelos e oblquos foliao. A lavra subterrnea se
desenvolve por meio de galerias e realces, acompanhando a direo das principais
estruturas de foliao e cisalhamento do macio, e consequentemente tende a sesubparalelizar com vrios diques que se dispem em meio ao macio do hangwalle
do footwall.
De maneira geral, os diques se alteram mais facilmente que as encaixantes,
conduzindo a alterao intemprica a zonas mais profundas do macio que se
vinculam principalmente s interfaces do contato com o filito. A permeabilidade das
zonas decompostas da rocha metabsica muito baixa, caracterizando barreiras
hidrulicas para fluxos transversais s suas direes. e zonas de percolaopreferencial na direo paralela aos diques. A complexa rede geomtrica de diques
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isola pores do macio de filito que armazenam volumes no muito elevados de
gua, que so liberados sempre que uma descontinuidade intercepta e conecta
essas pores com a lavra. A tendncia que o fluxo para dentro da escavao
apresente vazes decrescentes com o tempo, conforme j indicado nos trs furos
geolgicos temporariamente monitorados durante o estudo. Esses furos
apresentaram redues de vazo entre 13% e 58% ao longo do tempo at a
estabilizao.
Estruturalmente, alm da foliao e zonas de cisalhamento paralelas entre si, esto
presentes no macio, duas famlias de juntas principais: uma subvertical (N20-
40W/80SW) que pode se caracterizar por zonas de fratura ortogonais foliao e de
maior permeabilidade, e outra suborizontal (N20W/30SW). Essas feies
sistemticas so de persistncias relativamente reduzidas na escala do modelo e
no condicionam fluxos de vazo elevada. Em geral, atravs dessas feies que
as vazes do armazenamento desguam na lavra.
Em escala regional, na dimenso vertical, o macio pode ser caracterizado por trs
grandes horizontes:
- O primeiro, superior, com espessuras de dezenas de metros localmente,
caracteriza-se por apresentar produto extremamente alterado da rocha matriz
composto por solo saproltico, silto-argiloso e coesivo, resultante da alterao dos
filitos e xistos, classificado como A4/A5 e de baixa permeabilidade mdia. Em geral,
este horizonte armazena as guas pluviais e alimenta continuamente os nveis
inferiores menos decompostos do macio, durante o regime de baixa pluviosidade.
Constitui um aqfero do tipo intersticial cuja homogeneidade perturbada em nveis
mais rasos, at pouco mais de uma dezena de metros a partir da superfcie do
terreno por diferenciaes na intensidade de laterizao.
- O segundo horizonte apresenta padro de alterao A3/A2, com intercalaes
localizadas mais decompostas A4 e mais raramente at A5. Este nvel apresenta
permeabilidade aproximadamente igual ao horizonte superior, conduzindo, em geral,as guas de infiltrao tanto lateral como verticalmente at o nvel mais profundo.
Via de regra, encontra-se abaixo do nvel de gua que percola atravs das
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estruturas geolgicas originais, quase sempre preservadas, representando uma
transio do macio superficial para a rocha s, com espessuras entre 10 a 20m.
Consiste em aqfero dominantemente do tipo fissural com grande heterogeneidade
de vazes subterrneas.
- O terceiro horizonte representa o macio composto pela rocha pouco decomposta
a s, caracterizado hidrogeologicamente como um meio fissural, onde as estruturas
geolgicas encontram-se completamente preservadas Em geral, a permeabilidade
baixa com ocorrncia de fluxos concentrados ao longo das principais
descontinuidades.
3.3 Hidrogeologia Local
Esta seo apresenta a caracterizao dos litotipos e uma discusso qualitativa de
seus efeitos no regime hidrogeolgico local.
Inicialmente, faz-se oportuno discorrer sobre as duas formas possveis de transporte
das guas subterrneas por um macio: porosidade primria e secundria.
A porosidade primria consiste na porosidade existente dentro da matriz da rocha ou
solo. No presente contexto, um exemplo de porosidade primria seria o fluxo no
interior da formao intemperizada de material oxidado.
A porosidade secundria consiste no fluxo atravs das fraturas existentes dentro da
rocha. No presente contexto, um exemplo de porosidade secundria seria o fluxo degua concentrado nas zonas de contato entre os diques e os metassedimentos.
Em Hidrogeologia, as porosidades primria e secundria so estudadas no mbito
da Hidroestratigrafia e Hidroestrutura, respectivamente.
A seguir, os prximos subitens apresentam as condies hidrogeolgicas dentro da
rea de estudo.
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3.3.1 Hidroestratigrafia
A rea de estudo contm vrios tipos de material em sua hidroestratigrafia.
possvel que alguns desses tipos pertenam a uma mesma composio geolgica,
resultando, entretanto, em diferentes caractersticas de fluxo, devido aos seus
diferentes graus de alterao ou intemperismo. Vrias amostras de cada formao
geolgica foram examinadas, incluindo:
Material da zona oxidada. Aluvio.
Material da zona de transio, entre o oxidado e o sulfetado.
Rocha Metassedimentar.
Diques.
Formao Ferrfera Donana.
3.3.1.1 Material da Zona Oxidada
O material da zona oxidada compe-se por solo maduro ou laterita, extremamente
intemperizado pelo clima quente e mido. Normalmente, oriundo do mesmo
material que a rocha me, sendo, no entanto, to intemperizado ao ponto de no se
conseguir diferenci-lo dos diques ou metassedimentos.
Apresenta consistncia de silte e argila e vrios graus de consolidao. Se o nvelfretico for suficientemente alto, o fluxo controlado pela porosidade primria. Com
base na textura do material, pode-se inferir a sua condutividade hidrulica entre 10 -5
e 10-3cm/s.
