Suplemento 21-11-2011

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Especial 58.º Grande Prémio Este suplemento é parte integrante do JORNAL TRIBUNA DE MACAU de 21/11/2011 e não pode ser vendido separadamente FOTO GCS FOTO JOSÉ SIMÕES MORAIS Surpresa na F3 Muller campeão

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Especial 58.º Grande Prémio

Este suplemento é parte integrante do Jornal Tribuna dE Macau de 21/11/2011 e não pode ser vendido separadamente

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Surpresa na F3

Muller campeão

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pág II segunda-feira, 22 de novembro de 2010 jornal trIbuna de Macau

Especial 58.º Grande PrémioFESTA FRANCESA NO DESFECHO DO GPM

Muller vence mundial com três pontos de vantagem

Robert Huff fez o que lhe competia, ao vencer as duas mangas da ronda final do Campeonato do Mundo de Carros de Turismo da FIA (WTCC),

colocando pressão sobre o companheiro de equipa da Chevrolet. Mas Yvan Muller fez ontem duas corridas inteligentes, nunca arriscando mais do que o necessá-rio. O francês conquistou o mundial com três pontos de vantagem, bastando, para isso, um segundo lugar na primeira manga e um terceiro na segunda.

Depois do triunfo na primeira manga, a diferença

entre Huff e Muller ficou encurtada e tudo esteve em sus-penso para a segunda corrida, na qual os pilotos da Che-vrolet chegaram a rodar em posições que resultariam num empate pontual entre ambos. Dado que ficariam com o mes-mo número de vitórias, o mundial seria atribuído ao piloto que contabilizasse mais segundos lugares (Muller). Mas não foi preciso recorrer a tais contas. À nona volta, Muller ultra-passou Nykjaer na Curva do Lisboa, acabando por conse-guir o terceiro lugar e assegurar o terceiro título de pilotos do WTCC.

Estava longe de ser o vencedor mais pro-vável, mas Daniel Juncadella agarrou a sua oportunidade e triunfou no Grande

Prémio de Fórmula 3, tornando-se no primei-ro espanhol a vencer na Guia. Numa corrida marcada por diversos acidentes, que leva-ram o “safety car” a entrar em pista por três vezes, Juncadella foi o mais feliz. O terceiro classificado na Euro Series da F3 suplantou os dois pilotos que ficaram à sua frente naque-le campeonato (Roberto Merhi, que bateu na partida, e Marco Wittmann), vencendo a Taça Intercontinental de F3.

O espanhol começou a corrida em quar-to, numa fase totalmente dominada por Mar-co Wittmann, que ganhou vantagem até à entrada do “safety car” na quinta volta. No recomeço da corrida, Juncadella jogou a sua cartada na travagem para a curva do Lisboa, ultrapassando Marco Wittman, que também foi suplantado pelo brasileiro Felipe Nasr.

A partir daí, Juncadella aumentou a van-tagem, apesar de sofrer a pressão de Nasr na secção urbana da pista. Mas o Prema de Juncadella, propulsionado com um motor Mercedes, estava mais veloz nas rectas e o espanhol aguentou até à penúltima volta, quando o “safety car” voltou a entrar em pis-ta. A corrida ficou então “neutralizada”, com os carros sem se poderem ultrapassar até ao final da prova.

VENCEDOR SURPREENDIDO COM RESULTADO. O jovem vencedor dedicou a vitória à sua equipa e confessou-se surpre-endido com o desfecho da prova rainha do Grande Prémio de Macau. Nem ele próprio contava com a vitória. “Não esperava ganhar, mas tive sorte com o ‘safety car’. Ainda nem consigo acreditar”, disse o piloto da Prema na conferência de imprensa final. Juncadella explicou que seguiu a estratégia inicial de “tentar evitar problemas na primeira volta”. A velocidade de ponta do seu carro ditou o

Juncadella surpreende na F3Daniel Juncadella foi o vencedor surpresa do Grande Prémio de F3, tornando-se no primeiro espanhol a vencer a prova. Numa corrida de 15 voltas onde abundaram os acidentes, o brasileiro Felipe Nasr foi segundo e Marco Wittmann estava desiludido com o terceiro posto

resto. “Quando o ‘safety car’ entrou, eu esta-va em segundo e percebi que tinha hipóteses. A minha velocidade de ponta era boa na recta e pude ultrapassar o Marco.”

