Sintaxe Aula i

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LÍNGUA PORTUGUESA: SINTAXE Profª Vanessa Fabíola Silva de Faria

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apresentação da aula - tema GT

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LNGUA PORTUGUESA: SINTAXE

LNGUA PORTUGUESA: SINTAXEProf Vanessa Fabola Silva de FariaEMENTAI - EMENTA: Estudo das funes sintticas e suas relaes nos perodos simples e composto. Classificaes sinttica e semntica.II - OBJETIVOS:1) Determinar os principais aspectos que caracterizam e definem um estudo sinttico; 2) identificar e descrever estruturas sintticas simples; 3) aprofundar os estudos da orao complexa luz de teorias lingusticas modernas.

ementaIII - CONTEDOS PROGRAMTICOS:1 Plano de anlise sinttico e sua interface com a semntica e a pragmtica1.1 Esboo histrico1.2 O termo sintaxe1.3 Procedimentos analticos2 Diferentes abordagens sintticas2.1 Abordagem tradicional2.2 Abordagem estrutural2.3 Abordagem gerativista2.4 Abordagem funcionalista3 Organizao da estrutura oracional3.1 Frase e orao3.2 Os constituintes oracionais3.3. A recursividade lingustica3.3 O modelo distribucional

ementa4 A orao complexa4.1 Elementos terico-descritivos4.2 Subordinao e coordenao4.3 Marcas de subordinao4.4 Estruturas de subordinao 4.4. 1 A construo completiva4.4.2 A construo relativa 4.43 A construo adverbial4.5 Marcas de coordenao4.6 Estruturas de coordenao4.7 A falsa coordenaoementaIV METODOLOGIA:Aulas expositivas; leitura e anlise de textos; estudo dirigido; discusso em torno da aplicao didtica; exerccios estruturais.V - AVALIAO:Processual e contnua focando o desempenho do aluno ao longo das atividades propostas durante o semestre letivo com base nos seguintes critrios:Exerccios de verificao da aprendizagem peso 2, 0 participao nas discusses temticas das aulas peso 2,0 fichamentos; resenhas crticas; seminrios; trabalho monogrfico peso 6, 0

ementaVI - BIBLIOGRFIA BSICA AZEREDO, J. Iniciao sintaxe do portugus. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995.BECHARA, Evanildo. Moderna gramtica portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999. (p.57-108) CASTILHO, Ataliba T. Nova gramtica do portugus brasileiro. Rio de Janeiro: Contexto, 2010.KURY, Adriano da Gama. Novas lies de anlise sinttica. 2. ed. So Paulo: tica, Srie Fundamentos, 1986.MIOTO, C. Et al.. Novo Manual de sintaxe. Florianpolis: Insular, 3 ed., 2007. PERINI, Mrio A. Gramtica Descritiva do Portugus. So Paulo: tica Ed., 2005ementaVI.1 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTARCMARA JNIOR, Joaquim Mattoso. Estrutura da lngua portuguesa. 14. ed. Petrpolis: Vozes, 1984.CARONE, Flvia de Barros. Morfossintaxe. So Paulo: tica, 1986.CARONE, Flvia de Barros. Subordinao e coordenao: confrontos e contrastes. 2. ed. So Paulo: tica, Srie Princpios, 1991.MACAMBIRA, Jos Rebouas. A estrutura morfo-sinttica do portugus. 5. ed. So Paulo: Pioneira, 1987

Plano de aula dia 25/04/2015Tema: Sintaxe definies, conceitos em vrias tradies de estudo, e seu objeto de estudo, o sintagma.

Objetivo: Conhecer as definies de sintaxe em vrias tradies, reconhecer um dos objetivos da sintaxe, qual seja, o estabelecimento de princpios gerais que se apliquem de maneira uniforme; reconhecer a natureza complexa da lngua e da anlise sinttica.

Contedo: Conceito de lngua e gramtica em algumas tradiesConceito de gramtica e sintaxe pelo vis funcionalista;O sintagma, definies e tipos.

Plano de aula (cont.)Procedimentos metodolgicos: aula expositiva com explorao terica dos contedos

Avaliao: Observao da interao por meio das manifestaes oraisExerccios de reconhecimento dos sintagmas.

Bibliografia da aula:CASTILHO, Ataliba T. Nova gramtica do portugus brasileiro. Rio de Janeiro: Contexto, 2010Aula i tema: definio de sintaxe e seu objeto de estudo Nesta aula vamos tentar fechar uma definio de sintaxe, delimitar seu objeto e tratar do sintagma, examinando conceitos, tipos, usos e caractersticas dos sintagmas.

Trata-se de um momento muito importante, em que estaremos trabalhando com um dos nveis fundamentais para a descrio e interpretao da lngua portuguesa, o sinttico.

