Portugal 2111 Prospectiva

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capaeremos casas evolu-tivas que se adaptamaos desejosdo corpo,sprays emvez de roupapara nos protegermosdo frio, das bactérias,dos ultravioletas e atéda radioactividade. A

comida - que tambémserá medicamento -

andará nos nossos bolsos em versão desidra-tada e compactada. Seremos1O,5milhões em2111, epois de termos descido aos 8,7milhõesem 2O31, eremos comunidades de idosos elizesno Alentejo, seremoschamadosa participarnas decisões políticas - não já no âmbito daUnião Europeia, que terá colapsado, mas deuma instância de governação à escalamundial.Neste paÍs inventado, os homens rezarão compalavras novas que hoje consideramos impro-váveis. Agradecerão a Deus aspalawas de SãoTomás de Aquino e Pessoa,a música de Mozarte as ormas de SizaVieira. "Dar-se-ámais tempo

aosi lêncioeàalegda."Esta é a visão, necessariamente ragmentada,que um conjunto de pessoasda ciência, ar-

quitectura, saúde, ambiente, música e lite-ratura,entreoutrasáreas,êm dePortugaldaquia OOanos,em2111. queaPúblicalhespropunhaeraum exercício e icção,sema obrigatoriedade a verosimilhançae sempretensões erigor científ,co.Uma

interpretaçãoiwe daspistasquesedesenham

actualmente. Em que paÍs estaremos a votarem21l1? Ainda haverá eleições? E as fronteiras, á agora,serão asmesmas?Depois, outrasquestões: como nos iremos vestir, comer, emque espaçoshabitaremos, o que seráda língua,como rezaremos?

"Gostaria de pensar que o século XXI seráo século da qualidade da democracia. Imagi-

no uma cidadania mais activa e envolvida." Opolitólogo CarlosJalali admite a multiplicaçãode uma experiência já testada em Poznam, naPolónia: "O cidadão de2lllpoderá ser selec-cionado para deliberar sobre o uso e forma definanciamento de um novo estádio de futebol,juntamente com outros cidadãos escolhidos apartir de uma amostragem representativa, de-pois de consultarem entre elese com especialis-tas." Mas os nstrumentos representativos quehoje conhecemos - eleições,partidos, deputa-dos - irão desaparecer? Creio que não. Con-tudo, serãomuito provavelmente diferentes decomo os concebemosactualmente", respondeo também director do mestrado em Ciência

Política da Universidade de Aveiro, admitindoque daqui a 1OO nos, "e porque os problemassão globais", haja "formas mais explícitas degovernação a nÍvel mundial".

NasceaUniãoIbero-Afro-AmericanaPessimista a curto prazo,Jalali antevê "crises,

algumas agudas, que obrigarão a repensar aforma de organização da democracia". Mas,num cenário a 1OOanos, acredita que aquelaressurgirá com "novos mecanismos participati

vos". Alguns á estãoprevistos no Liwo Ver-de do Conselhoda Europa.Por exemplo:

"Quandovotamos,não estamosapenasa dar o nosso voto aos partidos mas

também a financiá{o: cadavoto vaiacompanhado por quatro ou cincoeuros. Ora, esse inanciamento es-condido, que os eleitores em geraldesconhecem, poderá ser substitu-ído pela concessãode vouchersquepermitem que cada cidadão escolha

queorganizaçáo artidáriaou da so-ciedade ivilquer inanciar."Outrapossi

bilidadeextraídado Liwo Verde:a criaçãodeuma otaria,associada seleições, mqueoeleitor/vencedor anhariaumceftomontanteparaatribuiraum determinado rograma epolíticaspúblicas. Incentivariao cidadãoavotar e iria obrigá-loa reflectir sobreaspoli

ticaspúblicas."Em sentidocontrário,daresponsabilizaçã

dospolíticos,oscidadãos oderiampassarvotar emnenhumcandidato. Nestemomento,ospartidosseremeleitoscom mais ou menosabstenção omesmoqueaGeneralMotors on-seguir mesmoucrovendendomenos utomóveis,observaJalali. emdesculpas, orque"as

pessoas oderãovotar a partir dapraia", ri-seJalali,para nsistirna deiadequeo caminhoatéà democraciae2111seráconstruído omsacrifÍcios, etrocesso avanços, témesmocrises

graves".Queo cenáriovai piorar antesdecomeçaramelhorar,concorda ambémo geógrafoJorgMalheiros,do InstitutodeGeografia OrdenamentodoTerritóriodaUniversidade eLisboapara quem a crise vaifazer colapsara UniãoEuropeiae eclipsaro euro.Opaísmanteráas

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fronteirasmas nscrever-se-áumaUniãobero-Afro-Americana, indasegundo orgeMalheiros.Deixemo-loolocar-seo papeldeum paique,em2111,xplicaHistóriaContemporâneade Portugalà sua ilha: 'As consequênciasodéficede crescimentoe da criseda díüda pú-blica dos doisprimeirosdecéniosdo séculoXXI deramoriçmaumperíodo muitocompli

cado. Oreforçoda iberalizaçáoda economiae a'flexibilizaçáo' as elaçõesaborais,asso-ciadaà raca egulação osmercados inancei-ros- nacionais nternacionais e aoenormepesonas contaspúblicasdo pagamentodosempréstimos dosseusiuros raduziram-sena perdasucessiva o poder de compra,noaumento mensodo desemprego eramquaseum milhão,os desempregadosm 2O15); ofundo,numa economiasemestímulos,nca-pazde crescer."