A base de dados contendo os logs dos furos, fornecida pela AngloGold, apresenta
informaes importantes de contatos geolgicos, incluindo aqueles existentes entre
a zona de transio e as zonas oxidada e sulfetada. Esses contatos foram
reproduzidos em trs dimenses e transformados em superfcies. Porm, a base de
dados dos furos cobria uma extenso de rea pouco representativa com relao a
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toda rea de interesse. Por conseguinte, foi necessrio o estabelecimento de uma
relao entre as profundidades da zona oxidada e as elevaes dos marcos de
superfcie dos furos. A seguir, a Figura 8exibe essa relao, a qual foi extrapolada
para toda rea de interesse, a partir das elevaes do terreno natural, com o objetivo
de se delimitar a zona de material oxidado em toda extenso de rea desejada.
y = 0,6966x - 530,31R2= 0,6332
0
45
90
135
180
225
750 800 850 900 950 1000 1050
Elevao dos Marcos de Superfcie dos Furos (m)
Profundidadeda
ZonaOxidada(m)
Figura 8: Profundidade da zona oxidada contra elevao dos marcos de superfcie dos furos.
A tendncia visualizada no grfico da Figura 8 nitidamente linear e por isso foi
adotada uma equao de correlao linear entre ambas as variveis. Porm, como
se pode notar, o coeficiente de correlao R2 no se aproximou tanto de 1, em
virtude principalmente da elevada disperso dos dados. No obstante, trata-se de
uma metodologia amplamente utilizada nesse nvel de estudos e, sendo assim, osresultados obtidos a partir da aplicao dessa correlao foram validados.
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3.3.1.2 Aluvio
Este material encontra-se depositado nos leitos dos principais cursos de gua como,
por exemplo, o Rio Conceio e o Crrego do Stio. composto por materiais
transportados das zonas oxidadas e de transio, os quais foram movimentados e
depositados pela ao dessas drenagens.
Em 2001, foi realizado um teste de bombeamento neste material (Golder Associates,
2001), no sendo levantada a condutividade hidrulica do mesmo. Sendo assim, foi
estimada a sua condutividade hidrulica entre 10-3e 10-2cm/s.
3.3.1.3 Material da Zona de Transio
Esta zona compreende um material parcialmente intemperizado, localizado logo
abaixo dos solos maduros ou lateritas. Apresenta resistncia superior do material
oxidado, possuindo tambm ocorrncias de rochas semi-intemperizadas. Esse
ganho de resistncia resulta numa perda natural de condutividade hidrulica, que
pode variar entre 10-6e 10-4cm/s.
3.3.1.4 Rochas Metassedimentares Ss
Essas rochas constituem a unidade hidroestratigrfica local predominante, as quais
so compostas basicamente por filitos competentes. Possuem condutividade
hidrulica muito baixa, entre 10-7e 10-6cm/s, que poderia ser aumentada apenas porfatores estruturais. A despeito disso, a condutividade hidrulica desse material foi
considerada constante, sem variaes com a profundidade. Vale informar que o
mesmo se apresenta com 10% de sulfetao na matriz rochosa.
3.3.1.5 Diques
Os diques so rochas metabsicas, subparalelas foliao principal. A face externadesta rocha apresenta-se em geral bastante intemperizada e mida devido sua
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maior porosidade secundria. Apresentam condutividade hidrulica entre 10-6e 10-5
cm/s, superior quela dos metassedimentos no entorno.
O contato entre os diques metabsicos e os filitos encontram-se, no geral, muito
alterados e a condutividade hidrulica desta estrutura foi estimada entre 10 -5e 10-4
cm/s.
3.3.1.6 Formao Ferrfera Donana
A Formao Ferrfera Donana encontra-se muito distante da zona de influncia da
mina. Atualmente, essa formao est interceptada por um duto de ventilao e um
furo exploratrio.
Constitui-se num litotipo peculiar em relao ao modelo hidrogeoqumico, a ser
desenvolvido nas etapas subseqentes dos estudos, pois contm uma alta
concentrao de pirita disseminada, que poder ser facilmente alterada em contato
com a atmosfera.
Com base em observaes de campo, aparenta ter uma condutividade hidrulica
superior aos metasedimentos, da ordem de 10-6cm/s.
3.3.2 Hidroestrutura
Os contatos alterados e falhados entre os diques e os filitos constituem a
hidroestrutura mais importante do modelo hidrogeolgico e caracterizam-se
geometricamente como uma pequena faixa de materiais alterados com poucos
metros de largura. Possuem condutividade hidrulica da ordem de 10-4 cm/s,
superior quela dos diques e filitos.
Durante a visita tcnica da BVP, em agosto de 2008, foi observada uma quantidade
abundante de gua fluindo pontualmente a partir desse material alterado e entrando
na mina subterrnea, contrastando fortemente com o restante da rea de lavra que
se encontrava seca. Nesse sentido, vlido citar que um problema comum em
sondagens de mina subterrnea acontece quando os furos dessas sondagens
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interceptam rocha com alguma condutividade ou fraturas, drenando o volume
armazenado para o interior da mina, incorrendo em uma srie de interferncias.
Dessa forma, preventivamente, a AngloGold optou por instalar vlvulas e
manmetros em alguns desses pontos de sondagens, a fim de realizar testes de
reduo de presso hidrosttica. Se valendo disso, a BVP solicitou a realizao de
testes similares em trs furos, com uma durao de 24 horas, buscando identificar a
variabilidade da presso e da vazo no tempo. A seguir, as Tabelas 2 a 4sintetizam
as informaes de locao dos furos escolhidos e dos resultados dos testes, bem
como de suas interpretaes.
Tabela 2: Locao dos furos.
FURO LESTE(m)
NORTE(m)
COTA ALTIMTRICA(m)
UCS27 657.018,9 7.786.725,0 735,4UCS113 657.090,5 7.786.807,7 738,8
UCSC45 656.925,3 7.786.559,8 733,6
Tabela 3: Sntese dos resultados.
LEITURA INICIAL LEITURA FINALFURO
Data HoraPresso
(bar)Vazo(m3/h) Data Hora
Presso(bar)
Vazo(m3/h)
UCS27 06/10/08 09:20 7 14,4 07/10/08 09:30 1,5 6UCS113 06/10/08 10:12 7 2,9 07/10/08 10:30 6 2,4UCSC45 08/10/08 11:00 7 4,8 09/10/08 11:00 7 4,2
Tabela 4: Interpretao sumria dos resultados.
