Ética Módulo I.pdf

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Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB Curso: Ética e Administração Pública - Turma 04 Livro: Ética Impre sso por: José Claudionor Gomes Filho Data: quarta, 21 maio 2014, 00:56 Ética http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15442 1 de 17 21/05/2014 00:57

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  • Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILBCurso: tica e Administrao Pblica - Turma 04Livro: ticaImpresso por: Jos Claudionor Gomes FilhoData: quarta, 21 maio 2014, 00:56

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  • Mdulo I ticaUnidade 1 - Importncia do estudo, histrico e conceituao

    Pg. 2 - Importncia do estudo da ticaPg. 3 - As razes da ticaPg. 4 - Importncia do estudo, histrico e conceituaoPg. 5 - Fundadores da ticaPg. 6 - Conceitos formais e informaisPg. 7 Sntese dos Conceitos

    Unidade 2 - tica x MoralPg. 2 - Diferenciando tica e MoralExerccios de Fixao - Mdulo I

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  • Ao final deste Mdulo, voc conhecer um pouco do histrico da tica e suaconceituao, e ser capaz de diferenciar tica e Moral.

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  • Nesta unidade, abordaremos os seguintes pontos:

    importncia do estudo da tica;as razes da tica; econceitos formais e informais.

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  • Observe com ateno as seguintes imagens.

    Hiroshima,Japo, anos 40

    Vietn, anos60

    frica, anos 80

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  • Brasil, ainda hoje

    Voc ainda tem dvidas sobre a importncia do estudo e da prtica da tica?

    Ns tambm no. Portanto, prossigamos no curso.

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  • Por favor no estou sendo tico ao utilizar o papel A4 do rgo onde trabalho para imprimir as fotosda minha ltima festa de aniversrio?

    Por que fere a tica dizer que minha uma ideia nova que foi desenvolvida por outro servidor pblicoque atua no meu setor?

    E ainda: quando algum liga e peo ao meu colega de trabalho para dizer que no estou: umaatitude tica?

    Como se pode perceber, as questes ticas esto at nas mais simples aes humanas e nas mais corriqueirasatividades profissionais.

    tica: nas duas ltimas dcadas, no Brasil, temos cada vez mais nos familiarizado com essa palavra, at entoquase uma ilustre desconhecida, estudada s nas universidades, e em apenas alguns cursos. Era, comfrequncia, acompanhada de termos filosficos, porque entendia-se que a tica vinha da Filosofia, e nela,principalmente nela, deveria ser estudada.

    Por isso, costumvamos ouvir, e ainda ouvimos, que a tica surge com os gregos, notadamente com a trincaScrates, Plato e Aristteles, a partir do Sculo IV a.C.

    Mas ter sido assim mesmo?

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  • Dizer que a tica surgiu no perodo ureo da antiga filosofia grega um pouco simplista.

    Na verdade, desde que o ser humano se reconheceu como racional e viu no outro um semelhante seu, aquesto tica surgiu. A preocupao com o pensar e agir de modo coerente e de forma a preservar a vida estna prpria humanidade.

    Evitando, porm, nos alongarmos nessa discusso, lembremos que, antes dos gregos, havia culturasmilenares, do mdio e extremo orientes, portadoras de grande sabedoria, que j consideravam as questesticas em seu relacionamento social.

    Exemplos podemos encontrar, entre outras, nas civilizaes egpcia, hindu, chinesa e judaica.

    No antigo Egito, civilizao de mais de 6.000 anos, asatividades profissionais revestiam-se de carter ticoem todas as suas manifestaes, mesmo porqueeram intrinsecamente ligadas s crenas e ritosreligiosos.

    Os rituais da civilizao egpcia, tais como amumificao dos corpos e o colossal erguimento depirmides, demonstravam o reconhecimento daimportncia e do significado da vida como foracsmica.

    Os chineses, tambm h milnios, bem como oshindus, mantinham sua tica baseada nacosmologia, na interao entre tudo o que existee, por isso mesmo, na integrao do indivduo aotodo.

    Essa viso de mundo conduz a profundasimplicaes ticas, tanto em relao vida emsociedade quanto simbiose homem-natureza.

    No Ocidente, a tradio judaico-crist, tambm de raiz oriental,foi a que mais influenciou nossa formao tica.