NestePortugaldeJorgeMalheiros,quandosurgiremosprimeiros sinaisde retoma, seráa criseeuropeiadosanos2O2O causarno-vo retrocesso. e novo a ição de História: A

UniãoEuropeia, ragmentada or um decéniodeconflitose contradiçõesnternas, oi ncapazde esistir. moedadaépoca oeuro),desesta-bilizadapor ataquesespeculativosucessivose, também,pela ncapacidade e uma atitu-de concertadae solidáriano contexto da UE(houveprocessosáriosde entradae saídadepaíses),oi substituída temporariamente,écerto- por um regresso moedasnacionaisou de conjuntosde países."

Porvolta de2O31, ortugalsurgecom umapopulação eduzidaa 8,7milhões menos1,6milhõesdo queem 2O11,or via deuma axade ecundidade uesemantevensistentemen-te a roçar 1,lcriançaspor mulher fértil. Paraaredução opulacional ontribuiu ambémaemigração, ü€,nestasdécadas, tingiuumritmo superior al2O mil pessoas or ano.Eum período que surgirá descritonos ivrosde História omoas "DécadasNegras".Quese arrastarão té2O4O, noem que ocorrea"GrandeRuptura", propulsionadapelos o-vens,afinalos primeiros afectadospelo de-semprego pelascontingências aemigraçãoforçada. Oprimeiromarco oi o daseleiçõesde2o27, mqueavitóriado Partidoda Susten-tabilidadeAmbientale Social PSAS)ompeucomquase50 anosde um instalado arcodagovernação'omposto or trêspartidos PS,

PSD depoisransformado m PPD-PL-PartidoLiberal)e PP", maginaMalheiros.No contexto internacional, por volta de

2O4O-5O,jáChinase mpôs comoprincipalpotênciaeconómicae políticamundial. "Os

EUA oramperdendoalgumprotagonismoea Europa,apóso final da experiênciada UE,apresentava-seragmentada sem orça.Pe-rante estequadro, Portugal renovou a suaestratégia onjuntacom Espanha no finaldo segundo ecéniodo séculoXXI á tinhamfeitopartedaUnitedPerif, ue untou os doisestadosbéricos, Grécia, rlanda,a slândiae a...Finlândia, ujaeconomia esabou emo-do surpreendente m dois anos e retomou

o velho desideratode umaunião bero-ameri-cana,o que inha avantagemde beneficiardopotencialdaschamadaseconomiasemergen-tes'daAméricaLatina,com destaque ara oBrasil,e de algunspaíses fricanos."

Prossigamosom estecenário.Em 2lll, aUnião bero-Afro-Americana oma55 anosde

existência e ainda seis paísesafricanos - Sara (indepen-dente desde2019),Gui-né-Bissau,CaboVerde,Guiné Equatorial, SãoTomée Angola ,2Ola-tino-americanos doiseuropeus, araalémde

recuperar muitos dosvalores mais interes-santesda velhaUE(liwecirculação de pessoas ebens, apoio à aplicação deum modelosocial,criaçãodemecanismos omunsde coope-raçãoe defesa).

Nesta topiadeJorgeMalheiros, papeldoEstado ai eforçado.E, sobretudo,muitomaistransparente.Emvezdereduzidosaovoto, oscidadãos ecorremà tecnologiavirtual paraacederaos esumosda actividadepúblicadia-riamente e verificar osgastosdas diferentesentidadessemanalmente tambémporque

passou serobrigatória suadivulgação.AÌémdisso, sassembleiasirtuaispermitem nfluen-ciar directamenteasdecisões o governoemmatérias-chave., felizmente,ospolíticose osgestoresoram nteriorizando inicialmenteàcustade egislação roibitivae, sobretudo,dapenalizaçáopor partes dos cidadãos eleito-

res"- quesaltitardecargoem cargo,acumularfunções ugerir ráficode nfluências ãoeramcompatíveisomassuasunções..."