Mos obra!

Mas o que sintaxe?De um modo geral, as pessoas pensam que sintaxe se resume classificao de termos e perodos da orao, na tentativa de fixar regras e rtulos sem maior reflexo e aplicabilidade nos usos dirios da lngua. Muitos chegam a pensar que aula de Portugus que se preze s se faz com a tradicional anlise sinttica.

Na verdade, a sintaxe algo, ao mesmo tempo mais simples e mais complexo do que isso! Trata-se de um dos nveis da gramtica da lngua. Entendendo-se:1) A lngua um conjunto de processos mentais, estruturantes. 2) Desta concepo de lngua resulta uma srie de postulados adotados pela Teoria Multissistmica Funcionalista-Cognitivista, a saber: a lngua i) se fundamenta num aparato cognitivo; ii) uma competncia comunicativa; iii) as estruturas lingusticas no so objetos autnomos; iv) as estruturas lingusticas so multissistmicas, ultrapassando os limites da gramtica e v) a explicao lingustica deve ser buscada numa percepo pancrnica da lngua.

DSCDISCURSOGRAMTICALXICOSEMNTICAEvidentemente, esta no a nica definio de lngua e gramtica. a mais moderna e operacional, sem dvida, mas no a nica, seno, vejamos:

Se voc fizer uma pequena pesquisa procurando gramticas aqui e acol, poder orden-las em vrias direes, dependendo do seu interesse, Castilho (2010): Pode-se, em linhas bem gerais, identificar quatro grandes direes de concepo de lngua (que redundam, por sua vez, em concepes distintas de gramtica), cf. se v no quadro a seguir:Concepo de lnguaConcepo de GramticaA lngua como um conjunto de produtos estruturadosGramtica descritivaA lngua como um conjunto de processos mentais, estruturantesGramtica funcionalista-cognitivistaA lngua como um conjunto de processos e produtos que mudam ao longo dos tempos.Gramtica histricaA lngua como um conjunto de usos bons, expresso do belo.Gramtica prescritivaCada uma dessas gramticas carrega consigo sua definio de sintaxe:Tipo de gramticaDefinio de SintaxeGramtica descritivaSintaxe a parte da gramtica que descreve e interpreta a ordenao e a combinao hierrquica dos constituintes nas frases de uma lngua, sintaxe autnoma em relao semntica e esta em relao pragmtica. Vai-se da sintaxe pragmtica via semntica.Gramtica funcionalista-cognitivistaMultissistemas em que os sistemas se inter-relacionam, no funcionalismo a pragmtica uma moldura (frames) dentro do qual se estudam semntica e sintaxe, semntica dependente da pragmtica e caminha-se num sentido que vai da pragmtica para a sintaxe via semntica, no funcionalismo-cognitivista, modelo mais recente, todos os sistemas so afetados pelo dispositivo scio-cognitivo, e os sistemas so independentes entre si, podendo haver interfaces entre eles. Tipo de gramticaDefinio de SintaxeGramtica histricaEm cada uma das famlias tericas que compe esse grupo ocorrem diferenas de estatuto: Neogramaticismo privilegia a fontica como objeto de estudo;Estruturalismo privilegia a fonologia como objeto de anlise;Gerativismo privilegia a sintaxe como objeto de anliseDeste modo, este tipo de gramtica tender a conceber Sintaxe pelo vis gerativista, ou seja, como um conjunto de normas internalizadas, um conjunto de princpios, invariantes, aos quais correspondem parmetros que so opcionais, de modo que tais princpios se aplicam de maneira uniforme a um tipo de sentena independente do contexto particular em que foi enunciada.Gramtica PrescritivaPauta-se pelo estudo da norma padro, ou pelo que se prescreve como bom uso da lngua, ou o belo na lngua. Nesta perspectiva, a sintaxe a rea encarregada de prescrever normas na combinatria dos termos na frase, tomando como base combinaes que j no so usadas nem mesmo na escrita, descaracterizando os usos da lngua tanto na escrita quanto na fala. O objeto da sintaxe em 3 tradiesNa proposta gerativista: o sintagmaUnidade sinttica- combinao de signos na sequncia dos sons da fala com o intuito de comunicao. Sempre relaciona elementos para traduzir algum dado da experincia. No nvel da frase, interessa-nos especificamente o grupo de constituintes em relao com um elemento central, seu ncleo.

Chama-se de sintagma a uma sequncia de palavras que constituem uma unidade (sintagma de uma palavra grega que comporta o prefixo sin, que significa com, que encontramos, por exemplo, em simpatia e sincronia). Um sintagma uma associao de elementos compostos num conjunto, organizados num todo, funcionando conjuntamente (...) sintagma significa, por definio, organizao e relaes de dependncia e de ordem volta de um elemento essencial (Dubois-Charles, Bases de anlise lingustica.