    O Antigo Testamento apresenta extenso repertrio de leis e

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  • mandamentos (inclusive o Livro das Leis e os Dez Mandamentos registrados por Moiss).

    Os ensinamentos cristos, estes baseados na vida de Jesus, moldaram eticamente, em especial,a Europa e as Amricas.

    Se o ser humano, muito antes do perodo clssico grego, j se preocupava com as questes ticas, cabe,ento, repetir a pergunta e formular outra:

    Por que se atribui a Scrates, Plato e Aristteles o surgimento da tica? E o que isso interessa Administrao Pblica?

    A primeira ser respondida a seguir. Quanto segunda pergunta, ser abordada um pouco mais adiante, masj interessante refletirmos sobre as implicaes.

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  • Consider-los como legtimos pais fundadores da tica justificado, principalmente porque, pela abordagemdas questes humanas sob uma forma radicalmente mais racional do que a de seus antecessores, eles foramdeterminantes para a separao entre Religio e Filosofia.

    Assim, abordada j sob o ponto de vista filosfico, a tica descola-se das amarras religiosas, ditadas pelosdeuses de ento, e vista como decorrente da racionalidade do ser humano.

    Scrates o primeiro dos trs a aplicar a razo para chegar s questesticas, tais como: existe algo que pode ser considerado Bem e o seucontrrio, chamado de Mal? Podemos discernir no mundo e nas atitudesaquilo que Justia daquilo que Injustia? Podemos chamar de Beloaquilo cuja essncia tica e equilbrio nos encanta, comove e ilumina, econsiderar Feio o inverso?

    E o principal: somos capazes de, efetivamente, agir dentro dosprincpios de Verdade, Beleza e Justia?

    A aplicao da tica na vida foi talvez a maior contribuio daquele filsofo. Tanto que, injustamente julgado econdenado morte, os amigos e discpulos ofereceram-se para subornar os guardas e garantir-lhe a liberdadeem outras terras, mas Scrates, ento, declara que no aceita, visto que contrariaria a Verdade.

    Pois bem, Scrates foi mestre de Plato, e este, professor de Aristteles. Da por que as preocupaes ticasforam sendo progressivamente estudadas.

    Observe a imagem esquerda.

    Ela reproduz parte do famoso quadro Escola deAtenas, de Rafael Sanzio.

    Na obra, vemos ao centro os filsofos Plato (commanto vermelho) e Aristteles (manto azul).

    Como veremos a seguir, o quadro apresentaalgumas importantes referncias que nos levamao tema deste curso: a tica.

    Agora, veja um detalhe da cena anterior.

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  • Voc consegue perceber que, com a mo esquerda, Plato segura um livro?

    O filsofo traz o Timeu, um dos seus famosos dilogos, cujo tema central a Justia.

    Com a mo direita, ele aponta para cima, indicando que essa justia, e portanto a tica, pode serencontrada em estado puro somente no mundo das ideias.

    Plato defendia que o homem alcanava a excelncia, quando permanentemente buscava o belo, o nobre,o justo.

    As implicaes ticas so, portanto, bastante claras.

    Em contrapartida, Aristteles ( direita), com a mo esticadahorizontalmente, representa a viso mais focada no mundo fsicoe no humano.

    Da por que ele - possvel ver no detalhe - segura um de seusescritos, a tica. Ele considerado o fundador da disciplina ticacomo um dos ramos da Filosofia.

    Verdade, justia, bondade e honestidade foram temas recorrentes e aprofundados pelos gregos clssicos.

    Portanto, embora no sejam os primeiros a tratar de tica, seguramente os trs filsofos contriburam para seuestudo, importncia e aplicao vida individual e em sociedade.

    A seguir veremos como tais conceitos evoluram.

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  • Existem inmeros conceitos para tica, de acordo com abordagens mais ou menos acadmicas.

    Vamos ver alguns?

    Existem os de tipo erudito:

    "O todo da tica integrado pela Deontologia [deveres] e pela Diceologia [direitos]."

    (Paulo L. Netto lobo)

    Outros, um tanto simples e bem humorados:

    "Por que o indivduo seria honesto no escuro?"