TeletransportedeáguanalbériaNumpaísenvelhecido omoé Portugal,passa

a ser comumsentarem-seuatrogerações amesma amíliaà mesmamesa.A esperança evida dasmulheresestica-setéaos116 nos.E,emvezde acantonadosm ares,os dosos i-vem emaldeias omunitárias or via dasquaisse fez o repovoamento das áreas do interior -dePortugar. POftUgaleESpanha

".fïï*J:ï::'Í*ï:fi1ff'fl;:ïãffi:',""'":â tinham eitoparrenas osteiras, "anumerosaopulação_idos,ada UnitedPefif COmprocurará,em ambientes ontroladosunto do -: -

mar, ma menizaçãolimáticauma ontem-a GféCia, Iflanda

3l"fiï3,ï'::-,:irïf*tri:?#iâiiïx:shndia€...intândia;ï:ïffi ï"0ï*?;:ïïi:iï:ffilii; 'ï cqiaeconomiaierão iequentesp'isódiose nundaçãoo deSabOU de mOdOTerreirodo Paço,"semprequeocorrammarésvivas,heiaso ejooumarés.,.oroiãfr.ïrï Süfltfeendgnte em

;T::ï::ïii,ï'J:iì,i::Hiï'"ïg:ËËâï;oisanoscom múltiplas dimensões, incluindo os odorese algumas emoções." A pensar no risco de oTerreiro do Paço e toda a Baixa pombalina fl-carem para sempre submersos, os especialistastrabalham na concepção de "novos veículosflutuantes colectivos, não emissoresde poluen-tes, capazesde circular sem ruÍdo pelos novoscanais aúleadosde edifïcios".

Por esta'altura,"vastas

áreas dos sistemaslagunares da ria Formosa e de Aveiro estarãopermanentemente submersas e novas zonashúmidas foram naturalmente criadas peloavanço do mar". Nos territórios de baixa al-titude, os temporais no mar afectarão áreasque estão actualmente a várigs quilómetros *

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capa

Emzlll,"semprequeocorTammares

vivas, cheiasnoTejooumarés

meteorolÓgicâs"o

haveráinundacõesnoTerreirodoPaco

da costa. A paisagem urbanamodifica-se: dezenas de

quilómetros de diques ar-tificiaisprotegem onas

edificadas, uarteirões, d" algumas vilas e

-'"são demolidos erelocalizados de

uma forma pro-gramada. "Es-

tará em cursoum programanacional dealimentação

da costa comarelasprovenlen-

tes de offshore", emataVelosoGomes.Em 2111,á PortugaleEspanha e erãouni-

do numgrandeprojectode eletransporte eáguaparaas egiõesmaissecas a béria, navisãodeMário Barbosa, irector do Instituto

Nacional eEngenharia iomédica. primeira experiência e eletransporte eum átomode hélio ocorreraem 206O.Depoisdisso,sãorealizadasexperiênciaspara transporte demoléculasque redundam no transportedeuma moléculade águaentre um laboratórionorte-americanoe um laboratório chinês."Tentativasde realizaramesmaexperiênciaentre dois aboratórios béricos á tinham si-do feitasantes,masos autoresatrasaram-sena publicaçãodos esultados", ÍonizaMárioBarbosa, egundoo qualo teletransportedeágua,apesardeváriasmanifestaçõesontrá-rias, fo i um sucesso". m 2099,a Coca-Colaconsegue enderaprimeiragarrafaeletrans-portada. A maior dificuldade ora ransportaro segredo, evidoà resistência a ábrica-mãeem colocá-lo o ar. Ainda houveuma entati-va de rapto do segredomasum tetranetodeum anterior presidentedos EUAconseguiuneutralizaro grupodepiratasque ameaçavalançara fórrrrulasobrepopulaçõesque pre-feriam bebervinho."

Antesdisso,em2O77, federaçãomundialde cientistas inha apeladoaosgovernos ueautorizassem produçãode reagentes urospor teletransporte, ara ins exclusivamentede nvestigação.Depoisde uma eacção osi-tiva nicial, oram evantadas áriasbarreiras,

nomeadamente or partede algunspaíses ueinsistiamque osmateriais eletransportadosdeviam ertaxados om VA.Em2087, vendapassoua ser autorizada,mas Portugal ecu-sou-se eliminar o IVA,argumentando ueoconhecimento ra ncorporadoem produtostransaccionáveis,omo artigoscientÍficos."

Nesse no, á 8Opor centodaproduçãocien-tÍficanacionalerapublicada mrevistas ien-tÍficas hinesas. áalgum empo,aliás,que ochinês e ransformara a ínguade rabalhodacomunidade ientíficanternacional.Oprimeiro congressomundial falado nteiramenteemChinês inha-se ealizadono Porto,em 2O55.Nele oram abordadas s estratégiasegene-rativasdevários.rahimais,omosalamandras,medusas,e:eStrelas-do-mar,squais ontinua-vamaservir de nspiração o desenvolvimentodemétodos línicos e regeneraçáo." orém,apesar osprogressos ientíficos, regenera-çãode membros órgãosnteirosaindasóerapossível esses nimais.Apesarde, há mais

de 50 anosser possível regeneraçãoarcial -

do coração,oscientistas creditamque umavida saudávelé a melhor forma de conservaras unções esteórgão."