VARIAES DETECTADASFURO
P (bar) P (%) Q (m3/h) Q (%)UCS27 5,5 79 8,4 58UCS113 1,0 14 0,5 17UCSC45 0 0 0,6 13
Consideram-se as variaes detectadas nas vazes, entre 13 e 58%, muito altas
para um intervalo de teste de 24 horas. Quanto s variaes de presso, precisodestacar o furo UCS27 com uma elevada queda de presso, 55 mca.
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Baseando-se nesses resultados, foi possvel constatar que os materiais alterados
existentes nos contatos dos diques e metassedimentos no esto diretamente
conectados a uma zona de recarga. Nesse sentido, pode-se concluir que, com o
avano da mina interceptando esses contatos, haveria uma entrada rpida da gua
subterrnea, seguida por uma reduo substancial nessa entrada at que um nvel
fretico de equilbrio se estabelecesse.
Finalmente, citam-se as fraturas como outra possvel hidroestrutura existente na
rea de estudo. No entanto, essas no esto suficientemente expostas no
desenvolvimento da mina. Logo, os modelos hidrogeolgicos numricos, mais a
seguir, apresentam os contatos alterados e falhados entre os diques e os filitos
como nica hidroestrutura relevante.
3.4 Impactos Antropognicos
Notoriamente, nessa regio, a atividade de minerao se tornou a principalresponsvel por mudanas no regime hidrogeolgico. Seus impactos incluem, por
exemplo, o aumento da recarga na rea das cavas e o rebaixamento do lenol
fretico decorrente do bombeamento da mina subterrnea.
Em cu aberto, as cavas captam as guas pluviais, no permitindo que as mesmas
se transformem em escoamento superficial. Ademais, se encontram desprovidas de
vegetao e, muitas vezes, apresentam rocha fraturada na superfcie. Esses fatores
potencializam a infiltrao das guas pluviais e, sendo assim, a recarga do aqfero.
3.4.1 Bombeamento da Mina Subterrnea
O bombeamento existente responsvel pelo rebaixamento local do aqfero.
Historicamente, pode-se concluir que esse bombeamento vem aumentando com o
avano do desenvolvimento da mina. A seguir, a Figura 9 mostra um grfico da
evoluo desse bombeamento.
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REV.00
0
400
800
1200
1600
2000
Jan-02 Jan-03 Jan-04 Jan-05 Jan-06 Jan-07 Jan-08 Jan-09
Tempo
Q(m
3/dia)
Taxa de Bombeamento
Figura 9: Evoluo do bombeamento.
Iniciando em janeiro de 2003, a taxa de bombeamento aumenta relativamente de
forma linear at o final do ano de 2004. A partir de 2005, a taxa aumenta e a
tendncia mostra-se com uma inclinao maior. Esse aumento pode ser explicado
com o avano e aprofundamento da rampa, que expe mais fraturas e zonas
alteradas.
No intuito de estimar a vazo real de desaguamento da mina, que no
obrigatoriamente igual ao bombeamento praticado, j que a AngloGold no o pratica
24 h/dia e, alm disso, utiliza parte da gua bombeada, a BVP instalou em agosto de
2008 um sensor de presso no Crrego Cristina, que recebe uma parcela da
contribuio advinda do bombeamento.
Basicamente, quase todo o restante dessa contribuio retorna mina para autilizao enquanto gua de servio, logo aps o tratamento desse efluente, no qual
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apenas uma parcela nfima do volume bombeado fica contida no interior de tanques,
sob a forma de uma pasta, com elevado teor de slidos.
Dessa forma, por aproximao, pode-se considerar que as vazes que passam pelo
Crrego Cristina representam bem aquilo que efetivamente seria o desaguamento
real da mina, principalmente durante o perodo de seca, quando dos trabalhos da
BVP, iniciados em agosto de 2008, em virtude da intermitncia desse curso de gua.
Sendo assim, como havia um vertedouro tipo V-Notch instalado h mais tempo no
Crrego Cristina, prximo ao sensor de presso da BVP, esta empresa pde
monitorar as vazes neste curso de gua, que apontaram uma mdia equivalente ao
desaguamento real da mina de 860 m3/dia ou 36,0 m3/h, ou seja, aproximadamente
55 a 60% dos valores bombeados.
3.4.2 Monitoramento dos Nveis das guas Subterrneas
O monitoramento dos nveis de guas subterrneas foi iniciado em 2002 e engloba
18 piezmetros na rea do empreendimento. Atualmente, 16 piezmetros so
monitorados mensalmente. A locao desses instrumentos se encontra apresentada
no Desenho AG649-08-C-GE-DE-15-016do Anexo 2.
Particularmente, os piezmetros 1A (PZ1A) e 10A (PZ10A) esto localizados na
bacia do Crrego Cachorro Bravo, entre a Cava Mutuca e a Barragem de Controle
de Sedimentos. O PZ1A possui elevao de superfcie igual a 806,78 m, uma
profundidade de 79,1 metros e perodo de monitoramento compreendido entre 2004
at os dias de hoje. J a elevao de superfcie do PZ10A igual a 859,06 m,
possuindo o mesmo uma profundidade de 140 metros. Seu perodo de
monitoramento varia desde maio 2007 at o presente, apresentando meses com
falha. Os resultados de monitoramento obtidos por ambos os instrumentos, bem
como os dados pluviomtricos, esto apresentados nas Figuras 10 e 11, a seguir, a
partir das quais, observa-se uma plena reduo dos nveis de gua no PZ1A. Dessa
forma, considera-se que este piezmetro est situado dentro da zona de influncia
da mina subterrnea e dos efeitos do sistema de desaguamento. Quantos aos
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REV.00
resultados do PZ10A, vale esclarecer que no h dados suficientemente conclusivos
ainda, alm do que esses resultados so inconsistentes com a sazonalidade
caracterizada pela pluviometria.