Os vocbulos no se unem para formar a orao do mesmo modo que os gomos se unem para formar a laranja. Os vocbulos no formam a orao, seno indiretamente. Eles associam-se em grupos, os sintagmas, que so os verdadeiros constituintes da orao (Azeredo, 1990)

Sintagma qualquer construo, em qualquer nvel, resultante da articulao de unidades menores. (Carone, 2001:08)

Na proposta descritivista, os modos pelos quais os constituintes de uma orao se combinam constitui, precisamente, o objeto central de uma anlise sinttica. A orao se estrutura de maneira hierrquica, isto , contm constituintes que, por sua vez, contm outros constituintes. (Perini, 2005). Esses constituintes equivalem, para o autor, aos sintagmas dos gerativistas, e sua representao arbrea a mesma adotada na Teoria X-Barra dos gerativistas.

Na proposta funcionalista-cognitivista, temos a sentena como estrutura gramatical. Dentro dessa estrutura gramatical, encontram-se os arranjos lexicais dos quais formada, ou sintagmas, bem como funes que decorrem das relaes que se estabelecem entre esses sintagmas, funes que, no custa repetir, so especificadas pelo verbo ou algum outro especificador.

Logo, nas duas perspectivas (funcionalista e gerativista), o sintagma uma unidade de anlise, o que muda o foco, no gerativismo, o sintagma a unidade privilegiada de anlise, enquanto nos funcionalistas, a sentena a unidade privilegiada de anlise, da qual o sintagma uma parte.

Exemplos de sintagmasSintagma verbal : tem como ncleo um verbo[O colar de Carolina / colore o colo de cal ] SV[[O colar de Carolina] [colore o colo de cal]SNSVou, em caixas

O colar de Carolina colore o colo de cal.O colar de CarolinaColore o colo de calColarcoloreODe CarolinaOcolode calOu em rvoresO fazendeiro matou um patinho Esse cobertor vai esquentar demais Voc podia fechar essa janela?

De que o receptor dispe, em um primeiro momento, para decodificar uma seqncia formal? (Perini, 1999)

A Sintaxe - Delimitao de um campo de estudo Matar("O fazendeiro matou o patinho"... "quem matou, quem morreu?") 1) O fazendeiro matou o patinho Matou o patinho O fazendeiro matou O patinho o fazendeiro matou

O patinho matou o fazendeiro Matou o fazendeiro O patinho matou O fazendeiro o patinho matou

O touro matou o fazendeiro Matou o fazendeiro O touro matouO fazendeiro o touro matou morrer2) MorrerO patinho morreu Morreu o patinho O fazendeiro o patinho morreuO fazendeiro morreu Morreu o fazendeiro O patinho o fazendeiro morreuO fazendeiro morreu Morreu o fazendeiro O touro o fazendeiro morreuderrubarO menino derrubou o prato Derrubou o prato O menino derrubou O prato o menino derrubou O prato foi derrubado pelo menino O prato foi derrubado O prato derrubou o meninocairO prato caiu Caiu o pratoquebrarO menino quebrou o prato Quebrou o prato O menino quebrou O prato quebrou O prato o menino quebrou O prato foi quebrado pelo menino O prato foi quebradoO prato quebrou o meninoarrasarAs meninas arrasaram os meninos As meninas arrasaram Arrasaram os meninos Os meninos as meninas arrasaram Os meninos foram arrasados pelas meninas Os meninos foram arrasados Os meninos arrasaram as meninas Os meninos arrasaram Arrasaram as meninas As meninas os meninos arrasaram As meninas foram arrasadas pelos meninos As meninas foram arrasadas

Esquentar ("Esse cobertor vai esquentar demais"... "O cobertor vai ficar quente, ou algum vai ser esquentado pelo cobertor ?")7) esquentarO sol vai esquentar demais esse cobertor Esse cobertor vai esquentar demais Esse cobertor vai esquentar demais o beb Esse cobertor vai esquentar demais8) derreterO calor derreteu o gelo O calor derreteu Derreteu o gelo O gelo derreteuFechar ("Voc podia fechar essa janela?"... " uma pergunta sobre a sua capacidade de fechar, ou um pedido para voc fechar?")Voc podia fechar essa janela? Podia fechar essa janela? Voc podia fechar?