TelemóveisdeorigembiolôgicaEm 2111,egundo bioquÍmicoDavidMarçal,oentendimento abaldasüas metabólicas a re-de ntrincada de ransformações ueocorremnos organismos ivos- permite o surgimentode uma engenhariaprópria e o desenvolvimento de nfra-estruturas e comunicação lo-baisquesãogigantescasedesde células vas.Neste enário,a nformação ransmite-se oba forma de mpulsoseléctricos,alimentadaspor estaçõesotossintéticas.Osutilizadoresusamaredeatravésde dispositivos rgânicos,quenalgunscasosnteragemcom osprópriosimpulsoseléctricos o cérebro.Estesnterfa-ces elepáticos ãocadavez maispopulares."

Tantopodem ser usadosparacontrolar umveÍculo (quetambém será eito em materiaisbiológicos) omoparacomunicar om outraspessoas. ,lembraMarçal,"comoo modo detransmitir a informação é o mesmo ipo deimpulsoseléctricos ue há entre célulasner-vosas, possívelransmitir deiase emoções,paraalém de conteúdos erbaisou visuais".No undo,"é como seessa edede comunica-ção osseuma extensãodo sistemanervosodo próprio indivíduo, funcionando segundoosmesmos rincípiosepermitindo ransmitirideias emoções e um cérebro arao outro".Mesmo euma daspessoasstáemPortugaloutra na Austrália.

Osdispositivos uedesempenharns unçõesdos elemóveis, as elevisões dos compu-tadores erão uma oriçm biológica,ou seja,serão eitosde ecidos produzidospor micror-ganismos uplantascom ascaracterísticasisicasadequadas sua unção(por exemplodu-Íeza)" o quesignifrca ue"sãobiodegradáveiseregeneráveis". useja,a erados esíduos eplásticodo tempo do petróleohá muito quef,coupara rás.

Andar de carro serâpiorquefumarO hábito de andar de carro é outro dos queem 2111ará também parte do passado. O con-ceito tradicional de mobilidade, que implicadeslocarmos o nosso corpo e recorrer paraissoa um aparelho que pesadez ou vinte vezesmais do que nós para atingir uma determinadavelocidade, estará ultrapassado pelas alterna-tivas oferecidas pelo mundo virtual. Teremosuma mudança de mentalidade e, nessaaltura,olhar-se-ápara as pessoasque insistem emandar de carro de um lado para outro comoseolharia hoje para quem seatrevessea fumardentro de uma sala de cinema", compara Tia-go Farias, do Instituto Superior Técnico. Porvolta de 2O5O,avança este docente, a metade reduzir a zeÍo as mortes na estrada estarácumprida e isso vai dever-se tanto ao avan-

ço dos sistemasde comunicação e segurançados veículos como aosnovos conceitos de mo-bilidade. "Para que é que as pessoashão-depercorrer milhares de quilómetros e gastarimensos recursos para se deslocarem à China

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se conseguiráo fazer-sepresentes sem lá ir?"Não é difícil encaixar aqui a visão de um slcype,versão tridimensional.

Por essaaltura, já a profissão deixou defuncionar como marca identitária, segundoLuís Imaginário, da Faculdade de Psicologiae Ciências da Educação da Universidade doPorto. A relação de cada um com o trabalho

terá "carácter intermitente" e "os papéis pro-fissionais (ou ocupacionais) perderam impor-tância relativa face aos outros papéis sociais",segundo este especialista, que imagina umfuturo em que cada cidadão nascerá com umplafond destinado agarantÍr-lhe a subsistência."Será uma espéc ie de cartão de crédito eco-biológico e independente da conta bancáriaacumulada pelo rendimento do emprego edo trabalho."

No campo da Educação, a escolaridadeobrigatória é de 20 anos e, mesmo assim, oconceito da aprendizagem ao longo da vida hámuito que se institucionalizou. O "Ministério

dos Saberes", dealizado pelo sociólogo ElísioEstanque, investigador do Centro de EstudosSociaisda Universidade de Coimbra, prevê quecada cidadão possa nterromper a sua carrei-ra profissional durante um período variável(entre dois a cinco anos) para frequentar auniversidade.

Os alunos que no âmbito da sua formaçãose disponibilizem parafazer voluntariado deapoio aos excluÍdos e pobres recebem "créditos

delazer" que acumulam no chamado Banco deServiços. Cadacidadão/voluntário pode, aindasegundo Estaque, "optar por receber essescré-ditos em serüços - por exemplo,limpezas - ouna forma de complemento salarial. Estes serão

certiflcados sob a forma de 'títulos de troca',que têm valor monetário mas não convertívelem dinheiro üvo, ou seja, os títulos de troca -

também conhecidos por "bilhetes solidários"- expressam o nível de dedi cação de cada uma actividades de entreajuda ou formas concre-tas de dádiva; enquanto o dinheiro vivo e as"posses" revelam o estatuto de poder que osmembros da elite (ou o status dos executivosde topo) podem ostentar.