790.00
792.00
794.00
796.00
798.00
jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08
Data
ElevaoNA(m)
0
200
400
600
800
Chuva(mm
Chuva - Anglo Chuva - Estendida PZ1A
COTA: 806,78 m
PROF: 79,1 m
Figura 10: Comportamento do nvel de gua do PZ1A e pluviometria.
736.00
746.00
756.00
766.00
776.00
jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08
Data
ElevaoNA(
m)
0
200
400
600
800
Chuva(mm
Chuva - Anglo Chuva - Estendida PZ10A
COTA: 859,06 m
PROF: 140 m
Figura 11: Comportamento do nvel de gua do PZ10A e pluviometria.
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Os piezmetros 2A (PZ2A), 3A (PZ3A), e 4A (PZ4A) esto localizados na bacia do
Crrego Cristina, nas proximidades da Cava Cachorro Bravo, com o PZ2A
encontrando-se na confluncia do Crrego Cristina com o Rio Conceio e o PZ3A e
PZ4A localizados dentro da Cava Cachorro Bravo. A Tabela 5, a seguir, apresenta a
elevao de superfcie, profundidade e incio do monitoramento de cada piezmetro.
Tabela 5: Caractersticas dos piezmetros 2A, 3A e 4A.
Caracterstica PZ 2A PZ 3A PZ 4AElevao (m) 742,57 836,68 813,25Profundidade (m) 88,0 52,9 80,0Incio do Monitoramento Janeiro 2003 Janeiro 2003 Janeiro 2003
Os resultados do monitoramento do PZ2A, PZ3A, e PZ4A esto representados nas
Figuras 12, 13, e 14, respectivamente, juntamente com os dados pluviomtricos.
De acordo com essas figuras, observa-se uma reduo dos nveis de gua para
todos os piezmetros, contudo, as causas que levaram a essa reduo so distintas.
No caso especfico do PZ2A, ele se encontra provavelmente fora da zona de
influncia da mina. Por estar localizado prximo ao Rio Conceio, onde o nvel do
lenol se encontra prximo superfcie, sua dinmica controlada basicamente pelo
nvel de gua desse rio, o qual , por sua vez, controlado por fatores
hidrometeorolgicos em larga escala e no por um fator to pontual como o
desaguamento da mina. Em contrapartida, o PZ3A e o PZ4A se encontram ao redor
da rampa exploratria, sofrendo, dessa forma, influncia do avano da mina
subterrnea e dos efeitos do sistema de desaguamento, justificando assim, as
redues sistemticas dos nveis de gua.
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738.00
739.00
740.00
741.00
742.00
jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08
Data
ElevaoNA(m)
0
200
400
600
800
Chuva(mm
Chuva - Anglo Chuva - Estendida PZ2A
COTA: 742,57 m
PROF: 88 m
Figura 12: Comportamento do nvel de gua do PZ2A e pluviometria.
795.00
797.00
799.00
801.00
803.00
jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08
Data
ElevaoNA(m)
0
200
400
600
800
Chuva(mm
Chuva - Anglo Chuva - Estendida PZ3A
COTA: 836,68 m
PROF: 52,9 m
Figura 13: Comportamento do nvel de gua do PZ3A e pluviometria.
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795.00
797.00
799.00
801.00
803.00
jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08
Data
ElevaoNA(m)
0
200
400
600
800
Chuva(mm
Chuva - Anglo Chuva - Estendida PZ4A
COTA: 813,25 m
PROF: 80 m
Figura 14: Comportamento do nvel de gua do PZ4A e pluviometria.
O piezmetro 7A (PZ7A) est localizado na bacia do Crrego Laranjeiras, maisprecisamente a montante da Barragem de Controle de Sedimentos. Sua elevao de
superfcie e profundidade so iguais a 862,65 m e 100 m, respectivamente. Seu
perodo de monitoramento varia de maio de 2007 at os dias de hoje.
De acordo com a Figura 15, a seguir, a qual exibe os resultados do monitoramento
obtidos do PZ7A e a pluviometria, observa-se que o tempo de monitoramento
relativamente baixo, mas, apesar disto, visualiza-se claramente uma importante
reduo em seus nveis de gua (aproximadamente 15 metros), comportamento
este, justificado pelo efeito do impacto localizado, causado por um duto de
ventilao da mina subterrnea.
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822.00
827.00
832.00
837.00
842.00
jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08
Data
ElevaoNA(m)
0
200
400
600
800
Chuva(mm
Chuva - Anglo Chuva - Estendida PZ7A
COTA: 862,65 m
PROF: 100 m
Figura 15: Comportamento do nvel de gua do PZ7A e pluviometria.
O piezmetro 8A (PZ8A) se encontra no divisor de guas das bacias do CrregoMutuca e do Crrego Cachorro Bravo, dentro da Cava Mutuca. Sua elevao de
superfcie e profundidade so iguais a 942,44 m e 78 m, respectivamente. Seu
perodo de monitoramento varia de abril de 2006 at hoje.
Diante dos resultados de monitoramento observados, exibidos na Figura 16
conjuntamente com a pluviometria, nota-se uma reduo significativa dos nveis de
gua ao longo do tempo, fato este, explicado pelo piezmetro se encontrar no
interior da zona de influncia da mina subterrnea, tornando-se assim, sujeito aos
efeitos do sistema de desaguamento.
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Figura 16: Comportamento do nvel de gua do PZ8A e pluviometria.
O piezmetro 9A (PZ9A) est localizado na bacia do Crrego Cafezal, a montanteda Barragem de Controle de Sedimentos, com elevao de superfcie igual a 833,45
m e profundidade de 98 metros. O incio de seu monitoramento ocorreu em abril de
2007, transcorrendo at os dias de hoje, estando os seus registros apresentados na
Figura 17, a seguir, conjuntamente com a pluviometria.
De acordo com a Figura 17, se observa um decaimento dos nveis de gua,
causado pelo fato deste instrumento tambm estar situado na zona de influncia da
mina subterrnea, exposto aos efeitos do desaguamento.