Voc fechou essa janela! Voc fechou! Fechou essa janela!Essa janela fechou! Essa janela foi fechada por voc. Essa janela foi fechada.

https://www.youtube.com/watch?v=9_HaHtcKG9c&index=3&list=PLGp2jSK7C8hCA4LkWDD2RDwzF2WmkcQHN A Gramtica tradicionalMorfologia : classes de palavrasSintaxe: funo das classes de palavras na cadeia sintagmticaSeu quadro inicia-se pelo estudo da frase/orao e se encerra nos perodos compostosA anlise sinttica inicia-se pelo sujeitoTermos da orao:EssenciaisIntegrantesAcessriosANLISE SINTTICA DA LINGUA PORTUGUESA QUADRO SINTTICO1)Frase, orao, perodoOrao principal, Perodo composto, Orao subordinada, Orao coordenada 2)RegnciasNominal e Verbal3)SujeitoSujeito simples, composto, desinencial, indeterminado, inexistente4)Predicado Verbal: verbos transitivos diretos, indiretos, direto e indireto, intransitivosNominal: verbos de ligao5)ComplementosVerbais: objetos diretos/ indiretos objeto direto preposicionadoNominais: complemento verbo-nominal6)AdjuntosAdjunto adnominal, adverbial, agente da passiva, aposto e vocativoGramtica tradicional1 Sintaxe do ponto de vista tradicional Exposio de normas segundo as quais se constroem as sentenas marcando devidamente as relaes entre palavras pela posio destas (sintaxe de colocao), por certas partculas (sintaxe de regncia), ou pelo seu ajuste formal (sintaxe de concordncia).

1.1 Objetivo Compreender a estrutura da sentena em termos de partes do discurso, fornecendo uma teoria desta to completa quanto possvel.

Frase, orao, periodoFrase: a menor unidade comunicativa com sentido completo. Pode ser marcada por uma ou mais palavras.Ex: Espantoso! Fogo!Voc?O almoo na casa de Douglas estava muito bom!O aluno saiu da sala sem que a professora percebesse.

Pode ou no organizar-se em torno de um verboNa fala: caracterizada pela entoao, que pode ser acompanhada por gestos.Na escrita: sinais grficos delimitam seu incio e fim. Frase, orao, periodoOrao: frase que se organiza em torno de um verbo ou locuo verbal. Geralmente apresenta sujeito (como no caso dos dois ltimos exemplos no slide anterior)Na ausncia de sujeito, o predicado indispensvel. Logo, NO h orao sem predicado. Existe orao sem sujeito, mas no existe orao sem predicado.

Perodo: denomina-se perodo frase formada por uma mais oraes. Ex.:Perodos simples:Chove l fora.Aqui est to vazio.

Perodo Composto:Chove l fora E aqui est to vazio.

ATENO! Nem sempre orao frase. Veja: Convm que te apresses. So duas oraes, mas uma s frase, afinal, so as duas juntas que traduzem uma unidade comunicativa, um pensamento completo!PROCURE NAS GRAMTICAS TRADICIONAIS OU EM LIVROS DIDTICOS OUTROS EXEMPLOS DE FRASE, ORAO E PERIODO PARA COMPLEMENTAR O QUE SE DISCUTIU NESTES SLIDES.exerccioLeia esse texto:Entristeceu. Considerar-se plantado em terra alheia! Engano. A sina dele era correr o mundo, andar para cima e para baixo, toa, como um judeu. Em vagabundo errante. Um vagabundo empurrado pela seca. Estava ali de passagem. Era hspede. (Graciliano Ramos)1. A proposito deste excerto:A. retire duas frases.B. retire uma orao formada por apenas um verbo.C. Identifique um perodo composto.Constituintes oracionaisTERMOS ESSENCIAIS:

A nomenclatura gramatical brasileira (NGB) determina que existem dois termos essenciais na orao: o sujeito e o predicado.

Mas...O QUE DEFINE A ORAO A PRESENA DE UM VERBODEFININDO O SUJEITO O SER SOBRE QUEM SE DIZ ALGUMA COISA, O ELEMENTO QUE CONCORDA COM O VERBO.As chuvas e as enchentes trouxeram inmeros prejuzos. Um tornado violento destruiu uma cidade no interior de Santa CatarinaSoou na escurido uma pancada seca. Choveu muito forte ontem. (Orao sem sujeito - inexistente)Jogaram uma cadeira pela janela do quinto andar (sujeito indeterminado)Faltei aula ontem. Estava cansada. (sujeito desinencial)

OBSERVAESO SUJEITO NEM SEMPRE INICIA A ORAOO VERBO CONCORDA EM NMERO E PESSOA COM O SUJEITOQUANDO O SUJEITO NO EST PRESENTE, MAS POSSVEL RECUPER-LO PELA CONJUGAO VERBAL, DENOMINA-SE SUJEITO OCULTO OU DESINENCIALIDENTIFICADO O SUJEITO, O RESTANTE DA ORAO O PREDICADODEFININDO O PREDICADOTermos essenciaisSujeito

Predicado