Casas uereagem ao corpoNo que às cidades diz respeito, a cada uma sua. "Nós entendemos as cidades co-mo uma forma definida, mas pensoque elas funcionarão em rede e o

lona e isso será possível cruzandotransporteslow cost ou mecanismosde telepresença", projecta GonçaloFurtado,professordo programademestrado doutoramentoda Facul-dadede Arquitecturada Universi-dade do Porto. É, no fundo, umaevolução para "uma complexa

geografia em rede, compostapor centros e núcleos, assimcomo tecidos urbanos difu-sos, em que não se distinguea fronteira entre o local e oglobal, o natural e o artificial,eo f Ís icoeov i r tua l " . *

ManuelAntónio Pina,escritor,vencedordo PrémioCamões 011

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8/6/2019 Portugal 2111 Prospectiva

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capa

ManuelGraçaDias,arquitectoe directordo/ornal dosArquitectos

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st#ruxratxnwnl,tv:,mtÍ.,*r4"3r'$rd3fi*ü[rfrErcgarâ{wcf,a*r;a**r'fc*üfa},}rr#ru$-dindrup*#v**íü a;fumffime:fue;,amr cxuçtmg*mu,ffi{s, Me*ta'fi $âe"Ímçâ***'*fqlrueoe&mviruftn,lÏ"1{{{{{{{{{{{{{{{{{{{{{{{{{{{{*$:sa#{.}-N*:wtw'tnufç-p,gs:;ç}{}q'c}.#isnsl#smn-wifffer"ã*ef{**rsq$çpáecic$$#f.ffiwpmâ.:a*$;x,ï{,ísser}';ift.}s*"Èmmç*ic:l{ru :r;xmmpcln:fl*s**:ã$"wieãqNaal#;*$r ffi*rs*ss-lfic.e$$v#fr$t;tiffil't*:â*t*, ffiau.sâ{qrelïeça*cr:riç$aprffi.sÍe#sg}ffiÇ{}*lerrmhpd:s"r*s4:{Ìs?g$3:{"}$sig[d;]rü#e*$üv*n'.s"h{s:nlela;erupmç* *+:u4*;a*ücielã.*raxte"*ratd*veluelyltwffiwwnmlÁwí'krt:ut,"{ftLuftt}âfu,*mxnn,iffiffísü$f*{:rÂffiiq'3*s*r'flr"ft#i,Àrw-:q"r}u[r"i[rs]*reWih.T;:iilile.&anu.6nfrwwffiv.tcJ q.*sr#*iá{:tlãe *mnifmrim.rïwaffi$:$,r fuâc$c{*tms'* ï.}'s?Esu*sqií{* sp*r{.wwtn'"arr* ri*r*avffirïr ;*"c} #ncfs:mlfl;xrkwr.*J;aamp* }r";$s*{*rÃwçtw&w;rr*y:rl"xilm"xir^#rã-$#J,*q:Á,ffi.tfs:#:r#argq$#-wg"l[ffâr$eruc$ançüv;r*x*trri1,,t"cá]*.'Jmp,w**p*rfxt-litxa n*:sj*,tr*ït"msâ4$er: {*ãea"a;e*3.m*33iãsl:{-flsstd}lmmg*ear'ilr;*rurgli-*;{,;*mmxwffipn:fi,;*r;r-tx"t&wnffi*16**.r'tutrtnc*}m,s.q{#ïr:a*qrq*$.

W)xxg.n#,&"}fi"H0,ffi,çgntmys} rffiã{rq:}mgÈrnçl*v$r$ffim*s;$* Hï#qr'#"$.pe.ru*te*mrxx'*r:*rtrwçt-r*wl.l:L"'wçffir*)anm{;awmâçf* sffi{.}{,Fí}r-#$}# g:r*rumrJm..*e4ter*r$

mnnntfl"m,fiw:.mwwmr*prficfremmamrvaailffffs*asãrgleffiih$ ua$;as3m**.t,t'ex.$.s{mw*N nwïïv:nm"ru$**,rqãevwarÃ{*xaïyfis i epfiaefl âct,i,l!r"px"x-u"s#nfrffig-f;4"*;acfie*fule*qna*ím$e*spmçq} f**+n***r*ívml,'l*le r'*rarel*+

*Ïrffvtrr''ega+"**4n*;ale4axern.*o;rÂutç#*rÍes** {ig* tl" a*r* i* fi'fr{.ãffi#}*{}$artt.ait$v$f9*í4";xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx*w:mE.m,*x"u*wea'uwl*'nemtw'w{trxs:*-sla$.rsia* facã*rn r*lecf{fs:}{:*{rt:e*fiçftr:a:e{rxún'*xsqoeJmïfmit} {$r# vens-{;aaíe{raâffffi#rïâq:ss.}niãm;,*Ïfim,d} i:#s#:âstnv #n'aram"frfi:ttxs:fi{J e*rn.qc*$**;**t:w*muiiase'elcp;n*çerr,a*;&v*ms"âï",'â;sça}:üï$#$3ffic,"43wa: Nnu:ntniq.l i*Lt mmge* ;**ç*;nrl* drufrdr"á*+.*,} {ü{{#sel *:ml*v;lar#*$ a*anaru*$ .wcJuh oi,l rã 'iô na -e{*$;* *ri {ffi 3|s "