878.00
881.00
884.00
887.00
890.00
jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08
Data
ElevaoNA(m)
0
200
400
600
800
Chuva(mm
Chuva - Anglo Chuva - Estendida PZ8A
COTA: 942,44 m
PROF: 78 m
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780.00
782.00
784.00
786.00
788.00
jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08
Data
ElevaoNA(m)
0
200
400
600
800
Chuva(mm
Chuva - Anglo Chuva - Estendida PZ9A
COTA: 833,45 m
PROF: 98 m
Figura 17: Comportamento do nvel de gua do PZ9A e pluviometria.
O piezmetro 11A (PZ11A) se encontra na bacia do Crrego Carvoaria Velha, nasproximidades da PDE Carvoaria Velha, com elevao de superfcie igual a 963,66 m
e profundidade de 52 metros. O incio de seu monitoramento ocorreu em abril de
2007, se estendendo at o presente. A Figura 18, a seguir, apresenta seus registros
com a pluviometria, a partir dos quais se evidencia que os nveis de gua decrescem
ao longo do tempo, resultado da insero do piezmetro na zona de influncia da
mina subterrnea.
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REV.00
885.00
888.00
891.00
894.00
897.00
jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08
Data
ElevaoNA(m)
0
200
400
600
800
Chuva(mm
Chuva - Anglo Chuva - Estendida PZ11A
COTA: 936,66 m
PROF: 52 m
Figura 18: Comportamento do nvel de gua do PZ11A e pluviometria.
Finalmente, o piezmetro 12A (PZ12A) est localizado na bacia do Crrego Bocaina,
com cota de 790,67 metros e profundidade de 120 metros. O incio do
monitoramento ocorreu em abril de 2007, transcorrendo at os dias de hoje. A
Figura 19, a seguir, apresenta seus registros com a pluviometria, a partir dos quais
se evidencia um aumento dos nveis de gua ao longo do tempo. Vale ressaltar que
este instrumento est fora da zona de influncia da mina subterrnea.
Provavelmente, os dados deste instrumento so inconsistentes ou, de repente, h a
ocorrncia de algum outro fenmeno que ainda no pode ser explicado atualmente,diante da gama de informaes disponveis.
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752.00
755.00
758.00
761.00
764.00
jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08
Data
ElevaoNA(m)
0
200
400
600
800
Chuva(mm
Chuva - Anglo Chuva - Estendida PZ12A
COTA: 790,67 m
PROF: 120 m
Figura 19: Comportamento do nvel de gua do PZ12A e pluviometria.
3.4.3 Monitoramento das guas Superficiais
O monitoramento das guas superficiais teve seu incio no ano de 2002, sendo
efetuado por 12 medidores de vazo, em uma freqncia mensal, distribudos ao
longo de toda rea do empreendimento. A localizao dos medidores est
apresentada no Desenho AG649-08-C-GE-DE-15-016 do Anexo 2, estando seus
registros sintetizados graficamente na Figura 20, a seguir, juntamente com os dados
pluviomtricos. Geralmente, a vazo dos corpos de gua segue uma dinmica em
funo do ciclo hidrolgico. Nos perodos de chuva, as vazes apresentam maiores
valores em relao ao perodo de seca. De acordo com a Figura 20, este efeito
sazonal fica evidente nos resultados do monitoramento, no havendo, contudo,
indcios que conduzam constatao de que o escoamento de base esteja sendo
afetado pelo desenvolvimento da mina subterrnea.
Adicionalmente ao monitoramento supracitado, no ano de 2005, foram iniciadas
medies peridicas de vazo em 9 nascentes presentes na rea do
empreendimento e adjacncias. Suas localizaes e os seus resultados de
monitoramento juntamente com a pluviometria esto apresentadas no Desenho
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REV.00
AG649-08-C-GE-DE-15-016do Anexo 2e nas Figuras 21 e 22, respectivamente.
Naturalmente, as nascentes internas so aquelas localizadas dentro do
empreendimento e as nascentes externas aquelas localizadas na rea da
Comunidade Sumidouro, ou seja, esto fora dos limites do empreendimento. Os
resultados ainda no so representativos e conclusivos, mas pode-se notar que as
nascentes internas mostram uma tendncia de diminuio das vazes com o tempo
e as nascentes externas no exibem grandes variaes. Aparentemente, os dados
no demonstram reduo no escoamento de base das nascentes externas.
Os dados das nascentes externas apresentam dois tipos de variaes de vazo: um
mais errtico, o qual fica mais evidenciado em funo do fato de ser influenciado
pelo escoamento superficial e, conseqentemente, pela sazonalidade decorrente do
ciclo hidrolgico (ex.: nascente CS-Pitico; ver Figura 22, a seguir); e outro, que
compreende aquelas variaes evidenciadas em cursos de gua menos caudalosos
e menos errticos (ex.: nascente CS-Gabriel; ver Figura 22, a seguir). Somando a
vazo de todas as nascentes externas, as 4 nascentes cujas variaes so do tipoerrtico (CS-Pitico, CS-Beco1, CS-Beco2, e CS-Condominio) representam 78% do
total e isto permite concluir, preliminarmente, que a grande maioria das vazes
geradas na rea da Comunidade Sumidouro, as quais so objeto do presente
estudo, dependem diretamente do ciclo hidrolgico. Os dados observados nas
nascentes internas e externas esto apresentados no Anexo 3, itens A3.3 e A3.4.
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guas Superficiais
0
20
40
60
80
100
jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08
Vazo(m3/s)
0.0
150.0
300.0
450.0
600.0
750.0
Chuva(mm)
Chuva - Anglo Chuva - Estendida RMP1 RMP2 Jusante P9 Figura 20: Comportamento das guas superficiais e pluviometria.
Nascentes Internas
0
10
20
30
40
50
jun/05 set/05 dez/05 mar/06 jun/06 set/06 dez/06 mar/07
V
azo(m3/s)
0.0
100.0
200.0
300.0
400.0
500.0
C
huva(mm)
Chuva PNM 01 PNM 03 PNM 04 PNM 05 PNM 18 PNM 19 Figura 21: Comportamento das nascentes internas e pluviometria.