Considerando que os incidentes fizeram com que a corrida “fosse difícil para todos”, o brasileiro Felipe Nasr alcançou um bom re-sultado e espera ter terminado desta forma a sua experiência na F3, sonhando com voos mais altos, como o GP2. “Demonstrei bem o meu trabalho este ano, fui campeão da F3 in-glesa, agora obtive mais um resultado impor-tantíssimo em Macau. As coisas só têm que melhorar, agora é olhar para o ano que vem, acho que completei muito bem a fase da F3”, afirmou.

O semblante carregado de Wittmann no fim da corrida mostrava a sua insatisfação. O germânico começou na “pole” e subiu para 2,7 segundos de vantagem antes do segundo “safety car”. Então, caiu para a quinta posição, mas recuperou e terminou em terceiro. “Com a saída do ‘safety car’, ultrapassaram-me da esquerda e da direita e passei em quinto na curva do Lisboa. Mas em Macau tudo pode

acontecer, continuei a forçar o ritmo e cheguei à terceira posição”, afirmou Wittmann.

Depois de uns treinos promissores, o português António Félix da Costa acabou por ter um fim-de-semana de corridas azara-do. Na corrida qualificativa de sábado, ficou sem primeira velocidade e arrancou atrasado. Ontem, partiu da 26.ª posição e ainda encetou uma boa recuperação (chegou a rodar na 14.ª posição), mas um problema mecânico levou-o a abandonar. Outro candidato ao triunfo, Valtteri Bottas, andou na luta pelo primeiro lugar até que bateu nas barreiras do Lisboa, à quarta volta, terminando a sua corrida.

Já praticamente no fim da prova, mas numa altura em que Wittmann se preparava para ameaçar o segundo posto de Nasr), um acidente aparatoso na curva do Mandarim causou ferimentos no joelho esquerdo de Ke-vin Magnussen, que colidiu a alta velocida-de contra as grades, embatendo também no carro de William Buller. Carlos Sainz e Hywel Lloyd também bateram, ao evitarem os detri-tos dos acidentes em curso.

P.B.

No fim, o francês estava radiante, considerando que fez uma corrida estratégica, na qual optou por não cor-rer riscos, mesmo com a pressão bem sucedida de Huff. “Pensei nesse cenário antes da corrida. Havia probabili-

Mortara confirma hegemoniaEdoardo Mortara conquistou a vitória da Taça GT Macau, demonstrando que é um grande mestre do Circuito da Guia, tanto ao volante de um GT com de um carro de Fórmula 3. O italiano e o seu Audi R8 LMS cruzaram a linha de chegada com uma vantagem de quase seis segundos e meio sobre o japonês Keita Sawa, que já vencera duas vezes a corrida. Danny Watts e o McLaren MP4 terminaram em terceiro, enquanto o piloto de Macau Rodolfo Ávila concluiu em quarto, um resultado que o piloto local considerou “dentro dos objectivos da equipa”. A corrida ficou marcada por um acidente aparatoso logo na terceira volta, quando Frank Yu perdeu o controlo na curva do Mandarin, batendo violentamente contra as barreiras. Mesmo atrás, Eddie Yau, à entrada na mesma curva, bateu na protecção metálica e fez pião, atravessando a pista e colidindo nas barreiras do lado oposto, até ficar parado no meio pista. Os carros seguintes conseguiram passar sem contacto, mas John Shen entrou na curva demasiado rápido, despistou-se e atingiu as barreiras do lado de fora, ressaltando contra o carro de Yu, que estava imobilizado. O acidente levou à interrupção da prova durante uma hora.

Não cedendo ao jogo psicológico imposto pelo contendente ao título, Yvan Muller arriscou o mínimo, arrecadando o número suficiente de pontos para vencer o mundial

O britânico Michael Rutter, em Du-cati 1200, fez ontem história no Grande Prémio de Motos de Ma-

cau, ao conquistar o sétimo título, supe-rando o recorde de seis vitórias que par-tilhava com Ron Haslam. Rutter terminou com quase cinco segundos de vantagem sobre Martin Jessopp, seu companheiro na RiderMotorcycles, e quase sete em re-lação a Ian Hutchinson, o último a subir ao pódio.