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YAww{J.*Í*:ut:ftffi-ss};ânn*}:lïc*sp*w{ww"*Ès}*:çisïaïrrr*r*ru* r,ã*â;arje reaee4') .{"#i$i$p#r{*ge*q:mmrffiicq:$,*i*.#r:is #ç:$m*$;-sir*s},:+:n*:ef'afl{*a

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8/6/2019 Portugal 2111 Prospectiva

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Nascidadesdifusas do futuro, "continuarão abrotar construções,espaços ísicos destinadosa abrigar os nossos corpos". Mas a arquitec-tura dos edifícios deixará de estar refém dasutopias que marcaram o passado: a vertical,"possibilitada pelo aço e pelo elevador", e a"utopia horizontal dos subúrbios, possibilitadapelo carro".

Quantoàs casas, serão espaços "optimiza-

dos, efémeros, multifuncionais quando nãoflexíveis". Feitos "para obedecer aos nossosdesejosde fluidez, transitoriedade e hibridez",prossegue Gonçalo Furtado, para enunciar:"O espaçovai ser mutante para se adaptar aosdesejosdo nosso corpo."

Na prática, em vez de betão, uma parede po-derá ser de vapor ou um holograma. 'Através

de mecanismos de robótica, que deformam oespaço, ou de mecanismos de realidade au-mentada ou ampliada, que funcionam comouma espécie de holografia, os espaços terãouma dimensão humana e de interactividade:uma parede pode ser feita por uma imagem,

o tecto pode baixar ou subir para satisfazerosnossosdesejosde conforto, ospróprios cheirospoderão ser utilizados para modelar a nossaexperiência", ilustra este arquitecto.

O mais certo é que edifïcios assimseponhama questionar as fronteiras do interior-exterior."Edificios panfletando o seu star-system e porvezes repletos de gadgets e dispositivos elec-trónicos que permitem expandir a suaperfor-mance para além dos limites físicos das suasparedes." Porém, "reduzidos à imagética doespectáculo,de construção expedita e sobre-tudo anónimos de humanidade", escreve oarquitecto, que imagina um futuro marcado

por espaçosem permanente reconfiguração"de acordo com os desejos e os biofeedbaclcsdo nossocorpo".

Nestascasas do século XXII, as lâmpadasserão objecto obsoleto, porque "os tectos e asparedesserão evestidoscom tecidos que pro-duzem luz quando atravessados por correnteeléctrica", acrescentaBraz Costa,director-geraldo Citeve-Centro Tecnológico das IndústriasTêxtil e do Vestuário de Portugal.

Os erros de engomar também se eclipsarãodo reduto doméstico, subsistindo na memóriacolectiva apenas como símbolo da subjugaçãofeminina e do tolo desperdício de tempo de queenfermava o século anterior. No léxico do novoséculo, aspalavras "vincos" ou "amarrotados"não fazem sentido aplicadas a tecidos, porque,por volta de2o2}, a técnica de fabrico wash &wear universalizou-se e eliminou a passagema ferro.

Do rnesmo modo, e por causa da crónicaescassezde água, as máquinas de lavar roupa- grandes consumidoras deste recurso - hámuitos anos que deixaram de integrar o lequede electrodomésticos, o que foi possível deüdoao fabrico em série de tecidos com funções deautolimpeza.

"Estacoisade gastar rios de águapara lavar emontes de energia para aquecer essaágua que

usamospara lavarvai mudar radicalmente, nãodaqui a lOO mas daqui a 50 anos ou menos",sustentaBraz Costa.As funções de autolimpeza(que começaram por ser testadas em fogõesdotados de revestimento catalítico - espéciede película antiaderente que não deixa o sujoagarrar-se)começaram por ver a sua eficácia

comprovadanos assentosde autocarros, omboios,táxise metros,osquais,apartir de meadosde 2O5O,passaram poderserprogra-madospara niciaremossiste-masautomáticos e autolim-peza durante a noite.

Esta novação foi, ali-ás, um marco funda-mental na democrati-zaçáodos transportespúblicos por causa dacorrespondente arantiadeque,a ca-damanhã,os assentosinham sidoextirpadosdequaisquermpurezasoubactériaspropaga-dorasde doenças.