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Nascentes Externas
0
2
4
6
8
10
jun/05 dez/05 jun/06 dez/06 jun/07 dez/07 jun/08
Vazo(m3/s)
0.0
100.0
200.0
300.0
400.0
500.0
Chuva(mm)
Chuva CS-Pitico CS_Condomnio CS_Gabriel Figura 22: Comportamento das nascentes externas e pluviometria.
4. MODELO HIDROGEOLGICO CONCEITUAL
O modelo hidrogeolgico conceitual representa uma caracterizao preliminar, ainda
em larga escala, da interao existente entre superfcie, sub-superfcie e as
operaes da mina.
Em virtude da sua localizao sobre um divisor de guas, todo escoamento
subterrneo da mina tem sua origem a partir da precipitao. Grande parte da
precipitao se torna escoamento superficial e, da parcela restante, a maiorporcentagem absorvida pelo solo, retornando atmosfera sob a forma de
evapotranspirao. Dessa forma, pode-se considerar que a menor quantidade da
gua precipitada se destina recarga do aqfero.
Esse modelo foi construdo para os trs cenrios fsicos de interesse: baseline;
2008; e 2023.
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4.1 Cenrio BASELINE
A seguir, a Figura 23exibe um esquema do modelo hidrogeolgico conceitual para
o cenrio em questo.
Figura 23: Esquema do modelo hidrogeolgico conceitual (baseline).
Complementarmente, foi desenvolvido o balano hdrico para o cenrio baseline,
conforme apresentado na Tabela 6, a seguir. O mesmo foi desenvolvido
considerando-se as seguintes variveis e as relaes existentes entre elas:
precipitao (P); escoamento superficial (E Sup); evapotranspirao potencial (ETP)
e real (ETR); e recarga. Esse balano configura uma ferramenta de clculo til para
o estabelecimento de limites inferior e superior para a recarga de gua subterrnea
em larga escala.
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Tabela 6: Balano hdrico (baseline).
MsP
(mm)E Sup(mm)
ETP(mm)
P - E Sup(mm)
ETR(mm)
Recarga(mm)
Out 110 62,6 70,8 47,2 47,2 0,00
Nov 214 121,8 57,6 91,9 57,6 34,3
Dez 312 177,9 51,0 134,2 51,0 83,2
Jan 271 154,4 52,2 116,5 52,2 64,3
Fev 173 98,3 51,0 74,2 51,0 23,2
Mar 157 89,6 57,0 67,6 57,0 10,6
Abr 52,3 29,8 55,2 22,5 22,5 0,00
Mai 25,6 14,6 55,8 11,0 11,0 0,00
Jun 8,71 4,97 55,2 3,75 3,75 0,00
Jul 10,0 5,73 63,6 4,32 4,32 0,00
Ago 9,66 5,51 79,2 4,15 4,15 0,00
Set 39,2 22,3 82,2 16,8 16,8 0,00
Total: 1381,7 787,6 730,8 594,1 378,5 215,6
Por esta tabela, pode-se constatar que:
- Foram utilizadas as mdias mensais de chuva e evapotranspirao potencial,
apresentadas anteriormente neste relatrio.
- De forma aproximada, apenas 15% da chuva mdia anual se destinam recarga
das guas subterrneas.
- Dada uma rea de 21 km2, aproximadamente, referente regio de interesse, o
escoamento total de 1.003,2 mm, resultante da soma do escoamento superficial(787,6 mm) e da recarga (215,6 mm), que se refletir em escoamento de base, seria
equivalente a uma vazo especfica mdia de longo termo de 31,8 l/s.km2. Este valor
representa uma taxa de gerao de deflvio por unidade de rea bastante
compatvel com as observaes fluviomtricas da ANA na regio.
- Considerando-se ainda a mesma rea de 21 km2, tornou-se possvel converter os
215,6 mm de recarga mdia anual em 24,6 m3/h.km2de escoamento de base mdio
anual por unidade de rea. Este valor compatvel com os resultados demonitoramento hidrogeolgico da AngloGold, obtidos em um perodo anterior ao
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incio do bombeamento na mina subterrnea. Para acesso a esses resultados, ver
Anexo 3.
- Foi encontrada uma taxa mdia anual de evapotranspirao real de 378,5 mm.
Outras possveis fontes de gua para o subsolo consistem na recarga de bacias
vizinhas que eventualmente contribuiriam para o sistema sob anlise, mas que, por
premissa, foi descartada, alm das perdas por infiltrao do Rio Conceio, do
Crrego do Stio e de outros cursos de gua. Contudo, conforme j mencionado, a
grande maioria dos rios da regio esto recebendo as guas subterrneas por
percolao, sob a forma de escoamento de base, sendo enquadrados na
classificao de cursos de gua efluentes.
4.2 Cenrio 2008
A seguir, a Figura 24exibe um esquema do modelo hidrogeolgico conceitual para
o cenrio em questo. Especificamente para este cenrio, a apresentao desta
figura esquemtica se faz meramente em carter ilustrativo, visando uma melhor
compreenso da dinmica hidrogeolgica, j que, no Anexo 1, de A1.14a A1.16, h
figuras equivalentes, mostrando sees hidrogeolgicas reais, construdas a partir
do modelo geolgico tridimensional e dos resultados de monitoramento fornecidos
pela AngloGold BVP.
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Figura 24: Esquema do modelo hidrogeolgico conceitual (2008).
As diferenas bsicas entre o cenrio atual e o anterior so explicadas pelos
impactos decorrentes das atividades de extrao de superfcie e do bombeamento
praticado para viabilizar a operao da mina subterrnea.As minas a cu aberto capturam mais gua pluvial e promovem maiores ndices de
infiltrao.