Com 39 anos e na sua 17.ª participa-ção no Grande Prémio de Macau, Rutter partiu da “pole position”, mas perdeu lugares logo na largada, os quais viria a reconquistar rapidamente, para não mais largar a frente da corrida.

Michael Rutter alimentava desde 2005 o sonho de vencer uma sétima vez em Ma-cau e bater o recorde de vitórias nas duas rodas. O sonho foi agora concretizado de-pois de, em 2010, o também britânico Stu-art Easton ter gorado as suas expectativas ao conquistar a terceira vitória seguida na corrida de motos. “O Stuart é um dos me-lhores pilotos do mundo. Se ele estives-se aqui, podia ter sido diferente. Quando recuperar [do grave acidente que sofreu numa corrida] e voltar, será certamente o adversário a bater”, afirmou.

No final da corrida, Rutter conside-rou ter sido “fantástico” bater o recorde de Ron Haslam. “Tivemos uma moto bri-lhante na altura certa. Precisávamos de alguma sorte e tivemo-la”. De todas as vitórias que alcançou em Macau, o britâ-nico considerou que a de ontem foi a mais saborosa, porque lhe permitiu bater o re-corde.

Embora tenha mostrado vontade de regressar ao Circuito da Guia, Rutter afirmou que não sabe se voltará a correr em Macau. Em causa está o facto de Mike

Rutter baterecorde de vitórias

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segunda-feira, 22 de novembro de 2010 jornal trIbuna de Macau

Especial 58.º Grande PrémioFESTA FRANCESA NO DESFECHO DO GPM

Muller vence mundial com três pontos de vantagem

No fim, o francês estava radiante, considerando que fez uma corrida estratégica, na qual optou por não cor-rer riscos, mesmo com a pressão bem sucedida de Huff. “Pensei nesse cenário antes da corrida. Havia probabili-

dades de ele [Huff] ganhar a primeira manga e era im-possível ultrapassá-lo sem risco”, descreveu.

Robert Huff era, apesar da previsível perda do títu-lo, um homem satisfeito no final das duas mangas, que coincide com o final da época. “Foi um grande fim-de-semana, bem como uma grande época. Tive consistên-cia e consegui acabar todas as corridas no pódio. Apren-di muito com o Yvan e o Alain Menu [o outro colega de equipa na Chevrolet], declarou o britânico, que promete regressar à luta na próxima época.MONTEIRO E COUTO AZARADOS. O português Tiago Monteiro, em Seat Leon, conseguiu um oitavo lugar na segunda corrida, depois de ter caído várias posições na primeira manga, devido a uma saída em frente na travagem do Lisboa. Monteiro terminou o campeonato no sexto lugar, com 117 pontos. O piloto local André Couto não conseguiu terminar nenhuma das duas mangas. Na primeira corrida, Couto esteve envolvido num acidente à entrada da curva Manda-rim, quando foi tocado por Alain Menu, danificando bastante o seu carro. Com poucos minutos disponí-veis, os mecânicos tentaram recuperar o Seat, mas Couto viria a abandonar também a segunda manga, devido a problemas técnicos.

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entoSNão cedendo ao jogo psicológico imposto pelo contendente ao título, Yvan Muller arriscou o mínimo, arrecadando o número suficiente de pontos para vencer o mundial

O britânico Michael Rutter, em Du-cati 1200, fez ontem história no Grande Prémio de Motos de Ma-

cau, ao conquistar o sétimo título, supe-rando o recorde de seis vitórias que par-tilhava com Ron Haslam. Rutter terminou com quase cinco segundos de vantagem sobre Martin Jessopp, seu companheiro na RiderMotorcycles, e quase sete em re-lação a Ian Hutchinson, o último a subir ao pódio.

Com 39 anos e na sua 17.ª participa-ção no Grande Prémio de Macau, Rutter partiu da “pole position”, mas perdeu lugares logo na largada, os quais viria a reconquistar rapidamente, para não mais largar a frente da corrida.

Michael Rutter alimentava desde 2005 o sonho de vencer uma sétima vez em Ma-cau e bater o recorde de vitórias nas duas rodas. O sonho foi agora concretizado de-pois de, em 2010, o também britânico Stu-art Easton ter gorado as suas expectativas ao conquistar a terceira vitória seguida na corrida de motos. “O Stuart é um dos me-lhores pilotos do mundo. Se ele estives-se aqui, podia ter sido diferente. Quando recuperar [do grave acidente que sofreu numa corrida] e voltar, será certamente o adversário a bater”, afirmou.