"sprays'oem vezderoupaPor esta altura, qualquer cidadão que costumepÍaticar joggingnáo dispensará a sua T-shirtterapêutica, a qual tratará de o alertar paraa necessidadede abrandar a corrida quando

o ritmo cardíaco acelera demasiado. Não éficção científica. "Portugal é um país que játem no mercado T-shirtsque fazem electro-cardiogramas. Começou por ser um colete, ochamado VitalJacket, que parecia o colete deum fotógrafo, tal a quantidade de elementoselectrónicos que era preciso ter nos bolsos, oequivalente a três quilos de material, e hoje éumaT-shirt que tem na bainha um dispositivomenor que uma caixa de fósforos que arma-zena toda a informação necessária", sublinhao director-geral do Citeve, apontando aindaa existência de meias capazesde fazer a sen-sorização do ritmo cardíaco, da temperatura

e da humidade.Por volta de 2050, estassoluções farão partedo quotidiano de qualquer cidadão. Na roupade cama como no vestuário, as escolhas ar-se-ão de acordo com as uncionalidades terapêu-ticas pretendidas. Estas começaram no campoda aromaterapia (os ençóis dotados de micro-cápsulasde menta, um composto que estimulaa circulação sanguíneae, por consequência,retarda o aparecimento da celulite foram umsucessode venda) e alargaram-seaté ao campoda medicina.

"Os tecidos adelgaçantes como é que fun-cionam?Têm umas microcápsulas,espéciedeovinhos muito pequeninos, à escalada milési-ma de milímetros, contendo uma gotinha deuma substânciaadelgaçante.Com o uso e coma fricção, essesovinhos vão-se partindo e liber-tando a tal substância activa. Hoje, á existemprotótipos de T-shirts com microcápsulas deinsulina para os diabéticos e, do mesmo modo,é possível criar vestuârio capaz de transmitirao corpo humano as moléculas que ele deviaproduzir e que, por algumarazão, não produzou deixou de produzir."

Roupas em substituição de alguns medica-mentos, portanto. E, mais do que isso, a indu-mentária de2lll compor-se-á por peças queprotegem quem as enverga "de tudo o que é

aglessãoexterior: raios ultravioletas, bactérias,radioactividade...".

E isto numaüsão conservadora, porque BrásCosta magina um século XXII em que as pes-soas sevestem comsprays. "Há já experiênciasno sentido de as pessoascom uma latinha despray conseguirem proteger-se do frio, dos s

"ts*M .ffi

Yaihaverumamudançadementalidade eolhar--se-apara aspessoasque andarrrde calro

comoseolhariahojeparaquemfumassenumasaladecinema

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capa

iilti ii.:rt.i irÌi;

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Haverâlençôisdotadosdemicrocápsulas

dementa,rrmcompostoque

estimula acirculacãosanguÍneaeretardaoaparecimento

dacelulite

ultravioletas, nfim...Masessas xperiênciasestãonuma asepré-competitiva, orquemes-mo havendoa tecnologiaé precisomudar asmentalidades o consumidor.Repare:a Re-nault fezum protótipo de um carro eléctriconosanos192O essa xperiência ãoavançouantesporqueaspessoas ão estavam repa-radaspara sso."

Comspray u com ecidos,há umacoisaque

nãovaimudar:a moda.Daqui

a OOanos,a re-laçãodaspessoasomovestuário aicontinuara ter comograndedriver a moda,a estética,ostdtus, glamourqueaspeçasêm."

Acomida como medicamentoDaqui a lOO anos, as pessoascontinuarão asentar-se à mesa e as refeições continuarão aser um acto social e pretexto para conúvio fa-miliar ou entre amigos. Masmenos do que hoje.' 'A alimentação tem uma componente lúdicae de prazer e acho que issonão se vai perder,ou seja, ingerir os nutrientes necessáriosvaicontinuar a ser um motivo para as pessoasseencontrarem, mas isso

vai conviver com ou-tras formas de ingerir alimentos, muito maisfuncional, e, por outro lado, o aspecto comque a comida chega a nossa casa também vaimudar", avisaJosé Teixeira, do Departamentode Engenharia Biológica da Universidade doMinho. Como será então a comida do futuro?"Estaremos todos a comprar comida em versãodesidratada e compactada, que até poderemostransportar nos bolsos, e à qual teremos apenasde adicionar água no momento de a consumir",admite esteprofessor catedrático. Não será di-fïcil assimperceber que os hipermercados separecerão mais com farmácias. Aliás, muitoantes de2lll, as embalagens que usamos hojepara acondicionar a fruta nos supermercadosterão desaparecido. Não é ficção: as embala-gens do futuro passarãopor soluçõescomo ajá testada recentemente na Universidade doMinho, em que asmaçãs,emvez de serem en-sacadas, orampulverizadas com lmspray quecria em torno delas uma nanopel Ícula invisívelque, sem lhe alertar o gosto nem o cheiro, a

protege de ser invadida por microrganismosou agentesquímicos que a possam deteriorar."Essasolução tem ainda a vantagem de fazercom que a maçã demore mais tempo a secar,porque limita a evaporação da águaque o frutocontém", explicitaJosé Teixeira, para quemo mais provável é que estas embalagens emforma de nanopelículas evoluam no sentidode garantirem a incorporação nos alimentos

de compostos bioactivos ou funcionais, antio-xidantes, agentesantibacterianos e o mais quese venha a revelar necessário.