O desenvolvimento da mina subterrnea modifica a dinmica natural do sistema de
guas subterrneas, criando um local de descarga que se encontra em elevao
inferior quela dos principais rios, caracterizado principalmente pelos materiais
alterados existentes nos contatos entre os diques e os filitos. Como conseqncia, a
descarga das guas subterrneas no interior da mina crescer medida que esta
avanar sobre os macios rochosos com maior condutividade hidrulica.
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Atualmente, o desaguamento mdio da mina subterrnea equivale a 860 m3/dia e
o maior gerador de impacto na hidrogeologia local. Conseqentemente, a mina
conduzir formao de um cone de rebaixamento do lenol fretico, que
aumentar em funo da dinmica do escoamento das guas subterrneas e do
planejamento de lavra.
Em termos quantitativos, se considerada novamente a rea de 21 km2, utilizada
anteriormente para a construo do modelo do cenrio baseline, conclui-se que o
bombeamento de 860 m3/dia ou 36,0 m3/h equivaleria a um desaguamento mdio
anual de 14,8 mm. Para o cenrio de 2008, esse valor deve ser suprimido da
recarga de 215,6 mm, determinada para o cenrio baseline, resultando em um total
mdio anual de 200,8 mm, responsveis pelo escoamento de base nos cursos de
gua da regio. Com esse abatimento na recarga, o escoamento de base tem a sua
taxa especfica mdia anual reduzida de 24,6 m3/h.km2para 22,9 m3/h.km2, que
um valor compatvel com os resultados de monitoramento hidrogeolgico da
AngloGold, obtidos em 2008. Tal observao j um indicador de impacto daoperao da mina subterrnea nas colees hdricas da regio, a despeito desse
impacto ainda poder ser considerado suave.
Os ndices mdios anuais de escoamento superficial e evapotranspirao real so
os mesmos para os cenrios 2008 e baseline.
Para mais detalhes, ver a Tabela 7, a seguir, na qual os valores negativos de
recarga indicam que os volumes bombeados de dentro da mina so provenientes de
zonas de armazenamento de guas subterrneas.
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Tabela 7: Balano hdrico (2008).
MsP
(mm)E Sup(mm)
ETP(mm)
P E Sup(mm)
ETR(mm)
Bomb(mm)
Recarga(mm)
Out 110 62,6 70,8 47,2 47,2 1,23 -1,23
Nov 214 121,8 57,6 91,9 57,6 1,23 33,0
Dez 312 177,9 51,0 134,2 51,0 1,23 82,0
Jan 271 154,4 52,2 116,5 52,2 1,23 63,0
Fev 173 98,3 51,0 74,2 51,0 1,23 22,0
Mar 157 89,6 57,0 67,6 57,0 1,23 9,38
Abr 52,3 29,8 55,2 22,5 22,5 1,23 -1,23
Mai 25,6 14,6 55,8 11,0 11,0 1,23 -1,23
Jun 8,71 4,97 55,2 3,75 3,75 1,23 -1,23
Jul 10,0 5,73 63,6 4,32 4,32 1,23 -1,23
Ago 9,66 5,51 79,2 4,15 4,15 1,23 -1,23
Set 39,2 22,3 82,2 16,8 16,8 1,23 -1,23
Total: 1381,7 787,6 730,8 594,1 378,5 14,8 200,8
4.3 Cenrio 2023
A seguir, a Figura 25exibe um esquema do modelo hidrogeolgico conceitual para
o cenrio em questo.
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Figura 25: Esquema do modelo hidrogeolgico conceitual (2023).
At 2023, est previsto o avano da mina subterrnea at a elevao 288 m (corpo
Cachorro Bravo), a qual se tornar a elevao mnima da superfcie potenciomtrica
na rea de estudo, de tal forma que o influxo das guas subterrneas na direo damina representar uma porcentagem elevada do fluxo total e resultar num aumento
na zona de influncia do cone rebaixamento do lenol fretico. O aprofundamento da
mina provocar interceptaes nas zonas fraturadas, ligadas s reas de
armazenamento e recarga, e afetar o equilbrio do regime hidrogeolgico local.
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5. MODELO HIDROGEOLGICO NUMRICO
Foi desenvolvida uma modelagem hidrogeolgica numrica da rea de interesse, em
regime permanente e transitrio, no aplicativo MODFlow/Surfact (Hydrogeologic,
Inc., 1996) (Surfact). Surfact um modelo numrico e uma ferramenta avanada
para simular as interaes entre as guas superficiais, as guas subterrneas e as
estruturas da mina.
Surfact se diferencia da verso original do USGS MODFLOW (McDonald &
Harbaugh, 1998), pois contm um algoritmo sofisticado e matematicamente estvel
de clculo da re-saturao das clulas secas. A re-saturao representativa para
modelos hidrogeolgicos aplicados a projetos de minerao, j que a dinmica no
fluxo das guas subterrneas bastante intensa, em virtude das constantes
oscilaes do lenol fretico. Na verso original do USGS MODFLOW, as clulas
que se secam se tornam inativas, no podendo ser facilmente re-saturadas. Dessa
forma, numa situao em que a mina ser desativada, o efeito do retorno do lenol
fretico a uma condio normal no poderia ser reproduzido facilmente, uma vez
que as clulas menos profundas j se encontrariam inativas.
5.1 Domnio e Malha do Modelo
No Anexo 2, o Desenho AG649-08-C-GE-DE-15-018apresenta a planta topogrfica
utilizada para modelar a superfcie do terreno natural, cujas informaes foram
transportadas para o aplicativo Surfact, a fim de caracterizar morfologicamente oscenrios analisados.
Ainda no Desenho AG649-08-C-GE-DE-15-018 do Anexo 2, apresentada uma
linha limtrofe do domnio do modelo, conforme definido no Surfact. O domnio do
modelo corresponde rea efetivamente coberta pelo modelo e geralmente
definido com base em barreiras naturais ao fluxo de gua subterrnea.
De uma forma geral, o domnio do modelo foi discretizado com um maior nvel de
detalhe nas regies prximas mina, com clulas de 30 m x 30 m x 100 m,
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enquanto nos locais mais afastados foram adotadas clulas de 120 m x 60 m x 100
m. Para mais detalhes, ver Desenho AG649-08-C-GE-DE-15-018do Anexo 2.