No final da corrida, Rutter conside-rou ter sido “fantástico” bater o recorde de Ron Haslam. “Tivemos uma moto bri-lhante na altura certa. Precisávamos de alguma sorte e tivemo-la”. De todas as vitórias que alcançou em Macau, o britâ-nico considerou que a de ontem foi a mais saborosa, porque lhe permitiu bater o re-corde.

Embora tenha mostrado vontade de regressar ao Circuito da Guia, Rutter afirmou que não sabe se voltará a correr em Macau. Em causa está o facto de Mike

Rutter baterecorde de vitórias

Trimby ter terminado o seu acordo de colaboração com a organização do Gran-de Prémio, o que poderá levar Rutter e outros motociclistas a não voltarem. Em comunicado, e para evitar especulações, Mike Trimby esclareceu ontem que a Co-missão Organizadora do Grande Prémio de Macau “não cancelou” o seu contrato, o qual, aliás, “nunca cobriu mais do que um evento”. “Eu simplesmente informei-os de que não pretendo ser considerado depois de 2011. Isto por várias razões, não só porque as minhas responsabilidades aumentaram no meu papel como CEO da IRTA [Associação Internacional de Equi-pas de Competição], envolvendo-me em 18 campeonatos do Mundo por ano”, diz a nota, citada pela agência Lusa. Apesar de se sentir “honrado pelas declarações feitas por algumas equipas e corredores” e de estar “orgulhoso” pelo envolvimen-to com o Grande Prémio ao longo de 34 anos, Mike Trimby foi claro: “ Não pre-tendo mudar de ideias e oferecer os meus serviços no futuro”.

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pág IV segunda-feira, 22 de novembro de 2010 jornal trIbuna de Macau

Especial 58.º Grande PrémioEspectáculo ao mais alto nível

Caiu o pano sobre mais uma edi-ção do Grande Prémio de Ma-cau. Esta foi a 58ª edição daquela

“gincana” que se tornou um espectácu-lo do desporto motorizado, sério e com repercussões internacionais.

Durante estes dias falámos com muita gente, desde pilotos a mecâni-cos, passando por seguranças e jorna-listas estrangeiros, das mais variadas nacionalidades. Para os mais antigos a frase mais comum foi: “Isto (o GP Macau, tem mudado muito”…

Comecemos por um senhor que está “na moda”: Edoardo Mortara. A “Vedeta do Momento” pavoneou a sua classe pelo circuito da Guia, num carro que pensamos não ser próprio para esta corrida. O Audi era tão mais rápido que a concorrência, que nas rectas superava os seus competi-dores mais directos em cerca de 10 a 15 km/h. Pelo aspecto exterior e algu-mas “piscadelas de olho” para o carro quando meio “descascado” na gara-gem, pareceu-nos ser carro do DTM, apenas sem o seu “aileron” traseiro gigantesco, e com maior apoio fron-tal. Mortara “sabia” desde o início que se não houvesse um imprevisto grave, ninguém o poderia apanhar… E assim foi. Pode dizer-se que para um duelo com revólveres, Mortara trouxe uma metralhadora!

Ainda antes da corrida pergun-támos-lhe se por qualquer razão po-deria, um dia, tentar ganhar o GP de Motos, para emular John McDonald. “Não meu amigo, não sou bom nas motos. Bicicleta ainda vai, mas mo-tos…em Macau …não, não...” Para-béns a Mortara.

Falámos com Rodolfo Ávila e ou-tros pilotos locais, e todos se mostra-ram muito consternados com as no-vas regras impostas para se poderem habilitar a subsídios do Governo para o ano que vem. Não me cabe a mim, aqui, opinar sobre este assunto ou en-trar nesta polémica, mas pareceu-me que os pilotos locais foram para a pis-ta menos confiantes e aguerridos que anteriormente!

Passei ao lado da polémica es-tabelecida por um grande amigo de longa data, que se chama Mike Trim-by…Espero que tudo se resolva…

Quanto ao resto, foi o espectácu-lo, automobilismo e motociclismo ao mais alto nível, em todas as provas!