'A comida vai ser mais funcional, vai ser onossomedicamento e, por isso,os alimentosvãopoder ser feitos à medida de cada um, ou seja,será nutrigenómica, o que serápossível por viade tecnologias que nos dirão: 'Vocêhoje precisade uma dieta mais rica em proteínas ou em hidratos de carbono porque vai correr mais'."

Cadaindiúduocomasuabandasonora

Nestepaís do futuro-

em que, como vaticina osexólogoJúlioMachadoYaz, "as famíliasseorga-nizamàvolta dos afectose continuarão fragmen-tadascomo hoje em dia", e em que "as pessoasdefenderãona teoria procedimentos'científi cos'para encontrar a relação viável e continuarão naprática a apaixonar-se por gente que promete'navegação difícil'" -, cada indiúduo andaráacompanhado da sua própria banda sonora,navisão deAdolfo Luxúria Canibal.

'As pessoaspoderão incorporar uma espéciede chip que as acompanha em permanênciae que é programável no sentido de permitirque a música as acompanhe na sua circulaçãoquotidiana, no espaço público e privado, semque as diferentes músicas individuais criemuma amálgama sonora insuportável, porquesó serãoouvidas por quem as escolheu."

Apesar da omnipresença da música, as apa-relhagenssonorasterão desaparecido. A tec-nologia disponível permitirá que, de forma pré-programada, a música se accione automatica-mente quando uma pessoaentra nas diferentes

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divisões", prevê Luxúria Canibal, imaginandomúsicasonde predominam sons"cada vez maissintetizados, quer sejam de pássaros,água, pe-dra contra pau, quer sejam sons novos, frutode sintetizaçãoelectrónica". Estesnovos sonsserão algo de novo. "Sons perfeitamente sinte-

tizadosque ultrapassarãoas actuais escalasdecatalogação,ocidentais ou orientais."Do mesmo modo que não haverá aparelha-

gensmusicais, alguém declarar-se músico pro-fissional soará anacrónico, porque aquilo emque Adolfo Luxúria gosta de acreditar é numnovo paradigma em que "a sobrevivência nãoestará indexada a um salário e a um emprego".Logo, cada um disporá do seu tempo para sededicar ao que lhe dá prazer. 'A criação musi-cal será algo de profundamente colectivo, istoé, toda a gente poderá criar música e isso nãoserá profissão de ninguém, fará parte do lado

criativo que toda a gente vai adquirir."

RezarcomTomásdeAquinoePessoaSerá alvez uma das formas de se conectaremcom Deus. Nesta era da técnica, "os homens

aprenderão arezaÍ", segundo o padre e poetaJoséTolentino Mendonça. Deixemo-nos con-duzir por ele:"Daqui a 1OO nos, a palawa'religião' serámaisusada do que é hoje, por um maior número demulheres e de homens e com mais prazer.

As religiões tornar-se-ão mais espirituais.Oshomens aprenderãoaÍezaÍ na era da téc-

nica. E rezaráo com palavras novas que hojeconsideramos improváveis. Ao lado das gran-des orações bíblicas, tomarão as palavras dospoetas e dos escritores do seu tempo. Inven-tarão novos vocábulos. Darão maior atenção

ao corpo na oração.Continuaremos todos a dizer: A nossa ne-cessidade de consolação é impossível de sa-tisfazer.' Mas também: 'Bem-aventurados osque têm sede.'

Os crentes perceberão que tudo o que ilu-mina o enigma nos aproxima de Deus. E, por

isso, agradecerão a Deus São Tomás de Aquinoe Fernando Pessoa,a música de Mozart e o si-lêncio de um monge, as formas de Siza Vieirae a erótica deJean-LucMarion, as mãos de Ro-din ou deJoséPedro Croft e as mãos de MadreTeresade Calcutá.

A par da Verdade e do Bem tornar-se-á uni-versalmente evidente que a Beleza é um caminho para Deus.

Dar-se-ámais tempo ao silêncio e à alegria.O corpo será finalmente incluído na trajectóriaespiritual.

As comunidades crentes serão menos massi-

ficadas e mais inclusivas da singularidade.Leremoscom maior abertura e sabedoriaos

textos saglados uns dos outros. Mas também ogrande livro sagrado que é a criação.

Redescobrir-se-á sentido dos ritos. Torna-remos a dar valor à iniciação e aos rituais depassagem.

Redescobrir-se-áo sentido da itinerância e daperegrinação. Os velhos caminhos de peregrinação,que séculosde racionalismo esvaziaram,voltarão a encher-se de vozese de passos."

Bem-vindos, portanto, ao século XXII. ffi