    (Niklas Luhmann)

    Ainda h os que vo raiz do termo:

    "tica termos a coragem de sermos o que realmente somos"

    (victor D. Sallis)

    E, claro, os dicionarizados. Examinemos os verbetes dos dois mais difundidos dicionrios brasileiros:

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  • Conceito de tica, Dicionrio Aurlio Sculo XXI

    [Do lat. ethica < gr. ethik.] Estudo dos juzos de apreciao referentes conduta humanasuscetvel de qualificao do ponto de vista do bem e do mal,seja relativamente a determinada sociedade, seja de modoabsoluto.

    Conceito de tica, Dicionrio Houaiss

    1 parte da filosofia responsvel pela investigao dosprincpios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam ocomportamento humano, refletindo esp. a respeito da essnciadas normas, valores, prescries e exortaes presentes emqualquer realidade social

    2 conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moralde um indivduo, de um grupo social ou de uma sociedade

    Que tal conhecermos tambm a definio sob a tica de um cientista poltico renomado?

    Para Norberto Bobbio, tica a atribuio [subjetiva]de valor ou importncia a pessoas, condies ecomportamentos e, sob tal dimenso, estabelecidauma noo especfica de Bem a ser alcanado emdeterminadas realidades concretas, sejam asinstitucionais ou sejam as histricas.

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  • Vamos propor uma sntese dos conceitos apresentados..Simplificando, poderamos dizer que tica o estudo da conduta humana, ou a busca da conduta humanavoltada para o bem e para o correto. E, mais que o estudo simplesmente, a incorporao dos valores ticos decorrentes desse estudo, que deveropassar a integrar a conduta do indivduo e, por extenso, das sociedades. Mas o conceito e a prtica do bem e do correto no diferem de uma pessoa para outra? De uma nao paraoutra? De um momento histrico para outro? Sim. Por isso, h que se estabelecer uma distino entre tica e Moral. o que faremos a seguir. Mas antes, leia o box abaixo.

    Digenes de Abdera, o cnico, era um filsofo-mendigo queviveu na Grcia antiga por volta do sculo IV A.C. Diz-seque, ao invs de casa, morava num barril e contestava comironia o modus vivendi e a pretensa sabedoria dos cidadosatenienses, bem como a corrupo da poca.Conta-se com uma de suas peripcias, que ele costumavasair com uma lanterna em pleno dia, com ar muito srio einvestigativo. Aos passantes que lhe perguntavam o queprocurava, ele respondia com gravidade:

    - Um homem honesto. Procuro por um homem honesto.

    E seguia resoluto, olhando pelos cantos e tambmiluminando bem de perto o rosto dos cidados gregos.

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  • Nesta unidade, vamos estabelecer a distino entre os doisconceitos, de forma a prosseguir nossos estudos com maiorsegurana quanto ao uso destas expresses.

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  • Muito se discute sobre o que difere tica e Moral.

    De certa forma, a palavra tica tem sido usada com frequncia em lugar de Moral, uma vez que esta ltimaadquiriu para muitos um sentido pejorativo, ligado a moralidade e moralismo. Respeitadas as opinies divergentes, podemos estabelecer, numa sntese razovel e simples, as principaisdiferenas entre elas.

    TICA MORAL

    Princpios Costumes

    Adquirida pela reflexo Adquirida no meio em que se vive

    Imutvel (ou mais resistente mudana)

    Mutvel (ou mais aberta mudana)

    Valores Prticas

    Imposta pelo indivduo a si mesmo Imposta pela sociedade

    Mais abrangente que a Moral Decorrente da tica

    Universal Cultural

    O quadro acima demonstra que existem diferenas entre ambas, mas que tambm h interdependncia. Pode-se, por exemplo, colocar a tica em prtica pela via da Moral. Quer um exemplo?Temos toda uma legislao para prevenir e punir crimes contra a vida ou seja, a legislao (de ordemmoral) est reforando e colocando em prtica um princpio tico (a vida o maior valor humano).

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  • Parabns! Voc chegou ao final do primeiro Mdulo de estudo do curso tica e Administrao Pblica.

    Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que voc faa uma releitura do mesmo e responda aosExerccios de Fixao, que o resultado no influenciar na sua nota final, mas servir como oportunidade deavaliar o seu domnio do contedo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a correo imediata dassuas respostas!

    Para ter acesso aos Exerccios de Fixao, clique aqui.

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