No tocante Geologia, a base de dados com os logs dos furos, fornecida pela
AngloGold, contm informaes importantes dos contatos geolgicos, incluindo
aqueles existentes entre as zonas de transio e as zonas oxidada e sulfetada.
Esses contatos foram reproduzidos em trs dimenses e transformados em
superfcies, as quais foram transportadas para o aplicativo Surfact, com o intuito de
representar as caractersticas hidroestratigrficas e hidroestruturais, anteriormente
tratadas neste documento. Nesse sentido, vale ressaltar que esses resultados foram
confrontados e validados com o modelo geolgico tridimensional, fornecido pela
AngloGold. Para mais detalhes ver Anexo 2, Desenhos AG649-08-C-GE-DE-15-
019e AG649-08-C-GE-DE-15-020.
O mergulho e a direo das formaes geolgicas foram preservados, porm foram
simplificados para se ajustarem s limitaes de entrada de dados do aplicativo
Surfact. A Figura 26apresenta uma seo do modelo, conforme locao em planta
na Figura A1.3do Anexo 1.
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Figura 26: Seo AA.
Interpretando-se conjuntamente a Figura 26e a Figura A1.3do Anexo 1, pode-se
notar o mergulho dos diques para leste, bem como identificar a presena dos
materiais alterados nos contatos desses diques com os metassedimentos em seu
entorno.A geometria do desenvolvimento da mina foi tambm reproduzida no Surfact, desde
2002 at 2023.
Verticalmente, o modelo foi dividido em 8 camadas numricas, considerando-se a
sua base na camada 8, com o fundo na elevao 188 m.
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5.2 Cdigo do Modelo
Conforme relatado, a modelagem hidrogeolgica numrica foi desenvolvida com o
auxlio do aplicativo computacional MODFLOW-SURFACT (Surfact) (Hydrogeologic,
Inc., 1996), que uma verso superior do USGS MODFLOW (McDonald e
Harbaugh, 1998). O Surfact resolve simultaneamente a seguinte equao para cada
elemento finito da malha adotada por seu usurio:
)()()()(t
hSW
z
hK
zy
hK
yx
hK
x szzyyxx
=
+
+
Em que:
- Kxx, kyye kzzdenotam os valores de condutividade hidrulica nas direes x, y e z,
respectivamente, num dado n.
- h denota a carga potenciomtrica num dado n.
- W denota a taxa de fluxo volumtrico para fontes ou sumidouros adicionais,
presente num dado n.
- Ssdenota o volume especfico do aqfero, se no confinado, produo especfica
(Sy).
Reitera-se que o Surfact permite a re-saturao das clulas e promove uma soluo
matemtica mais estvel. Essas propriedades do aplicativo so essenciais para a
simulao de sistemas hidrogeolgicos complexos como, por exemplo, aqueles
criados a partir do desenvolvimento de minas subterrneas.
5.3 Condies de Contorno
As condies de contorno so usadas no Surfact para reproduzir as condies
hidrogeolgicas no limite do domnio do modelo e definir o comportamento de
estruturas hidrogeolgicas especficas e de outros elementos dentro do domnio do
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modelo. Dessa forma, as seguintes condies de contorno foram usadas na
presente modelagem:
reas de fluxo zero (no flow boundaries): estas so clulas nas quais no
ocorre fluxo e coincidem com o limite do domnio do modelo. Isto significa que
toda a gua existente no domnio do modelo gerada na prpria rea de
interesse, a partir de recarga ou da contribuio dos crregos. O fluxo lateral a
partir de bacias adjacentes no considerado.
Contornos com carga e fluxo varivel:
o Rios: estes so representados no modelo por clulas-rio (river cells),
que levam em considerao o nvel do rio, a cota do leito do rio e a
condutncia do leito. Foram simulados no modelo o Rio Conceio e o
Crrego do Stio.
o Drenos: estes so representados no modelo por clulas-dreno (drain
cells), as quais foram utilizadas para simular os cursos de guaintermitentes e as nascentes apresentadas no Anexo 3.
No Anexo 2, o Desenho AG649-08-C-GE-DE-15-021 apresenta um exemplo de
condies de contorno do modelo para a camada numrica 1.
5.4 Propriedades do Aqfero
As propriedades hidrulicas dos materiais foram estimadas com base em resultados
de ensaios granulomtricos, observaes de campo e em experincias anteriores
desta empresa de consultoria, por no terem sido realizados testes de
bombeamento ou condutividades hidrulicas. Sendo assim, foram estipulados
valores iniciais de condutividade hidrulica para cada material, posteriormente
ajustados para calibrar o modelo.
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5.5 Planejamento da Mina SubterrneA
A AngloGold forneceu um modelo geomtrico tridimensional detalhado da mina,
dado o perodo de 2002 a 2008, e planilhas com estimativa do avano dos corpos
Cachorro Bravo, Laranjeiras e Carvoaria Velha, dado o perodo subseqente, de
2009 a 2023. A seguir, a Tabela 8 apresenta as principais informaes dessas
planilhas.
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MINA C
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Tabela 8: Planejamento da mina.
CACHORRO BRAVO LARANJEIRAS Cota
desenvolvimento(m)
Cotadesenvolvimento
(m)desenAno
de at
Avano(m)
Cota lavra(m)
de at
Avano(m)
Cota lavra(m)
de2009 628 560 3000 - 696 658 1500 - 7382010 560 492 3500 - 658 628 3500 - 688
2011 492 454 3500 658 628 560 3500 - 6882012 454 424 3500 628 560 522 3500 628 e 696 6582013 424 401 3500 560 522 492 3500 658 e 711 6282014 401 371 3000 590 492 454 3500 560 5902015 371 356 2500 492 454 424 3000 590 5602016 356 333 2500 522 424 386 3000 492 5372017 333 318 2500 424 386 356 2500 522 522
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