Acidentes, em doses normais, não chegaram a assustar uma máquina bem montada e oleada com experiên-cias bem piores, em anos recentes…

Só continuo a notar que há mui-ta gente no “paddock” que não devia estar por ali, pois complica a vida dos que trabalham (ou querem trabalhar) - mecânicos, pilotos, jornalistas, re-presentantes da organização e forças da ordem (seguranças e polícias).

Nota positiva, uma vez mais, esperando para ver como será o 59º Grande Prémio de Macau…

* Especialista JTMem Desportos Motorizados.

antónio riBeiro martins*

700 pessoas asseguraram preparativosMeses antes de carros e motos se lançarem

para treinos e corridas do Grande Prémio de Macau, já toda uma organização prepara os

quatro dias de provas no Circuito da Guia, com cerca de 700 elementos afinados durante meses. “Apesar de as corridas serem apenas de quatro dias, o nosso trabalho é anual e, normalmente, começamos os tra-balhos no início de Janeiro, explicou à agência Lusa o presidente do Automóvel Clube de Macau-China, Chong Coc Veng.

Espectadores, mecânicos, pilotos e jornalistas co-nhecem pouco do interior de uma organização que trabalha durante meses e é apoiada por uma equipa técnica de uma empresa portuguesa, responsável por parte da coordenação das reparações da pista.

Ao nível dos recursos humanos, a prioridade passa pelo “pessoal da pista”, cujo processo de re-crutamento arranca em Março. Segue-se um curso de formação de cerca de seis meses e os exames. Aos que “chumbam” são delegadas outras “missões” que não envolvam diretamente a actividade em pista. A for-mação é da responsabilidade do Automóvel Clube de Macau-China, mas conta com o apoio da Federação Internacional de Automóveis (FIA) e da Federação Internacional de Motociclos (FIM).

Os oficiais de prova - responsáveis de corridas - também recebem formação que, dada a sua “cate-goria superior”, passa antes pela participação em seminários, conferências e outras iniciativas da FIA

e da FIM. Com dez anos passados nas andanças do Grande Prémio, Chong Coc Veng tem um dos papéis mais difíceis no âmbito da organização do evento: o de coordenação. Contudo, a experiência permite-lhe, segundo conta, “perceber perfeitamente” o que sen-tem os pilotos, até porque foi um deles entre 1980 e 1989.

Sob a tutela do presidente do Automóvel Clube de Macau-China está também o grupo de inspecção, que é o primeiro a entrar em campo, e que conta com um delegado da FIA, a quem compete “supervisionar e acompanhar” a equipa e com técnicos do Automó-vel Clube de Hong Kong e personalidades de Macau com experiência na área. Na segunda e na terça-feira realiza-se a inspecção, sendo que, na quarta-feira, é efectuada nova vistoria que antecede o licenciamento da pista. Só depois é que os motores aquecem para participar nos treinos livres, qualificações e corridas.

Peças fundamentais em pista são as equipas de “rescue”, compostas por cerca de 50 pessoas, apoia-das por vários veículos responsáveis, incluindo os “safety car” e os de assistência de emergência, que se põem a postos com médicos a bordo. “Anualmente, a equipa recebe formação por um delegado da FIA e todos os pilotos têm de ser submetidos a formação e testes e só quando aprovados pelo médico da FIA é que podem participar do Grande Prémio”, explicou Chong Coc Veng, ao indicar que o grupo conta tam-bém com bombeiros e médicos do hospital público, numa equipa “credenciada” pela FIA.

Quando terminam as provas, o público sai, e car-ros e motos seguem para as sedes das equipas. Tudo volta ao início com o primeiro sinal da actividade da organização a ser dado com a pintura da data do car-taz do ano seguinte nas paredes da torre de controlo.

JTM/Lusa

Recorde nas receitas de bilheteiraOs quatro dias de corridas do GPM atraíram 65 mil espectadores. Segunda a Comissão Organizadora, foi batido o recorde na venda de bilhetes com mais de 10 milhões patacas. Fazendo o balanço da prova, Costa Antunes considerou que esta foi um triunfo e voltou a revelar novos valores para o automobilismo. Em declarações aos jornalistas, o presidente da Comissão Organizadora referiu-se também à saída do Mike Trimby, o veterano que assegurava os convites a muitos dos participantes no GP de Motos. Apesar da contestação de muitos pilotos, Costa Antunes garantiu que a corrida de motos vai continuar a realizar-se e que as relações com Trimby são cordiais, embora tenha realçado que “não há insubstituíveis”.